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PSICOMOTRICIDADE – É A CIÊNCIA QUE TEM POR OBJETO O ESTUDO

DO HOMEM ATRAVÉS DO SEU CORPO EM MOVIMENTO NAS RELAÇÕES


COM O MUNDO INTERNO E EXTERNO.

A psicomotricidade favorece a aprendizagem porque reconhece que diferentes


fatores de ordem física, psíquica e sociocultural atuam em conjunto para que a
aprendizagem aconteça. No ser humano, cada uma das etapas, possibilita
trabalhar a consciência corporal, a consciência do mundo que o cerca, o
relacionamento deste com o seu corpo e com o que está ao seu redor.

Brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepção, memória e outras funções


cognitivas estão interligados. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da
criança e contribui para os aspectos sociais.

Esse estudo, está ligado a três premissas principais:

- O movimento (Motores)

- O intelecto (cognitivo) SE OS TRÊS NÃO ESTIVEREM JUNTOS, ALGO ESTARÁ ERRADO.

- Afeto (emocional)

FORMAS DE INTERVENÇÃO –

Preventivo – promoção e estimulação do desenvolvimento. (para que algum


déficit não aconteça)

Educativo – estimulação do desenvolvimento psicomotor e do potencial de


aprendizagem. (psicopedagoga é quem vai sinalizar que aquela criança está
com alguma perca dos elementos, não está desenvolvendo como as outras
crianças).

Reeducativo ou terapêutico - intervenção nos problemas de


desenvolvimento, de aprendizagem e/ou do comportamento e, ainda,
patologias de ordem psíquica que comprometem a qualidade do indivíduo.
(psicólogo está aqui. Quando trabalhamos psicomotricidade nós trabalhamos
algum elemento que o paciente perdeu, por isso, que é uma reeducação.

LINHA FUNCIONAL – voltada para exercícios, movimentos do corpo,


exploração dos nervos.
LINHA RELACIONAL – aprendizagem através do corpo, uma comunicação
não verbal. A criança explora o ambiente. Planejo uma sala, tudo que coloquei
na sala, vai trabalhar equilíbrio. A criança que explora o ambiente, que
conquista o ambiente, mas estamos trabalhando alguma função o tempo todo.
Estou deixando ele a vontade na minha sala, ele cria a brincadeira que ele
quer, mas eu planejei a sala para trabalhar com ele aquilo que ele tem (por ex,
equilíbrio) Sala programada, quais acessórios colocarei ali para me ajudar na
hora da terapia. Não é direta. Não estipulo o que a criança tem que fazer, ela
que vai explorar e através dessa exploração vamos trabalhando. (nós vamos
atuar aqui). Sem regra.

Estou com meu paciente, vou ter uma relação com ele, isto é, vou ter uma
relação com ele, não vou trabalhar apenas funcionalidade com ele, vou ter uma
relação terapêutica de aprendizagem, então, vai ser a nível relacional.
Trabalhamos com o que quisermos para trabalhar a cognição do paciente.

QUESTÃO DE PROVA:

Criança de 13 anos que não consegue andar de bicicleta sem rodinha: ela tem uma questão
muito importante sobre a lateralidade (noção de direita e esquerda). É preciso conhecer o
mundo dela antes de trazer a forma de trabalhar. Usamos nesse caso a amarelinha, não sei
quanto tempo a amarelinha vai durar, porque ela já tem 13 anos e é meio aborrecente. Quando
tenho uma questão de lateralidade, se tenho essa dificuldade no direito e no esquerdo, alguma
outra coisa deve estar prejudicada também. O que mais pode estar envolvida? Noção corporal.
Como trabalhar lateralidade com noção corporal? Não da para trabalhar a música da xuxa
(cabeça ombro joelho e pé) porque ela já tem 13 anos (se atentar a idade). Trabalhar cobra
cega adaptado: Tá chegando, ta quente, tá frio, vai pegar para mim aquele bastão azul, tem
uma cadeira na sua frente...

Além disso, como vou intervir na bicicleta dela? Falando com o pai que ela melhorou,
incentivando ele a continuar treinando com ela na bicicleta em casa. Sem mandar tirar a
rodinha, primeiro ela tem que conquistar a confiança. Essa confiança, será conquistada no
meio das brincadeiras, afirmando pro pai “olha como ela está confiante fazendo tal coisa pai...”
Não leva bicicleta pro consultório. Mas tenho que instruir essa família sobre o que f azer. Essa
família não tem noção de como funciona a terapia, então quanto mais auxiliamos e falamos da
ideia, mais eles vão fazer o dever de casa. É NECESSÁRIO passar o dever de casa em
qualquer tipo de terapia.

MEDIADOR – A gente tem que entender que quando trabalhamos com psicomotricidade
corporal é o corpo da criança que tá mandando ali, então temos que explorar o corpo dessa
criança. Então se ela sair suja da minha sessão está ótimo, porque como eu vou preparar a
sala pra ela PRA ELA explorar o ambiente, ela tem que subir, descer, sentar, levantar, então o
corpo vai ser a expressão dela. Então ela tá usando mais um lado da sala do que outro? Ela ta
usando mais a mao do que o pé? Eu tenho que explorar tudo que eu tenho, com todos os
movimentos do corpo dela.

É IMPORTANTE TRABALHAR A SALA TODOS OS DIAS DE ACORDO COM O PACIENTE


QUE VAI ATENDER.

CRIANÇA QUE ANDA NA PONTA DO PÉ, É ALGUMA QUESTÃO NEUROLÓGICA.

PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL VAI TER UMA FORMA DIRETA DE


ATUAÇÃO – APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS. O que quero trabalhar hoje?
Como quero trabalhar? Ex: A coordenação motora fina, vou definir o
planejamento da atividade de hoje. É algo muito direto. Quando sei qual
paciente vou atender, já preparei a sala para esse paciente, através de
atividades.

O aprendizado vem, através da repetição. Quanto mais repito, mais eu aprendo


e aprimoro o meu aprendizado.

Como trabalho a mesma criança, com relacional e funcional? Criança de 1 ano,


não anda ainda, pulou a fase do engatinhar e começou a ficar em pé com
apoio. Foi para creche, a professora percebeu que ele não consegue explorar o
mundo dos brinquedos. Fica lá no tatame, mas fica mais na dele, ele brinca
muito, mas espera que os brinquedos cheguem até ele. Ele interage com os
colegas, mas ele não é muito explorador. Quando a criança pula a fase do
engatinhar, ele começa a explorar sozinho o ambiente, é uma das fases mais
importantes da nossa vida. Os receptores sensoriais da palma da nossa mão,
nós estamos recebendo inúmeros estímulos. Então precisamos engatinhar
para perceber o mundo e observar o mundo naquela amplitude, e depois
conheceremos o outro mundo que é quando ficarmos em pé, que é mais
estímulos cognitivos. O problema é quando eles pulam a fase da mão, e pula
essa percepção daquele conhecimento para passar pro outro... Esse é o
problema.

ATIVIADADE RELACIONAL – ANDADOR QUE TEM VÁRIOS ESTÍMULOS,


E QUANDO ELE QUER SE JOGAR ELE VAI. VAI TER MUSIQUINHA,
BRINQUEDOS, ESTIMULANDO A MÃO
ATIVIDADE FUNCIONAL – ESTIMULAR: VEM. FAZER UM ESTÍMULO
PARA QUE ELA VENHA. ELA QUER BRINCAR, MAS ELA NÃO TÁ
CONSEGUINDO EXPLORAR ISSO.

REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA – É QUANDO ACONTECEU ALGUM


PROBLEMA, E EU VOU REEDUCAR. ESTOU ENSINANDO NOVAMENTE.

QUERO QUE MEU PACIENTE APRENDA TODOS OS ELEMENTOS, E


CONSEQUENTEMENTE EXPLORAR SEUS AMBIENTES.

ELEMENTOS PSICOMOTORES – Para aprendermos, precisamos de 7


elementos básicos. Não consigo ter nenhum dos elementos, se não
conheço meu corpo. Se não tenho a noção corporal, cabeça ombro joelho
e pé, não tenho como ter os outros. Não tenho como ter a coordenação
motora grossa, se não tenho a fina.

Por que esquema corporal é o primeiro? Porque ele é a base. Se não


tenho reconhecimento do meu corpo, não consigo saber onde me
localizo. Se não tenho conhecimento desse meu corpo, então não tenho
uma boa coordenação motora. Então o esquema corporal tem que estar
muito bem estruturado. Quando falamos de reconhecimento de corpo,
estamos falando que sabemos onde fica nosso cabelo, nosso olho. Isso é
reconhecimento do corpo e é importante para desenvolver os outros
elementos.

Esquema corporal / Imagem Corporal – É o reconhecimento imediato do


nosso corpo. O esquema corporal é a noção que tenho do meu corpo. Sei onde
está cada coisa. Eu conheço meu corpo. É a noção fisiológica do corpo. O
corpo representa toda a forma de movimentação e expressão relacionada com
a atividade motora. É indispensável para a formação da personalidade da
criança. Porque uma criança que não se conhece, é uma criança de uma
personalidade mais fraca. Crianças mais pontuais e mais certa do que elas
querem, com certeza tem um bom esquema corporal.

Atividades: Andar com as mãos na cabeça, bater palmas, músicas que cantam
as partes do corpo, desenhos e figuras humanas e recortes com colagens.
A imagem corporal – É a representação mental que temos do nosso corpo.
Como você se vê. Eu sei que tenho cabelo longo e estatura baixa. Mas quando
me olho no espelho me vejo loira e alta, então nesse caso, a minha imagem
corporal está alterada. Tenho noção de como eu to mas não consigo ver minha
realidade. Se eu não tenho noção do que tenho no meu corpo, eu terei
equilíbrio? Eu vou ter coordenação motora? Por exemplo: Se eu sou alta, mas
acho que sou baixa, vou conseguir passar numa porta sem bater? A minha
lateralidade, noção de direita e esquerda, vai estar prejudicada. Quando a
pessoa não tem uma boa imagem corporal, ela não tem noção de espaço.

Por ex: Se eu me considero baixinha demais, eu não vou ter noção que pra
passar numa porta eu vou ter que abaixar.

Outro exemplo: crianças grandes demais que querem subir num escorrega
pequeno.

Para trabalhar imagem corporal, tenho que me ver. Então tem que ter um
espelho.

Atividades: imitar diferentes sons, animais e situações emocionais como


alegria, tristeza, raiva.

Coordenação motora global, (grossa e fina) – ativação de várias partes do


corpo para a produção de movimentos que apresentam relação entre si,
executados numa determinada ordem, amplitude e velocidade. É a
possibilidade de controle dos movimentos amplos do corpo.

ATIVIDADES: Sentar, usar os braços, pernas, pés, andar e correr. Rolar morro
abaixo, empurrar velocípede.

Toda vez que se utiliza grandes músculos, o nosso corpo todo ou várias partes
dele ao mesmo tempo, estamos colocando em ação a nossa coordenação
motora grossa.

Coordenação motora fina é a capacidade de controlar pequenos músculos


para a realização de exercícios refinados como: recorte, perfuração, colagem,
encaixe. Não basta possuir somente a coordenação motora fina, mas também
é necessário um controle ocular, ou seja, a visão acompanhar os gestos da
mão (coordenação óculo manual ou visomotora)
Atividades: modelar massinha, apertar botões, recortar com os dedos, fazer
bolinha com as pontinhas dos dedos um papel.

Coordenação óculo-manual visomotora – domínio visual previamente


estabelecido ligado aos gestos executados, é visualizar o movimento antes que
se execute uma atividade. É a atividade mais comum no ser humano, pois,
atua agarrando um objeto, escrever, desenhar, recortar, pintar, empilhar,
encaixar, abrir e fechar, por e tirar, furar, etc...

Lateralidade (Estimulação do lado esquerdo e direito) – Representa a


conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois lados do
corpo, lado esquerdo e direito. É a noção de linha média do corpo. Serve para
situar os seres e os objetos em determinado lugar. Essa compreensão
acontece entre 5 ou 6 anos.

Lateralidade cruzada: quando a lateralidade não é homogênea, ou seja,


quando não está definida a prevalência de um dos lados do corpo para realizar
funções habituais. Ex: escrever com a mão direita e chutar com o pé esquerdo,
escrever tanto com a mão direita quanto com a esquerda. Consequências:
dificuldades na leitura, na escrita e no cálculo, inversões na leitura, erros na
leitura, substituição de umas letras por outras, desorientação espaço-temporal,
dificuldade em realizar cálculos matemáticos.

ATIVIDADES: Transições entre cones, quicar a bola trocando da mão direita


para esquerda, amarelinha pulando com um pé e dps com outro.

Chutar uma bola com um pé e depois com o outro.

Estruturação espacial (noção de espaço) a pessoa que tem algum dos


elementos com alguma dificuldade, ela não consegue desenvolver bem essa
estrutura espacial. É a conquista da consciência da posição do próprio corpo
em um lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e às coisas.

Ex: uma pessoa que coloca uma cama maior num quarto de solteiro.

ATIVIDADES:

Explorar deslocamentos que envolvam posições do corpo: dentro-fora, acima, abaixo.

Ex: andar entre as carteiras, passar por baixo da mesa.


▪ Explorar deslocamentos que envolvam distâncias com relação ao corpo e dos
objetos entre si. Ex: andar perto da parede, longe dos colegas.

▪ Explorar com movimentos corporais o lado direito e esquerdo do próprio corpo, do


corpo do colega.

Estruturação temporal – noção de tempo (hoje, ontem, amanhã, segunda


quarta, 2020, 2022, cedo, tarde, em cima, em baixo)

Equilíbrio – o equilíbrio fecha tudo. Se penso que sou muito alta mas na
verdade sou baixa, não vou conseguir me equilibrar.

Se eu observar que uma criança tem a imagem e esquema corporal afetada,


pode ter certeza que outros elementos também estarão afetados.

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