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Educação física

GINÁSTICA ESCOLAR: O ESTÍMULO


AO DESENVOLVIMENTO INFAnTIL
SUZANA BASTOS RIBAS KOREN, professora de educação física na
Unicamp, mestre em educação física e especialista em ginástica artística/rít-
mica/geral pela Unicamp, suzanakoren@uol.com.br

Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar a importância da prática da


ginástica artística no espaço escolar durante as aulas de educação física infantil.
O trabalho analisa como a aplicação de atividades físicas prazerosas e permeadas
de ludicidade podem proporcionar estímulos saudáveis à execução livre dos mo-
vimentos corporais. Pela pesquisa constatou-se que a prática dos exercícios pode
aprimorar as capacidades e as habilidades motoras básicas da criança na faixa etária
correspondente à segunda e terceira infância. A ação educativa permite que a criança
descubra e conheça o seu corpo. Com o auxílio do professor ela começa a construir
uma imagem positiva de si mesma, mediante a exploração de diferentes movimentos
e posturas do corpo. Nesse momento de aprendizagem, a criança experimentará
várias atividades que irão contribuir para o seu processo de desenvolvimento, en-
riquecendo desta maneira, as capacidades intelectuais. Comprovamos também que
se a base motora foi desenvolvida de forma satisfatória, provavelmente a criança
terá uma seqüência de sucessos significativos em sua vida.
Palavras-chave: Crianças, Educação Física, Ginástica Artística e Ensino-
Aprendizagem

SCHOOL GYMNASTICS: THE STIMULUS IN CRILDREN´S


DEVELOPMENT

Abstract: The work was done in order to analyze the importance of artistic
gymnastics practice in the school place during the classes of physical education
for children. The work analyzes how the application of the pleasant physical ac-
tivities, performed as games can provide healthful stimulus to free execution of
the corporal movements. Through this research it was proved that the practice
of such exercises can improve the capacities and the basic motor abilities of the
children at any age corresponding to the second and third infancy. The educative
action allows the child to discover and know the body. With the teacher assistance
the child starts to build a positive selfimage, through the exploration of different
movements and postures of the body. At this moment of learning, the child will
experience some activities that will contribute to the process of development, thus
enriching the intellectual capacities. It is also proved that if the children’s motor
abilities has been developed satisfactorily the child is likely to have a sequence of
significant successes in life.
Keywords: Children, Physical Education, Artistic Gymnastic and Teaching-
Learning Process

ACTA Científica - Ciências Humanas 1º Semestre - 2006 63


Introdução
A Ginástica sempre foi alvo de meu interesse, alcançar uma melhor compreensão das características
tanto como espectadora ou como praticante. Desde a e necessidades do ensino de educação física. Segundo
infância, encantava-me realizar uma “roda” ou estrela, Nista-Píccolo (1995, p. 116) as observações de sua
quando participava das brincadeiras de rua com grupos vivência passada, só se fizeram presentes quando pôde
de crianças. Era realmente fantástico e indescritível o notá-las em seus alunos. “Na busca de explicações das
prazer que sentia com a atividade física. Vibrava ao atitudes corporais das crianças eu me voltava para as
sentir a agilidade do meu corpo envolvido na poeira minhas experiências”, afirma a autora.
que subia nos pés descalços, festejando minha ale- O professor que pensa assim poderá enriquecer
gria. Essas e outras experiências no tempo de criança a sua atuação, pois ao realizar um feedback de seu
vividas de forma livre e feliz me fazem recordar que conhecimento vivido e acrescentá-lo ao conhecimento
foram momentos inesquecíveis e enriquecedores, que profissional adquirido, perceberá objetos de estudos
ficaram registrados na memória de minha infância. correlatos, que podem orientar em como melhor or-
Augusto Cury (2003, p. 74) enfatiza esse sentimento: ganizar os ideais pedagógicos.
“as informações são arquivadas na memória, mas as Se quisermos uma compreensão mais ampla e signi-
experiências são cravadas no coração”. ficativa nas descobertas científicas realizadas, até agora,
Aquele prazer vivido nas brincadeiras e nos movi- sobre as crianças, primeiramente precisamos olhar para
mentos corporais experimentados me levaram a buscar aquela que existe dentro de nós mesmos. Para despertar
um futuro profissional direcionado à área de Educação a “nossa criança” é necessário nos colocarmos abertos
Física. Assim, os meus estudos somados à atuação como as novas experiências educacionais e as empregarmos
professora, tanto em escolas como em academias, susci- em sala de aula.
taram inquietações a respeito da prática da ginástica no
espaço escolar. Questionei se as atividades ensinadas por Processo do desenvolvimento infantil:
meio de um trabalho lúdico e que respeite as questões período significativo na aprendizagem
do crescimento e do desenvolvimento da criança, pode Para uma compreensão mais clara da real importân-
proporcionar o mesmo prazer e as emoções que pude cia do período da infância na vida de um ser humano,
vivenciar em minha infância? necessitamos acompanhá-lo durante o processo de
Nesse enfoque podemos refletir primeiramente na desenvolvimento. O milagre da vida, como num espe-
busca por alcançar uma compreensão mais clara e abran- táculo, desencadeia a cada momento as transformações
gente sobre o aprendizado e as inúmeras estratégias da anátomo-fisiológicas. As modificações fazem parte
ação pedagógica aplicadas como estímulo no processo dos diferentes níveis de desenvolvimento humano e,
de aprendizagem. O conhecimento dessas técnicas assim como os estímulos motores, irão repercutir no
precisa, necessariamente, estar embasado nas pesquisas crescimento mental, emocional, afetivo-social, quer seja
que a ciência nos apresenta. Os critérios e as condições antes, durante ou após a escolaridade, como uma rica
que definem o nível de cientificidade estão fundamen- bagagem para toda a vida.
tados na dimensão de conhecimentos construídos pelas Ao analisarmos cada fase desse processo, compreen-
experiências vividas. O conhecimento empírico mostra deremos que estar com o corpo em constante movimento
resultados significativos que poderão ser amplamente é uma necessidade biológica da criança. A prática das
valorizados durante a trajetória de estudos. atividades físicas é um estímulo para o desenvolvimento
O fato de realizar uma retrospectiva de minhas cerebral, proporcionando satisfação para o viver indepen-
experiências vivenciadas na infância e na vida profis- dente. Tani (1988) comenta que pelo exercício físico o ser
sional reforçou, em meus questionamentos, o interesse humano pode desenvolver seu convívio com o meio-am-
na escolha desta pesquisa. A Ginástica Artística (G.A.) biente, podendo além de alcançar os objetivos desejados,
encanta a todos que a assistem, assim descreve Nista- satisfazer suas necessidades de interação.
Píccolo (1999, p. 123): “Por sua beleza de movimentos, Vale observar o quanto a criança é naturalmente
pela movimentação natural dos desafios provocados ativa. Durante os primeiros meses de vida o bebê
por suas acrobacias e pela coragem que a execução de direciona seus olhinhos curiosos em busca de coisas
seus fundamentos traz, a G.A. torna-se a expressão novas e interessantes. Sendo assim, é importante que
máxima do esporte”. ele tenha tempo e espaço para explorar os movimentos
Ao recordar as experiências vividas na meninice, relacionados ao controle do corpo, “isso significa o
direciono minha reflexão para a própria prática docen- desenvolvimento progressivo das habilidades especi-
te junto às crianças. O objetivo do questionamento é ficamente humanas” (Gallardo,1998, p. 70).

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Neste período a especialidade da criança é brin- deve a educação de ambos receber atenção”.
car. A brincadeira, explica Sheridan (1990, p. 12), “é Freire (1994) faz também um comentário funda-
o envolvimento ansioso em esforço físico ou mental mentado na mesma preocupação com o desenvolvi-
agradável para obter satisfação emocional”. Enquanto mento das crianças. Pelo fato de serem levadas à escola
brinca, a criança adquire maiores experiências e autoco- cada vez mais cedo – situação muitas vezes provocada
nhecimento e, ao desenvolver o senso de imaginação e pela necessidade de a mãe trabalhar –, a criança pode
a criatividade nas brincadeiras, elas estarão estimulando perder oportunidades de ampliar suas possibilidades
a coordenação perceptiva, ou seja, sensório-motora de explorar movimentos.
básica. Os resultados podem gerar auto-segurança e Hoje, as crianças ficam na escola quase sempre con-
coragem ao se depararem com desafios da vida. O finada nas salas de aulas, principalmente em pré-escolas
momento da atividade física é rico em aprendizagem, pequenas e sem espaço adequado para o desenvolvi-
pois o desenvolvimento do sistema motor “forma mento infantil. Freire (1994, p. 12) condena a forma
uma base para o crescimento e expansão de todo o como muitas escolas tratam das crianças ao “serem
organismo humano” (Capon, 1989, p. 76). subitamente amarradas” e “amordaçadas” para, como
Portanto, a fase da evolução progressiva das capa- se diz, “aprender” o que é a “linguagem da imobilidade
cidades físicas e das habilidades da criança, considerada e do silêncio”. Reforça seus argumentos levantando
como uma base vital do seu desenvolvimento, deve ser este questionamento: “Quem prova que uma criança
olhada com muita atenção. Segundo White (1975, p. livre não aprende melhor que uma prisioneira? De mi-
300), a criança “deve ser rodeada das condições mais nha parte, estou convicto de que só é possível aprender
favoráveis, tanto para o desenvolvimento físico como
no espaço da liberdade” (p. 12-13).
para o mental. (...) neste período deve a criança ser
Essa situação pode acontecer, porque as crianças
deixada como um ‘cordeirinho’ a andar ao redor da
estão sendo levadas precocemente às salas de aula, ao
casa e jardins, na vivacidade de seu espírito, pulando e
invés de brincarem ao ar livre e libertarem sua ima-
saltando, livre de cuidados e dificuldades.”
ginação e criatividade, o que criaria novas conexões
As realizações motoras alcançadas pelas crianças
cerebrais. As influências ambientais são relevantes
que têm liberdade para brincar no seu próprio tempo
e num espaço livre, se refletem no progresso do seu durante o processo do desenvolvimento global da crian-
controle motor. Segundo Sheridan (1990, p. 15), esse ça, quando a base motora, por ser fundamental, deve
controle “está diretamente relacionado à promoção do receber o principal estímulo. Podemos observar aqui
desenvolvimento físico e necessita de condições ade- que a carência de atividade física poderá comprometer
quadas: espaço livre para movimentação e obstáculos profundamente o aprendizado da criança.
naturais para superar”. Fundamentando esse pensamento, o pedagogo
Há necessidade de a criança viver em liberdade de francês Séguin (1846) escreveu: “ninguém pode ensinar
ação, para explorar seus movimentos corporais deste uma criança a ler e a escrever antes que seus órgãos
período, como um fator primordial para seu cresci- sensoriais funcionem”. Embora Séguin enfatizasse sua
mento e desenvolvimento de forma harmoniosa. Ao preocupação quanto ao desenvolvimento infantil um
nos conscientizarmos, portanto, desta necessidade século e meio atrás, ainda continua sendo um assunto
biológica, podemos visualizar o pensamento de White atual. Holle (1976, p. 11) apresenta a mesma inquieta-
(1975, p. 300) quando complementa que: “nesta fase na ção ao dizer que “a primeira etapa do desenvolvimento
vida de uma criança, o campo ou o jardim é a melhor da criança é a sensório-motora e, antes desta etapa se
sala de aula, a mãe é o melhor professor, a natureza o completar, a criança não pode se desenvolver em outros
melhor compêndio”. terrenos, isto é, não pode esperar dela que aprenda a
Sobre o mesmo enfoque Capon (1989) afirma ler e a escrever.”
que muitos pais, na ansiedade de buscar o melhor Pode ser verificado que nos espaços naturais o
para seus filhos, os colocam antes do tempo ideal na comportamento e as atitudes das crianças poderão ser
escola e acabam negligenciando no aspecto motor diferentes ao desfrutar da liberdade. É interessante
partes importantes do desenvolvimento da criança. observar até onde chegam quando podem fazer com
A esse respeito, continua White (1975, p. 300): “O que seus corpos obedeçam aos desejos de conquistas
programa da criança durante a infância, nos pri- nas explorações dos movimentos. Como resultado
meiros seis ou sete anos de vida, deve dar especial ficam cada vez mais fortes, mais rápidas, coordena-
atenção ao seu preparo físico, em vez do intelecto. das e auferem grande prazer em testar a si próprios e
Depois desse período, se é boa a constituição física, conseguirem novas habilidades. Vivenciam diferentes

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experiências, simplesmente pelo fato de conseguir Assim, uma base motora bem trabalhada, em que
realizar determinadas “proezas” com o corpo. a coordenação dos movimentos das grandes partes do
Entre as mais variadas situações: correr e saltar corpo e a percepção sensorial são estimuladas, pode
livremente, trepar em árvores, suspender-se em seus preparar um “alicerce” motriz e mental da criança para
galhos, em cordas, equilibrar em troncos e muretas, o momento em que ela iniciar a primeira série escolar.
andar de bicicleta, patinar, ou contorcer o corpo Segundo Piaget (1983, p. 72) “as raízes do raciocínio
nos aparelhos de ginástica, contribuem para o auto lógico terão que se basear na coordenação das ações
conhecimento (Nista-Piccolo, 1995, p. 62). Assim a a partir do nível sensório-motor, cujos esquemas têm
criança tem a oportunidade de desenvolver a agilidade importância fundamentalmente desde o início”.
corporal e a destreza na realização dos movimentos, Nesse momento de aprendizagem, a criança experi-
gerando segurança no que é capaz de executar. Fu- mentará variadas atividades que irão enriquecer a capa-
turamente esta segurança adquirida poderá afetar de cidade intelectual. Se a base motora foi desenvolvida de
forma significativa a sua capacidade mental, ao tomar forma satisfatória, provavelmente ela terá uma seqüência
suas decisões ou ao realizar escolhas. de sucessos significativos em sua vida.
Quanto maior for o espaço para execução livre É nessa fase que o papel do professor de educa-
dos movimentos, mais a criança terá condições de ção física infantil torna-se fundamental na aplicação
manipular seu espaço de aprendizagem. Uma criança de atividades prazerosas e permeadas de ludicidade,
limitada em seu espaço, pouco pode chegar a fazer que podem aprimorar as capacidades e as habilidades
além daquilo que lhe é permitido fazer. Portanto, motoras. E, para conseguir realizar essas intenções
quanto maior for o espaço de liberdade, como um educativas, precisa-se de uma adequada utilização do
estímulo à aprendizagem, o professor conseguirá fazer ambiente e dos objetos estimulantes e pedagógicos que
muito de tudo aquilo que pretende realizar durante o a escola deve oferecer. Dessa forma, o educador tam-
processo educativo. bém estará desenvolvendo a criatividade da criança na
A solução para as crianças que são levadas pre- elaboração de materiais alternativos dentro do espaço
cocemente à escola e privadas de sua movimentação livre à disposição.
natural de forma livre é sugerida por Schiavon (1996, Com essa abordagem, pode-se observar que a
p. 10): “se as crianças têm dificuldades de explorar criança é um ser que está em constante aprendizado.
seus movimentos em casa, aumenta ainda mais a Primeiramente, na fase de zero a seis anos, ela deve
responsabilidade da educação física infantil, pois se ser estimulada a aprender pela linguagem do seu
torna o espaço de estímulo para essas crianças, onde próprio corpo, descobrindo o que ele é capaz de fa-
é possível ter ações motoras adequadas”. zer. Isso estabelece um bom fundamento para o seu
O trabalho da educação física infantil desempenha desenvolvimento integral.
um papel importante ao resgatar as possibilidades de A faixa etária dos sete aos dez anos de idade, que
ação motora através das atividades aplicadas durante corresponde ao período escolar, é repleta de novas
os momentos de aula. Segundo o comentário de Pé- experiências, sendo altamente significativa para o bom
rez Gallardo (1998, p. 71), “qualquer que seja a desenvolvimento. Já durante o processo de mutações,
atividade, cabe ao educador explorar a situação, aju- os fatores primordiais que o fundamentam são:
dando a criança a obter a consciência de si mesma,
conhecendo sua realidade corporal, estabelecendo Aspectos psicomotores
relações com espaço, tempo, formas e objetos”. Os aspectos psicomotores estão relacionados aos do-
Essa ação educativa permitirá que a criança mínios dos movimentos em função de um envolvimento
descubra e conheça o seu corpo e com o auxílio muito amplo do aspecto mental. Os movimentos esti-
do professor ela comece a construir uma imagem mulam os impulsos nervosos e o crescimento da rede de
positiva de si mesma, mediante a exploração de neurônios, atuando na amplitude da capacidade motora.
diferentes movimentos e posturas do corpo. O
ideal é que no programa escolar, para esta faixa Aspectos cognitivos
etária de três a seis anos, fossem incluídas aulas A palavra “cognitivo” tem origem no latim cognecere
de educação física orientadas, todos os dias. O (conhecer, descobrir). Segundo Tani (1988), os aspectos
objetivo das aulas dirigidas é que as crianças cognitivos fazem parte do domínio das operações mentais,
pudessem receber atenção especial, por meio de tanto a descoberta como a retenção de informações. A
atividades estimulantes, prazerosas e de exploração participação deles em qualquer ação motora possibilita
espontânea, ao ar livre. uma melhor programação e controle dos movimentos.

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Aspectos afetivos-sociais ências cognitivas, sensoriais e motoras desde a primeira
Estes aspectos fazem parte dos sentimentos e infância, formando a base fundamental sobre a qual todo
emoções e estão relacionados ao ensino-aprendizagem: o processo de desenvolvimento se sustentará.
motivação, interesse, responsabilidade, cooperação e De acordo com essas pesquisas, pode-se compre-
respeito ao próximo. ender que o ideal do ensino é proporcionar as crianças,
Se houver falta de estímulo em um destes aspectos de até cinco ou seis anos, oportunidades para desfrutar
durante o desenvolvimento do comportamento huma- de um desenvolvimento satisfatório num ambiente
no todos poderão sofrer algum retardo irrecuperável, adequado, onde possa explorar seus movimentos e
pois eles atuam de forma integrada. Todos os senti- experimentar o domínio de suas habilidades motoras.
mentos experimentados pela criança, no ambiente em A faixa etária dos sete aos dez anos de idade, que
que ela convive e se adapta, irão influenciar no seu corresponde ao período escolar, é repleta de novas
crescimento e maturação. Este desenvolvimento é experiências, sendo altamente significativa para o bom
ordenado e, portanto, não acontece de forma aleatória. desenvolvimento físico e mental.
Existe uma ordem de crescimento e desenvolvimento Assim, as atividades que o professor de educação
em todo o organismo, isto é, eles seguem uma traje- física irá propor deverão ser variadas e enriquecidas
tória bem definida. de estímulos que alcancem as reais necessidades
É na faixa etária correspondente até onze anos da criança. As aulas devem oferecer condições que
que ocorre o período crítico da aprendizagem, onde incitam as potencialidades e o encontro das crianças
as capacidades mínimas necessárias para o desenvol- consigo mesmas, pelo simples prazer de participar. A
vimento das habilidades estão presentes na criança. infância é “o período ideal para agir de modo eficaz
“Qualquer tentativa de aprendizado após este período, sobre o desenvolvimento do corpo humano... é a
pode dificultar ou mesmo impedir que ele ocorra, melhor época possível para a criança adquirir me-
pois fatores como: idade, inibição, falta de destreza e lhores e mais fortes músculos, inclusive o músculo
medo, podem interferir profundamente no resultado. cardíaco, a potência e o reflexo da irrigação sangüí-
O sistema nervoso do ser humano demonstra muita nea” (Prudden & Sussman, 1982, p. 171).
plasticidade, porém o retardamento acentuado pode Portanto, o ensino de educação física eficaz é uma
ser irrecuperável” (Tani, 1980, p. 65). ação educativa de caráter lúdico, realizada por meio das
Nesta mesma linha de pensamento, Tricoli & descobertas que a criança faz dos movimentos de seu
Serrão (2004, p. 148) enfocam a importância do de- corpo. O ensino-aprendizagem associado ao prazer
senvolvimento das capacidades coordenativas durante a funcional, proporcionado pela execução do próprio
infância, período extremamente relevante para o futuro movimento, emite uma reação de satisfação. Em pes-
desenvolvimento das habilidades específicas. Os autores quisas já realizadas é possível verificar que os elementos
ressaltam que a melhor fase para o aprendizado é entre gímnicos vêm ao encontro das necessidades físicas que
os 12 e 13 anos, “período em que as crianças devem ter ocorrem durante a infância, quando direcionados como
a oportunidade de explorar os mais diversos movimen- um conteúdo educacional de prática escolar.
tos com grande variabilidade nas posições corporais”.
A ginástica artística no espaço escolar:
Após a adolescência o desenvolvimento das capacidades
uma contribuição saudável para o estímulo
coordenativas se torna cada vez mais difícil.
Segundo os estudos de Le Boulch (1983 e 1986), do desenvolvimento infantil
a educação pelo movimento ou através dele, caminha A ginástica artística (ou olímpica) é uma modali-
além do componente motor, ou seja, da educação do dade ampla em repertórios de exercícios que podem
movimento que visa o desenvolvimento das habilidades ser executados pela combinação entre si. Dela fazem
motoras (andar, correr, saltar, subir, descer, empurrar, parte os mais diferentes tipos de ações motoras com
balancear, puxar, balançar, arremessar), da capacidade uma técnica característica para cada movimento ou
física (agilidade, destreza, velocidade) e das qualidades gesto. Seus elementos básicos de movimentação são
físicas (força, resistência muscular localizada, resistên- essencialmente variados e, se tratados numa visão
cia aeróbica e resistência anaeróbica). Portanto, esses educativa, tornam-se fundamentais para as aulas de
estímulos recebidos propiciam uma educação pelo educação física escolar.
movimento, acontecendo o desenvolvimento dos A ginástica artística é uma manifestação corporal
aspectos afetivos, cognitivos e sociais em conjunto que utiliza elementos ginásticos (saltos, giros, apoios,
com os aspectos motores. Analisando estes estudos, balanços, equilíbrio) e acrobáticos (rolamentos, estrela,
torna-se possível então verificar a relevância das experi- rodante, saltos mortais). Esta modalidade é enriqueci-

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da pela variedade de aparelhos em que os exercícios Leguet (1987, p. 2 e 5) direciona sua proposta
podem ser realizados e que se tornam característicos de trabalho de forma que as atividades possam
desta prática. oportunizar aos alunos o contato de forma natural
Estudos mais recentes apresentam formas de com o “mundo dos aparelhos”. Ele afirma que a
desmistificar a idéia de que a ginástica artística é uma ginástica artística apresenta um “ambiente particu-
modalidade considerada “perigosa” e tradicionalmente lar, humano e material”.
conhecida apenas como esporte de alto nível. Muitos Nesse espaço, as crianças podem intervir e criar
ainda acreditam que o exercício é praticado somente situações de autoconhecimento. Pela prática dos exer-
por aqueles que possuem a melhor performance ou o cícios, elas são estimuladas a desenvolver as diferentes
melhor desempenho. dimensões de sua personalidade cognitiva, afetiva
As experiências motoras que esta modalidade e motora, “de acordo com os setores do agir, criar,
proporciona podem fazer com que naturalmente às mostrar, ajudar, avaliar, organizar” (Ibid, p. 5). Esses
crianças desfrutem dos movimentos corporais de setores, segundo o autor, estão relacionados às crianças
forma livre e sem exigência de perfeição. Ao buscar, que agem por elas mesmas sobre os aparelhos, movidas
portanto, os argumentos para convencer de que o con- pelo seu espírito explorador, e que se demonstram
ceito “perigosa” nada tem a ver com ginástica olímpica, ativas desde o início dos exercícios. Este “será o fator
enfatizo a importância que o exercício tem como um de progresso” (Ibid, p. 5).
instrumento no processo educativo. Por meio de vivências nos aparelhos oficiais (trave
Os movimentos gímnicos realizados naturalmente de equilíbrio, barra fixa, paralela assimétrica, plinto,
como: andar, correr, saltar, equilibrar, trepar, rolar, girar cavalo [c/ e s/] alções, argolas, solo, mini trampolim)
sobre si mesmo, apoiar, balançar e outros, “são habi- e alternativos ou adaptados conforme a realidade da
lidades educáveis” (Freire, 1995, p. 41). O processo escola, as crianças terão a oportunidade de experimen-
educativo natural acontece por meio de movimentos su- tar as atividades no espaço escolar. Durante as aulas
cessivos e contínuos que estão sendo aprendidos e que de educação física elas podem, com satisfação, praticar
precisam ser cuidadosamente educados pelos próprios os elementos da ginástica artística: rolar, suspender-se,
estímulos que promovem este desenvolvimento. “Cada balançar, saltar um obstáculo, apoiar e caminhar sobre
passo progressivo requer uma série de experiências do as mãos, girar, realizar acrobacias e uma infinidade de
desenvolvimento” (Capon ,1989, p. 76). atividades que podem ser criadas de acordo com a
Nista-Piccolo (1999, p. 122) enfatiza que a ginás- necessidade da criança. Pelo exercício livre pode ser
tica artística “é considerada um dos esportes básicos, realizado um trabalho educacional gratificante que
por desenvolver todas as qualidades de movimento, “assegura a globalidade das ações das crianças e a com-
aprimorando todas as capacidades e habilidades físi- preensão do sentido/significado da própria prática”
cas do praticante”. Assim, por ser uma modalidade (Soares, 1997, p. 79).
que demonstra beleza em seus movimentos e que A importância de um trabalho pedagógico com
envolve desafio e coragem na sua execução, a ginástica essa modalidade esportiva, comenta Hostal (1982, p.
proporciona aos alunos novas experiências motoras e 13), é que a criança pode alcançar objetivos nas mais
sensações diferentes do seu cotidiano. variadas situações: “descobrir os movimentos do seu
A ginástica artística aplicada na escola de forma corpo, passar da sensação à percepção de uma atividade
pedagógica deve ser trabalhada com atividades de fácil e aperfeiçoar a qualidade do movimento”, desenvol-
execução, estimulando a criança a participar prazerosa- vendo a coordenação e a autoconfiança.
mente num mundo de descobertas. Hostal (1982, p. Para direcionar o trabalho às crianças da educação
10) salienta: “põe a criança em relação ao seu próprio infantil (de três a seis anos de idade) é preciso incitar
corpo, permite-lhe descobrir diversos segmentos, a vivência dos elementos gímnicos. Essa ação pode
exercer o jogo das articulações, sentir e realizar melhor ser feita de forma lúdica, quando tais elementos são
vários movimentos que ela desencadeia... é uma cons- aplicados em forma de brincadeiras, jogos de imagi-
cientização geral da existência do corpo”. nação, fantasia ou dramatização. “Se as crianças, ao
Como então buscar formas satisfatórias de iniciar realizarem os exercícios físicos, não souberem que
um trabalho com a G.A. na escola? Sobre esta inda- aquilo que praticam é ginástica artística, tanto melhor,
gação, Carrasco (1982, p. 3) comenta que o educador se este ‘não saber’ não bloqueá-las na exploração dos
demonstra sua preocupação quando é levado a pensar movimentos” (Gomes, 1991, p. 23).
sobre duas questões principais relacionadas com o ensino Já nas atividades aplicadas às crianças maiores, de
desta modalidade: “pelo que começar e como fazer”. sete a doze anos, a ludicidade ainda deve permear as pro-

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postas gímnicas em um espaço pedagógico com diversos sua totalidade. O abundante uso de grandes músculos
materiais dispostos em circuito. As atividades devem ser nessas atividades, o positivo desenvolvimento da co-
interessantes para as crianças, preparadas previamente ordenação fina, flexibilidade, equilíbrio e adaptação,
pelo próprio professor, e também organizadas com a completa o processo de formação dos músculos, na
participação e colaboração das crianças. maioria das vezes satisfatória. O resultante controle do
Pela exploração dos materiais nesse circuito de ativi- corpo dá segurança do movimento e confiança para a
dades e, no “brincar de fazer ginástica”, encontramos o criança que não pode estar sempre conquistando algo
comentário que Nista-Piccolo (1999, p. 116) faz quanto diferente em qualquer outro programa de educação
aos procedimentos didáticos e à aprendizagem por meio física (Ibidem)
de atividades educativas: levam as crianças “a desempe- Os pesquisadores e estudiosos aqui citados, e mui-
nhar com maior domínio as suas execuções”. tos outros que ainda se preocupam amplamente com
Neste momento, as crianças são estimuladas a repe- o desenvolvimento infantil, nos fornecem subsídios
tir os movimentos gímnicos que lhes proporcionaram suficientes para acreditarmos cada vez mais que as
sensações de prazer. O sentimento de satisfação as experiências motoras vivenciadas pelas crianças são de
estimulam a “querer fazer”, e as motivam à executarem grande valia para o seu desenvolvimento físico e mental.
os mais variados desafios a serem vencidos. Além de fazer uma significativa diferença no processo
Professores que já aplicaram os elementos gímni- de aprendizagem durante o transcorrer da vida.
cos em suas aulas, levando em conta esses aspectos, Quando as experiências são desenvolvidas de ma-
puderam observar que nas situações em que os alunos neira apropriada os benefícios podem ser desfrutados
estão brincando com a ginástica, há naturalmente uma plenamente durante o processo de desenvolvimento
fruição do prazer. Essa sensação acontece pelo simples das diferentes dimensões da personalidade cognitiva,
fato de estarem repetindo movimentos desafiantes, afetiva e motora das crianças (Werner, 1994). Vale en-
próprios da infância, “partindo de uma aprendizagem focar cada um dos benefícios recebidos, considerando
motriz e não de um sistema de adestramento conven- as características existentes nos aspectos que já foram
cional” (Nista-Piccolo, 1995, p. 69). comentados anteriormente:
Seguindo esta mesma linha de pensamento, Car-
lquist (1983, p. 22) salienta: Domínio psicomotor
a ginástica escolar pode ser realizada sem tensão, Promove desenvolvimento físico/motor (siste-
aplicando-se atividades em que a criança aprende a ma cardiovascular e respiratório), força e resistência
mover-se com naturalidade. O exercício deve estar musculares, flexibilidade, equilíbrio, orientação espa-
baseado na alegria e na liberdade de movimentos, na cial etc. Esse domínio favorece a aprendizagem dos
iniciativa própria, na autodireção e espontaneidade. conceitos de consciência do corpo e do espaço, o
A atividade deve responder a uma nova pedagogia que ajuda a criança a desenvolver uma variedade de
e despertar o interesse da criança, com o propósito respostas motoras, podendo ser utilizadas em outras
de educar o corpo para a vida no seu cotidiano e ao tarefas ou desafios.
mesmo tempo alcançar os objetivos propostos da
Domínio cognitivo
ginástica.
Promove conhecimento do corpo e de suas partes:
Segundo Gallahue (1978, p. 463), para se chegar como, onde e porque se move. A habilidade cognitiva
ao domínio das habilidades desportivas é necessário favorece o aprendizado de uma variedade de princípios
um longo processo em que as experiências com as biomecânicos (rotação, centro de gravidade, base de
habilidades básicas (movimentos fundamentais) sejam apoio, alavancas, equilíbrio, contrabalanço, aplicação de
relevantes. Assim, quando o desenvolvimento motor força). Assim a criança aprende a solucionar problemas,
é trabalhado de forma satisfatória, os resultados serão por meio da compreensão e capacidade de aplicar,
amplos, o que poderá refletir diretamente no processo de analisar, sintetizar e avaliar o movimento.
desenvolvimento das habilidades específicas fundamentais
Domínio afetivo
que aparecem combinadas nas modalidades esportivas. O
autor enfatiza sua preocupação quando diz: Promove a observação e apreciação de movimen-
tos, desenvolve a criatividade, gera a capacidade de
Um programa que exclui atividades desafiadoras, escolher e selecionar – a criança aprende o que pode
sensações e quedas, tem perdido a preciosa oportu- e não pode fazer com o corpo. A criança é estimulada
nidade de ajudar o desenvolvimento da criança na a descobrir desafios apropriados para o seu nível de

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habilidade - os desafios exigem certo risco, coragem e nasce na exuberância da felicidade”. Por isso, não deve
perseverança. Uma seqüência lógica de trabalho desa- ser ele colocado como um antigo modelo de comando,
fiará as crianças a tentarem o seu melhor, a superarem mas como um orientador, oportunizador e criador de
medos, a aprenderem sobre seus limites e, provavel- condições satisfatórias de aprendizagem. Ao participar
mente, a desenvolverem auto-estima saudável. ativamente na interação das atividades propostas, o
Esses benefícios podem conduzir as crianças a ob- professor, pela ludicidade, irá proporcionar um clima de
terem melhores resultados na própria prática desportiva alegria, para a realização de situações estratégias com as
em anos vindouros, por terem recebido os estímulos quais podem ser desenvolvidas todas as potencialidades
necessários no tempo certo, desde a segunda infância motoras, sociais, emocionais e cognitivas das crianças.
e durante a terceira infância. Ao serem educadas de No universo de aprendizagem da criança, o educador
forma global, podem também influenciar amplamente possui um espaço privilegiado, pois educar é “ser um
na funcionalidade das atividades diárias refletidas na artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um
saúde e no bem-estar. semeador de idéias” (Cury, 2003, p. 55).
Como educadores devemos compreender que “a
Considerações finais
escola deve ser o espaço da alegria; o professor, o cons-
O estudo aqui descrito está fundamentado em
minha pesquisa de mestrado, a qual oportunizou-me trutor dessa alegria, e a criança, a expressão máxima
experienciar situações gratificantes que vieram ao en- dessa alegria” (Koren, 2004, p. 151).
contro das minhas inquietações em relação à ginástica A estratégia utilizada na aplicação dos elementos
aplicada como um conteúdo educativo. Pude analisar gímnicos durante as aulas de educação física respeitará
o impacto da alegria expressada pelas crianças com a criatividade do professor ao procurar buscar meios
a prática dessa atividade na escola: o que pensam, o que estimulem a automotivação de seus alunos. Dessa
que falam e como se expressam. Os sentimentos são forma, o educador realiza um trabalho consciente e
identificados nitidamente pelos risos, gritos, euforia, vi- cria momentos em que a criança pode brincar de viver
bração e na repetição de movimentos que lhes deixaram seu corpo.
satisfeitas. As mãos sujas, camisetas suadas, os rostos Considerando, portanto, que a criança é protagonista
de vivacidade e contentamento, também declararam a desse processo, se torna necessário refletir os caminhos
real importância de ser incluída, de forma pedagógica, a serem seguidos pela educação física escolar. Por esse
a prática da ginástica artística nas escolas. motivo também se torna substancial ser analisada a in-
Fica, portanto, evidenciado que a aula de educa- clusão dos conteúdos de ginástica artística nas escolas.
ção física escolar deve ser um momento preparado de O objetivo ao inserir essa disciplina no currículo escolar
forma especial e diferencial para a criança. Durante a é buscar alternativas para oferecer aos alunos o melhor
prática é imprescindível a presença dinâmica do pro- durante seu tempo de criança, e encontrar soluções e
fessor no desempenho de seu papel pedagógico como saídas baseadas na forma, na quantidade e na qualidade
o facilitador da aprendizagem, assumindo uma postura do conteúdo programado. Enfim, quando o educador
dialética de educador-educando. repensar a educação física, e oferecer aos alunos as opor-
Em uma de suas afirmações sobre o educador, tunidades de vivenciar uma prática diferenciada em suas
Rubem Alves (2000, p. 13) expressa que “o mestre aulas, a criança será a maior beneficiada.

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