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1 - CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................. 3
2 - BENFEITORIAS E CONSTRUÇÕES EM PROPRIEDADES DE TERCEIROS
TRATAMENTO CONTÁBIL ........................................................................................................... 4
3 - AQUISIÇÃO DE BENS PARA O ATIVO IMOBILIZADO ATRAVÉS DO FINAME .................. 7
4 - AQUISIÇÃO DE BENS PARA O ATIVO PERMANENTE - CRÉDITO DO ICMS .................... 8
2. TRATAMENTO CONTÁBIL ................................................................................................... 9
3. REGISTROS CONTÁBEIS .................................................................................................... 9
5 - ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO ......................................................................................... 11
6 - FOLHA DE PAGAMENTO ..................................................................................................... 12
7 - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS DE EMPREGADOS .................................... 15
8 - PROVISÃO PARA O 13º SALÁRIO ....................................................................................... 19
9 - REMUNERAÇÃO DE "PRÓ-LABORE" ................................................................................. 21
10 - COMPRA DE MERCADORIAS ........................................................................................... 21
11 - COMPRA DE INSUMOS PARA PRODUÇÃO ..................................................................... 22
12 - DEVOLUÇÃO DE COMPRAS ............................................................................................. 23
13 – VENDAS DE MERCADORIAS ............................................................................................ 25
14 - DEVOLUÇÃO DE VENDAS ................................................................................................. 27
15 - APURAÇÃO DO ICMS - SALDO DEVEDOR E SALDO CREDOR ..................................... 28
16 - PIS E COFINS NÃO CUMULATIVO - CONTABILIZAÇÃO ................................................. 29
CRÉDITO SOBRE ESTOQUES INICIAIS ............................................................................... 29
CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS .............................................................. 29
CRÉDITO DE DEPRECIAÇÃO ............................................................................................... 30
CRÉDITO DE ENERGIA ELÉTRICA e OUTRAS DESPESAS ............................................... 30
CRÉDITO RELATIVO Á DEVOLUÇÃO DE VENDAS ............................................................. 30
DÉBITO DO PIS ...................................................................................................................... 30
APURAÇÃO CONTÁBIL DO PIS A RECOLHER: ................................................................... 30
17 - IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - TRATAMENTO CONTÁBIL ........................ 31
19. ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES - ASPECTOS CONTÁBEIS ............................... 34
20 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE RENDA FIXA - CONTABILIZAÇÃO ............................. 35
21 - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS .............................................................................. 37
22 - FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) ............................................................................. 39
23 - DESCONTO DE DUPLICATAS ........................................................................................... 40
24 - PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS ................................................................... 42
25 - REPAROS, CONSERVAÇÃO OU SUBSTITUIÇÃO DE PARTES E PEÇAS DE BENS DO
ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................. 44
26 - ARRENDAMENTO MERCANTIL - LEASING ...................................................................... 45
27 - FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) ............................................................................. 46
28 - DESCONTO DE DUPLICATAS ........................................................................................... 47
29 – GANHOS/PERDAS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO 49
30 - AUMENTO DE CAPITAL COM LUCROS ACUMULADOS E RESERVA DE CORREÇÃO
MONETÁRIA - ALTERAÇÃO CONTRATUAL ............................................................................ 50
31 - ADIANTAMENTOS PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL .......................................... 50
32 - JUROS REMUNERATÓRIOS DO CAPITAL PRÓPRIO ..................................................... 52
33 - LUCROS OU DIVIDENDOS - DISTRIBUIÇÃO ................................................................... 53
34 - MÚTUOS (EMPRÉSTIMO DE DINHEIRO) ENTRE SÓCIOS E SOCIEDADES
CONTABILIZAÇÃO ..................................................................................................................... 54
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 54
2. REGISTRO CONTÁBIL DO CONTRATO DE MÚTUO ....................................................... 54
35 - DEPÓSITOS JUDICIAIS ...................................................................................................... 56
36 - AJUSTES CONTÁBEIS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES ................................................. 57
37 - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO - RECOLHIMENTO
POR ESTIMATIVA ...................................................................................................................... 60

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A constituição de uma empresa consiste, primeiramente, no arquivamento de seus atos


constitutivos no Registro do Comércio ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Para abertura da escrita contábil da empresa, tem-se os lançamentos de subscrição do capital


e, em seguida, a integralização total ou parcial do capital subscrito, pois não se pode admitir que
a empresa comece suas atividades sem que ao menos uma parte do capital subscrito pelos
sócios seja integralizada.

A integralização do capital social poderá ser efetuada em dinheiro ou em bens móveis ou imóveis
suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Admitindo-se que os sócios João da Silva e José de Souza constituíram uma sociedade por
quotas de responsabilidade limitada, cuja cláusula do contrato social, relativa à forma da
realização do capital, está redigida da seguinte forma:

Cláusula 4ª - O capital social é de $ 500.000,00 (quinhentos mil reais), dividido em 500.000


(quinhentas mil) quotas de $ 1,00 (um real) cada uma, a ser integralizado da seguinte forma:

a) João da Silva, 250.000 (duzentas e cinquenta mil) quotas de $ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando $ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), sendo que: 100.000 (cem mil) quotas,
totalizando $ 100.000,00 (cem mil reais) integralizadas neste ato em moeda corrente do País, e;
150.000 (cento e cinquenta mil) quotas, totalizando $ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) a
ser integralizadas no prazo de 60 (sessenta) dias em moeda corrente do País;

b) José de Souza, 250.000 (duzentos e cinquenta mil) quotas de $ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando $ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) integralizadas neste ato, mediante
incorporação à sociedade de um imóvel avaliado nesse mesmo valor, conforme laudo pericial
com destaque para as seguintes parcelas: $ 80.000,00 (oitenta mil reais) para o terreno e $
170.000,00 (cento e setenta mil reais) para as edificações.

Assim, temos os seguintes registros contábeis:


I - Pela subscrição do capital social:
D - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido)
C - CAPITAL SOCIAL SUBSCRITO (Patrimônio Líquido) 500.000,00

Valor do capital subscrito no valor de $ 500.000,00, dividido em 500.000 quotas de $ 1,00 cada
uma, conforme o contrato arquivado na Junta Comercial, cabendo 250.000 quotas ao sócio João
da Silva e 250.000 quotas ao sócio José de Souza.

II - Pelo valor integralizado do capital em dinheiro:


D - CAIXA (Ativo Circulante)
C - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido) 100.000,00

Valor da integralização parcial, em moeda corrente, das quotas do sócio João da Silva.

III - Pela integralização do capital em bens:


D - EDIFICAÇÕES (Ativo Imobilizado) 170.000,00
D - TERRENOS (Ativo Imobilizado) 80.000,00

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C - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido) 250.000,00

Valor da incorporação ao patrimônio da sociedade, para integralização das quotas do sócio José
de Souza, do imóvel localizado à ........ devidamente avaliado por laudo pericial.

IV - Pela integralização do saldo das quotas do sócio João da Silva, no prazo de 60 dias:
D - CAIXA (Ativo Circulante)
C - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido) 150.000,00

Valor da integralização do saldo das quotas do sócio João da Silva, conforme cheque de sua
emissão nº .... do Banco .....

 

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1.1 - Improcedência da Classificação no Ativo Diferido
De acordo com o artigo 179 da Lei nº 6.404/76, as contas do ativo imobilizado e ativo diferido
são classificadas do seguinte modo:

• Ativo Imobilizado - os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das
atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de
propriedade industrial ou comercial;

• Ativo Diferido - as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do


resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas
durante o período que anteceder o início das operações sociais.

Assim, por exemplo, a construção de um barracão, não é uma despesa e sim um gasto que seria
normalmente imobilizado, se a construção fosse efetuada em terreno da própria empresa.
Portanto seria incorreta a classificação daqueles dispêndios no Ativo Diferido.

Desta forma, se a empresa realiza uma benfeitoria e esta se caracteriza como Ativo Imobilizado,
deverá ser aí classificada; é irrelevante o fato de ter sido realizada em propriedade da empresa
ou de terceiros.

Serão classificadas no Ativo Diferido os gastos com benfeitorias em bens de terceiros, que
eventualmente não se caracterizem com Ativo Imobilizado, mas sim como efetivas despesas que
beneficiarão mais de um exercício social.

1.2 - Na Pessoa Jurídica Locadora do Imóvel

Os valores relativos às benfeitorias agregados aos imóveis locados pela pessoa jurídica terão o
seguinte tratamento:

a) o valor das benfeitorias que serão indenizadas serão registradas a débito da conta do Ativo
Imobilizado tendo como contrapartida de lançamento a conta do passivo exigível;

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b) o valor das benfeitorias que não forem indenizadas serão registradas a débito da conta do
ativo imobilizado e a crédito da conta de receita de aluguéis.

1.3 - Na Pessoa Jurídica Locatária do Imóvel

Os custos das construções e benfeitorias realizadas em bens pertencentes a terceiros devem


ser contabilizados:

a) no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, como valores a receber, quando


indenizáveis;

b) no Ativo Imobilizado, a medida em que os valores forem dispendidos na benfeitoria e


apropriados posteriormente, como despesa operacional (ou custo de produção se realizados em
imóveis ou equipamentos utilizados no processo produtivo), mediante amortização ou
depreciação conforme o caso;

c) a diferença apurada entre a indenização recebida e o valor contábil será registrada em conta
de resultado como ganho ou perda de capital.

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2.1 - Benfeitorias Não Indenizáveis
Considerando-se que determinada empresa "A" construa um galpão em um terreno alugado de
outra pessoa jurídica "B", dispendendo um valor de $ 60.000,00 e que o contrato, após a
construção, tem vigência fixada por mais quatro anos e estabelece que as benfeitorias não serão
indenizadas, teremos:

I - Na pessoa jurídica "A" - locatária:


a) Pelo registro dos gastos incorridos durante a construção:
• D - CONSTRUÇÕES EM ANDAMENTO (Ativo Permanente)
• C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 60.000,00

b) Pelo registro da conclusão da obra:


• D - BENFEITORIAS EM PROPRIEDADES DE TERCEIROS (Ativo Permanente)
• C - CONSTRUÇÕES EM ANDAMENTO (Ativo Permanente) $ 60.000,00

c) Pelo registro da quota mensal de amortização que será apropriada durante a vigência do
contrato:
• D - AMORTIZAÇÃO (Custo ou Despesa - Resultado)
• C - AMORTIZAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente) $ 1.250,00
Nota: Consideramos a apropriação da quota mensal: $ 60.000,00 : 48 meses = $ 1.250,00.

II - Na pessoa jurídica "B" - locadora:


a) Pelo registro do bem no mês em que ocorrer a conclusão da benfeitoria na empresa "A":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Imobilizado) $ 60.000,00
• C - RECEITA DE ALUGUÉIS (Resultado) $ 1.250,00
• C - RECEITA DE EXERCÍCIOS FUTUROS (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 58.750,00
Nota:
1) O bem será depreciado de acordo com as taxas fixadas pela legislação, a partir do momento
em que a empresa "A" iniciar a utilização do bem.
2) A receita será apropriada em obediência ao princípio da competência na vigência do contrato.

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2.2 - Benfeitorias Indenizadas Parcialmente

Considerando-se que a empresa "A" - locadora, aluga um terreno de sua propriedade para a
empresa "B", pelo prazo de seis anos, cobrando o valor de $ 1.200,00 a título de aluguel. A
empresa "B" constrói um barracão no imóvel locado no valor de $ 80.000,00, ficando pactuado
que a empresa "A" ressarcirá a importância de $ 50.000,00 a partir do 13º mês do período
locativo, em parcelas iguais e sucessivas de $ 1.000,00 que serão deduzidas do aluguel.
Ressalte-se que referido barracão foi concluído no 13º mês e será utilizado a partir desse mês
pela empresa "B".

Contabilmente, teremos:

I - Na empresa "B" - locatária:


a) Pelo registro do gasto de $ 80.000,00 na construção do barracão:
• D - BENFEITORIAS EM PROPRIEDADES DE TERCEIROS (Ativo Permanente) $ 30.000,00
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 12.000,00
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 38.000,00
• C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 80.000,00

b) Pelo registro, a partir do 13º mês do pagamento do aluguel e do ressarcimento efetuado pela
empresa "B":
• D - CONTAS A PAGAR - ALUGUEL (Passivo Circulante) $ 1.200,00
• C - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
• C - CAIXA/BANCO(Ativo Circulante) $ 200,00

c) Pelo registro da parcela de depreciação mensal a partir do 13º mês:


• D - DESPESA DE DEPRECIAÇÃO (Resultado)
• C - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente) $ 500,00
Nota: Consideramos a apropriação da quota mensal: $ 30.000,00 : 60 meses = $ 500,00.

d) Pelo registro da transferência da benfeitoria para a empresa "A", ao término do contrato:


• D - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL (Resultado) $ 0,00
• D - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente) $ 30.000,00
• C - BENFEITORIAS EM PROPRIEDADE DE TERCEIROS (Ativo Permanente) $ 30.000,00

II - Na empresa "A" - locadora:


a) Pelo registro da parcela indenizada à empresa "B":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Permanente) $ 50.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 12.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 38.000,00

b) Pelo reconhecimento como receita de aluguel do valor relativo a parcela não indenizada à
empresa "B":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Permanente) $ 30.000,00
• C - RECEITAS DE ALUGUÉIS (Resultado) $ 500,00
• C - RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 29.500,00
Nota: Consideramos o reconhecimento da receita mensalmente, até o final do contrato

c) Pelo recebimento do aluguel mensalmente:


• D- CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 200,00
• D - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 1.000,00

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• C - ALUGUÉIS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 1.200,00

2.3 - Benfeitorias Indenizadas Integralmente

Considerando-se que determinada empresa "A" construa um galpão em um terreno alugado de


outra pessoa jurídica "B", tendo gasto um valor de $ 80.000,00, e que tenha sido acertado que a
empresa "B" a indenizaria integralmente, mediante dedução, de $ 4.000,00 no valor do aluguel
mensal que equivale a $ 5.000,00, em 20 parcelas.

I - Na empresa "A":
a) Pelo registro dos gastos na construção:
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 48.000,00
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 32.000,00
• C - CAIXA/BANCO/FORNECEDORES $ 80.000,00
Nota: Apropriamos 12 parcelas x $ 4.000,00 = 48.000,00 no circulante e o restante no realizável
a longo prazo.

b) Pelo registro das parcelas de indenização e do valor do aluguel pago:


• D - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 5.000,00
• C - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 4.000,00
• C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 1.000,00

II - Na empresa "B":
a) Pelo registro do valor a indenizar para a empresa "A":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Imobilizado) $ 80.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 48.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 32.000,00
Nota: A empresa "B" poderá calcular a depreciação, na forma da legislação vigente, a partir do
período em que a locatária passar a utilizar-se da benfeitoria.

b) Pelo registro do valor do aluguel recebido mensalmente:


• D - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 1.000,00
• D - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 4.000,00
• C - ALUGUÉIS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 5.000,00.

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Quando a empresa adquire bens para o ativo imobilizado através do Finame, deverá considerar
como custo a ser ativado o preço total constante da nota fiscal do fornecedor, acrescido de outros
dispêndios, como, por exemplo, o frete e o seguro cobrados à parte.

As despesas financeiras decorrentes do empréstimo contraído para aquisição de bens do Ativo


Imobilizado não devem ser incluídas no custo de aquisição dos bens adquiridos, devendo ser
lançados como despesas financeiras pelo regime de competência.

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Ressalte-se que as obrigações contraídas, cujo prazo de vencimento final ocorra após o término
do exercício social seguinte àquele em que houve a contratação, serão classificadas no Exigível
a Longo Prazo e, por ocasião do levantamento do balanço, serão transferidas as parcelas que
devem ser liquidadas no exercício social seguinte, para o Passivo Circulante.

Considerando-se que determinada empresa tenha adquirido equipamentos para unidade fabril,
em dezembro/96, no valor de $ 300.000,00, sendo que 65% deste valor foi financiado pelo
Finame, e será pago em 39 parcelas.

Na data em que o financiamento foi liberado, o bem foi entregue e foi pago $ 2.600,00 a título de
taxas e comissões bancárias.

Temos os seguintes lançamentos contábeis:

a) Pelo registro do bem:


D - EQUIPAMENTOS (Ativo Imobilizado) 300.000,00
C - FINANCIAMENTOS - FINAME (Passivo Circulante) 60.000,00
C - FINANCIAMENTOS - FINAME (Exigível a Longo Prazo) 135.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 105.000,00
Nota: 300.000 x 65% = 195.000.00
$ 195.000,00 : 39 = $ 5.000,00
12 parcelas X 5.000,00 = 60.000,00 (Passivo Circulante)
27 parcelas X 5.000,00 = 135.000,00 (Exigível a Longo Prazo)

b) Pelo registro das despesas financeiras:


D - DESPESAS FINANCEIRAS ( Resultado)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 2.600,00

c) Por ocasião do pagamento das parcelas com juros e atualização monetária previstos no
contrato (12% sobre a parcela):
D - FINANCIAMENTOS - FINAME (Passivo Circulante) 5.000,00
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Resultado) 600,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 5.600,00

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A Lei Complementar nº 87/96 instituiu o crédito do ICMS relativo à aquisição de bens do ativo
permanente. Com o advento da Lei Complementar nº 102/00 o crédito do ICMS relativo a essas
aquisições passa a ser feito em 48 parcelas mensais, não havendo previsão de atualização. A
apropriação do crédito será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira
fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento.

Na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro
anos contados da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o
crédito do imposto em relação à fração (1/48) que corresponderia ao restante do quadriênio.

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Entendemos que ao crédito do ICMS relativo às aquisições de bens do ativo permanente deve
ser dado o tratamento idêntico àquele aplicável no registro das aquisições de mercadorias, tendo
em vista a efetiva redução do seu custo de aquisição decorrente do aproveitamento do ICMS
nele contido como crédito fiscal.

De acordo com o PN CST nº 02/79, "na hipótese em que a legislação especial admita
recuperação do imposto destacado em Nota Fiscal de aquisição do ativo, ele não poderá integrar
o custo de aquisição nem afetar o resultado do exercício; daí porque será debitado a conta
própria de ativo ou passivo circulante, conforme o caso".

O crédito do ICMS representa, de fato, uma redução do custo de aquisição dos ativos, já que
implica não redução do valor a pagar ao fornecedor do bem, mas a redução do imposto a recolher
no período de quarenta e oito meses.

Observamos que pelo fato da recuperação do ICMS ocorrer no período de quarenta e oito meses,
a classificação contábil desse valor deverá obedecer a regra do art. 179 da Lei nº 6.404/76, que
determina que deverão ser classificados no ativo circulante os direitos realizáveis no curso do
exercício social subsequente e no ativo realizável a longo prazo, os direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte.

No caso da alienação do ativo que gerou o crédito do ICMS, o valor do crédito do ICMS anulado
volta a compor o custo do ativo imobilizado, ou alternativamente, a empresa poderá lançar o
valor do crédito não aproveitado como uma despesa no resultado.

O saldo do crédito do ICMS não aproveitado no período de quarenta e oito meses será baixado
para uma conta de despesa, no resultado, que pode ser intitulada como "créditos fiscais não
aproveitados".

A empresa poderá efetuar o controle do valor do crédito do ICMS, relativo às aquisições de bens
do ativo, mediante utilização do Ciap - "Controle do ICMS Ativo Permanente", previsto na
legislação do ICMS de cada Estado, que permite controlar o valor dos créditos apropriados
mensalmente, bem como aqueles que porventura devam ser estornados.
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3.1 - Aquisição do Bem
Considerando-se que determinada empresa adquiriu uma máquina para o seu ativo, no mês de
julho/00, cuja Nota Fiscal constou os seguintes valores:
Valor da máquina $ 100.000,00
Valor do ICMS (17%) $ 17.000,00
I - Pelo registro do bem no ativo permanente:
D - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(Ativo Permanente - Imobilizado) $ 83.000,00
D - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Circulante) $ 6.375,00
D - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 10.625,00
C- CAIXA/BANCO
(Ativo Circulante) $ 100.000,00
Nota: Classificamos o valor de $ 6.375,00 no curto prazo, relativamente ao período de julho/00
a dezembro/01 e o restante de $ 10.625,00 no realizável a longo prazo.

II - Pelas compensações do valor equivalente a 1/48 do crédito do ICMS com o valor do ICMS
devido mensalmente:

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D - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Circulante) $ 354,17
Nota: $ 17.000,00 : 48 meses = $ 354,17.

3.2 - Venda do Bem


Considerando-se ainda que a empresa realize a venda dessa máquina no mês de dezembro/00
pelo valor de $ 150.000,00, e tenha aproveitado 6/48 (julho a dezembro/00) do crédito do ICMS
no valor de $ 2.125,02, teremos:

I - Lançamento do valor do crédito anulado como integrante do custo do bem:


a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS:
D - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(Ativo Permanente - Imobilizado) $ 14.874,98
C - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Circulante) $ 4.249,98
C - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 10.625,00

b) pela baixa do bem pela venda:


D - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL (Resultado)
C - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(Ativo Permanente - Imobilizado) $ 97.874,98
Nota: $ 83.000,00 + $ 4.249,98 + $ 10.625,00 = $ 97.874,98.

c) pela baixa do valor da depreciação acumulada no valor de $ 4.150,00 (valor hipotético):


D - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente - Imobilizado)
C - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL
(Resultado) $ 4.150,00
d) pelo valor recebido:
D - CAIXA/BANCO (Ativo Permanente)
C - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL
(Resultado) $ 150.000,00
Nota: Saldo da conta ganho de capital: $ 150.000,00 + $ 4.150,00 = $ 154.150,00 - $ 97.874,98
= $ 56.275,02.

II - Lançamento do valor do crédito anulado como despesa:


a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS:
D - CRÉDITOS FISCAIS NÃO RECUPERADOS
(Resultado) $ 14.874,98
C - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Circulante) $4.249,98
C - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 10.625,00

b) pela baixa do bem pela venda:


D - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL (Resultado)
C - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(Ativo Permanente - Imobilizado) $ 83.000,00

c) pela baixa do valor da depreciação acumulada no valor de $ 4.150,00 (valor hipotético):

10
D - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente - Imobilizado)
C - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL
(Resultado) $ 4.150,00

d) pelo valor recebido:


D - CAIXA/BANCO (Ativo Permanente)
C - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL
(Resultado) $ 150.000,00
Nota: Saldo da conta ganho de capital: $ 150.000,00 + $ 4.150,00 = $ 154.150,00 - $ 83.000,00
= $ 71.150,00.

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A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica, como custo
ou despesa operacional, será determinada mediante aplicação da taxa de depreciação sobre o
valor do bem em reais.

A partir de 01.01.96, com a extinção da correção das demonstrações financeiras, não será mais
utilizado o Razão Auxiliar em UFIR para fins de cálculo do encargo de depreciação.

O cálculo das quotas de depreciação de bens do ativo imobilizado será efetuado da seguinte
forma:

I - Bens Existentes no Ativo Imobilizado em 31.12.96

As quotas de depreciação de bens existentes no Ativo Imobilizado em 31.12.96, a ser apropriada


no ano calendário 1997, serão determinadas da seguinte forma:

a) aplicar a taxa anual sobre o valor dos bens em reais, constante do saldo de abertura da conta,
para obtenção da quota anual de depreciação;

b) dividir a quota anual em reais por 12, para determinar os duodécimos mensais a serem
registrados na escrituração em cada mês;

c) caso o bem seja baixado do Ativo Imobilizado, no decorrer do ano-calendário, multiplica-se o


valor do duodécimo mensal pelo número de meses, contados do mês de início do ano-calendário
até o mês em que o bem for baixado contabilmente.

Conforme exposto acima, teremos:

Saldo de abertura da conta máquina e equipamentos $ 12.000,00

Taxa de depreciação 10%


a) $ 12.000,00 X 10% = $ 1.200,00 (quota anual)
b) $ 1.200,00 : 12 (meses) = $ 100,00 (quota mensal)

11
c) Supondo-se que o bem tenha sido baixado em junho/98, teremos:
$ 100,00 X 6 (número de meses de janeiro/98 a junho/98) = $ 600,00 (valor a ser apropriado
contabilmente até o mês de junho/98).

II - Bens Acrescidos no Ativo Imobilizado no Ano-Calendário

A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens existentes,
será calculada da seguinte forma:

a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo, obtendo
a quota anual em reais;

b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de depreciação,
a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou incorporação do acréscimo;

c) no caso de bem incorporado e baixado do Ativo Imobilizado, dentro do ano-calendário, serão


apropriados os duodécimos de depreciação proporcionais ao número de meses que o bem
permanecer incorporado ao ativo.

O registro contábil do encargo de depreciação será feito a débito de uma conta de custo ou
despesa operacional e a crédito da conta redutora do ativo imobilizado intitulada depreciação
acumulada.

D - CUSTO OU DESPESA OPERACIONAL(Conta de Resultado)


Depreciação de Máquinas e Equipamentos
C - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Imobilizado)
Máquinas e Equipamentos

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I - Valores que Compõem a Folha de Pagamento

Na folha de pagamento, além dos salários dos funcionários, constam também outros valores,
tais como: férias, 13º salário, INSS e IRRF descontados dos salários, aviso prévio, valor do
desconto relativo ao vale transporte e às refeições e ainda o valor do FGTS incidente sobre os
salários.

Podem, ainda, constar da folha de pagamento de salários, as verbas pagas aos funcionários por
ocasião da rescisão de contrato de trabalho.

II - Observância do Princípio Contábil da Competência

Normalmente os salários são pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao de referência, exceto os
casos em que os acordos ou convenções coletivas estabelecem prazos menores. No entanto, a
contabilização da folha de pagamento de salários deve ser efetuada observando-se o regime de
competência, ou seja, os salários devem ser contabilizados no mês a que se referem ainda que
o seu pagamento seja efetuado no mês seguinte.

No caso do valor relativo às férias e ao 13º salário, a empresa deve apropriar estes valores
mensalmente em obediência ao regime de competência, efetuando a provisão para o pagamento

12
dessas verbas. Se a empresa não faz a provisão, esses valores serão apropriados como custo
ou despesa por ocasião do respectivo pagamento.

III - Classificação Contábil

Os salários e encargos incidentes sobre os mesmos, classificam-se como despesas


operacionais, quando referentes a funcionários das áreas comercial e administrativa, e como
custo de produção quando referentes a funcionários dos setores de produção.

IV - Lançamentos Contábeis

Considerando-se que o resumo de folha de pagamento de determinada empresa comercial


apresente os seguintes dados:

a) Folha de Pagamento de Salários do Mês de Março/99


DESCRIÇÃO $ DESCONTOS $
Salários 15.000,00 Adiantamento de salário 6.000,00
Aviso Prévio indenizado 800,00 INSS sobre salários 1.425,00
Férias indenizadas 700,00 INSS sobre 13º salário 40,00
Salário-maternidade 1.800,00 Vale-transportes 740,00
Salário-família 30,00 Vale-refeições 980,00
13º salário – quitação 500,00 Assistência médica 630,00
Total das verbas 18.830,00 Faltas e atrasos 90,00
IRRF sobre salários 710,00
Contribuição Sindical 30,00
Total dos descontos 10.645,00
VALOR LÍQUIDO DA FOLHA DE
PAGAMENTO $ 8.185,00

b) Contribuição Previdenciária a Recolher


INSS sobre salários $ 4.200,00
INSS sobre 13º salário $ 130,00
(=)INSS devido pela empresa $ 4.330,00
(+)INSS descontado dos empregados $ 1.465,00
(-) Salário-família $ 30,00
(-) Salário-maternidade $ 1.800,00
(=) Valor líquido a recolher $ 3.965,00

c) Contribuição ao FGTS a Recolher


Parcela incidente sobre a folha de pagamento $ 1.260,00
(+) Contribuição ao FGTS sobre 13º salário - rescisão $ 40,00
(=) Valor da contribuição ao FGTS devida $ 1.300,00
Nota:
1. A rescisão de contrato de trabalho é por dispensa sem justa causa, ocorrida no dia 31.03.99
e o pagamento será feito até o 5º dia útil subsequente;
2. A contribuição ao FGTS sobre os salários e sobre os valores devidos na rescisão foi
depositada nas respectivas contas vinculadas;
3. O adiantamento de salário foi pago no dia 20.03.99, e sobre esse valor foi retido o IRRF no
valor de $ 250,00;
4. A empresa provisiona mensalmente o valor das férias, o 13º salário e os encargos sociais.
Teremos os seguintes lançamentos contábeis:

13
a) Pelo valor do adiantamento de salário pago no dia 20.03.99:
D - ADIANTAMENTO DE SALÁRIOS (Ativo Circulante) $6.000,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 250,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 5.750,00

b) Pelo pagamento do IRRF sobre o adiantamento:


D - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 250,00

c) Pela provisão dos valores relativos aos salários e ao aviso prévio indenizado:
D - GASTOS COM PESSOAL (Resultado)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 15.800,00

d) Pela baixa da provisão para férias e encargos incidentes sobre essa verba, pelo valor a ser
pago na rescisão, tendo em vista que esses valores já foram provisionados anteriormente:
D - PROVISÃO PARA FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 700,00

e) Pela baixa da provisão para 13º salário e encargos incidentes sobre essa verba, pelo valor a
ser pago na rescisão, tendo em vista que esses valores já foram provisionados anteriormente:
D - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 500,00

f) Pelo valor da Contribuição FGTS incidente sobre a parcela do 13º salário pago na rescisão:
D - PROVISÃO P/ 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 40,00

g) Pelo valor da Contribuição ao FGTS sobre a folha de salários:


D - GASTOS COM PESSOAL - FGTS (Resultado)
C - FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 1.260,00

h) Pelo valor do salário-família e salário-maternidade que são deduzidas do valor do "INSS a


Recolher":
D - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante $ 1.830,00)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
Salário-família $ 30,00
Salário-maternidade $ 1.800,00

i) Pelo valor da Contribuição Sindical, INSS sobre salários e 13º salário e IRRF descontados em
folha de pagamento:
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 2.205,00
C - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 30,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 710,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 1.465,00

j) Pelo valor descontado dos salários relativos a faltas e atrasos:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - GASTOS COM PESSOAL - SALÁRIOS E ORDENADOS (Resultado) $ 90,00

l) Pelos valores relativos à assistência médica, vale-transporte e vale-refeição descontados dos


funcionários:
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 2.350,00

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C - GASTOS COM PESSOAL (Resultado)
Vale-transporte $ 740,00
Vale-refeição $ 980,00
Assistência médica $ 630,00

m) Pela baixa do valor dos adiantamentos concedidos:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - ADIANTAMENTO DE SALÁRIOS (Ativo Circulante) $ 6.000,00

n) Pela provisão do INSS da empresa sobre os salários e o 13º pago na rescisão:


D - GASTOS COM PESSOAL INSS (Resultado) - empresa $ 4.200,00
D - PROVISÃO PARA DÉCIMO TERCEIRO E ENCARGOS SOCIAIS (P Circulante) $ 130,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 4.330,00

o) Pelo pagamento dos salários pelo valor de $ (total líquido da folha de $ 8.185,00 menos os
valores a pagar em rescisão de contrato de $ 2.000,00):
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 6.185,00

p) Pelo pagamento das verbas rescisórias (aviso prévio, 13º salário e férias):
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 2.000,00

q) Pelo pagamento do FGTS:


D - FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 1.300,00

r) Pelo pagamento do INSS:


D - INSS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 3.965,00

s) Pelo pagamento da Contribuição Sindical:


D - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 30,00

t) Pelo pagamento do IRRF:


D – IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 710,00

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I - Previsão Legal Para Constituição da Provisão

A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir, como custo ou despesa
operacional, em cada exercício social, importância destinada a constituir provisão para
pagamento de remuneração correspondente a férias de seus empregados (art. 279 do RIR/94).

15
A faculdade de constituir essa provisão contempla a inclusão dos gastos já incorridos com a
remuneração de férias proporcionais, 1/3 (um terço) do adicional de férias e dos encargos sociais
incidentes sobre os valores que forem objeto de provisão, cujo ônus caiba à pessoa jurídica.

É importante observar que a dedução da provisão para pagamento de remuneração de férias


somente é permitida quando devidamente quantificada e individualizada, conforme decidiu o 1º
Conselho de Contribuintes através do Acórdão nº 101-75.344/84.

Assim sendo, em virtude dessa limitação à dedução da provisão para férias, a sua constituição
precisa estar amparada em demonstrativo que quantifique e individualize as férias incorridas.

II - Contagem de Dias de Férias

A contagem dos dias de férias será efetuada de acordo com o disposto no artigo 130 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O empregado adquire o direito ao período integral de férias, ou seja, 30 (trinta) dias, após
completar 1 (um) ano de serviço na empresa e desde que não tenha faltado ao trabalho,
injustificadamente, por mais de 5 (cinco) vezes.

Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá
direito a férias na seguinte proporção:

a) 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
b) 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
c) 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
d) 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

Relativamente aos períodos inferiores a 12 (doze) meses de serviço na data de encerramento


do balanço, tomar-se-á por base para contagem de dias de férias 1/12 (um doze avos) de 30
(trinta) dias por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

III - Cálculo da Provisão

O número de dias de férias, por empregado, será multiplicado por 1/30 (um trinta avos) da sua
remuneração mensal na época do encerramento do balanço, sendo referido valor acrescido de
1/3 (um terço), a título de adicional de férias, e mais os encargos sociais, cujo ônus couber à
empresa.

IV - Encargos Sociais Incidentes Sobre Férias

Além da provisão do valor correspondente à remuneração de férias, a empresa pode provisionar


os valores relativos às contribuições ao INSS e ao FGTS que incidirão sobre as férias, que
constituem encargo da empresa.

V - Provisão Excedente ao Valor do Limite Dedutível

Caso o valor provisionado exceda o limite dedutível para efeitos fiscais, o valor excedente deverá
ser adicionado ao lucro líquido na determinação do lucro real.

Esse valor poderá ser excluído na determinação do lucro real do período em que preencher os
requisitos para ser dedutível ou em que for revertido a crédito de conta de resultado.

O montante da provisão para pagamento de remuneração de férias e dos encargos sociais


incidentes sobre referida remuneração será debitado em conta de custos ou despesas
operacionais.

16
No período seguinte, a conta de provisão, classificada no passivo circulante, será debitada, até
o limite provisionado, pelos valores pagos a qualquer beneficiário cujas férias ali tenham sido
incluídas.

Caso não haja saldo suficiente na conta de provisão, o excedente será debitado diretamente a
custos ou despesas operacionais.

Observe-se, ainda, que no final do período de apuração do imposto deverá ser efetuada a
reversão do saldo remanescente, se houver, e constituída nova provisão.

Utilizando-se da faculdade concedida pela legislação do imposto de renda, a empresa "A" decidiu
constituir provisão para pagamento de remuneração de férias no período encerrado em 30.06.97,
com base nos seguintes dados:

Férias vencidas e proporcionais $ 7.000,00


INSS sobre férias $ 1.820,00
FGTS sobre férias $ 560,00

O lançamento contábil referente a constituição da provisão para pagamento de remuneração de


férias e respectivos encargos sociais poderá ser efetuado do seguinte modo:

a) Pelo valor da provisão para pagamento das férias:


D - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 7.000,00

b) Pela provisão dos encargos sociais incidentes sobre as férias:


D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 2.380,00

Por ocasião do balanço levantado em 30.09.97, a empresa apurou os seguintes valores relativos
à provisão de férias e encargos sociais devidos:

- Férias vencidas e proporcionais: $ 12.000,00


- INSS sobre remuneração de férias: $ 3.120,00
- FGTS sobre remuneração de férias: $ 960,00

Contabilmente, deverá ser efetuado o ajuste da conta que registra a provisão, da seguinte forma:

a) Pelo ajuste do valor provisionado a título de remuneração de férias:


D - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 5.000,00
Nota: Valor a ser provisionado em 30.09.97: 12.000,00
(-) valor provisionado em 30.06.97: 7.000,00
(=) valor do ajuste da provisão: 5.000,00

b) Pelo ajuste do valor provisionado a título de encargos sociais incidentes sobre férias:
D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 1.700,00
= Nota: valor a ser provisionado em 30.09.97: 4.080,00
(-) valor provisionado em 30.06.97: 2.380,00

17
(=) valor do ajuste da provisão: 1.700,00
No mês de outubro a empresa efetuou o pagamento de remuneração de férias cujos valores são
os seguintes:
- valor da remuneração de férias: $ 10.000,00;
= - encargo de INSS: $ 2.600,00;
- encargo de FGTS: $ 800,00.
= Nota: Não consideramos os dados relativos ao Imposto de Renda na Fonte e o INSS retidos
do empregado.

Teremos os seguintes lançamentos contábeis:

a) Pelo pagamento da remuneração de férias:


D - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 10.000,00

b) Pela apropriação dos encargos sociais sobre a remuneração de férias paga:


D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 3.400,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 2.600,00
C - FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 800,00

No caso da perda do direito às férias pelo empregado, ou caso o montante da provisão não tenha
sido utilizado, tais valores, constantes da conta de provisão, deverão ser revertidos a crédito da
conta de resultado, da seguinte forma:

a) Pela reversão da provisão da remuneração de férias:


D - PROVISÃO PARA FÉRIAS (Passivo Circulante)
C - PROVISÃO PARA FÉRIAS (Conta de Resultado) $ 2.000,00
Nota: Valor Provisionado = $ 12.000,00
(-) Valor Pago = 10.000,00
(=) Saldo não Utilizado = 2.000,00

b) Pela reversão dos encargos incidentes sobre as férias:


D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS INCIDENTES SOBRE FÉRIAS (Passivo
Circulante)
C - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS INCIDENTES SOBRE FÉRIAS (Conta de
Resultado) 680,00
Nota: Valor Provisionado = $ 4.080,00
(-) Encargos sobre o Valor Pago = 3.400,00
(=) Saldo não Utilizado = 680,00

VI - Não Constituição da Provisão

Caso a empresa não tenha efetuado a provisão para pagamento de férias, a totalidade do valor
pago ou creditado a esse título será deduzida, como custo ou despesa operacional, no próprio
mês em que ocorrer o pagamento, ainda que o período de gozo das férias pelo empregado
avance o período subsequente (PN CST nº 8/85).

18
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O montante correspondente ao 13º salário e aos encargos sociais incidentes deve ser registrado
como custo de produção, quando se referir ao pessoal dos setores produtivos, ou como despesa
operacional, quando se referir ao pessoal dos setores administrativos ou de vendas, tendo como
contrapartida contas de "Provisão para 13º salário" e "Provisão para encargos sociais sobre o
13º salário", ou em uma única conta intitulada "Provisão para 13º salário e encargos sociais".

Por ocasião do pagamento da primeira parcela, a empresa deve registrá-lo em conta intitulada
"Adiantamento de 13º salário" no Ativo Circulante. Quando ocorrer a quitação da gratificação, o
valor constante da conta "Adiantamento de 13º salário" será baixado contra a conta de "Provisão
para 13º salário" no Passivo Circulante.

No pagamento do saldo ocorre a quitação da obrigação por parte da empresa. O montante pago
nesta ocasião poderá ser registrado diretamente à conta de provisão constituída anteriormente.

Caso a empresa não tenha constituído a provisão, o valor pago e o valor lançado na conta
"Adiantamento de 13º salário" serão lançados diretamente à conta de custo ou despesa,
conforme o caso, no mês em que se der a quitação da gratificação.

Os registros contábeis a serem efetuados por ocasião do adiantamento, provisão e encargos


sociais relativos ao 13º salário, de acordo com a técnica contábil, considerando-se os dados
abaixo, são os seguintes:

Valor a ser provisionado em 30.11.97, pelo valor total, a título de 13º salário dos empregados
admitidos em 1996 à razão de 11/12: $ 8.500,00

Valor dos encargos incidentes sobre o valor do 13º salário a ser provisionado (alíquota hipotética
de 26% de INSS e 8% de FGTS): $ 2.890,00

Valor do adiantamento concedido em 30.11.97: $ 4.250,00


Valor da quitação em 19.12.97: $ 5.900,00
Valor hipotético do IRRF descontado dos empregados: $ 700,00
Valor hipotético do INSS descontado dos empregados: $ 800,00

Valor da diferença entre o valor dos encargos provisionados e o total dos encargos constantes
da folha de pagamento: $ 561,00

I - Por ocasião do registro da provisão e do adiantamento, temos:


a) Pelo registro do valor provisão em 30.11.97:
D - 13º SALÁRIO (despesa operacional)
C - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 8.500,00

b) Pelo valor dos encargos incidentes sobre o valor do 13º salário:


D - ENCARGOS SOBRE 13º SALÁRIO (despesa operacional)
C - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOBRE O 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 2.890,00

19
c) Pelo valor do adiantamento concedido em 30.11.97:
D - ADIANTAMENTO DE 13º SALÁRIO (Ativo Circulante)
C - CAIXA/BANCOS (Ativo Circulante) 4.250,00

II - Pelo registro da folha de pagamento do 13º salário, teremos os seguintes lançamentos:

a) Pela baixa da provisão até o montante provisionado:


D - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO (Passivo circulante)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) 8.500,00

b) Pelo registro da diferença entre o valor provisionado a título de 13º salário e o valor da folha
de pagamento:
D - 13º SALÁRIO (despesa operacional)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) 1.650,00
Nota: Valor da folha de pagamento: $ 4.250,00 + $ 5.900,00 = $ 10.150,00

Valor provisionado: $ 8.500,00 - $ 10.150,00 = 1.650,00


c) Pela baixa da provisão para encargos sociais sobre o 13º salário até o montante provisionado:
D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOBRE O 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 2.890,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) 2.210,00
C - FGTS a recolher (Passivo Circulante) 680,00
Nota: INSS a recolher: 26% X 8.500,00 = 2.210,00

FGTS a recolher: 8% X 8.500,00 = 680,00


d) Pelo registro da diferença apurada entre o valor dos encargos provisionados e o valor
constante da folha de pagamento:
D - ENCARGOS SOBRE O 13º SALÁRIO (despesa operacional) 561,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) 429,00
C - FGTS a recolher (Passivo Circulante) 132,00
Nota: INSS a recolher = 10.150,00 X 26% = 2.639,00 - 2.210,00 = 429.00

FGTS a recolher = 10.150,00 X 8% = 812,00 - 680,00 = 132,00.

e) Pelo registro da baixa do adiantamento de 13º salário:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - ADIANTAMENTOS DE 13º SALÁRIO (Ativo Circulante) 4.250,00

f) Pelo valor do INSS retido dos empregados:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) 800,00

g) Pelo valor do IRRF retido dos empregados:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) 700,00

h) Pelo valor líquido pago:


D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) 4.400,00
Nota: Valor da quitação 5.900,00 - IRRF 700,00 - INSS 800,00 = 4.400,00

20
- !"#$%.&/'!($.

A remuneração "pró-labore" será debitada à conta de custos ou despesas operacionais. Referido


valor será classificado como custo quando a remuneração for atribuída a dirigentes de indústria
e de produção dos serviços, e como despesa operacional quando a remuneração for atribuída a
dirigentes ligados à administração.

O registro contábil referente a remuneração de "pró-labore", considerando-se os dados abaixo,


poderá ser feito do seguinte modo:

a) remuneração $ 4.000,00

b) IR-Fonte (valor hipotético) $ 620,00

I - Pela provisão:
D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Conta de Resultado)
C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 4.000,00

II - pelo pagamento:
D - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 4.000,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 620,00
C - BANCO C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 3.380,00

III - Pelo valor do INSS:


D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Resultado)
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 800,00

)0*$&!%*!%$+!,

Mercadorias são artigos adquiridos pelo comércio para revenda em seus estabelecimentos, seja
a varejo, seja em atacado.

Tributos recuperáveis

O valor dos impostos e contribuições recuperáveis não se inclui no custo das mercadorias.

Desta forma, o ICMS destacado na aquisição de mercadoria para revenda deve ser excluído do
custo de aquisição, contabilizando-se o valor correspondente em conta própria do ativo
circulante. Esse procedimento faz com que a mercadoria adquirida ingresse no estoque da
empresa pelo seu valor líquido, ou seja, sem o ICMS incluso no valor da Nota Fiscal.

O mesmo se pode afirmar sobre a contabilização do PIS e COFINS, quando recuperáveis.

No caso do IPI, se a empresa não tiver direito a crédito desse imposto, o valor correspondente

21
integrará o custo de aquisição das mercadorias.

Frete

O valor do frete pago pelo transporte de mercadorias será registrado como parcela integrante do
custo de aquisição.

Empresa que não mantém controle de estoques

Na empresa que não mantém controle de estoques, usualmente as compras são registradas em
contas de resultado específicas (Compra de Mercadorias, ICMS sobre Compra de Mercadorias,
Fretes sobre Compras) sendo que na data de apuração dos resultados se faz o levantamento
físico dos estoques para a contabilização do valor a débito de estoques e a crédito de conta de
resultado, chamado “Estoques Finais de Mercadorias”.

IPI não recuperável

A empresa comercial, quando adquire mercadoria de indústria, deve considerar o IPI destacado
na Nota Fiscal como custo de aquisição, uma vez que, pela sua natureza, não poderá exercer o
direito ao crédito desse imposto.

Registros contábeis

1. Registro do valor total da nota fiscal do fornecedor:


D – Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante)
C – Fornecedores – Seabra Cia. Ltda. (Passivo Circulante)

2. Registro do ICMS recuperável:


D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante)

3 – Registro do frete:
D – Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante)
C - Fornecedores – Transportes Paulista Ltda. (Passivo Circulante)

4. Parcelas de crédito do PIS e COFINS não cumulativos:


D. PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
D. COFINS a Recuperar (Ativo Circulante)
C. Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante)

 !"#$%&'(' "!" !#()*

Os insumos para produção compreendem os materiais necessários para incorporação ao


produto final, tais como: Matérias-Primas; Materiais de Embalagem e Materiais Intermediários.

O ICMS destacado na aquisição de insumos deve ser excluído do custo de aquisição,


contabilizando-se o valor correspondente em conta própria do ativo circulante. Esse
procedimento faz com que o insumo adquirido ingresse no estoque da indústria pelo seu valor

22
líquido, ou seja, sem o ICMS incluso no valor da Nota Fiscal.

No caso do IPI, se a indústria não tiver direito a crédito desse imposto, o valor correspondente
integrará o custo de aquisição dos insumos.

O valor do frete pago pelo transporte de insumos será registrado como parcela integrante do
custo de aquisição.

Empresa que não mantém controle de estoques

Na empresa que não mantém controle de estoques, usualmente as compras são registradas em
contas de resultado específicas (Compra de Matérias Primas, Compras de Materiais de
Embalagem, ICMS sobre Compras, Fretes sobre Compras, etc.) sendo que na data de apuração
dos resultados se faz o levantamento físico dos estoques para a contabilização do valor a débito
de estoques e a crédito de conta de resultado, chamado “Estoques Finais de Insumos”.

Exemplo:

1. Pelo registro da compra:


D – Compras de Matéria Prima (Resultado)
C – Fornecedores (Passivo Circulante)

2. Registro do ICMS recuperável sobre a Matéria Prima:


D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)
C – ICMS sobre Compras (Resultado)

3. Registro do IPI Recuperável:


D – IPI a Recuperar (Ativo Circulante)
C – IPI sobre Material de Embalagem (Resultado)
Nota: para as empresas optantes pelo lucro real, contabilizar também as parcelas de crédito do
PIS e COFINS não cumulativos.

" !#$% & '()*+

A devolução de compras por parte da empresa adquirente das matérias-primas, materiais de


embalagem e mercadorias poderá ocorrer por diversos motivos.

Os motivos mais comuns que ensejam a devolução de compras são os seguintes:

a) mercadoria recebida fora das especificações exigidas pela empresa compradora, ou seja, as
mercadorias constantes da Nota Fiscal não correspondem na quantidade, qualidade ou preço
constantes do pedido;

b) mercadoria recebida em estado de deterioração ou danificada.

23
Os procedimentos contábeis aplicáveis à devolução de compras levam em consideração dois
aspectos, a saber:

a) empresa com controle permanente de estoques; e

b) empresa que não mantém controle permanente de estoques.

I - Empresa Com Controle Permanente de Estoques

Quando a empresa mantém controle permanente de estoques, os registros na escrituração


devem observar a seguinte rotina de contabilização:

a) compra de mercadorias conforme dados a seguir:


Valor das compras $ 10.000,00
ICMS sobre compras $ 1.700,00
D - ESTOQUES (Ativo Circulante) $ 8.300,00
D - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 1.700,00
C - FORNECEDORES (Passivo Circulante) $ 10.000,00

b) Considerando-se que a empresa adquirente tenha efetuado devolução de mercadorias


conforme dados a seguir:
Valor da devolução $ 5.000,00
ICMS s/devolução de compras $ 850,00
O registro contábil poderá ser efetuado do seguinte modo:
D - FORNECEDORES (Passivo Circulante) $ 5.000,00
C - ESTOQUES (Ativo Circulante) $ 4.150,00
C - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 850,00

II - Empresa Que Não Mantém Controle Permanente de Estoques


A empresa que não mantém controle permanente de estoques observará a seguinte rotina
contábil:
a) compra de mercadorias conforme dados a seguir:
Valor da compra $ 10.000,00
ICMS sobre compras $ 1.700,00
D - COMPRAS (Conta de Resultado)
C - FORNECEDORES (Passivo Circulante) $ 10.000,00
D - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante)
C - ICMS S/COMPRAS (Conta de Resultado) $ 1.700,00

b) Considerando-se que a empresa adquirente tenha efetuado devolução de mercadorias


conforme dados a seguir:
Valor da devolução $ 5.000,00
ICMS s/devolução de compras $ 850,00
O registro contábil poderá ser efetuado do seguinte modo:
D - FORNECEDORES (Passivo Circulante)
C - DEVOLUÇÃO DE COMPRAS (Conta de Resultado) $ 5.000,00
D - ICMS S/DEVOLUÇÃO DE COMPRAS (Conta de Resultado)
C - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 850,00

24
 1"!#$%&$'!

A partir do ano-calendário de 2015, com a publicação da Lei nº 12.973/2014 que alterou o artigo
12 do Decreto-lei nº 1.598/1977, o conceito de Receita Bruta para fins de apuração do Imposto
de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
passou a compreender:

a. O produto da venda de bens nas operações de conta própria;


b. O preço da prestação de serviços em geral;
c. O resultado auferido nas operações de conta alheia, como comissões referentes a
vendas de bens e serviços por conta de terceiros; e
d. As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendida nas
letras "a" a "c" acima.

Além do exposto, cabe nos registrar o disposto no artigo 12, § 4º do Decreto-lei nº 1.598/1977,
que assim prescreve:

Art. 12 (...)

§ 5º Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do


ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4º.

Por fim, cabe ressaltar que o conceito de Receita Líquida também foi alterado, passando a ser a
Receita Bruta diminuída dos seguintes itens:
a. Devoluções e vendas canceladas;
b. Descontos concedidos incondicionalmente;
c. Tributos sobre ela incidentes; e
d. Valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o artigo 183, caput, VIII da
Lei nº 6.404/1976, das operações vinculadas à receita bruta.

Na contabilização das receitas, convém verificar as disposições do Pronunciamento Técnico


CPC 47 - Receita de contrato com cliente, in verbis:

Determinação do preço da transação

47. A entidade deve considerar os termos do contrato e suas práticas de negócios usuais para
determinar o preço da transação. O preço da transação é o valor da contraprestação à qual a
entidade espera ter direito em troca da transferência dos bens ou serviços prometidos ao
cliente, excluindo quantias cobradas em nome de terceiros (por exemplo, alguns impostos
sobre vendas). A contraprestação prometida em contrato com o cliente pode incluir valores fixos,
valores variáveis ou ambos.

Na leitura desse trecho do Pronunciamento constatamos que o preço da transação é o valor da


contraprestação à qual a entidade espera ter direito em troca da transferência dos bens ou
serviços prometidos ao cliente, excluindo as quantias cobradas em nome de terceiros, como, por
exemplo, os impostos incidentes sobre vendas.

25
Para um melhor entendimento dos procedimentos contábeis a serem observados quando do
registro da venda de mercadorias, especialmente do ICMS e do IPI incidente sobre o
faturamento, utilizaremos um exemplo prático. Mas antes uma observação importante:

• A contabilização dos referidos tributos deverá ser efetuada simultaneamente ao registro


do faturamento, tendo como contrapartida contas próprias de "Tributos a Recolher", no Passivo
Circulante (PC), bem como com observância do Regime da Competência Contábil.

Bom, mas vamos para nosso case. Suponhamos que a empresa fictícia Figueira Injetados Ltda.,
indústria com sede no Município de Campinas/SP, tenha efetuado uma venda à prazo para a
empresa Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda. de 10.000 peças plásticas injetadas, a
um preço unitário de R$ 4,00 (quatro reais). Suponhamos também que essas peças tenham sido
produzidas pela própria Figueira Injetados, incidindo, portanto, o IPI quando da emissão da Nota
Fiscal.

Assim, considerando essas informações teremos a emissão da seguinte Nota Fiscal:

Campo da NF Valor (R$)

Valor dos produtos (10.000 X R$ 4,00): 40.000,00

Base de Cálculo do ICMS (Valor dos produtos): 40.000,00

Valor do ICMS (R$ 40.000,00 X 18%): 7.200,00

Valor do IPI destacado (R$ 40.000,00 X 10%): 4.000,00

Total da NF (R$ 40.000,00 + R$ 4.000,00): 44.000,00

Já os lançamentos contábeis a serem efetuados pela empresa Figueira Injetados para formalizar
a venda em sua contabilidade, serão os seguintes:

Pelo registro da venda de 10.000 peças plásticas à empresa Vivax, conf. NF XXX.XXX:
D - Clientes (AC) _ R$ 44.000,00
C - Faturamento Bruto (CR) _ R$ 44.000,00

Pelo registro do IPI incidente sobre a venda:


D - IPI Faturado (CR) _ R$ 4.000,00
C - IPI a Recolher (PC) _ R$ 4.000,00

Pelo registro do ICMS incidente sobre a venda:


D - ICMS sobre Vendas (CR) _ R$ 7.200,00
C - ICMS a Recolher (PC) _ R$ 7.200,00

Pelo registro do PIS/Pasep incidente sobre a venda:


D - PIS/Pasep sobre Vendas (CR) _ R$ 660,00
C - PIS/Pasep a Recolher (PC) _ R$ 660,00

26
Pelo registro da Cofins incidente sobre a venda:
D - Cofins sobre Vendas (CR) _ R$ 3.040,00
C - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.040,00
Legendas:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.

%" !#$"&'(

A devolução de vendas de mercadorias e/ou produtos poderá ocorrer por diversos motivos. Os
motivos mais comuns que ensejam a devolução de vendas são os seguintes:

a) mercadoria entregue fora das especificações exigidas pela empresa compradora, ou seja, as
mercadorias constantes da Nota Fiscal não correspondem a quantidade, qualidade ou preço
constantes do pedido;
b) mercadoria entregue em estado de deterioração ou danificada.

a) venda de mercadorias conforme dados a seguir:


Valor das compras $ 10.000,00
ICMS sobre compras $ 1.700,00
Custo das mercadorias vendidas $ 6.400.00
D - CLIENTES (Ativo Circulante)
C - RECEITA COM VENDAS (Conta de Resultado) $ 10.000,00
D- ICMS SOBRE VENDAS (Conta de Resultado)
C - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 1.700,00
D - CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (Conta de Resultado)
C - ESTOQUE DE MERCADORIAS (Ativo Circulante) $ 6.400,00

b) devolução de mercadorias pelo cliente conforme dados a seguir:


Valor da devolução $ 1.000,00
ICMS sobre devolução de vendas $ 170,00
Custo das mercadorias devolvidas $ 640,00
Os registros contábeis poderão ser efetuados do seguinte modo:
D - DEVOLUÇÃO DE VENDAS (Conta de Resultado)
C - CLIENTES (Ativo Circulante) $ 1.000,00
D - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante)
C - ICMS S/DEVOLUÇÃO DE VENDAS (Conta de Resultado) $ 170,00
D - ESTOQUE DE MERCADORIAS (Ativo Circulante)
C - CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (Conta de Resultado) $ 640,00

Quando ocorre uma devolução de mercadorias que foram vendidas no exercício anterior, existe
a necessidade de um tratamento diferenciado no registro contábil, para que esse fato não altere
os resultados do exercício atual.

27
Assim, o registro será feito na forma de um cancelamento, neste exercício, de um lucro bruto
apurado no exercício anterior, que será tratado como uma despesa operacional e não mais como
uma conta redutora da conta que registra as vendas.

Considerando-se os dados do item anterior, teremos os seguintes lançamentos contábeis:

D - PREJUÍZO NA DEVOLUÇÃO DE VENDAS DE EX. ANTERIOR (C.Resultado)


C - CLIENTES (Ativo Circulante) $ 1.000,00
D - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante)
C - PREJUÍZO NA DEVOLUÇÃO DE VENDAS DE EX. ANTERIOR (C. Resultado) $ 170,00
D - ESTOQUE DE MERCADORIAS (Ativo Circulante)
C - PREJUÍZO NA DEVOLUÇÃO DE VENDA DE EX. ANTERIOR (C. Resultado) $ 640,00

' !"#$#%&())*$#$+,+$# +)*$#& +$# 

O ICMS apurado mensalmente na conta gráfica do livro Registro de Apuração do ICMS poderá
resultar devedor ou credor. Assim, teremos:
a) saldo credor do mês anterior;
b) mais: créditos do mês;
c) menos: débitos do mês;
d) igual a: saldo devedor ou saldo credor.

Contabilmente, no último dia de cada mês, deveremos fazer o lançamento de transferência do


valor contabilizado na conta "ICMS a Recuperar", do ativo circulante, para a conta de "ICMS a
Recolher", do passivo circulante, quando o saldo apresentar-se devedor. Na hipótese de saldo
credor, o lançamento contábil será feito de forma inversa.

O valor que compõe a conta do ativo "ICMS a Recuperar" refere-se ao ICMS incidente sobre
compras, fretes, conta de energia elétrica e sobre conta telefônica, etc. Por sua vez, o valor que
compõe a conta do Passivo "ICMS a Recolher" refere-se ao ICMS incidente sobre vendas, ICMS
sobre transferências, etc.

Exemplo:

Considerando-se que em 31 de agosto de 1998 a empresa "A" apresente a seguinte situação


em relação à conta gráfica do ICMS:

a) saldo credor do período anterior $ 1.100,00


b) total do crédito $ 5.600,00
c) total do débito $ 9.700,00

Com base nos dados do exemplo proposto, o registro contábil poderá ser efetuado do seguinte
modo:
D - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 6.700,00

Feito o lançamento acima, o saldo da conta de "ICMS a Recuperar", classificada no ativo

28
circulante, fica igual a zero e a conta de "ICMS a Recolher", classificada no passivo circulante,
passa a apresentar um saldo de $ 3.000,00.

Caso o valor do ICMS a recuperar seja superior ao valor do ICMS a recolher, aquela conta será
creditada pelo valor do ICMS a recolher, ficando o saldo para compensação em período
posterior.

Dando sequência, considerando-se que o ICMS, no valor de $ 3.000,00, seja recolhido em


10.09.98. O registro contábil, neste caso, poderá ser feito do seguinte modo:
D - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 3.000,00

( !"#$$%"!&'&)*+,"!"$+*-).*/%"

Os créditos do PIS e COFINS, escriturados por pessoa jurídica que tenha auferido receitas
submetidas ao regime de tributação não cumulativa dessa contribuição (Lei 10.637/2002 e Lei
10.833/2003), poderão ser utilizados na dedução, na escrita contábil da pessoa jurídica, dos
débitos da contribuição decorrentes de suas receitas tributadas.

Desta forma, conclui-se que é obrigatório a contabilização do crédito do PIS e da COFINS, não
bastando contabilizar o encargo correspondente pelo valor líquido (débito menos crédito),
devendo sê-lo destacadamente.

A seguir, apresentamos exemplos de contabilização:


$ !"# #!%&#! '(!
Apropriação de créditos sobre o estoque inicial no regime não cumulativo - R$ 50.000,00
Crédito do PIS R$ 50.000,00 x 0,65% = R$ 325,00 dividido por 12 = R$ 27,03
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - Estoques (Ativo Circulante)
R$ 325,00 (valor integral do crédito)

Mensalmente, se transferirá o crédito para a conta de PIS a Recolher:


D - PIS a Recolher (Passivo Circulante)
C - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
R$ 27,03
$ '( (%&!)* # "#'! # !#+)!
Valor das compras do mês (sem IPI): R$ 100.000,00
Crédito do PIS R$ 100.000,00 x 1,65% = R$ 1.650,00
D . PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C . Custo da Mercadoria Vendida ou Estoques* (Conta de Resultado ou Ativo Circulante)
R$ 1.650,00
* Se as mercadorias correspondentes estiverem em estoque, deve-se creditar a respectiva conta
de estoques, ou proporcionalmente, caso parte das mercadorias tenham sido vendidas e parte
ficaram em estoques.

29
$ ! !"!#%&
Depreciação no mês R$ 916,00 x 1,65% = R$ 15,11
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - Custo dos Produtos Vendidos* (Conta de Resultado)
R$ 15,11
* Lançamento para depreciação relativa a custos de produção. Se a depreciação se referir a
despesas gerais (por exemplo, depreciação de computadores), lança-se a crédito de uma conta
específica de redução de despesas administrativas ("PIS crédito de depreciações" ou
semelhante).
$ ! !'!(# !)$# 2 *#+ !+"!+#+
Energia Elétrica no mês R$ 1.000,00 x 1,65% = R$ 16,50
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - PIS Crédito de Energia Elétrica* (Conta de Resultado)
R$ 16,50

Aluguéis pagos a pessoa jurídica: R$ 5.000,00 x 1,65% R$ 82,50


D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - PIS Crédito de Custos ou Despesas Operacionais* (Conta de Resultado)
R$ 82,50
* Estas contas são redutoras de custos ou despesas.
$ !)#, - !,)*%& ! ,!'#+
Devolução de vendas no valor de R$ 4.000,00 x 1,65% = R$ 66,00
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - PIS sobre Receita (Conta de Resultado)
R$ 66,00
Nota: na prática, o crédito do PIS de devoluções de vendas é um estorno da despesa do PIS
contabilizada anteriormente, por isso, o crédito do mesmo recai sobre a própria conta de
resultado onde foi contabilizado o PIS sobre as vendas.
$.  "+
Total da receita bruta: R$ 250.000,00
Débito do PIS: R$ 250.000,00 x 1,65% = 4.125,00
D - PIS sobre Receita (Conta de Resultado)
C - PIS a Recolher (Passivo Circulante)
R$ 4.125,00
#"*#%& '-.)  "+ # !)/!3
Pela transferência dos créditos do PIS, apurados no mês, à conta de PIS a Recolher:
D - PIS a Recolher (Passivo Circulante)
C - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
R$ * (conforme valor apurado no mês)
* Se o saldo do PIS a Recuperar for superior ao débito apurado no período, deve-se transferir só
o montante exato para zerar a conta de PIS a Recolher, sendo o saldo remanescente mantido
na Conta de PIS a Recuperar, para futura compensação com o próprio PIS ou outros tributos
federais.

APLICAÇÃO DO PRESENTE TÓPICO AOS CRÉDITOS DA COFINS A PARTIR DE 01.02.2004


Entendemos que se aplica a contabilização explanada também à COFINS não cumulativa,

30
adaptando-se somente as contas contábeis relativa a esta contribuição.

* !" #$%$&#'%$"# &'( &"$"%'"'$&" 


) &"+,-

1.) &!#$%'./$!&)'!
A legislação do Imposto de Renda prevê a retenção do Imposto de Renda na Fonte à alíquota
de 1,5% ou 1%, sobre vários serviços prestados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas,
como é o caso dos serviços relacionados nos arts. 714 a 724 do RIR/2018.

Neste trabalho examinamos os procedimentos relativos aos registros contábeis do Imposto de


Renda Retido na Fonte na pessoa jurídica tomadora e na pessoa jurídica prestadora do serviço.

2. "%'"'$&" ) &"+,-
O Imposto de Renda descontado na Fonte sobre os serviços prestados por pessoa jurídica a
outra pessoa jurídica será considerado como antecipação do devido pela beneficiária (art. 717
do RIR/2018).

Desta forma, o Imposto Retido na Fonte, na pessoa jurídica prestadora do serviço, assume
características de um direito a ser compensável, e assim sendo será classificado no Ativo
Circulante como IRRF a recuperar.

Por outro lado, na pessoa jurídica tomadora do serviço, que tem a obrigatoriedade de reter e
recolher o imposto devido sobre o valor do serviço a ser pago, o Imposto de Renda será tratado
como uma obrigação, e assim será classificado no Passivo Circulante como IRRF a recolher.

3. EXEMPLO

Considerando-se que determinada pessoa jurídica "A" tenha emitido uma Nota Fiscal de
prestação de serviços para outra pessoa jurídica "B", com os seguintes dados:
- Valor da Nota Fiscal $ 3.500,00
- Valor do IRRF informado na Nota Fiscal (1,5% de $ 3.500,00) $ 52,50

I - Tratamento contábil na pessoa jurídica "A" - prestadora do serviço:


a) Pelo registro da Nota Fiscal:
D - CLIENTES (Ativo Circulante) $ 3.447,50
D - IRRF A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 52,50
C - RECEITAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (Resultado) $ 3.500,00

b) Pelo recebimento do valor do cliente:


D - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante)
C - CLIENTES (Ativo Circulante) $ 3.447,50

c) Pela compensação do IRRF com o IRPJ devido:

31
D- IRPJ A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 52,50

II - Tratamento contábil na pessoa jurídica "B" - tomadora do serviço:


a) Pelo registro da Nota Fiscal:
D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Resultado) $ 3.500,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 52,50
C – FORNECEDORES (Passivo Circulante) $ 3.447,50

b) Pelo pagamento do valor ao fornecedor:


D - FORNECEDORES (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 3.447,50

c) Pelo recolhimento do IRRF:


D - IRRF a recolher (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 52,50

18 -  !"#$!%!& !'"' !()#*

I - "+452,6+

Conceitualmente, podemos afirmar que as "despesas antecipadas" correspondem a


desembolsos efetuados pela empresa, de forma antecipada, de determinada despesa que irá
proporcionar benefício durante um certo lapso temporal. Assim sendo, as despesas antecipadas,
embora pagas, são consideradas despesas não incorridas. À medida em que os benefícios forem
sendo proporcionados, as despesas antecipadas passarão a ser consideradas incorridas.

O artigo 179 da Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações - afirma que as despesas
antecipadas referem-se a aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

Com a introdução na Legislação do Imposto de Renda do chamado sistema de bases correntes


- atualmente, as empresas levantam balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto
- a expressão " exercício seguinte" deve ser entendida no sentido de "período de apuração
seguinte".

II - Tipos de Despesas Antecipadas

As despesas antecipadas devem abrigar apenas itens intangíveis do ativo. Existem diversos
tipos de despesas antecipadas, sendo as mais comuns:
a) despesas antecipadas com seguros;
b) despesas antecipadas com aluguéis;
c) despesas antecipadas com juros;
d) despesas antecipadas com assinaturas e anuidades;
e) despesas com vale-transporte;
f) comissões pagas por conta de faturamento.

32
Observe-se que o ativo tangível - material de expediente, material de consumo, etc. - adquirido
e consumido ao longo de um período não é classificado como "despesas antecipadas". Referidos
itens poderão ser controlados em conta própria de "Almoxarifado" ou lançados diretamente em
conta de resultado. No caso de lançamento em conta de resultado, o saldo existente no
encerramento de cada período de apuração do imposto deverá ser transferido para rubrica
específica de "Estoques".

III - Classificação no Balanço Patrimonial

As despesas antecipadas são classificadas no grupo do ativo circulante. Essa classificação no


ativo circulante deve observar o prazo de geração do benefício da despesa. Assim, classifica-se
neste grupo a despesa cujo benefício será usufruído até o término do exercício social seguinte
ao de sua efetivação.

No plano de contas da empresa, referidas despesas poderão ser elencadas da seguinte maneira:
Prêmios de Seguros
Encargos Financeiros
Assinaturas e Anuidades
Aluguéis
Vale-transporte

Quando o período de geração do benefício da despesa paga ultrapassar o término do exercício


social seguinte, a parcela correspondente será classificada no realizável a longo prazo.

IV - Controle Das Despesas Antecipadas

A empresa deverá manter controle extra contábil das despesas antecipadas. No caso, por
exemplo, do pagamento do prêmio de seguro, deverá ser elaborada uma planilha contemplando
o valor total da despesa antecipada, a despesa incorrida em cada mês e o saldo da despesa
antecipada. Da mesma forma, devem ser elaboradas planilhas de controle em relação às demais
despesas antecipadas.

Vejamos o seguinte exemplo:


a) valor total do prêmio de seguro - $ 3.600,00
b) vigência da apólice - 12 meses
A apropriação mensal, no caso do exemplo, será obtida da seguinte forma:
3.600,00 / 12 = $ 300,00

De acordo com os dados acima, a empresa poderá fazer o seguinte registro contábil, por
ocasião do pagamento do seguro:
D - DESPESAS ANTECIPADAS (Ativo Circulante)
C - BANCOS C/ MOVIMENTO(Ativo Circulante) $ 3.600,00

A despesa com seguros incorrida mensalmente a ser apropriada até o mês de março/99, será
registrado contabilmente da seguinte forma:
D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Resultado)
C - DESPESAS ANTECIPADAS (Ativo Circulante) $ 300,00

33
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Os adiantamentos a fornecedores poderão ser efetuados para aquisição de matérias-primas,


mercadorias, imobilizado, etc.

Quando o adiantamento se referir a matérias-primas, materiais de embalagens, mercadorias, etc.


o valor correspondente deverá ser classificado em conta específica no grupo "Estoque" no grupo
Ativo Circulante.

Por sua vez, quando o adiantamento for feito para aquisição de bens fixos, o valor
correspondente será classificado no subgrupo "Imobilizado" do Ativo Permanente.

Exemplo 1:

Considerando-se que determinada empresa tenha efetuado uma compra de mercadorias, a


prazo, no dia 10.09.02, da seguinte forma:
- valor da compra $ 100.000,00
- valor do adiantamento no dia 10.09.02 $ 50.000,00
- pagamento do saldo em 10.10.02 $ 50.000,00
- ICMS destacado na NF $ 18.000,00

Teremos os seguintes registros contábeis:

I - Pelo adiantamento a fornecedor em 10.09.02:


D - ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
(Ativo Circulante)
C - BANCOS C/MOVIMENTO
(Ativo Circulante) $ 50.000,00

II - Quando do recebimento das mercadorias:


D - ESTOQUES
(Ativo Circulante) $ 82.000,00
D - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Circulante) $ 18.000,00
C - ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
(Ativo Circulante) $ 50.000,00
C - FORNECEDORES
(Passivo Circulante) $ 50.000,00

III - Pelo pagamento do restante do valor em 10.10.02:


D - FORNECEDORES
(Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO
(Ativo Circulante) $ 50.000,00

Exemplo 2:

Por outro lado, considerando-se que a empresa tenha efetuado a compra de um veículo à vista,
no dia 24.09.02, da seguinte forma:
- valor da compra $ 30.000,00

34
- adiantamento ao fornecedor em 24.09.02 $ 10.000,00
- pagamento do saldo em 27.09.02 $ 20.000,00
- ICMS destacado na NF $ 5.400,00

Teremos os seguintes lançamentos contábeis:

I - Pelo valor do adiantamento:


D - ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
(Ativo Permanente)
C - BANCOS C/MOVIMENTO
(Ativo Circulante) $ 10.000,00

II - Por ocasião da entrega do veículo, e pelo pagamento do restante da dívida:


D - VEÍCULOS
(Ativo Permanente) $ 24.600,00
D - ICMS A RECUPERAR
(Ativo Circulante) $ 5.400,00
C - ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
(Ativo Permanente) $ 10.000,00
C - CAIXA/BANCO
(Ativo Circulante) $ 20.000,00

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1. !%% & !".*!*'+/, 


As empresas geralmente aplicam as suas folgas temporárias de caixa no mercado financeiro. O
valor dessas aplicações classifica-se, no balanço:

I - no ativo circulante:
a) entre as disponibilidades, no caso de aplicações em modalidades resgatáveis a qualquer
momento, sem vinculação a determinado prazo;
b) como investimentos temporários, se resgatáveis em prazo vencível até 360 dias após a data
de aplicação;

II - no realizável a longo prazo, no caso de aplicações financeiras resgatáveis em prazo vencível


após 360 dias da data de aplicação.

2. !*'+,  -".*) !".*


Por ocasião da aplicação efetuamos o lançamento de transferência de numerário da conta banco,
conta movimento ou caixa para a conta de aplicação correspondente ao tipo de aplicação
efetuada.

35
3.  !"!#$"%#$&!#'!#(%#!"#!)%#&8$)
A apropriação do rendimento de aplicação financeira deve ser feita observando-se o regime de
competência.

Assim, na data do balanço ou balancete, se existir saldo de aplicação financeira a ser resgatado
nos períodos seguintes, o rendimento proporcional auferido até essa data deverá ser registrado
em conta de resultado do período, em contrapartida à conta de aplicação.

4. #(*&!"!%*&!"#!#$"!#&"!$!+$&#

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de aplicação financeira é


compensável com o imposto devido pela empresa e deve ser registrado em conta do subgrupo
de impostos a recuperar no ativo circulante.

5. #7#%'

Uma empresa, em 31.08, efetuou aplicação financeira no valor de $ 130.000,00, com taxa
prefixada de 2% ao mês para ser resgatada em 30.10 (60 dias).

Neste caso teremos os seguintes lançamentos:

I - registro da aplicação:
D - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 130.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 130.300,00

II - registro do rendimento proporcional em 30.09 ($ 130.000,00 X 0,02 = $ 2.600,00):


D - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante)
C - RENDIMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Resultado) $ 2.600,00

III - registro do resgate da aplicação financeira em 30.10:


- valor do resgate $ 130.000,00 X [1 + (0,02 X 2)] 135.200,00
- saldo da conta "Aplicações Financeiras de Curto Prazo" $ 132.600,00
- rendimento a apropriar $ 2.600,00
- IRRF na data do resgate - 15% sobre $ 5.200,00 (rendimento bruto) $ 780,00
- Valor do resgate líquido ($ 135.200,00 - $ 780,00) $ 134.420,00

D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 134.420,00


D - IR A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 780,00
C - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 132.600,00
C - RENDIMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Resultado) $ 2.600,00

Alternativamente, nas aplicações prefixadas, podemos registrar o valor nominal de resgate do


título na conta de aplicação e utilizar conta retificadora para o registro da receita financeira a
apropriar.

Utilizando essa forma de registro nos dados já apresentados, temos:

I - registro da aplicação:
D - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 135.200,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 130.000,00
C - RECEITA FINANCEIRA A APROPRIAR (Ativo Circulante) $ 5.200,00

36
II - apropriação da receita em 30.09:
D - RECEITA FINANCEIRA A APROPRIAR (Ativo Circulante)
C - RENDIMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Resultado) $ 2.600,00

III - registro do resgate em 30.10:


D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 134.420,00
D - IR A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 780,00
C - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 135.200,00

IV - apropriação da receita em 30.10:


D - RECEITA FINANCEIRA A APROPRIAR (Ativo Circulante)
C - RENDIMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Resultado) 2.600,00

 !$"#%&"'%()(*%)(#&"

Essas contas registram as obrigações da empresa junto a instituições financeiras do País e do


exterior, cujos recursos são destinados para financiar imobilizações ou para capital de giro para
ser aplicado na empresa.

Como regra geral, os empréstimos e financiamentos são suportados por contratos que
estabelecem o seu valor, forma e época de liberação, encargos incidentes, forma de pagamento,
garantias além de outras cláusulas contratuais.

Os empréstimos distinguem-se dos financiamentos pelo fato de que estes representam um


crédito vinculado à aquisição de determinado bem, podendo ter a intervenção de instituição
financeira ou diretamente com o fornecedor do bem. Por outro lado, os empréstimos são
concessões de crédito em espécie, sem vinculação específica, muito embora conste do contrato
a finalidade do mesmo.

O registro contábil deve ser efetuado quando a empresa receber os recursos, o que muitas vezes
coincide com a data do contrato. No caso dos contratos em que a liberação dos recursos ocorrer
em várias parcelas, o registro será efetuado à medida do recebimento das parcelas.

Os financiamentos e empréstimos ainda não liberados podem ser controlados contabilmente em


contas de compensação e informados em nota explicativa.

Todos os empréstimos e financiamentos contraídos pela empresa, cujo prazo de pagamento final
seja inferior a um ano, contado a partir da assinatura do contrato, deverão ser registrados
contabilmente no Passivo Circulante. Caso o prazo final seja superior a um ano, esses contratos
serão registrados no Exigível a Longo Prazo, e por ocasião da data do balanço, as parcelas dos
empréstimos e financiamentos a longo prazo que se tornarem exigíveis até o término do exercício
seguinte, devem ser transferidas para o Passivo Circulante.

I - Variação Monetária

Os empréstimos e financiamentos contratados em moeda corrente nacional são corrigidos


monetariamente com base nos índices previstos nos contratos. Tratando-se de empréstimos
pagáveis em moeda estrangeira, estes são atualizados pela variação cambial ocorrida entre a
data do empréstimo ou do último saldo atualizado e a data do balanço.

37
As variações monetárias serão registradas contabilmente na própria conta que registra o
empréstimo ou financiamento, tendo como contrapartida uma conta de despesa operacional ou
do Ativo Diferido, quando se tratar de empreendimento em fase pré-operacional.

II - Juros, comissões e outros encargos financeiros

Os juros, comissões e outros eventuais encargos financeiros serão também registrados pelo
regime de competência, ou seja, pelo tempo transcorrido, independendo da data de pagamento.

No caso dos juros e demais encargos incorridos, que serão pagáveis após a data do balanço,
serão também provisionados.

O valor relativo aos juros e outros encargos financeiros serão registrados contabilmente na
própria conta que registra o empréstimo ou financiamento, tendo como contrapartida uma conta
de despesas financeiras, exceto no caso dos juros e encargos incorridos durante a fase pré-
operacional, que devem ser registrados no Ativo Diferido.

III - Encargos Financeiros a Transcorrer

Quando os encargos financeiros são descontados antecipadamente, sendo recebido somente o


valor líquido do empréstimo, a empresa deve registrar o valor recebido na Conta Bancos e o
valor total do empréstimo na Conta de Passivo, e os encargos financeiros antecipados serão
debitados em uma conta Encargos Financeiros a Transcorrer, que é redutora da Conta
Empréstimos.

IV - Tratamento Fiscal

De acordo com o Parecer Normativo nº 127/73, as despesas de financiamento decorrentes de


empréstimos contraídos quando destacados no contrato são consideradas despesas
operacionais, independente do valor mutuado vincular-se ou não à aquisição de bens de capital.

Assim, na forma do ato normativo em questão, a condição para que todos os ônus que recaem
sobre o financiamento sejam considerados como despesas operacionais é a sua efetiva
segregação dentro do contrato de compra de venda.

Referido parecer afirma, ainda, que na celebração do contrato de compra e venda, com
financiamento de um bem de capital, ocorrem, efetivamente, duas transações distintas. A
primeira é uma operação comercial de compra e venda de determinado bem, por preço
determinado. A segunda, por sua vez, refere-se a uma operação de financiamento do preço
estipulado para o bem adquirido, acrescendo despesas de financiamento que representam a
remuneração do capital ou o ressarcimento por outras despesas administrativas decorrentes da
operação.

Todavia, se tais despesas não forem destacadas no contrato de compra de venda, o valor total
da operação deverá ser escriturado em conta representativa do ativo imobilizado, uma vez que
é inadmissível estimar o valor do custo do bem e contabilizar a parcela excedente como
despesas operacionais.

Ressalte-se que, as despesas de financiamento somente serão computadas para efeito de


determinação do lucro real quando efetivamente pagas ou incorridas.

Considerando-se que determinada empresa tenha adquirido um terreno por $ 100.000,00. Desse
valor, a empresa desembolsou $ 20.000,00 e o restante de $ 80.000,00 foi financiado em 10
(dez) meses por uma instituição financeira com encargos financeiros prefixados de $ 32.000,00.

De acordo com o contrato de financiamento, a empresa pagará uma prestação fixa mensal de $
14.000,00, sendo que $ 10.000,00 representa a amortização do principal e $ 4.000,00 a

38
amortização dos encargos financeiros.

Os lançamentos contábeis, de acordo com o exemplo, poderão ser efetuados do seguinte modo:

a) pela compra do terreno por $ 100.000,00, sendo $ 20.000,00 pagos com recursos próprios e
$ 80.000,00 financiados por uma instituição financeira:
D - TERRENOS (Ativo Circulante) $ 100.000,00
C - BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 20.000,00
C - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS (Passivo Circulante) $ 80.000,00

b) pelo valor das despesas de financiamento, no montante de $ 32.000,00:


D - ENCARGOS FINANCEIROS A APROPRIAR (Ativo Circulante) $ 32.000,00,
C - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS (Passivo Circulante) $ 32.000,00

c) pelo pagamento da primeira parcela do financiamento, no valor de $ 14.000,00, e apropriação


do encargo financeiro:
D - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS (Passivo Circulante) $ 14.000,00
C - BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 14.000,00
e
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Resultado) $ 4.000,00
C - ENCARGOS FINANCEIROS A APROPRIAR (Ativo Circulante) $ 4.000,00

 !" #$%!"&'9%$"#&!(:

I - $)452*6)
A faturização consiste, na sua forma genuína, na venda da carteira ou parte dela, derivada de
faturamento a prazo de uma empresa. Essa venda é efetuada com a condição de o comprador
arcar com todos os gastos necessários à cobrança, bem como com todo o risco por eventuais
inadimplências dos clientes.

O art. 28, § 1º, alínea c.4, da Lei nº 8.981/95, definiu factoring como a prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de
riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.

II - "+;6;,246)*<5;=
O Ato Declaratório Normativo da Coordenação Geral do Sistema de Tributação (Cosit) nº 51/94,
definiu que na alienação de duplicatas à empresa de factoring deve ser observado o seguinte:
a) - a diferença entre o valor de face e o valor de venda do título de crédito à empresa de factoring
será computada como despesa operacional na data da transação;
b) - a receita obtida pela empresa de factoring, representada pela diferença entre a quantia
expressa no título de crédito adquirido e o valor pago, deverá ser reconhecida, para efeito de
apuração do lucro líquido do período, na data da operação.

A definição é importante porque havia controvérsia se a diferença representava ganho financeiro

39
ou receita de serviço, para a empresa de factoring. Se fosse ganho financeiro, a alienante da
duplicata teria que apropriar a despesa pelo critério de pro rata tempore e a empresa de factoring
apropriaria a receita pelo mesmo critério.

A Receita Federal entende que a diferença entre o valor de face da duplicata e o valor de
aquisição representa receita de serviço da empresa de factoring.

III - 2><6<46 ?2<


a) Registros na Empresa Faturizada - Empresa Alienante do Título

Exemplo:

Considerando que a empresa "Alfa" vendeu a uma empresa de factoring uma carteira de
duplicatas no valor de $

50.000,00, e recebeu por essa venda a quantia de $ 40.000,00, teremos os seguintes


lançamentos contábeis:
D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
D - DESPESAS DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00

b) Registros na Empresa Faturizadora - Empresa Adquirente do Título

Exemplo:

Por outro lado, a empresa de factoring adquirente do título, deverá proceder aos seguintes
lançamentos:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
C - RECEITA DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00

!"#$%&'()'$%$*+,-.).&

O desconto de duplicatas é um procedimento utilizado pela empresa para obtenção de capital


de giro.

A operação de desconto de duplicatas consiste na transferência para uma instituição financeira


de títulos de propriedade da empresa. Esses títulos são relacionados num documento chamado
"borderô" e entregues à instituição financeira para o respectivo processamento.

Após o processamento, a instituição financeira credita em conta corrente da empresa o valor de


face do título negociado deduzido dos encargos financeiros e despesas bancárias
correspondentes.

Embora a propriedade dos títulos negociados seja transferida para a instituição, a empresa é
corresponsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Neste
caso, a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa o valor de face do título

40
não liquidado.

A conta "duplicatas descontadas" apresenta a seguinte função na operação de desconto:

a) é creditada, pelo valor constante do borderô, no momento em que é efetuada a operação de


desconto e a instituição financeira faz o crédito em conta corrente da empresa;
b) é debitada no momento da liquidação do título pelo devedor ou quando a instituição financeira
leva a débito em conta corrente da empresa por falta de pagamento por parte do devedor.

Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser apropriados "pro rata
tempore".

Assim, a conta "encargos financeiros a transcorrer" é debitada por ocasião do desconto e


creditada no momento em que a despesa é incorrida, observando-se o regime de competência.

A conta "despesas financeiras" é debitada no período em que a despesa é incorrida. Assim, se


um título é descontado no dia 16 de um mês com vencimento no dia 15 do mês seguinte, a
empresa registrará como despesa antecipada o valor correspondente a 30 dias e, em seguida,
fará a apropriação em conta de resultado da importância correspondente a 15 dias. No mês
seguinte, o valor remanescente na conta "encargos financeiros a apropriar" será transferido para
"despesas financeiras".

Considerando-se que determinada empresa tenha efetuado uma operação de desconto de


duplicatas conforme os dados abaixo:

DUPLICATAS VALOR $ VENCIMENTO


28 20.000,00 31.08.98
30 10.000,00 30.09.98
Data em que o banco efetuou o desconto: 01.08.98
Encargos financeiros cobrados: $ 1.500,00
Taxa cobrada: 5%

a) Pelo registro da venda e emissão da duplicata correspondente:


D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)
C - RECEITA BRUTA DE VENDAS (Conta de Resultado) $ 30.000,00

Valor das vendas realizadas conf. duplicatas nº 28 e 30.

b) Pelo desconto das duplicatas no banco conforme o borderô, no dia 01.08.98:


D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 28.500,00
Valor líquido creditado em c/c, referente ao desconto de duplicatas conf. aviso do banco "A".
D - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.500,00
Valor ref. aos encargos financeiros sobre desconto de duplicatas, conf. aviso do banco "A".
C - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante) $ 30.000,00.

c) Pela liquidação das duplicatas nº 28 no dia 31.08.98:


D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 20.000,00
Baixa da duplicata nº 28, paga nesta data, conf. aviso banco "A".

d) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de agosto (5% de $ 20.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)

41
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
Valor das despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".

e) Pela liquidação pelo cliente da duplicata nº 30 no dia 30.09.98:


D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Baixa da duplicata nº 30, paga nesta data, conf. aviso do banco "A".

f) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de setembro (5% de 10.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 500,00
Valor despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".

g) Na hipótese do cliente não ter liquidado na data a duplicata nº 30, temos o seguinte
lançamento:
D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Valor debitado em c/c ref. a duplicata nº 30, não liquidada pelo cliente, conf. aviso do banco "A".

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I - &+ (*$",-$ .$"/("*! $"&$)$ !


A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos (art. 9º da Lei nº 9.430/97):

a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença


emanada do Poder Judiciário;
b) sem garantia, observados os limites de valor e temporal;
c) com garantia, observado o limite temporal;
d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária.

1 - &0@A162<"34/;0;561;

A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos sem garantia, de valor:
a) até $ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b) acima de $ 5.000,00 (cinco mil reais) até $ 30.000,00 (trinta mil reais) por operação, vencidos
há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, porém mantida a cobrança administrativa;
c) acima de $ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.

2 - &0@A162<&24/;0;561;

A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos com garantia, vencidos há mais de

42
dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento
ou o arresto das garantias.

Considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com reserva de domínio, de alienação


fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais.

3 - @A6<46;2B2A25=;;A ;=A!45A;6"

A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos contra devedor declarado falido ou
pessoa jurídica declarada concordatária, em relação à parcela que exceder o valor que esta
tenha se comprometido a pagar, observado o seguinte:
a) a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão
da concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para
o recebimento do crédito;
b) a parcela do crédito, cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa
concordatária, poderá também ser deduzido como perda, nas condições mencionadas neste
item.

Assim, se o crédito contra empresa concordatária for de $ 12.000,00 e o compromisso para


pagamento for de $ 10.000,00, a diferença de $ 2.000,00 poderá ser registrada como perda.
Caso a empresa concordatária não honre o compromisso do pagamento do crédito, a parcela
correspondente poderá também ser registrada como perda. No caso acima, a pessoa jurídica
poderá também deduzir a parcela do crédito correspondente a $10.000,00.

II - #2><646"?=
a) Tratando-se de créditos sem garantia de valor, até $ 5.000,00, por operação, vencidos há mais
de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, o registro contábil será feito a débito da conta de resultado e a crédito da conta que
registra o crédito:

D - PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS (Conta de Resultado)


C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)

b) Quando o crédito for acima de $ 5.000,00 e até $ 30.000,00, por operação vencidos há mais
de um ano e mantida a cobrança administrativa, o registro contábil será feito a débito de conta
de resultado representativa da perda e a crédito de conta redutora do crédito correspondente:
D - PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS (Conta de Resultado)
C - CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (Conta Redutora - Ativo Circulante)

Os valores registrados na conta redutora do crédito poderão ser baixados definitivamente em


contrapartida à conta que registre o crédito, a partir do período de apuração que se completar
cinco anos do vencimento do crédito sem que o mesmo tenha sido liquidado pelo devedor. Assim,
o registro contábil será efetuado da seguinte forma:
D - CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (Conta Redutora - Ativo Circulante)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)

43
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I - *24<+16;=32462-2D5278;A1<
Os gastos com reparos, conservação e substituição de partes e peças de bens do Ativo
Imobilizado que impliquem aumento da vida útil do bem, a que sejam relacionados e desde que
relevantes, ou seja, em valor superior a $ 326,62, deverão ser ativados e depreciados conforme
o prazo de vida útil previsto.

No caso de bens já totalmente depreciados, o valor a ser ativado referente ao aumento da vida
útil em decorrência de reparos, conservação de partes e peças, é aquele equivalente aos gastos,
inclusive despesas acessórias.

II - *24<#13%8A;E68=23#95<1
Se, dos gastos mencionados neste texto, resultar aumento da vida útil prevista para o bem, tais
gastos deverão ser incorporados ao valor do bem, desde que relevantes.

Neste caso, para fins de depreciação do novo valor contábil, no novo prazo de vida útil previsto
para o bem recuperado, deve ser observado o seguinte:
a) aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do bem sobre os
custos de substituição das partes ou peças;
b) apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor determinado conforme a
letra "a";
c) escriturar o valor apurado na letra "a" a débito de contas de resultado;
d) escriturar o valor de "b" a débito da conta do Ativo Imobilizado que registre o bem, o qual terá
seu novo valor contábil depreciável no novo prazo de vida útil previsto.

Para melhor compreensão do que foi exposto, elaboramos um exemplo, tendo em vista os
seguintes dados:
a) Custo de substituição de peças em uma máquina $ 62.000,00
b) Valor contábil da máquina $ 200.000,00
c) Valor da depreciação acumulada $ 160.000,00 = 80%
d) Parte não depreciada $ 40.000,00 = 20%

1º Passo: aplicar o percentual de 20% sobre o valor de $ 62.000,00:


$ 62.000,00 X 20% = $ 12.400,00

2º Passo: Registrar esse valor a débito de contas de resultado:


D - DESPESAS COM MANUTENÇÃO (Conta de Resultado)
C - FORNECEDORES (Passivo Circulante) 12.400,00

3º Passo: Determinar a diferença entre o custo de substituição e o valor apurado no 1º passo:


Custo total $ 62.000,00
(-) Despesa apropriada $ 12.400,00

44
(=) Valor a ser ativado $ 49.600,00

4º Passo: Registrar esse valor na conta do Ativo Permanente:


D - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (Ativo Permanente)
C - FORNECEDORES (Passivo Circulante) 49.600,00

( !" #$"% #&'')& *

Considerando-se que determinada empresa do ramo de transporte de carga tenha realizado uma
operação de arrendamento mercantil, para aquisição de um veículo, em 01.04.98, conforme
dados a seguir;
a) valor das contraprestações mensais igual a $ 2.000,00, sendo que $ 300,00 refere-se a
antecipação do valor residual;
b) valor do prêmio de seguro igual a $ 4.800,00;
c) manutenção periódica igual a $ 580,00;
d) reparos efetuados igual a $ 6.000,00.

Na arrendatária os lançamentos contábeis poderão ser efetuados do seguinte modo:


1) pelo registro das contraprestações de arrendamento, no valor de $ 1.700,00:
D - CUSTOS DOS SERVIÇOS VENDIDOS (Conta de Resultado) Arrendamento Mercantil
C - CAIXA OU BANCOS (Ativo Circulante) $ 1.700,00

2) pelo registro do valor residual garantido, no valor de $ 300,00:


D - ARRENDAMENTO MERCANTIL (Imobilizado)
C - CAIXA OU BANCOS (Ativo Circulante) $ 300,00

3) pelo registro dos gastos com manutenção periódica, no valor de $ 580,00:


D - CUSTOS DOS SERVIÇOS VENDIDOS (Conta de Resultado) Manutenção de Veículos
C - CAIXA/BANCOS (Ativo Circulante) $ 580,00

4) pelo registro dos gastos com reparos (aumentando a vida útil do bem), no valor de $ 6.000,00:
D - ARRENDAMENTO MERCANTIL (Imobilizado)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 6.000,00

5) pelo registro do pagamento do prêmio de seguro, no valor de $ 4.800,00:


D - PRÊMIO DE SEGURO A APROPRIAR (Ativo Circulante)
C - CAIXA/BANCOS (Ativo Circulante) $ 4.800,00

6) pela apropriação "pro-rata tempore" da apólice de seguro, considerando-se o período de


vigência de 01.04.98 a 31.03.99: em abril/98:
D – CUSTOS DOS SERVIÇOS VENDIDOS (Conta de Resultado) Seguros
C - PRÊMIO DE SEGURO A APROPRIAR (Ativo Circulante) $ 400,00
Nota: O lançamento acima será repetido mensalmente até 31.03.99.

45
7) No final do contrato, havendo opção de compra, será efetuada a transferência dos valores
registrados na conta transitória para a conta definitiva do bem. O registro contábil poderá ser
efetuado da seguinte forma:
D - VEÍCULOS (Imobilizado)
C - ARRENDAMENTO MERCANTIL (Imobilizado)

* !" #$%!"&'9%$"#&!(:

I - $)452+6)

A faturização consiste, na sua forma genuína, na venda da carteira ou parte dela, derivada de
faturamento a prazo de uma empresa. Essa venda é efetuada com a condição de o comprador
arcar com todos os gastos necessários à cobrança, bem como com todo o risco por eventuais
inadimplências dos clientes.

O art. 28, § 1º, alínea c.4, da Lei nº 8.981/95, definiu factoring como a prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de
riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.

II - ",;6;-246)+<5;=

O Ato Declaratório Normativo da Coordenação Geral do Sistema de Tributação (Cosit) nº 51/94,


definiu que na alienação de duplicatas à empresa de factoring deve ser observado o seguinte:
a) - a diferença entre o valor de face e o valor de venda do título de crédito à empresa de factoring
será computada como despesa operacional na data da transação;
b) - a receita obtida pela empresa de factoring, representada pela diferença entre a quantia
expressa no título de crédito adquirido e o valor pago, deverá ser reconhecida, para efeito de
apuração do lucro líquido do período, na data da operação.

A definição é importante porque havia controvérsia se a diferença representava ganho financeiro


ou receita de serviço, para a empresa de factoring. Se fosse ganho financeiro, a alienante da
duplicata teria que apropriar a despesa pelo critério de pro rata tempore e a empresa de factoring
apropriaria a receita pelo mesmo critério.

A Receita Federal entende que a diferença entre o valor de face da duplicata e o valor de
aquisição representa receita de serviço da empresa de factoring.

III #2>+<6,)<$)46.?2+<
a) Registros na Empresa Faturizada - Empresa Alienante do Título

Exemplo:

Considerando que a empresa "Alfa" vendeu a uma empresa de factoring uma carteira de
duplicatas no valor de $

50.000,00, e recebeu por essa venda a quantia de $ 40.000,00, teremos os seguintes

46
lançamentos contábeis:
D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
D - DESPESAS DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00

b) Registros na Empresa Faturizadora - Empresa Adquirente do Título

Exemplo:

Por outro lado, a empresa de factoring adquirente do título, deverá proceder aos seguintes
lançamentos:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
C - RECEITA DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00

+ !"#!$%&' (#(


O desconto de duplicatas é um procedimento utilizado pela empresa para obtenção de capital
de giro.

A operação de desconto de duplicatas consiste na transferência para uma instituição financeira


de títulos de propriedade da empresa. Esses títulos são relacionados num documento chamado
"borderô" e entregues à instituição financeira para o respectivo processamento.

Após o processamento, a instituição financeira credita em conta corrente da empresa o valor de


face do título negociado deduzido dos encargos financeiros e despesas bancárias
correspondentes.

Embora a propriedade dos títulos negociados sejam transferidos para a instituição, a empresa é
corresponsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Neste
caso, a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa o valor de face do título
não liquidado.

A conta "duplicatas descontadas" apresenta a seguinte função na operação de desconto:


a) é creditada, pelo valor constante do borderô, no momento em que é efetuada a operação de
desconto e a instituição financeira faz o crédito em conta corrente da empresa;
b) é debitada no momento da liquidação do título pelo devedor ou quando a instituição financeira
leva a débito em conta corrente da empresa por falta de pagamento por parte do devedor.

Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser apropriados "pro rata
tempore".

Assim, a conta "encargos financeiros a transcorrer" é debitada por ocasião do desconto e


creditada no momento em que a despesa é incorrida, observando-se o regime de competência.

A conta "despesas financeiras" é debitada no período em que a despesa é incorrida. Assim, se


um título é descontado no dia 16 de um mês com vencimento no dia 15 do mês seguinte, a
empresa registrará como despesa antecipada o valor correspondente a 30 dias e, em seguida,
fará a apropriação em conta de resultado da importância correspondente a 15 dias. No mês
seguinte, o valor remanescente na conta "encargos financeiros a apropriar" será transferido para
"despesas financeiras".

47
Considerando-se que determinada empresa tenha efetuado uma operação de desconto de
duplicatas conforme os dados abaixo:

DUPLICATAS VALOR $ VENCIMENTO

28 20.000,00 31.08.98

30 10.000,00 30.09.98

Data em que o banco efetuou o desconto: 01.08.98

Encargos financeiros cobrados: $ 1.500,00

Taxa cobrada: 5%
a) Pelo registro da venda e emissão da duplicata correspondente:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)
C - RECEITA BRUTA DE VENDAS (Conta de Resultado) $ 30.000,00

Valor das vendas realizadas conf. duplicatas nº 28 e 30.

b) Pelo desconto das duplicatas no banco conforme o borderô, no dia 01.08.98:

D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 28.500,00


Valor líquido creditado em c/c, referente ao desconto de duplicatas conf. aviso do banco "A".
D - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.500,00
Valor ref. aos encargos financeiros sobre desconto de duplicatas, conf. aviso do banco "A".
C - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante) $ 30.000,00.

c) Pela liquidação das duplicatas nº 28 no dia 31.08.98:


D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 20.000,00

Baixa da duplicata nº 28, paga nesta data, conf. aviso banco "A".

d) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de agosto (5% de $ 20.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
Valor das despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".

e) Pela liquidação pelo cliente da duplicata nº 30 no dia 30.09.98:


D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Baixa da duplicata nº 30, paga nesta data, conf. aviso do banco "A".

f) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de setembro (5% de 10.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 500,00
Valor despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".

g) Na hipótese do cliente não ter liquidado na data a duplicata nº 30, temos o seguinte
lançamento:
D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)

48
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Valor debitado em c/c ref. a duplicata nº 30, não liquidada pelo cliente, conf. aviso do banco "A".

-1) F!"#$ $"%!&'((&"*+$"," $


'&.&/,&(&0$

Na alienação de bens do ativo imobilizado, a empresa poderá obter um resultado não operacional
positivo ou negativo. Quando o resultado não operacional for positivo, a empresa obteve um
ganho de capital.

Em sentido inverso, quando o resultado não operacional for negativo, a empresa teve uma perda
de capital.

O resultado não operacional corresponde a diferença entre o valor de venda e o valor líquido
contábil do bem objeto de alienação. O valor líquido contábil, por sua vez, corresponde ao valor
corrigido do bem menos a depreciação.

Resultado não operacional (=) valor de venda do bem (-) valor líquido contábil do bem

Valor líquido contábil (=) custo corrigido do bem (-) depreciação

Exemplo:
Valor corrigido do bem (veículo) $ 25.000,00
(-) Depreciação acumulada $ 12.000,00
(=) Valor líquido contábil $ 13.000,00
Valor da venda $ 18.000,00
(-) Valor líquido contábil $ 13.000,00
(=) Ganho de capital $ 5.000,00

Os registros contábeis poderão ser efetuados do seguinte modo:


D - GANHO OU PERDA DE CAPITAL (Conta de Resultado)
C - VEÍCULOS (Ativo Permanente) $ 25.000,00
D - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA DE VEÍCULOS (Ativo Permanente)
C - GANHO OU PERDA DE CAPITAL (Conta de Resultado) $ 12.000,00
D - BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante)
C - GANHO OU PERDA DE CAPITAL (Conta de Resultado) $ 18.000,00

49
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)*)+$%#)),-##!".)'("),-#%#!")"(

Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada, os sócios podem decidir por aumentar o
capital social, utilizando o saldo das contas de lucros acumulados e reserva de correção
monetária.

A conta de reserva de correção monetária registra a correção monetária do capital social


integralizado, por ocasião do cálculo da correção monetária de balanço em vigor até 31.12.95.

Por outro lado, a conta de lucros acumulados registra o lucro líquido do exercício, que permanece
suspenso, até que os sócios deliberem por sua distribuição ou capitalização.

A capitalização dos valores mencionados depende de alteração do contrato social, onde deverá
constar expressamente que a integralização está sendo efetuada com o aproveitamento de
lucros acumulados e da reserva de correção monetária e a proporção que cabe a cada sócio.

Com base nos dados acima, o registro contábil correspondente ao aumento do capital social
mediante aproveitamento do saldo da conta de reserva de correção monetária do capital e do
saldo de lucros acumulados, na data do instrumento de alteração contratual, será o seguinte:
D - RESERVA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)
C - CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)
VALOR = 10.000,00
Valor ref. ao aumento do Capital Social mediante aproveitamento do saldo da reserva de
correção monetária do capital, conforme cláusula 3ª do instrumento de alteração contratual
registrado na Junta Comercial do Estado ......, sob o nº ....., atribuído proporcionalmente à
participação de cada sócio, a saber:
Sócio A $ 5.000,00
Sócio B $ 5.000,00

D – LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)


C - CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido) 10.000,00
Valor ref. ao aumento do capital social mediante aproveitamento do saldo da conta lucros
acumulados, conforme cláusula 3ª do instrumento de alteração de contrato social registrado na
Junta comercial do Estado...., sob o nº....., atribuído proporcionalmente à participação de cada
sócio, a saber:
Sócio A $ 5.000,00
Sócio B $ 5.000,00

/$'!"!"#*&)1")#!"#$%&'"(

Os adiantamentos para aumento de capital são recursos recebidos pela empresa de seus
acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados como aporte de capital.

O problema dos adiantamentos para aumento de capital reside na classificação contábil como
passivo exigível ou como patrimônio líquido, uma vez que existe a possibilidade da não-
incorporação ao capital e de sua devolução ao investidor.

50
A Lei nº 6.404/76 é omissa no tratamento dos valores recebidos por conta de futuros aumentos
de capital.

O Fisco firmou entendimento através dos Pareceres Normativos CST nº 23, de 26.06.81 e CST
nº 28, de 21.12.84, que, em suma, estabelecem o seguinte:

1. Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de capital, qualquer que seja
a forma pela qual os recursos tenham sido recebidos, mesmo que sob a condição para utilização
exclusiva em aumento de capital, esses ingressos deverão ser mantidos fora do patrimônio
líquido, por serem esses adiantamentos considerados obrigação para com terceiros, podendo
ser exigidos pelos titulares enquanto o aumento de capital não se concretizar.

2. O patrimônio líquido fica definitivamente aumentado quando, após a subscrição, ocorrer o


recebimento de cada parcela de integralização.

Assim sendo, o Fisco determina a classificação dos adiantamentos para futuro aumento de
capital como exigibilidades.

De Acordo Com a Técnica Contábil, quando os adiantamentos para aumento de capital são
recebidos com cláusula de absoluta condição de permanência na sociedade, não há porque
considerá-los como exigíveis, admitindo-se que esses adiantamentos sejam classificados como
parte integrante do patrimônio líquido.

Por outro lado, se os recursos entregues pelos sócios a título de adiantamentos para aumento
de capital vierem a ser devolvidos ao investidor ou não incorporados ao capital, não se deve, na
existência de tal dúvida, classificá-los no patrimônio líquido, devendo, então, figurar no passivo
exigível.

Da mesma forma, os recursos recebidos de acionistas ou quotistas que estejam destinados e


vinculados a aumento de capital, por força de disposições contratuais irrevogáveis ou legais, não
devem ser tratados como exigibilidades, mas como conta integrante do patrimônio líquido. A
destinação dos adiantamentos recebidos com a intenção de capitalização deve estar
documentada por instrumentos formais irrevogáveis dos acionistas, quotistas e órgãos diretivos
da empresa e não somente por intenções declaradas verbalmente.

Diante do exposto, os adiantamentos para aumento de capital devem ser classificados como
parte integrante do patrimônio líquido, em conta distinta, com a devida evidenciação de sua
origem, montante e finalidade. Caso pairem dúvidas de que os valores irão se incorporar ao
capital, tais valores serão classificados como passivo exigível.

Contabilmente, no recebimento de tais recursos, a empresa poderá fazer o seguinte registro:


D - DISPONIBILIDADES (Ativo Circulante)
C - ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL (Patrimônio Líquido)

Quando formalizar o aumento de capital, o registro contábil será:


D - ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL (Patrimônio Líquido)
C - CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)

51
G!"#$"%&/'!()%*'&%+*/*'

O artigo 9º da Lei nº 9.249/95 autorizou a pessoa jurídica a deduzir, para fins de apuração do
lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a
título de remuneração do capital próprio.

O montante dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para efeitos de
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos
seguintes valores:

I – 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; ou

II – 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem
computar o resultado do período em curso.

Para os efeitos do limite referido no item I, o lucro líquido do exercício será aquele após a
dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o
imposto de renda, sem computar, porém, os juros sobre o patrimônio líquido.

Considerando-se que a empresa "A", recolhendo Imposto de Renda com base no lucro real
trimestral, tenha levantado balanço em 30.04.2001.

Com base neste balanço, a empresa "A" decide creditar juros sobre o capital aos seus sócios
conforme segue:

Sócios valor dos juros IR-fonte

Pessoas físicas $ 20.000,00 $ 3.000,00

Pessoa jurídica "B" $ 40.000,00 $ 6.000,00

O registro contábil na empresa "A" poderá ser feito do seguinte modo:

a) pelo crédito dos juros, no montante de $ 60.000,00 e pelo valor do IR-fonte:


D - DESPESAS FINANCEIRAS - (Resultado) $ 60.000,00
C - IR-FONTE A RECOLHER - (Passivo Circulante) $ 9.000,00
C - CONTAS A PAGAR - (Passivo Circulante) $ 51.000,00

A pessoa jurídica "B" beneficiária dos juros, no valor de $ 40.000,00, poderá fazer o registro
contábil da seguinte maneira:
D - CONTAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 34.000,00
D - IR-FONTE A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 6.000,00
C - RECEITAS FINANCEIRAS (Resultado) $ 40.000,00

Caso a pessoa jurídica "B" que recebeu os juros remuneratórios decida remunerar seus sócios
pessoas físicas com juros sobre o capital, no montante de $ 20.000,00, o registro contábil poderá
ser efetuado do seguinte modo:

a) pelo crédito dos juros sobre o capital social, no valor de $ 17.000,00 e apropriação do Imposto
de Renda na Fonte, no valor de $ 3.000,00:
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Resultado) $ 20.000,00

52
C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 17.000,00
C - IR-FONTE A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 3.000,00

b) pela compensação do Imposto de Renda na Fonte, no valor de $ 3.000,00, com o valor do IR


retido quando do recebimento dos juros da empresa "A"
D - IR-FONTE A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - IR-FONTE A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 3.000,00

!"!#$%$#&'#!"#$"($)$*+!

Tratando-se de sociedade anônima, a Lei nº 6.404/76 determina que a administração deverá


propor, na data do balanço, a destinação do resultado, inclusive dividendos. Isso significa que a
destinação do resultado deverá ser contabilizada na data do balanço, no pressuposto de sua
aprovação pela assembléia. Assim, se a proposta de distribuição de dividendos for de $
50.000,00, o valor correspondente deverá ser contabilizado na data do balanço da seguinte
forma:
D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)
C - DIVIDENDOS PROPOSTOS (Passivo Circulante) $ 50.000,00

Após a aprovação pela Assembléia, os dividendos propostos serão transferidos para a conta de
"Dividendos a Pagar". Neste caso, o lançamento contábil poderá ser feito do seguinte modo:
D - DIVIDENDOS PROPOSTOS (Passivo Circulante)
C - DIVIDENDOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 50.000,00

No caso de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, a proposta de destinação de


lucro deverá ser estabelecida no contrato social. O contrato social poderá prever a retenção total
ou parcial dos lucros para futura incorporação ao capital. De qualquer forma, em se tratando de
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, a destinação do resultado ficará a critério
dos sócios.

Os registros contábeis, considerando-se que o lucro apurado no encerramento do exercício


social tenha sido de $ 80.000,00 e a proposta de distribuição de lucros de $ 40.000,00, poderão
ser efetuados da seguinte forma:
D - RESULTADO DO EXERCÍCIO (Conta de Resultado)
C - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido) $ 80.000,00
D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)
C - DIVIDENDOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 40.000,00

53
%E!9"#$&!'("(')*"'$:")$"!/+'!"
!+'"(,("!+),-'.'0,12

34')$(12 
É prática comum os sócios emprestarem dinheiro para a sociedade da qual participem, não
sendo raro também o inverso, ou seja, os sócios tomarem dinheiro emprestado da sociedade,
mesmo que essa não seja uma instituição financeira.

54$"6'!$+)7-'.(+)$,("E
O contrato de mútuo será registrado como um passivo exigível na mutuária e como um ativo
realizável na mutuante.

2.1 - #8;<=A>?=@B;@CDBDF8>C

A empresa que toma o dinheiro emprestado (mutuária) irá creditar, em contrapartida da entrada
do numerário em sua conta bancária ou no seu caixa, uma conta específica do:
a) passivo circulante, no caso de não haver data prevista para liquidação ou com data prevista
para vencimento antes do término do exercício social seguinte;
b) exigível a longo prazo, no caso de a data prevista para liquidação ser após o término do
exercício social seguinte.

Os adiantamentos ou empréstimos de controladas ou de subsidiárias da controladora serão


classificados no exigível a curto prazo se inexistir fixação de vencimento em instrumento próprio.
Existindo vencimento, a classificação obedecerá o correspondente vencimento.

2.2 -#8;<=A>?=@B;G@CDBDC@B=

A empresa que empresta o dinheiro (mutuante) irá registrar o direito de recebê-lo em conta do
realizável a longo prazo, independentemente de o contrato especificar data de vencimento
anterior ao término do exercício seguinte. Esta classificação contábil é estabelecida pelo art. 179,
inciso II da Lei nº 6.404/76 (Lei das sociedades por ações).

2.3 - "@<C8H;GI>@C@<=>8;G

Os encargos financeiros praticados nos contratos de mútuo devem ser reconhecidos como
despesa financeira na mutuária e como receita financeira na mutuante, observando-se o regime
de competência.

Exemplo

A empresa Tisa recebe recursos em dinheiro da empresa Visa, sua coligada, mediante contrato
de mútuo, nas seguintes condições:
a) data de efetivação do contrato (transferência do dinheiro): 30.06;
b) juros contratados: 2% ao mês, a partir da data do contrato;
c) 12 pagamentos mensais fixos (principal + juros), após 6 meses de carência.

54
A contabilização será:
a) na mutuária:
- pelo registro da entrada do numerário:
D - Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)
C - Operações de mútuo (Passivo Circulante)

- pelo registro dos juros contratados


D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)
C - Operações de mútuo (Passivo Circulante)

- pela apropriação dos juros no resultado como despesa financeira:


D - Juros pagos ou incorridos (Resultado)
C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)

- pelo pagamento das parcelas:


D - Operações de mútuo (Passivo Circulante)
C - Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)

b) na mutuante teremos os seguintes lançamentos:


- pelo registro da saída do numerário:
D - Operações de mútuo (Passivo Circulante)
C - Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)

- pelo registro dos juros contratados:


D - Operações de mútuo (Ativo Circulante)
C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)

- pela apropriação dos juros no resultado como receita financeira:


D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)
C - Receitas Financeiras (Resultado)

- pelo recebimento das parcelas (utilizar o mesmo lançamento para todas as parcelas):
D - Banco conta Movimento (Ativo Circulante)
C - Operações de mútuo (Ativo Circulante)

55
'/!"#G$!%!&!

A questão dos depósitos judiciais na discussão de tributos tem-se constituído, efetivamente,


quanto ao tratamento tributário, num dos maiores dilemas para as empresas.

Os depósitos em garantia de instância estão disciplinados pelo Decreto-lei nº 1.737, de 20.12.79,


e são mais frequentes nos mandados de segurança impetrados com a finalidade de evitar
pagamento de tributos.

Os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal, em dinheiro ou em títulos públicos


federais, e podem ser facultativos ou obrigatórios.

A autoridade judiciária pode se posicionar da seguinte forma em relação às discussões que


envolvem o pagamento de tributos:
a) concessão de medida liminar não condicionada a depósito;
b) concessão de medida liminar condicionada a depósito.

I - 452<<HA22AA; 4;!"H4A54;A;;#2DI<6
Quando a medida liminar é concedida sem a obrigatoriedade do depósito, a impetrante não terá
nenhum registro a fazer em sua contabilidade.

Seria um contra-senso discutir a inconstitucionalidade de um tributo e/ou uma contribuição, obter


a medida liminar e reconhecer a sua dedutibilidade na determinação do lucro real. Aliás,
acertadamente, essa é a posição do Fisco manifestada nas consultas formuladas ao
Departamento da Receita Federal.

II - 452<<HA22AA; 4;!4A54;A;;#2DI<6
A concessão de medida liminar condicionada a depósito coloca o contribuinte em dúvida frente
à atualização monetária ou não dos depósitos judiciais.

Segundo o entendimento da Receita Federal, os depósitos judiciais relativos aos tributos e


contribuições que estão sendo questionados na justiça deverão ser atualizados monetariamente.

A jurisprudência administrativa vem, interativamente, sustentando a mesma posição da Receita


Federal, conforme demonstram as seguintes decisões:

"Na determinação do lucro operacional, a empresa deverá incluir a correção monetária dos
depósitos judiciais por ela efetuados (Acórdão nº 105-5.002/90 - DOU de 22.02.91)."

"As variações monetárias auferidas, pelo depositante, em depósito judicial efetivado para
garantia de instância, são apropriáveis ao resultado no período-base a que competirem (Acórdão
nº 101 - 79.781/90 - DOU de 19.09.90)."

Não obstante o posicionamento do Fisco e do próprio 1º Conselho de Contribuintes, entendemos


que inexiste o fato gerador do imposto de renda conforme preconizado no artigo 43 do Código
Tributário Nacional, por absoluta ausência de acréscimo patrimonial tributável, uma vez que, a
nosso ver, não surgiu para o contribuinte a aquisição da disponibilidade jurídica ou econômica
de renda. O depósito judicial, como se sabe, é indisponível para o contribuinte e, destarte, o valor
decorrente da atualização monetária não poderá se traduzir num acréscimo patrimonial.

56
De qualquer modo, o contribuinte que fizer a opção pela não atualização dos depósitos judiciais
deve se prevenir contra futuras investidas do Fisco.

De acordo com o art. 3º do Decreto-lei nº 1.737/79, os depósitos em dinheiro não vencerão juros,
enquanto os juros dos títulos depositados em garantia reverterão à Caixa Econômica Federal a
título de remuneração pelos serviços de depósito dos títulos.

A pessoa jurídica que estiver discutindo judicialmente a legalidade da exigência de algum tributo
e for obrigada a efetuar o depósito do valor deverá registrar contabilmente este fato da seguinte
forma:

a) Pela realização do depósito:


D - DEPÓSITOS JUDICIAIS (Ativo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante)

b) Pelo reconhecimento da variação monetária do valor depositado:


D - DEPÓSITOS JUDICIAIS (Ativo Circulante)
C - VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA (Conta de Resultado)

c) Pelo recebimento do valor corrigido do depósito, quando da decisão definitiva (ganho de


causa):
D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante)
C - DEPÓSITOS JUDICIAIS (Ativo Circulante)

d) Pela transferência à Fazenda Pública do depósito convertido em renda (perda da causa):


D - CONTA DE DESPESA CORRESPONDENTE AO TRIBUTO CONTESTADO (Conta de
Resultado)
C - DEPÓSITOS JUDICIAIS (Ativo Circulante)

(G!"#$%&!')!!7!*"J"'#$!*'#*!

Os registros dos fatos contábeis são suscetíveis de erros, que poderão ou não interferir na
apuração do resultado e, consequentemente, na base imponível do Imposto de Renda relativo
ao exercício em determinado período.

Partindo do pressuposto de que a escrituração contábil é a fonte de informações para a apuração


do lucro ou prejuízo fiscal, qualquer erro no registro de um fato, via de regra, poderá provocar o
aumento ou diminuição do imposto devido em determinado exercício.

Neste trabalho, analisaremos alguns casos determinantes ou não na mensuração do lucro,


procurando demonstrar as causas e os efeitos do erro, bem como a sua regularização na
escrituração contábil da empresa.

I - "+,6@+,-.;+;6,=,K;LH-A;"-46;/M0<62<A2!N2+5O5,-<462+,-+2</

Segundo a Lei da S/A, o lucro líquido do exercício não deve estar influenciado por efeitos que
pertençam a exercícios anteriores, ou seja, deverão transitar pelo balanço de resultados somente
os valores que competem ao respectivo período.

57
Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança
de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que
não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

1 - A;4L;A26@  46!?=

A modificação de métodos ou critérios contábeis poderão ter ou não efeitos relevantes e,


também, poderão influenciar ou não a apuração do lucro líquido do exercício.

Observe-se que quando a modificação de métodos ou critérios contábeis afetar a apuração do


lucro líquido do exercício, o efeito correspondente deverá ser lançado, conforme o caso, a débito
ou a crédito da conta de

"Lucros ou Prejuízos Acumulados".

O Manual de Contabilidade da Fipecafi cita os seguintes exemplos de alterações de critérios


contábeis:
a) alteração do método de avaliação dos estoques (do custeio direto para o custeio por absorção
ou do FIFO para o médio etc.);
b) passagem do regime de caixa para o de competência, na contabilização do Imposto de Renda
(e outros passivos);
c) mudança no método de avaliação dos investimentos (do método do custo para o da
equivalência patrimonial).

2 - "26P5;LH A2# <A2#N25O5 <$462 2<

A retificação de erros de exercícios anteriores poderá afetar, também, o lucro líquido do exercício.
Nesse caso, o valor correspondente a retificação será lançado, conforme o caso, a débito ou a
crédito da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". Note-se que os ajustes são aqueles
resultantes de efeitos na retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não
possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

O Manual de Contabilidade da Fipecafi adverte que se deve ter bastante cautela e prudência
para registrar ajustes por erros de exercícios anteriores diretamente na conta de Lucros
Acumulados, e não se deve dar esse tratamento a pequenos valores.

3 - # < % 46;<&;6% 4;<

Regra geral, os erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão de lançamento,
contrapartida a débito em conta indevida ou contrapartida a crédito em conta indevida, não
provocam influência na determinação do lucro e, por inferência, no resultado tributável do
exercício.

O reflexo na determinação do resultado do exercício, via de regra, só ocorre quando a


contrapartida das contas patrimoniais transitar pelo balanço de resultados e, consequentemente,
se traduzem em aumento, redução ou postergação do pagamento do Imposto de Renda.

II - Aumento Indevido do Resultado na Escrituração Contábil

Os erros contábeis mais comuns que se traduzem em aumento indevido do resultado podem
ocorrer devido a:
a) despesa lançada a menor do que a efetivamente paga ou incorrida;
b) receita lançada a maior ou manutenção na contabilidade de valor de receita, cuja nota fiscal
já foi objeto de cancelamento;

58
c) falta de registro referente a baixa de bens do ativo permanente.

Fora os casos retro descritos, é óbvio, existem outros que podem causar distorções na
determinação do resultado.

III - 52A246 46!?=;;"2>#=;K;LHA$


Supondo-se que os erros que provocam aumento indevido do resultado tenham sido detectados
após o encerramento do período, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o
seguinte:
a) lançamento de ajuste a débito da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores";
b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta
"Lucros ou Prejuízos Acumulados";
c) diminuir do valor a ser retificado a parcela correspondente ao Imposto de Renda.

Exemplo:

Imaginemos que no ano-calendário de 1997 a empresa, inadvertidamente, não efetuou o registro


contábil referente ao cancelamento de uma nota fiscal no valor de $ 60.000,00, ocorrendo a sua
regularização no período subsequente.

Os ajustes contábeis, no exemplo proposto, serão efetuados da seguinte forma:


D - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido)
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 60.000,00

Valor relativo baixa da duplicata nº ..... referente a nota fiscal nº ..... de ........ cancelada.
D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)
C - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido) 60.000,00

Transferência referente ajustes efetuados no período de 1997.


D - PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)
C - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Passivo Circulante) 9.000,00
Valor relativo Imposto de Renda calculado sobre o valor contido no resultado do ano-calendário
de 1997 ($ 60.000,00 x 15%).

Caso não haja saldo na conta de provisão para Imposto de Renda, em virtude da empresa já ter
efetuado o pagamento do mesmo, o ajuste deverá ser efetuado tendo como contrapartida a conta
de impostos a recuperar no Ativo Circulante.

IV - Redução Indevida do Resultado na Escrituração Contábil

Por sua vez, os erros de natureza contábil que implicam redução indevida do resultado, via de
regra, são ocasionados por:
a) registro em conta indevida referente ao recebimento de uma duplicata;
b) subavaliação do estoque final de mercadorias, resultando em aumento excessivo do CMV;
c) inobservância do regime de competência na escrituração da receita, rendimento, custo ou
dedução;
d) registro a débito em conta de resultado referente a conserto de bens do ativo imobilizado, que
resulte em aumento da vida útil superior a um ano em relação a sua (s) data (s) de aquisição;
e) constituição da provisão para férias em desacordo com a legislação;
f) constituição de outras provisões ou excesso em relação ao limite fiscal previsto na legislação.

59
V - Procedimento Contábil Para Regularização do Erro

Supondo-se que os erros que provocam a redução indevida do resultado tenham sido detectados
após o término do exercício, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o seguinte:
a) lançamento de ajuste a crédito da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores";
b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta
"Lucros ou Prejuízos Acumulados";
c) diminuir do valor a ser retificado a parcela correspondente ao Imposto de Renda.

Exemplo:

Imaginemos que determinada empresa tenha desembolsado a importância de $ 10.000,00 na


reforma de um veículo e, em decorrência dessa reforma, houve um aumento de vida útil superior
a um ano.

O registro contábil foi feito erroneamente, da seguinte forma:


D -DESPESAS DE CONSERVAÇÃO DE VEÍCULOS (Resultado)
C - FORNECEDORES (Passivo Circulante) 10.000,00
Valor relativo nota fiscal nº .... de ......... da Reformadora Alfa Ltda.

No exercício seguinte, o erro foi detectado e o ajuste contábil foi procedido da seguinte forma:
D - VEÍCULOS (Ativo Permanente)
C - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido) 10.000,00

Valor relativo nota fiscal nº .... de ....... da Reformadora Alfa Ltda. referente a reforma do veículo
marca.....tipo.....motor..... cujo lançamento ora regularizamos.
D - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido)
C - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido) 10.000,00

Transferência referente ajustes efetuados no ano-calendário de 1997.


D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)
C - PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante) 1.500,00
Valor relativo Imposto de Renda incluso no valor retificado ($ 10.000,00 x 15%).

*!"#$%$&#'$(&"%)+,-!('.!)%$
.+(%%$(./$&"%$!"'"0'

I - Pagamentos Mensais do IRPJ e CSL

Os pagamentos mensais do IRPJ e CSL por estimativa, bem como os pagamentos efetuados
com base em balanço de suspensão ou redução, devem ser registrados no Ativo Circulante, em
contas de "impostos a recuperar", uma vez que tais valores não são definitivos.

II - IRRF Sobre as Receitas Computadas na Base de Cálculo

Pode ser deduzido do IRPJ apurado mensalmente, o valor do Imposto de Renda pago ou retido
na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo do imposto apurado no mês.

O valor do IRRF a ser compensado deve ser registrado no ativo circulante, em uma conta
específica, que pode ser intitulada "IRRF a compensar".

60
Quando ocorrer a compensação do IRRF com o IRPJ calculado por estimativa, o valor do IRRF
compensado deve ser registrado a débito da conta IRPJ a compensar, tendo como contrapartida
a conta do ativo

IRRF a compensar, e a conta caixa ou banco-conta movimento, pelo valor líquido pago, se for o
caso.

III - IRRF Sobre Aplicações Financeiras de Renda Fixa e de Renda Variável

Os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e os ganhos líquidos de aplicações de


renda variável não compõem a base de cálculo do imposto mensal calculado por estimativa.

No entanto, esses rendimentos devem compor o lucro real apurado por ocasião do levantamento
dos balanços de suspensão ou redução do imposto, e em 31 de dezembro por ocasião do
levantamento do balanço anual, quando então o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os
rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ou pago separadamente sobre os ganhos
líquidos de aplicações de renda variável pode ser compensado, devendo o valor do IRRF figurar
em conta do ativo circulante, até a data da compensação.

Supondo-se que uma pessoa jurídica, sujeita à apuração do lucro real anual, durante o ano-
calendário de 1998, tenha pago mensalmente, a título de IRPJ (compensando o IRRF incidente
sobre as receitas computadas na base de cálculo) e Contribuição Social Sobre o Lucro, os
valores abaixo demonstrados:
Mês de apuração IRPJ devido IRRF Mês de pagamento IRPJ pago CSL paga
Janeiro 1.100,00 200,00 fevereiro 900,00 480,00
Fevereiro 1.500,00 500,00 março 1.000,00 520,00
Março 2.200,00 700,00 abril 1.500,00 800,00
Abril 1.800,00 600,00 maio 1.200,00 750,00
Maio 2.700,00 850,00 junho 1.850,00 1.100,00
Junho 3.200,00 1.100,00 julho 2.100,00 1.500,00
Julho 2.900,00 980,00 agosto 1.920,00 980,00
Agosto 3.500,00 1.200,00 setembro 2.300,00 1.650,00
Setembro 3.300,00 1.150,00 outubro 2.150,00 1.550,00
Outubro 3.100,00 960,00 novembro 2.140,00 1.300,00
Novembro 3.080,00 1.050,00 dezembro 2.030,00 1.400,00
Dezembro 4.700,00 2.300,00 janeiro 2.400,00 1.800,00
Total 33.080,00 11.590,00 total 21.490,00 13.830,00

1 - Registro dos Pagamentos Mensais

Com base nos dados do exemplo, mensalmente serão efetuados os seguintes registros
contábeis:

a) Imposto de Renda Pessoa Jurídica:


D – IRPJ A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 1.100,00
IRPJ estimado referente ao mês de janeiro/97
C – IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 200,00
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 900,00
D – IRPJ A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 1.500,00
IRPJ estimado referente ao mês de fevereiro/97
C – IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 500,00
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 1.000,00
e assim sucessivamente.

61
Nota: Na hipótese de o valor do IRRF a compensar ser de valor igual ou superior ao valor do
IRPJ apurado no mês, o valor compensado será transferido para a conta IRPJ a compensar. No
caso do mês de fevereiro, se o

IRRF a compensar fosse de $ 1.500,00, teríamos o seguinte lançamento:


D – IRPJ A COMPENSAR (Ativo Circulante) IRPJ estimado referente ao mês de fevereiro/97
C – IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 1.500,00

b) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido:


D - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O L.LÍQUIDO A COMPENSAR (Ativo Circulante)
CSSL estimada referente ao mês de janeiro/97
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 480,00
D - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO L. A COMPENSAR (Ativo Circulante)
CSL estimada referente ao mês de fevereiro/97
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 520,00
e assim sucessivamente.

2 - Registros dos Valores Apurados Por Ocasião do Levantamento do Balanço Anual de 1998

Admitindo-se que a pessoa jurídica mencionada no item anterior, tenha apurado, por ocasião do
levantamento do balanço anual em 31 de dezembro de 1998, o IRPJ e CSL nos valores de $
36.760,00 e $ 14.000,00, respectivamente, teremos os seguintes lançamentos:

a) IRPJ
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Resultado)
C - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante) $ 36.760,00

b) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO


D - PROV P/ A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (Resultado)
C - PROV P/ A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQ (Passivo Circ) $ 14.000,00

3 - Confronto dos valores provisionados com os valores pagos mensalmente de fevereiro a


dezembro, referentes aos meses de janeiro a novembro, uma vez que o IRPJ/CSL relativo ao
mês de dezembro/98 ainda não foi recolhido:

a) IRPJ:
Valor provisionado $ 36.760,00
(-) Valor recolhido por estimativa até 31.12.97. $ 28.380,00
(-) IRRF a compensar (ref. o Mês de dezembro) $ 2.300,00
(=) Saldo a recolher $ 6.080,00

b) CSSL:
Valor provisionado $ 14.000,00
(-) Valor recolhido por estimativa até 31.12.97 $ 12.030,00
(-) Saldo a recolher $ 1.970,00

4 - Pela compensação dos valores pagos mensalmente com os valores provisionados:


a) IRPJ:
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)
C – IRPJ A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 28.380,00
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)

62
C – IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 2.300,00

b) CSSL:
D - PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante)
C - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 12.030,00

5 - Saldos das contas em 31.12.98:


Provisão para Imposto de Renda $ 6.080,00
Provisão para Contribuição Social Sobre o Lucro $ 1.970,00

6 - Pagamento do IRPJ e CSL Devidos no Mês de Dezembro

Se no mês de janeiro do ano seguinte a empresa já houver fechado o balanço, no confronto do


imposto apurado com base no lucro real anual com os valores pagos mensalmente, pode ocorrer
o seguinte:

I - o imposto anual ser maior que a soma dos valores pagos, observando-se que:
a) se o saldo do imposto anual a pagar (depois de deduzido os pagamentos efetuados até o mês
de dezembro) for inferior ao imposto calculado por estimativa, relativo ao mês de dezembro, o
pagamento do imposto relativo a esse mês, poderá ser reduzido ao montante do saldo do
imposto a pagar;
b) se o valor do imposto anual a pagar for superior ao imposto calculado por estimativa relativo
ao mês de dezembro, poderá ser pago em janeiro o valor do imposto estimado de dezembro, e
o saldo remanescente poderá ser pago até o último dia útil do mês de março.

II - o imposto anual ser menor que a soma dos valores pagos mensalmente, hipótese em que
nenhum valor terá que ser recolhido referente ao mês de dezembro, uma vez que a empresa
está com um crédito a compensar.

De acordo com o nosso exemplo, os saldos do IRPJ e da CSL apurados com base no lucro real
anual, deduzidos dos valores pagos até dezembro, são superiores aos valores calculados por
estimativa em dezembro.

Assim, se a empresa optar pelo recolhimento por estimativa relativo ao mês de dezembro, os
valores serão registrados da seguinte forma:
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 2.400,00

Nota: O valor do IRPJ estimado ($ 4.700,00) foi registrado pelo valor líquido, uma vez que o
IRRF compensável de $ 2.300,00 já foi registrado contra a provisão para o Imposto de Renda
por ocasião do levantamento do balanço, no subitem 3.2.
D - PROVISÃO P/ A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 1.800,00

Ressalte-se que os pagamentos do IRPJ e da CSL, relativos ao mês de dezembro, deverão ser
feitos,obrigatoriamente, com base no cálculo estimado, se até a data fixada para esse pagamento
(último dia útil de janeiro) a empresa não tenha levantado o balanço e apurado o lucro real.

IV - Pagamento do Saldo do IRPJ e CSL

Os saldos do IRPJ e CSL deverão ser pagos em quota única até o último dia útil do mês de
março do ano seguinte, acrescidos de juros calculados com base na taxa Selic para títulos
federais, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao
do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.

63
Considerando que a empresa efetuou o pagamento do saldo do IRPJ ($ 6.080,00 - $ 2.400,00 =
3.680,00) e da CSL ($ 1.970,00 - $ 1.800,00 = $ 170,00) no mês de março, acrescidos de juros
de 3,13%, teremos os seguintes lançamentos:
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante) $ 3.680,00
D - PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante) $
170,00
D - JUROS PASSIVOS (Resultado) $ 120,50
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 3.970,50

64

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