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1 - CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................. 3
2 - BENFEITORIAS E CONSTRUÇÕES EM PROPRIEDADES DE TERCEIROS
TRATAMENTO CONTÁBIL ........................................................................................................... 4
3 - AQUISIÇÃO DE BENS PARA O ATIVO IMOBILIZADO ATRAVÉS DO FINAME .................. 7
4 - AQUISIÇÃO DE BENS PARA O ATIVO PERMANENTE - CRÉDITO DO ICMS .................... 8
2. TRATAMENTO CONTÁBIL ................................................................................................... 9
3. REGISTROS CONTÁBEIS .................................................................................................... 9
5 - ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO ......................................................................................... 11
6 - FOLHA DE PAGAMENTO ..................................................................................................... 12
7 - PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS DE EMPREGADOS .................................... 15
8 - PROVISÃO PARA O 13º SALÁRIO ....................................................................................... 19
9 - REMUNERAÇÃO DE "PRÓ-LABORE" ................................................................................. 21
10 - COMPRA DE MERCADORIAS ........................................................................................... 21
11 - COMPRA DE INSUMOS PARA PRODUÇÃO ..................................................................... 22
12 - DEVOLUÇÃO DE COMPRAS ............................................................................................. 23
13 – VENDAS DE MERCADORIAS ............................................................................................ 25
14 - DEVOLUÇÃO DE VENDAS ................................................................................................. 27
15 - APURAÇÃO DO ICMS - SALDO DEVEDOR E SALDO CREDOR ..................................... 28
16 - PIS E COFINS NÃO CUMULATIVO - CONTABILIZAÇÃO ................................................. 29
CRÉDITO SOBRE ESTOQUES INICIAIS ............................................................................... 29
CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS .............................................................. 29
CRÉDITO DE DEPRECIAÇÃO ............................................................................................... 30
CRÉDITO DE ENERGIA ELÉTRICA e OUTRAS DESPESAS ............................................... 30
CRÉDITO RELATIVO Á DEVOLUÇÃO DE VENDAS ............................................................. 30
DÉBITO DO PIS ...................................................................................................................... 30
APURAÇÃO CONTÁBIL DO PIS A RECOLHER: ................................................................... 30
17 - IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - TRATAMENTO CONTÁBIL ........................ 31
19. ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES - ASPECTOS CONTÁBEIS ............................... 34
20 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE RENDA FIXA - CONTABILIZAÇÃO ............................. 35
21 - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS .............................................................................. 37
22 - FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) ............................................................................. 39
23 - DESCONTO DE DUPLICATAS ........................................................................................... 40
24 - PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS ................................................................... 42
25 - REPAROS, CONSERVAÇÃO OU SUBSTITUIÇÃO DE PARTES E PEÇAS DE BENS DO
ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................. 44
26 - ARRENDAMENTO MERCANTIL - LEASING ...................................................................... 45
27 - FOMENTO MERCANTIL (FACTORING) ............................................................................. 46
28 - DESCONTO DE DUPLICATAS ........................................................................................... 47
29 – GANHOS/PERDAS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO 49
30 - AUMENTO DE CAPITAL COM LUCROS ACUMULADOS E RESERVA DE CORREÇÃO
MONETÁRIA - ALTERAÇÃO CONTRATUAL ............................................................................ 50
31 - ADIANTAMENTOS PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL .......................................... 50
32 - JUROS REMUNERATÓRIOS DO CAPITAL PRÓPRIO ..................................................... 52
33 - LUCROS OU DIVIDENDOS - DISTRIBUIÇÃO ................................................................... 53
34 - MÚTUOS (EMPRÉSTIMO DE DINHEIRO) ENTRE SÓCIOS E SOCIEDADES
CONTABILIZAÇÃO ..................................................................................................................... 54
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 54
2. REGISTRO CONTÁBIL DO CONTRATO DE MÚTUO ....................................................... 54
35 - DEPÓSITOS JUDICIAIS ...................................................................................................... 56
36 - AJUSTES CONTÁBEIS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES ................................................. 57
37 - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO - RECOLHIMENTO
POR ESTIMATIVA ...................................................................................................................... 60
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A integralização do capital social poderá ser efetuada em dinheiro ou em bens móveis ou imóveis
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Admitindo-se que os sócios João da Silva e José de Souza constituíram uma sociedade por
quotas de responsabilidade limitada, cuja cláusula do contrato social, relativa à forma da
realização do capital, está redigida da seguinte forma:
a) João da Silva, 250.000 (duzentas e cinquenta mil) quotas de $ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando $ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), sendo que: 100.000 (cem mil) quotas,
totalizando $ 100.000,00 (cem mil reais) integralizadas neste ato em moeda corrente do País, e;
150.000 (cento e cinquenta mil) quotas, totalizando $ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) a
ser integralizadas no prazo de 60 (sessenta) dias em moeda corrente do País;
b) José de Souza, 250.000 (duzentos e cinquenta mil) quotas de $ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando $ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) integralizadas neste ato, mediante
incorporação à sociedade de um imóvel avaliado nesse mesmo valor, conforme laudo pericial
com destaque para as seguintes parcelas: $ 80.000,00 (oitenta mil reais) para o terreno e $
170.000,00 (cento e setenta mil reais) para as edificações.
Valor do capital subscrito no valor de $ 500.000,00, dividido em 500.000 quotas de $ 1,00 cada
uma, conforme o contrato arquivado na Junta Comercial, cabendo 250.000 quotas ao sócio João
da Silva e 250.000 quotas ao sócio José de Souza.
Valor da integralização parcial, em moeda corrente, das quotas do sócio João da Silva.
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C - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido) 250.000,00
Valor da incorporação ao patrimônio da sociedade, para integralização das quotas do sócio José
de Souza, do imóvel localizado à ........ devidamente avaliado por laudo pericial.
IV - Pela integralização do saldo das quotas do sócio João da Silva, no prazo de 60 dias:
D - CAIXA (Ativo Circulante)
C - CAPITAL SOCIAL A REALIZAR (Patrimônio Líquido) 150.000,00
Valor da integralização do saldo das quotas do sócio João da Silva, conforme cheque de sua
emissão nº .... do Banco .....
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1.1 - Improcedência da Classificação no Ativo Diferido
De acordo com o artigo 179 da Lei nº 6.404/76, as contas do ativo imobilizado e ativo diferido
são classificadas do seguinte modo:
• Ativo Imobilizado - os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das
atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de
propriedade industrial ou comercial;
Assim, por exemplo, a construção de um barracão, não é uma despesa e sim um gasto que seria
normalmente imobilizado, se a construção fosse efetuada em terreno da própria empresa.
Portanto seria incorreta a classificação daqueles dispêndios no Ativo Diferido.
Desta forma, se a empresa realiza uma benfeitoria e esta se caracteriza como Ativo Imobilizado,
deverá ser aí classificada; é irrelevante o fato de ter sido realizada em propriedade da empresa
ou de terceiros.
Serão classificadas no Ativo Diferido os gastos com benfeitorias em bens de terceiros, que
eventualmente não se caracterizem com Ativo Imobilizado, mas sim como efetivas despesas que
beneficiarão mais de um exercício social.
Os valores relativos às benfeitorias agregados aos imóveis locados pela pessoa jurídica terão o
seguinte tratamento:
a) o valor das benfeitorias que serão indenizadas serão registradas a débito da conta do Ativo
Imobilizado tendo como contrapartida de lançamento a conta do passivo exigível;
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b) o valor das benfeitorias que não forem indenizadas serão registradas a débito da conta do
ativo imobilizado e a crédito da conta de receita de aluguéis.
c) a diferença apurada entre a indenização recebida e o valor contábil será registrada em conta
de resultado como ganho ou perda de capital.
c) Pelo registro da quota mensal de amortização que será apropriada durante a vigência do
contrato:
• D - AMORTIZAÇÃO (Custo ou Despesa - Resultado)
• C - AMORTIZAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente) $ 1.250,00
Nota: Consideramos a apropriação da quota mensal: $ 60.000,00 : 48 meses = $ 1.250,00.
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2.2 - Benfeitorias Indenizadas Parcialmente
Considerando-se que a empresa "A" - locadora, aluga um terreno de sua propriedade para a
empresa "B", pelo prazo de seis anos, cobrando o valor de $ 1.200,00 a título de aluguel. A
empresa "B" constrói um barracão no imóvel locado no valor de $ 80.000,00, ficando pactuado
que a empresa "A" ressarcirá a importância de $ 50.000,00 a partir do 13º mês do período
locativo, em parcelas iguais e sucessivas de $ 1.000,00 que serão deduzidas do aluguel.
Ressalte-se que referido barracão foi concluído no 13º mês e será utilizado a partir desse mês
pela empresa "B".
Contabilmente, teremos:
b) Pelo registro, a partir do 13º mês do pagamento do aluguel e do ressarcimento efetuado pela
empresa "B":
• D - CONTAS A PAGAR - ALUGUEL (Passivo Circulante) $ 1.200,00
• C - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
• C - CAIXA/BANCO(Ativo Circulante) $ 200,00
b) Pelo reconhecimento como receita de aluguel do valor relativo a parcela não indenizada à
empresa "B":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Permanente) $ 30.000,00
• C - RECEITAS DE ALUGUÉIS (Resultado) $ 500,00
• C - RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 29.500,00
Nota: Consideramos o reconhecimento da receita mensalmente, até o final do contrato
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• C - ALUGUÉIS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 1.200,00
I - Na empresa "A":
a) Pelo registro dos gastos na construção:
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Circulante) $ 48.000,00
• D - VALORES A RECEBER (Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 32.000,00
• C - CAIXA/BANCO/FORNECEDORES $ 80.000,00
Nota: Apropriamos 12 parcelas x $ 4.000,00 = 48.000,00 no circulante e o restante no realizável
a longo prazo.
II - Na empresa "B":
a) Pelo registro do valor a indenizar para a empresa "A":
• D - EDIFICAÇÕES (Ativo Imobilizado) $ 80.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 48.000,00
• C - CONTAS A PAGAR (Passivo Exigível a Longo Prazo) $ 32.000,00
Nota: A empresa "B" poderá calcular a depreciação, na forma da legislação vigente, a partir do
período em que a locatária passar a utilizar-se da benfeitoria.
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Quando a empresa adquire bens para o ativo imobilizado através do Finame, deverá considerar
como custo a ser ativado o preço total constante da nota fiscal do fornecedor, acrescido de outros
dispêndios, como, por exemplo, o frete e o seguro cobrados à parte.
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Ressalte-se que as obrigações contraídas, cujo prazo de vencimento final ocorra após o término
do exercício social seguinte àquele em que houve a contratação, serão classificadas no Exigível
a Longo Prazo e, por ocasião do levantamento do balanço, serão transferidas as parcelas que
devem ser liquidadas no exercício social seguinte, para o Passivo Circulante.
Considerando-se que determinada empresa tenha adquirido equipamentos para unidade fabril,
em dezembro/96, no valor de $ 300.000,00, sendo que 65% deste valor foi financiado pelo
Finame, e será pago em 39 parcelas.
Na data em que o financiamento foi liberado, o bem foi entregue e foi pago $ 2.600,00 a título de
taxas e comissões bancárias.
c) Por ocasião do pagamento das parcelas com juros e atualização monetária previstos no
contrato (12% sobre a parcela):
D - FINANCIAMENTOS - FINAME (Passivo Circulante) 5.000,00
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Resultado) 600,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 5.600,00
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A Lei Complementar nº 87/96 instituiu o crédito do ICMS relativo à aquisição de bens do ativo
permanente. Com o advento da Lei Complementar nº 102/00 o crédito do ICMS relativo a essas
aquisições passa a ser feito em 48 parcelas mensais, não havendo previsão de atualização. A
apropriação do crédito será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira
fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento.
Na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro
anos contados da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o
crédito do imposto em relação à fração (1/48) que corresponderia ao restante do quadriênio.
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Entendemos que ao crédito do ICMS relativo às aquisições de bens do ativo permanente deve
ser dado o tratamento idêntico àquele aplicável no registro das aquisições de mercadorias, tendo
em vista a efetiva redução do seu custo de aquisição decorrente do aproveitamento do ICMS
nele contido como crédito fiscal.
De acordo com o PN CST nº 02/79, "na hipótese em que a legislação especial admita
recuperação do imposto destacado em Nota Fiscal de aquisição do ativo, ele não poderá integrar
o custo de aquisição nem afetar o resultado do exercício; daí porque será debitado a conta
própria de ativo ou passivo circulante, conforme o caso".
O crédito do ICMS representa, de fato, uma redução do custo de aquisição dos ativos, já que
implica não redução do valor a pagar ao fornecedor do bem, mas a redução do imposto a recolher
no período de quarenta e oito meses.
Observamos que pelo fato da recuperação do ICMS ocorrer no período de quarenta e oito meses,
a classificação contábil desse valor deverá obedecer a regra do art. 179 da Lei nº 6.404/76, que
determina que deverão ser classificados no ativo circulante os direitos realizáveis no curso do
exercício social subsequente e no ativo realizável a longo prazo, os direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte.
No caso da alienação do ativo que gerou o crédito do ICMS, o valor do crédito do ICMS anulado
volta a compor o custo do ativo imobilizado, ou alternativamente, a empresa poderá lançar o
valor do crédito não aproveitado como uma despesa no resultado.
O saldo do crédito do ICMS não aproveitado no período de quarenta e oito meses será baixado
para uma conta de despesa, no resultado, que pode ser intitulada como "créditos fiscais não
aproveitados".
A empresa poderá efetuar o controle do valor do crédito do ICMS, relativo às aquisições de bens
do ativo, mediante utilização do Ciap - "Controle do ICMS Ativo Permanente", previsto na
legislação do ICMS de cada Estado, que permite controlar o valor dos créditos apropriados
mensalmente, bem como aqueles que porventura devam ser estornados.
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3.1 - Aquisição do Bem
Considerando-se que determinada empresa adquiriu uma máquina para o seu ativo, no mês de
julho/00, cuja Nota Fiscal constou os seguintes valores:
Valor da máquina $ 100.000,00
Valor do ICMS (17%) $ 17.000,00
I - Pelo registro do bem no ativo permanente:
D - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(Ativo Permanente - Imobilizado) $ 83.000,00
D - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Circulante) $ 6.375,00
D - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Realizável a Longo Prazo) $ 10.625,00
C- CAIXA/BANCO
(Ativo Circulante) $ 100.000,00
Nota: Classificamos o valor de $ 6.375,00 no curto prazo, relativamente ao período de julho/00
a dezembro/01 e o restante de $ 10.625,00 no realizável a longo prazo.
II - Pelas compensações do valor equivalente a 1/48 do crédito do ICMS com o valor do ICMS
devido mensalmente:
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D - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - ICMS A RECUPERAR - ATIVO IMOBILIZADO
(Ativo Circulante) $ 354,17
Nota: $ 17.000,00 : 48 meses = $ 354,17.
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D - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (Ativo Permanente - Imobilizado)
C - GANHOS OU PERDAS DE CAPITAL
(Resultado) $ 4.150,00
A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica, como custo
ou despesa operacional, será determinada mediante aplicação da taxa de depreciação sobre o
valor do bem em reais.
A partir de 01.01.96, com a extinção da correção das demonstrações financeiras, não será mais
utilizado o Razão Auxiliar em UFIR para fins de cálculo do encargo de depreciação.
O cálculo das quotas de depreciação de bens do ativo imobilizado será efetuado da seguinte
forma:
a) aplicar a taxa anual sobre o valor dos bens em reais, constante do saldo de abertura da conta,
para obtenção da quota anual de depreciação;
b) dividir a quota anual em reais por 12, para determinar os duodécimos mensais a serem
registrados na escrituração em cada mês;
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c) Supondo-se que o bem tenha sido baixado em junho/98, teremos:
$ 100,00 X 6 (número de meses de janeiro/98 a junho/98) = $ 600,00 (valor a ser apropriado
contabilmente até o mês de junho/98).
A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens existentes,
será calculada da seguinte forma:
a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo, obtendo
a quota anual em reais;
b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de depreciação,
a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou incorporação do acréscimo;
O registro contábil do encargo de depreciação será feito a débito de uma conta de custo ou
despesa operacional e a crédito da conta redutora do ativo imobilizado intitulada depreciação
acumulada.
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Na folha de pagamento, além dos salários dos funcionários, constam também outros valores,
tais como: férias, 13º salário, INSS e IRRF descontados dos salários, aviso prévio, valor do
desconto relativo ao vale transporte e às refeições e ainda o valor do FGTS incidente sobre os
salários.
Podem, ainda, constar da folha de pagamento de salários, as verbas pagas aos funcionários por
ocasião da rescisão de contrato de trabalho.
Normalmente os salários são pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao de referência, exceto os
casos em que os acordos ou convenções coletivas estabelecem prazos menores. No entanto, a
contabilização da folha de pagamento de salários deve ser efetuada observando-se o regime de
competência, ou seja, os salários devem ser contabilizados no mês a que se referem ainda que
o seu pagamento seja efetuado no mês seguinte.
No caso do valor relativo às férias e ao 13º salário, a empresa deve apropriar estes valores
mensalmente em obediência ao regime de competência, efetuando a provisão para o pagamento
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dessas verbas. Se a empresa não faz a provisão, esses valores serão apropriados como custo
ou despesa por ocasião do respectivo pagamento.
IV - Lançamentos Contábeis
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a) Pelo valor do adiantamento de salário pago no dia 20.03.99:
D - ADIANTAMENTO DE SALÁRIOS (Ativo Circulante) $6.000,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 250,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 5.750,00
c) Pela provisão dos valores relativos aos salários e ao aviso prévio indenizado:
D - GASTOS COM PESSOAL (Resultado)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 15.800,00
d) Pela baixa da provisão para férias e encargos incidentes sobre essa verba, pelo valor a ser
pago na rescisão, tendo em vista que esses valores já foram provisionados anteriormente:
D - PROVISÃO PARA FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 700,00
e) Pela baixa da provisão para 13º salário e encargos incidentes sobre essa verba, pelo valor a
ser pago na rescisão, tendo em vista que esses valores já foram provisionados anteriormente:
D - PROVISÃO PARA 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 500,00
f) Pelo valor da Contribuição FGTS incidente sobre a parcela do 13º salário pago na rescisão:
D - PROVISÃO P/ 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS (Passivo Circulante)
C - FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 40,00
i) Pelo valor da Contribuição Sindical, INSS sobre salários e 13º salário e IRRF descontados em
folha de pagamento:
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 2.205,00
C - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 30,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 710,00
C - INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 1.465,00
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C - GASTOS COM PESSOAL (Resultado)
Vale-transporte $ 740,00
Vale-refeição $ 980,00
Assistência médica $ 630,00
o) Pelo pagamento dos salários pelo valor de $ (total líquido da folha de $ 8.185,00 menos os
valores a pagar em rescisão de contrato de $ 2.000,00):
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 6.185,00
p) Pelo pagamento das verbas rescisórias (aviso prévio, 13º salário e férias):
D - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 2.000,00
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir, como custo ou despesa
operacional, em cada exercício social, importância destinada a constituir provisão para
pagamento de remuneração correspondente a férias de seus empregados (art. 279 do RIR/94).
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A faculdade de constituir essa provisão contempla a inclusão dos gastos já incorridos com a
remuneração de férias proporcionais, 1/3 (um terço) do adicional de férias e dos encargos sociais
incidentes sobre os valores que forem objeto de provisão, cujo ônus caiba à pessoa jurídica.
Assim sendo, em virtude dessa limitação à dedução da provisão para férias, a sua constituição
precisa estar amparada em demonstrativo que quantifique e individualize as férias incorridas.
A contagem dos dias de férias será efetuada de acordo com o disposto no artigo 130 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O empregado adquire o direito ao período integral de férias, ou seja, 30 (trinta) dias, após
completar 1 (um) ano de serviço na empresa e desde que não tenha faltado ao trabalho,
injustificadamente, por mais de 5 (cinco) vezes.
Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá
direito a férias na seguinte proporção:
a) 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
b) 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
c) 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
d) 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
O número de dias de férias, por empregado, será multiplicado por 1/30 (um trinta avos) da sua
remuneração mensal na época do encerramento do balanço, sendo referido valor acrescido de
1/3 (um terço), a título de adicional de férias, e mais os encargos sociais, cujo ônus couber à
empresa.
Caso o valor provisionado exceda o limite dedutível para efeitos fiscais, o valor excedente deverá
ser adicionado ao lucro líquido na determinação do lucro real.
Esse valor poderá ser excluído na determinação do lucro real do período em que preencher os
requisitos para ser dedutível ou em que for revertido a crédito de conta de resultado.
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No período seguinte, a conta de provisão, classificada no passivo circulante, será debitada, até
o limite provisionado, pelos valores pagos a qualquer beneficiário cujas férias ali tenham sido
incluídas.
Caso não haja saldo suficiente na conta de provisão, o excedente será debitado diretamente a
custos ou despesas operacionais.
Observe-se, ainda, que no final do período de apuração do imposto deverá ser efetuada a
reversão do saldo remanescente, se houver, e constituída nova provisão.
Utilizando-se da faculdade concedida pela legislação do imposto de renda, a empresa "A" decidiu
constituir provisão para pagamento de remuneração de férias no período encerrado em 30.06.97,
com base nos seguintes dados:
Por ocasião do balanço levantado em 30.09.97, a empresa apurou os seguintes valores relativos
à provisão de férias e encargos sociais devidos:
Contabilmente, deverá ser efetuado o ajuste da conta que registra a provisão, da seguinte forma:
b) Pelo ajuste do valor provisionado a título de encargos sociais incidentes sobre férias:
D - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA ENCARGOS SOCIAIS SOBRE FÉRIAS (Passivo Circulante) $ 1.700,00
= Nota: valor a ser provisionado em 30.09.97: 4.080,00
(-) valor provisionado em 30.06.97: 2.380,00
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(=) valor do ajuste da provisão: 1.700,00
No mês de outubro a empresa efetuou o pagamento de remuneração de férias cujos valores são
os seguintes:
- valor da remuneração de férias: $ 10.000,00;
= - encargo de INSS: $ 2.600,00;
- encargo de FGTS: $ 800,00.
= Nota: Não consideramos os dados relativos ao Imposto de Renda na Fonte e o INSS retidos
do empregado.
No caso da perda do direito às férias pelo empregado, ou caso o montante da provisão não tenha
sido utilizado, tais valores, constantes da conta de provisão, deverão ser revertidos a crédito da
conta de resultado, da seguinte forma:
Caso a empresa não tenha efetuado a provisão para pagamento de férias, a totalidade do valor
pago ou creditado a esse título será deduzida, como custo ou despesa operacional, no próprio
mês em que ocorrer o pagamento, ainda que o período de gozo das férias pelo empregado
avance o período subsequente (PN CST nº 8/85).
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O montante correspondente ao 13º salário e aos encargos sociais incidentes deve ser registrado
como custo de produção, quando se referir ao pessoal dos setores produtivos, ou como despesa
operacional, quando se referir ao pessoal dos setores administrativos ou de vendas, tendo como
contrapartida contas de "Provisão para 13º salário" e "Provisão para encargos sociais sobre o
13º salário", ou em uma única conta intitulada "Provisão para 13º salário e encargos sociais".
Por ocasião do pagamento da primeira parcela, a empresa deve registrá-lo em conta intitulada
"Adiantamento de 13º salário" no Ativo Circulante. Quando ocorrer a quitação da gratificação, o
valor constante da conta "Adiantamento de 13º salário" será baixado contra a conta de "Provisão
para 13º salário" no Passivo Circulante.
No pagamento do saldo ocorre a quitação da obrigação por parte da empresa. O montante pago
nesta ocasião poderá ser registrado diretamente à conta de provisão constituída anteriormente.
Caso a empresa não tenha constituído a provisão, o valor pago e o valor lançado na conta
"Adiantamento de 13º salário" serão lançados diretamente à conta de custo ou despesa,
conforme o caso, no mês em que se der a quitação da gratificação.
Valor a ser provisionado em 30.11.97, pelo valor total, a título de 13º salário dos empregados
admitidos em 1996 à razão de 11/12: $ 8.500,00
Valor dos encargos incidentes sobre o valor do 13º salário a ser provisionado (alíquota hipotética
de 26% de INSS e 8% de FGTS): $ 2.890,00
Valor da diferença entre o valor dos encargos provisionados e o total dos encargos constantes
da folha de pagamento: $ 561,00
19
c) Pelo valor do adiantamento concedido em 30.11.97:
D - ADIANTAMENTO DE 13º SALÁRIO (Ativo Circulante)
C - CAIXA/BANCOS (Ativo Circulante) 4.250,00
b) Pelo registro da diferença entre o valor provisionado a título de 13º salário e o valor da folha
de pagamento:
D - 13º SALÁRIO (despesa operacional)
C - SALÁRIOS E ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circulante) 1.650,00
Nota: Valor da folha de pagamento: $ 4.250,00 + $ 5.900,00 = $ 10.150,00
20
- !"#$%.&/'!($.
a) remuneração $ 4.000,00
I - Pela provisão:
D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Conta de Resultado)
C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 4.000,00
II - pelo pagamento:
D - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 4.000,00
C - IRRF A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 620,00
C - BANCO C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 3.380,00
)0*$&!%*!%$+!,
Mercadorias são artigos adquiridos pelo comércio para revenda em seus estabelecimentos, seja
a varejo, seja em atacado.
Tributos recuperáveis
O valor dos impostos e contribuições recuperáveis não se inclui no custo das mercadorias.
Desta forma, o ICMS destacado na aquisição de mercadoria para revenda deve ser excluído do
custo de aquisição, contabilizando-se o valor correspondente em conta própria do ativo
circulante. Esse procedimento faz com que a mercadoria adquirida ingresse no estoque da
empresa pelo seu valor líquido, ou seja, sem o ICMS incluso no valor da Nota Fiscal.
No caso do IPI, se a empresa não tiver direito a crédito desse imposto, o valor correspondente
21
integrará o custo de aquisição das mercadorias.
Frete
O valor do frete pago pelo transporte de mercadorias será registrado como parcela integrante do
custo de aquisição.
Na empresa que não mantém controle de estoques, usualmente as compras são registradas em
contas de resultado específicas (Compra de Mercadorias, ICMS sobre Compra de Mercadorias,
Fretes sobre Compras) sendo que na data de apuração dos resultados se faz o levantamento
físico dos estoques para a contabilização do valor a débito de estoques e a crédito de conta de
resultado, chamado “Estoques Finais de Mercadorias”.
A empresa comercial, quando adquire mercadoria de indústria, deve considerar o IPI destacado
na Nota Fiscal como custo de aquisição, uma vez que, pela sua natureza, não poderá exercer o
direito ao crédito desse imposto.
Registros contábeis
3 – Registro do frete:
D – Estoques de Mercadorias (Ativo Circulante)
C - Fornecedores – Transportes Paulista Ltda. (Passivo Circulante)
22
líquido, ou seja, sem o ICMS incluso no valor da Nota Fiscal.
No caso do IPI, se a indústria não tiver direito a crédito desse imposto, o valor correspondente
integrará o custo de aquisição dos insumos.
O valor do frete pago pelo transporte de insumos será registrado como parcela integrante do
custo de aquisição.
Na empresa que não mantém controle de estoques, usualmente as compras são registradas em
contas de resultado específicas (Compra de Matérias Primas, Compras de Materiais de
Embalagem, ICMS sobre Compras, Fretes sobre Compras, etc.) sendo que na data de apuração
dos resultados se faz o levantamento físico dos estoques para a contabilização do valor a débito
de estoques e a crédito de conta de resultado, chamado “Estoques Finais de Insumos”.
Exemplo:
a) mercadoria recebida fora das especificações exigidas pela empresa compradora, ou seja, as
mercadorias constantes da Nota Fiscal não correspondem na quantidade, qualidade ou preço
constantes do pedido;
23
Os procedimentos contábeis aplicáveis à devolução de compras levam em consideração dois
aspectos, a saber:
24
1"!#$%&$'!
A partir do ano-calendário de 2015, com a publicação da Lei nº 12.973/2014 que alterou o artigo
12 do Decreto-lei nº 1.598/1977, o conceito de Receita Bruta para fins de apuração do Imposto
de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
passou a compreender:
Além do exposto, cabe nos registrar o disposto no artigo 12, § 4º do Decreto-lei nº 1.598/1977,
que assim prescreve:
Art. 12 (...)
Por fim, cabe ressaltar que o conceito de Receita Líquida também foi alterado, passando a ser a
Receita Bruta diminuída dos seguintes itens:
a. Devoluções e vendas canceladas;
b. Descontos concedidos incondicionalmente;
c. Tributos sobre ela incidentes; e
d. Valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o artigo 183, caput, VIII da
Lei nº 6.404/1976, das operações vinculadas à receita bruta.
47. A entidade deve considerar os termos do contrato e suas práticas de negócios usuais para
determinar o preço da transação. O preço da transação é o valor da contraprestação à qual a
entidade espera ter direito em troca da transferência dos bens ou serviços prometidos ao
cliente, excluindo quantias cobradas em nome de terceiros (por exemplo, alguns impostos
sobre vendas). A contraprestação prometida em contrato com o cliente pode incluir valores fixos,
valores variáveis ou ambos.
25
Para um melhor entendimento dos procedimentos contábeis a serem observados quando do
registro da venda de mercadorias, especialmente do ICMS e do IPI incidente sobre o
faturamento, utilizaremos um exemplo prático. Mas antes uma observação importante:
Bom, mas vamos para nosso case. Suponhamos que a empresa fictícia Figueira Injetados Ltda.,
indústria com sede no Município de Campinas/SP, tenha efetuado uma venda à prazo para a
empresa Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda. de 10.000 peças plásticas injetadas, a
um preço unitário de R$ 4,00 (quatro reais). Suponhamos também que essas peças tenham sido
produzidas pela própria Figueira Injetados, incidindo, portanto, o IPI quando da emissão da Nota
Fiscal.
Já os lançamentos contábeis a serem efetuados pela empresa Figueira Injetados para formalizar
a venda em sua contabilidade, serão os seguintes:
Pelo registro da venda de 10.000 peças plásticas à empresa Vivax, conf. NF XXX.XXX:
D - Clientes (AC) _ R$ 44.000,00
C - Faturamento Bruto (CR) _ R$ 44.000,00
26
Pelo registro da Cofins incidente sobre a venda:
D - Cofins sobre Vendas (CR) _ R$ 3.040,00
C - Cofins a Recolher (PC) _ R$ 3.040,00
Legendas:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado; e
PC: Passivo Circulante.
%" !#$"&'(
A devolução de vendas de mercadorias e/ou produtos poderá ocorrer por diversos motivos. Os
motivos mais comuns que ensejam a devolução de vendas são os seguintes:
a) mercadoria entregue fora das especificações exigidas pela empresa compradora, ou seja, as
mercadorias constantes da Nota Fiscal não correspondem a quantidade, qualidade ou preço
constantes do pedido;
b) mercadoria entregue em estado de deterioração ou danificada.
Quando ocorre uma devolução de mercadorias que foram vendidas no exercício anterior, existe
a necessidade de um tratamento diferenciado no registro contábil, para que esse fato não altere
os resultados do exercício atual.
27
Assim, o registro será feito na forma de um cancelamento, neste exercício, de um lucro bruto
apurado no exercício anterior, que será tratado como uma despesa operacional e não mais como
uma conta redutora da conta que registra as vendas.
O ICMS apurado mensalmente na conta gráfica do livro Registro de Apuração do ICMS poderá
resultar devedor ou credor. Assim, teremos:
a) saldo credor do mês anterior;
b) mais: créditos do mês;
c) menos: débitos do mês;
d) igual a: saldo devedor ou saldo credor.
O valor que compõe a conta do ativo "ICMS a Recuperar" refere-se ao ICMS incidente sobre
compras, fretes, conta de energia elétrica e sobre conta telefônica, etc. Por sua vez, o valor que
compõe a conta do Passivo "ICMS a Recolher" refere-se ao ICMS incidente sobre vendas, ICMS
sobre transferências, etc.
Exemplo:
Com base nos dados do exemplo proposto, o registro contábil poderá ser efetuado do seguinte
modo:
D - ICMS A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - ICMS A RECUPERAR (Ativo Circulante) $ 6.700,00
28
circulante, fica igual a zero e a conta de "ICMS a Recolher", classificada no passivo circulante,
passa a apresentar um saldo de $ 3.000,00.
Caso o valor do ICMS a recuperar seja superior ao valor do ICMS a recolher, aquela conta será
creditada pelo valor do ICMS a recolher, ficando o saldo para compensação em período
posterior.
( !"#$$%"!&'&)*+,"!"$+*-).*/%"
Os créditos do PIS e COFINS, escriturados por pessoa jurídica que tenha auferido receitas
submetidas ao regime de tributação não cumulativa dessa contribuição (Lei 10.637/2002 e Lei
10.833/2003), poderão ser utilizados na dedução, na escrita contábil da pessoa jurídica, dos
débitos da contribuição decorrentes de suas receitas tributadas.
Desta forma, conclui-se que é obrigatório a contabilização do crédito do PIS e da COFINS, não
bastando contabilizar o encargo correspondente pelo valor líquido (débito menos crédito),
devendo sê-lo destacadamente.
29
$ ! !"!#%&
Depreciação no mês R$ 916,00 x 1,65% = R$ 15,11
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - Custo dos Produtos Vendidos* (Conta de Resultado)
R$ 15,11
* Lançamento para depreciação relativa a custos de produção. Se a depreciação se referir a
despesas gerais (por exemplo, depreciação de computadores), lança-se a crédito de uma conta
específica de redução de despesas administrativas ("PIS crédito de depreciações" ou
semelhante).
$ ! !'!(# !)$# 2 *#+ !+"!+#+
Energia Elétrica no mês R$ 1.000,00 x 1,65% = R$ 16,50
D - PIS a Recuperar (Ativo Circulante)
C - PIS Crédito de Energia Elétrica* (Conta de Resultado)
R$ 16,50
30
adaptando-se somente as contas contábeis relativa a esta contribuição.
1.) &!#$%'./$!&)'!
A legislação do Imposto de Renda prevê a retenção do Imposto de Renda na Fonte à alíquota
de 1,5% ou 1%, sobre vários serviços prestados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas,
como é o caso dos serviços relacionados nos arts. 714 a 724 do RIR/2018.
2. "%'"'$&" ) &"+,-
O Imposto de Renda descontado na Fonte sobre os serviços prestados por pessoa jurídica a
outra pessoa jurídica será considerado como antecipação do devido pela beneficiária (art. 717
do RIR/2018).
Desta forma, o Imposto Retido na Fonte, na pessoa jurídica prestadora do serviço, assume
características de um direito a ser compensável, e assim sendo será classificado no Ativo
Circulante como IRRF a recuperar.
Por outro lado, na pessoa jurídica tomadora do serviço, que tem a obrigatoriedade de reter e
recolher o imposto devido sobre o valor do serviço a ser pago, o Imposto de Renda será tratado
como uma obrigação, e assim será classificado no Passivo Circulante como IRRF a recolher.
3. EXEMPLO
Considerando-se que determinada pessoa jurídica "A" tenha emitido uma Nota Fiscal de
prestação de serviços para outra pessoa jurídica "B", com os seguintes dados:
- Valor da Nota Fiscal $ 3.500,00
- Valor do IRRF informado na Nota Fiscal (1,5% de $ 3.500,00) $ 52,50
31
D- IRPJ A RECOLHER (Passivo Circulante)
C - IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 52,50
I - "+452,6+
O artigo 179 da Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações - afirma que as despesas
antecipadas referem-se a aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
As despesas antecipadas devem abrigar apenas itens intangíveis do ativo. Existem diversos
tipos de despesas antecipadas, sendo as mais comuns:
a) despesas antecipadas com seguros;
b) despesas antecipadas com aluguéis;
c) despesas antecipadas com juros;
d) despesas antecipadas com assinaturas e anuidades;
e) despesas com vale-transporte;
f) comissões pagas por conta de faturamento.
32
Observe-se que o ativo tangível - material de expediente, material de consumo, etc. - adquirido
e consumido ao longo de um período não é classificado como "despesas antecipadas". Referidos
itens poderão ser controlados em conta própria de "Almoxarifado" ou lançados diretamente em
conta de resultado. No caso de lançamento em conta de resultado, o saldo existente no
encerramento de cada período de apuração do imposto deverá ser transferido para rubrica
específica de "Estoques".
No plano de contas da empresa, referidas despesas poderão ser elencadas da seguinte maneira:
Prêmios de Seguros
Encargos Financeiros
Assinaturas e Anuidades
Aluguéis
Vale-transporte
A empresa deverá manter controle extra contábil das despesas antecipadas. No caso, por
exemplo, do pagamento do prêmio de seguro, deverá ser elaborada uma planilha contemplando
o valor total da despesa antecipada, a despesa incorrida em cada mês e o saldo da despesa
antecipada. Da mesma forma, devem ser elaboradas planilhas de controle em relação às demais
despesas antecipadas.
De acordo com os dados acima, a empresa poderá fazer o seguinte registro contábil, por
ocasião do pagamento do seguro:
D - DESPESAS ANTECIPADAS (Ativo Circulante)
C - BANCOS C/ MOVIMENTO(Ativo Circulante) $ 3.600,00
A despesa com seguros incorrida mensalmente a ser apropriada até o mês de março/99, será
registrado contabilmente da seguinte forma:
D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS (Resultado)
C - DESPESAS ANTECIPADAS (Ativo Circulante) $ 300,00
33
-& !" #$%#'"("#'"$)$*"( #$(# +,"$
Por sua vez, quando o adiantamento for feito para aquisição de bens fixos, o valor
correspondente será classificado no subgrupo "Imobilizado" do Ativo Permanente.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Por outro lado, considerando-se que a empresa tenha efetuado a compra de um veículo à vista,
no dia 24.09.02, da seguinte forma:
- valor da compra $ 30.000,00
34
- adiantamento ao fornecedor em 24.09.02 $ 10.000,00
- pagamento do saldo em 27.09.02 $ 20.000,00
- ICMS destacado na NF $ 5.400,00
I - no ativo circulante:
a) entre as disponibilidades, no caso de aplicações em modalidades resgatáveis a qualquer
momento, sem vinculação a determinado prazo;
b) como investimentos temporários, se resgatáveis em prazo vencível até 360 dias após a data
de aplicação;
35
3. !"!#$"%#$&!#'!#(%#!"#!)%#&8$)
A apropriação do rendimento de aplicação financeira deve ser feita observando-se o regime de
competência.
Assim, na data do balanço ou balancete, se existir saldo de aplicação financeira a ser resgatado
nos períodos seguintes, o rendimento proporcional auferido até essa data deverá ser registrado
em conta de resultado do período, em contrapartida à conta de aplicação.
4. #(*&!"!%*&!"#!#$"!#&"!$!+$&#
5. #7#%'
Uma empresa, em 31.08, efetuou aplicação financeira no valor de $ 130.000,00, com taxa
prefixada de 2% ao mês para ser resgatada em 30.10 (60 dias).
I - registro da aplicação:
D - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 130.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 130.300,00
I - registro da aplicação:
D - APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO (Ativo Circulante) $ 135.200,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 130.000,00
C - RECEITA FINANCEIRA A APROPRIAR (Ativo Circulante) $ 5.200,00
36
II - apropriação da receita em 30.09:
D - RECEITA FINANCEIRA A APROPRIAR (Ativo Circulante)
C - RENDIMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Resultado) $ 2.600,00
!$"#%&"'%()(*%)(#&"
Como regra geral, os empréstimos e financiamentos são suportados por contratos que
estabelecem o seu valor, forma e época de liberação, encargos incidentes, forma de pagamento,
garantias além de outras cláusulas contratuais.
O registro contábil deve ser efetuado quando a empresa receber os recursos, o que muitas vezes
coincide com a data do contrato. No caso dos contratos em que a liberação dos recursos ocorrer
em várias parcelas, o registro será efetuado à medida do recebimento das parcelas.
Todos os empréstimos e financiamentos contraídos pela empresa, cujo prazo de pagamento final
seja inferior a um ano, contado a partir da assinatura do contrato, deverão ser registrados
contabilmente no Passivo Circulante. Caso o prazo final seja superior a um ano, esses contratos
serão registrados no Exigível a Longo Prazo, e por ocasião da data do balanço, as parcelas dos
empréstimos e financiamentos a longo prazo que se tornarem exigíveis até o término do exercício
seguinte, devem ser transferidas para o Passivo Circulante.
I - Variação Monetária
37
As variações monetárias serão registradas contabilmente na própria conta que registra o
empréstimo ou financiamento, tendo como contrapartida uma conta de despesa operacional ou
do Ativo Diferido, quando se tratar de empreendimento em fase pré-operacional.
Os juros, comissões e outros eventuais encargos financeiros serão também registrados pelo
regime de competência, ou seja, pelo tempo transcorrido, independendo da data de pagamento.
No caso dos juros e demais encargos incorridos, que serão pagáveis após a data do balanço,
serão também provisionados.
O valor relativo aos juros e outros encargos financeiros serão registrados contabilmente na
própria conta que registra o empréstimo ou financiamento, tendo como contrapartida uma conta
de despesas financeiras, exceto no caso dos juros e encargos incorridos durante a fase pré-
operacional, que devem ser registrados no Ativo Diferido.
IV - Tratamento Fiscal
Assim, na forma do ato normativo em questão, a condição para que todos os ônus que recaem
sobre o financiamento sejam considerados como despesas operacionais é a sua efetiva
segregação dentro do contrato de compra de venda.
Referido parecer afirma, ainda, que na celebração do contrato de compra e venda, com
financiamento de um bem de capital, ocorrem, efetivamente, duas transações distintas. A
primeira é uma operação comercial de compra e venda de determinado bem, por preço
determinado. A segunda, por sua vez, refere-se a uma operação de financiamento do preço
estipulado para o bem adquirido, acrescendo despesas de financiamento que representam a
remuneração do capital ou o ressarcimento por outras despesas administrativas decorrentes da
operação.
Todavia, se tais despesas não forem destacadas no contrato de compra de venda, o valor total
da operação deverá ser escriturado em conta representativa do ativo imobilizado, uma vez que
é inadmissível estimar o valor do custo do bem e contabilizar a parcela excedente como
despesas operacionais.
Considerando-se que determinada empresa tenha adquirido um terreno por $ 100.000,00. Desse
valor, a empresa desembolsou $ 20.000,00 e o restante de $ 80.000,00 foi financiado em 10
(dez) meses por uma instituição financeira com encargos financeiros prefixados de $ 32.000,00.
De acordo com o contrato de financiamento, a empresa pagará uma prestação fixa mensal de $
14.000,00, sendo que $ 10.000,00 representa a amortização do principal e $ 4.000,00 a
38
amortização dos encargos financeiros.
Os lançamentos contábeis, de acordo com o exemplo, poderão ser efetuados do seguinte modo:
a) pela compra do terreno por $ 100.000,00, sendo $ 20.000,00 pagos com recursos próprios e
$ 80.000,00 financiados por uma instituição financeira:
D - TERRENOS (Ativo Circulante) $ 100.000,00
C - BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 20.000,00
C - EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS (Passivo Circulante) $ 80.000,00
I - $)452*6)
A faturização consiste, na sua forma genuína, na venda da carteira ou parte dela, derivada de
faturamento a prazo de uma empresa. Essa venda é efetuada com a condição de o comprador
arcar com todos os gastos necessários à cobrança, bem como com todo o risco por eventuais
inadimplências dos clientes.
O art. 28, § 1º, alínea c.4, da Lei nº 8.981/95, definiu factoring como a prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de
riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.
II - "+;6;,246)*<5;=
O Ato Declaratório Normativo da Coordenação Geral do Sistema de Tributação (Cosit) nº 51/94,
definiu que na alienação de duplicatas à empresa de factoring deve ser observado o seguinte:
a) - a diferença entre o valor de face e o valor de venda do título de crédito à empresa de factoring
será computada como despesa operacional na data da transação;
b) - a receita obtida pela empresa de factoring, representada pela diferença entre a quantia
expressa no título de crédito adquirido e o valor pago, deverá ser reconhecida, para efeito de
apuração do lucro líquido do período, na data da operação.
39
ou receita de serviço, para a empresa de factoring. Se fosse ganho financeiro, a alienante da
duplicata teria que apropriar a despesa pelo critério de pro rata tempore e a empresa de factoring
apropriaria a receita pelo mesmo critério.
A Receita Federal entende que a diferença entre o valor de face da duplicata e o valor de
aquisição representa receita de serviço da empresa de factoring.
Exemplo:
Considerando que a empresa "Alfa" vendeu a uma empresa de factoring uma carteira de
duplicatas no valor de $
Exemplo:
Por outro lado, a empresa de factoring adquirente do título, deverá proceder aos seguintes
lançamentos:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
C - RECEITA DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00
!"#$%&'()'$%$*+,-.).&
Embora a propriedade dos títulos negociados seja transferida para a instituição, a empresa é
corresponsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Neste
caso, a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa o valor de face do título
40
não liquidado.
Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser apropriados "pro rata
tempore".
d) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de agosto (5% de $ 20.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
41
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
Valor das despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".
f) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de setembro (5% de 10.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 500,00
Valor despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".
g) Na hipótese do cliente não ter liquidado na data a duplicata nº 30, temos o seguinte
lançamento:
D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Valor debitado em c/c ref. a duplicata nº 30, não liquidada pelo cliente, conf. aviso do banco "A".
1 - &0@A162<"34/;0;561;
A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos sem garantia, de valor:
a) até $ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b) acima de $ 5.000,00 (cinco mil reais) até $ 30.000,00 (trinta mil reais) por operação, vencidos
há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, porém mantida a cobrança administrativa;
c) acima de $ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
2 - &0@A162<&24/;0;561;
A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos com garantia, vencidos há mais de
42
dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento
ou o arresto das garantias.
3 - @A6<46;2B2A25=;;A ;=A!45A;6"
A pessoa jurídica poderá registrar como perda os créditos contra devedor declarado falido ou
pessoa jurídica declarada concordatária, em relação à parcela que exceder o valor que esta
tenha se comprometido a pagar, observado o seguinte:
a) a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão
da concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para
o recebimento do crédito;
b) a parcela do crédito, cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa
concordatária, poderá também ser deduzido como perda, nas condições mencionadas neste
item.
II - #2><646"?=
a) Tratando-se de créditos sem garantia de valor, até $ 5.000,00, por operação, vencidos há mais
de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, o registro contábil será feito a débito da conta de resultado e a crédito da conta que
registra o crédito:
b) Quando o crédito for acima de $ 5.000,00 e até $ 30.000,00, por operação vencidos há mais
de um ano e mantida a cobrança administrativa, o registro contábil será feito a débito de conta
de resultado representativa da perda e a crédito de conta redutora do crédito correspondente:
D - PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS (Conta de Resultado)
C - CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (Conta Redutora - Ativo Circulante)
43
' !"C#!$"% &(!!)")*"+,+),&(!- +"
& "-*$"-! +,%!,.!*,/,0 -!
I - *24<+16;=32462-2D5278;A1<
Os gastos com reparos, conservação e substituição de partes e peças de bens do Ativo
Imobilizado que impliquem aumento da vida útil do bem, a que sejam relacionados e desde que
relevantes, ou seja, em valor superior a $ 326,62, deverão ser ativados e depreciados conforme
o prazo de vida útil previsto.
No caso de bens já totalmente depreciados, o valor a ser ativado referente ao aumento da vida
útil em decorrência de reparos, conservação de partes e peças, é aquele equivalente aos gastos,
inclusive despesas acessórias.
II - *24<#13%8A;E68=23#95<1
Se, dos gastos mencionados neste texto, resultar aumento da vida útil prevista para o bem, tais
gastos deverão ser incorporados ao valor do bem, desde que relevantes.
Neste caso, para fins de depreciação do novo valor contábil, no novo prazo de vida útil previsto
para o bem recuperado, deve ser observado o seguinte:
a) aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do bem sobre os
custos de substituição das partes ou peças;
b) apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor determinado conforme a
letra "a";
c) escriturar o valor apurado na letra "a" a débito de contas de resultado;
d) escriturar o valor de "b" a débito da conta do Ativo Imobilizado que registre o bem, o qual terá
seu novo valor contábil depreciável no novo prazo de vida útil previsto.
Para melhor compreensão do que foi exposto, elaboramos um exemplo, tendo em vista os
seguintes dados:
a) Custo de substituição de peças em uma máquina $ 62.000,00
b) Valor contábil da máquina $ 200.000,00
c) Valor da depreciação acumulada $ 160.000,00 = 80%
d) Parte não depreciada $ 40.000,00 = 20%
44
(=) Valor a ser ativado $ 49.600,00
Considerando-se que determinada empresa do ramo de transporte de carga tenha realizado uma
operação de arrendamento mercantil, para aquisição de um veículo, em 01.04.98, conforme
dados a seguir;
a) valor das contraprestações mensais igual a $ 2.000,00, sendo que $ 300,00 refere-se a
antecipação do valor residual;
b) valor do prêmio de seguro igual a $ 4.800,00;
c) manutenção periódica igual a $ 580,00;
d) reparos efetuados igual a $ 6.000,00.
4) pelo registro dos gastos com reparos (aumentando a vida útil do bem), no valor de $ 6.000,00:
D - ARRENDAMENTO MERCANTIL (Imobilizado)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 6.000,00
45
7) No final do contrato, havendo opção de compra, será efetuada a transferência dos valores
registrados na conta transitória para a conta definitiva do bem. O registro contábil poderá ser
efetuado da seguinte forma:
D - VEÍCULOS (Imobilizado)
C - ARRENDAMENTO MERCANTIL (Imobilizado)
I - $)452+6)
A faturização consiste, na sua forma genuína, na venda da carteira ou parte dela, derivada de
faturamento a prazo de uma empresa. Essa venda é efetuada com a condição de o comprador
arcar com todos os gastos necessários à cobrança, bem como com todo o risco por eventuais
inadimplências dos clientes.
O art. 28, § 1º, alínea c.4, da Lei nº 8.981/95, definiu factoring como a prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de
riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.
II - ",;6;-246)+<5;=
A Receita Federal entende que a diferença entre o valor de face da duplicata e o valor de
aquisição representa receita de serviço da empresa de factoring.
III #2>+<6,)<$)46.?2+<
a) Registros na Empresa Faturizada - Empresa Alienante do Título
Exemplo:
Considerando que a empresa "Alfa" vendeu a uma empresa de factoring uma carteira de
duplicatas no valor de $
46
lançamentos contábeis:
D - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
D - DESPESAS DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00
C - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00
Exemplo:
Por outro lado, a empresa de factoring adquirente do título, deverá proceder aos seguintes
lançamentos:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante) 50.000,00
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) 40.000,00
C - RECEITA DE FATURIZAÇÃO (Conta de Resultado) 10.000,00
Embora a propriedade dos títulos negociados sejam transferidos para a instituição, a empresa é
corresponsável pelo pagamento dos mesmos em caso de não liquidação pelo devedor. Neste
caso, a instituição financeira leva a débito em conta corrente da empresa o valor de face do título
não liquidado.
Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira devem ser apropriados "pro rata
tempore".
47
Considerando-se que determinada empresa tenha efetuado uma operação de desconto de
duplicatas conforme os dados abaixo:
28 20.000,00 31.08.98
30 10.000,00 30.09.98
Taxa cobrada: 5%
a) Pelo registro da venda e emissão da duplicata correspondente:
D - DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)
C - RECEITA BRUTA DE VENDAS (Conta de Resultado) $ 30.000,00
Baixa da duplicata nº 28, paga nesta data, conf. aviso banco "A".
d) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de agosto (5% de $ 20.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 1.000,00
Valor das despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".
f) Pela apropriação dos encargos financeiros incorridos no mês de setembro (5% de 10.000,00):
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Conta de Resultado)
C - ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER (Ativo Circulante) $ 500,00
Valor despesas incorridas até esta data, ref. desconto de duplicatas no banco "A".
g) Na hipótese do cliente não ter liquidado na data a duplicata nº 30, temos o seguinte
lançamento:
D - DUPLICATAS DESCONTADAS (Ativo Circulante)
48
C - BANCO CONTA MOVIMENTO (Ativo Circulante) $ 10.000,00
Valor debitado em c/c ref. a duplicata nº 30, não liquidada pelo cliente, conf. aviso do banco "A".
Na alienação de bens do ativo imobilizado, a empresa poderá obter um resultado não operacional
positivo ou negativo. Quando o resultado não operacional for positivo, a empresa obteve um
ganho de capital.
Em sentido inverso, quando o resultado não operacional for negativo, a empresa teve uma perda
de capital.
O resultado não operacional corresponde a diferença entre o valor de venda e o valor líquido
contábil do bem objeto de alienação. O valor líquido contábil, por sua vez, corresponde ao valor
corrigido do bem menos a depreciação.
Resultado não operacional (=) valor de venda do bem (-) valor líquido contábil do bem
Exemplo:
Valor corrigido do bem (veículo) $ 25.000,00
(-) Depreciação acumulada $ 12.000,00
(=) Valor líquido contábil $ 13.000,00
Valor da venda $ 18.000,00
(-) Valor líquido contábil $ 13.000,00
(=) Ganho de capital $ 5.000,00
49
0!"#$%&'"(%#(%)#*%($#*
)*)+$%#)),-##!".)'("),-#%#!")"(
Na sociedade por quotas de responsabilidade limitada, os sócios podem decidir por aumentar o
capital social, utilizando o saldo das contas de lucros acumulados e reserva de correção
monetária.
Por outro lado, a conta de lucros acumulados registra o lucro líquido do exercício, que permanece
suspenso, até que os sócios deliberem por sua distribuição ou capitalização.
A capitalização dos valores mencionados depende de alteração do contrato social, onde deverá
constar expressamente que a integralização está sendo efetuada com o aproveitamento de
lucros acumulados e da reserva de correção monetária e a proporção que cabe a cada sócio.
Com base nos dados acima, o registro contábil correspondente ao aumento do capital social
mediante aproveitamento do saldo da conta de reserva de correção monetária do capital e do
saldo de lucros acumulados, na data do instrumento de alteração contratual, será o seguinte:
D - RESERVA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)
C - CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)
VALOR = 10.000,00
Valor ref. ao aumento do Capital Social mediante aproveitamento do saldo da reserva de
correção monetária do capital, conforme cláusula 3ª do instrumento de alteração contratual
registrado na Junta Comercial do Estado ......, sob o nº ....., atribuído proporcionalmente à
participação de cada sócio, a saber:
Sócio A $ 5.000,00
Sócio B $ 5.000,00
/$'!"!"#*&)1")#!"#$%&'"(
Os adiantamentos para aumento de capital são recursos recebidos pela empresa de seus
acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados como aporte de capital.
O problema dos adiantamentos para aumento de capital reside na classificação contábil como
passivo exigível ou como patrimônio líquido, uma vez que existe a possibilidade da não-
incorporação ao capital e de sua devolução ao investidor.
50
A Lei nº 6.404/76 é omissa no tratamento dos valores recebidos por conta de futuros aumentos
de capital.
O Fisco firmou entendimento através dos Pareceres Normativos CST nº 23, de 26.06.81 e CST
nº 28, de 21.12.84, que, em suma, estabelecem o seguinte:
1. Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de capital, qualquer que seja
a forma pela qual os recursos tenham sido recebidos, mesmo que sob a condição para utilização
exclusiva em aumento de capital, esses ingressos deverão ser mantidos fora do patrimônio
líquido, por serem esses adiantamentos considerados obrigação para com terceiros, podendo
ser exigidos pelos titulares enquanto o aumento de capital não se concretizar.
Assim sendo, o Fisco determina a classificação dos adiantamentos para futuro aumento de
capital como exigibilidades.
De Acordo Com a Técnica Contábil, quando os adiantamentos para aumento de capital são
recebidos com cláusula de absoluta condição de permanência na sociedade, não há porque
considerá-los como exigíveis, admitindo-se que esses adiantamentos sejam classificados como
parte integrante do patrimônio líquido.
Por outro lado, se os recursos entregues pelos sócios a título de adiantamentos para aumento
de capital vierem a ser devolvidos ao investidor ou não incorporados ao capital, não se deve, na
existência de tal dúvida, classificá-los no patrimônio líquido, devendo, então, figurar no passivo
exigível.
Diante do exposto, os adiantamentos para aumento de capital devem ser classificados como
parte integrante do patrimônio líquido, em conta distinta, com a devida evidenciação de sua
origem, montante e finalidade. Caso pairem dúvidas de que os valores irão se incorporar ao
capital, tais valores serão classificados como passivo exigível.
51
G!"#$"%&/'!()%*'&%+*/*'
O artigo 9º da Lei nº 9.249/95 autorizou a pessoa jurídica a deduzir, para fins de apuração do
lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a
título de remuneração do capital próprio.
O montante dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para efeitos de
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos
seguintes valores:
I – 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; ou
II – 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem
computar o resultado do período em curso.
Para os efeitos do limite referido no item I, o lucro líquido do exercício será aquele após a
dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o
imposto de renda, sem computar, porém, os juros sobre o patrimônio líquido.
Considerando-se que a empresa "A", recolhendo Imposto de Renda com base no lucro real
trimestral, tenha levantado balanço em 30.04.2001.
Com base neste balanço, a empresa "A" decide creditar juros sobre o capital aos seus sócios
conforme segue:
A pessoa jurídica "B" beneficiária dos juros, no valor de $ 40.000,00, poderá fazer o registro
contábil da seguinte maneira:
D - CONTAS A RECEBER (Ativo Circulante) $ 34.000,00
D - IR-FONTE A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 6.000,00
C - RECEITAS FINANCEIRAS (Resultado) $ 40.000,00
Caso a pessoa jurídica "B" que recebeu os juros remuneratórios decida remunerar seus sócios
pessoas físicas com juros sobre o capital, no montante de $ 20.000,00, o registro contábil poderá
ser efetuado do seguinte modo:
a) pelo crédito dos juros sobre o capital social, no valor de $ 17.000,00 e apropriação do Imposto
de Renda na Fonte, no valor de $ 3.000,00:
D - DESPESAS FINANCEIRAS (Resultado) $ 20.000,00
52
C - CONTAS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 17.000,00
C - IR-FONTE A RECOLHER (Passivo Circulante) $ 3.000,00
!"!#$%$#&'#!"#$"($)$*+!
Após a aprovação pela Assembléia, os dividendos propostos serão transferidos para a conta de
"Dividendos a Pagar". Neste caso, o lançamento contábil poderá ser feito do seguinte modo:
D - DIVIDENDOS PROPOSTOS (Passivo Circulante)
C - DIVIDENDOS A PAGAR (Passivo Circulante) $ 50.000,00
53
%E!9"#$&!'("(')*"'$:")$"!/+'!"
!+'"(,("!+),-'.'0,12
34')$(12
É prática comum os sócios emprestarem dinheiro para a sociedade da qual participem, não
sendo raro também o inverso, ou seja, os sócios tomarem dinheiro emprestado da sociedade,
mesmo que essa não seja uma instituição financeira.
54$"6'!$+)7-'.(+)$,("E
O contrato de mútuo será registrado como um passivo exigível na mutuária e como um ativo
realizável na mutuante.
2.1 - #8;<=A>?=@B;@CDBDF8>C
A empresa que toma o dinheiro emprestado (mutuária) irá creditar, em contrapartida da entrada
do numerário em sua conta bancária ou no seu caixa, uma conta específica do:
a) passivo circulante, no caso de não haver data prevista para liquidação ou com data prevista
para vencimento antes do término do exercício social seguinte;
b) exigível a longo prazo, no caso de a data prevista para liquidação ser após o término do
exercício social seguinte.
2.2 -#8;<=A>?=@B;G@CDBDC@B=
A empresa que empresta o dinheiro (mutuante) irá registrar o direito de recebê-lo em conta do
realizável a longo prazo, independentemente de o contrato especificar data de vencimento
anterior ao término do exercício seguinte. Esta classificação contábil é estabelecida pelo art. 179,
inciso II da Lei nº 6.404/76 (Lei das sociedades por ações).
2.3 - "@<C8H;GI>@C@<=>8;G
Os encargos financeiros praticados nos contratos de mútuo devem ser reconhecidos como
despesa financeira na mutuária e como receita financeira na mutuante, observando-se o regime
de competência.
Exemplo
A empresa Tisa recebe recursos em dinheiro da empresa Visa, sua coligada, mediante contrato
de mútuo, nas seguintes condições:
a) data de efetivação do contrato (transferência do dinheiro): 30.06;
b) juros contratados: 2% ao mês, a partir da data do contrato;
c) 12 pagamentos mensais fixos (principal + juros), após 6 meses de carência.
54
A contabilização será:
a) na mutuária:
- pelo registro da entrada do numerário:
D - Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)
C - Operações de mútuo (Passivo Circulante)
- pelo recebimento das parcelas (utilizar o mesmo lançamento para todas as parcelas):
D - Banco conta Movimento (Ativo Circulante)
C - Operações de mútuo (Ativo Circulante)
55
'/!"#G$!%!&!
I - 452<<HA22AA; 4;!"H4A54;A;;#2DI<6
Quando a medida liminar é concedida sem a obrigatoriedade do depósito, a impetrante não terá
nenhum registro a fazer em sua contabilidade.
II - 452<<HA22AA; 4;!4A54;A;;#2DI<6
A concessão de medida liminar condicionada a depósito coloca o contribuinte em dúvida frente
à atualização monetária ou não dos depósitos judiciais.
"Na determinação do lucro operacional, a empresa deverá incluir a correção monetária dos
depósitos judiciais por ela efetuados (Acórdão nº 105-5.002/90 - DOU de 22.02.91)."
"As variações monetárias auferidas, pelo depositante, em depósito judicial efetivado para
garantia de instância, são apropriáveis ao resultado no período-base a que competirem (Acórdão
nº 101 - 79.781/90 - DOU de 19.09.90)."
56
De qualquer modo, o contribuinte que fizer a opção pela não atualização dos depósitos judiciais
deve se prevenir contra futuras investidas do Fisco.
De acordo com o art. 3º do Decreto-lei nº 1.737/79, os depósitos em dinheiro não vencerão juros,
enquanto os juros dos títulos depositados em garantia reverterão à Caixa Econômica Federal a
título de remuneração pelos serviços de depósito dos títulos.
A pessoa jurídica que estiver discutindo judicialmente a legalidade da exigência de algum tributo
e for obrigada a efetuar o depósito do valor deverá registrar contabilmente este fato da seguinte
forma:
(G!"#$%&!')!!7!*"J"'#$!*'#*!
Os registros dos fatos contábeis são suscetíveis de erros, que poderão ou não interferir na
apuração do resultado e, consequentemente, na base imponível do Imposto de Renda relativo
ao exercício em determinado período.
I - "+,6@+,-.;+;6,=,K;LH-A;"-46;/M0<62<A2!N2+5O5,-<462+,-+2</
Segundo a Lei da S/A, o lucro líquido do exercício não deve estar influenciado por efeitos que
pertençam a exercícios anteriores, ou seja, deverão transitar pelo balanço de resultados somente
os valores que competem ao respectivo período.
57
Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança
de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que
não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
1 - A;4L;A26@ 46!?=
A retificação de erros de exercícios anteriores poderá afetar, também, o lucro líquido do exercício.
Nesse caso, o valor correspondente a retificação será lançado, conforme o caso, a débito ou a
crédito da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". Note-se que os ajustes são aqueles
resultantes de efeitos na retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não
possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
O Manual de Contabilidade da Fipecafi adverte que se deve ter bastante cautela e prudência
para registrar ajustes por erros de exercícios anteriores diretamente na conta de Lucros
Acumulados, e não se deve dar esse tratamento a pequenos valores.
Regra geral, os erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão de lançamento,
contrapartida a débito em conta indevida ou contrapartida a crédito em conta indevida, não
provocam influência na determinação do lucro e, por inferência, no resultado tributável do
exercício.
Os erros contábeis mais comuns que se traduzem em aumento indevido do resultado podem
ocorrer devido a:
a) despesa lançada a menor do que a efetivamente paga ou incorrida;
b) receita lançada a maior ou manutenção na contabilidade de valor de receita, cuja nota fiscal
já foi objeto de cancelamento;
58
c) falta de registro referente a baixa de bens do ativo permanente.
Fora os casos retro descritos, é óbvio, existem outros que podem causar distorções na
determinação do resultado.
Exemplo:
Valor relativo baixa da duplicata nº ..... referente a nota fiscal nº ..... de ........ cancelada.
D - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido)
C - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido) 60.000,00
Caso não haja saldo na conta de provisão para Imposto de Renda, em virtude da empresa já ter
efetuado o pagamento do mesmo, o ajuste deverá ser efetuado tendo como contrapartida a conta
de impostos a recuperar no Ativo Circulante.
Por sua vez, os erros de natureza contábil que implicam redução indevida do resultado, via de
regra, são ocasionados por:
a) registro em conta indevida referente ao recebimento de uma duplicata;
b) subavaliação do estoque final de mercadorias, resultando em aumento excessivo do CMV;
c) inobservância do regime de competência na escrituração da receita, rendimento, custo ou
dedução;
d) registro a débito em conta de resultado referente a conserto de bens do ativo imobilizado, que
resulte em aumento da vida útil superior a um ano em relação a sua (s) data (s) de aquisição;
e) constituição da provisão para férias em desacordo com a legislação;
f) constituição de outras provisões ou excesso em relação ao limite fiscal previsto na legislação.
59
V - Procedimento Contábil Para Regularização do Erro
Supondo-se que os erros que provocam a redução indevida do resultado tenham sido detectados
após o término do exercício, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o seguinte:
a) lançamento de ajuste a crédito da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores";
b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta
"Lucros ou Prejuízos Acumulados";
c) diminuir do valor a ser retificado a parcela correspondente ao Imposto de Renda.
Exemplo:
No exercício seguinte, o erro foi detectado e o ajuste contábil foi procedido da seguinte forma:
D - VEÍCULOS (Ativo Permanente)
C - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido) 10.000,00
Valor relativo nota fiscal nº .... de ....... da Reformadora Alfa Ltda. referente a reforma do veículo
marca.....tipo.....motor..... cujo lançamento ora regularizamos.
D - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido)
C - LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (Patrimônio Líquido) 10.000,00
*!"#$%$&#'$(&"%)+,-!('.!)%$
.+(%%$(./$&"%$!"'"0'
Os pagamentos mensais do IRPJ e CSL por estimativa, bem como os pagamentos efetuados
com base em balanço de suspensão ou redução, devem ser registrados no Ativo Circulante, em
contas de "impostos a recuperar", uma vez que tais valores não são definitivos.
Pode ser deduzido do IRPJ apurado mensalmente, o valor do Imposto de Renda pago ou retido
na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo do imposto apurado no mês.
O valor do IRRF a ser compensado deve ser registrado no ativo circulante, em uma conta
específica, que pode ser intitulada "IRRF a compensar".
60
Quando ocorrer a compensação do IRRF com o IRPJ calculado por estimativa, o valor do IRRF
compensado deve ser registrado a débito da conta IRPJ a compensar, tendo como contrapartida
a conta do ativo
IRRF a compensar, e a conta caixa ou banco-conta movimento, pelo valor líquido pago, se for o
caso.
No entanto, esses rendimentos devem compor o lucro real apurado por ocasião do levantamento
dos balanços de suspensão ou redução do imposto, e em 31 de dezembro por ocasião do
levantamento do balanço anual, quando então o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os
rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ou pago separadamente sobre os ganhos
líquidos de aplicações de renda variável pode ser compensado, devendo o valor do IRRF figurar
em conta do ativo circulante, até a data da compensação.
Supondo-se que uma pessoa jurídica, sujeita à apuração do lucro real anual, durante o ano-
calendário de 1998, tenha pago mensalmente, a título de IRPJ (compensando o IRRF incidente
sobre as receitas computadas na base de cálculo) e Contribuição Social Sobre o Lucro, os
valores abaixo demonstrados:
Mês de apuração IRPJ devido IRRF Mês de pagamento IRPJ pago CSL paga
Janeiro 1.100,00 200,00 fevereiro 900,00 480,00
Fevereiro 1.500,00 500,00 março 1.000,00 520,00
Março 2.200,00 700,00 abril 1.500,00 800,00
Abril 1.800,00 600,00 maio 1.200,00 750,00
Maio 2.700,00 850,00 junho 1.850,00 1.100,00
Junho 3.200,00 1.100,00 julho 2.100,00 1.500,00
Julho 2.900,00 980,00 agosto 1.920,00 980,00
Agosto 3.500,00 1.200,00 setembro 2.300,00 1.650,00
Setembro 3.300,00 1.150,00 outubro 2.150,00 1.550,00
Outubro 3.100,00 960,00 novembro 2.140,00 1.300,00
Novembro 3.080,00 1.050,00 dezembro 2.030,00 1.400,00
Dezembro 4.700,00 2.300,00 janeiro 2.400,00 1.800,00
Total 33.080,00 11.590,00 total 21.490,00 13.830,00
Com base nos dados do exemplo, mensalmente serão efetuados os seguintes registros
contábeis:
61
Nota: Na hipótese de o valor do IRRF a compensar ser de valor igual ou superior ao valor do
IRPJ apurado no mês, o valor compensado será transferido para a conta IRPJ a compensar. No
caso do mês de fevereiro, se o
2 - Registros dos Valores Apurados Por Ocasião do Levantamento do Balanço Anual de 1998
Admitindo-se que a pessoa jurídica mencionada no item anterior, tenha apurado, por ocasião do
levantamento do balanço anual em 31 de dezembro de 1998, o IRPJ e CSL nos valores de $
36.760,00 e $ 14.000,00, respectivamente, teremos os seguintes lançamentos:
a) IRPJ
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Resultado)
C - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante) $ 36.760,00
a) IRPJ:
Valor provisionado $ 36.760,00
(-) Valor recolhido por estimativa até 31.12.97. $ 28.380,00
(-) IRRF a compensar (ref. o Mês de dezembro) $ 2.300,00
(=) Saldo a recolher $ 6.080,00
b) CSSL:
Valor provisionado $ 14.000,00
(-) Valor recolhido por estimativa até 31.12.97 $ 12.030,00
(-) Saldo a recolher $ 1.970,00
62
C – IRRF A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 2.300,00
b) CSSL:
D - PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante)
C - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO A COMPENSAR (Ativo Circulante) $ 12.030,00
I - o imposto anual ser maior que a soma dos valores pagos, observando-se que:
a) se o saldo do imposto anual a pagar (depois de deduzido os pagamentos efetuados até o mês
de dezembro) for inferior ao imposto calculado por estimativa, relativo ao mês de dezembro, o
pagamento do imposto relativo a esse mês, poderá ser reduzido ao montante do saldo do
imposto a pagar;
b) se o valor do imposto anual a pagar for superior ao imposto calculado por estimativa relativo
ao mês de dezembro, poderá ser pago em janeiro o valor do imposto estimado de dezembro, e
o saldo remanescente poderá ser pago até o último dia útil do mês de março.
II - o imposto anual ser menor que a soma dos valores pagos mensalmente, hipótese em que
nenhum valor terá que ser recolhido referente ao mês de dezembro, uma vez que a empresa
está com um crédito a compensar.
De acordo com o nosso exemplo, os saldos do IRPJ e da CSL apurados com base no lucro real
anual, deduzidos dos valores pagos até dezembro, são superiores aos valores calculados por
estimativa em dezembro.
Assim, se a empresa optar pelo recolhimento por estimativa relativo ao mês de dezembro, os
valores serão registrados da seguinte forma:
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 2.400,00
Nota: O valor do IRPJ estimado ($ 4.700,00) foi registrado pelo valor líquido, uma vez que o
IRRF compensável de $ 2.300,00 já foi registrado contra a provisão para o Imposto de Renda
por ocasião do levantamento do balanço, no subitem 3.2.
D - PROVISÃO P/ A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante)
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 1.800,00
Ressalte-se que os pagamentos do IRPJ e da CSL, relativos ao mês de dezembro, deverão ser
feitos,obrigatoriamente, com base no cálculo estimado, se até a data fixada para esse pagamento
(último dia útil de janeiro) a empresa não tenha levantado o balanço e apurado o lucro real.
Os saldos do IRPJ e CSL deverão ser pagos em quota única até o último dia útil do mês de
março do ano seguinte, acrescidos de juros calculados com base na taxa Selic para títulos
federais, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao
do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.
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Considerando que a empresa efetuou o pagamento do saldo do IRPJ ($ 6.080,00 - $ 2.400,00 =
3.680,00) e da CSL ($ 1.970,00 - $ 1.800,00 = $ 170,00) no mês de março, acrescidos de juros
de 3,13%, teremos os seguintes lançamentos:
D - PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (Passivo Circulante) $ 3.680,00
D - PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (Passivo Circulante) $
170,00
D - JUROS PASSIVOS (Resultado) $ 120,50
C - CAIXA/BANCO (Ativo Circulante) $ 3.970,50
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