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21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

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O que realmente permitiu o grande crescimento


econômico brasileiro da última década
Confundiu-se moeda estrangeira fraca com prosperidade nacional
eterna

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21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

economia (/SearchBySection.aspx?section=1&type=3)

Leandro Roque (/SearchByAuthor.aspx?id=79&type=articles) sexta-feira, 24 ago 2018

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id=2190)

Texto originalmente publicado em setembro de 2015.

Não, não foi a China. A China ajudou, é claro, mas a China nem de longe explica toda a nossa
economia.

O forte crescimento econômico da China durante toda a década de 2000 de fato fez com que
aquele país se tornasse um voraz e insaciável consumidor do minério de ferro e da soja
produzidos no Brasil. Tal fenômeno explica, e muito, os bons resultados obtidos no Brasil
pelo setor da mineração e da soja, bem como os bons resultados de todas as cadeias
produtivas associadas aos setores da mineração e da soja, como o de maquinário agrícola e
de caminhões.

Mas nem de longe a China explica toda a economia brasileira. Para se ter uma ideia, de tudo
o que o Brasil exporta para a China, os produtos manufaturados não chegam nem a 5%
(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/06/1639590-menos-de-5-do-que-o-
brasil-exporta-para-a-china-e-manufaturado.shtml). Isso signi ca, por exemplo, que a
indústria brasileira — que cresceu forte no período 2004 a 2011, e entrou em retração em
2012 (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-industrial-production.png?
s=bzipyoypct&v=201509031800h&d1=20030101&d2=20151231) — nem de longe tem a
China como principal cliente.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 2/175
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Os setores de maquinário agrícola (para a colheita da soja), de maquinário pesado (para as


mineradoras) e de caminhões (para fazer o transporte da soja e do minério) de fato se
bene ciam da expansão chinesa, mas estes setores não explicam toda a economia
brasileira.

A renda das pessoas crescendo (http://www.brasil.gov.br/governo/2010/09/ibge-renda-


media-do-trabalhador-cresce-20-em-5-anos-e-reduz-desigualdade) anualmente,
shoppings lotados e restaurantes com las de espera, aeroportos abarrotados, pobres
podendo pagar passagens de avião, pobres se tornando classe média, empregadas
domésticas tendo aumentos salariais e podendo mandar lhos para a escola, carros zero
sendo vendidos em quantidades crescentes
(http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/01/brasil-registra-novo-recorde-de-vendas-de-
veiculos-diz-fenabrave.html), boom imobiliário e apartamentos sendo vendidos ainda na
planta (http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/104402/noticias/vivemos-uma-
bolha), empresas tendo seus estoques prontamente vendidos, novos empreendimentos
sendo iniciados diariamente, trabalhadores encontrando empregos a salários nominais
cada vez maiores — todos esses fenômenos ocorreram por todo o país e se tornaram
corriqueiros no período 2004-2011, mas eles não são explicados pela China.

Ademais, a participação das exportações na economia brasileira é ín ma, não chegando


nem a 12% do PIB (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/07/1661171-so-5-paises-
exportam-menos-que-o-brasil-em-proporcao-do-pib.shtml). Tal valor só é maior que
Afeganistão, Burundi, Sudão, República Centro-Africana e Kiribati. A média global é de
29,8% do PIB.

Ou seja, não foi a China.

Houve um ajuste, mas ele também não explica tudo

Tão logo o governo Lula assumiu o poder em janeiro de 2003, houve um ortodoxo e
surpreendente ajuste da economia (/Article.aspx?id=1943) para corrigir todos os
desequilíbrios causados por sua eleição em 2002.

Vale lembrar que a eleição de Lula e do PT — um partido que até então pregava
abertamente o rompimento de "tudo que aí está", que defendia abertamente a adoção de
uma economia socialista, o rompimento de contratos, a estatização dos meios de produção,
a reforma agrária na marra, o calote das dívidas interna e externa, o poder ilimitado dos
sindicatos, as greves etc. — gerou um clima de total incerteza entre empresários e
investidores estrangeiros, de modo que o resultado não poderia deixar de ser outro: a
economia vivenciou uma crise gravíssima no nal de 2002.

Houve fuga de capitais, o câmbio disparou e o dólar foi a quase R$ 4


(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-currency.png?
s=usdbrl&v=199409210746h&d1=19940701&d2=20021231&type=line). Consequentemente,
o IPCA, por causa da disparada do câmbio, fechou o ano em 12,5%
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-in ation-cpi.png?
s=bzpiipcy&v=199809111759h&d1=19980101&d2=20021231).

Ninguém tinha con ança em nada, pois o futuro governo não apenas era uma incógnita,
como também iria assumir em meio a uma situação econômica muito delicada.

Mas então o governo Lula surpreendeu a maior parte do mercado e nomeou uma equipe
econômica tida como ortodoxa e conservadora, liderada por um banqueiro de carreira
internacional consagrada, Henrique Meirelles, e por um médico que era visto como um
entusiasta da ortodoxia econômica, Antonio Palocci.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 3/175
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O resto da equipe econômica era formada exclusivamente por técnicos, sem nenhum
quadro do PT ocupando os grandes cargos. Nomes renomados como Joaquim Levy (sim, o
próprio), Marcos Lisboa e Murilo Portugal foram pra Fazenda, ao passo que Alexandre
Schwartsman, Ilan Goldfajn e o durão Afonso Beviláqua
(http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/sites/_agenciabrasil/ les/gallery_assist/3/gallery
(que era o terror dos heterodoxos, pois queria um IPCA próximo de 3%) foram para o Banco
Central.

A simples nomeação dessa equipe econômica gerou uma surpresa positiva.

E quando essa equipe econômica sinalizou claramente que a política econômica adotada
seria baseada no cumprimento de contratos, na liberdade de preços, em uma política scal
austera, na elevação do superávit primário para 4,25% do PIB
(http://www4.bcb.gov.br/gci/Focus/F20040805-
Perspectivas%20da%20D%C3%ADvida%20P%C3%BAblica.pdf) (hoje é necessária muita
maquiagem contábil pra se chegar a 0,7%), e em uma política monetária dura e restritiva,
que seria garantida por um Banco Central que teria total autonomia operacional, a
con ança começou a voltar ao mercado.

O processo, no entanto, não foi indolor.

Em 2003, essa equipe econômica fez um ajuste brutal. Para conter a disparada do IPCA, a
taxa SELIC foi elevada pra 26,50% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-
interest-rate.png?s=bzstseta&v=201509042008h&d1=20000101&d2=20031231).

O superávit primário foi de 4,3% do PIB (http://www4.bcb.gov.br/gci/Focus/F20040805-


Perspectivas%20da%20D%C3%ADvida%20P%C3%BAblica.pdf) (acima da meta já alta de
4,25%).

Nos primeiros 6 meses de 2003, que foi o período em que a SELIC cou em seu valor mais
alto, o consumo doméstico chegou a cair 11%
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-retail-sales-annual.png?
s=braretailsalesyoy&v=201509171859h&d1=20030101&d2=20031231) . E o desemprego foi
para 13%. (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-unemployment-rate.png?
s=bzuetotn&v=201508211800h&d1=20030101&d2=20031231)

Isso, sim, foi austeridade para espanhol, grego, português, irlandês nenhum botar defeito.

Mas esse ajuste foi tão forte e tão surpreendente — ninguém esperava isso de um governo
de esquerda —, que o mercado reagiu muito positivamente, tanto investidores e
especuladores estrangeiros quanto empresários e consumidores.

A partir do momento em que houve um ajuste tão forte, e esse ajuste começou a dar
resultado, algumas coisas começaram a acontecer.

Primeiro, a in ação de preços acumulada em 12 meses começou a cair rapidamente, indo de


17% para 5,2% em um ano (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-in ation-
cpi.png?s=bzpiipcy&v=200009111759h&d1=20000101&d2=20040617), sendo este o menor
valor desde 1999. A rápida queda na in ação de preços e o cenário de estabilidade política e
econômica geraram a con ança necessária para o retorno dos investimentos e, por
conseguinte, do crescimento econômico.

Aquela equipe econômica entendia que investimentos só ocorrem quando, além de um


mínimo de estabilidade política, a in ação de preços é baixa e as contas do governo estão
arrumadas, o que gera previsibilidade e con ança.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 4/175
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A nal, quando um empreendedor faz um investimento voltado para o longo prazo —


quando ele decide construir novas instalações ou ampliar as instalações de sua empresa, ou
mesmo quando ele pensa em contratar mão-de-obra —, é crucial que ele tenha um mínimo
de certeza a respeito do poder de compra da moeda no futuro, que é quando investimento
dele estará pronto e ele começará a auferir as receitas dele.

O mesmo vale para os consumidores. Ao verem que seu orçamento está apertado, que seu
poder de compra está caindo e que não há perspectiva de melhora, eles acabam sendo
obrigados a apertar os cintos e a consumir apenas o essencial.

Quanto ao orçamento do governo, se as contas estiverem em descalabro, os investimentos


inevitavelmente serão afetados, pois os empresários e investidores sabem que
inevitavelmente haverá aumento de impostos e abolição de isenções para equilibrar o
orçamento, o que gerará custos adicionais para as empresas e mudará totalmente o cenário
no qual elas inicialmente basearam seus planos de investimentos.

Com o ajuste feito em 2003 e a subsequente estabilização da economia, houve um


substancial aumento do investimento
(http://s2.glbimg.com/gc1QlRgO0LXVariHCCVsFaQ6pEndZkswx1OezL1o-NxIoz-
HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/03/01/pib_marco2013-
evolucao-mate.jpg), do crédito e da quantidade de pessoas empregadas, as quais não
apenas expandiram o mercado de consumo interno, como também aumentaram a
plataforma produtora de exportação.

Mesmo no agronegócio, a expansão na maior parte do período 2003-2011 foi baseada em


aumento de volumes, produtividade e área plantada
(http://seednews.inf.br/_html/uploads/conteudos/gd_174geri.jpg). Isso também foi fruto
da estabilidade, da con ança e do aumento dos investimentos.

Mas apenas esse ajuste ainda não explica o crescimento da década.

O primeiro mistério: o crédito disparou, mas os preços se mantiveram relativamente


comportados

O fenômeno mais notável dessa estabilização econômica foi o aumento acentuado do


crédito, algo até então inédito na história do real. O crédito disparou porque o nível de
con ança aumentou, fazendo com que consumidores passassem a consumir mais e
empresários voltassem a investir mais.

Eis o grá co da expansão do crédito, que começa em 1994, logo na criação do real, e vai até
o nal de 2011.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 5/175
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Grá co 1: expansão do crédito no até o nal de 2011

Observe que é justamente em 2004 que a expansão adquire um crescimento exponencial

Vale ressaltar, como já inúmeras vezes explicado por este site, que esse grá co mostra a
quantidade de dinheiro que os bancos (privados e públicos) estão jogando na economia.

No nosso atual sistema monetário e bancário, o processo de expansão do crédito gera um


aumento da quantidade de dinheiro na economia. Quando uma pessoa ou empresa pega
empréstimo, os bancos criam dinheiro do nada — na verdade, meros dígitos eletrônicos —
e simplesmente acrescentam esses dígitos na conta do tomador do empréstimo.

Ou seja, todo esse processo de expansão de crédito nada mais é do que um mecanismo
que aumenta a quantidade de dinheiro na economia. Explicar o funcionamento do sistema
bancário está fora do escopo desse artigo (você pode entender todos os detalhes do sistema
bancário neste artigo (/Article.aspx?id=1387)), de modo que basta dizer que os bancos,
quando emprestam dinheiro, criam dígitos eletrônicos do nada, e esses dígitos eletrônicos
representam dinheiro.

Esse processo de expansão do crédito afeta os principais números da economia, como PIB,
emprego, renda e in ação de preços. Um aumento da quantidade de dinheiro na economia,
gerado pela criação de crédito bancário, faz com que, no primeiro momento, enquanto os
preços ainda não foram afetados, aumente o consumo, aumente a demanda por mão-de-
obra em todos os setores da economia, aumente o emprego (na indústria, na construção
civil, nos setores de serviço, varejista e comércio em geral), aumentem os salários, aumente
a renda nominal, e aumente os investimentos.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 6/175
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Mas todo esse processo contínuo só dura enquanto os preços — tanto dos bens e serviços
quanto dos salários — se mantiverem relativamente comportados. Caso eles comecem a
subir forte, e as injeções de crédito continuem, haverá um aumento ainda mais forte dos
preços e dos salários, podendo levar a um grande descontrole in acionário.

Normalmente, antes de se chegar a esse ponto, o Banco Central — que trabalha com metas
de in ação — atua para conter a escalada dos preços. E ele faz isso subindo os juros para
desacelerar essa expansão do crédito e, tão importante quanto, para alterar as expectativas
in acionárias das pessoas, fazendo com que os formadores de preço — dentistas,
encanadores, advogados, mecânicos, indústrias e comércio — incorporem essa expectativa
de que a in ação será controlada e, consequentemente, parem de reajustar seus preços
baseando-se nessas expectativas.

Mas o que realmente chama a atenção no período 2004-2011 é que o crédito disparou, a
taxa básica de juros (SELIC) controlada pelo Banco Central desabou (de um máximo de
26,50% para um mínimo de 8,75% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-
interest-rate.png?s=bzstseta&v=201509042008h&d1=20030101&d2=20111231)), e os preços
se mantiveram relativamente comportados, com o IPCA acumulado em 12 meses chegando
a bater em 2,97% no início de 2007, mesmo com a exponencial expansão do crédito
mostrada no grá co acima.

Grá co 2: evolução do IPCA acumulado em 12 meses, de 2003 a 2010

Foi a primeira vez na história do real que isso aconteceu — crédito se expandindo
exponencialmente e preços se desacelerando também fortemente.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 7/175
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Aliás, foi a primeira vez desde 1914 (/Article.aspx?id=2184&comments=true#ac152076) que


isso aconteceu.

Embora seja verdade que a estabilidade da economia à época — para car numa expressão
muito cara aos economistas ortodoxos — tenha ajudado o Banco Central a "ancorar as
expectativas in acionárias dos agentes econômicos", apenas isso não explica esse
descompasso entre, de um lado, expansão exponencial do crédito, salários crescentes
(http://www.brasil.gov.br/governo/2010/09/ibge-renda-media-do-trabalhador-cresce-
20-em-5-anos-e-reduz-desigualdade) e produtividade baixa
(http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1025/noticias/agora-vem-a-parte-
mais-di cil) e, de outro, in ação de preços decrescentes.

Qual o elemento que fecha essa equação aparentemente desequilibrada?

A guerra no Iraque

Foi em março de 2003 que o governo americano iniciou a invasão do Iraque para derrubar
Saddam Hussein. Uma incursão militar que aparentemente seria rápida — a última
operação militar americana realizada no Iraque, a Tempestade no Deserto
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Golfo#Breve_cronologia), iniciada em janeiro
de 1991, durou menos de 2 meses — acabou se estendendo por quase uma década e
custando, tanto nanceiramente quanto humanamente, muito mais do que o inicialmente
estimado.

E daí?

E daí que, se há algo que a história comprova, é que guerras são péssimas para a moeda dos
países envolvidos. Guerras geram enormes custos militares e extra-orçamentários, os
quais são cobertos majoritariamente via endividamento do governo e in ação monetária. O
próprio Império Romano teve sua derradeira queda precipitada (/Article.aspx?id=2195) pela
adulteração de moeda. Rússia
(https://d3fy651gv2fhd3.cloudfront.net/charts/historical.png?
s=USDRUB&v=20180124124000&d1=20000101&d2=20151231) e Ucrânia
(https://d3fy651gv2fhd3.cloudfront.net/charts/historical.png?
s=USDUAH&v=20180123202000&d1=20000101&d2=20151231)vivenciaram um
derretimento de suas moedas ao entrarem em con ito recentemente.

Os EUA também não escapam dessa lei econômica. Sua moeda pode não se desintegrar por
completo, é claro; porém, enquanto durar o con ito e enquanto este for intenso, a moeda
sofre.

As consequências sobre o dólar

Até 2002, o dólar vinha de duas décadas de inabalável robustez. Em 2002, porém, ele
começa a perder força, muito provavelmente por causa do início do confronto no
Afeganistão (causado, por sua vez, pelos atentados de 11 de setembro). A partir de 2003,
com a invasão do Iraque, o dólar entra em queda livre perante todas as outras moedas do
mundo.

O grá co abaixo — que mostra a evolução do dólar em relação a uma cesta formada pelas
principais moedas mundiais — mostra o que aconteceu.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 8/175
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Grá co 3: evolução do valor do dólar perante uma cesta contendo as principais moedas do
mundo

Repare que é justamente no período 2003-2011 que o dólar segue em contínuo declínio,
chegando à sua mínima em meados de 2011, recuperando-se a partir de 2012, e fortemente
a partir de meados de 2014.

A evolução do preço do ouro em relação ao dólar conta a mesma história. Foi em 2003 que a
coisa começou a degringolar. O grá co a seguir mostra a evolução do preço de uma onça
(31,1 gramas) de ouro em dólares:

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 9/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Grá co 4: preço, em dólares, de uma onça de ouro

Nesse mesmo período, 2003 a 2011, o dólar se desvalorizou acentuadamente em relação a


todas as moedas do mundo.

Veja nesses links a desvalorização do dólar em relação ao franco suíço


(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/switzerland-currency.png?
s=usdchf&v=201509210131h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), à libra esterlina
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/united-kingdom-currency.png?
s=gbpusd&v=201509210601h&d1=20000101&d2=20151231&type=line) (vale ressaltar que o
Reino Unido também entrou na guerra no Iraque), ao euro
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/euro-area-currency.png?
s=eurusd&v=201509210601h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), ao dólar canadense
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/canada-currency.png?
s=usdcad&v=201509210601h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), ao dólar australiano
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/australia-currency.png?
s=audusd&v=201509210601h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), ao peso chileno
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/chile-currency.png?
s=usdclp&v=201509210131h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), ao peso colombiano
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/colombia-currency.png?
s=usdcop&v=201509210601h&d1=20000101&d2=20151231&type=line), ao sol peruano
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/peru-currency.png?
s=usdpen&v=200009210216h&d1=20000101&d2=20151231&type=line).

E veja aqui a desvalorização do dólar em relação ao real.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 10/175
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Grá co 5: evolução da taxa de câmbio real/dólar

Agora compare a evolução do câmbio acima com a evolução do IPCA abaixo, no mesmo
período.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 11/175
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Grá co 6: IPCA acumulado em 12 meses, de 2000 a 2015

Nota-se que, de 2003 até 2010, a contínua valorização do real em relação ao dólar — ou,
dito de outra forma, a contínua desvalorização do dólar perante o real — ajudou, e muito, a
conter a pressão nos preços exercida pela expansão do crédito, pelo aumento da renda e
pela baixa produtividade.

Ou seja, de um lado, o crédito se expandia e isso fazia com que a renda, o emprego e o
consumo crescessem; de outro, como o preço do dólar caía continuamente, isso fazia com
que todos os produtos importados, bem como todos os produtos nacionais cuja produção
utilizasse insumos com componentes importados, não subissem de preço.

E esse impacto do dólar é muito maior do que muitos imaginam. Os preços dos remédios
(http://economia.estadao.com.br/blogs/claudio-considera/remedios-reajuste/) (85% da
química na é importada), do pão (http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/04/sobe-o-
preco-do-pao-frances-com-reajuste-que-pode-chegar-12.html) (o trigo é uma
commodity preci cada em dólar e é majoritariamente importada), das passagens aéreas
(querosene é petróleo, e petróleo é cotado em dólar), das passagens de ônibus (diesel
também é petróleo), de todos os importados básicos (de eletroeletrônicos e utensílios
domésticos a roupas e mobiliários) e até mesmos os preços dos aluguéis e das tarifas de
energia elétrica (ambos são reajustados pelo IGP-M, índice esse que mensura commodities
e matérias-primas, ambas sensíveis ao dólar) são afetados pelo dólar.

Também os preços dos alimentos, especialmente as carnes bovina e suína, sofrem impacto
direto do dólar. O farelo de soja, por exemplo, é utilizado como ração para bovinos e suínos,
e a soja é uma commodity cotada em dólar. Se o dólar ca mais barato, os custos dos

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 12/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

pecuaristas para alimentar seus animais cam mais contidos, o que diminuiu a pressão por
repasses de preços.

Ou seja, se o dólar ca continuamente mais barato, não há pressão altista sobre todos esses
itens supracitados. Consequentemente, a expansão do crédito pode durar mais tempo sem
gerar carestia generalizada. A renda real das pessoas cresce em decorrência do fato de a
expansão do crédito estar gerando um aumento da renda nominal sem um proporcional
aumento dos preços.

Nesse cenário, apenas o setor de serviços — que não sofre concorrência externa e que
sofrerá um forte aumento de demanda justamente por causa da elevação da renda real das
pessoas — tem mais liberdade para aumentar preços. E foi exatamente isso o que aconteceu
(http://www.gazetadopovo.com.br/economia/precos-dos-servicos-no-brasil-mais-que-
dobraram-nos-ultimos-dez-anos-9811dpv0ltvwaokxxa9efye6m).

O dólar em contínuo enfraquecimento ajudou enormemente a economia brasileira — e


também o governo

Podemos especular sobre as reais causas do enfraquecimento do dólar.

Teria sido apenas a guerra no Iraque?

Teria sido a guerra no Iraque em conjunto com a forte expansão do crédito ocorrida nos
EUA nesse mesmo período, a qual aditivou a bolha imobiliária no país (/Article.aspx?
id=1696)?

Teria a bolha imobiliária sido causada justamente pela desvalorização do dólar em


decorrência da guerra no Iraque? Isso é bem possível. Como explicou Mises, uma
desvalorização da moeda tende a gerar uma corrida para ativos reais, que e isso pode ter
levado à bolha imobiliária americana. As pessoas pegavam empréstimos, compravam
imóveis e revendiam a preços ainda maiores. Há quem sustente essa tese de que a bolha
imobiliária americana nada mais foi do que uma inevitável reação das pessoas à
desvalorização do dólar causada pela guerra no Iraque.

O fato inconteste, no entanto, é que, quaisquer que tenham sido suas causas, a
desvalorização do dólar está por trás de todo o boom econômico vivenciado não só pelo
Brasil, mas por toda a América Latina na década de 2000.

Em períodos normais — isto é, quando o dólar está forte e estável —, expansões do crédito
nos países periféricos tendem a rapidamente gerar carestia, pois tais expansões, além de
aumentarem a quantidade de dinheiro na economia, também geram desvalorizações na
taxa de câmbio, o que rapidamente obriga os bancos centrais a subirem os juros e
abortarem essa expansão do crédito.

Porém, se uma expansão do crédito for acompanhada de uma apreciação da taxa de câmbio
— isto é, de uma desvalorização do dólar —, a carestia ca bem mais contida, permitindo
assim que a expansão do crédito dure mais tempo e eleve continuamente a renda, o
emprego e o consumo, e sem gerar grandes pressões nos preços.

Esse, aliás, é o melhor dos cenários: renda, emprego e consumo aumentam continuamente,
mas os preços cam contidos, o que permite que tal ciclo dure muito mais tempo do que
duraria em "épocas normais".

Mais ainda: com uma contínua expansão do crédito, as receitas do governo também
aumentam. Como há mais dinheiro sendo criado, e os preços estão bem comportados por
causa do dólar, as pessoas consomem mais, os empresários investem mais e empregam

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 13/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

mais, e a renda de todos aumenta. Consequentemente, o governo arrecada mais impostos


(tanto sobre a renda quanto os indiretos) e pode se dar ao luxo de aumentar seus gastos,
inclusive o salário do funcionalismo público.

Lula surfou, e muito, nesse cenário.

Um rápido comentário sobre o boom das commodities

Quem também se deu muito bem com a desvalorização do dólar foram as mineradoras.

Há muita confusão a respeito do boom das commodities ocorrido na década passada. Sim, a
China in uenciou bastante, mas o papel do dólar foi decisivo. O boom das commodities está
intimamente ligado ao dólar fraco.

Todas as commodities (de minério de ferro a petróleo) são preci cadas em dólar. Sendo
assim, sempre que o dólar está fraco, os preços das commodities estão em alta, e vice-
versa. Sempre.

O boom das commodities (principalmente minério e petróleo) na década de 2000 foi


"auxiliado" pelo enfraquecimento do dólar. E o atual "arrefecimento" das commodities
também está ligado ao fortalecimento do dólar. O grá co do dólar em relação ao ouro,
mostrado acima, ilustra perfeitamente esse fenômeno.

E como as receitas e as dívidas das mineradoras são cotadas em dólar, elas sofrem
diretamente esse ciclo econômico gerado pela utuação do valor do dólar: o
enfraquecimento do dólar gera um aumento nos preços do minério, e isso leva as
mineradoras a expandirem seus investimentos. Tão logo o dólar se fortalece, as
commodities caem de preço e todos esses investimentos expansivos se revelam errôneos. E
então cortes de custos — demissões — são feitos.

A Vale está passando por isso (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/06/1640058-


queda-no-preco-do-minerio-leva-a-demissoes-a-afeta-cidades-de-minas.shtml). As
petrolíferas americanas também
(http://www.theatlantic.com/business/archive/2015/06/north-dakota-oil-boom-
bust/396620/).

O melancólico m

Tudo o que se baseia em fundamentos ácidos irá eventualmente desabar. No caso


brasileiro, tão logo o dólar começou a se fortalecer em 2012 (vide grá cos 3 e 4), todo o
arranjo se esfacelou.

Aquela aparentemente mágica capacidade do governo Lula de fazer com que renda e
emprego aumentassem contínua e duradouramente sem gerar carestia foi desmascarada.
Tal cenário não mais existe. E nada indica que ele voltará tão cedo.

Por si só, um aumento do dólar já seria o su ciente para desarranjar toda a economia.
Porém, os efeitos desse aumento do dólar foram intensi cados pelas políticas implantadas
pela pavorosa "Nova Matriz Econômica (/Article.aspx?id=2120)", a qual surgiu ainda no
nal de 2008, mas que foi acentuada no governo Dilma Rousse .

Sem a Nova Matriz Econômica, a grande expansão do crédito teria gerado "apenas"
endividamento das pessoas (por causa do crédito farto e barato) e investimentos errados
(os quais se revelariam sobredimensionados tão logo a carestia se manifestasse, a renda
real estagnasse e casse comprovado que não havia demanda para tais investimentos).

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 14/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Com a Nova Matriz Econômica, porém, os desarranjos foram ampli cados. Além do
endividamento recorde (http://g1.globo.com/economia/seu-
dinheiro/noticia/2015/06/endividamento-das-familias-chega-463-o-maior-em-10-
anos-mostra-bc.html) e dos investimentos errôneos das indústrias
(http://www.valor.com.br/brasil/4419908/producao-industrial-tem-em-2015-maior-
recuo-em-12-anos), tivemos também disparada nos preços da gasolina
(http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/06/preco-medio-da-gasolina-no-
pais-subiu-75-na-semana-segundo-agencia.htm) e da energia elétrica
(http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/06/conta-de-luz-volta-pesar-e-
in acao-em-12-meses-e-maior-desde-2003.html), grande queda na renda real
(http://www.valor.com.br/brasil/4414292/renda-do-trabalhador-em-2015-tem-
primeira-queda-desde-2004) das pessoas, pedaladas scais (/Article.aspx?id=2371) e
desarranjo nas contas do governo (/Article.aspx?id=2220), perda do grau de investimento
(/Article.aspx?id=2184&comments=true), e uma disparada ainda mais intensa do dólar
(http://www.infomoney.com.br/mercados/cambio/noticia/4131896/real-moeda-que-
mais-desvalorizou-semestre-con ra-ranking), o que está causando uma carestia
generalizada. (Veja tudo isso, em detalhes, aqui (/Article.aspx?id=2120)).

Os contínuos aumentos dos gastos do governo durante a era Lula — os quais foram
possibilitados justamente pela expansão do crédito e do dólar fraco — e que foram
ampli cados pelas pedaladas scais (/Article.aspx?id=2371) do governo Dilma, estão agora
cobrando seu preço. Com as subidas dos juros efetuadas pelo Banco Central, a expansão do
crédito desacelerou (/Article.aspx?id=2155), levando consigo a renda, o emprego e os
salários. Consequentemente, a arrecadação do governo também caiu
(http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/09/em-meio-recessao-arrecadacao-tem-
pior-mes-de-agosto-em-5-anos.html).

Dilma partiu do princípio de que poderia continuar aumentando os gastos no mesmo ritmo
de Lula. Mas as receitas do governo secaram. Agora, ela convocou toda a população para
pagar a conta (http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-09/levy%3A-
%22pagar-um-pouquinho-mais-de-imposto%22-e-investir-na-recuperacao-do-pais)
de suas pedaladas scais e da esbórnia scal herdada do governo Lula.

Em simultâneo a tudo isso, há um grande caos no cenário político: Dilma está ameaçada de
impeachment por ter se elegido com o dinheiro desviado da Petrobras (segundo os
delatores Ricardo Pessoa, Fernando Baiano, Pedro Barusco e Alberto Youssef) e também por
ter feito as já famosas pedaladas scais (/Article.aspx?id=2371) no primeiro mandato, o que
con guraria crime de responsabilidade scal.

E, por se tratar de fatos que envolvem a campanha eleitoral, o então candidato à vice-
presidência e atual ocupante do cargo, Michel Temer, também pode ser engolfado pelas
denúncias.

Mas não pára por aí: os sucessores diretos da presidente da República — que são o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o do Senado Federal, Renan
Calheiros — também estão envolvidos em inquéritos no STF, e podem ser igualmente
derrubados.

Ou seja, simplesmente não se sabe quem sobrará inteiro.

Tudo isso fez o dólar disparar


(http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKCN0RI2AW20150918), ironicamente levando
o país a viver um cenário exatamente oposto ao da década passada.

Conclusão

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 15/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Foi o dólar quem nos entregou uma quimera que durou quase 10 anos, e é ele quem está
agora nos trazendo — e sem delicadezas — de volta à realidade.

Nesse atual arranjo de dólar em disparada e de governo totalmente incapaz de cortar seus
gastos (/Article.aspx?id=2184), a única maneira de o Banco Central entregar uma in ação
de preços relativamente tolerável é gerando uma brutal recessão (por meio de juros
crescentes) que eleve acentuadamente o desemprego, reduza salários e acabe com a
demanda.

Em um cenário de dólar em disparada e de esbórnia scal, não há como conter uma carestia
sem ser por meio de recessão, desemprego e queda na renda. Apenas essa conjunção de
fatores pode impedir um grande repasse cambial aos preços.

Obviamente, nesse cenário, as empresas e os empreendedores cam as xiados. Eles pagam


cada vez mais caro pelas importações, mas não podem repassar esses custos para os preços.
Consequentemente, eles vão se tornando cada vez mais descapitalizados, o que afeta sua
capacidade de investimento e de contratação de mão-de-obra.

Desnecessário dizer que tal cenário também não ajuda em nada quem está endividado e
desempregado.

No nal, toda a economia foi destruída pelo governo. É o preço do descalabro, o qual foi
possibilitado por uma conjuntura externa atípica e que foi erroneamente interpretada à
época. Confundiu-se moeda estrangeira fraca com prosperidade nacional eterna, e
concluiu-se que os bons resultados obtidos dispensavam o governo de obedecer às
irrevogáveis leis da economia. Gastos foram elevados e nenhuma reforma estrutural foi
feita.

O mesmo é válido para a América Latina. Não fosse o dólar, não teria como tais países
apresentarem bons números apenas na base do populismo
(https://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/vc/2013/050613p.pdf).

Tal cenário de bonança pode se repetir? Poder, pode. Caso o próximo presidente dos EUA
seja um belicista que en e o país em novas aventuras militares, ou seja um trapalhão
econômico que invente novas heterodoxias, é bem possível. Mas é bom não contar com isso.

Impeachment ajuda? Ajuda muito. Mas se chegamos ao ponto em que a única solução viável
é o impeachment, então o estrago foi profundo e não será corrigido com uma simples
mudança no líder do executivo.

Quanto a Lula, embora tenha o mérito de ter montado uma boa equipe econômica no seu
primeiro mandato, ele deve boa parte de sua popularidade à dupla Bush-Hussein.

_________________________________________

Leia também:

O trágico legado da "Nova Matriz Econômica" - um resumo cronológico (com dados


atualizados) (/Article.aspx?id=2120)

O desastre da economia brasileira e o gigantesco buraco scal do governo (/Article.aspx?


id=2180)

(/Article.aspx?id=2180)

autor
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 16/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro Roque
é editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises
Brasil.
(/SearchByAuthor.aspx?
id=79&type=articles)

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Pedro 21/09/2015 11:18

Isso porque ainda não fomos rebaixados pela Fitch/Moody's. Quando isso ocorrer, e vai ocorrer a
qualquer momento, aí esperem por dólar passando de R$5,00 fácil.
RESPONDER

Ronaldo Baltazar stuart 03/03/2019 19:00

E.u.a , Japão , Alemanha , tem dívidas trilhonaris e estão " cagando" pra esses
rebaixadores...kkk
RESPONDER

Carlos 03/03/2019 21:49

Claro, nunca foram rebaixados. Por que iriam se preocupar?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 17/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

É cada um...
RESPONDER

Paulo 21/09/2015 11:19

Que bom começar uma segunda feira com um artigo tão bem escrito! obrigado Leandro!
RESPONDER

Pedro Ivo 21/09/2015 20:11

Mais um capítulo para aquele livro de economia brasileira que a gente te encomenda a
7 anos, hein Leandro?
RESPONDER

Pedro Ivo 21/03/2016 19:41

As atualizações nos dados econômicos e políticos valeram a releitura. Grato e


congratulações Leandro.
RESPONDER

Rafael 07/04/2016 17:09

Achei o artigo muito interessante. Tenho apenas uma observação e uma pergunta:

pergunta: Como separar ou quanti car esse efeito da guerra desvalorizando o dólar do
boom de commodities? Sei que o Leandro usou a a parcela baixa de exportações para
colocar o efeito da guerra acima do boom nos termos de troca brasileiros e crescimento
"arti cial" da China. Mas no mercado nanceiro é muito difícil usar apenas esse
argumento para convencer os neoclássicos que atribuem quase tudo a China e choque de
expectativa (parece que eles adoram usar a expectativa para tudo que não conseguem
explicar racionalmente/matematicamente). Minha impressão é que ambos os efeitos
foram relevantes, mas não saberia quanti ca-los e com isso não consigo convencer
alguém que considera esse efeito da Guerra no Iraque irrelevante (muitos economistas
respeitados se enquadram nisso). Ai me sobra como analista de ações car ouvindo calado
as a rmações "neoclássicas" que tanto me incomodam.

observação: Uma pena que a maioria dos comentários abaixo que se perdendo no
discurso de mais ou menos governo, que claramente não nos leva muito adiante, a
posição da escola austríaca é clara e aparentemente quase tão extrema quanto a visão
comunista. Temos que car atentos ao estrago que um governo pode fazer na economia,
mas temos que ter em mente que o "anarco-capitalismo" é uma utopia tão questionável
como o comunismo ideal, eu critico os dois, acredito que existem bons estudos (Hyman
Minsky por exemplo) que mostra a instabilidade inerente do mercado livre (se bem que
mercado livre sem reservas fracionárias ai não vi muita coisa, mas abolir as reservas me
parece algo muito distante e disruptivo para alguém saber qual seria o resultado).
Agradeço muito ao Leandro e a escola austríaca por apresentar alternativas, mas acho que
poderíamos aprender bem mais discutindo dados e argumentos do que crenças. Queria ter
visto pessoas com argumentos para questionar, colaborar ou discordar do artigo, mas com
tanto comentário sobre funcionalismo na página, não tenho tempo de procurar algum

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 18/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

comentário que de fato agregue valor à leitura do artigo. seria mais produtivo para todos
os leitores se os comentários fossem mais focados em dúvidas, criticas e adendos.
RESPONDER

Leandro 07/04/2016 17:37

Essa é fácil.

Em primeiro lugar, se tudo depende da China e nada depende do dólar, então


estamos nos deparando com o primeiro caso econômico da história em que a
saúde da moeda utilizada para preci car um bem em nada afeta o valor nominal
desse bem.

No mais, como foi possível a tonelada do minério ter desabado de US$ 191 para
US$ 37 (queda de 80%) (http://www. nancista.com.br/noticias/minerio-de-ferro-
atinge-minima-historica-vale-tem-esse-e-outros-motivos-para-se-
preocupar)?

Por acaso a demanda da China por minério encolheu 80%? Ou não teria sido
justamente a recente disparada do dólar (fortalecimento da moeda) a causa
principal dessa queda no preço?

E vou adianta, agora para o argumento empírico mais forte: por que o principal
índice de commodity (o CRB) varia estritamente de acordo com a força do dólar?

Pode conferir neste grá co


(http://www.crossingwallstreet.com/archives/2015/12/crb-index-falls-to-41-
year-low.html).

Veja que, no nal da década de 1970, com o dólar mundialmente fraco e todo o
mundo em recessão, o índice CRB dispara.

Nas décadas de 1980 e 1990, com o dólar mundialmente forte (e a China em


disparada!), o índice CRB se mantém estável.

A partir da década de 2000, com o dólar fraco (e sem nenhuma alteração no ritmo
do crescimento chinês), o CRB volta a disparar.

E, desde 2012, com o dólar se fortalecendo, o CRB volta a cair.

Quem utiliza a China como explicação para tudo tem de explicar por que a China
não fez diferença nas décadas de 1980 e 1990, quando seu crescimento era ainda
maior. Sem uma teoria crível e sólida (que nunca foi apresentada), o fator China
deve ser visto como totalmente é secundário. In ui no preço, sim, mas em muito
menor escala que a força do dólar.

Esse, aliás, é um fenômeno tão básico da economia, que me espanta que ele seja
controverso. Sabidamente, a saúde de uma moeda afeta os preços de todos os
bens. Moeda em enfraquecimento gera preços em alta. Porém, para os defensores
do "fator China", aparentemente as leis econômicas se tornam nulas quando o

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 19/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

assunto é commodities, de modo que a saúde da moeda utilizada para preci car
essas commodities em nada in uencia o preço delas. Faz sentido?

Por essa lógica, se o minério fosse cotado em cruzeiros (dos anos 1990-1993), o
preço estaria hoje desabando?

Querem olhar o preço de um produto, mas querem ignorar qual moeda está sendo
utilizada para preci car esse produto. Nenhuma dona de casa cometeria esse erro.
RESPONDER

Rafael 08/04/2016 20:20

Leandro, mais uma vez muito obrigado. Até o momento a única explicação
que eu encontro para a certeza obtusa dos neoclássicos com suas premissas
surreais é o Lobby de banqueiros, só pode.

Obrigado por dar mais embasamento e dados para fazer o contra-ponto.


Mesmo sendo apenas um analista de equities formado em ciências
moleculares, sinto que já nem vale mais a pena discutir com os religiosos
neoclássicos, temos que dar tempo ao tempo e torcer para que essa teoria
nefasta desapareça do planeta. O contra-ponto entre escola austríaca, MMT
e pós-keynesianos me parece muito mais rico para a análise do mundo
real. Ainda não vi muito dos "econo-físicos".

Estou lendo o livro "Debunking Economics" do Steve Keen, recomendo a


todos aqui que buscam visões alternativas para nos ajudar a entender esse
complexo sistema biológico que é a economia.

Abs e parabéns pelo trabalho, tenho aprendido bastante com seus artigos.
RESPONDER

Leandro 08/04/2016 20:30

Steve Keen é muito bom para criticar a teoria neoclássica. Mas como
ele não domina o conceito de teoria do capital, ele não tem a
mínima ideia de como proceder em recessões.

Para ele, recessões são causadas por um excesso de endividamento,


o que derruba a demanda agregada. Sendo assim, para sair de
recessões (e dado que os bancos não estão emprestando para
empresas e consumidores), os governos devem incorrer em dé cits
orçamentários (pois eles criariam a in ação monetária necessária
para manter os gastos das pessoas).

Simultaneamente, ele também defende uma desvalorização da


moeda para estimular as exportações.

Alguém tem de avisá-lo que essa receita dele (dé cits


orçamentários e desvalorização da moeda) foi implantada ao pé da
letra no Brasil, e o resultado foi um pouquinho diferente daquilo que
prevê o modelo dele...
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 20/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Eu gostaria muito de entender a lógica por trás dessa ideia de que


destruir o poder de compra da moeda e aumentar o endividamento
do governo são medidas saudáveis para a economia...

Obrigado por suas palavras e grande abraço!


RESPONDER

Gabriel Medeiros 14/05/2016 01:52

Leandro, então essa queda do preço das commodities não


tem a ver com oferta e demanda?
Eu li o artigo do Fernando Ulrich e lá ele diz que o preço das
commodities aumentou por conta da larga expansão do
crédito pelos banco centrais e isso levou a uma bolha e,
naturalmente, a maus investimentos. Por m a bolha
estourou e o excesso de oferta fez o preço cair. Sua tese do
dólar forte se complementa com a dele ou não? Abraço.
RESPONDER

Leandro 15/05/2016 16:25

"o preço das commodities aumentou por conta da


larga expansão do crédito pelos banco centrais e isso
levou a uma bolha e, naturalmente, a maus
investimentos."

Correto.

E vale ressaltar que, em última instância, é o Fed


quem governa a expansão do crédito em todos os
países do resto do mundo. Se o Fed expande e o dólar
se desvaloriza, os outros países do mundo -- que são
mercantilistas -- têm de expandir conjuntamente,
caso contrário suas respectivas moedas se apreciam
em relação ao dólar e, consequentemente, o setor
exportador irá reclamar.

Se, ao contrário, o Fed restringe e o dólar se valoriza,


os outros bancos centrais ao redor do mundo também
terão de restringir, caso contrário suas moedas irão se
desvalorizar fortemente, gerando carestia.

"Por m a bolha estourou e o excesso de oferta fez o


preço cair. Sua tese do dólar forte se complementa
com a dele ou não?"

Totalmente.

O "estouro da bolha" nada mais foi do que o processo


de restrição do crédito, o qual apreciou o dólar e,
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 21/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

consequentemente, levou os outros bancos centrais a


também adotarem medidas para conter a
desvalorização de suas moedas perante o dólar.

Commodities, como o minério de ferro, são


globalmente preci cadas em dólar. Se o dólar se
fortalece, o preço do minério cai. Se o dólar
enfraquece, o preço do minério sobe.

Quando o dólar estava se enfraquecendo


continuamente (período 2004-2011), o preço do
minério estava subindo continuamente. Esta subida
contínua do preço do minério induziu as mineradoras
a fazerem vários investimentos voltados para expandir
sua capacidade de produção, pois elas acreditaram --
enganadas pela fraqueza do dólar -- que havia uma
demanda contínua e in nita por minério.

Porém, tão logo o dólar voltou a se fortalecer, o preço


do minério desabou, e todo aquele investimento na
capacidade de produção acabou se revelando errôneo.
Tais investimentos levaram a um aumento da oferta
em um momento em que os preços do minério já
estavam desabando.

Consequência: as mineradoras estão tendo de cortar


custos, demitir e rever vários de seus projetos
expansivos.

O mesmo dólar que, quando se enfraqueceu, foi o


responsável pelo boom vivenciado pelo setor, é hoje o
responsável por sua depressão, pois se fortaleceu.

RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 11:27

Comentário o -toppic:
veja.abril.com.br/noticia/economia/concurseiros-trabalham-com-plano-b-para-2016
kkkkkkkk...
RESPONDER

cmr 21/09/2015 17:14

Pois é, como tem gente querendo "mamar" no estado, depois reclamam da alta carga
tributária, do baixo retorno dos impostos, do país que não passa de um fornecedor de
matéria prima para o mundo, etc...

Não tem como ser diferente, no Brasil os melhores cientistas estão preocupados em
passar em concurso público tipo receita federal, os melhores engenheiros sonham em
"mamar" na PTbrás, etc...
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 22/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Eu vejo os brasileiros, no geral, como um povo infantil, criança pirracenta que vive
agarrado no papai estado, chama o papai para tudo, para regulamentar a sua pro ssão,
para criar leis desnecessárias, para lhes conceder "almoço grátis", para lhe dar cota, etc...

Se o nosso povo fosse gente grande de verdade, teríamos uma desobediência civil
massiva.
RESPONDER

Felipe 21/09/2015 20:18

Somente uma pergunta: Você prefere servidores capazes ocupando cargos


públicos ou os velhos e bons "mamadores" de plantão?
RESPONDER

Andre Cavalcante 21/09/2015 20:26

E qual é mesmos a diferença?


RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 20:46

Tem o princípio de Rothbard que diz que quanto mais e ciente for
um funcionario publico, mais perigoso ele é.

Ah, quem abriu o link deve ter visto, muito concurseiro


zangadinho... Brincadeira...
RESPONDER

Felipe 22/09/2015 01:06

E ciência e Probidade são qualidades completamente


diferentes meu caro!
RESPONDER

cmr 21/09/2015 21:11

Servidores capazes ?????

Quando um cientista, engenheiro, médico, professor,


ou coisa que o valha, desde que seja uma pessoa da
mais alta competência, entra para o estado, o país ca
mais pobre.

Pessoas da mais alta competência, em qualquer ramo


do conhecimento humano, são bens extremamente
escassos. A admissão destes na máquina estatal é a
sentença de morte para qualquer sociedade, nação,
país, etc...
RESPONDER

Felipe 22/09/2015 01:03

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 23/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Creio que você não respondeu a pergunta!


RESPONDER

Fabio 23/03/2016 20:17

nenhum dos dois...


RESPONDER

Dissidente Brasileiro 21/09/2015 22:45

Eu vejo o brazilêro em geral como um pov


estúpido, depravado e assassino. Um povo
tudo que não presta. Mas talvez eu esteja
olhos. Vamos dar tempo ao tempo, pois o

Certamente veremos depois de A Fazenda


maligna, e eu vou "quebrar a cara" em re
pedra sobre pedra deste estado de coisas
tupiniquins revoltados e feitos de bobos d
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
RESPONDER

Pedro 22/09/2015 03:06

Nao estou querendo defender ninguém,


mas só colocando algumas informações a
mais...
Mas não dá para julgar os engenheiros e
"cientistas" que procuram cargos público
visto que o mercado remunera muito mal
estes. A grande maioria das empresas
contrata engenheiros como "analistas" e
pagam-lhe bem menos do que seria o pis
da categoria. Ou seja, tu cou 5 anos no
mínimo (quase ninguém termina em 5 an
kkk) estudando que nem um condenado,
numa faculdade que é 5 vezes mais difícil
de que qualquer outra (tirando medicina,
porque eu vejo aquela turma o tempo tod
no hospital) para ganhar 2 ou 3 mil reais.
Trabalhar 45 horas por semana, entupido
de projetos, com uma baita
responsabilidade no lombo.
Se lembra daquela história que saía na
mídia anos atrás, que dizia que faltava
engenheiros no mercado? Muita gente no
meio acha que é balela, que foi mais para
fazer todo mundo querer entrar na
engenharia e aí encher o mercado de
engenheiros novos, aumentar a oferta e
assim poder diminuir salários. Bom, agora
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 24/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

com a crise nem se fala, a indústria está


destruída. Eu sou recém formado em
engenharia e estou há mais de 6 meses
atrás de emprego e nada. Muitaa gente na
mesma situação. Mas claro, agora é a cris
são outros 500.
Outra coisa que eu sempre disse, nossa
indústria é muito atrasada! É protegida. N
contrata engenheiros para fazer pesquisa.
Aqui no Brasil em geral só se aperta
parafuso, se monta kits do exterior. Tiran
Embraer e algumas outras empresas. Pare
que muitas querem engenheiros para
assinar documentos e ler inglês
(exagerando kk).
RESPONDER

cmr 22/09/2015 13:27

"A grande maioria das empresas cont


engenheiros como "analistas" e paga
bem menos do que seria o piso da
categoria."

OOOPS !!!!!!! Conclui-se que você é a f


do CREA, da reserva de mercado, da C
de todas as outras regulamentações
estatais.

RESPONDER

Pedro 22/09/2015 16:30

"conclui-se que..."

Não, não se conclui nada. Se você


deduções malucas de que sou sind
de esquerda ou algo assim, está m
enganado. Sou de direita e concord
maioria das idéias desde blog, se q
saber minha opinião, trabalho na á
informática e não ganho nenhum
CLT, ganho por tarefa, nem férias
Me viro do jeito que dá nessa crise
cuidado com suas conclusões...

Mas voltando ao tema principal. V

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 25/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

mesmo falou no post acima que u


cientista entrar para a máquina es
um desperdício... Pois bem, estou
algumas razões pelas quais muitos
este caminho.

Um deles é de que a indústria naci


INVESTE EM PESQUISA, É ATRASA
GERAL. É protegida. Por exemplo,
conhecido visitou uma fábrica de
caminhões, não lembro se era da V
outra, e disse que não tinha engen
Ou seja, lá só se aperta parafusos.
pouco espaço para engenheiro no

Outra empresa de engenharia na q


trabalhei, da área aeronáutica, e o
engenheiros do setor estavam lá h

Agora, você dizer que todo cientist


entra para o estado é desperdício t
não sei. E os professores de univer
são o que então? Você sabe que a
das empresas quando precisa reso
problema técnico apela para as
universidades por soluções? Vão lá
com os professores. Como se diz e
nem tanto ao céu nem tanto à ter

Ah, eu acho que para concluir, são


mercado não é? Se alguém te ofer
para você ir trabalhar por ele, você
é? E se esse alguém é o governo?
diferença? Se na tua área não tem
oportunidades no governo para vo
seu emprego, azar o seu. Se o gov
mais que a iniciativa privada, entã
têm a oportunidade vão para lá. A
privada, a indústria quer manter
engenheiros bons em seus quadro
bem, regras do mercado baby, livr
concorrência. Pague mais, invista
pesquisa, ofereça mais do que o go
está oferecendo... Não é o que é d
aqui neste espaço? Acho que você
contradizendo. Está julgando quem
funcionário, sendo que estes estão
buscando vantagens para si. Mas o
funciona nos dois sentidos. També

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 26/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

muitos o ciais das FFAA que estão


das forças e indo para a iniciativa
porque vão ganhar mais.
RESPONDER

Shmuel 22/09/2015 15:38

Você é engenheiro? Então com


"engenhar".
Porque você precisa de um em
Porque você não inventa algo
seus conhecimentos adquirido
esforço" (segundo você mesm
Ou você é apenas mais um dos
esperando um "salvador"?
Outra alternativa: vá para o ex
Alemanha, Inglaterra e nos E.U
engenheiros "bons", são muito
remunerados.
Os "bons", claro.
Agora, quem frequentou um cu
Engenharia só para ter um dip
"trabalhar na área" tem mais
qualquer salário oferecido.
RESPONDER

cmr 22/09/2015 17:33

Shmuel; falou e disse, endo


comentário, kkkkk

O cara se diz libertário, de


do mercado, etc... Mas não
oportunidade de entrar par
"mamar" o dinheiro dos p
foram legalmente roubado
impostos.

Depois eu é que estou me c


RESPONDER

Pedro 22/09/2015 18:3

haha, voce só vê preto


Eu não sou funcionario
planos de ser. Mas com
ou branco acha que sou
comentário e não o com
Comecei meu comentá

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 27/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

estou adicionando info


de ver só. Muitos funci
estão lá só para mamar
contribuem, não acho q
todos. A PF precisa de p
podem ser engenheiros
não precisa mais de Po
também? Os peritos sã
Pode botar qualquer zé

Meu comentário foi bem


indústria não paga rem
pro ssionais quanto o
como disse, é atrasada,
investe) eles vão migra

Assim como se o Uber é


pessoas vão usar o Ube
uma outra perspectiva,
saiba, não sei o que voc
meio ou não. Aí já quer
todo mundo quer "mam
um salário de 8 mil lá p
vai, vai preferir ganhar
é a favor do mercado?

Agora você acha que tu


ruim. Por exemplo, voc
DARPA? A NASA? Eu ac
contribuiram tanto par
tecnológico que não se
começar.

A minha crítica é para q


brasileira evolua, e esto
passa na cabeça das pe
de ganhar pouco e fora
alguma estatal porque
como uns largaram o e
mais fora. OU você vai
desertores também? M
tira é dizer que são ma
os empresários querem
engenheiros, então que
RESPONDER

Anarquista 23/09/2

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 28/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Não fui convidado p


como sou entromet
opinião

Como anarquista nã
preste algum serviç
'quebrar as pernas'
privada, e oferecer
em troca. Concordo
que pessoas intelige
para trabalhar ao le
Porém não vejo que
caso seja da pessoa
concurso, quem per
como um todo, que
poderia estar tentan
reais, pois ela está o
decorando inutilida
prova. Só que ela ap
incentivos e essa é
normalmente vanta
não vejo tanta difer
quanto um empresa
empréstimos subsid

Portanto em certo n
Pedro, embora tenh
indústria não remu
atrasada e não inve
por responder a inc
que o empregado. S
não oferece incentiv
(segurança jurídica,
simplicidade nos im
propriedade privada
esperar que a indus
coisas.

O caso do UBER é in
prosperou justamen
regulado pelo estad
outros países por ex
Concorrer com o es
desproporcional, po
última instância usa
que lhe for conveni
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 29/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Rodrigo 23/09/2

Cmr; partindo de
que voce deve pe
estuda em uma u
um que "mama"
deveria se enverg
A realidade é ess
cara nao vai tent
universidade fed
concurso para ex
uma Petrobras o
libertario? Faz fa
nanciamento de
sustentar e, por
perda intelectual
trabalho, ser um
continua sendo u
completamente l

Eu mesmo me gr
universidade fed
ganhei bolsa da p
desavisados, gera
pesquisa brasilei
investimento em
tecnologico nas u
tenho vergonha o
"mamou" nas te

Sou engenheiro e
pontos com o Pe
engenheiros dese
com outro cargo,
pra mim é detalh
de haver salarios
minimo do engen
analista, com cer
pessoas contrata
meu antigo chefe
de contratar mai
engenheiro, mas
devido as implica
O problema é qu
apresentando po
salarios. O motiv
foge ao escopo d
muita ingenuidad
nao vai aproveita
oportunidade sim

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 30/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

estado.

E voce Shmuel, q
"Você é engenhe
"engenhar".
Porque você prec
Porque você não
seus conhecimen
esforço" (segund

Um salve para o
ponderado e con

Otimo artigo.

Obs: Desculpe pe
acentuacao, esto
RESPONDER

Shmuel 23/09/2015 12:46

Senhor Rodrigo,
Tenho 63 anos. Comecei a "engenhar" informalmente com 15 anos e continuo engenhando até
hoje.
Aqui no Brasil e atualmente, muito pouco, mas já engenhei muito tanto aqui, como no
exterior.
Que perguntar algo mais, senhor Rodrigo?
Quanto ao seu teclado Italiano... instale Português no seu computador, e aí você terá um
teclado bilíngue.
Mais uma observação: quem presume, é apenas presunçoso.
RESPONDER

Patrick Wiens 23/09/2015 11:24

Pedro, o mercado só paga menos por:


- A economia é fraca, não gira, logo as pessoas são descapitalizadas e os critérios para negócios
pesam mais para o lado do preço da balança do que da qualidade; isso re ete nos salários pagos
para os funcionários das empresas. Dica: uma causa disso é porque MUITO do nosso capital é
drenado para o estado, justamente para pagar aos servidores salários acima do mercado;
- O funcionário não agregou valor su ciente na sua função para justi car o salário. Você estudou
pra caramba, mas não tem experiencia o su ciente para arcar com uma responsabilidade de, por
exemplo, tocar uma obra grande que pague o que você almeja.
As pessoas estudam e acham que isso implica em um direito de ganhar mais. Eu sou engenheiro
também, e era revoltadinho por ganhar pouco. Aí abri minha própria empresa e vi que o buraco é
muito mais embaixo.
E respondendo o outro rapaz, eu pre ro que não tenha essa função que o funcionário público
esteja fazendo e eu escolha uma empresa que faça e me satisfaça. Se eu não gostar, troco de
fornecedor. Agora infelizmente não é possível trocar de governo.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 31/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Thiago Teixeira 12/10/2015 23:20

O que o Pedro está dizendo pode-se resumir em apenas uma expressão: Teoria da Escolha
Pública.
Um engenheiro formado que recebe salário mínimo de engenheiro (8,5 sm, né?) no mercado
privado e encontra a oportunidade de fazer um concurso para a petrobrás para ganhar mais e ter
praticamente estabilidade de funcionario público está apenas reagindo aos incentivos que
encontra ao seu redor.

Sobre as causas do nosso mercado pouco estimulante para os engenheiros, colocaria: a baixa
produtividade da nossa indústria (quando a producao é organizada e e caz, com bom
maquinário, o funcionário rende muito para a empresa e consegue receber mais); a alta
teibutacao na cadeia de producao; a barreira alfandegária (protecionismo scal); nossa moeda
bagunçada, tanto pelo estimulo governamental ao consumo (a producao vai se adequando à
quantidade de produtos consumidos, e quando essa producao estabiliza ou regride mais dinheiro
pode ser direcionado para as oredens superiores da cadeia produtiva) quanto pela instabilidade
cambial (um cambio forte facilita a modernizacao do maquinário e a sua manutencao)... Há
pontos já citados, como segurança jurídica, estabilidade e força institucional...

Quanto ao Sr Shmuel, entendo que "engenha" há 50 anos, mas permita-me discordar em alguns
pontos. O cidadão "engenhar" sozinho, sem um capital próprio para isso, sem estar ligado a uma
universidade nem a jma estrutura de producao me parece um tanto complicaco. Os caras que o
fazem contam com minha total admiração; acho massa os que fazem naquele estilo de o cina de
garagem como vemos em seriados americanos, e me remetem muito à 2a metade do século XIX
americano, minando patentes a todo instante, época áurea...
En m, isso não é para poucos, é para muito poucos.
Sobre a tentativa de aventurar fora do país, onde as ordens superiores da producao estao bem
estabelecidas, há moeda forte, estabilidade institucional, etc..., considero um dica
interessantíssima. Faz um toe e se manda!

En m, voltando ao Pedro, considero vantagem não estar defendendo políticas keynesianas, como
vejo muito engenheiro fazendo por aí (burramente, porque pode ver como muitas problemas que
apontei sao oriundos do estado).

PS.: abandonei um curso de engenharia no início para não car na mesma situacao do Pedro...
Sendo que eu já era médico formado quando iniciei a engenharia; direcionei minha dedicacao
integral à minha pro ssao que já está garantida...
RESPONDER

Marcos 20/03/2016 20:39

Infelizmente, muitos libertários confundem teoria liberal com puro ódio em relação aos
servidores públicos. Se me perguntam se pre ro funcionários mais e cientes ou não, eu
respondo: claro que pre ro policiais, juizes, promotores, médicos e professores mais e cientes.
"Ah, mas esses serviços não deveriam estar nas mãos do estado." Acontece que boa parte deles
estão nas mãos do estado em todo mundo atualmente. Exigir de uma pessoa que ela se abstenha
de trabalhar no que deseja para endossar uma teoria que está bem longe de ser adotada hoje em
dia é tão fora da realidade que só posso lamentar o futuro do libertarianismo brasileiro com
gente tão pouco pragmática. O indivíduo tem que ganhar a vida no Brasil real de hoje em dia, e
não no país das maravilhas.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 32/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O bom é que nem todos são assim, provavelmente a grande maioria. Mas esses libertários "true"
que querem fazer com que seus conceitos éticos particulares sejam adotados universalmente
fazem um barulho imenso.
RESPONDER

Mais Mises... 21/03/2016 15:02

Marcos, entendo a sua angústia. Posso dizer que já partilhei dela. Contudo, uma teoria não deve
se dobrar porque a realidade lhe é distante. O que você fez foi emitir uma afetação emotiva
barata. Ninguém vai sair por aí abdicando dos seus espaços 'honestamente' conquistados não. É
óbvio. Mas nem por isso a teoria da Escola Austríaca e dos demais pensadores libertários deveria
ser adaptada, ou dobrada 'só um pouquinho', a m de permitir meios termos. O famoso
gradualismo que tanto falamos por aqui. Como eu disse, teoria é teoria. É o ipsis literis. A prática,
se mostrará fruto de experimentações gradualísticas (o que é o mais provável!), aí veremos.
No mais, eu sou funcionário público e da iniciativa privada e estou totalmente convencido de que:
1) Boa parte dos meus ganhos vêm da retirada coercitiva da produção de outros; 2) Não meu
trabalho público, não crio valor para a sociedade, ao passo que no privado, sim; 3) O estado pode
até dizer que oferece os serviços, mas sempre será consumindo recursos (riqueza) gerada pelos
seres produtivos, dado que sua renda é obtida na forma de cobranças obrigatórias e, em muitas
das vezes, por uso da força/aparato estatal de coerção. Abraço.
RESPONDER

paulo 18/04/2016 19:03

Concordo com você, meu caro brasileiro...


Mas isso tem origem do Brasil Colônia, infelizmente, pois, já começamos devendo à Inglaterra
para termos a nossa "independência"...
A África é um exemplo bem claro do que é ser colonizado o tempo inteiro; a grande maioria dos
povos africanos foi empobrecida pelos europeus.
O nosso país é cheio de riquezas, mas é interessante para os países ricos que o Brasil continue
sendo uma "colônia", que o povo não ganhe muito, para não ter mais conhecimento e mais
cultura, para que a mão-de-obra continue sendo mais barata para as grandes empresas...
RESPONDER

Paulo Cesar Tenório Cavalcanti 03/08/2019 11:34

Como a África foi empobrecida? Se nunca foi desenvolvida? Os africanos viviam em tribos antes
do europeus chegarem!
RESPONDER

Charles Nankin 29/04/2016 04:03

Como estrangeiro sempre quei de boca aberta - horrorizado - para esta sistema dos
concursados! Só agora vi um bene cio importante - na forma desses tais Moros e Dallagnois :)
Tambem vejo assim: depois de 10 anos de Orlando e condominios horizontais os caras querem
que a fantasia torna realidade aqui ne!

Sobre os brasileiros achando que o que Vargas prometeu do estado mamae e os "direitos" é o lei
de deus: vejo esta caracteristica toda hora - uma intolerancia e impaciencia e falta de ver o big
picture. Especialmente na hora de contratar algum serviço. Implica com alguma coisinha do
contratado e logo tiram as facas. :)

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 33/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Valores e raciocinio. Vai demorar.


RESPONDER

Rodrigo Pereira Herrmann 21/09/2015 12:11

A combinação mágica de câmbio se apreciando (política monetária mais ortodoxa) com aumento
exponencial de saldo de balança comercial (China, basicamente).
RESPONDER

Dean 21/09/2015 12:19

Ler um artigo de Leandro Roque, é sinônimo de LÓGICA, organização dos FATOS, DADOS,
INFORMAÇÕES... um elixir para quem desfruta de racionalidade, análise, entendimento,
compreensão etc. Aliás, caraterísticas tão carentes na idiossincrasia brasileira (impulsividade,
irracionalidade, emocionalidade, subjetividade, improvisação, seletividade, analfabetismo,
ignorância etc).

Apenas complemento Leandro, agregando que em 2014, o Departamento de Economia da PUC-


RIO (Vinícius Carrasco, João M. P. de Mello e Isabela Duarte), desenvolveu uma pesquisa, para
avaliar o governo de 2003 a 2012. Uma das tantas conclusões é que nessa década, Brasil quando
comparado com "peer countries" (países semelhantes), perdeu a oportunidade ano a ano de
crescer em média mínimo 20% acima do PIB (comparado com o que cresceu).

Conclusão, Lula não apenas foi um demagogo e populista irresponsável, como ademais, quando
comparado com "peer countries", Lula foi um incompetente. Ademais de fazer festa a custa dos
anos seguintes, Lula tampouco nunca teve visão, nunca foi um estadista, nem interessou-se pelo
desenvolvimento do Brasil.

O único foco do Lula sempre foi o PODER, a qualquer preço e m. Prova isso o Mensalão,
Petrolão etc.
Seu único projeto de vida, sempre consistiu em seguir as diretrizes do Foro de São Paulo (Antonio
Gramsci). O que implicava cooptar o Estado e a Máquina Pública.
Essa é a raiz do pragmatismo do Lula, e por isso botou uma equipe econômica pró mercado, com
bilhões em bolsas esmolas para comprar o empresariado brasileiro (cúmplice do Lula).

Lula não acertou na equipe econômica nem na matriz. Lula queria escravizar o Poder Judicial e o
Legislativo, queria dominar o Estado e a Máquina Pública... e para tal, precisava a elite
empresarial anestesiada. Daí repito, essa é a origem da sua equipe econômica e matriz
supostamente pró mercado. Foi uma consequência lógica dos seus reais objetivos (poder).

Quando Dilma assumiu, foi Lula quem mandou sua criatura continuar com a mesma receita dele
(poder, cooptação do Estado e Máquina Pública, escravizar Poder Judicial e Legislativo etc).
Porém, como muito bem exposto pelo Leandro, o plano Lula só funcionou graças ao cenário
externo internacional favorável à maioria das economias emergentes. Dilma então pisou ainda
mais no acelerador da receita Lula, e só afundou mais o Brasil.

Como brilhantemente relatado pelo Leandro, a grande furada do Lula / Dilma, foi acreditar nas
próprias ilusões e miragens ideológicas deles (Foro de São Paulo, Antonio Gramsci etc),
confundindo cenário externo favorável, moeda estrangeira fraca... com prosperidade nacional
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 34/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

eterna. Eles acharam que a tão sonhada fórmula intervencionista, com Estado gigante e
poderoso, funcionava graças a eles... e nunca, nem até hoje, caiu a cha de que eles apenas
ganharam a loteria na década deles, onde quase todos os países, com sistemas econômicos bons
o ruins, bene ciaram-se do contexto externo.

Mais do que um erro de diagnóstico, diria que é uma patologia do Lula / Dilma / Base governista,
que persiste até hoje.
Na década Lula, ainda fazendo porcarias, o cenário externo bené co ajudava a minimizar
consequências. Porém, o grave hoje é que:

1) O cenário favorável acabou

2) Lula / Dilma / Base governista, teimam no mesmo diagnóstico patológico, achando que a
solução é mais Estado, com mais poder, mais recursos etc (vejam que cortam investimento,
aumentam imposto, porém, jamais cortam governo, estado etc)

3) Não há nenhum plano de ação para o futuro, não existe nenhum plano para o país... e a falta
de expetativa, falta de luz no m do túnel, afeta a economia, ainda muito mais do que os
problemas políticos / institucionais

4) O empresariado brasileiro é cúmplice das mamatas do Estado / Máquina Pública. Portanto


temos pela primeira vez, as grandes massas populares junto com os empresários, ambos viciados
nos bolsas esmolas, benesses e a ns. Isso di culta ainda mais qualquer mudança na Constituição
(raiz dos problemas econômicos do Brasil). Em outras palavras, Brasil cou condenado a
insustentáveis políticas de esquerda.

Alguns dirão que a atual armadilha, só acaba quando Brasil virar uma Grécia.
Mas vejo Argentina, Venezuela, a própria Grécia, e infelizmente quebrar um país as vezes só leva
a mais extremismo. Na Grécia, Syriza voltou a ganhar. Na Argentina, o peronismo continua sendo
o favorito. Na Espanha idem com o Podemos. Na Venezuela, mais de 50% apoiam o governo. Etc.

Quero dizer, que quando o populismo e a demagogia entra no DNA de um povo, as consequências
são nefastas, e perduram no tempo por cima dos próprios líderes e partidos. Traduzindo, pode
que Brasil que doente por muitas décadas. Tomara me equivoque!
RESPONDER

Andreia 21/09/2015 16:05

muito bom parabens


RESPONDER

Pedro 30/09/2015 16:16

Foi um dos melhores comentários que já tive o prazer de ler nesse site...

Parabéns!
RESPONDER

Angela 06/01/2016 12:37

Comentário à altura do didático artigo do Leandro. Obrigada.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 35/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Stella 22/03/2016 16:39

A verdade é que o Brasil tem chance de dá certo, o que acontecendo atualmente é de


da esperança.
RESPONDER

Investidor 21/09/2015 12:22

Caramba, a foto do Lula com a linguinha pra fora está muito engraçada. haha Vc olha e pensa:
"que cara de 171, que malandro e marginal, que pilantra, que cara de trombadinha e mentiroso
safado populista!"
RESPONDER

anônimo 21/09/2015 14:44

Parece que o Bush tá hesitando em colocar a mão nele. Pq será? Huahuhuahuahaua


RESPONDER

Laercius 21/09/2015 18:50

hehehe.Notei também; e principalmente, o que alguém falou abaixo,o GBush parece estar
fazendo o gesto típico de esquivar-se de um bêbado..."afetuoso".
RESPONDER

Ricardo De errari 23/09/2015 12:28

Em vez de realizar uma análise sobre os fatos, se preocupam com foto, ou xingamentos.
Artigo muito bom, bem explicado.
Vimos que a postergação das reformas necessárias por todos os presidentes e que poderia
ser feito durante o dólar baixo com muita tranquilidade precisa do apoio dos deputados e
da pressão popular. Reforma Fiscal, Ministerial, Política, redução de salários e mordomias
em todas as esferas, aumentar a transparencia criada em 2004
(portaldatransparencia.gov.br).

Os investimentos em Infraestrutura sao importantissimos para o crescimento.


Assim como meio de transporte de massas, para reduzir este consumo de veículos
particulares.
E a educação importante para mudar comportamentos e melhorar a ética e moral das
pessoas não para votar melhor mas porque os nossos representantes sao apenas o re exo
da nossa sociedade.

RESPONDER

Carla 26/09/2015 01:39

Poxa, li o artigo e esperava um comentário sensato. E m chegou... Ninguém nos


gastos absurdos com os ministérios e deputados, sem falar no judiciário. Nada vai
mudar enquanto não melhorar a educação, mas existe uma resistência nisso, pois
pobre deste país não pode ter uma boa educação. Também gostei do artigo, só não

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 36/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

entendi por que outros países próximos não sofreram o mesmo efeito com a queda
do dolar. Mas tudo bem. Bom comentário.
RESPONDER

Perez 26/09/2015 02:16

Há um artigo inteiro dedicado ao corte de gastos, o qual havia sido publicado


apenas dias antes deste artigo. Ei-lo:

Por que é crucial o governo cortar seus gastos - e por que não fazê-lo é um
desastre (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2184)

Não faria sentido repetir todo o assunto neste atual artigo.

"só não entendi por que outros países próximos não sofreram o mesmo efeito
com a queda do dolar. Mas tudo bem."

Ué, como assim? Todos os países da América Latina vivenciaram um grande


boom na década de 2000. Todos. Da Colômbia à Argentina, do Peru ao
Paraguai, da Bolívia ao Uruguai, da Venezuela ao Equador.

No próprio artigo há um link sobre esse assunto:

https://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/vc/2013/050613p.pdf
(http://https://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/vc/2013/050613p.p
RESPONDER

Anomalous 21/09/2015 12:28

Excelente análise. Quando se trata de Economia ninguém bate o IMB.


RESPONDER

Investidor 21/09/2015 12:44

Dilma está ameaçada de impeachment por ter se elegido com o dinheiro desviado da Petrobras
(segundo os delatores Ricardo Pessoa, Marcelo Odebrecht e Pedro Barusco) e também por ter
feito as já famosas pedaladas scais no primeiro mandato

Ela pode ser cassada por coisas que fez no primeiro mandato? Não tem de ser neste? Se eu
estiver certo, então o congresso não pode cassa la. Resta apenas o TSE invalidar a chapa Dilma-
Temer e vir novas eleições, o que provavelmente poria o Molusco de volta no palácio do planalto,
a não ser que o TSE tenha a ousadia de declarar o segundo colocado (Aécio) novo presidente.
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 16:10

O caminho mais provável é o da cassação de Dilma, após a reprovação das contas do ano
passado pelo TCU. Ela poderia até ser presa (!). E car inelegível. Aí que eu também não
tenho certeza, se Temer cairia junto; teses acoxambrísticas levam pelo caminho de cair só
ela. Dessa forma, pode contar com o apoio do PMDB. Então, não entendo até agora por
que o PMDB ainda não aproveitou a oportunidade. Seria o caminho com a menor

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 37/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

instabilidade de transição.
Resolveria? Não... Temer e seu PMDB são bem siológicos, não têm essa prestatividade de
entender que tem que cortar da própria carne... Não tem peito para reduzir funcionalismo
público...
Inclusive, tenho uma enorme curiosidade de saber quem seriam o ministro da fazenda e o
presidente do Bacen sob Temer.

O caminho do Petrolão, invalidação da chapa eleitoral parece-me improbabilíssimo.


Porque puxaria junto Temer e muita gente do PMDB, além do PP. Cunha assumiria como
presidente interino e novas eleições seriam convocadas. Mas ele também está envolvido.
Em seguida seria Calheiros, também está... Esse ínterim até a nova eleição e posse seria
turbulento. Aécio ganharia.
RESPONDER

Investidor 21/09/2015 16:42

A questão é que o TCU rejeitará, se rejeitar e deve fazê-lo muito provavelmente,


as contas de Dilma de 2014, portanto mandato passado. Isso pode dar problema.
Acho que se houver mesmo o impedimento pelo congresso, vai parar no STF e este
vai decidir se um governante pode ser cassado por crime de responsabilidade
cometido em mandato anterior. Isso ainda vai dar muita confusão. O melhor
mesmo seria a renuncia da doida varrida. Mas ela não fará isso. A Dilma é o tipo de
pessoa mais cretina que existe na face da terra. Essa mulher é capaz de ver o país
pegar fogo e não renunciar. É o tipo de pessoa capaz até de deixar o país cair em
guerra civil, mas não renuncia. Essa gente não tem espírito público. Eles só
pensam em poder e neles mesmos.
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 20:50

Concordo. O pior é que não há jurisprudencia nesse caso. Não sei como tem
sido decidido em municipios e estados.
Concordo tambem na parte da falta de altruísmo. Não renuncia. Tem um
boato de que até dia 27 desse mes ela pode renunciar, pero jo no creo...
RESPONDER

Lucas Amaro 21/09/2015 23:22

Lei 1079/50:

Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado


não tiver, por qualquer motivo, deixado de nitivamente o cargo.

A lei não distingue mandato, apenas diz sobre permanência no


cargo.

Teoricamente o impeachment é válido, mesmo se forem acusações


de outro mandato.
RESPONDER

Alguem 22/09/2015 03:06

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 38/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Haha, que irônico, no caso o que a mandaria pro xilindró


seria sua fome por poder e não o crime em si.
RESPONDER

SPSPJULIANO 21/09/2015 12:55

Òtimo artigo.

Parabéns mais uma vez Leandro.

Dá vontade de chorar (de tristeza) ao ler a conclusão.

Dois comentários:

1)Quanto a desvalorização do dólar, nem precisa de "um trapalhão econômico que invente novas
heterodoxias". Basta continuar na toada que está, sem o FED aumentar o juros e eventualmente
com um novo QE (QE4).

2)Acho que já viramos Argentina.... não tem mais volta, nenhum governo (seja PT, seja de
direita) terá condições de adotar a agenda correta (diminuição de gastos, limitação da renda e
imposição de um padrão de vida compatível com a capacidade produtiva do país). Ou ainda,
voltamos a década de 80/90, chorará menos quem tiver mais condições de fazer o Estado lhe
proteger (empresários amigos do rei, deputados, senadores, magistrados, promotores....); o resto
perderá poder aquisitivo, seja pela desvalorização do dólar, seja pela in ação galopante.

RESPONDER

Osmar Neves 21/09/2015 13:04

Rapaz, que aula! Parabéns e muito obrigado Leandro!


Que Deus continue te usando para nos instrtuir e nos abençoar! Um abraço!
RESPONDER

Critico 21/09/2015 13:27

Fantástico artigo.

Uma excelente explicação embasada em fatos, lógica, teoria econômica verdadeira e bom
senso.
Fiquei feliz em reconhecer diversos trechos e argumentos de outros artigos igualmente
brilhantes deste portal.

Parabéns pelo trabalho excepcional Leandro.


Abraços.
RESPONDER

Renato Arcon Gaio 21/09/2015 13:30

Bom artigo, ou seja trocando o técnico por uma analogia super cial seria dizer que depois de
uma noite de farra com muita bebedeira, na manhã a ressaca brutal será sentida e sofrida.

Abraços

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 39/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Cezar 21/09/2015 14:13

Leandro qual seria a melhor saída para a economia (caso politicamente tivesse clima), usar o
currency board ou dolarizar a economia?
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 15:41

Currency Board é extremamente mais simples e fácil de ser implantado. Pode ser feito,
literalmente, da noite para o dia. E é extremamente efetivo.

Já a dolarização exigiria uma logística muito mais complexa e custosa. Como não há
dólares circulando entre a população para possibilitar isso, teria de haver uma operação
conjunta com o Fed para fazer remessas de cédulas de dólares para cá.

De resto, dado que a vida útil de uma cédula é de uns 10 meses, teria de haver uma
contínua reposição das cédulas no Brasil, o que exigiria outra estratégia junto ao Fed e ao
Tesouro americano. Seriam mais de 200 milhões de brasileiros utilizando cédulas de
dólar, e isso exigiria alguma logística do Fed.

Já com um CB, não há esse problema. A emissão de cédulas é responsabilidade do CB, e


estas ocorrem de acordo com a entrada de dígitos eletrônicos (em dólar) em seus
computadores. Não é necessário se preocupar com uma remessa contínua de estoques de
dólares.
RESPONDER

felipe 21/09/2015 18:21

Mas leandro, e qual seria o impacto de um Currency Board no nosso sistema


bancário? Não tenho certeza, mas acredito que sem outras reformas poderíamos
cair na mesma armadilha que a Argentina.
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 18:47

Qual armadilha?

Tão logo o Banco Central argentino passou a operar como um Currency


Board -- momento esse em que ele ainda possuía características ortodoxas
--, os gastos do governo argentino caíram sim
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1562) (em termos relativos), e
muito: eram de 35,6% do PIB em 1989 e caíram para 27% do PIB em 1995.

Aí, de fato, com o passar do tempo, o governo foi adulterando o


funcionamento do Currency Board -- que nada mais era do que seu próprio
Banco Central atuando como Currency Board --, e isso realmente foi fatal
em termos de con ança dos investidores estrangeiros.

Por exemplo, o governo determinou, contrariamente a como seria um


Currency Board tradicional, que o BC poderia comprar títulos do governo e

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 40/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

poderia fazer injeções no mercado interbancário. Isso vai totalmente contra


ao funcionamento de um Currency Board, que não apenas não cria dinheiro
para intervir no mercado interbancário, como também só pode ter como
ativos títulos denominados na moeda-âncora, e nunca na moeda nacional.

De resto, é preciso ter muito cuidado com algumas conclusões: não foi o
regime de conversibilidade o culpado pelo colapso econômico argentino; foi
o governo que destruiu o regime de conversibilidade e, consequentemente,
levou o país para o buraco.

O regime cambial argentino funcionou perfeitamente -- até que o governo


argentino resolveu destruí-lo, o que, aí sim, gerou os problemas.

O governo destruiu a lei de conversibilidade justamente porque ela o


amarrava, disciplinando seus gastos e sua expansão. Aí, imediatamente
após a destruição da conversibilidade, a Argentina mergulhou no caos, na
miséria e na depressão.

Ou seja, um sistema foi implantado, funcionou como o esperado, o governo


não gostou (porque o sistema lhe amarrava), destruiu o sistema, o país
mergulhou no caos como consequência disso, e aí as pessoas dizem que a
culpa de tudo é do sistema que foi destruído. Beira o surreal.

Qual a garantia de que um Currency Board seria imume aos governos?


Como recomenda Steve Hanke, que é o papa do assunto, o Currency Board
teria sede na Suíça, e estaria sujeito às leis suíças. O governo brasileiro nada
poderia fazer contra ele. Caso zesse algo, seria uma agressão
internacional, pois estaria atacando uma instituição suíça.

Quanto aos bancos brasileiros, estes já foram saneados pelo PROER e pelo
PROES logo após o m da hiperin ação.. Aliás, o que realmente pode
colocá-los em risco é a volatilidade do dólar, pois muito se nanciam em
dólar no mercado interbancário mundial.
RESPONDER

Lucas Senger Jacobus 21/09/2015 19:52

Leandro,

Muito das minhas dúvidas foram sanadas neste comentário.

Entretanto, te pergunto HOJE qual seria o valor ideal para realizar a


introdução do Currency Board e da necessária livre Conversibilidade?
R$4,00? Como se chega a este valor? Ou ele é irrelevante?

Um abraço
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 20:38

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 41/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Pela literatura, você tem de adotar o seguinte procedimento:

1) Anuncie para o mundo todo que na data X -- por exemplo,


dia 23 de novembro, pra dar dois meses -- você adotará um
Currency Board estritamente ortodoxo, com suas leis
estabelecidas na Suíça, e à taxa de câmbio vigente no dia
último dia útil anterior. (Foi exatamente assim que foi feito
com o Plano Real).

2) Após o anúncio, libera absolutamente todo o mercado de


câmbio. Não de ter nenhuma restrição à entrada e à saída de
capitais. Nenhum imposto, nenhum IOF, nada. O objetivo é
ter um mercado cambial plenamente livre, justamente para
que ele informe o real valor da sua moeda.

3) Dois meses é tempo mais do que su ciente (na verdade,


não precisa de mais do que um) para se estabelecer uma
"verdade cambial".

4) Caso seu plano seja crível, e os investidores e


especuladores estrangeiros realmente acreditem na seriedade
da proposta, a tendência é que o câmbio se aprecie até a data
da adoção do câmbio xo. Vale ressaltar que investidores e
especuladores estrangeiros -- como explicado
detalhadamente neste artigo (http://
www.mises.org.br/Article.aspx?id=2175) -- ganham com
uma moeda que está se apreciando, de modo que eles próprio
irão se encarregar de fazer essa apreciação.

5) Ou seja, paradoxalmente, para se adotar um câmbio xo, é


necessário deixá-lo utuar livremente por algum tempo.

6) Grosso modo, se o Brasil seguisse essa cartilha


impecavelmente, e tivesse um governo mais sério, não seria
desarrazoado dizer que o câmbio na data da xação estaria
mais próximo dos R$ 3 do que dos R$ 4. Câmbio é muito
in uenciado pela con ança no governo e nas políticas
futuras, e o simples anúncio da implantação de Currency
Board sério e ortodoxo já faria o câmbio se valorizar
fortemente. Veja esse relato de Steve Hanke
(http://www.cato.org/publications/commentary/fall-rupiah-
suharto) relatando como a rúpia indonésia se valorizou 16%
em um único dia tão logo surgiram boatos de que o país
adotaria um Currency Board.

RESPONDER

corsario90 23/09/2015 15:11

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 42/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro,
se eu entendi bem, deveria ter um cambio livre para
de nição real da taxa de cambio, logico livre de qq
cabresto, como preparatório do dia 23.11.
Agora sendo o cambio uma arranjo voluntário de
milhoes de agente atuando no mercado, não vai
chegar uma hora que teremos que da uma atualizada
nesse valor do cambio xo da implantação do CB?
Fiquei com essa ponta de dúvida, tem instrumento de
correção ou isso não é viável?
ABs
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 15:21

Não faz sentido. Tão logo a moeda é xada


pelo Currency Board, ela simplesmente se
torna uma mera substituta da moeda-âncora.

Dizer que ela teria de ser continuamente


atualizada é o equivalente a dizer que a
de nição de minuto em termos de segundos
ou que a paridade entre 100 centavos e 1 real
têm de ser continuamente revistas.

Repito: no Currency Board, a moeda nacional


simplesmente se torna uma representante da
moeda estrangeira. E só. Na prática, é como se
houvesse uma dolarização.

Assim como a Bahia não precisa rede nir sua


moeda em termos da mesma moeda que é
utilizada em Santa Catarina, o Brasil não teria
de rede nir sua moeda em termos da mesma
moeda que é utilizada nos EUA.
RESPONDER

corsario90 23/09/2015 19:32

Show Leandro. Entendi que seria a taxa de


cambio xa de R$3,00 para sempre então. É
dúvida mesmo, porque defendo também o
CB. Logo se a moeda âncora perdesse o
valor, perderíamos valor também. Dae seu
raciocínio com um CB misto?
Fico em dúvida qual seria a melhor opção:
uma cesta de moedas ou um CB xo? Uma
coisa que aprendi: se deixar o governo fazer
livremente uma politica monetária, da
cracra no nal. A estabilidade se da pelo
controle da política monetária ferrenha.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 43/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Pequenas medidas do seu artigo sobre o


Peru e a livre conversabilidade já ajudaria
bastante tb, eu acho é claro.
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 19:55

Só pra esclarecer, eu não disse que o


Currency Board tem de ter uma cesta de
moedas. Aliás, nem consigo visualizar com
isso seria possível, pois, se você tem um
cesta de moedas, é impossível manter um
taxa de câmbio xa em relação a todas el
Você pode manter uma taxa de câmbio x
apenas em relação a uma moeda, mas não
todas. Por exemplo, você pode xar em
relação ao dólar, mas não pode xar em
relação ao dólar e ao euro enquanto estas
duas últimas forem utuantes entre si.

O que eu disse é que seria positivo você t


um CB e, ao mesmo tempo, liberasse a
circulação de várias outras moedas
estrangeiras no país. Mas moeda-âncora
mesmo seria só uma.
RESPONDER

corsario90 23/09/2015 20:42

Entendi Leandro. Ficou claro. Vou reve


artigo de Cingapura feito no IMB, mas
realmente para fazer um cruzamento
nalizar minha dúvida: Cingapura não
uma cesta de moedas em que o BC de
dosa o "cambio", tendo começado po
CB?
Grato
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 21:16

Sim. O arranjo de Cingapura come


Currency Board, mas hoje não é m
você tem um cesta de moedas, é i
manter uma taxa de câmbio xa e
a todas elas. Você pode manter um
câmbio xa apenas em relação a u
moeda, mas não a todas. Por exem
pode xar em relação ao dólar, ma
pode xar em relação ao dólar e a
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 44/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

enquanto estas duas últimas forem


utuantes entre si.

O Banco Central de Cingapura, alé


estipular juros nenhum, apenas co
taxa de câmbio do dólar cingapuri
relação a uma cesta formada pelas
dos principais parceiros comerciais
E ele faz isso vendendo (e compra
título e moedas. Em vez de se preo
com o valor dos juros, ele se preoc
a taxa de câmbio. O princípio de o
idêntico; muda apenas a variável a

Mas não há, em momento algum,


xo em relação a esta cesta de mo
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 21

O caso da Argentina queimou


"cambio xo", Leandro. Daria
trabalho para convencer as pes
o cambio xo é bom, e que ele
ter problemas quando descum
regras, e nós não tivemos cam
sim atrelado.
Creio que isso deva ser repetid
exaustivamente. Talvez até me
exclusivamente para desfazer a
Logo no título: " O falso camb
Argentino, e o cambio atrelado
ou algo assim (melhora isso, p
uma porcaria...)

Leandro, voce acha que no mo


haveria clima para uma mudan
atuação do BACEN, ou seja, da
passar para o redesconto, em v
mercado de títulos?

Ah, a transição de um banco ce


atua no redesconto para um si
currency board é mais tranquil
transicao do BC como o nosso?
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 16:56

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 45/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"no momento haveria clim


mudança de atuação do BA
daria para passar para o re
do mercado de títulos?"

Creio que isso envolve mud


E não, não vejo clima para
francamente, no atual pon
estamos, isso não faria mu

"a transição de um banco c


no redesconto para um sist
board é mais tranquila que
BC como o nosso?"

Não vejo diferença.


RESPONDER

Juliana 23/09/2015 15:02

Você não deveria colocar o


nestes termos — de simple
queira ter algum sucesso, L
políticos e burocratas gosta
persuadidos, conquistados
soluções complexas, so sti
trabalhosas, garbosas, etc.,
sentir senhores soberanos,
tomar decisões importante
interferir no futuro de milh

O que você precisa fazer um


mostrar, com uma maior ri
detalhes, como seria todo e
transição para um sistema
board — nesses moldes ma
e, da mesma forma, o "com
mundo" pós o estabelecim

Bem, mas caso isso nunca


poderia pelo menos explici
pontos. Por exemplo: uma
se fala é sobre o que iria ac
Banco Central. Pois além d
da moeda, executor das po
monetárias e o responsáve
estabilidade de preços, ele
banqueiro do governo, assi
depositário dos outros ban

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 46/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Então, surge a questão: com


contas do governo estão no
transição, seriam eliminada
atividades da autarquia, ou
questões em que o CB assu
responsabilidades? E daí ou
eliminação, a transferência
(do governo) para os banco
melhorar os balancetes des
fazendo com que os juros p
diminuir?

Em outras palavras, de tod


bancos vão continuar opera
reservas fracionárias, e vão
uma porcentagem de dinhe
consideram ser adequada p
como reservas que os perm
alavancar com segurança, e
também vão querer pegar
emprestado com outros ba
casse difícil para o govern
contas por vários bancos, e
sei mais onde o BCB pode s
são questões que precisam

Abraços!

*(21/09/2015 15:41:05)
RESPONDER

Diego 21/09/2015 14:25

O que se teve foi apenas mais do mesmo do socialismo. No começo tudo são ores, eles fazem
uma política pra enganar o mercado, a economia cresce, até porque geralmente eles assumem
num cenário ruim, quando se tem uma margem muito baixa de parâmetro, com pessimismo
elevado dos investidores mas logo depois tiram a máscara. O nal é sempre igual, quebradeira e
crise generalizada. E o país não chegou nessa situação porque eles erraram, tudo isso foi feito de
forma proposital, a nal só assim eles podem implantar o bolivarianismo aqui e depois entregar
de graça pra China e Rússia. Sem contar a destruição sob o aspecto cultural, baseado em Gramsci.
Investir em educação, saúde, infraestrutura pra que? O negócio é morar no morro mas ter uma tv
de led na sala. O Brasil não teve um aumento de renda, mas sim uma bolha de crédito fácil
nanciada por $ público e muitas pedaladas pra esconder o rombo ao longo desses anos. A conta
chegou. Mas esse povinho ignorante não aprende. Querem mais e mais Estado, acham que $ se
cria do nada, se acham cheios de DIREITOS, são vagabundos, no fundo não se importam com
corrupção, o que incomoda é que não são eles que estão lá roubando e adorariam se tivessem
uma chance de arrumar uma teta pra mamar. Em 2018, eu não duvido se aquele câncer voltar,
ainda mais com essas urnas da Smartmatic e o TSE aparelhado. Pelo menos a burrice não é

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 47/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

exclusividade daqui, vide a Grécia. O pior é ver a omissão da Europa que aceita continuar
nanciando esses vermes. O mais ridículo é que um dos principais argumentos pra manter a
Grécia era pra evitar a invasão dos refugiados kkkkk. Um continente inteiro vai ser afundado por
terroristas por causa da banana da Merkel e de um bando de políticos vagabundos de esquerda.
Que falta faz um Netanyahu na Europa.
RESPONDER

Pedro Tavares 21/09/2015 14:29

Excelente artigo, é importante ter uma visão bem ampla dos acontecimentos quando se for
pensar em políticas governamentais, no caso do nosso país nunca se pensa né.

Leandro você deve estar sabendo sobre o Partido Novo, você tem alguma expectativa positiva ali?
Já tem gente falando que a Dilma é uma heroína simplesmente por nos colocar em maus lençóis
e fazer nascer um partido liberal. Bom, supostamente liberal né.
RESPONDER

Alexandre M. R. Filho 22/09/2015 17:15

O dono do novo é um banqueiro que já se manifestou expressamente contrário à


eliminação do Banco Central, à adoção de um Currency Board e às moedas concorrentes.
RESPONDER

Andre Fernandes 21/09/2015 14:43

Leandro,

Mais uma vez um excelente artigo!

Uma dúvida. Se não me engano, em um comentário de outra matéria você (acho que foi você,
mas me desculpe se confundi) mencionou que nos últimos 12 meses a nossa base monetária teria
crescido algo em torno de 2,4%, certo? Desta forma entendo então que, ao menos neste período,
a expansão foi reduzida e alcançamos um nível razoável.

A consequência seria uma desaceleração da in ação, não? Em quanto tempo se pode sentir este
efeito? Ou temos algum outro impedimento para essa redução?

Muito se fala em uma in ação em torno de 5,5% para o ano que vem. É claro que já é quase
metade dos assustadores 9,5% dos últimos 12 meses, mas ainda é um número alto e acima da
meta dos 4,5%. E o pior, é que pelo que tenho lido essas projeções tem sofrido constantes
correções sempre para cima. A subida constante na taxa de juros aliada a desaceleração da
expansão monetária não são capazes de, ao menos, conter os aumentos destas projeções?

Abraços
RESPONDER

Andre Fernandes 22/09/2015 13:01

Se alguém puder ajudar com a dúvida!

Aproveitando queria fazer mais 2 questionamentos...um mais conceitual e um mais

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 48/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

histórico:

1) Em todos os artigos que tenho lido a respeito de crises/recessões, um ponto que o IMB
sempre faz questão de ressaltar é que todas foram precedidas por uma expansão
monetária acima do que a economia suportava, certo? A minha dúvida é se temos registro
de períodos onde houve uma expansão dessas e a economia não entrou em recessão?
Existem alguns fatores que podem anular um efeito da expansão?

2) Algo que também sempre é reforçado aqui é a questão da moeda forte ser pré requisito
pra uma economia forte, saudável e sustentável. Acredito que seja uma interpretação
incompleta/errada da minha parte, mas quando falamos no conceito de moeda forte
falamos em poder de compra, certo? Como analisar isso senão comparativamente a outras
moedas fortes (dólar, euro)? Como exemplo podemos pegar o Japão que possui uma
economia robusta e se olharmos somente para a cotação do iene frente a outras moedas
fortes, vemos que o valor do iene não é comparável e elas. O Chile, que talvez seja o país
que vem obtendo melhores resultados na America do Sul em função de um cenário mais
liberal, possui uma moeda que se olharmos apenas para a cotação também não nos
mostra isso.

Tenho certeza que a falha está do meu lado, só gostaria de entender como fazer um
comparativo melhor do poder de compra da moeda e entender melhor esse conceito de
moeda forte.

Agradeço a quem puder ajudar a esclarecer um pouco.


Abraços
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:07

1) Desconheço.

2) Essa é uma confusão bastante comum: o alto valor nominal das cédulas de uma
moeda diz muito sobre o seu passado, mas não sobre seu presente.

O alto valor nominal das cédulas do iene se deve a uma forte in ação ocorrida na
Segunda Guerra Mundial. A moeda do Chile apresenta a mesma característica, pois
vivenciou uma hiperin ação na década de 1970. Ambas não foram trocadas desde
então, ao contrário da moeda brasileira.

Vale lembrar que, ao passo que o real é de 1994, o iene é de 1871.

No que mais, em 1972, imediatamente após a dissolução de Bretton Woods e a


adoção dos câmbios utuantes, um dólar comprava 305 ienes. Então o iene
começou a se valorizar continuamente até que, em outubro de 2011, um dólar
comprava apenas 75 ienes. Isso dá uma apreciação total de 306%.

Uma das de nições de moeda forte é que sua unidade monetária valha cada vez
mais em termos das principais moedas do mundo (a outra de nição é que,
obviamente, seu poder de compra em território nacional seja relativamente

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 49/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

constante).

Dito isso, vale ressaltar que, de fato, a moeda chilena, embora um pouco mais
estável que a brasileira, está longe de ser invejável.
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:09

1) A atual carestia que estamos vivenciando não mais decorre da expansão


do crédito para o setor privado, mas sim da desvalorização cambial e dos
dé cits do governo, que são in acionários.

2) Os juros ainda não subiram o bastante. Prova disso é que os juros reais
ainda estão abaixo do que estavam na era Meirelles
(http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/06/10/juro-real-
mostra-tombini-menos-hawkish-que-meirelles.htm).
RESPONDER

LEG 21/09/2015 14:43

O dólar em baixa, o governo metendo crédito sem dó e todo mundo achando que o gigante tinha
acordado. O artigo tirou um grande ponto de interrogação da minha cabeça. Não fazia sentido
que todo esse período de vacas gordas teria sido apenas em função da China e da política
econômica meia boca do PT voltada apenas para o consumismo.

Muito bom!
RESPONDER

Tiago silva 21/09/2015 14:48

Mais um excelente artigo,o mito continua,Leandro qual seria o nível de juros ideal para o Brasil
neste momento?

os juros podem ser xados arbitrariamente ou mercado pode descobrir com mais e cácia com
qual o nível de juros ideal.
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 21:12

Atualmente o ideal seria uma "pancada", uns 18%, ou ate mesmo mais.
RESPONDER

Anderson 21/09/2015 14:48

Excelente, Leandro!

Um artigo com tudo bem organizado, com dados, fatos, cronologia e lógica (muita lógica!).

O pior de tudo isso é o analfabetismo funcional da maioria dos brasileiros, que vai impedir o
aprendizado sobre esse período de farra. Vão achar que o problema só foi o mandato de Dilma, e
que se o Lula (ou outro populista) ascender ao poder tudo voltará ao normal. Triste escravidão
mental!
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 50/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

alexandre 21/09/2015 14:48

E o ritmo alucinante da emissão de dívida pelo governo Lula? 1 trilhão, adicionais em dívida não
in uenciou esse boom ?!
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 15:40

Endividamento do governo gera in ação monetária, mas não necessariamente gera


crescimento da renda e, muito menos, crescimento econômico.

Dinheiro criado via empréstimos para o setor privado é um dinheiro que será
necessariamente utilizado ou para investimentos ou para consumo. Já o dinheiro criado
via empréstimos para o setor público é um dinheiro que será majoritariamente utilizado
para custear a burocracia.

Ou seja, os efeitos sobre o crescimento econômico são distintos.

O que é garantido é que o endividamento do governo pressiona a in ação de preços, mas


não se pode inferir nada mais além disso.

No que mais, como mostra o grá co deste artigo (http://www.mises.org.br/Article.aspx?


id=2184), não houve nenhuma alteração no ritmo de crescimento da dívida pública no
período 1998-2008. A alteração ocorreu apenas a partir de 2009.

RESPONDER

alexandre 21/09/2015 17:36

Muito obrigado pelo esclarecimento, Leandro!

Depende , no entanto,como o dinheiro é gasto, não? Um aumento de dívida para


investimento , não poderia, gerar um efeito positivo na relação divida/ pib de
longo prazo ?
E uma emissão eterna , ainda que constante , de dívida pública não seria
insustentável ao longo prazo ? Visto que não pagamos o principal apenas os juros
do montante de dívida

Nesse período Lula parece que a in ação cou comportada, não? Esta se acelerou
mais nos últimos 2 anos não ? Isto se deve manipulação do índice via controle dos
preços administrados ou essa relação aumento divida publica se dá mais no longo
prazo? Ou nenhum dos dois , rs

Hoje gastamos próximo a 50% do orçamento da União para nanciar nossa dívida.
Isto não limita a capacidade de poupança e investimento do governo ? ( pode
indicar algum artigo sobre o tema) Hoje por exemplo , falamos em criar a CPMF
para arrecadar 30 Bi enquanto gastamos 500 bi para custear nosso estoque de

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 51/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

dívida.

Grato pela atenção na resposta

Abraços
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 18:24

"Depende , no entanto,como o dinheiro é gasto, não? Um aumento de dívida


na relação divida/ pib de longo prazo ?"

Aumento da dívida pelo governo gerar efeito positivo? Como? Cite um único c
meio de investimentos de modo que isso gere um efeito positivo na relação d

Impossível, e pelos motivos aqui explicados.

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1378 (http://www.mises.org.br/Article.aspx
www.mises.org.br/Article.aspx?id=1391 (http://www.mises.org.br/Article.aspx
www.mises.org.br/Article.aspx?id=1025 (http://www.mises.org.br/Article.aspx

"E uma emissão eterna , ainda que constante , de dívida pública não seria ins
principal apenas os juros do montante de dívida."

Correto.

"Nesse período Lula parece que a in ação cou comportada, não? Esta se ace
manipulação do índice via controle dos preços administrados ou essa relação a

O presente artigo foi inteiramente sobre isso. Nos últimos dois anos o dólar v
qualquer efeito bené co da expansão do crédito, alem de ter intensi cado os

Aliás, o dólar parou de baratear em 2008. Por isso, a partir dali, o efeito in ac
2009, que foi ano de recessão.

"Hoje gastamos próximo a 50% do orçamento da União para nanciar nossa d


investimento do governo ? ( pode indicar algum artigo sobre o tema) Hoje po
enquanto gastamos 500 bi para custear nosso estoque de dívida."

Você provavelmente está se referindo a esse grá co (http:// www.auditoriacid


con ra-o-gra co-do-orcamento-de-2012/).

Lamento, mas ele é mentiroso. E não precisa con ar em mim, não. Pode ir dir

www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/465603/CPU_DespesaUni%C3
4dfd-a447-063d8490db5a
(http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/465603/CPU_Despesa
9091-4dfd-a447-063d8490db5a)

Em 2014, os gastos com "Juros e Encargos da Dívida" foram de R$ 170,36 bil

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 52/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

R$ 190,75 bilhões. Ou seja, o total foi de R$ 361,11 bilhões.

Já os gastos totais do governo foram de R$ 1,543 trilhão.

Ou seja, os gastos com a dívida foram de 23,4% do orçamento. Um valor alto,


astronômico quanto 50%.

Quem utiliza essa cifra está cometendo uma impostura, pois está incluindo o
amortização" e também na rubrica "gastos totais do governo". Isso é trapaça
com juros e nem com amortização, e também não pode ser contabilizada com

Abraços.
RESPONDER

alexandre 23/09/2015 13:34

Aumento da dívida pelo governo gerar efeito positivo? Como? Cite um


aumentar sua dívida por meio de investimentos de modo que isso gere
de longo prazo.

Uma hidrelétrica , um aeroporto , faculdades , por exemplo. Ou devería


dos investimentos em setores estratégicos ? Duvido que qualquer país
o orquestramento de gastos militares.

Bem sendo ela insustentável a longo prazo ,deveria decrescer , ao invé


mais de dívida para o país é insustentável a longo prazo. Esse dinheiro
acabaria no sistema bancário?. Se sim, isto não aumentaria a oferta de
forma, de onde vêm o dinheiro que inundou o mercado de crédito ? ( n
,verdade?)

Não consigo compreender como somente o dólar fraco explicaria um b


menos o custo dos insumos importados, mas se a demanda interna é c
economia ( ou aumento da capacidade produtiva) o repasse para os pr
nacional,mesmo com o dólar constante? De outra forma , qual o impac
algum estudo estimando este impacto ?

E a maquiagem do IPCA com o congelamento de preços administrados


O aumento de gasolina e eletricidade este ano ,por exemplo, não foi g
https://fernandonogueiracosta. les.wordpress.com/2014/04/prec3a7o

Não consegui abrir seu link :(


Mas , nesta tabela no porta de transparência do governo ,mostra núme

www.portaltransparencia.gov.br/PortalComprasDiretasOEFavorecidoED
Ano=2014&CodigoOS=25000&CodigoOrgao=25101&CodigoUG=17060

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 53/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Ali diz que o ministério da fazenda foi responsável pelo gasto de mais
para " Amortização e Juros da Dívida - Principal Corrigido da Dívida M
especi cando o quanto para Juros ou amortização.
De qualquer forma são números bastante distintos dos apresentados p
Essa dinheirama não saiu de fato dos cofres públicos , de fato não fora
fatura ? Por que não podemos inclui-los como gasto do governo com a

RESPONDER

Leandro 23/09/2015 15:07

"Uma hidrelétrica , um aeroporto , faculdades , por exemplo. Ou dever


setores estratégicos ? Duvido que qualquer país do mundo deixe para a

Exatamente este assunto foi abordado nos três artigos linkados como

"Esse dinheiro oriundo de emissão de dívida não acabaria no sistema b

Foi criado pelo sistema bancário.

"Se sim, isto não aumentaria a oferta de moeda e com isso o consumo

A oferta de moeda, sim. O consumo, não necessariamente.

Se esse aumento da dívida gerar descon ança nos investidores, o real


preços será proporcionalmente maior do que o aumento da oferta mon

"De outra forma, de onde vêm o dinheiro que inundou o mercado de c

A relação entre causa e efeito está invertida: o dinheiro não inundou o


economia de dinheiro.

"Não consigo compreender como somente o dólar fraco explicaria um

O IPCA não foi "baixo". O IPCA se desacelerou à medida que o dólar ia


expandia). São coisas distintas.

"Claramente este pressiona menos o custo dos insumos importados, m


na economia ( ou aumento da capacidade produtiva) o repasse para os
dólar constante?"

Abordado no artigo. Todo esse repasse ocorreu no setor de serviços, qu

"De outra forma , qual o impacto do dólar no índice de preços. Há algu

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 54/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Sim. "De cada 10% de alta da moeda norte-americana, a in uência na


no longo prazo."

www.gazetadopovo.com.br/economia/alta-recente-do-dolar-tera-im
(http://www.gazetadopovo.com.br/economia/alta-recente-do-dolar-t

www.dci.com.br/economia/repasse-cambial-deve-acelerar-precos-no
(http://www.dci.com.br/economia/repasse-cambial-deve-acelerar-pre

www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1561615-dolar-em-alta-vai
(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1561615-dolar-em-a
in acao.shtml)

É exatamente por isso que o artigo é cuidadoso em ressaltar que, mesm


R$ 1,60), isso não se traduziu em queda de preços, mas sim em aumen

Caso a economia fosse mais aberta, tamanha valorização cambial gera

"E a maquiagem do IPCA com o congelamento de preços administrado

Sim, a partir de 2012.

"O aumento de gasolina e eletricidade este ano ,por exemplo, não foi

Também, mas não só. Explicado em todos os seus detalhes aqui (http:

"Não consegui abrir seu link :("

www.auditoriacidada.org.br/e-por-direitos-auditoria-da-divida-ja-co
(http://www.auditoriacidada.org.br/e-por-direitos-auditoria-da-divid

"Ali diz que o ministério da fazenda foi responsável pelo gasto de mai
Juros da Dívida - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Re nanciado

Vou repetir:

www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/465603/CPU_Despesa
4dfd-a447-063d8490db5a
(http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/465603/CPU_
9091-4dfd-a447-063d8490db5a)

Em 2014, os gastos com "Juros e Encargos da Dívida" foram de R$ 170


R$ 190,75 bilhões. Ou seja, o total foi de R$ 361,11 bilhões.

Já os gastos totais do governo foram de R$ 1,543 trilhão.

Ou seja, os gastos com a dívida foram de 23,4% do orçamento. Um va


astronômico quanto 50%.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 55/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Quem utiliza essa cifra de R$ 614 bilhões está cometendo uma impost
rubrica "juros e amortização" e também na rubrica "gastos totais do g
representa gasto nem com juros e nem com amortização, e também n
RESPONDER

alexandre 23/09/2015 15:50

Obrigado , pelo esclarecimento Leandro!! Excelente seus


artigos e palestras

Abraços
RESPONDER

Juan Domingues 21/09/2015 15:03

Artigo excepcional.
É uma explicação cirúrgica da diferença fundamental entre o que alguns chamam de crescimento
do tipo saudável x crescimento do tipo cancer.
O desavisado observa o crescimento rápido e se impressiona, sem analisar que os alicerces desse
crescimento podem ser altamente destrutivos no longo prazo. O Brasil viveu durante grande
parte da década de 2000 um crescimento muito mais do tipo cancer do que do tipo saudável.
Agora uma pergunta: considerando que o dólar é a moeda mais universalmente aceita e
responsável por grande parte do ocorrido, e considerando ainda que a taxa de juros dos EUA
continua arti cialmente baixa (governos parecem insistir no erro e ter um fetiche pela criação de
bolhas), o que podemos esperar, tanto lá quanto cá?
RESPONDER

Diego 21/09/2015 15:06

"Tal cenário de bonança pode se repetir? Poder, pode. Caso o próximo presidente dos EUA seja
um belicista que en e o país em novas aventuras militares"

Acho que é inevitável que os EUA e a UE combatam o EI e derrubem o Assad na Síria. Mesmo
porque esse uxo migratório em massa é insustentável pra Europa, fora os terroristas in ltrados.
O Oriente Médio só chegou a esse ponto justamente por causa do babaca do Obama que
abandonou tudo e deixou pra lá. Querendo ou não, eles vão ter que consertar a cagada do
Obama, ainda mais com a vitória dos republicanos e principalmente se for o Bush. A Hillary tá
queimada e a outra opção é um velho comuna sem chance alguma. Os EUA vão ter que ser de
novo o xerife do mundo.
RESPONDER

Adelson Paulo 21/09/2015 15:48

Concordo plenamente. Diante da Europa vacilante, os EUA têm que assumir sua função
de xerife do mundo. Cabe a nós apoiá-los nesta ingrata e custosa tarefa.
RESPONDER

Marcos 21/09/2015 15:59

Xerife?! Todos os descalabros geopolíticos da região foram causados justamente pela


intervenção do governo americano, que foi quem indiretamente nanciou e criou o ISIS.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 56/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

www.wnd.com/2014/06/o cials-u-s-trained-isis-at-secret-base-in-jordan/
(http://www.wnd.com/2014/06/o cials-u-s-trained-isis-at-secret-base-in-jordan/)

Ainda em 2013, a CIA entregou armamento para os muçulmanos?


(http://www.wnd.com/2013/09/cia-delivering-arms-to-syria-rebels/) Essas armas
entraram ilegalmente na Síria com a ajuda direta do serviço secreto do governo dos EUA.
O Departamento de Estado dos EUA enviou veículos e outros materiais militares, inclusive
equipamento so sticado de comunicações.

Sabia que o neocon John McCain também tem sua parte nessa bagunça toda?

shoebat.com/2014/08/02/isis-praises-john-mccain-helping-invade-iraq/
(http://shoebat.com/2014/08/02/isis-praises-john-mccain-helping-invade-iraq/)

E não podemos esquecer que a guerra no Iraque iniciada por Bush deu poderes para o ISIS
cometer os massacres e violência que está fazendo hoje.
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 21:25

Penso que ninguém tem obrigação de intervir nos assuntos de outros países.
Questiono o contrário, se tem esse direito.

Mas vamos partir do pressuposto de que nas regiões da Síria em anarquia uma
intervenção ocidental seja desejada pelas pessoas. Quem "deveria" intervir? Creio
que os principais interessados na resolução da crise de refugiados, que são o Reino
Unido e a Alemanha. Até porque car tudo nas costas do contribuite americano é
muita sacanagem. E os europaus não estão ávidos por "um pouquinho mais de
in ação"?

O caso das forças armadas alemãs merecem uma atenção especial. Ainda vigoram
algumas restricoes desde a segunda guerra (!!), na verdade, desde o pós-primeira
guerra (!!!). Os alemaes agradecem, a relacao gastos militares versus PIB deles é
uma das menores dos países da OTAN.
RESPONDER

Dissidente Brasileiro 23/09/2015 03:57

Marcos, gostei do seu comentário, muito bom mesmo. Mas você poderia ao menos
dar os devidos créditos a quem merece:

mises.org.br/Article.aspx?id=94#ac151130

Impressionante, plágio de comentários! O cara copia as palavras dos outros na cara


dura mesmo, é cada uma... até comentários os brazilêros conseguem afanar,
kkkkkkkkkkkkkk. Que povinho gente, que povinho de m****.

Quando eu digo que este país não tem jeito, é exatamente isso o que eu quero
dizer. Alguém ainda duvida?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 57/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Henrique 21/09/2015 15:06

Olá, gostaria de dizer que o artigo acabou por não mencionar medidas positivas do governo Lula
como o crescimento econômico gerado por:

1) aumento do poder de compra da população por meio de programas de transferência de renda,


como o Bolsa Família;

2) geração de empregos e de atividade econômica no setor imobiliário com o Programa Minha


Casa Minha Vida;

3) quali cação da mão-de-obra proporcionada pelo PROUNI e FIES; dentre outros.

Abraços.
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 15:42

"medidas positivas do governo Lula como o crescimento econômico gerado por:"

Já começou errado, invertendo causa e efeito. As medidas abaixo não geraram


crescimento econômico; o crescimento econômico é que permitiu que tais medidas
fossem implantadas.

Prova disso é que todas elas continuam existindo até hoje, mas não apenas não geram
crescimento econômico, como, ao contrário, subtraem do crescimento econômico, pois
dependem da transferência de recursos escassos.

" aumento do poder de compra da população por meio de programas de transferência de


renda, como o Bolsa Família;"

O aumento do poder de compra se deu por causa da expansão do crédito em um cenário


de dólar fraco. Não fosse o dólar fraco não haveria aumento do poder de compra da
população.

Prova disso é que o Bolsa Família continua existindo até hoje, mas, como mostrado nos
links do artigo, a renda real está em queda e o número de miseráveis voltou a subir
(http://oglobo.globo.com/economia/ipea-mostra-que-aumentou-numero-de-
miseraveis-no-pais-em-2013-14471753). Pela sua lógica não era para isso ter
acontecido.
Não há mágica: se o câmbio não ajuda, nenhuma medida de transferência de renda dura.

"geração de empregos e de atividade econômica no setor imobiliário com o Programa


Minha Casa Minha Vida;"

Esse programa é sem dúvida nenhuma ótimo para as construtoras bene ciadas por ele, as
quais utilizam dinheiro público para lucros privados. Eu mesmo conheço duas pessoas do
setor da construção civil que encheram os bolsos de dinheiro por causa dele.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 58/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Porém, como todos os outros programas de redistribuição de renda, seus efeitos só duram
em cenários de baixa in ação. Aliás, para este programa a coisa é ainda pior: ele dura
apenas enquanto o endividamento estiver baixo e as pessoas tiverem emprego e renda.

"quali cação da mão-de-obra proporcionada pelo PROUNI e FIES; dentre outros"

Isso é piada, né? Não há absolutamente nenhum índice que comprove que tais programas
melhoraram a inteligência e a produtividade da mão-de-obra brasileira. Foi um belo
desperdício de dinheiro público em benefício de universidades privadas, cujos
proprietários certamente adoraram.

É espantoso ver a esquerda defendendo esse tipo de bolsa empresário.


RESPONDER

M.S. Batista 21/09/2015 15:47

Henrique,

Gostaria de dizer que seu comentário acabou por não mencionar medidas negativas do
governo Lula como o crescimento econômico gerado por:

1) aumento do poder de compra da população por meio de programas de transferência de


renda, como o Bolsa Família; - LÊ-SE: Aumento da dependencia estatal por parte de
quase metade das familias brasileiras, pagos por quem TRABALHA E PRODUZ.

2) geração de empregos e de atividade econômica no setor imobiliário com o Programa


Minha Casa Minha Vida; - LÊ-SE: geração de empregos TEMPORÁRIOS e dívidas
PERMANENTES à sociedade.

3) quali cação da mão-de-obra proporcionada pelo PROUNI e FIES; dentre outros. - LÊ-
SE: Distribuição de bolsa-donos-de-faculdades, distribuição de "dipromas",
investimentos em cursos que não trazem aumento de produtividade ao país (a maioria,
cursos da áreas de Humanas).
RESPONDER

Ronaldo 21/09/2015 15:51

Henrique, todas as medidas que você citou foram possíveis por causa do que o artigo
fala. It's the economy, stupid
RESPONDER

felipe 21/09/2015 15:11

O governo Bush foi um dos piores presidentes que já existiu para os americanos. Tão ruim que
levou os americanos ao desespero de escolher um Obama com o discurssinho barato de "yes, we
can".

Só mesmo essas Olavates para louvarem o Bush.


RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 59/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Moura 21/09/2015 15:36

Concordo 200%. Jamais entendi por que os conservadores tupiniquins agradam do


sujeito. Não é à toa que o irmão dele amarga um dígito nas primárias americanas.

Que gostem do Reagan é perfeitamente compreensível. A moeda e a economia foram


sólidas durante seu mandato. O mesmo, aliás, pode ser dito do Clinton. Já Bush, um
desastre completo.
RESPONDER

Juan Pinto 21/09/2015 15:24

Boa tarde,

Fico impressionado com suas análises. Os fatos e os fundamentos se encaixam perfeitamente e


não é uma mera falácia " losó ca" com viés ideológico.

É simples, mas não simpli cado, como diria Einstein.

Acho interessante a visão macro de que como vários elementos que in uenciaram a situação
econômica que vivemos no passado e que, por falta de conhecimento ou cretinisse mesmo, não
são abordados pelos "especialistas".

Vocês tem me ajudado bastante a entender economia de uma forma que nunca pensei que
entenderia.

Muito bom, parabéns!


RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:12

Obrigado pelas palavras, Juan. Grande abraço!


RESPONDER

Marco Raposo 21/09/2015 15:32

Ponto para o Dolar?

A cotação do dólar é um re exo de uma conjuntura da economia internacional.

A análise do que levou a utuação do dólar é mais importante que a própria utuação.

O entendimento e atuação dos agentes econômicos, pautado em parte no artigo, são mais
importantes que a mera utuação do dólar.

Dolar desvalorizado em uma região leva aplicações para outras partes do mundo, esse uxo de
moeda internacional e onde elas são aplicadas explicam o crescimento, in ação, crises, etc.

Não posso deixar de parabenizar o artigo. Nos põe a pensar... Nem todas as explicações estão
aqui, mas é uma importante análise econômica!

Gostaria de ter mais respostas a dar que perguntas a fazer, mas nesse ponto ainda me faltam

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 60/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

dados em especial sobre o crescimento dessas economias.

Abraço. E mais uma vez parabéns.

Marco Túlio Raposo


RESPONDER

Adelson Paulo 21/09/2015 15:45

Inicialmente, agradeço ao Leandro por mais esta aula de economia brasileira, mais uma luz no
meio de tanta falácia e escuridão.
Agora, gostaria de contrapor parcialmente alguns comentários aqui mais pessimistas sobre nosso
futuro. Temos algumas grandes vantagens em relação a nossos vizinhos latino-americanos.
Nossa herança caudilhesca não é tão arraigada, fruto de nosso processo político de independência
e da Monarquia, única nas Américas. Recomendo a leitura da biogra a de Pedro II, de José Murilo
de Carvalho, que ilustra bem estas diferenças.
A Argentina tem um poder político extremamente centralizado, e os peronistas construíram uma
máquina de reprodução de poder apenas superada pelo Partido Revolucionário Institucional do
México (que também teve que ceder e se modernizar). Temos fortes núcleos alternativos de
poder, nos Estados e na oposição, além do contra-peso histórico do PMDB que impede vôos mais
ousados das forças de esquerda.
Nosso dinamismo econômico ainda é muito grande, e possuímos uma classe empresarial que
pode, diante de uma alternativa política consistente, aglutinar-se em torno de ideais mais
liberais e de livre mercado. É muito difícil, mas talvez este seja o momento mais propício na
história recente para isto. Além do mais, nossa elite empresarial, que deixou-se seduzir pelo
canto da sereia de Lula e do PT, amarga agora as consequências deste seu imobilismo ideológico:
percebe-se agora o real perigo do projeto de poder lulo-petista.
O povo sempre foi presa fácil dos discursos populistas, mas também pode ser adequadamente
levado a apoiar uma alternativa de centro, com o apoio da grande mídia, para tentar melhorar
sua crítica situação econômica. A população brasileira é ainda, em sua grande maioria,
conservadora.
Resumindo, restam esperanças. Mas vamos pagar um preço muito alto por toda esta
irresponsabilidade, política e econômica, dos governos do PT.
RESPONDER

Jairdeladomelhorqptras 09/07/2018 03:39

Prezado Adelson Paulo,


Tua mensagem de otimismo, tres anos depois de escrita ainda está válida. Ela se sustenta
em uma análise coerente e precisa. Acredito nela. Oferece uma alternativa ao aeroporto.
Abraços
RESPONDER

Pedro 21/09/2015 15:46

Estou a falar de Portugal, e por acaso é triste ver o Brasil nesta situação, mas a culpa inicialmente
foi dos Brasileiros em terem votado no PT de Lula em 2002 (quando as votações ainda não eram
adulteradas pelas famosas máquinas electronicas), uma vez no poder os comunistas fazem tudo
o que for necessário para não sairem mais, é só ver a Venezuela.
Felizmente nem toda a América Latina está perdida, Colombia, Peru, Chile (vamos a ver se não
descarila para o Socialismo), e México estão a crescer e tem governos que defendem o

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 61/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

investimento privado.
É só comparar os resultados da aliança do paci co (Chile, Peru, Colombia e Mexico) com os
resultados do Mercosul (Argentina, Paraguai, Brasil, Venezuela)...
RESPONDER

Investidor 21/09/2015 16:46

Sim, o México tem a sorte de ter o vizinho do norte, uma in uência muito positiva que
não deixa o Méx descarrilar. ahxr2
RESPONDER

vinicius 21/09/2015 16:02

achei excelente o artigo, mas não valeria a pena incluir o boom demográ co no processo?
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 16:24

Na década de 2000, o crescimento demográ co foi o menor da história do Brasil (só


perdendo, é claro, para a atual década).

cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-population.png?
s=bra+sp.pop.totl&v=201508042139h&lang=all&d1=19150101&d2=20151231
(http://cdn.tradingeconomics.com/charts/brazil-population.png?
s=bra+sp.pop.totl&v=201508042139h&lang=all&d1=19150101&d2=20151231)

A demogra a, aliás, ajuda a explicar a atual "baixa" taxa de desemprego. Com menos
crescimento demográ co, há menos gente entrando no mercado de trabalho e,
consequentemente, há menos gente procurando emprego.

Logo, as estatísticas de desemprego cam menos pressionadas


(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1832).
Tal fenômeno vem ocorrendo há décadas no Japão e também em vários países europeus,
notadamente a Alemanha. A taxa de desemprego da Alemanha despencou
(http://www.tradingeconomics.com/charts/germany-unemployment-rate.png?
s=gruepr&d1=19920101&d2=20151231&type=line) justamente a partir da crise de 2008, o
que a princípio não faria sentido. Mas aí, quando se observa o que aconteceu com a
demogra a (http:// www.tradingeconomics.com/charts/germany-population.png?
s=deu+sp.pop.totl&d1=19900101&d2=20141231&type=line), tudo passa a se encaixar
perfeitamente.

Aquelas taxas de desemprego de dois dígitos no Brasil (13% em 2003) caram pra trás.

Agora, caso o desemprego medido pelo IBGE nas seis regiões metropolitanas do Brasil (ou
seja, o mensurador mais estreito e menos acurado) volte aos dois dígitos, então pode
saber que a situação é realmente calamitosa.

RESPONDER

vinicius 21/09/2015 16:31

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 62/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

justamente isso que estou dizendo o dólar não explica tudo sozinho, o bonus
demográ co que tivemos ajuda a explicar uma parte do crescimento e aumento de
salários.

e minha sugestão é que este bonus estivesse inserido no artigo


RESPONDER

Rodrigo Pereira Herrmann 21/09/2015 17:01

pior é que o tal boom demográ co passou e o dé cit da previdência


continua crescendo e já ultrapassa os R$ 100 bilhões.
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anônimo 21/09/2015 16:12

A construção do Socialismo passa necessariamente por uma "época de Capitalismo" (abertura de


mercados e atração de investimentos) em que o partidão se preocupa em tempo integral em
centralizar todo o poder político nas mãos. Lênin com a Nova Política Econômica que o diga.
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Leonardo 21/09/2015 16:24

Marcelo Odebrecht não é delator. Ainda.


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IRCR 21/09/2015 16:47

Leandro,

Lula e PT querem uma guinada na política econômica do governo


www.cnf.org.br/noticia/-/blogs/lula-e-pt-querem-uma-guinada-na-politica-economica-
do-governo

O que vc acha dessa possível guinada heterodoxa do governo ?


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Leandro 21/09/2015 17:06

Discutida aqui:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1430&comments=true#ac151886
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1430&comments=true#ac151886)
RESPONDER

Marconi Soldate 21/09/2015 18:02

Ahmmmm saiu a tal tese aí do Leandro, muito bom!

Mas eu não sei se o efeito da China pode ser localizado assim nos setores de mineração e soja.. o
efeito se espalha não só pelos setores ligados a esses, mas sim a toda economia de forma um
pouco mais importante do que foi colocado.

Um cara desempregado no Brasil, por exemplo, que consegue um emprego devido a demanda de

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 63/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

minério da China, ganhará renda e irá consumir centenas de produtos e impulsionar vários
setores (como a indústria nacional) que nada tem a ver com minério.

O argumento de que as poucas exportações mostram um efeito limitado da China na nossa


economia não considera o aumento da demanda dos produtos manufaturados produzidos aqui.

Mas gostei bastante do texto, no geral me convenceu. Muito bom!

RESPONDER

Leandro 21/09/2015 18:45

"Um cara desempregado no Brasil, por exemplo, que consegue um emprego devido a
demanda de minério da China, ganhará renda e irá consumir centenas de produtos e
impulsionar vários setores (como a indústria nacional) que nada tem a ver com minério."

Essa é a falácia do "efeito multiplicador" keynesiano, já amplamente refutado aqui


(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2186). Troque "demanda de minério da China"
por "setor público brasileiro" e o raciocínio permanece semelhante.

De resto, os efeitos do boom do setor de minério e de soja foram abordados pelo artigo,
com cifras e dados. Este seu cenário de "cara desempregado arruma emprego por causa
da demanda de minério na China e com isso movimenta toda a economia brasileira" é,
sinceramente, muito forçado.

Tal cenário até teria algum sentido se "esse cara desempregado" fossem dezenas de
milhões de pessoas. Mas quantas são as pessoas ligadas ao setor de minério? Elas
explicam o PIB ir de 7,5% em 2010 para -3% em 2015?

Não tenho problema nenhum com essa teoria, mas ela tem de ter substância.

"O argumento de que as poucas exportações mostram um efeito limitado da China na


nossa economia não considera o aumento da demanda dos produtos manufaturados
produzidos aqui."

Tal demanda foi contemplada explicitamente no artigo. Copio o trecho:

"Com o ajuste feito em 2003 e a subsequente estabilização da economia, houve um


substancial aumento do investimento, do crédito e da quantidade de pessoas empregadas,
as quais não apenas expandiram o mercado de consumo interno, como também
aumentaram a plataforma produtora de exportação.

Mesmo no agronegócio, a expansão na maior parte do período 2003-2011 foi baseada em


aumento de volumes, produtividade e área plantada. Isso também foi fruto da
estabilidade, da con ança e do aumento dos investimentos.

Mas apenas esse ajusta ainda não explica o crescimento da década."

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 64/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"Mas gostei bastante do texto, no geral me convenceu. Muito bom!"

Obrigado. Abraços!
RESPONDER

Sérgio 22/09/2015 16:02

Marconi, se a China explicasse nosso crescimento, então era para estarmos


bombando neste exato momento:

Importação de soja do Brasil pela China sobe 27,5% em agosto


(http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/09/importacao-de-
soja-do-brasil-pela-china-sobe-275-em-agosto-
20150921094006975551.html)
RESPONDER

Corsario90 21/09/2015 18:10

Mas um excelente artigo! Tenho uma dúvida: eu sendo empresário, conhecedor dos ciclos EA,
vendo Q meus pares estão realizando investimentos e colhendo fruto momentaneo, eu sozinho
teria condições de escapar desse crédito barato, não fazer tanto investimento? Resumo, teria
fôlego su ciente para esperar a crise chegar e colher frutos ou morreria na praia face aos colegas
que aproveitaram o falso boom??
Não fale em investimentos em ouro ou outra comiddities, mas na
Minha própria empresa? Tem como fugir disso se a maioria investe é segrega sua clientela, me
considerando um
Médio empresário?
Obrigado
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 18:49

"eu sendo empresário, conhecedor dos ciclos EA, vendo que meus pares estão realizando
investimentos e colhendo fruto momentâneo, eu sozinho teria condições de escapar desse
crédito barato, não fazer tanto investimento? Resumo, teria fôlego su ciente para esperar
a crise chegar e colher frutos ou morreria na praia face aos colegas que aproveitaram o
falso boom? [...] Tem como fugir disso se a maioria investe é segrega sua clientela, me
considerando um médio empresário?"

Não, não tem.

E essa é a tragédia dos ciclos econômicos gerados pela expansão do crédito. Eles obrigam
mesmo os empresários prudentes e cônscios a embarcarem no desvario. A nal, se você
não o zer, você simplesmente perderá fatia de mercado para os seus concorrentes. E
como não é possível saber exatamente qual será a duração do boom (pode durar apenas
alguns meses, como também pode durar vários anos), você não pode se dar ao luxo de
car de braços cruzados, vendo seus concorrentes abocanharem seu mercado.

A única coisa que você pode fazer é ir se protegendo ao mesmo tempo em que embarca
na loucura e tenta fazer frente aos seus concorrentes.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 65/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Thiago Teixeira 21/09/2015 21:41

O Hélio Brandão Filho comentou no seu primeiro Podcast, aqui mesmo no IMB,
que aprendeu com a EA a ler os sinais de redução de liquidez na bolsa para sair
antes do estouro da bolha.

Para o empresário, creio que isso se traduza de outra forma, quitar dívidas e frear
expansão das atividades aos sinais de que está chegando a fase de recessão.
Quais são esses sinais? Não faço a menor ideia... Kkkk...

Falando em proteção, como pessoa física, estou com um remorso grande por não
termcomprado ouro quando estava 119,50 reais por grama, em julho. Ontem vi
que está 144. Se eu fosse americano, remaria contra a maré e adquiriria ouro
agora. Mas tendo reais para converter em ouro, questiono-me seriamente se o
momento de migrar para o ouro já passou.
O Fernando Ulrich já tinha dado a dica: devemos ter um pouco de ouro, jm
poquinho de bitcoin e o restante em dólares.
RESPONDER

Charles Miller 21/09/2015 23:16

Leandro, tenho bastante interesse neste assunto. Tu teria como indicar


artigos/livros sobre este tema?
RESPONDER

CORSARIO90 22/09/2015 02:25

Pois é Leandro, triste, pq tendo consciência disso, acaba sendo forçado a embarcar
nessa canoa furada.....pena q conheci a EA um pouco tarde, mas vejo no comércio
que vc acaba cando realmente refém dessa armadilha ciclica, pois não se pode
dar o luxo de contar com o tempo....e acaba indo na correnteza...
Na vida aqui, percebo que cortar gastos públicos é a única solução que amenizará
essa recessão.
Em cidade pequena, onde prefeituras são os motores que move o comércio local, o
quadro será sangue, suor e lágrimas...
Próxima rodada de boom depois do burst, espero está mais preparado, embora hj
acho q vc consegue investir, só que tem que investir naquilo que o governo dá a
mão no nal das contas....triste realidade para aqueles que gostariam de viver num
país melhor......sob menos intervencionismo.......

Acho que daqui a pouco vao mandar um PND de grandes proporções....pois tem
muita gente que acha que será a salvação da lavoura.....

Muito grato pelo IMB ser uma luz no m do túnel!!


RESPONDER

Fabio Fabro 21/09/2015 18:21

Leandro,

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 66/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Qual seria a explicação para essa revalorização do dólar a partir de 2011? Crescimento americano,
certo? Esse crescimento não está intimamente ligado ao excesso de oferta de Petróleo e queda
nos preços, com Shale gás no EUA e OPEP/RÚSSIA ampliando a oferta? Com esse excesso de
oferta, fruto da desvalorização do dólar em 2003 como mencionado, o maior bene ciado neste
momento é o próprio EUA - maior consumidor - reduzindo custos no EUA.

Difícil é distinguir quando a variação do dólar é causa e quando é consequência!


RESPONDER

Leandro 21/09/2015 18:46

Houve uma importante alteração no funcionamento do governo americano.

O primeiro mandato de Obama foi pavoroso. Foi tão ruim quanto o segundo mandato de
Bush. E publicamos vários artigos sobre isso. Em agosto de 2011, o dólar chegou ao seu
menor valor no mercado mundial. Tão ruim era o governo Obama, que até mesmo o real
sob Dilma conseguiu a façanha de se fortalecer perante o dólar.

Não é à toa que, mesmo sendo venerado pela mídia americana e pela mídia mundial, e
mesmo tendo disputado a reeleição com um republicano que não contava com nenhuma
simpatia da sua base, Obama passou aperto para se reeleger, tão ruim estava a economia.

Mas aí aconteceu algo que este Instituto sempre defendeu como solução: o governo
federal americano, a partir de 2013, cou totalmente paralisado. Obama perdeu toda a
sua base de apoio na Câmara e no Senado. O governo federal entrou em gridlock.

Desde então, o que Obama fez? Nada. Absolutamente nada. Ele nunca mais conseguiu
aprovar nenhuma lei. Sua almejada reforma do sistema de saúde paralisou-se por
completo, e nenhuma outra medida intervencionista foi aprovada. O máximo que Obama
hoje consegue fazer é mudar nome de montanha
(http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/08/obama-vai-mudar-
nome-de-montanha-mais-alta-dos-eua.html), conceder entrevistas a talk shows de
comediantes, e dizer se sentir frustrado por não conseguir impor leis mais rigorosas sobre
a venda de armas.

Só.

Em suma: desde que o governo americano cou travado, começando em 2013, a economia
automaticamente começou a melhorar. Sem o governo para atrapalhar, o dólar se
fortaleceu e a bolsa de valores americana (que sempre se dá bem quando o dólar está
forte) se valorizou.

O próprio Fed hoje possui em seu alto escalão pessoas mais sensatas que na época de
Bernanke, como é o caso de Stanley Fischer, vice-presidente do Fed, que abertamente faz
declarações em prol de um dólar forte. O atual secretário do Tesouro, Jack Lew, também
fala abertamente sobre as vantagens de se ter uma moeda forte.

E, como este site nunca se cansa de repetir, moeda forte e governo em retração é o
segredo para qualquer recuperação econômica. A economia americana é apenas mais um
exemplo prático disso.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 67/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Sendo assim, posso dizer apenas -- jocosamente, é claro -- que Obama nos leu. Faz 6
anos (desde nossa criação) que insistimos aqui que uma moeda forte é o segredo. Sem
moeda forte não há economia forte. A moeda forte pode não ser tudo, mas sem moeda
forte, tudo vira um nada.

E o que aconteceu com os EUA? Bastou o governo car travado, sem nenhuma chance de
inventar novas intervenções, que o dólar car forte. Consequentemente, a economia
americana se recuperou. Praticamente como mágica.

(Ah, sim: o fato de o mercado de trabalho nos EUA ser bem mais exível, também ajuda
bastante, principalmente nos índices de desemprego.)

Enquanto isso, aqui no Brasil, o real segue sua inexorável viagem rumo ao esgoto.

RESPONDER

Fabio Fabro 21/09/2015 19:19

Ok, tem muito sentido. Vejo a economia como uma grande modelo caótico - as
vezes uma pequena alteração em alguma variável relevante pode trazer grandes
consequências à frente. Dado que não podemos prever essa caoticidade,
diferentemente de modelos climáticos por exemplo - por conta da
imprevisibilidade da ações humanas, o melhor a fazer é quase sempre não fazer
nada mesmo, desde que os automatismos do capitalismo liberal estejam
funcionando. Ainda assim podemos tentar buscar alguma consequência de uma
dada ação, como aprendizado. Acredito que o preço internacional do petróleo tem
muito a ver com isso também passando de consequência à causa.

Essa fortaleza do dólar me parece um tanto passageira ou não? Pensando no


grande endividamento do governo americano, sendo que agora passa a não poder
contar tanto com o forte crescimento das economias emergentes para se
re nanciar. Estou errado? Será que não estamos caminhando para um colapso do
dólar mais à frente?

RESPONDER

Magno 21/09/2015 19:31

Não é só o dólar não. O real foi pra privada em relação a todas as moedas
do mundo. Veja a evolução da libra esterlina, do franco suíço e do próprio
euro.

mises.org.br/Article.aspx?id=2018 (http://mises.org.br/Article.aspx?
id=2018)
RESPONDER

Dede 21/09/2015 19:49

O endividamento da governo americano é alto em relação ao PIB, mas não


tão alto quando se leva em consideração a riqueza total da sociedade

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 68/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

americana.
Uma coisa é um país como o Brasil dever, com baixa produtividade,
infraestrutura precária e com população com pensamento estatista.
Outra é os EUA: População empreendedora, destino de imigração milhares
de povos, incluindo ricos do mundo todo, país com infraestrutura, mão de
obra quali cada e com relativa liberdade econômica.
Não há o menor risco do dólar entrar em colapso. No momento que o
endividamento se tornar um problema há muito espaço para aumento de
impostos, inclusive impostos sobre renda e patrimônio (Que eu sou contra).
O patrimônio das famílias ricas americanas é estratosférico. Não vejo a
menor possibilidade do dólar entrar em colapso.

Endividamento por endividamento, o Japão possui um alto endividamento


em relação ao PIB. Mas se comparar com a riqueza acumulada dos
japoneses, o endividamento não é tão alto.

RESPONDER

Fábio Fabro 23/09/2015 03:14

Eu já acho que é precisamente esse o ponto onde a economia


americana vai enveredar para um enfraquecimento. Quando o
endividamento alto chegar ao ponto de justi car o aumento de
impostos...
RESPONDER

Dede 21/09/2015 19:22

E na hipótese do PT cair e entrar um governo mais sensato,


com uma equipe ortodoxa, uma Armínio Fraga na Fazenda e
o um Meirelles no Bacen, que cortassem gastos, reduzissem a
máquina e implementassem um programa de desestatização,
seria essa a solução de curto prazo para a economia
brasileira?
RESPONDER

Fabio Fabro 21/09/2015 19:58

Penso ser essa solução sim. Acho que o impeachment


pode ser o começo de uma retomada. Quanto mais a
Dilma car pior pois ela já não governa e as incertezas
só aumentam.

De qualquer forma se a nova equipe que assumir,


digamos com PMDB à frente do governo e recebendo
apoio do PSDB e outras legendas, não demonstrar que
está disposto a fazer os cortes e empreender as
reformas necessárias, a situação vai permanecer ou
até piorar. Mas acho que não há outra saída. Aumento
de impostos já não tem qualquer apoio e se a

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 69/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"oposição" tentar fazer o mesmo quando estiver


assumindo o governo, vai sofrer ataque de todos os
lados.

Porém no médio prazo as reformas são absolutamente


necessária: tributárias, previdenciárias e trabalhistas.
Talvez tenhamos as melhores condições para
empreender tais reformas em todos os tempos até
aqui, mesmo com a choradeira dos movimentos
esquerdistas que já terão pouco crédito depois de 13
anos de baderna.
RESPONDER

Andre Cavalcante 21/09/2015 20:01

Olá,

Não sou o Leandro, mas posso dizer o seguinte. Curto


prazo é: mantidas as condições atuais. Longo prazo é:
as condições são diferentes das atuais.

Isso que cê colocou já é longo prazo, portanto. Então


não seria uma "solução de curto prazo", mas "uma
solução de longo prazo".

Sim, esse seria um caminho adequado.


Do ponto de vista puramente temporal, levaria um
bom par de anos para sairmos do buraco que estamos,
mesmo com mudanças assim. Então, como temos
Dilma ainda por 3 anos e mais 2 para começar a dar
resultado qualquer política de "austeridade", já
somamos 5 anos. Como já temos 2 anos de
trapalhadas, então já teríamos 7. Ou seja, quase uma
década perdida. E, se não tomar cuidado, podemos ter
mais uma.

Mas, o certo mesmo, seria uma dolarização total da


economia ou um currency board. Mas isso mataria
qualquer tentativa do governo aumentar ainda mais.
Logo, praticamente impossível de acontecer...
RESPONDER

Thiago Teixeira 21/09/2015 21:54

Mas Leandro, apesar de Obama estar amarrado,


Janet Yellen continua com a política de juro
zero no Fed; e o FED já praticamente esterilizou
o mercado de títulos do tesouro americano...
Creio que isso seja um fator importante para
desestabilizar o dólar a qualquer momento.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 70/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Aqueles dois artigos do Ulrich a esse respeito


deveriam ser republicados...

Ah, e temos um fator de acionário sobre o


dólar não é? Os juros que o FED está pagando
sobre o total de reservas dos bancos privados.
Eles estão sendo estimulados a controlar a
derrama de dinheiro na economia. Até quando?
Ah, e isso me remete ao caso brasileiro:
estamos dependentes do juízo dos banqueiros
privados...
É muita insanidade...
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 22:39

Pois é, mas essa política inesperada do Fed


foi crucial.

Como já dito em outros comentários, o Fed,


em uma medida totalmente sem
precedentes (uma medida que nunca foi
abordada em nenhum manual de
macroeconomia), passou a pagar juros sobre
todo o dinheiro que os bancos
voluntariamente mantêm depositados no
Fed.

Antes, o Fed pagava juros apenas sobre os


depósitos compulsórios dos bancos. Agora,
ele paga juros sobre todo e qualquer
dinheiro que os bancos voluntariamente
depositam no Fed.

É por isso que a base monetária -- mais


especi camente, o componente "reservas
em excesso" -- explodiu, mas esse dinheiro
não entrou na economia.

Com essa medida de pagar juros sobre todo


e qualquer depósito voluntário que os
bancos zerem no Fed, não há nenhum risco
de in ação alta, e muito menos de
hiperin ação. E é bem mais fácil manter um
dólar forte.
RESPONDER

Laercius 21/09/2015 18:38

Excelente artigo.Desculpe perguntar Leandro, mas é um artigo seu "de punho" ou uma
compilação (ou ainda)uma tradução de texto?De qualquer forma,parabéns pela publicação.Não
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 71/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

costumo imprimir os textos,mas z isso para lê-lo mais algumas vezes.


RESPONDER

Rubens 21/09/2015 19:02

Artigo, muito bem elaborado, Parabéns


RESPONDER

Paranaense 21/09/2015 19:08

Excelente artigo, muito elucidativo. Nuvens negras pairam sobre o Brasil.


RESPONDER

Thiago Diniz 21/09/2015 19:20

Formidável artigo. Leandro sempre trazendo coisa boa.

Tenho uma pergunta: O que fazer para se ter uma moeda forte perante ao dólar sem depender de
mal momento dos EUA(vide a expansão de crédito lá, guerra do Iraque, etc). Teríamos que ser
mais produtivos e isso já bastaria para se ter um real forte perante ao dólar?

Abraços!
RESPONDER

Andre Cavalcante 21/09/2015 20:07

Olá Thiago Diniz 21/09/2015 19:20:00

"O que fazer para se ter uma moeda forte perante ao dólar"?

R. Uma moeda ancorada em uma commoditie como o ouro. Ou então uma criptomoeda.

Junte a isso leis que respeitem o direito de propriedade, liberalização das idas e vindas de
capitais, liberalização das idas e vindas de mão-de-obra, leis ordeiras (não esse
emaranhado espaguete de leis que não servem pra nada e o povo já nem pensa se está ou
não cumprindo) e uma exibilização geral do trabalho.

"Teríamos que ser mais produtivos e isso já bastaria para se ter um real forte perante ao
dólar?"

R. Com tudo isso que citei acima, a produtividade vem naturalmente com o acumulo de
capital e o desenvolvimento da criatividade humana que tal arranjo proporciona.

Abraços
RESPONDER

Thiago Diniz 23/09/2015 02:37

Obrigado grande André!


RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 72/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Hugo 22/09/2015 03:12

Isso só vai ser possível se o BR adotar uma reforma drástica da


economia,com o governo desinchando imensamente a ponto de eliminar as
surreais bur(r)ocracias que sufocam a economia brasileira,como as
intervenções no mercado de trabalho e no comércio exterior que
prejudicam a inovação e investimento. Com isso a economia se tornaria
sólida,pujante e con ável,pois o governo deixaria de massacrar a economia
com suas políticas totalmente sem sentido e imprevisíveis,melhorando
assim a con ança no cumprimento dos contratos da economia (o governo
brasileiro é perito em afugentar desenvolvimento econômico com medidas
mirabolantes e con scatórias que deixa uma pulga atrás da orelha dos
investidores quanto ao futuro da economia),e com a redução do estado a
pressão in acionária cairia muito pois o estado não pressionaria a oferta de
crédito com a rolagem de seus dé cits,e com a pouca pressão in acionária
sobre a moeda brasileira ela tenderia a se valorizar com o tempo (e a juros
mais baixos) atraindo investimentos do mundo todo que gerariam um
estrondoso aumento de bem estar pela estabilidade efetiva da moeda.
RESPONDER

Thiago Diniz 23/09/2015 02:40

Obrigado Hugo
RESPONDER

Amarílio Adolfo da Silva de Souza 21/09/2015 20:32

Lamentável: o brasil só consegue ir para a frente graças à desgraça dos outros. O brasil é
ridículo.
RESPONDER

Pp 21/09/2015 21:11

Você comentou que, no período 2002-2008, o dólar estava enfraquecido.


Porém sabemos que a economia americana estava pujante.

Pode isso?

Agora a economia americana está fraca, mas o dólar valorizado.

Talvez devemos isso ao EURO estar muito enfraquecido?


O que não acontecia no passado...
RESPONDER

Leandro 21/09/2015 22:34

Pujante? Não havia nada de pujante.

Havia duas bolhas, uma imobiliária e uma no mercado de ações. Ambas geraram o efeito
da "riqueza ilusória": as pessoas acreditavam que eram mais ricas do que realmente
eram. Tanto é que, tão logo as duas bolhas estouraram, as pessoas imediatamente
descobriram a real situação em que estavam.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 73/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Havia pujança, isso sim, nos períodos Reagan e Clinton, quando a moeda era forte e o
padrão de vida das pessoas realmente se elevou. Na era Bush, não houve melhoria
nenhuma. Houve apenas destruição. As pessoas apenas achavam que estavam ricas por
causa de valores ctícios dos imóveis e das ações (bolha essa gerada pela moeda fraca).
Tão logo ambas as bolhas estouraram, lá se foi a "pujança".
RESPONDER

Dede 23/09/2015 13:51

Leandro, sei que política não é sua especialidade, mas o que você acha dessa
guinada à esquerda do Partido Democrata? Seria isso um risco à economia
americana?
RESPONDER

Rodrigo Pereira Herrmann 23/09/2015 15:13

Isso é uma verdade mesmo. A New Left americana é mais radical do que a
esquerda moderada histórica dos EUA. O esquerdismo lá vem crescendo,
assim como a implantação da agenda progressista. A eleição e reeleição do
Bobama é o paroxismo dessa tragédia. Só que lá existe um movimento
conservador muito forte e ativo (não estou falando do idiota do trump), e a
luta será renhida.
RESPONDER

Felipe Lange S. B. S. 21/09/2015 21:43

Mais um excelente artigo do Leandro!

Olha, acredito que o impeachment seria uma solução instantânea para pelo menos acabar com
esse governo desastroso que, por sinal, nada tem feito para melhorar a economia, e já não tem
mais con ança nem dos investidores estrangeiros e nem dos eleitores. Agora sem o Presidente da
Câmara, do Senado e o vice como possíveis substitutos, não sei no que poderia dar.

Agora, Leandro, como você explicaria a política monetária dos Estados Unidos? O que o faz ter
um IPCA in nitamente menor que o brasileiro? O funcionamento do FED é equivalente aos
bancos brasileiros em questão de expansão monetária?

Grato pela atenção,


Felipe
RESPONDER

Rodrigo Pereira Herrmann 22/09/2015 00:06

a única chance é a cassação do mandato por constatação de crime eleitoral pelo TSE, a
partir dessas delações todas.

impeachment - impugnação pelo congresso - é impossível. essa oposição de bosta não


tem força/quórum pra isso. o povo também não tem. e as forças armadas nem se sabe
onde estão. além disso, o governo sempre tem alguma barganha pra persuadir a
mesquinharia da planície política.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 74/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro 22/09/2015 17:18

"O que o faz ter um IPCA in nitamente menor que o brasileiro?"

A economia é mais aberta, a moeda mais forte (pois ela é mundialmente demandada) e
as expectativas in acionárias -- explicadas no artigo -- são mais ancoradas.

"O funcionamento do FED é equivalente aos bancos brasileiros em questão de expansão


monetária?"

O funcionamento do Fed é idêntico ao do BACEN.


RESPONDER

Julio 21/09/2015 23:37

Excelente artigo, como sempre, Leandro.

Uma dúvida, já que o mesmo foi citado: qual seria a análise da postura, até aqui, de Joaquim
Levy como Ministro da Fazenda?
RESPONDER

Ali Baba 22/09/2015 10:55

Postura? De quatro...
RESPONDER

Frederico 22/09/2015 00:18

Leandro, ao ler seu otimo texto, pergunto:


se fossemos uma populaçao com forte educaçao nanceira, soubessemos de economia igual a
futebol, enxergariamos naquele bom periodo, que o governo precisaria ser mais do que nunca
ortodoxo, e cobrado pela sociedade tal postura, sobraria agora esta amargura do voo de galinha?
RESPONDER

Geógrafo 22/09/2015 01:18

Lula fez um bom governo, principalmente nas políticas sociais, só que o tempo de bonança
passou e não fez as reformas estruturais, na previdência e funcionalismo. Aliás nenhum
presidente o faria, porque é mexer num ninho de vespeiro. Fora os investimentos em
infraestrutura com os PACs.
RESPONDER

Felipe 22/09/2015 02:05

Ótimo texto, Leandro. Parabéns!


Uma dúvida de leigo que sou. Para controlar a in ação, o governo não poderia aumentar o
depósito compulsório em vez dos juros? Além disso, aprovar alguma medida que zesse com que
os juros sobre o depósito compulsório fosse menor que o atual. Ao meu ver, isso limitaria o
crédito e consequentemente a in ação sem aumentar os gastos públicos.

RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 75/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro 22/09/2015 17:28

"Para controlar a in ação, o governo não poderia aumentar o depósito compulsório em vez d

Poder, poderia. Mas o efeito seria inócuo, dado que a atual carestia não advém majoritariam
setor privado, mas sim da desvalorização cambial e dos dé cits do governo, que são in acion

"Além disso, aprovar alguma medida que zesse com que os juros sobre o depósito compuls
atual. Ao meu ver, isso limitaria o crédito e consequentemente a in ação sem aumentar os g

Creio que você quis dizer "juros sobre o depósito compulsório fossem maior que o atual". De

Aliás, há bons argumentos que mostram que o compulsório é um instrumento que, na prátic
inócuo. Tanto é que as principais economias do mundo ou já o aboliram ou o reduziram a va
na Nova Zelândia, no Canadá, no Reino Unido e na Suécia, ele foi abolido. Na zona do euro, e
de 2,50%. Veja a lista aqui (http://en.wikipedia.org/wiki/Reserve_requirement#Other_coun

Explicar por que o compulsório tornou-se inócuo exigiria um artigo à parte, mas é su ciente
anulados pela própria existência dos Bancos Centrais. A partir do momento em que existe um
uma taxa de juros e estando disposto a oferecer aos bancos a quantia necessária de reservas
subam, a quantidade de reservas compulsórias perde a importância. A nal, a função do com
restringir os bancos. Porém, tal restrição levaria ou a um aumento dos juros ou a um congela
nenhum BC quer isso. Na prática, portanto, os próprios BCs anulavam a efetividade do comp

Se você for uente em inglês, essa monogra a


(http://www.bankofengland.co.uk/publications/Documents/quarterlybulletin/2014/qb14q1pre
do Banco da Inglaterra explica bem por que o compulsório se tornou inócuo.
Grande abraço!
RESPONDER

Felipe 23/09/2015 01:05

Obrigado pela resposta, Leandro. Entendi, faz sentido! Lerei o artigo.


Abraços!
RESPONDER

Ragnister 22/09/2015 04:46

Fiquei com duas dúvidas:

1) O melhor caminho pro Brasil a longo prazo é diminuir a dependência do dólar ou dolarizar a
economia? (Ou nenhuma das opções)

2) Se a China ou qualquer outro país que mais rico que o EUA, o mundo trocará de moeda
principal? Em outras palavras, enquanto existirem países, quem dita a economia global é o país
mais rico?
RESPONDER

Juan Domingues 22/09/2015 13:24

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 76/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

1. Não é possível se desvencilhar da economia internacional em um mundo globalizado.


Logo, se não pode com eles, junte-se a eles - adote o dólar. O currency board com o dólar
relativamente xo é a melhor opção.

2. Não é tão simples assim. Não há uma relação que obrigue o maior PIB a ser moeda
mundial automaticamente. Há diversos fatores que contam para isso, alguns
objetivamente mensuráveis, outros não. A tradição do país no comércio, a
responsabilidade do seu banco central, o grau de con ança das suas instituições, o poder
militar, entre outros. A China pode se tornar o PIB número 1 eventualmente, mas carece
de muitas qualidades que os EUA possuem.
RESPONDER

anônimo 22/09/2015 05:36

Leandro, qual o motivo da valorização, também no período 2003-2011, do Real perante o


Euro?
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 12:28

Vivemos em um mundo gerido por Bancos Centrais mercantilistas. Quando o dólar


começou a se desvalorizar, os outros Bancos Centrais mundiais também entraram no
clima. Se não zessem nada, suas moedas iriam se valorizar fortemente perante o dólar, e
seus respectivos setores exportadores -- que são um dos lobbies mais poderosos do
mundo, em todo e qualquer país -- iria reclamar.

Ato contínuo, tão logo o dólar começou a se desvalorizar, o Banco Central Europeu
também começou a desvalorizar o euro -- com menos intensidade, mas ainda assim
desvalorizou.

A consequência disso? A bolha imobiliária européia -- com trágicas consequências na


Espanha e na Irlanda -- e um boom econômico na Grécia e em Portugal, também com
trágicas consequências. (Leia todos os detalhes aqui
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1514)).

O Banco Central brasileiro, à época gerenciado por Meirelles, simplesmente teve o bom
senso de desvalorizar menos o real, medida essa muito elogiada por mim neste artigo
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2055).
RESPONDER

M.S. Batista 22/09/2015 11:48

Agora vai explicar isso para quem não entende de economia... ao moleque que usa celular e deve
isso ao Lula, à senhora que mora com mais 1200 famílias em um condomínio do MCMV, ao
tiozinho que nunca teve um carro na vida (nem CNH) e nanciou "em suaves prestações" a
perder de vista, à menina que usa perfumes "importados", ao pobre usuário do site Aliexpress
que aproveitou o dolar "barato".

A maioria das pessoas só analisam o hoje, o momento atual. Não conseguem entender que o
presente é consequencia de ações do passado (planejadas ou desastrosas). Constantemente,

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 77/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

vemos pessoas criticando o governo atual, mas enchendo de elogios o anterior, como se fosse
"salvador da pátria". Mas esse analfabetos não conseguem entender que o governo anterior só
conseguiu essa "fama", devido a diversos fatores, internacionais e nacionais, dos quais ele não
teve sequer uma participação efetiva no sentido de colaborar. Muito pelo contrário
(http://www.jornali9.com/noticias/politica/lula-contra-o-plano-real-em-94-esse-plano-e-
um-estelionato-eleitoral). E para "ajudar", ainda falou aos quatro cantos
(http://https://www.youtube.com/watch?v=ymtxOyD-TQU).

Assim como o Barba surfou numa estabilidade monetária planejada por governos anteriores, a
partir de 93/94, a "chefa" herdou um país endividado, viciado no populismo, gastando dinheiro
com festas (Copa e Olimpíadas), com mordomias difíceis de serem suprimidas. E agora resta
saber como ela deixará o país ao seu sucessor.....
RESPONDER

Dede 22/09/2015 12:33

Lendo esse excelente artigo do Leandro eu lembrei de um artigo que havia lido por esses dias e que
sentido:

"Seria a Bolha Imobiliária uma Bolha do Brasil?"


www.drmoney.com.br/investimentos/seria-a-bolha-imobiliaria-uma-bolha-do-brasil/?
utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+BlogDoDrMoney+%28Blo

"Muito se tem discutido nos últimos anos se existe ou não uma Bolha Imobiliária no Brasil. Você po
aqui no blog (Bolha Imobiliária no Brasil?, Ainda a Bolha Imobiliária no Brasil, a Bolha Imobiliária e a
preços/aluguel dos imóveis) que, apesar da elevação bastante signi cativa dos preços dos imóveis no
não poderíamos falar de uma bolha no sentido clássico, em que os preços sobem sem base em nenh
"estouro" da bolha é disruptivo para toda a atividade econômica. Agora que os preços dos imóveis c
estabilizar ou cair, a questão que se coloca é se a tal "bolha imobiliária" está nalmente estourando
imóveis simplesmente continuam seguindo os fundamentos da economia. Em outras palavras: será q
bolha imobiliária está causando a recessão brasileira, ou é a recessão que está causando a queda dos
Se for o primeiro caso, estaria con rmada a existência da "bolha imobiliária". Se for o segundo, nun
imobiliária."
...
RESPONDER

Henrique Zucatelli 22/09/2015 12:46

Gigante Leandro, mais um obrigado pelo elucidador artigo! Já repassei a teoria aos meus
consortes.

Agora quanto a prudência de um empresário, e a armadilha compulsória dos ciclos econômicos,


há sim como escapar, e eu sou prova viva disso.

Desde o ano de 2010 eu enxerguei algo muito errado nesse crescimento forçado da economia,
justamente após o estouro de 2008. Foi justamente nesse ano que conheci o IMB, as ideias
libertárias e tudo o que a Escola Austríaca embasa sobre economia, direito etc.

Mas falando sobre como escapei dessa armadilha:

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 78/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"...A nal, se você não o zer, você simplesmente perderá fatia de mercado para os seus
concorrentes".

Quando em 2010 vi meus concorrentes crescerem exponencialmente através de alavancagem


brutal via BNDES, eu fui motivo de piada por muitos por não fazer o mesmo. Amigos com
fábricas enormes, comprando todos os tipos de propriedades, dizendo que lucravam absurdos e
eu levava nome de mesquinho, míope etc.

Mas nessa época eu z uma conta de padaria: se o endividamento tem um ciclo de no mínimo 36
a 60 meses, e todo esse crescimento está sendo promovido a força através de dinheiro Estatal
(na época nem sonhava com reservas fracionárias), uma hora isso vai para o espaço.

Me amedrontava também uma questão externa: a Grécia. Com toda aquela bagunça de GRexit na
época, eu coloquei isso na conta também e segurei o impulso.

No nal das contas, somente investi parte do meu lucro. Endividamento ZERO. Cresci beeeem
menos que meus concorrente aos longo desses cinco anos, porém em 2015 metade deles já
quebraram, e a outra metade está quebrando.

A demanda pelos meus produtos aumentou. A concorrência praticamente acabou. Aqueles que
por ventura queriam entrar para concorrer nos mercados em que atuam já não tem mais dinheiro
para isso, e aqueles que têm preferem não arriscar pois não sabem até onde vai essa crise.

Mesmo que a demanda no geral tenha diminuído, para quem é sólido e desalavancado como eu,
o que vier é lucro. Agora sim chegou o momento de investir, para mim claro, pois os preços de
maquinário desabaram. Mesmo que essa crise só acabe em 10 anos, o que eu compro, compro
com o fruto de poupança, portanto mais hora menos hora o valor se agrega.
RESPONDER

Alexandre M. R. Filho 22/09/2015 14:58

Henrique, qual o setor que vc atua?


RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:35

Caríssimo Henrique, muitos parabéns pela sua sobriedade e correta leitura do momento.
Essa, aliás, é a nossa humilde função aqui: mostrar às pessoas como o mercado funciona,
para que elas possam evitar sobressaltos futuros.

Esse seu depoimento foi extremamente motivador para nós. Se mais pessoas tivessem
essa sua mesma percepção, o sofrimento delas seria hoje bem menor.

Grande abraço!
RESPONDER

corsario90 23/09/2015 19:44

Henrique, acho que a chave é realmente o endividamento ZERO sob uma ilusão de falsa
demanda futura, somada a parcimônia nos investimentos. Só acho que você terá que ter
folego para isso, vai depender do mercado onde atua, e outras conjecturas.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 79/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Aqui sobrevivemos, mas acho que no ramo que tiver poucos concorrentes e o bomm
demore muito até a chegada do burst numa cidade pequena onde o comércio é aquecido
por prefeituras ae o bicho vai pegar.
Sou a favor integralmente da EA, acho q é o caminho da saída da servidão, mas enquanto
isso não chega, temos que nos alimentar enquanto isso.
Sou a favor do CB ou cesta de moedas ou livre conversabilidade, qq coisa que tire das
maos do governo a politica monetária discricionária que nunca deu certo porque poder
sem controle externo gera os piores resultados.
Não sou Anarco, sou minarquista de carteirinha.
Boa sorte na empreitada!
abs
RESPONDER

Leonardo F. 22/09/2015 13:13

Artigo muito bem escrito. Continue o bom trabalho!


RESPONDER

Fernando 22/09/2015 14:34

Esse câmbio utuante não está funcionando direito. Isso está gerando crises e instabilidade.

Concordo com a mudança proposta na política cambial. Dolarização já ! Essa guerra cambial é
nefasta. Os bancos centrais viraram malandros desvalorizadores de moeda. Não há FairPlay na
economia global. São malandros dando um jeito para se proteger, causando bloqueios e
travamentos na economia global.
RESPONDER

Lopes 22/09/2015 15:50

Excelente artigo, Leandro. É uma boa aula aos que congratulam o estado pelos "sucessos" da
última década.
RESPONDER

PedroF 22/09/2015 15:51

Esclareco que doravante estou assinando PedroF porque ha um outro Pedro e isso pode causar
confusao. Mas quero colocar um grano salis na discussao. Com a forte valorizacao do real em
relacao ao dolar, ocorrida de 2003 a 2012, o Brasil, prestigiosamente, ascendeu da oitava para a
sexta posicao no ranking dos PIB. Chegou a parecer que ia para a quinta posicao. Agora corre o
risco de ir para a decima posicao. Nao resta duvida que eh um efeito que, embora colataral,
causara um grande desprestigio internacional ao Pais.
RESPONDER

Rodrigo 22/09/2015 16:13

Leandro,

O que é melhor para os nossos grandes bancos: in ação de preços sob controle ou fora de
controle?

Abraço!

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 80/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:47

Nunca entendi essa teoria de que hiperin ação seria bom para os bancos.

Imagine que você é um banqueiro. Você sabe que, em uma hiperin ação, os empréstimos
que você conceder serão quitados com um dinheiro sem nenhum poder de compra, e isso
destruiria o real valor de seus ativos e, consequentemente, seu patrimônio líquido.

Sendo assim, você tem de "chutar" um valor exorbitante para os juros cobrados em seus
empréstimos e torcer para que tal valor compense a hiperin ação do período.

Desnecessário dizer que, neste cenário, você só pode fazer empréstimos de curto prazo,
pois é impossível prever a in ação de longo prazo.

Pergunto: por que tal cenário seria melhor que um cenário de total estabilidade
econômica, muito mais previsível?

Os lucros dos bancos brasileiros são hoje muito maiores do que na época da hiperin ação.
Tanto é que, tão logo a economia se estabilizou, vários bancos foram à bancarrota, pois a
"riqueza" deles era falsa, totalmente mascarada pela hiperin ação.

RESPONDER

Cedric 22/09/2015 16:52

Fantástico artigo Leandro. Uma verdadeira aula, tornou muito mais claro o entendimento sobre
as conjunturas econômicas recentes do país. Muito obrigado.
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 17:10

Eu é que agradeço pelas palavras, Cedric. Grande abraço!


RESPONDER

Matheus 22/09/2015 17:59

E a surpresa do dia
www.brasil247.com/pt/colunistas/leandroroque/197877/O-que-realmente-permitiu-o-grande-
crescimento-econ%C3%B4mico-brasileiro-da-%C3%BAltima-d%C3%A9cada.htm
RESPONDER

Lel 20/03/2016 15:46

Não acredito no que estou vendo kkkkkkkkkkkkkk


RESPONDER

philip haag 22/09/2015 18:10

não entendi a aparente contradição entre esse trecho:

E esse impacto do dólar é muito maior do que muitos imaginam. Os preços dos remédios (85%

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 81/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

da química na é importada), do pão (o trigo é uma commodity preci cada em dólar e é


majoritariamente importada), das passagens aéreas (querosene é petróleo, e petróleo é cotado
em dólar), das passagens de ônibus (diesel também é petróleo), de todos os importados básicos
(de eletroeletrônicos e utensílios domésticos a roupas e mobiliários)

e o fato das importações em relação ao nosso PIB serem tão baixas quanto as exportações,
respectivamente, 14,3% e 11,5% (dados de 2014:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/pib-vol-val_201502_8.shtm).

alguma alma pode explicar?


RESPONDER

Leandro 22/09/2015 18:30

Não entendi onde está a contradição.

"De cada 10% de alta da moeda norte-americana, a in uência na in ação iria de 0,3
ponto porcentual no curto prazo a 0,8 ponto no longo prazo."

www.gazetadopovo.com.br/economia/alta-recente-do-dolar-tera-impacto-no-ipca-
ca19dqrja8028ltnqi46fuslq (http://www.gazetadopovo.com.br/economia/alta-recente-
do-dolar-tera-impacto-no-ipca-ca19dqrja8028ltnqi46fuslq)

www.dci.com.br/economia/repasse-cambial-deve-acelerar-precos-nos-proximos-
meses-id267023.html (http://www.dci.com.br/economia/repasse-cambial-deve-
acelerar-precos-nos-proximos-meses-id267023.html)

www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1561615-dolar-em-alta-vai-trazer-mais-
di culdade-para-bc-domar-a-in acao.shtml
(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1561615-dolar-em-alta-vai-trazer-
mais-di culdade-para-bc-domar-a-in acao.shtml)

É exatamente por isso que o artigo é cuidadoso em ressaltar que, mesmo com toda a
valorização cambial (o dólar foi de R$ 3,90 para R$ 1,60), isso não se traduziu em queda
de preços, mas sim em aumentos menores.

Caso a economia fosse mais aberta, tamanha valorização cambial geraria a bênção de
termos preços realmente em queda.
RESPONDER

Fabio 22/09/2015 18:35

Leandro,

E todos aqueles QE's? Se nao desvalorizaram o dólar por estarem depositados junto ao FED, ao
menos não realimentaram novas e gigantescas bolhas nos EUA?

É possível dar crédito à teoria de que o dólar irá colapsar? Qual, a nal, a consequência de
medidas como os QE's e a política de juros zero para a economia americana e o dólar?

Grato pelo esclarecimento!


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 82/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Leandro 22/09/2015 19:03

"E todos aqueles QE's? Se nao desvalorizaram o dólar por estarem depositados junto ao
FED, ao menos não realimentaram novas e gigantescas bolhas nos EUA?"

O grá co da expansão do crédito nos EUA não mostra crescimentos exponenciais. Pode
até estar havendo bolhas localizadas, mas não há nada que possa estar afetando toda a
economia.

"É possível dar crédito à teoria de que o dólar irá colapsar?"

No momento, de jeito nenhum.

"Qual, a nal, a consequência de medidas como os QE's e a política de juros zero para a
economia americana e o dólar?"

Como dito acima, a partir do momento em que o Fed surpreendeu a todos a adotou uma
política totalmente inédita de pagar juros sobre todo e qualquer depósito feito
voluntariamente pelos bancos, a política monetária chegou a um novo patamar.

O QE foi adotado, na prática, para socorrer os balancetes de bancos; e na teoria, para


impedir uma de ação de preços.
RESPONDER

Thiago Teixeira 13/10/2015 00:28

Adquiri o The Real Crash, do Peter Schi , só vai dar para ler mes que vem.
Não há perigo do dólar derreter?
RESPONDER

Luís Henrique 22/09/2015 19:11

Só quei com uma dúvida e não sei se poderiam me explicar, o porquê da commodity da soja
estar aumentando seu preço, mesmo com o dólar subindo cada vez mais, sendo essa, também,
preci cada em dólar?

Agradeço.
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 19:16

Não está. Pelo contrário, está caindo:

www.nasdaq.com/markets/soybean.aspx?timeframe=3y

www.indexmundi.com/commodities/?commodity=soybeans&months=60
RESPONDER

Luis Henrique 22/09/2015 19:30

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 83/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Sim sim. O preço do buschel está caindo na CBOT, que faz referencia para o preço
nacional. Porém o preço no mercado interno está subindo. Alguma referência? Me
expressei mal.

Obrigado!
RESPONDER

Leandro 22/09/2015 20:16

No mercado interno de onde?

O que é afetado pelo dólar é justamente o mercado mundial de


commodities, e nesse mercado o preço da soja está caindo, em total
sincronia com a força do dólar.

Agora, quanto está custando a soja em uma cidade qualquer dos EUA, isso
aí vai depender de inúmeros fatores, como demanda local, concorrência,
regulamentações ambientais (o que encarece os custos de produção) etc.
RESPONDER

Luis Henrique 23/09/2015 00:51

Digo que está subindo no mercado interno (brasileiro), em


cooperativas, cerealistas. Preço esse que é pago aos produtores
conforme o preço pago nos portos brasileiros. Acompanho alguns
sites de notícias agrícolas e os especialistas fazem referência a
sustentação e aumento dos preços do Soja pela alta do Dólar.
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 01:00

Pô, aí não, né? É claro que, em reais, a soja está encarecendo. Isso é
básico.

É o óbvio ululante que a soja está subindo no mercado interno


brasileiro. O estranho seria se estivesse caindo.

1) Com a alta do dólar, os produtores estão exportando muito mais.


Consequentemente, a oferta interna ca reduzida. Menor a oferta,
maior o preço.

2) Com o real se desvalorizando, os preços de todas as coisas sobem.


São necessários mais reais para se comprar o mesmo produto. A soja
não é exceção.

3) Soja é cotada em dólar. Se o dólar encarece, os preços em reais da


soja também subirão.

Pensei que você estava falando que a soja estava encarecendo em


dólar nos EUA. Isso não fazia sentido.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 84/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Já no Brasil, o que não faria sentido era se a soja não estivesse


encarecendo em reais.

E se você ainda não entendeu o raciocínio, favor ler este artigo


(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2175), que explica
exatamente por que uma desvalorização cambial encarece os
produtos alimentícios no Brasil.
RESPONDER

Luis Henrique 23/09/2015 20:34

Claro, claro. Li o artigo que me indicou, esclarecedor,


explicativo. Compartilharei.

Baita texto.

Obrigado!
RESPONDER

T. Mércia 22/09/2015 20:10

Excepcional artigo.
Rico. Pomposo. Coeso.
Um nácar!

FLAP FLAP FLAP!!!!


Parabéns!
RESPONDER

Bastiat 23/09/2015 00:03

Leandro, no modelo de currency board, ele seria de nitivo ou temporário, se temporário qual
deveria ser o tempo? Seria o primeiro passo se acaso opte pela dolarização?
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 00:53

De jeito nenhum. Currency Board tem de ser de nitivo desde a sua criação. Se você cria
um Currency Board dizendo que ele é temporário, todo mundo sabe que, quando ele for
abolido, a moeda nacional imediatamente se desvalorizará. Sendo assim, hoje mesmo sua
moeda já não terá aceitação nenhuma. Por que teria?

Criar um CB dizendo que ele será temporário é fazer um aborto antes do trabalho de
parto.

A única maneira de se sair de um Currency Board é justamente adotando a moeda-âncora


como sendo a moeda nacional corrente. E só.

Outra coisa que você pode fazer é liberar moedas estrangeiras para circular paralelamente
à moeda nacional. Aí não tem problema nenhum.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 85/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Ricardo 23/09/2015 02:40

Ou você pode fazer como a Argentina, arrebentar o Currency Board do seu país e
levar uma economia saudável para a lama.

Mas já que estamos falando de Currency Board, uma dúvida. Pelo que eu entendi,
você adota um câmbio xo entre a moeda nacional e uma âncora. Logo, o
desempenho da sua economia no mercado internacional dependeria do valor desta
âncora, imaginemos que o Brasil tivesse adotado um corrency board atrelado ao
dólar. Durante o período em que o dólar se desvalorizou, a economia brasileira
também passaria por di culdades naquele momento?

Se sim, qual seria a melhor forma de evitar isso? Adotar o padrão ouro como
âncora?
RESPONDER

Enrico 23/09/2015 02:56

Um Currency Board atrelado ao dólar que depois muda a âncora para o ouro seria
tomado como incon ável pelos investidores?
RESPONDER

Yonatan Mozzini 23/09/2015 12:09

Ricardo

"Durante o período em que o dólar se desvalorizou, a economia brasileira


também passaria por di culdades naquele momento?"

Sim, países atrelados ao dólar recebem a depreciação e a in ação


americana. É só ver o caso do Equador, país dolarizado. Em 2008, a in ação
lá chegou a dois dígitos, um valor atualmente impensável para países
desenvolvidos. Só que logo em seguida a in ação de preços por lá caiu
signi cativamente e a média tem estado a níveis civilizados, bem melhores
que o Brasil. Ou seja, por mais que houvesse di culdades, elas seriam ainda
bem inferiores às nossas di culdades com o real do jeito que está.

"Se sim, qual seria a melhor forma de evitar isso? Adotar o padrão ouro
como âncora?"

Uma das formas que eu acho bastante plausível (e que é a proposta da


monogra a que eu estou fazendo) seria a adoção de um currency board
misto, em que tanto o dólar quanto o ouro compõe a cotação do real. Por
exemplo: uma nota de cem reais é lastreada por meio grama de ouro e
vinte dólares, por exemplo. Por de nição de conversibilidade imediata, você
já teria duas moedas circulando: o dólar e o ouro.

Como âncora, o dólar, embora preserve a unidade de conta internacional no


curto prazo (sendo muitíssimo favorável à economia internacional), se
desvaloriza acentuadamente no longo prazo. O ouro, embora seja
altamente volátil no curto prazo (mas sempre acompanhando o movimento

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 86/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

das moedas mais fortes), preserva seu valor no longo prazo. Em minha
opinião, é o arranjo mais e ciente para um currency board.

Enrico

"Um Currency Board atrelado ao dólar que depois muda a âncora para o
ouro seria tomado como incon ável pelos investidores?"

Teria que haver uma lei já prevendo que, depois de tal data, a âncora seria
alterada. Mas não vejo o porquê disso. O ideal é que seja feita uma lei com
um comportamento inalterável para o board. Com um currency board misto
você já pode ter, na prática, as duas moedas em circulação e em total
harmonia desde o curto prazo.
RESPONDER

Ricardo 23/09/2015 03:42

Leandro,

Como um grande admirador do sistema de Currency Board e da


liberação das moedas estrangeiras, como você refutaria este artigo
do Gustavo Franco? (www.econ.puc-rio.br/gfranco/a12.htm)
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 16:08

Esse foi um dos primeiros -- e únicos -- artigos que havia


lido em português sobre o assunto quando comecei a me
interessar por ele.

Francamente, não há muito o que ser refutado, mesmo


porque não há uma crítica direta. O que ele fala, aliás, é
correto: não se destrói ou abole impunemente um Currency
Board. E a teoria sempre enfatizou isso.

De resto, não faria sentido o Gustavo Franco (de quem gosto)


criticar esse arranjo sendo que ele próprio adotou um regime
cambial que a própria teoria sempre anunciou como instável:
câmbio atrelado ao dólar, controlado diariamente por um
Banco Central que realiza minidesvalorizações diárias, e que,
pior ainda, tenta fazer política monetária e cambial ao
mesmo tempo.

Um Banco Central pode ou adotar uma política de câmbio


xo ou praticar uma política monetária independente. Mas
ele não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Se ele decide manter uma determinada paridade cambial,


então ele abre mão de controlar a expansão da base
monetária, pois ele tem de criar moeda nacional para
comprar as divisas estrangeiras, e tem de recolher moeda
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 87/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

nacional ao vender divisas estrangeiras. Ele não controla a


evolução da base monetária.

Já se ele opta por manter o controle sobre a evolução da base


monetária, então ele não tem como manter a taxa de câmbio
estacionada em um determinado valor. Não por muito tempo.
Se o Banco Central tentar fazer as duas coisas, ele estará
incorrendo em uma contradição insustentável. Todos os
ataques especulativos que varreram os países em
desenvolvimento na segunda metade da década de 1990
aconteceram porque os especuladores perceberam essa
contradição e agiram de acordo.
RESPONDER

Marcos Vinícius Rocha 23/09/2015 01:40

Leandro,

Primeiro gostaria de parabenizá-lo pelo belíssimo, preciso e claro artigo. Não seu sua
disponibilidade, mas seria de muita valia disponibilizar o conteúdo deste artigo em um vídeo. A
verdade é que muita gente tem preguiça de ler um artigo deste tamanho e um vídeo é muito
mais fácil de conseguir penetração junto ao grande público que, creio eu, tenha sido sua intenção
ao escrevê-lo. Então se puder fazê-lo ou deixar alguém fazer, referenciando você claro, seria de
grande valia pra verdadeira divulgação de sua análise e modo de pensar. Pensemos mais nessa
plataforma. Vídeos são a tendência da internet se queremos alcance para a nossa mensagem.

Valeu!
RESPONDER

LAKOROLL 23/09/2015 12:49

Já ouviu a expressão "a salvação da lavoura está na própria lavoura", signi ca que se uma safra
foi frustrada, a solução é trabalhar para que a próxima tenha sucesso. O mesmo acontece com o
Brasi. O modelo econômico adotado pelos governos PTistas estava baseado no consumo das
famílias fomentado pela abundante oferta de crédito, este modelo chegou ao seu limite, sendo
necessário para mantê-lo , melhorar a distribuição de renda , incluir na demanda as classes mais
reprimidas, fomentar o mercado interno e investir em melhorias da infraestrutura para um
próximo estágio de desenvolvimento.

É contraditório aumentar taxas de juros e impostos , estas medidas aprofundam a recessão, por
um lado aumentam os gastos do governo para pagamento de juros ao sistema nanceiro e por
outro reduzem a arrecadação devido a diminuição da atividade econômica.

Por certo que o dólar tem peso no equilíbrio macroeconômico, mas o mercado interno brasileiro é
muito forte, é só direcionar e gastar melhor, agregar valor à produção primária, industrializar
aqui.

O que não pode: é pregar ou se deixar levar pelo terrorismo da crise, que gera um círculo vicioso
que realimenta e aprofunda ainda mais a tal crise, fazendo cidadãos adiarem desejos de
consumo, por medo da tal crise, reduzindo as vendas do comércio e indústria, obrigando os
gestores desta empresas a reduzir custos e postos de trabalho, que então , sem renda , deixam de
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 88/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

ser consumidores , diminuindo a demanda e forçando ainda mais a redução de recursos.

Seja correto: independente de partido, evite a crise, incentive o consumo e a circulação da moeda,
o efeito multiplicador desta ação é a salvação da "lavoura".
Boa sore , sucesso!
RESPONDER

Adelson Paulo 23/09/2015 17:25

No momento estou fazendo exatamente o contrário, consumindo o mínimo possível, para


reduzir ao mínimo minha contribuição scal ao governo do PT.
RESPONDER

Rene 23/09/2015 21:05

Incentivar o consumo? Me explica como eu posso fazer isso. Com uma in ação bem mais
alta que meu salário, preciso reduzir o consumo. É questão de matemática. Não sou o
governo, que pode simplesmente continuar gastando o mesmo que gastava antes da crise
e passando a conta para a população pagar.
RESPONDER

Edujatahy 23/09/2015 21:17

Isso apenas me lembra, no início do ano quando a crise estava despontando a presidente
vinha a público e dizia para as pessoas continuarem consumido.

Imagine só. O pobre coitado ignorante que seguiu os conselhos da presidente e das
pessoas que ele "admira" agora está endividado até a alma no cheque especial e cartão
de crédito.

É uma pena.
Quantas pessoas não estariam em situação nanceira melhor se tivessem diminuído seu
consumo, e pasmem, poupado!
Quanto sofrimento poderia ser evitado se os lideres tivessem apenas UM POUCO de
preocupação com a saúde nanceira das pessoas que votam neles.

Agora vem outro desenvolvimentista querer estimular o consumo desenfreado.


Só espero que ele não consiga levar pessoas inocentes para esta loucura.

RESPONDER

Lucas 23/09/2015 12:58

Leandro você mudou de ideia de 3 anos atrás com relação a medida menos custosa para o Brasil:
CB ou dolarização? Vão aí as passagens, numa no seu artigo de 2012 noutra respondendo um
leitor em 2015:

Uma breve história do Plano Real, aos seus 18 anos:

por Leandro Roque, sábado, 30 de junho de 2012


'' Como iremos ver mais abaixo, fazer uma dolarização da economia — isto é, simplesmente
passar a utilizar o dólar como a moeda o cial do país (exatamente como fez o Panamá) — teria

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 89/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

sido algo mais e caz, muito pouco custoso e, principalmente, mais propício à liberdade do
fatigado e espoliado povo brasileiro.''

'' Leandro 21/09/2015 15:41:05


Currency Board é extremamente mais simples e fácil de ser implantado. Pode ser feito,
literalmente, da noite para o dia. E é extremamente efetivo.

Já a dolarização exigiria uma logística muito mais complexa e custosa. Como não há dólares
circulando entre a população para possibilitar isso, teria de haver uma operação conjunta com o
Fed para fazer remessas de cédulas de dólares para cá. ''
RESPONDER

Leandro 23/09/2015 15:15

Sim e não.

No dia em que o real foi criado, a quantidade de cédulas e moedas metálicas existentes
era de apenas R$ 3,63 bilhões.

Hoje, é de R$ 195,6 bilhões. (Veja na série temporal de número 1780 no site BACEN).

Ou seja, na época, tal logística seria relativamente fácil. Hoje, sem chance.

RESPONDER

Vander 23/09/2015 14:27

Depois que o 'levyano' ministro da Fazenda, Joaquim Levy, proclamou com a maior seriedade,
que "aumento de imposto deve ser encarado como um investimento", eu joguei a toalha.

Vou procurar um diretório petista e me liar, hoje mesmo.


RESPONDER

Marcelo Boz 23/09/2015 19:16

Leandro,

Eu acho que a China nos ajudou mais por tabela.


Não tanto por nossas exportações diretas para eles, que como você mostrou não foram tão altas
assim, mas muito mais por sua forte expansão, onde se tornaram grandes consumidores de
commodities, fazendo o preço de todas subirem incrivelmente nos últimos 10 anos.
Assim, quase todas as commodities que exportamos mundo afora - não só para a China -,
estavam com preços bem elevados.
Foi uma ajuda e tanto!

Att
Marcelo Boz
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 90/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Henrique Matos 23/09/2015 19:20

Leandro,

Desnecessário dizer que mais uma vez você acertou e muito!! Parabéns sou seu fa sem nenhuma
demagogia ou hipocrizia. Vemos muita bobagem na mídia sobre o que deveria ser feito ou os
erros que foram cometidos, inclusive as vezes vejo alguns artigos nos jornais e vejo o Del m Neto
falando cada bobagem que me irrita. Ao seu ver, de medidas realizáveis, o que deveria ser feito
mais urgentemente? e no médio prazo em dois ou três se mantendo essa bagunca, como estará o
Brasil economicamente falando?

Abraco

PS. Desculpa a falta de acentuacao estou fora e o teclado nao está con gurado para portugues
RESPONDER

Leandro 24/09/2015 02:10

Como dito, basear-se em 2003 já seria um grande avanço. Mas não há clima político para
repetir aquelas medidas.

Se as pessoas já se estressam com uma SELIC a 14,25%, imagina com uma de 26,50%?

Se as pessoas já se descabelam com um almejado superavir primário de 0,8% do PIB,


imagina um de 4,5%?

Criar um Currency Board para estancar a desvalorização da moeda também é crucial. Mas,
também, não há clima político para isso.

Liberar geral para os investidores estrangeiros virem para cá com seu tão necessitado
capital também é crucial, mas o governo não fará isso para não desagradar suas bases.

Adotar as medidas sugeridas neste artigo (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2089)


também seriam de enorme valia, mas elas também não serão adotadas.

Ou seja, não há solução.

Obrigado pelas exageradas palavras. Grande abraço!


RESPONDER

Álvaro 23/09/2015 22:59

Leandro, vc citou que a partir de 2012 o dólar começou a ter uma valorização, o que pôs por água
abaixo o boom sem a in ação e carestia consequentes. No entanto, a dívida americana cresceu
no mesmo período, já foram feitos 3 QEs e há o crash chinês hj em andamento. Portanto,o que
especi camente levou a essa valorização? Eu penso que a exploração de xisto, levando o preço do
barril pra baixo pressionou um pouco dessa valorização, mas não creio que isso seja su ciente.
Tbm coloco como segundo fator as baixas taxas de juros na Europa e no Japão somado a
fragilidade econômica desses países, tornando o parco crescimento puxado pelo xisto e, em
menor escala, pelas startups americanas como um fator atrativo para o capital desses países

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 91/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

migrarem para os EUAs. Mas não sei se isso ainda é o su ciente ou o real motivo. O que vc vê
como real motivo de valorização? Algumas dessas hipótesés tem embasamento?
RESPONDER

Leandro 24/09/2015 01:55

Houve uma importante alteração no funcionamento do governo americano.

O primeiro mandato de Obama foi pavoroso. Foi tão ruim quanto o segundo mandato de
Bush. E publicamos vários artigos sobre isso. Em agosto de 2011, o dólar chegou ao seu
menor valor no mercado mundial. Tão ruim era o governo Obama, que até mesmo o real
sob Dilma conseguiu a façanha de se fortalecer perante o dólar.

Não é à toa que, mesmo sendo venerado pela mídia americana e pela mídia mundial, e
mesmo tendo disputado a reeleição com um republicano que não contava com nenhuma
simpatia da sua base, Obama passou aperto para se reeleger, tão ruim estava a economia.

Mas aí aconteceu algo que este Instituto sempre defendeu como solução: o governo
federal americano, a partir de 2013, cou totalmente paralisado. Obama perdeu toda a
sua base de apoio na Câmara e no Senado. O governo federal entrou em gridlock.

Desde então, o que Obama fez? Nada. Absolutamente nada. Ele nunca mais conseguiu
aprovar nenhuma lei. Sua almejada reforma do sistema de saúde paralisou-se por
completo, e nenhuma outra medida intervencionista foi aprovada. O máximo que Obama
hoje consegue fazer é mudar nome de montanha, conceder entrevistas a talk shows de
comediantes, e dizer se sentir frustrado por não conseguir impor leis mais rigorosas sobre
a venda de armas.

Só.

Em suma: desde que o governo americano cou travado, começando em 2013, a economia
automaticamente começou a melhorar. Sem o governo para atrapalhar, o dólar se
fortaleceu e a bolsa de valores americana (que sempre se dá bem quando o dólar está
forte) se valorizou.

O próprio Fed hoje possui em seu alto escalão pessoas mais sensatas que na época de
Bernanke, como é o caso de Stanley Fischer, vice-presidente do Fed, que abertamente faz
declarações em prol de um dólar forte. O atual secretário do Tesouro, Jack Lew, também
fala abertamente sobre as vantagens de se ter uma moeda forte.

E, como este site nunca se cansa de repetir, moeda forte e governo em retração é o
segredo para qualquer recuperação econômica. A economia americana é apenas mais um
exemplo prático disso.

Sendo assim, posso dizer apenas -- jocosamente, é claro -- que Obama nos leu. Faz 6
anos (desde nossa criação) que insistimos aqui que uma moeda forte é o segredo. Sem
moeda forte não há economia forte. A moeda forte pode não ser tudo, mas sem moeda
forte, tudo vira um nada.

E o que aconteceu com os EUA? Bastou o governo car travado, sem nenhuma chance de

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 92/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

inventar novas intervenções, que o dólar car forte. Consequentemente, a economia


americana se recuperou. Praticamente como mágica.

(Ah, sim: o fato de o mercado de trabalho nos EUA ser bem mais exível, também ajuda
bastante, principalmente nos índices de desemprego.)

Enquanto isso, aqui no Brasil, o real segue sua inexorável viagem rumo ao esgoto.
RESPONDER

Sven 24/09/2015 01:54

Leandro,

Parabéns pelo artigo, por ser MUITO esclarecedor. Combinar história e fatos econômicos sempre
foi uma forma de esclarecer o que se passou (mesmo porque eu acreditava que a demanda de
commodities pela China era o que realmente tinha impulsionado o boom no Brasil, mas na
realidade foi o dólar mais fraco, que fez boa parte do negócio uir)...

> desde que o governo americano cou travado, começando em 2013, a economia
automaticamente começou a melhorar. Sem o governo para atrapalhar, o dólar se fortaleceu e a
bolsa de valores americana (que sempre se dá bem quando o dólar está forte) se valorizou.

Bem, estamos quase lá, em termos de (des)governo Dillma. Temos chance de algo do gênero
acontecer desta forma, por aqui (Brasil) ?

> como este site nunca se cansa de repetir, moeda forte e governo em retração é o segredo para
qualquer recuperação econômica.

Tendo sido explicado que se um governo (americano, por exemplo) se meter em outra guerra, o
dólar poderia desvalorizar novamente, em relação à outras moedas. Considerando a crise dos
refugiados que ocorre na Europa é um fato anormal e poderia 'embutir' jihadistas no meio de
tanta gente, seria forçar muito a imaginação para que algum con ito poderia estar se formando
na Europa, em futuro próximo ?

Outra pergunta, talvez provocante demais: Há alguém do Banco Central, BNDES e/ou alguma
intituição nanceira pública e/ou privada que lê (e, compreende) estes artigos ?

Abs
RESPONDER

Leandro 24/09/2015 02:02

"Temos chance de algo do gênero acontecer desta forma, por aqui (Brasil) ?"

Não. Aqui o governo travou no "modo ruim" (não consegue aprovar um corte de gastos),
o que está fazendo a dívida explodir.

Lá o governo travou no "modo bom": o presidente não consegue aprovar nenhuma


medida intervencionista, sem falar que lá o governo chegou a car literalmente paralisado
(http://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/11/internacional/1386724541_712857.html), com
funças sem receber e tudo.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 93/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"Considerando a crise dos refugiados que ocorre na Europa é um fato anormal e poderia
'embutir' jihadistas no meio de tanta gente, seria forçar muito a imaginação para que
algum con ito poderia estar se formando na Europa, em futuro próximo ?"

Não faço a mais mínima ideia. Geopolítica não é minha área, e eu só palpito sobre aquilo
que entendo.

"Há alguém do Banco Central, BNDES e/ou alguma intituição nanceira pública e/ou
privada que lê (e, compreende) estes artigos ?"

Nem ideia. Se algum "in ltrado" souber de algo, tenha a bondade de relatar. Pode ser
anonimamente.

Grande abraço!
RESPONDER

Marta 24/09/2015 13:14

Espero que esse cenário atual mude me assusta pensar no desemprego e tudo que está ocorrendo
no mercado interno, tomará que consigamos dar a voltar por cima pois não está fácil essa
situação atual.
RESPONDER

M.S. Batista 24/09/2015 15:09

Marta,

Pode car tranquila, não é preciso assustar.

A previsão é que piore ainda mais (http://www.valor.com.br/brasil/4226798/ocde-piora-


previsao-de-recessao-no-brasil-em-2015-e-2016).
RESPONDER

Felipe Figueiredo 25/09/2015 02:55

Leandro, o que acha disso?

www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/a_crenca_dos_keynesianos
RESPONDER

Diego M 25/09/2015 12:41

Leandro,

Primeiro de tudo parabéns pelo artigo. Talvez um dos melhores, pois trata resumidamente do
trajeto econômico do país pós 2002, e ainda trás algo novo, que é essa relação das invasões
militares com a valorização do Real.

Mas faço umas perguntas !!!!!

O Tombine a rmou que poderá usar as reservas para controlar a moeda !!!

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 94/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

-Quais os impactos disso? Será que isso não pode ser um tiro no pé, uma vez que o mercado
internacional vendo que o país está disposto a se desfazer de suas reservas para controlar a
moeda, isso pode mostrar que a situação está muito ruim, gerando mais descon ança?

-E se caso isso aconteça de fato, se as reservas baixarem, até que ponto poderia cair para não
car a baixo da base monetária?

-Isso poderia acarretar uma situação de instabilidade semelhante ao que ocorreu no início do
Real pós 99, com ataques especulativos e as reservas se esvaindo ??

Abraços e obrigado !
RESPONDER

Leandro 25/09/2015 15:48

"Quais os impactos disso? Será que isso não pode ser um tiro no pé, uma vez que o
mercado internacional vendo que o país está disposto a se desfazer de suas reservas para
controlar a moeda, isso pode mostrar que a situação está muito ruim, gerando mais
descon ança?"

Sim. Utilizar reservas internacionais em um arranjo de Banco Central -- ou seja, com um


Banco Central disposto a fazer política monetária e cambial ao mesmo tempo -- é um
prato cheio para especuladores.

Nenhum Banco Central consegue manter essas duas políticas ao mesmo tempo: ou ele faz
política monetária e esquece o câmbio ou ele faz política cambial e abre mão da
monetária.

Para este segundo arranjo, não se tem mais um Banco Central, mas sim um Currency
Board.

"E se caso isso aconteça de fato, se as reservas baixarem, até que ponto poderia cair para
não car a baixo da base monetária?"

Nesse quesito ainda há muito espaço. As reservas são de US$ 370 bilhões, e a base
monetária restrita é de R$ 230 bilhões.

"Isso poderia acarretar uma situação de instabilidade semelhante ao que ocorreu no início
do Real pós 99, com ataques especulativos e as reservas se esvaindo?"

Poder, pode. Mas ainda tá longe disso. Literalmente, há muita reserva para se queimar até
se chegar a esse ponto.

No entanto, é imbecilidade optar por um arranjo inerente instável. Muito melhor seria ir
direto para um Currency Board.
RESPONDER

M.S. Batista 25/09/2015 16:01

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 95/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro,

Resumindo, o BC está "tentando segurar a água do rio"?

Assim, uma hora ela vai explodir o dique e descer com toda força...
RESPONDER

Romulo Lages 26/09/2015 01:08

Parabéns por mais um belíssimo artigo! Admirável sua capacidade de transformar um assunto tão
complexo em algo tão fácil de entender. Vou perguntar algo que não sei se tem resposta hoje: O
que fazer para blindar nosso patrimônio hoje? Tesouro direto? Ações? imóveis?
RESPONDER

RR 27/09/2015 15:02

O Brasil é um país tão grande, tão rico em recursos, que ele é capaz de crescer sozinho, pois o
que não falta aqui é demanda. Esse país era para estar gerando emprego a toda hora. Apesar de
sermos dependentes do capital estrangeiro - que leva dinheiro, mas traz toda uma infraestrutura
- para fomentar a economia, medidas para fortalecer o mercado interno deveriam ser tomadas,
mas não são. Agora eu pergunto, porque? A começar pela redução de impostos. Isso é uma das
coisas que eu também não compreendo! Seria para sustentar a verdadeira "elite brasileira"?
RESPONDER

Rodrigo 04/10/2015 14:54

Leandro,

Você acredita na possibilidade da in ação chegar tão longe?

economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-gente-pode-ir-rapido-para-in acao-de-
20,1774000

Abraço!
RESPONDER

Leandro 04/10/2015 23:42

Com um câmbio utuante pode sim. Mas, ao menos por ora, não visualizo essa hipótese,
pois a recessão, o desemprego e a própria queda na renda podem ajudar a conter a
escalada da carestia.
RESPONDER

Adriano 11/10/2015 15:47

Leandro,

Sou fã do seu trabalho e gostaria de lhe fazer uma pergunta que não é necessariamente sobre o
texto e por desconhecer um canal mais apropriado, vou fazer por aqui mesmo:

"Quando discuto sobre as vantagens da abordagem da economia austríaca sobre as demais,


principalmente no contexto brasileiro e sempre me vêm com a resposta que o livre comércio
seria excelente se todos os países do mundo o praticassem. Mas como competir com nações
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 96/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

protecionistas e pior, com nações que tem custo in nitamente menor como a China, que a mão
de obra é ridiculamente barata e tem moeda desvalorizada? Se o Brasil se abrisse para o mercado
externo, viraríamos uma grande fazenda, sem produção industrial"

Eai, o que posso dizer para ele?


RESPONDER

Auxiliar 11/10/2015 17:34

Pra começar, a a rmação sobre a moeda da China não procede.

Não há moeda fraca na China. O iuane ora se valoriza perante ante o dólar; ora cava
estável. Foi só nos últimos 6 meses que, pela primeira vez em 2 décadas, o iuane se
desvalorizou um pouco em relação ao dólar. Mas da década de 1990 até meados de 2014,
o iuane só se valorizou perante o dólar. Sempre.

Pode conferir aqui:

www.tradingeconomics.com/charts/china-currency.png?
s=usdcny&d1=19960101&d2=20151231&type=line
(http://www.tradingeconomics.com/charts/china-currency.png?
s=usdcny&d1=19960101&d2=20151231&type=line)

De resto, ora, se os consumidores brasileiros voluntariamente demonstram preferir


produtos chineses aos lixos produzidos pela FIESP, por que você quer acabar com essa
preferência voluntariamente demonstrada? Se eu pre ro comprar sapatos da China a
sapatos de Franca ou Jaú, por que você quer me impedir disso? Que mal estou fazendo?

O que essas pessoas estão defendendo, embora não tenham a coragem de vocalizar
abertamente, é que indústrias ine cientes e custosas devem ser protegidas dos
consumidores (que já demonstraram preferir outros produtos) pelo governo. Por que isso
seria ético e moral?

Outra coisa: se tais indústrias nacionais são de fato e cientes, mas estão sendo
prejudicadas pelas políticas do governo, então isso é algo que tem de ser resolvido junto
ao governo, e não tolhendo os consumidores. Se os custos de produção no Brasil estão
altos, então isso é problema do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento, da
Receita Federal e do Ministério do Trabalho. São eles que impõem tributos,
regulamentações, burocracias e protegem sindicatos.

Não faz sentido combater estas monstruosidades criando novas monstruosidades. Não faz
sentido nenhum dizer que os consumidores devem ser tolhidos ou que deve haver tarifas
de importação para se compensar a existência de impostos, de burocracia e de
regulamentações sobre as indústrias. Isso é querer apagar o fogo com gasolina

O certo seria abolir a burocracia, as regulamentações e os impostos, e não defender a


adoção de tarifas protecionistas e proibir consumidores de comprar os bens que quiserem.
RESPONDER

Leonardo Augusto 12/10/2015 21:26

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 97/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro, artigo excepcional, como sempre.


Tenho uma dúvida; não entendo como a in ação monetária porque passou os EUA com seus QE's
não levou a in ação de preços ao consumidor ou desvalorização cambial.
RESPONDER

Leandro 12/10/2015 22:28

Porque esse dinheiro nunca entrou na economia.

O Fed criou dinheiro e o repassou aos bancos, mas esse dinheiro nunca entrou na
economia. Ele cou parado nas "reservas em excesso" que os bancos voluntariamente
mantêm depositados junto ao Fed.

E por que os bancos agiram assim?

Porque o Fed, em uma medida totalmente sem precedentes (uma medida que nunca foi
abordada em nenhum manual de macroeconomia), passou a pagar juros sobre todo o
dinheiro que os bancos voluntariamente mantêm depositados no Fed.

Antes, o Fed pagava juros apenas sobre os depósitos compulsórios dos bancos. Agora, ele
paga juros sobre todo e qualquer dinheiro que os bancos voluntariamente depositam no
Fed.

É por isso que a base monetária -- mais especi camente, o componente "reservas em
excesso" -- explodiu, mas esse dinheiro não entrou na economia.

Pode conferir neste artigo:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1661 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1661)

Vale ressaltar que, no atual arranjo nanceiro, o Fed (bem como o Banco Central
brasileiro) não injeta dinheiro diretamente na economia; ele injeta dinheiro apenas nos
bancos, e os bancos é que decidem se irão despejar este dinheiro na economia (por meio
da criação de crédito. Se os bancos não quiserem despejar este dinheiro na economia
americana, não haverá nenhum risco de in ação de preços.

A taxa de crescimento do M2, por exemplo, está em suas médias históricas:

research.stlouisfed.org/fred2/graph/?g=1Gu1 (http://research.stlouisfed.org/fred2/graph/?
g=1Gu1)

Já a taxa de expansão do crédito está abaixo das médias históricas:

research.stlouisfed.org/fred2/graph/?g=1KPc (http://research.stlouisfed.org/fred2/graph/?
g=1KPc)

Obrigado pelas palavras e grande abraço!


RESPONDER

Luis Marta 15/10/2015 15:43

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 98/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

''Todas as commodities (de minério de ferro a petróleo) são preci cadas em dólar. Sendo assim,
sempre que o dólar está fraco, os preços das commodities estão em alta, e vice-versa. Sempre.''
Então por que houve uma ''...disparada nos preços da gasolina...'' com a Nova Matriz
Económica?
RESPONDER

Leandro 15/10/2015 16:10

Por causa de uma coisinha básica chamada "taxa de câmbio", da qual esse artigo trata
em profusão.

O dólar forte derruba a cotação do barril de petróleo em dólares. E, de fato, o barril caiu
de US$ 100 para US$ 45 em um ano, e o preço da gasolina dos EUA desabou.

Agora, ao mesmo tempo em que o dólar se fortaleceu, o real foi para as calendas. O preço
do dólar, em reais, foi de R$ 1,60 para quase R$ 4. Ou seja, o custo de importarmos
petróleo mais do que dobrou.

Como é que você queria que nos bene ciássemos se não temos moeda?

Outra coisa: no Brasil, o setor petrolífero é dominado por uma estatal que ama os pobres.
Consequentemente, o preço da gasolina e do óleo diesel -- totalmente sob o controle
dessa estatal -- só faz subir.

Nos EUA, o setor petrolífero é dominado por empresas privadas malvadas e gananciosas.
Consequentemente, o preço da gasolina caiu e voltou ao mesmo valor nominal de 2004
(dez anos atrás!).
RESPONDER

Thiago Teixeira 15/10/2015 18:38

O petróleo estava custando mais de 100 dólares o barril até julho de 2014. Não
estava contemplando a valorizacao do dólar que já existia até então (mais
fortemente sentida pelo cambio com outras moedas e especialmente pelo ouro),
também não contemplando a alta oferta de petroleo. Em agosto, salvo engano, o
rei saudita surpreendeu o mundo ao se recusar a diminuir sua producao, entrando
em desacordo com a OPEP, mirando no Irã e no xale gas americano; o mercado
respondeu: queda avassaladora do preço do barril, para 60 dólares, com viés
baixista.

Enquanto isso, numa nação tropical isolada do mecado mundial, com petróleo
extraido e entregue às pessoas por uma estatal operando sob preços controlados, o
preço mantinha-se xo, "para proteger as pessoas das utuacoes dos preços dos
combustiveis". Até então, a Petrobrás vinha comprando cerca de 10% da gasolina
do exterior para suprir a demanda brasileira, e tomando prejuizo nessa operação,
pois o petroleo estava caro no mundo e aqui dentro o preço era controlado,
falando serio, porque era ano eleitoral. Mas a petrobras ainda tinha lucro em 90%
da venda de gasolina, e continuava tendo um saldo líquido positivo. Ocorria algo
semelhante no diesel, só que com um rombo maior (não tenho os numeros
exatos.) Lucros expremidos, queda do valor de mercado das acoes da empresa.
(Mas ela nao teve prejuízo!)
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 99/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O cambio brasileiro ainda se mantinha forte; então o preço da gasolina no brasil


chegou a ser o DOBRO do preço da gasolina nos EUA, sendo que os carros lá ainda
podem ser mais economicos, a nal aqui há uma coerção pela adoção dos motores
ex (o honda civic americano a gasolina tem um rendimento cerca de 50% maior
que o honda civic ex no brasil).
O preço do petróleo caiu no mundo, mas caiu no brasil? Não... era hora de refazer
o caixa da Petrobras. Mas a Petrobras nao passou a ter lucro na importacao de
gasolina? Sim. Ah, então ela teve valorizacao das suas acoes? Não, porque sua
operacao princiapal de extracao de petroleo em águas profundas é relativamente
cara, e ela é uma estatal improdutiva (pleonasmo...). Caro tivéssemos um livre
mercado no brasil, abaixo de determinado valor para o barril do petroleo ($45 ?)
compensa importar o petroleo, nao produzi-lo aqui.

E agora, por que o petroleo está subindo? A desvalorizacao cambial está tão forte
que a petrobras está tomando prejuizo novamente na importacao da gasolina e do
diesel. E a eleicao já passou.

Caro Leandro, dessa vez a moeda é apenas parte da explicacao do problema.


RESPONDER

Leandro 15/10/2015 20:04

Prezado Thiago, não procede.

Veja o grá co da valorização do dólar perante as principais moedas do


mundo (linha verde eixo da direita) e o preço do barril de petróleo (linha
vermelha, eixo da esquerda):

https://research.stlouisfed.org/fred2/graph/fredgraph.png?g=29C0
(http://https://research.stlouisfed.org/fred2/graph/fredgraph.png?g=29C0)

A correlação é plena e direta, inclusive nas mais mínimas oscilações.

Se meras palavras sauditas fossem o su ciente para alterar em de nitivo o


preço do barril do petróleo, então por que esses caras passaram duas
décadas (1980 e 1990) vendendo petróleo baratinho sem nenhuma
necessidade?

A moeda, ao contrário do que você disse, continua sendo toda a explicação.


RESPONDER

Thiago Teixeira 15/10/2015 20:38

Mestre Leandro,
link quebrado.
O cartel da OPEP passou décadas controlando a producão de
petróleo, de modo a manter seus níveis altos. Aliás, em qualquer
ramo de mineracao se faz isso, ajusta-se a producao para um nivel
ótimo de lucro naquela mina, e reajusta-se se a profucao estiver tao
grande a ponto de afetar o preço no mercado. (meu pai é engenheiro
de minas)
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 100/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

A entrada de produtores alheios ao cartel foi naturalmentente


aumentando a producao e baixando os preços. O próprio mercado
esperava que a OPEP cortasse a producao, mas Abdullah Saud optou
por não intervir no mercado, o que foi uma surpresa.
O mercado de futuros passou a preci car essa novo arranjo
estrutural, mais livre, e os parametros se modi caram.

O cartel da OPEP tinha sim participacao su ciente para mandar e


desmandar no preço do petroleo, e o rei saudita tinha (e tem) força
su ciente para in uenciar a OPEP.

Mas, como em várias passagens do Mises Brasil podemos ver, carteis


não são duradouros. O preço arti cialmente alto do petroleo
tornaram o xale gas americano economicamente viável. Abdullah
mudou a estrategia para nao perder sua proporcao no mercado e
tentar inviabilizar o xale gas, alem de fazer o Irã sangrar um
pouquinho, o que sempre lhe apraz, hehehe

www.defesanet.com.br/crise/noticia/17795/Arabia-Saudita--Por-
que--decidiu-nao-cortar-a-producao-de-petroleo/
RESPONDER

Leandro 15/10/2015 21:12

Eis o link correto:

research.stlouisfed.org/fred2/graph/fredgraph.png?g=29C0
(http://research.stlouisfed.org/fred2/graph/fredgraph.png?g=29C0)

(Era só você ter um pouquinho de boa vontade e retirar o "https").

Exorto-o a realmente analisá-lo;

"O cartel da OPEP passou décadas controlando a producão de


petróleo, de modo a manter seus níveis altos."

Um cartel que controla a produção para manter seus níveis altos?!


Esse é o cartel mais caridoso do mundo, então. Normalmente, um
cartel faz de tudo para manter sua produção baixa e,
consequentemente, seus preços altos.

"A entrada de produtores alheios ao cartel foi naturalmentente


aumentando a producao e baixando os preços."

Quem entrou no mercado de petróleo no início da década de 1980


para derrubar acentuadamente os preços em relação aos do nal da
década de 1970? Que eu saiba, ninguém. E, no entanto, os preços do
petróleo desabaram. E continuaram desabando na década da 1990.
Mas, "incompreensivelmente", voltaram a disparar na década de
2000. E voltaram a cair agora.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 101/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Pela sua lógica, deve ter havido entradas maciças no setor nas
décadas de 1980 e 1990, e saídas maciças na década de 2000.
Gostaria de fontes sobre isso.

"O próprio mercado esperava que a OPEP cortasse a producao, mas


Abdullah Saud optou por não intervir no mercado, o que foi uma
surpresa. [i]"O mercado de futuros passou a preci car essa novo
arranjo estrutural, mais livre, e os parametros se modi caram."

Não sei do que você está falando, mas faço a pergunta: o barril
chegou a custar US$ 140 em julho de 2008, auge da fraqueza do
dólar. Você está me dizendo que um saudita, com um único gesto
caritativo, derrubou o barril de US$ 140 para U$S 45? Este homem,
então, merece o prêmio de cidadão mais abnegado do mundo.

"O cartel da OPEP tinha sim participacao su ciente para mandar e


desmandar no preço do petroleo, e o rei saudita tinha (e tem) força
su ciente para in uenciar a OPEP."

E, por essa sua lógica, esse cartel foi incrivelmente ganancioso na


década de 1970 (quando o barril de petróleo disparou),
incrivelmente benevolente nas décadas de 1980 e 1990 (quando o
barril do petróleo despencou), voltou a ser ganancioso na década de
2000 (quando o barril voltou a disparar) e, agora, voltou a ser
caritativo (quando o barril voltou a despencar).

É isso mesmo?
RESPONDER

Yonatan Mozzini 16/10/2015 14:17

Leandro, eu concordo contigo que o dólar está intimamente ligado


ao preço das commodities, mas entendo que é mais de forma
indireta. Ou seja, não é pelo simples fato das commodities serem
preci cadas em dólar que seus preços caíram acentuadamente com a
recente valorização do dólar.

Veja bem, de meados de 2014 até hoje, o dólar se valorizou em cerca


de 20% com relação a uma cesta de moedas fortes (conforme o site
TradingEconomics), enquanto que o petróleo brent caiu mais de
50%, cotado em dólares. Para que a relação fosse direta entre o
preço do petróleo e oscilação cambial do dólar, o dólar teria que ter-
se valorizado cerca de 100%, que é algo totalmente fora dos
acontecimentos recentes. Ou seja, a simples preci cação não explica
essa intensidade.

O que acontece é que, além do simples fato da preci cação, quando


o dólar se torna forte, este se torna explicitamente menos acessível
aos agentes econômicos do resto do mundo: eles precisam ofertar

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 102/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

mais bens e serviços para obter a mesma quantia de dólares. Com


isso, a demanda deles por bens importados se reduz intensamente.
As commodities, obviamente, como são comercializadas em dólar,
sofrem essa queda de demanda e se seus preços obrigatoriamente se
reduzem.
RESPONDER

Leandro 16/10/2015 14:33

"de meados de 2014 até hoje, o dólar se valorizou em cerca


de 20% com relação a uma cesta de moedas fortes, enquanto
que o petróleo brent caiu mais de 50%, cotado em dólares.
Para que a relação fosse direta entre o preço do petróleo e
oscilação cambial do dólar, o dólar teria que ter-se valorizado
cerca de 100%"

Por quê?! Que lógica é essa?

O que tem a ver o preço do dólar em relação a outras moedas


duciárias e o preço do barril de petróleo? Por que ambos
têm de andar pari-passu? Você está comparando laranjas
com uvas. Preço relativo entre moedas não tem de andar
pari-passu com o preço de uma commodity em relação a
uma destas moedas.

Se o real se apreciar 10% em relação às principais moedas do


mundo, os preços do chuchu terão de cair 10%?

É isso o que você está dizendo.

"quando o dólar se torna forte, este se torna explicitamente


menos acessível aos agentes econômicos do resto do mundo:
eles precisam ofertar mais bens e serviços para obter a
mesma quantia de dólares. Com isso, a demanda deles por
bens importados se reduz intensamente. As commodities,
obviamente, como são comercializadas em dólar, sofrem essa
queda de demanda e se seus preços obrigatoriamente se
reduzem."

Corretíssimo, e essa sua correta constatação contradiz a sua


colocação acima, que diz que o encarecimento de uma moeda
duciária em relação a outras moedas duciárias implica um
direto e proporcional barateamento de commodities
preci cadas nesta moeda. Ora, por que seria proporcional? No
seu próprio exemplo acima, não há nada que aluda a essa
proporcionalidade.
RESPONDER

Yonatan Mozzini 16/10/2015 18:35

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 103/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Caro Leandro,

A lógica é bastante simples, não há nenhuma


contradição minha -- na verdade, sem ofensa, até me
admiro que você tenha se impressionado com o que
eu disse.

A cesta de moedas eu usei apenas como um proxy das


outras moedas do mundo. Na verdade, é bem provável
que, com relação a todas as outras moedas do mundo
(incluindo moedas mais fracas, como a rúpia, o peso, e
o próprio real) o dólar tenha se valorizado mais de
20%. Mas, como a importância dos países detentores
dessas moedas no comércio internacional é bastante
pequena, é plausível supor que, numa média
ponderada, não tenha cado tão longe acima desse
aumento de 20%.

Quando ao dólar forte, obviamente, me re ro em


relação às outras moedas do mundo, em relação ao
câmbio real, que é fundamental no comércio
internacional. Não se trata se a in ação americana
está em zero (não sei se é isso que você quis dizer).
[Por exemplo, se a in ação americana estivesse em
10%, mas o dólar obtivesse valorização frente a essa
cesta de moedas nos mesmos 20% que ocorreu, assim
mesmo a moeda americana estaria forte. Pelo menos,
comercialmente forte].
Isso responde essa sua pergunta: "O que tem a ver o
preço do dólar em relação a outras moedas duciárias
e o preço do barril de petróleo?"

Como eu disse anteriormente, caso o preço do


petróleo oscilasse exatamente como o dólar (talvez
você não tenha dito isso, mas é o que deu a entender),
uma valorização de 20% do dólar teria o efeito de
reduzir o preço do barril em cerca de 20%, cotado em
dólar. Por exemplo, em meados do ano passado, o
preço do petróleo era cotado por volta de US$ 110. Ou
seja, com uma valorização de 20% da moeda, US$ 110
agora comprariam 1,2 barris. Ou, em outras palavras,
cada barril agora deveria custar cerca de US$ 90, uma
queda de cerca de 20% (isso é uma regra de três
básica, coisa de ensino fundamental: 110 x 1 / 1,2 =
91,6).

No entanto, ao invés de cair para 90 dólares o barril -


- que seria caso a preci cação do barril em dólar fosse
o principal (ou único) fator de sua cotação -- ele caiu

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 104/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

para cerca de 50 dólares, uma queda de 55%. Para que


o preço do barril fosse acompanhado, o dólar teria de
ter se valorizado mais de 100%. [Com uma valorização
do dólar de exatos 120%, US$ 110 agora comprariam
2,2 barris. Ou, em outras palavras, cada barril agora
custa cerca de US$ 50, uma queda de cerca de 55%
(110 x 1 / 2,2 = 50].

Assim, observou-se que a oscilação da cotação do


dólar não é um mero preci cador do petróleo (e de
outras commodities), mas é um potencializador do
preço do barril: uma pequena
valorização/desvalorização do dólar em relação às
outras moedas do mundo faz com que haja uma
grande redução/aumento do preço do barril do
petróleo, respectivamente.

E eu acredito que o motivo dessa potencialização --


essa queda acentuada do preço do barril de petróleo
mesmo sem ter havido um respectivo aumento da
cotação do dólar -- é, devido à valorização cambial, a
redução do uxo de dólares para o restante do mundo,
o que faz com que acabem importando menor
quantidade de bens (inclusive de petróleo) dos outros
países, o que faz os preços em dólares das
commodities caírem ainda mais do que a própria
preci cação em dólar.

Então, será que há contradição da minha parte?


RESPONDER

Leandro 16/10/2015 19:04

Continua errado.

Você está pegando a oscilação do dólar perante


outras moedas (muitas delas igualmente
fortes, como libra e franco) e está querendo
a rmar que esta oscilação tem de ser idêntica
à oscilação do preço do barril de petróleo para
que a teoria seja válida.

Ora, por quê? Realmente, por quê?

Se o dólar se fortaleceu "apenas" 20% perante


os robustos franco e libra (que também se
fortaleceram sobremaneira em relação às
outras moedas do mundo), por que a cotação
do petróleo teria de cair apenas 20%? Por que
não poderia cair mais? Qual é essa lógica? Que

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 105/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

comparação é essa?

Vou enfatizar, agora de maneira mais


coloquial: o dólar se fortaleceu 20% em relação
a outras moedas que, por sua vez, também ser
fortaleceram em relação a todas as outras
restantes. Ou seja, o dólar se fortaleceu ainda
mais que o fortalecimento das outras.

Simultaneamente, enquanto o dólar ser


fortalecia 20% sobre franco e libra (os quais,
por sua vez, se fortaleciam tremendamente
sobre todas as outras moedas), o barril de
petróleo caía 50% em dólares.

Esses são os fatos. O que há de errado com


eles?

Enquanto você não explicar por que, para a


teoria ser válida, o barril de petróleo só pode
cair rigorosamente o mesmo percentual que o
desempenho do dólar perante outras moedas
robustas, não precisa car parolando sobre
"regra de três básica, coisa de ensino
fundamental".
RESPONDER

Yonatan Mozzini 16/10/2015 20:04

"Você está pegando a oscilação do dólar


perante outras moedas (muitas delas
igualmente fortes, como libra e franco) e
está querendo a rmar que esta oscilação
tem de ser idêntica à oscilação do preço do
barril de petróleo para que a teoria seja
válida."

Eu quis dizer apenas que a simples


preci cação (o fato do petróleo estar
custando o que está unicamente pela
cotação do dólar) é su ciente para explicar
as tendências contrárias de preços do dólar e
petróleo, mas parece não ser su ciente para
explicar a intensidade das oscilações. Ora, se
a simples cotação do dólar com relação ao
resto do mundo explicasse completamente o
preço do petróleo, ela teria que ir à mesma
intensidade, obviamente.

Eu entendo -- e concordo contigo -- que a

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 106/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

preci cação é a base do processo dos


movimentos contrários entre o preço do
dólar e do petróleo, mas acho que a
preci cação é impulsionada pelo mecanismo
que eu lhe falei – como você mesmo
concordou com o que eu disse no nal do
meu primeiro comentário.
RESPONDER

Thiago Teixeira 17/10/2015 04:22

O dólar é um bem que enfrenta seus


próprios problemas de oderta e demanda:
aumento da oferta por produtores
americanos, diminuicao da demanda
chinesa. Supondo que o principal
componente da preci caco do petroleo se
a força do dólar, esses outros parametros
oferta e demanda geram deslocamentos e
relacao à linha "esperada" levando em
conta apenas o dólar.

O grá co que você mostrou evidencia isso


a correlacao é impressionante, mas não é
perfeita.

E o que me intriga é justamente que em


alguns momentos parece que a variação d
preço do petróleo ANTECEDE as variações
contrárias da taxa de cambio real do dóla
RESPONDER

Leandro 17/10/2015 14:25

Não procede. Todos os grandes movim


petróleo (linha vermelha) ocorrem dep
verde já começou a se movimentar.

research.stlouisfed.org/fred2/graph/fr
g=2arw
(http://research.stlouisfed.org/fred2/g
g=2arw)
RESPONDER

Luis Marta 16/10/2015 00:55

obrigado pelo esclarecimento, Lea


estava a pensar na relação dólar
fraco/commodity alta em termos d

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 107/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

você percebeu meu engano ao sub


''dólares'' na resposta.
RESPONDER

Thiago Teixeira 15/10/2015 23:30

Sobre o grá co: é impressionante! (Não foi má-vontade, com smartphone é mais enrolado)
Atenção, em nenhum momento contestei a proporcionalidade inversa entre dólar e commodities.
Apenas quis por na discussão os outros elementos envolvidos.

1o excerto: admito que escrevi errado, falta de uma revisão antes de publicar. Leia-se "manter
seus níveis de producao baixos e precos altos". Conforme escreci direito mais à frente.

2o excerto: re ro-me especi camente ao período mais recente (5anos), à entrada do xale gas.

3o excerto: sobre a abstenção de saud de intervir, o preço já estava nos 110, 100 dólares, com viés
baixista, e só não já havia caído mais ainda, para o preço "certo" (não me odeie por esse termo,
hehehe) porque se esperava a intervenção da OPEP. Sua extracão é a mais barata, sua qualidade é
a melhor, dua exibilidade de producao é a maior. A queda foi súbita para uns 60 dólares. Aí
permaneceu até a casa dos 40, depois subiu.

4o ecxerto: de 2000 adiante a OPEP sempre domina de 40 a 50% da producao mundial total
(fonte:petrobras), antes do xale gas com viés de aumento, agora está em torno de 40%. Vejo o
conchavo da OPEP como uma má a tentando controlar o preço do petróleo à revelia do mercado,
do cambio com o dólar... Aquela incerteza estrutural que o estado sempre adiciona à formacao de
precos.

A gente sempre leu por aí que a crise do petróleo de 73 foi sim ação deliberada do oriente médio
contra o apoio ocidental a israel (posso soltar aqui umas 50 fontes). Da década de 80 para 2010,
não dou pitaco. De um ano e pouco para cá, a mudança de postura da OPEP foi um fator de
composicao do preco sim.
RESPONDER

Thiago Teixeira 16/10/2015 00:26

Ok, I surrender.

mobile.reuters.com/article/idUSKCN0JA0O320141128

O preço do petróleo já estava caindo, foi só em novembro que Saud anunciou que não interviria,
isso for responsável por uma queda brusca bem menos signi cativa do que eu acreditava; já
estava abaixo de $80, caiu imediatamente para uns $71, e manteve e retornou à trajetória de
queda que já seguia.

Uma pergunta: não pode ter sido o contrário, a queda do petróleo contribuindo para a valorizacao
do dólar?
RESPONDER

Leandro 16/10/2015 00:51

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 108/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Isso seria uma espetacular inversão da mais básica lógica econômica: em vez de dizer que
um produto cou mais barato porque a moeda se fortaleceu, você está dizendo que a
moeda se fortaleceu porque um único produto cou mais barato.

Faz sentido?

Seria o equivalente a dizer que o real se fortaleceu porque o tomate (e apenas o tomate)
barateou em decorrência de uma maior safra...
RESPONDER

Thiago Teixeira 16/10/2015 04:21

Não faz?

Quando o petróleo valoriza fora do Brasil, e o governo deixa a petrobrás subir o


preço, não há um aumento do gasto das famílias com gasolina, um aumento do
diesel não puxa os preços dos tranportes pessoais para cima, do transporte de
alimentos e consequentemente dos alimentos?

Em relacao ao dólar/petróleo não tenho convicção sobre o mecanismo. Pensei


nisso porque há uma antecedencia temporal das variacoes do indice do dólar em
relacao às variacoes do preço do petróleo.

Inclusive, quei curioso para entender como é composto matematicamente o


indice citado.
RESPONDER

Leandro 16/10/2015 12:00

"Quando o petróleo valoriza fora do Brasil, e o governo deixa a petrobrás


subir o preço, não há um aumento do gasto das famílias com gasolina, um
aumento do diesel não puxa os preços dos tranportes pessoais para cima,
do transporte de alimentos e consequentemente dos alimentos?"

Esse tipo de mecanismo de transmissão de preços só pode ser mantido se


houver expansão monetária, a qual, aí sim, levará a um enfraquecimento da
moeda.

Em um cenário hipotético de não-expansão monetária, simplesmente não


tem como um repassa de custos de um setor levar a uma elevação geral de
preços por toda a economia.

Se houvesse essa elevação geral de preços, mas sem um concomitante


aumento da quantidade de dinheiro na economia, as vendas de todos os
setores simplesmente desabariam, o desemprego explodiria e a recessão
seria profunda.

Se um terremoto faz com que os preços dos alimentos, dos transportes e


dos materiais de construção aumentem, os preços de outros bens e
serviços, como lazer, boates, roupas elegantes, DVDs, livros, bonés, óculos
escuros, TV a cabo, jantares em restaurantes chiques, teatro etc. terão de
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 109/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

cair. Caso contrário, simplesmente não venderão nada.

Para que todos os preços subam "impunemente", é necessário estar


havendo expansão monetária. Sem expansão monetária, é impossível todos
os preços subirem. Não no longo prazo. Alguém sempre terá de ceder.

P.S.: ao inverter causa e consequência, e dizer que o dólar se fortaleceu


porque o petróleo barateou, você teria de mostrar que o barateamento do
barril do petróleo não apenas foi imediatamente repassado para as bombas
de gasolina, como também gerou uma queda geral e imediata de preços em
toda a economia americana. Se você conseguir mostrar que isso aconteceu,
aí sim terá algum crédito essa sua teoria inversa de que foi a queda do
preço de petróleo (em dólar) o que levou ao fortalecimento do dólar.
RESPONDER

Thiago Teixeira 17/10/2015 04:06

Entendi.

Mas Leandro, no cenario hipotetico com base monetaria constante, o


preco do petroelo subindo, elevando custos, esses custos sendo
repassados aos outros preços, o poder de compra da moeda dininui
nesses setores; diminui a demanda em outros setores, os preços tem
que cair, aumenta-se o poder de compra nesse lado da economia,
mesmo assim alguns negocios fecham; ok, até entendi; mas não
pode a queda de um lado ser pior que o aumento do outro lado?
Vejo como o cenário oposto ao da de ação benigna, aquela queda de
preços que vai ocorrendo pelo aumento de produtividade em toda a
economia (que podemos perceber quando analisamos o histórico do
poder de compra do ouro).

Sobre a passagem do preço do petroleo para o poder de compra do


dólar, o mercado nanceiro não já preci ca cada item de acordo com
a tendencia futura? Independente disso já trazer repercussoes reais,
a histeria dos corretores não já faz os preços e cotacoes oscilarem?
Receio que este fenomeno fuja ao tratamento rigoroso do modelo
austriaco de formacão da moeda. Olha só, a própria queda do
petróleo já é tomada como muitos agentes como indicador de
recessão e há fuga para o dólar.
Essa utuação do cambio é uma coisa tão louca que não duvido
nada que cause esse tipo de inversão que, a teu ver, é absurdo.

Gostaria que você me indicasse mais fontes, pode ser em ingles


mesmo, para eu elevar o nível das minhas contestações e evitar
teorias absurdas.

Grato pela atenção, e grande abraço.


RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 110/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro 17/10/2015 14:12

"no cenario hipotetico com base monetaria constante, o


preco do petroelo subindo, elevando custos, esses custos
sendo repassados aos outros preços, o poder de compra da
moeda dininui nesses setores; diminui a demanda em outros
setores, os preços tem que cair, aumenta-se o poder de
compra nesse lado da economia, mesmo assim alguns
negocios fecham; ok, até entendi; mas não pode a queda de
um lado ser pior que o aumento do outro lado?"

Não sei, não é possível fazer esse juízo quantitativo.

O ponto essencial você próprio já o destrinchou: é impossível


haver repasse de custos nesse cenário.

"Sobre a passagem do preço do petroleo para o poder de


compra do dólar, o mercado nanceiro não já preci ca cada
item de acordo com a tendencia futura?"

Sim. E toda e qualquer preci cação leva em conta, acima de


tudo, a robustez da moeda. Se uma moeda está se
deteriorando, é um impossível preci car futuramente uma
queda de 50% nos preços.

"Independente disso já trazer repercussoes reais, a histeria


dos corretores não já faz os preços e cotacoes oscilarem?"

Depende da força da moeda.

"Receio que este fenomeno fuja ao tratamento rigoroso do


modelo austriaco de formacão da moeda."

De maneira nenhuma.

"Olha só, a própria queda do petróleo já é tomada como


muitos agentes como indicador de recessão e há fuga para o
dólar."

Falaram isso em meados de 2014. Um ano e meio depois, a


recessão (nos EUA e na Europa) ainda não veio.

"Essa utuação do cambio é uma coisa tão louca que não


duvido nada que cause esse tipo de inversão que, a teu ver, é
absurdo."

Seria o caso do preço do chuchu determinar a força do real...

"Gostaria que você me indicasse mais fontes, pode ser em


ingles mesmo, para eu elevar o nível das minhas

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 111/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

contestações e evitar teorias absurdas."

Pode car com o mestre Steve Hanke, ainda em nível


introdutório:

The Weak Dollar Problem


(http://www.cato.org/publications/commentary/weak-dollar-
problem)

The Volatile Dollar


(http://www.cato.org/publications/commentary/volatile-
dollar)

RESPONDER

Thiago Teixeira 17/10/2015 15:25

Li o primeiro artigo.

O Hanke usou a correlacao dolar/euro versus preço do


barril (como o Mozzini), e encontrou uma correlacao
inversa, meio fraca; o mecanismo que voce usou,
comparando o dolar com a cesta de outras moedas
(taxa de cambio real ponderada) gerou uma correlacao
mais forte.
A análise dele foi em 2011, anterior ao fall de 2014; a
correlacao que ele encontrou em 2011 não se aplica a
2014, em 2014 a queda foi muito mais intensa do que
a variacao de 2011.

Outro ponto interessante, alheio à nossa atual


discussão, é que ele defende os regimes cambiais
puros, tando o cambio xo, quanto o cambio variável;
detona o cambio atrelado, como inerentemente
instável. Bem, voce, Leandro, já explicou
extensamente porque o cambio xo é bom, e porque o
atrelado é uma porcaria; ainda careço entender como
o cambio variável puro "opera num regime de livre
mercado" (como diz Hanke). Nele, o país tenta
controlar apenas a base monetária, não é? Podemos
dizer que é esse o regime do Japão? Da Eurozona? Ou
todos eles tem algum grau misto, algum componente
de intervenção cambial?

Indo ler agora o segundo link.


RESPONDER

Thiago Teixeira 17/10/2015 16:03

Leandro, notei outra questão.


O grá co do Fred evidencia uma estranha ascencao
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 112/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

conjunta das duas curvas entre 2011 e 2014,


interrompida em 2014; quando as duas curvas mais
evidentemente voltam a se relacionar em "espelho".

Sobre o segundo artigo, interessante o conceito do


SDR. O artigo é antigo, 2008; como evoluiu desde
então? Russia e China ainda o utilizam? É a partir
dessa cesta que se baseia a taxa de cambio real do
dolar? (O indice usado no gra co do Fred)

Ah, dei uma explorada por aqui:


www.indexmundi.com/commodities/?
commodity=crude-oil-brent&months=60¤cy=eur
Vi que o preço do petroleo permaneceu relativamente
estavel entre 2011 e 2014 em relacao ao euro e a libra,
mais ou menos em relacao ao Yen; em 2014 houve
queda do barril em relacao a todas as moedas.
RESPONDER

Jorge Gaspar 18/10/2015 02:03

Leandro, estive a ler alguns dos últimos artigos e posts do Steve Hanke, e percebi que em relação
á europa culpa em parte a crise desta com falta de intervenção monetária por parte do bce. Indica
que o m3 tem estado estável ou em declínio em alguns países, e que emboram sejam precisas
reformas estruturais também é necessário que o banco central intervenha.
Este argumento deixa na minha opinião muito a desejar. Por um lado, diversos países dentro do
euro têm tido taxas de crescimento aproximadas ás anteriores á crise económica, por outro lado,
os estados unidos que seguiram uma política monetária mais próxima do que ele defende não
têm tido um crescimento extraordinário estando a melhorar no segundo mandato do Obama
pelas razões que já tiveste oportunidade de referir. Mas acima de tudo, o principal motivo que me
faz discordar desta visão, prende-se com o crescimento da Irlanda. A irlanda saiu da crise e não é
só um dos países que mais cresce dentro da zona euro, como é dos países que mais cresce em
todo o mundo, senão for mesmo o n°1.
Ora, tal como aprendi com Mises, uma boa ideia é susceptível de ser implementada em qualquer
país. O que funciona na Irlanda ou em Singapura funciona no Brasil, em Portugal ou na Grécia.
Sendo assim, se a política monetária do BCE não afecta a Irlanda, devemos partir do principio que
o que afecta outros países do euro é aquilo que esses países têm de particular.
Além do mais, não existem evidências que o Q.E. Europeu tenha alterado o que quer que seja, da
mesma forma que não existem evidências que a de ação de preços prejudique de alguma forma
o crescimento. Os países do sul da Europa começaram a crescer ao mesmo tempo em que
entraram em de ação.
Não tenho dúvidas contudo da importancia de se ter uma moeda estável e de con ança.
RESPONDER

Thiago Teixeira 19/10/2015 07:10

Por isso questionei o Leandro se não seria melhor o Brasil ter um Currency Board
ancorado no Euro, em vez de no Dólar.
RESPONDER

Jorge Gaspar 20/10/2015 00:38


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 113/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Thiago não quero fazer o papel do Leandro, mas perante a situação actual do Brasil um currency
board ancorado ao dólar, euro ou libra seria practicamente a mesma coisa. Seria como
perguntares a um pobre se pretende um Ferrari, Mercedes ou Porsche?
O Euro é uma moeda com alguma instabilidade política inerente. Se eu vivesse fora da Europa
escolheria o Dolar ao euro se me fosse dada essa opção.
Não tenho dúvida nenhuma que a estabilidade da moeda é muito importante mas a teoria
monetarista dá muita importância ao crédito e não me parece que a evidência esteja do lado
deles.

www.tradingeconomics.com/ireland/loans-to-private-sector

A Irlanda parece-me um daqueles casos que contraria todas as teorias económicas menos a
liberal/libertária. Seria interessante se o Leandro pudesse dar o ponto de vista dele
RESPONDER

Thiago Teixeira 20/10/2015 01:39

Quis me referir mais à questão de o M3 estar congelado na Europa, e os EUA estarem sob
o QE4. Creio que seria melhor termos uma ancora menos in acionaria.
Mas sua consideração sobre estabilidade política tem todo o cabimento. É o que mais
importa no médio e longo prazo.

Sobre o seu comentário anterior, tomei a liberdade de utilizá-lo para responder a outro
leitor em outro artigo.

Há aqui no Mises Brasil um artigo que compara Irlanda e Islandia pós-2008. A Irlanda
permanece com o machado sobre a cabeça, já que não caloteou a dívida, mas está tendo
várias vantagens na comparação. Vantagens que, como você disse, só os austriacos
explicam.

É o que eu bato cabeça com colegas chicaguistas, a teoria deles é furada, muitas vezes
sequer tentam se embasar... Tem um colega de cursinho que fez IME, depois entrou pra
petrobrás, agora está na PUC -SP fazendo mestrado em economia. Ele me disse que não
tem teoria nenhuma, é só ferramentas matemáticas... Como diabos vou fazer uma
modelagem, se não paro para analisar primeiro quais são os itens que compoem a
estrutura daquela parametrizacao, e até que limites essa estrutura se mantém?
A escola austríaca merece virar mainstream. Isso ainda vai acontecer.
RESPONDER

Jorge Gaspar 20/10/2015 03:11

A teoria monetarista é aquela que menos domino. A ideia que tenho é que o pai dessa escola de
pensamento é Milton Friedman, e a ideia que tenho de Friedman é que era um crânio do krl.
Tenho também ideia que os monetaristas são essencialmente liberais/libertários, mas falta-me
ler muita coisa para poder compreender o seu pensamento.

No entanto existem exemplos prácticos que colocam em causa certas teorias. Não me parece que
se possa atribuir a culpa do baixo crescimento europeu a outra coisa que não seja o excesso de
estado na vida dos Europeus. Eu dei o exemplo da Irlanda mas podia ter dado também o exemplo
dos países de leste.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 114/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Quanto ao facto de virar mainstream. A evolução dá-se sempre através da procura pelo lucro ou
pelo sucesso ou pela vitória. Da mesma forma que as melhores teorias sobre futebol sobrevivem
porque permite a quem as adopta ganhar, a melhor teoria sobre economia irá sobreviver e
tornar-se predominante porque permitirá aos investidores que a usarem sobreviver e enriquecer.
Vou te dar um exemplo: Um investidor que tivesse seguido este site durante os últimos anos não
teria investido no Brasil e sobreviveria procurando um porto seguro, uma Irlanda, uma Singapura.
Em Portugal houve muita empresa cheia de génios douturados em tudo o que é curso do bom e
do melhor, que decidiu investir em Angola, Brasil e até Venezuela. Pelo contrário uma outra
empresa decidiu avançar para o mercado Polaco e Colombiano. Não foi por acaso.
As empresas e os investidores que forem sobrevivendo vão fazer com que no futuro seja
impossível existirem políticas de esquerda. Vai acontecer como na Grécia que perante aquelas
varoufakices todas, ninguém queria ter dinheiro em bancos Gregos. É o chamado votar com os
pés ou com a carteira. A Europa já está a passar em parte por esse problema na minha opinião.
Países como a França, Itália, Grécia ou Portugal não são apetecíveis nem para investir nem para
trabalhar devido ao excesso de carga tributária e regulamentações. A estatização da economia
sempre foi uma péssima ideia, mas cada vez mais é uma ideia impraticável, porque grande parte
da riqueza desaparece antes dos socialistas lhes porem as patas em cima.

RESPONDER

Thiago Teixeira 20/10/2015 15:46

Nesse sentido, um bom lugar para jogar as chas é a Suécia, que está se liberalizando.

Aqui na América do Sul, boto fé no Peru e na Colombia; o Chile já foi melhor, a Bachelet
tá estragando o país...

Como reserva, o velho ouro pode voltar a ser uma boa pedida (Leandro acha que sim,
Ulrich acha que não); e o Bitcoin também é interessante.
Tudo para fugir dessas moedas duciárias do capeta...
RESPONDER

anônimo 29/10/2015 16:37

Aí Leandro, tá sabendo disso? Ou é puro besteirol deste site esquerdista ?

www.brasildefato.com.br/node/33303
RESPONDER

anônimo 09/11/2015 07:14

O que acham do curso de ciências econômicas e dos economistas da Unicamp? É possível sair
um economista sensato de lá?
RESPONDER

Viking 21/01/2016 13:00

acho que deveria ser extinto.


RESPONDER

Diogo Velho Barreto 12/11/2015 14:51

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 115/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Desculpe-me a minha ignorância, mas o dólar fraco não destrói a economia local por você ter
produtos importados entrando a preços de banana e a indústria local sofrendo para competir
porque não tem estrutura para deixar os preços competitivos? Ou seria apenas o dólar
arti cialmente fraco (como na era FHC que o câmbio não era utuante) que faz isso?

De certa forma, há inúmeras variáveis em jogo para meu conhecimento limitado, mas de forma
simplória, para proteger a economia deveria-se desvalorizar a moeda. Tudo bem que isso gera
in ação, mas se o dólar está forte e o preço das commodities despencam, os preços
naturalmente de matéria prima produzida aqui mas com cotação de dólar, se acomoda. Mesmo
as produzidas lá fora, você teria a queda do valor compensado pelo aumento do câmbio.
Exemplo: Petróleo, caiu 50% e o dólar subiu 50%. O preço que você para é o mesmo por ele.

Agora subir juros para controlar uma in ação que não é de demanda e sim de "soltura" de
preços administrados pelo governo e arti cialmente represados no passado não faz muito sentido
na minha limitação.

Acreditava que a balança comercial favorável (exportação forte pelo preço das commodities e
fácil crédito no exterior), superávit primário (aumentando con ança para entrada de recursos) e a
utilização de boa parte de nossa capacidade ociosa foram os fatores que contribuíram para esse
tempo de bonança na era Lula.

Concordo que o dinheiro dessa época foi utilizado erroneamente ao não investir em obras
estruturais ou trazer reformas que tanto precisamos como tributária, previdenciária e trabalhista.

En m, são muitas dúvidas pelas variáveis. Se pudesse me esclarecer esses pontos, eu agradeceria.

Muito obrigado,
RESPONDER

Leandro 12/11/2015 14:55

"Desculpe-me a minha ignorância, mas o dólar fraco não destrói a economia local por
você ter produtos importados entrando a preços de banana e a indústria local sofrendo
para competir porque não tem estrutura para deixar os preços competitivos?"

Ao contrário: fortalece a indústria. E tanto a teoria quanto a empiria comprovam isso:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2175 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2175)
RESPONDER

Thales 26/11/2015 15:54

Pessoal, na atual conjuntura, como faço para saber se compensa eu comprar libras esterlinas
valor de turismo? Leandro, compensa entesourar em casa libras esterlinas, visto que é uma
moeda forte?
Desculpem a ignorância. Obrigado!
RESPONDER

Hugo 26/11/2015 23:15

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 116/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro eu estava olhando esses grá cos de desempenho do ouro (tanto em reais quanto em
dólares) e gostaria de saber a sua opinião sobre o desempenho do metal nas 2 moedas. Será que
essa tendência de queda do ouro em dólares vai se manter,assim como a tendência de alta em
reais,ou há algum sinal de reversão dessas tendências?
RESPONDER

Leandro 27/11/2015 02:16

Se eu soubesse já estaria posicionado de acordo e, consequentemente, caria rico.

No que tange ao dólar, tudo o mais constante, a tendência é de estabilidade. No entanto,


se os EUA inventarem uma nova guerra, ou se o próximo presidente for um maluco
belicista, a coisa pode degringolar.

Já o Brasil está uma zona. Aqui, uma simples notícia d prisão de político faz o real perder
quase 2% em relação ao dólar, e faz todas as taxas de juros futuras darem um salto
exorbitante. Para completar, há um Banco Central que não sabe o que quer e nem
consegue se comunicar com um mínimo de clareza.

Tudo completamente inde nido.


RESPONDER

Marco Antônio Mourão 16/12/2015 00:13

Leandro Roque, se você substituir as datas do texto para o período entre 01/01/1995 e
31/12/2000 os acontecimentos econômicos foram bastante semelhantes.
RESPONDER

Fabio Reis 15/01/2016 14:40

Lula nao administrou nada , so teve a felicidade de ser eleito em 1 periodo q di cilmente
voltara.

Com Dilma , a realidade mostrou-se sombria e a mesma dobrou a aposta no q estava errado.

Deu no q deu : In acao , Desemprego e Dominancia Fiscal.

é bom Administrar qdo se tem dinheiro , qdo nao se tem , a culpa é dos outros.

Comunista é sempre igual : qdo as coisas saem errado , a culpa é dos outros.
RESPONDER

Raphael Paiva 27/02/2016 13:24

o que teria acontecido se no período 2003-2011, da desvalorização do dólar, o Brasil não tivesse
feito uma expansão do credito? Haveria uma recessão?
RESPONDER

Leandro 29/02/2016 18:37

Expansão do crédito sempre haverá. Se houver demanda por crédito, haverá expansão.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 117/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

A questão é que, por causa da fraqueza do dólar, a expansão perdurou por muito mais
tempo do que perduraria em outras circunstâncias.
RESPONDER

Raphael Paiva 03/03/2016 02:48

Leandro,
Mas expansão de crédito sem lastro não é ruim para a economia?
RESPONDER

Leandro 03/03/2016 03:40

Sim. Estamos vivenciando hoje as consequências (o "longo prazo") desta


política. O curto prazo acabou em 2012.

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943)
RESPONDER

Emerson Luis 02/03/2016 11:31

É impossível haver crescimento sustentável por meio de endividamento constante.

***
RESPONDER

Gustavo 20/03/2016 13:50

Leandro,

Nesses dias se discussão acirrada por causa dos acontecimentos, tenho enfrentado tudo quanto é
tipo de argumento anti-liberal. Um dos que me enviaram foi esse artigo referente ao Chile:

odeiocaviar.blogspot.com.br/2014/12/chile-o-inconveniente-ponto-fora-da.html

Gostaria de saber sua opinião.

RESPONDER

Leandro 20/03/2016 14:52

Ué, não entendi. Ele quis criticar o liberalismo, mas utilizou como exemplos práticos
justamente aqueles setores da economia que são amplamente regulados pelo governo.
Isso é o exato oposto do liberalismo. Quer criticar o liberalismo? Então ao menos tenha
honestidade intelectual.

Veja o que ele escreveu (com comentários meus):

"Seis companhias dirigem as AFP [INSS do Chile] que controlam mais de cem bilhões de
dólares em fundos de seus a liados."

A previdência chilena é totalmente regulada pelo governo.


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 118/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O governo obriga o trabalhador chileno a contribuir para um plano. O governo não dá a


opção de o trabalhador manter seu salário integral e direcionar uma parte dele para onde
ele quiser. O governo obriga o trabalhador a contribuir mensalmente para qualquer uma
das empresas.

Esse é o principal problema. A partir do momento em que o estado garante uma clientela
cativa para as empresas que administram os fundos de pensão, as taxas de administração
serão altas.

Há um artigo inteiro sobre o Chile e sua previdência:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1924 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1924)

"Três cadeias controlam praticamente todo o negócio farmacêutico e impõem preços


desumanos às medicações."

Ora, então por que a população não recorre às importações para driblar os altos preços
desse cartel?

Pois é, porque o governo não deixa. Assim como no Brasil, a importação de remédios é
estritamente regulada e controlada pelo governo. Isso é liberalismo?

Aliás, se há três empresas cobrando altos preços por remédios, então a lógica econômica
sugere que esses altos preços atrairiam uma concorrência ávida por tomar uma fatia desse
mercado, o que reduziria sobremaneira os preços.

Isso aconteceu? Pelo visto não. Por que não aconteceu? Certamente porque a entrada
neste mercado especí co não é livre. O governo -- por se tratar de um setor relacionado
à saúde -- certamente deve fazer inúmeras exigências para os novos entrantes, o que
garante a permanência do cartel já estabelecido.

Como já explicado inúmeras vezes neste site, cartéis só duram se a entrada da


concorrência foi restringida pelo governo.

Não deixa de ser curioso ver pessoas culpando o liberalismo pelos problemas criados
exclusivamente pela intervenção estatal.

"Duas cadeias de jornais controlam a imprensa escrita."

Esse é um argumento típico da Carta Capital. Pelo visto, até o número de jornais gera
desigualdade social. E a internet e seu jornalismo, não existem no Chile?

"Dezesseis grupos econômicos produzem 80% do PIB. As redes de supermercados


Cencosud e Wal Mart (D&S) controlam 70% das vendas dos supermercados."

Ué, mas a crítica da esquerda ao Wal Mart sempre foi a de que a rede cobra preços baixos
demais (o que é uma bênção para os mais pobres)! Para o Chile isso não se aplica? A
política barateira do Wal Mart agora virou um problema para os pobres?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 119/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

No mais, essa informação sobre supermercados, por si só, não diz nada.

"Uma só empresa telefônica – CTC – controla 75% da telefonia. Duas empresas, Endesa
e Colbún controlam 79% da geração de energia elétrica e estão impulsionando a
construção de mega-represas em Aysén, que põem em perigo o meio ambiente e
aumentaram o poder das elétricas sobre o conjunto da economia"

Mesmíssima questão das regulamentações, já explicado acima. No Chile, assim como no


Brasil, há uma ANATEL e uma ANEEL que impedem a livre entrada da concorrência neste
setor.

De novo, mais uma vez, critica-se um inexistente liberalismo pelos problemas gerados
pela intervenção estatal no mercado.

Este site (http://fororegulatorio.com/2015/05/12/los-reguladores-la-modernizacion-


pendiente/#more-460), por exemplo, diz que as agências reguladoras do Chile nem
sequer ainda são independentes.

E recomendo este artigo (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2049), que explica


exatamente -- e com exemplos práticos -- como as agências reguladoras cartelizam os
mercados, criam reservas de mercado e garantem privilégios para as empresas já
estabelecidas.

"A magnitude dos lucros das transnacionais mineiras é quase inimaginável. Entre 2006 e
2007 se aproximaram de 40 bilhões de dólares!"

Nossa! Mineradoras estão tendo lucros! Isso, sim, é a causa de toda a pobreza que ainda
existe no país.

Há várias coisas para se criticar no Chile -- começando pelo seu governo de esquerda que
está no poder desde 1990 (com um hiato entre 2010 e 2013) --, mas deve-se ter a
honestidade intelectual de saber o que se está criticando e, principalmente, quem são os
reais culpados pelo arranjo criticado.

A turma da esquerda está tão desesperada com o descalabro que zeram na economia
brasileira, que agora estão tentando doutrinar dizendo que os vizinhos "não estão lá
nenhuma maravilha"...

E eu, num domingo, perdendo tempo com essa gente.

Grande abraço!
RESPONDER

Gustavo 20/03/2016 21:44

Valeu Leandro, excelente explicação, como sempre!

Abraços.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 120/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Emerson Luis 21/03/2016 10:31

"Quer criticar o liberalismo? Então ao menos tenha honestidade intelectual."

E primeiro compreenda o que é o liberalismo.

Liberalismo não é aquilo que os socialistas dizem que ele é.

Liberalismo não é um socialismo invertido.

Não existe país 100% liberal, então veri que se o exemplo se relaciona com a
liberdade econômica ou com sua ausência.

***

RESPONDER

Fernando 20/03/2016 14:37

Podemos adicionar ao texto a política de pleno emprego. Mesmo havendo muita mentira quanto
aos índices de desemprego, Nada tinha relevância, a não ser a taxa de desemprego. Não
importava a corrosão do poder de compra e o endividamento.

Eles aumentaram ainda mais a pilhagem no crédito, a desvalorização do real, as medidas


protecionistas e de conteúdo nacional, para manter o emprego e a renda. Essa foi a paranóia que
não podemos esquecer.

Nós estamos em depressão econômica, mas poderíamos estar em recessão, se não fosse a
pilhagem feita pelos três porquinhos do governo.

Pelo menos existe a Lava Jato para expulsar esses psicopatas do governo.

RESPONDER

Wagner 20/03/2016 16:06

Muito oportuna essa análise. Aliás perfeita.


Agora, viram o per l dos manifestantes pró Lula/Dilma no dia 18/03?
Nada menos que 15% deles são FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. Isso mesmo. Por isso, as esquerdas
quando estão governo in am mais e mais o tamanho do Estado. Além disso aparelham
sindicatos, movimentos ditos sociais, blogs e entidades estudantis que pregam o socialismo.
É de suma importância que essa gente seja retirada do governo que que se comece, em caráter de
urgência a diminuição do Estado.
Bom domingo à todos.
RESPONDER

Fernando 20/03/2016 19:21

Parece que a pedra no sapato do governo é o uso das reservas internacionais.

Quem fez a lei das reservas, tratou de deixá-las longe dos políticos.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 121/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O governo não pode simplesmente vendê-las para pagar dívidas.

Pelo que eu entendi, alguém pensou em deixar essas reservas sob o controle do BC, para
garantir a estabilidade da moeda nacional.

Mesmo tendo essas reservas, o governo deixou o real se desvalorizar mais do que deveria, e
além da alta do dólar em vários países.

Ou seja, acho que foi mais uma piada do governo.

RESPONDER

Auxiliar 20/03/2016 19:49

Utilizar as reservas geraria enorme descon ança e incerteza, o que faria disparar o
câmbio, piorando completamente o cenário da in ação de preços e, de quebra, levando os
juros para cima -- exatamente o efeito oposto do pretendido.
RESPONDER

Fernando 20/03/2016 21:18

Eu entendo que as reservas servem para evitar crises. Quando a economia quebra e
a moeda desvaloriza, é o momento que as reservas multiplicam de valor.

As reservas poderiam ser usadas para reduzir as dívidas do governo e inundar o


mercado de câmbio com dólares. Isso seria melhor do que deixar a dívida pública
estourar.

Essa descon ança só poderia piorar, se as reservas fossem usadas em gastos


correntes e em mais dinheiro no mercado. Mas, também não sei se a hora é de
conter qualquer tipo de gasto e reduzir o consumo.

A dívida pública precisa ser reduzida de qualquer forma. Esse é o maior problema.
Por isso, seria melhor reduzir as dívidas e aproveitar a alta do dólar. Segurar essas
reservas pode reduzir o valor que elas possuem.

Qualquer pessoa que investiu em dólares, já deve estar pensando em vender tudo
nesse momento.
RESPONDER

Henrique Zucatelli 21/03/2016 12:46

O governo brasileiro já demonstrou que sabe como desvalorizar o real sem


mexer nas reservas, basta emitir dívida local.

Reservas monetárias são como agências reguladoras: soluções estatais para


problemas estatais.

Caso nosso câmbio fosse xo através de um Currency Board, não


precisaríamos de reserva nenhuma na mão do Estado, pois o valor da

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 122/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

moeda está atrelado a outra mais forte ou a alguma commoditie. Quem


tem de guardar dinheiro são pessoas. Cabe ao governo no pior dos casos
não tomar o que é nosso.

Aliás muita gente se gaba dessas reservas, mas ninguém atentou a como
elas foram criadas: através de impostos. Logo, é o Estado nos escorchando
mais uma vez e fazendo poupança para ele mesmo. Irônico né?
RESPONDER

Felipe Lange 20/03/2016 22:44

Por que republicaram o artigo?

De toda forma, que tipo de governo teria coragem em peitar grupos sociais, sindicatos e
corporações, a ponto de adotar um Currency Board e abertura econômica e comercial para o
mundo inteiro?
RESPONDER

Pobre Paulista 21/03/2016 13:05

O IMB republica artigos com alguma frequência. Em geral é quando o assunto volta a ser
pertinente. Mas acho que ocasionalmente é por falta de material novo mesmo.
RESPONDER

amauri 21/03/2016 10:39

Leandro, caso o governo não tivesse adotado as medidas abaixo, e colocado em pratica um
Regime Econômico, hoje estaríamos bem diferente?
O volume de crédito cresceu em termos reais em relação ao PIB de 2003/2015 em 114,57%, para
um crescimento do PIB corrente, no mesmo período, de apenas 37,80% (2,91% ao ano) e o PIB
PER CAPITA de medíocres 23,80% (1,83% ao ano). Esse criminoso desequilíbrio gerou uma ilusão
monetária de crescimento na economia (apenas ilusão, visto que na prática o crescimento de
apenas 37,80% e PER CAPITA de 23,80% foi pí o para o volume de crédito injetado na
economia), que ao atingir o esgotamento da capacidade de endividamento das famílias e das
empresas, e consequentemente aumentando à inadimplência, o falso milagre brasileiro
desmorona e a recessão e a in ação (estag ação) serão inevitáveis e durante longo período (em
torno de 10 anos).

Quanto ao parágrafo acima devemos ressaltar que essa montanha de crédito da ordem de R$ 3,2
trilhões apurado pelo Banco Central do Brasil em dezembro de 2015 está custando aos devedores
uma taxa de juros médio da ordem de 29,8% ao ano (média mundial 2,00% ao ano). Creio que
não há necessidade de ser doutor ou mestre em economia para prever que a explosão será
inevitável.

O mais grave é que nesse crescimento de crédito houve um aumento monstruoso da participação
do sistema bancário público, saindo de 38,12% em 2002 para 55,95% em 2015, crescimento de
46,77%, ultrapassando o volume do setor privado. O que prova o avanço da estatização bancária
no Brasil. Pavimentação para estatização total do Brasil.
RESPONDER

Fernando 21/03/2016 12:09

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 123/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O PAC vai virar PAPD (programa de aceleração de pagamento de dívidas).


RESPONDER

Felipe R 21/03/2016 12:19

Para quem não sabe, o Governo aumentou a dívida interna para aumentar as reservas
internacionais. Usar essas reservas para diminuir o saldo da dívida seria apenas um retorno à
situação anterior.
RESPONDER

Bernardo Neves Pantaleão 21/03/2016 15:12

Pessoal,
O dólar enfraqueceu-se em relação a todas as moedas. Os agregados monetários brasileiros
dispararam e a in ação cou controlada.
Ok, o dólar foi o responsável.
Mas e lá nos EUA? Os agregados deles também dispararam no período e a moeda enfraqueceu-
se. Mas a in ação permaneceu controlada.
Bolhas aconteceram tanto lá quanto aqui, mas in ação mesmo cou controlada.
O que explica isso?
Abraços.
RESPONDER

Leandro 21/03/2016 16:25

"Mas e lá nos EUA? Os agregados deles também dispararam no período e a moeda


enfraqueceu-se. Mas a in ação permaneceu controlada. [...] O que explica isso?"

"Controlada" é um eufemismo.

Ela chegou a esbarrar em 6% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/united-states-


in ation-cpi.png?s=cpi+yoy&v=201603211209n&d1=19920321&d2=20160321), valor que
não se via desde a década de 1980 -- quando, aliás, a mensuração era muito mais
rigorosa; se a mensuração utilizada hoje mantivesse o mesmo rigor da da década de 1990,
a in ação medida em 2008 teria sido de 9%
(http://www.shadowstats.com/alternate_data/in ation-charts), ou seja, 50% maior.

E isso, vale enfatizar, num país de economia extremamente aberta.

Adicionalmente, vale apontar também que tanto a in ação de preços dos imóveis e dos
materiais de construção quanto os salários de toda a mão-de-obra envolvida com o setor
imobiliário (do arquiteto ao peão, do engenheiro ao mestre de obras) dispararam. Mas
como tais itens não entram no cálculo do CPI (que é o IPCA deles), eles não aparecem nas
estatísticas o ciais.

No mais, convém também olhar como se comportou a in ação de preços nos países que
utilizam o dólar como moeda o cial, como Panamá e Equador, e também nos países que
mantêm uma taxa de câmbio xa em relação ao dólar, como Hong Kong, Kuwait e Arábia
Saudita.

Eis os resultados:

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 124/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Panamá: 10% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/panama-in ation-cpi.png?


s=pannamainfnrate&v=201603211308n&d1=19160101&d2=20161231)

Equador:10% também (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/ecuador-in ation-


cpi.png?s=ecuadorinfnrate&v=201603141309n&d1=20040321&d2=20160321). (E são
dados do governo Rafael Correa, hein? O cialmente, deve ter sido maior).

Hong Kong: 8% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/hong-kong-in ation-cpi.png?


s=hkcpiy&v=201603210908n&d1=20000321&d2=20160321), e isso em um país de
economia extremamente aberta.

Kuwait: 12% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/kuwait-in ation-cpi.png?


s=kuwwaitinfnrate&v=201602292006n&d1=19160101&d2=20161231) (e isso num país
cuja in ação jamais havia ultrapassado os 4%).

Arábia Saudita: 11% (http://cdn.tradingeconomics.com/charts/saudi-arabia-in ation-


cpi.png?s=srcpiyoy&v=201603211608n&d1=19160101&d2=20161231) (isso num país em
que a in ação era tradicionalmente zero).

Isso não é exatamente uma "in ação controlada", mas sim uma carestia abrupta gerada
pela desvalorização da moeda -- desvalorização essa, aí sim, gerada pelas políticas do
governo americano, das quais a expansão dos agregados monetários representa apenas
uma parte do todo.
RESPONDER

Bernardo Neves Pantaleao 21/03/2016 17:30

Leandro, muito obrigado pela rápida resposta.


O que mais me impressionou foi os custos de construção não entrarem na conta.
Mas existe um componente "housing" que é bem grande. Esse aumento dos
custos não afeta o CPI, ao menos indiretamente?
Mas, sei lá, esse crescimento gigante dos agregados nesses últimos anos foi muito
louco. Tenho grande di culdade pra entender como o valor do dinheiro não
despencou. E os EUA não têm a desculpa do enfraquecimento do dólar.
A in ação ter saído de 2,5% para 4% durante poucos anos enquanto os agregados
multiplicaram-se por 3 parece uma consequência minúscula ante o potencial de
desastre.
A dinâmica de preços é algo realmente complexo. Dependendo de quem receber o
dinheiro, as consequências sobre os preços podem ser muito distintas. Acho.
Grande abraço e obrigado.
RESPONDER

Leandro 21/03/2016 18:04

Crescimento de agregados, por si só, não quer dizer nada. Você tem
também de levar em conta a demanda mundial por esses agregados.

E qual é a demanda mundial por dólares? Quantas e quais transações


globais são feitas com dólares?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 125/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Pois é.

Se você for olhar apenas agregados, sem qualquer consideração por coisas
como demanda e uso global, chegará à conclusão de que o guarani
paraguaio tem de ser uma das moedas mais fortes do mundo. A nal, a
oferta de guarani paraguaio no mercado mundial é ín ma em relação ao
dólar. Isso levaria a crer que o preço do guarani paraguaio deveria ser alto.

No entanto, a demanda mundial por essa moeda é praticamente nula (o


dólar tem demanda mundial; o guarani paraguaio não), as transações que
ela efetua ocorrem apenas no Paraguai (o dólar é utilizado mundialmente; o
guarani paraguaio não), e, acima de tudo, a percepção dos especuladores e
investidores estrangeiros quanto à estabilidade do guarani paraguaio é
inferior à do dólar.

A demanda por uma moeda é um componente imprescindível, pois é


justamente ela quem determina o poder de compra de uma moeda.

O que interessa não é apenas a oferta da moeda, mas também a demanda


por ela no mercado global. E isso o dólar tem de sobra, inclusive para ser
usado como moeda corrente em outros países (um privilégio).

No mercado global, a demanda por dólares é muito maior que a demanda


por real -- o que, por si só, signi ca que os EUA podem fazer uma
expansão de crédito com muito menos in ação de preços do que o Brasil.

Acrescente a isso o fato de que a economia americana é muito mais aberta,


e você já tem aí dois fatores baixistas sobre os preços -- fatores estes que
não existem para o Brasil.

Ou seja: ao passo que, no Brasil, um crescimento de, digamos, 20% nos


agregados monetários têm um potencial de gerar uma grande carestia, nos
EUA os efeitos sobre os preços de um idêntico crescimento de 20% são
muito menores.
RESPONDER

amauri 21/03/2016 19:18

Leandro, a explosão das comodites nao ajudou o dolar


desvalorizar no Brasil?
RESPONDER

Leandro 21/03/2016 19:40

Você inverteu causa e efeito.

A tal "explosão" das commodities nada mais foi do que o


encarecimento delas em dólares. Como o dólar se
enfraqueceu, e como as commodities são preci cadas em
dólar, o enfraquecimento do dólar gerou uma explosão nos
preços das commodities.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 126/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

De novo: o boom das commodities está intimamente ligado


ao dólar fraco. Como as commodities são preci cadas em
dólar, sempre que o dólar está fraco, os preços das
commodities estão em alta, e vice-versa. O preço das
commodities é ditado pela robustez do dólar. (Há uma seção
inteira no presente artigo explicando essa relação).

Portanto, não foi a "explosão das commodities que ajudou o


dólar a se desvalorizar"; antes, foi a desvalorização do dólar o
que levou à explosão dos preços das commodities.
RESPONDER

Wesley 21/03/2016 22:23

Leandro, esse não seria um lado negativo de adotar


um Currency Board? Se a moeda for atrelada ao dólar
e o governo americano destruir a moeda deles como
zeram na década passada, países que tem moeda
atrelada ao dólar vai sofrer carestia também. É claro
que é muito melhor do que deixar nas mãos dos
vagabundos dos burocratas de países atrasados. Visto
o efeito nefasto das políticas desses países, isso
mostra que países atrasados não podem ter moeda
própria. Na minha opinião ou devem adotar moedas
estrangeiras ou Currency Board. Se o Brasil tivesse um
CB, estaríamos imunes a essas crises políticas e nosso
padrão de vida se manteria intacto ou seria levemente
afetado? Lembro que você disse num artigo que a taxa
de juros do Brasil seria parecida com a dos EUA no CB.
Mas seria possível o governo gastar tanto num CB
como faz atualmente e ter uma taxa de juros
civilizada? Um abraço!
RESPONDER

Leandro 21/03/2016 22:52

Correto, esse é o lado negativo. Para não correr


esse (pequeno) risco, livre concorrência de
moedas (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2089) ou adotar um preço do ouro como
meta (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2304).
RESPONDER

Bernardo Neves Pantaleao 22/03/2016 13:38

Obrigado de novo, Leandro.


Mas então a demanda externa por dólares
aumentou quase 3x nesse período também?
Boa parte desse excedente de dólares saiu

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 127/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

dos EUA, evitando um aumento de preços


ainda mais elevado por lá?
Mas se os dólares saíram, contribuíram para
aumentar a demanda e investimentos no
exterior, o que levaria a mais in ação por
todo o mundo, não, apesar do
enfraquecimento do dólar?
Os EUA não passaram a abastecer toda a
economia mundial com bens e serviço, né?
A produção mundial cresceu enormemente
no período também né? Dobrando a oferta
de bens.
E boa parte dessa grana que entra
rapidamente no sistema deve acabar num
investimento, reduzindo taxas e
aumentando preços de ativos, certo? Mas
saem de circulação em pouco tempo.
O que foi diferente no ambiente nanceiro
nesse momento de ultra in ação monetária
sem grande elevação de preços ao
consumidor para as tradicionais
hiperin ações latino-americanas da década
de 80? Naquela época, não eram os EUA
puxando a in ação de meios, nem havia
uma China duplicando a produção de bens, é
isso? Eram apenas governos irresponsáveis
emitindo dinheiro para pagar suas contas do
dia a dia?
Repito, a dinâmica de preços é realmente
algo fantástico e complexo. Ao menos para
mim.
Grande abraço.
RESPONDER

Leandro 22/03/2016 15:13

"Mas então a demanda externa por dólare


aumentou quase 3x nesse período
também?"

Obviamente que não. Se a demanda


houvesse aumentado na mesma proporçã
da oferta, não teria havido desvalorização
do dólar.

Em quanto a demanda aumentou? Sei lá;


não tem como saber. Mas sei que não
aumentou 3 vezes. Se houvesse aumentad
em 3 vezes, o preço do ouro em dólar teri
se mantido constante e praticamente não

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 128/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

haveria in ação de preços nos EUA e nos


demais países citados.

Quanto ao resto, bem, sinceramente, já fo


tudo respondido no artigo.

Grande abraço.
RESPONDER

Tobias Aguiar 22/03/2016 15:14

Orra, tá doido... Nove perguntas de uma s


vez...
RESPONDER

Czar do Pesar 21/03/2016 15:57

Grande Pai Defensor da Patria Mãe Luis Inácio voltou para redimir os pobres, o Brasil sera a
potência do século
RESPONDER

Vinicius Paes 22/03/2016 07:37

Muito bom. Muito bom ver vocês libertários admitirem que basta alguém oferecer dinheiro que
vocês apoiam. Foi assim com Lula, e será assim de novo se ele assumir como ministro e prometer
estimular a economia.

https://putadaesquerdista.wordpress.com/2016/03/22/os-libertarios/
RESPONDER

Professor 22/03/2016 11:12

"Veja nesse post do Mises (Principal instituto dos libertários) como eles até chegam a
admitir, de leve, que se enganaram com o período de crescimento do Brasil, pois acharam
que era um crescimento real proporcionado pelo governo Lula (a nal estavam enchendo o
bolso de dinheiro, e portanto, tudo estava bem!"

O gozado é que o presente artigo fala exatamente o contrário: ele fala que todo o
crescimento foi arti cial e sustentado em pilares extremamente frágeis. Há inclusive um
trecho que resume todo o artigo:

"No nal, toda a economia foi destruída pelo governo. É o preço do descalabro, o qual foi
possibilitado por uma conjuntura externa atípica e que foi erroneamente interpretada à
época. Confundiu-se moeda estrangeira fraca com prosperidade nacional eterna, e
concluiu-se que os bons resultados obtidos dispensavam o governo de obedecer às
irrevogáveis leis da economia. Gastos foram elevados e nenhuma reforma estrutural foi
feita."

Para utilizar o mesmo nível intelectual seu: parece que os anti-libertários são ou

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 129/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

analfabetos ou caluniadores. Não há terceira hipótese. Qual desses é você? Responda sem
tergiversar.
RESPONDER

Andre Henrique 22/03/2016 09:53

Favor corrigir, no 1º parágrafo que trata da Guerra no Iraque, o seguinte trecho:

de
"...acabou se estendendo por décadas e custando..."

para
"...acabou se estendendo por quase uma década e custando..."

Abç e parabéns pelo artigo

RESPONDER

alerj 22/03/2016 10:54

Uma duvida

(desculpe se já foi respondida , mas são 286 comentários para procurar!)

Com a crise de 2008, os EUA não começaram a imprimir dólar maciçamente ?

Não era para o dólar desvalorizar mais ainda em relação ao real, apesar da Nova Matriz
econômica da dilma?

Att, Alexandre
RESPONDER

Auxiliar 22/03/2016 11:13

Artigo inteiro sobre isso:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2213 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2213)
RESPONDER

Natanael 23/03/2016 03:27

Eu não entendia coisa alguma de economia, mas esse artigo foi fabuloso. Deu até vontade de
estudar mais a respeito. Vou vasculhar o site.
RESPONDER

Isis Monteiro 23/03/2016 11:11

O governo na última década surfou na alto crescimento da demanda por commodities e do alto
preço desses insumos.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 130/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Infelizmente, não aproveitou esta janela de oportunidade para realizar as reformas estruturais.
É certo que conseguiu que grande montante da população tivesse acesso à bens e serviços. No
entanto, hoje, observamos que todas estas conquistas estão sendo revertidas pela ausência das
reformas que serão inevitáveis.
Obrigada
Isis Monteiro
RESPONDER

alerj 23/03/2016 16:19

Então, mesmo se o dólar não tivesse in uenciado, se o governo tivesse mantido uma política de
superávits primários elevados, haveria crescimento econômico continuo ou com a expansão de
credito (via emissão monetária pelos bancos comerciais)a economia iria implodir mais a frente
como esta acontecendo agora ?
RESPONDER

Leandro 23/03/2016 16:30

"Então, mesmo se o dólar não tivesse in uenciado"

Isso muda absolutamente tudo, como o artigo explicou em detalhes (este, aliás, é o cerne
do artigo).

"se o governo tivesse mantido uma política de superávits primários elevados"

Isso -- sob um cenário de dólar forte -- ajudaria a fazer com que o real se desvalorizasse
menos, contrabalançando um pouco o efeito da expansão do crédito.

"ou com a expansão de credito (via emissão monetária pelos bancos comerciais)a
economia iria implodir mais a frente como esta acontecendo agora ?"

Todo e qualquer processo de expansão do crédito irá necessariamente terminar em


recessão. Inevitavelmente. É disso que se trata a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos.

O que irá variar é a intensidade da recessão: quanto mais tempo durar a expansão do
crédito, maiores serão os investimentos errôneos (para os quais não há demanda genuína)
e, consequentemente, mais intenso e doloroso será o processo de liquidação destes
investimentos.
RESPONDER

alerj 23/03/2016 18:39

Se houvesse respeito pelos economistas brasileiros à Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos,
como deveria se comportar o grá co 11 (evolução do crédito) ?

Seria uma reta constante?


RESPONDER

Auxiliar 23/03/2016 22:02

Pergunta semelhante feita (e respondida) aqui:

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 131/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1065&comments=true#ac167712
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1065&comments=true#ac167712)
RESPONDER

Ricardson 28/03/2016 12:41

Leandro,

na atual conjuntura, caso haja redução da tributação, seria possível um aumento na


arrecadação?
RESPONDER

Leandro 28/03/2016 15:55

No curto prazo, não.

No longo prazo, caso a redução de impostos seja acompanhada de um corte de gastos


(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2361), de um fortalecimento da moeda
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2304) -- e, consequentemente, de um
arrefecimento da carestia --, aí sim haverá bases para um crescimento econômico
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2083) e, consequentemente, de um aumento da
arrecadação.
RESPONDER

Diego M. 28/03/2016 14:47

Leandro,

Muito se tem discutido por aqui sobre o mal que é para um país se fechar para o comércio
exterior ou impor barreiras na tentativa de desenvolver um mercado interno. Concordo e gosto
de ver os pontos de vista e explicações.

Mas semana passada o jornal O VALOR publicou a matéria do link abaixo onde mostra que
Maurício Macri estaria voltando a trás de sua decisão de abrir mão das restrições para
importações, impondo algumas restrições para determinados produtos.
www.valor.com.br/brasil/4494546/argentina-volta-restringir-importacoes-do-brasil

Essa decisão seria principalmente em decorrência do grande saldo de importações que chegou na
Argentina, colocando em risco as empresas locais, como a automobilística, voltando ao
protecionismo desta e de outras.

Pergunto:
Será que Macri deveria deixar as empresas nacionais quebrarem mesmo? Ou será que o
movimento que ele fez foi certo, mas errou na dosagem? Será que essa abertura deveria ser
gradual, ou após uma construção melhor do cenário interno?

Que re exão podemos tirar disso tudo?

Abraços.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 132/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Leandro 28/03/2016 15:51

Esse tipo de pergunta é bastante frustrante porque todos os aspectos desse assunto --
sim, sem nenhum exagero: todos os aspectos desse assunto -- foram condensados nestes
quatro artigos.

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1131 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1131)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2320 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2320)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2321 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2321)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2325 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2325)

Não há nada a acrescentar neles, e não há uma única pergunta que já não tenha sido
respondida por eles. A única coisa que posso fazer é car repetindo, ipsis litteris, tudo o
que já está escrito neles.

Especi camente no caso da Argentina, aí mesmo é que discurso protecionista não faz
sentido nenhum: de dezembro até hoje, após o governo liberar o câmbio, o peso já se
desvalorizou 17% em relação ao real. Repito: os importados, em reais, caram 17% mais
caros.

Ora, não é justamente isso o que querem os protecionistas, câmbio mais caro? O que mais
é necessário para proteger empresas que já estão protegidos pelo governo desde o início
do século XX?

Quando é que você ouviu dizer que as empresas argentinas forem submetidas à livre
concorrência internacional, com tarifas de importação zero e câmbio apreciado? Eu
desconheço tal situação. Por que, então, após séculos de protecionismo e de subsídios --
e ainda mais agora com um câmbio desvalorizado -- elas precisam de ainda mais
protecionismo? E por quanto tempo? Em quais setores? A que tarifas? Por quê?

www.ivancarrino.com/no-las-importaciones-no-generan-desempleo/
(http://www.ivancarrino.com/no-las-importaciones-no-generan-desempleo/)
RESPONDER

Diego M. 28/03/2016 16:44

Ok Leandro,

Desses artigos citados, só havia lido o primeiro. Vou ler os demais. Obrigado.

Outra coisa ... só não imaginei que o peso argentino tivesse se desvalorizado
desde a entrada de Macri. Isso chamou minha atenção.

Abraços.
RESPONDER

Leandro 28/03/2016 17:12

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 133/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Sim, pois antes vigorava o "cepo cambial"


(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2219), arranjo no qual Banco
Central proibia a compra de dólares por argentinos que queriam manter sua
poupança em moeda estrangeira, mas permitia que alguns importadores
comprassem dólares à taxa "o cial" de câmbio — mas sempre mantendo
um controle estrito sobre a quantia transacionada.

Até então, havia duas taxas cambiais: a "taxa o cial" (que era controlada e
à qual poucos tinham acesso) e a taxa do mercado paralelo, que era a taxa
de livre mercado (chamada de "dollar blue"
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2219)). Atualmente, com a
abolição da taxa controlada, a taxa do paralelo se tornou a o cial. Daí a
desvalorização.

Se Macri não car esperto, a atual taxa de câmbio pode encurtar seu
governo.
RESPONDER

Isis Monteiro 28/03/2016 16:20

O governo Lula surfou na alta demanda por commodities em um estado que tinha as contas
públicas acertadas e in ação controlada.
Dentro deste cenário conseguiu investir em políticas públicas visando reduzir a desigualdade.
Caso o quadro mundial fosse outro, o governo Lula poderia ter sido interrompido em 2005 com
o estouro do mensalão.
RESPONDER

Brescia 11/11/2019 07:20

Exatamente. Em qualquer país sério, aquele caso (descoberto ainda no mandato)


sepultaria não apenas o Lula, como o próprio partido. Mas aqui no Bananil os partidos
podem declarar apoio à Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, FARC, desviar bilhões do banco
petrolífera estatal que continuam existindo e operando normalmente, ainda com fundo
partidário.
RESPONDER

Alexandra Moraes 28/03/2016 16:33

Na segunda metade da última década vivíamos a euforia do governo Lula e do boom de


commodities, que maravilhava o povo e encantava as elites internacionais. Ignorando que o Brasil
não parava de se desindustrializar, a revista "The Economist" transformou, em uma capa de
2009, o Cristo Redentor em um foguete com o título "Brazil Takes O ", "O Brasil decola",
enquanto nós, brasileiros, acreditávamos no conto de fadas dos Brics.
RESPONDER

Beth Prado 29/03/2016 22:17

Realmente vivemos uma grande ilusão na última década. As conquistas sociais começão a se
desfazer neste início de 2016.
Pensavámos que estavamos decolando,mas na realidade estavamos indo de cabeça ao encontro
de um muro.
O Brasil cresceu não em função de aumento de produtividade. O Brasil cresceu carregado pela

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 134/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

alta demanda da China.


Neste período poderíamos ter realizado as reformas estruturais, no entanto, camos passivos
em berço esplêndido.
Perdemos uma grande oportunidade
RESPONDER

Nine Fingers 30/03/2016 17:21

Um dia a história há de resgatar o real valor de uma administração competente, uída, que se
alinhou a países como o Irã para apoiar os projetos pací cos nuncleares, esse povo que tomou da
água boa agora se vira contra o grande timoneiro do ABC, a história é injusta, escrita
principalmente pela mídia golpista.
RESPONDER

Gustavo 04/04/2016 11:35

Leandro,

Perdoe-me minha ignorância, mas em relação aos manufaturados: neste grupo estão incluídos
commodities como minério de ferro? Ou algum tipo de commoditie?

Dei uma pesquisada rápida e me parece que fazem essa separação entre manufaturados e o
minério.

Gostaria de esclarecer esse pequeno detalhe, porque mesmo concordando totalmente com sua
análise, algumas pessoas ainda batem na tecla do minério de ferro, que a forte queda da venda
desta matéria prima causou um "efeito em cadeia" na economia brasileira.

Parabéns pelo texto!

Abraço.
RESPONDER

Leandro 04/04/2016 12:54

Ué, como assim? Se eu compro uma parte do espaço aéreo, a última coisa que iria querer
fazer seria permitir que apenas uma empresa aérea a utilizasse. Muito pelo contrário:
como estou em busca de lucro, iria fazer de tudo para que o máximo de empresas aéreas
utilizassem meu espaço. Quanto mais aviões sob o meu céu, mais dinheiro pro meu bolso.

Mesmíssimo raciocínio é válido para portos.

Apenas quem odeia lucro e dinheiro iria querer monopolizar esse espaço.

Não entendi muito bem a colocação. A queda no preço do minério de ferro, que afetou
toda a cadeia de produção relacionada a ele, foi causada majoritariamente pelo
fortalecimento do dólar.

Repetindo pela quarta vez: o minério de ferro é uma commodity global preci cada em
dólar. Se o dólar se fortalece, o preço do minério cai. Se o dólar enfraquece, o preço do

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 135/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

minério sobe.

Quando o dólar estava se enfraquecendo continuamente (período 2004-2011), o preço do


minério estava subindo continuamente. Esta subida contínua do preço do minério induziu
as mineradoras a fazerem vários investimentos voltados para expandir sua capacidade de
produção, pois elas acreditaram -- enganadas pela fraqueza do dólar -- que havia uma
demanda contínua e in nita por minério.

Porém, tão logo o dólar voltou a se fortalecer, o preço do minério desabou, e todo aquele
investimento na capacidade de produção acabou se revelando errôneo. Tais investimentos
levaram a um aumento da oferta em um momento em que os preços do minério já
estavam desabando.

Consequência: as mineradoras estão tendo de cortar custos, demitir e rever vários de seus
projetos expansivos.

Portanto, se há quem queira dizer que "a forte queda da venda desta matéria prima
causou um "efeito em cadeia" na economia brasileira", que o faça. Mas ao menos aponte
o dedo para a real causa desta "forte queda": o fortalecimento do dólar.

O mesmo dólar que, quando se enfraqueceu, foi o responsável pelo boom vivenciado pelo
setor.

Agora, se o cara quer reduzir toda a economia brasileira à venda de minério de ferro,
então é bom ele apresentar argumentos sólidos. Ele tem de mostrar que boa parte da
economia brasileira está centralizada em torno da produção de minério de ferro.

Obrigado pelas palavras e grande abraço!


RESPONDER

Gustavo 04/04/2016 13:29

Valeu pela resposta Leandro!

Não sei se você concorda, mas discutir economia ultimamente (ou desde sempre)
requer uma paciência de Jó. As pessoas acreditam que qualquer tipo de argumento
é válido, uma espécie de relativização das leis econômicas, ou algo do tipo.

Chegou ao ponto de, após apresentar seu texto a um colega, ele me respondeu
assim: "Pouco me importa, o que vale é que a economia cresceu no governo do
Lula."

Fica difícil...
RESPONDER

Alexandra Moraes 26/04/2016 13:40

Gustavo, realmente está muito difícil discutir economia. Diria que mais
complicado ainda é discutir política. Alguma pessoas parecem que
perderam a lucidez e não conseguem ver o óbvio. Está muito difícil mesmo.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 136/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Isis Monteiro 04/04/2016 20:16

O governo Lula teve um grande crescimento porque o mundo cresceu. O Brasil surfou na onda de
exportações de commodities com altos volumes e preços.
Este crescimento não foi devido à alguma ação ou reforma que o governo tenha feito.
Simplesmente acompanhamos o crescimento mundial.
RESPONDER

Isis Monteiro 04/04/2016 22:41

Meu Deus!
Em 2007 viviamos uma grande euforia. A economia bombando, teríamos copa do mundo em
2014 e olimpiadas em 2016. O Brasil parecia que deixaria para trás a promessa de "País do
Futuro" para se tornar "O País do Presente".
Que desilusão. Hoje em 2016, encontramos em uma situação pré-falimentar. O estado está
quebrado. Crescemos 0,1% em 2014, -3,7% em 2015 e a expectativa é repetir em 2016 os -3,7%.
RESPONDER

Isis Monteiro 19/04/2016 14:49

O Brasil se perdeu em 2.009 com a nova matriz economica que aumentou as distorções,
aumentou os problemas scais e foi a origem próxima da crise.
Aumentaram subsídios a certos setores, os preços da eletricidade e da gasolina foram congelados,
o governo adotou uma nova forma de cálculo do salário mínimo, aumentou a proteção a certas
indústrias.
A nova matriz economica passou a ignorar a disciplina scal.
Estes foram os pontos que nos levaram ao atual cenário de quebradeiras.
RESPONDER

amauri 26/04/2016 19:38

Boa tarde Leandro!


Meirelles cogitado para fazenda. Os EUA não estão em guerra.
Pergunto:
O que pode ser feito para o Brasil avançar

Grato
RESPONDER

Leandro 26/04/2016 22:24

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1984 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=1984)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2055 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2055)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2304 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2304)
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 137/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Isis Monteiro 27/04/2016 16:36

O Brasil precisa de uma reforma profunda. Precisamos reagir. Enquanto carmos apenas
observando o que nossos governantes fazem, estaremos perdidos. Reação é a palavra. Precisamos
ir para a rua. Precisamos encher a caixa postal de nossos representantes, precisamos apoiar
abaixo assinados. Reclamamos mais nos encontramos em uma passividade total. Somente agora
parece que estamos despertando. Enquanto não participarmos, viveremos no eterno descalabro.
RESPONDER

Alexandra Moraes 27/04/2016 17:16

A nova matriz economica utilizada nos últimos anos fez com que nossa economia entrasse em
uma estagnação profunda. Esta política economica forjada no governo Lula e Dilma foi bastante
danosa ao crescimento do Brasil. Em 2014, crescemos 0,1%, ou seja, nada. Em 2015, decrescemos
3,7%. A previsão para 2016 vai de -3,8% a -6%. Em 2017, vários economistas apuram zero de
crescimento.
Durante um bom tempo tivemos uma grande ilusão: renda, redução da desigualdade, melhora na
educação, Bolsa família....
No nal veri camos que a conta será bastante salgada e que durante muito tempo teremos que
arcar com ela.
RESPONDER

Edson 19/05/2016 14:08

Parabéns pelo artigo, Leandro! Foi muito esclarecedor. Acabei de conhecer esse site e pretendo
retornar mais vezes. O assunto é muito interessante e você conseguiu explicar de forma que até
leigos pudessem entender. Obrigado.
RESPONDER

Fã do Leandro Roque 21/05/2016 15:59

Artigo lendário.
RESPONDER

Alef Adiglerdan 31/05/2016 19:17

Excelente artigo, tão bom que até inspirou o tema do meu TCC, hahaha.
RESPONDER

Leonardo furtado 06/09/2016 22:02

Leandro,
Consegue explicar melhor o por quê isso acontece... "Todas as commodities (de minério de ferro
a petróleo) são preci cadas em dólar. Sendo assim, sempre que o dólar está fraco, os preços das
commodities estão em alta, e vice-versa. Sempre"

Fiquei confuso
Obrigado
RESPONDER

Leandro 06/09/2016 22:39

Questão básica de economia: se uma moeda está fraca, você precisa de mais dessa moeda
para comprar o mesmo tanto de um bem. Se o dólar está fraco, você precisa de mais

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 138/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

dólares para comprar o mesmo tanto de antes. Se o dólar se fortalece, você precisa de
menos dólares para comprar o mesmo tanto de antes.
RESPONDER

Gabriel Medeiros 07/09/2016 02:25

Leandro, com o real se fortalecendo frente ao dólar, a tendência é que o preço


das commodities suba?
RESPONDER

Leandro 07/09/2016 12:41

Depende. É o real que o está se fortalecendo ou o dólar que está se


enfraquecendo?

Se for o segundo, então os preços em dólar das commoditites irão subir. Se


for o primeiro, então os preços em dólar das commodities carão na
mesma.
RESPONDER

Gabriel Medeiros 07/09/2016 13:03

Você não acha de que a moeda brasileira, por o Brasil ser uma
potência no quesito das commodities, e não apenas o dólar, tenha
uma in uência grande neste preço?
RESPONDER

Leandro 07/09/2016 17:18

Infelizmente não. O dólar é que é a moeda internacional de


troca, e não o real. As commodities são cotadas em dólar e
negociadas nas bolsas em dólar, e não em real. São as
cotações em dólar que comandam, e não em real. Os
produtores brasileiros são tomadores de preço, e não
determinadores de preços.
RESPONDER

Murilo Zortéa 25/09/2016 16:06

Os presidentes americanos, sejam eles republicanos ou democratas, a primeira vista cam


surpreendidos e encantados com o "cara", pois eles não sabem da estratégia petista de pedir
dinheiro aos ricos, pedir votos aos pobres e no nal enganar a ambos.
RESPONDER

Yonatan Mozzini 26/10/2016 14:46

"Há muita confusão a respeito do boom das commodities ocorrido na década passada. Sim, a
China in uenciou bastante, mas o papel do dólar foi decisivo. O boom das commodities está
intimamente ligado ao dólar fraco."

Leandro, eu resolvi fazer uma regressão linear simples entre o dólar comercial amplo (Trade
Weighted U.S. Dollar Index: Broad, no FRED St. Louis) e o petróleo brent (Crude Oil Prices: Brent
– Europe, no FRED St. Louis), desde exatos cinco anos atrás até hoje, o que contou com 1243

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 139/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

observações (dias). Na verdade, não cheguei a fazer outros testes (como autocorrelação,
heterocedasticidade, e por aí vai), mas só a conclusão do R2 ajustado foi impressionante, no valor
de 0,9572.

Considerando que o preço do brent é a variável dependente do modelo (que vem da simples
lógica e bom senso, dado que a própria cotação do petróleo é em dólar) e o índice do dólar amplo
é a variável independente, pode-se concluir que 95,72% do preço do brent é explicado pela
oscilação cambial do dólar em relação às outras moedas do mundo.

Ou seja, essa estória da demanda da China ou mesmo dos países emergentes que zeram
explodir o preço do petróleo possivelmente é uma mera consequência do dólar fraco. De fato, o
dólar fraco faz com que esses países tenham mais acesso à moeda internacional de trocas, o que
também ajuda a impulsionar a demanda pelas commodities.

Os outros 4,28% suponho que sejam explicados por fatores como leves utuações de oferta e
demanda que não estejam relacionadas à força do dólar em relação às outras moedas do mundo
(como foi o recente caso do acordo da OPEP com o Irã; como a mudança do gosto do consumidor
e por aí vai...). Interessante que são coisas que a mídia alerdeia, mas que do ponto de vista
técnico são desprezíveis.

Realmente, sua a rmação está lastreada em testes empíricos.


RESPONDER

Leandro 26/10/2016 20:52

Mas essa é uma das relações mais óbvias e explícitas da economia. Ela é tão óbvia que
pode ser observada até mesmo diariamente.

E não poderia ser diferente. É pura lógica econômica. Se uma moeda enfraquece
(fortalece), o preço de um produto globalmente transacionado nessa moeda encarece
(barateia).

Obrigado pelas palavras e grande abraço!


RESPONDER

PepePoa 11/11/2016 10:47

Artigo do Leandro na página ultra esquerdista Brasil 247. Se me contassem eu não acreditava!

www.brasil247.com/pt/colunistas/leandroroque/197877/O-que-realmente-permitiu-o-grande-
crescimento-econ%C3%B4mico-brasileiro-da-%C3%BAltima-d%C3%A9cada.htm
RESPONDER

Leandro 11/11/2016 12:06

Isso queima minha imagem. Queima mais que a foto minha que escolheram.
RESPONDER

WDA 11/11/2016 13:27

Queima o lme mesmo! KKK Será que eles tiveram um lampejo de lucidez?!
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 140/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Marciano 11/11/2016 12:28

Ô loco, agora quei confuso.


RESPONDER

Jorge Pardim 23/05/2017 17:33

Parabéns pelo artigo!


Conteúdo muito bom de fácil entendimento!
Ps. A gramicultura também tem contribuido fortemente com o PIB nacional. Ultimas
novidades em:
www.agrogramas.com.br
RESPONDER

ademir junior 25/09/2017 12:05

Parabéns pelo artigo.

me ajudou a ter um esclarecimento sobre a época e que uma grande parte da população brasileira
acha que foi o presidente da época, ele só estava no momento certo e na hora certa. tirou
proveito disso tudo.

obrigado pela clareza no artigo.

att,
ademir jr.
RESPONDER

Leandro 10/10/2017 21:54

Eis um exemplo clássico de pesquisadores que miraram no que viram e acertaram no que não
viram.

www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1925872-o-surpreendente-peso-de-duas-variaveis-
externas-sobre-o-seu-voto.shtml (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1925872-o-
surpreendente-peso-de-duas-variaveis-externas-sobre-o-seu-voto.shtml)

"O bom desempenho em eleições e em índices de aprovação popular dos governantes de pelo
menos dez países latino-americanos – entre eles Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina
–, decorreram de dois fatores externos que fogem ao controle dos presidentes: a taxa de juros
dos Estados Unidos e o preço das commodities (produtos primários, como alimentos, petróleo e
minério).

Usando análises estatísticas, os dois pesquisadores veri caram o impacto desses índices nos
resultados eleitorais e nas pesquisas de popularidade dos últimos 30 anos em 18 países da
América Latina (…).

De acordo com a pesquisa, o eleitor premia com reeleição os presidentes que têm a 'sorte' de
governar em períodos da 'bonança econômica' promovida pela queda na taxa de juros norte-
americana e pelo boom das commodities, e pune os governantes que cumprem o mandato em
período com indicadores externos menos favoráveis."

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 141/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Acertaram ao dizer que a popularidade de presidentes latinos está relacionada ao preço das
commodities, mas se esqueceram do "pequeno" detalhe de que o que determina o preço das
commodities é o dólar.

Commodities são mundialmente preci cadas em dólar. Logo, dólar fraco, commodities caras.
Dólar forte, commodities baratas.

Consequentemente, o que determina a popularidade de presidentes latino-americanos é um


dólar barato, o que permite expansão do crédito sem imediatas pressões in acionárias. (Vide
artigo acima).

E nada tem a ver com os juros americanos. Durante Lula, os juros americanos chegaram a 5,25%,
e durante Dilma chegaram 0,25%. Por essa "lógica" dos pesquisadores, era para Dilma ter sido
campeã de aprovação.

Eis o problema de querer fazer empiria sem dominar a teoria.


RESPONDER

Fernando 24/01/2018 15:30

O Molusco não pode voltar: "...E se não existir banco público, o Brasil vai car na mão de banco
privado e se car só banco privado eles não vão ter nenhum interesse de fazer política de
desenvolvimento que somente o Estado é que tem competência pra fazer".
RESPONDER

Getulio 24/01/2018 15:40

O "curioso" é que não há bancos estatais nos países mais desenvolvidos do mundo. Aliás,
nem nos escandinavos. Suécia e Dinamarca, por exemplo, não têm bancos estatais. Pela
lógica, devem ser países de quarto mundo.
RESPONDER

anônimo 24/01/2018 17:24

Há bancos estatais em quase qualquer país do mundo. O que não há nos países
escandinavos são bancos de desenvolvimento, como o BNDES.

Bancos estatais não são um problema tão sério, é uma das formas do governo
conseguir receitas oferecendo serviços junto a outros bancos. O verdadeiro
problema são os juros subsidiados oferecidos por alguns bancos (quase sempre
estatais). Isso distorce a economia e tira impostos dos pobres para dar para a
empresas ricas já com muitos recursos.
RESPONDER

Economista 24/01/2018 17:54

Errado. Na maioria dos países ricos não há bancos estatais. Suécia,


Dinamarca e Finlândia não têm nenhum. Nos EUA, há um banco estadual
na Dakota do Norte (boa sorte em provar que o país enriqueceu por causa
dele).

Agora, países esculhambados como Brasil, Argentina, Portugal, Espanha,

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 142/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Itália e Rússia, ah, esses realmente têm bancos estatais.

Dito isso, eu até concordo que o problema maior é a ingerência política e os


juros subsidiados. Mas, ora, é exatamente para isso que se criam bancos
estatais. Se um banco estatal passasse a operar exatamente como opera um
banco privado (captando dinheiro no mercado e emprestando a taxas de
mercado), então ele não teria motivo nenhum para ser estatal.

P.S.: Nada irei comentar sobre a ingenuidade de acreditar ser possível haver
bancos estatais livres de interferência política.
RESPONDER

anônimo 24/01/2018 19:27

O Banco da Suécia não é estatal? Aproximadamente 10% dos


empréstimos advém dele.
RESPONDER

Economista 24/01/2018 20:57

Qual, este? Privado.

en.wikipedia.org/wiki/Swedbank
(http://en.wikipedia.org/wiki/Swedbank)
RESPONDER

anônimo 24/01/2018 22:31

Esse aqui:
pt.m.wikipedia.org/wiki/Sveriges_Riksbank

Ele também concede empréstimos.


RESPONDER

Economista 25/01/2018 02:33

Ô, cidadão! Esse aí é o Banco Central da Suécia!


Não é um banco comercial, mas sim o Banco
Central! E funciona como qualquer outro BC do
mundo (e não, ele não faz empréstimos para
empresas ou pessoas físicas).
RESPONDER

marcela 24/01/2018 18:26

Se zerem o que o Leandro Roque disse e


fecharem o BNDES parece que nao vai fazer
muita
falta:www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-
constantino/artigos/bancos-privados-
ocupam-espaco-de-bndes-conforme-
liberais-previram/.Detalhe que o dólar tá
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 143/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

enfraquecendo e o barril de petróleo já tá


em $70 dólares.Quem vai surfar nessa nova
onda que se avizinha?
RESPONDER

Alexandre Schmitt 24/01/2018 19:33

Não entendi sobre a soja. Ela é cotada a dólar, mas sua produção é interna, dessa maneira a
cotação do dólar não seria irrelevante para o produto?
RESPONDER

Economista 24/01/2018 20:56

Pelo visto você se esqueceu do fator exportação. Com dólar barato (2004-2011), não é
tão interessante exportar. Daí aumenta a oferta de soja no mercado interno, e seus preços
cam mais contidos.

Já com o dólar caro, torna-se atrativo exportar, o que reduz a oferta de soja no mercado
interno, empurrando os preços para cima.

Veja aqui uma notícia de 2015, auge do dólar caro: exportação recorde para a China.

g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/09/importacao-de-soja-do-brasil-
pela-china-sobe-275-em-agosto-20150921094006975551.html
(http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/09/importacao-de-soja-do-
brasil-pela-china-sobe-275-em-agosto-20150921094006975551.html)

RESPONDER

marcela 24/01/2018 19:39

Que os moderadores não se irritem se eu falar só mais uma vez.É que o cenário do artigo aí de
cima está de volta mesmo:istoe.com.br/ouro-sobe-com-dolar-mais-fraco-e-possibilidade-de-
guerra-comercial/.Vai lá Bolsonaro ganha a eleição e vira deus!
RESPONDER

Dorival 24/01/2018 20:18

Antes de mais nada, eu sou completamente leigo, mas sigo o site pois procuro conhecimento
relacionado a economia. Então por favor, caso eu diga alguma besteira muito grande tentem não
criar um ódio mortal por mim.

Como a matéria mostrou no início, ao que parece as escolhas que o Ex Presidente Lula e sua
equipe zeram foram acertadas no primeiro momento, o que surpreendeu o mercado de maneira
positiva gerando uma certa estabilidade econômica. Com isso veio o aumento do crédito, mas aí
que está. Até que ponto o aumento do crédito bancário é bene ciário? Pois na visão de alguém
leigo como eu ca parecendo que ele é bené co apenas no primeiro momento, pois conforme os
bancos emprestam e endividam a população, mais complicada ca a situação a médio e longo
prazo. Então como estabilizar a economia e gerar aumento de crédito ao mesmo tempo que se
controla a quantidade de dinheiro real e/ou virtual e endividamento? Tudo isso a médio e longo
prazo não acaba desvalorizando a moeda? Como se evita que isso ocorra para manter uma moeda
forte?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 144/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Nas próximas eleições eu não enxergo nenhum candidato apto o su ciente nem sequer pra
nomear uma equipe econômica que seja vista de forma positiva pelo mercado. E mesmo que o
faça e consiga uma certa estabilidade inicial, assim como Lula conseguiu nos primeiros meses,
eu, leigo que sou, não sei quais seriam os próximos passos que a equipe teria de tomar para que
o Brasil saia desse looping que parece ocorrer desde sempre.

Por favor, não me enxerguem como um Petista, não sou, sou apenas alguém que vê o cenário
atual e futuro de forma negativa buscando entender o que seria necessário acontecer para que eu
consiga enxergar o futuro do nosso país de forma mais positiva.

Poderiam me indicar algum artigo no site que julguem serem úteis para responder a minha
dúvida?

Muito obrigado.

RESPONDER

Leandro 24/01/2018 21:05

Dorival, as suas colocações estão corretíssimas. Nada a acrescentar em termos teóricos.

Quanto à sua pergunta:

"Então como estabilizar a economia e gerar aumento de crédito ao mesmo tempo que se
controla a quantidade de dinheiro real e/ou virtual e endividamento? Tudo isso a médio e
longo prazo não acaba desvalorizando a moeda?"

Na verdade, esta estabilização já foi feita. E foi dolorosa. Leia todos os detalhes aqui:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2694 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2694)

Acabamos de sair de um ciclo econômico completo e estamos prontos para entrar em


outro. Já há um grande espaço para a expansão do crédito voltar, até porque o
endividamento da população diminuiu (voltou ao nível de 2011
(http://s18.postimg.org/wkis3izix/endividamento.png)) e os juros caminham para um
prolongado período de baixa.

RESPONDER

Dorival 25/01/2018 01:58

Poxa Leandro, obrigado. Lerei com atenção.


RESPONDER

Gabriel 25/01/2018 19:42

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 145/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

"Pois na visão de alguém leigo como eu ca parecendo que ele é bené co apenas
no primeiro momento, pois conforme os bancos emprestam e endividam a
população, mais complicada ca a situação a médio e longo prazo. Então como
estabilizar a economia e gerar aumento de crédito ao mesmo tempo que se
controla a quantidade de dinheiro real e/ou virtual e endividamento? Tudo isso a
médio e longo prazo não acaba desvalorizando a moeda? Como se evita que isso
ocorra para manter uma moeda forte?"

Um crescimento econômico sustentável - e em especial o crescimento do crédito -


tem como base a poupança. Se o crédito se expande sem o correspondente em
poupança, signi ca que a economia está entrando em um ciclo econômico (boom
and boost). Inicialmente, e por um tempo, a renda e os empregos aumentam,
depois empregos e renda caem.

Sugiro a leitura dos seguintes artigos:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1222

www.mises.org.br/Article.aspx?id=487

RESPONDER

Dorival 25/01/2018 23:43

O artigo que o Leandro me indicou é magní co! Acredito que nalmente


consegui entender com clareza o quão irresponsáveis foram as atitudes da
antiga administração. E agora com a sua resposta e mais estas indicações
eu tenho certeza que conseguirei compreender alguns passos fundamentais
para um crescimento sustentável.

Muito grato a você, Gabriel.


RESPONDER

Gordo Capitalista 25/01/2018 09:58

Com 200 milhões de habilitantes, o Brasil precisa ter um PIB de 15 trilhões de dólares, para ser
considerado um país
rico.

Ou seja, teríamos que crescer próximo à 10% por mais de 20 anos. Precisamos produzir 10 vezes
mais com a mesma população.

Quem vai fazer o nosso povo trabalhar para produzir 10 vezes mais ? Será que tem infraestrutura
para produzir 10 vezes mais ? Como é que iremos produzir 10 vezes mais sem poupança, sem
educação, sem infraestrutura e sem livre mercado ?

A questão é mais simples do que parece. Temos que produzir 10 vezes mais com a mesma
população, sem in ação e com uma população idosa crescendo a cada dia.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 146/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

RESPONDER

Andre 25/01/2018 13:38

Exagerou na conta, um PIB nominal de 15 milhões de dólares para 200 milhões de


habitantes dá uma PIB per capita de US$75.000 por ano, maior que o de EUA, Alemanha
e Japão.
Os estágios mais modestos do desenvolvimento são por volta de US$20.000 por
habitante por ano, como em Portugal e Rep. Checa, número totalmente factível que até
países que saíram do comunismo conseguem, resulta em um PIB de uns 4 trilhões de
dólares, pouco mais do dobro dos atuais 1,79 trilhões, dobrar o PIB em 15 anos não é nada
de outro mundo, principalmente em bônus demográ co.
Numericamente o futuro do Brasil é brilhante, mas olhando mais atentamente nosso
conjunto de leis, nosso povo bestial e a elite vivendo do aparato estatal enquanto
governam e executam burocracia de maneira atroz revelam um futuro sombrio.
RESPONDER

Gordo Capitalista 25/01/2018 16:51

A parte mais difícil é fazer a população produzir de 10 a 15 vezes mais. A política é


difílcil, mas com apoio se faz em pouco tempo e não é muito trabalhoso.

Colocando os excluídos pelo salário mínimo no mercado de trabalho já ajuda


muito. Aumentando a idade de aposentadoria também ajuda muito. Também
podemos facilitar um pouco retirando a burocracia.

Mesmo fazendo algumas reformas, eu ainda acho que teremos produzir 10 vezes
mais. Uma boa parte pode vir por melhoria de qualidade.

Para a população ser rica, a renda precisa ser acima de 5.000 dólares por mês.
Menos que isso não paga nem as contas do mês.

RESPONDER

AGB 25/01/2018 18:25

Renda mensal de 5.000 dólares equivale a 60.000 anuais. Segundo a


paridade de poder de compra, esse número corresponde ao PIB per capita
dos EUA e supera o do Japão, Grã-Bretanha, França. A curto prazo, penso
que podemos atingir Portugal (30.000) ou Italia (38.000).
RESPONDER

Gordo Capitalista 26/01/2018 13:58

Bom, chegamos num consenso que o PIB precisa aumentar muito.

Também concordo que isso deve ocorrer em etapas. Não vai ser com
canetadas que o PIB vai ser multiplicado por 6 do dia para noite.

Porém, esses países entre 30K e 60K dólares são apenas

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 147/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

desenvolvidos. Os países ricos possuem PIB per capita acima de 60K


dólares.

Algumas mudanças burocráticas que iriam aumentar muito o PIB,


mas com certeza a cultura do povo precisaria mudar.

Não tem como car rico sem trabalhar e sem tentar fazer as coisas
com perfeição.

Também não podemos esquecer que na primeira nota que aparecer


na carteira, a esquerda vai tentar socializar.

O PIB acima de 60K é o objetivo e meta, mas faltam as ações que


irão nos permitir chegar nesse objetivo. As pessoas cam discutindo
muitas coisas, mas pouco dizem que o objetivo é ter um PIB per
capita muito alto. Crescer 3% ao ano não resolve o problema.
RESPONDER

Emerson Luis 06/02/2018 21:50

"Bom, chegamos num consenso que o PIB precisa aumentar


muito."

Não necessariamente.

O PIB é calculado a partir de pressupostos keynesianos: se o


governo gasta mais, o PIB sobe; se o governo gasta menos, o
PIB cai. Acontece que o governo/Estado não cria nenhuma
riqueza, ele apenas toma da sociedade/iniciativa privada.

Veja os vídeos do Raphael Lima (Ideias Radicais) sobre o PIB.

***
RESPONDER

Gordo Capitalista 25/01/2018 13:11

Não é difícil melhorar o país.

O problema é que os professores, jornalistas, políticos e muitos intelectuais são burros.

A mentalidade anti-capitalista condenou o povo à pobreza. Isso fechou milhares de empresas, ou


impossibilibou a abertura de outras milhares de empresas.

Não há alternativa. Nada vai resolver o problema, a não ser o PIB do país chegando em 15 ou 20
trilhões de dólares.

Esses doentes inventam bolsas, auxílios, isenções, subsídios, aposentadorias, serviços


grátis,beneces, vales, etc; que servem justamente para o povo párar de trabalhar, beber cachaça,
usar droga, cometer crimes, fazer carnaval; e todas as macaquices que costumamos ver no Brasil.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 148/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

A CLT é coisa de retardado. A CLT criou milhares de funcionários retardados, que só pensam em
mamar nas empresas.

Quando você escutar um professor, um jornalista, um político ou muitos intelectuais, saiba que
eles colocaram milhões de pessoas em estado de retardo mental.
RESPONDER

Agnes 25/01/2018 15:36

Qual a chance de o governo resolver o dé cit scal ? O que acontece se car tão alto por 1 ano
ou mais? Abraços
RESPONDER

Leandro 25/01/2018 17:30

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2828 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?
id=2828)
RESPONDER

anônimo 25/01/2018 18:01

Esse salafrário, Dilma e FHC destruíram as contas do governo portanto tem que ser punidos.
RESPONDER

Lopes 25/01/2018 18:46

Que nostalgia sinto por mais uma vez ver esse artigo.

Agradeço muito ao Leandro pelo seu exímio trabalho (e também por or sua paciência de Sísifo
com a economia brasileira).
RESPONDER

Kropotkin 26/01/2018 02:01

Veja bem, não quero impor a verdade - sendo que tal coisa nem existe pra loso a, que não é
ciência, o que não é demérito, muita coisa foi conquistada sem esse tipo de entendimento e toda
forma de conhecimento merece respeito. Espero não ter parecido arrogante.

Coloquei do modo mais cientí co que pude e tentei suprimir ao máximo meu modo de ver o
mundo. Espero que consega hahaha, ainda somos humanos. As ciências humanas são idiográ cas
(trabalham com tendências e lógica) enquanto as ciências exatas são nomotéticas (trabalham
com normas calculáveis e inquebrantáveis). Nesse sentido, não se pode esquecer o revisionismo
dentro das humanas, trabalhar com conceitos de maneira epistemológica, não cometer
anacronismos e sempre requerer aos fatos, quanto mais próximo o estudo for da realidade - sem
cair no positivismo lógico - mais verdadeiro poderá ser.

Vamos a questão da divisão da liberdade em duas que já vi alguns de vocês libertários fazerem -
Liberdade absoluta e liberdade do indivíduo. Não há a necessidade dessa analogia, que mais
pareceu método a m de criar uma escola de pensamento - ocorre bastante isso. Liberdade com
preposição e um regente ou só advérbio não faz diferença. Liberdade no conceito do Aurélio é:
Poder de agir, no seio de uma sociedade organizada, segundo a própria determinação dentro dos
limites impostos por normas de nidas. E a vocês, eu digo, que no direito, na sociologia, na
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 149/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

loso a, na história, na antropologia existem diversos pesquisadores trabalhando esse ponto.


Veja os estudos em ética, poder e moral para mais informações sobre tal tema.

Do ponto da propriedade privada. Esse é o pulo do gato, caso se "assinar um contrato com um
tribunal que julga" então de modo algum pode existir propriedade privada sem estado-nação,
pois é um estado que com seu aparato de coerção social, o chamado, Monopólio da Violência
Legítima (MVL) realiza e mantem a propriedade privada. Vide John Locke e muitos outros pais do
pensamento liberal, sobre a ideia do contrato social, em que o estado serve para proteger a
propriedade privada e por isso ele protege as pessoas. Aliás, é sempre bom lembrar aos
defensores do capitalismo que o proprio Adam Smith diz:

"É injusto que toda a sociedade contribua para custear uma despesa cujo benefício vai a apenas
uma parte dessa sociedade". Ele NÃO estava falando sobre o Estado Democrático de Direito, mas
da velha aristocracia feudal detentora dos meios de produção.

Ele era um FORTE defensor do uso de impostos progressivos para custear programas sociais
como diz seu comentário: "Não é muito irracional que os ricos contribuam para a despesa
pública, não só na proporção de suas receitas, mas também em algo mais do que na proporção".

Ele era um grande critico da formação de carteis e oligopólios inevitáveis em um sistema


econômico sem regulamentação Estatal e Social: "As pessoas do mesmo comércio raramente se
reúnem, mesmo por alegria e diversão, mas a conversa termina em uma conspiração contra o
público, ou em alguma disposição para aumentar os preços".

Assim como o acumulo muito grande de poder pela propriedade privada: "Onde há uma grande
propriedade, há uma grande desigualdade. Para um homem muito rico, deve haver pelo menos
quinhentos pobres, e a a uência dos poucos supõe a indigência dos muitos. A a uência dos ricos
excita a indignação dos pobres, que muitas vezes são conduzidos pela vontade e inciados a
invadir suas posses. ".

Ele era CONTRA o acumulo de propriedade por saber que isso leva a uma desigualdade social e
seus problemas: "Sempre que haja uma grande propriedade, há uma grande desigualdade"

Ele NÃO ACREDITAVA NA VIRTUDE DO COMPORTAMENTO EGOÍSTA: "Quão egoísta é a


suposição do homem, há evidentemente alguns princípios em sua natureza, que o interessam na
fortuna dos outros, e tornam sua felicidade necessária para ele, embora ele não tire nada disto,
exceto o prazer de vê-lo".

E ele sabia que o empresario NÃO era capaz de servir ao bem publico EM NENHUMA SITUAÇÃO:
"O interesse dos empresários é sempre em alguns aspectos diferentes e mesmo opostos ao do
público ... A proposta de qualquer nova lei ou regulamentação do comércio que vem dessa ordem
... nunca deve ser adotada , até depois de ter sido longo e cuidadosamente examinado ... com a
atenção mais suspeita. Ela vem de uma ordem de homens ... que geralmente têm interesse em
enganar e até oprimir o público "

E ele era um critico ferrenho do materialismo: "O lho do pobre homem, que o céu tem em sua
ira, visitado com ambição, vai admirar os palácios para invejar. Ele trabalha toda sua vida para
superar seus concorrentes, apenas para encontrar o m de que os ricos não são mais felizes do
que os pobres nas coisas que realmente importam ".

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 150/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

O mercado e TODA ÉTICA ANCAP estão CONTRA A LIBERDADE EM QUALQUER ESFERA.

Caso fosse aplicado, do ponto de vista sociológico. É necessário compreender que Anarquismo e
Marxismo estão muito próximos nas análises sociais e diferem muito nos pragmatismos e na
atuação, tendo o mesmo berço (A Queda da Bastilha). Ainda que tenham se enfrentando no
passado e os primeiros foram caçados por Stalin na URSS, bem como foram atacados pelos
marxistas na guerra civil espanhola, e pelos fascistas da frente de Franco. O que mostra as
muitas frentes ideológicas que existem e que esquerda e direita respectivamente atacaram os
anarquistas. Mas onde se diferem? O Marxismo é muito metódico ao dizer que os povos
passariam por estágios, sendo estes diferentes Modos de Produção (MPs); o Modo de Produção
Comunista Primitivo (de sociedades coletoras, caçadoras, pescadoras), o Modo de Produção
Asiático (de reis com súditos em que tudo era do rei, como na Babilônia, na China, no Egito, na
Europa Meridional, podendo ocorrer em outros lugares), o Modo de Produção Feudal (da Europa
setentrional no sistema de Suserano e Vassalagem), o Modo de Produção Capitalista (onde ocorre
a separação entre proletários e capitalistas), o Modo de Produção Socialista (onde haveria no pós
revolução operária ou entrega livre dos meios de produção uma crescente estatização destes, um
governo único e a constante extinção do mercado, bem como da propriedade privada) e o Modo
de Produção Comunista (aqui com tudo já estatizado e não havendo mais classes sociais não
haveria por quê manter um governo e logo se extinguiria esta instituição também).

Os anarquistas discordam nessa passagem para o Comunismo. Eles argumentavam que Marx
tinha uma visão errônea de que o Socialismo fosse um sistema que levaria os homens ao
horizonte utópico e que a única maneira de conseguir tal fato é o método Anarquista.

Os anarquistas contradizem o marxismo quando apontam que o MP Socialista produziria um


estado bem mais onipotente e opressivo que o estado capitalista, baseado no fato da propriedade
estatal do conjunto da economia e que a sua burocracia sempre maior se negaria a desaparecer,
levando o povo a um novo meio de supressão da liberdade mais agressivo ainda. Diziam que já no
ato da revolução não poderiam permitir que se criasse um novo estado e que todas as coisas
fossem socializadas com o m de toda a riqueza ser igualmente distribuída entre todos os
trabalhadores. O próprio Piotr Kropotkin tem muitos trabalhos sobre como seria o mundo
anarquista. Com hospitais, escolas, empresas, fazendas etc. sendo todos de todos e enriquecendo
igualmente à todos, num modo de vida em que as pessoas iriam se organizar pelo diálogo e
receberiam tratamento igual visto que, teoricamente, não haveria desigualdade nesse mundo.

Os anarquistas que são críticos do pensamento marxista são: Proudhon, Bakunin (ele como o
maior nome a prevenir os absurdos da burocracia da URSS e sua capacidade opressiva) e Stirner.
Provavelmente existem muitos, mas não me lembro agora.

Até mais!?
RESPONDER

Sempre Mais do MESMO 26/01/2018 12:28

Rapaz, por isso ninguém entende o que é Liberdade:

"Liberdade no conceito do Aurélio é: Poder de agir, no seio de uma sociedade organizada,


segundo a própria determinação dentro dos limites impostos por normas de nidas."

Tal de nição é de uma IMBECILIDADE ATROZ!

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 151/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Liberdade como poder de agir é uma estupidez. Por exemplo:

- eu não sou livre para voar?


...Sou sim, eu não tenho é capacidade para voar.

- eu não sou livre para air por aí matando?


...Isso nada tem a ver com Liberdade, mas com DIREITO. Eu não tenho direito natural de
sair matando. A nal todos tem direito a SEU PRÓPRIO CORPO e MENTE (INDIVÍDUO) e
por tal esse direito NATURAL NEGA a todos os demais qq direito sobre INDIVÍDUOS
ALHEIOS.

Óbvio: não pode existir o mesmo direito de arbitrar sobre algo exercido por mais de uma
pessoa ao mesmo tempo. Questão de LÓGICA.

- Eu não sou livre para viajar pelo mundo?


...sou sim. Eu não tenho é capacidade nanceira para remunerar o trabalho alheio que me
permitirá fazê-lo. Ou seja, eu não produzi/tenho valor su ciente para remunerar o
trabalho alheio. ISSO NADA TEM A VER COM LIBERDADE.

LIBERDADE NÃO É O MESMO QUE POTÊNCIA (capacidade)

- Eu não sou livre para ler livros escritos em 10 idiomas diferentes?


...sou sim, mas não não domino 10 idiomas diferentes.

PORTANTO, SÓ IMBECIL pode anuir com tal de nição aberrantemente imbecil.

Ah! ...mas não é só:

A IMBECILIDADE é tamanha que ainda de ne como agir ..."segundo a própria


determinação dentro dos limites impostos por normas de nidas".

Pô, "segundo a própria determinação" NÃO COMBINA COM "dentro dos limites
impostos" ...TRATA-SE de AMBIGUIDADE.

A nal, ALGUÉM estabeleceu e IMPÕE LIMITES que PODEM SER ARBITRÁRIOS. Digo,
nessas "normas de nidas" NÃO HÁ MENÇÃO a DIREITO NATURAL e por tal são NORMAS
IMPOSTAS por quem tem PODER de IMPÔ-LAS ARBITRÁRIAMENTE.

Ou seja, essa de nição, signi cado, É DE UMA IMBECILIDADE ATROZ: é uma de nição
CHEIA de AMBIGUIDADES e por óbvio ARBITRARIEDADES.

Só imbecis para aceitarem tal de nição.


RESPONDER

21 26/01/2018 13:04

Utopia, do grego "ou", "não" ou pre xo de negação e "topos", "lugar", tem, como
signi cado secundário, um lugar que não é no agora, mas que pode ser construído no
futuro. A palavra é atribuída a tentativas de construir modelos socioeconômicos que não

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 152/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

existem no presente e nunca dariam certo.

Essa é minha forma de ver o mundo.


RESPONDER

gabriel batista 26/01/2018 16:04

bao tarde,

Uma dúvida que não compreendi. O Governo fez essas medidas de austeridades atraindo
investidores para o país, então houve a expansão de crédito.

Mas minha dúvida é porque ela ocorreu ? o juros eram baixos? o governo estimulou isso? e se foi
ele então essas medidas de austeridades serviram apenas para atrair os investidores?

muito obrigado.
RESPONDER

Autodefesa e Contra-revolução 27/01/2018 14:04

Aquela recomendação liberal de comprar armas para nos proteger do governo, nunca esteve tão
atual e realista.

Os políticos, funcionários públicos e militares gastam dinheiro sem nenhuma satisfação ao povo.

A grande mídia está toda comprada pelo governo. Muitos empresários sustentam o sistema
corrupto, em troca de beneces e isenções.

Empresários e trabalhadores são roubados pelo governo, sem nenhuma satisfação do ministério
público.
Serviços públicos são pagos, sem nenhum retorno ou satisfação do governo.

Não se trata de briga ideológica. Se trata do povo pagando e não recebendo nada em troca. Com
o mínimo de sanidade, já seria possível concluir que estamos sendo asssaltados.

A posse de armas só nos garantiria uma contra-revolução. Do jeito que está, eles só não fazem
revolução socialista porque não querem. Não podemos fazer igual a venezuelanos que combatem
a revolução socialista com pedras.

Se o governo e os militares já fazem tudo isso, só falta eles começarem uma revolução socialista.

O povo precisa aprender com os judeus. Cansamos de tomar surra do governo. Uma hora nós
iremos revidar.
RESPONDER

Veron 27/01/2018 18:17

Não fazem uma revolução socialista porque quase mais nenhum governo acredita no
socialismo marxista, o grande inimigo atual é a social-democracia e o corporativismo.

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 153/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

É muito mais fácil o mercado produzir as coisas e cientemente e o governo simplesmente


roubá-los e parasitá-los.
RESPONDER

Dória Desempregador 28/01/2018 14:00

Eu vejo o anarco-capitalismo como uma excelente ferramenta para empurrar toda


a opinião pública para a direita.

Isso é uma boa estratégia. Muita gente chama o centrão de extrema-esquerda.

Os ancaps zeram isso muito bem. Até quem defende o estado mínimo foi
chamado de socialista.

Concordo que Assistencialismo e desenvolvimento social são formas de socialismo.


Não é um socialismo completo, mas são formas de socialismo.

Também existe um erro conceitual na teoria libertária. Não signi ca uma defesa
irrestrita da liberdade. Signi ca que as pessoas não acreditam no governo. Muitos
libertários são contra as drogas e aborto, mas não acreditam no controle do
governo. É muito diferente da teoria da esquerda,mque defende a liberdade de
usar drogas e matas bebês.

Eu ainda acredito que o país será pior sem existir justiça. Por mais que exista uma
farra nos gastos da justiça, a situação poderia ser muito pior sem essa justiça
capenga estatal. A própria justiça pode permitir no mínimo 8 recursos. É como se
as duas primeiras instâncias não tivesse legitimidade. Porém, é melhor 8 recursos
e 4 instâncias do que nada.
RESPONDER

ROBSON WESLEY 27/01/2018 16:00

Leandro passo aqui pela mises só para ler seus artigos.

Como avalia o cenário "hoje", estamos diante de uma desvalorização do dólar perante as
principais moedas (EUR, GBO E JPY) e as commodities indicando o inicio de uma tendencia de
alta.

Estamos na iminência de uma alta volta aos anos das vacas gordas considerando toda conjuntura
mundial (Trump, d[olar em queda, commodities em alta)
RESPONDER

Maicon 28/01/2018 18:00

Robson. Ano passado o dolar desvalorizou 6% ante o yuan e os titulos americanos


pagaram 6%. Ou seja ferro de 5,2%, com essa redução dos impostos do Trump o de cit
vai aumentar ainda mais e com o aumento de 0,8 para 2% dos títulos o custo da dívida
vai ser 500 bilhões esse ano. Os principais donos de títulos americanos são os chineses e
europeu. É o m da liderança de um império que se manteve desde a segunda guerra.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 154/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Legalista 28/01/2018 16:09

Se alguém doar uma loja de material de construção para um socialista, a loja vira fumaça de
maconha.

Se doar para um liberal, vira um condomínio de casas.

Se doar para um conservador, vira uma loja lucrativa.

Se doar para um keynesiano, a loja vira um dívida.

Se doar para um comunista, a loja vira materiais espalhados que não servem para nada.

Se doar para um social-democrata, a loja vira uma casa sem telhado.

Se doar para um facista, a loja vira um monopólio.

Se doar para um progressista, a loja vira uma crise nanceira.

Se doar para um anarco-capitalista, a loja vira um condomínio fechado.


RESPONDER

Maicon 28/01/2018 17:51

A maior sacanagem do governo foi baixar as taxas de juros via medida provisória. Aí o
empreendedor viu uma oportunidade onde o custo do dinheiro baixou, o quanto ele iria pagar de
juros era menor que a in ação, ou seja, estava ganhando dinheiro. Isso fez com que milhares de
projetos engavetados voltassem para a mesa. Os próprios bancos já sabiam que o calote viria em
breve. Não deu outra, a empresa demorou 1 ano para car pronta, mais um ano para comecar as
vendas e quando chegou no mercado não havia mais clientes.
RESPONDER

LUCIANO SILVA 28/01/2018 19:11

Tentar explicar o artigo aos seguidores do INRI-Lula não é nada fácil. Podem-se apresentar
textos, números econômicos, exemplos práticos em que a própria pessoa vive ou aqueles vividos
por outras pessoas (Cubanos, Norte Coreanos, Venezuelanos, Bolivianos, Chineses e
Soviéticos/Russos) e nada. A fé no socialista bonzinho, aquele conhecido por "pai dos pobres",
que deu carro, casa, passagens de avião, faculdade e boletos de nanciamento para 30 anos,
segue inabalável. Para quem não pode desistir (mudar de país), é desanimador.
RESPONDER

Lucas 15/04/2018 18:59

Mas isso acontece porque sao ideias di ceis de explicar. Têm que passar por muitos temas
para compreender os impactos desses governos do pt: dolar, selic, sistema bancario, alta
do petroleo , da energia e da agua( no governo Dilma), etc. Coisas que demandaria horas
de explicacao , Principalmente se a pessoa nao tiver um conhecimento básico.
RESPONDER

21 29/01/2018 11:25

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 155/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

g1.globo.com/economia/noticia/entenda-a-reforma-de-trump-que-levou-empresas-a-subir-
salarios-e-criar-vagas-nos-eua.ghtml

Notícia ótima para ser jogada na cara de ofensores do livre mercado!


RESPONDER

Maicon 30/01/2018 01:18

Economia Americana é uma bomba relógio com essa taxa de juros subindo.
RESPONDER

Uberlândia 30/01/2018 09:52

O Trump deveria aproveitar o bom momento da economia americana por causa da


diminuição de regulações e impostos para resolver essa questão do FED.
RESPONDER

21 08/04/2018 21:01

Lembro quando postei a notícia, para a tristeza dos americanos o Trump é


um protecionista, não só a deles como a nossa que exporta.
RESPONDER

mateus 31/01/2018 13:33

Fiquei um pouco confuso na parte das commodities, " o enfraquecimento do dólar gera um
aumento nos preços do minério, e isso leva as mineradoras a expandirem seus investimentos."
por que o enfraquecimento do dólar gera um aumento nos preços, se ele são reajustados pelo
dólar, uma queda no dólar não iria diminuir seus preços?
RESPONDER

Leandro 31/01/2018 14:56

Não. Se uma moeda enfraquece, então você precisa de mais dessa moeda para continuar
comprando a mesma quantidade de bens.

Suponha que $1 compra uma banana. Logo, uma banana custa $1.

Agora, suponha essa moeda se desvalorize (porque foi in acionada ou por qualquer outro
motivo).

Logo, esse mesmo $1 não mais consegue comprar a mesma banana. Você vai precisar de
mais do que $ 1 para comprar essa mesma banana.

Se uma moeda enfraquece, todos os preços mensurados por ela sobem. Se a moeda está
fraca, então é necessário uma maior quantidade dela para adquirir o mesmo bem.

Se o dólar está forte, com 50 dólares você compra uma tonelada de minério de ferro. Se o
dólar está fraco, você precisa de 150 dólares para comprar esta mesma tonelada de
minério de ferro.
RESPONDER

anônimo 20/04/2018 22:34


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 156/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Gente que povo chato!


RESPONDER

Pensador Puritano 24/08/2018 13:55

Proponho ao IMB analisar os planos econômicos de todos os candidatos a Presidência de forma


isenta e sem induções,pois esta é a marca do IMB,isenção e imparcialidade em suas
análises,en m poderia a cada dia postar o plano de cada um e peço isto encarecidamente,pois
vocês tem um corpo técnico altamente gabaritado para fazerem estas análises tão importantes e
necessárias para nossa evolução pessoal e patrimonial.
RESPONDER

Ninguem Apenas 24/08/2018 16:14

Digamos que seja analisado um por um e seja eleito um melhor, quem vai garantir que
esse plano não será rasgado e feito algo completamente diferente após o indivíduo ser
eleito?

Ou melhor, porque acreditar minimamente que será diferente?


RESPONDER

Pobre Paulista 24/08/2018 16:20

Já eu, proponho que o Mises se mantenha longe de todo e qualquer debate político,
como sempre o fez em sua história.
RESPONDER

Jos%C3%83%C2%A9 Salom%C3%83%C2%A3o 24/08/2018 22:20

O próprio artigo cita que Lula, no primeiro mandato, fez exatamente o contrário do prometido
em campanha - para sorte do país - quem garante que o próximo presidente não fará o mesmo,
só que desta vez para inviabilizar de vez o Brasil.
RESPONDER

Jonas 25/08/2018 14:09

Teoria furada.
Como é que hoje, em julho 2018, a Selic está em sua baixa histórica e não está havendo uma
explosão do crédito e consequentemente do IPCA ? E agora não tem dólar baixo não, já passou de
R$ 4 !
Algo muito errado nessa análise !
RESPONDER

Bloch 25/08/2018 14:32

"Como é que hoje, em julho 2018, a Selic está em sua baixa histórica e não está havendo
uma explosão do crédito"

Não está havendo uma explosão do crédito porque ninguém tem con ança para endividar
e nem para investir. Sem con ança para endividar e investir ninguém toma empréstimos.

E não há a con ança para se endividar e investir por causa do turbulento cenário político,
o qual está afetando inúmeras variáveis econômicas, algo detalhadamente explicado aqui

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 157/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2694) e aqui
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2581).

"e consequentemente do IPCA?"

Ué, não está havendo explosão do IPCA exatamente porque o crédito está parado. Se
ninguém está tomando crédito, não está havendo aumento dos agregados monetários.
Exatamente por isso não há pressão in acionária.

Até agora, você apenas con rmou tudo o que foi dito no artigo.

"E agora não tem dólar baixo não, já passou de R$ 4 !"

Ué, exatamente como diz o artigo: dólar forte gera retração do crédito e dos agregados
monetários, impedindo o crescimento econômico.

Dólar fraco (era Lula) permite expansão econômica. Dólar forte (de Dilma pra cá) gera
retração do crédito e dos agregados monetários, impedindo o crescimento econômico.

"Algo muito errado nessa análise !"

Curiosamente, tudo o que você próprio disse simplesmente con rma exatamente o que
foi apresentado no artigo.

No popular, você deu um tiro no pé. Tentou criticar e acabou con rmando ainda mais o
que foi dito.
RESPONDER

Jonas 26/08/2018 01:11

Desculpe, sou iniciante, eu achei que a única variável que importava para
determinar a expansão ou retração do crédito fosse a taxa de juros. Então como vi
que a taxa de juros estava muito baixa, não consegui entender como não estava
havendo expansão. Você tem indicação de outras leituras a respeito dessa variável
"con ança" e outras ?
Obrigado
RESPONDER

Bloch 26/08/2018 15:11

Além dos dois artigos linkados em minha resposta acima (os quais você
deveria ler), tem também este:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943
(http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943)
RESPONDER

Lucas 25/08/2018 18:42

Sei que não é o assunto do artigo, mas entre Gustavo Franco (do João Amoêdo), Paulo
Guedes(Bolsonaro) e Pérsio Arida (Alckmin), qual destes é o ideal para o cenário brasileiro do ano

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 158/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

que vem ? Falo dos economistas apenas e não dos candidatos.


RESPONDER

Flávio 25/08/2018 18:50

De todos, o melhor é Paulo Guedes. Gustavo Franco vem em segundo, muito perto de
Guedes. Já Pérsio Arida é, de longe, o pior dos três. Mas ainda assim muito melhor que os
economistas do PT e de Ciro Gomes.
RESPONDER

Lucas 25/08/2018 19:07

Obrigado pelo comentário.

O Pérsio é o pior dos três por quê ?

Só para deixar claro,concordo com você,também acho o Paulo melhor.


RESPONDER

Flávio 25/08/2018 20:32

É social-democrata light. Quer tributar dividendos e alta renda. Acredita


em redistribuição e em maiores impostos para os mais ricos. Em pouco se
difere de um Ciro Gomes da vida.
RESPONDER

Lucas 25/08/2018 20:50

Entendi,obrigado mesmo.
RESPONDER

Shak 25/08/2018 23:37

Bom, tanto o Gustavo Franco quanto o Paulo Guedes


defendem basicamente as mesmas coisas. Porém, a diferença
entre os dois é o presidente que serve de suporte. De um
lado, o Paulo Guedes tem o Bolsonaro, que nunca na vida foi
um liberal e disse em entrevistas recentes que não
privatizaria o "estratégico" (seja lá o que essa merda
signi ca). Essa posição vai de encontro ao que defende o
Guedes, que é a favor de privatizar tudo. Já o Gustavo Franco
tem o Amoêdo, que nunca teve participação na vida política,
mas que a rma ser a favor do corte de gastos, privatizações
irrestritas, abertura comercial unilateral e etc. Na prática,
quase sempre os políticos não fazem o que dizem que vão
fazer. Até mesmo aqueles liberais, sempre mudam de ideia
depois que chegam ao poder. Não dá pra con ar. No mais, se
você está procurando em quem votar, vote em qualquer um.
Contanto que ele esteja disposto a fazer um ajuste scal pelo
lado das despesas, já está de bom tamanho.
RESPONDER

Bernardo 26/08/2018 02:24


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 159/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

A recente entrevista do Paulo Guedes na Globonews


foi sensacional. Primeira entrevista que eu vejo de um
cara que sabe fala, que sabe do que está falando e,
acima de tudo, sabe explicar. Recomendo muito.
RESPONDER

Paulo Henrique 28/08/2018 04:45

Amoedo, Bolsonaro, Ciro, Alvaro Dias. Todos


prometendo um modelo de capitalização para a
previdência. Evidentemente um ajuste scal passa
necessariamente pela previdência. Estão certos em
propor reformas no modelo.
Só que não é tão simples como esses candidatos
apresentam.A transição de modelo é muito
complicada. E manter o modelo atual , um dia,
invariávelmente, vai quebrar. Essa reforma
previdênciária, privatizações, vai depender do cenário
externo também..
Você aposta que nos próximos 4 anos não estoura
uma crise americana?

O Risco Brasil é alto. Não me surpreende o dólar estar


a 4,10 R$.. Minha vontade, para ser sincero, é sair do
país.
RESPONDER

Diego Costa 26/08/2018 12:10

Para esse país ter alguma esperança de


desenvolvimento em longo prazo, apenas um
liberal radical. Amoedo e Bolsonaro, na melhor
das hipóteses, irão recriar o cenário dos anos
90.

Não basta apenas reequilibrar as contas e


privatizar (por mais amplas que sejam as
privatizações), precisaria reestruturar
completamente o sistema jurídico criado por
Getúlio Vargas. E tal atitude é completamente
impensável num país com um histórico tão
estatista como o Brasil.
Se isso não for feito, daqui uma década
aparecerá mais um intervencionista e
novamente cometerá as mesmas cagadas

Nos EUA, precisou de mais de um século para a


situação car insustentável por conta do
estatismo, aqui em 10 anos a coisa consegue
car muito pior. Lá a vaca sagrada é o

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 160/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Complexo Militar Industrial, aqui a vaca


sagrada é o Funcionalismo Público.
RESPONDER

Paulo de Tarso 26/08/2018 13:00

Lucas,

Considerando que tantos economistas mentiram


(http://www.sciencedirect.com/science/article/p
por mais de um século sobre como a maior parte
incluindo os citados, continuam mentindo sobre
menos importantes, tais como "dé cits" (são se
realidade, depende) "dívida pública interna" (es
realidade não está e, conceitualmente, sequer é
(aumentam por conta do dé cit, quando na real
(sustentam o governo, quando, na realidade, o g
impostos e de dívida para saldar seus compromi
local), o ideal, meu ver, nenhum deles. A opção
(e o economista que ele vier a escolher) que, pel
crítico e tem experiência real de governo. Em se
também tem experiência real.
RESPONDER

Paulo Henrique 30/08/2018 02:16

Caro, não sei se eu estava no mundo da lua


todo esse tempo , mas, como assim a dívida
publica interna não esta descontrolada?

Seria interessante compreender o que você


quer dizer com isso..
RESPONDER

Paulo de Tarso 01/09/2018 19:55

Paulo Henrique,

O que eu disse foi que "dívida pública


interna" (está descontrolada, quando, na
realidade não está e, conceitualmente,
sequer é uma dívida) ".

Para responder seria necessário ter um


entendimento comum sobre o que é "dív
pública interna" e o que signi ca
"descontrole".

"Dívida pública interna" não é uma dívida


É apenas o somatório de títulos do tesour
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 161/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

de posse do mercado (bancos, fundos de


pensão, investidores, etc...).

Estes títulos são emitidos como resultado


da gestão da política monetária. Mais
precisamente, quando o governo efetua u
gasto, ocorre um aumento de reservas qu
resulta em queda de juros no interbancári
Para manter a taxa de juros dentro da
meta, o Tesouro/BC vende títulos,
neutralizando a queda. Equivale à
transferência de dinheiro em uma conta
corrente para uma conta poupança que
rende juros. Ou seja, "dívida pública
interna" é poupança, não é dívida.

Não é dívida porque o governo não depen


desse dinheiro para pagar suas contas. O
único compromisso que o governo assum
de pagamento dos juros. Este pagamento
feito como qualquer outro pagamento do
governo, criando dinheiro do nada. Como
governo tem capacidade in nita de criaçã
de dinheiro, não há risco do governo não
pagar os juros.

Se não é dívida e não há risco de não


pagamento dos juros, não pode haver
"descontrole". A palavra não tem nem
sentido no contexto que estamos
discutindo.

O que pode estar "descontrolado" é talve


o total de gastos do governo? Mas o que
signi ca descontrole? Gastos não previsto
no orçamento? Gastos em serviços de má
qualidade?
RESPONDER

Cristiane de Lira Silva 26/08/2018 19:12

Ainda estou tentando entender o "gente que povo chato!" nos comentários. Se fosse aqueles
textos conservadores sobre moralidade eu teria dito a mesma coisa, mas usando meu nome
verdadeiro.
RESPONDER

Danilo Henrique Montuan 28/08/2018 13:24

Sem dúvidas um artigo muito bem escrito e uma tese muito bem explicada. Isso signi ca que ela
está correta? Não sei. Será que as premissas estão corretas? Se não estiverem, todo o "prédio"
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 162/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

desmorona.
Eu não acho economia um assunto complicado. Acho que quem torna ela complicada são os
economistas ortodoxos e toda a matemática que eles manipulam à vontade para provar o que
quiserem com base em premissas questionáveis.
Vejamos. Porque não atribuir à grande expansão econômica do país no período mencionado à alta
do poder de consumo graças ao investimento nos programas sociais? Porque não atribuir ao
acesso massivo das classes mais baixas às universidades e a quali cação do mercado? Porque não
atribuir ao pagamento da dívida externa com o FMI e a retomada da nossa independência?
Porque não atribuir à política de coalisão do Governo Lula, que conseguiu unir todas as classes
em um mesmo propósito, gerando ambiente político propício para retomada da con ança e dos
investimentos? Por que não atribuir à massiva expansão de crédito promovida por políticas
públicas BNDES? Por que não atribuir aos investimentos em infraestrutura no Nordeste?
Precisa mesmo dar toda essa volta intelectual para tirar o mérito das políticas estatais voltadas
para o investimento social, que fez o Brasil alçar a 7° maior economia do mundo, só pra defender
a tese liberal?

Talvez o fato de eu não ser economista me torne "incapacitado" nessa discussão, contudo, meu
bom senso anda está preservado no sentido de que se houve alguma coisa que fez o País crescer
no período mencionado, foi o investimento no ser humano e a inclusão do pobre no orçamento
público.

RESPONDER

Observador 28/08/2018 13:52

"Porque não atribuir à grande expansão econômica do país no período mencionado à alta
do poder de consumo graças ao investimento nos programas sociais?"

Programas sociais retiram dinheiro de uns e repassam a outros. por de nição, isso não
pode elevar o consumo geral, mas apenas o consumo de alguns em detrimento de outros.

De resto, se políticas sociais fossem essa quimera, então nunca mais o país entraria em
recessão. E vale lembrar que o valor do bolsa-família só fez aumentar de lá para cá.

"Porque não atribuir ao acesso massivo das classes mais baixas às universidades e a
quali cação do mercado?"

Igualmente, se essa fosse a causa, não mais haveria recessão no país, pois hoje teríamos
uma mão-de-obra muito mais quali cada que a de dez anos atrás. No entanto, a
realidade é inversa: a qualidade da mão-de-obra piorou. Isso simplesmente aniquila seu
ponto.

A produtividade no Brasil é pior hoje do que era em 1994. Entenda por quê"

www.gazetadopovo.com.br/ideias/a-produtividade-no-brasil-e-pior-hoje-do-que-era-
em-1994-entenda-por-que-9tllryugr6e6esi5gu8huum2d

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 163/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

(http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/a-produtividade-no-brasil-e-pior-hoje-do-
que-era-em-1994-entenda-por-que-9tllryugr6e6esi5gu8huum2d)

"Porque não atribuir ao pagamento da dívida externa com o FMI e a retomada da nossa
independência?"

A dívida com o FMI foi paga em 2006 e os juros dela eram ín mos. Já o resto da dívida
externa nunca foi quitado. O que houve, isso sim, é que o Banco Central de Henrique
Meirelles acumulou reservas internacionais em um volume maior do que a dívida externa.
Pesquise antes de car repetindo factóides.

De resto, se a quitação de uma dívida com o FMI impulsiona a economia, não era para ter
havido a brutal recessão de 2015-2016.

"Porque não atribuir à política de coalisão do Governo Lula, que conseguiu unir todas as
classes em um mesmo propósito, gerando ambiente político propício para retomada da
con ança e dos investimentos?"

Neste quesito, você está apenas repetindo o que disse o artigo: retomada da con ança e
dos investimentos foram tópicos extensamente abordados no texto.

"Por que não atribuir à massiva expansão de crédito promovida por políticas públicas
BNDES?"

Para começar, a expansão estatal do crédito também foi algo amplamente abordado no
artigo (está parecendo que você não leu). Em segundo lugar, tal expansão começou
realmente apenas em 2009 e foi até 2015. Já o crescimento econômico acabou em 2011.

Portanto, sua simples correlação está errada.

Ademais, embora traga consequências positivas no curto prazo, a expansão do crédito


estatal gera consequências nefastas no longo prazo, como também explicado no artigo
(você realmente o leu?).

Artigo inteiro sobre o BNDES:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2407 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2407)

"Por que não atribuir aos investimentos em infraestrutura no Nordeste?"

Quais? Quase todas as obras foram interrompidas e não foram terminadas. E por que
investimentos localizados no nordeste fariam o Brasil crescer por quase 10 anos seguidos?

"Precisa mesmo dar toda essa volta intelectual para tirar o mérito das políticas estatais
voltadas para o investimento social, que fez o Brasil alçar a 7° maior economia do mundo,
só pra defender a tese liberal?"

Ah, tá, agora entendi o seu ponto. Você é apenas um ideólogo cegado pelo fanatismo
político-partidário. Para você, a economia não obedece a leis, mas sim a ditames emitidos

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 164/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

por um demiurgo no Palácio do Planalto. Para você, quem faz a economia crescer é um
político (desde que ele seja do seu partido de estimação, é claro), e não empreendedores e
investidores.

São exatamente pessoas com essa mentalidade de torcida (e de completa ignorância


econômica) que levaram o Brasil para o bueiro.

Sabe de uma coisa? Lula, de fato, teria tudo para ser o "Imperador do Brasil". Tudo o que
ele precisava fazer era manter a mesma política econômica ortodoxa que adotou no
período 2003-2007, e parar de car fazendo arranca-rabo de classes, com seus discursos
virulentos e raivosos (os quais, felizmente, ele próprio nunca colocou em prática). Se ele
mantivesse a política econômica ortodoxa de 2003-2007 e fosse um sujeito moderado
em seus discursos e provocações, estaria no poder até hoje. Não haveria oposição porque
simplesmente não haveria no que bater, nem à esquerda e nem à direita.

No entanto, ele cometeu o mesmo erro que você: cou inebriado com as conquistas de
Henrique Meirelles e começou a achar que tudo era mérito exclusivo dele (Lula) e que
todos os outros não prestavam. Felizmente, saiu de cena.

"Talvez o fato de eu não ser economista me torne "incapacitado" nessa discussão"

Agora, sim, falou tudo. Parabéns.

RESPONDER

Felipe Lange 28/08/2018 13:42

Leandro, eu te perguntei um tempo atrás o que você acha do Alckmin e do Pérsio Arida e o que
eles poderiam acarretar para o futuro da economia brasileira, mas infelizmente eu perdi a minha
pergunta e não consigo encontrá-la. Você poderia me responder de novo por favor?

E sobre o João Amoêdo e o Gustavo? Por que o Gustavo Franco é contra o padrão-ouro?
RESPONDER

Leandro 28/08/2018 14:19

Se não me engano, eu havia dito que o Pérsio Arida melhorou bastante ao longo do
tempo. Era heterodoxo roxo e um dos principais defensores da esdrúxula tese da "in ação
inercial". Também foi a mente por trás do Plano Cruzado. Melhorou bastante de lá para
cá, mas ainda não perdeu alguns vícios marxistas e embromações keynesianas. Por
exemplo, quer tributar dividendos. E também namora a ideia de tributar a alta renda.

Entre ele e Gustavo Franco, Franco é melhor. Mas o Paulo Guedes é melhor que os dois.

Gustavo Franco é contra o padrão-ouro porque o considera inviável e porque manipular


um papel-moeda é muito mais fácil. Sendo ele um chicaguista (assim com Guedes), ele
acredita em Banco Central, em política monetária e em manipulação da oferta monetária.
Um padrão-ouro impede tudo isso.
RESPONDER

Johnny 28/08/2018 16:03


https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 165/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Prezado Leandro, você deve ter visto o Paulo no programa da Globonews....logo no


início ele destrinchou sobre o tema das privatizações e apresentou cálculos de
quanto elas gerariam de receita pra enfrentar o dé cit e tal. Você gostou da
abordagem ou acha que na prática não geraria o efeito esperado de chegar a R$
1,5 trilhão (cálculo do guedes) ?
RESPONDER

Leandro 29/08/2018 00:56

A entrevista foi excelente. Uma das melhores que já vi. Entrevistado


dominando o tema, construindo metodicamente cada resposta, e sendo
extremamente sincero em suas colocações. Os entrevistadores caram
completamente perdidos, evidenciando que não estavam preparados.

Ele disse (se não estou enganado, pois só vi uma vez e sem replay) que as
privatizações gerariam algo entre R$ 700 bi e R$ 1 tri ao longo de 5 anos, o
que é perfeitamente factível. E, de fato, se for pra vender estatal, esse é
exatamente o destino correto do dinheiro: abater dívida.

A entrevista, repito, foi muito boa. Recomendo a todos.

RESPONDER

Alessandro 29/08/2018 01:41

E as entrevistas dos outros assessores, você viu?

Posso, por exemplo, não concordar com o Mauro Benevides, mas eu


acho que em termos de dominar o tema, ele foi ainda melhor que o
Paulo Guedes.

Se encontra um tempo ocioso aí, você bem que poderia fazer um


balanço dessa série entrevistas dos assessores econômicos dos
candidatos.

Por favor!
RESPONDER

Alessandro 29/08/2018 01:42

Não te pedirei mais nada, este ano. ;)


RESPONDER

Felipe Lange 29/08/2018 02:32

Eu ouvi toda a entrevista. Foi boa, embora ele não seja austríaco. Por
que você acha ele melhor que o Gustavo, Leandro?

Por que não faz um artigo analisando o per l de cada


presidenciável?

Você tinha dito de que, além disso do Pérsio (que era um pós-

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 166/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

keynesiano ou neo-keynesiano), um governo do PSDB iria tucanar e


na hora das reformas, iria cair fora na primeira greve de um
grupinho de estudante de universidade federal.
RESPONDER

Leandro 31/08/2018 13:12

"Por que você acha ele melhor que o Gustavo"

Ele é mais lido na literatura austríaca e menos preconceituoso


para com eles. Ele já leu Mises e Hayek, ao contrário de
Franco, que não leu e não gostou. Guedes também é bem
mais liberal que Franco (muito embora Franco esteja em
acentuada melhora neste quesito).

"Por que não faz um artigo analisando o per l de cada


presidenciável?"

Pode ser. Mas falar de per l de político é algo que me


desestimula.

"Você tinha dito de que, além disso do Pérsio (que era um


pós-keynesiano ou neo-keynesiano), um governo do PSDB
iria tucanar e na hora das reformas, iria cair fora na primeira
greve de um grupinho de estudante de universidade federal."

Exato. Tucano sempre a na na hora das reformas. Na


primeira greve geral convocada pela CUT, eles recuam, pedem
desculpas e, se duvidar, até renunciam.
RESPONDER

VICTOR HUGO 30/08/2018 22:02

Boa noite Leandro tudo bem?


Gostaria de lhe fazer algumas perguntas que estou tendo di culdades para achar uma resposta,
poderia me ajudar por gentileza?

01- Sobre in ação e aumento de preços


O governo se endivida através de títulos do tesouro para pagar suas despesas, o Banco central
orquestra todo esse evento e o sistema bancário de reservas fracionárias potencializam a
expansão desses meios duciários aumentando a quantidade de dinheiro na economia.
Conforme foi dito por diversos artigos do site do IMB, o dinheiro entra sempre na forma de
empréstimos por pessoas,empresas e governos. Seria correto a rmar então que o aumento de
preços é dado apenas pela pressão da demanda - consequência devida a propensão das pessoas e
empresas a pegarem empréstimos?

02- Não estou conseguindo xar a desvalorização do dinheiro por pressão de demanda. Vamos
supor que eu more numa ilha que tenha 100 'dinheiros', nela eu vendo abacates a 1 dinheiro, se
a quantidade de moeda for para 200, logo meu abacate vai automaticamente para 2 dinheiros -
vamos supor que a quantidade de produção se manteve. O preço do abacate aqui vai aumentar
pela demanda ou pela desvalorização? Este é o paradoxo em que me encontro.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 167/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

03- Porque os preços não conseguem voltar a valores de 2010 por exemplo? O povo ja se
encontra endividado então não tem demanda pelo novo dinheiro criado na economia , logo os
preços nao tinham que cair na mesma proporção?

04- Na cesta de produtos do IPCA tem muita coisa atrelada a dólar, então qual a lógica do Bacen
subir os juros se certos produtos que compõe o índice, tem sua cotação em dólar ?
05 - Porque alguns economistas dizem que in ação é bom para crescimento? Do que adianta
ganhar no nominal se no real é tudo perdido?

06-Para o povo brasileiro ter maior poder de compra é somente com a dolarização da nossa
economia?

Atenciosamente
RESPONDER

Leandro 31/08/2018 00:32

"01- Seria correto a rmar então que o aumento de preços é dado apenas pela pressão da
demanda - consequência devida a propensão das pessoas e empresas a pegarem
empréstimos?"

Mais dinheiro na economia gera mais demanda. Mais dinheiro perseguindo a mesma
quantidade de bens e serviços gera aumento de preços destes mesmos bens e serviços.
Passou a existir ainda mais dinheiro em relação a bens. O dinheiro se tornou menos
escasso em relação a estes bens. Logo, se o dinheiro se tornou menos escasso em relação
a outras coisas, ele se desvalorizou.

Mais sobre isso abaixo.

"02- O preço do abacate aqui vai aumentar pela demanda ou pela desvalorização? Este é
o paradoxo em que me encontro."

Uma coisa gera a outra. Mais dinheiro perseguindo a mesma quantidade de abacates
signi ca que a escassez do dinheiro se tornou menor em relação à escassez de abacates.

Ou, em outras palavras, o dinheiro se tornou mais abundante que os abacates; os


abacates se tornaram mais escassos que o dinheiro.

Logo, com mais dinheiro do que abacates, o dinheiro se desvalorizou em relação aos
abacates. O abacate se fez mais escasso que o dinheiro.

"03- Porque os preços não conseguem voltar a valores de 2010 por exemplo? O povo ja
se encontra endividado então não tem demanda pelo novo dinheiro criado na economia ,
logo os preços nao tinham que cair na mesma proporção?"

Não cai porque há rigidez nos salários (é proibido por lei haver redução salarial) e porque
os vendedores, por terem incorrido em altos custos (na época da bonança), não querem
vender abaixo destes custos. Logo, tem-se o seguinte fenômeno: as pessoas estão
gastando menos, mas recebem o mesmo salário e os preços também continuam os

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 168/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

mesmos. O volume de gastos está menor que o nível de custos e de preços.


Consequência? Falências, queda nos investimentos e desemprego.

Isso foi explicado em detalhes neste artigo:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2694 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2694)

"04- Na cesta de produtos do IPCA tem muita coisa atrelada a dólar, então qual a lógica
do Bacen subir os juros se certos produtos que compõe o índice, tem sua cotação em dólar
?"

Embora eu odeie fazer o papel de advogado do diabo, a lógica é a seguinte: aumenta os


juros, reduz-se o crescimento da oferta monetária, cai a demanda e daí o nível geral de
preços ca mais estável. Aqueles produtos atrelados ao dólar não irão cair; porém, a
queda nos outros preços tende a compensar a não-queda destes produtos atrelados ao
dólar. Desta maneira, o BC consegue alcançar sua meta (ou ao menos tenta).

Essa é a teoria.

"05 - Porque alguns economistas dizem que in ação é bom para crescimento? Do que
adianta ganhar no nominal se no real é tudo perdido?"

Porque não são economistas de verdade, mas sim meros ideólogos ou agitadores político-
partidários.

Em uma economia em que há um real crescimento econômico, a tendência é de queda


nos preços, pois a oferta de bens e serviços está aumentando (pois a economia está
crescendo). Três artigos sobre isso:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2310 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2310)
www.mises.org.br/Article.aspx?id=145 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=145)
www.mises.org.br/Article.aspx?id=2642 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2642)
(ver mitos #4 e #6)

"06-Para o povo brasileiro ter maior poder de compra é somente com a dolarização da
nossa economia?"

Ou dolarização, ou Currency Board (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196), ou


livre concorrência de moedas (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2089).
RESPONDER

VICTOR HUGO 05/09/2018 12:31

Muito obrigado Leandro pela prontidão e pelas respostas frente à minhas


perguntas.
Gostaria de tirar mais alguma dúvidas que foram surgindo.

1-O mercado imobiliário é nanciado por recursos da poupança e FGTS (+ uma


parcela de subsídios). No caso esse recurso que é direcionado ela já estava na
economia na antiga base monetária ou vai crescendo com a expansão monetária?

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 169/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

É correto atualizar o preço dos imoveis frente aos índices de in ação?


2- Ainda sobre o mercado imobiliário, esta em fase de regulação um "covered
bond brasileiro" chamada LIG - letra imobiliária garantida- que tem com objetivo
atrair capital privado para aumentar a fonte de recursos para o mercado
imobiliário. Pois bem, a expectativa é que essa LIG consiga passar de 7,5 para 20%
o credito imobiliário em função do pib. Isso não vai só piorar o cenário com o
aumento de crédito direcionado?
3- Você comentou que os salários não podem ser reduzidos por lei, qual seria essa
lei? Oque eu tenho observado é que os salários diminuíram nas empresas, pelo
menos é oque vejo nas vagas de emprego e alguns conhecidos.
4- Oque aconteceria se a carteira imobiliária de um banco como caixa e bb
começasse a perder valor de mercado?
É possível que ocorra um quebra geral igual nos eua?
Atenciosamente
RESPONDER

Leandro 05/09/2018 15:50

1- Vai crescendo com a expansão monetária. Você vai ao banco, pede um emp
banco cria o dinheiro para você. O fato de haver ou não lastro na caderneta de
sacada sem qualquer empecilho.

2- Se ao menos funcionasse como o previsto não seria ruim, pois aí sim estar
(funding) baseada num lastro genuíno: dado que as LIGs não têm liquidez diá
seria o capital utilizado pelo investidor/devedor. Nada de reservas fracionários
descompassada).

Já o atual crédito direcionado não funciona assim: ali é banco estatal, seguind
reservas fracionárias) para emprestar barato para amigos do regime e para set

3- Princípio da Irredutibilidade Salarial. É proibido pela Constituição (Inciso V


empregado e reduzir o salário dele.

www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?
q=PRINC%C3%8DPIO+DA+IRREDUTIBILIDADE+SALARIAL+ART.+7%C2%BA+,

chcadvocacia.adv.br/blog/irredutibilidade-salarial/

O que você na verdade está observando é que os salários dos recém-contratad


pessoas que exerciam a mesma função anteriormente.

Aí, sim, tudo certo. Mas, por lei, não há nenhum empregado que manteve seu
receber menos. Isso seria ilegal.

4- O patrimônio líquido (capital) do banco seria afetado. E aí, pelas regras de


concedendo empréstimos no mesmo ritmo. A expansão do crédito seria reduz

Não visualizo um cenário igual ao americano porque lá a fatia do crédito imob


enorme. Aqui ainda é muito pequena.
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https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 170/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Andre 02/09/2018 22:54

Excelente artigo. Obrigado!


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Jeferson Pereira 12/09/2018 23:43

Excelente!
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Ruan 16/12/2018 15:44

Bom dia Sr Roque.

Obrigado pelo artigo, muito bom. Mas eu tenho uma pergunta.

O que teria acontecido entre 2000 e 2011 se o Brasil estivesse sob um gold standard com
100% de reservas ?

E, o como estaria a situação nanceira e económica do Brasil, hoje, se estivesse sob este
"standard" ?

Obrigado,

Ruan.
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JwE 30/01/2019 13:24

"O que teria acontecido entre 2000 e 2011 se o Brasil estivesse sob um gold standard com 1

É impossível auferir economia com precisão, mas acredito que estaríamos muito melhores, p

Situação bem hipotética, mas teríamos uma brutal valorização da moeda, façamos a seguint
moeda é determinada por uma quantidade xa de ouro (onça de ouro). Repare que, a onça d
$1895. Faça os cálculos, chegemos a uma desvalorização do dólar de 27% ao ano, ora bolas,
friamente que esta seria uma valorização perante ao mundo (pois estamos avaliando em our
de 2011.
Onça de ouro 2000-2011 (http://fred.stlouisfed.org/graph/fredgraph.pdf?
hires=1&type=application/pdf&bgcolor=%23e1e9f0&chart_type=line&drp=0&fo=open%20s
01-01&coed=2019-01-
01&line_color=%234572a7&link_values=false&line_style=solid&mark_type=none&mw=3&
06-01&line_index=1&transformation=lin&vintage_date=2019-01-30&revision_date=2019

Vale ressaltar que, neste período igualmente, apenas de haver uma política monetária deste
fazer lambança na moeda, forçaria o governo em ter uma boa conduta com as políticas sca
crescimento ainda mais forte e sustentável, concomitantemente com um tamanho do govern
monetária, implicaria em uma situação de de ação "bondosa" (parecida com a que houve em
taxa nominal real, porém sem haver qualquer tipo de ciclos econômicos e muito menos in a
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 171/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Vejamos essa noticia:


De 2003 a 2010, mínimo subiu 112% e in ação, 44% (http://blogdacidadania.com.br/2011/0

Ela diz que os salários subiram em unidades monetárias de R$240 para R$510, de fato, aum
com as taxas reais (R).
Relação R$ (1+1.12)=(1+0.44)(1+R) ---> R = 47.22%
Relação U$ (1+2.74)=(1+0.44)(1+R) ---> R = 159.7%

Em relação ao ouro haveria de ação monetária (como dito anteriormente), porém utilizarei a
essa de ação, por motivos de comparação.
Ao ouro in ação 64% (1+5.74)=(1+0.64)(1+R) ---> R = 310%
Ao ouro in ação 0% (1+5.74)=(1+0)(1+R) ---> R = 574%
Isto é um cálculo bem a grosso modo.

"E, o como estaria a situação nanceira e económica do Brasil, hoje, se estivesse sob este "s

O governo seria bem menor do que o atual e seriamos país de primeiro mundo, muita coisa t
comunistas estariam desfrutando do bom e do velho capitalismo de mercado.

Um abraço a todos !!
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Ruan 12/05/2019 13:04

Obrigado pela resposta.

O Sr diz :

" E como o crescimento econômico seria maior do que a própria oferta monetária,
implicaria em uma situação de de ação 'bondosa' "

Eu li no livro "Economics Under A Pure Gold Standard" (2010):

"Not only is monetary de ation virtually impossible under gold, but monetary
in ation is unlike to get out of hand.

[...]

One of the most important distinctions of a pure gold standard is that a monetary
de ation is virtually impossible. The world supply of gold and hard monetary
reserves is always increasing. It is, in fact inconceivable that a monetary collapse
could occur under 100 per reserves, as happened in 29-32. During the Great
Depression of the 1930s, the money stock fell by one third. Admittedly, this
monetary de ation occurred when the United States was on a gold standard, but it

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 172/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

was a fractional reserve-based gold standard.

Under a pure gold standard, banks would be required to maintain a 100 percent
reserve, which would calm the fears the public might have regarding the solvency
of banks. Why would panicky depositors want to withdraw their money when the
total amount owned is stored safely in the bank's vaults? And even if they did
withdraw their funds, the total amount of money would remain unchanged. Under
a fractional reserve system, converting deposits to cash can sharply curtail the
money supply, but under 100 percent backing, it can have no such e ect. Thus,
bank runs would have no impact of the supply of money. Moreover, the
government could not blunder in reducing the money supply because the
monetary stock would consist entirely of gold bullion and coins. "

RESPONDER

Eusébio 12/05/2019 13:13

Não confunda "de ação monetária" com "de ação de preços".

De ação monetária signi ca encolhimento da quantidade de dinheiro na


economia. É disso que trata seu post em inglês. Já de ação de preços
signi ca preços em queda. É disso que trata o trecho em português que
você selecionou.
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Monero 09/02/2019 20:17

Leandro, você poderia explicar porque houve a Crise de 1999?

Porque se não fosse por ela, o Lula di cilmente teria sido eleito.
RESPONDER

Leandro 09/02/2019 23:21

Porque o regime cambial adotado era insustentável. Basicamente, o câmbio era atrelado
quando deveria ser xo.

Explicado nestes dois artigos:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=1294 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1294)

www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196 (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196)
RESPONDER

Monero 10/02/2019 15:41

Essa prática de vender reservas internacionais pra balancear a moeda não é o


mesmo sistema de Cingapura?
RESPONDER

Tarsen 10/02/2019 19:53

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 173/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

Não, o sistema de Cingapura é outro: a autoridade monetária compra e


vende títulos no mercado aberto visando o câmbio, ignorando
completamente taxa de juros e expansão da base monetária.

Ao vender títulos e contrair a base monetária, a moeda se aprecia em


relação ao dólar. Ao comprar títulos e expandir a base monetária, a moeda
se desvaloriza em relação ao dólar.
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Gestor 14/11/2019 09:05

Leandro, quais medidas do governo Lula que foram boas e quais foram ruins pro crescimento
econômico brasileiro?
RESPONDER

Leandro 14/11/2019 16:17

De positivo houve, em 2004, uma lei (http://jus.com.br/artigos/6079/das-alteracoes-


introduzidas-pela-lei-n-10-931-2004-no-instituto-da-alienacao- duciaria-em-
garantia) que permitiu a alienação duciária do imóvel em empréstimos imobiliários. Ou
seja, passou a ser possível o credor (banco) se apropriar do imóvel comprado pelo
tomador do empréstimo caso este desse o calote no empréstimo.

Isso destravou e facilitou enormemente o crédito imobiliário.

A gestão de Meirelles no Banco Central também demonstrava grande preocupação em ter


uma moeda forte.

E, até 2006, havia realmente um esforço para manter uma disciplina scal.

No geral, o primeiro mandato (2003-2006) foi bom (para os padrões brasileiros).

Em 2007, com a reeleição já consumada, ainda havia alguma racionalidade, mas o


populismo já começava a surgir, com a expansão do crédito subsidiado dos bancos
estatais.

De 2008 em diante, os bancos estatais entraram em modo turbo, e, a partir daí, nada se
salva. A partir de 2011, com Dilma, tudo foi pro saco.

P.S.: curiosamente, se o PT tivesse deixado Aécio ganhar em 2014, a crise econômica --


que já estava contratada e era inevitável -- iria explodir no colo dele. Consequentemente,
o PT, na oposição, manteria uma alta popularidade, o PSDB entraria em extinção, não
haveria Bolsonaro e, em 2018, Lula voltaria à presidência para dela nunca mais sair.

Erro amador de estratégia. Quiseram ser fominhas e, ao ganharem uma eleição, perderam
todo um projeto de poder. Sorte do Brasil.
RESPONDER

https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2190 174/175
21/11/2019 Mises Brasil - O que realmente permitiu o grande crescimento econômico brasileiro da última década

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