Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os primeiros seres humanos surgiram no Sudeste do continente africano. A partir daí, em busca de
alimento, deslocaram-se para todos os continentes, tendo chegado à Península Ibérica há muitos
milhares de anos, vindos do Norte de África, pelo estreito de Gibraltar.
Estas primeiras comunidades eram recoletoras, pois para sobreviverem alimentavam-se de frutas,
sementes ou raízes que apanhavam da Natureza. Também praticavam a pesca e a caça, atividade muito
importante que fornecia carne para a alimentação, peles para o vestuário e ossos a para a construção de
instrumentos. As tarefas nestas comunidades eram divididas: as mulheres dedicavam-se à recoleção de
alimentos; enquanto os homens dedicavam-se à caça e à pesca.
As comunidades recoletoras eram igualmente nómadas, ou seja, não tinham local fixo de habitação,
já que tinham necessidade de mudar a sua localização sempre que os alimentos acabavam ou sempre
que os animais migravam. Para se protegerem do frio ocupavam grutas ou construíam tendas e cabanas
de madeira, osso e peles de animais.
A sobrevivência destas primeiras comunidades humanas foi facilitada por vários aspetos, como:
Descoberta do fogo
Esta descoberta foi muito vantajosa para as comunidades recoletoras, pois permitiu-lhes cozinhar os
alimentos, iluminar as grutas, aquecerem-se, afastar os animais ferozes, moldar mais facilmente os
instrumentos e até desenvolver a linguagem.
Fabrico de instrumentos
O fabrico de instrumentos facilitou muito as tarefas das primeiras comunidades recoletoras. As
lanças e as flechas ajudavam a caçar, os arpões e os anzois serviam para pescar, os bifaces eram
utilizados para cortar carnes e peles e as agulhas eram utilizadas para coser as peles e fazer peças de
vestuário. Estes instrumentos eram feitos com materiais diversos como pedra lascada, osso, madeira
e fibras naturais.
Desenvolvimento da linguagem
A linguagem surgiu na sequência do convívio à volta das fogueiras e permitiu uma comunicação mais
eficaz entre os seres humanos, facilitando a troca de ideias e descobertas, assim corno fortaleceu o
espírito de grupo e de entreajudadas primeiras comunidades.
Uma outra forma de comunicação desenvolvida pelas primeiras comunidades recoletoras foi a arte
rupestre, assim chamada por ser feita sobre pedra. Esta podia ser pintura, desenhada nos tetos e
paredes do interior das grutas com carvão, sangue de animais ou misturas de argilas com gorduras
naturais, ou gravuras feitas no exterior das grutas ao ar livre.
A arte rupestre representava sobretudo animais e cenas de caça. Alguns historiadores consideram
que este tipo de arte tinha uma função mágica e religiosa com o intuito de proteger os grupos humanos
e dar-lhes sorte nas caçadas, atividade que na época era muito perigosa, mas também essencial à sua
sobrevivência.
Na Península Ibérica podem encontrar-se vários vestígios de arte rupestre. Em Espanha destacam-se
as pinturas das grutas de Altamira e em Portugal destacam-se as gravuras de Vila Nova de Foz Coa,
ambas classificadas como Património da Humanidade pela UNESCO.
Na Pré-História ainda não existia a escrita. Assim, para conhecermos o passado desta época é
necessário procurar os vestígios que os povos deixaram ao longo do tempo num determinado espaço. A
ciência que se dedica à descoberta dos vestígios deixados pelos nossos antepassados é a Arqueologia,
sendo por isso muito importante para o desenvolvimento do conhecimento histórico.
Da união dos Iberos e dos Celtas surgiram as Celtiberos. Estes organizavam-se em tribos e viviam, à
semelhança dos Celtas, em castros ou citânias — povoados situados em zonas altas, com casas de pedra
geralmente circulares e telhados de colmo, cercados por muralhas defensivas. Os Lusitanos eram uma
das tribos dos Celtiberos que dominaram o território peninsular entre os rios Douro e Tejo.
No mapa que se segue podes identificar os locais de origem dos povos mediterrânicos que
contactaram com os povos peninsulares, os produtos que procuravam na Península Ibérica e os
produtos artesanais que traziam para comercializar.
Os povos do Mediterrâneo na Península Ibérica (1000 a. C. — 5OO a. C.)
Os povos do Mediterrâneo trouxeram ainda importantes contributos culturais e técnicos das suas
respetivas civilizações que enriqueceram muito a cultura dos povos peninsulares. Os Fenícios trouxeram
o seu alfabeto, os Gregos a sua moeda e os Cartagineses a técnica de conservação dos alimentos com
sal.