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Prem Sammasati Tantra

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Prem Sammasati Tantra

Formação em Tantra
Terapia e Desenvolvimento
História Raízes do Tantra
A palavra Tantra
O Sanskrit-English Dictionary de Monier-Williams traduz o termo Tantra
como encordoamento de um instrumento musical; regulado por uma regra
geral; relativo aos tantras; a música de um instrumento de cordas.
A palavra Tantra pode ser analisada sob diferentes pontos de vista, como, por
exemplo, trama do tecido ou teia. Interpretada de maneira poética e iniciática,
Noutra abordagem, a palavra ​TANTRA​ pode ser dividida em duas partes.

Portanto, de caráter mais filosófico, Tantra é definido como “aquilo que esparge
a sabedoria”.
“​Tantra é um corpo de doutrinas e, principalmente, de práticas milenares ou
instrumento de expansão do campo da consciência comum, para alcançar a
supraconsciência, raiz do ser e receptáculo de poderes desconhecidos, que o
tantra quer despertar e utilizar. Pode ainda designar doutrina mística e mágica,
ou obra nela inspirada.​ ​André Van Lysebeth”
O Berço onde nasceu
A civilização antiga da Índia foi denominada
pelos historiadores de Drávida e os
dravidianos se fortaleceram através de um
sistema sócio-político-cultural matriarcal e
democrático, diferentemente da maioria
das outras civilizações que eram baseadas
em um sistema patriarcal ou totalitário​.

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Cidades planejadas A civilização de Harappa foi a primeira do mundo a


desenvolver um projeto urbano. As cidades possuíam avenidas largas e
quarteirões geometricamente exatos. Os tijolos de suas construções seguiam
um padrão de medida. O mais surpreendente era a preocupação com o acesso à
água e o saneamento.
Os harapeanos desenvolveram uma engenharia hidráulica única no mundo da
época. Individualmente ou em
grupo, todas as casas eram
servidas por poços de água.
Possuíam, também vasos
sanitários ligados a um canal de
esgoto comum, coberto com
lajes de pedra, e que percorria
toda cidade. Os antigos sistemas
de água e esgoto das cidades
harapeanas eram muito mais
adiantados que civilizações
contemporâneas e mais eficientes do que os existentes hoje no Paquistão e na
Índia. Na parte alta da cidade, havia uma piscina provavelmente utilizada para
banhos públicos e rituais com uma escadaria que permitia descer até seu
interior. Este tipo de escada, em geral escavada na rocha, ainda é comum nas
construções indianas. As cidades eram muradas mas nada indica que essas
estruturas fossem defensivas. As muralhas deviam servir para proteger a
população de inundações.

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Cultura Matriarcal
Nascidos de uma visão matriarcal da existência, os mitos dessa sociedade
não seriam figuras ligadas à violência ou à guerra, o mito principal dos
dravidianos era a Grande Mãe representando a mãe natureza fértil e amorosa.
Sua natureza é rural, tendo seus princípios completamente
fundamentados em uma visão de mundo estabelecida a partir da relação que
essas populações estabeleciam com a Grande Mãe Natureza: por isso a
sacralização dos rios, lagos (água como elemento vital para a sobrevivência e
enriquecimento desses povos), montanhas e astros celestes (Sol, Lua, estrelas a
astrologia ainda é essencial aos hindus), plantas e árvores.

Essa civilização dravidiana prosperou muito, teve seu apogeu, enriqueceu


e não se sabe motivo do abandono o Vale do Indo e se dispersou por várias
regiões da Índia. Atualmente a ciência da Arqueologia e da História vem
estudando essa civilização através das escavações nas cidades de Mohenjo
Dharo e Harappa, Lothal,Merhgarh entre outras assim como os estudiosos​,
praticantes de yoga​ e​ tântricos vêm dedicando variados estudos sobre essa
civilização e estes últimos revivendo muitas de suas vivências e conhecimentos.

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Mohenjo-Daro, “cidade dos mortos”, no Paquistão.


Mohenjo Daro é um sítio arqueológico com mais de 5.000 anos de
antiguidade que apresenta uma apaixonante interrogação. Antiga sede de uma
civilização da qual se ignoram as causas do repentino desaparecimento, foi o
local onde se adotou uma forma de escrita de tipo pictográfico, cujo significado
nos é ainda desconhecido, e onde também se usavam roupas de algodão, as
mais antigas já descobertas. Mohenjo Daro é um local onde não existem
tumbas. Não são corpos de guerreiros mortos nos campos de batalha, mas sim
restos de homens, mulheres e crianças civis. Não foram encontradas armas e
nenhum resto humano trazia feridas produzidas por armas de corte ou de
guerra.

sítio arqueológico encontrado na região


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Segundo alguns historiadores, a civilização dos povos dravidianos concentrou-se


fortemente na região do Vale do Indo, abrangendo hoje região do Paquistão e
da Índia. A Arqueologia tem prestado um inestimável serviço aos pesquisadores,
estudiosos do Yoga e das filosofias da Índia Antiga. Através da descoberta de
tesouros arqueológicos encontrados nas cidades anteriormente soterradas de
Mohenjo Dharo e Harappa, pode-se, atualmente, demonstrar a existência de
uma civilização ímpar no referido Vale. De acordo com alguns estudos, esses
povos não eram nômades e ​viviam​ em um processo de sedimentação
sócio-econômica em cidades e aldeias, cujo eixo econômico dava-se a partir do
comércio e da produção agrícola. A agricultura, então muito desenvolvida,
servia de suporte para o crescimento das cidades. Estas comercializavam os
produtos para outros centros, além de também produzirem tecnologia e arte,
que também produziam riqueza para essas cidades e aldeias. Tais tecnologias e
arte também eram comercializadas para fora. De alguma forma, havia, no bojo
dessa civilização, uma busca de progresso, porém feito de forma mais integrada
com o meio.

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A análise das ruínas das cidades do vale do rio Indo e do agora seco Rio
Sarasvati e seus afluentes cobrindo uma área de 1,25 milhões de km2 o que a
coloca como a civilização antiga de maior extensão geográfica do mundo leva a
inúmeras hipóteses e a algumas conclusões. As cidades possuíam um lugar
especial, sempre sendo um lugar central e mais elevado, como uma grande
praça, onde a população se reunia. Embora algumas casas fossem maiores do
que outras, as cidades harapeanas não fornecem pistas sobre diferenças sociais.
Não foram encontradas construções de palácios, templos ou um centro de
poder. Há uma uniformidade extraordinária nos artefatos e adornos pessoais
que não permitem distinguir ricos e poderosos de pobres e subalternos. A
sociedade harappiana parece ter sido igualitária e com baixa concentração de
riqueza.

Há uma certa homogeneidade nas construções, além de haver também um


processo de não segregação entre pessoas com mais posses e outras de posses
mais reduzidas. Havia diferenciações de poder financeiro, mas as casas mais
ricas convivem com certa harmonia com outras não tão ricas, sugerindo que
havia um certo processo de integração entre as camadas sociais distintas. As

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construções encontradas mostram que a população vivia razoavelmente bem e


com certo conforto. As ruas, apesar de largas, eram de terra, o que se presume
que a cidade enfrentava problemas com a poeira e, talvez por isso, as casas
fossem construídas de costas para a rua. Tais residências eram construídas
muito próximas uma das outras (costume ainda muito presente na Índia de
hoje). Há uma drenagem das águas para uso em relação às águas já utilizadas.
Então há uma higiene urbana (saneamento). “As águas servidas escoam
livremente, porque a inclinação, bem calculada, evita que voltem. Sem
estagnação não há odores – e estamos na pré-história.”
Nenhum grande templo,
nenhum grande palácio,
mas, sim, grandes
construções de banhos,
afinal eram povos que
adoravam Kriyas,
purificações, e eram povos
criadores das terapias
naturais e das filosofias espiritualistas. Todas as casas tinham um local especial e
central, o qual era o centro da construção e onde se faziam os Pujas. Esses
povos tinham como alvo de seus Pujas a Grande Mãe Natureza ou Grande Mãe
Cósmica, que representava a força do feminino. Daí advém a vivência matriarcal
e a mulher sendo colocada no centro da sociedade, uma vez que ela é o ser
privilegiado, aquele que está mais próximo dessa Grande Mãe. Por tudo isso,
acredita-se que tais cidades não eram governadas por algum governo tirânico e
centralizador, levando-se a concluir que o sistema de governo era – de alguma
forma -democrático. Dessa forma, os historiadores acreditam que essas cidades
foram governadas por segmentos da população e não por um Grande Guerreiro
ou Imperador ou um Sumo-Sacerdote. A não existência de um grande templo
não significa, porém, que essa sociedade não era espiritualista. Todas as
descobertas levam a crer na existência de Pujas à Deusa-Mãe, sendo feitos em
lugares especiais no centro das casas, assim como para Shiva.
Também foram encontrados por toda parte Linga​n​s (Pujas à fertilidade
masculina) e estátuas de Shiva, muitas das vezes em posições do yoga, peças de
argila com desenhos da imagem de Pashupati que faz alusão ao Deus Shiva o
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senhor dos Animais (Pati-Senhor, Pashu-animais) onde um homem sentado de


pernas cruzadas rodeados por um tigre um rinoceronte um elefante um búfalo,
em outras peças a representação de uma mulher de cujo o útero nasce de uma
planta indícios de crenças e rituais de fertilidade.
Existem muitas hipóteses para o declínio e desaparecimento da civilização
do Dravidiana, como: enchentes, epidemias, e a seca do rio Sarasvati, mas a
mais provável é a de que as sucessivas incursões de arianos, tenham aos poucos
dizimado a população autóctone. Os arianos ou ários, viviam provavelmente na
Ásia Central e migraram em várias direções subjugando outros povos, impondo
sua inteligência e força. É possível, que a civilização Drávida já estivesse em
declínio quando ocorreram as invasões arianas. A língua dos drávidas do sul, já
era falada antes da invasão, indicando a coexistência pré-ariana da escritura
dravidiana e do Indús. É possível que com a migração do povo árya, os drávidas
tenham migrado para o sul e assim explica-se a presença da língua drávida no
sul da Índia e no Baluquistão.
Contudo há ainda indícios que essa civilização se mesclou fugindo da
opressão e continuou com s​ua ritualística​ de forma secreta voltando a aparecer
no século atual .
Há também uma outra versão pelo seu desaparecimento conta-se que na
região houve um grande movimento geológicas e mudança climática e o rio
Sarasvati foi extinto da Índia, do vale do rio Indo, onde se desenvolveu a
civilização Drávida e Sarasvati-Sindhu, por volta de 3000 a.C.. Por causa de
mudanças, esse rio secou em torno de 2000 a.C.. O rio foi redescoberto por
satélite no fim do século XX. A redescoberta desse rio levou a uma
reinterpretação do desaparecimento da civilização que existia nesta região.
Anteriormente, supunha-se que ela havia sido destruída por causa de uma
suposta invasão dos arianos; atualmente, acredita-se que a mudança climática
local, que transformou a região em um deserto, foi a causa do declínio dessa
civilização.

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O Tantra possui três linhas


O comportamento tântrico divide-se basicamente em três linhas: tantrismo
branco ou linha branca (dakshinachara); tantrismo negro ou linha negra
(vamachara); e tantrismo cinzento ou linha cinza.
A divisão em linha branca e linha negra é apenas uma
maneira didática de nos referirmos a comportamentos
tântricos diametralmente opostos. Tal distinção não se
refere, evidentemente, à cor da pele. A linha branca foi
desenvolvida pelos drávidas, que tinham pele bem
escura; e a linha negra pelos arianos, que​ ​originalmente
possuíam pele clara!

A linha negra é a mais moderna e foi desenvolvida


com maior intensidade no século V​III​ da era cristã;
portanto, faz parte do Tantra Moderno.​ ​E como ele
sofre muita interferência da filosofia Vêdánta é a
corrente​ ​mais ritualística, ao contrário da linha
branca, mais antiga.
Há também uma terceira linha intermediária,
chamada cinza, que mescla elementos daqueles
outros dois segmentos. Linha cinza por ter os dois
conhecimentos segue no fluxo mediano e busca
equilíbrio na força sabem dos potenciais de cada lado
não excluindo, integrando.
Assim, as três linhas do Tantra se caracterizam pela utilização ou não de: álcool,
fumo, drogas, alimentação com carnes e relação sexual com orgasmo.
O Tantra possui sete escolas. São elas: Dakshinachara (a mais antiga, adotada
pelo SwáSthya Yôga), Vêdachara, Vaishnavachara, Shaivachara, Siddhantachara,
Kaulachara e Vamachara. Achará significa via, caminho ou linha.
Cada escola tem sua característica e a busca pessoal influencia na decisão da
linha a ser tomada .

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As energias no tantra

Shiva o princípio masculino.


O deus Shiva, quando aparece acompanhado de ​Parvati​, sua esposa (shakti), possui também a simbologia
do "dualismo do Universo", do "masculino" e do "feminino" em união. Ou seja, Shiva também é o ​deus da
fertilidade​, quando apresentado com Parvati.

Imagem ilustrativa das referencias Simbólicas

Como deus da fertilidade, Shiva é representado pelo Linga (órgão reprodutor masculino) e Parvati pelo Yoni
(órgão reprodutor feminino). O "​Shiva linga​" simboliza a materialização da energia vital que existe dentro
do corpo de todo o ser vivo.

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Shakti o princípio universal da energia sob a forma feminina.


Segundo uma das tradições indianas (no Tantra), existe uma Deusa (Devi) que
está acima de todos os Deuses. Ela é chamada de Maha Devi (a Grande Deusa),
ou Shakti (a Poderosa). Sua característica principal, como o seu próprio nome
diz, é o Poder. Ela é ativa, dinâmica, é considerada como a energia que move
todo o universo (inclusive os Devas). Em comparação com ela, os Devas são
inertes, inativos, passivos. Nessa visão, temos um conceito exatamente oposto
ao que se desenvolveu no ocidente (e em outros lugares, como a China),
segundo o qual a energia ou atividade seria uma característica masculina e a
receptividade ou passividade seria uma característica feminina.

Podemos encontrar alguns aspectos dessa concepção básica indiana na


filosofia Sankhya, por exemplo. De acordo com o Sankhya, existem dois
princípios cósmicos fundamentais. Um deles é a consciência (Purusha), que é
um princípio masculino; o outro é o poder da natureza (Prakriti), que é um
princípio feminino. Purusha é passivo, Prakriti é ativa. Todo o desenvolvimento
do universo ocorre apenas por causa dos poderes da Natureza. Esses poderes
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(gunas) são três: tamas, rajas e sattva. Tamas é o poder da inércia, da tristeza,
das trevas, da morte; rajas é o poder da vitalidade, do ego, da força, do prazer e
da violência; sattva é o poder da luz, da felicidade e da sabedoria. Os três Devas
principais do hinduísmo (Shiva, Brahma e Vishnu) estão associados
respectivamente a esses três poderes (tamas, rajas, sattva). Esses Devas são
seres que só podem atuar no universo porque a Grande Deusa lhe empresta
uma parte de seu Poder. Nenhum deles tem todo o poder da Shakti.
Shiva

É o poder de destruição ou transformação. A palavra destruição aqui pode ser


mal interpretada. Devemos entender que somente será destruído aquilo que for
possível de ser destruído. O Eu, ser absoluto é sempre existente, é Brahma, este
não é destruído por nada. A destruição de shiva é a destruição daquilo que é
aparente e que encobre a realidade absoluta, é a destruição da nossa
ignorância. Shiva é o Deus da disciplina, criador do yoga, assim ele vem mostrar
de que forma podemos destruir a ignorância e atingir Moksha, a liberação do
ciclo de nascimento e morte.
Shiva é representado meditando nas neves do monte Kailasa. A brancura da
neve representa a mente sattvica ou purificada necessária para meditar; seus
olhos estão entreabertos mostrando que sua mente está absorta no ser
enquanto seu corpo se relaciona com o mundo; em seu pescoço ele carrega
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uma cobra enrolada, esta representa o ego (é venenoso quando ataca) sob
controle usado como adorno somente; em sua cabeça a lua como enfeite (lua =
memória,ego); sua arma é o trishula ou tridente simbolizando não só a
destruição do ego e seus três tipos de desejos: físicos, emocionais e mentais,
mas também a transcendência dos três mundos, dos três gunas (sattva, rajas e
tamas) e dos três períodos de tempo (passado, presente e futuro). Pendurado
no trishula está o tambor de Shiva ou Damaru que representa o som, o
fenômeno da criação do qual fazem parte da manutenção e a destruição. No
movimento do trishula, ou das gunas, o tambor toca e a criação ocorre. O
cabelo comprido mostra seu poder, todos os tipos de energia concentrados na
busca do conhecimento. Do topo de sua cabeça nasce o ganges (conhecimento,
amrita); seu corpo está coberto de cinzas simbolizando a queima da ignorância,
da ilusão e de todos os desejos; ele está sentado sobre uma pele de tigre, que
morreu de morte natural, porque o sábio senta-se no corpo (não está
identificado com ele) enquanto os mortais sentam-se no chão. O seu veículo é o
Touro Nandi, símbolo da sexualidade, o controle de shiva sobre o touro
simboliza o domínio sobre a natureza física. O longa é um outro símbolo de
Shiva e representa a força criadora voltada para si mesmo, voltada para o
autoconhecimento. Shiva tem junto de si o Kamandalu, ou pote para água,
representando a renúncia, o ascetismo, o viver com o mínimo necessário;
também leva consigo o Damaru ou tambor que representa o som, o fenômeno
da criação do qual fazem parte a manutenção e a destruição. Shiva possui vários
mãlas (colares e pulseiras) de rudrãkshas (representa o olhos de shiva) que
servem para disciplinar a mente e preparar para a meditação.

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Brahma

É o criador do universo, é a inteligência criadora, representa a mente cósmica.


Brahma tem quatro cabeças e está sentado num cisne. Os Puranas dizem que
ele criou Sarasvati (sua consorte, Deusa do conhecimento) e que ela corria de
um lado para o outro e para cada lado que ela corria nascia uma cabeça, assim
ele é representado com quatro cabeças significando os quatro vedas e todas as
direções do conhecimento.
A tradição Védica usa alguns exemplos para explicar a criação. É dito que o
“Criador é como a aranha tecendo a teia” . O Criador é a inteligência e o
material da criação. Ele retira de si mesmo o material da criação. Assim a criação
é a manifestação do criador.
A base de Brahma é Sarasvati, o conhecimento. Assim Brahma está sentado
num cisne. O cisne tem a capacidade de separar o leite da água, assim como, o
conhecimento é a capacidade de separar o real do não real (absoluto de maya).
Em suas quatro mãos Brahma sustenta um lótus, os vedas, um vaso contendo
amrita e abaya mudrã. O lótus representa o símbolo da pureza. Os vedas são as
escrituras sagradas contendo todo o conhecimento da criação e o meio para o
conhecimento. O amrita é o néctar da imortalidade e abaya mudrã abençoa
com destemor.

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Vishnu

É o poder de manutenção do universo.Sua natureza é lila ,ou a representação.


Assume diferentes formas à sua vontade. Ele está em pé sobre um lótus de mil
pétalas com uma concha, um disco, uma massa e um lótus nas mãos. Estes
quatro instrumentos são essenciais para a diversão da vida.
A concha é o instrumento que devolve a união de todos os sons da criação,
representa o som puro , Om, que traz a liberação para os seres humanos.
O disco ou chakra é o anel de luz que rodopia no dedo indicador de Vishnu. Ele é
o símbolo do Dharma, o dever de fazer o que é certo e correto, também
representa a roda do tempo.
A massa ou clava é um instrumento para atacar os desejos, fonte de todo o
sofrimento e insegurança.
O lótus é mostrado para que não esqueçamos a nossa meta que é encontrar a
nós mesmos. O lótus cresce no lodo e permanece luminoso, radiante, inafetado
pelo ambiente, abre suas pétalas ao primeiro raio de sol e fecha-se com o
último raio de sol.
A consorte de Vishnu é Laksmi a Deusa de todas as riquezas da criação,
incluindo as riquezas da mente e todas as virtudes. Com ela Vishny mantém
toda a criação.

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A mitologia indiana tem também muitas histórias que mostram que os Devas
não são tão poderosos quanto a Shakti. Em alguns mitos, um demônio (Asura)
muito poderoso vence todos os Devas (masculinos) e eles vão então pedir ajuda
à Grande Deusa, que assume uma de suas formas mais terríveis (como Durga ou
Kali) e destrói todos os demônios.

Kali

Maa Kali – mãe Kali – é a temível forma da deusa Durga, uma das manifestações
da deusa Parvati. De acordo com a tradição, os demônios Shambhu e
Nishambhu, durante muito tempo, perturbaram a paz do deus Indra e do céu.
Após muitas batalhas, os demônios tornaram-se mais fortes. Os deuses foram
buscar refúgio nos Himalayas, a morada do Senhor Shiva e Parvati. Eles
buscaram proteção na deusa Shakti – aspecto feminino de deus. Kali, deusa
negra com seu aspecto horrendo, então, nasceu da fronte de Durga para salvar
o céu e a terra do ataque dos demônios.

Durante a batalha, Kali perdeu totalmente o controle e começou a matar


qualquer pessoa que entrasse em seu caminho. Os deuses correram para salvar
suas vidas. O único refúgio era o Senhor Shiva. Kali fez uma guirlanda com as
cabeças dos demônios e passou a usá-la ao redor de seu pescoço. Na tentativa
de detê-la, Shiva jogou-se ao chão e sob o pé de Kali. Surpresa, ao ver Shiva, Kali
colocou para fora sua enorme língua e interrompeu imediatamente a matança.

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Saraswati

Deusa da sabedoria, das artes e da música. Esposa, de Brahma, o criador do


mundo, ela faz parte da Trimurti – trindade das Deusas do hinduísmo
(Saraswati, Lakshmi e Shakti).

É a protetora dos artesãos, pintores, músicos, atores, escritores e artistas em


geral. Ela também protege aqueles que buscam conhecimento, os estudantes,
os professores, e tudo relacionado à eloquência, sendo representada como uma
mulher muito bela, de pele branca como o leite, e tocando sitar (um
instrumento musical). Seus símbolos são um cisne e um lótus branco.

Na mitologia hindu, o cisne é a ave sagrada à qual se for oferecida uma mistura
de leite e água, é capaz de beber só o leite, distinguindo a essência do
superficial e o eterno do evanescente. Representa a qualidade de discriminação
entre o bom e o mau.

A esta deusa era consagrado o chamado dia de Savitu-Vrta, normalmente


comemorado no dia 16 de maio.

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Lakshmi

Deusa da prosperidade – Lakshmi, representação da prosperidade e riqueza


(material e espiritual), da beleza e do amor. É a esposa e energia ativa de
Vishnu. É uma das deusas mães, sendo assim, chamada de “mata” – mãe: “Mata
Lakshmi.” Também é chamada de “Shri” – a energia feminina do Ser Supremo.
É a deusa que, através da sua representação, convoca à prosperidade, riqueza,
pureza, generosidade e incorporação da beleza, graça e charme. A importância
de Lakshmi no lar tradicional hinduísta, faz dela uma deidade doméstica, pois é
reverenciada a cada sexta-feira no altar na casa dos indianos hinduístas que se
dedicam aos negócios (vivi isso como experiência própria na minha viagem pra
Índia). Um dos principais ensinamentos dessa poderosa mulher é que com
esforço constante governado com sabedoria e pureza e de acordo com o
dharma próprio, a prosperidade espiritual e material são facilmente atingidas.

A Shakti, ou Maha Devi, é o poder feminino absoluto. Há, no entanto, muitas


deusas (Devis) diferentes. Cada um dos Devas, por exemplo, tem sua
companheira (sua Shakti), sem a qual ele é incompleto. A Shakti de Brahma é
Sarasvati, a de Vishnu é Lakshmi, a de Shiva é Parvati. Essas Devis são
manifestações ou aspectos parciais, limitados, da Grande Deusa. No entanto,
muitas vezes se identifica Parvati com a própria Shakti.

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Embora Shiva seja um Deva muito poderoso, ele não é nada, comparado com
a Shakti. Ela é ativa, ela tem todos os poderes, ele não tem nenhum poder sem
ela. Por isso, muitas vezes ele é representado como um cadáver acima do qual
Shakti dança, ou com o qual ela tem relações sexuais.
Enquanto Shiva e Shakti estão separados, o universo é dinâmico, ele se
transforma, está ativo. Quando Shiva e Shakti se unem e se fundem em uma
unidade, toda multiplicidade desaparece, o tempo pára.

Shakti, o poder feminino, está presente, de acordo com o Tantra, em todas as


coisas e todos os seres do universo – mas de forma muito mais forte e
significativa nas mulheres. Da mesma forma, Shiva, seu complemento
masculino, está presente também em todos os seres, mas especialmente nos
homens.

Shiva Shakti​ entrelaçam-se num estado constante de paixão divina,


representando a regeneração eterna das forças do universo. Eles também
representam as polaridades universais dentro de nós todos.
Shiva, a força sem limites da consciência pura

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Shakti, a energia primordial da criação. Quando Shiva e Shakti se unem, Shiva dá


poder ao potencial inerente de Shakti. A união deles cria a todos os níveis
manifestação e realização do eterno estado de estar no coração.
Essas energias têm conexão através das nossa gônadas glândulas ligadas aos
genitais que têm nomes específicos em sânscrito língua usada na época.
Lingam = Pênis.

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Yoni = Vagina.

Tantra nasceu como forma de despertar a consciência do ser humano para


o seu comportamento, para as suas ações no mundo e para as suas
responsabilidades para consigo mesmo e para com o mundo exterior.
Segundo o Tantra, o Universo é poder. Tudo está impregnado de poder. O
ser humano, por sua vez, é um ser muito poderoso, mas que, muitas das vezes,
por viver em estado de Avidya (ignorância), não utiliza desses poderes e, ainda
pior, muitas das vezes, usa-os de forma errada ou egoísta.

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O Despertar
Com o objetivo de despertar a consciência, o Tantra prescreve muitas
formas para que o discípulo adquira consciência e desenvolva seus poderes e os
utilize, não só para o seu crescimento, mas também para o crescimento da
humanidade. No Tantrismo, há toda uma busca de levar o ser humano para uma
maior consciência.
Nossos corpos são criações milagrosas. Devem ser respeitados, admirados,
apreciados. Se acreditamos que Deus é onipresente, isso significa que Deus está
em cada célula de nossos corpos. Então, quando uma pessoa admira outro
caminhando pela rua, Deus admira a própria criação de Deus. E aquele que é
admirado é também Deus desfrutando a própria criação de Deus.

Outra contradição: o Tantra buscaria o Samadhi via desintoxicação, para


ativação dos Chakras, das Nadis e para a ascensão da energia Kundalini. Mas e o
álcool? Seria um elemento purificador? Beber álcool contrapõe-se – sim – ao
Niyama Saucha, mas obstruem-se as redes energéticas e isto não é uma atitude
tântrica.
A prática desse Yoga e dessa massagem pode levar a certos desbloqueios,
sim, mas se o que se busca, primordialmente, é o Samadhi, então quais os
compromissos assumidos para que esse estado se realize?
Ainda, nova contradição: fazer sexo sem nenhuma restrição. Bem e quanto a lei
do Karma? A concepção de outro ser, como fica? Caso se evitar a fecundação,
está-se em um processo restritivo. Então, não há liberdade total. Há restrições e
restrições não fazem parte do Tantra Vamah (de esquerda).
Quanto a se pensar que o Tantra não tenha princípios espiritualista, então, não
faz sentido agir de forma natural, pois a busca de se ser natural é caminhar em
sintonia com o fluxo dhármico de harmonia, algo em comunhão com o princípio
fundamental que norteia o Universo: Purusha – a força espiritual.
O Vamah Tantra pode se opor veementemente ao que ele denomina de Tantra
da mão branca ou da direita – o Dakshnah Tantra, mas não consegue fugir de
contradições em suas posições, que, na verdade, apenas se baseiam em fazer

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oposições e não em ser moral, e ser moral faz parte de todo indivíduo que busca
ser consciente, alerta e desperto, princípios básicos do Tantra antigo da Índia.
Por tudo isto, pode-se concluir que o Vamah Tantra se desmorona em suas
próprias bases, se constituindo apenas em​ ​uma forma de contestação
anárquica, de prazer pelo prazer, do gozo pelo gozo, sem nenhuma relação com
princípios éticos, responsáveis e conscientes.
Dessa forma, não se constitui em uma escola concretamente moral e
norteadora de uma ação no mundo consciente e construtiva. No que diz
respeito à prática do Yoga erótico e da massagem sexual, ela tem demonstrado
ser apenas uma fórmula de escape de impulsos sexuais, sem uma ligação com o
caminhar de um processo de Vida Yogue.
O Tantra, na sua essência, não é nem Dakshnah e nem Vamah, o Tantra é uma
filosofia comportamental, moral, espiritualista, amorosa, não-violenta (matar
animais é uma violência), é uma filosofia nascida no bojo do matriarcalismo,
onde impera a sensibilidade, a afetividade e o amor.
Admirar, agradecer, doar, reverenciar e respeitar: Tantrismo. Agora, fazer sexo
sem nenhuma consciência, comer carnes, sem qualquer ética, beber álcool pelo
gozo que seus efeitos propiciam, isto pode ser denominado de qualquer coisa,
menos de caminhos tântricos.
Quanto às linhagens de Vamahcharyatantrik, mesmo que sejam de escolas
antigas, essas escolas caminharam em um sentido outro que não o do Tantra
tradicional, pois, ao afirmar que o “divino” está presente em tudo e em todos as
ações e que, por isso, o ato de comer carnes, beber álcool e fazer sexo sem
restrições seria algo sagrado, está-se fugindo da segunda parte do corolário
tântrico: “você é livre para agir da forma que quiser, mas você não é livre para
fugir das consequências de suas ações”.

Referencias Bibliográficas :
- LYSEBETH, A. Van. Tantra – o culto da feminilidade. São Paulo: Summus, 1994.
- Feuerstein, Georg - Tantra Sexualidade e Espiritualidade
- Osho - Tantra o caminho da Aceitação
- Ferrara, Guilhermo - El Arte Del Tantra

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