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A Dança do Ventre e o Sagrado Feminino

Não importa onde você tenha crescido, é provável que tenha visto em algum momento de
suas vidas movimentos elegantes, fluidos e hipnotizantes de dançarinos(a) do ventre.
Originalmente, a dança do ventre é conhecida como Raks Sharki nos países árabes, onde
sempre foi uma forma de arte tradicional e cultura de um povo. O termo Raks Sharki pode
ser literalmente traduzido como "dança do leste" ou dança do oriente". Embora você já
tenha visto um dançarino (a) do ventre se apresentando, você realmente conhece a história
por trás dessa dança milenar?
A Origem

Umas das conclusões que se retira, é que a dança surge como a primeira forma de
comunicação. Ela consegue ser anterior à fala e à escrita.
Ao ritmo de um som muito rudimentar que escutava da Natureza, o Homem cedo percebeu
que com os movimentos (que surgiam de uma forma inconsciente, intuitiva e natural)
conseguia exprimir-se com ele próprio, pois tais movimentos provocavam sensações que
não entendia, mas sentia, como por exemplo alegria, descontração, prazer, dor, excitação,
amor, etc… permitindo-lhe passar todas essas sensações também para os outros.
Outra conclusão que também se consegue perceber era o grande respeito que se tinha pela
Mulher. Ser estranho e misterioso que produzia Vida. Também cedo se percebeu que a
Mulher está intimamente ligada aos Ciclos da Natureza, ela era a representação terrena da
Deusa Mãe, aquela que abençoava com a sua fertilidade, alimento, dona da Vida e da
Morte. O Homem primitivo tinha uma verdadeira adoração pelo poder da Mulher com um
forte cariz espiritual. Acreditavam, sem nenhuma espécie de dúvida, que havia algo superior
e divino que “comandava” o mundo. A dança servia também como comunicação,
homenagem e agradecimento a essa Deusa que tudo dava, mas que também tudo podia
tirar.
O tempo vai passando, e encontramos na época faraônica, um homem culto, inteligente,
sábio, sensível à Filosofia e à Arte. O antigo Egito foi uma das sociedades mais marcantes
da história universal tão ou, ao meu ver, mais evoluída que as de hoje.
O forte sentido espiritual que adquiriram, foi tão glorioso, que é neste período que a Dança
passa a ter um objetivo específico: ela é a ligação com o Divino, praticada em rituais
religiosos. É nesta altura que a sua essência é forte e ricamente desenvolvida, de tal
maneira, que dura até aos dias de hoje, com o nome de Dança Oriental, ou popularmente,
Dança do Ventre.
Também através de pinturas, baixos-relevos e inscrições deixados nos templos e nas
paredes das pirâmides percebe-se que o antigo Egito era uma sociedade matriarca, onde a
Mulher tinha um papel fundamental.
A adoração à Deusa ou Deusas (como Isis, Bast, Sekhmet, Hathor etc…) continua sendo as
personagem e o motivo principal em celebrações religiosas onde as mulheres
(sacerdotisas) tinham a exclusividade de comunicar com elas, homenageando-as,
agradecendo-as, pedindo-lhes favores e proteção através de movimentos com o ventre
carregados de simbolismo e energia
Quando a música se desenvolve no antigo Egito, ela também é tocada principalmente pelas
mulheres. Começa por uma percussão executada com as mãos, um estalar de dedos, gritos
e bater o pé compassados ritmicamente, passando para instrumentos de percussão de
madeira, osso de um animal ou marfim. Posteriormente aparece o sistro, flautas,
instrumentos de corda e uma maior variedade de instrumentos de percussão.
Ilustrado no túmulo de Nebamun, os címbalos presos aos dedos - chamados snujs
atualmente - eram amplamente utilizados como instrumento musical para manter o ritmo em
rituais, semelhante ao usado pelas dançarinas do ventre hoje.
A Dança Oriental que conhecemos hoje, com base ritualística e sagrada na antiguidade,
hoje carrega grande bagagem cultural de povos de diversas partes do Egito e outros países
árabes, tendo sido influenciada também pelo Ocidente.
Essa dança milenar é muito mais do que um amontoado de movimentos e costumes muitas
vezes mal interpretados. Se quiser, ela ajuda a uma comunicação consigo própria,
melhorando a sua vida interior, que com certeza irá refletir-se na sua vida exterior.
Para compreender melhor, transcrevo parte de uma inscrição, de um cântico em louvor a
Hathor (deusa da dança e música) encontrada em um templo:

“Nós tocamos as nossas percussões para o Seu espírito,


Nós dançamos pela Sua graça,
Nós vemos a sua linda forma nos Céus,
Ela é a nossa senhora dos Sistros,
Amante dos colares de areia.
Hathor é a senhora do Prazer e do Júbilo,
Amante da Dança, senhora do Sistro e Rainha da Música.
(…)
Senhora de toda a beleza, Amante das preces
Quando os seus dois olhos estão abertos: Sol e Lua
Os nossos corações rejubilam, recebendo a Luz
Hathor é a senhora da Dança Sagrada
Senhora do êxtase – não dançamos para mais nada senão para o seu Espírito…”
O que é o Sagrado feminino
Com o passar dos tempos, a humanidade foi ficando cada vez mais cheia de informações e
tecnologias e esquecendo da conexão com o nosso interior e a natureza.
Através da energia deixada por nossas ancestrais, hoje revivemos o círculo de mulheres
que se unem tanto para o compartilhamento de vivencias e pensamentos, como para a
profunda conexão com nossa mãe Gaia (planeta Terra e toda a natureza que nela contem).
Esse círculo de mulheres é chamado hoje de sagrado feminino pois é através dele que
buscamos o conhecimento interior de nós mesmas e de nossas irmãs.
O sagrado pode ser trabalhado individualmente também em cada mulher, através de
pensamentos descontruídos, cuidados com nosso corpo físico e mental, meditações,
movimentos artísticos e contato com a natureza. Mas em sua maioria, o sagrado é
trabalhado em grupo para que possamos emanar juntas a energia do amor, confiança e
companheirismo.

Os círculos de sagrado feminino podem ser feitos através de um simples bate-papo sobre
temas que envolvem nosso feminino, como através de oficinas de aprendizado que une
todas nós. Vamos lembrar que, só de estarmos juntas em perfeito amor uma com as outras,
já geramos uma energia linda e circular que emana tanto em nós como para a natureza.
O sagrado através da dança do ventre
Em muitas conexões do sagrado feminino, efetuamos através das danças a transmutação
de energias positivas tanto em nosso interior como no compartilhamento delas com nossas
irmãs. Hoje iremos unir o sagrado feminino com a arte milenar da dança do ventre.
A dança do ventre, como visto anteriormente, possui sua origem no Antigo Egito e era
utilizado como forma de conexão com as Deusas e suas sacerdotisas.
A dança possui sua força através dos passos e da entrega da dançarina que libera todos os
sentimentos que ela tem dentro de si. Na dança do ventre, é exatamente assim.
Unindo a dança do ventre com o sagrado feminino, desperta em nós o autoconhecimento,
amor próprio, auto estima e aflora a feminilidade em nosso ser além de nos conectar ao
divino.

Alguns dos movimentos da dança são trabalhados em conexão com o sagrado,


principalmente movimentos circulares como o redondo de quadril e movimentos leves de
braços. Enquanto um trabalha a circulação de energia contínua (energia precisa circular
sempre), o outro trabalha a leveza e delicadeza.
Conhecendo a Ju Marconato

Muitas dançarinas profissionais de dança do ventre, trabalham em prol da conexão da


energia do sagrado e levam esse ensinamento em suas rotinas de aulas.
Hoje iremos conhecer a grande dançarina brasileira, Ju Marconato. A Ju em seus
ensinamentos, trabalha a conexão de mulheres com o sagrado feminino de cada uma e
através de grupos. Possui um canal no YouTube onde dissemina o autoconhecimento e nos
ensina a trabalhar a energia do amor próprio, paz interior e transmutação de energia através
da dança do ventre.

Canal do Youtube Ju Marconato Dança Cura:


https://www.youtube.com/channel/UCmiUczJednJPoScFnCI1ZMw
A seguir, compartilharemos um áudio para a continuação do estudo e lição de casa.

Conexão com o seu sagrado

Acenda uma vela vermelha representando o seu amor próprio (caso não tenha essa cor,
pode ser branca). Acenda o incenso que você mais gosta. Coloque o áudio para tocar no
ambiente.
Sente de forma confortável e esteja em um lugar onde você se sinta bem em sua casa.
Repita em voz alta como mantra o que áudio tocar.
Após essa experiencia interna e pessoal, deixe sua intuição falar. Dance, escreva, desenhe
ou faça o que sentir vontade fazer para expressar o que sentiu nessa conexão.

*Não esqueçam de compartilhar conosco tanto a experiência pessoal quanto a


demonstração artística escolhida. *
https://youtu.be/YG5KSMomfuw

“ O áudio está também na pasta dessa aula “


Sejamos companheiras nesse longo caminho que é a vida. Transborde amor ao próximo e
iremos partilhar de frutos lindos! Fiquem com a grande Deusa!

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Grupo de estudos:
https://www.facebook.com/Bruxariaensinamentos/

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