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07/04/2024, 07:41 Marco Vipsânio Agripa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Marco Vipsânio Agripa


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Marco Vipsânio Agripa (em latim: Marcus Vipsanius Agrippa) foi um político da gente
Vipsânia da República Romana eleito cônsul por três vezes, em 37, 28 e 27 a.C., com Lúcio Marco Agripa
Canínio Galo e com Otávio nas duas vezes seguintes.[1] Era amigo próximo, genro e principal
comandante de Otávio e, como arquiteto, foi responsável pela construção de alguns dos mais
notáveis edifícios da história de Roma. Como general, conquistou muitas vitórias importantes,
especialmente a Batalha de Ácio, em 31 a.C., contra as forças combinadas de Marco Antônio e
Cleópatra, que deixou Otávio como único poder em Roma, o futuro imperador romano Augusto.
Agripa auxiliou-o na transformação de Roma numa "cidade de mármore"[2] e na reforma dos
aquedutos romanos com o objetivo de entregar a todos os romanos, de todas as classes sociais,
serviços públicos de boa qualidade. Foi o responsável pela criação de muitas termas, pórticos e
jardins por toda a cidade e já se acreditou no passado que ele teria encomendado a construção
do Panteão. Agripa era também o sogro do segundo imperador, Tibério, avô pelo lado materno
de Calígula e bisavó materno de Nero.

Primeiros anos
Agripa nasceu entre 64 e 62 a.C.[a] em um local incerto.[5] Seu cognome de família é derivado da
forma latina do grego "Agrippas", que significa "cavalo selvagem".[5]

É possível que seu pai tenha sido Lúcio Vipsânio Agripa.[6] Ele tinha um irmão mais velho, Busto de Agripa.
também chamado Lúcio Vipsânio Agripa, e uma irmã, Vipsânia Pola. A família não tinha Cônsul da República Romana
nenhuma proeminência na vida pública romana até sua ascensão.[7] Porém, Agripa tinha mais
Período 37 a.C.
ou menos a mesma idade de Otaviano e os dois foram educados juntos, tornando-se grandes
Servindo com Lúcio Galo
amigos. Apesar da associação de Agripa com a família de Júlio César, seu irmão mais velho
Antecessor(a) Ápio Cláudio Pulcro
Caio Norbano Flaco

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escolheu o lado adversário na guerra civil da década de 40 a.C., lutando com Catão, o Jovem, Sucessor(a) Marco Coceio Nerva
contra César na Batalha de Tapso, na África Velha. Quando as forças de Catão foram derrotadas, Lúcio Gélio Publícola
o irmão de Agripa foi preso e libertado depois que Otaviano intercedeu por ele.[8] Período 28 a.C. — 27 a.C.
Servindo com Augusto
Não se sabe se Agripa lutou contra o irmão na África, mas é provável que ele tenha servido na
Antecessor(a) Augusto
campanha de César de 46-45 a.C. contra Pompeu, que culminou na Batalha de Munda.[9] César Sexto Apuleio
o tinha em alta estima, suficiente para enviá-lo com Otaviano, em 45 a.C., para estudar em Sucessor(a) Augusto
Apolônia (na costa da Ilíria) com as legiões macedônias enquanto consolidava seu poder em Tito Estacílio Tauro
Roma;[10] um dos amigos de César, Caio Cílnio Mecenas, enviou seu filho para estudar com eles. Dados pessoais
No quarto mês de sua estadia em Apolônia chegaram as notícias do assassinato de Júlio César, Nome completo Marco Vipsânio Agripa
ocorrido em março de 44 a.C.. Agripa e outro amigo deles, Quinto Salvidieno Rufo,
Nascimento 64 a.C. ou 62 a.C.
recomendaram que Otaviano marchasse para Roma com as legiões da Macedônia, mas ele Desconhecido
preferiu navegar para a Itália com uma pequena força para chegar mais rapidamente. Assim que (Arpino, Ístria ou Assis)
chegou, soube que César o havia adotado como herdeiro legal.[11] Ele imediatamente assumiu o Morte 12 a.C.
nome de César ("Caio Júlio César") e acrescentou "Otaviano" como agnome, mas os Campânia
historiadores modernos geralmente se referem a ele como "Otaviano" neste período. Esposa Cecília Ática
Cláudia Marcela
Júlia, a Velha
Ascensão ao poder Filhos(as) Vipsânia Agripina
Depois do retorno de Otaviano a Roma, ele e seus aliados, especialmente Agripa e Mecenas, Vipsânio Marcela
Caio César
perceberam que precisariam do apoio de legiões. Agripa ajudou Otaviano a alistar tropas na Júlia, a Jovem
Campânia.[12][b] Assim que conseguiu suas legiões, Otaviano fez um pacto com Marco Antônio e Lúcio César
Agripina
Lépido, estabelecido legalmente em 43 a.C. na forma do Segundo Triunvirato. Otaviano e seu
Agripa Póstumo
colega consular, Quinto Pédio, conseguiram que os assassinos de César fossem processados in
Religião Politeísmo romano
absentia e Agripa foi encarregado do caso contra Caio Cássio Longino.[14] É possível que tenha
sido neste mesmo ano que Agripa iniciou sua carreira política, assumindo o posto de tribuno da Serviço militar
plebe, o que lhe garantiu o acesso ao Senado Romano.[c] Lealdade República Romana
Império Romano
Em 42 a.C., Agripa provavelmente lutou ao lado de Otaviano e Antônio na Batalha de Filipos.[17] Serviço/ramo Exército Romano
Depois de seu retorno a Roma, Agripa teve um importante papel na guerra de Otaviano contra Anos de serviço 45–12 a.C.
Lúcio Antônio e Fúlvia, respectivamente irmão e esposa de Marco Antônio, que começou em 41 Graduação General
a.C. e terminou com a captura de Perúsia em 40 a.C.. Porém, Quinto Salvidieno Rufo ainda era o
Conflitos Segunda Guerra Civil da
principal general de Otaviano na época.[18] Depois da Campanha de Perúsia, Otaviano partiu República Romana
para a Gália, deixando Agripa como pretor urbano em Roma com instruções de defender a Itália
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contra Sexto Pompeu, um adversário dos triúnviros que estava ocupando a Sicília. Em julho do Batalha de Mutina
Guerra Civil dos Libertadores
40 a.C., enquanto Agripa estava ocupado com os Jogos Apolinários ("Ludi Apollinares"), uma
responsabilidade dos pretores, Sexto começou um raide no sul da Itália. Agripa avançou contra Batalha de Filipos
ele, forçando-o a se retirar.[19][20] Porém, o triunvirato se mostrou instável e, em agosto de 40 Última Guerra Civil da
a.C., tanto Sexto quanto Antônio invadiram a Itália (mas não em aliança). O sucesso de Agripa República Romana
na retomada de Siponto das forças de Antônio ajudaram a acabar com o conflito (conhecido
como Guerra de Mutina).[21][22] Agripa estava entre os intermediários que firmaram a paz entre Batalha de Áccio
Otaviano e Antônio. Durante as discussões, Otaviano soube que Salvidieno havia se oferecido a Batalha de Alexandria
Antônio para traí-lo, o que resultou em sua prisão. Ele foi executado ou cometeu o suicídio e
Agripa tornou-se o principal general de Otaviano.[23]

Em 39 ou 38 a.C., Otaviano nomeou Agripa governador da Gália Transalpina, onde, em 38 a.C., ele sufocou
uma revolta dos aquitanos. Agripa lutou também contra as tribos germânicas, tornando-se o segundo general
romano a cruzar o Reno depois de Júlio César.[24] Foi convocado de volta a Roma por Otaviano para assumir
o consulado em 37 a.C., quando serviu com Lúcio Canínio Galo. Ele estava bem abaixo da idade mínima
requerida (43 anos), mas Otaviano havia sofrido uma humilhante derrota naval contra Sexto Pompeu na
Batalha de Messina e precisava de um amigo para supervisionar os preparativos para as campanhas seguintes Mapa da Campanha de Perúsia
da Revolta Siciliana. Agripa recusou a oferta de realizar um triunfo por seus feitos na Gália — afirmando, contra as forças de Lúcio Antônio e
segundo Dião Cássio, que seria impróprio celebrar um triunfo num período difícil para Otaviano.[25][26] Como Fúlvia, filho e esposa de Marco
Sexto Pompeu tinha o controle do mar na costa da Itália, a primeira providência de Agripa foi arranjar um Antônio.
porto seguro para sua frota. Ele conseguiu construindo um canal através das faixas de terra que separavam o
Lacus Lucrinus do mar, formando um porto externo, e ligando o lago Averno ao Lucrinus para que servisse
como porto interior.[27] O novo complexo portuário foi chamado de Porto Júlio, uma homenagem a
Otaviano.[28] Agripa também foi responsável por alguns avanços tecnológicos, incluindo navios maiores e
uma versão melhorada dos arpéus (ganchos para agarrar as naus inimigas).[29][30] Foi nesta época que Agripa
se casou com Cecília Pompônia Ática, filha do amigo de Cícero, Tito Pompônio Ático.[31]

Otaviano e Agripa partiram com a frota para lutar contra Sexta em 36 a.C.. Porém, a armada dos dois foi
duramente atingida por tempestades e obrigada a recuar, com Agripa assumindo o comando de uma nova
Maison Carrée, em Nîmes, na
investida. Graças à tecnologia superior e ao treinamento dos marinheiros romanos, Agripa e seus homens França, construído por ordem de
venceram batalhas navais decisivas em Milas e Nauloco, destruindo todos menos dezessete dos navios de Agripa.
Sexto e obrigando a maior parte de suas forças a se render. Otaviano, com seu poder aumentado, forçou o

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triúnviro Lépido a se aposentar e voltou para Roma em triunfo.[32] Agripa recebeu a homenagem sem precedentes de uma coroa naval, decorada
com a ponta da proa dos navios vencidos; como lembra Dião Cássio, esta foi "uma decoração dada a ninguém mais, antes ou depois".[33]

Vida no serviço público


Agripa participou de campanhas militares menores entre 35 e 34 a.C., mas, no outono deste ano, já estava em Roma[34] para dar início imediato a
uma campanha de melhorias e reformas públicas, incluindo a renovação do aqueduto conhecido como Água Márcia, incluindo a extensão de seus
canais para que cobrissem uma parte maior da cidade. Por suas ações, foi selecionado como um dos edis de 33 a.C. e, durante seu mandato, as
ruas foram restaurados e os esgotos (Cloaca Máxima) foram limpos enquanto se promoviam luxuosos espetáculos públicos.[35] Agripa construiu
ainda termas (conhecidas como Termas de Agripa), jardins, pórticos e estimulou exibições de obras de arte.

Era bastante raro que um consular aceitasse posições inferiores,[36] mas o sucesso de Agripa acabou com esta tradição. Como imperador, Augusto
se vangloriaria por "encontrar uma cidade de tijolos e entregar uma cidade de mármore", um feito conquistado em parte pelos grandes serviços
de Agripa durante seu mandato.

Antônio e Cleópatra
Agripa foi novamente convocado para assumir o comando da frota quando a guerra contra Antônio e Cleópatra
irrompeu. Ele capturou a estratégica cidade de Metone, no sudoeste do Peloponeso, e seguiu para o norte, atacando
a costa grega e capturando Corcira. Otaviano em seguida levou suas forças terrestres para lá, ocupando a ilha como
uma base naval.[37][38] Antônio reuniu suas tropas e navios em Ácio e Otaviano seguiu para lá para encontrá-lo.
Agripa, enquanto isso, derrotou o aliado de Antônio, Quinto Nasídio, em uma batalha naval em Patras.[39] Dião
relata que, conforme Agripa seguia para se encontrar com Otaviano perto de Ácio, encontrou Caio Sósio, um dos
generais de Antônio, que estava realizando um ataque surpresa contra o esquadrão de Lúcio Tário Rufo, um aliado
Diagrama da Batalha de Ácio de Otaviano. A chegada inesperada de Agripa reverteu o resultado da batalha.[40]
(31 a.C.), a grande vitória de
Agripa e que encerrou a Conforme a batalha decisiva se aproximava, segundo Dião Cássio, Otaviano recebeu informações de que Antônio e
Guerra Civil de Antônio. Cleópatra planejavam atravessar seu bloqueio naval e fugir. A princípio, ele queria permitir que a nau capitânea
deles passasse livre argumentando que ele conseguiria tomá-la com naus menores e que o resto da frota inimiga
simplesmente se renderia ao perceber a covardia de seus líderes. Agripa foi contra, argumentando que os navios de Antônio, embora maiores,
poderiam escapar se conseguissem lançar suas velas e que Otaviano deveria iniciar a batalha imediatamente pois a frota de Antônio havia
acabado de ser atingida por uma tempestade. Otaviano seguiu o conselho do amigo.[41]

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Em 2 de setembro de 31 a.C., a Batalha de Ácio foi travada. A vitória de Otaviano, que conferiu-lhe o poder completo sobre Roma e sobre a
República, deveu-se principalmente a Agripa.[42] Como sinal de sua consideração, Otaviano concedeu-lhe a mão de sua sobrinha, Cláudia
Marcela Maior em 28 a.C.. Ele também serviu um segundo consulado com Otaviano neste mesmo ano. Em 27 a.C., Agripa foi cônsul pela terceira
vez com Otaviano e, naquele ano, o Senado conferiu a Otaviano o título imperial de Augusto, dando fim, efetivamente, à República Romana.

Em comemoração pelo resultado da batalha, Agripa construiu e dedicou o edifício que serviu como "Panteão" de Roma antes de sua destruição
em 80 a.C.. O imperador Adriano utilizou o projeto de Agripa para construir seu próprio Panteão, que ainda hoje sobrevive em Roma. A inscrição
neste edifício posterior, construído por volta de 125, preservou o texto da inscrição do edifício de Agripa, da época do seu terceiro consulado. Os
anos seguintes, Agripa passou na Gália, reformando toda a administração provincial e o sistema tributário, juntamente com um efetivo sistema
viário e aquedutos.

Últimos anos
A amizade de Agripa com Augusto parece ter sido obscurecida pelo ciúme dos sobrinho do imperador, Marco
Cláudio Marcelo, fomentada, provavelmente, pelas intrigas de Lívia, a terceira esposa de Augusto, que temia a
influência dele sobre seu marido.[43] Tradicionalmente, acredita-se que foi por causa deste ciúme que Agripa
saiu de Roma, nominalmente para assumir o governo das províncias orientais — uma espécie de "exílio de
honra", mas ele enviou apenas um legado para a Síria permanecendo o tempo todo em Lesbos e governando
por procuração,[43] apesar de ser possível que ele estivesse numa missão secreta negociando com os partas o
retorno dos estandartes que eles ainda detinham.[44] Com a morte de Marcelo, ocorrida em menos de um ano
depois de seus exílio, Agripa foi reconvocado a Roma por Augusto, que percebeu que não podia prescindir de Frontão do Panteão, uma obra
posterior, do imperador Adriano (c.
seus serviços. Porém, se estes eventos forem colocados no contexto da crise em 23 a.C., parece improvável
125 a.C.), mas que preserva a
que, tendo que enfrentar uma importante oposição e próximo de realizar uma importante movimentação dedicatória de Agripa, da época de
política, o imperador Augusto colocasse um homem no exílio no comando do grosso das tropas romanas. O seu terceiro consulado (27 a.C.).
que é muito mais provável que é o "exílio" de Agripa foi, na verdade, um cuidadoso movimento político para
colocar um leal aliado no comando de uma importante exército para servir como plano secundário caso as
negociações de 23 a.C. fracassassem e Augusto precisasse de apoio militar.[45] Além disso, depois de 23 a.C., como parte do que ficou conhecido
como o "Segundo Acordo Constitucional" de Augusto, os poderes constitucionais de Agripa foram aumentados para prover ao Principado de
Augusto maior estabilidade ao designar um herdeiro político ou substituto se ele sucumbisse aos frequentes problemas de saúde ou fosse
assassinado. No espaço de um ano, o imperium proconsular, similar ao poder de Augusto, foi conferido a Augusto por cinco anos. A natureza
exata desta concessão é incerta, mas provavelmente cobria as províncias imperiais de Augusto, no ocidente e no oriente, provavelmente sem
autoridade sobre as províncias senatoriais. Estas viriam posteriormente assim como o cuidadosamente protegido poder dos tribunos ("tribunicia
potestas").[46]

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Conta-se que Caio Cílnio Mecenas aconselhou Augusto a manter Agripa ainda mais perto fazendo dele seu
genro[47] e, para isso, forçou-o a se divorciar de Marcela para se casar com sua única filha, Júlia, a Velha, em
21 a.C., a viúva de Marcelo,[48][49] igualmente celebrada por sua beleza, habilidades e imoderada
prodigalidade. En 19 a.C., Agripa foi enviado para sufocar uma revolta dos cântabros no norte da Hispânia
(Guerras Cantábricas).[43] Entre 16 e 15 a.C., foi encarregado de construir o Teatro romano de Augusta
Emerita, atual Mérida, por ordem de Augusto.

Em 18 a.C., os poderes de Agripa aumentaram ainda mais, chegando quase a igualar os de Augusto. Neste ano,
seu imperium proconsular foi aumentado para cobrir também as províncias senatoriais e, além disso, ele
Teatro romano de Mérida,
finalmente recebeu o poder dos tribunos da plebe. Como no caso de Augusto, a concessão deste poder lhe foi
construído por Agripa ordem de
dado sem que ele tenha de fato sido eleito para esta posição.[50] Estes poderes eram consideráveis, dando-lhe Augusto.
poder de veto sobre os atos do Senado e de outros magistrados, incluindo outros tribunos, e o poder de
apresentar leis para serem aprovadas na Assembleia do povo. Tão importante quanto, a pessoa do tribuno era
sacrossanta, o que significava que qualquer um que os agredisse ou impedisse seus atos, incluindo os políticos, poderiam ser legalmente
mortos.[51] Depois desta concessão, Agripa era, no papel, tão poderoso quanto Augusto. Mas não havia dúvidas de que este estava no comando.

Agripa foi nomeado governador das províncias orientais novamente em 17 a.C., onde sua administração, justa e prudente, conquistou o respeito e
a boa vontade dos provincianos, especialmente da população judaica.[43] Agripa também recuperou o controle efetivo de Roma sobre o
Quersoneso Cimério, na península Crimeia, durante seu mandato.

O último serviço público de Agripa foi o início da campanha de conquista da região do alto Danúbio, que tornar-se-ia a província romana da
Panônia em 13 a.C..[52] Agripa morreu na Campânia, em 12 a.C., com 51 anos de idade. Seu filho póstumo, Marco Vipsânio Agripa Póstumo, foi
batizado em sua homenagem. Augusto honrou sua memória com um magnífico funeral e decretou um luto de mais de um mês. Augusto cuidou
pessoalmente da educação de todos os filhos de Agripa e chegou mesmo a adotar dois deles, Caio César e Lúcio César. Não adotou Agripa
Póstumo para preservar a linhagem do amigo, pois, segundo a autobiografia de Augusto, tratava-se de um jovem desequilibrado e de mente fraca,
sendo executado logo após a morte de Augusto.

Apesar de Agripa ter construído um túmulo para si, Augusto depositou seus restos em seu próprio mausoléu (que ainda existe).[53]

Legado
Agripa era conhecido também como escritor, especialmente sobre geografia.[43] Sob sua supervisão, o sonho de Júlio César de agrimensurar o
Império Romano foi realizado. Ele construiu um esquema circular, que depois foi gravado em mármore por Augusto e, posteriormente, colocado
numa colunata construída por sua irmã, Vipsânia Pola.[43] Entre suas obras está uma autobiografia, hoje perdida.[43]

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O termo "Via Agripa" é utilizado para denominar a rede de estradas na Gália construída por Agripa.

Descendência
Agripa teve diversos filhos em seus três casamentos. Com sua primeira esposa, Cecília Ática, teve uma filha, Vipsânia
Agripina, que seria a primeira esposa do imperador Tibério e mãe de Druso, o Jovem. Com Cláudia Marcela Maior,[54] é
possível que tenha tido uma filha, cuja existência é incerta, e é chamada de "Vipsânia Marcela". É possível que esta filha
tenha sido uma segunda filha de Cecília Ática, mas não há informações suficientes para afirmar. A existência dela depende
unicamente de Públio Quintílio Varo, mencionado como genro de Agripa na oração funerária de Augusto para o amigo.[55]
Finalmente, com Júlia, a Velha[54], a filha de Augusto, Agripa teve cinco filhos: Caio César, Júlia, a Jovem, Lúcio César,
Júlia, a Velha, a Agripina, a Velha, esposa de Germânico e mãe de Calígula e da imperatriz Agripina, a Jovem, além de Agripa Póstumo
única filha biológica (nascido depois de sua morte).
de Augusto e esposa
de Agripa, com quem Já houve inúmeras tentativas de designar mais descendentes à linhagem de Agripa, incluindo duas linhagens dos Asínios,
teve cinco filhos. descendentes de Caio Asínio Pólio e Marco Asínio Agripa respectivamente. Uma filha (e outros descendentes) chamada
Rubélia Bassa de Júlia, filha de Druso, o Jovem, que pode ter sido filha de Caio Rubélio Blando de um casamento anterior.
E, finalmente, uma série de descendentes de Júnia Lépida e seu marido, Caio Cássio Longino. Porém, todas essas
linhagens são hipotéticas e não há evidências que suportem qualquer ligação com os descendentes de Agripa.

Caio e Lúcio, herdeiros do império e filhos adotivos de Augusto, foram designados "principis iuventutis". Porém, faleceram de causas naturais e a
herança do império recaiu sobre Nero Cláudio Druso (que faleceu em um acidente) e, depois, sobre Tibério, que finalmente seria o sucessor de
Augusto. Druso e Tibério eram filhos do matrimônio anterior de Lívia Drusa, a esposa de Augusto, e também foram adotados por ele.

Árvore genealógica

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Ver também
Cônsul da República Romana

Lúcio Canínio Galo


Precedido por: 37 a.C. Sucedido por:
Lúcio Cornélio Lêntulo Cruscélio (suf.) Marco Coceio Nerva
com Marco Vipsânio Agripa I
com Lúcio Márcio Filipo (suf.) com Lúcio Gélio Publícola
com Tito Estacílio Tauro (suf.)

Precedido por: Otaviano VI Sucedido por:


Otaviano V 28 a.C. Otaviano VII
com Sexto Apuleio com Marco Vipsânio Agripa II com Marco Vipsânio Agripa III

Precedido por: Otaviano VII Sucedido por:


Otaviano VI 27 a.C. Otaviano VIII
com Marco Vipsânio Agripa II com Marco Vipsânio Agripa III com Tito Estacílio Tauro II

Notas
a. Dião Cássio[3] data a morte de Agripa no final de março de 12 a.C. enquanto Plínio[4] afirma que ele teria morrido "em seu quinquagésimo-
primeiro ano". Dependendo da interpretação da frase de Plínio, Agripa poderia ter 51 anos completos ou a completar, o que colocaria a sua
data de nascimento entre março de 64 e março de 62 a.C.. Um calendário de Chipre ou da Síria inclui um mês em homenagem a Agripa
começando em 1 de novembro, o que pode ser uma referência ao mês de seu nascimento[5].
b. Já se especulou que Agripa estava entre os negociadores que conseguiram convencer as legiões macedônicas de Antônio a apoiarem
Otaviano, mas não há evidências diretas disto[13].

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c. Um evento mencionado apenas por Mauro Sérvio Honorato na "Eneida", de Virgílio[15], mas uma posição anterior, requisito para o posto, de
pretor urbano em 40 a.C., favorece a data de 43 a.C.[16].

Referências
1. Smith, v. 1 p. 77-80 14. Veleio Patérculo, História Romana 2.69.5 (http://penelope.uchicago.
2. «Marble» (http://ancienthistory.about.com/od/basics101/f/011508Ma edu/Thayer/E/Roman/Texts/Velleius_Paterculus/2C*.html#69.5);
rble.htm) (em inglês). Ancient History Plutarco, Vidas Paralelas, Bruto 27.4 (http://penelope.uchicago.edu/
3. Dião Cássio, História Romana 54.28.3 (http://penelope.uchicago.ed Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Lives/Brutus*.html#27.4).
u/Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/54*.html#28.3) 15. Virgílio, Eneida 8.682 (http://perseus.mpiwg-berlin.mpg.de/cgi-bin/pt
4. Plínio, História Natural 7.46 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/L/ ext?lookup=Serv.+A.+8.682) Arquivado em (https://archive.is/20120
Roman/Texts/Pliny_the_Elder/7*.html#46). 629050209/http://perseus.mpiwg-berlin.mpg.de/cgi-bin/ptext?lookup
=Serv.+A.+8.682) 2012-06-29 na Archive.today
5. Reinhold, pp. 2–4; Roddaz, pp. 23–26.
16. Roddaz (p. 41)
6. Cf. inscrição no Panteão, "M·AGRIPPA·L·F·COS·TERTIVM·FECIT" (http://
penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/Lazio/Roma/Ro
17. Plínio, História Natural 7.148 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/
me/_Texts/PLATOP*/Pantheon.html).
L/Roman/Texts/Pliny_the_Elder/7*.html#148) o cita como uma fonte
autoritativa para a enfermidade de Otaviano na ocasião.
7. Veleio Patérculo, História Romana 2.96 (http://penelope.uchicago.e
du/Thayer/E/Roman/Texts/Velleius_Paterculus/2D*.html#96), 127 (h 18. Reinhold, pp. 17–20.
ttp://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Velleius_Paterc 19. Dião Cássio, História Romana 48.20 (http://penelope.uchicago.edu/
ulus/2D*.html#127). Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/48*.html#20).
8. Nicolau de Damasco, Vida de Augusto 7 (http://www.csun.edu/~hcfll 20. Reinhold, p. 22.
004/nicolaus.html). 21. Dião Cássio, História Romana 48.28 (http://penelope.uchicago.edu/
9. Reinhold, pp. 13–14. Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/48*.html#28)
10. Suetônio, As Vidas dos Doze Césares, Augusto 94.12 (http://penelo 22. Reinhold, p. 23.
pe.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Suetonius/12Caesars/Augu 23. Reinhold, pp. 23–24.
stus*.html#94.12). 24. Dião Cássio, História Romana 48.49 (http://penelope.uchicago.edu/
11. Nicolau de Damasco, Vida de Augusto 16–17 (http://www.csun.edu/ Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/48*.html#49)
~hcfll004/nicolaus.html); Veleio Patérculo, História Romana 2.59.5 25. Dião Cássio, História Romana 48.49 (http://penelope.uchicago.edu/
(http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Velleius_Pate Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/48*.html#49).
rculus/2C*.html#59.5). 26. Reinhold, pp. 25–29; Lendering, "De Filipos a Ácio (http://www.liviu
12. Nicolau de Damasco, Vida de Augusto 31 (http://www.csun.edu/~hcf s.org/vi-vr/vipsanius/agrippa.html#Philippi)".
ll004/nicolaus.html). 27. Reinhold, pp. 29–32.
13. Reinhold, p. 16. 28. Suetônio, As Vidas dos Doze Césares, Augusto 16.1 (http://penelop
e.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Suetonius/12Caesars/Augus
tus*.html#16).

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Mahlon H. Smith. «Marcus Agrippa» (http://virtualreligion.net/iho/m_ Este artigo contém texto do artigo "Marcus Vipsanius Agrippa (htt
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of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio
público), de William Smith (1870).

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