Calvino é frequentemente acusado de não ter uma mentalidade missionária, mas este documento argumenta que essa acusação não é válida. Historiadores católicos inicialmente fizeram essa alegação para enfraquecer o movimento reformado, mas evidências apontam que a teologia de Calvino tinha implicações missionárias, embora as circunstâncias da época dificultaram atividades missionárias protestantes. Os padrões usados para julgar Calvino também podem não ser justos, considerando os diferentes contextos históricos.
Calvino é frequentemente acusado de não ter uma mentalidade missionária, mas este documento argumenta que essa acusação não é válida. Historiadores católicos inicialmente fizeram essa alegação para enfraquecer o movimento reformado, mas evidências apontam que a teologia de Calvino tinha implicações missionárias, embora as circunstâncias da época dificultaram atividades missionárias protestantes. Os padrões usados para julgar Calvino também podem não ser justos, considerando os diferentes contextos históricos.
Calvino é frequentemente acusado de não ter uma mentalidade missionária, mas este documento argumenta que essa acusação não é válida. Historiadores católicos inicialmente fizeram essa alegação para enfraquecer o movimento reformado, mas evidências apontam que a teologia de Calvino tinha implicações missionárias, embora as circunstâncias da época dificultaram atividades missionárias protestantes. Os padrões usados para julgar Calvino também podem não ser justos, considerando os diferentes contextos históricos.
Introduo Joo Calvino, o reformador do sculo XVI, freqentemente tem sido acusado por muitos historiadores de ter sido totalmente inoperante quanto ao mandato missionrio dado ! i"re#a de fa$er disc%pulos de todas as na&es' ( prop)sito deste tra*alho oferecer uma refle+o com o fim de demonstrar que esta no a verdade acerca do reformador' ,odemos encontrar em Calvino elementos missiol)"icos reveladores de que ele possu%a consci-ncia de que o evan"elho deveria ser anunciado em outros lu"ares e para outros povos' I' Calvino acusado de no possuir uma mente missionria ./ue Calvino e os seus se"uidores de 0ene*ra no sculo XVI no possu%am nenhum interesse em miss&es freqentemente tomado como a+iomtico, porque eles no enviaram imediatamente missionrios para a 1ndia, 2frica ou China quando introdu$iram a 3eforma em 0ene*ra'.456 7er que essa afirmao verdadeira em tudo o que representa8 ,odemos aceitar a idia de que Joo Calvino foi um completo fracasso em miss&es e que nada fe$ para contri*uir para o avano do evan"elho no mundo8 9urante os dias da Contra:3eforma, o cardeal 3o*erto Bellarmine incluiu entre as de$oito marcas da verdadeira i"re#a a sua atividade missionria' ;le disse< .(s herticos nunca converteram pa"os ou #udeus ! f, mas apenas perverteram cristos' =este mesmo sculo os cat)licos converteram muitos milhares de pa"os do novo mundo'.4>6 ;ssas palavras foram ditas com o fim de demostrar que os reformadores eram here"es' Colocar a atividade missionria como marca da i"re#a verdadeira foi apenas um su*terf?"io para afirmar isso' @oi tam*m o historiador cat)lico e professor de miss&es Joseph 7chmidlin, de Anster, que afirmou que os reformadores no estavam conscientes da idia de fa$er miss&es e assim no mostraram nenhuma atividade missionria'4B6 Como n)s podemos ver, o pensamento de que Calvino e os outros reformadores no possu%am nenhuma consci-ncia missionria teve in%cio entre os cat)licos romanos, com o prop)sito de enfraquecer o movimento reformado ante a opinio p?*lica da poca' Cempos depois, a mesma idia foi esposada pelo protestante 0ustav DarnecE, quando afirmou< =os reformadores no encontramos nenhuma ao missionria, *em como a idia de miss&es, no sentido em que entendemos miss&es ho#e' ( novo mundo de pa"os, que foi desco*erto alm mares, estava fora do alcance dos reformadores' Ainda que isto tenha al"um peso, a ra$o fundamental que os *loqueou era mais teol)"ica do que qualquer outra coisa' ;ssa ra$o teol)"ica impediu que os mesmos tivessem uma atividade missionria e tam*m uma direo missionria'4F6 Dilliam Go"" afirmou que .os reformadores no evidenciaram nenhuma preocupao com miss&es ultramarinas aos no cristos'.4H6 A mesma linha de pensamento encontrada em 5 @ranE Iittel quando di$ que .a teolo"ia de Calvino, com seu ativismo inerente, sua preocupao com a e+tenso do reino, e sua -nfase so*re a responsa*ilidade do eleito para com a humanidade e a sociedade, tem muitas implica&es missionrias, mas Calvino no associou essas coisas com a o*ri"ao missionria'.4J6 Ainda que Iittel se#a mais complacente do que Go"" quando reconhece que a teolo"ia de Calvino tem implica&es missiol)"icas, ele conclui di$endo que .as evid-ncias irrefutveis e *em conhecidas demonstram que os reformadores no possu%am qualquer reconhecimento da dimenso missionria da i"re#a'.4K6 Aais recentemente, vimos o historiador e missiolo"ista 3alph Dinter afirmar que .a despeito do fato de que os protestantes "anharam no fronte pol%tico, e, em "rande medida, alcanaram a capacidade de reformular sua pr)pria tradio crist, eles nem mesmo falaram so*re miss&es, e aquele per%odo terminou com a e+panso cat)lica europia nos sete mares, tanto pol%tica como reli"iosa'.4L6 As opini&es formuladas at a"ora foram e t-m sido questionadas por outros estudiosos' Aissiolo"istas e te)lo"os de renome como 7chlatter, ;rnst ,fisterer, Dalter Golsten, 7amuel MNemer, 7tanford 3eid, J' van den Ber", James AacEinnon, 3' ,ierce Beaver e 9avid Bosch t-m apontado para uma outra perspectiva e afirmado que podemos encontrar nos reformadores aquilo em que eles t-m sido acusados de serem falhos' /uando Calvino e os reformadores so acusados de no possu%rem uma mentalidade missionria, o que que isto realmente si"nifica8 /ual o padro pelo qual eles esto sendo #ul"ados8 O certo que Calvino no escreveu, entre os seus muitos livros, nenhum tratado missiol)"ico, mas tam*m certo que nin"um vir a encontrar al"o que tenha escrito contra a idia de miss&es' ( ponto que queremos ressaltar aqui que se Calvino no escreveu so*re miss&es, isso no motivo suficiente para afirmar que ele no reconheceu a dimenso missionria da i"re#a' /uando Dinter reconhece que a e+panso cat)lica romana se deu pol%tica e reli"iosamente em todos os cantos da terra, ele mesmo se esquece de analisar em quais circunstPncias esta e+panso veio a ocorrer' =aqueles dias a I"re#a Cat)lica estava intimamente li"ada ao poder dos "overnantes' ;m 5FQB, o ,apa Ale+andre VI escreveu um documento afirmando a so*erania da ;spanha e concedeu:lhe a possesso de todas as terras desco*ertas, tanto passadas como futuras, no ocidente' ( Cratado de Cordesilhas re"ulamentou em 5FQF as novas desco*ertas, quando determinou:se o que seria da ;spanha e o que seria de ,ortu"al' ( preconceito contra os reformadores pode ser ainda encontrado em R' 7' Iatourette, historiador *atista, quando di$< .=enhum dos pr%ncipes protestantes estava profundamente preocupado em sa*er se os povos no cristos poderiam ser ensinados so*re a f crist, como estavam preocupados os monarcas de pa%ses cat)licos como ;spanha e ,ortu"al'.4Q6 ;ssa declarao duvidosa e deve ser questionada, porque ho#e n)s sa*emos muito *em que os reis da ;spanha e ,ortu"al estavam to somente interessados nos *ens e rique$as do novo mundo' ,ouco interesse havia pelas almas dos seus ha*itantes' Sma outra per"unta que dever%amos fa$er por que to somente ,ortu"al e ;spanha estavam interessados na divul"ao da f crist8 ,or que os outros pa%ses europeus no > manifestaram o mesmo interesse naquele per%odo da hist)ria8 /uanto a isto o pr)prio Iatourette responde< .;m al"umas terras, como na @rana, os cat)licos romanos estavam por demais a*sorvidos na luta contra o protestantismo para vir a ter ener"ias ou pensamentos quanto a miss&es estran"eiras'.45T6 ;ssa declarao muito interessante e merece refle+o' Iatourette, que um historiador srio e protestante, encontra como desculpa para os cat)licos franceses no estarem envolvidos em miss&es o fato de que eles estavam a*sorvidos em lutas contra o protestantismo' ,or que ento o mesmo ar"umento no pode ser usado para os protestantes8 ;les tam*m estavam a*sorvidos lutando contra os cat)licos franceses para so*reviverem' 7e os cat)licos franceses no tinham ener"ias, por que teriam os protestantes8 7e a desculpa valida para um lado, tam*m deve ser vlida para o outroU A no ser que o preconceito do historiador o impea de declarar essa verdade' @inalmente, encontramos nos escritos de 0' Bae$:Camar"o, historiador me+icano, estas palavras< As condi&es especiais nas quais o movimento protestante estava se desenvolvendo naquele tempo na ;uropa precisavam ser levadas em considerao' As i"re#as reformadas foram colocadas so* prova&es severas na tentativa de preservar a sua pr)pria e+ist-ncia contra uma oposio crescente e perse"uio cruel' ;ra o per%odo em que a consolidao local tinha que rece*er a suprema prioridade' ( tra*alho e+pansionista, em particular as miss&es em terras distantes, com meios de comunicao precrios e peri"osos , eram vistos no como ur"-ncia imediata e provavelmente ento vistos como secundrias ou que o tempo ainda no era che"ado'4556 Sma outra questo interessante se podemos chamar a conquista das Amricas, como atividade missionria' (s missionrios cat)licos, com raras e+ce&es, estavam servindo muito mais aos tronos de ,ortu"al e ;spanha do que ! i"re#a' .9e*ai+o do manto da cristiani$ao, uma e+plorao inescrupulosa da populao ind%"ena e um "enoc%dio sem paralelos foram esta*elecidos'.45>6 ( historiador cu*ano Justo 0on$le$, em seus escritos so*re a hist)ria da e+panso romana no nosso continente, oferece uma descrio acurada do movimento missionrio cat)lico'45B6 Calvino #amais teve o poder de um papa ou o de um rei dando:lhe apoio' A verdade que ele mesmo teve que ser um refu"iado em 0ene*ra para escapar das mos dos reli"iosos cat)licos' Ao invs de culpar Calvino por no ter tido o mesmo sentimento missionrio encontrado na I"re#a Cat)lica, devemos a"radecer a 9eus por t-:lo preservado e no ter le"ado a n)s esse passado missionrio de mortic%nio e dominao, que ho#e re#eitado por "rande parte dos te)lo"os cat)licos, especialmente os li"ados ! Ceolo"ia da Ii*ertao' (utro aspecto a se ter em mente que os reformadores so #ul"ados com *ase nos padr&es do que se entende por miss&es atualmente' (u se#a, usa:se um padro contemporPneo para esta*elecer se o que Calvino e os outros reformadores fi$eram era misso ou no' A primeira coisa a ser feita ento definir o que misso' ,oder%amos aceitar que fa$er misso levar a salvao de Cristo somente a povos que vivem em terras distantes8 Certamente esse um dos aspectos da misso da i"re#a, mas a misso crist muito mais B a*ran"ente' 9onald Ac0avran, conhecido como o fundador do Aovimento de Crescimento da I"re#a, afirma que misso . a *usca divina, vasta e cont%nua'.5B Afirma ainda mais< =este mundo, misso tem que ser o que 9eus dese#a' =o uma atividade iniciada por mos humanas, mas a missio Dei, a misso de 9eus, que permanece no controle da mesma' ,ortanto, os pro*lemas da misso devem ser vistos ! lu$ da vontade revelada de 9eus' 7endo o 9eus que ele e que foi revelado em Cristo, que tipo de misso ele dese#a8 Isto o que si"nifica misso, tanto na sua ess-ncia como na sua teolo"ia'45F6 9evemos ter em mente que a idia de misso em terras distantes *%*lica 4Aateus >L6, mas, no conte+to do sculo XVI, essa idia estava tam*m intimamente li"ada ao sentimento de superioridade encontrado no cristianismo ocidental' ( sentimento de conquista e dominao foi um poderoso elemento motivador para as miss&es cat)licas' MNemer est certo quando afirma que .Joo Calvino viveu no sculo XVI e no no sculo XIX' =)s no podemos esperar que ele tivesse uma viso mundial como aquela encontrada em Dilliam CareV'.45H6 A se"uir, o nosso prop)sito mostrar que Calvino possu%a um conceito de e+panso da f crist' II' ,ensamento missiol)"ico em Joo Calvino Joo Calvino foi um escritor incansvel' @oi autor no somente das famosas Institutas, mas tam*m de comentrios de quase todos os livros da B%*lia, *em como de centenas de cartas e serm&es' /uando lemos as suas cartas e os comentrios *%*licos por ele produ$idos, encontramos neles uma preocupao com a divul"ao do evan"elho e com a falta de pastores para as i"re#as da poca' A' Cartas ( que nos impressiona quando lemos as cartas de Calvino o tremendo fardo que pesava so*re os seus om*ros' ;m carta escrita a 7ulcer ele di$< .;m todas as partes da @rana, os irmos esto implorando a nossa assist-ncia'.45J6 9e todas as partes sur"iam cartas solicitando a Calvino que providenciasse pastores e ele sempre procurava um modo de atender a esses apelos' ;le escreveu, por e+emplo, a A' de ,assV so*re a necessidade ur"ente de se tornar um ministro do evan"elho< .( Aonsenhor, Conde dW;u, e a i"re#a de =evers, pediram:me para orar, e+ortar, convocar e, se preciso fosse, con#ur:lo para que voc- cumpra com o seu dever para com aquele po*re povo com o qual voc- est em d*ito'.45K6 A favor da i"re#a de l%n"ua italiana em 0ene*ra, ele escreveu um carta a ,edro Artir apressando:o para vir a 0ene*ra< ./uando os seus compatriotas compartilham comi"o as suas necessidades, perdoe se me coloco ao lado deles''' meu dever e+ort:lo para que venha em au+%lio destas pessoas da sua nao'''.45L6 3alph Dinter chama este tipo de misso de ;van"elismo ;:>'45Q6 Crata:se da misso em que a pessoa cru$a *arreiras "eo"rficas, mas no culturais, para ministrar ao seu pr)prio povo' ;sse tipo de misso Calvino # reali$ava h muito tempo, mas o pr)prio Dinter dei+a F de reconhecer essa verdade no reformador quando afirma que ele no possu%a consci-ncia missionria' B' Comentrios Com respeito ! 0rande Comisso, Calvino menciona< .( 7enhor ordena aos ministros do evan"elho que pre"uem em lu"ares distantes, com o prop)sito de espalhar a salvao em cada parte do mundo'.4>T6 Aais de uma ve$ ele afirmou esta convico' /uando comenta 5 Cm >'F ele declara< .=enhuma nao da terra e nenhum se"mento da sociedade est e+clu%do da salvao, porque 9eus dese#a oferecer o evan"elho a todos e sem nenhuma e+ceo'.4>56 /uando nos familiari$amos com a teolo"ia de Calvino, podemos concluir com certe$a que ele entendia perfeitamente que Cristo era a ?nica esperana para a humanidade' ;+emplos disso podem ser encontrados nos se"uintes te+tos *%*licos< o evan"elho oferecido aos s*ios e no s*ios 43m 5'5F:5J6X deve ser pre"ado em todos os lu"ares atravs da provid-ncia divina 43m 5T'5F6X deve ser pre"ado consistentemente entre todas as na&es 43m 5J'>J6X Cristo o 7enhor *em como o 7alvador de todos 4Is >'F6X na cru$ de Cristo, como num espl-ndido teatro, a incomparvel *ondade de 9eus manifesta diante do mundo 4Jo 5B'B56, e a"ora sa*emos que fora de Cristo e+iste to somente confuso em todo o mundo 4Jo 5>'B56' ,or causa das circunstPncias da sua perman-ncia em 0ene*ra, Calvino fe$ uso de outros elementos para divul"ar a f crist' Sm destes foi a imprensa, que veio a se tornar o principal meio de comunicao nas mos do reformador' ;m 5HHK ele permitiu que os seus serm&es fossem impressos' 3apidamente, eles foram tradu$idos para vrias l%n"uas como o alemo, latim, franc-s, italiano, tcheco, in"l-s, espanhol, holand-s e at mesmo o "re"o' Apesar de no possuir um *oa sa?de e ser um homem muito ocupado, Calvino fe$ o que pYde para divul"ar a f crist e mostrar a sua "ratido a 9eus' III' A prtica missionria de Joo Calvino Aostraremos a"ora que Calvino foi mais alm do que escrever so*re a f crist' A verdade que ele foi um instrumento poderoso para dei+ar alicerces que viriam a ser "randemente usados para a divul"ao do cristianismo' A' A Academia de 0ene*ra ;m a*ril de 5HBL, Calvino foi e+pulso de 0ene*ra e procurou ref?"io em ;stras*ur"o, onde se tornou pastor de uma i"re#a de refu"iados franceses' ;m setem*ro de 5HF5 ele retornou a 0ene*ra e ali morou at a sua morte em maio de 5HJF' 7o* sua liderana, 0ene*ra veio a se tornar uma cidade de ref?"io' ,essoas que eram perse"uidas por causa da f crist encontravam um lu"ar cristo e se"uro naquela cidade' ;m H de #unho de 5HHQ foi fundada a Academia de 0ene*ra' ;sta foi uma das "randes reali$a&es de Calvino e por essa academia ele demonstrava um "rande entusiasmo' Conforme aponta AacEinnon, .o esta*elecimento da academia foi em parte reali$ado por H causa do dese#o de suprir e treinar missionrios evan"licos'.4>>6 Charles 3aVnal afirma< .9esde o princ%pio a academia esteve cheia de estudantes' A maioria veio de outros pa%ses, e de todos os lu"ares onde havia comunidade de l%n"ua francesa che"avam pedidos de pastores e professores' ( dese#o de Calvino era preencher essas necessidades e espalhar os princ%pios da 3eforma'.4>B6 Com o fim de cumprir o seu prop)sito, Calvino impYs uma ri"orosa disciplina acad-mica' (s estudantes rece*iam uma educao humanista *em ampla, com -nfase em l%n"uas e efetiva comunicao escrita e ver*al' A idia de Calvino .era de que, quando propriamente treinados, os estudantes poderiam voltar a seus pr)prios pa%ses e espalhar o evan"elho como missionrios' =esse sentido, ele procurou tornar 0ene*ra um centro missionrio para espalhar a 3eforma e os seus ensinos por toda a ;uropa e outras partes do mundo'.4>F6 Ao esta*elecer a Academia, Calvino teve a oportunidade de suprir a necessidade de pastores' ,edidos de au+%lio eram constantes e che"avam de vrios lu"ares' =o dia J de setem*ro de 5HHK, por e+emplo, che"aram cinco pedidos desse tipo' =o dia 5B de #ulho de 5HHQ, cerca de seis pedidos, e no dia >L de a"osto do mesmo ano foram re"istrados mais seis pedidos'4>H6 9e certa forma, e+istem muitas semelhanas entre a Academia de Calvino e a Gerrnhut de Min$endorf' As duas eram lu"ares para refu"iados, devotadas a uma vida crist aut-ntica e am*as tinham a inteno de preparar pessoas para a evan"eli$aoX entretanto, sempre e+iste a tend-ncia de diminuir as conquistas de Calvino' A misso que a liderana da i"re#a de 0ene*ra possu%a era a de suprir novas i"re#as com pastores' ;ssa .era a misso que foi colocada em suas mos, e para a qual eles estavam preparados para responder com todos os seus recursos, tanto materiais quanto espirituais'.4>J6 B' ;uropa 9evemos voltar nossa ateno para a ;uropa e ver que tipo de influ-ncia Calvino teve nesse continente' (s autores reformados concordam que a responsa*ilidade primria dos reformadores era a ;uropa, e isso verdade quando falamos so*re Calvino' ( nosso prop)sito aqui no desenvolver uma compreenso profunda da hist)ria da 3eforma na ;uropa, mas sim destacar al"uns pa%ses aonde Calvino enviou pre"adores, como forma de mostrar que ele preocupou:se com a o*ra da evan"eli$ao' Assume:se "eralmente que dentre os pa%ses influenciados pelo Calvinismo, principalmente na ;uropa, a ;sc)cia o que mais se destaca'4>K6 /uando o estudioso 0eor"e Dishart, um disc%pulo de Calvino e de MN%n"lio, foi queimado na fo"ueira em 5HFJ, o seu "uarda:costas era John Rno+, que conse"uiu fu"ir para 0ene*ra e veio a tornar:se disc%pulo de Calvino' Aais tarde, ele veio a ser o "rande reformador protestante da ;sc)cia'4>L6 ( interesse de Calvino pelo pro"resso da f na In"laterra *em conhecido' ;le escreveu muitas cartas de encora#amento aos l%deres cristos quanto ao tra*alho de e+panso do J ;van"elho' O tam*m muito importante salientar a influ-ncia da B%*lia de 0ene*ra, pu*licada em 5HJT' ;la tornou:se a B%*lia da fam%lia in"lesa' Como ,hilip Gu"hes destaca, .apesar de Calvino no ter participado na produo ou nas anota&es da B%*lia de 0ene*ra, ele deve rece*er crdito pela e+ist-ncia e caracter%sticas da mesma' ,ois no havia outro lu"ar, a no ser 0ene*ra, no qual uma B%*lia como essa poderia ser produ$ida'.4>Q6 A respeito da reforma na Gun"ria, citamos o testemunho de Ralman 9' Coth< =os idos de 5HHT, quando a 3eforma Gelvtica fe$ a sua primeira conquista 45HH5: H>6 e se esta*eleceu por volta de 5HHJ, havia sinais de crescimento da autoridade e reputao de Calvino' Am*r)sio Aoi*anus, um reformador em Breslau, em suas cartas datadas de 5Z de setem*ro de 5HHT e de >F de maro de 5HH>, asse"urava a Calvino que o seu tra*alho tinha sido rece*ido com muito entusiasmo na ,olYnia e na Gun"ria' ;m >J de outu*ro de 5HHK, 0al Gus$ar, um reformador h?n"aro, relatou a Geinrich Bullin"er so*re a "rande popularidade do tra*alho de Calvino na Gun"ria'4BT6 (utro pa%s que Calvino influenciou si"nificativamente foi a Golanda' ;le enviou para aquele pa%s o primeiro pre"ador calvinista do qual se tem conhecimento' =o final de 5HHF, solicitou a ,ierre BrullV para ir pre"ar em Cournai e Vallenciennes' Conforme D' 3o*ert 0odfreV, .BrullV estava pre"ando na Golanda h somente tr-s meses quando foi capturado e queimado por causa de sua f' ,orm, seu tra*alho cora#oso em construir a i"re#a vis%vel iniciou uma penetrao lenta mas constante do movimento reformador no sudeste dos ,a%ses Bai+os'.4B56 Alm de BrullV, outros pastores como 0uido de Bres, autor da Confisso Bel"a, ,eter 9anthenus e ,eter Aarni+ van 7t' A"lde"one eventualmente voltaram ! Golanda para pre"ar e freqentemente sofreram perse"ui&es por causa da f crist' Calvino tam*m enviou uma carta para encora#ar Iasco, Cricesius e outros l%deres no tra*alho de traduo da B%*lia para o polon-s'4B>6 A @rana foi o pa%s no qual a influ-ncia de Calvino tornou:se mais si"nificativa' A maioria dos refu"iados era da @rana e eles tinham muitas coisas em comum com as pessoas de 0ene*ra' (s resultados do tra*alho de Calvino no devem ser su*estimados' Auito mais pode ser dito so*re a influ-ncia de Calvino na ;uropa, mas o que foi descrito acima nos d uma idia da sua importPncia no esta*elecimento da i"re#a naquele continente' ;stas palavras de 3eid so de "rande valia< Apesar das dificuldades da "eo"rafia f%sica, dos o*stculos causados por oposi&es pol%ticas e da perse"uio insti"ada pelas autoridades da I"re#a Cat)lica 3omana, o Calvinismo o*teve sucesso na e+panso de sua influ-ncia e no alar"amento de suas fronteiras, ao ponto de ser considerado o inimi"o n?mero um do Catolicismo 3omano e do "overno a*solutista'4BB6 C' Aisso ao Brasil K A primeira tentativa missionria protestante melhor sumariada por 3' ,ierce Beaver em .A Aisso 0ene*rina ao Brasil,. escrito em 5QJK'4BF6 Aais recentemente temos o relato de AmV 0lassner 0ordon, .( ,rimeiro ;sforo Aissionrio< ,or que @alhou8,.4BH6 no qual tenta e+plicar as causas do fracasso da mesma' A se"uir tentaremos mostrar que Calvino tinha consci-ncia missionria e que a mesma foi demonstrada nessa via"em ao Brasil' ;m 5HHH, so* a liderana de =icolas 9urand de Ville"ai"non, um "rupo de JTT franceses che"ou ! Ba%a da 0uana*ara, para esta*elecer uma colYnia francesa no Brasil' Cheio de pro*lemas com seus homens, Ville"ai"non escreveu a Calvino em 0ene*ra, pedindo que fossem enviados ministros para esta*elecer ordem e tra$er reli"io aos colonos'4BJ6 Jean de IrV, que eventualmente tornou:se um pastor, declarou< .A I"re#a de 0ene*ra a"radeceu imediatamente a 9eus pela e+tenso do reino de Jesus Cristo a um pa%s to distante, to diferente, e entre uma nao inteira sem o conhecimento do 9eus verdadeiro'.4BK6 ;sse testemunho de IrV mostra que a liderana em 0ene*ra no estava ce"a ou surda ao mundo sem 9eus' A i"re#a enviou um "rupo de ministros em 5HHJ, acompanhados de colonos calvinistas' Vrios pro*lemas sur"iram na colYnia e Ville"ai"non decidiu e+pulsar os calvinistas do @orte Coli"nV, no sem antes matar vrios deles' (s ministros foram viver com os %ndios tupinam*s, enquanto esperavam por um navio para lev:los de volta ! @rana' /uando um pequeno navio che"ou, arran#ou:se lu"ar para quin$e pessoas' ( navio ainda estava na costa quando afundou' Cinco calvinistas retornaram ao @orte Coli"nV e tr-s deles, Jean du Bordel, Aathieu Verneuil e ,ierre Bourdon foram mortos por Ville"ai"non' ;ste epis)dio ficou conhecido como o .Aart%rio da 0uana*ara'. .A curta misso,. comenta 3' ,' Beaver, .no teve frutos em convers&es' Aas tem uma importPncia hist)rica' A I"re#a de 0ene*ra, quando desafiada a fa$er misso, respondeu imediatamente'.4BL6 AmV 0ordon declara< 7e a misso ao Brasil no o*teve sucesso, pelo menos levantou srios questionamentos para os calvinistas, e mesmo para Calvino, so*re assuntos que necessitavam ser tratados antes que as i"re#as protestantes se envolvessem em miss&es e desenvolvessem sua vocao missionria' ( epis)dio do Brasil, visto dessa perspectiva, tem uma importPncia na hist)ria missionria protestante que vai alm da curta hist)ria da colYnia em si'4BQ6 7e esse empreendimento tivesse o*tido sucesso, a hist)ria das miss&es poderia ter sido diferente em relao ao destino de al"uns pa%ses' =o h d?vida de que os pa%ses que foram coloni$ados pelos cat)licos esto entre os mais su*desenvolvidos no mundo de ho#e' A per"unta que permanece e que no pode ser respondida < 7er que o Brasil seria ho#e um pa%s melhor se os calvinistas tivessem permanecido aqui desde o comeo84FT6 Concluso Aqueles que concordam com a idia de DarnecE de que Calvino foi ce"o e surdo quanto a miss&es, no podem ne"ar a tremenda importPncia da sua teolo"ia e prtica para o mandato missionrio' J'van den Ber" di$ sa*iamente so*re Calvino< .=em sua teoria nem sua atitude prtica so*re miss&es foram realmente ne"ativasX ao contrrio, de*ai+o de uma superf%cie L de aparente desinteresse para com as miss&es, um potente fermento missionrio estava escondido'.4F56 A pai+o de tra$er "l)ria a 9eus atravs do mandato missionrio se tornou evidente quando os calvinistas tiveram li*erdade e condi&es de avanar' Aqueles que dese#am se aprofundar mais so*re o assunto devem ler os arti"os de J' van den Ber" e 7amuel MNemer' Vale a pena mencionar as palavras de MNemer, quando ele ressalta que .as i"re#as de tradio reformada, mais do que qualquer outro ramo da i"re#a, foram as pioneiras no mundo islPmico'.4F>6 O )*vio que Calvino e o movimento que ele comeou no foram perfeitos e a hist)ria est a% para comprovar isso, mas a sua mensa"em ainda relevante ho#e' 7eu amor a 9eus e ! sua ,alavra tam*m deve ser o nosso' 7eu $elo vindo da 3eforma e o mandato missionrio que se se"uiu ainda permanecem como desafio para as i"re#as reformadas de ho#e' [[[[[[[[[[[[[[[[[[[[ 5 D' 7tanford 3eid, .CalvinWs 0eneva< A AissionarV Centre,. The Reformed Theological Review F><B 45QLB6, JH' Ainha traduo' > 7tephen =eil, Histria das Misses 47o ,aulo< Vida =ova, 5QLQ6, >>J' B 7amuel A' MNemer, .Calvinism and the AissionarV ;nterprise,. 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The #vangelical /uarterly >><5 45QHQ6 5K>' Ainha traduo' F> MNemer, .Calvinism and the AissionarV ;nterprise,. >5F:5H' Ainha traduo' 55