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Introdução
Com outras palavras, ao referir-se tanto à lesão quanto à ameaça, deixa claro
a Constituição que a jurisdição deve realizar o Direito, restaurando a ordem jurídica
violada ou evitando que tal violação ocorra, através de procedimento ordenado para
esse fim.2
Também de acordo com o art. 8.º do CPC/2015, deve o juiz atender "aos fins
sociais e à exigência do bem comum" ao aplicar o direito. Tal artigo ajusta-se ao que
1 BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil, vol. 1 : teoria geral
do direito processual civil : parte geral do código de processo civil [livro eletrônico]. 10ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2020.
2 MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de Processo Civil Moderno. 5.ed.rev., atual e ampl. - São
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020. p.128.
dispõe à Constituição, que, além de erigir a dignidade da pessoa humana como
fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1.º, III, da CF), dispõe que um de
seus objetivos é o de "construir uma sociedade livre, justa e solidária" (art. 3.º, I, da
CF). Trata-se, pois, de dar concretude ao que impõe as normas constitucionais.
4.) Eficiência
3 BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil, vol. 1 : teoria geral
do direito processual civil : parte geral do código de processo civil [livro eletrônico]. 10ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2020.
Entre as garantias fundamentais, a Constituição Federal estabelece o direito à
inafastabilidade da tutela jurisdicional (art. 5.o, XXXV), à ampla defesa e ao
contraditório (art. 5.o, LV), à duração razoável do processo (art. 5.o, LXXVIII) e, em
outras disposições, refere-se a mais princípios, como o da motivação das decisões
judiciais (art. 93, IX). Há ainda princípios que, embora não digam respeito
exclusivamente ao processo, mostram-se, nesta seara, fecundos de consequências,
tal como ocorre com o princípio da isonomia (art. 5.º caput, I da CF). Esses
princípios e garantias, como se disse, decorrem da cláusula do devido processo
legal, também textualmente referida no art. 5º, LIV da CF. O CPC/2015 reproduz
muitas dessas disposições, em seus primeiros artigos.
4 MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de Processo Civil Moderno. 5.ed.rev., atual e ampl. - São
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020. p.130.
que uma das partes tiver argumentado, dará a elas tratamento desigual.
6 SARLET,, Ingo Wolfgang. MARINONI, Luiz Guilherme. MITIDIERO, Daniel. Curso de direito
constitucional[livro eletrônico]. 8. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
garantia ampla de todo e qualquer acusado em sentido amplo
(que é nomenclatura mais empregada para o direito processual
penal) e qualquer réu (nomenclatura mais utilizada para o
direito processual civil) ter condições efetivas, isto é, concretas,
de responder às imputações que lhe são dirigidas antes que
seus efeitos decorrentes possam ser sentidos. Alguém que
seja acusado de violar ou, quando menos, de ameaçar violar
normas jurídicas tem o direito de se defender amplamente.
A amplitude dos meios de defesa está sublinhada pelo
próprio inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, que se
refere aos “recursos a ela inerentes”7
7 BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil, vol. 1 : teoria geral
do direito processual civil : parte geral do código de processo civil [livro eletrônico]. 10ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2020.
8 Ibidem.
posição jurídica deve ser reprimido. O abuso ocorre quando se excederem
manifestamente os limites próprios do exercício de um direito.
A ressalva constante do final do art. 93, IX, da CF diz respeito aos limites do
direito de preservação da intimidade (art. 5.º, X, da CF), que poderá ceder quando
houver "interesse público à informação", a que se refere também o art. 5.º, XIV, da
CF.
No CPC/2015, o tema é versado nos arts. 11 e 189, dentre outros. Ressalte-
se que a própria CF admite que a lei venha a restringir a publicidade dos atos
processuais com relação a terceiros estranhos ao processo, quando o exigirem a
defesa da intimidade ou o interesse processual (art. 5, LX).
Ainda, e não menos importante do que dar publicidade aos atos processuais
(estando entre estes as decisões judiciais), é saber as razões que levaram o
julgador a decidir de um determinado modo. A fundamentação, além de uma “mera
exposição de motivos”, serve também como uma forma de controle para a parte,
pois, ao averiguar que determinada decisão está em desconformidade com a
Legislação infra e/ou constitucional, a mesma poderá exercer um outro Direito tão
Fundamental quanto, estampado no próprio artigo 3º do CPC 2015, qual seja, o de
“que não se excluirá da apreciação judicial lesão ou ameaça a direito”, uma vez que
a parte inconformada poderá recorrer às instâncias superiores no que não
concordarem em uma sentença ou, em um acórdão. Desta forma, verifica-se a
intrinsecabilidade constitucional entre o art.11º do CPC e o artigo 93 inciso IX da
Constituição Federal.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de Processo Civil Moderno. 5.ed.rev., atual e
ampl. - São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.