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Dentro do Razoável
Entre o Cientificismo e o Cinismo
Susan Haack
Stentor Books
Brasília
2023
“Neste livro de alta qualidade acadêmica e de pensamento,
Haack oferece uma avaliação justa e equilibrada da
empreitada científica, analisando suas complexidades,
reconhecendo suas limitações... Muito recomendado.”
— Choice
William James uma vez descreveu seu trabalho filosófico como “voos”
(palestras e artigos) e “pousos” (livros).[10] A metáfora aviária é linda; mas a
minha versão seria diferente. Depois das primeiras vezes em que esvoaçou, meu
trabalho parece ter consistido em abrir minhas asas (estendendo meu escopo para
novas questões e novos campos), daí pousar e ciscar por alguma coisa nutritiva
(descoberta de novos detalhes, novos problemas, novas formas de navegar por
território estranho), depois mergulhar em recuada (retorno a velhas questões à
luz do que enxerguei com a nova perspectiva) e então, abrindo minhas asas um
pouco mais, continuar adiante, ciscando um pouco mais fundo – e assim por
diante. Na verdade, poder-se-ia descrever minha jornada como filósofa do jeito
que Samuel Butler descreve a jornada do Ernest Pontifex rumo à maturidade
intelectual: como o voo da narceja,[11] que faz um ziguezague por muitos
campos.
Então, embora eu tenha começado na lógica e na filosofia da linguagem,
assim que me pediram para ensinar o curso de um ano em epistemologia e
metafísica, oferecido pelo departamento de filosofia da Universidade de
Warwick, comecei a abrir minhas asas enquanto pensava, lecionava, e por fim
escrevia sobre essas novas questões. Por volta desse tempo comecei a ler C. S.
Peirce a sério, instada pela forma casual com que Quine dispensava as
observações dele sobre a verdade;[12] e fui inspirada a me aprofundar e a me
esticar mais. Então, depois de Deviant Logic[13] e de Philosophy of Logics,[14]
comecei a trabalhar de verdade em epistemologia; por fim, depois de muitos
anos, terminei Evidence and Inquiry.[15]
Este último livro atraiu uma bateria de convites inesperados para defender
a objetividade dos padrões epistêmicos contra céticos de vários tipos, o que
demandou uma envergadura de asas maior de mim, quando desenvolvi a
resposta contínua ao ceticismo pós-modernista expressada nos ensaios do
Manifesto de uma Moderada Apaixonada.[16] Entre os meus alvos estavam as
críticas feminista radical, pós-colonialista e sociológica das pretensões das
ciências de nos dizer algo sobre como o mundo é; e então essa crítica levou-me,
oportunamente, aos tópicos e temas ainda mais ambiciosos deste Defendendo a
Ciência – Dentro do Razoável, que oferece uma explicação não apenas da
epistemologia da ciência e de seus pressupostos metafísicos, mas também do seu
lugar na sociedade e sua relação com a lei, a literatura e a religião.
Meu envolvimento em questões sobre a lei, como muitas das minhas
viradas filosóficas, foi quase puro oportunismo intelectual fortuito e por acaso —
neste caso, suscitado pela minha descoberta de que um colega da escola de
direito da Universidade de Miami estava usando meu Evidence and Inquiry num
curso sobre a análise de evidências. Conforme aprendi mais sobre a razão pela
qual meu trabalho era relevante para acadêmicos da área, descobri que, embora
eu tivesse uma teoria da evidência e de sua qualidade, o sistema legal estava
lidando diariamente com evidências bem mais complexas e entrelaçadas do que
qualquer filósofo poderia imaginar. Então passei muitos anos refinando e
ampliando minhas ideias funderentistas[a] enquanto as aplicava no direito,
explorando as consequências da minha filosofia sensista-comum crítica da
ciência para o manejo de depoimentos de especialistas[b] pelos tribunais;[17] e —
entrevendo as novas possibilidades pelo canto do meu olho — gradualmente me
familiarizando com o trabalho do Oliver Wendell Holmes Jr., e depois
desenvolvendo minha própria filosofia neopragmática do direito.[18] Essa
empreitada envolveu, em parte, pensar em sistemas legais enquanto instituições
sociais em evolução, retornando a ideias que eu tinha desenvolvido antes na
metafísica e na filosofia das ciências sociais.
A esta altura, eu havia lido os antigos pragmatistas por muitos anos e,
como resultado, minhas ideias metafísicas já tinham se mudado para bem além
do foco analítico dominante na linguagem e esquemas conceituais: A minha
metafísica, como a minha filosofia da ciência, é “do mundo”, e assim depende da
experiência; não, entretanto, da experiência pesquisadora que as ciências
precisam, mas de uma atenção detida a aspectos da experiência cotidiana que são
tão familiares que, em geral, mal os notamos. Essa foi a abordagem que me
levou ao Realismo Inocente, uma imagem ontológica — bem diferente de
formas mais familiares de realismo — de um mundo mais bem descrito como
um universo pluralístico.[19] Isso exigiu que eu voltasse a questões do Evidence
and Inquiry enquanto desenvolvia e aprofundava o entendimento da mente que
eu começara a esboçar em resposta ao ceticismo de Stich e dos Churchlands
sobre a existência das crenças e outras atitudes proposicionais. De um jeito
similar, meu pensamento sobre o papel da lógica, primeiro na ciência e depois na
lei, levou-me de volta a questões de Philosophy of Logics sobre o escopo e os
limites dos métodos formais.[20] E dar aulas sobre filosofia e literatura —
concentrei-me em romances epistemológicos —foi não apenas um deleite
enorme, como meus muitos debates com Meggan Padvorac, mas também levou-
me a todo tipo de perguntas interessantes sobre a integridade intelectual,
evidências enganosas, raciocínio de fachada e muito mais.
O livro Putting Philosophy to Work[21] agregou muito disso tudo, junto com
algumas reflexões sardônicas sobre o estado da minha profissão, que agora está
eivada de incentivos perversos que aos poucos minam o desejo genuíno de
descobrir coisas, sem o qual a filosofia séria é impossível. Ainda mais
recentemente, ao notar uma marcada ascensão do cientificismo na filosofia,
como na nossa cultura mais geral, voltei a questões do Defendendo a Ciência
para articular qual é esse erro, que forma ele tem, e o que tem de mal nele.[22] E
ultimamente, depois de décadas lutado contra as exigências cada vez mais
despropositadas de pareceristas, editores, revisores e, em especial, editoras
acadêmicas, voltei minha atenção para a condição horrorosa das publicações
acadêmicas.[23]
Como eu disse, desde que comecei a ler Peirce a sério nos anos 1970, meu
trabalho tem sido sempre informado pelos insights da tradição pragmatista
clássica — que é avessa ao método a priori e concentrada no mundo; que
repudia as falsas dicotomias e busca por continuidades, e, o que é mais relevante
aqui, não se preocupa com limites entre as disciplinas ou dentro delas. A “área
de especialização” e “área de interesse” de anúncios de emprego e currículos
sinalizam que a norma da nossa profissão hoje é que a maioria das pessoas
trabalhem em duas ou três áreas no máximo; e, sem dúvida, algumas pensam que
eu tenho mania de invadir o território de sua propriedade. Mas, na realidade, só
estou fazendo o que é preciso para seguir ideias e problemas até onde me levam,
sem muita preocupação com as fronteiras dessas especialidades profissionais e
subespecialidades.[24] Consequentemente, embora meu caminho às vezes cruze o
dos outros — o caminho daqueles assim chamados “epistemólogos das
virtudes”, por exemplo, ou o da turma da “epistemologia dos depoimentos”, ou o
trajeto daqueles ateus cientificistas que se aliam aos “Brights”[25] etc. — sempre
fui a forasteira.
Ademais, embora meu trabalho tenha se tornado cada vez mais
interdisciplinar, de certo modo nunca foi interdisciplinar das formas em voga
atualmente. Não faço neurofilosofia, por exemplo, ou filosofia da literatura, nem
mesmo filosofia do direito, como são geralmente entendidas hoje; e eu nunca
tive entusiasmo nenhum por aqueles cursos ministrados em conjunto, em que
docentes de diferentes departamentos falam cada um uma coisa diferente,
deixando os alunos atônitos. E, é claro, também sou uma forasteira na minha
atitude em relação à história da filosofia, cujo estudo, para ser sincera, parece ter
o desprezo de muitos da tendência dominante analítica; e no meu pragmatismo,
que seria prontamente reconhecível para Peirce, James, Dewey, Mead, ou para
Sidney Hook ou Stan Thayer, aliás, mas é totalmente dissimilar ao Pragmatismo
Vulgar do Rorty e seus seguidores, e bem distante do Pragmatismo “Analítico”
do Brandom e seus discípulos. (Não vou me esquecer tão cedo da reação quando
mencionei as contribuições importantes do George Herbert Mead à filosofia da
mente numa palestra na NYU: “Mead? Cadê ele?” — ao que parece, a plateia
pensou que eu estava falando de algum filósofo da mente contemporâneo
promissor, que não conheciam.) Não me encaixo bem nem mesmo no círculo de
especialistas em Peirce, em James, em Dewey etc., embora eu tenha muitos bons
amigos entre eles; pois a minha preocupação sempre foi não apenas entender e
interpretar esses pensadores notáveis do passado, mas aprender com eles —
encontrar, nas ideias deles, formas de lidar com os problemas que encontrei no
meu trabalho.
II
Mas não são só o escopo e o foco do meu trabalho, mas também o seu conteúdo
e abordagem, que não se encaixam bem no molde convencional. De fato, até o
meu estilo de escrita — que, diferente do estilo pomposo e impessoal “das
ciências sociais” adotado por tantos filósofos hoje, é direto, sem artifício e ainda
informal, conversacional, idiomático, às vezes até engraçado[26] — fica longe da
norma. Mas concentrar-me-ei aqui na minha abordagem filosófica e no conteúdo
do meu trabalho.
Mesmo no início, quando eu ainda me concentrava principalmente na
lógica e na filosofia da linguagem, nunca me senti tentada a participar do “auge
davidsoniano” que na época dominava a filosofia britânica, nem a me afiliar ao
culto ao Kripke, ou a me juntar ao grupo de discípulos do Popper ou à turma
rival dos indutivistas. Embora me preocupasse em entender as complexidades
técnicas da teoria da verdade de Tarski, não me dispunha a ter a esperança de
que essa teoria fizesse todo o trabalho filosófico que Popper, ou Davidson,
esperava dela. E, por mais que nessa época eu estivesse impressionada
(impressionada demais, penso agora) com a prosa sedutora e suave do Quine, e
com o senso de substância filosófica importante que a perspicácia lógica dele
passava, eu não era nenhuma seguidora dele. Trabalhei com as lógicas
desviantes que ele considerava míticas; também apontei inconsistências nas
ideias dele sobre a analiticidade,[27] trabalhei duro para descobrir que razões
poderiam subjazer a seu repúdio dogmático contra a lógica modal quantificada, e
fiz perguntas sobre a epistemologia e a metafísica da lógica que ele dispensava
com uma pergunta retórica: “se a pura lógica não é conclusiva, o que é?”[28] De
fato, o plural no título do meu Philosophy of Logics [Filosofia das Lógicas]
revelava por si minha inclinação dissidente.
Contudo, quando comecei a escrever Evidence and Inquiry, encontrei-me
ainda mais em descompasso com outros da área. Aqui, descobri que as falsas
dicotomias eram ainda piores que aquelas que encontrara no meu trabalho lógico
anterior: fundacionalismo vs. coerentismo, é claro, mas também internalismo vs.
externalismo, abordagens lógicas vs. causais, evidencialismo vs. fiabilismo,
apriorismo vs. cientificismo, e assim por diante. Depois de muito trabalho,
cheguei ao meu funderentismo, casando os pontos fortes do fundacionalismo e
do coerentismo e, ao mesmo tempo, evitando suas fraquezas, e incluindo tanto
elementos internos quanto externos. A minha abordagem punha no centro as
evidências e a qualidade delas, mas, concomitantemente, preocupava-se em
articular a conexão entre uma crença ser mais ou menos justificada pelos padrões
funderentistas e a probabilidade de ela ser verdadeira. Minha abordagem era
também naturalista, no sentido de permitir aos resultados da psicologia e outras
áreas uma relevância contributiva à epistemologia, mas de forma nenhuma num
sentido cientificista. (Queimando as pestanas com “Epistemologia
Naturalizada”, a este ponto eu tinha percebido o quão habilidoso era o jeito de
fazer filosofia de Quine em disfarçar ambiguidades fatais que ofuscavam
insights genuínos.) E assim por diante.
A resposta da tendência dominante da epistemologia foi previsivelmente
defensiva. Apesar de eu ter argumentado em detalhes penosos que o
funderentismo é de fato uma abordagem nova, alguns simplesmente não
conseguiram escapar da falsa dicotomia de fundacionalismo vs. coerentismo:
Muitos autores estavam convictos de que eu era na realidade uma
fundacionalista enrustida; outros, igualmente convictos de que de que eu era na
verdade uma coerentista enrustida. E, quanto a evidencialismo vs. fiabilismo —
bem, meu repúdio a essa falsa dicotomia suscitou uma troca de correspondência
bizarra com Alvin Goldman, que ao que parece não era capaz de escapar dela.
Primeiro, ele me mandou um rascunho de artigo no qual me descrevia como
focada exclusivamente nas evidências e não atenta à verdade; em resposta ao
qual eu educadamente apontei que o último capítulo do meu livro tratava
precisamente da relação entre qualidade evidencial e verdade provável. Ele
mandou outro rascunho como tréplica, agora me descrevendo fiabilista como
ele; em resposta ao qual pedi-lhe, um pouco menos polida, para por favor olhar
meu capítulo 7 — devotado a uma crítica minuciosa do fiabilismo — e para
remover a nota em que me agradecia pela ajuda!
Embora eu tenha tocado rapidamente em questões sobre depoimentos e
sobre a conduta de investigações, Evidence and Inquiry enfocara em primeiro
lugar o grau de justificação de crenças de sujeitos individuais cognoscentes. Na
tendência dominante, porém, o interesse nessas questões cruciais havia
diminuído rapidamente — não porque, ao que parece, as pessoas acreditavam
que soluções foram encontradas, mas porque ficaram entediadas com elas e
preferiram seguir em frente. A atenção dominante voltou-se à epistemologia
social e à epistemologia das virtudes — e, quase invariavelmente, de volta à
gettierologia, que em 1993 eu pensei que estava, graças aos céus, em declínio.
(Uma década antes, escrevi um artigo explicando por que “paradoxos” do tipo
Gettier eram inevitáveis, e inofensivos, dado o desencaixe entre o caráter
gradativo da justificação e o caráter categórico do conhecimento; mas não achei
que valesse a pena publicar até a segunda edição, de 2009, de Evidence and
Inquiry, no auge de mais uma moda gettierológica.)[29]
Contudo, apesar da recepção na maior parte defensiva, para meu desalento,
entre os especialistas em epistemologia, a primeira edição de Evidence and
Inquiry encontrou muitos leitores alhures, entre filósofos de outras áreas,
juristas, cientistas naturais, economistas etc. — inclusive alguns que me
pressionaram a dar um veredito sobre a especialidade então florescente da
“epistemologia feminista”. Sensatamente ou não, concordei; mas concluí que,
até onde eu podia ver, não havia conexão nenhuma entre o feminismo e a
epistemologia, como demandava o termo “epistemologia feminista”. A ideia de
que a epistemologia feminista representaria “saberes femininos” simplesmente
reintroduzia estereótipos sexistas antigos e indefensáveis; a ideia de que
considerações sobre o que seria para a vantagem das mulheres devem determinar
a escolha de teorias não apenas comprometeria a pesquisa ao politizá-la, mas
também prejudicaria a possibilidade de até determinar o que seria para a
vantagem feminina.
Essa empreitada não me deixou muito popular entre algumas feministas
profissionais, que pensaram, evidentemente, que as mulheres na filosofia
deveriam se unir — poderíamos ter nossas disputas ferrenhas, mas devemos
mostrar nossa solidariedade em face ao sexismo que elas acreditavam ser
endêmico na área. Eu devo, concluíram elas, ser algum tipo de reacionária, hostil
ao feminismo. É disso que estava falando quando mencionei que eu nunca fora
uma das garotas, assim como nunca fui um dos garotos: embora eu respeite e
goste de algumas das mulheres na filosofia, gosto delas e as respeito como
indivíduos, não como coabitantes do meu “gênero”. (Respeito e gosto de alguns
dos homens da área, também!)
Também não ajudou, provavelmente, quando alguns anos depois escrevi o
que eu esperava e acreditava ser um ensaio bastante ameno em que expressei
algumas reservas acerca da ação afirmativa, e, em específico, acerca da
contratação preferencial de mulheres nas universidades:[30] um ensaio que um
parecerista queria suprimir do meu Manifesto de Uma Moderada Apaixonada, e
que nenhum revisor ousava sequer mencionar. (Isso foi perturbador; mas, como
eu disse na introdução do livro, “antes o ostracismo que o farisaísmo”.[c])[31]
Infelizmente, também não ajudou quando, pouco tempo depois, escrevi minha
própria declaração de posição humanista, individualista e feminista — com
destaque não a mulheres-como-classe, mas o que todos os seres humanos têm
em comum, e o que é singular a respeito de cada indivíduo.[32] A esta altura, temo
que as filósofas feministas já tinham certeza que eu era incorrigível e não se
rebaixariam a me ler.
Mas o Manifesto não só abordou a turma da “filosofia feminista”, mas
também uma grande variedade de confusões pós-modernas, inclusive confusões
sobre a ciência. Filósofos da tendência dominante parecem ter na maior parte
ignorado o pós-modernismo; mas alguns filósofos da ciência dessa tendência,
provavelmente instados pelas alegações desvairadas de sociólogos radicais da
ciência, haviam começado, com muito cuidado, a tentar acomodar alguns
elementos sociais em seus modelos lógicos da inferência científica. Mais uma
vez, encontrei-me em desalinho. Para começar, eu não via a filosofia da ciência
como uma especialidade que pairava sozinha, mas como relacionada
intimamente tanto à epistemologia quanto à metafísica. Em consequência, pus-
me a pensar de modos bem alheios às linhas comuns do fim do século XX e
começo do século XXI, modos mais afins a ideias de pensadores como Thomas
Huxley, Albert Einstein, John Dewey, Percy Bridgman e Gustav Bergmann.
Então, em Defendendo a Ciência — Dentro do Razoável desenvolvi o que
chamei de minha filosofia da ciência do Senso Comum Crítico.
Como escrevi no prefácio da primeira edição, este livro “não tem a intenção de
ser outro combatente nas ditas ‘Guerras da Ciência’. Em vez disso, seu propósito
é articular um entendimento novo, e tomara que verdadeiro, do que é a ciência e
do que ela faz” — um novo entendimento, como promete o subtítulo, “entre o
cientificismo e o cinismo”. Alguns leitores, entre eles os resenhistas que
escolheram títulos memoráveis como “Faça Sentido, Não Faça Guerra”[75] e
“Esqueça Popper: Leia Susan Haack!”[76] — pensaram que eu tive sucesso na
tarefa que escolhi; mas, inevitavelmente, alguns não concordaram.
“Primeiro... uma nova teoria é atacada como absurda; depois ela é aceita
como verdadeira, porém óbvia e insignificante; [e] por fim, é considerada tão
importante que seus adversários alegam que a descobriram sozinhos”; assim
disse William James, exasperado com a recepção de seu pragmatismo.[77] Dito e
feito: alguns leitores pensaram que o que eu disse não é verdade; alguns
pensaram que, embora seja verdade até certo ponto, não tem importância real; e
alguns pensaram que as principais ideias já eram bem conhecidas na tendência
dominante de hoje da filosofia da ciência. Outros suspeitaram que a minha
abordagem poderia não ser, como propagandeada, intermediária entre o
cientificismo e o cinismo; e alguns pareciam não entender como o livro se
organiza. Então — como se diz, mesmo? — “ouça com muito cuidado; vou dizer
isso só mais uma vez...”
Reiterando: muitos outros além de mim agora veem a ciência como uma
empreitada profundamente social — embora isso também dificilmente seja um
insight da filosofia recente da ciência, mas será completamente familiar para
qualquer um que tenha lido Peirce ou Dewey.[83] Mas a minha ênfase no
compartilhamento de evidências e sua relevância à garantia, e nos modos como a
organização interna e o ambiente externo à ciência podem ajudar ou prejudicar o
seu progresso, também não é um lugar comum na filosofia recente da ciência.[84]
A concepção Sensista-Comum Crítica das dimensões sociais da ciência
também não tem muito em comum com os temas característicos da recente
sociologia radical da ciência, Science Studies, crítica feminista da ciência etc.: o
sexismo, racismo, classismo etc. alegadamente por trás das pretensões
epistêmicas das ciências. Como as citações no início do capítulo 6 revelam, o
Senso Comum Crítico tem mais afinidade com as ideias do Robert Merton
(agora, ao que parece, considerado irremediavelmente obsoleto nos Science
Studies) e do Michael Polanyi (aparentemente bem fora do radar deles).
Recuso-me a assumir “a tarefa hercúlea de pesquisar todas as várias
expressões sociológicas, etnometodológicas, feministas, literário-teóricas etc.
etc. do Novo Cinismo... [ou] todas as várias abordagens bayesianas, de teoria das
decisões, neopopperianas, da teoria do erro, modelo-teóricas, neopragmatistas,
naturalizadas, neoinstrumentalistas/construtivo-empíricas etc. etc. desenvolvidas
na tendência dominante da filosofia recente da ciência”. Mas noto pontos
significativos de concordância, e de discordância, enquanto desenvolvo meu
próprio projeto construtivo. Se tivessem consultado o índice, alguns daqueles
que imaginaram que eles ou seus amigos já tinham dito tudo teriam descoberto
que eu critico explicitamente a ideia familiar que atribuem erroneamente a mim.
“Já sabíamos disso antes”? Mais uma vez: acho que não.
Dezembro de 2006.
Prefácio à Edição Original
Meu título fala em “Defender a Ciência”; mas, embora de vez em quando se
ouça o ruído distante de uma batalha, ou um cheiro sutil de pólvora, este livro
não tem a intenção de ser mais um combatente nas ditas “Guerras da Ciência”.
Em vez disso, seu propósito é articular um entendimento novo, e tomara que
verdadeiro, do que é a ciência e do que ela faz. Discussões sobre o Velho
Deferencialismo, com seu foco na “lógica da ciência”, na estrutura,
racionalidade e objetividade, e sobre o Novo Cinismo, com seu foco em poder,
política e retórica — e sobre as correntes culturais profundas de admiração e
mal-estar a respeito da ciência, das quais ambos são manifestações — servem
aqui somente como pano de fundo para este projeto construtivo.
Meu título fala em defender a ciência “Dentro do Razoável”, e a
brincadeira com ambos os sentidos disso é intencional. Defenderei as pretensões
da ciência de nos dizer como o mundo é, mas somente de uma forma bem
modesta e qualificada (“dentro do razoável” em seu sentido coloquial), e da
perspectiva de uma compreensão mais geral de capacidades e limitações
cognitivas humanas, e do nosso lugar como investigadores no mundo (“dentro
do razoável” em um sentido mais filosófico). A ciência conseguiu descobrir
muito sobre o mundo e como ele funciona, mas é uma empreitada
profundamente humana, desorganizada, falível e atrapalhada; e, em vez de usar
um método singularmente racional não disponível a outros investigadores, é
contínua com a investigação empírica mais corriqueira, “nada mais que um
refinamento do nosso pensamento do dia a dia”, como Einstein afirmou certa
vez. Não há um “método científico” distintivo e independente do tempo, só
modos de inferência e procedimentos comuns a todas as investigações sérias, e
os multifacetados “auxílios” que as ciências gradualmente desenvolveram para
refinar as nossas capacidades cognitivas naturais: para amplificar os sentidos,
aumentar o alcance da imaginação, estender o poder de raciocínio, e manter o
respeito pelas evidências.
Por um tempo brinquei com a ideia de começar assim: “Não existe método
científico, e este livro trata disso”.[118] Mas isso teria sido esperto demais pela
metade; ou no mínimo uma meia verdade. Pois, uma vez que as ideias principais
sobre evidências científicas e pesquisa científica começaram a ficar mais nítidas,
e eu tinha aprendido o suficiente sobre a história da biologia molecular para
ilustrar essas ideias com episódios científicos da vida real, vislumbrei novas
formas de abordar as questões difíceis, mas fascinantes, bem além do meu
propósito original: sobre as diferenças entre a ciência e a literatura, as tensões
entre a ciência e a religião, as interações da ciência com o direito; e sobre o lugar
da ciência nas nossas vidas, seu valor, seus perigos, seus limites, e até a
possibilidade de sua aniquilação, culminação ou completude última. Sem dúvida,
é por isso que este parece agora ser o mais pragmatista dos meus livros:
influenciado aqui por Peirce, ali por James, sua abordagem das ciências sociais é
informada pelo trabalho do Mead, sua preocupação com ciência e valores por
Dewey; e, acima de tudo, através do exemplo dessa rica tradição, o livro é
liberado da relutância e desconforto da filosofia analítica em pisar fora de
questões além das linguísticas, lógicas ou conceituais.
Vim a enxergar de forma mais clara que a ciência é valiosa não apenas
pelo “edifício magnífico” do conhecimento construído ao longo dos séculos por
muitas gerações de cientistas, não apenas pelos desenvolvimentos tecnológicos
que tornaram nossas vidas mais longas e mais confortáveis, mas como uma
manifestação do talento humano para a pesquisa em seu melhor, que é limitado,
imperfeito, mas às vezes impressionante. Vim a entender com mais firmeza que,
embora escritores investiguem e cientistas escrevam, a palavra “literatura” não
se refere, como a palavra “ciência”, a uma federação de tipos de investigação,
mas a uma federação de tipos de texto; e, assim, entende-se o quanto não faz
sentido e é desnecessário se preocupar se a ciência é mais importante que a
literatura ou vice-versa.
Como foi que me envolvi em um projeto tão vasto, custoso e exaustivo
quanto esse? Pelas razões habituais; ou, ao menos, minhas razões habituais.
Pensei — dadas as ideias que eu havia rascunhado em Evidence and Inquiry
sobre o lugar das ciências dentro da investigação empírica mais geral, e alguns
ensaios no Manifesto de Uma Moderada Apaixonada em que eu tinha enfrentado
algumas extravagâncias de autointitulados “críticos culturais” da ciência — que
um número suficiente dos itens nessa parte do jogo de palavras cruzadas estavam
respondidos, com letras suficientes servindo como dicas para os itens
incompletos; de modo que deveria ser não exatamente fácil, mas bem dentro do
factível, eu dizer algo útil sobre o conhecimento científico e a pesquisa
científica, e sobre o lugar da ciência na nossa cultura. Como de praxe, quando
comecei o trabalho, eu não fazia ideia de onde estava me metendo.
Especificar tudo se mostrou quase tão difícil quanto pensar em tudo. Fiz o
meu melhor para ser tão direta quanto possível, fugir de tecnicalidades
desnecessárias, e evitar a insipidez turva horrorosa que permeia muito da prosa
acadêmica contemporânea. Mas, sem dúvida — como alguns leitores pensarão
que minhas ideias são radicais demais, e outros que não são radicais o suficiente;
e alguns reclamarão que eu não passo tempo suficiente nas minúcias da filosofia
recente da ciência, ou dos novos “Science Studies”, e outros, que passo tempo
demais nisso; e alguns vão me repreender por devotar pouca atenção a detalhes
arcanos da mecânica quântica, e outros por devotar pouca atenção a questões
éticas sobre a pesquisas com células-tronco — alguns acharão meu estilo muito
seco e analítico, e outros vão achá-lo exuberante e literário demais, ou irônico e
brincalhão demais. Que posso dizer eu, salvo que George Eliot tinha razão: “até
quando você não tem motivo para ser falso, é muito difícil dizer a verdade
exata”; ainda mais difícil quando você tem um motivo, tal como a relutância
polida em ofender, quando a superação da ofensa é necessária para que seja dito
sem titubear que as imagens de mundo científica e religiosa são de fato
incompatíveis, que não podem realmente ser reconciliadas.
Ao escrever este Prefácio — quase o último passo em uma longa jornada
de muitos falsos começos e curvas erradas, na qual momentos ocasionais de
iluminação e júbilo precisaram compensar por longos trechos de quase-
desesperança e por um senso constante das minhas inadequações — penso em
Eliot de novo, quando ela refletiu, muitos anos após a publicação, sobre seu
romance Romola: “Não há outro livro a respeito do qual eu sinta mais
profundamente que posso jurar por cada frase como escrita com o melhor que eu
tenho a oferecer”.[119] Tal seriedade vitoriana está fora de moda na academia de
hoje, mas captura meus sentimentos sobre este livro com precisão.
Agradecimentos
O capítulo 1 deste livro, “Nem Sagrada Nem Embuste”, é uma versão bastante
revisada e adaptada de “Defendiendo la ciencia — dentro de la razon,” traduzido
por Wenceslao González e publicado em Málaga, na Espanha, em Filosofía
actual de la ciencia, ed. Pascual Martínez Friere, Contrastes, Supplemento 3,
37-56, em 1998. Uma versão em inglês modificada, “Defending Science —
Within Reason”, foi publicada em Santa Catarina, Brasil, na Principia 3, nº 2,
187-211, em 1999; e uma tradução em língua chinesa por Chen Bo em Pequim,
na Studies in the Dialectic of Nature, nº 5, 11-19, em 2001. Uma versão
resumida do capítulo 3, “Dicas para o Enigma das Evidências Científicas”,
apareceu na Principia 5, nº 1-2, 253-81, em 2002. O capítulo 8, “Mais Forte que
a Ficção”, é uma versão bem expandida e modificada de “Science, Literature,
and the ‘Literature of Science’”, publicado na Partisan Review 67, nº 4, 640-47,
e na Occasional Papers 47, American Council of Learned Societies, 45-56,
ambas no outono de 2000; também inclui material de “Misinterpretation and the
‘Rhetoric of Science’: Or, What Was the Color of the Horse?”, publicado na
Texts and Their Interpretation, Catholic Philosophical Quarterly, 1998, 69-91. O
capítulo 9, “Emaranhada no Espinheiro”, aproveita bastante coisa do “An
Epistemologist in the Bramble Bush: At the Supreme Court with Mr. Joiner”,
publicado no Journal of Health Politics, Policy, and Law 26, nº 2, 217-48, em
abril de 2001, e reimpresso eletronicamente na Philosophy, Science, and Law no
outono do mesmo ano.
Várias versões dos capítulos do livro deram base às minhas palestras como
Professora Phi Beta Kappa Romanell, ministradas na Universidade de Miami em
1997; à minha Palestra Memorial Gail Stine na Wayne State University, e às
minhas palestras Bermann na Universidade de Umeå, Suécia, em 1999; às
minhas palestras Cowling no Carleton College, minhas palestras Gilbert Ryle na
Trent University, Canadá, minhas palestras Spenser-Leavitt no Union College, e
minha palestra Gustav Bergman na Universidade de Iowa, em 2000; à minha
palestra Henri J. Renard na Creighton University, e à minha palestra pública na
Universidade Estadual de Michigan, com apoio da Fundação Templeton, em
2001; e às minhas palestras como Professora Lansdowne na Universidade de
Vitória, Colúmbia Britânica, e à palestra que dei por ocasião do meu
recebimento do Prêmio de Destaque Acadêmico do Corpo Docente da
Universidade de Miami, em 2002.
E partes do livro foram apresentadas em departamentos de filosofia, em
congressos, e como palestras públicas em universidades ao redor do mundo, de
Madrid, Santiago de Compostela e La Coruña, na Espanha; Lund, Estocolmo e
Uppsala, na Suécia; a Florianópolis, no Brasil, além de universidades e centros
universitários através dos EUA e do Canadá. Uma versão resumida do capítulo 3
foi apresentada, por exemplo, no Colóquio Internacional de Lógica,
Epistemologia e Filosofia da Ciência organizados pelos editores da Principia em
Florianópolis, em 2001, e no seminário “Mind and Language” na NYU, no
departamento de filosofia da VPI, e no Congresso Europeu de Filosofia
Analítica, em Lund, 2003. O artigo curto que por fim foi expandido no capítulo
8 foi apresentado na reunião anual do American Council of Learned Societies em
1999; e uma versão inicial do capítulo completo foi apresentada no Seminário de
Tópicos em Ciência e Humanidades do Centro Whitney de Humanidades em
Yale mais tarde naquele ano, no Fórum de Pensamento Contemporâneo na
Universidade da Virgínia em 2000, e como uma palestra pública organizada pelo
Departamento de Letras da Universidade da Geórgia em 2001. O artigo mais
curto que deu base ao capítulo 9, originalmente escrito para uma conferência
organizada pela Escola de Direito e pelo Departamento de Filosofia da
Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, foi apresentado aos cursos
de direito das instituições de Penn, Virgínia, Maryland, Iowa, Boston, Creighton
e a Faculdade de William e Mary; o capítulo completo foi apresentado na Escola
de Direito da Case Western Reserve University, e, com alguns pensamentos
sobre as diferenças entre a cultura do direito nos Estados Unidos e no Canadá, na
Escola de Direito da Universidade de Dalhousie, na Nova Escócia.
Aprendi bastante, em todas essas ocasiões, com os comentários e
perguntas dos ouvintes; como aprendi também com um pequeno exército de
correspondentes prestativos, entre eles não apenas filósofos, mas também
cientistas, historiadores da ciência, engenheiros, economistas, acadêmicos do
direito e das letras; e com estudantes que fizeram perguntas pertinentes,
trouxeram artigos e recortes que pensaram que poderiam me interessar, ou só
faziam uma cara atônita apropriada quando eu dizia alguma coisa
incompreensível. Sou grata a todas as muitas pessoas que me ajudaram, de
diferentes formas, a fazer este livro melhor do que ele teria sido se eu tivesse me
digladiado com ele sozinha — muito grata também aos bibliotecários da Escola
de Direito da Universidade de Miami, e em especial à Virginia Templeton, pela
assistência bibliográfica. Agradeço especialmente ao Mark Migotti, que leu o
rascunho todo datilografado, levantou boas perguntas e fez sugestões úteis, e até
me acompanhou no processo final de caçar trechos repetitivos e arrumar frases
convolutas e truncadas; e, como sempre, ao Howard Burdick — pois os habituais
sine qua nons não cobrem nem a metade.
Capítulo 1: Nem Sagrada Nem Embuste
O Manifesto do Senso Comum Crítico
Que os homens se precipitem violentamente de um extremo,
sem passar mais ou menos para o extremo contrário, não é
algo que se espera da fraqueza da natureza humana.
— Thomas Reid, Essays on the Intellectual Powers[120]
Figura 1. "Traidores da verdade? Da esquerda para a direita: Karl Popper, Imre Lakatos, Thomas Kuhn e
Paul Feyerabend." (Esses notáveis filósofos da ciência apareceram na edição de 15 de outubro de 1987 da
Nature em uma parte de um artigo com o título "Onde a Ciência Deu Errado”.)
Muitos, sem dúvida, pensam que W. V. Quine está entre os melhores amigos
filosóficos da ciência; entretanto, como em Feyerabend, a situação não é tão
direta quanto poderia parecer. Certamente não há dúvida quanto à admiração do
Quine pelas conquistas da ciência, especialmente da física. E em seus textos
encontra-se, se não uma filosofia sistemática da ciência, uma visualização de
valor: a boa descrição que ele faz, junto com Ullian, do apoio mútuo entre
explicação e o que é explicado,[228] por exemplo, e sua descrição prenhe da
ciência como “resolvendo um problema com a ajuda de soluções para outros”.
[229]
(E, evidentemente, é como resolver palavras cruzadas; uma carta do Quine
descrevendo a minha analogia das palavras cruzadas como “um bom desenho de
palito do método científico” encorajou alguns dos pensamentos que
desenvolverei adiante.) Entretanto, uma tese do Quine foi um forte estímulo para
o Novo Cinismo — tão poderoso, provavelmente, quanto qualquer coisa em
Kuhn, a quem Quine dispensa friamente como um niilista epistemológico.[230]
A tese em questão é a “subdeterminação”. Para uma tese tão influente, no
entanto, “a” tese da subdeterminação é difícil de delimitar precisamente. Em
“Dois Dogmas”, Quine escreve que “qualquer afirmação pode ser considerada
verdadeira, não importa o que vier, contanto que façamos ajustes suficientes em
outros pontos do sistema”; em Palavra e Objeto, que “não temos razão para
supor que as irritações superficiais do homem até para com a eternidade
admitem qualquer sistematização que seja cientificamente melhor ou mais
simples que todas as outras possíveis. Parece mais provável... que incontáveis
teorias alternativas ficariam empatadas no primeiro lugar”;[231] e em “Sobre
Teorias Empiricamente Equivalentes do Mundo”, que “a ciência natural é
subdeterminada... não só por observação passada mas por todos os eventos
observáveis”, ou, de forma mais oficial, que inevitavelmente há “formulações
teóricas que são empiricamente equivalentes, logicamente incompatíveis, e
irreconciliáveis pela reconstrução de predicados”.[232] Além disso, conforme as
afirmações do Quine sobre a subdeterminação set tornam mais precisas, também
se tornam mais resguardadas, até que no fim do “Teorias Empiricamente
Equivalentes” ele está pronto para se comprometer só com o que ele chama de
uma “versão derradeira”: “nosso sistema do mundo está fadado a ter alternativas
empiricamente equivalentes que, se fôssemos descobri-las, não veríamos forma
de reconciliá-las pela reconstrução dos predicados”.
Não há, conclui Quine, “verdade extrateórica” — uma conclusão que,
admite ele, “soa como relativismo cultural”.[233] Aqui começa a ficar aparente por
que ele também foi chamado de negativista lógico;[234] não por causa de uma
ênfase no papel da dedução na refutação, como Popper, mas por causa da sua
predileção por tirar conclusões enfaticamente negativas e até aparentemente
céticas ou relativistas a partir de resultados lógicos formais. A surpresa inicial
sobre os Novos Cínicos abraçarem uma tese do Quine de forma tão calorosa é
logo dispersada; eles esperam que a subdeterminação dará lugar para valores
sociais tomarem a “folga” evidencial, um termo do Quine que adotaram com
entusiasmo. Conforme a vertigem intelectual ameaça surgir mais uma vez, o
diagnóstico é confirmado: a raiz do problema está na concepção estreitamente
lógica da racionalidade compartilhada pelos Velhos Deferencialistas, tanto os
indutivistas quanto os dedutivistas, e pelos Novos Cínicos.
E para concluir
Até aqui, claro, a ideia de que concepções estreitamente lógicas e formais da
ciência são inadequadas já ficou bem familiar; também não estou sozinha ao
articular uma descrição que não seja (como eu coloquei) deferencialista nem
cínica, e na qual os aspectos racionais e sociais da ciência se entrelaçam. Mas o
meu diagnóstico do que está em falta de forma mais conspícua e consequente
tanto na abordagem estreitamente lógica dos Velhos Deferencialistas quanto nas
abordagens historico-socio-retóricas dos Novos Cínicos — no mundo — não
será tão familiar; nem a minha descrição da natureza e estrutura da evidência
para alegações e teorias científicas, nem minha abordagem sensista-comum
crítica a questões a respeito dos métodos da ciência.
Em linha com o meu diagnóstico, a descrição desenvolvida no que vem a
seguir será, como direi, mundana.[235] Também será eclética, acomodando muitos
insights da tradição mais antiga da filosofia da ciência que esbocei. Ao contrário
da “epistemologia sem sujeito cognoscente” do Popper, a minha descrição
começará com a evidência experiencial, com as observações dos cientistas; mas
conforme o foco se voltar para o compartilhamento de evidências e divisão do
trabalho científico, será bem no espírito da metáfora da catedral do Popper.
Reconhecerá a importância dos aspectos sociais da ciência e de mudanças e
inovações linguísticas, corretamente enfatizadas por Kuhn, e a dependência que
os métodos e técnicas especiais das ciências têm de teorias prévias; mas revelará
que a suposta relatividade paradigmática de padrões de evidência é um tipo de
ilusão epistemológica. Como o indutivismo, permitirá que as evidências possam
ser sustentadoras sem serem dedutivamente conclusivas; mas, negando que a
sustentação é uma questão exclusiva de forma, reconhecerá um elemento de
verdade no ceticismo do dedutivista a respeito da “lógica indutiva”. Como o
indutivismo, reconhecerá que há alegações mais ou menos garantidas
objetivamente; mas, conforme revela por que basear uma teoria da garantia na
teoria matemática das probabilidades não funcionaria, compartilhará algo do
espírito da crítica do Popper ao probabilismo. Acomodará o insight da Hesse que
precisamos de uma explicação seriamente falibilista do papel da observação e da
atenção detida ao lugar dos universais, e a observação astuta do Lakatos que “a
racionalidade trabalha mais lentamente do que a maioria das pessoas tendem a
pensar, e, mesmo ao trabalhar, é falível”.[236] E, reconhecendo a densidade do
mundo que investigamos e nossas limitações como investigadores,[237] minha
abordagem reconhecerá que as evidências estão fadadas a serem complicadas,
ambíguas e amiúde potencialmente enganosas, que a investigação é difícil e
exigente, e que o progresso é intermitente e irregular.
Não tentarei assumir a tarefa hercúlea de inspecionar todas das muitas e
variadas expressões sociológicas, etnometodológicas, feministas, literário-
teóricas, retóricas etc. etc. do Novo Cinismo; mas algumas serão postas sob meu
escrutínio conforme meu argumento progride.[238] Também não tentarei assumir a
não menos hercúlea tarefa de inspecionar todas das muitas e variadas abordagens
bayesianas, de teoria das decisões, neopopperianas, da teoria do erro, modelo-
teóricas, neopragmatistas, naturalizadas, neoinstrumentalistas / construtivo-
empíricas etc. etc. desenvolvidas na tendência dominante da filosofia da ciência
recente; mas haverá oportunidade de notar alguns pontos de concordância, e de
discordância, conforme meu argumento progride.[239]
Capítulo 3: Dicas para o Enigma das Evidências
Científicas
Uma História “Só Sei Que Foi Assado”[o]
Para que razões sejam conclusivas a respeito de uma alegação — isto é, para que
a sustentem ao grau mais alto possível — não é suficiente que elas impliquem
dedutivamente a alegação. Pois proposições inconsistentes implicam
dedutivamente qualquer outra proposição (de p e não-p, segue-se que q, não
importa o que q possa ser);[249] mas razões inconsistentes não são evidências
conclusivas para qualquer coisa, muito menos para todas as coisas (p e não-p não
é evidência conclusiva para qualquer q, muito menos para todo q).[250] Por
exemplo, suponha que a evidência é: que o assassino é ou Smith ou Jones; que a
pessoa que cometeu o assassinato é canhota; que Smith é destro; e que Jones é
destro. Isso implica dedutivamente que Jones é o culpado; e que Smith é o
culpado; e que alienígenas são os culpados. Mas certamente não é evidência
conclusiva para uma qualquer dessas alegações, muito menos para todas elas.
Entretanto, se a evidência fosse: que o assassino é ou Smith ou Jones, que a
pessoa que cometeu o assassinato é canhota, que Smith é destro, e que Jones é
canhoto, seria conclusiva a respeito de Jones ser o culpado. Assim, a
conclusividade exige que a evidência implique dedutivamente a alegação em
consideração, mas não a sua negação também; isto é, que implique
dedutivamente essa alegação de forma diferencial, e não só em virtude do fato de
que, sendo inconsistente, implica toda proposição, não importa qual.[251]
O princípio de que tudo se segue dedutivamente a partir de uma
contradição é um princípio da lógica clássica. Então os lógicos não clássicos
podem objetar que, embora a inferência a partir de “p e não-p” para um “q”
arbitrário seja válida na lógica clássica, há toda uma gama de sistemas não
clássicos — lógicas paraconsistentes, lógicas da relevância, lógicas conexivas
etc. etc. — nos quais essa inferência não é válida; e propor que conciliemos a
conclusividade das evidências com a implicação dedutiva apelando para tais
lógicas. Suspeito que a motivação para tais sistemas fora do padrão deriva ao
menos em parte de uma confusão entre questões lógicas e epistemológicas; mas
não descarto a possibilidade de que possam lançar alguma luz sobre o modo
como as evidências inconsistentes poderiam, em algumas circunstâncias, ser
mais do que simplesmente indiferentes a respeito da sustentação.[252]
Mais uma vez, os advogados poderiam protestar que depoimentos
inconsistentes podem ser extremamente informativos. De fato, podem ser; mas
que a testemunha A diz que p, enquanto a testemunha B diz que não-p, não
constitui evidência inconsistente no sentido em questão aqui (isto é, evidência na
forma “p e não-p”). É verdade que uma pessoa que esteja ciente de uma
inconsistência nas evidências dela no que concerne alguma alegação está numa
posição parecida com a de um advogado diante de depoimentos inconsistentes;
e, se ele é sensato, tentará identificar as crenças de fundo responsáveis pela
inconsistência, e avaliar se são mais bem garantidas. A testemunha A viu o
assassinato de perto, um jurado poderia assim raciocinar, a B viu de longe, então
o depoimento da A é mais provável de estar correto; ou: A é o cunhado do réu,
enquanto B é um estranho para ele, então B tem menos motivos para mentir. Um
cientista que percebe que há uma inconsistência em suas evidências pode
raciocinar de um jeito parecido: “minha confiança de que o DNA é composto de
quatro nucleotídeos em ordem regular é menos bem garantida que minha
confiança de que a virulência bacteriana está contida no ácido nucléico, não em
proteínas; então, entre a minha evidência de que o DNA é o material genético, e
minha evidência de que ele não é, a primeira é mais provável de estar correta”.
Mas isso é bem compatível com o meu propósito, que é mostrar que evidências
inconsistentes não são evidências conclusivas.
***
O quão plausível é um item nas palavras cruzadas é algo que depende não só da
qualidade do encaixe com a dica e com outros itens já respondidos que cruzam
com ele, mas também do quão plausível são esses outros itens, independente do
item em consideração, e do quanto já foi respondido do jogo completo.
Analogamente, o grau de garantia de uma alegação para uma pessoa em um
tempo depende não só do quão sustentadoras são as evidências dela, mas
também do quão abrangentes elas são, e do quão seguras são as suas razões,
independente da própria alegação.
As evidências de uma pessoa são as melhores evidências a respeito de uma
alegação quanto mais (menos) garantidas forem suas razões a favor da (contra a)
alegação em questão, independente de qualquer apoio dado a elas por aquela
alegação em si. Assim (em linha com o segundo jeito possível de tratar razões
em que se acredita de forma fraca) podemos incluir uma proposição entre as
razões de uma pessoa se ela lhe der algum grau de credibilidade, sem dar mais
peso do que deveríamos a razões em que se acredita parcialmente; pois as “p” ou
“q” sem ressalvas incluídas como substitutas serão menos independentemente
seguras do que a “possivelmente p” ou “talvez q” com essas ressalvas, que
representariam mais precisamente o baixo grau de credibilidade dado pela
pessoa. Uma razão fracamente credível para uma alegação contribuirá menos
para a garantia dela.
Apesar de a cláusula da segurança independente mencionar a garantia, não
há uma circularidade viciosa. Em um jogo de palavras cruzadas, a razoabilidade
de um item depende em parte de seu encaixe aos outros itens, e
consequentemente do quão razoáveis eles são, independente do item em
consideração. Similarmente, a garantia de uma alegação depende em parte da
garantia de outras alegações que a apoiam, independente de qualquer apoio dado
a elas pela própria alegação. Esse entrelaçamento de alegações e teorias que se
sustentam mutuamente não oculta um círculo vicioso, não mais que o
entrelaçamento de palavras cruzadas que se sustentam mutuamente. Também
não nos ameaça com uma regressão infinita, nem deixa a malha toda flutuando
no ar; pois as evidências experienciais, que não têm necessidade de garantia,
funcionam como âncora para as alegações científicas, como as dicas o fazem
para os itens das palavras cruzadas.
A qualidade das evidências de uma pessoa, e, portanto, o grau de garantia
de uma alegação para ela, também depende da quantidade das evidências
relevantes que as suas evidências incluem. A abrangência é um dos
determinantes da qualidade evidencial, não uma consideração a posteriori a ser
relegada à metodologia. (Um delineamento preciso do critério da abrangência,
no entanto, chamaria por uma extensão da concepção de evidência na qual me
apoiei até aqui; pois nesse contexto “todas as evidências relevantes” tem de
significar algo como “respostas a todas as perguntas relevantes”.) Mesmo se
apoiar firmemente a alegação em questão, mesmo se for muito segura em si, a
evidência é de pior qualidade na medida em que informações relevantes
estiverem ausentes. A fragilidade na dimensão da abrangência tende a tornar as
evidências enganosas, isto é, sustentadoras para uma conclusão falsa; e já que as
evidências concernentes a uma alegação científica nunca são absolutamente
abrangentes, sempre há a possibilidade de que, conforme novas evidências
emergem, as evidências até aquele ponto revelar-se-ão terem sido antes
enganosas.
Pelo motivo de os determinantes da qualidade evidencial serem
multidimensionais, e de uma alegação poder se dar bem em uma dimensão, e
outra alegação em outra, não se assegura uma ordenação linear de alegações
rivais no que diz respeito aos graus de garantia. Além disso, as três dimensões
interagem. Uma evidência que é ruim na dimensão da abrangência é com
frequência também ruim na dimensão da sustentação; enquanto uma evidência
que é muito sustentadora para uma alegação com frequência é carente de
segurança independente.
Isso lança alguma luz na velha discordância a respeito do status da
evidência negativa. A tese do Popper de que as alegações científicas podem ser
falseadas, mas não verificadas ou confirmadas, deriva em parte de seu critério da
demarcação (que iguala o “científico” ao “falseável”), e em parte do pressuposto
de que um único exemplo negativo refuta uma generalização. A posição
atribuída a Quine e Duhem, em contrapartida, é que as leis e generalizações
científicas não são mais decisivamente falseáveis do que são decisivamente
verificáveis. À parte o problema da demarcação, não há discordância a respeito
da relação evidencial entre os exemplos negativos e as generalizações. Popper
tem razão, é claro, que a evidência negativa precisa ser levada em consideração;
e tem razão, por exemplo, que haver um cisne negro no aeroporto de Perth a uma
dada hora é uma razão conclusiva contra a generalização de que todos os cisnes
são brancos. Mas os seus críticos têm razão em insistir que isso não resolve a
questão. A conclusividade é o mais alto grau da sustentação; mas a sustentação é
apenas uma dimensão da qualidade evidencial. Ela não garante a decisividade,
que exigiria, adicionalmente, que a razão conclusiva fosse independentemente
segura de forma perfeita, e que compreendesse todas as evidências relevantes.[254]
Garantia — A Concepção Social
Agora, permita-me voltar minha atenção à garantia de uma alegação para um
grupo de pessoas.[255]
Em 1954, George Gamow fundou o Clube de Gravatas do RNA, um grupo
de 20 pessoas — uma pessoa para cada aminoácido — devotado a descobrir a
estrutura do RNA e a forma como ele constrói as proteínas. Cada membro tinha
que ter uma gravata preta de RNA bordada com uma cadeia de açúcar-fosfato e
purinas e pirimidinas amarelas, e um broche de gravata com a abreviação em três
letras de seu respectivo aminoácido; depois houve até materiais de papelaria do
Clube de Gravatas do RNA, com uma lista de oficiais (“Geo Gamow,
Sintetizador; Jim Watson, Otimista; Francis Crick, Pessimista; ...”).[256] Muito
poucas comunidades científicas, no entanto, são tão definitivamente
identificáveis quanto essa; a noção de uma comunidade científica é notoriamente
vaga, e a especificação de critérios pelos quais uma comunidade é científica, sem
falar no que deve contar como uma comunidade do tipo, é uma tarefa
descomunal de difícil.
Na verdade, “a” comunidade científica à qual os filósofos da ciência às
vezes se referem com otimismo é provavelmente mais mítica do que real; na
realidade é um monte de subcomunidades em constante mudança, algumas
firmemente interconectadas e algumas mais frouxas, algumas aninhadas em
outras e algumas com sobreposição, algumas efêmeras e algumas persistindo por
muitas gerações de dedicados. Então não tem problema que eu drible os
problemas vexatórios a respeito da individuação das comunidades e
subcomunidades científicas, pois a minha presente tarefa é especificar do que
depende o grau de garantia de uma alegação para qualquer agrupamento de
cientistas, seja o agrupamento uma subcomunidade unida ou um grupo disperso
e artificial.
“A experiência de um homem não é nada se ficar sozinha”, escreveu C. S.
Peirce,[257] querendo dizer que o engajamento de muitas pessoas, intra e
intergeracional, é uma das maiores qualidades da empreitada científica. Ele tinha
razão; e não apenas porque isso permite às ciências estender seu alcance
evidencial para bem além daquele de qualquer indivíduo. Mas não é uma bênção
sem ambiguidades. Pois em qualquer grupo de cientistas provavelmente haverá
discordâncias a respeito da alegação cuja garantia está em consideração, e a
respeito das razões a favor ou contra essa alegação; as evidências experienciais,
além disso, são sempre as evidências experienciais de algum indivíduo; e até no
grupo mais unido de cientistas haverá falhas de comunicação, com cada membro
obtendo acesso apenas imperfeito às evidências dos outros.
Dado que indivíduos diferentes dentro de um grupo de cientistas podem
discordar não apenas no grau de credibilidade que dão à alegação em questão,
mas também nas suas crenças de fundo, não podemos interpretar as evidências
do grupo como uma simples soma de todas as evidências dos membros. Mas a
analogia das palavras cruzadas sugere uma forma de superar essa primeira
dificuldade. Pense em muitas pessoas trabalhando nas mesmas palavras
cruzadas, concordando que a nº 2 vertical é “flagrante”, e a nº 3 horizontal é
“gigante”, mas discordando a respeito da nº 4 horizontal, que alguns pensam que
é “intenção” e outros pensam que é “intensão”. O que determinaria a
razoabilidade, dadas as evidências possuídas por esse grupo de pessoas, de um
item que depende da nº 4 horizontal? Presume-se que o que determinaria é a
razoabilidade se a resposta em disputa para o item é ou “intenção” ou “intensão”
(ou equivalente, uma vez que as respostas rivais concordam nas primeiras letras,
se as últimas letras forem “ção” ou “são”). Similarmente, onde há discordância
nas crenças de fundo dentro de uma comunidade científica, a melhor abordagem
pode ser interpretar que as evidências do grupo contêm não a conjunção das
crenças de fundo rivais, mas a sua disjunção. Entretanto, essa solução geral
precisará de ajustes consideráveis para acomodar as discordâncias de diferentes
qualidades: a comunidade pode, por exemplo, estar mais ou menos dividida ao
meio, ou pode haver apenas um dissidente.
É sempre uma pessoa individual que vê, ouve, recorda etc. No trabalho
científico, no entanto, muitas pessoas podem fazer observações da mesma coisa
ou evento; de um eclipse a partir de observatórios nos hemisférios norte e sul,
por exemplo. Ao observar a mesma coisa ou evento de diferentes lugares, os
cientistas têm acesso a uma parte maior da informação que a coisa ou evento
provê. E, quando muitas pessoas fazem a mesma observação, elas podem
discriminar as excentricidades das percepções de um indivíduo em particular do
que pode ser percebido por todos os observadores normais. Às vezes, uma
pessoa alega que pode ver o que ninguém mais consegue: todas as observações
que supostamente confirmavam que a diluição homeopática da peçonha de
abelha diminui a granulação das células sanguíneas, aparentemente, foram feitas
por uma observadora, Elisabeth Davenas. Em tais circunstâncias, a pessoa
envolvida é um observador especialmente talentoso (como Jacques Benveniste
afirma sobre a Srta. Davenas), ou então ele ou ela está, como dizemos, “vendo
coisas” (como John Maddox e a equipe da Nature que ele mandou para
investigar o trabalho do laboratório do Benveniste afirmam que a Srta. Davenas
deve estar).
Ao contar com as observações dos outros, os cientistas dependem da
competência perceptual desses outros, do funcionamento dos instrumentos dos
quais dependem, e da honestidade e precisão de seus relatos. É uma questão não
só de simples crédito mútuo, mas de confiança mútua justificada (geralmente
com âncora implícita nas credenciais do observador ou do instrumento). Os
cientistas, de modo razoável, levarão em conta que o compromisso de um
observador com essa ou aquela teoria pode fazê-lo mais propenso que outros a
notar alguns aspectos do que ele ou ela vê; e, se têm base para suspeitar que o
observador tem defeitos perceptuais, falhas de instrumento, desonestidade ou
autoengano — seja diretamente ou, no caso daqueles experimentos com
homeopatia, pela razão de os supostos resultados serem tão extraordinários —
podem duvidar razoavelmente da confiabilidade dos seus relatos observacionais.
Em um grupo de cientistas, mesmo se cada um tiver as suas próprias evidências
experienciais, a maioria depende das evidências de segunda mão dos outros.
Assim, a garantia de uma alegação para o grupo dependerá em parte do quão
razoável é a confiança de cada membro nos relatos dos outros sobre as suas
observações; e em parte (agora chego na terceira dificuldade mencionada antes)
da qualidade da comunicação dentro do grupo.
Não parece muito apropriado permitir que uma alegação é garantida para
um grupo no qual as evidências não são compartilhadas, mas meramente
dispersas: como no caso de dois cientistas com uma distância de séculos entre si,
o mais recente não conhecendo o trabalho do mais antigo, ou no caso de grupos
de pesquisa rivais, nenhum dos quais tendo visto os relatórios do outro. Não
consideraríamos uma alegação bem garantida para um grupo de pessoas, mesmo
se entre si possuíssem evidências fortes a favor dela, ao menos que as evidências
fossem comunicadas entre os membros do grupo. Somente quando as evidências
são compartilhadas — como no caso de muitas pessoas trabalhando na mesma
parte das palavras cruzadas que podem espiar sobre os ombros umas das outras
— a sua junção evidencial pode garantir uma alegação. “Eficiência de
comunicação” cobre toda uma gama de problemas: o quão efetivos são os
processos de revisão e publicação em assegurar que bons trabalhos sejam
publicados rápido, e não submersos num mar de trabalhos inferiores; o quão
bons são os meios de encontrar material relevante; a que ponto as conferências
conseguem ser ocasiões para a comunicação genuína e a informação mútua em
vez de mera autopromoção e networking; o quão cogente e clara é a forma como
os trabalhos são apresentados.
Assim, poderíamos pensar no grau de garantia de uma alegação para um
grupo de cientistas como sendo o grau de garantia dessa alegação para um
indivíduo hipotético cujas evidências são a junção das evidências de todos os
membros do grupo, só interpretadas de modo a incluir não as conjunções, mas as
disjunções das razões disputadas, e descontadas por alguma medida do grau ao
qual cada membro está justificado ao acreditar que os outros são observadores
confiáveis e idôneos, e da eficiência ou ineficiência da comunicação interna ao
grupo.
Garantia — A Concepção Impessoal
Agora posso dizer algo a respeito da concepção impessoal, do grau de garantia
de uma alegação a um tempo, simplesmente.
Quando, observando a ciência do lado de fora, pergunta-se quais alegações
e teorias são bem garantidas e quais são mal garantidas, é essa concepção
impessoal que é a mais saliente. Mas dizer que uma alegação ou teoria é bem ou
mal garantida a um tempo deve ser entendido como uma forma elíptica de se
dizer que é bem ou mal garantida pelas evidências possuídas por alguma pessoa
ou algum grupo de pessoas àquele tempo. E, já que uma alegação pode ser bem
garantida para este grupo ou pessoa, mas mal garantida para aquele grupo ou
pessoa, a questão é de quem são as evidências das quais se considera
implicitamente que a garantia “impessoal” depende.
Interpretarei que ela depende das evidências de uma pessoa ou grupo cujas
evidências são, em certo sentido, as melhores. “Em certo sentido” pois neste
contexto “melhores evidências” significam “melhores indicadores da provável
verdade da alegação ou teoria em questão”. Esta é uma adaptação de uma
concepção legal de “melhores evidências”,[258] e não deve ser confundida com
“melhores evidências” no sentido de “evidências que dão o maior grau de
garantia para a alegação ou teoria em questão”. A diferença é que, no sentido
relevante aqui, o que importa é o quão seguras e abrangentes são as evidências,
sejam elas apoiadoras ou abaladoras, favoráveis ou desfavoráveis à verdade da
alegação em questão.
Quando há comunicação eficiente dentro de um grupo, as evidências
compartilhadas no grupo podem ser melhores do que as de qualquer membro
individual; mas, quando a comunicação interna ao grupo é ruim, as evidências de
um indivíduo podem ser as melhores. Por exemplo, depois de tentar sem sucesso
atrair o interesse do Karl Nägeli por seu trabalho, Gregor Mendel publicou o
artigo dele “Experimentos em Hibridização de Plantas” no periódico da
Sociedade de Ciência Natural em Brunn, Morávia, onde mofou sem leitores por
décadas; então, por um tempo, as evidências dele a respeito da teoria particulada
da herança eram bem melhores do que as de qualquer outro — em ambos os
sentidos. A teoria era mais garantida para ele do que para qualquer outro, mas as
evidências dele eram também as melhores no sentido em causa aqui: isto é, os
melhores indicadores da verdade provável da teoria. Eram também, no sentido
relevante, as melhores evidências a respeito da teoria rival, a da mistura; para a
qual, no entanto, eram desfavoráveis.
Mais uma vez: em 1944, Oswald Avery não estava pronto para dizer em
suas publicações científicas, como ele sugeriu em uma carta a seu irmão, que os
seus experimentos indicavam que o DNA, e não a proteína, é o material
genético. Então, por um tempo, as evidências dele a respeito da hipótese da
proteína como material genético eram, no sentido em causa aqui, melhores do
que as de qualquer outro: isto é, os melhores indicadores da verdade provável da
hipótese — mas desfavoráveis. As evidências dele também eram, no sentido
relevante, as melhores evidências a respeito da hipótese rival do DNA como
material genético; para a qual, é claro, eram favoráveis. Muito depois, no
entanto, em seu manual de biologia molecular, Watson referir-se-ia à “bomba de
Avery”, a “primeira prova real do papel genético dos ácidos nucléicos”;[259] e, no
calendário da Universidade Rockefeller para o ano acadêmico de 2001, ao lado
de uma foto charmosa do Avery usando um chapéu engraçado na festa de natal
da Rockefeller em 1940, o texto nos informa que foi Avery, com seus colegas
Colin MacLeod e Maclyn McCarty, quem “mostrou pela primeira vez que os
genes são feitos de DNA”.
Garantia, Justificação e Confirmação
Agora posso enfrentar a questão da relação da garantia aos outros conceitos
como a justificação e a confirmação.
Para que uma alegação seja garantida em algum grau, exigirei (não que as
evidências indiquem que a alegação é mais provável do que sua negação, mas)
somente que as evidências indiquem que a alegação é provável a um nível não-
desprezível. A alegação p é bem garantida para um indivíduo se as suas
evidências indicam firmemente que p; a alegação é garantida o bastante para ele
se as suas evidências têm força o bastante para indicar que p; é garantida de
forma fraca para ele se as suas evidências fracamente indicarem que p; e é não
garantida para ele se as suas evidências não indicarem que p — seja porque
indicam que não-p, ou porque são empobrecidas demais até para indicar
fracamente p ou não-p.
Que uma alegação seja altamente garantida para uma pessoa não é algo
que assegure que ela está em boa forma epistêmica a respeito dessa alegação.
Um cientista pode aceitar como verdadeira uma alegação com maior ou menor
confiança; ou aceitar a sua negação como verdadeira com maior ou menor
confiança; ou não dar credibilidade à alegação nem à negação. Idealmente, ele
daria à p o grau de credibilidade que ela merece. Mas ele pode não alcançar esse
ideal porque p é bem garantida para ele, mas ele dá a ela credibilidade baixa
demais, ou porque p é mal garantida para ele, mas ele dá a ela credibilidade alta
demais. Essas falhas podem ser descritas, respectivamente, como subcrença e
sobrecrença.
Além disso, podem não ser as evidências que um cientista possui que o
levam a dar a uma alegação um determinado grau de credibilidade. Ele pode dar
algum grau de credibilidade a uma alegação porque está impressionado pelo fato
de que uma figura influente em sua profissão a endossou, ou porque quer muito
que as coisas sejam como a alegação diz que são, ou etc. Em cujo caso direi que,
mesmo que a alegação esteja garantida para ele, ele não tem justificação ao dar o
grau de credibilidade que lhe dá.[260] (Nota para Karl Popper: a justificação, no
sentido explicado há pouco, é uma noção parcialmente causal; e as evidências
experienciais podem contribuir para a justificação da crença de uma pessoa
precisamente ao contribuir causalmente para que ela aceite a crença.)
A qualquer tempo, algumas alegações científicas e teorias são bem
garantidas; outras são mal garantidas, se garantidas de todo; e muitas estão entre
um estado e outro. Às vezes, várias alegações concorrentes podem todas ser
garantidas a certo grau. Quando ninguém tem evidências boas o suficiente para
decidir, uma alegação e a sua negação podem ser ambas não garantidas; em cujo
caso a melhor opção é — admitindo que, no momento, simplesmente não
sabemos — procurar por mais evidências e vasculhar nossos cérebros por outras
hipóteses candidatas
A maior parte das alegações e teorias científicas começam como
conjecturas informadas, mas altamente especulativas; algumas parecem estar
próximas de certas por um tempo, e depois se revelam erradas; algumas parecem
estar fora de cogitação por um tempo, e depois se revelam corretas. Muitas, por
fim, são consideradas em parte certas, mas também em parte erradas. Algumas
sofrem mutação, mudando no conteúdo para sobreviver às novas evidências de
uma forma adaptada. Idealmente, o grau de credibilidade dado a uma alegação
pela subcomunidade científica relevante a um tempo — presumindo que
possamos dar algum sentido a essa ideia não muito clara — estaria
correlacionado apropriadamente ao grau de garantia da alegação àquele tempo.
Os processos pelos quais uma comunidade científica coleta, peneira e pesa as
evidências são falíveis e imperfeitos, então o ideal de forma nenhuma é sempre
atingido; mas são bons o suficiente que se pode fazer a aposta razoável de que
muito da ciência contida no manual está correta, enquanto só uma fração da
ciência de fronteira de hoje sobreviverá, e a maior parte enfim terá se revelado
equivocada. É só uma aposta razoável, no entanto; todas as coisas nos manuais
já foram um dia ciência especulativa de fronteira, e a ciência de manual às vezes
se revela embaraçosamente errada.
Direi que uma alegação está confirmada quando evidências adicionais aumentam
o seu grau de garantia, com o grau de confirmação dependendo do incremento de
garantia. Assim interpretado, o conceito de confirmação não apenas é distinto
dos conceitos de garantia e sustentação, mas os pressupõe. Alguns Velhos
Deferencialistas, no entanto, usaram “confirmar” sem diferenciá-lo de
sustentação, garantia e confirmação. As confusões geradas por tais ambiguidades
permanecem, por exemplo, na ideia ainda comum de que as evidências já
possuídas no tempo em que uma teoria foi proposta não podem sustentá-la; o
que parece plausível somente se a sustentação e a confirmação são postas juntas.
[261]
Por mais que seja complexa e difusa, a evidência é uma restrição real à ciência.
E, apesar de o grau de garantia de uma alegação a um tempo depender da
qualidade das evidências de alguma pessoa ou de algum grupo àquele tempo, a
qualidade das evidências não é subjetiva ou relativa à comunidade, mas objetiva.
Contudo, não se segue da objetividade da qualidade evidencial que ela seja
transparente para nós. Na verdade, juízos da qualidade das evidências dependem
das crenças de fundo da pessoa que faz o juízo; são questão de perspectiva. Se
você e eu estamos trabalhando no mesmo jogo de palavras cruzadas, mas demos
respostas diferentes para a 4 vertical altamente intercruzada, discordaremos a
respeito do fato que a 12 horizontal termina em um F, ou do fato que termina em
um T, ser algo que faz a nossa resposta plausível. Se você e eu estamos no
mesmo comitê de contratação, mas você acredita que a caligrafia é uma
indicação do caráter enquanto eu penso que isso é besteira, discordaremos a
respeito do fato que um candidato faz laços em seus fs ser relevante para a
possibilidade de contratação — mas a possibilidade de que é relevante depende
da possibilidade de ser verdade que a caligrafia é uma indicação do caráter.
De forma bem geral, os juízos de uma pessoa da relevância das evidências,
e, consequentemente, do quão abrangentes essas evidências são, ou da qualidade
da explicação de uma alegação para determinados fenômenos, e,
consequentemente, do quão sustentadora ela é, estão fadados a depender de seus
pressupostos de fundo. Se a pessoa pensa que a cor da pelagem provavelmente
varia a depender das condições climáticas, ela pensará que é relevante para uma
generalização sobre as variedades de urso se as evidências incluem observações
do Ártico do da Antártida; se ela pensa que a estrutura e a composição de uma
molécula determinam a sua função, insistirá em perguntar, como relata Roger
Kornberg que os biólogos moleculares começaram a perguntar com o advento da
química estrutural, “[c]omo se faz com as peças fundamentais; como se faz com
blocos e os tipos de coisa que sabemos que constituem as moléculas?”[263] E
assim por diante.
Quando há sérias diferenças nas crenças de fundo entre um grupo de
cientistas e outro, haverá discordância até a respeito de quais evidências são as
relevantes para o quê, e a respeito do que constitui uma explicação —
discordâncias que só serão solucionadas se e quando as questões subjacentes
forem resolvidas (ou que podem, como observou notoriamente o Max Planck,
simplesmente evaporar conforme os apoiadores de um lado da disputa se
aposentarem ou morrerem).[264] O que foi considerado relatividade de paradigmas
ou de qualidade evidencial é um tipo de ilusão epistemológica; mais uma vez,
como no exemplo da grafologia, saber se a evidência é relevante, se isso é uma
boa explicação para aquilo, se a evidência é de fato forte ou fraca, se uma
alegação é de fato bem ou mal garantida, é uma questão objetiva.
Às vezes os cientistas sabem que não têm todas as evidências relevantes
para uma questão; e às vezes têm uma ideia astuta de qual é a evidência que
precisam, mas não têm. Porém, às vezes, dadas as evidências que têm, podem
não ser capazes de julgar, ou podem julgar mal, quais evidências adicionais são
necessárias, se alguma. Não podem saber sempre o que é que não sabem; podem
nem ter, a certa altura, o vocabulário para fazer as perguntas cujas respostas
seriam evidências relevantes. Também não podem sempre vislumbrar as
hipóteses alternativas que, se lhes ocorressem, permitiriam que eles revisassem
as suas estimativas da sustentação dada por suas evidências. E assim por diante.
Já que a qualidade evidencial não é transparente, e cientistas só podem fazer o
melhor que puderem, um cientista pode estar sendo razoável ao dar a uma
alegação um grau de credibilidade que é desproporcional à qualidade real e
objetiva de suas evidências, se essa qualidade real é inacessível para ele. A
razoabilidade, assim entendida, é questão de perspectiva.
Para Ilustrar: As Evidências para a Dupla Hélice
Até aqui, este texto foi abstrato de forma austera, para não dizer agonizante. Para
tornar a imagem mais concretamente vívida, considerarei as evidências de
Watson e Crick para o seu modelo da estrutura do DNA; mas primeiro, permita-
me esboçar alguns pontos de referência na história da genética e da biologia
molecular.
Quando, um século antes da descoberta de Watson e Crick, Darwin propôs
a teoria da evolução, ele aceitou implicitamente a teoria da mistura para a
herança (que na verdade apresentava dificuldades à evolução). Darwin não sabia
que Mendel já estava desenvolvendo a teoria particulada; mas a genética
mendeliana não estava integrada à teoria da evolução até os anos 1930.
A quarta edição de um texto padrão sobre os mecanismos da
hereditariedade, publicada em 1951, pouco antes da descoberta de Watson e
Crick, resume o que se sabia à época: que os genes são carregados pelos
espermatozoides ou óvulos ou ambos, já que somente esses gametas ultrapassam
a barreira entre as gerações; que, em geral, dentro de uma espécie,
espermatozoide e óvulo contribuem igualmente para a herança dos genes; que,
uma vez que, apesar de o óvulo ter muito citoplasma, o espermatozoide é quase
todo feito de núcleo, o núcleo deve ser a parte essencial do gameta para a
transmissão de genes; que, dos componentes do núcleo, somente o material da
cromatina é precisamente dividido na mitose e segregado durante a maturação;
que há paralelos notáveis entre o comportamento dos genes como visto nos
resultados de cruzamentos e o comportamento dos cromossomos como visto sob
o microscópio; então “parece ser inescapável a conclusão... de que os genes
mendelianos são carregados nos cromossomos”.[265]
A substância que conhecemos agora como DNA foi descoberta em 1869
por Friedrich Meischer, que a chamou de “nucleína” porque era um componente
do núcleo da célula distinto das proteínas; ele pensou que a função principal dela
era armazenar o fósforo. Em 1889, Richard Altmann conseguira obter a nucleína
livre de proteínas, e sugerira o nome “ácido nucléico”.[266]
No começo do século XX, presumiu-se que a maioria das moléculas
poliméricas eram agregados de moléculas bem menores. A ideia da
macromolécula, o tipo ao qual sabemos agora que o DNA pertence — moléculas
muito longas unidas por ligações covalentes e dobradas de forma compacta na
célula — foi introduzida primeiro pelo Hermann Staudinger em 1922. Foi tão
controversa que, em 1926, quando Staudinger apresentou a ideia à Sociedade de
Química de Zurique, muitos membros distintos na plateia tentaram dissuadi-lo,
e, ao fim da reunião, ele teve que “gritar ‘Hier stehe ich, ich kann nicht anders’
em desafio aos seus críticos”.[267]
Por um bom tempo, a proteína foi considerada o material genético. De
acordo com a hipótese do tetranucleotídeo, geralmente atribuída ao Phoebus
Levene,[268] o DNA era construído com base em quatro nucleotídeos seguindo
um ao outro em uma ordem fixa; e, desse modo, era uma molécula simples
demais para carregar a informação genética (motivo pelo qual, em 1944, Avery
estava publicamente relutante a tirar a conclusão que agora parece óbvia a partir
do seu trabalho). Mas em 1950 a hipótese do tetranucleotídeo foi derrubada
pelas evidências do Erwin Chargaff de que as quatro bases do DNA ocorrem em
proporções com ampla variação em leveduras, bactérias, bovinos, ovinos, suínos
e humanos. A especificidade que poderia ser carregada por sequências diferentes
de nucleotídeos, percebeu Chargaff, “é de fato enorme”. Ainda assim, há uma
uniformidade marcante dentro dessa diversidade — uma equivalência quase
exata na razão de purinas para pirimidinas; “se isso é acidental”, continuou
Chargaff, “não se pode dizer ainda”.[269]
Quando Watson e Crick se interessaram pela composição e estrutura dos
genes e a transmissão de características herdadas, a conjectura de que a proteína
é o material genético já havia sido descartada não só pelo trabalho do Avery (que
mostrou que a virulência bacteriana estava contida no ácido nucléico em vez de
na proteína), mas também pelo rastreamento radioativo de Hershey e Chase (que
mostrou que não é a proteína, mas o DNA de um bacteriófago o que entra na
bactéria e se multiplica).[270] Em A Dupla Hélice, Watson descreve aqueles que
ainda consideravam inconclusivas as evidências para o DNA acima das proteínas
“tolos intratáveis que não falhavam em apostar nos cavalos errados”.[271] Daí o
parágrafo lacônico de introdução do artigo que vou tomar como base (não o
artigo muito curto no qual Watson e Crick anunciaram primeiro a sua descoberta,
mas a publicação mais longa e detalhada, publicada no mesmo ano, em que
sugeriram um mecanismo da replicação do DNA),[272] que observa que “seria
supérfluo discutir a importância do DNA”.
Talvez não seja tão supérfluo, no entanto, acrescentar algumas palavras
para dar uma noção da escala da coisa. As medidas nas quais se baseiam Watson
e Crick estão em unidades angstrom, sendo um angstrom uma parte em dez
bilhões de um metro. Ou, se preferir, eis John Kendrew descrevendo em pés e
polegadas imperiais: “Todo o DNA em um único ser humano alcançaria até além
do sistema solar”, mas “de alguma forma, três pés dele devem estar enovelados
dentro de uma única célula talvez com diâmetro de um milésimo de uma
polegada”.[273]
Considerando certo que o DNA carrega a especificidade genética de vírus
e deve portanto ser capaz de autorreplicação exata, Watson e Crick apresentaram
evidências químicas e físico-químicas que indicam que o DNA é uma longa
molécula fibrosa dobrada sobre si mesma na célula; evidências de que a fibra
consiste em duas cadeias; evidências de que a sua estrutura é uma dupla hélice
de duas cadeias complementares; e um mecanismo possível pelo qual tal
estrutura poderia passar pela autorreplicação exata exigida para carregar a
informação genética.
Eles começam pelo que é conhecido a respeito da fórmula química do
DNA: uma cadeia muito longa, cujo alicerce é feito de uma alternância de
grupos de açúcar e fosfato, juntos por ligações diéster 3’-5’ regulares, com uma
base nitrogenada acoplada a cada açúcar, geralmente uma entre quatro tipos (as
purinas: adenina e guanina; e as pirimidinas: timina e citosina). A estrutura é
regular em um aspecto (as ligações internucleotídeos do alicerce), mas irregular
em outro (a sequência de diferentes nucleotídeos nas bases empilhadas na parte
interna). A análise físico-química envolvendo medidas de sedimentação, difusão,
dispersão da luz e viscosidade indica que o DNA é uma estrutura muito
assimétrica com aproximadamente 20 Å de largura e muitos milhares de
angstrons de comprimento, e relativamente rígida. Esses resultados são
confirmados pela microscopia eletrônica, que revela fibras muito longas com
cerca de 15 a 20 Å de largura.
As evidências para as duas cadeias vêm principalmente do trabalho de
difração de raio X que usa o sal de sódio do DNA extraído do timo de bezerro,
purificado e puxado em fibras. Elas indicam que há duas formas de DNA: a
forma A cristalina e a menos ordenada forma B paracristalina, com um conteúdo
maior de água. A fotografia de raio X indica a distância de espaçamento entre os
nucleotídeos; e a densidade medida da forma A, junto às dimensões celulares,
mostra que deve haver dois nucleotídeos em cada grupo do tipo, então é muito
provável que a unidade cristalográfica consiste em duas cadeias distintas de
polinucleotídeos. A correspondência de medidas indica que a unidade
cristalográfica e a fibra estudada pela microscopia eletrônica são a mesma coisa.
Tudo isso sugere que o DNA deve ser regular o suficiente para formar um
cristal tridimensional, apesar do fato de as suas cadeias componentes poderem
ter uma sequência irregular de nucleotídeos de purina e pirimidina; e, já que
contém duas cadeias, estas devem ser relacionadas regularmente uma à outra.
“Para explicar essas descobertas”, Watson e Crick propõem
uma estrutura na qual as duas cadeias estão espiraladas em
torno de um eixo em comum e unidas por pontes de
hidrogênio entre as bases de nucleotídeo. Ambas as cadeias
seguem hélices destras, mas as sequências dos átomos nos
alicerces de fosfato-açúcar seguem direções opostas e dessa
forma são relacionadas por uma díade perpendicular ao
eixo da hélice. Os grupamentos fosfato e açúcar estão na
parte externa da hélice, enquanto as bases estão na parte
interna. [Para encaixar o modelo às observações do DNA
do tipo B] nossa estrutura tem um nucleotídeo em cada
cadeia a cada 3,4 Å na direção da fibra, e faz uma volta
completa depois de 10 de tais intervalos, isto é, depois de
34 Å. A nossa estrutura é bem definida e todas as distâncias
e ângulos de ligação, incluindo as distâncias de van der
Waals, são estereoquimicamente aceitáveis.
... As bases são perpendiculares ao eixo da fibra e
juntam-se em pares... somente alguns pares encaixar-se-ão
na estrutura, [já que] presumimos que o alicerce de cada
cadeia de polinucleotídeo está na forma de uma hélice
regular. Desse modo, independente de quais bases estejam
presentes, as ligações glicosídicas (que ligam açúcar e
base) estão distribuídas de uma forma regular no espaço...
O resultado é que um membro do par de bases deve sempre
ser uma purina e o outro uma pirimidina para fazer uma
ponte entre as duas cadeias. (p. 125)
Reconhecendo que este modelo ainda não foi ainda mostrado correto, eles
observam que três tipos de evidência o apoiam: evidências de raio X da forma B
sugerem fortemente uma estrutura basicamente helicoidal, com uma alta
concentração de átomos na circunferência da hélice em conformidade com um
modelo com os alicerces para fora, e indicam que as duas cadeias de
polinucleotídeo não estão espaçadas igualmente ao longo do eixo, mas que estão
deslocadas uma da outra por cerca de três oitavos do eixo da fibra (evidências de
raio X da forma A são mais ambíguas); as curvas de titulação anômalas de DNA
não degradado com ácidos e bases sugerem que a formação de pontes de
hidrogênio é característica da estrutura; os dados analíticos mostram que,
embora a razão de adenina para citosina possa variar, a quantidade de adenina é
próxima da de timina, e que a quantidade de guanina é próxima à de citosina
mais 5-metilcitosina — as regras de Chargaff — um “resultado muito
impressionante” que sugere uma estrutura envolvendo pares de base.
“Dessa forma, acreditamos que as evidências experimentais atuais
justificam a hipótese de trabalho de que as características essenciais do nosso
modelo estão corretas...”, concluem Watson e Crick; e continuam para uma
sugestão de que, sob este pressuposto, cada uma das cadeias complementares do
DNA pode servir como um molde para a formação de uma nova cadeia
acompanhante sobre si.
Os auxílios científicos são muitas vezes locais. (Um físico não precisa se
preocupar, como se preocupa o bioquímico, com animais de estimação no
laboratório — ao menos não pelas mesmas razões!) Entretanto, a investigação
científica e de outros tipos estão agora entrelaçadas de várias formas, e os
auxílios “científicos” também são usados pelas outras. Detetives contam com
técnicas da ciência forense tais como tipagem sanguínea, identificação genética e
outras. Historiadores começaram recentemente a usar uma técnica elaborada
para a detecção do câncer de mama para decifrar os “cartões postais” de chumbo
em que os soldados romanos escreviam às suas famílias.[321] Outros historiadores
usaram análise de nêutrons para mostrar que pedaços de jaspe encontrados em
um assentamento no norte da Terra Nova continham elementos residuais
presentes só no jaspe da Groenlândia e da Islândia, confirmando a conjectura de
que os vikings haviam chegado à América do Norte meio milênio antes de
Colombo.[322] A General Motors usa técnicas estatísticas desenvolvidas pelo
Centro de Controle de Doenças para detectar “epidemias” potenciais de defeitos
em seus carros e caminhões.[323] E assim por diante. Ocasionalmente, mas menos
frequentemente, os cientistas tomam empréstimos de outros investigadores;
quando, por exemplo, uma árvore genealógica compilada pelo pai de um doente
mostrou-se uma pista essencial para a identificação do defeito genético
responsável pela pancreatite hereditária.[324]
Para Ilustrar: A Busca pela Dupla Hélice
Já que usei os artigos científicos deles para ilustrar alguns temas acerca das
evidências científicas, parece apropriado voltar à descrição do Watson de como
ele e Crick descobriram a estrutura do DNA, para ilustrar alguns temas a respeito
da investigação científica. Watson reconta os eventos como eles aparentavam
para ele na época; outros envolvidos, como sabemos — inclusive Crick —, nem
sempre viam as coisas do mesmo jeito.[325] Ainda assim, o livro A Dupla Hélice,
apesar de sua impetuosidade, suas personalidades, seus comentários indelicados
sobre os “brotos” nas festas de Cambridge[t] e sobre o senso estético da Rosalind
Franklin para se vestir, é revelador, precisamente por causa da sua falta de tato, a
respeito de como a ciência às vezes conseguiu aproveitar ao máximo os pontos
fortes humanos, e de como um ego pode ser posto a serviço da criatividade e do
respeito pelas evidências. É um livro que faz lembrar de forma tocante aquele
aforismo do Diderot: “dizer que o homem é feito de força e fraquezas, de visão e
cegueira, de capricho e grandeza, não é criticá-lo; é defini-lo”.[326]
Em seu prefácio, Watson diz que sua esperança é que o livro mostre que “a
ciência raramente progride da maneira direta e lógica imaginada por quem está
de fora. Em vez disso, seus passos à frente (e às vezes para trás) são com
frequência eventos muito humanos.” Até aqui, ótimo. Mas ele continua, “eventos
humanos em que as personalidades e as tradições culturais têm papeis
essenciais”; o que alguns cínicos poderiam considerar um endosso à ideia da
ciência como “negociação social”. Logo fica nítido, no entanto, que ele não está
dizendo nada de radical, mas somente meditando sobre as peculiaridades dos
britânicos, em especial a relutância deles de adentrar forçosamente um problema
que consideram da competência de outrem.
Mas estou me apressando. Poucos dias após chegar em Cambridge e
conhecer Francis Crick, Watson conta-nos que “sabíamos o que fazer; imitar
Linus Pauling e derrotá-lo no próprio jogo dele”. Se conseguissem, poderiam
resolver “um problema esmagadoramente importante”.[327] Já se pode sentir a
combinação íntima de ambição e respeito pelas evidências que caracteriza a
história toda.
Uma competição contra Pauling exigia a cooperação com Maurice Wilkins
e Rosalind Franklin em Londres, por mais que Crick preferisse evitar o
incômodo pessoal de interferir em um problema no qual Wilkins trabalhara por
anos (aqueles “fatores culturais” em ação) — porque o grupo de Londres tinha
fotografias de difração de raio X do DNA potencialmente cruciais, que poderiam
economizar meses de trabalho pelo descarte de configurações teoricamente
possíveis.
Logo Watson e Crick pensaram que a solução estava quase a seu alcance.
Ambos Crick e o cristalógrafo de Cambridge Bill Cochran chegaram, por rotas
diferentes, a uma teoria plausível da difração dos raios X por moléculas
helicoidais confirmada pela inspeção visual dos diagramas de raio X do Max
Perutz. E, a partir do relato do Watson de uma palestra da Franklin, parecia que
“só um número pequeno de soluções formais eram compatíveis com a teoria
Cochran-Crick e com os dados experimentais da Rosy”.[328]
Depois de um dia brincando com suas peças de construção de modelos,
tinham algo promissor — um modelo de três cadeias compatível com a teoria
Cochran-Crick e com as localizações dos reflexos do raio X nas fotografias da
Franklin, mas carente de checagem quanto às intensidades relativas delas.
Porém, quando Wilkins e Franklin chegaram de Londres para olhá-lo, o
resultado não foi um triunfo, mas um fiasco constrangedor. De qualquer forma,
Franklin tinha sempre desaprovado os improvisos com modelos, e ainda não
estava convencida de que o DNA era helicoidal. Mais importante, “as objeções
dela não eram mera perversidade”; Watson havia memorizado a quantidade
errada de água em sua amostra de DNA — o modelo correto precisava conter ao
menos dez vezes mais água do que tinha naquele modelo dele e do Crick.
Embora fosse possível lotar as regiões vagas na periferia da hélice com as
moléculas extras de água, continua Watson, com a água extra envolvida “o
número de modelos do DNA potenciais aumentava de forma alarmante”.[329] O
otimismo de antes com uma solução rápida acabara.
Watson aprendeu técnicas de difração de raio X, mas depois se distraiu
com problemas a respeito da vida sexual das bactérias. De tempos em tempos,
ele e Crick brincavam mais com seus modelos de DNA, mas “quase de imediato
Francis viu que o raciocínio que tinha nos dado esperança momentânea não
levava a nada”. E então uma carta do Pauling para seu filho, na época um
estudante de pesquisa em Cambridge, trouxe “a notícia há muito temida”:
Pauling tinha uma estrutura para o DNA.[330] Talvez se eles pudessem reconstruir
o que Pauling tinha feito antes que vissem o artigo dele, pensaram, eles
poderiam partilhar o crédito. E então, quando saiu o artigo do Pauling, e seu
modelo soava suspeitosamente igual ao modelo abortado um ano antes, talvez,
pensaram eles, poderiam já ter o crédito se não tivessem se contido a respeito. E
então, ao estudar as ilustrações, eles perceberam que Pauling ou tinha feito uma
descoberta revolucionária na teoria química subjacente, ou tinha cometido um
erro elementar. Mas não haveria razão para manter tal descoberta teórica em
segredo, então tinha de ser um “tropeço inacreditável”.
“Apesar de parecer que a balança ainda pendia contra nós, Linus ainda não
tinha ganhado o Nobel”;[331] mas poderia ser fatal perder tempo comemorando o
erro do Pauling...
Alguns dias depois, Watson viu as fotografias da forma B do DNA tiradas
pela Franklin; o padrão, “incrivelmente mais simples” que nas fotografias
anteriores, era evidência abundante de que a estrutura era helicoidal. Uma vez
que “o reflexo meridional em 3,4 Å era bem mais forte do que qualquer outro
reflexo”, percebeu Watson, “isso só poderia significar que as bases de purina e
pirimidina com espessura de 3,4 Å estavam empilhadas umas sobre as outras, em
uma direção perpendicular ao eixo helicoidal”, e ambas as evidências do
microscópio eletrônico e do raio X sugeriam que o diâmetro da hélice era cerca
de 20 Å. Crick ainda não estava convencido de que deveriam procurar por um
modelo de duas cadeias em vez de três cadeias; mas Watson já estava
persuadido, com base no fato de que coisas biológicas gostam de vir em pares.
Watson ainda não estava convencido do palpite da Franklin que o alicerce
deveria estar por fora da estrutura e não por dentro; mas começou a gostar da
ideia depois de desmontar “um modelo de alicerce central particularmente
repulsivo”.[332]
Passando suas noites no cinema, decepcionado que as cenas de nudez da
Hedy Lamarr haviam sido cortadas do Ecstasy, e sonhando vagamente que a
qualquer momento a resposta de repente lhe ocorreria, Watson encontrou uma
solução de aparência tão promissora que a mencionou numa carta a Max
Delbrück — só para que fosse posta em frangalhos menos de uma hora depois,
quando o cristalógrafo Jerry Donohue “disse alegremente que por anos os
químicos orgânicos vinham favorecendo formas tautoméricas específicas acima
das alternativas sem fundamento sólido. Na verdade, os textos de química
orgânica estavam eivados de figuras com formas tautoméricas muito
improváveis. A figura da guanina que eu esfregava na cara dele era quase com
certeza falsa”.[333] Não havia truque que salvasse a ideia.
Mas logo Watson pensou noutra compatível com as reservas do Donohue e
espantosa em seu poder explicativo:
De repente percebi que um par adenina-timina unido por
duas pontes de hidrogênio era idêntico na forma a um par
guanina-citosina unido por ao menos duas pontes de
hidrogênio... [N]enhuma gambiarra era necessária...
Suspeitei que agora tínhamos a resposta ao enigma do
motivo pelo qual o número de resíduos de purina era
exatamente igual ao número de resíduos de pirimidina.
Duas sequências irregulares de bases poderiam ser
empacotadas no centro de uma hélice se uma purina sempre
fizesse ponte de hidrogênio com uma pirimidina. Além
disso, a exigência das pontes de hidrogênio significava que
a adenina sempre se parearia à timina, enquanto a guanina
poderia se parear somente com a citosina. As regras de
Chargaff subitamente se revelaram como uma consequência
da estrutura em dupla hélice para o DNA. Mais empolgante
ainda, esse tipo de dupla hélice sugeria um mecanismo de
replicação muito mais satisfatório do que o pareamento
igual-com-igual que considerei brevemente.[334]
Crick inicialmente ficou pouco interessado quando Watson lhe contou a respeito
da descoberta do Chargaff das regularidades nas proporções relativas de bases de
purina e pirimidina no DNA, mas logo se convenceu da sua importância. Ao
checar, ele não encontrou nenhum outro jeito de satisfazer as regras de Chargaff,
e estava preparado para contar a todos que eles haviam descoberto o segredo da
vida. Porém, eram necessárias mais construções de modelos, mais mensurações
cuidadosas para assegurar que não tinham feito gambiarra com uma série de
contatos entre átomos que fossem quase aceitáveis separadamente, mas
impossíveis em conjunto, e mais consultas junto a Wilkins e Franklin para
comparar os dados de raio X com as previsões do modelo.
Na mesma semana, cartas de Pasadena revelaram que Pauling “ainda
estava bem fora do prumo”. Watson preferia não contar nada ao Pauling por
enquanto, mas Delbrück, que “odiava qualquer forma de segredo em assuntos
científicos”, contou-lhe mesmo assim; e “os méritos biológicos insuperáveis de
uma molécula de DNA autocomplementar fez com que ele concedesse a derrota
na corrida”. Neste tempo mal importava se Pauling sabia, já que “as evidências
favorecendo os pares de base estavam se acumulando cada vez mais”.[335]
Tentei fazer meu relato realista, no sentido mais comum e cotidiano da palavra:
nem otimista demais nem pessimista demais, reconhecendo plenamente as
conquistas da ciência, mas também a falibilidade disseminada, as imperfeições e
defeitos, a pura desorganização dessa empreitada notável, mas profundamente
humana. Agora é hora de reconhecer explicitamente que, na minha insistência
que entender as complexidades das evidências científicas e da investigação
científica é algo que exige atenção não apenas a questões de lógica, mas também
ao mundo e ao nosso lugar como investigadores no mundo, estão implícitos
outros tipos de realismo mais tecnicamente filosóficos.
Há um mundo real; e as ciências buscam descobrir algo a respeito de como
ele é. Claro, seres humanos intervêm no mundo, e nós, com as nossas atividades
físicas e mentais, somos parte do mundo. O mundo que nós humanos habitamos
não é a natureza bruta, mas a natureza modificada por nossas atividades físicas e
forrada com nossas redes semióticas, incluindo as construções imaginativas de
escritores e artistas, e as explicações, descrições e teorias de detetives,
historiadores, teólogos etc. — e de cientistas. As construções imaginativas de
romancistas e artistas, suas personagens e eventos fictícios, são imaginativas e
imaginárias. Mas, quando têm sucesso, as construções imaginativas de
investigadores, suas entidades teóricas e categorias, não são imaginárias, mas
reais, e as suas explicações verdadeiras.
A investigação científica bem-sucedida, como a investigação empírica
bem-sucedida de qualquer tipo, é possível somente porque nós, e o mundo,
somos de um certo jeito. Até a investigação empírica mais rotineira seria
impossível se não tivéssemos órgãos dos sentidos com a competência de detectar
informações a respeito de coisas e eventos particulares ao nosso redor, e a
capacidade intelectual de fazer conjecturas generalizadas e elaborar formas de
checar essas conjecturas diante de mais evidências; ou se as coisas e eventos
particulares do mundo sobre o qual podemos estar perceptualmente cientes não
fossem de tipos e sujeitos a leis. Se não fosse assim, não poderíamos categorizar
as coisas ou descobrir generalizações úteis sobre elas; nem as ciências naturais
— mais profundas e detalhadas que a investigação empírica cotidiana, muito
mais unificadas, mais precisas, mas ainda profundamente falíveis, imperfeitas e
incompletas — poderiam ter conseguido identificar gradualmente tipos reais de
coisa ou substância, discernir sua constituição interna, e descobrir leis da
natureza.
A minha abordagem é realística a respeito da percepção, de tipos e leis, do
mundo, da verdade. Porém, embora meu realismo seja extensivo, ele não é
extremo; na verdade, ele é bem modesto. Nossos órgãos dos sentidos nos põem
em contato com coisas e eventos do mundo, mas os nossos sentidos são
limitados, imperfeitos e às vezes distorcidos pelas nossas expectativas; e não há
uma classe nitidamente identificável de enunciados puramente observacionais,
ou de coisas observáveis. Há tipos reais; mas isso é só para dizer que alguns nós
de propriedades são unidos por leis. Há verdades objetivas, e as ciências às vezes
conseguem descobrir algumas delas; mas a verdade não é transparente, e o
progresso não é garantido.
Hoje em dia, reconhecer mesmo um Realismo Inocente como este é
convidar críticas, por um lado que você ingenuamente falhou em compreender o
caráter conceitualmente ou linguisticamente ou textualmente construído do
mundo, ou a relatividade da verdade ou da evidência à comunidade ou ao
paradigma; e, por outro lado, que você deve estar comprometido a ideias
metafísicas ou epistemológicas que são indefensáveis de ambiciosas. Mas espero
que o meu Realismo Inocente seja modesto o suficiente para escapar da acusação
de ambição indefensável, e sutil o suficiente para acomodar as complexidades
que tentaram alguns a sucumbir a formas ambiciosas indefensáveis de idealismo
linguístico ou conceitual.[352]
Não aspiro a oferecer um argumento decisivo de que há um mundo real
etc.; encontro-me meio perdida para saber quais proposições menos controversas
poderiam possivelmente servir como premissas para tal argumento. O que me
move, e tenho esperança que lhe mova também, é um tipo diferente de
consideração: a investigação científica é uma extensão altamente sofisticada,
complexa, sutil e socialmente organizada da nossa confiança cotidiana na
experiência e no raciocínio. Como a investigação empírica cotidiana, ela pode
ter sucesso somente se houver um mundo real conhecível em alguma medida por
criaturas com poderes sensoriais e intelectuais como os nossos. Peirce comenta
que “um homem deve ser definitivamente maluco para negar que a ciência fez
muitas descobertas verdadeiras”;[353] e não tenho dúvida de que a investigação
científica muitas vezes teve sucesso. Mas, para desacoplar a conclusão realista
inocente de que há um mundo real conhecível em alguma medida por criaturas
como nós, não é estritamente necessário estabelecer que a investigação científica
às vezes tem sucesso; é suficiente que a investigação empírica cotidiana tenha —
do que, em seu coração, ninguém realmente duvida.
Assim, a tarefa diante de mim é expandir a estrutura conceitual
compactada e carente de articulação aqui para uma longa e fina fibra verbal.
Talvez não seja fantasioso demais pensar que os temas gêmeos do Realismo
Inocente, na metafísica, e o Sensismo-Comum Crítico, na epistemologia,
formam o alicerce duplo-helicoidal do meu modelo, entrelaçado ao redor da
série de pares de base conceituais nos quais me concentrarei no que se segue:
observação e teoria, gerais e explicação, verdade e progresso.
Observação e Teoria
O método da investigação empírica cotidiana, e o método da ciência (“até onde
é um método”, repito, ecoando o Bridgman mais uma vez), é o método da
experiência e do raciocínio; ou, já que ambos trabalham tão juntos, talvez “o
método de experiência-e-raciocínio” seja um termo melhor. Presume-se às vezes
que reconhecer a interdependência da percepção e crença de fundo, ou da
observação e teoria, é em si negar que a experiência pode ser uma restrição
evidencial real. Mas isso é um erro. A percepção é dependente de crenças de
fundo, e a observação da teoria? Sim, em mais de uma forma. Há uma categoria
privilegiada de enunciados observacionais infalíveis, ou de coisas observáveis?
Não, e não mais uma vez. Ainda assim, as evidências dos sentidos em última
análise ancoram as nossas teorias ao mundo; e são uma restrição real.
Ao interagir com coisas e eventos ao nosso redor, captamos algumas das
informações que fornecem — mas só algumas. É por isso que somos vulneráveis
a certos tipos de ilusão (e podemos prever, por exemplo, que em tais e quais
circunstâncias a estrada à frente vai parecer molhada mesmo que não esteja, e
explicar por quê); e somos susceptíveis a figuras ambíguas enigmáticas
projetadas para nos convidar a preencher as lacunas dessa forma — ou daquela.
Sabemos todos virar uma coisa de cabeça para baixo, ou checar atrás dela;
cheirar ou provar ou cutucar, além de olhar; chamar outra pessoa para vir
examinar também. Por mais que nosso aparato perceptual tenha limitações, por
mais que sejamos susceptíveis à má percepção e à influência deturpadora das
nossas expectativas, há algo teimoso a respeito da aparência das coisas, algo
receptivo ao evento perceptual. Os cientistas tramam formas de interagir com as
coisas e eventos ao seu redor de formas mais sutis, mais indiretas e mais
complexas do que o resto de nós, e são ainda mais céticos a respeito de supostos
fenômenos que apenas um observador pode ver. Para veicular o senso apropriado
de premeditação e artifício, no contexto das ciências geralmente falamos de
“observação” em vez de simples percepção; pois observações científicas, como
diz Kuhn, são mais bem descritas como “o que é coletado com dificuldade” do
que como “o que é dado”.[354] De fato, algumas observações científicas são mais
feliz coincidência do que tramadas. Uma reportagem recente conta que um
estudante de pós-graduação buscava por espécimes numa praia e notou uma
centopeia de aparência peculiar que tinha um número par de pares de patas —
uma descoberta notória, pois até agora a crença generalizada era que todas as
centopeias possuem um número ímpar de pares de patas. Porém, até neste caso
foi o conhecimento de fundo do estudante que o levou a pensar em contar, e
assim a fazer uma “descoberta maravilhosa que acrescenta muito ao nosso
conhecimento das centopeias”.[355] Mas com muita frequência, quais observações
os cientistas decidem fazer — seguir esta macaca e sua prole em vez de aquele
macaco e seus amigos, assistir ao eclipse deste lugar e também daquele outro,
checar estes e aqueles aspectos da reação química — dependem das crenças de
fundo que determinam quais evidências experienciais consideram relevantes à
alegação em questão.
Com muita frequência, também, a observação científica conta com
instrumentação, e, em consequência, com os pressupostos teóricos introduzidos
ao desenho dos instrumentos. Esses pressupostos raramente são do mesmo
domínio que as alegações que eles ajudam os cientistas a checar; e não precisam
ser conhecidos pelo cientista a fazer as observações, que muito provavelmente só
se fia na integridade dos produtos de um fabricante, e portanto, indiretamente, na
competência de outros cientistas.
Em uma inversão paradoxal deliberada, Sir Arthur Eddington uma vez
aconselhou que “é uma boa regra não confiar demais nos resultados
observacionais... até que sejam confirmados pela teoria”.[356] Isso chama a
atenção para o fato de que, como a observação e a teoria trabalham juntas, as
coisas podem dar errado: os pressupostos que levam um cientista a fazer essas
observações em vez daquelas, ou que subjazem ao funcionamento dos
instrumentos de observação dos quais ele depende, podem ser falsos; e, se são
falsos, ele pode fazer as observações erradas, ou falhar em fazer as certas, ou ser
ludibriado pelo que na verdade é só um artefato do seu instrumento. Mas,
quando as coisas dão certo, e são verdadeiros os pressupostos que levam os
cientistas a fazer essas observações em vez daquelas, ou que subjazem ao
funcionamento dos instrumentos de observação dos quais dependem, eles podem
aproveitar aqueles sucessos anteriores e avançar com a investigação científica.
A aparência das coisas para um observador depende de suas vistas, de
condições de iluminação, distância, ângulo etc., e de qualquer instrumento de
observação que ele use. Mas qual juízo uma observação elicita depende não só
da aparência das coisas para ele, mas também de suas crenças de fundo. Robert
Root-Bernstein relata que cerca de 10% dos seus estudantes acreditam com base
na Bíblia que os homens têm menos costelas que as mulheres, que fez com que
examinassem esqueletos e raios X por si; mas até depois disso alguns ainda
alegavam que os esqueletos masculinos tinham um par a menos de costelas, e ele
teve que acompanhar ao lado deles enquanto recontavam duas ou três vezes até
que reconhecessem que o número é o mesmo.[357]
As fotografias de difração de raio X do DNA da Rosalind Franklin
parecem as mesmas para um observador especialista e para um leigo; mas o
especialista percebe o que o leigo não percebe, e — ou melhor, “percebe o que
é”, pois perceber é uma questão de ser movido pelo que se vê a julgar que a
coisa é tal e qual — o julgamento dele a respeito do que vê é diferente.
Observação similar é a do Russell Hanson que, diferente de um bebê esquimó,
um cientista verá uma máquina de raio X como uma máquina de raio X, ou verá
que é uma máquina de raio X.[358] Isso é verdade; mas “ver como” e “ver que”
são locuções que se referem não simplesmente ao evento perceptual, mas
também, de forma menos explícita, ao julgamento que ele elicita.
Quanto mais se sabe, mas se percebe. Em 1973, no grande acelerador de
partículas no CERN, Gargamela — uma enorme câmara de bolhas contendo
doze metros cúbicos de propano líquido, cujo nome vem da mãe do Gargântua
— tirou milhares de fotografias. Um escaneador detectou uma delas por ser
estranha e nova; a coisa importante é um fraco tracinho enlaçado, “a assinatura
de um elétron”, como coloca Gerald Holton, uma indicação de um evento raro,
mas revelador. O escaneador levou a fotografia a um estudante de pesquisa, que
a entregou ao líder interino do grupo, que a mostrou ao diretor do instituto, que a
reconheceu como justamente o que tinham esperança de achar: uma indicação da
dispersão neutrino-elétron, uma confirmação da teoria da unificação das forças
eletromagnética e fraca na força “eletrofraca”.[359]
Kuhn faz referência a um experimento em que os probandos, ao ver cartas
anômalas tais como um seis vermelho de espadas, primeiro consideraram o que
viam cartas normais, depois começaram a fazer ressalvas (“é a seis de espadas,
mas há algo errado com ela — o preto tem um contorno vermelho”), e depois
expressaram desconforto e confusão acentuados.[360] Talvez esquecendo que é
uma pressuposição do experimento, ela própria baseada na observação, que as
cartas anômalas exibiam espadas vermelhas, Kuhn é tentado a tirar a conclusão
radical de que a aparência das coisas é dependente demais da teoria para que as
evidências experienciais sirvam como âncora para alegações científicas. Mas
isso é bem diferente de um experimento conduzido sob condições de luz abaixo
do padrão, ou em que os probandos usam lentes de contato tingidas; e uma
possível interpretação é bem conservadora: os probandos registram o estímulo
visual normalmente, mas seu julgamento do que estão vendo é enviesado pela
sua expectativa de que o naipe de espadas deve ser preto. Outra, no entanto, é
mais radical: o estímulo visual registrado é distorcido pelas expectativas dos
probandos, como se um molde mental fosse de alguma forma superposto ali.[361]
De qualquer modo, a falha em perceber algum aspecto do que se vê, um
julgamento errado do que se vê, e até o tipo de mau registro do estímulo visual
que, na interpretação mais radical, explica as respostas dos probandos no
experimento das cartas, são todos remediáveis ao dar-se mais informações para o
observador. Com um pouco de tempo e paciência, o experimentador no
experimento das cartas poderia mostrar aos probandos que eles tinham sido
enganados pela correção do falso pressuposto de que aquelas eram cartas
normais; com um pouco mais de tempo e paciência, um cristalógrafo de raio X
poderia mostrar ao leigo o que ele falhou em perceber pela transmissão do
conhecimento que lhe falta sobre que padrão é esperado de uma molécula
helicoidal. E, claro, aquele bebê esquimó pode crescer e se tornar um
radiologista. Sem dúvida, como aponta Kuhn, um cientista “pode não ter recurso
além do que vê com seus olhos e instrumentos”.[362] Isso não significa, contudo,
que as más percepções dos cientistas são irremediáveis, mas que pode ser que
somente em retrospecto, depois de mais desenvolvimentos científicos, que o
remédio se torna disponível.
Em todo evento perceptual, como eu disse, há algo recebido, algo
resistente à vontade do receptor e independente de suas expectativas. Em todo
julgamento, porém, mesmo naqueles julgamentos mais imediatamente elicitados
pela observação, há algo interpretativo a algum grau e, portanto, falível. Não há
nenhuma categoria nitidamente distinguível de enunciados cujo significado é
exaurido pela experiência. Isso não é para dizer que as observações são de
alguma forma proposicionais — não são; elas são eventos. É para dizer apenas
que o significado de qualquer enunciado depende das conexões entre as suas
palavras e outras, além das conexões com o mundo aprendidas diretamente por
ostensão. Tomemos, por exemplo, um cientista que olha um medidor e julga que
o ponteiro marca 7 na escala. Nem mesmo tal julgamento é inteiramente livre de
interpretação; é elicitado pelo cientista enxergando a escala, mas só diante o
fundo de suas crenças sobre metros, escalas e as convenções a respeito de
flechas e numerais.
Negar que há uma categoria nitidamente distinguível de enunciados
observacionais livres de interpretação não é dizer que “isto é um copo d’água”
ou “isto ficou verde” ou “eis um corvo” são realmente enunciados teóricos; é
apenas insistir que até frases aprendidas inicialmente por ostensão também têm
conexões atribuidoras de significado com outras frases. Também não é negar
que, a qualquer tempo, alguns enunciados atribuem propriedades que de forma
nenhuma são observáveis — enunciados “puramente teóricos”, como
poderíamos chamá-los. Certamente há enunciados assim; mas a fronteira do
“puramente teórico” muda constantemente com os avanços nos instrumentos de
observação.
O que é observável para nós depende em parte do nosso aparato perceptual
humano (cães podem ouvir sons que não ouvimos, morcegos podem se orientar
por sonar etc.). Significa que, embora não haja nenhuma classe nitidamente
delimitada de enunciados observacionais, há uma classe nitidamente delimitada
de coisas observáveis (incluindo elefantes, dálias etc., mas excluindo elétrons,
DNA etc.)? Não. O que é observável depende não apenas das nossas capacidades
perceptuais, mas também da nossa engenhosidade de elaborar os instrumentos
para estender e aprimorar os nossos poderes de detecção; a fronteira do
observável, em outras palavras, como a fronteira do “puramente teórico”, muda
constantemente com os avanços nos instrumentos de observação.[363]
Gerais e Explicação
O que cientistas observam são coisas e eventos particulares. E muitas vezes,
também, fazem alegações sobre os particulares: sobre os movimentos desse ou
daquele planeta, a significância desse ou daquele fóssil, a corrente de eventos
nos primeiros poucos minutos depois do Big Bang. Entretanto, a generalização é
crucial para as ciências, pois a sustentação por evidências está atada à integração
explicativa, e a explicação aos tipos e leis. Na verdade, como eu disse antes, a
possibilidade em si da investigação científica exige que haja, como diria Peirce,
“gerais reais”; de outra forma, embora pudéssemos descrever coisas e eventos
particulares, não poderíamos explicar nem prever.
Em sua articulação mais prematura do modelo de lei de cobertura da
explicação, com foco nos casos nos quais o que está para ser explicado é algum
fato ou evento em particular, Carl Hempel e Paul Oppenheim exigiam que o
enunciado factual a ser explicado fosse deduzível de um enunciado de condições
iniciais mais um enunciado de lei.[364] Refinamentos subsequentes estenderam o
modelo a explicações de nível baixo para leis de nível mais elevado e para
explicações estatísticas em que a relação entre explanans e explanandum é
probabilização em vez de deducibilidade. Embora o modelo de lei de cobertura
tenha sido criticado tanto por ser forte demais quanto por ser fraco demais,[365] no
meu entender ele tem duas virtudes expressivas: ele admite o papel dos gerais
(eu acrescentaria que predicados de tipo podem servir como substitutos para
enunciados explícitos de lei); e reconhece que a explicatividade não é um
conceito meramente pragmático, mas um conceito epistemologicamente
substantivo.
Hempel e Oppenheim conceberam explicações como argumentos que
transmitem credibilidade racional às suas conclusões. Agora, no entanto, diz-se
às vezes que essa ideia foi “efetivamente desacreditada”.[366] Concentrando-se na
versão estatística do modelo de lei de cobertura, Wesley Salmon defendeu que o
poder explicativo não pode ser sinonimizado à relevância evidencial porque uma
explicação estatística pode não aumentar a probabilidade a priori de seu
explanandum. Suponha, por exemplo, que expliquemos que o contador Geiger
no laboratório emitiu um único clique porque captou os pontos radioativos no
mostrador do relógio de um técnico; mas que, por causa de uma falha recorrente,
há uma probabilidade de 0,005 que no curso de um segundo o contador Geiger
captará uma emissão espúria, enquanto a probabilidade de que capte uma
emissão do relógio seria muito menor, digamos 0,001.[367] Tomados em seus
próprios termos bayesianos, tais exemplos podem parecer persuasivos; mas isso
só revela a inadequação desses termos. O nosso exemplo mostra que o poder
explicativo não pode ser sinonimizado à relevância estatística; mas, já que a
relevância estatística não pode ser sinonimizada à sustentação por evidências,
não se segue que não existe tal conexão entre a sustentação e a explicação, como
defendi.
Ultimamente diz-se por vezes que a explicação é só uma noção pragmática
ou retórica. Bas Van Fraassen, um expoente influente da explicação como
dependente de contexto, lembra-nos do argumento do Russell Hanson que um
médico poderia explicar que uma morte foi causada por hemorragia múltipla,
enquanto um advogado poderia explicar que ela foi causada por negligência por
parte do motorista, e um urbanista que foi pela presença de arbustos altos na
curva e assim por diante.[368] Mais uma vez, aponta Van Fraassen, identificamos
aquelas galhadas excessivas e não outros fatores contribuintes como a causa da
extinção do alce gigante irlandês porque as galhadas são o que há de mais
saliente para nós. Verdade. Mas é a saliência, não a explicação, que é
pragmática: o médico, o advogado, o urbanista etc. todos põem o foco nas
conexões particulares na longa cadeia causal que lhes interessam em especial;
pomos o foco naquela parte da história causal completa a respeito da extinção do
alce que nos interessa em especial.[369]
Nancy Cartwright pergunta a respeito das camélias que ela plantou sobre
compostagem, algumas das quais floresceram, mas outras morreram.[370]
Podemos explicar que algumas plantas morreram porque o solo estava quente,
enquanto outras vingaram porque o solo era fértil, ela diz, sem sabermos quais
são os fatores que deram na diferença e sem podermos especificar qualquer lei
de cobertura sem exceções. Mas isso é só uma explicação parcial, como uma
nota promissória com uma cláusula não especificada de ceteris non paribus
(talvez as mudas muito novas e subdesenvolvidas sejam danificadas pelo calor,
enquanto as mudas mais velhas e robustas sejam capazes de se beneficiar da
fertilidade). O exemplo da Cartwright, como o do Salmon, sugere que há
vantagens em se pensar, como eu fiz, em termos de graus de explicatividade, de
histórias explicativas melhores ou piores, em vez de em explicação
simplesmente.
Preferi o termo “integração explicativa” ao mais familiar “coerência
explicativa” porque, já que ela exige a introdução da experiência, a minha
descrição da qualidade evidencial não é coerentista. Entretanto, posso aproveitar
o trabalho do Paul Thagard (que, já que dá um papel distinto às “frases de
dados”, não é puramente coerentista, de qualquer forma),[371] com foco particular
em uma característica que Thagard destaca por aumentar o grau da coerência
explicativa — amplitude, consiliência,[372] ou, como direi, escopo — e como ela
se entrecruza com outra, a especificidade. Tanto o escopo, amplitude de poder
explicativo, a capacidade de unificar fenômenos de aparência diversa, quanto a
especificidade, identificação de mecanismos causais específicos, aumentam a
integração explicativa. Como revela a conexão entre a explicação e os gerais, a
especificidade sozinha não é o bastante. Nas margens de sua cópia do Filosofia
Zoológica do Lamarck — “livro muito ruim e inútil” — Darwin faz a objeção
“não é a mesma teoria para plantas e animais”;[373] o argumento dele é que a
descrição do Lamarck exige uma explicação diferente da variação nas plantas,
que não têm hábitos a ajustar de acordo com condições ambientais, e outra para
animais. Mas o escopo sozinho também não é o bastante; daí a reclamação de
Lavoisier contra a hipótese do flogisto, que é tão vaga que “se adapta a toda e
qualquer explicação que se quiser”.[374] (Veremos mais tarde que é o escopo sem
a especificidade que dá a explicações do tipo “Deus quis” o seu apelo espúrio.)
[375]
Mas o que são tipos, e o que significa dizer que são reais? Ian Hacking sugere
que pensemos no real em termos daquilo com o qual podemos interagir ou que
podemos manipular;[377] Steven Weinberg escreve que as leis da física são reais
da mesma forma que as rochas são.[378] Mas eu tomei de empréstimo o termo do
Peirce, “gerais”, em parte porque o próprio fato de que ele não é familiar nos
lembra que tipos e leis são — ora, gerais; não são particulares comuns como as
rochas, e não podemos manipulá-los como podemos manipular as fibras do
DNA. Eu diria, num primeiro palpite bruto, que os tipos não são simplesmente
propriedades ou similaridades, mas mais parecidos com um monte de
propriedades mantidas juntas por leis, isto é, aglomerados de propriedades que
são co-ocorrentes porque são conectadas por leis; e que um tipo é real só no caso
de ser independente do que cremos que ele é, isto é, o aglomerado de
propriedades é conectado por leis independentemente das nossas classificações.
Isso sugere a razão pela qual os cientistas às vezes conseguem prever com
sucesso que as coisas desse ou daquele tipo terão tais e quais propriedades até ali
insuspeitadas;[379] e explica a razão pela qual os cientistas médicos consideram a
homeopatia irrecuperável: as “doenças” que ela alega curar são amontoados
bizarros de sintomas — quase como um formigamento no dedinho do pé
esquerdo acompanhado de sonhos sobre ladrões — sem qualquer conexão entre
si que seja compreensível para a medicina; isto é, não são gerais reais.
Isso também sugere por que razão quais gerais são reais não é algo que
podemos ler diretamente na nossa linguagem, mas algo pelo qual precisamos
trabalhar para descobrir. Um grande passo no entendimento do mal de
Alzheimer, por exemplo, veio quando os cientistas identificaram um novo tipo
de molécula desconhecido até ali, a proteína precursora amiloide (“APP”), que
entremeia as membranas dos neurônios; e depois três tipos de enzimas —
secretases alfa, beta e gama — que cortam a APP em formas mais curtas. Juntas,
as enzimas beta e gama produzem uma proteína mais curta e mais pegajosa, a
beta amiloide, que se acumula no fluido ao redor dos neurônios formando as
placas características do Alzheimer.[380]
Mas o meu primeiro palpite bruto certamente carece de refinamento, pois
os diferentes tipos de tipo incluem não apenas o que é físico e químico, onde o
palpite é menos insatisfatório, mas também o que é biológico e social, onde ele
parece muito estreito e restritivo demais. Não pretendo voltar a um tipo mais
antigo de essencialismo biológico, nem negar que, desde Darwin, viemos a
enxergar tipos biológicos como não simplesmente organizados ao redor de
aglomerados de propriedades, mas em parte pela ancestralidade em comum.[381]
Como foi escolhido para ilustrar o exemplo das investigações dos cosmólogos a
respeito dos primeiros minutos do nosso universo, há elementos de contingência
histórica até mesmo na física; mas esse elemento é bem maior na biologia. E,
quanto maior é este elemento, mais frouxamente são aglomeradas as
propriedades — em malhas de semelhanças de família em vez de nós firmes; que
é o motivo pelo qual as classificações biológicas envolvem um elemento maior
de decisão. (As coisas são ainda mais complicadas nas ciências sociais; mas
adiarei essas complicações.)
Até aqui, evitei deliberadamente um tema surrado da filosofia da ciência:
As expressões de tipo têm significado descritivo, ou são expressões puramente
referenciais que têm como extensão todas as coisas do mesmo tipo que um
exemplar não problemático: este limão, este tigre, esta pepita de ouro? Mesmo
agora, em vez de enfrentar essa questão, quero começar pelo destaque de que a
linguagem da ciência, apesar de ser mais regrada e mais bem definida que
muitos outros setores das linguagens naturais das quais ela faz parte, é, todavia,
bem diferente das linguagens artificialmente precisas e abstratas da lógica
formal. Há, além disso, muitas palavras que as ciências tomaram emprestadas da
linguagem ao redor, e não poucas que a linguagem ao redor tomou emprestadas
das ciências. Categorias e distinções elaboradas para linguagens lógicas mais
regradas podem não funcionar tão bem aqui.
Olhando um dicionário comum, tem-se alguma ideia das complexidades da
linguagem científica e das suas relações intricadamente desordenadas com a
linguagem maior na qual ela se insere. O dicionário Webster define “ouro” como
“um elemento maleável dúctil amarelo que ocorre principalmente isolado ou em
alguns minerais e é usado especialmente em moedas, joias e próteses dentárias”,
e dá como definição secundária “algo avaliado como o mais fino de seu tipo”,
como em “coração de ouro”; também indica ao leitor a uma tabela dos elementos
que dá o símbolo (Au), o número atômico (79) e o peso atômico (196,9665).
“Elétron”, no entanto, tem uma definição puramente técnica: “uma partícula
elementar que consiste em uma carga de eletricidade negativa igual a cerca de
1,602 vezes 10-19 coulombs e que tem uma massa em repouso de cerca de
9,109534 vezes 10-28 gramas ou cerca de 1/1836 da massa do próton”. Temos
também o verbete para “quark”, que diz [com meu itálico]: “uma partícula
hipotética que carrega uma carga elétrica fracionária, a respeito da qual se pensa
que vem em vários tipos (como up, down, strange, charmed e bottom), e é
considerada um componente dos hádrons”.[382] E eis o verbete “flogisto”: “o
princípio hipotético do fogo antes considerado uma substância material”.
Os manuais científicos com frequência incluem também glossários nos
quais os autores tentam capturar informações essenciais sobre as coisas ou
substâncias discutidas. Expressões de tipo têm significados descritivos —
significados descritivos nos quais está embutido o conhecimento científico
presumido, seja isso feito de forma confiante (como no “elétron”) ou de forma
tentativa (como no “quark”), e que muda e se transforma conforme nosso
conhecimento cresce; mas não há uma distinção nítida entre o que está embutido
no significado de “X” e o que é apenas conhecimento presumido a respeito de X.
O que costumava se pensar que era conhecimento a respeito de X pode
gradualmente se tornar parte do significado de “X”, se ficar firmemente
arraigado, ou pode silenciosamente cair fora do significado por completo, caso
se revele enganoso. A palavra “proteína” deriva do grego protos, que significa
“primeiro, primário”; mas os cientistas (e o resto de nós) continuam a usar a
palavra, sem qualquer senso de paradoxo, mesmo que agora saibamos que não é
a proteína, mas o DNA, que tem importância biológica primária. Do mesmo
modo, os cientistas continuam a usar “RNA” — ácido ribonucleico — embora
saibam agora que a substância é encontrada na maior parte não no núcleo, mas
no citoplasma.
Mas a perspectiva de que as expressões de tipo são puramente referenciais
não teria a vantagem de manter a referência estável ao longo das mudanças no
nosso conhecimento das coisas ou substâncias em questão? É certo que a
perspectiva estabiliza a referência; na verdade, poder-se-ia dizer que congela a
referência. Mas não está claro que isso seja desejável. Pois, às vezes, quando
desenvolvimentos teóricos levam a distinções entre tipos antes agrupados —
vários tipos de RNA, por exemplo — queremos dizer, em retrospectiva, que os
cientistas tinham antes falado do RNA sem distinções, não percebendo a
diferença entre o RNA de transferência, o RNA mensageiro e o RNA ribossomal.
Às vezes não há uma continuidade simples de referencial.
Entretanto, há um elemento importante de verdade na perspectiva
puramente referencial: a referência é crucial, pois os cientistas fazem inovações
linguísticas e mudanças de significado porque buscam categorias que se
encaixem em tipos reais. Mas podemos reconhecer que a referência é crucial
sem negar que as expressões de tipo têm significado descritivo. O argumento
lembra Locke e está implícito em Peirce; e ressoa com uma expressão boa de
uma fase precoce do Hilary Putnam:[383] em suas constantes mudanças e reajustes
de terminologia, as ciências aspiram a expressões de tipo que representem
“conceitos de aglomerados de lei”, que são agrupamentos de propriedades cuja
ocorrência é imposta pelas leis da natureza.
E quanto ao fenômeno que Putnam chama de “divisão do trabalho
linguístico”? Uma concepção de expressões de tipo como descritivas e também
referenciais pode acomodar confortavelmente esse fenômeno, mas não do jeito
exato proposto pela perspectiva puramente referencial. Como todos percebem ao
adquirir uma segunda língua, mas tendem a esquecer quando põem foco na
primeira, o domínio linguístico vem em graus; e não apenas quanto ao tamanho
do vocabulário, domínio da sintaxe etc., mas, para o presente propósito, quanto à
compreensão de significados. Leigos muitas vezes têm no máximo uma
compreensão parcial do significado de termos científicos, enquanto os
especialistas têm uma compreensão mais plena. Relaxando a conexão entre
significado e referência, estamos dispostos a descrever que um cientista do
século XVII, ou um leigo moderno, está falando de ouro, mesmo que esteja
enganado ou seja ignorante a respeito de muito do que os cientistas agora sabem
que são as suas características, contanto que ele entenda o termo bem o bastante
para identificar o ouro como, digamos, o metal amarelo do qual são feitas as
moedas e as joias. Em parte, é pela razão de o domínio do leigo da linguagem
científica ser geralmente imperfeito que as evidências científicas são muitas
vezes opacas ou absolutamente incompreensíveis para aqueles que estão de fora
da subespecialidade científica relevante.
Quase toda área do esforço humano tem o seu jargão especializado. Penso,
neste contexto, no vocabulário especial criativo da época dos navios veleiros,
cujos muitos resquícios agora enriquecem o inglês comum.[u] Não há nada de
errado com isso, em absoluto. Porém, há algo de errado com o jargão cujo
principal propósito é simplesmente impressionar os outros com seu
conhecimento supostamente arcano. Há muito tempo William Gilbert fez a
distinção essencial quando declarou que “empregaria às vezes palavras novas e
desconhecidas não para cobrir as coisas com uma terminologia pedante (como os
alquimistas costumam fazer) e fazê-las obscuras, mas de forma que as coisas
ocultas sem nome... possam vir a público de modo simples e completo”.[384] E
John Locke tinha um termo formidável — “obscuridade afetada”[385] — para
aquela “terminologia pedante que escurece as coisas”. Locke pensava que a
filosofia é especialmente susceptível a esse defeito; mas agora parece afligir as
ciências sociais ao menos na mesma proporção, e, ultimamente, também tem
adentrado a teoria literária de forma impressionante. Como o uso honorífico de
“científico”, esse é um tipo de elogio indireto às ciências naturais, nas quais a
terminologia técnica e a inovação conceitual são ferramentas essenciais — isto é,
ferramentas essenciais para produzir uma linguagem adequada para os seus
propósitos explicativos.
Verdade e Progresso
A palavra “ciência” faz referência a uma federação informal de tipos de
investigação empírica; a meta da ciência é a verdade substantiva, significativa,
explicativa. Por mais óbvio que isso pareça para mim e, espero, para você, não é
tão simples nem tão incontroverso quanto poderia pensar.
Eis Bridgman, mais uma vez: “os objetivos de todos os cientistas têm isto
em comum — que todos estão tentando chegar à resposta correta para um
problema em particular à mão. Isso pode ser dito em linguagem mais pretensiosa
como a busca da verdade”.[386] Concordo. Se você está tentando achar a resposta
para alguma pergunta, a sua meta é chegar à resposta verdadeira: por exemplo,
que p, que não-p, ou, talvez, que é bem mais complicado que isso. E os
cientistas, penso eu, estão tentando descobrir as respostas verdadeiras para as
perguntas que investigam. Às vezes é isso que nos dizem: William Harvey,
declarando-se “um partidário só da verdade”, escreve que a sua investigação das
funções do coração e das artérias foi realizada “para que a verdade possa ser
confirmada, e o que é falso corrigido pela dissecção, experiência multiplicada e
observação precisa”;[387] Charles Darwin, especulando a respeito das fontes da
organização do tipo mamífero, notando que “algumas aves podem se aproximar
de animais, e alguns dos vertebrados de invertebrados”, faz uma pausa para fazer
um alerta a si mesmo — “Deus sabe se isso concorda com a Natureza:
Cuidado”;[388] James Watson sonhou em “resolver a estrutura do DNA”.
Isso não é para negar que um cientista possa também ter outros objetivos
(por exemplo, conseguir uma verba para fazer o trabalho, ganhar o prêmio
Nobel); é só para afirmar que sua meta proximal, até onde ele faz investigação
genuína, é descobrir respostas verdadeiras para perguntas com as quais se
preocupa. Nem é para negar que, embora muitos cientistas pensem em si
mesmos como envolvidos na busca da verdade, outros se afastem da ideia,
afirmando que só buscam chegar a descrições consistentes com as aparências;
Van Fraassen lembra “o fenomenalismo do Ernst Mach, o convencionalismo do
Henri Poincaré e o ficcionalismo do Pierre Duhem”.[389] Nem mesmo é para dizer
que os cientistas que se afiliam ao instrumentalismo ou ao empirismo
construtivo necessariamente farão seu trabalho de forma diferente, ou pior, que
os cientistas com persuasão mais realista. É apenas para dizer que a concepção
deles do que estão fazendo é modesta demais.
A meta da ciência não pode ser descobrir verdades, defende Hempel em
seu temperamento mais tardio e quase kuhniano, porque as alegações científicas
raramente são verificadas ou falseadas de forma decisiva, e nos casos em que as
evidências conclusivas podem estar disponíveis — alegações existenciais
verificáveis por exemplos positivos, ou generalizações falseáveis por exemplos
negativos — essas evidências supostamente “conclusivas” constituem prova
apenas sob a condição de que os enunciados observacionais em questão sejam
verdadeiros.[390] Mas o primeiro argumento é um simples non sequitur; e o
segundo depende, além disso, de uma confusão de sustentação com garantia, de
conclusividade com decisividade.
A minha tese não é que os cientistas buscam A VERDADE, se isso
significa algo a mais além de buscarem respostas verdadeiras para as suas
perguntas; nem que, quando propõem respostas para as suas perguntas, que
sempre ou necessariamente considerem essas respostas a verdade provada. Com
grande frequência, um cientista afirmará nada mais a respeito de uma conjectura
além de que ela é provavelmente, ou possivelmente, ou aproximadamente
verdadeira. Às vezes, os cientistas afirmam que só estão a oferecer uma
idealização que, apesar de não ser verdadeira para nenhum objeto real,
representa como as coisas seriam em certas circunstâncias irrealizáveis mas
idealizadas. E, sem dúvida, os cientistas frequentemente se preocupam com
metas subordinadas tais como fazer funcionar equipamento recalcitrante, pensar
numa boa forma de classificar os dados, ou conseguir o que for necessário para
dar o próximo passo na pesquisa.
A tese de que o objetivo da ciência é a verdade substantiva, significativa e
explicativa tem dois elementos: (1) os cientistas buscam respostas verdadeiras a
perguntas que lhes preocupam; (2) eles se preocupam com perguntas
substantivas e significativas. A este ponto deve estar claro que o segundo
componente, como o primeiro, é normativo de forma velada: um cientista
preguiçoso com ânsia de produzir algo publicável, que se restringe a perguntas
facilmente respondíveis mas não substantivas, apesar de não ser exatamente
como um cientista desonesto que não está tentando realmente achar a resposta
verdadeira, mas só algo bom o suficiente para se safar, está em falta com o
trabalho.
Eu digo “verdade substantiva, significativa e explicativa” porque o
objetivo da empreitada é entender coisas e eventos no mundo, não simplesmente
empilhar verdades. Não tenho a intenção de descartar a possibilidade de que, por
exemplo, possa haver leis definitivas que não sejam em si susceptíveis a mais
explicações; mas deixarei para depois as questões sobre os limites da ciência.[391]
De fato, ao incluir “explicativa”, tenho a intenção de indicar que “substantiva,
significativa” deve ser entendido em um sentido epistemológico, pois a
preocupação aqui está na meta da ciência enquanto uma forma de investigação.
Se a ciência deve também servir a outros interesses — por exemplo, se deve dar
prioridade a perguntas cujas respostas são politicamente desejáveis, ou se deve
arquivar perguntas cujas respostas poderiam ser politicamente impalatáveis — é
uma questão importante, mas diversa, que, mais uma vez, devo protelar.[392]
Quando Arthur Fine diz que “a atitude natural ontológica”[401] para qualquer um
que se envolva em qualquer tipo de investigação é pressupor a realidade dos
objetos de sua investigação, uma realista inocente como eu concordará — ao
menos que, acrescenta ela, estejamos falando da investigação a respeito de haver
mesmo um monstro do lago Ness, um Abominável Homem das Neves, o flogisto
ou outra coisa desse tipo. Entretanto, como deixa clara a cláusula do “ao menos
que”, isso não responde a perguntas adicionais como “sim, mas existe mesmo um
Deus / o flogisto / um mundo independente da nossa crença sobre como ele é?”,
nem mostra que elas são ilegítimas. O fato de que a “atitude natural ontológica”
não é menos natural para o teólogo do que para o historiador ou para o cientista
revela que há perguntas legítimas que a perspectiva do Fine deixa em aberto.
É inútil investigar uma pergunta caso se acredite que ela parte de
pressupostos falsos. Isso vale tanto para as coisas menores — é incompreensível
por que razão alguém investigaria as propriedades do flogisto se não pensasse
que existe essa substância; quanto para as maiores — é incompreensível a razão
pela qual alguém tentaria descobrir como são as coisas no mundo se não
pensasse que há um mundo real que é assim e não de outro jeito (o que não é
para negar que, quando não se tem certeza se os pressupostos de uma pergunta
são satisfeitos, faz sentido examiná-los para determinar se a pergunta é legítima
ou não).
Também é incompreensível por que motivo alguém se dedicaria
seriamente à investigação científica, ou à investigação empírica cotidiana, se não
pensasse que o mundo é cognoscível em alguma medida por criaturas com
capacidades como as nossas; assim como é incompreensível por que motivo
alguém se dedicaria a sério à investigação teológica se não pensasse que a
deidade é cognoscível em alguma medida por criaturas com capacidades como
as nossas. (“A sério” porque alguém poderia efetuar a investigação teológica no
mesmo espírito com o qual poderia, digamos, desenvolver um mapa de todos os
detalhes geográficos de sua coleção de 54 volumes de romances do Tolkien.) De
qualquer forma, caso o pressuposto seja falso, a investigação séria desse tipo —
científica ou teológica — seria uma empreitada tão fadada ao fracasso quanto
buscar por um Santo Graal inexistente ou inacessível.
Alguns filósofos, sociólogos e retóricos da ciência radicais professam
reservas a respeito da legitimidade do conceito de verdade. Mas é difícil levar
muito a sério essas reservas; pois, como observa Peirce, qualquer pessoa que crê
em qualquer coisa, ou que faz qualquer pergunta, reconhece assim
implicitamente, mesmo que negue explicitamente, que existe a verdade.[402] Eis,
por exemplo, Michel Foucault, tentando agarrar o conceito de verdade mesmo
enquanto tenta rejeitá-lo: “Cada sociedade tem o seu regime de verdade... isto é,
os tipos de discurso que ela aceita... como verdadeiros; os mecanismos... que
permitem que se distinga afirmações verdadeiras das falsas... as técnicas e
procedimentos valorizados na aquisição da verdade.”[403]
O status de uma descrição (sintética) como verdadeira ou falsa depende em
parte do que ela diz, o que é uma questão de convenção linguística humana; mas,
dado o que ela diz, seu status de verdadeira ou falsa depende do caso de as
coisas que ela descreve serem como ela as descreve. Dizer que uma afirmação é
verdadeira é dizer que as coisas são do jeito que ela representa que são. É
verdade que há um passarinho cardeal no comedouro fora da janela do meu
escritório enquanto escrevo estas palavras só no caso de haver um passarinho
cardeal no comedouro fora da janela do meu escritório enquanto escrevo estas
palavras; é verdade que o DNA é uma macromolécula em dupla hélice, com
alicerce externo e pares de base igual com diferente só no caso de o DNA ser
uma macromolécula em dupla hélice, com alicerce externo e pares de base igual
com diferente; é verdade que 7 + 5 = 13 só no caso de 7 + 5 = 13; e assim por
diante.
Partir daqui para uma explicação geral completa da verdade — generalizar
o “dizer do que é que ele é, ou do que não é que ele não é, é a verdade; dizer do
que é que ele não é, ou do que não é que ele é, é a falsidade” do Aristóteles de
forma que se aplique a todos os enunciados, não importa a forma — é uma tarefa
teórica difícil. Provavelmente, a abordagem mais simples e direta é a do Frank
Ramsey: dizer que uma proposição é verdadeira é dizer que ela é a proposição
que p, e p;[404] mas isso ainda nos deixa carentes de uma explicação dos
quantificadores sentenciais dos quais ela depende, e assim não é tão simples ou
direto quanto pode parecer à primeira vista. Mas seria tolo evitar o conceito de
verdade com base na falta de completude desse trabalho.
Alguns enunciados descrevem-nos e alguns descrevem as coisas no mundo
que dependem de nós. O status de verdade ou falsidade de um enunciado que
nos descreve depende de como nós somos; e o status de verdade ou falsidade de
um enunciado que descreve coisas que dependem de nós depende de como essas
coisas são — para tais descrições, esses são os aspectos relevantes de “como o
mundo é”. Mas até o status de verdade ou falsidade dessas descrições não
depende de como você ou eu ou qualquer outro pensa que o mundo é. Às vezes,
ao falar sem cuidado, dizemos que algo é verdadeiro para você, mas não para
mim. Mas o que queremos dizer é apenas que este algo — digamos, gostar de
Wagner ou ter mais de 1,80m — é verdade a seu respeito, mas não a meu
respeito; ou então que você acredita em seja lá o que for, mas eu não acredito.
Podemos descrever como o mundo seria, ou como teria sido, se não
houvesse ou tivesse existido ser humano nenhum. Antes de haver seres humanos
e línguas humanas, a frase “Existem rochas” não existia; então, se frases portam
a verdade e a falsidade, não é o caso que “Existem rochas” era verdadeira antes
que houvesse pessoas, ou que “Existem rochas” teria sido verdade mesmo se
nunca tivessem existido pessoas. De qualquer modo, existiram rochas antes que
existisse pessoas, e rochas teriam existido mesmo se pessoas nunca tivessem
existido. Essa é uma descrição parcial de como o mundo seria, ou teria sido, se
nenhuma pessoa existisse ou tivesse existido.
Aprendemos a língua pela afirmação ou assentimento de frases e
fragmentos de frase nas circunstâncias em que são afirmáveis; mas as línguas
humanas são produtivas, permitindo a produção de frases com significado
linguístico cujo valor-verdade podemos não ser capazes de determinar, e talvez
jamais seremos não importa quanto tempo se invista na investigação. Algumas
perguntas a respeito do passado distante, por exemplo (que talvez fossem
respondíveis se a investigação tivesse sido feita naquele tempo), podem estar
agora impossíveis de responder. Os seres humanos são susceptíveis não apenas
ao erro, mas à ignorância; e não apenas à ignorância temporária, retificável por
mais uma semana ou ano ou século ou milênio de investigação, mas talvez, em
algumas instâncias, à ignorância invencível. Mas também somos capazes de
descobrir alguma coisa a respeito de como o mundo é.
Quando escrevo sobre “o mundo”, quero dizer o único mundo real — um mundo
ao mesmo tempo heterogêneo e integrado, algo no sentido do título magnífico
com face de Jano[v] do William James, Um Universo Pluralista;[405] e eu sinalizo
a minha intenção de rejeitar tanto o irrealismo, a tese de que não há mundo real,
e o pluralismo, a tese de que há mais de um. Mas muita coisa depende de
exatamente o que se quer dizer com “mundo” ou “mundos”, de forma que uma
desambiguação é necessária.
Como talvez seja apropriado, o “pluralismo” tem muitas interpretações,
em algumas das quais, apesar das aparências, ele é bem compatível com o
“único mundo real” do Realismo Inocente. Às vezes “mundo” é usado de forma
mais ou menos equivalente a “aspecto do mundo”, e “há muitos mundos”
significa apenas “o mundo tem muitos aspectos”. É claro que o mundo tem
muitos aspectos; mas o jeito pluralista de afirmá-lo pode distrair a atenção do
fato de que é precisamente pela razão de os cientistas, historiadores, sociólogos,
detetives etc. todos investigarem várias partes ou aspectos do mesmo mundo que
as suas investigações algumas vezes se sobrepõem, e podem fazer empréstimos
umas às outras.
E quanto à tese do Popper que há três mundos — mundo 1, o mundo das
coisas físicas; mundo 2, o mundo dos estados mentais; e mundo 3, o mundo de
entidades abstratas, números, problemas, proposições e teorias?[406] Se esta fosse
apenas uma expressão desajeitada da ideia de que o mundo tem três aspectos, o
pluralismo dele poderia ser interpretado como mais um daqueles quase-
pluralismos verdadeiros-mas-expressados-de-forma-enganosa; mas se for mais
que um modo de dizer, uma expressão do compromisso do Popper com um
dualismo cartesiano de mente e corpo,[407] não pode ser acomodado dessa forma.
Às vezes, novamente, “mundo” significa “mundo possível”. Faço a
concessão de que há possibilidades reais, mas não realizadas — reconhecer
gerais reais, afinal de contas, é reconhecer que, como diz Peirce, existem os
pode-seres e os poderia-seres além dos de-fato-seres e os vai-seres que são reais;
[408]
e, claro, concedo que o mundo poderia ter sido diferente. Alguns realistas
modais, no entanto, partem dessa premissa inocente para a conclusão nada
inocente de que o mundo verdadeiro é apenas um mundo possível entre muitos.
Isso não posso aceitar; embora se possa interpretar mundos possíveis como
formas que o mundo verdadeiro poderia ter assumido, o mundo verdadeiro não
pode.
Permitirei a mim mesma um pequeno riso de apreciação quando Nelson
Goodman se distancia de alguns de seus contemporâneos, “especialmente
aqueles perto da Disneylândia”, que se ocuparam “fazendo e manipulando”
mundos possíveis[409] — e quando ele faz uma objeção ao “materialista
monopolista” que insiste que tudo o que não for falso ou sem sentido deve ser
redutível à física.[410] Porém, quando Goodman alega que não há um único
mundo real, somente as muitas “versões” feitas por artistas, escritores, cientistas
etc., sinto-me obrigada a apontar que “versão” é um termo relativo; exige um
“de...”. Goodman às vezes fala de “versões de mundo”, ou de descrições sob
diferentes quadros de referência, que são “ambas verdadeiras sobre o mesmo
mundo”; mas às vezes ele também resguarda seu papo sobre “o mundo” com
aspas cautelosas. Isso só disfarça a dificuldade: é inevitável perguntar qual é a
coisa à qual fazem referência as versões feitas por artistas, escritores, cientistas
etc.; mas a resposta certa — o mundo, isto é, o mundo — está oficialmente fora
de questão para ele.
Dada a tese de Goodman que os cientistas, escritores, artistas etc. fazem
mundos, as ideias dele se mostraram atraentes para alguns, inclusive aqueles
inclinados a apagar as diferenças entre a ciência e a literatura, que são tentados
por um tipo de idealismo linguístico. Chamamos esta coleção de estrelas de “O
Grande Carro”, esta massa de água de “O Oceano Pacífico”. Há uma
arbitrariedade no nome (poderia haver uma cultura na qual o que chamamos de
“O Grande Carro” é chamado de “O Rabinho do Canguru”, e o que chamamos
de “O Oceano Pacífico” é chamado de “A Grande Água Cinza”); e no que
contamos como um particular (poderia haver uma cultura na qual uma estrela a
mais ou a menos é contada como parte do grupo, ou na qual a parte daquela
massa de água em que a tribo pesca tem um nome, e a parte fora de suas águas
territoriais tem outro).
Alguns são tentados a concluir que criamos a constelação, ou o oceano, ao
dar-lhe nome. Não criamos. Antes que qualquer pessoa chamasse o Grande
Carro de “O Grande Carro”, não havia nada chamado “O Grande Carro”; e antes
que qualquer pessoa chamasse o Oceano Pacífico de “O Oceano Pacífico”, não
havia nada chamado “O Oceano Pacífico”. Mas aquelas estrelas, e aquela massa
de água, estavam ali mesmo assim, e teriam estado ali mesmo se nunca tivessem
existido seres humanos ou línguas humanas. Talvez, ao olhar para o céu noturno,
você se espante com o pensamento de que o Grande Carro existia muito antes de
haver pessoas, e continuará a existir, provavelmente, bem depois de os seres
humanos se extinguirem; o seu pensamento tem completa coerência.
Seja como for, é um erro — um erro caracteristicamente nominalista —
focar-se em expressões que se referem a particulares, tais como “O Grande
Carro” ou “O Oceano Pacífico”, em vez de expressões de predicado,
substantivos comuns e adjetivos que representam tipos de coisa ou substância,
tais como “elefante” ou “platina”. Se dermos atenção demais a termos singulares
e atenção de menos a predicados gerais, ficamos susceptíveis a exagerar a
arbitrariedade dos predicados e a esquecer que uma das tarefas da ciência é
descobrir categorias e classificações compatíveis com aglomerados de lei no
mundo.
Nas ciências sociais, assim como nas naturais, a explicação e a previsão exigem
generalidade. Unificadores otimistas procuram pelas Leis da Sociedade no
mesmo nível das leis da física; bifurcadores pessimistas zombam da ideia. Sendo
fiel à minha perspectiva nem tão ao céu nem à Terra acima, vejo a verdade
repousando em algum lugar no meio. David Hume uma vez observou que a
história não seria possível se a natureza humana não fosse essencialmente a
mesma no passado como é agora; a ciência social intencional também não seria.
Felizmente, como observou mais recentemente Fritz Machlup, “no mundo
social, os fenômenos não são tão heterogêneos quanto muitos temeram que
fossem”.[441]
Há semelhanças humanas por trás das diferenças culturais, uma natureza
humana que ancora generalidades parecidas com leis que são verdadeiras para
todas as sociedades humanas. Helmut Schoeck sustenta que “ao longo da
história, em todos os estágios de desenvolvimento cultural, na maioria das
línguas, e como membros de sociedades amplamente diferentes, os homens
perceberam um problema fundamental de sua existência... o sentimento de
inveja e de ser invejado”. Ele dedica um livro inteiro a investigar essa
motivação, que ele acredita que “está no cerne da vida do homem como um ser
social”,[442] oferecendo uma gama impressionante de evidências da antropologia
à teoria política e à mitologia e literatura, até primatologia e ornitologia. O
fragmento que ficou mais vívido na minha mente é este, de um livro do século
XIX sobre os cazaques-quirguizes, nômades que pilhavam caravanas que
viajavam pelas estepes: em vez de deixar um membro do grupo ter mais que
outro, “eles cortam os objetos que roubaram nos pedacinhos mais absurdos e
inúteis”.[443] A conjectura do Schoeck exemplifica um tipo de explicação social-
científica potencialmente esclarecedora, o tipo mais generalizante: atar
fenômenos historica e geograficamente distantes pela referência a algum aspecto
subjacente da natureza humana.
Tentativas recentes de explicar a disseminação da AIDS na África
Subsaariana, embora menos panorâmicas, ilustram meu tema de um modo
diferente. No ano anterior à epidemia chegar nas notícias pela primeira vez, no
Boston Globe em 1999, dois milhões de pessoas nessa região morreram de
AIDS, cerca de 85% do número total para o mundo inteiro, e mais de 22,5
milhões de pessoas na região eram portadoras do vírus HIV. Nessa parte do
mundo, 55% daqueles com AIDS ou HIV são mulheres, e só 45% homens,
enquanto na América do Norte 80% são homens e só 20% mulheres. Essa
região, lemos na imprensa, “enfrenta uma crise de moralidade em frangalhos,
onde a sexualidade não é mais governada por normas tradicionais”; a doença é
transmitida primariamente de forma heterossexual, com o estupro e a
prostituição tendo papéis importantes. Em 2002, de acordo com estatísticas
compiladas pela agência de AIDS das Nações Unidas e pela Organização
Mundial da Saúde, havia aproximadamente 3,5 milhões de novas infecções na
área.[444]
Os pesquisadores descobriram que a taxa de infecção com HIV entre os
trabalhadores migrantes da África do Sul é quase duas vezes e meia maior que
entre outros trabalhadores; de acordo com uma reportagem no Wall Street
Journal, a taxa de HIV entre os trabalhadores de minas da AngloGold é de 30%.
O dr. Mark Lurie comenta: “Se você quisesse espalhar uma doença sexualmente
transmissível, afastaria milhares de homens jovens de suas famílias, os isolaria
em albergues exclusivos para o sexo masculino e lhes daria acesso fácil a álcool
e sexo comercial. Depois, para espalhar a doença pelo país, você os mandaria
para casa de vez em quando para suas esposas e namoradas... Este é basicamente
o sistema que temos”.[445] Alguns dias depois, um correspondente observou na
seção de cartas que parte do problema é que não há televisão nos albergues dos
mineiros. Tudo isso faz perfeito sentido; mas só por causa de pressupostos a
respeito da natureza humana não mencionados porque são óbvios demais:
especialmente na ausência de outras formas de entretenimento, homens jovens
que fazem trabalho fisicamente exaustivo e perigoso que estão isolados de suas
esposas e namoradas por meses ou anos por vez, mesmo se estiverem cientes dos
riscos, tenderão a procurar quaisquer mulheres que estiverem disponíveis.
Os componentes social-científicos da explicação da crise, não menos que
os componentes natural-científicos, exigem um tipo de generalidade. Os padrões
de comportamento, como os padrões de infecção, são locais, valendo para este
local e não aquele; mas não podemos explicar os padrões de comportamento,
não mais que os padrões de infecção, sem encaixá-los em algumas categorias
generalizáveis; precisamos identificar tipos de comportamento e mecanismos de
motivação além do tipo de vírus e mecanismos de infecção.
Enquanto algumas instituições sociais são universais, muitas são
específicas à cultura. Em todo lugar há diferenças de status, mas só em algumas
culturas há diferenças de casta, ou Sirs e Lordes; em todo lugar as pessoas
adquirem e distribuem alimentos, mas só em algumas há preços ou mercados.
Generalidades reais, mas restritas, enraizadas na natureza humana, mas
aplicáveis ao contexto de instituições sociais específicas, permitem a
possibilidade da explicação e até mesmo — levando em conta os limites
apropriados de escopo e cláusulas generosas ceteris paribus,[y] e normalmente só
envolvendo probabilidades — a previsão.
Diferentemente dos tipos naturais, os tipos sociais não são aglomerados de
propriedades mantidas juntas por leis da natureza, mas aglomerados de
comportamentos mantidos juntos pelas crenças e intenções das pessoas; com
frequência aglomerados muito soltos, como a ampla gama de compromissos que
os antropólogos chamam de “casamento” — um conceito cujas fronteiras estão
sendo expandidas, na nossa sociedade, por defensores de uniões de mesmo sexo.
O aspecto solto dos tipos sociais, e do caráter local e contingente das instituições
sociais, é a fonte de algumas ciladas da investigação social-científica: tomar o
que é local e específico à cultura (por exemplo, a divisão de trabalho entre os
sexos da nossa sociedade) por algo universal e inevitável; presumindo que, se
algo for verdade para uma variante de um tipo social (por exemplo, a família
como é constituída na nossa sociedade aqui e agora), está fadado a valer para as
outras formas também.
Questões de método
No programa herdado do positivismo lógico, presumia-se frequentemente que
devemos escolher ou o monismo metodológico, de acordo com o qual as
ciências sociais buscam teorias explicativas causais e usam o método científico
da mesma maneira que a física e a química, ou o dualismo metodológico, de
acordo com o qual as ciências sociais buscam entendimento em vez de
explicação causal e usam um método de empatia em vez de observação objetiva.
Isso faz com que eu me sinta como aquele irlandês lendário que pediu
informação sobre como chegar a uma vila distante: “Claro, por Deus, eu não
começaria daqui”. Em primeiro lugar, como argumentei, no sentido pretendido
aqui não existe “método científico”. Em segundo, os positivistas contrastavam
seu próprio monismo metodológico com um dualismo metodológico de acordo
com o qual, enquanto as ciências naturais buscam explicações causais e
dependem de observações objetivas e publicamente checáveis, as ciências
sociais precisam se fiar em uma faculdade misteriosa do entendimento, “uma
política de respirar fundo seguida pela associação livre”,[446] no linguajar
maravilhosamente ácido do Braithwaite. Se isso é ou não adequado à ideia de
Verstehen[z] em suas formas mais exageradas, não parece muito justo para com
Max Weber ou Alfred Schutz, quem parecem preocupados primariamente com
insistir na necessidade inevitável de levar em conta as concepções de mundo e as
ações dos atores,[447] e que poderiam ter concordado com meu amigo irlandês e
comigo.
Como já deve estar claro, penso que contrastar o entendimento com a
explicação é enganoso;[448] a ciência social intencional tenta entender o
comportamento das pessoas elaborando hipóteses explicativas sobre suas
crenças, metas etc., e buscando e avaliando o valor das evidências relevantes
para essas hipóteses. Isso é bem verdadeiro para as ciências naturais e sociais; a
diferença está na natureza das explicações e das evidências.
As explicações social-científicas tipicamente apelam às motivações,
crenças, desejos. As motivações atribuídas só serão compreensíveis até o ponto
em que manifestam características humanas comuns (embora não
necessariamente universais). Quando um antropólogo explica que membros de
certa tribo viajam longas distâncias para encontrar argila vermelha com a qual os
rapazes se decoram para os seus ritos de iniciação, reconhecemos a motivação
mesmo que essa manifestação particular dela não seja familiar; vemos a
similaridade com, digamos, os preparativos elaborados e caros para um baile de
debutante. Entretanto, dizer que os membros da tribo viajaram quilômetros
porque queriam essa argila especial (ou que Jack foi para o supermercado porque
ele queria maionese fresca) é dizer, em parte, que o desejo dos membros da tribo
pela argila, em conjunção com a sua crença de que ela era encontrada somente
nas margens distantes de um rio, causou que eles andassem até lá (que o desejo
do Jack por maionese fresca e sua crença de que ela estava disponível no
supermercado causou que ele dirigisse até lá). Explicações intencionais do tipo
crença-desejo pegam carona com explicações causais ordinárias.
Mais uma vez, observar pessoas e descrever o que fazem, assim como
observar uma câmara de nuvens ou uma fotografia de raio X ou uma tomografia
computadorizada e reconhecer sentido no que se vê, é algo que exige
conhecimento de fundo. Mas o tipo de conhecimento de fundo necessário é
muito diferente — entender as crenças dos sujeitos, interpretar o que dizem,
colocar suas ações no contexto de práticas às vezes muito específicas à cultura:
pense na descrição que um economista faz de um investidor comprando mercado
futuro da carne de porco, ou na descrição de um antropólogo sobre um pajé
lançando um feitiço no gado de seu vizinho ou sobre uma cerimônia como a
dança da chuva, ou na descrição de um sociólogo sobre um artesão estar
consertando redes de morango.
Ocasionalmente se sugere que o que é peculiar a respeito do método da
ciência social intencional é que explicações crença-desejo pressupõem a
racionalidade. Mas “racional” tem polissemia. É verdade, claro, que explicações
crença-desejo se aplicam somente a criaturas capazes de formar crenças e
desejos; e é verdade que tais explicações só podem estar corretas quando o
comportamento explicado é consoante às crenças e desejos do agente. Não é
verdade, contudo, que tais explicações só podem ser corretas quando as metas e
crenças em questão são razoáveis. (Parte da explicação da alta taxa de infecção
com HIV entre mulheres muito novas em algumas partes da África Subsaariana,
por exemplo, é uma aparente crença generalizada que sexo com uma virgem
pode curar a AIDS.) É verdade que, para perceber sentido no comportamento de
uma pessoa, deve-se levar em conta o modo como ela descreveria o que faz. Não
se segue daí, e não é verdade, que se deve presumir que a descrição é correta, ou
que a pessoa concorda com a interpretação. A meta é atribuir a ela as crenças que
ela de fato tem, e, até onde possível, entender por que ela as tem: que por
exemplo, ela acende um fogo para aquecer a cabana porque pensa que está
nevando, quando sabemos que na verdade é neve artificial que contratamos um
helicóptero para jogar no local na esperança de aprender uma a palavra nativa
pra “neve”.[449] Essa não é uma questão simples de maximizar a verdade das
crenças de outrem, como exige a versão do Princípio da Generosidade do
Davidson, ou de maximizar a concordância, como exige a versão do Quine.[450]
Uma abordagem melhor seria começar pelo pensamento que toda a investigação
empírica demanda as mesmas virtudes epistêmicas: respeito pelas evidências,
cuidado e persistência ao buscá-las, bom juízo ao avaliar o seu valor; e que, em
certo sentido, toda a investigação empírica usa o mesmo método — o método da
experiência e do raciocínio: fazer uma conjectura informada, ver como resiste às
evidências disponíveis e quaisquer evidências adicionais que se possa angariar, e
então usar o juízo a respeito de abandoná-la, modificá-la, permanecer com ela ou
o quê. O que é distinto na investigação natural-científica não é que ela usa um
modo ou modos peculiares de inferência, mas a vasta gama de auxílios à
investigação que os cientistas desenvolveram, muitos dos quais — instrumentos
específicos, tipos específicos de precaução contra erro experimental, modelos e
metáforas específicos — são locais a esta ou àquela área ou subdisciplina.
Como sugerido, até o ponto em que a ciência social intencional é como a
física metodologicamente, ela também é metodologicamente como a história,
trabalho de detetive etc., e como a investigação empírica cotidiana; enquanto
que, até o ponto em que ela é metodologicamente diferente da física — por
exemplo, na dependência de questionários ou entrevistas no lugar de
microscópios eletrônicos ou câmaras de nuvens para fazer observações, na sua
preocupação com a significância estatística —, há também diferenças entre a
física e a biologia. Os padrões subjacentes de hipotetização, raciocínio e
testagem são os mesmos para toda a investigação empírica; mas as técnicas
especiais sobrepostas a eles diferirão de área a área. Isso não é para dizer que
quaisquer que sejam as técnicas usadas em uma área, elas seriam ipso facto boas:
a questão do valor relativo de evidências clínicas e de outros tipos na psicologia,
por exemplo, é com certeza importante.[451] Nem é para negar que, entre os
auxílios que os cientistas elaboraram, estão auxílios ao intelecto, incluindo
técnicas estatísticas de relevância especial para determinadas ciências sociais.
Naquelas partes das ciências sociais mais próximas das ciências naturais,
tais como a geografia e antropologia físicas, tomar emprestado e adaptar auxílios
natural-científicos é bem apropriado, e é algo que se mostrou frutífero. Mas na
ciência social intencional nem todos aqueles auxílios natural-científicos são
apropriados, e alguns podem ser contraproducentes. Muitos sociólogos, como
observa Robert Merton, “tomam as conquistas da física como o padrão para a
autoavaliação. Querem comparar bíceps com seus irmãos mais velhos”.[452] A
“inveja da física” já nos deu algumas vezes ciência social do culto à carga,[453] a
forma sem a substância da investigação real: pedaços de bambu nas orelhas,[aa]
mas sem rádio de verdade; uma pá de “metodologia”, mas sem esforço real de
descobrir a verdade; fórmulas simbólicas, mas sem precisão real. A assim
chamada Segunda Lei do Comportamento Criminal de David Abrahamsen, “Um
ato criminoso é a soma das tendências criminais de uma pessoa com sua situação
total dividida pela quantia de sua resistência”, ou, como ele continua, “C = (T +
S)/R”,[454] é um clássico; manifestações mais recentes são geralmente mais
sofisticadas e menos escancaradas.
Não que a quantificação ou a mensuração seja sempre inapropriada na
ciência social intencional — pelo contrário, pode ser extremamente útil; mas é
pior que inútil quando disfarça a banalidade, quando o que está sendo medido ou
quantificado é mal definido ou ambíguo, ou quando a quantificação tira a
atenção do que é importante para dar ao que pode ser medido. Daí duas ideias-
chave que motivaram a descrição exasperada do Stanislav Andreski da ciência
social como “feitiçaria”: que nas ciências sociais a quantificação essencial às
ciências naturais muitas vezes serve só para camuflar a obscuridade ou a
vacuidade de conceitos e categorias subjacentes; e que uma preocupação
excessiva com tecnicalidades metodológicas muitas vezes substitui a
originalidade genuína ou a profundidade.[455] Sem dúvida é por isso que, relendo
a meditação do William James a respeito do que faz as pessoas funcionarem, sou
pega por um insight, uma penetração que a psicologia mais recente e mais
complexadamente “científica” às vezes parece ter sacrificado.[456]
Mesmo na economia, onde os números são inegavelmente apropriados,
combinar a precisam com a profundidade é um ato difícil de equilíbrio. Modelos
matemáticos sofisticados com frequência dependem de pressupostos artificiais e
irreais a respeito das motivações das pessoas; a teoria matematicamente
sofisticada e o trabalho empírico estatisticamente sofisticado muitas vezes
falham em se enlaçar como se esperaria. O problema não é a idealização em si
(os físicos, afinal de contas, postulam superfícies sem atrito e similares); é a
visão em túnel, a cegueira a outras motivações além das econômicas.
Por causa de seu caráter matemático, a economia é às vezes chamada de
“física da ciência social”. Mas, certamente, se há alguma disciplina que é para
ser chamada assim com propriedade, é a psicologia, a disciplina à qual cabe
investigar os contornos básicos da motivação humana. A concepção errônea
acontece porque queremos ornamentos matemáticos em vez de profundidade e
amplitude conceituais para identificar a área mais básica das ciências sociais.
Corrigindo o erro, podemos começar a suspeitar que as divisões entre as várias
subempreitadas das ciências sociais são meio artificiais; e que cruzar essas
fronteiras disciplinares — cientistas políticos tomando de empréstimo os
métodos dos economistas, economistas procurando a sociologia ou a psicologia
etc. — poderia ser mais frutífero potencialmente, e menos perigoso, que formas
grosseiras de inveja da física.
A inveja da física, no entanto, não é a única cilada da ciência social
intencional. Há um perigo igual e oposto: transmutar o que poderia e deveria ser
investigação sobre os fenômenos sociais em ativismo político.
Questões de valor
Mas a investigação social-científica pode ser livre de valores? A pergunta está
inchada de ambiguidades. Em muitos sentidos da expressão, as ciências sociais
claramente não são livres de valores, nem gostaríamos que elas fossem. Os
cientistas sociais com frequência investigam questões que tocam nossos valores
morais e políticos: relações raciais, provisões educacionais, políticas fiscais. Às
vezes eles investigam o que as pessoas valorizam: como plataformas partidárias
afetam os padrões de votação, a importância relativa da maximização de lucros
versus construção de impérios na motivação dos administradores de grandes
negócios. E às vezes eles investigam se valores bem quistos foram atingidos: se
as escolas-alvo tiveram sucesso em seus objetivos educacionais, se as reduções
de impostos aumentaram a produtividade.
Todavia, já que a investigação social-científica é um tipo de investigação,
ela está dentro do escopo dos valores epistêmicos — preocupação com a
verdade, respeito pelas evidências — relevantes a toda investigação. A
imparcialidade é um desses valores epistêmicos, exige que o investigador busque
a verdade “não importa qual cor essa verdade tenha”;[457] e não importa, em
particular, o que ele gostaria que fosse o caso, ou que crença melhor serviria a
seus interesses. Nesse sentido, ser livre de valores é um ideal tanto para a
investigação social-científica quanto para aquelas de todo tipo. As coisas se
complicam com o fato de que investigador “desinteressado” tem muitos
sentidos: (1) sem interesse;[458] (2) indiferente (especialmente sem interesse
financeiro) a respeito da resposta produzida; e (3) não motivado pelo desejo de
que uma investigação revele esta resposta em vez daquela. No terceiro e crucial
sentido, “desinteressado” é equivalente a “sem viés” ou “imparcial”. Nesse
sentido, “investigação desinteressada” é um pleonasmo e “investigação
interessada” é um oxímoro.[459]
Às vezes se pensa que a investigação desinteressada é impossível, pois não
se investigaria coisa alguma se não houvesse interesse na resposta. Na verdade,
não é claro que seja assim; com frequência suficiente as pessoas investigam
porque é o trabalho delas, ou, como nos lembra Machlup, porque elas têm de
escrever uma dissertação sobre alguma coisa.[460] Mas mesmo se a investigação
fosse sempre interessada no primeiro sentido, não se seguiria disso que é sempre
interessada no terceiro sentido, também. Essa conclusão também não se segue,
como aponto Ernest Nagel há muito tempo,[461] do fato que qualquer investigação
envolve atenção seletiva, com interesse apenas em alguns aspectos do fenômeno
sob estudo. Às vezes, mais uma vez, pensa-se que, se um investigador está
interessado no segundo sentido, isto é, tem a perspectiva de ganho financeiro ou
de outro tipo se a investigação der certa resposta em vez de outra, segue-se que
ele não pode ser desinteressado no terceiro sentido, que ele está fadado a ser
parcial. Isso, também, é um non sequitur. Mas é da natureza humana esperar que
uma resposta será obtida como seria de seu interesse que fosse obtida; é mais
difícil ser desinteressado no sentido 3 se você é interessado no sentido 2.
A imparcialidade não exige que se comece com uma tábula rasa, uma
mente vazia de crenças — na verdade, não se poderia investigar assim —, mas
de fato exige que não se tenha preconcepções fixas, que se esteja disposto a
checar todas as evidências, e que se mude o julgamento inicial se as evidências
se revelam contrárias a ele. Como diz Andreski, “o ideal da objetividade é muito
mais complexo e fugidio do que os vendedores de macetes metodológicos nos
deixariam acreditar”.[462] É menos uma questão de técnicas do que de caráter: de
respeito pelas evidências, de um falibilismo contrito, de boa fé na investigação.
Lembremos Crick: “Se [Watson e eu] merecemos algum crédito, é pela
persistência e disposição a descartar ideias quando elas se tornavam
insustentáveis”.[463] Alguns anos antes da I Guerra Mundial, um periódico
político perguntou a vários cientistas sociais proeminentes da França o que eles
consideravam o método mais importante de sua área. Outros responderam
detalhando recomendações metodológicas; Georges Sorel replicou com uma
palavra: “honestidade”. Como observa Andreski, “essa resposta lapidária não
perdeu em nada a sua relevância”.[464]
***
Não há nada de errado com brincar poeticamente com ideias científicas, como
faz Neil Rollinson em “Quantum”, que começa assim:
Se pudéssemos viver o suficiente
conseguiríamos assistir aos efeitos
da fusão a frio que torna o diamante
na nossa aliança de casamento um grão de ferro.
Deveria ter lhe dado algo mais puro,
mais incorruptível que um diamante,
talvez um único próton, com seus quarks
up e down e seus glúons, um coração de amor
dentro dele, com seu nome e o meu.
Nem há algo errado em usar textos de forma diferente da pretendida por seus
autores — como Ogden Nash ao fazer um verso a partir de um manual de
instruções taiwanês em inglês mutilado para uma torradeira, John Betjeman ao
fazer um poema do itinerário do ônibus, ou até uma fabricante de papel de
parede fazendo um modelo com texto em japonês. Não há nada de
necessariamente errado, até, com dar uma interpretação diferente da pretendida
para as palavras de alguém — com um jornal tomar emprestado “Agora é o
inverno da nossa desesperança” do Shakespeare para fazer uma manchete a
respeito de uma greve de mineiros, digamos, ou com o meu uso das observações
do Francis Bacon a respeito do desespero artificial no ceticismo hiperbólico de
Descartes como um comentário a respeito de algumas extravagâncias filosóficas
dos nossos tempos.[589]
Mas há algo não muito certo quando críticos literários, acostumados a
fazer sintonia das nuances, ressonâncias e múltiplas camadas de significado de
textos literários, brincando da mesma forma com expressões cuidadosamente
definidas e delimitadas da matemática, física, biologia etc., exageram a diferença
entre entender um texto ou expressão e reaproveitá-la para um novo uso. Gross e
Levitt reclamam das prepotências literárias da N. Katherine Hayles sobre não-
linearidade, teoria do caos etc.,[590] Sokal e Bricmont das extravagâncias
incestuosas psicanalítico-topológicas do Lacan e das meditações feministas da
Irigaray a respeito de “E = mc²”.[591] John Sturrock fica indignado: “teses radicais
e contenciosas muito melhores... do que o rigor estupidificante exigido de modo
tão inapropriado por Sokal e Bricmont”.[592] Se alguém me deixasse falar um
pouco, eu observaria simplesmente que a investigação, seja ela literária,
psicanalítica, feminista ou científica, exige não apenas imaginação, mas também
checagem das próprias construções imaginativas diante das evidências.
Não há nada de errado com escrever diálogos, discursos etc. científicos
imaginários, ou obras de ficção sobre a ciência e os cientistas. Longe disso —
pode-se aprender muito com As Dificuldades de Albert Woods do William
Cooper sobre o papel da personalidade e da ambição na ciência; ou com o
romance do Wallace sobre os ciúmes, rivalidades, política e dramas pessoais que
podem subjazer à fachada branda dos discursos de aceitação oficiais do Nobel.
Mas há algo de errado quando sociólogos da ciência como Mulkay e Woolgar
tentam evitar o “problema da reflexividade” recorrendo às Novas Formas
Literárias. Romances como o de Cooper e o de Wallace veiculam verdades a
respeito da ciência, verdades que poderiam ser afirmadas diretamente. Para
Cooper e Wallace, que não sofrem de más concepções cínicas sobre verdade,
evidência etc., isso não é um problema. Mas para Mulkay, Woolgar & cia., que
sofrem disso, não é uma solução; pois, se não há verdades garantidas a respeito
da ciência para serem afirmadas em artigos sociológicos sóbrios, não há
verdades garantidas a respeito da ciência para serem veiculadas por diálogos
sociológicos fantasiosos, também. O consórcio das NFL não pode evitar a
falência só fingindo fazer o balanço das contas!
Não há nada de errado em examinar textos científicos ou de outro tipo
putativamente afirmativo da verdade de um ponto de vista estilístico. Mas há
algo de errado quando o caráter putativamente afirmativo da verdade e
apresentador das evidências de textos científicos, históricos etc. é exagerado,
turvado e distorcido — é, infelizmente, o que aconteceu quando acadêmicos
literários e retóricos radicais da ciência tentaram cometer assassinato
manipulando as contas de Watson e Crick.
Retórica radical da ciência
O livro de memórias do Watson, A Dupla Hélice, não é em si (na maior parte)
um livro científico, mas um livro autobiográfico-histórico. É uma história muito
pessoal; como diz Watson, em vez de escrever com o benefício do retrospecto,
ele tentou descrever como a aparência das coisas na época, quando ele era muito
jovem e impetuoso. Sir Lawrence Bragg, que escreveu uma introdução gentil,
apesar disso reconheceu que “aqueles que figuram no livro devem lê-lo com um
espírito magnânimo de perdão”. Crick achou o livro vulgar e irritante: “uma
perspectiva tão ingênua e egocêntrica... ao ponto de mal ser credível”; e
considerou a ideia de fazer vingança escrevendo seu próprio livro de memórias,
que teria o título O Parafuso Solto, ou talvez Mais Brilhante que Mil Jims, e
abriria com “Jim sempre foi atrapalhado com as mãos dele”.[593] (James “Jim”
Watson abria com: “Nunca vi Francis Crick com um temperamento modesto”.)
Quando Anne Sayre, biógrafa da Rosalind Franklin, critica o livro do
Watson, é com a base direta que algumas das alegações quanto à verdade que
Watson faz são de fato falsas.[594] A “Rosy” hipersensível, desalinhada e caxias
do livro do Watson, diz ela, tem pouca semelhança com a pessoa real. A Franklin
de verdade não era, como diz Watson, assistente de pesquisa do Maurice
Wilkins, mas uma pesquisadora independente; ela não era, como diz Watson,
teimosamente anti-hélice, mas já tinha reconhecido a estrutura helicoidal da
forma B do DNA; e ela sequer usava óculos, de forma que as especulações do
Watson sobre ela ser mais bonita se tirasse os óculos e fizesse algo com o cabelo
são pura fantasia. Quando Sayre descreve Rosy como uma “ficção”, ela está
usando o termo, como é usado às vezes, de forma pejorativa. Ela está bem ciente
que o livro do Watson não é ficção, no sentido mais comum, mas que tem a
intenção de dar uma descrição verdadeira de eventos reais envolvendo pessoas
reais, ou ao menos uma descrição verdadeira de como Watson percebia aqueles
eventos e pessoas na época. O objetivo dela é, simplesmente, mostrar que o texto
putativamente afirmativo da verdade e autobiográfico-histórico do Watson é, em
vários aspectos, falso. Até aqui, é justo.
Por mais vulgar e irritante que seja, e impreciso sobre a Franklin, o livro
do Watson, como muitos trabalhos de história ou autobiografia — como o diário
do Pepys,[pp] ao qual Bragg e muitos resenhistas o compararam — é escrito com
grande entusiasmo e urgência, e conta uma história singularmente fascinante.
Depois que foi publicado em uma edição crítica pela Norton em 1980, logo
começou a atrair a atenção de acadêmicos literários, dos quais nem todos o
trataram de uma forma tão sóbria quanto Sayre. Escrevendo sobre “A Dupla
Hélice como Literatura”, John Limon brinca com a ideia de analisar o título
como A Dupla Ele-Se. A certa altura, o título de trabalho do livro era Pares de
Base;[595] e Limon, deleitando-se com a vanglória percebida por ele nisso, põe-se
a procurar no texto por evidências de um relacionamento sexual entre Watson e
Crick. “Em uma [fotografia], Crick, à direita e meio elevado, aponta para cima
com algum tipo de instrumento na direção do modelo do DNA; Watson, no canto
inferior esquerdo, olha tão diretamente para cima quanto pode sem virar a
cabeça para trás. Entre eles, sua prole de DNA cresce até o teto”. Evidentemente
desapontado, no entanto, Limon descobre que “cinco páginas depois está a
fotografia reversa. Agora... [Watson] está bem acima e bem maior que
Crick...”[596] Essa parece — bem, uma preocupação estranha, para dizer o
mínimo.
Limon nunca chega a negar totalmente que A Dupla Hélice tem a intenção
de ser afirmativa da verdade; mas toda a discussão dele parece projetada não
para explorar quanta liberdade é permitida pela declarada intenção do Watson de
descrever como as coisas pareciam para ele na época — uma boa pergunta, para
a qual eu gostaria de ouvir a resposta da Sayre —, mas para obscurecer a
questão. Fazendo alusão ao comentário de Bronowski que o livro do Watson
teria sido chamado de Jim Sortudo “se [Kingsley] Amis[qq] não tivesse sido tão
insensível por ter feito esse título famoso antes”, diz-nos Limon que os dois
livros “têm a mesma estrutura básica: fracasso-fracasso-fracasso-sucesso
estrondoso”, a mesma “lógica de desastres” de contos de fadas.[597] Parece que
nunca ocorre a ele que o livro do Watson poderia ter essa estrutura porque o
trabalho científico tinha essa estrutura, muito menos que a lógica da refutação ou
confirmação poderia ser mais apropriada ao propósito. Observando que Watson
poderia ter ambientado o livro em Oxford em vez de em Cambridge, poderia ter
mudado os nomes dos protagonistas, ter mudado o tema para a pesquisa do
câncer, Limon fala do “romance de não-ficção do Watson” — ou, como ele
prefere dizer ao fim do artigo, seu “romance factual”. Mas é enganoso, para
dizer o mínimo, assimilar as memórias autobiográficas do Watson a, digamos, A
Busca de C. P. Snow, que realmente é uma obra de ficção, mas baseada
frouxamente no trabalho pioneiro em cristalografia de raios X do grupo do W. T.
Astbury em ciências têxteis em Leeds.
Ainda assim, as extravagâncias do Limon provavelmente parecem para
você, como parecem para mim, apenas tolice, algo a não ser levado muito a
sério. Mas quando os retóricos, à mercê de metafísica, epistemologia e filosofia
da linguagem ruins, começam a voltar a atenção deles das memórias do Watson
aos artigos científicos dele e do Crick, as coisas ficam mais cabeludas e
medonhas. S. Michael Halloran é um claro e antiquado relativista epistêmico que
oferece uma “retórica da revolução científica” kuhniana vulgar. Notando que o
primeiro artigo de Watson e Crick na Nature foi descrito como o início de uma
revolução na biologia, pressupondo que essa era uma revolução no sentido
kuhniano — que envolvia uma mudança de visão de mundo e um novo
paradigma incomensurável ao antigo, um novo paradigma promovido por
“meios retóricos, presume-se”[598] — Halloran pergunta: por que é que foi esse
artigo de 1953, em vez do artigo de 1944 do Oswald Avery,[599] o que foi
considerado a identificação decisiva do DNA como o material genético e o
marco do início da revolução? E responde: por causa das estratégias retóricas de
Watson e Crick, tais como sua ousadia de usar “nós” em vez de a voz passiva,
descrever seu modelo como “de interesse biológico considerável”, e assim por
diante.
É certo que o artigo deles é, considerando o usual nesse tipo de coisa, bem
vivaz. Eles trabalharam duro para deixá-lo acessível e, sim, atraente; e ele é
eivado de um tipo de animação mal suprimida (é de se surpreender? — afinal de
contas, eles tinham resolvido a estrutura do DNA, descoberto o segredo da vida,
como Crick contava a todos que ouvissem dentro do pub!). Mas pensar que é a
vivacidade do texto, em vez da importância da descoberta, o que dá a esse artigo
o seu lugar singular na história da biologia molecular, é bizarro. Claro, o trabalho
do Avery também era de “interesse biológico considerável”. Mas a principal
razão pela qual ele não iniciou uma revolução não era (como querem fazer
acreditar alguns retóricos) que seu estilo era seco demais, nem (como querem
fazer acreditar alguns sociólogos) que Avery não era parte do Grupo dos Fagos;
[600]
era que, como vimos antes,[601] em 1944 a hipótese do tetranucleotídeo estava
tão entranhada que até o próprio Avery hesitou em fazer a conclusão óbvia de
seu trabalho.[602] Nem é plausível pensar, em absoluto, como presume Halloran,
que o artigo de Watson e Crick começou uma revolução no sentido kuhniano do
termo; onde está a incomensurabilidade com o trabalho preliminar indispensável
do Avery e de todos os outros, ou com o modelo Pauling-Corey que eles
criticaram por ser incompatível com a química conhecida?
Às vezes os cientistas se empolgam demais com as suas ideias: a família
do Darwin fazia troça dele por causa de sua descrição de um cirrípede larval com
“seis pares de patas nadadoras belamente construídas, um par de olhos
compostos magníficos e antenas extremamente complexas” — exatamente como
um anúncio![603] E, sem dúvida, as teorias científicas às vezes vieram a ser
aceitas por causa da habilidade retórica com a qual foram apresentadas. Mas o
trabalho de Watson e Crick não é considerado de modo plausível um exemplo
disso.
Até mesmo Halloran, no entanto, parece tímido quando comparado a Alan
Gross, que anuncia: “Não tenho a mera pretensão de ensaiar a alegação... que
Watson e Crick usam dispositivos persuasivos para convencer os cientistas da
exatidão de sua estrutura; em vez disso, quero apoiar uma alegação mais radical:
que o senso de que uma molécula com essa estrutura de fato existe, o senso de
sua realidade, é um efeito apenas de palavras, números e imagens usadas
criteriosamente para efeito persuasivo”.[604] À primeira vista pode-se pensar que
ele está apenas se equivocando entre a trivialidade que os cientistas foram
convencidos da realidade de uma molécula com tal e qual estrutura por meio de
palavras, diagramas e fotografias nos artigos de Watson e Crick, e a alegação
bizarra que a ideia de que sequer existe tal molécula é uma ilusão criada por
palavras, fotografias etc. Mas há mais para o assunto que isso.
A primeira manobra é enfatizar as “distorções autobiográficas do Watson”:
o exagero dele sobre estar mal preparado para o trabalho, sobre a hostilidade da
Franklin a modelos helicoidais, sobre o risco de Pauling achar a solução
primeiro.[605] Watson, diz Gross, “constantemente coloca-se no papel do caçula
nos contos de fada” (essa leitura, concede ele, “não é original minha”, mas já
sugerida na resenha do Bronowski).[606] Claro, há paralelos entre a narrativa do
Watson e essas histórias folclóricas; mas assim, como costumamos dizer, “a vida
imita a arte”, e a verdade às vezes realmente é mais estranha que a ficção.[607]
Agora, no entanto, Gross acrescenta que Watson escolhe “a verdade psicológica
acima da literal”;[608] e, citando a observação de Richard Lewontin que o livro do
Watson “fala dos sonhos secretos [dos cientistas] com vocabulário familiar”,[609]
e ignorando os muitos cientistas cujas resenhas foram muito críticas, conclui que
os cientistas acharam A Dupla Hélice persuasivo por causa do “encaixe entre a
visão que Watson apresentou e sua própria visão preferida da realidade”.[610] Este
é o gancho no qual ele pendurará sua alegação de que a retórica das memórias do
Watson e do artigo com Crick sobre o DNA é a mesma: os cientistas acham
persuasivas as palavras, fotografias etc. porque elas se encaixam em “sua visão
preferida da realidade”.
A força total dessa expressão só aparece quando, em um epílogo intitulado
“Referência sem Realidade”, Gross endossa o que ele chama de “realismo
motivacional”, a tese de que a possibilidade de teorias genuinamente referenciais
e objetivamente verdadeiras “é a âncora psicológica que dá sentido a uma vida
na ciência”;[611] isto é, que os cientistas não poderiam fazer seu trabalho ao
menos que acreditassem que é possível chegar a teorias verdadeiras sobre as
coisas e eventos no mundo. Talvez seja desnecessário dizer, mas isso não é
realismo coisa nenhuma.
Reconhecendo que esse “realismo” motivacional exige suplementação,
Gross acrescenta um “realismo” retórico supostamente compatível com o
realismo metafísico e que, ao mesmo tempo, é muito similar ao “relativismo
radical” do Modos de Construção de Mundo de Goodman.[612] É difícil ver como
tal feito lógico é possível, já que, de acordo com Goodman, não há um mundo
real, somente as muitas “versões” feitas por artistas, cientistas etc.[613] Então não
é surpresa a descoberta que a suposta compatibilidade do “realismo” retórico do
Gross com o realismo metafísico é atingida pela “redescrição de análises
realistas em termos retóricos”; isto é, pelo esvaziamento do conteúdo para
excluir qualquer referência à experiência, a fatos, à realidade, ou até à coerência,
exceto pela qualificação “cientistas concordam que...” Assim: “a verdade
científica é vista como um consenso a respeito da coerência de uma gama de
elocuções”.[614] Desnecessário dizer, talvez, que verdade científica (ou de
qualquer outro tipo) não é isso; e o realismo retórico do Gross não é realismo
genuíno, não mais que seu realismo motivacional.
Embora sua transmutação de “verdadeiro” obscureça as coisas,
aparentemente a posição do Gross é que, apesar de os cientistas não poderem
fazer seu trabalho ao menos que acreditassem que estão descrevendo uma
realidade independente, essa crença, enquanto é psicologicamente necessária,
não é, no sentido comum da palavra, verdadeira. A ideia de que uma molécula
com essa estrutura duplo-helicoidal existe tem somente, como Gross poderia
dizer, verdade psicológica, não literal. Ou, em linguagem clara: os cientistas só
pensam que ela existe.
Gross não nega que os textos científicos são putativamente afirmativos da
verdade ou putativamente referenciais; os cientistas, concorda ele, acreditam que
estão descrevendo um mundo independente de sua construção de teoria. Mas
isso, pensa ele, é uma ilusão. Watson e Crick não estão exatamente fingindo,
nem fazendo de conta; eles não são completas fraudes, nem simplesmente
escritores de ficção científica. Mas eles são, efetivamente, fabulistas com
autoengano. A diferença entre eles e Benveniste (presumindo que Benveniste
está em autoengano genuíno e não é uma fraude completa) está apenas em seu
maior sucesso em conseguir a concordância de outros em sua comunidade
científica.
Gross vê a ciência como um ateu vê a teologia. Uma crença que uma
divindade existe é a âncora psicológica que faz uma vida na teologia possível; no
entanto, um ateu acrescentaria que, já que essa crença é falsa, os teólogos
(embora não sejam exatamente fraudes, e não sejam exatamente escritores de
ficção religiosa) são, efetivamente, fabulistas com autoengano. Mas a ciência é
diferente da teologia em um aspecto crucial: que há um mundo real que é de
certa forma e não de outra é um pressuposto não apenas da investigação
científica, mas de toda investigação empírica, incluindo a mais comum das
investigações cotidianas a respeito de aquele cheque ter sido compensado, do
que causou aquela goteira no teto etc. — como é, também, da investigação a
respeito dos textos de Watson e Crick.[615]
Como as falsidades que alimentam as ambições da sociologia cínica da
ciência, as falsidades que encorajam as extravagâncias da retórica radical da
ciência apresentam problemas de reflexividade. Se Gross pretende que seu
(ir)realismo retórico seja uma tese completamente geral, ela poderia corroer a
própria reivindicação dele de fazer afirmações verdadeiras sobre textos
científicos. Mas se ele pretende que seu (ir)realismo retórico seja uma tese que
trata especificamente do discurso científico, algum argumento seria necessário
para estabelecer por que, enquanto outros textos, incluído o dele próprio, têm
sucesso em se referir a coisas reais e afirmar verdades sobre elas, os textos
científicos falhariam nisso. Mas parece que ele não vê necessidade nenhuma de
qualquer argumento que mostre que os objetos de estudo natural-científico têm
somente “realidade psicológica”, mas os objetos de estudo retórico são
realmente reais.
É costumeiro distinguir um uso estrito de “retórica” no qual ela contrasta
com a “lógica” e se refere à linguagem emotiva e outros meios não-racionais de
persuasão, e um uso amplo em que ela se refere à arte do discurso em prosa,
incluindo a lógica.[616] Mas essa distinção evapora se, como Halloran, você
pressupuser que Watson e Crick poderiam não estar apresentando evidências
para o seu modelo, somente um “argumento” inevitavelmente circular — um
termo que ele usa de uma forma que tem a garantia de arrepiar os cabelos de um
lógico, com um significado como “desempenho persuasivo”. A distinção
também evapora se, como Gross, você pressupuser que a lógica é apenas retórica
com propósito especial, que “a incompletude da dedução retórica [sic] é
diferente em grau, não em tipo, da incompletude da dedução científica”, e que
“análises retóricas mostram como as ciências constroem suas retóricas
especializadas a partir de uma herança comum de persuasão... [criando] corpos
de conhecimento tão persuasivos ao ponto de parecerem não-retóricos — de
parecerem, simplesmente, como o mundo é”.[617] Turvando a distinção entre
retórica no senso amplo e no senso estrito, os retóricos radicais da ciência, como
os sociólogos cínicos da ciência, conseguem esconder seu profundo ceticismo a
respeito da empreitada científica por trás de uma máscara de neutralidade.
A grande vantagem estratégica de turvar a distinção entre investigação e
discurso, de dar foco exclusivo a textos científicos e ignorar sua relação com o
mundo, é que a retórica toma o seu lugar como disciplina-mestra. Gross não é
tímido a respeito disso; aparentemente contagiado pela franqueza do Perutz, no
prefácio à segunda edição, de 1996, ele contrasta seu próprio livro inovador com
monografias sérias como Moldando o Conhecimento Escrito, do Charles
Bazerman, e se gaba que era necessário quando A Retórica da Ciência foi
publicado da primeira vez precisamente “um livro [como o meu] com um título
abalizado por uma grande editora, que faça reivindicações ousadas para o lugar
da retórica no entendimento da ciência”.[618]
Meros dois anos depois, no entanto, ele escreve que a incapacidade dela de
resolver os nossos problemas políticos mais prementes não altera o fato de que
“a ciência é o melhor e o único modo de descobrir a verdade a respeito do
mundo material”.[619] Claro, isso não é uma concessão se ele ainda pensa que a
verdade é só “um consenso a respeito da coerência de uma gama de frases”.
Porém, ao menos parece ser uma reversão notável. Então pronto, como diria o
Underground Grammarian; não te deixe desanimar nada! Mas é hora de partir
para outra.
Retórica razoável da ciência
Um retórico razoável da ciência será sensível, como é Bazerman, às diferenças
entre diferentes tipos de texto e ciente da relatividade do estilo ao propósito e ao
público, da evolução da linguagem científica com o crescimento do
conhecimento científico, da referência e a verdade como conquistas que são ao
mesmo tempo empíricas (limitadas pelo mundo) e sociais (o trabalho de uma
vasta comunidade intergeracional).
Todo cientista, se não for começar em uma parte das palavras cruzadas
sozinho e do zero, depende de outros — dos resultados de experimentos que
outros fizeram, de instrumentos que outros projetaram, de conjecturas que outros
pensaram, de vocabulário que outros introduziram: um agregado de evidências
tornado possível em parte por meio de artigos, apresentações, manuais etc. O
ideal é que o grau de credibilidade dado a uma alegação dentro da
subcomunidade relevante dependa da qualidade das evidências que ela tem, para
que a transmissão de informação dentro da comunidade científica maximize a
eficiência epistemológica.
O quão eficiente é o processo de transmissão dependerá em parte de quem
controla os periódicos, quão honesto é o processo de arbitragem, quem escreve
para e fala com quem, e se há meios efetivos de encontrar material relevante;
mas também dependerá em parte de fatores amplamente retóricos tais como a
inteligibilidade, clareza e explicitude da comunicação dos cientistas uns com os
outros. “Com” é importante; a transmissão eficiente de resultados depende do
público, além do apresentador. Quando Marshall Nirenberg leu pela primeira vez
seu artigo a respeito do problema da codificação em Moscou, em 1961, só
algumas pessoas apareceram; uma fotografia de uma pequena plateia mostra
várias pessoas aparentemente dormindo. Mas ao menos uma pessoa estava
“muito atenta”; e ela contou a Crick, que chamou Nirenberg a apresentar o artigo
mais uma vez, no fim do evento, no salão nobre, agora com uma plateia de
centenas. “Dessa vez, a apresentação dele”, escreveu mais tarde Crick, “eletrizou
a plateia”.[620]
Há uma distinção verdadeira entre modos de comunicação que promovem
a correlação epistemologicamente desejável e aqueles que a impedem, ilustrada
pelo contraste entre esses casos: (1) uma alegação científica vem a ser aceita
dentro da subcomunidade relevante porque evidências fortes são comunicadas
com clareza em um artigo de periódico ou apresentação de conferência; (2) uma
alegação científica vem a ser aceita na ausência de boas evidências porque é
promovida por meio de linguagem emotiva, metáforas chiques (e/ou fotografias
impressionantes, coletivas de imprensa melodramáticas etc.).
Porém, na prática, raramente há uma divisão clara de casos assim; e o
modo comum de traçar a distinção — “mera retórica”, de um lado, contra
“lógica”, do outro — deixa muito a desejar. Como insiste Deirdre McCloskey, a
distinção não é simples;[621] mas a falha das tentativas simplificadas em traçá-la
não mostra que não há distinção legítima a ser feita. Lançar suspeitas sobre a
competência de um adversário, por exemplo, que à primeira vista soa
definitivamente como algo na categoria epistemicamente ineficiente, não pode
ser classificado automaticamente como mero insulto; pois a garantia depende em
parte da base de cada cientista para confiar na competência dos outros de cujo
trabalho ele depende — um pensamento que me traz à mente o problema que às
vezes tenho quando pego numa revista de linha aérea as palavras cruzadas que o
passageiro antes de mim deixou. Do mesmo modo, a vivacidade do texto não
pode ser automaticamente classificada como mero apelo à emoção; pois um
artigo ou apresentação enfadonho demais para segurar a atenção de uma plateia
falhará em transmitir informações com sucesso.
O tipo epistemologicamente desejável de comunicação não pode ser uma
questão de mera Sprachetik,[rr] de normas sobre a boa conduta conversacional —
ao menos não como tais normas são entendidas comumente. McCloskey escreve
a respeito de ouvir, prestar atenção, não elevar a voz;[622] no entanto, como
observa Crick, refletindo a respeito de seu relacionamento profissional com
Watson, a colaboração bem-sucedida exige que “você deve ser muito franco,
poder-se-ia dizer até mal-educado, com a pessoa com a qual você está
trabalhando”; quando “a polidez se estabelece... esse é o fim de uma boa
colaboração na ciência”.[623]
Mas a apresentação de evidências com clareza também não pode ser
descrita muito propriamente como “lógica”. A cogência formal lógica é
necessária — se o modelo Pauling-Corey estivesse correto, tais e quais
consequências se seguiriam; mas essas consequências são incompatíveis com a
química conhecida; logo..., etc.; mas não é suficiente. Não apenas as evidências
se ramificam em todas as direções em uma estrutura mais parecida com um jogo
de palavras cruzadas do que com uma prova lógica, mas — o ponto que mais
interessará o estudante sério da linguagem científica — por causa da conexão do
grau de sustentação das evidências com a explicatividade, e da explicatividade
com os tipos, os vocabulários das ciências se transformam e mudam enquanto as
classificações são revisadas e refinadas.
Assim, a retórica da ciência tratará não apenas das questões a respeito da
transmissão da informação, mas também das outras questões ainda mais
próximas do cerne da investigação científica, a respeito da forma como o
vocabulário da ciência cresce e absorve informação. O progresso não é sempre
uma matéria de deslocar os valores-verdade atribuídos a proposições em um
vocabulário fixo; com frequência envolve mudança, refinamento, modificação
ou espessamento do próprio vocabulário. A investigação científica é dificultada
sem boa terminologia, e a boa terminologia científica é em si uma conquista da
investigação, densa com teoria.
Um exemplo simples: depois das primeiras observações de cristais do
pigmento do sangue, em 1864, Felix Hoppe-Seyler deu à proteína cristalizada do
sangue o seu nome: “hematoglobina” ou “hemoglobina”. Como diz Judson, “a
palavra se decompõe como a molécula”:[624] “heme”, da palavra grega para
sangue, adotada para se referir exclusivamente ao componente não protéico
dotado de ferro; e “globina”, para a parte protéica incolor. Um exemplo menos
simples: em 1869, Friedrich Meischer descobriu uma substância no núcleo, mas
distinta das proteínas, cuja função ele pensou que era o armazenamento de
fósforo; ele a chamou de “nucleína”. Em 1889, Richard Altmann teve sucesso
em obter a nucleína livre de proteínas e chamou esse componente dotado de
fósforo de “ácido nucléico”. Somente em 1944 o DNA adquiriu seu nome
notavelmente informativo “ácido nucléico de desoxirribose”,[625] e só em 1952
foi geralmente reconhecido como o material genético. Depois, mais uma vez,
descobriu-se que “ácido nucléico de pentose” era, mais especificamente, o ácido
ribonucléico, mais tarde reconhecido como ácidos, no plural (e encontrado na
maior parte não no núcleo, mas no citoplasma); e então, quase um século depois
de “nucleína” ter sido cunhado, tínhamos “RNA transportador”, “RNA
mensageiro” e assim por diante (ver quadro sobre a arqueologia linguística de
“RNA mensageiro”).[626]
A teoria é falível; e a terminologia científica pode ser ruim ou boa, e pode
às vezes falhar em selecionar algo real. Enquanto as teorias são modificadas, os
significados vão se transformar, e a tradução de uma teoria posterior para o
vocabulário de uma anterior pode ser factível somente por meio de um
circunlóquio atrapalhado. Isso depõe a favor de uma versão modesta do que os
filósofos da linguagem científica chamam de tese da “variância de significado”:
termos científicos absorvem novo conteúdo conforme a investigação progride; e,
quando as novas teorias substituem as velhas, os significados de alguns dos
termos mantidos ao longo da mudança de teoria mudarão, de modo que a mesma
forma das palavras não terá sempre o mesmo significado na nova teoria como na
antiga. Não se segue disso, como alguns pensaram, que teorias supostamente
rivais são sempre logicamente incomparáveis, e, assim, não realmente rivais.
Teorias supostamente rivais são ou intertraduzíveis (talvez somente por meio de
paráfrases com delongas), ou não são. Para que duas teorias sejam
incompatíveis, alguma alegação feita por uma deve se traduzir para a negação de
alguma alegação feita pela outra. Assim, se as teorias não são intertraduzíveis,
elas são compatíveis uma com a outra; mas se elas são intertraduzíveis, elas
podem ser logicamente compatíveis ou incompatíveis uma com a outra.
Metáforas são uma fonte de terminologia científica nova; mas esse não é,
de forma alguma, seu único papel na ciência. Algumas metáforas científicas,
embora sejam cognitivamente não essenciais, lubrificam as rodas da
comunicação de forma satisfatória. Os experimentos de Hershey e Chase
identificando o DNA como o material genético ficaram conhecidos como os
“experimentos do liquidificador Waring”,[ss] porque foi o aparelho que usaram
para remover a capa viral de bactérias infectadas com vírus. Os experimentos de
Wollman e Jacob (que também usaram um liquidificador Waring, que Wollman
comprara de presente para a sua esposa que, no entanto, “tinha completa aversão
a esse instrumento”, pois não tinha lugar numa cozinha francesa decente)
ficaram conhecidos como os experimentos do “coito interrompido”, porque
interrompiam o processo a intervalos regulares. Enquanto os experimentos
progrediam, Jacob e Wollman começaram a hipotetizar que o “macho” transfere
um longo pedaço de seu cromossomo para a “fêmea” com um itinerário temporal
muito específico, encerrado quando o cruzamento é interrompido; daí a boa
expressão do Jacob, “a Hipótese do Espaguete”.[627]
GENERAL ELECTRIC CO. VS. JOINER, 522 U.S. 136; 118 SUP. CT. 512 (1997).
HADDEN VS. STATE, 690 SO. 2D 573 (FLA. 1997).
HALL VS. BAXTER HEALTHCARE CORP., 947 F.SUPP. 1387 (D.OR. 1996).
KUMHO TIRE CO., LTD. VS. CARMICHAEL, 526 U.S. 137, 119 SUP. CT. 1167 (1999).
MCLEAN VS. ARKANSAS BOARD OF EDUCATION, 529 F.SUPP. 1255 (1982).
MEISTER VS. MEDICAL ENGINEERING CORP., 267 F. 3D 1123 (D.C. CIR. 2001).
MINNESOTA MINING AND MANUFACTURING CO. VS. ATTERBURY, 978 S.W. 2D 183 (TEX. APP. 1998).
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PAOLI R.R. YARD PCB LITIG., IN RE, 35 F. 3D 745 (3D CIR. 1994).
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REED VS. STATE, 391 A. 2D 364 (MD. 1978).
RUDD VS. GENERAL MOTORS CORP., 127 F.SUPP. 2D 1330 (M.D. ALA. 2001).
UNITED STATES VS. ADDISON, 498 F. 2D 741, 744 (D.C. CIR. 1974).
Canadá
R. VS. BOURGUIGNON JANUARY 14, 1999 DOC. OTTAWA, FLANIGAN J. (ONT. GEN. DIV.). [UNREPORTED]
R. VS. MOHAN, [1994] 2 S.C.R.9.
Inglaterra
ALSOP VS. BOWTRELL, CRO. JAC. 541 (1620).
FOLKES VS. CHADD, 3 DOUG. 157 (1782).
Capítulo 10: Questão de Honra
Sobre a Ciência e a Religião
Havel e Weinberg concordam que há uma tensão real entre a religião e a ciência.
Creio que estão certos. Havel, no entanto, pensa que a ciência, ao fingir ser a
única fonte da verdade, cegou-nos para as verdades de um tipo espiritual;
enquanto Weinberg pensa que a maturidade intelectual exige que larguemos esse
tipo de pensamento ilusório a respeito do nosso lugar no universo, e considera
uma “questão de honra” não buscar consolo pelo ajuste das nossas crenças.[720] E
neste ponto, acredito que Weinberg está certo e Havel, errado.
Digo isso de uma forma um pouco mais que modesta, pois o assunto como
um todo dá-me alguma náusea — percebo que não tenho tanto o temperamento
daqueles ateus da vila que adoram se pronunciar contra a religião, em
comparação aos tipos mais reservados para quem a crença religiosa
simplesmente não é uma opção viável. Nunca senti-me impelida a escrever um
manifesto que explicasse “por que não sou cristã”; mas agora não posso evitar a
pergunta da relação da ciência com a religião, nem me esquivar da obrigação de
respondê-la honestamente.
Evidentemente, “a” questão da relação entre religião e ciência não é
realmente uma só pergunta, mas um emaranhado delas. Uma complicação inicial
é que a religião pode ser interpretada de forma bastante estreita, como um
compromisso com a existência de um deus pessoal ou deuses pessoais
interessados no comportamento dos seres humanos, nas nossas preces e rituais,
ou de forma muito ampla, como na concepção spinoziana de Einstein do
sentimento religioso como “um maravilhamento extasiante diante da harmonia
da lei natural”.[721] Mesmo com a religião interpretada estreitamente, há o
problema das muitas religiões concorrentes. Mas ignorarei essas complicações
para dar foco primário (mas não exclusivo) no cristianismo. A complicação mais
importante, para os presentes propósitos, é que a religião e a ciência diferem
entre si de muitas formas inter-relacionadas: na sua concepção do caráter
essencial do universo e do nosso lugar nele; nos tipos de descrição que
consideram genuinamente explicativos; e não apenas no que acreditam, mas em
como acreditam. Isso não significa que a ciência e a religião são
incomensuráveis, mas de fato significa que as comparações mais esclarecedoras
não são tão fáceis nem tão unidimensionais como se supõe com alguma
frequência.
A ciência não é primariamente um corpo de crenças, mas uma federação
de tipos de investigação. A investigação científica conta com a experiência e o
raciocínio: as ciências desenvolveram muitas formas de estender os sentidos e
aperfeiçoar os nossos poderes de raciocínio, mas elas não exigem tipos
adicionais de recurso evidencial para além desses, que também são os recursos
dos quais depende a investigação empírica cotidiana. Entre outras coisas,
enquanto mesmo na mais corriqueira investigação cotidiana dependemos
frequentemente do que outras pessoas nos contam, a investigação científica
tornou-se o esforço conjunto contínuo de uma vasta comunidade intergeracional.
As ciências naturais buscam explicações para os fenômenos e eventos
naturais, e as ciências sociais, para os sociais. Nas ciências naturais, as
explicações procuradas são em termos de forças e eventos físicos. Na ciência
social intencional, como na história e no trabalho de detetive, as explicações
procuradas são em termos das crenças, objetivos etc. dos seres humanos e as
ações que elas motivam. Mas tanto as explicações naturais-científicas quanto as
sociais-científicas são “naturais” no sentido de que se abstêm de apelar a
quaisquer forças sobrenaturais, de outro mundo ou espirituais.
A especulação imaginativa é essencial, mas as hipóteses imaginativas têm
de parar em pé diante das evidências. Na empreitada científica, o respeito pelas
evidências, a honestidade intelectual, são virtudes epistemológicas (e éticas)
salutares. A qualquer tempo, há novas especulações à espera de teste, e muitas
questões contestadas, alegações controversas e teorias ou fragmentos de teoria
concorrentes; o corpo de alegações e teorias aceitas está longe de ser completo, e
é falível. Embora grande parte dele esteja agora estabelecida com firmeza,
nenhuma parte, em princípio, está além da possibilidade de revisão à luz de
novas evidências. Partes da descrição científica atualmente aceita para a origem
do universo e nosso lugar nele são mais bem garantidas, outras partes são menos;
e muitas, muitas perguntas permanecem ainda sem resposta. Mas as linhas gerais
e muitos dos detalhes estão bem garantidos.
De acordo com as teorias de melhor garantia da ciência moderna, a Terra é
apenas um pequeno canto de um universo vasto, um pequeno canto que calhou
de abrigar a vida, no qual os seres humanos evoluíram a partir de formas de vida
mais antigas.
A religião, diferente da ciência, não é primariamente um tipo de
investigação, mas um corpo de crenças — um “credo” é a palavra que vem à
mente. No certe de uma visão de mundo religiosa, como a entenderei, está a
ideia de que um ser espiritual e intencional trouxe o universo à existência, e deu
aos seres humanos um lugar muito especial. Este ser espiritual preocupa-se com
o modo como nós humanos nos comportamos e com o que acreditamos, e pode
ser influenciado pelas nossas preces e rituais.[722]
A crença religiosa, presume-se, não é tentativa ou cheia de ressalvas, mas
um compromisso profundo, e profundamente pessoal. Descrer, ou crer errado, é
pecaminoso, e a fé, isto é, o compromisso na ausência de evidências conclusivas,
é com frequência concebida como uma virtude. (É por isso que às vezes
chamamos as pessoas religiosas de “crentes”.) Em contraste, apesar de, em sua
capacidade profissional, os cientistas aceitarem muitas proposições como
verdadeiras — algumas delas de forma muito confiante e firme, e não poucas de
forma bem dogmática — a fé, no sentido religioso, é estranha à empreitada
científica. (É por isso que às vezes se diz que a crença não tem lugar na ciência.)
Não é incidental que as diferentes religiões não se deem sustentação mútua como
fazem as diferentes ciências, mas que sejam rivais em vez de partes
complementares e entrelaçadas de uma mesma empreitada.
Diferente da religião, a teologia é um tipo de investigação. Diferente da
investigação científica, no entanto, a teologia abraça — na verdade, busca —
explicações sobrenaturais, explicações em termos de Deus fazendo as coisas
como são. Geralmente, além disso, ela apela para recursos evidenciais que estão
além da experiência sensorial e da razão, os mais importantes dos quais são a
experiência religiosa e a autoridade de textos revelados. Assim, diferente da
investigação científica, a investigação teológica é descontínua com a
investigação empírica cotidiana, tanto nos tipos de explicações com os quais lida
quanto nos tipos de recurso evidencial aos quais apela.
A meu ver, a religião e a ciência realmente estão profundamente em
desacordo quanto a todas as dimensões que destaquei; e a ciência realmente é,
em todas essas dimensões, de muito longe a empreitada mais admirável. (Digo
“em desacordo”, em vez de “incompatíveis”, porque o termo mais vago é
apropriado para todas as três dimensões de comparação; e pela mesma razão que
digo “mais admirável” em vez de “verdadeira” ou “mais bem garantida”.)
Por mais complicado que seja, no entanto, isso ainda é uma abstração à
história ainda mais complicada e diacrônica da humanidade enquanto ela
trabalhava por milênios em um gigantesco jogo de palavras cruzadas. Mas
somente pela perspectiva histórica podemos ver como a imagem do mundo
religiosa e o modo teológico de investigar emergiram quando as primeiras
tentativas de explicar os fenômenos naturais foram preenchidas à tinta
prematuramente; como um após outro aspecto da imagem religiosa do universo e
do nosso lugar nele gradualmente foi deslocado enquanto a ciência avançava; e
como as ciências não apenas chegaram gradualmente a uma descrição do
universo muito mais bem garantida, a duras penas de item a item intercruzante
no jogo, mas também fizeram as pazes com a inevitabilidade da ignorância e da
incerteza, e desenvolveram formas modestas e factíveis de descobrir como as
coisas são ampliando os recursos da investigação empírica cotidiana.
Uma Breve Excursão Histórica
Muito cedo na vida da humanidade, sem dúvidas, as pessoas contaram histórias a
respeito da origem do mundo e das criaturas que nele habitam; e, diante de
fenômenos perigosos e incontroláveis — fogo, inundação, doença —
hipotetizaram espíritos e deuses que controlam os eventos naturais, deuses que
poderiam ficar descontentes com violações de seus desígnios, mas poderiam ser
apaziguados com rituais e sacrifícios. Nenhuma explicação melhor estava
disponível; e essas explicações religiosas atendiam a necessidades emocionais,
além de intelectuais, ao sugerir que estamos longe de ser criaturas
insignificantes, que o modo como nós humanos nos comportamos interessa a
algo sobre-humano.
Religiões primitivas se transformaram e mudaram, às vezes se fundiram e
se misturaram. A maioria das religiões, e muitas das ideias religiosas, foram
perdidas com as culturas que as adotaram, mas outras vingaram e se
disseminaram, com o tempo se tornando as doutrinas centrais das que hoje
consideramos as grandes religiões do mundo. Algumas ideias religiosas
tornaram-se firmemente arraigadas; alguns textos assumiram uma autoridade
especial e sagrada. Novos ofícios e instituições tais como sacerdócios e templos
cresceram, e vieram a se imiscuir intimamente no tecido da sociedade: em
cerimônias para marcar o nascimento, casamento e morte, na educação das
crianças, no governo, na guerra e nas prescrições e proscrições morais — às
vezes sancionadas pela promessa de recompensa e pela ameaça de punição num
pós-vida.
Quando apareceu a Igreja Católica e depois as igrejas protestantes,
também apareceu uma nova forma de investigação: a teologia, à qual foram
atraídas algumas mentes muito notáveis. Alguns itens das palavras cruzadas
estavam agora preenchidos à caneta de forma indelével, e pareciam justificar o
pressuposto de que, acima da experiência sensorial e do raciocínio dos quais
depende a investigação empírica cotidiana, há outros tipos de evidência:
interações de pessoas privilegiadas com Deus, e as palavras da escritura sagrada
(apesar de, claro, haver sempre dificuldades, enigmas e lacunas a respeito das
quais os teólogos debatem, às vezes motivando heresias e cismas).
É provável que tenham sempre existido aqueles que tinham suas dúvidas a
respeito do abracadabra dos xamãs e sacerdotes, e certamente sempre existiram
os curiosos e engenhosos prontos para tentar isso e testar aquilo. Tão logo se
criaram os argumentos teológicos, sem dúvida havia alguns que suspeitavam que
o Problema do Mal poderia ser insolúvel, ou que o Argumento da Primeira
Causa poderia gerar uma regressão. Bem antes de Darwin, o astuto David Hume
tinha sugerido que se o mundo é do jeito que é por projeto, parece bastante que
deve ter sido o projeto de um deus bebê ainda aprendendo a ser criador, ou talvez
de um comitê contencioso de deuses. E assim por diante.
E tão logo a ciência dispôs-se a explicar fenômenos naturais, houve
potencial para o conflito com a religião. Gradativamente — muito
gradativamente no início, mas depois cada vez mais rápido — surgiram
evidências que pareciam ameaçar os itens-chave religiosos das palavras
cruzadas. Primeiro as pessoas pensaram que as novas evidências pudessem ser
acomodadas ou atenuadas pela explicação, o que é natural e razoável. Porém,
quanto mais evidências surgiam, mais forçados pareciam os antigos e muito
intercruzados itens e os esforços por mantê-los.
No mínimo desde a rusga de Galileu com a Igreja, sentiu-se que havia uma
tensão entre a ciência e sistemas de crenças religiosas enquanto corpos de
conhecimento presumido; pois a ideia cerne da concepção religiosa ficou
crescentemente ameaçada pelo que o Weinberg descreve apropriadamente como
um processo gradativo, mas inexorável de “desmistificação” primeiro do
firmamento, depois da vida. Copérnico sugeriu que a Terra não era o centro do
sistema solar; Galileu mostrou que ele tinha razão.[723] Foi somente em 1822, no
entanto, quase trezentos anos depois da publicação do De revolutionibus orbium
caelestium do Copérnico, que a Igreja Católica reconheceu formalmente a sua
“nova” astronomia.[724] Depois, com a teoria da evolução e a resposta do Darwin
à versão influente do Argumento do Projeto de William Paley[725] — a pièce de
résistance da teologia natural — o potencial para conflito mais uma vez se fez
agudo.
Mesmo antes da publicação do Origem das Espécies, em resposta ao
proto-evolucionismo do Vestígios da História Natural da Criação do Robert
Chambers, Adam Sedgwick, o clérigo anglicano que havia sido o professor de
geologia de Darwin, objetara que se a evolução for verdadeira “a religião é uma
mentira, a lei humana é um monte de tolice..., e a moralidade é papo furado”.[726]
E em Ônfalo: Uma Tentativa de Desatar o Nó Geológico,[bbb] publicado em
1857, Philip Gosse tinha tentado acomodar uma interpretação estritamente literal
da história do Gênesis às evidências a favor de um planeta muito mais antigo e
uma sucessão de organismos fósseis: assim como Deus criou Adão com umbigo
— ônfalo em grego — Ele também fez com que todas as criaturas, e a própria
Terra, parecessem mais velhas do que de fato são: árvores com anéis no tronco,
animais com sinais de desenvolvimento anterior e de desgaste, até mesmo o
esqueleto de um mamute siberiano em São Petersburgo “com saliências de carne
exibindo marcas de dentes de lobo”.[727] Contudo, longe de ser o triunfo que ele
esperava, o livro do Gosse mostrou-se um fracasso embaraçoso, alvo de críticas
não só por ser má ciência, mas também com base teológica, por postular um
Deus enganador.
O próprio Darwin, quando jovem, acreditava que a Bíblia era a palavra de
Deus e passou três anos se preparando para a ordenação na Igreja Anglicana —
sem muito entusiasmo; ele tinha mais interesse em colecionar besouros. Antes
que se casassem, sua Emma implorava que ele desistisse de seu hábito de “não
acreditar em nada até que seja provado”.[728] Ele tinha dificuldade não apenas
com o Argumento do Projeto, mas também com o Problema do Mal e o
Argumento da Primeira Causa. Em 1837, escrevera em seu diário: “quão mais
grandiosa [é a evolução] que a ideia de imaginação limitada de que Deus criou
(declarando guerra às mesmas leis que Ele estabeleceu em toda a natureza
orgânica) o Rinoceronte de Java e Sumatra, que desde o tempo do Siluriano Ele
fez uma longa sucessão de animais moluscosos repugnantes — quão abaixo da
dignidade d’Ele, que disse faça-se a luz e a luz se fez”.[729] Mas em 1860, o ano
após a publicação de Sobre a Origem das Espécies, Darwin escreveu: “Estou
desnorteado. Não tive intenção de escrever ateiamente. Mas reconheço que não
vejo com a mesma clareza que os outros... as evidências de projeto e
beneficência ao nosso redor... não consigo me persuadir de que um Deus
benevolente e onipotente teria propositalmente criado as Ichneumonidae[ccc] com
a intenção expressa de que elas se alimentassem dos corpos vivos das lagartas”;
[730]
embora no mesmo ano, na esperança de se reconciliar com clérigos irritados
na segunda edição do Origem, Darwin tenha modificado sua frase de conclusão:
“Há grandeza nesta visão da vida, com seus muitos poderes, tendo sido
originalmente soprados em poucas formas ou em uma só” para “...tendo sido
originalmente soprados pelo Criador em poucas formas ou uma só”.[731]
Quando escreveu uma autobiografia honesta para a família em 1876,
Darwin sugeriu que a mente humana pode ser incapaz de responder às perguntas
religiosas, e descreveu a si mesmo francamente como um agnóstico. A palavra
havia sido cunhada há pouco — por Thomas Huxley (conhecido como “o
buldogue de Darwin” por sua defesa tenaz da evolução), que escrevera em 1869
que enquanto os crentes religiosos “tinham bastante certeza de que obtiveram
uma certa ‘gnose’”, ele tinha bastante certeza de que ele não obtivera.[732]
Quando o Origem foi publicado, Samuel Wilberforce, o bispo de Oxford,
reclamara que Darwin tinha culpa por “uma tendência a limitar a glória de Deus
na criação”, e que a teoria da evolução “contradiz as relações reveladas da
criação com seu Criador”; William Whewell, autor do História das Ciências
Indutivas, recusara-se a permitir a presença do livro do Darwin no Trinity
College em Cambridge.[733] Huxley, no entanto, perguntou a si mesmo como
podia ter falhado em ver o poder explicativo extraordinário da evolução por si
mesmo; e em 1863 Charles Kingsley já escrevia que “Darwin está conquistando
como um dilúvio, pela mera força da verdade e do fato”.[734]
Contudo, quando Darwin publicou A Descendência do Homem em 1871, o
Papa Pio IX o denunciou por ser “um sistema... que é repugnante ao mesmo
tempo à história, à tradição de todos os povos, à ciência exata, aos fatos
observados e até à própria Razão”.[735] E Alfred Russel Wallace, o codescobridor
junto a Darwin da teoria da evolução pela seleção natural, passou a acreditar que
o homem não poderia ter evoluído naturalmente; a alma humana deve ter vindo
de Deus. Bem ciente da dificuldade de acreditar que o Criador “deve ter
qualquer interesse especial numa criatura tão miserável quanto o homem, um
habitante imperfeitamente desenvolvido de um dos planetas menores associados
a um sol de segunda ou terceira categoria”, no Lugar do Homem no Universo
Wallace argumentou que o fato de a Terra ser singularmente adequada para a
existência da vida mostra que o universo foi projetado para o homem, que nós
humanos realmente somos o ápice de tudo.[736]
Gertrude Himmelfarb diz que conforme a ciência avançou, a teologia
também o fez; mas pode-se dizer melhor que conforme a ciência avançou, a
teologia recuou para um terreno mais alto. Uma teologia natural reformada, em
vez de contestar a nova biologia, adaptou-se para acomodá-la. Kingsley escreveu
a Darwin que ele “aprendera gradualmente a ver que essa é uma concepção
igualmente nobre da Divindade, crer que Ele criou formas primordiais capazes
de autodesenvolvimento em todas as formas necessárias..., tanto quanto crer que
Ele precisou de um ato novo de intervenção para suprir as lacunas que Ele
próprio havia feito”[737] (a posição que o próprio Darwin assumira mais cedo,
antes que mais reflexões lhe causassem tal desnorteamento e por fim lhe
forçassem à posição agnóstica da autobiografia). Henry Ward Beecher
pronunciou que “projeto no atacado” era mais nobre que “projeto no varejo”.
Baden Powell sugeriu que a uniformidade, imutabilidade e suficiência das leis
naturais das quais dependia a ciência eram evidências de um propósito maior.
Frederick Temple, observando que o autor do livro da revelação também é o
autor do livro da ciência, defendeu que “as leis fixas da ciência podem suprir a
religião natural com ilustrações inúmeras da sabedoria, da beneficência, da
ordem, da beleza que caracterizam o ofício de Deus”. Henry Drummond
ridicularizou aqueles que “buscam sem cessar nos campos da Natureza e no livro
da Ciência por lacunas — lacunas que possam preencher com Deus”; Deus será
encontrado não nas lacunas que a ciência não pode preencher, mas na totalidade
da natureza.[738]
Em seu História da Guerra da Ciência com a Teologia na Cristandade,
Andrew Dickson White recuou para um pedaço ainda menor de um terreno ainda
mais elevado. Rastreando o recuo gradual do dogma teológico diante do avanço
científico, o livro do White é um compêndio extraordinário da resistência das
autoridades religiosas, católicas e protestantes, a todo passo científico à frente.
Mas na seção de conclusão do último capítulo do segundo de seus dois volumes
densos, White asseverou que a nova abordagem científica para a interpretação da
Bíblia revelara uma evolução no pensamento religioso, uma perspectiva não da
Queda mas da Ascensão do Homem: do deus tribal dos hebreus ao Pai Universal
do Novo Testamento; de um código moral de crueldade e vingança ao correto
pelo correto; da ideia de um “povo escolhido” a um ideal da fraternidade entre os
homens.
Não é muita surpresa que Darwin ficasse desnorteado, ou que houvesse tal
confusão a respeito da possibilidade de as novas ideias científicas poderem ou
não ser reconciliadas à visão de mundo religiosa mais velha. As teorias
científicas que ameaçaram afastar as ideias religiosas não tinham certeza ou
abrangência dogmática, em vez disso eram incertas, tentativas e incompletas;
longe de serem psicologicamente reconfortáveis, eram perturbadoras ao
extremo; e ameaçaram as instituições, arranjos sociais e os códigos morais que
haviam sido construídos nas fundações das antigas respostas das palavras
cruzadas.
O que surpreende mais é que muitas pessoas ainda estão convencidas de
que as velhas respostas religiosas estão corretas. Como nos dias do Darwin,
alguns reconhecem as tensões entre a ciência e a religião, enquanto outros
tentam salvar as ideias religiosas pela reconciliação delas com a ciência. Alguns
dos que reconhecem as tensões são gente pouco sofisticada que se agarra a
velhos textos, autoridades e certezas. Outros são do tipo intelectual sofisticado
capaz de elaborar razões para manter as velhas respostas, de tomar proveito da
incompletude e incerteza das ideias científicas, e de achar lacunas que ideias
teístas poderiam preencher. Alguns dos que buscam a reconciliação são teólogos
que alegam estar usando os mesmos métodos de investigação que as ciências;
outros são cientistas que salvam a religião na forma enquanto a despem de
conteúdo. Como veremos, no entanto, na prática a ideia de que a visão de mundo
religiosa tem melhor garantia que a científica se obscurece de forma quase
imperceptível para a ideia de que ela pode preencher lacunas na visão de mundo
científica, e esta por sua vez se obscurece para a ideia de que não há nenhuma
incompatibilidade real.
O Criacionismo e a “Teoria do Design Inteligente”
Entre aqueles que reconhecem as tensões entre a religião e a ciência, os menos
sofisticados e os mais francos são os criacionistas. Contudo, o “criacionismo”
não se refere a uma só posição, mas a uma família delas cujo tema partilhado é
que a descrição do Gênesis de como nós e o mundo viemos a existir é
verdadeira, e que a descrição científica é falsa. Criacionistas de Terra jovem
defendem que a narrativa do Gênesis é estrita e literalmente verdadeira; Deus
criou o mundo pelo fiat e do nada em seis dias normais de 24 horas no ano de
4004 a.C. ou em torno dele, a data que o arcebispo Usher calculara em 1650 com
base nas Escrituras Hebraicas.[739] (Porém, alguns criacionistas de Terra jovem
aceitam a possibilidade de alguns milhares de anos a mais.) Criacionistas de
Terra antiga, em contraste, reinterpretam a narrativa do Gênesis de modo a
acomodar a cronologia geológica padrão. A Teoria de Dia-Era considera os
“dias” da narrativa do Gênesis longas eras; a Teoria da Lacuna considera os seis
dias da criação literais e recentes, mas precedidos por eras geológicas depois que
a criação original fora subvertida por Satanás.[740]
Não dedicarei muito tempo a essas formas epistemologicamente
minguadas de criacionismo. Mas deixarei registrado que quase toda religião tem
a sua própria narrativa de criação; dessas narrativas, mesmo em princípio, no
máximo uma poderia ser verdadeira; e que desde os primórdios os teólogos
cristãos (e judeus) discordaram a respeito da interpretação apropriada da
narrativa de criação do Velho Testamento. Houve, por exemplo, uma grave
perplexidade diante do fato de que a primeira descrição do Gênesis diz que Deus
criou a luz, e a distinção entre dia e noite, no primeiro dia, mas que Ele também
fez o Sol e a Lua somente no quarto dia. E houve um prolongado debate a
respeito do fato de que a primeira das duas descrições do Gênesis estende o ato a
seis dias, enquanto a segunda, que fala “do dia” no qual Deus fez a terra e o
firmamento, sugere que a criação divina foi instantânea: “Pois ele falou, e tudo
se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu”. Tomás de Aquino, aproveitando uma
distinção feita por Agostinho, defendeu que Deus criou a substância das coisas
instantaneamente, mas levou seis dias para separar e formar a sua criação; e essa
concessão perdurou por séculos, até a Reforma. Lutero defendeu que a criação
levou seis dias, mas que também foi, por um grande milagre, instantânea;
Calvino, no entanto, era um defensor dos seis dias.[741]
Para alguém que aceita a Bíblia como a palavra de Deus, a conclusão feita
por Gosse há muito tempo parecerá inevitável: as evidências da idade da Terra e
da evolução devem ser de alguma forma enganosas. Mas ao menos que se
reconheçam “evidências” naquele sentido antigo, mas não tão obsoleto em que a
palavra faz referência a passagens bíblicas especialmente relevantes,[742] aceitar a
narrativa do Gênesis, seja como ela é ou até distendida pela reconstrução dos
dias como “eras”, não é realmente uma alternativa séria.
O livro Science on Trial do Douglas Futuyma, publicado em 1983 em
resposta a uma série de casos de “ciência da criação” nos tribunais, faz um bom
trabalho ao resumir as evidências para a visão científica e demolir os argumentos
dos criacionistas. Compreensivelmente exasperado pela ideia de que a narrativa
do Gênesis está à altura dos resultados do trabalho acumulado de milhares de
geólogos, paleontólogos, biólogos e bioquímicos, Futuyma é deliciosamente
ácido: “Eles todos deviam estar na arca — todos os dois milhões de animais
individuais, cangurus australianos, jiboias sul-americanas, raposas do Ártico,
kiwis da Nova Zelândia e 250 mil espécies de besouros. Sem mencionar todos os
seus parasitas... Suponho que todas essas espécies viviam juntas no Oriente
Médio, ao alcance fácil da arca, e que Noé foi o melhor colecionador de animais
da história mundial”.[743] Bem assim.
A questão da origem da vida está em aberto, como dizem Johnson e Behe — ou,
como prefiro dizer, “De onde viemos?” fica na categoria do que resta para
descobrir.[758] Já em 1868, Ernst Haeckel (“o buldogue alemão de Darwin”)
palestrara a respeito do agrupamento espontâneo de substâncias químicas nos
organismos primitivos. O próprio Darwin inicialmente pensou que a questão era
difícil demais para considerar, mas em 1871 estava pronto para especular a
respeito de “uma pequena poça morna, com todo tipo de sais de amônia e
fosfóricos, calor, eletricidade etc.” na qual proteínas poderiam ter se formado.[759]
Louis Pasteur, também, a certa altura pensava que a geração espontânea de vida
era impossível, mas em 1878 mudou de ideia. Em 1924, A. I. Oparin especulou
que compostos orgânicos simples poderiam ter se formado de substâncias
químicas da atmosfera da Terra jovem. Em 1956, Stanley W. Miller aplicou uma
descarga elétrica de alta voltagem em gases do tipo sugerido e obteve uma
mistura de substâncias, inclusive diversos tipos de aminoácidos, acumuladas no
fundo do frasco da reação.
Mas o pressuposto do qual dependia o argumento do Oparin, que a
atmosfera da Terra jovem era “redutora”, isto é, livre do oxigênio que agora
sustenta a vida dos animais, depois foi posto em dúvida; e os cálculos atuais
tornam o tempo disponível para o surgimento da vida mais curto do que se
pensava. Estima-se agora que a Terra tem 4,5 bilhões de anos de idade, e que a
vida surgiu num tempo mais recente que 4 bilhões de anos atrás; há resquícios
fósseis de seres vivos de no mínimo 3,5 bilhões de anos atrás, talvez chegando a
3,8 bilhões de anos atrás. Isso deixa apenas um período relativamente curto —
entre 500 e 200 milhões de anos — no qual a vida pode ter surgido.
No livro O Acaso e a Necessidade, Jacques Monod defendeu que um
evento singular tal como o surgimento da vida na Terra é em princípio não
analisável pela ciência, que é inerentemente mal equipada para explicar eventos
históricos singulares; e calculou o quão improvável seria o DNA se montar ao
acaso a partir de suas partes componentes. Com seu colega Chandra
Wickramasinghe, o astrofísico Fred Hoyle, notoriamente observando que foi tão
improvável que o DNA tenha se montado aleatoriamente de uma “sopa
primordial” quanto um tornado passando por um ferro-velho montar ao acaso
um Boeing 747, fez a sugestão imaginativa de um criador que distribui sementes
de vida; mas também, de modo menos imaginativo, sugeriu que a vida poderia
ter vindo ao mundo em uma nuvem interestelar de gás e pó. Francis Crick
levantou a possibilidade de que a vida veio à Terra por seres extraterrestres — a
“panspermia”.
Parte do problema, logicamente anterior a como a vida surgiu, é
exatamente o que poderia ter sido o primeiro tipo de coisa vivente ou pré-
vivente. Os organismos mais simples hoje — bolor limoso, bactérias e até os
vírus, que são tão simples que alguns biólogos questionam se realmente são
“vivos” — são complexos demais para terem sido o primeiro passo;[760] e agora
pensa-se que “as primeiras coisas vivas não precisaram esperar pela montagem
ao acaso de moléculas comparáveis em complexidade às agora encontradas nos
organismos modernos”,[761] mas foram precedidas por uma fase pré-biótica na
qual não havia organismos ainda, mas moléculas capazes de catalisar sua própria
formação a partir de matéria prima do ambiente da época.
“Estamos trabalhando nisso” não é, como Johnson e Behe parecem pensar,
uma admissão de que algo está muito errado, mas um reconhecimento das
limitações que se esperam um dia superar. E mesmo se a questão fosse muito
mais intratável do que parece ser, a resposta deles não seria razoável. Se alguém
realmente tivesse oferecido uma alternativa séria à teoria da evolução, sem
dúvida já haveria tal fermento nas universidades, como sugeriu o editorial de
Easterbrook no Wall Street Journal. Até onde sei, no entanto, a empolgação
intelectual criada por essa “teoria sofisticada” não se estende aos departamentos
de biologia — e por bons motivos: o design inteligente dificilmente merece o
título de “teoria”, muito menos “teoria sofisticada”. Equivale a nada mais que
uma asserção rasa de que um projetista inteligente criou a vida e desenhou
aqueles “sistemas irredutivelmente complexos”; não oferece nem o mais
minúsculo dos degraus a partir do qual se poderia galgar para uma explicação
específica de como foi Deus.
Assim, de certa forma, Johnson tem razão a respeito do naturalismo,
também: explicações sobrenaturais são alienígenas para a ciência. Mas, uma vez
mais, de outra forma ele está errado. O compromisso com o naturalismo não é
meramente a expressão de um tipo de imperialismo científico; pois as
explicações sobrenaturais são tão alienígenas para o trabalho do detetive e do
historiador, ou para as nossas explicações cotidianas para a comida rançosa ou
atraso de ônibus, quanto são para a física ou a biologia. E o motivo disso não é
que as explicações sobrenaturais são alienígenas para a ciência; não é que elas
apelam para as intenções de um agente; não é que elas dependem de causas não
observáveis. A dificuldade fundamental (familiar para o mistério central do
dualismo cartesiano, sobre como a substância mental poderia interagir com a
substância física) é, em vez disso, que ao apelar para as intenções de um agente
que, sendo imaterial, não pode colocar suas intenções em ação por qualquer
meio físico, as explicações sobrenaturais falham completamente na tarefa de
explicar.
Em uma encíclica de 1950, o Papa Pio XII escrevera que “alguns, imprudente e
indiscretamente, defendem que a evolução... explica a origem de todas as
coisas”; “comunistas”, continuou ele, “com prazer aderem a essa opinião”. A
teoria da evolução não deveria ser aceita como provada, e “a fé católica nos
obriga a defender que as almas são criadas diretamente por Deus”.[794] Mas ele
concedeu a possibilidade da “pesquisa e discussão” entre os cientistas e os
teólogos sobre a evolução do corpo humano. Em um discurso de 1996 com título
“Verdade Não Pode Contradizer Verdade”, o Papa João Paulo II reconheceu que
“novos conhecimentos levaram ao reconhecimento da teoria da evolução como
mais que uma hipótese”.[795] Todavia, ele sustentou, como fizera Wallace muito
antes, que “se o corpo humano tem origem em matéria viva pré-existente, a alma
espiritual é diretamente criada por Deus”.[796]
Recentemente, reivindicando Pio XII e João Paulo II como aliados,
Stephen Jay Gould também sustentou que a ciência e a religião têm domínios ou
“magistérios” distintos e não sobrepostos (ao que ele deu a sigla “NOMA”).[797]
Cada domínio de investigação “enquadra suas próprias regras e perguntas
admissíveis, e estabelece seus próprios critérios para julgamento e resolução”.
[798]
O papel da religião não é tapar os buracos da imagem científica, mas
responder a suas próprias questões distintas. Mas a posição de Gould não é que a
ciência trata do mundo natural e a religião da alma humana e das questões
espirituais, como é a do Papa João Paulo; em vez disso, Gould acha que a
ciência trata do âmbito dos fatos e a religião do âmbito dos valores, do sentido e
moralidade — parecido com White, que, no entanto, era muito mais franco a
respeito da longa história do conflito amargo entre a religião e a ciência que ele;
e parecido com Einstein, que, no entanto, deixara claro que ele concebia a
atitude religiosa simplesmente como uma aspiração aos valores “sobrepessoais”
tais como o conhecimento da verdade.[799]
A posição de Gould pode ser atraente por ser conciliatória; mas seu apelo
deriva de sua vagueza e ambiguidade, e evapora sob escrutínio mais minucioso.
Deixando de lado a objeção que as religiões muitas vezes fazem alegações
históricas/factuais bem específicas,[800] e adiando a questão a respeito de a
ciência ter algo a nos dizer sobre valores,[801] quero lançar luz no momento na
tese de que o magistério da religião é o âmbito dos valores. Não suponho que
Gould pense que a religião trate dos valores estéticos ou epistêmicos. Também
não parece útil interpretar seu papo de “sentido e moralidade” como um gesto na
direção do jeito com que as pessoas religiosas às vezes investem eventos que, de
um ponto de vista científico, são meros acidentes, coincidências, com um
significado mais profundo. Por que foi que a minha vaca foi atingida por um
raio, e não a sua? Ou — um exemplo real de um programa de televisão
perturbador após o furacão Andrew — por que o furacão destruiu a igreja deles,
mas deixou a nossa intacta? Isso reduziria a religião a um tipo de superstição
vulgar; o que não acredito que seja a intenção do Gould.
Mas Gould sequestrou o termo “religião” para um uso bem fora do padrão.
Isso na maior parte é confirmado explicitamente quando, observando que
Thomas Huxley rejeitou a doutrina cristã que uma crença na ressurreição serve
como um incentivo para o comportamento decente durante nossa vida terrena,
“em um princípio mais elevado ele considera essencialmente algo religioso por
natureza”, Gould nos conta que ele interpretará como fundamentalmente
religioso “todo o discurso moral sobre princípios que poderia ativar a ideia da
fraternidade universal entre as pessoas”.[802]
Huxley não ficaria feliz em ser cooptado junto aos Papas Pio e João Paulo;
pois, embora ele tenha imaginado um tipo de “religião” secular que poderia
satisfazer algumas das mesmas necessidades emocionais sem a doutrina teísta
insustentável, parece que ele pensava na relação da crença religiosa com a
imagem de mundo científica de forma muito parecida com a minha. Nossos
ancestrais acreditavam que “a Terra é o centro do universo visível, [e] o homem
a cinosura[eee] das coisas terráqueas”; e que “o curso da natureza... poderia ser
alterado pela agência de... seres espirituais”, ele escreveu; mas, na época dele, “é
muito seguro que a Terra não é o principal corpo do universo material, e que o
mundo não é subordinado ao uso do homem. É ainda mais seguro que a natureza
é a expressão de uma ordem definida com a qual nada interfere”.[803]
Em todo caso, a concepção de religião do Gould é ao mesmo tempo
estreita demais e ampla demais, pois a moralidade não é a única preocupação da
religião nem uma preocupação apenas para a religião. Deixemos de lado o
problema que um código moral que distingue judeu ou mórmon de gentio é
certamente religioso, mesmo sendo flagrantemente desencorajante para “a ideia
da fraternidade universal entre as pessoas”. A descrição do Gould do discurso
religioso é claramente estreita demais de outra forma, também: as religiões têm
em seu cerne um corpo de doutrina a respeito de Deus, ou deuses, e suas
relações com seres humanos e seu papel no destino deles. Preceitos morais
geralmente seguem daí, ou são adicionados, sendo a ideia geral que seguir um
dado código vai agradar a Deus, ou apaziguar os deuses; os preceitos podem até
vir a ocupar um lugar central no discurso religioso com um estilo edificante em
vez de teológico. Mas eles não são o cerne da questão. Ao mesmo tempo, a
descrição do Gould do discurso religioso é também ampla demais: não só os
religiosos, mas também os agnósticos e ateus, reconhecem as restrições morais.
[804]
Não só a crença religiosa, ademais, mas muitas outras coisas — família,
relações pessoais, amor pela música ou pelos animais, compromisso com metas
humanitárias etc. — pode dar sentido à vida.[805] Em resumo, Gould é culpado da
confusão pela qual H. L. Mencken criticou Alfred North Whitehead, “do
impulso religioso [com] a decência comum”.[806]
Perguntando a si mesmo por que “vários cientistas alarmados e
conciliatórios” — ele menciona Robert Millikan e Arthur Eddington — tinham
tantas ganas de reconciliar a ciência com a religião, Mencken sugeriu dois
motivos: um tipo de covardia, uma falta de vontade de provocar demais
antagonistas inescrupulosos; e dúvidas internas, uma incapacidade de jogar fora
as devoções sob as quais foram criados.[807] Mais recentemente, Dawkins[fff]
escreve exasperado a respeito de “uma flacidez covarde do intelecto”.[808] Não
especularei a respeito das motivações do Gould, mas repetirei que, na minha
opinião, a reconciliação que ele propõe só funciona se a religião for despida de
seu conteúdo essencial.
Religião, moralidade e a “vontade de crer”
Ainda assim, mesmo se não fosse verdade, a crença religiosa não seria uma
Nobre Mentira, talvez até necessária? Não seriam “suas ameaças horrendas e
sanções solenes... necessárias para manter a débil humanidade na linha”?[809]
Weinberg, lembrando-nos da longa e sangrenta história das “cruzadas, pogroms e
jihads”, diz que “no balanço, a influência moral da religião foi horrorosa”.[810]
Preencher uma folha de balanço não me parece fácil; mas no mínimo está longe
de óbvio que o cômputo geral deixaria as religiões, moralmente falando, no
vermelho.
Pelo lado positivo, poder-se-ia colocar o conforto psicológico que a
religião oferece aos crentes; a solidariedade social que a religião encoraja e suas
contribuições à reforma social; a herança extraordinária da poesia, arte e música
religiosas; e — sem dúvida isso é parte do que Havel tinha em mente — a
utilidade da religião como baluarte contra os excessos dos regimes comunistas
ímpios.
Mas uma confiança tranquila demais que a religião é uma influência
consistente para o bem é fomentada pela nossa tendência de selecionar os
preceitos morais que aprovamos e ignorar o resto.[811] Um correspondente
observa no Wall Street Journal que se pode encontrar no Velho Testamento não
apenas a proibição da homossexualidade citada em um artigo publicado naquela
semana, mas também proibições de tocar na pele de um porco, de comer
camarão, e, no “perfeitamente enumerado” Levítico 20:20,[ggg] de permitir que
pessoas com visão imperfeita se aproximem do altar.[812] Muitas prescrições e
proscrições religiosas são moralmente repreensíveis, até cruéis: a prática hindu
do sati, o suicídio ritual de uma viúva na pira funerária de seu marido; a
prescrição na lei islâmica da amputação da mão direita de um ladrão; a morte por
apedrejamento como punição do Velho Testamento para adúlteras. É verdade que
escolhi exemplos meio melodramáticos; mas há muitos outros menos
melodramáticos, mas igualmente apropriados — em especial, talvez, no âmbito
da moralidade sexual.
As repostas teológicas ao Problema do Mal podem ser absolutamente
medonhas. Eis Swinburne: “Tenho sorte se a possibilidade natural do meu
sofrimento se você escolher me ferir for o instrumento dá importância à sua
escolha... [M]inha boa sorte é que o sofrimento não é... sem sentido”.[813] Por
acaso, no mesmo dia que li isso também li um artigo de uma mulher que tinha
sido estuprada, sodomizada, traumatizada, espancada e deixada para morrer por
uma gangue de brutos.[814] Você consegue aceitar que ela foi beneficiada por ter
sido o instrumento que deu importância à escolha dos seus algozes? Eu não
consigo.
E as religiões por certo feriram além de fazer o bem. A outra face do poder
da religião de unir as pessoas é seu poder de dividi-las; e assim a minha lista de
danos começaria, como a de Weinberg, com as guerras religiosas e sectárias.
Poderia continuar: a Inquisição; a perseguição de supostas bruxas; governos
teocráticos tirânicos; sacrifício humano; o efeito do fatalismo hindu ao inibir a
reforma social; o papel da Igreja Reformada Holandesa ao apoiar o Apartheid;
etc. etc.
Estamos selecionando as evidências, mais uma vez, quando notamos o
papel que as pessoas religiosas às vezes tiveram na reforma social, e esquecemos
que nem todas as pessoas religiosas querem reformas, e nem todos os
reformadores são religiosos. Freeman Dyson destaca o papel da crença religiosa
na supressão da escravidão; Weinberg nota que, enquanto cristãos devotos como
William Wilberforce foram influentes na oposição à escravatura,[815] muitos
cristãos devotos a apoiaram, e humanistas como Adam Smith e Jeremy Bentham
lutaram contra ela.[816]
Nós humanos somos criaturas capazes tanto de grande crueldade quanto de
grande caridade — com e sem a ajuda da religião. Às vezes as pessoas são gentis
e generosas, às vezes cruéis e insensíveis, por motivos religiosos; e às vezes as
pessoas são gentis e generosas, às vezes cruéis e insensíveis, sem a ajuda da
religião.
Reimpresso de Watson & Tooze (eds.), The DNA Story, p. 282. Publicado originalmente em The New
Scientist (Londres).
Reimpresso com permissão de James Thurber, Men, Women and Dogs (Nova York: Dodd, Mead, 1975), p.
88.
Claro, não são apenas os nossos recursos cognitivos que são limitados,
mas também os nossos recursos econômicos. Um leitor de A Dupla Hélice hoje
provavelmente ficará impressionado com o quão modestos eram os recursos que
foram necessários para o trabalho de Watson e Crick na estrutura do DNA: uma
verba de poucos milhares de libras para manter Watson em Cambridge, um troco
para conseguir mais peças feitas para os modelos etc. Agora, no entanto, o
trabalho científico de ponta parece quase sem variação assustadoramente caro.
Provavelmente há ao menos um fundo de verdade em se pensar que o aparato (e
mentalidade) de pedidos de verba e projetos de pesquisa, dos enormes
investimentos de governos e grandes preocupações industriais, em si
contribuíram para o sentimento que somente trabalhos muito caros valem a pena.
Provavelmente há também ao menos um fundo de verdade em se pensar que a
regulação da pesquisa científica impôs custos burocráticos vultosos. Apesar
disso, há também um elemento importante de verdade na ideia de que, por
razões inerentes à própria empreitada científica, devemos esperar que o custo de
novas descobertas aumente conforme a ciência avança.
Agora, ao que parece, a maior parte das descobertas científicas importantes
que podem ser feitas com recursos minúsculos — com uma vela e um pedaço de
linha, como eu disse antes — já foram feitas; agora, além disso, especialmente
na física, a pesquisa fundamental exige observações do cada vez menor e cada
vez mais veloz, de modo que o equipamento necessário tende a ser cada vez
mais caro (só “tende”, porque previsões do custo de equipamento científico que
só foi imaginado podem ser bem equivocadas). Isso não é para dizer que
nenhuma nova descoberta importante será feita sem grandes somas de dinheiro
— trabalhos interessantes ainda são feitos, às vezes, com um cadarço[935] —,
muito menos para dizer que grandes somas de dinheiro garantirão novas
descobertas importantes; é apenas para dizer que, na média, descobertas
científicas importantes tendem a ser mais caras que aquelas que já foram feitas.
Desde os anos 1930, quando o primeiro cíclotron foi construído em
Berkeley, as descobertas sobre a estrutura dos átomos e seus núcleos
dependeram de usar partículas e projéteis para desintegrar alguns dos núcleos
atômicos com os quais colidiam, por meio de máquinas projetadas para dar às
partículas quantidades muito grandes de energia. Aceleradores de partículas
tornaram-se cada vez mais poderosos, permitindo colisões frontais de duas
correntes de partículas; o Super Colisor Supercondutor — com perímetro de 87
quilômetros, que acelera prótons quase à velocidade da luz e permite que dois
raios de prótons com 20 trilhões de volts colidam frontalmente — teria sido
capaz de dar a um par de prótons em colisão uma energia total de cerca de 40
trilhões de volts e, assim se esperava, tornaria possível determinar como a
simetria que relaciona as interações fraca e eletromagnética é quebrada. O custo
do SCC foi originalmente (1987) orçado entre US$4 e 6 bilhões, depois (1992)
em US$8 bilhões e, finalmente, à altura em que o Congresso cancelou o projeto
(1995), em US$11 bilhões.[936] Refletindo sobre o destino do SCC, Weinberg
lamenta que a “barganha tácita” entre a ciência e a sociedade está
enfraquecendo; a sociedade, teme ele, não está mais disposta a apoiar a ciência
pura, ou a reconhecer que no longo prazo é provável que produza os maiores
benefícios.[937] A previsão do Stent que a disposição da sociedade a apoiar o
trabalho científico poderia decair, ou até ser exaurida, não era completamente
infundada.
E quanto à previsão dele de rendimentos decrescentes, no sentido de
retornos com importância científica minguante? Depois de uma grande
descoberta em qualquer área, pode haver um período de consolidação e
aplicação, ou uma cascata de novas descobertas — como em um jogo de
palavras cruzadas, em que, depois que uma longa e muito intercruzada é
preenchida, podemos em seguida completar muitas palavras menores, agora
itens fáceis, ou descobrir outras palavras longas e muito intercruzadas que de
repente são factíveis. E por qualquer métrica, nos mais de trinta anos desde que
Stent previu que logo não haveria nada mais para os biólogos fazerem exceto
trabalho enfadonho de “coleção de selos”, houve uma cascata de novas
descobertas na genética e na biologia molecular; e toda uma ampla gama de
novas questões — algumas mal concebíveis em 1969 — esperam por resposta.
Talvez as revoltas de estudantes do fim dos anos 1960 tenham deixado uma
impressão muito forte nele; de qualquer forma, o livro do Stent traz à minha
mente a metáfora do Popper do cientista como quem escala uma montanha
envolta em bruma, pensando que atingiu o pico só porque não consegue ver a
altura que ainda resta para ser escalada.
Agora, de qualquer forma, sabemos que há picos mais altos que em 1969
mal podiam ser vistos. Em 1998, Maddox podia escrever que “nos tempos
recentes, só o período frenético no qual as fundações da mecânica quântica
foram estabelecidas entre 1925 e 1930 se compara em ímpeto com a pesquisa
atual na biologia molecular”. Da identificação da transcriptase reversa em 1968,
passando pela identificação das ciclinas no fim dos anos 1980, à identificação
das moléculas envolvidas na regulação da divisão celular, onde, ao longo dos
anos 1990, um resultado importante foi publicado ao menos uma vez por
semana, a “nomeação das partes” continuou acelerada. E ainda assim, sugere
Maddox, de certo modo “a aplicação da biologia molecular ao entendimento de
como a célula funciona ainda está num estágio rudimentar da química do século
XIX”. Muito resta de desconhecido a respeito do processamento do DNA,
edição do RNA, produção de proteínas, comunicação entre uma célula e o
mundo externo, diferenciação de células; e, apesar dos esforços pioneiros do J.
A. Winfree e, décadas depois, do Albert Goldbeter, a modelagem dos processos
celulares ainda é rudimentar.[938]
“Já nos anos 1970, depois de duas décadas de conhecimento acumulado
das propriedades do DNA”, continua Maddox, “parecia só uma questão de
pouco tempo até que houvesse um entendimento de como o genoma de uma
espécie orquestra os detalhes delicados da herança. Mas não foi assim”. Entre as
surpresas que ele menciona estão que há transferência horizontal de informação
genética entre espécies, por exemplo, possivelmente de vírus para mamíferos;
que há herança através das mitocôndrias (que é a herança materna, já que
nenhuma mitocôndria do espermatozoide se torna parte do óvulo fecundado);
que os arranjos dos próprios genes individuais consistem em pedaços usados na
tradução derradeira (éxons) separados por trechos de DNA aparentemente
irrelevantes para as moléculas de proteína por fim feitas a partir deles (íntrons);
que cerda de 95% do DNA parece ser funcionalmente desimportante.[939][mmm]
Uma solução para o enigma da origem da vida também não está ainda à vista.
Também em outras áreas da ciência encontramos uma grande lista de
perguntas sem respostas. A acresção da matéria, o universo em expansão, uma
descrição consistente das partículas quânticas — por mais impressionante que
tudo isso seja, ainda assim, escreve Maddox, é “uma realização provisória,
apenas”. Permanecem dificuldades a respeito da taxa de expansão, obscuridades
na ideia de um universo inflacionário, preocupações a respeito de por que há
menos matéria do que as teorias cosmológicas atuais indicam que deveria haver,
[940]
a respeito de como reconciliar a teoria de Einstein da gravitação com a
mecânica quântica, e assim por diante.[941] É na física fundamental, além disso,
que o custo da pesquisa básica parece mais propenso a atrapalhar o trabalho;
responder a perguntas sobre a unificação das interações forte, eletrofraca e
gravitacional exigiria uma energia concentrada em um único próton ou elétron
cerca cem trilhões de vezes maior que a energia que o Super Colisor
Supercondutor teria tornado disponível.[942]
Mas nada disso toca, ainda, nas questões mais abstratas a respeito dos limites da
ciência: Há leis físicas últimas a serem capturadas na “teoria final” com a qual
Weinberg sonha? A ciência realmente é uma “fronteira sem fim”, ou somente um
território vasto, mas finito, ainda não explorado exaustivamente?
Como argumentei antes, a despeito de algumas similaridades e paralelos
notáveis, a ciência é bem diferente da arte e da literatura em aspectos
importantes. Uma dessas diferenças vem a calhar: Não se pode descartar de
antemão a ideia de que (se não ficarmos sem dinheiro ou nos explodirmos
primeiro) a empreitada científica poderia em princípio atingir a culminação ou
até a conclusão. No que se trata da arte e da literatura, no entanto, a ideia de uma
teoria final fica tão fora de lugar quanto a própria ideia de teoria;[943] e no
mínimo é defensável que as explorações que artistas e escritores fazem de modos
de expressar emoções, transmitir verdades e delinear possibilidades são
inexauríveis, de uma forma que as investigações das coisas e eventos pelos
cientistas não são.
A respeito da questão da culminação, de leis últimas da natureza, Weinberg
se põe contra a insistência do Popper que não pode haver explicações finais. Já
que explicar é a meta da ciência, escreve Popper, “também será a sua meta
explicar o que até o momento foi aceito como um explicans; por exemplo, uma
lei da natureza”. Daí vem a principal alegação para os presentes propósitos: que
não pode haver explicações últimas que não sejam capazes de explicações
adicionais, nem precisam delas; em vez disso, “toda explicação pode ser
explicada ainda mais por uma teoria ou conjectura de um grau maior de
universalidade. Não pode haver explicação que não precise de explicação
adicional”.[944]
Se “sempre pergunte ‘por quê?’” é uma máxima razoável de procedimento
ou não, a presente preocupação é metafísica. O repúdio do Popper à
possibilidade de leis últimas parece se basear principalmente no fato de que,
historicamente, essa ideia foi associada à doutrina do essencialismo, pela via da
tese de que as leis últimas da física podem ser derivadas da essência da matéria
(seja essência considerada extensão, como em Descartes, ou inércia e o poder de
atrair outra matéria, como em Roger Cotes).[945] Mas o que está no cerne da
questão é se poderia haver leis a respeito dos componentes últimos de tudo, leis
de máxima generalidade não susceptíveis elas mesmas à explicação adicional; se
uma resposta positiva a isso constituiria ou não “essencialismo” é de importância
secundária.
Weinberg defende que o progresso da física até aqui indica que há leis
últimas, que as setas da explicação por fim convergem para os componentes
últimos de tudo. Óbvio, ainda não sabemos quais são essas leis últimas; mas
concluir disso que não há nenhuma “seria como um explorador do século XIX
defendendo que, porque todas as explorações anteriores do Ártico... sempre
descobriram que, não importa o quanto penetrassem o norte, havia ainda mais
mar e gelo inexplorado para o norte, que ou não havia um Polo Norte ou que de
qualquer forma ninguém nunca chegaria lá”. O principal motivo positivo do
Weinberg para acreditar que há leis últimas é que, simplesmente, “é muito difícil
conceber uma regressão de teorias cada vez mais fundamentais se tornando
constantemente cada vez mais unificadas, sem que as setas da explicação tenham
de convergir em algum ponto”.[946]
Como diz Popper, dada qualquer lei oferecida como um explicans, pode-se
sempre perguntar “por quê?”; mas não se segue disso que todas as perguntas do
tipo são perguntas científicas legítimas — talvez sejam legítimas, mas
metafísicas, ou talvez não são perguntas legítimas. Se for assim, é possível que
haja leis últimas. E, se há, a resposta à pergunta “e por que os componentes de
tudo são tais e quais?” pode ser “eles apenas são”. Claro, isso não sacia muito
intelectualmente; mas não saciaria mais, certamente, se não houvesse leis
últimas. De uma forma ou de outra, as nossas explicações sempre apelarão a
algo que é em si inexplicado.
Mas não há linha nítida separando perguntas cosmológicas e metafísicas;
nem critérios muito claros para identificar e individuar as perguntas. Ao pensar
em como os cosmólogos primeiro transformaram e depois responderam ao
menos em parte a pergunta dos metafísicos “por que há algo em vez de nada?”
quando desenvolveram sua descrição da acresção da matéria, poderíamos
especular que, se os físicos encontrassem as leis últimas, a demanda por uma
explicação dessas leis poderia no fim ser transformada em uma pergunta
aparentada, mas diferente e mais respondível. Fazendo alusão à sugestão do
Robert Nozick que procuremos por algo mais satisfatório que meras e brutas leis
últimas, Weinberg argumenta que poderia ser o caso que, embora a teoria final
não seja logicamente necessária, não há forma de modificá-la, nem mesmo
levemente, sem chegar a absurdos lógicos; assim como, continua ele, os físicos
descobriram que é impossível mudar as regras da mecânica quântica, mesmo que
levemente, sem tais desastres lógicos, como probabilidades que acabam com
valor negativo.[947]
Ninguém duvida, continua Weinberg, que em princípio todas as
propriedades do DNA poderiam ser explicadas pela resolução das equações da
mecânica quântica para os elétrons e núcleos de alguns elementos comuns, cujas
propriedades por sua vez são explicadas pelo modelo padrão. Contudo, que há
coisas vivas no mundo que usam o DNA para passar informações genéticas
adiante é algo que “depende de certos acidentes históricos: há um planeta como
a Terra; a vida e genética de alguma forma se iniciaram; e um longo tempo
esteve disponível para que a evolução fizesse o seu trabalho”. O mesmo vale
para outras ciências, tais como a geologia e a astronomia. Do mesmo modo, é
possível calcular a natureza da matéria formada nos primeiros minutos do
universo — cerca de três quartes eram hidrogênio e um quarto hélio, com apenas
quantidades traço de outros elementos, na maior parte muito leves: foram a
matéria prima da qual os elementos mais pesados foram formados depois nas
estrelas. Mas todo esse panorama “depende de um pressuposto histórico — que
houve um Big Bang mais ou menos homogêneo, com cerca de dez bilhões de
fótons para cada quark”.[948]
Ao reconhecer que aquelas que agora pensamos que eram as condições
iniciais poderiam passar a ser vistas como parte das leis da natureza, Weinberg
pergunta a si mesmo se no fim a linha entre as leis universais e as contingências
históricas poderia ser borrada. O que agora pensamos que eram simplesmente as
condições iniciais certamente poderia depois se revelar susceptível à explicação;
mas, dado que há singularidades, isto é, contingências que se aplicam agora, mas
não antes, aqui, mas não ali; parece que, como uma questão de lógica, a
distinção entre condições singulares e leis universais não pode desaparecer
totalmente. Se for assim, essas leis últimas não seriam suficientes para a dedução
de todos os fenômenos naturais sem alguma singularidade última ou
singularidades.[nnn]
Para além disso, fica cada vez menos claro como interpretar a questão da
completabilidade em princípio. Presumivelmente, seria sempre possível calcular
o valor dessa ou daquela constante para ainda mais casas decimais — mas aí
realmente estaríamos no domínio dos rendimentos decrescentes. De um jeito
mais interessante (embora a pergunta, se houver leis e singularidades últimas,
“por quê?” nem sempre seja respondível), talvez sempre pudesse haver novas
perguntas, contudo — menos fundamentais que as perguntas às quais as leis
últimas são respostas, mas não necessariamente perguntas triviais —, irradiando-
se a partir daquelas leis últimas. Não tenho certeza. Mas quando penso no que
estaria envolvido em derivar das leis e singularidades últimas, digamos, que em
tal tempo esta variedade de besouro evoluiria na Amazônia, que em determinado
prazo de muitos milênios depois se extinguiria, tendo a concordar com Einstein e
Weinberg que é de uma dificuldade extraordinária imaginar que os cientistas por
fim completarão cada resposta que falta para toda questão científica legítima.
As ciências sociais, claro, até o ponto em que se dedicam a papéis, regras e
instituições sociais locais e contingentes, têm um aspecto bem mais
marcadamente histórico que as ciências naturais. E que as contingências
históricas das sociedades humanas pudessem no fim ser deriváveis de leis
completamente universais da natureza parece, para dizer o mínimo, muito mais
forçado que a ideia de que os eventos cosmológicos tais como o Big Bang
poderiam ser. Mesmo se houver leis que governam os aspectos universais da
natureza humana expressados diversamente nesta sociedade ou naquela, e
mesmo se tais leis fossem conhecidas, ainda restaria não a penas um vasto
arranjo de detalhes a serem descobertos, não apenas as ramificações de previsões
autocumpridas (ou autocorrosivas), mas também a possibilidade sempre aberta
de novas manifestações daquelas leis em novos arranjos sociais. Então, embora
até aqui as ciências sociais pareçam bem atrasadas em comparação com as
naturais, o escopo de futuros impulsos e descobertas parece gigantesco, e as
perspectivas futuras, limitadas apenas pela possibilidade da extinção das
sociedades humanas.
E, finalmente, para concluir
Enquanto o tema do rebaixamento da ciência nos levou a uma mata fechada de
confusões, e o tema da aniquilação da ciência apenas à conclusão que tal
eventualidade de forma nenhuma pode ser descartada a priori, os temas da
culminação e finalização nos levaram a questões com um desafio enorme sobre o
futuro da empreitada científica. É possível que haja leis últimas, e possível, se
houver, que os cientistas as descobrirão. É possível que, além disso, o que agora
concebemos como elementos históricos não elimináveis na cosmologia e
biologia revelem-se deriváveis de leis completamente universais da natureza,
embora nem todas as singularidades históricas sejam elimináveis.
Não podemos prever quais ideias científicas aceitas hoje revelar-se-ão
carentes de modificação, pequena ou grande; ou quais novas descobertas trarão
uma cascata de novas questões; ou quais novas questões, se alguma, nos levarão
até às limitações da nossa capacidade humana de senso e razão, e a elaborar
modos de superar essas limitações naturais; ou o quão longe e rápido o custo de
fazer novas descobertas continuará escalando, ou se e quando a disposição da
sociedade a encontrar os meios de buscá-las poderia acabar. Mas podemos dizer
que Spengler estava muito errado, que não há perigo de a ciência em breve “cair
sobre sua própria espada zelosa”; que Glashow e Maddox estão quase
certamente certos que, até naquelas áreas onde a culminação e talvez a conclusão
sejam em princípio possíveis, tarefas hercúleas permanecem; e que Yogi
Berra[ooo] estava absolutamente certo — não termina até que acabe.
Bibliografia
Nota: Onde há referências a mais de um artigo na mesma coleção ou antologia,
os detalhes da coleção ou antologia são dados separadamente, sob o(s) nome(s)
do(s) editor(es). Para livros e artigos publicados mais de uma vez, em que os
detalhes completos de publicação são dados em ordem cronológica, a primeira
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[a]
N. do T.: Neologismo da autora que junta os termos “fundacionalista” e “coerentista”, da epistemologia,
num termo só, para descrever as ideias dela a respeito.
[b]
N. do T.: O termo original, “expert testimony”, é traduzível só imperfeitamente para o português, pois
estamos transitando não só entre línguas, mas entre sistemas jurídicos. Optei por “depoimento de
especialistas” como um termo geral. Onde aplicável, mudei “especialista” para “perito ou assistente
técnico”, termos usados no sistema jurídico brasileiro. “Depoimento”, aqui, poderia ser substituído em
alguns casos para “prestar esclarecimentos” e, em outros, para “parecer” ou “laudo”, especialmente quando
na forma escrita. Agradeço à Camila Mano e ao Hugo Freitas por orientações na adaptação para o
português. As imperfeições da tradução são de minha responsabilidade.
[c]
N. do T.: A expressão original é um trocadilho inteligente: “better ostracism than ostrichism”, brincando
com “ostrich”, avestruz.
[d]
N. do T.: Nesta obra, sempre que aparecer o termo “investigação”, ele deve ser visto como sinônimo de
pesquisa, inquérito, averiguação etc., ou seja, tudo o que pessoas fazem para buscar saber.
[e]
N. do T.: Derivado de sistema adversarial ou sistema acusatório, da commow law, em que defesa e
acusação apresentam seu caso à parte julgadora, em vez de o juiz buscar ativamente investigar.
[f]
N. do T.: O nome genérico é Rofecoxib.
[g]
N. do T.: Optei por “enunciado” no contexto de discussões do campo da lógica, especialmente no
contexto do positivismo lógico. “Afirmação” seria uma tradução igualmente boa, mas, creio, menos
delimitada.
[h]
N. do T.: A missão em Marte à qual a autora faz referência durou até 2015
(nasa.gov/press/2015/march/nasas-opportunity-mars-rover-finishes-marathon-clocks-in-at-just-over-11-
years/). Agora, há outro veículo mandado pela Nasa explorando a superfície do planeta vermelho: o
Perseverance (nasa.gov/perseverance). Foi acompanhado de um helicóptero autônomo e uma unidade para
fabricar oxigênio a partir do CO2 da atmosfera marciana, chamada MOXIE, cujos primeiros testes foram
um sucesso (space.com/perseverance-rover-makes-mars-oxygen-moxie). Não ganhou tração a hipótese de
que os resquícios de meteoritos marcianos que chegaram à Terra conteriam algum sinal de vida primitiva,
mas as rochas continuam sendo exploradas por pesquisadores da astrobiologia
(eurekalert.org/pub_releases/2021-04/bu-mhr042221.php; acesso às fontes em 26/04/2021). Outro
desenvolvimento sem precedentes neste momento é a maior participação da iniciativa privada no
desenvolvimento de tecnologia de exploração espacial.
[i]
N. do T.: Algo como “Gramático Clandestino”, nome de uma publicação espirituosa tocada pelo
polemista Richard Mitchell (1929-2002), que se dedicava a “expor e ridicularizar exemplos de jargão,
sintaxe quebrada, redundância, neologismo desnecessário e outros tipos de ofensas contra o inglês”
(en.wikipedia.org/wiki/Richard_Mitchell; acesso em 22/04/2021). Busquei reproduzir a ambiguidade
proposital.
[j]
N. do T.: Grue vem da junção de green (verde) e blue (azul). Para entender o paradoxo grue, veja Cohnitz
& Rossberg, “Nelson Goodman”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (2020), Edward N. Zalta (ed.),
plato.stanford.edu/archives/sum2020/entries/goodman/. Acesso em 11/06/2021.
[k]
N. do T.: Exemplo original: “hoover” para aspirador de pó, comum no Reino Unido.
[l]
N. do T.: Confira Susan Haack, “Diga ‘Não’ ao Negativismo Lógico”, Publicações da Liga Humanista
Secular do Brasil, 2014. Disponível em elivieira.com/artigos/Haack_Popper.pdf.
[m]
N. do T.: Original: problemshift. Há diferentes formas de traduzir, mas segui a tradução sugerida na tese
de doutorado em Relações Internacionais do Flávio Pedroso Mendes (USP, 2013). Disponível em
http://143.107.26.205/documentos/defesa_13-02-14_Flavio_Pedroso_Mendes.pdf, acesso em 01/07/2021.
[n]
N. do T.: Pidgin é uma forma simplificada de uma língua, geralmente resultante da fusão de duas línguas.
Diz-se que a palavra vem da tentativa de alguns chineses de pronunciar a palavra business.
[o] N. do T.: O subtítulo original da autora faz referência à obra Just So Stories for Little Children, de
Rudyard Kipling (1902). As histórias contam origens ficcionais: “Como a baleia ganhou a sua garganta”,
“Como o camelo ganhou a sua corcova” etc. do jeito que a filha do autor queria que fossem contadas (just
so, ou seja, “desse jeito”). As histórias de Kipling são citadas com frequência na biologia evolutiva para
comparar hipóteses adaptacionistas defeituosas a elas. No subtítulo, Haack promete contar no capítulo uma
história more so (algo como “desse jeito, só que vai além”). Fiz, então, referência a uma peça teatral famosa
no Brasil, O Auto da Compadecida (1955), de Ariano Suassuna, que tem o personagem inventivo Chicó,
que conta lorotas e, quando se pede por referências, responde “não sei, só sei que foi assim”. Adaptando
analogamente a modificação da autora da referência original: “só sei que foi assado”.
[p]
N. do T.: Além de ser literalmente um peixe que não existe, arenque vermelho (“red herring”) é uma
expressão para o diversionismo argumentativo, ou seja, o uso de distrações para desviar de algum assunto
em causa.
[q]
N. do T.: Para sanar dúvidas sobre esses neologismos: verde + azul = verdul; azul + verde = azerde;
ranco = preto + branco; breto = branco + preto; verdulor = verdul + cor.
[r]
N. do T. Burocrata ou reitor.
[s]
N. do T.: O termo da biologia molecular é “chaperona”, uma classe de proteínas; a metáfora implícita faz
referência a tempos e lugares em que as mulheres só podiam frequentar certos ambientes, especialmente na
companhia de homens, se tivessem uma acompanhante (chaperona) a tiracolo para afastar desconfianças
sobre a sua conduta sexual.
[t]
N. do T. Popsies, gíria para jovens mulheres atraentes, como foi “broto” no Brasil aproximadamente na
mesma época.
[u]
N. do T.: Exemplos da autora: “taken aback” (“ser pego de surpresa” hoje, vem de uma expressão para
quando as velas de um navio são sopradas contra o mastro por um vento de uma direção não pretendida),
“not enough room to swing a cat” (diz-se de um espaço muito apertado, literalmente “não há espaço para
balançar um gato” — a autora deve estar falando da hipótese de o gato em questão ser o “gato de nove
caudas”, um chicote para punir marinheiros, mas o site phrases.org.uk lança dúvida sobre ela), “scuttlebutt”
(“fofoca” hoje, era o nome de um reservatório de água no navio em torno do qual os marinheiros faziam
fofoca, como se faz em torno de bebedouros em escritórios hoje), “three sheets to the wind” (“muito
bêbado”, quando três correntes ou cordas não estão fixando uma vela, o navio dança ao vento como uma
pessoa bêbada), “pipe down” (“fique quieto” hoje, vem de um sinal de apito que mandava os marinheiros
irem dormir). Em português, também temos expressões com origens náuticas: “ir por água abaixo”, “ir de
vento em popa”, “remar contra a maré”, “abordar”, “embarcar”.
[v]
N. do T.: Jano é o deus romano dos princípios, transições, tempo, dualidade, passagens, finais, portas e
portais. É retratado com duas faces que olham em direções opostas.
[w]
N. do T.: Fish and chips, famoso prato britânico.
[x]
N. do T.: Como Gostais é uma comédia de Shakespeare escrita na virada do século XVI para o século
XVII. Audrey é uma pastora de cabras pobre seduzida por um bobo da corte chamado Touchstone, que
escolhe um vigário sabidamente inepto, Oliver Martext, para celebrar o casamento.
[y]
N. do T.: Essa expressão em latim significa “tudo o mais é constante”, é usada quando se quer comparar
a diferença entre dois efeitos. Para que a diferença seja real, outros fatores interferentes precisam ser os
mesmos nas duas situações.
[z]
N. do T.: Verstehen, literalmente “entender” em alemão, é uma expressão usada desde o século XIX,
tanto em alemão quanto em inglês, para denotar o exame interpretativo e participativo de fenômenos
sociais. A palavra é associada especialmente ao trabalho do sociólogo Max Weber.
[aa]
N. do T.: O “Culto à Carga” é o nome dado a uma série de ritos em ilhas da Melanésia em que os
nativos emulam tecnologia ocidental, inclusive fazendo pistas de pouso, para conjurar abundância ou a
“carga” trazida por visitantes em tempos passados. Em Vanuatu cultuam como figura messiânica John
Frum, um mitológico soldado americano da II Guerra.
[bb]
Desde a publicação deste livro, mais evidências de base genética da homossexualidade foram
encontradas. Por exemplo, ver Sanders, A. R., E. R. Martin, G. W. Beecham, S. Guo, K. Dawood, G.
Rieger, J. A. Badner, et al. 2014. "Genome-Wide Scan Demonstrates Significant Linkage for Male Sexual
Orientation". Psychological Medicine, novembro, 1–10.
[cc]
N. do T.: Aqui, há um trocadilho intraduzível. Outra tradução possível é Onde a Verdade Está (Where
the Truth Lies).
[dd]
N. do T.: Um golem é uma criatura mitológica da tradição judaica que é trazido à vida magicamente a
partir de matéria inanimada, retratado muitas vezes como um gigante de pedra. No hebraico moderno
também significa “tolo”.
[ee]
N. do T.: Siglas em inglês: SSK, STS, DA, NLF e TRASP, respectivamente.
[ff]
N. do T.: Eles se referem ao jogo retratado em filmes dos anos 1950 em que jovens aceleravam seus
carros na contramão um do outro. “Frango” era quem desviava primeiro, o perdedor.
[gg]
N. do T.: A expressão original da autora é “bloory-eyed”, um trocadilho com “blurry-eyed” (“com olhos
embaçados”) e o nome do Bloor.
[hh]
N. do T.: A expressão em latim, literalmente “após isso, logo, por causa disso” denota uma falácia de
atribuir relação causal entre A e B só porque B veio depois de A.
[ii]
N. do T.: É aquele tipo de jogo de rua, geralmente valendo aposta em dinheiro, em que um participante
tenta adivinhar onde está um objeto que foi post sob um de três ou mais recipientes que são embaralhados
pelo desafiante.
[jj]
N. do T.: Versinhos originais: If Woolgar were to write in verse / His arguments would be no worse. / But
neither, surely, sad to say, / Would they thereby become okay.
[kk]
N. do T.: Sobre as farmacêuticas, recomendo também o trabalho do britânico Ben Goldacre.
[ll]
N. do T.: Os geneticistas brincam que Mendel pode ter literalmente cozinhado os dados, já que eram
ervilhas. Mas ele não é considerado uma fraude e há explicações moleculares hoje para as relações de
dominância e recessividade de genes que ele propôs, além da segregação. As leis de Mendel ainda se
aplicam especialmente às doenças genéticas.
[mm]
N. do T.: Hoje se sabe que a herdabilidade (participação dos genes) da inteligência está entre 50% e
80%, crescendo proporcionalmente à idade dos participantes testados.
[nn]
N. do T.: O millerismo foi um movimento religioso fundado pelo americano William Miller, que fez a
previsão que Cristo voltaria em 22 de outubro de 1844.
[oo]
N. do T.: Nomes originais dos patrões: “Sweater”, “Grinder”, “Didlum”; das empresas: “Rushton’s”,
“Dauber & Botchit” e “Smeariton & Leavit”. Cidade “Mugsborough”, jornal “The Obscurer”, clérigos
“Bosher” e “Belcher”.
[pp]
N. do T.: Samuel Pepys (1633-1703) escreveu, entre 1660 e 1669, um famoso diário publicado apenas
em 1825 que conta a vida da classe alta londrina “com descrições vívidas e honestas de eventos corriqueiros
e grandes, incluindo a Peste Negra e o Grande Incêndio de Londres”, diz Arthur Bryant no verbete da
Enciclopédia Britannica. Bryant é ainda mais elogioso: “é uma obra suprema de arte”, “pode-se abrir em
qualquer página e se perder na vida da Londres de Carlos II”, “Pepys queria descobrir tudo porque achava
tudo interessante”.
[qq]
N. do T.: Kingsley Amis (1922-1995) foi um romancista, poeta crítico e professor britânico, Lucky Jim
foi seu primeiro romance e trata de um jovem professor universitário que ascendeu socialmente da classe
trabalhadora para a classe diplomada, um anti-herói turrão que ressoou com o público britânico dos anos
1950. Um filme foi feito na época.
[rr]
N. do T.: Literalmente “ética da linguagem” em alemão, é um termo utilizado por McCloskey.
[ss]
N. do T.: O liquidificador Waring, que leva o nome do cantor do rádio e da TV americana Fred Waring
(1900-1984), foi o primeiro liquidificador elétrico moderno a chegar ao mercado no país.
[tt]
Definições e datas tiradas do Webster’s Ninth Collegiate Dictionary (1991).
[uu]
N. do T.: As Normas Federais das Evidências (1975) dos EUA não admitem que testemunhas façam
afirmações de ouvir falar, rumores ou boatos, exceto se se encaixarem numa lista de quase 30 exceções
(en.wikipedia.org/wiki/Hearsay_in_United_States_law).
[vv]
O sr. Barefoot foi executado em 24 de outubro de 1984. Depois de repetidas reprimendas, o dr. Grigson
foi expulso da Associação Americana de Psiquiatria em 1995 por seu depoimento irresponsável em casos
capitais do Texas. Embora, de acordo com uma emenda de setembro de 2001, o estado não possa oferecer
evidências para estabelecer que a raça ou etnicidade do réu ou da ré torna mais provável uma conduta
criminosa no futuro, a lei do Texas continua a exigir pareceres a respeito da periculosidade futura na fase
decisória de um caso capital (Código Penal do Texas, art. 37.071).
[ww]
A Merrel Dow já tinha retirado a Bendectina do mercado uma década antes de Daubert; os tribunais de
recursos haviam decidido a favor deles, mas os custos de litígio eram proibitivos. Porém, no ano 2000,
depois de 17 anos de pesquisa — muito guiada por litígios — a FDA declarou o medicamento seguro mais
uma vez. A Duschesnay, Inc., que desde 1975 estava vendendo uma versão genérica da Bendectina,
chamada Diclectina, no Canadá, pediu permissão à FDA para vender a Diclectina nos Estados Unidos, e só
teve que provar que os medicamentos são quimicamente idênticos.
[xx]
N. do T.: No caso, um direito adquirido pois a nova norma não age de forma retroativa, não há uma
intenção de remover os implantes de quem já os tem. O termo original é específico: “grandfathered in”.
[yy]
N. do T.: Ver último parágrafo do Prefácio à Edição de Bolso.
[zz]
N. do T.: Foram grupos reais fundados por cientistas em meados do século XX para, respectivamente,
investigar a estrutura e função do ácido ribonucléico (RNA) e a genética de bactérias usando como modelo
seus predadores virais, os (bacterió)fagos.
[aaa]
N. do T.: Ver Susan Haack, “Diga ‘Não’ ao Negativismo Lógico”, Publicações da Liga Humanista
Secular do Brasil, 2014. Disponível em elivieira.com/artigos/Haack_Popper.pdf.
[bbb]
N. do T.: Tradução livre. Original: Omphalos: An Attempt to Untie the Geological Knot.
[ccc]
N. do T.: Família de vespas parasitoides.
[ddd]
N. do T.: Agora, no ano de 2022, o geneticista Svante Pääbo ganhou o prêmio Nobel de Fisiologia e
Medicina por ter desvendado em ricos detalhes a história humana nas últimas centenas de milhares de anos.
Aplicando tecnologia de sequenciamento de genoma que ele começou a desenvolver em múmias egípcias,
ele descobriu que todas as populações europeias e asiáticas são mestiças entre os humanos sapiens e os
neandertais, carregando o material genético dos últimos em menos de 5% de seu DNA. Também descobriu
uma possível outra espécie humana na caverna de Denisova, localizada nas montanhas de Altai, na Sibéria.
Desde a publicação original deste livro, também foi descoberta uma espécie de baixa estatura na ilha de
Flores, na Oceania, o Homo floresiensis.
[eee]
N. do T.: Cinosura é literalmente a constelação da Ursa Menor, mas neste caso significa algo que
chama a atenção por ser bom ou belo.
[fff]
N. do T.: Este livro foi publicado originalmente em 1º de fevereiro de 2007, mas Susan Haack escreveu
esta parte antes do bestseller de Dawkins defendendo o ateísmo, “Deus, Um Delírio”.
[ggg]
N. do T.: O correspondente se refere com ironia à expressão 20/20, que vem da oftalmologia, de um
teste da visão de objetos a 20 pés de distância — é a nota máxima.
[hhh]
N. do T.: Em fevereiro de 2022, um estudo envolvendo mais de 10 mil pessoas em 24 países, publicado
na revista Nature Human Behaviour, concluiu que a aura de autoridade se inverteu: frases sem sentido
recebem mais confiança se for dito que foram proferidas por cientistas do que por gurus. Ironicamente, os
pesquisadores chamaram o fenômeno de “Efeito Einstein”.
[iii]
N. do T.: Ver Haack, Húbris: Cientificismo e a Deferência Popperiana à Ciência. Stentor Editorial,
2021.
[jjj]
N. do T.: Desde que a autora escreveu essa parte na primeira década do milênio, esse debate avançou.
Um artigo publicado em 2011 na revista PLoS Biology por Jason E. Lewis e colaboradores refez a
mensuração de Morton e concluiu que ele “não manipulou os dados para apoiar suas preconcepções, contra
Gould”. Em 2016, na mesma revista, Michael Eisberg e Diane Paul responderam, não discordando da
replicação de Lewis, mas defendendo que a crítica a Gould foi em partes injusta e que ele próprio havia até
elogiado o cuidado de Morton como cientista. De fato, Gould pensava que os erros de Morton eram
inconscientes, não racismo explícito.
[kkk]
N. do T.: A palavra em inglês é gleaner, do verbo glean, “coletar informações em pequenas
quantidades e muitas vezes com dificuldade” (Cambridge Dictionary). Usei depreensor, derivado de
depreender.
[lll]
N. do T. Um mês antes de eu terminar a tradução deste livro, pela primeira vez um robô produtor de
texto, o ChatGPT em sua versão 3, produzido pela organização OpenAI, tornou-se coautor de um artigo
acadêmico. A acadêmica de enfermagem Siobhan O’Connor o incluiu como segundo autor em um artigo
que trata do uso de robôs do tipo para a educação da área (DOI: 10.1016/j.nepr.2022.103537). Se isso
equivale ao início da ciência não-humana e robótica, não sei. Mas o robô é um conjunto enorme de regras
estatísticas aplicadas a um colossal banco de dados que vai até o ano de 2021. Parece distante das
capacidades cognitivas humanas. (Nota de 16 de janeiro de 2023.)
[mmm]
N. do T.: A informação sobre 95% do DNA ser desimportante funcionalmente está desatualizada. Foi
descoberta desde então uma miríade de RNAs não codificantes com funções biológicas importantes. Às
vezes, íntrons podem ter funções no fenótipo, também. Há um debate na filosofia da biologia sobre o que se
quer dizer com “função”. Projetos como o Encode pareceram tratar qualquer reatividade química das
macromoléculas celulares como um sinal de função, e muitos biólogos não concordam com isso.
[nnn]
N. do T.: Aqui, Haack não está usando “singularidade” no sentido da astrofísica, que tem a ver com
buracos negros, mas no sentido de um acidente ou contingência histórica muito importante que alterou o
curso do universo.
[ooo]
N. do T.: Lawrence Peter “Yogi” Berra foi uma personalidade do baseball nos Estados Unidos. Morreu
aos 90 anos em 2015. Ele tinha frases memoráveis como “eu na verdade não disse tudo o que eu disse” (The
Yogi Book, 1997).
[1] William James, “The Importance of Individuals,” The Open Court 4, no. 154 (Agosto de 1890): 24–37,
reimpresso em William James, The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy (1897; New
York: Dover, 1956), 255–62, 256–57.
[2]
Friedrich Nietzsche, “Schopenhauer as Educator” (1874), in Untimely Meditations, trad. J. R.
Hollingsworth (Cambridge: Cambridge University Press, 1993), 125–94, 127.
[3]
A ficha caiu finalmente durante um almoço com Lorde Quinton, Sir Alfred Ayer, e Sir Peter Strawson
(os outros membros de um pequeno contingente britânico) numa conferência de 1988, na Washington
University em St. Louis, para o aniversário de 80 anos de Quine. A conversa chegou aos candidatos para
uma posição em Oxford. Sir Peter, que estava no comitê de contratação, lamentou a respeito de um
candidato: “Tenho mesmo que ler o livro chato dele?”, perguntou; ao que Sir Freddie respondeu: “Não vejo
por que ler, ele nem mesmo foi para uma escola decente.” (Ayer foi para a tradicional escola Eton; até que
ponto na lista de escolas privadas de prestígio para garotos ia o conceito de “escola decente”, não sei até
hoje).
[4] Agora lembro-me de uma conversa extraordinária que tive com Richard Rorty, quando fomos os
primeiros a chegar para uma palestra numa conferência em Belo Horizonte, Brasil. Tentando ser educada,
mas não cordial demais – já que entraríamos em embate filosófico inevitável durante o evento – perguntei
se a esposa o acompanhara; ele respondeu que não, e acrescentou: “Somos observadores de aves, e Mary só
vem quando estou viajando para uma parte do mundo onde há aves que nunca vimos antes”. Eu estava
prestes a explodir assim: “Mas veja só, você diz que não existe essa coisa de o mundo ser de certo jeito,
então que diabos você quer dizer com ‘partes do mundo onde há aves que nunca vimos antes’?” Por sorte,
na mesma hora passou voando um beija-flor preto e a conversa foi salva.
[5]
Paul Churchland, “Eliminative Materialism and the Propositional Attitudes,” Journal of Philosophy 88,
no. 2 (1981): 67–89; Stephen P. Stich, From Folk Psychology to Cognitive Science: The Case against Belief
(Cambridge, MA: Bradford Books, 1985); Patricia Churchland, “Epistemology in the Age of
Neuroscience,” Journal of Philosophy 64, no. 10 (1987): 544–53. Ver também Susan Haack, Evidence and
Inquiry, 2ª ed. expandida (1993; Amherst, NY: Prometheus Books, 2009), chap. 8.
[6]Stephen P. Stich, The Fragmentation of Reason: Preface to a Pragmatic Theory of Cognitive Evaluation
(Cambridge MA: Bradford Books, 1990) (por volta de 1990, Stich finalmente reconhecera que existem
crenças, afinal). Ver também Haack, Evidence and Inquiry, chap. 9.
[7]
Sandra Harding, The Science Question in Feminism (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1986), 252.
Quando perguntaram, quase uma década depois, que descobertas a ciência feminista tinha nos dado,
Harding respondeu que havíamos aprendido que a menstruação, a gravidez e a menopausa não são doenças.
Que esperta! Ver Colleen Cordes, “2 Scholars Examine the ‘Bizarre War’ Against Science They Say is
Being Waged by the Academic Left,” Chronicle of Higher Education, 27 de abril de 1994.
[8]
Uso a expressão de forma deliberada, pois, como veremos, quando muitas décadas depois aventurei-me a
escrever sobre a ética acadêmica, ela se tornou o meu título. Susan Haack, “Out of Step [Fora de
Compasso]: Academic Ethics in a Preposterous Environment” (2012), in Susan Haack, Putting Philosophy
to Work: Inquiry and Its Place in Culture, 2ª ed. (Amherst, NY: Prometheus Books, 2013), 251-68 (texto) &
313-17 (notas).
[9]
W. V. Quine, “Carnap and Logical Truth,” in The Philosophy of Rudolf Carnap, ed. P.A. Schilpp (La
Salle, IL: Open Court, 1963), 385–406, 387.
[10]
William James, “On Some Omissions of Introspective Psychology,” Mind 9, no. 33 (1884):1–26, pp. 2–
3.
[11]
Samuel Butler, The Way of All Flesh (1901; New York: Random House, 1998), 241 (Entendo que uma
“caça à narceja” é a expressão de Ohio para uma busca insensata por uma meta inalcançável [N. do T.: Algo
como “enxugar gelo” ou uma busca quixotesca.]).
[12]
W.V. Quine, Word and Object (Boston: Massachusetts Institute of Technology Press, 1960), 23.
[13]
Susan Haack, Deviant Logic (Cambridge: Cambridge University Press, 1974). Uma segunda edição
expandida foi publicada em 1996 sob o título Deviant Logic, Fuzzy Logic: Beyond the Formalism (Chicago:
University of Chicago Press, 1996).
[14] Susan Haack, Philosophy of Logics (Cambridge: Cambridge University Press, 1978).
[15] Susan Haack, Evidence and Inquiry: Towards Reconstruction in Epistemology (Wiley, 1995).
[16]Susan Haack, Manifesto de Uma Moderada Apaixonada: Ensanios Contra a Moda Irracionalista (Rio
de Janeiro: Loyola, 2011).
[17]
Susan Haack, Evidence Matters: Science, Proof, and Truth in the Law (New York: Cambridge
University Press, 2014).
[18]Susan Haack, “On Legal Pragmatism: Where Does ‘The Path of the Law’ Lead Us?”, The American
Journal of Jurisprudence 50 (2005): 71–105; “On Logic in the Law: ‘Something, but Not All,’” Ratio Juris
20, nº 1 (2007): 1–31; “The Pluralistic Universe of Law: Towards a Neo-Classical Legal Pragmatism,”
Ratio Juris 21, no. 4 (2008): 453–80; “The Pragmatist Tradition: Lessons for Legal Theorists,” Washington
University Law Review 95 (2018): 1049–82; “The Pragmatist [Oliver Wendell Holmes Jr.],” in The
Pragmatism and Prejudice of Oliver Wendell Holmes Jr., ed. Seth Vanatta (Lanham, Maryland: Lexington
Books, 2019), 169–89.
[19]Susan Haack, “Realisms and Their Rivals: Recovering Our Innocence,” Facta Philosophica 4, no. 1
(March 2002): 67–88; Susan Haack, “The World According to Innocent Realism: The One and the Many,
the Real and the Imaginary, the Natural and the Social” (2014), in Susan Haack: Reintegrating Philosophy,
eds. Julia Göhner & Eva-Maria Jung (Berlin: Springer, 2016), 33–58; Susan Haack, “Brave New World:
Nature, Culture, and the Limits of Reductionism,” in Explaining the Mind, eds. Bartosz Brozek, Jerzy
Stelmach & Łuckasz Kwiatek (Kraków: Copernicus Center Press, 2018), 37–68.
[20]Susan Haack, “Formal Philosophy: A Plea for Pluralism” (2005), in Susan Haack, Putting Philosophy to
Work: Inquiry and Its Place in Culture, ed. expandida (2008; Amherst, NY: Prometheus Books, 2013), 235–
50 (texto) & 310–13 (notas).
[21]
Susan Haack, Putting Philosophy to Work, 2ª ed. expandida (2008; Amherst, NY: Prometheus Books,
2013).
[22]
Susan Haack, Seis Sinais de Cientificismo. In: Húbris: Cientificismo e a Deferência Popperiana à
Ciência. Stentor Books, 2021.
[23]
Susan Haack, “The Academic-Publication Racket: Whatever Happened to Authors’ Rights?” Borderless
Philosophy 2 (2019): 1–21.
[24]
Susan Haack, “The Fragmentation of Philosophy, the Road to Reintegration,” in Göhner & Jung, Susan
Haack: Reintegrating Philosophy, 3–32.
[25]
Ver, p. ex., “The Brights’ Principles,” The Brights, acessado em 02/01/2020, the-
brights.net/vision/principles.html.
[26]
Escrevi sobre o papel do humor na filosofia em Susan Haack, “Serious Philosophy,” Spazio Filosofico
18 (2016):395–407.
[27]
Susan Haack, “Analyticity and Logical Truth in The Roots of Reference,” Theoria 42, no. 2 (1977):
129–43, reimpresso em Haack, Deviant Logic, Fuzzy Logic, 214–225.
[28] W. V. Quine, Philosophy of Logic, 2ª ed. (1970; Cambridge, MA: Harvard University Press, 1986), 81.
[29] Susan Haack, “Know’ is Just a Four-letter Word” (escrito em 1983), in Haack, Evidence and Inquiry, 2ª
ed., 391–430.
[30]Susan Haack, “A pessoa certa para o trabalho pode ser uma mulher… e outros pensamentos alheios
sobre ação afirmativa na academia” (2011), in Haack, Manifesto de Uma Moderada Apaixonada, 257–84.
Este artigo foi escrito a convite da Martha Nussbaum para uma apresentação na APA (Associação
Americana de Filosofia) que ela disse que seria um “debate”. Não foi; todos os outros palestrantes, e a
maioria da plateia, eram apoiadores entusiásticos da contratação preferencial de mulheres na academia. A
única exceção era um pequeno contingente de professores negros na sala, que me agradeceram
calorosamente por ter dito que não estava claro para mim que os problemas que eles enfrentavam eram
exatamente os mesmos que mulheres brancas enfrentavam.
[31]
Susan Haack, Manifesto de Uma Moderada Apaixonada.
[32] Susan Haack, “After My Own Heart: Dorothy Sayers’s Feminism” (2001), in Haack, Putting
Philosophy to Work, 221–29 (texto) & 309–10 (notas).
[33] Haack, Evidence and Inquiry, 164.
[34]Haack, Defendendo a Ciência, capítulo 3 (esta tarefa mostrou-se complicada ao extremo, não só porque
os cientistas provavelmente discordarão em suas crenças de fundo; mas a analogia de muitas pessoas
trabalhando no mesmo jogo de palavras cruzadas mostrou-se útil).
[35]
Haack, Defendendo a Ciência, capítulo 4. Alguns dos meus argumentos aqui foram antecipados em
Susan Haack, “Epistemology with a Knowing Subject,” Review of Metaphysics XXXIII, no. 2 (dezembro
de 1979): 309–35.
[36] Ver Susan Haack, “The Art of Scientific Metaphors,” Revista de Filosofia Portuguesa 75, no. 4 (2019).
[37]
Para ser justa, a este ponto havia muito menos filósofos gerais da ciência do que costumava haver; a
área se fragmentara em filosofia da física, filosofia da biologia etc.
[38]
Linda Zagzebski, Virtues of the Mind (Cambridge: Cambridge University Press, 1996).
[39]
Ernest Sosa, “The Raft and the Pyramid: Coherence versus Foundations in the Theory of Knowledge,”
Midwest Studies in Philosophy 5, no. 1 (1980): 3–25.
[40]Daubert vs. Merrell Dow Pharm., Inc., 509 U.S. 579 (1993); Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 522 U.S. 136
(1997); Kumho Tire vs. Carmichael, 526 U.S. 137 (1999).
[41]Susan Haack, “An Epistemologist in the Bramble Bush: At the Supreme Court with Mr. Joiner,”
Journal of Health Politics, Policy, and Law 26, no. 2 (April 2001): 217–48.
[42]
Susan Haack, “Trial and Error: The Supreme Court’s Philosophy of Science,” American Journal of
Public Health 95 sup. (2005): 66–73, reimpresso como “Trial and Error: Two Confusions in Daubert,” in
Haack, Evidence Matters, 104–21.
[43]Susan Haack, Evidence Matters: Science, Proof, and Truth in the Law (New York: Cambridge
University Press, 2014).
[44]See, e.g., Susan Haack, “La justicia, la verdad y la prueba: No tan simple, después de todo,” in
Debatiendo con Taruffo, eds. Jordi Ferrer Beltrán & Carmen Vázquez (Madrid: Marcial Pons, 2016), 311–
36.
[45]
Susan Haack, “Epistemology and the Law of Evidence: Or, Truth, Justice, and the American Way,” Olin
Lecture, Notre Dame Law School, publicado em American Journal of Jurisprudence 49 (2004): 43–61,
reimpresso em Haack, Evidence Matters, 27–46.
[46]
Oliver Wendell Holmes, The Common Law (1881), in Collected Works of Justice Holmes, ed. Sheldon
M. Novick (Chicago: University of Chicago Press, 1993) 3:111–325, 115.
[47] Susan Haack, “On Logic in the Law: Something, but Not All,” Ratio Juris 20, no.1 (2007): 1–31.
[48]Susan Haack, “The Growth of Meaning and the Limits of Formalism, in Science and Law” (2009);
versão ampliada, “Ripensare la rationalità: La Crescita di significato e i limiti del formalismo,” Diritti &
Questione Pubbliche XIX, no. 1 (2019): 160–79.
[49]
Susan Haack, Seis Sinais de Cientificismo (Publicações da Liga Humanista Secular do Brasil, 2012).
Disponível em elivieira.com/artigos/Haack_Cientificismo.pdf.
[50]
Susan Haack, Scientism and Its Discontents, (Rounded Globe, 2017).
[51]
Susan Haack, “The Real Question: Can Philosophy be Saved?” Free Inquiry 37, no. 6 (2017): 40–43.
[52]
Susan Haack, “Preposterism and Its Consequences,” Social Philosophy and Policy 13, no. 2 (Summer
1996): 296–315.
[53]
Susan Haack, “Out of Step: Academic Ethics in a Preposterous Environment,” in Haack, Putting
Philosophy to Work 251–68 (texto) & 313–17 (notas).
[54]
Susan Haack, “The Fragmentation of Philosophy, the Road to Reintegration,” in Göhner and Jung,
Susan Haack: Reintegrating Philosophy, 3–32.
[55]
Susan Haack, “The Academic-Publication Racket,” Borderless Philosophy 2 (2019): 1-21.
[56] Minha fonte é E. T. Bell, The Development of Mathematics (New York: McGraw Hill, 1949), 519.
[57]Bernard Williams, Truth and Truthfulness: An Essay in Genealogy (Princeton: Princeton University
Press, 2002). Mark Migotti, fico contente em dizer, apontou o quão grotesco isso foi. Ver Mark Migotti,
“Pragmatism, Genealogy, and Truth” (Critical Notice of Williams, Truth and Truthfulness), Dialogue 48
(inverno de 2009): 185–203.
[58]
Anil Gupta, Empiricism and Experience (New York: Oxford University Press, 2006). Curiosamente,
Gupta fez questão de referenciar dois artigos da antologia sobre epistemologia do Louis Pojman; mas
perdeu o meu de vista, que apareceu entre o primeiro e o segundo desses. Ver Louis Pojman, Theory of
Knowledge: Classical and Contemporary Sources (Belmont, CA: Wadsworth, 1998). Vai entender!
[59]Peter Tramel, “Haack’s Foundherentism is a Foundationalism,” Synthese 160, no. 2 (2008): 215–228.
Ver também Susan Haack, “The Role of Experience in Empirical Justification,” in Göhner & Jung, Susan
Haack: Reintegrating Philosophy, 157–65 (respondendo a comentários de quem adotou as ideias confusas
do Tramel).
[60]Recusei-me. O artigo é “The Embedded Epistemologist: Dispatches from the Legal Front,” Ratio Juris,
25, no. 2 (2012): 206–35.
[61]
Iddo Landau, “Should There Be a Separatist Feminist Epistemology?” The Monist 77, no. 4 (1994):
462–71. (Prof. Landau e eu trocamos correspondência por anos, aliás, sem eu saber se ele era homem ou
mulher.)
[62]F. M. Cornford, Microcosmographia Academica: Being a Guide for the Young Academic Politician,
reimpresso em University Politics: F. M. Cornford’s Cambridge and his Advice to the Young Academic
Politician, ed. G. Johnson (Cambridge: Cambridge University
Press, 1994), 100.
[63]
Depois de Evidence and Inquiry, Robert L. Heilbroner (1919–2005) — historiador de ideias
econômicas, autor do best-seller The Worldly Philosophers, enviou-me uma carta encantadora cuja
mensagem principal era “Meu Deus, mulher, você sabe escrever” (um grande elogio, vindo dele). Tornamo-
nos amigos rápido.
[64] Minha correspondência com Jacques Barzun (1907–2012), historiador de ideias e ex-reitor de
Columbia, começou depois que lhe mandei uma cópia do Manifesto de Uma Moderada Apaixonada, onde
usei o termo dele, “preposterize” [N. do T.: Algo como “absurdar”.] Ver Jacques Barzun, The American
University: How it Runs, Where It is Going (New York: Harper and Row, 1968), 221. Depois, ele me
mandou uma cópia de seu A Word of Two before You Go, autografada com “Para Susan Haack, gourmet das
palavras” (de novo, um grande elogio, vindo dele).
[65]Conheci Peter Strawson (1919–2006), Professor Waynflete de Filosofia Metafísica em Oxford, na
conferência de St. Louis que mencionei antes. Ele se mostrou um correspondente bastante prestativo e
agradável ao longo de uma série de cartas que começaram com minha assinatura “Respeitosamente, Susan
Haack” e ele assinando “Sinceramente, Peter Strawson”, mas logo foram para “Com amor, Peter” e “Com
amor, Susan”.
[66]Conheci a teórica literária e educadora Louise Rosenblatt (1904–2005), autora de Literature as
Exploration (1933), num jantar com seu marido Sidney Ratner; ela tinha 90 anos na época. Depois da morte
do Sidney, ela visitava Miami no inverno, onde dava uma aula no meu curso sobre filosofia e literatura, e
me encantava com histórias do tempo em que ela dividiu quarto com a Margaret Mead no Barnard College.
[67]
Conheci Sidney Ratner (1908–1996), historiador da economia que havia colaborado a certa altura com
Dewey, através de reuniões da Sociedade para o Avanço da Filosofia Americana. Daí se seguiu uma
correspondência prazerosa no curso da qual ele me mandou uma cópia da correspondência do Dewey com
Arthur Bentley — cuja reação a ler Peirce pela primeira vez foi exatamente como a minha: “Nossa, acabei
de encontrar uma mina de ouro!”
[68]Os leitores podem encontrar uma dessas histórias em “A pessoa certa para o trabalho pode ser uma
mulher… e outros pensamentos alheios sobre ação afirmativa na academia” (2011), in Haack, Manifesto de
Uma Moderada Apaixonada, 257–84. Mas não gosto de gastar muito tempo em tais injustiças do passado e
em condescendência — é um desperdício de uma vida curta.
[69]Ao menos se o que ouvi depois de uma pessoa em posição de saber for verdade — que, no meu caso,
depois que descobriram os nomes dos candidatos, os examinadores haviam mandado a lista de classe de
volta ao secretariado com uma notinha dizendo “checar esta; não pode ser mulher”.
[70]
Claro, as duas coisas interagem; provavelmente uma mulher filósofa independente é até mais dura de
engolir para o establishment do que um homem filósofo independente.
[71]Helmut Schoeck, Envy: A Theory of Social Behavior (1966), trad. Michael Glenny & Betty Ross,
(Indianapolis: Liberty Fund, 1987) (Sempre me perguntei se estudantes de pós-graduação em filosofia
poderiam estar sendo desencorajados a assistir às minhas palestras por uma diretora de pós-graduação que
tinha ficado, temo, perturbada pela minha crítica à epistemologia feminista; mas, claro, não consigo saber o
que houve com certeza.)
[72]
Meus agradecimentos ao Mark Migotti, que, como sempre, ajudou-me muito com comentários sobre o
rascunho, e ao Nicholas Mignanelli pela ajuda com a formatação das notas de rodapé.
[73]
Philip Guedalla, The Missing Muse (Nova York & Londres: Harper Brothers, 1930), vii.
[74]
Daubert vs. Merrell Dow Pharmaceuticals, Inc., 509 U.S. 579, 113 S. Ct. 2786 (1993).
[75]
Ophelia Benson, “Make Sense, Not War,” The Philosopher’s Magazine (2º trimestre, 2004): 58.
[76]
C. N. M. Renckens (escrevendo sob o pseudônimo “A. L. Ternee”), “Vergeet Popper: Lees Susan
Haack!” Nederlands Tijdschrift tegen de Kwakzalverij 116.4 (2005): 32-34.
[77]
William James, Pragmatism: A New Name for Some Old Ways of Thinking (1907); eds. Frederick
Burkhardt, Fredson Bowers & Ignas Skrupskelis (Cambridge: Harvard University Press, 1975), p. 95. O
título desta seção faz alusão, é claro, ao texto de James, “A Explicação Pragmatista da Verdade e Seus Maus
Interpretadores” [trad. livre], in James, The Meaning of Truth (1909), eds. Burkhardt, Bowers & Skrupskelis
(Cambridge: Harvard University Press, 1975), pp. 99–116.
[78]
Sheralee Brindell, resenha do livro em Jurimetrics 45 (verão de 2005): 483–89, p. 485.
[79]
Em especial Miriam Solomon, que escreveu que minha opinião é que “a melhor habilidade cognitiva
para fazer ciência ... é o senso comum”; “qualquer pessoa pode ser cientista”; “todos os cientistas
capacitados farão ciência mais ou menos do mesmo jeito”; e até “a ciência, e os cientistas, estão na maior
parte certos”. Miriam Solomon, “Messing with Common Sense,” Science 305 (July 2, 2004): 44–45. Parece
que essa resenhista não leu nem mesmo o prefácio!
[80]
Isso não é para negar a possibilidade da evidência de indeterminação ou do acaso.
[81]
John Maynard Keynes, A Treatise on Probability (Londres: Macmillan, 1921), pp. 27–28; Richard von
Mises, Probability, Statistics, and Truth, 2ª ed. rev. em inglês (Londres: Allen and Unwin, 1928), pp. 18, 19.
Minha fonte é Donald Gillies, Philosophical Theories of Probability (Londres: Routledge, 2000), pp. 34,
97.
[82]
Neste contexto, o livro de Israel Scheffler, Science and Subjectivity (Indianapolis, IN: Bobbs-Merrill,
1967), ou a obra mais recente de Paul Thagard, Coherence in Thought and Action (Cambridge: MIT Press,
2000), são às vezes mencionados. Mas nem Scheffler nem Thagard permitem um papel a eventos
perceptuais; ambos se focam exclusivamente em enunciados.
[83]
Ver também Haack, “Fallibilism, Objectivity, and the New Cynicism,” Episteme 1 (2004): 35-48.
[84]
Mas entre os decisores politicos, aparentemente, a ênfase, como a minha, está em como a organização,
ambiente e financiamento da ciência afetam a sua integridade. Ver, p. ex., D. E. Chubin, “Research
Malpractice,” Bioscience 35 (1985): 80–89; Raymond de Vries, Melissa S. Anderson & Brian C. Martinson,
“Normal Misbehavior: Scientists Talk about the Ethics of Research,” Journal of Empirical Research in
Human Research Ethics (2006): 43–50; e Brian C. Martinson, Melissa S. Anderson, A. Lauren Crain &
Raymond de Vries, “Scientists’ Perceptions of Organizational Justice and Self-Reported Misbehaviors,”
Journal of Empirical Research in Human Research Ethics (March 2006): 51–66.
[85]
Benson (n. 3 acima).
[86]
Volto a essas questões em “Trial and Error: The Supreme Court’s Philosophy of Science,” The
American Journal of Public Health, 95.S1, 2005: S66-S72.
[87]
Selman vs. Cobb County School District, 390 F.Supp. 2d 1286 (N.D.Ga. 2005); Kitzmiller v. Dover Area
School District, 400 F.Supp. 2d 707 (2005).
[88]
Laurie Goodstein, “The 2005 Election: School Board; Evolution Slate Outpolls Rivals,” New York
Times, 5/11/2005, A14.
[89]
Amy Worden, “Dover Schools to Pay $1 Million,” Philadelphia Inquirer, 22/02/2006.
[90]
McLean vs. Arkansas Board of Education, 529 F.Supp. 1255 (1982); Larry Laudan, “Science at the Bar:
Cause for Concern,” Science, Technology, & Human Values, 7.41: 16–19, and “The Demise of the
Demarcation Problem,” in R. S. Cohen & L. Laudan, eds., Physics, Philosophy, and Psychoanalysis
(Dordrecht, The Netherlands, 1983), 111–27. A sentença do juiz Overton em McLean, e ambos os artigos do
Laudan, estão reimpressos em Michael Ruse, ed., But Is It Science? The Philosophical Question in the
Creation/Evolution Controversy (Amherst, NY: Prometheus Books, 1996), pp. 307–31, 337–55.
[91]
Ver Karl R. Popper, “Natural Selection and Its Scientific Status,” reimpresso das seções 1 e 2 de uma
palestra de 1977 em David Miller, ed., A Pocket Popper (Londres: Fontana, 1983), pp. 239-46.
[92]
Percival Davis & Dean H. Kenyon, Of Pandas and People: The Central Questions of Biological
Origins, 2ª ed. (Dallas, TX: Haughton Publishing Company, 1993), p. 104 na edição de 1993.
[93]
Edward A. Daeschler, Neil H. Shubin & Farish A. Jenkins Jr., “A Devonian Tetrapod-like Fish and the
Evolution of the Tetrapod Body Plan,” Nature 440.6 (abril de 2006): 757–63; John Noble Wilford, “Fossil
Called Missing Link from Sea to Land Animals,” New York Times, 06/04/2006.
[94]
“If It Walks Like a Fish…,” Newsweek, 27/04/2006, 8.
[95]
Nicholas Wade & Choe Sang-Hun, “Human Cloning Was All Faked, Koreans Report,” New York Times,
10/01/2006, seção A.
[96]
“Many Researchers Break the Rules: Study,” Forbes, 13/04/2006; Nicholas Wade, “‘Cancer Study Was
Made Up,’ Journal Says,” New York Times, 19/01/2006, seção A; “Expression of Concern: Non-steroidal
Anti-inflammatory Drugs and the Risk of Oral Cancer,” Lancet 367 (21/01/2006): 196.
[97]
Subsequentemente, em “On Scientific Secrecy and ‘Spin’: The Sad, Sleazy Saga of the Trials of
Remune,” Law and Contemporary Problems 29.3 (2006): 47-98. Acompanhei com outro exemplo
mencionado na mesma página.
[98]
David J. Graham et al., “Risk of Acute Myocardial Infarction and Sudden Cardiac Death in Patients
Treated with Cyclo-oxygenase 2 Selective and Non-selective Nonsteroidal Anti-inflammatory Drugs:
Nested Case-control Study,” Lancet 365 (05/02/2005): 475-81, 480.
[99]
Heather Won Tesoriero, “Vioxx ‘Trial in a Box’ Cuts Cost of Filing Suit,” Wall Street Journal,
17/04/2006, B1, B6. Avery Johnson & Heather Won Tesoriero, “Merck Adds Another Win in Vioxx Trials,”
Wall Street Journal, 10/11/2006, B1, B2.
[100]
Heather Won Tesoriero, “First Celebrex Trial Date Is Set,” Wall Street Journal, 28/02/2006, D4.
Comunicação pessoal com o sr. Gerald Taylor, na Beasley Allen, 16/11/2006.
[101]
ClevelandClinic.org, “Cox-2 Nonsteroidal Anti-inflammatory Medication” (acesso em 03/03/2006,
agora indisponível); “Vioxx, Celebrex: Concerns over Popular Arthritis Drugs,”
cbc.ca/news2/background/drugs/cox-2.html (acesso em 03/03/2006, reacesso em 21/04/2021). Um inibidor
de Cox-2 de segunda geração, valdecoxib (Bextra, também fabricado pela Pfizer), foi lançado no mercado
em 2002, mas retirado em 2005. “COX-2 Wars Open on New Front with Bextra Launch,” Medical
Marketing and Media, 37.5, May 31, 2002; Gardiner Harris, “Problems for Painkillers: The Overview: FDA
Announces Strong Warnings for Painkillers,” New York Times, 08/04/ 2005, seção A.
[102]
Claire Bombadier et al., “Comparison of Upper Gastrointestinal Toxicity of Rofecoxib and Naproxen
in Patients with Rheumatoid Arthritis,” New England Journal of Medicine 343.21 (23/11/2000): 1520–28.
[103]
Alguns críticos suspeitaram que o ensaio não mostrava nenhum efeito cardiovascular adverso nos
pacientes que estavam tomando Vioxx por menos de dezoito meses porque o estudo tinha um poder
estatístico pequeno demais para detectar tais efeitos. Graham et al. (n. 26), p. 479. Um estudo canadense
publicado em 2006 indicou um risco maior de ataque cardíaco dentro de seis a treze dias após o início da
terapia com Vioxx. Linda E. Lévesque, James M. Brophy & Bin Zhang, “Time Variations in the Risk of
Myocardial Infarction among Elderly Users of COX-2 Inhibitors,” Canadian Medical Association Journal,
May 2, 2006, cmaj.ca/cgi/content/full/174/11/1563. (Uma versão resumida foi publicada em 174.11,
23/05/2006.)
[104]
Susan Okie, “Raising the Safety Bar—The FDA’s Coxib Meeting,” New England Journal of Medicine
352.13 (31/03/2005): 1283-85, p. 1284.
[105]
Eric Topol, “Failing the Public Health—Rofecoxib, Merck, and the FDA,” New England Journal of
Medicine 351.17 (21/10/2004): 1707–1709, p. 1707.
[106]
“COX-2 Selective Inhibitors—Important Lessons Learned,” Lancet 365 (05/02/2005): 449-51, p. 449.
[107]
Alex Berenson, “Evidence in Vioxx Suit Shows Intervention by Merck Officials,” New York Times,
24/04/2005, seção 1.
[108]
David Armstrong, “How the New England Journal Missed Warning Signs on Vioxx: Medical Weekly
Waited Years to Report Flaws in Article That Praised Pain Drug,” Wall Street Journal, 15/05/2006, A1,
A10.
[109]
Fred E. Silverstein et al., “Gastrointestinal Toxicity with Celecoxib vs. Non-steroidal Anti-
Inflammatory Drugs for Osteoarthritis and Rheumatoid Arthritis: The CLASS Study,” Journal of the
American Medical Association 284.10 (13/09/ 2000): 1247–55.
[110]
Letters, Journal of the American Medical Association 286.19 (21/11/2001): 2398–2400. A citação do
site da FDA aparece na p. 2398.
[111]
David J. Graham et al. (n. 22 acima), p. 480, citando M. Kaufman, “Celebrex Trial Halted after
Finding of Heart Risk: FDA Chief Urges Patients to Ask about Alternatives,” Washington Post, 18/12/2004,
A1.
[112]
Press Release, American Association for Cancer Research, “Studies Confirm Celecoxib May Help
Prevent Colorectal Cancer in High Risk Patients,” 03/04/2006, eurekalert.org/pub_releases/2006-04/aafc-
scc040206.php (fonte acessada em 04/04/ 2006 perdida, acesso da nova fonte em 22/04/2021). Scott
Hensley, “Drug Cuts Risks of Colon Cancer in Two Studies,” Wall Street Journal, 14/04/2006, D6.
[113]
Sarah Treffinger, “Cardiologist at Clinic to Lead Study of Painkillers,” Plain Dealer (Cleveland),
14/12/ 2005, A1.
[114]
Thomas H. Maugh II, “Probe Enters Mars Orbit,” Los Angeles Times, 11/03/2006, A12.
[115]
Michael Hanlon, “Is This Proof of Life on Mars? The Meteorite That May Finally Have Resolved the
Great Mystery,” Daily Mail, 10/02/2006.
[116]
Dan Vergano, “Saturn Moon Spurts Icy Plume,” USA Today, 13/03/2006.
[117]
Richard Mitchell, “A Minimum Competence to All, and to All a Good Night!” in The Leaning Tower
of Babel and Other Affronts by the Underground Grammarian (Boston: Little, Brown and Company, 1984),
pp. 26–28, p. 28.
[118]
Adaptado da boa frase do Steven Shapin em The Scientific Revolution, p. 1: “Não houve Revolução
Científica nenhuma, e este livro trata disso”.
[119]
Minha fonte é a introdução de Andrew Sanders à edição da Penguin de Romola, p. 10.
[120]
Reid, Essays on the Intellectual Powers (1785), 6:4:xvi. Reid foi o fundador da escola escocesa da
filosofia do senso comum. “Sensismo-Comum Crítico” foi o termo escolhido por C. S. Peirce para a sua
adaptação das ideias do Reid, e eu tomei o termo emprestado para a minha adaptação das ideias do Peirce.
[121]
Depois que escrevi este parágrafo encontrei o seguinte em Barzun, Science: The Glorious
Entertainment: “às vezes a palavra [‘ciência’] degenera-se para um título honorífico vago, sinônimo do
‘confiável’ ou ‘garantido’ do publicitário” (p. 14); e os comentários sobre o uso honorífico em Chalmers, na
introdução a What Is This Thing Called Science? e em McCloskey, Knowledge and Persuasion in
Economics, pp. 56 et seq.
[122]
Ver detalhes no capítulo 7.
[123]
Ver capítulo 11.
[124]
Rauch, Kindly Inquisitors, p. 35.
[125]
É uma ideia que introduzi primeiro em “Knowledge and Propaganda: Reflections of an Old Feminist”,
em 1993. No mesmo ano, referindo-se à mesma sorte de ideias sobre a ciência, Kitcher escreveu em The
Advancement of Science sobre a “Lenda”, ou seja, a imagem antiga e excessivamente otimista do
conhecimento e investigação científicos.
[126]
Ver capítulo 2 para detalhes.
[127]
Embora essa versão em particular fosse nova — daí “o Novo Cinismo” — a atitude de desconfiança e
hostilidade à investigação em geral, e às ciências em particular, é familiar de manifestações mais antigas.
[128]
Collins, “Stages in the Empirical Programme of Relativism”, p. 3.
[129]
Gergen, “Feminist Critique of Science and the Challenge of Social Epistemology”, p. 37.
[130]
Hubbard, “Some Thoughts About the Masculinity of the Natural Sciences”, p. 13.
[131]
Harding, The Science Question in Feminism, p. 113.
[132]
Latour, Science in Action, p. 205.
[133]
Fuller, Philosophy, Rhetoric, and the End of Knowledge, p. xx.
[134]
Rorty, “Science as Solidarity”, p. 46.
[135]
Fish, “Professor Sokal’s Bad Joke”, p. 82.
[136]
Infelizmente, o Weinberg, que cita essa observação em Facing Up, p. 8, diz que não consegue se
lembrar onde foi que a ouviu.
[137]
Chalmers, introdução a What Is This Thing Called Science?, p. xvi na primeira edição (1976), p. xix na
segunda (1982) (Não consigo encontrar essa frase na introdução da terceira [1999]). No contexto, parece
que a observação tinha a intenção de ser uma autodepreciação leve.
[138]
Theocharis & Psimopoulos, “Where Science Has Gone Wrong”; Gross & Levitt, Higher Superstition;
Perutz, “A Pioneer Defended”; Glashow, “The Death of Science!?”; Sokal, “Transgressing the Boundaries”;
Weinberg, Facing Up.
[139]
Fox, “The Ethnomethodology of Science”; Laudan, “The Pseudo-Science of Science”; Koertge,
“Wrestling With the Social Constructor”.
[140]
Ver, por exemplo, os artigos coletados em McMullin, ed., The Social Dimensions of Science.
[141]
Giere, “The Feminism Question in the Philosophy of Science”, p. 12.
[142]
Apesar de discordarmos sobre muitos dos detalhes, eu concordo com Chalmers que a falta de oferta de
uma defesa adequada por parte da tendência dominante na filosofia da ciência “serviu bem para o
movimento anticiência” (Science and Its Fabrication, p. 8).
[143]
Na verdade, foi Algernon, na obra de Wilde The Importance of Being Earnest (1895).
[144]
Bridgman, Reflections of a Physicist, Philosophical Library, Nova York, 1955, p. 535.
[145]
Uma expressão que eu introduzi pela primeira vez, em 1993, em “Knowledge and Propaganda:
Reflections of an Old Feminist”; ver também “Staying for an Answer”.
[146]
Melville, Moby-Dick, p. 335.
[147]
Harris, “Rationality in Science”, p. 46.
[148]
Embora discordemos sobre alguns dos detalhes, o meu diagnóstico tem bastante em comum com o de
Laudan em “The Sins of the Fathers...” (que eu li depois de oferecer o meu diagnóstico no primeiro
rascunho deste capítulo, mas antes de escrever a presente versão).
[149]
O título do Quine, From a Logical Point of View [De Um Ponto de Vista Lógico] — tirado da
inspiração e aplicado a ensaios em lógica formal — brinca com os dois usos.
[150]
Carnap, “The Old and the New Logic”, p. 145. (Não fique confuso com o fato de que antes, no artigo,
Carnap descreveu a sua concepção da lógica como “ampla”; ele só quer dizer que ele inclui a lógica estreita
aplicada, que é o que ele pensa a epistemologia é.)
[151]
Ver Carnap, “Testability and Meaning”.
[152]
Mas confira o capítulo 5.
[153]
Ver em especial Popper, “Philosophy of Science: A Personal Report”, e “The Problem of
Demarcation”.
[154]
O critério de demarcação é uma convenção: Popper, The Logico f Scientific Discovery, introdução à
edição em inglês, p. 18; o conhecimento científico é contínuo com o conhecimento de senso comum: The
Logic of Scientific Discovery, p. 37.
[155]
Popper, The Logic of Scientific Discovery, p. 41.
[156]
Ibid., pp. 78 et seq.
[157]
Ibid., pp. 42, 54.
[158]
Ibid., p. 31.
[159]
Ibid., p. 108.
[160]
Ibid., p. 97.
[161]
Ibid., p. 104.
[162]
Watkins, Science and Scepticism, p. 53.
[163]
Stove, Popper and After, capítulos 1 e 2.
[164]
Olding, “Popper for Afters”, p. 21 (por alguma razão, Stove perdoou Popper por isso, mas não
Lakatos).
[165]
Popper, The Logic of Scientific Discovery, nota 1*, pp. 251-52.
[166]
Popper, Objective Knowledge, pp. 21-22.
[167]
Popper, The Logic of Scientific Discovery, p. 111.
[168]
Popper, “The Verification of Basic Statements” e “Subjective Experience and Linguistic Formulation”.
Ver também Haack, Evidence and Inquiry, capítulo 5.
[169]
Em uma palestra dada ao Departamento de Física, Universidade de Miami, primavera de 1998.
Embora Bondi em outros lugares (por exemplo, The Universe at Large) se refira com admiração ao Popper,
e discuta o “Paradoxo de Olbers”, não consegui encontrar o argumento que ele fez nesta palestra em uma
fonte publicada.
[170]
Sobre Daubert ver o capítulo 9 e meu “Trial and Error: The Supreme Court’s Philosophy of Science”.
[171]
Por exemplo, pela Hesse em “Positivism and the Logic of Scientific Theories”, p. 97, e em The
Structure of Scientific Inference, pp. 89 et seq.
[172]
Popper, “Conjectural Knowledge”, nota 29, p. 20.
[173]
Hempel, “Studies in the Logic of Confirmation”, pp. 4, 6.
[174]
Ibid., pp. 39 et seq.
[175]
Ibid., pp. 22-24.
[176]
Ibid., pp. 10ff; a citação é da p. 19.
[177]
Ibid., pp. 35 et seq.
[178]
Tarski, “The Semantic Conception of Truth”.
[179]
Carnap, Logical Foundations of Probability, pp. 478-82.
[180]
Hempel, “Postscript (1964) on Confirmation”, p. 50.
[181]
Goodman, “The New Riddle of Induction”.
[182]
Hempel, “Postscript (1964) on Confirmation”, p. 51.
[183]
Hempel, “The Irrelevance of the Concept of Truth for the Critical Appraisal of Scientific Theories”,
pp. 77, 78. Como veremos no capítulo 5, este argumento é um non sequitur — ou, ainda, um par de non
sequiturs.
[184]
Reichenbach, The Theory of Probability; Experience and Prediction; “On the Justification of
Induction”.
[185]
Mas como Frank Ramsey, a quem Carnap faz um reconhecimento na p. 36 de Logical Foundations of
Probability.
[186]
Ver capítulo 3, para mais desambiguações.
[187]
Carnap, Logical Foundations of Probability, p. 43.
[188]
Ibid., p. 20.
[189]
Ibid., pp. 204 et seq.
[190]
Ibid., p. 20.
[191]
Sobre a analogia com a lógica dedutiva, ver Carnap, Logical Foundations of Probability, pp. 200-201 e
297-98.
[192]
Carnap, Logical Foundations of Probability, pp. 243, 229.
[193]
Hintikka, “Towards a Theory of Inductive Generalization”; ver também Cohen, “Inductive Logic
1945-1977”.
[194]
Carnap, Logical Foundations of Probability, p. 218.
[195]
Ibid., p. 218.
[196]
Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions, p. 11.
[197]
Ibid., p. 171.
[198]
Ibid., p. 170.
[199]
Ibid., p. 42.
[200]
Ibid., p. 111.
[201]
Ibid., p. 118.
[202]
Ibid., p. 129.
[203]
Kuhn, “Logic of Discovery or Psychology of Research?”, citação da p. 16.
[204]
Kuhn, “Reflections on Receiving the John Desmond Bernal Award”, pp. 28, 30.
[205]
Kuhn, “Afterwords”, p. 336.
[206]
Hesse, The Structure of Scientific Inference, p. 4.
[207]
Ibid., p. 27.
[208]
Ibid., p. 11.
[209]
Ibid., p. 72.
[210]
Como antecipado no livro anterior da Hesse, Models and Analogies in Science.
[211]
Hesse, The Structure of Scientific Inference, p. 104 (Hesse aponta, no entanto, que a atribuição ao
Reverendo Thomas Bayes não é historicamente precisa, dado que ele na verdade provou um corolário
diferente do axioma da multiplicação).
[212]
Carnap, Logical Foundations of Probability, p. 332.
[213]
Hesse, The Structure of Scientific Inference, p. 127.
[214]
Ibid., pp. 124-25.
[215]
Hesse, “How to Be Postmodern without Being a Feminist”, pp. 458, 459.
[216]
Stove, Popper and After, p. 10 (p. 34 na nova edição, Anything Goes).
[217]
Popper, “Normal Science and Its Dangers”.
[218]
Lakatos, “Falsification and the Methodology of Scientific Research Programmes”, p. 87.
[219]
Ibid., p. 48.
[220]
Ibid., p. 29.
[221]
Popper, The Logic of Scientific Discovery, p. 107; Lakatos, “Falsification and the Methodology of
Scientific Research Programmes”, p. 16.
[222]
Lakatos, “Falsification and the Methodology of Scientific Research Programmes”, p. 25 (não entrarei
nos meandros da interpretação que Lakatos faz de Popper, mas penso que é incorreta — como também
pensava Popper).
[223]
Lakatos, introdução a The Methodology of Scientific Research Programmes, p. 6; “Falsification and the
Methodology of Scientific Research Programmes”, p. 65.
[224]
Isso é parte do motivo do Stove ter classificado Popper, junto a Lakatos, Kuhn e Feyerabend, como o
primeiro dos “quatro irracionalistas modernos”.
[225]
Feyerabend, Killing Time, p. 146; a acusação de Theocharis & Psimopoulos, “Where Science Has
Gone Wrong”, já foi citada no capítulo 1.
[226]
Feyerabend, Killing Time, p. 142.
[227]
Szasz, The Second Sin, pp. 26-27.
[228]
Quine & Ullian, The Web of Belief, p. 79.
[229]
Quine, From Stimulus to Science, p. 16.
[230]
Quine, “Epistemology Naturalized”, pp. 87-88.
[231]
Quine, Word and Object, p. 23.
[232]
Quine, “On Empirically Equivalent Theories of the World”, pp. 313, 322.
[233]
Ibid., p. 327.
[234]
Wang, Beyond Analytic Philosophy, pp. 153, 174-76.
[235]
“Mundana” em vez de “semântica” porque a última poderia ser confundida com uma alusão à
dependência carnapiana de relações de significado analítico entre predicados ou, no contexto da filosofia da
ciência mais recente, com a abordagem do Patrick Suppes em termos de modelos matemáticos formais das
teorias científicas.
[236]
Lakatos, “Falsification and the Methodology of Scientific Research Programmes”, p. 87.
[237]
Tomei emprestado o termo “densidade” da descrição do mundo do Norman Levitt como “denso, mas
não impenetrável” para investigadores humanos; ver Prometheus Bedeviled, p. 37.
[238]
Sobre as críticas sociológicas à ciência, ver o capítulo 7; sobre críticas literárias e retóricas, capítulo 8;
sobre críticas feministas, capítulo 11 e capítulo 12; e sobre o Novo Cinismo em geral, capítulo 12.
[239]
Por exemplo, sobre o bayesianismo, ver capítulo 3; sobre o empirismo construtivo, capítulo 5; sobre o
naturalismo, capítulo 11.
[240]
Einstein, “Physics and Reality”, p. 295.
[241]
Rogers, “Come In, Mars”, pp. 56-57.
[242]
Wilford, “2 New Chemical Studies Find Meteorite Samples Show No Traces of Past Life on Mars”, p.
A22.
[243]
Compare com Russell: “percepções individuais são a base de todo o nosso conhecimento, e não existe
método pelo qual possamos começar com os dados... públicos para muitos observadores” (Human
Knowledge, p. 8).
[244]
Essa frase deve ser lida no espírito da descrição funderentista oferecida em Evidence and Inquiry,
capítulo 4; não como se dissesse, como diria um fundacionalista, que crenças experienciais apoiam, mas
não são apoiadas por outras crenças.
[245]
Ver capítulo 2.
[246]
Algo parecido é sugerido pelo Russell em Human Knowledge, pp. 4, 63 et seq., 501, 502. Só “algo
parecido”, no entanto; pois Russell esforça-se para ressaltar que a definição ostensiva deixa espaço para
diferenças no significado atribuído a uma palavra por um indivíduo ou outro.
[247]
O exemplo vem do Popper, de uma passagem em que, em vez de negar a relevância da experiência, ele
insiste na falibilidade dos “enunciados básicos”.
[248]
Ambos Popper e Van Fraassen, de formas diferente, fazem distinção entre crença e aceitação; eu não
faço.
[249]
Prova: De “p & não-p” segue-se que p. De “p” segue-se que p ou q. De “p & não-p” também se segue
que não-p. De “não-p” e “p ou q” segue-se que q. QED.
[250]
Hempel percebe o problema; ele sugere que relatos observacionais contraditórios poderiam ser
excluídos “por meio de uma leve restrição da definição de ‘relato observacional’”, mas que “não há razão
importante para fazê-lo” (“Studies in the Logic of Confirmation”, p. 31, nota 48). Carnap discute o
problema em uma nota com título “Remarks on the Exclusion of L-false Evidence”, Logical Foundations of
Probability, pp. 295-96.
[251]
Talvez seria desejável acrescentar, como precaução contra uma dificuldade paralela em potencial no
caso de a alegação em consideração ser necessariamente verdadeira, que a conclusividade exige que essa
evidência, mas não qualquer outra evidência não importa qual, dedutivamente implique a alegação em
consideração. Mas deixarei essas complicações de lado.
[252]
Ver Routley et al., Relevant Logics and Their Rivals (sobre lógicas da relevância, paraconsistentes
etc.); Haack, Philosophy of Logics, pp. 197-203; e Evidence and Inquiry, pp. 83-84. Fiquei feliz de
encontrar Thagard tomando um caminho muito parecido com o meu, independentemente, em seu
Conceptual Revolutions.
[253]
Quine & Ullian, The Web of Belief, p. 79, já citado no capítulo 2.
[254]
Embora eu tenha chegado nele independentemente, este é essencialmente, percebo agora, o diagnóstico
dado pelo Hempel (em seu vocabulário confuso de verificação “absoluta” versus “relativa”) em 1945, na
seção 10 de “Studies in the Logic of Confirmation”. Ver também Hesse, The Structure of Scientific
Inference, pp. 130-31.
[255]
Assim como Kitcher (The Advancement of Science, capítulo 8), considero que a epistemologia da
ciência é social em um sentido relativamente conservador, envolvendo interações entre indivíduos.
[256]
Minha fonte é Judson, The Eighth Day of Creation, pp. 264-65.
[257]
Peirce, Collected Papers, 5:402, segunda nota. As referências a este trabalho serão feitas por volume e
números dos parágrafos.
[258]
“[O] princípio das melhores evidências... expressa a obrigação dos litigantes de providenciar
evidências que melhor facilitarem essa tarefa central de resolver precisamente questões disputadas de
fatos”: Nance, “The Best Evidence Principle”, p. 233.
[259]
Watson, Molecular Biology, p. 52.
[260]
No uso comum, “garantia” e “justificação” são mais ou menos intercambiáveis; mas estou explorando
deliberadamente a disponibilidade das duas palavras para fazer uma distinção necessária. (Em Evidence and
Inquiry, como aqui, considero que a justificação é um conceito em parte causal; mas não empreguei, como
aqui, a noção puramente evidencial da garantia.)
[261]
Ver, por exemplo, Laudan, “A Critique of Underdetermination”, p. 91. Ver Mayo, Error and the
Growth of Experimental Knowledge, pp. 206 et seq.,
[262]
Cowley, “Cannibals to Cows”, p. 54.
[263]
Judson, The Eighth Day of Creation, p. 495.
[264]
Planck, Scientific Autobiography, pp. 33-34.
[265]
Minha fonte é Meehl, “Corroboration and Verisimilitude”, pp. 25-26, 54, citando Snyder, Principles of
Heredity, p. 301.
[266]
Portugal & Cohen, A Century of DNA, capítulo 1.
[267]
Olby, The Path to the Double Helix, pp. 6-10, citando (p. 7) Frey-Wyssling “Frühgeschichte und
Ergebnisse der submikroskopischen Morphologie”, p. 5; A resposta de Staudinger a seus críticos pode ser
traduzida como “Eu fico aqui; não há nada mais que eu possa fazer”.
[268]
Mas veja Olby, The Path to the Double Helix, pp. 89 et seq. sobre a precisão da atribuição.
[269]
Chargaff, “Chemical Specificity of Nucleic Acids and Mechanism of Their Enzymatic Degradation”. A
tabela com os dados do Chargaff está reproduzida em Bauer, Scientific Literacy and the Myth of Scientific
Method, p. 22.
[270]
Hershey & Chase, “Independent Functions of Viral Protein and Nucleic Acid in Growth of
Bacteriophage”.
[271]
Watson, The Double Helix, p. 14.
[272]
As referências no que se segue são a Watson & Crick, “The Structure of DNA”. Os dois artigos mais
curtos publicados no mesmo ano são “Molecular Structure of Nucleic Acids” e “Genetical Implications of
the Structure of Deoxyribonucleic Acid”.
[273]
Kendrew, The Thread of Life, p. 63.
[274]
Crick, What Mad Pursuit, p. 73.
[275]
Meehl, “Corroboration and Verisimilitude”, p. 27. Portugal & Cohen, A Century of DNA, p. 3, sugerem
a analogia de um jogo de quebra-cabeças.
[276]
Crick, What Mad Pursuit, p. 70.
[277]
Ibid., pp. 71 et seq.
[278]
Goodman, “The New Riddle of Induction”, pp. 70-71; a citação é da p. 71.
[279]
Ibid., p. 74.
[280]
Quine, “Natural Kinds”.
[281]
Um argumento devido à Judith Thomson, “Grue”.
[282]
Foi inevitável, suponho: logo depois que terminei este capítulo, li (em Read, “For Parched Lawns, A
Patch of Blue”) que misturas de sementes recém-introduzidas para reparar o gramado, com a função de
camuflar pontos mortos enquanto grama nova se enraíza, produzem trechos de grama azul-celeste!
[283]
Ainda que o sistema sensorial humano perceba a intensidade da luz continuamente, ele quebra
comprimentos de onda de luz que variam continuamente em unidades mais ou menos discretas do espectro
da cor; e, embora os vocabulários de cor difiram de uma língua para outra, não o fazem ao acaso, mas em
até 11 unidades básicas de cor em uma ordem especial. Baseio-me aqui em Wilson, Consilience, pp. 161-
65. Ele se refere a artigos de Denis Baylor, John Gage, John Lyons e John Mollon em Lamb & Bourriau,
Colour: Art and Science, e Lumsdem & Wilson, Promethean Fire.
[284]
Ver Laudan, “Demystifying Underdetermination” e Laudan & Leplin, Empirical Equivalence and
Undedetermination”.
[285]
E se assemelha bastante, também, à descrição da Hesse (ver capítulo 2). Hesse também nota as
mudanças de posição do Quine sobre a questão da distinção observacional/teórico (ver The Structure of
Scientific Inference, p. 27).
[286]
Poincaré, Electricité et optique, p. vi.
[287]
Bridgman, “The Prospect for Intelligence”, p. 535.
[288]
Haack, Evidence and Inquiry (1993), p. 137. Logo depois, desenvolvi essas ideias em “Puzzling Out
Science” (1995) e “Science as Social?—Yes and No” (1996).
[289]
Dewey, Logic, The Theory of Inquiry, p. 66.
[290]
Minha fonte é Grove, In Defence of Science, p. 13; ele não dá uma referência exata, não consegui
localizar a passagem em questão.
[291]
Einstein, “Physics and Reality”, p. 290.
[292]
Bridgman, “New Vistas for Intelligence”, p. 554.
[293]
Bergmann, Philosophy of Science, p. 20.
[294]
Bridgman, “On ‘Scientific Method’”, p. 81.
[295]
Ibid., pp. 81-83.
[296]
O termo “raciocínio de fachada” vem de Peirce, Collected Papers, 1:57; ver também Haack,
“Confessions of an Old-Fashioned Prig”, e “Preposterism and Its Consequences”.
[297]
Ver Haack, Deviant Logic, Fuzzy Logic: Beyond the Formalism.
[298]
Harris, “Rationality in Science”, pp. 40-44.
[299]
Bacon, The New Organon, aforismo 2.
[300]
Peirce, Collected Papers, 1:46-48.
[301]
Duhem, The Aim and Structure of Physical Theory, capítulo 5, apud Hesse, Models and Analogies in
Science, pp. 1-2.
[302]
Kendrew, The Thread of Life, p. 20.
[303]
Ver Craig, “Chaperones, Molecular”, in Meyers, Molecular Biology and Biotechnology, pp. 162-65:
“As acompanhantes [chaperonas] moleculares são proteínas ubíquas que têm um papel crítico nos processos
celulares de dobramento de proteínas e translocação de proteínas através de membranas para dentro de
organelas”.
[304]
Conhecidas pelas siglas CAT, MRI (que usa magnetismo como raios X usam radiação), PET e EBT.
Minha fonte é a história da tecnologia de imageamento médico de Kevles, Naked to the bone, e, para a
tomografia de emissão de elétrons (EBT), Parker-Pope, “New Tests Go Beyond Cholesterol to Find Heart-
Disease Risks”.
[305]
Minha fonte é Judson, The Eighth Day of Creation, pp. 35-39.
[306]
Belenky et al., Women’s Ways of Knowing; Haack, “Knowledge and Propaganda”, p. 125.
[307]
Thomas, Hosenball & Isikoff, “The JKF-Marilyn Hoax”.
[308]
Bridgman, Reflections of a Physicist, p. 81.
[309]
Tessman & Tessman, “Efficacy of Prayer”, criticando Byrd, “Positive Therapeutic Effects of
Intercessory Prayer in a Coronary Care Unit”.
[310]
Benveniste et al., “Human Basophil Degranulation Triggered by Very Dilute Antiserum Against IgE”;
Maddox et al., “‘High-Dilution’ Experiments a Delusion” (citações da p. 287).
[311]
Gillespie, The Edge of Objectivity, pp. 16, 144.
[312]
Ver Bird, Enterprising Women, p. 117.
[313]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 153 et seq.
[314]
Johnson, “In Silica Fertilization”. [N. do T.: O pseudolatim “in silico” se consagrou mais pelo uso do
que “in silica”.]
[315]
Hrobjartsson & Gotzsche, “Is the Placebo Powerless?” Ver também Bailar, “The Powerful Placebo and
the Wizard of Oz”; Kolata, “Placebo Effect Is More Myth than Science, Study Says”, e “Putting Your Faith
in Science?”.
[316]
Begley, “In the Placebo Debate, New Support for the Role of the Brain in Healing”.
[317]
Duhem, The Aim and Structure of Physical Theory, p. 217.
[318]
O tipo desejável de pluralismo esboçado aqui não deve ser confundido com os pluralismos politizados
de raça e gênero criticados no capítulo 11, pp. 313 et seq.
[319]
Polanyi, “The Republic of Science”.
[320]
Gardner, Science: Good, Bad and Bogus, p. 235. A referência do Gardner à história antiga confirma as
minhas observações anteriores a respeito da sobreposição da investigação científica às outras investigações.
[321]
“Wish You Were Here”, Oxford Today 10, no. 3, Trinity 1998, p. 40.
[322]
Begley, “The Ancient Mariners”, p. 54.
[323]
White, “GM Takes Advice from Disease Sleuths to Debug Cars.”
[324]
Bounds, “One Family’s Search for a Faulty Gene”.
[325]
Resenhas do livro — exceto a de Chargaff, negaram permissão para reproduzi-la — estão compiladas
convenientemente na edição do Gunther Stent de The Double Helix. Ver também Olby, The Path to the
Double Helix, e Judson, The Eighth Day of Creation.
[326]
Diderot, Addition aux pensées philosophiques.
[327]
Watson, The Double Helix, p. 32.
[328]
Ibid., p. 49.
[329]
Ibid., p. 59.
[330]
Ibid., p. 91.
[331]
Ibid., p. 95.
[332]
Ibid., p. 103.
[333]
Ibid., p. 110.
[334]
Ibid., p. 114.
[335]
Ibid., p. 128.
[336]
Gross, The Rhetoric of Science, capítulo 4; a citação é da p. 54. Lidarei com Halloran e Gross em mais
detalhe no capítulo 8.
[337]
Sayre, Rosalind Franklin and DNA, especialmente pp. 17 et seq.; e Judson, The Eighth Day of
Creation, pp. 147 et seq.
[338]
Watson, The Double Helix, p. 98.
[339]
Crick, What Mad Pursuit, pp. 70, 74, 75.
[340]
Gillespie, The Edge of Objectivity, p. 117.
[341]
Ramon y Cajal, Advice for a Young Investigator, p. 32; esprit de suite pode ser traduzido mais ou
menos como “espírito de persistência, de continuar”.
[342]
Saxe, “The Blind Men and the Elephant”.
[343]
Evidentemente, o problema da demarcação remonta, numa forma algo diferente, a Platão e Aristóteles.
Laudan, “The Demise of the Demarcation Problem”, é útil tanto pela história quanto pelos problemas da
preocupação com essa questão.
[344]
Bridgman, “On ‘Scientific Method’”, p. 81.
[345]
Lakatos, The Methodology of Scientific Research Programmes, p. 4.
[346]
Darwin, Autobiography, p. 45.
[347]
Popper, The Logic of Scientific Discovery, capítulo 1, seção 2; Reichenbach, Experience and
Prediction, pp. 6-7. Hoyningen-Huene, “Context of Discovery and Context of Justification”, dá um
histórico da distinção (que em algum formato remonta ao Preliminary Discourse on the Study of Natural
Philosophy do Herschel, de 1830-31, p. 164), e uma decomposição em várias distinções diferentes que ele
considera que foram mescladas.
[348]
Crick, What Mad Pursuit, pp. 65-66; cf. Meehl, “Corroboration and Verisimilitude”, p. 27.
[349]
Kolata, “Putting Your Faith in Science?”.
[350]
Rogers, “Come in, Mars” (1996); Begley & Rogers, “War of the Worlds” (1997); “Meteorite—or
Wrong?” (1998); Wilford, “2 New Chemical Studies Show no Traces of Life on Mars” (1998); Hayden, “A
Message, but Still no Answer” (1999); “NASA Scientists Seem Close to Confirming…” (1999); “Did the
Mars Lander Crash in a Grand Canyon?” (janeiro de 2000); Broad, “Evidence Builds That Mars Lander is
Source of Mystery Signal” (fevereiro de 2000); Murr, “Final Answer: It Crashed” (abril de 2000); e Guterl,
“Water, Water Everywhere” (junho de 2002).
[351]
Peirce, Collected Papers, 5:265.
[352]
Para uma articulação do meu “realismo inocente”, indico ao leitor Haack, “Reflections on Relativism”
e “Realisms and Their Rivals: Recovering Our Innocence”. Desde que escrevi esses artigos, descobri que
Richard Boyd já tinha usado a palavra “inocência” de uma forma similar em “Constructivism, Realism, and
Philosophical Method”.
[353]
Peirce, Collected Papers, 5:172.
[354]
Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions, p. 126.
[355]
Cunningham, “This Story Has Legs”.
[356]
Eddington, New Pathways in Science, p. 211.
[357]
Root-Bernstein, “Darwin’s Rib”; minha fonte é Pennock, Tower of Babel, pp. 372, 408.
[358]
Hanson, Patterns of Discovery, p. 15. (Por que um bebê esquimó, eu me pergunto? — Não é como se
um bebê italiano, ou australiano, fosse ver a máquina de raio X como uma máquina de raio X!)
[359]
Holton, Einstein, History and Other Passions, pp. 72-73 (citando Galison, How Experiments End,
capítulo 4), e pp. 82-83 (a fotografia em questão é reproduzida na p. 83).
[360]
Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions, pp. 63 et seq.; Bruner & Postman, “On the Perception of
Incongruity: A Paradigm” (parece plausível a conjectura de que Kuhn pode ter adotado o termo
“paradigma” por conta desse artigo).
[361]
Em um experimento que vi há muito tempo na televisão, probandos que tomaram suco de laranja
tingido de roxo relataram que o líquido que tomavam tinha gosto de groselha preta; era seu juízo que estava
enviesado, ou a substância realmente tinha gosto diferente? Ambos parecem possíveis.
[362]
Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions, p. 114.
[363]
Nesse assunto, o locus classicus é obviamente “The Ontological Status of Theoretical Entities” do
Grover Maxwell.
[364]
Hempel & Oppenheim, “Studies in the Logic of Explanation”; para um resumo ver Hempel,
Philosophy of Natural Science, pp. 48 et seq.
[365]
Ver, por exemplo, Kyburg, “Reply” (resposta a Salmon); Salmon, “Statistical Explanation”, Scientific
Explanation and the Causal Structure of the World, e “Four Decades of Scientific Explanation”; Scriven,
“Definitions, Explanations, and Theories”, e “Explanations, Predictions and Laws”. As críticas são
resumidas por Kitcher em “Explanatory Unification and the Causal and the Causal Structure of the World”.
[366]
Collin, Theory and Understanding, p. 87, referindo-se a Salmon, “Statistical Explanation”; ver também
Grünbaum, “A New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 35.
[367]
O exemplo, que combina elementos de vários exemplos do Salmon, foi tirado de Collin, Theory and
Understanding, p. 87.
[368]
Van Fraassen, The Scientific Image, p. 125, citando Hanson, Patterns of Discovery, p. 54.
[369]
Ver também Friedman, “Explanation and Scientific Understanding”; Greeno, “Explanation and
Information”.
[370]
Cartwright, How the Laws of Physics Lie, pp. 51-53.
[371]
Thagard, “The Best Explanation”; “Explanatory Coherence”; “The Dinosaur Debate: Explanatory
Coherence and the Problem of Competing Hypotheses”; Conceptual Revolutions, capítulo 4; e Coherence in
Thought and Action (ver especialmente pp. 42 et seq., onde a discussão do Thagard é posta no context da
epistemologia funderentista no meu Evidence and Inquiry).
[372]
Uma palavra do Whewell, de The Philosophy of the Inductive Sciences, aforismo 14, Selected Writings,
p. 257.
[373]
Darwin, On Evolution, pp. 82-86.
[374]
Lavoisier, Oeuvres, p. 640: a hipótese do flogisto “s’adapte à toutes les explications dans lesquelles on
veut le faire entrer” (se adapta a toda e qualquer explicação na qual se lhe introduza).
[375]
Um argumento elaborado no capítulo 10, adiante.
[376]
Ver Thagard, How Scientists Explain Disease, pp. 32-33, 102.
[377]
Hacking, Representing and Intervening.
[378]
Weinberg, “Sokal’s Hoax”, p. 155.
[379]
Um argumento que devo ao Thomas Baldwin.
[380]
Cowley, “Alzheimer’s: Unlocking the Mystery”, p. 49. Logo depois, começaram a conjecturar se nos
pacientes com Alzheimer a beta amiloide retém quantidades anormais de cobre; ver Hensley, “Alzheimer’s
Cause May be Metals Buildup”.
[381]
Ver Thagard, Conceptual Revolutions, capítulo 6.
[382]
A edição do Webster que estou usando (a nona) data de 1991, o que pode explicar o seu cuidado a
respeito dos quarks!
[383]
Putnam, “Is Logic Empirical?”
[384]
Gilbert, On the Loadstone and Magnetic Bodies and on the Great Magnet the Earth (1600), in
Hutchins, ed., Gilbert, Galileo, Harvey, p. 2.
[385]
Locke, Essay (1690), III:xi:6.
[386]
Bridgman, Reflections of a Physicist, p. 82.
[387]
Harvey, Motion of the Heart, in Hutchins, ed., Gilbert, Galileo, Harvey, p. 269.
[388]
Darwin, On Evolution, p. 57.
[389]
Van Fraassen, The Scientific Image, p. 2.
[390]
Hempel, “The Irrelevance of the Concept of Truth for the Critical Appraisal of Scientific Theories”,
pp. 77-78. Ver também capítulo 2.
[391]
Ver capítulo 12, adiante.
[392]
Ver capítulo 11, adiante.
[393]
Van Fraassen, The Scientific Image, p. 12.
[394]
Ibid., p. 69.
[395]
Ibid., p. 56.
[396]
Ibid., p. 64.
[397]
Em vez de nos envolvermos numa exegese detalhada e discussão das mudanças e ambiguidades na
explicação da observabilidade do Van Fraassen, indico aos leitores Suppe, The Semantic Conception of
Theories and Scientific Realism, pp. 23-25 e capítulo 11.
[398]
Ver capítulo 11, adiante.
[399]
Giere, Science Without Laws, especialmente pp. 5 et seq., 84-96.
[400]
Watson, The Double Helix, p. 124.
[401]
Fine, “The Natural Ontological Attitude”.
[402]
Peirce, Collected Papers, 5:211.
[403]
Foucault, Power/Knowledge, p. 131; minha fonte é Windschuttle, The Killing of History, p. 131.
[404]
Ramsey, On Truth.
[405]
Goodman também faz uma alusão a esse título do James na p. 2 de Ways of Worldmaking.
[406]
Popper, “Epistemology without a Knowing Subject”, pp. 106-12.
[407]
Popper & Eccles, The Self and Its Brain.
[408]
Peirce, Collected Papers, 8:216.
[409]
Goodman, Ways of Worldmaking, p. 2.
[410]
Ibid., pp. 4-5; cf. a discussão do reducionismo no capítulo 6, adiante.
[411]
Peirce, Collected Papers, 5:172-73.
[412]
Duhem, The Aim and Structure of Physical Theory, pp. 217-18; Polanyi, Personal Knowledge, capítulo
4.
[413]
Watson, The Double Helix, p. 63.
[414]
Ramon y Cajal, Advice for a Young Investigator, pp. 76-77.
[415]
Thagard, Conceptual Revolutions, é esclarecedor em muitos problemas dessa área; mas eu discordo
dele até o ponto em que ele trata a mudança conceitual e a revisão de crenças como mutuamente
excludentes, e pensa que as revoluções conceituais são categoricamente distintas de outras mudanças.
[416]
Putnam, Mathematics, Matter and Method, vol. 1, p. 73.
[417]
Holton, Einstein, History, and Other Passions, p. 73.
[418]
Citado em Bauer, Scientific Literacy and the Myth of Scientific Method, p. 89.
[419]
Lowe, “Comment” (on Hans Jonas), p. 154.
[420]
Quem me ajudou a ver isso foi Walker Percy, “The Fateful Rift: The San Andreas Fault in the Modern
Mind”; Percy, por sua vez, se refere a Peirce com sua concepção do homem como signo.
[421]
Minha fonte é Humanities and Sciences Quarterly de Stanford, verão de 1998, “Defining Disciplines:
Antropolgy Becomes Two Departments”.
[422]
Wilson, Consilience, p. 133; Begley, “Culture Club”; de Waal, The Ape and the Sushi Master.
[423]
Wilson, Consilience, pp. 131-32. Wilson se refere a Savage-Rumbaugh & Lewin, Kanzi: The Ape at
the Brink of the Human Mind; Wrangham, McGrew, de Waal & Heltne, eds., Chimpanzee Culture; e
Fischman, “New Clues Surface About the Making of the Mind”.
[424]
Packard, The Status Seekers, p. 24.
[425]
Ver Kitto, The Greeks, pp. 36 et seq., sobre o papel do clima ameno ao permitir os feitos culturais
extraordinários da Atenas antiga.
[426]
Autor de Watership Down, a história arrepiante de uma jornada perigosa feita por um grupo de coelhos
corajosos e não tão corajosos.
[427]
Wilson, Consilience, pp. 116, 70.
[428]
Ibid., p. 131.
[429]
A despeito dos esforços de alguns filósofos de mesclar os dois casos; ver Stich, From Folk Psychology
to Cognitive Science, e Haack, Evidence and Inquiry, pp. 162 et seq.
[430]
Churchland, “The Ontological Status of Observables”, “Folk Psychology and the Explanation of
Behavior” e “On the Nature of Theories”; discutidos com delongas em Haack, Evidence and Inquiry,
capítulo 8.
[431]
Ver capítulo 4 acima.
[432]
Wilson, Consilience, pp. 71, 79.
[433]
Ibid., p. 120.
[434]
Ver Haack, Evidence and Inquiry, pp. 173 et seq.; Price, Belief.
[435]
Talvez, dado o entusiasmo pelo conexionismo, a tese bizarra do Churchland que ninguém acredita em
nada poderia ser reinterpretada com generosidade como um modo exagerado de dizer que ter uma crença é
estar não em algum estado neurofisiológico simples, mas em alguma configuração neurofisiológica
complicada.
[436]
Uma pergunta feita a mim por Corliss Swain.
[437]
Esta frase foi escrita antes que eu visse, na exibição Kon-Tiki em Oslo, um travesseiro de pedra da Ilha
de Páscoa. Mas deixarei como está.
[438]
Ver capítulo 5, acima.
[439]
Searle, The Construction of Social Reality; a citação é da p. 3.
[440]
Giddens, “Nine Theses on the Future of Sociology”, pp. 30-31; minha fonte é Windschuttle, The
Killing of History, p. 206. Como veremos no capítulo 7, “reflexividade” tem um uso diferente entre os
sociólogos da ciência.
[441]
Machlup, “Are the Social Sciences Really Inferior?”, p. 161.
[442]
Schoeck, Envy, p. 3.
[443]
Ibid., p. 369, citando Levchine, Description des hordes et des steppes des Kirghiz-Kazaks ou Kirghiz-
kaissaks, p. 343.
[444]
Minhas fontes são “AIDS and the African”, Boston Globe; “A Devastated Continent”, Newsweek;
Bartholet, “The Plague Years”; Cowley, “Fighting the Disease: What Can Be Done”; e Zimmerman,
“AIDS’s Spread Inflames Other Crises” (a citação é de “AIDS and the African”, 10 de outubro de 1999,
A1). Reportagens recentes sugerem que a Índia enfrenta uma epidemia de AIDS transmitida por prostitutas
e seus clientes caminhoneiros, a China uma epidemia de AIDS transmitida por transfusões de sangue
inseguras, e a Rússia uma epidemia de AIDS transmitida por usuários de drogas e presidiários.
[445]
Mark Schoofs, “Undermined”; a citação é da p. A10.
[446]
Braithwaite, Scientific Explanation, p. 272.
[447]
Weber, “The Interpretive Understanding of Social Action”; e Schutz, “Concept and Theory Formation
in the Social Sciences”. Também estou usando Brodbeck, introdução à Parte 1 de Readings in the
Philosophy of the Social Sciences, e Heritage, Garfinkel and Ethnomethodology, pp. 38 et seq.
[448]
Se eu pudesse fazê-lo, este seria o lugar para tratar da filosofia da ciência social de Habermas; mas é
uma tarefa que terá de ficar para uma outra hora.
[449]
O exemplo é adaptado de Burdick, “On Davidson and Interpretation”.
[450]
Sobre as diferenças entre as versões de Davidson e Quine do Princípio da Generosidade, ver Burdick,
“On Davidson and Interpretation”; Haack, Evidence and Inquiry, pp. 61 et seq.; e Haack, “‘La teoria de la
coherencia de la verdad y el conocimiento’ de Davidson”.
[451]
Ver Meehl, Clinical versus Statistical Prediction.
[452]
Merton, Social Theory and Social Structure, p. 47.
[453]
Creio que essa expressão bacana vem do Richard Feynman.
[454]
Abrahamsen, The Psychology of Crime, p. 37; devo o exemplo a Barzun, Science: The Glorious
Entertainment, p. 222.
[455]
Andreski, Social Sciences as Sorcery, capítulo 10.
[456]
James, “On a Certain Blindness in Human Beings”; “The Methods and Snares of Psychology”.
[457]
Peirce, Collected Papers, 7:605.
[458]
No inglês britânico, “uninterested” seria incorreto, mas de acordo com o dicionário Webster (9ª ed.,
1991) é um sentido legítimo no inglês americano.
[459]
Ver também Haack, “Confessions of an Old-Fashioned Prig”.
[460]
Machlup, “Are the Social Sciences Really Inferior?”, p. 165.
[461]
Nagel, “The Value-Oriented Bias of Social Inquiry” (claro, ele não usa a minha terminologia).
[462]
Andreski, Social Sciences as Sorcery, p. 103.
[463]
Crick, What Mad Pursuit, p. 70.
[464]
Andreski, Social Sciences as Sorcery, p. 232.
[465]
Devo o exemplo ao Victor Fuchs.
[466]
Heilbroner, “Economics by the Book”, pp. 18-19.
[467]
Merton, Social Theory and Social Structure, p. 49.
[468]
Como escreve Fuchs na primeira seção de “What Every Philosopher Should Know About Health
Economics”, com título “If You Don’t Know Where You Are Going, Any Road Will Get You There” [“Se
você não sabe para onde está indo, qualquer caminho vai te levar até lá”], “Parte do problema é que não
decidimos o que é que queremos que o nosso sistema de saúde faça” (p. 186).
[469]
Andreski, Social Sciences as Sorcery, p. 100.
[470]
Ver capítulo 1.
[471]
McGinnis, “The Politics of Cancer Research”.
[472]
O argumento geral sobre a previsão nas ciências sociais é feito pelo Popper no prefácio de The Poverty
of Historicism.
[473]
Merton, “Science and the Social Order”, p. 254.
[474]
Polanyi, The Republic of Science, pp. 8, 16.
[475]
Wallis, introdução a On the Margins of Science, p. 5.
[476]
Woolgar, Science: The Very Idea, p. 99.
[477]
Barnes, Interests and the Growth of Knowledge, pp. 3-4 (Mannheim), 18-19 (Habermas).
[478]
Aronowitz, Science as Power, p. 346.
[479]
Collins & Pinch, Frames of Meaning, pp. 3-4.
[480]
Woolgar, Science: The Very Idea, p. 98.
[481]
Tomlinson, “After Truth: Post-Modernism and the Rhetoric of Science”, p. 53.
[482]
Fox, “The Ethnomethodology of Science”, p. 78.
[483]
Collins & Yearley, “Epistemological Chicken”.
[484]
Barnes, “Natural Rationality”, pp. 115, 124. Minha fonte é Roth, “What Does the Sociology of
Scientific Knowledge Explain?”, p. 98.
[485]
Barnes & Shapin, introdução de Natural Order, p. 11.
[486]
Shapin, “Homo Phrenologicus: Anthropological Perspectives on an Historical Problem”, pp. 42, 65 n.
1.
[487]
Ver capítulo 1 e capítulo 6.
[488]
Ver Haack, “Reflections on Relativism: From Momentous Tautology to Seductive Contradiction”.
[489]
Ver capítulo 6.
[490]
Fichada em detalhes agonizantes por Ashmore, The Reflexive Thesis.
[491]
Manier, “Levels of Reflexivity”, p. 203.
[492]
Bloor, Knowledge and Social Imagery, p. 5.
[493]
Ibid., p. 158. Barnes também sugerem que Popper é um relativista; mas, diferente de Bloor, que parece
simplesmente ter confundido relativismo com falibilismo, seu argumento é que o Racionalismo Crítico é no
fundo completamente convencionalista. Isso é verdade; mas dificilmente é um motivo para aceitar o
relativismo.
[494]
Ibid., pp. 158-159.
[495]
Bloor, “Sociology of Knowledge”, p. 486.
[496]
Ver capítulo 3.
[497]
MacKenzie, “Statistical Theory and Social Interests: a Case Study”; Barnes & MacKenzie, “On the
Role of Interests in Scientific Change”; MacKenzie, Statistics in Britain 1865-1930.
[498]
Barnes, Interests and the Growth of Knowledge, pp 59-63; Barnes & MacKenzie, “Scientific
Judgement: the Biometry-Mendelism Controversy”.
[499]
Wynne, “C. G. Barkla and the J Phenomenon: A Case Study of the Treatment of Deviance in Physics”.
[500]
Pickering, “The Role of Interests in High-Energy Physics: The Choice between Charm and Colour”.
[501]
Dean, “Controversy over Classification: A Case Study from the History of Botany”.
[502]
Harwood, “Professional Factors”.
[503]
Roth, “What Does the Sociology of Scientific Knowledge Explain?”, p. 96.
[504]
Bloor, “On the Strengths of the Strong Programme”, p. 211. Não há referência a Quine ou Duhem em
Knowledge and Social Imagery; há uma referência à Hesse no livro e outra no posfácio acrescentado na
edição de 1993, mas nenhuma delas é para o propósito.
[505]
Collins, “Stages in the Empirical Programme of Relativism”, p. 10, n. 7.
[506]
Pickering, Science As Practice And Culture, p. 6.
[507]
Woolgar, Science: The Very Idea, p. 114.
[508]
Shapin, “Homo Phrenologicus”, p. 42.
[509]
A citação é de Shapin, “The Politics of Observation”, p. 166; na p. 167 ele dá o seguinte título à seção
final do artigo: “Social Interests and Esoteric Knowledge: Some Speculations” [“Interesses Sociais e
Conhecimento Esotérico: Algumas Especulações”].
[510]
Devo esse argumento a Cornelis de Waal.
[511]
Bloor, Knowledge and Social Imagery, pp. 170, 171. Ver Slezak, “The Social Construction of Social
Constructionism”, para detalhes das mudanças na segunda edição do livro do Bloor — descritas como
“alterações estilísticas” e correção de erros ortográficos — que enfraqueceram suas alegações para evitar a
crítica de Laudan em “The Pseudoscience of Science”.
[512]
Harwood, para crédito dele, distingue.
[513]
Barnes, Bloor & Henry, Scientific Knowledge: A Sociological Analysis, p. 128.
[514]
Collins & Pinch, Frames of Meaning, pp. 185, 184.
[515]
Collins & Pinch, “The Construction of the Paranormal”, p. 262.
[516]
Collins, “Stages in the Empirical Programme of Relativism”, p. 3.
[517]
Collins & Yearley, “Journey into Space”, pp. 372, 384; minha fonte é Roth, “What Does the Sociology
of Scientific Knowledge Explain?”, p. 99.
[518]
Ver Collins & Pinch, Frames of Meaning, p. 5: “mostramos a inadequação de qualquer concepção de
grande discordância científica em termos puramente cognitivos tais como incompatibilidade lógica”.
[519]
Collins & Pinch, Frames of Meaning, p. 190, n. 1.
[520]
Collins, “What is TRASP?”, p. 216.
[521]
Ibid., p. 217; noto que neste caso não há aspas cautelosas em “real”.
[522]
Collins, “Special Relativism: The Natural Attitude”, p. 141.
[523]
Garfinkel, Lynch & Livingston, “The Work of Discovering Science Construed with Materials from the
Optically Discovered Pulsar”, p. 137. Note a referência dupla (presumivelmente irônica) à “descoberta”.
[524]
Ver Roll-Hansen, “Studying Natural Science without Nature?”, pp. 169-70.
[525]
Latour & Woolgar, Laboratory Life, pp. 17, 31.
[526]
Ver Sismondi, “Some Social Constructions” (minha fonte é Roll-Hanson, “Studying Natural Science
without Nature?”, p. 173); cf. Musgrave, “Idealism and Antirealism”.
[527]
Latour & Woolgar, Laboratory Life, pp. 69-70, 75, 129.
[528]
Ibid., p. 171.
[529]
Ibid., p. 105.
[530]
Da mesma forma que Knorr-Cetina, The Manufacture of Knowledge.
[531]
Latour & Woolgar, Laboratory Life, pp. 85, 106, 125-26.
[532]
Ibid., p. 108.
[533]
Fox, “The Ethnomethodology of Science”, p. 73.
[534]
Latour & Woolgar, Laboratory Life, p. 177.
[535]
Barnes, “On the ‘Hows’ and ‘Whys’ of Social Change”, p. 492. Na introdução de Science in Context,
no entanto, Barnes — ou, talvez, possa-se ter a esperança que foi seu coeditor, Edge — escreve que
“ordenamentos específicos são construídos, não revelados; inventados, não descobertos” (p. 5).
[536]
Woolgar, “Critique and Criticism: Two Readings of Ethnomethodology”, pp. 507-508.
[537]
Latour & Woolgar, Laboratory Life, p. 34.
[538]
Woolgar, Science: The Very Idea, p. 106.
[539]
Woolgar, “The Ideology of Representation and the Role of the Agent”; a citação é da p. 140.
[540]
Gilbert & Mulkay, Opening Pandora’s Box: A Sociological Analysis of Scientists’ Discourse.
[541]
Mulkay, Sociology of Science: A Sociological Pilgrimage, p. xvii.
[542]
Mulkay, “Noblesse Oblige”, in Sociology of Science.
[543]
Não, isso não foi um erro de digitação; é uma referência a um artigo que Pinch atribui a “Pinch &
Pinch”, com título “Reservations about Reflexivity and New Literary Forms or Why Let the Devil Have All
the Good Tunes?” [“Reservas a respeito da Reflexividade e Novas Formas Literárias ou Por que deixar o
Diabo ter todas as canções boas?”] .
[544]
Como relatado em Collins & Yearley, “Epistemological Chicken”, p. 305. No ano 2000, fiquei
espantada ao ler, no Oxford Today, que Woolgar agora é professor de administração em Oxford.
[545]
Reproduzida de Bauer, Scientific Literacy and the Myth of Scientific Method.
[546]
Hunt, The New Know-Nothings.
[547]
Angell, “Is Scientific Medicine for Sale?” (discutido no capítulo 11).
[548]
Goodstein tem o cuidado de fazer essa distinção (“Conduct and Misconduct in Science”, pp. 34-35).
As agências federais americanas, incluindo o Serviço Público de Saúde e a Fundação Nacional da Ciência,
no entanto, falam de “fabricação, falsificação, plágio” e Nylenna et al., em “Handling of Scientific
Dishonesty in the Nordic Countries”, falam de “violações à ética de pesquisa e publicação”.
[549]
Minha fonte é Human, ed., Science and Reform: Selected Works of Charles Babbage, pp. 122 et seq.
[550]
Sapp, Where the Truth Lies, pp. 20, 297.
[551]
Minha fonte é Broad & Wade, Bretrayers of the Truth, pp. 34-35.
[552]
Kamin, The Science and Politics of I.Q.; Jensen, “Kinship Correlations Reported by Sir Cyril Burt”;
Hearnshaw, Cyril Burt, Psychologist, capítulo 12. Ver também Broad & Wade, Betrayers of the Truth, pp.
203 et seq.; Gould, The Mismeasure of Man; e Grove, In Defence of Science, pp. 106 et seq.
[553]
Gillie, “Crucial Data Was Faked by Eminent Psychologist”.
[554]
Hearnshaw, Cyril Burt, Psychologist.
[555]
Como é citado no livro do Sapp, publicado em 1990.
[556]
Joynson, The Burt Affair. Obrigada ao Edward Jayne pela indicação do livro.
[557]
Medawar, “The Strange Case of the Spotted Mice” (sobre The Patchwork Mouse de Hixson) é
particularmente esclarecedor sobre isso; ver também “Scientific Fraud” dele próprio (sobre Betrayers of the
Truth de Broad & Wade). Ambas as resenhas estão reimpressas em The Threat and the Glory.
[558]
Merton, “The Normative Structure of Science”, p. 276.
[559]
Broad & Wade, Betrayers of the Truth, p. 87.
[560]
Ver Hull, Science as Process, nesse assunto.
[561]
Ver Anderson, Impostors in the Temple, capítulo 4. De acordo com Begley, “Science Breaks Down
When Cheaters Think They Won’t Be Caught”, em dois casos recentes — o trabalho do Jan Hendrick
Schon, dos Laboratórios Lucent Bell, e a suposta descoberta de um novo átomo no Laboratório Nacional
Lawrence Berkeley — os cientistas fraudadores aparentemente tinham enganado os seus colaboradores. A
primeira de várias retratações de artigos baseados nos dados do Schon foi publicada na Science em 1º de
novembro de 2002.
[562]
Polanyi, The Republico f Science; Merton, “Science and the Social Order”.
[563]
Ver Soifer, The Tragedy of Soviet Science; Counts & Lodge, The Country of the Blind, capítulo 6 (que
inclui várias citações de artigos e discursos contemporâneos); Broad & Wade, Betrayers of the Truth, pp.
186-92, são informativos e breves. Aronowitz, que defende que “a ideologia é inevitável em todo trabalho
intelectual” (Science as Power, p. 204), afirma que o caso Lysenko é mal entendido quando tomado para
mostrar os perigos da interferência política na ciência.
[564]
Ver Beyerchen, Scientists under Hitler; “What We Now Know about Nazism and Science”.
[565]
Ver capítulo 11.
[566]
Do discurso de aceitação do prêmio Nobel de Delbrück em 1969; minha fonte é Judson, The Eighth
Day of Creation, p. 614.
[567]
Essa expressão, agora famosa, é de Glymour, em Theory and Evidence, p. ix.
[568]
Max Perutz, “The Pioneer Defended”, p. 58.
[569]
O conceito da estética é mais complexo e tem uma história mais complexa que o meu uso casual
sugere; Harries, The Broken Frame, explora algumas das complexidades que deixarei de lado.
[570]
Einstein, “Physics and Reality”, p. 295.
[571]
Medawar, Induction and Intuition in Scientific Thought, p. 48; minha fonte é Judson, The Eighth Day
of Creation, pp. 226, 640.
[572]
Jones, “Odd Outing”; Tanenhaus, “Bellow, Bloom and Betrayal”.
[573]
Irving Wallace, The Prize, p. 702.
[574]
Stendhal, The Red and the Black; Twain, Life on the Mississippi (devo o último exemplo a Asma
Uddin).
[575]
Shakespeare, A Midsummer Night’s Dream, ato 3, cena 2, linhas 296, 323-26, 328-29.
[576]
Wallace, The Man, p. 453.
[577]
O que não faz dele, de forma alguma, uma “fraude”, como sugere Medawar.
[578]
Ver capítulo 5.
[579]
Uma possibilidade trazida à minha atenção pelo Michael Neumann.
[580]
Eliot, Daniel Deronda, p. 268.
[581]
Ou falsidades; como descobri recentemente (graças a Adrian Larner), a Igreja Católica Apostólica,
fundada no começo do reinado da Rainha Vitória com doze discípulos, defendia que Cristo viria em glória
antes que todos os discípulos originais morressem; mas quando o último daqueles discípulos morreu e
Cristo não tinha vindo, colocaram um anúncio no Times para divulgar que estavam encerrando sua igreja
porque se enganaram.
[582]
Festinger, A Theory of Cognitive Dissonance; Festinger, Riecken & Schachter, When Prophecy Fails.
[583]
Bradbury, Stepping Westward.
[584]
Lodge, Changing Places.
[585]
Crick, “The Genetic Code”; Judson, The Eighth Day of Creation, pp. 462, 482, 285.
[586]
Frege, “On Sense and Reference”.
[587]
Richards, Science and Poetry, p. 29.
[588]
Minha fonte é Robert Merton, Social Theory and Social Structure, p. 70; contudo, Merton não oferece
referência.
[589]
Haack, Manifesto de Uma Moderada Apaixonada, p. vi.
[590]
Gross & Levitt, Higher Superstition, pp. 98 et seq.; Hayles, Chaos Bound.
[591]
Sokal & Bricmont, Fashionable Nonsense; Lacan, “Of Structure as an Inmixing of Otherness
Prerequisite to Any Subject Whatever”; Irigaray, “Sujet de science, sujet sexué?”.
[592]
Sturrock, “Le Pauvre Sokal”, p. 8.
[593]
Judson, The Eighth Day of Creation, p. 183.
[594]
Sayre, Rosalind Franklin and DNA, especialmente pp. 17 et seq.; ver também Judson, The Eighth Day
of Creation, pp. 147 et seq.
[595]
Bronowski, “Honest Jim and the Tinker-Toy Model”, reimpresso na edição de Stent de The Double
Helix.
[596]
Limon, “The Double Helix as Literature”, p. 36.
[597]
Ibid., pp. 30-31.
[598]
Halloran, “Towards a Rhetoric of Scientific Revolution”, p. 229.
[599]
Avery, MacCleod & McCarty, “Studies of the Chemical Nature of the Substances Inducing
Transformation in Pneumococcal Types”.
[600]
Ver Judson, The Eighth Day of Creation, p. 57.
[601]
Ver capítulo 3 e capítulo 4.
[602]
Ver Judson, The Eighth Day of Creation, p. 39.
[603]
Darwin, Autobiography and Letters, p. 105; a citação é de Origin of Species, p. 440.
[604]
Gross, The Rhetoric of Science, p. 55.
[605]
Sobre a questão da exatidão do relato do Watson que Franklin era anti-helicoidal, e que ele e Crick
estavam em uma grande corrida contra Pauling, ver Judson, The Eighth Day of Creation, pp. 141 e 151
(Franklin); 154, 161-62 e 193 (Pauling).
[606]
Gross, The Rhetoric of Science, p. 60. O nome do Bronowski, no entanto, não aparece no índice do
livro do Gross.
[607]
Grata ao Michael McCracken por me lembrar da relevância desses dois ditados.
[608]
Gross, The Rhetoric of Science, pp. 59, 61.
[609]
Lewontin, “‘Honest Jim’s’ Big Thriller About DNA”, p. 2.
[610]
Gross, The Rhetoric of Science, p. 62.
[611]
Ibid., p. 200.
[612]
Ibid., p. 201-206; o termo “realismo retórico” é meu.
[613]
Ver capítulo 5.
[614]
Gross, The Rhetoric of Science, p. 204.
[615]
Sobre os pressupostos da investigação científica e empírica cotidiana, ver capítulo 5; sobre os
pressupostos da investigação teológica, ver capítulo 10.
[616]
Ver Vickers, In Defense of Rhetoric.
[617]
Gross, The Rhetoric of Science, pp. 12, 206-207.
[618]
Ibid., p. viii (Perutz é citado na página anterior).
[619]
Gross, “Learned Ignorance”, p. 95.
[620]
Judson, The Eighth Day of Creation, p. 501.
[621]
McCloskey, Knowledge and Persuasion in Economics, pp. 273 et seq., criticando Maki, “Two
Philosophies of the Rhetoric of Economics” e “Diagnosing McCloskey”.
[622]
McCloskey, Knowledge and Persuasion in Economics, pp. 99 et seq.
[623]
Crick, What Mad Pursuit, p. 13.
[624]
Judson, The Eighth Day of Creation, p. 409.
[625]
Ver Portugal & Cohen, A Century of DNA.
[626]
Olby, The Path to the Double Helix; Portugal & Cohen, A Century of DNA.
[627]
Judson, The Eighth Day of Creation, pp. 394-95. Como indicam as aspas cautelosas, o uso de “macho”
e “fêmea” nesse contexto é estendido: bactérias com o fator F ou plasmídeo F são chamadas de “machos” e
aquelas sem o fator ou plasmídeo de “fêmeas” (devo essa informação ao David Wilson).
[628]
Ver também Haack, “Dry Truth and Real Knowledge: Epistemologies of Metaphor and Metaphors of
Epistemology”; Boyd, “Metaphor and Theory Change”. De forma geral, penso que a concepção do Boyd do
papel da metáfora na ciência é atraente; mas não me subscrevo, como ele faz, à teoria da metáfora de Black,
ou ao modelo Putnam-Kripke da linguagem científica.
[629]
Trivers, Social Evolution, p. 47.
[630]
Hamilton, “Genetical Evolution of Social Behaviour”, parte 1, p. 1.
[631]
Trivers, Social Evolution, p. 207 (definição de investimento parental; fêmeas fazem todo o
investimento), e 203 (comportamento dos pombos).
[632]
Daly & Wilson, Sex, Evolution, and Behavior, pp. 31-32, 56-57.
[633]
Dawkins, The Selfish Gene, capítulo 9.
[634]
Barash, Sociobiology and Behavior, p. 189.
[635]
Wilson, Consilience, p. 169.
[636]
Trivers, Social Evolution, p. 52.
[637]
Rorty, Consequences of Pragmatism, p. 92; ver também Haack, “As for That Phrase, ‘Studying in a
Literary Spirit’…”
[638]
Daubert I, 509 U.S. 596-97, 113 Sup. Ct. 2798 (1993).
[639]
Ver Ruse, ed., But Is It Science?
[640]
Ver Bonnischen & Schneider, “Battle of the Bones”; Hunt, The New Know-Nothings, pp. 320–26;
Chatters, Ancient Encounters. A questão jurídica foi resolvida em agosto de 2002, quando o magistrado
americano Jelderks decidiu que os restos mortais do homem de Kennewick, em vez de serem entregues às
tribos nativas americanas que os reivindicavam, poderiam ser estudados por antropólogos. [N. do T.: A
maré virou no ano de 2016, quando o Congresso americano aprovou legislação nova para dar custódia a
restos mortais milenares a nativos: o homem de Kennewick e a múmia da Caverna dos Espíritos, em
Nevada, entre outros, foram entregues para enterro pelos nativos locais após análise de parentesco genético.
As análises de ancestralidade, no entanto, mostram que esses mortos são aparentados a nativos americanos
em geral, às vezes mais aos do sul do que do norte, como no caso da múmia de Nevada
(seattlepi.com/local/politics/article/Bones-of-Kennewick-Man-the-Ancient-One-9395924.php;
nature.com/news/north-america-s-oldest-mummy-returned-to-us-tribe-after-genome-sequencing-1.21108).]
[641]
Hansen, “The Great Detective”.
[642]
Ver também o capítulo 11.
[643]
R. vs. Bourguignon. Ver também Koehler, Chia & Lindsey, “The Random Match Probability in DNA
Evidence”.
[644]
Cohen, “Reasonable Doubt”.
[645]
Huber, Galileo’s Revenge; “Junk Science in the Courtroom”; Huber & Foster, eds., Judging Science.
[646]
Cheseboro, “Galileo’s Retort”.
[647]
Schmitt, “Witness Stand”.
[648]
Hand, “Historical and Practical Considerations Regarding Expert Testimony”, p. 54.
[649]
Ver Schwartz, “A ‘Dogma of Empiricism’ Revisited”, (argumentando a favor da decisão no caso Frye
que a epistemologia feminista estabeleceu o caráter social da ciência); Notturno, “Popper, Daubert, and
Kuhn,” (argumentando a favor da decisão no caso Daubert que Popper estabeleceu a falibilidade da
ciência).
[650]
Hand, “Historical and Practical Considerations Regarding Expert Testimony,” pp. 40-49; a data (1620)
é dada na p. 45.
[651]
Landsman, “Of Witches, Madmen, and Product Liability,” p. 141.
[652]
“O réu no caso Frye foi mais tarde perdoado quando outra pessoa confessou o crime”, escreve Paul
Giannelli em “The Admissibility of Novel Scientific Evidence”, n. 42. Giannelli cita Wicker, “The
Polygraphic Truth Test and the Law of Evidence”; Wicker, diz ele, cita o Fourteenth Annual Report of the
Judicial Council of the State of New York (1948), 265. Mas, de acordo com uma explicação mais detalhada
que pude encontrar sobre as reviravoltas da história do sr. Frye — “A Still-Life Water-Color”, do Starrs —
nada disso é verdade.
[653]
Minha fonte é Starrs, “A Still-Life Water-Color”, p. 694; ele faz referência ao “Transcript on Appeal,
Arquivo 3968, arquivos inativos, National Records Center, Suitland, MD.”
[654]
Do voto do juiz Van Ordsel para o tribunal de recursos no caso Frye.
[655]
Minha fonte é Giannelli, “The Admissibility of Novel Scientific Evidence”, p. 1207.
[656]
Ver Black, Ayala & Saffran-Brinks, “Science and the Law in the Wake of Daubert,” pp. 735 et seq.,
listando o caso Reed vs. Estado e Estados Unidos vs. Addison, que rejeitou evidência de impressão vocal de
acordo com o teste Frye; e Commonwealth vs. Lykus, que admitiu evidência de impressão vocal de acordo
com o teste Frye. Há um resumo útil dos casos relevantes no Simpósio sobre a Ciência e Regras de
Evidência em Federal Rules Decisions, 1984.
[657]
Giannelli comenta: “se o ‘campo de especialização’ é estreito demais... o julgamento da comunidade
científica se torna, na realidade, a opinião de alguns poucos especialistas” (“The Admissibility of Novel
Scientific Evidence”, pp. 1209-10).
[658]
Mais uma vez, minha fonte é Giannelli, “The Admissibility of Novel Scientific Evidence”, pp. 1222 et
seq.
[659]
McCormick, McCormick on Evidence, p. 364.
[660]
Barefoot vs. Estelle, 463 U.S. 919; 103 Sup. Ct. 3408 (1983).
[661]
Barefoot vs. Estelle, 463 U.S. 901; 103 Sup. Ct. 3398.
[662]
Barefoot vs. Estelle, 463 U.S. 898; 103 Sup. Ct. 3397.
[663]
Barefoot vs. Estelle, 463 U.S. 916; 103 Sup. Ct. 3407.
[664]
Barefoot vs. Estelle, 463 U.S. 929; 103 Sup. Ct. 3413, & 463 U.S. 932, 130 Sup. Ct. 3415.
[665]
Apoio-me em Giannelli, “The Admissibility of Scientific Evidence”, pp. 1229–30. Ele menciona
Saltzburg & Redden, Federal Rules of Evidence Manual, p. 426, como defesa de que as Normas Federais
são compatíveis com o teste Frye porque elas não mencionam a aceitação geral; e Wright & Graham,
Federal Practice and Procedure, p. 92, como defea de que as Normas Federais são incompatíveis com o
teste Frye porque elas não mencionam a aceitação geral.
[666]
Graham, Federal Rules of Evidence (edição de 1987), p. 92.
[667]
Minha fonte é Gottesman, “From Barefoot to Daubert to Joiner”, pp. 757-58.
[668]
Daubert I, 509 U.S. 598; 113 Sup. Ct. 2794.
[669]
Daubert I, 509 U.S. 580; 113 Sup. Ct. 2790.
[670]
Daubert I, 509 U.S. 593; 113 Sup. Ct. 2796.
[671]
Green, “Expert Witnesses and Sufficiency of Evidence in Toxic Substance Litigation”, p. 645. Uma
nota (12) faz referência ao Popper, mas não encontrei referência ao Hempel.
[672]
Daubert I, 509 U.S. 600–601; 113 Sup. Ct. 2800.
[673]
Daubert II, 43 F. 3d 1316 (9th Cir. 1995).
[674]
Astara Moren, “Drug Revived to Fight Morning Sickness”, NurseWeek [online], (11/10/2000); agora
indisponível — Ver Lauran Neergaard, “FDA approves return of drug for morning sickness”, Yahoo News,
09/04/2013; news.yahoo.com/fda-approves-return-drug-morning-sickness-234415245--politics.html (acesso
em 04/05/2021).
[675]
Como ressalta Gottesman em “From Barefoot to Daubert to Joiner”.
[676]
De acordo com Kesan, “An Autopsy of Scientific Evidence in a Post-Daubert World”, p. 1992, antes
de Daubert, 29 estados seguiam Frye, e 20 seguiam algum padrão de relevância e confiabilidade. Seis dos
13 estados que consideraram se seguiriam Daubert decidiram por manter Frye, e, até 1995, 22 estados ainda
seguiam Frye.
[677]
Estados Unidos vs. Bonds, 558, 560. Ver Kesan, “An Autopsy of Scientific Evidence in a Post-Daubert
World”, pp. 2030–31; Scheck, “DNA and Daubert”, pp. 1991 et seq.; a citação é da p. 1993.
[678]
Em Estados Unidos vs. Martinez (1993), o tribunal não considerou a taxa de erro ou os problemas de
subestrutura de população na evidência de DNA; em Estados Unidos vs. Chinchilly (1994), o tribunal
sustentou que as falhas na metodologia de caracterização de suspeito pelo DNA afetavam o peso das
evidências, não sua admissibilidade; em Estados Unidos vs. Davis (1994), o tribunal sustentou uma
audiência do tipo Frye. Minha fonte é Kesan, “An Autopsy of Scientific Evidence in a Post-Daubert
World”, pp. 2031–33.
[679]
In Estados Unidos vs. Posado, evidências de polígrafo foram admitidas conforme Daubert; em
Estados Unidos vs. Black, foram excluídas conforme Daubert; em Estados Unidos vs. Lech e em Conti vs.
Commissioner, em vez de uma audiência do tipo Daubert ter sido sustentada, as evidências de polígrafo
foram excluídas conforme a Norma 403; e em Estados Unidos vs. Rodriguez, sustentou-se que as
evidências de polígrafo não podem ser nem excluídas nem aceitas apressadamente. Minha fonte é Kesan,
“An Autopsy of Scientific Evidence in a Post-Daubert World”, pp. 2014–16.
[680]
De acordo com David Faigman, há cerca de 700 casos federais por ano envolvendo Daubert.
[681]
General Electric Co. vs. Joiner, 522 U.S. 136; 118 Sup. Ct. 514 (1997), citando Joiner vs. Gen. Elec.
Co., 864 F.Supp. 1310, 1326 (N.D. Ga. 1994), que por sua vez cita Daubert I (onde a expressão ocorre três
vezes), 509 U.S. 590, 597, 599; 113 Sup. Ct. 2786, 2795, 2800.
[682]
Ver Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 552 U.S. 140; 118 Sup. Ct. 516.
[683]
Porém, a questão dos furanos e dioxinas continuou em aberto, segundo a Suprema Corte.
[684]
Brief for Petitioners, Gen. Elec. Co. vs. Joiner, p. 47.
[685]
Brief for Petitioners, Gen. Elec. Co. vs. Joiner, p. 49, citando Skrabanek & McCormick, Follies and
Fallacies in Medicine, p. 35, citado por Huber & Foster, eds., Judging Science, p. 142. Noto que, na mesma
página, Skrabanek e McCormick fazem referência ao que chamam de “falácia do peso das evidências”; isso,
alegam eles, não é científico porque a ciência, de acordo com Popper, enfoca as evidências negativas (que
não podem ser sobrepujadas por exemplos confirmatórios). Embora eu tome nota de os advogados da GE
citarem Peter Huber, também apontarei que Kenneth Cheseboro era um dos advogados do sr. Joiner.
[686]
Argumentação Oral do Michael H. Gottesman, Gen. Elec. Co. vs. Joiner, pp. 43-44. O sr. Gottesman
também era um dos advogados do sr. Daubert.
[687]
Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 552 U.S. 155; 118 Sup. Ct. 523 (ênfase minha).
[688]
Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 522 U.S. 151; 118 Sup. Ct. 521 (Stevens, J. ao divergir).
[689]
Kumho Tire Co., Ltd. vs. Carmichael, 526 U.S. 138, 148; 119 Sup. Ct. 1169, 1174.
[690]
Kumho Tire Co., Ltd. vs. Carmichael, 526 U.S. 151; 119 Sup. Ct. 1175.
[691]
Kumho Tire Co., Ltd. vs. Carmichael, 526 U.S. 138–39; 119 Sup. Ct. 1170.
[692]
Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 522 U.S. 136, 148; 118 Sup. Ct. 512, 520.
[693]
Para um histórico e mais detalhes, ver Hooper, Cecil & Willging, “Assessing Causation in Breast
Implant Litigation: The Role of Science Panels”.
[694]
Submission of Rule 706 National Science Panel Report, p. 2, In re: Silicone Gel Breast Implant
Products Liability Litigation (N.D. Ala. 1998) (No. CV 92-P-10000-S), Federal Judicial Center [online].
(Endereço acessado pela autora agora indisponível. Ver fonte alternativa em
fjc.gov/sites/default/files/2012/NeuSciPa.pdf, acesso em 05/05/2021.)
[695]
“Só” porque não apenas a soma é trivial comparada às indenizações ganhas em alguns casos de
implantes, mas também porque é uma quantia bem modesta dada a enormidade da tarefa. Porém, houve o
custo adicional da consultoria especial ao júri: U$1.157.594,74.
[696]
Submission of Rule 706 National Science Panel Report, p. 8.
[697]
“Pointer Rules Federal Science Panel Report Not Tainted by Payments to Panelist”, p. 4. A
discrepância entre os relatórios sobre o montante de dinheiro envolvido — os requerentes disseram U$750,
a corte disse U$500 — pode ser uma diferença entre dólares canadenses e americanos. Os requerentes
também objetaram que um colega que deu assistência ao trabalho do Dr. Tugwell no painel recebera apoio
de uma empresa de completa propriedade da Bristol-Meyers Squibb.
[698]
Ver Walker & Monahan, “Scientific Authority: The Breast Implant Litigation and Beyond”; Hooper,
Cecil & Willging, “Assessing Causation in Breast Implant Litigation”.
[699]
Goldberg, “Judges’ Unanimous Verdict on DNA Lessons: Wow!”
[700]
Bandow, “Keeping Junk Science out of the Courtroom”.
[701]
Black, Ayala & Saffran-Brinks, em “Science and the Law in the Wake of Daubert,” pp. 750 et seq.,
parecem ter confundido a corroboração, no sentido do Popper, com a confirmação. Green — que, a
propósito, introduz a filosofia da ciência do Popper em termos kuhnianos, como “o paradigma existente sob
o qual os cientistas trabalham”! — reconhece que Popper defende que “[t]eoricamente... as hipóteses nunca
são provadas afirmativamente”, mas continua com “obviamente, se uma hipótese resiste repetidamente à
falsificação, pode-se tender a aceitá-la, mesmo condicionalmente, como verdadeira” (“Expert Witnesses and
Sufficiency of Evidence in Toxic Substance Litigation,” pp. 645–46).
[702]
Faigman, “Annual Report on Science and Law” (2001).
[703]
E de quaisquer barulhos reconfortantes sobre a capacidade dos jurados de avaliar o peso das evidências
científicas.
[704]
O termo e a ideia vêm de Sellars, “Scientific Realism or Irenic Instrumentalism?”, p. 172.
[705]
61 FR 19760-01: 17972 (1996), itálico meu.
[706]
Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 522 U.S. 148; 118 Sup. Ct. 520 (Breyer, J., concordando).
[707]
Peters, “Benchmark Victory for Sound Science”.
[708]
“An Unnatural Disaster”.
[709]
Jay Reeves, “No Implant-Disease Link?” ABC News [online], 01/12/1998. Endereço da notícia e texto
agora indisponíveis (tentativa de acesso em 09/06/2021). Para recuperação do contexto, ver Lidia
Wasowicz, “Studies show no implant-disease link”, UPI, 25/10/1995. Disponível em
upi.com/Archives/1995/10/25/Studies-show-no-implant-disease-link/2585814593600/
[710]
“Silicone Breast Implants Do Not Cause Chronic Disease, but Other Complications Are of Concern,”
National Academies [online], 21/06/1999. Endereço recuperado disponível em
www8.nationalacademies.org/onpinews/newsitem.aspx?RecordID=9602, acesso em 09/06/2021.
[711]
“Transcript of Rule 706 Panel Hearing 91,” Women in Health [online], 04/02/1999. Endereço agora
indisponível. Fonte similar disponível em fjc.gov/sites/default/files/2012/NeuSciPa.pdf, acesso em
09/06/2021.
[712]
Contudo, aponto a discussão dessa questão em Gottesman, “From Barefoot to Daubert to Joiner”, n.
39.
[713]
Ver Jonakait, “Forensic Science: The Need for Regulation”.
[714]
Ver Schwartz, “A ‘Dogma of Empiricism’ Revisited”, pp. 206 et seq., para sugestões nessa linha.
[715]
Gen. Elec. Co. vs. Joiner, 522 U.S. 148; 118 Sup. Ct. 520.
[716]
No Symposium on Science and Rules of Evidence, Federal Rules Decisions, 1984, p. 206. Ver também
Schwartz, “A ‘Dogma of Empiricism’ Revisited”, pp. 229 et seq.
[717]
Os padrões de admissibilidade relativamente flexíveis, ao que parece, de depoimentos científicos
adotados pela Suprema Corte do Canadá no caso R. vs. Mohan (1994) foram substituídos em R. vs. J.-L.J.
(2000) por critérios similares aos de Daubert I.
[718]
Citado em Vadislav, ed., Vaclav Havel, or Living in the Truth, pp. 139-39, apud Holton, Science and
Anti-Science, pp. 177, 188.
[719]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, p. 260.
[720]
Ibid.
[721]
Einstein, “The Religious Spirit of Science”, p. 40.
[722]
Isso provavelmente deixa de fora o budismo como algo que realmente é uma religião, como estou
usando o termo — uma consequência que estou disposta a aceitar, em especial porque a questão do conflito
entre a ciência e a religião parece emergir em primeiro lugar no que diz respeito ao cristianismo, ao
judaísmo e ao islã.
[723]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 245-46.
[724]
Minha fonte é Mencken, Treatise on the Gods, p. 259.
[725]
Paley, Natural Theology.
[726]
Minha fonte é McIver, Anti-Evolution, p. 245.
[727]
McIver, Anti-Evolution, p. 91; a citação sobre o esqueleto do mamute é de White, A History of the
Warfare of Science with Theology in Christendom 1:242.
[728]
Browne, Charles Darwin, Voyaging, citado em Gardner, “The Religious Views of Stephen Gould and
Charles Darwin”, p. 8.
[729]
Darwin, On Evolution, p. 73.
[730]
Darwin, carta a Asa Gray, citada em Gardner, “The Religious Views of Stephen Gould and Charles
Darwin”, p. 9.
[731]
Para a frase corrigida na segunda edição, ver Gardner, Great Essays in Science, p. 13. O itálico é meu.
[732]
Huxley, Collected Essays, 5:237-38.
[733]
White, A History of the Warfare Between Science and Theology in Christendom, 1:70 (Wilberforce), 84
(Whewell).
[734]
Darwin, Autobiography and Letters, p. 267.
[735]
Minha fonte é Futuyma, Science on Trial, p. 24.
[736]
McIver, Anti-Evolution, p. 290.
[737]
Darwin, Autobiography and Letters, p. 242.
[738]
Himmelfarb, Darwin and the Darwinian Revolution, pp. 392-93.
[739]
White, The History of the Warfare Between Science and Theology in Christendom, 1:253.
[740]
McIver, Anti-Evolution, p. xiv.
[741]
White, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom, 1:5 et seq.
[742]
Aprendi sobre esse uso em Pennock, Tower of Babel, para o qual encaminho os leitores que queiram
uma discussão detalhada das várias formas de criacionismo.
[743]
Futuyma, Science on Trial, p. 205. Talvez os crentes responderão que Deus mandou os animais para
Noé; mas dou-me por satisfeita.
[744]
Easterbrook, “The New Fundamentalism”.
[745]
Behe, Darwin’s Black Box, p. 168, citando Dose, “The Origins of Life: More Questions Than
Answers”, p. 348.
[746]
Johnson, Darwin on Trial, p. 27.
[747]
Ibid., pp. 11-12.
[748]
Ibid., pp. 145-54.
[749]
Ibid., pp. 114-16.
[750]
Gross, “Politicizing Science Education”, p. 9.
[751]
Johnson, Darwin on Trial, pp. 25-26.
[752]
Futuyma, Science on Trial, p. 204.
[753]
Shermer, How We Believe, p. 114.
[754]
Maddox, What Remains to be Discovered, pp. 166-67. Para uma explicação resumida das descobertas
científicas e controvérsias desde a publicação do livro de Maddox, ver Begley, “The New Old Man” e
“Bickering over Old Bones”.
[755]
Pennock, Tower of Babel, pp. 268 et seq. Em outras passagens do livro ele faz críticas detalhadas a
outros argumentos do Behe.
[756]
Usei Dawkins, The Blind Watchmaker, pp. 39-41, 45 e 91-92. Ele cita Montefiore, The Probability of
God. Sobre a imperfeição como evidência da evolução, ver Gould, The Panda’s Thumb [O Polegar do
Panda].
[757]
Ver também Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 48-50, sobre por que razão ele não se daria ao
trabalho de testar certas alegações, por exemplo, da telecinesia.
[758]
Faço alusão às fontes que usei aqui: Pigliucci, “Where Did We Come From?” (que inclui uma
bibliografia útil de fontes históricas e contemporâneas); Maddox, What Remains to Be Discovered, parte 2.
[759]
Darwin para Hooker, apud Maddox, What Remains to Be Discovered, p. 127.
[760]
Pigliucci, “Where Do We Come From?”
[761]
Maddox, What Remains to Be Discovered, p. 133.
[762]
Ibid., pp. 25 et seq. (a citação é da p. 25).
[763]
Continuo a me basear em Maddox, What Remains to Be Discovered, dessa vez nas pp. 52-59.
[764]
Guth, The Inflationary Universe, p. 276; minha fonte é Shermer, How We Believe, p. 108.
[765]
Hawking, A Brief History of Time, p. 175; minha fonte é Shermer, How We Believe, p. 103.
[766]
Buckley, “Religion and Science: Paul Davies and John Paul II”, apud Grünbaum, “A New Critique of
Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 26.
[767]
White, A History of the Warfare of Science and Theology in Christendom, 1:2; a citação é de antigas
escrituras dos caldeus que inspiraram o Velho Testamento.
[768]
Weinberg, “A Designer Universe?”
[769]
Maddox, What Remains to Be Discovered, p. 151.
[770]
Uso Grünbaum, “A New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 30.
[771]
Earman, “The SAP [Strong Anthropic Principle] Also Rises”, p. 134; minha fonte é Grünbaum, “A
New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 30.
[772]
Minha fonte é Johnson, Darwin on Trial, p. 123.
[773]
Minha fonte é Johnson, Darwin on Trial, p. 124.
[774]
Gross, “Politicizing Science Education”, p. 10.
[775]
Não, eu não inventei essa parte.
[776]
A citação vem de um programa de televisão da BBC chamado “Mestre do Universo”; minha fonte é
Shermer, How We Believe, p. 102. No fim de Uma Breve História do Tempo, Hawking tinha escrito que, se
conhecêssemos as últimas leis da natureza, “conheceríamos a mente de Deus”; mas parece claro que essa
foi uma figura de linguagem em vez de uma afirmação de crença em um Deus pessoal.
[777]
Davies, The Mind of God, p. 189; minha fonte é Shermer, How We Believe, p. 103.
[778]
Minha discussão será relativamente breve. Há uma discussão mais longa e detalhada em Olding,
Modern Biology and Natural Theology (e uma discussão mais longa e detalhda sobre Behe — mais
simpática que a minha — em Olding, “Maker of Heaven and Microbiology”).
[779]
Swinburne, Is There a God?, pp. 68, 2.
[780]
Ibid., p. 49.
[781]
Ibid., p. 2.
[782]
Ibid., p. 41.
[783]
Grünbaum, “A New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 21.
[784]
Swinburne, Is There a God?, p. 37.
[785]
Grünbaum, “A New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”, p. 23.
[786]
Swinburne, Is There a God?, p. 130.
[787]
Ibid., p. 134.
[788]
A distinção tipográfica não é de Swinburne, é minha.
[789]
Como também nota Weinberg (Dreams of a Final Theory, p. 254).
[790]
Shermer, How We Believe, pp. 34-35 (a Virgem Maria e a locadora Ugly Duck) e 65-69 (evidências
neurofisiológicas; Lutero está na p. 68). Ver também Begley, “Religion and the Brain”.
[791]
Swinburne, The Existence of God; os argumentos bayesianos de Swinburne são criticados em detalhe
por Grünbaum em “A New Critique of Theological Interpretations of Physical Cosmology”.
[792]
Swinburne, The Existence of God, p. 244.
[793]
Swinburne, Is There a God?, p. 141.
[794]
Papa Pio XII, Humani Generis; minha fonte é Gould, Rocks of Ages, pp. 77-80.
[795]
Papa João Paulo II, “Mensagem sobre a Evolução para a Academia Pontifícia de Ciências”; minha
fonte é Dawkins, “When Religion Steps on Science’s Turf”, p. 19.
[796]
Mais uma vez, minha fonte é Dawkins, “When Religion Steps on Science’s Turf”, p. 19.
[797]
Gould, Rocks of Ages.
[798]
Ibid., pp. 52-53.
[799]
Einstein, “Science and Religion”, pp. 42, 44-45.1.
[800]
Ver também Dawkins, “When Religion Steps on Science’s Turf”, p. 18.
[801]
Ver o capítulo 11.
[802]
Gould, Rocks of Ages, pp. 60-62 (a citação é da p. 62).
[803]
Huxley, “Science and Culture”, pp. 135, 138.
[804]
Ver por exemplo Robinson, An Atheist’s Values, e ensaios compilados em Kurtz, Moral Problems in
Contemporary Society.
[805]
Ver Haack, “Worthwhile Lives”.
[806]
Mencken, Treatise on the Gods, p. 269.
[807]
Ibid., pp. 244 et seq.
[808]
Dawkins, “When Religion Steps on Science’s Turf”, p. 18.
[809]
Mais uma vez Mencken, Treatise on the Gods, p. 267.
[810]
Weinberg, “A Designer Universe?”.
[811]
Mais uma vez, ver Dawkins, “When Religion Steps on Science’s Turf”, p. 18.
[812]
Smith, “Leviticus Contains Many Proscriptions”. (Infelizmente, Smith errou na referência bíblica; é
Levítico 21:20.)
[813]
Swinburne, Is There a God?, p. 103.
[814]
Ruder, “Opening the Drawer One More Time”.
[815]
Pai de Samuel Wilberforce, o bispo anglicano que atacou Darwin ferinamente.
[816]
Weinberg, “A Designer Universe?”, referindo-se a Dyson, Imagined Worlds.
[817]
James Beattie, An Essay on the Nature and Immutability of Truth, parte 2, capítulo 1. Minha fonte é
Stove, “D’Holbach’s Dream”, p. 87.
[818]
De onde, ironicamente, vieram as palavras comoventes de James citadas no começo deste livro a
respeito do “edifício magnífico” da ciência.
[819]
James, The Will to Believe, pp. 12, 11.
[820]
Mas veja Haack, “‘The Ethics of Belief’ Reconsidered”, e “American Pragmatism”.
[821]
Peirce, Collected Papers, 5:583, 5:598.
[822]
Mencken, Treatise on the Gods, p. 230.
[823]
White, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom, 2:69.
[824]
Stowe, Uncle Tom’s Cabin, p. 275.
[825]
Dawkins, Unweaving the Rainbow, pp. 138-44; a citação é da p. 144.
[826]
Mencken, Treatise on the Gods, p. 266.
[827]
Ibid., p. 292.
[828]
Huxley, “On the Advisableness of Improving Natural Knowledge”, Collected Essays, volume I, p. 41.
O título dele é uma alusão à Royal Society for the Improvement of Natural Knowledge.
[829]
Huxley, On a Piece of Chalk (baseei-me em parte no resumo do Weinberg); a citação é de Huxley, p.
27.
[830]
Grafton, O is for Outlaw, p. 64.
[831]
Weinberg, “On a Piece of Chalk”, in Dreams of a Final Theory, pp. 20-50; a citação é da p. 25.
[832]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, p. 19.
[833]
Ellison, “Ads for a Holocaust Exhibit in London Cause a Stir”.
[834]
Peirce, Collected Papers, 1:44, 7:49.
[835]
Bridgman, “The Struggle for Intellectual Integrity”, pp. 365-66.
[836]
Minha fonte é Broad & Wade, Betrayers of the Truth, pp. 112 et seq.
[837]
Ver capítulo 7, sobre fraude na ciência.
[838]
Oppenheimer, “Physics in the Modern World”, pp. 198, 196-97.
[839]
Em uma carta a F. Dyster com data 30/01/1859, Huxley é mais ousado e explícito, declarando que
“trabalho minuciosamente bom em ciência não pode ser feito por um homem que é deficiente em altas
qualidades morais” (minha fonte é Ruse, From Monad to Man, p. 217, trazido à minha atenção pelo
Andrew Reynolds).
[840]
Watson, The Double Helix, p. 98.
[841]
Agora se sabe que o nonoxinol-9 enfraquece a mucosa da vagina, tornando a infecção mais provável.
Em consequência, muitos fabricantes e vendedores removeram os espermicidas N-9 do mercado; ver
Zimmerman, “Wary of HIV, Some Vendors Stop Selling N-9 Spermicide”.
[842]
Brannigan & Carrns, “Surprise Failure Dashes Hopes for HIV Product”; Kalb, “We Have to Save Our
People”.
[843]
Ver Hare, The Language of Morals (valores morais se sobrepõem); Chisholm, “Firth and the Ethics of
Belief”.
[844]
Butler, The Way of All Flesh, pp. 90, 281.
[845]
Huxley, “Possibilities and Impossibilities”, Collected Essays, 5:202-204.
[846]
Koehler et al., “The Random Match Probability in DNA Evidence”.
[847]
É o tema (apesar do título infeliz) de A Social History of Truth do Shapin.
[848]
Ver Wilson, “Instruments and Ideologies: The Social Construction of Knowledge and Its Critics”.
[849]
Kitcher, The Advancement of Science, p. 9.
[850]
Como defendi já em 1979, em “Epistemology with a Knowing Subject”.
[851]
Goldman, Epistemology and Cognition; ver também Haack, Evidence and Inquiry, capítulo 7.
[852]
Laudan, “Progress or Rationality? The Prospects for Normative Naturalism”.
[853]
Giere, Science Without Laws, p. 7.
[854]
Ver Darwin, The Various Contrivances by Which Orchids Are Fertilised by Insects, com excerto em
Glick & Kohn, Charles Darwin on Evolution, capítulo 11.
[855]
Dawkins, Unweaving the Rainbow, pp. 45-47; Dawkins cita Whelan, The Book of Rainbows.
[856]
Ver capítulo 10.
[857]
Carnes, “The Pentecostal City”.
[858]
Woodward, “The Changing Face of the Church”.
[859]
Einstein, “The Religious Spirit of Science”, p. 40.
[860]
Einstein, “Physics and Reality”, p. 295.
[861]
Maddox, What Remains to Be Discovered, p. 2.
[862]
Michener, The Covenant, p. 18.
[863]
Oppenheimer, “Physics in the Modern World”, p. 198.
[864]
Glashow, “The Death of Science!?”, p. 23.
[865]
Bridgman, “The Struggle for Intellectual Integrity”, p. 366.
[866]
Milton, “Civilization and Its Discontents”; minha fonte é Dennett, “Faith in the Truth”, p. 12.
[867]
Minha fonte é Dawkins, Unweaving the Rainbow, p. 30.
[868]
Nanda, “The Epistemic Charity of Social Constructivist Critics of Science”, p. 291, citando Marglin,
“Smallpox in Two Systems of Knowledge”.
[869]
Cowley & Underwood, “What’s ‘Alternative’?”.
[870]
Burton, “In trials, Potion of Herbs Slows Prostate Cancer” (a citação é da p. B1).
[871]
Minha fonte é Broad & Wade, Betrayers of the Truth, p. 194, citando Gould, The Mismeasure of Man.
[872]
Sayers, “The Human-Not-Quite-Human”, p. 142. (A própria Sayers evita a palavra “feminista”, que ela
sentia que estava sendo usada em referência a ideias contrárias aos interesses das mulheres — e ainda é).
Cf. Haack, “After My Own Heart”.
[873]
Ver Sonnert & Holton, Gender Differences in Science Careers, especialmente o capítulo 4, e Hanson,
Lost Talent.
[874]
Barzun, Science: The Glorious Entertainment, p. 20.
[875]
Oppenheimer, “Physics in the Modern World”, p. 191.
[876]
Barão D’Holbach, The System of Nature, primeira página; citado em Stove, “D’Holbach’s Dream”, p.
81.
[877]
Bacon, Great Instauration, pp. 80, 84; New Organon, aforismo 3.
[878]
Huxley, “On the Advisableness of Improving Natural Knowledge”, Collected Essays, 1:19, 27.
[879]
Dean, “Foreword” in Elvee, The End of Science?, p. viii.
[880]
Vonnegut, Wampeters, Foma & Granfaloons, pp. 163-65 (minha fonte é Holton, Science and Anti-
Science, pp. 177 e 188).
[881]
Dummett, “Ought Research to be Unrestricted?”, p. 3.
[882]
Burton & Harris, “Note of Caution: Study Raises Specter of Cardiovascular Risk for Hot Arthritis
Pills”.
[883]
Dickson identifica um acordo de dez anos e 23 milhões de dólares assinado em 1975 entre a Monsanto
e membros da Faculdade de Medicina de Harvard como um marco inicial de uma sucessão de acordos
indústria-universidade; ver The New Politics of Science, p. 66.
[884]
Schulman, “A National Survey of Provisions in Clinical-Trial Agreements between Medical Schools
and Industry Sponsors”; para um resumo, ver Zimmerman, “Medical Schools’ Research Pacts Are
Criticized”.
[885]
Gross & Levitt, Higher Superstition, p. 181.
[886]
De acordo com Bailar, “The Powerful Placebo and the Wizard of Oz”, a epidemia de cólera já tinha
começado a arrefecer antes que o dr. Snow desativasse a bomba hidráulica.
[887]
Sager, “A Profession in Crisis, a World Still in Misery”.
[888]
Millikan, “Alleged Sins of Science”. Minha fonte é Hunt, The New Know-Nothings, pp. 344, 386; ele
não dá uma página para referência.
[889]
Os membros da seita que atiraram gás sarin no metrô de Tóquio em 1995.
[890]
Spengler, The Decline of the West, 1:424.
[891]
Glashow, “The Death of Science!?”, p. 23.
[892]
Maddox, What Remains to Be Discovered, p. 378.
[893]
Holton, “How to Think about the End of Science”.
[894]
Como reconhece Holton em uma versão mais longa posterior do artigo, “A Controvérsia sobre o Fim
da Ciência”.
[895]
A palestra anterior do du Bois-Reymond aparecem em inglês como “The Limits of Our Knowledge of
Nature”. O livro do Haeckel aparece em inglês como The Riddle of the Universe — at the Close of the
Nineteenth Century. Minha fonte é Rescher, Scientific Progress, pp. 20 et seq.
[896]
Rescher, Scientific Progress, p. 22.
[897]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 13-14.
[898]
Citado em Physics Today 21 (1968):56. Minha fonte é Rescher, Scientific Progress, p. 23.
[899]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 14-15.
[900]
Holton, “How to Think about the End of Science”, p. 65.
[901]
Spengler, The Decline of the West, 1:378, 380.
[902]
Ibid. 1:417 (“pura análise”, “as formas-fés da primavera”), 419 (“implacavelmente cínica”), 420
(“declive suave da rota do declínio”).
[903]
Ibid., vol. 1, tabela III.
[904]
Einstein, “Principles of Research”, pp. 225-26.
[905]
Stent, The Coming of the Golden Age, p. 94.
[906]
Elvee, “After Twenty-Five Years: The End of Science!”, pp. x-xi.
[907]
Ibid., p. xi.
[908]
Harding, “Why Physics is a Bad Model for Physics”, p. 1.
[909]
Ibid., p. 16; como uma “autoridade” para essa alegação ela cita Smith, The Everyday World as
Problematic: A Feminist Sociology e Hartsock, “The Feminist Standpoint: Developing the Ground for a
Specifically Feminist Historical Materialism”.
[910]
Harding, “Why Physics is a Bad Model for Physics”, pp. 18-19.
[911]
Glashow, “The Death of Science!?”, pp. 24-25, 30.
[912]
Horgan faz alusão a Bloom, The Anxiety of Influence.
[913]
Michelson, Light Waves and Their Uses, p. 163.
[914]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 6, 17.
[915]
Einstein, “Principles of Research”, p. 226.
[916]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, p. 18.
[917]
Ver capítulo 11.
[918]
Holton, “How to Overcome the Limits of Science”.
[919]
Ibid., p. 6 do manuscrito em inglês.
[920]
Glashow, “The Death of Science!?”, p. 31.
[921]
Ibid.
[922]
Capítulo 6.
[923]
Peirce, Collected Papers, 1:45.
[924]
Ibid., 8:143.
[925]
A citação do Hitler é relatada por Hermann Rauschning, presidente do Senado de Danzig; minha fonte
é Holton, Einstein, History, and Other Passions, p. 31, e “Postmodernisms and the ‘End of Science’”. A
citação do Lenard é de seu Deutsche Physik, reproduzida em Clark, Einstein: The Life and Times, pp. 525-
26; minha fonte é Gross & Levitt, Higher Superstition, p. 129.
[926]
Harding, “Why Physics Is a Bad Model for Physics”, p. 4. Ela apela à “autoridade” de Fox Keller,
“The Force of the Pacemaker Concept in Theories of Aggregation in Slime Mold”, e “Cognitive Repression
in Contemporary Physics”; Forman, “Weimar Culture, Causality, and Quantum Theory”; e Hintikka &
Hintikka, “How Can Language be Sexist?”
[927]
Harding, “Why Physics Is a Bad Model for Physics”, p. 8.
[928]
Ibid., p. 18.
[929]
Devo este pensamento à Meera Nanda.
[930]
Glashow, “The Death of Science!?”, p. 26.
[931]
Gross, The Oxford Book of Aphorisms, p. 8 (nenhuma fonte original é dada).
[932]
Uma aproximação grosseira poderia ser “investigação rigorosa, organizada, sistemática”.
[933]
Minha fonte é Holton, “The Scientific Method Is Doing Your Damnedest, No Holds Barred” (a versão
em inglês condensada de “How to Overcome the Limits of Science”), p. 92.
[934]
Minha fonte para a citação do Heisenberg é Holton, “How to Overcome the Limits of Science”, p. 6 do
manuscrito em inglês.
[935]
Ver Larson, “Science and Shoestring Technology”, para uma discussão das dificuldades enfrentadas
pelos cientistas sem grandes recursos, e uma descrição da pesquisa sobre fitoplâncton e outras
características limnológicas do Lago da Cratera, Óregon, que ele conduziu usando equipamento mínimo; e
Yaukey, “The Sky’s the Limit for Backyard Scientists”, sobre dados coletados por astrônomos amadores
usando um telescópio de 40 anos e uma câmera digital feita em casa.
[936]
Maddox, What Remaisn to Be Discovered, pp. 65-67; Weinberg, Dreams of a Final Theory, capítulo
12. Lemonick, “Superconductivity Heats Up”; “The $2 Billion Hole”.
[937]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, posfácio à edição da Vintage, pp. 277-82.
[938]
Maddox, What Remaisn to be Discovered, capítulo 5; as citações são da p. 165.
[939]
Ibid., capítulo 6; a citação é da p. 199.
[940]
Mas veja Kirshner, The Extravagant Universe (ou, brevemente, Begley, “Scientists Go on Hunt for the
‘Dark Matter’ Filling in the Universe”) sobre desenvolvimentos importantes desde 1998.
[941]
Maddox, What Remains to Be Discovered, pp. 367-68.
[942]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, p. 234.
[943]
O que não é para negar que poderia haver outros sentidos nos quais a ideia de culminação poderia ser
apropriada para a arte e a literatura.
[944]
Popper, “The Aim of Science”, pp. 194-95.
[945]
Minha fonte é Popper, “The Aim of Science”, p. 194, onde Cotes é descrito como um seguidor de
Newton.
[946]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 231, 232.
[947]
Ibid., pp. 236 et seq.; Nozick, Philosophical Explanations, capítulo 2.
[948]
Weinberg, Dreams of a Final Theory, pp. 32-29; as citações são das pp. 33 e 34.