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TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I - 2017.

22 DE AGOSTO DE 2017

RESENHA 1
SARFATI, Gilberto (2005). Teorias de Relações Internacionais.
Capítulo 1: Introdução às Teorias de Relações Internacionais, p. 23-35.

Um momento marco para a origem da disciplina de Relações Internacionais se dá através da


Cadeira Woodrow Wilson de Política Internacional, em 1919, na University of Wales. Cujo
principal objetivo era entender as guerras e buscar prevení-las, ou seja, seus estudiosos da época e
até os estudantes contemporâneos visam desenvolver as questões de segurança e cooperação
internacional frente a conflitos, guerras, proteção dos Estados contra ameaças externas e construção
da paz. Sendo um campo multidisciplinar, a disciplina toma base de áreas tradicionais (direito,
política e economia), e com seus estudiosos constrói suas teorias desde os debates realizados a partir
de 1919, destacando-se a partir da década de 1970, para o desenvolvimento deste ramo
independente das ciências sociais até hoje.
Considerando as teorias de Relações Internacionais, essas buscam com suas diversas
interpretações, explicar ou refletir as visões sobre a(s) realidade(s) no mundo/do mundo em que
vivemos. Mas, o que é realidade? É aquilo que sentimos ou percebemos que é real, exatamente da
mesma maneira? Dependendo dos nossos diferentes entendimentos, nem sempre as explicações
serão consensuais. Assim, o papel dessas teorias possui dois blocos de reflexão: o de explicar o
nosso mundo (a realidade); e o de entender, de refletir sobre o que é o mundo; sem deixar de lado
que o teórico que faz tal reflexão, o faz carregado de seus preconceitos e crenças. Este segundo
bloco se constitui através da construção e discussão de sua ontologia e epistemologia. Ou seja,
“como os atores constroem o mundo político e dão propósito a ele” (as coisas que compõem o
mundo real), e “como o conhecimento é construído, como ele é gerado”.
Frente à metodologia, nas condições de que uma vertente “crê em uma realidade objetiva”
(teorias explicativas) e outra “vê que a realidade é socialmente construída” (teorias que buscam
entender), deve-se verificar a validade de uma teoria através de quatro critérios: descrever, explicar,
prever e prescrever (Kegley). Bom para a teoria explicativa, enquanto que o bloco que busca
entender, necessita entender e refletir - possuir consistência e coerência interna, capacidade de
reflexão crítica.
No entanto, qual seria o foco de análise em Relações Internacionais? Qual seria o nível de
análise? Escolher o nível de análise (foco da explicação), seja ele micro ou macro, e a identificação
do atores (protagonistas da disciplina) é fundamental para o estudo das relações internacionais. Do
nível micro ao macro, são considerados os seguintes tipos de atores (em níveis): 1. Individual
(natureza humana); 2. Societal (grupos de interesse, setores da burocracia estatal); 3. Estatal
(comportamento destes); 4. Supraestatal (intragovernamentais, atores não-estatais); 5. Sistema
Internacional (nível mais macro de análise, todas as ações, relações e comportamentos, podendo ser
de cooperação ou competição, entre os atores internacionais dentro de um sistema anárquico e suas
relações com seu meio ambiente).

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