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Aula 1 - As Relações Internacionais no Mundo e no Brasil

BRAILLARD, Philippe. Teorias das Relações Internacionais


CARR, E.H. O Começo de uma Ciência
PECEQUILO, Cristina S. Introdução às Relações Internacionais

. O Surgimento
. os primeiros agrupamentos humanos passam a conviver entre si;
. intercâmbio econômico, político e cultural;
. complexização do ambiente: impacto dos movimento externos e necessidade de
compreendê-los;
. demanda de conhecimento especializado para esse tipo de estudo e expansão do objeto
de estudo, o internacional;
. RI como forma organizada de pensar as relações sociais que se estabelecem além das
fronteiras dos Estados.

“As Relações Internacionais, portanto, nascem de uma necessidade específica das


sociedades em pensar as realidades externas que as afetam [...].”

. O Começo de uma Ciência


. primeiras tentativas: séculos IV e V a.C., Confúcio e Platão imaginando sociedades a
partir dos erros das sociedades em que estavam inseridos;
. fase utópica:
- Guerra de 1914-1918: fim da ideia de que a guerra era assunto de soldados;
● campanhas pela popularização da política internacional;
● revolta com os ‘tratados secretos’ (Tratado de Versalhes 1919);;
● primeiro sintoma de uma demanda popular pró-política internacional;
● "Parlamento e opinião pública toleraram este completo silêncio, e
contentaram-se em permanecer em absoluta ignorância acerca das
determinações e alcance do acordo" (Michon, L 'Alliana Franto-Russe, pág.
75).
- desejo aspiracional de evitar a guerra;
- ideal de que os desejos utópicos deveriam ser alcançados pois a ausência destes
seria desastrosa;
- demanda por alguma panacéia alternativa;
- socialismo utópico de Fourier e Owen.
. 1931 - a ciência política:
- clara inadequação da aspiração pura (Grande Depressão de 29 e Segunda Guerra);
- desenvolvimento de um sério raciocínio crítico e analítico sobre os problemas
internacionais;
- pensamento político como forma de ação política;
- “A ciência política não é apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser.”
(PECEQUILO).

. O Objeto
. objeto de estudo: atores, acontecimentos e fenômenos que existem e interagem no
sistema internacional;
- “As ciências sociais integram assim [...] a dimensão conflitual que caracteriza toda a
relação social, [...].” (BRAILLARD).
. busca de um paradigma:
- da natureza não integrada: Raymond Aron ancorado na teoria do estado de
natureza de Hobbes (corrente realista americana);
- a política externa como um conjunto de escolhas nacionais em função dos
interesses nacionais;
- resposta à visão wilsoniana idealista e legalista de uma sociedade internacional em
vias de pacificação e integração.
- da interdependência e cooperação: põe em foco a teia complexa de relações
entre as sociedades;
- motivada pelo desenvolvimento tecnológico e trocas internacionais;
- Estado cada vez menos apto a suprir as novas tarefas sociais e econômicas;
- necessidade de forças supranacionais e restrição de autonomia;
- presente nas teses funcionalistas de David Mitrany.
- da evolução e contradição do capitalismo: inspirado na visão marxista;
- formado pelas visões de Rudolf Hilferding, Nicholas Bukharin, Rosa Luxemburgo e
Lenin;
- entende o imperialismo como dominante nas relações internacionais;
- percepção do capitalismo enquanto explorador de periferia
- rejeição do subdesenvolvimento apenas por fatores endógenos.
. procura por desenvolver um paradigma coerente através dos diversos paradigmas e seus
prismas;
. impasse em alcançar uma teoria geral e intemporal, sem subjetivismo;
. não é pela negação cultural que se alcançará a teoria;
. “A diversidade cultural deve, do mesmo modo que a dinâmica histórica, estar no centro do
projeto teórico [...], no estudo das relações internacionais.” (BRAILLARD)

. A Disciplina:
. multidisciplinar e derivando seus conceitos de outras disciplinas;
- Ciência Política, Economia, História e Direito;
. entendimento do desenvolvimento como um fenômeno global múltiplo e diverso;
. fatores negativos:
- fragmentação levando a ausência de conteúdos necessários em prol de outros;
- dificuldade para a composição de um corpo único de análise;
- acusações de que a disciplina é uma colcha de retalhos, além de excessivamente
generalizada e subjetiva.
. fatores positivos:
- fragmentação como possibilidade de análise sob diferentes pontos de vista;
- constante atualização e reforma de seu caráter disciplinar;
- múltiplas possibilidades de análise, atuação e pesquisa na área.

. O Ensino
. estrutura de ensino esperada: perspectiva pluralista, independente e científica;
- formação não limitante à graduação;
- desenvolvimento de uma mentalidade contínua de estudos e aperfeiçoamento.
. mercado de trabalho esperado: reconhecimento profissional, desenvolvimento cada vez
maior de oportunidades e consolidação da demanda;
- bom profissional: capacidade de compreender fenômenos internacionais, agir
sobre eles e elaborar planejamento sobre os problemas externos;
- opções de carreira: diplomática, governos estaduais e prefeituras, setor
educacional, setor privado, mídia e consultoria, e OIGs e ONGs.

. O Mercado de Trabalho no Brasil


. desenvolvimento tardio:
- Fase Formativa (1970/1990)-1974 (UnB)
- razões: domínio do Itamaraty e tradição decisória concentrada no Executivo;
- tradição pacífico-conciliatória na América do Sul e no sistema internacional;
- localização com poucos riscos à segurança nacional;
- ideal de autossuficiência e influência maior no sul do continente;
- influência da hegemonia dos EUA nas Américas;
- resultando em pressões externas tidas como irrelevantes.
. mudanças nos anos 90:
- “Fase do Boom”;
- encerramento da Guerra Fria;
- intensificação do processo de globalização política e econômica;
- criação do Mercosul;
- carência de quadros qualificados em RI (Fase da Expansão Pública dos anos
2000).
. Fase da Crise (2012-2023):
- ausência de afirmação social da área e baixa-autocrítica;
- polarizações, pressões e alterações bruscas na política externa;
- espírito do “O Brasil é o problema”;
- possibilidade de: renascimento e repensamento ou definhamento.

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