Você está na página 1de 2

Aula 1-A Historiografia das Relações Internacionais

DUROSELLE, Jean-Baptiste; RENOUVIN, Pierre. Introdução à História das Relações


Internacionais
MARTINS, Estevão de Rezende. Novos Domínios da História

O Pioneirismo Francês
. escola francesa:
- relações internacionais inseridas no campo das ciências sociais nas décadas de
1920 e 1930, pós-Primeira Guerra;
- Instituto de História das Relações Internacionais Contemporâneas, Sorbonne
(1935): Pierre Renouvin, Jean-Baptiste Duroselle, René Girault e Robert Frank;
- teoria das forças profundas e do protagonismo social;
- fundamentação no conhecimento empírico e exigência de estabelecer regularidades,
regras e padrões;
- busca por:
● traçar todos os componentes da vida internacional, não apenas estatais;
● investigar as origens e causas das relações internacionais;
● identificar os objetivos da ação internacional (os agentes, o papel da
informação e os meios, fins e riscos do planejamento estratégico);
● reconstituir o processo das relações internacionais ao longo do tempo
(relações simétricas e assimétricas, negociações e conflitos).
. consolidação (anos 90): Adam Watson, Hedley Bull, René Girault e Jacques Thobie.

As Escolas Historiográficas
. escola francesa: fundadores da primeira escola histórica das relações internacionais;
. escola inglesa: releitura crítica de autores do século XVII, ausência de embate ideológico;
- hegemonia de cientistas políticos, rigor de pesquisa histórica e preocupação com as
guerras mundiais;
- novas abordagens sobre a mídia (interação entre opinião pública e crises
internacionais);
. escola italiana: renovação histórica, condução do historicismo às relações internacionais;
- primeira tradição: enciclopédica, racionalista e evolutiva;
- segunda vertente: questão da unidade nacional e suas implicações internacionais;
- contemporâneos: apego ou repúdio ao imperialismo, e luta político-social.
. escola norte-americana: desenvolvimento próprio, ligado à evolução da Ciência Política;
- busca por definir qual o papel dos Estados Unidos em um mundo sem Guerra Fria e
União Soviética;
- procura romper com o provincialismo formal autocentrado da nação
. escola brasileira e escola argentina: marcadas por abordagem própria;
- contraposição entre operacionalidade do saber teórico e comprometimento com a
transformação da realidade social;
- estudo dos problemas ligados ao desenvolvimento e à autonomia econômica.

As Forças Profundas
. contato entre a infraestrutura das relações internacionais e o homem de Estado;
. atuantes no homem de Estado e este, por sua vez, nestas;
. quatro tipos: pressão direta (lideranças), pressão indireta (opinião pública), ambiente
(subjetivismo) e pressão social (pensamento de classe);
. pressão direta: diligências dos representantes dos grupos de pressão;
- destaque para as figuras parlamentares;
- ocupam boa parte do tempo do governante;
- filtragem para escolher quem será ou não recebido e como será;
- explicada tanto por razões econômicas quanto políticas.
. pressão indireta: grupos de pressão e apelo popular forçando dirigente a certas decisões;
- ações sobre a opinião ou sobre os representantes dessa;
- campanhas de imprensa, agitação do público e lobismo (criação de uma falsa
impressão de massa);
- vontade do povo (periódico, mais estável) ⇎ vontade popular (efêmero, instável).
. ambiente: como o responsável político percebe a conjuntura econômica e o estado dos
espíritos;
- a procura em conhecer o estado da opinião;
- formação de uma ideia subjetiva do ambiente;
- deve ser tratada com cuidado para evitar interpretações errôneas.
. pressão social: influências da educação, meio social e geográfico, e preconceitos de
classe próprios do homem do Estado;
- forças que exercem influência consciente ou inconscientemente;
- perceber a opinião do país segundo a sua sociedade particular;
- corpo diplomático como “uma oligarquia social com aguda consciência de classe”;
- o grupo que constituiu para si e que também é reflexo de si.

Você também pode gostar