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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL

Procuradoria-Geral do Consultivo
Parecer Jurídico n.º 521/2020-PGCONS/PGDF/2020 -
PGDF/PGCONS

Processo nº 00010-00002328/2020-85

Interessado: Consultoria Jurídica do Gabinete do Governador do Distrito Federal


Ementa:
DEMISSÃO. EMPREGADO PÚBLICO. APOSENTADO. EC 103/2019.
MOTIVAÇÃO. VERBAS RESCISÓRIAS.
- Pode haver demissão de empregados públicos, já aposentados, das
empresas estatais distritais.
- Quando se tratar de empregado de empresa estatal distrital, aposentado
pelo Regime Geral de Previdência Privada, após 13.11.2019 (data da
entrada em vigor da Emenda Cons tucional nº 103), deve ser reconhecida
a ruptura automática do vínculo de emprego.
- Na hipótese de a aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência
Privada ter sido concedida antes de 13.11.2019, recomenda-se que o ato
de demissão seja mo vado, de forma obje va, pelo interesse público e
considera-se devido o pagamento das verbas rescisórias legalmente
previstas para a hipótese de rescisão sem justa causa.

RELATÓRIO

Trata-se de consulta, formulada pelo Excelen ssimo Senhor Governador do Distrito


Federal, sobre a possibilidade de demissão, sem justa causa, de empregados que estejam
aposentados e ainda continuem laborando em empresas estatais distritais.
A Assessoria Especial da Consultoria Jurídica do Gabinete do Governador assim
asseverou:
“nada impede que as empresas públicas e sociedades de economia mista
possam efe var a adequação de seus quadros e, para isso, promovam,
quando entenderem necessária, e de forma mo vada, a demissão de seus
empregados, aposentados espontaneamente ou não, pagando-lhes as
respectivas verbas rescisórias com os acréscimos legais devidos”.
E, ao final, solicitou o encaminhamento da consulta a esta Casa, para análise e
emissão de parecer, “obje vando uniformizar a questão no âmbito da Administração Pública Indireta
do Distrito Federal”.
Os autos foram reme dos a esta Procuradoria-Geral para exame “quanto à emissão de
parecer acerca da viabilidade de demissão dos empregados públicos, já aposentados, das empresas
estatais distritais”.
É o relatório.

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FUNDAMENTAÇÃO

Em 12.11.2019, foi editada a Emenda Cons tucional nº 103 que, entre outras
alterações, acrescentou, ao artigo 37, o parágrafo 4º, que assim dispõe:
“A aposentadoria concedida com a u lização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime
Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que
gerou o referido tempo de contribuição”.
Registre-se que o ar go 6º da mencionada Emenda estabeleceu que a nova regra não
se aplica a aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada
em vigor da Emenda Cons tucional e que, em consonância com o ar go 36, III, a vigência da Emenda
iniciou-se na data da sua publicação, ou seja, 13.11.2019.
Em outras palavras, não há dúvida, pois, de que deve ser ex nto automa camente o
vínculo de emprego daqueles empregados públicos que veram a aposentadoria concedida pelo
Regime Geral de Previdência, valendo-se da contagem de tempo de serviço decorrente de cargo,
emprego, ou função pública, em data posterior a 13.11.2019, e con nuaram laborando em empresas
estatais distritais. Em razão da alteração cons tucional promovida pela Emenda acima indicada, o
vínculo é rompido.
Impõe-se, contudo, examinar a situação daqueles empregados públicos que, à época da
entrada em vigor da Emenda Cons tucional nº 103, já estavam aposentados pelo Regime Geral de
Previdência Social.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIs 1721 e 1770, declarou a
incons tucionalidade dos parágrafos 1º e 2º, do ar go 453 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), e decidiu que “a mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito
extinguir, instantânea e automaticamente, o vínculo de emprego”.
Este entendimento, contudo, isoladamente, não configura obstáculo à demissão dos
empregados de empresas estatais distritais que já es vessem aposentados pelo Regime Geral de
Previdência Social na data da entrada em vigor da EC nº 103.
Note-se que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que os empregados públicos não
fazem jus à estabilidade prevista no ar go 41 da Cons tuição Federal, salvo aqueles admi dos em
período anterior ao advento da EC nº 19/1998. Neste sen do, entre outros, o acórdão prolatado no
julgamento do RE nº 589.998, rel. Min. Ricardo Lewandowski, pub. no dia 12.09.2013.
Neste sen do, se não configurada a hipótese excepcional mencionada no parágrafo
anterior, ou outra circunstância, prevista no ordenamento jurídico, que atribua ao empregado público
estabilidade transitória, como, por exemplo, aquela descrita no ar go 10, II, “b”, da Cons tuição
Federal, mostra-se viável a demissão do empregado aposentado, em data anterior a 19.11.2019.
Neste contexto, duas questões devem ser examinadas. A primeira delas consiste em
definir se a demissão do empregado público, já aposentado pelo Regime Geral de Previdência, em
data anterior à vigência da EC 103/2019, deve ser mo vada. A segunda diz respeito às verbas
rescisórias que o empregado teria direito em decorrência da demissão.
Para responder à primeira questão, impõe-se examinar a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho.
No Supremo Tribunal Federal, ao menos três recursos extraordinários discu ram
questões correlatas a que ora se examina. Um deles já teve seu julgamento concluído. Trata-se do RE
589.998. E os outros dois ainda estão pendentes de julgamento: RE 688.267 e RE 655.283. Nos três foi
reconhecida a repercussão geral.
No julgamento do RE 589.998, o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese: “A
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Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de mo var, em ato formal, a
demissão de seus empregados”. Pela leitura do acórdão que julgou o extraordinário, e daquele que
apreciou os embargos de declaração, constata-se que a fixação do entendimento adotado levou em
consideração circunstâncias par culares da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, quais sejam:
ser prestadora de serviço público em regime de exclusividade, desfrutar de imunidade tributária
recíproca e pagar suas dívidas mediante precatório.
Ao apreciar o RE 655.283, do qual é relator o eminente Ministro Marco Aurélio, o
Supremo Tribunal Federal afirmou a repercussão geral, entre outros temas, da “ controvérsia rela va à
reintegração de empregados públicos dispensados em decorrência da concessão de aposentadoria
espontânea”. Em 07.08.2020, iniciou-se o julgamento virtual do mencionado extraordinário. Até o
momento, apenas dois Ministros proferiram voto.
O eminente Ministro Marco Aurélio concluiu que “o direito à reintegração alcança
empregados dispensados em razão de aposentadoria espontânea, considerado insubsistente o mo vo
do desligamento”.
Já o eminente Ministro Edson Fachin divergiu. Invocou a Emenda Cons tuição nº
103/2019 e afirmou que a aposentadoria rompe o vínculo de emprego, sem, contudo, fazer qualquer
dis nção entre os empregados aposentados antes da entrada em vigor da Emenda e aqueles que
tiveram a aposentadoria concedida em data posterior.
O julgamento ainda não foi concluído. Aguarda-se voto-vista do eminente Ministro
Alexandre de Moraes.
O terceiro recurso extraordinário (RE 688.267) ainda não foi incluído em pauta para
julgamento. Há, contudo, alguns esclarecimentos relevantes, que merecem ser prestados.
Inicialmente, o relator proferiu decisão monocrá ca, negando seguimento ao
extraordinário. Confiram-se trechos do decisum:
“A doutrina, em análise do tema, tem buscado jus ficar a necessidade, ou
não de mo vação na dispensa dos empregados, conforme a finalidade da
empresa pública ou da sociedade de economia mista, ou seja, se é
des nada à prestação de serviços públicos ou à exploração de a vidades
econômicas. (...)
É evidente que a necessidade ou desnecessidade de mo vação para a
dispensa de empregado deve ser avaliada em conformidade com as
a vidades desempenhadas pela empresa pública ou sociedade de
economia mista. Sendo assim, entendo que a obrigatoriedade dessa
mo vação, por parte de empresas públicas e sociedade de economia
mista que desempenham a vidade econômica, concede-as um desfalque
e certa desvantagem, quando consideradas em relação aos entes privados
com quem concorrem.”
Interposto agravo interno, tal decisão foi reconsiderada e o Supremo Tribunal Federal
reconheceu a repercussão geral da questão controver da, qual seja: “a dispensa imo vada de
empregado de empresa pública e de sociedade de economia mista admitido por concurso público”.
Como se vê, a questão rela va à necessidade, ou não, de mo vação da demissão de
empregado de empresa pública e de sociedade de economia mista ainda não foi defini vamente
decidida pelo Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, foi editada a Orientação
Jurisprudencial nº 247, que assim dispõe:
“SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA.
EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE
(alterada – Res. Nº 143/2007) – DJ 13.11.2007

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I – A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de
economia mista, mesmo admi dos por concurso público, independe de
ato motivado para sua validade;
II – A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à mo vação, por gozar a
empresa do mesmo tratamento des nado à Fazenda Pública em relação à
imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerroga vas
de foro, prazos e custas processuais.”.
Paralelamente, de se consignar que há, no próprio Tribunal Superior do Trabalho
acórdãos, posteriores ao julgamento do RE 589998 pelo Supremo Tribunal Federal, divergentes: uns
exigindo a mo vação e outros não. Confiram-se, a tulo exemplifica vo, ementas de dois julgados. O
primeiro, publicado em 2015, considerando necessária a mo vação e o segundo, publicado em 2019, a
dispensando:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE. RECURSO DE REVISTA. LEI
Nº 13.015/2014. EMPRESA PÚBLICA ESTADUAL. DISPENSA IMOTIVADA NÃO
CARACTERIZADA 1. Preenchidos os requisitos previstos no ar go 896, § 1º-
A, da CLT. 2. A par r da decisão do STF proferida no RE 589.998/PI, que
reconheceu a repercussão geral e consagrou tese jurídica no sen do da
exigência de mo vação da dispensa de empregados de empresas públicas
e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos, a fim de
assegurar ao ato da dispensa a observância dos mesmos princípios
regentes da admissão por concurso público, tornou-se imperioso que o
ato de dispensa do empregado das referidas ins tuições seja mo vado
para que não ocorram despedidas ilegais ou abusivas. 3. No caso em
exame, o ato de dispensa do empregado está fundamentado no Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a reclamada e o Ministério
Público Estadual com o obje vo resolver a con nuidade dos contratos de
trabalho dos empregados da demandada, que se encontravam
aposentados pelo regime geral de previdência, ante a necessidade de
reestruturação do quadro de empregados da SABESP. 4. Atendido o
critério da mo vação, não há ilegalidade no ato de dispensa. 5. Agravo de
instrumento a que se nega provimento" (AIRR-2543-35.2013.5.15.0015, 6ª
Turma, Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 18/12/2015).
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
DISPENSA IMOTIVADA. EMPREGADO DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
LICITUDE. 1. Segundo a diretriz fixada na Súmula nº 390, II, e na Orientação
Jurisprudencial nº 247, I, da SBDI-1, ambas desta Corte Superior, aos
empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista não é
garan da a estabilidade prevista no art. 41 da Carta Magna. Assim, ainda
que admi dos mediante aprovação em concurso público, a despedida
independe de ato mo vado para sua validade. 2. Sinale-se que, ao julgar
os embargos de declaração interpostos pela Empresa de Correios e
Telégrafos no RE 589.998/PI, o Pleno do Supremo Tribunal Federal deu-
lhes provimento parcial, fixando a seguinte tese de repercussão geral: "A
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de
mo var, em ato formal, a demissão de seus empregados", restringindo,
portanto, a aplicação da tese aos empregados da ECT. 3. O Tribunal
Regional, ao declarar nula a dispensa do autor e condenar o reclamado -
sociedade de economia mista - à respec va reintegração, por concluir
pela necessidade de mo vação da dispensa do empregado, divergiu do
entendimento desta Corte Superior. Recurso de revista conhecido e
provido " (RR-115-63.2014.5.04.0561, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir
Oliveira da Costa, DEJT 10/05/2019).
Como se vê, não há ainda posição tranquila da jurisprudência. Penso, contudo, que é da
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própria essência do serviço público que as decisões sejam mo vadas. Deve-se mo var a dispensa de
empregados públicos, até para que se evitem violações ao princípio da impessoalidade, da isonomia
e até mesmo da moralidade. O Administrador Público gere a res publica. Assim, deve sa sfações dos
atos que pra ca. Recomenda-se, pois, que os atos de demissão de empregado público, aposentado
pelo Regime Geral de Previdência Social, antes da entrada em vigor da Emenda Cons tucional nº 103,
seja mo vado, para evitar eventual declaração de nulidade do ato e determinação de reintegração do
empregado. A mo vação, nesta hipótese, deve ser direcionada ao interesse público e não se
assemelha a qualquer uma das circunstâncias que ensejariam a demissão por justa causa. Deve ser
indicado critério objetivo, vinculado ao interesse público, para motivar o ato de dispensa.
Registre-se, neste sen do, que esta Casa, em 2016, já examinou essa mesma questão,
no Parecer nº 45/2016 PRCON/PGDF e concluiu pela necessidade de mo vação do ato de demissão.
Confira-se trecho do opinativo:
“Na hipótese vergastada nos presentes autos, tem-se-nos que a
imprescindível mo vação para a rescisão dos empregados públicos já
aposentados e que se encontram ainda vinculados aos seus empregos de
origem nas estatais do Distrito Federal pode, em tese, ser considerada
juridicamente legí ma e impessoal, dado o interesse público envolvido,
em face da grave crise econômica que enfrenta o DF e seus mais diversos
órgãos, tanto da Administração Direta quanto da Indireta.
Seja por adoção de uma polí ca de contenção/redução de despesas com o
conseqüente enxugamento do quadro de pessoal (no dizer de Bandeira
de Mello); seja por mo vo de ordem/interesse público ou observância da
Lei de Responsabilidade Fiscal ou casos emergenciais em face de crises
econômicas (nos dizeres dos Ministros do STF, já reproduzidos), a
mo vação do ato de dispensa deve ser obje vamente apontada,
veiculada previamente em procedimento interno, em total transparência
e impessoalidade. Com tal intuito, sugere-se a realização de um estudo
embasado, considerando-se individualmente as estatais envolvidas,
contendo a análise do quadro de pessoal de cada en dade, os critérios a
serem adotados, a situação econômica/financeira de cada uma delas,
onde se busque mensurar o número de empregados envolvidos,
obje vando aquilatar a necessidade efe va da medida em face dos
interesses públicos e des nação ins tucional de cada empresa púbica e
sociedade de economia mista abrangida.
O estudo, aliado às decisões soberanas das Assembléias das estatais deve
servir de mo vação legí ma e suficiente para as dispensas reclamadas
pelos Tribunais superiores apontados.”
Naquela oportunidade, a Procuradora-Chefe aprovou o parecer e procedeu a
acréscimos. Destacou que a dispensa, ainda que mo vada, não seria possível em relação aos
empregados que tenham ingressado por meio de aprovação em concurso público e cumprido o estágio
probatório anteriormente à Vigência da Emenda Cons tucional nº 19/1998. Além disso, fez o seguinte
esclarecimento:
“O interesse na demissão do empregado deve ser avaliado caso a caso, e
igualmente mo vado de maneira individual, considerando critérios
obje vos da relação de trabalho - tais como produ vidade, assiduidade,
pontualidade, capacidade técnica, entre outros -, sem olvidar a
possibilidade de sopesar os fundamentos a nentes ao interesse público
na recomposição do quadro e no enxugamento de despesas, visando ao
atingimento de metas fiscais e ao equilíbrio financeiro da entidade.”.
Pede-se licença apenas para apresentar uma ponderação. Critérios como produ vidade,
assiduidade e pontualidade poderiam, a princípio, ser sopesados para eventual caracterização de justa
causa para a demissão, o que não pode ser confundido com a hipótese de dispensar, sem justa causa,
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o empregado público, por motivo vinculado ao interesse público.
Quanto à questão rela va às verbas rescisórias, considerando não se tratar de
demissão por justa causa, devem ser pagas as verbas devidas pela rescisão sem justa causa. A
mo vação baseada no interesse público, como já esclarecido, não cons tui justa causa para a
demissão, a ponto de afastar a necessidade de pagamento das verbas rescisórias incidentes na
hipótese de demissão sem justa causa.
Registre-se, por fim, que neste mesmo sen do foi o parecer nº 45/2016 desta Casa, já
mencionado neste opinativo.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, conclui-se pela viabilidade de demissão dos empregados públicos, já


aposentados, das empresas estatais distritais, desde que sejam observados os parâmetros a seguir
descritos. Quando se tratar de empregado de empresa estatal distrital, aposentado pelo Regime Geral
de Previdência Privada, após 13.11.2019 (data da entrada em vigor da Emenda Cons tucional nº 103),
deve ser reconhecida a ruptura automática do vínculo de emprego.
Na hipótese de a aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Privada ter sido
concedida antes de 13.11.2019, recomenda-se que o ato de demissão seja mo vado, de forma
obje va, pelo interesse público e considera-se devido o pagamento das verbas rescisórias legalmente
previstas para a hipótese de rescisão sem justa causa.
Recomenda-se, por fim, que esta Casa acompanhe o julgamento dos Recursos
Extraordinários 655.283 e 688.267, mencionados neste opinativo.
É o parecer.
Brasília-DF, 25 de agosto de 2020.
MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA
PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL
OAB/DF 6517

Documento assinado eletronicamente por MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA -


Matr.0035853-3, Procurador(a) do Distrito Federal, em 25/08/2020, às 16:39, conforme art. 6º
do Decreto n° 36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito
Federal nº 180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 45953073 código CRC= 896433EF.

"Bra s íl i a - Pa tri môni o Cul tura l da Huma ni da de"

SAM, Bl oco I, Ed. Sede - As a Norte, Bra s íl i a - DF - CEP 70620-000 - DF

00020-00027760/2020-41 Doc. SEI/GDF 45953073

Parecer Jurídico 521/2020-PGCONS/PGDF (45953073) SEI 00020-00027760/2020-41 / pg. 6


GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
Chefia - Procuradoria-Geral do Consultivo

Cota - PGDF/PGCONS/CHEFIA
PROCESSO N°: 00010-00002328/2020-85

APROVO O PARECER N° 521/2020 - PGCONS/PGDF, exarado pelo ilustre Procurador do


Distrito Federal Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira.
Registre-se, apenas, que no parágrafo a seguir a data correta é 13/11/2019, e não
19/11/2019, como constou:
Neste sen do, se não configurada a hipótese excepcional mencionada no
parágrafo anterior, ou outra circunstância, prevista no ordenamento
jurídico, que atribua ao empregado público estabilidade transitória, como,
por exemplo, aquela descrita no ar go 10, II, “b”, da Cons tuição Federal,
mostra-se viável a demissão do empregado aposentado, em data anterior
a 19.11.2019.

FABÍOLA DE MORAES TRAVASSOS


Procuradora-Chefe

De acordo.
Para subsidiar novas análises por esta Casa Jurídica a respeito do assunto versado no
opina vo em apreço, deve a Biblioteca Jurídica Onofre Gon jo Mendes desta Procuradoria-Geral
proceder às devidas anotações no sistema de consulta de pareceres, a fim de registrar a
consolidação do entendimento anteriormente adotado por ocasião da emissão do Parecer nº
45/2016 – PRCON/PGDF.
Res tuam-se os autos à Consultoria do Gabinete do Governador do Distrito Federal,
para conhecimento e providências.

SARAH GUIMARÃES DE MATOS


Procuradora-Geral Adjunta do Consultivo

Documento assinado eletronicamente por FABIOLA DE MORAES TRAVASSOS - Matr.0140620-5,


Procurador(a)-Chefe, em 26/08/2020, às 20:19, conforme art. 6º do Decreto n° 36.756, de 16 de
setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17 de
setembro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por SARAH GUIMARÃES DE MATOS - Matr.174.801-7,


Procurador(a)-Geral Adjunta do Consultivo e de Tribunais de Contas, em 26/08/2020, às 20:33,
conforme art. 6º do Decreto n° 36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial
do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

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