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EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Breve histórico, atualização dos valores e seu tratamento legal
No intuito de lançar maior luz sobre a matéria, elaboramos estas aligeiradas considerações jurídicas sobre
o crédito objeto dos nossos serviços, bem como uma observação final sobre um relevante aspecto
financeiro embutido nesse nosso procedimento:
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Seguramente, é possível afirmar, com fulcro na lei, na doutrina e na
jurisprudência pátria, que esta operação confere ao proprietário portador das cártulas o direito de
oferecer o crédito em comento como forma de pagamento de débitos tributários vencidos ou
vincendos, administrados pela Secretaria da Receita Federal, nos limites da lei, pelo seu valor
atualizado, visto expressarem créditos de NATUREZA TRIBUTÁRIA, porque emitidos em decorrência
da cobrança de EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO instituído pela União Federal, na forma de
ADICIONAL AO IMPOSTO DE RENDA, cuja obrigação de restituir mediante compensação ou
encontro de contas, não pode a União se furtar.
Destarte, a despeito de, à época, tal tributo ter sido cobrado de todas as
pessoas físicas e jurídicas do País, atualmente quase a totalidade das cártulas representativas de tal crédito
são de nossa propriedade, que as adquiriu quase na sua integralidade e hoje as opera com exclusividade,
dentro dessa expertise. Desse modo, será fornecida completa assessoria técnico-jurídico- contábil, que
preparará e acompanhará, sem quaisquer ônus extras para o cliente, todo o Processo
Restituitório/Compensatório, com a utilização do crédito em comento, bem como, as defesas que se fizerem
necessárias no curso do procedimento, incluindo manifestações de inconformidade, recursos e defesas
escritas e orais no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, caso necessário, sendo tudo regido
pelas cláusulas de confidencialidade estabelecidas nas resoluções 400/500/600 e nas disposições
complementares da Internacional Chamber of Commerce, Paris/França;
Cumpre destacar, por oportuno, que este procedimento não configura uma
chincana protelatória ou uma aventura jurídica, nem, muito menos, busca o famoso “empurrar-com- a-
barriga”. Ao contrário, trata-se de um procedimento legal, sério, idôneo, abalizado e com total suporte
técnico-jurídico-contábil, lastreado nos permissivos legais pertinentes à matéria, na melhor doutrina e
jurisprudência pátrias.
Ocorre, no entanto, que a teor das normas editadas pela Fazenda Nacional,
com base na legislação de regência, percebe-se claramente que o Fisco Federal, a pretexto de regulamentar
a CONPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA no Brasil, praticamente EXTINGUIU o instituto, reduzindo-o a termos
que beiram o impraticável. Nesse contexto, portanto, no que guarda pertinência com à questão em tela,
atualmente encontra-se COPLETAMENTE VEDADA a compensação em que o crédito, simplificadamente,
seja:
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Com efeito, os óbices legais relativos à compensação no âmbito da Receita
Federal não alcança nossa operação, posto que esta não se enquadra em nenhuma das hipóteses de vedação
legal. Senão, vejamos:
CÓDIGO CIVIL
CAPÍTULO II
DO TÍTULO AO PORTADOR
Art. 904 – A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
(Os títulos ao portador têm inserida a cláusula ao portador, ou mantém em branco o nome do
beneficiário. Assim, presume-se seu legítimo proprietário aquele que o possui e sua transferência se dá
pela simples tradição - entrega do título. Assim, a circulação dos títulos ao portador se faz de maneira
simples e rápida).
Art. 905 – O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada,
mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único – A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação
contra a vontade do emitente.
(O portador do título tem o direito de receber a quantia nele indicada, através da simples apresentação
do mesmo ao devedor. O emissor não poderá exonerar-se de pagá-lo a qualquer detentor como também
não terá o direito de verificar a legitimidade do portador, pois o seu dever será simplesmente pagar o
título a quem lhe apresentar. Determina o parágrafo único que mesmo que o título tenha entrado em
circulação contra a vontade do emitente a prestação será devida e o mesmo deverá pagá-lo.
Art. 906 – O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal,
ou em nulidade de sua obrigação.
(O devedor para não pagar, somente poderá opor as seguintes defesas ao portador do título: a) direito
pessoal do emitente contra o portador, no caso de má-fé deste (roubo ou furto do título); e b) nulidade
da obrigação em razão da incapacidade do subscritor, prescrição do título, ou falsificação da assinatura
do emissor).
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Assim, como dito, sendo as cártulas em comento "títulos"
cambiários/mobiliários autônomos, PRESUME-SE COMO LEGÍTIMO PROPRIETÁRIO AQUELE
QUE AS POSSUI, sem que caiba à Fazenda Nacional perquirir sobre o modo de aquisição ou os
detentores intercalados, visto que sua transferência se dá pela simples tradição (transferência do
domínio). Com efeito, o portador da cártula tem o direito de receber a quantia nele indicada, através da
simples apresentação da mesma ao devedor. Por sua vez, o emissor não poderá exonerar-se de pagá-lo a
qualquer detentor como também não terá o direito de verificar a legitimidade do portador, pois o seu
dever será simplesmente pagar o título a quem lhe apresentar. Outrossim, determina o parágrafo único do
art. 905, que mesmo que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente a prestação
será devida e o mesmo deverá pagá-lo.
Por outro lado, este critério também está consagrado no art. 17 da Lei
Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663/66), ainda em vigor:
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Ora, a Constituição de 1946, e anteriores, foram silentes em relação a
Empréstimos Compulsórios que, até então, nunca houveram sido tentados no Brasil. Com efeito, em
que pese ter perdurado por algum tempo posições doutrinárias e jurisprudenciais divergentes acerca da
natureza tributária dos Empréstimos Compulsórios, a questão ficou pacificada quando o Pleno do
Supremo Tribunal Federal, já em 1983, julgando o Recurso Extraordinário nº 111.954-3-PR, reconheceu
que tais exigências compulsórias possuem a natureza de TRIBUTO, posição hoje adotada de forma
interativa pelos nossos Tribunais Superiores.
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CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO
COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA. NATUREZA
JURÍDICA. CONSTITUCIONALIDADE. ADCT, ART. 34, PARÁG.
12. O empréstimo compulsório, sendo uma prestação
pecuniária, de caráter compulsório, instituída por lei, sem a
natureza de sanção por ato ilícito, consubstancia uma espécie
de tributo, na visão conceitual do art. 3 do CTN. Inobstante a
vedação contida no art. 155, parág. 3, da Carta Magna, que
afasta a incidência de qualquer tributo sobre as operações
relativas à energia elétrica, o art. 34, parág. 12, do ADCT,
excepcionou o princípio ao permitir a cobrança do empréstimo
compulsório sobre energia elétrica em favor da eletrobrás,
instituído pela Lei 4156/62, o que afasta a incidência do cânon
inscrito no art. 148 da CF/88. Apelação provida. (TRF1 –
Apelação Cível nº 0116608-3/MG, 3ªT, Relatos: Des. Luiz Vicente
Leal, DJ 27/08/1992)
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Desse modo, quanto à FORMA DE RESTITUIÇÃO do Empréstimo
Compulsório em comento, é pacifico o entendimento de que ela deve operar-se NA MESMA ESPÉCIE
EM QUE RECOLHIDO, em VALORES ATUALIZADOS DESDE A DATA DO PAGAMENTO,
sendo as Cártulas mero demonstrativo da existência do crédito e do seu quantum.
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Portanto, o Empréstimo Compulsório é, antes de tudo, EMPRÉSTIMO,
ainda que involuntário, e como tal, deve ser devolvido, comportando unicamente a restituição na mesma
espécie, no caso, dinheiro ou credito de natureza tributária. Outra forma de restituição, como em títulos
públicos, por exemplo, como tentar caracterizar o Fisco, além de ser inconstitucional, descaracterizaria
o instituto, que não mais seria empréstimo compulsório, mas talvez aquisição compulsória,
investimento compulsório ou compra e venda compulsórias. Nenhuma dessas figuras existe ou jamais
existiu no direito constitucional, tributário ou civil.
SENADO FEDERAL
Subsecretaria de Informações
DECRETO-LEI nº 349, de 24 de Janeiro de 1968.
Altera dispositivos dos Decretos-leis nº. 238, de 28 de fevereiro de 1967 e 263, da mesma
data.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 58, item II, da
Constituição,
DECRETA:
Art. 1º O art. 6º e o seu § 1º do Decreto-lei nº. 263, de 28 de fevereiro de 1967, ficam substituídos pelos
seguintes:
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"Art. 6º Os titulares de recibos do adicional restituível do imposto de renda instituído pelas Leis números
1.474, de 26 de novembro de 1951 e 2.973, de 26 de novembro de 1956, poderão utilizá-los como
forma de pagamento do imposto de renda, devido, a partir de exercício de 1968, observada a
seguinte escala:
Recibos Utilização
em:
1958................................................................................................................1968
1959................................................................................................................1969
1960................................................................................................................1970
1961................................................................................................................1971
1962................................................................................................................1972
1963................................................................................................................1973
1964 ................................................................................................................1974
§ 1º Aos contribuintes do Imposto de Renda que recolheram, em 1957, o adicional restituível de que trata
este artigo, nos Estados da Guanabara, Rio de janeiro, Minas Gerais e São Paulo, exclusive a Cidade de São
Paulo, capital, fica assegurado a utilização dos respectivos recibos no pagamento do imposto de renda
no exercício de 1968."
Art. 2º O artigo 4º do Decreto-lei nº. 238, de 28 de fevereiro de 1967, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 4º O Empréstimo Compulsório instituído pelo artigo 72, da Lei número 4.242, de 17 de
julho de 1963, será resgatado da seguinte forma:
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Com efeito, segundo dispõe o art. 368 do Código Civil, “se duas pessoas
forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde
se compensarem”. Destarte, não obstante a compensação de crédito tributário possuir regra- matriz
distinta daquela do Código Civil, o conceito teórico da compensação aplica-se ao tributário, e neste fica
evidente que ela é no valor exato em que há o encontro de contas.
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Portanto, à luz da legislação, doutrina e jurisprudência pátria, forçoso
reconhecer que o CRÉDITO TRIBUTÁRIO em apreço não podem ser caracterizados como Título
Público, porque se assim o fosse teria sido emitido para nunca ter sido pago. Na verdade são obrigações
que expressam o dever moral da União em devolver os valores subtraídos, compulsoriamente, dos
devedores do Imposto de Renda, sendo inaceitável que a Fazenda Nacional negue-se a reconhecer o
direito do contribuinte em compensar seus tributos sob essa alegação, tratando a matéria com
superficialidade, o que reflete apenas o desejo de não restituir o empréstimo tomado de forma
compulsória dos contribuintes.
Veja-se, à propósito:
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Vale dizer, a compensação, que nada mais é do que um encontro de
contas, só pode ser efetivada se a SRF for a um só tempo o órgão administrador do valor devido
à União, bem como aquele competente para efetuar a restituição do indébito, ou do crédito
tributário perseguido.
Por fim, cumpre destacar que a matéria em liça afigura-se tão óbvia que já
foi até objeto do Projeto de Lei nº 958/2007 na Câmara dos Deputados, no qual foi iniciada a discussão
legislativa a respeito desse relevante tema. Frise-se, no entanto, que tal proposição não foi
implementada na ocasião em razão de uma elegada "incompatibilidade e inadequação orçamentária e
financeira", porquanto o referido Projeto de Lei, à época, supostamente prejudicaria os prognósticos de
receita e metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entrementes, em face do
atual panorama das contas públicas, tal matéria voltou fortemente à discussão no âmbito da
Administração Pública Federal.
Explica-se:
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Até 1996, o artigo 43 da Lei nº 8.981/1995 admitia que a "provisão para
créditos de liquidação duvidosa" fosse lançada diretamente em conta de resultado, como despesa
operacional, sendo dedutível o montante provisionado para fins de apuração do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), desde que observados
certos limites e condições previstos na legislação da época.
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Pelo todo exposto, e com as garantias dadas pela legislação em vigor, bem
como pela doutrina e jurisprudência pátrias, podemos asseverar que o procedimento em análise assegura ao
contribuinte a constitucionalidade e legalidade dos procedimentos destinados à Restituição/Compensação
tributária dos créditos oriundos do Empréstimo Compulsório do Reaparelhamento Econômico.
Atenciosamente,
RESPONSÁVEIS TÉCNICOS:
Otto Glasner
• Advogado, graduado pela Universidade Católica de Pernambuco;
• Presidente da ADCL – Associação de Defesa da ConcorrênciaLegal;
• Ex-Secretário Geral Adjunto da Receita Federal;
• Ex-Assessor do Ministro da Fazenda, Dr. PedroMalan;
• Ex-Presidente do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda;
• Ex-Professor da Escola de Administração Fazendária do Ministério da Fazenda;
• Ex-Presidente da SUDENE;
Marco Wolfenson
• Master of Science (MSc) Engenharia de Sistemas-1974 (ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica – CTA – São José dos
Campos, São Paulo).
• Master of Science (MSc) Engenharia de Sistemas - 1977 (Cornell University - Ithaca - New York - USA).
• Doctor of Philosophy (PhD) Engenharia de Sistemas-1980 (Cornell University-Ithaca – New York – USA.
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