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E-book comprado por Laisa De Freitas Da Silva Oliveira CPF: 016.146.971-08
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AUTORES:
SÉRGIO BAUTZER
RAFAEL FARIA
RODRIGO DUARTE
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Almir foi preso em flagrante no aeroporto Antônio Carlos Jobim, na cidade do Rio de Janeiro –
RJ, após adentrar em território nacional com duas malas repletas de roupas, relógios e
eletroeletrônicos não declarados à Receita Federal do Brasil e cujo imposto de importação não
fora devidamente recolhido. Os produtos foram apreendidos e Almir, encaminhado à
delegacia da Polícia Federal. Na posse do conduzido, foram apreendidos os seguintes objetos:
i) diversas passagens aéreas Rio-Miami-Rio em nome de Geraldo e Gabriel; ii) caderno de notas
com nome de diversos funcionários do aeroporto; e iii) inúmeras notas fiscais de produtos
adquiridos no estrangeiro, que somavam mais de R$ 60.000,00. Durante seu depoimento
extrajudicial, na presença de seu advogado, João, Almir afirmou que as roupas e joias não
haviam sido adquiridas no exterior, que os eletroeletrônicos realmente eram importados, mas
estariam dentro da cota de isenção de imposto de importação e que Geraldo e Gabriel eram
apenas seus amigos. Após pagar fiança arbitrada pela autoridade policial, Almir foi solto e,
dentro do prazo legal, recorreu administrativamente do auto de infração de apreensão das
mercadorias e de arbitramento do imposto devido, recurso ainda pendente de julgamento
pelo órgão Fazendário. Instaurado inquérito policial, Almir foi formalmente indiciado. Dando
continuidade às investigações, o delegado de polícia requereu ao juiz criminal competente a
interceptação telefônica do indiciado, o que foi deferido pelo prazo de quinze dias. O conteúdo
das interceptações apontou que Geraldo e Gabriel combinaram que viajariam aos Estados
Unidos da América para comprar mercadorias, que seriam revendidas no Brasil por preços
inferiores aos de mercado, sendo o preço das passagens aéreas e os lucros das vendas
repartidos por todos. Constatou-se que as viagens ocorreram durante os últimos três anos e
que os envolvidos não pagavam o respectivo imposto, dissimulando a importação das
mercadorias. Com a venda das mercadorias, o trio teria arrecadado mais de R$ 12.000.000,00,
e Geraldo adquirido um imóvel na rua Vieira Souto, no bairro de Ipanema, na cidade do Rio de
Janeiro – RJ, utilizando os ganhos com a infração penal, muito embora tenha constado do
instrumento de aquisição do bem o nome de seu filho, Cléber. Além disso, em conversa
travada entre Geraldo e João, seu advogado, verificou-se que os documentos e arquivos
digitais contábeis do grupo estariam arquivados no escritório do causídico, onde seriam
destruídos por Gabriel em poucos dias. Verificou-se, ainda, que o pagamento dos honorários
de João era realizado mediante a entrega de parte das mercadorias importadas. Apurou-se,
também, que os indiciados contavam com a colaboração de Paulo, que, na qualidade de
funcionário da Receita Federal do Brasil, os auxiliava a burlar a fiscalização fazendária, e que,
como retribuição, participava no lucro do grupo com a venda das mercadorias, sendo o
pagamento da propina de responsabilidade de João. Surgiram indícios, ainda, da participação
de outras pessoas no grupo, inclusive de funcionários públicos, bem como de utilização de
empresas-fantasmas no esquema criminoso, o que, diante do fim do prazo das interceptações
telefônicas, não pôde ser suficientemente apurado. Em seguida, os autos do inquérito policial
foram conclusos ao delegado da Polícia Federal para análise. Em face da situação hipotética
acima apresentada, redija, na condição de delegado responsável pela investigação do caso
concreto, a peça profissional a ele adequada, direcionando-a à autoridade competente.
Exponha a fundamentação jurídica pertinente, tipifique os crimes cometidos e requeira o que
entender de direito, no que se refere às investigações.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
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SIGILOSO
O descaminho é crime formal. Para que seja proposta ação penal por descaminho não
é necessária a prévia constituição definitiva do crédito tributário, nos termos do entendimento
prevalente no STJ. Conclui-se que no caso de descaminho não se aplica a Súmula Vinculante nº
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Janeiro – RJ, utilizando os ganhos com a infração penal, muito embora tenha constado do
instrumento de aquisição do bem o nome de seu filho, Cléber. Além disso, em conversa travada
entre Geraldo e João, seu advogado, verificou- se que os documentos e arquivos digitais
contábeis do grupo estariam arquivados no escritório do causídico, onde seriam destruídos por
Gabriel em poucos dias. Verificou-se, ainda, que o pagamento dos honorários de João era
realizado mediante a entrega de parte das mercadorias importadas.
3) Pelo SEQUESTRO dos bens adquiridos pelos investigados, especialmente o imóvel adquirido
por GERALDO, em nome de seu filho CLEBER, localizado na rua Vieira Souto, no bairro de
Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, em que utilizou os ganhos com a infração penal,
para adquirir o bem (artigos 125 e 126 do CPP);
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Local, data
MATRÍCULA
NOTA EXPLICATIVA:
Uma vez definida por qual prisão deva representar, no caso prisão preventiva, cabe ao
candidato apontar os pressupostos e fundamentos contidos no enunciado, além de indicar em
qual das hipóteses de cabimento do artigo 313 do CPP se enquadra a situação.
A prisão preventiva tem como pressupostos (artigo 312 do Código de Processo Penal, primeira
parte) indícios suficientes de autoria e prova da materialidade. É o que se conhece por fumus
comissi delicti. No caso em análise, tais pressupostos estão evidenci ados nos seguintes pontos:
a materialidade evidencia-se no cheque devolvido juntado aos autos do Inquérito (folhas ), ao
passo que os indícios suficientes de autoria restam presentes nos depoimentos das
testemunhas A. V. e P. A. (folhas )
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Por fim, ainda que não tenham sido apontadas no espelho, algumas questões são
indispensáveis na representação de prisão preventiva, devendo ser de conhecimento do
candidato:
Outros aspectos importantes, a exemplo da competência, não foram cobrados pela banca. No
entanto, o candidato deveria ter conhecimento de que a representação deveria ser
endereçada ao juiz criminal competente para julgar crimes contra o patrimônio. Importante
ainda que o candidato esteja atento ao fato de que a prisão preventiva não possui prazo certo,
ao contrário do que ocorre com a prisão temporária.
Por fim, a banca aceitou tanto o pedido feito em forma de ofício, quanto em forma de petição.
Optamos pela forma de petição porque é a forma preferida pela maioria dos candidatos.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Inquérito Policial nº
Indiciado: J. C.
A Polícia Civil do Estado de , pelo delegado de polícia que a esta subscreve, matrícula
profissional nº , vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
art.5º, LXI, da Constituição Federal e artigos 311, 312 e 313, I, todos do Código de Processo
Penal, representar pela
em face de J.C, (qualificação completa: nacionalidade, estado civil, profissão, RG e CPF), com
endereço residencial, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
DOS FATOS
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Conforme consta dos autos do Inquérito Policial acima mencionado, J.C. está sendo
investigado, em liberdade, pela suposta prática do crime de estelionato, na modalidade de
fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, §2º, VI, do Código Penal), delito praticado
contra a vítima I.A.
O cheque devolvido por ausência de fundos encontra-se junto aos autos do Inquérito,
folhas .
Portanto, com amparo no art. 312, do Código de Processo Penal, esta Autoridade
Policial representa a Vossa Excelência pela decretação da prisão preventiva de J. C., por
conveniência da instrução criminal, pois o indiciado está ameaçando a vítima e testemun has, o
que pode atrapalhar a colheita de provas. Era o que tinha a ponderar no momento,
apresentando cópias do boletim de ocorrência, do cheque devolvido por ausência de fundos e
dos depoimentos até então colhidos.
DO DIREITO
Em que pese a garantia constitucional do estado de inocência (art. 5º, LVII, da CRFB), o
regramento constitucional não proíbe a prisão preventiva, embora essa permissão seja
somente para situações excepcionais. Isto porque sua função é nitidamente cautelar e seus
objetivos são meramente processuais, ou seja, busca-se a tutela da sociedade, da instrução
criminal e a aplicação da lei penal, e não a aplicação antecipada da pena.
Ademais, o crime de fraude no pagamento por meio de cheque é crime doloso e po ssui
pena máxima de cinco anos, permitindo a prisão preventiva de J.C., nos termos do art. 313, I,
do Código de Processo Penal.
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Por fim, a medida se mostra adequada e necessária, ante a ineficácia das outras
medidas, perfazendo-se a exigência do art. 282, incisos I e II, do Código de Processo Penal.
DO PEDIDO
Ante o exposto, com base nos elementos de convicção constantes nos autos Inquérito
Policial (folhas ) e com supedâneo nos artigos 311, 312 e 313, I, todos do Código de Processo
Penal, REPRESENTO a Vossa excelência pela decretação da PRISÃO PREVENTIVA de J.C.,
devidamente qualificado, expedindo-se o competente mandado de prisão.
Delegado de Polícia.
Em 17/9/2012 (segunda-feira), por volta de 0h50m, Douglas Aparecido da Silva foi alvejado por
três disparos de arma de fogo quando se encontrava em frente à casa de sua namorada,
Fernanda Maria Souza, na rua Serafim, casa 12, no bairro Boa Prudência, em Salvador – BA. A
ação teria sido intentada por quatro indivíduos que, em um veículo sedã de cor prata, placa
ABS 2222/BA, abordaram o casal e cobraram, mediante a ameaça de armas de fogo portadas
por dois deles, determinada dívida de Douglas, proveniente de certa quantidade de crack que
este teria adquirido dias antes, sem efetuar o devido pagamento. Foi instaurado o competente
inquérito policial, tombado, no 21.º Distrito Policial, sob o n.º 0021/2012, para apurar a
autoria e as circunstâncias da morte de Douglas, constando no expediente que, na noite de
16/9/2012, por volta das 21 h, a vítima se encontrou com a namorada, Fernanda, e, após
passarem em determinada festa de amigos, seguiram para a casa de Fernanda, no bairro Boa
Prudência, onde Douglas a deixaria; o casal estava em um veículo utilitário de cor bran ca,
placa JEL 9601/BA, de propriedade da vítima; na madrugada do dia seguinte, por volta de
0h40m, quando já estavam parados em frente à casa de Fernanda, apareceu na rua um veículo
sedã de cor prata, em que se encontravam quatro rapazes, que cobraram Douglas pelo
“bagulho” e ameaçaram o casal com armas nas mãos, quando um dos rapazes deu dois tiros
para o alto, momento em que Douglas e Fernanda se deitaram no chão. Em ato contínuo, um
dos rapazes desceu do carro, chutou a cabeça de Douglas e, em seguida, desferiu três disparos
em sua direção, atingindo-lhe fatalmente a cabeça e o tórax. Douglas faleceu ainda no local e
os autores se evadiram logo após a conduta, lá deixando Fernanda a gritar por socorro. Nos
autos do inquérito, consta que foram ouvidos dois vizinhos de Fernanda que se encontravam,
na ocasião dos fatos, na janela do prédio vizinho e narraram, em auto pró-prio, a conduta do
grupo, indicando a placa do veículo sedã de cor prata (ABS 2222/BA) e a descrição física dos
quatro indivíduos. Na ocasião, foram apresentadas fotografias de possíveis suspeitos às duas
testemunhas, que reconheceram formalmente, conforme auto de reconhecimento fotográfico,
dois dos rapazes envolvidos nos fatos: Ricardo Madeira e Cristiano Madeira. Fernanda foi
ouvida em termo de declarações e alegou conhecer dois dos autores, em específico os que
empunhavam armas: Cristiano Madeira, vulgo Pinga, que portava um revólver e teria desferido
dois tiros para o alto; e o irmão de Cristiano, Ricardo Madeira, vulgo Caveira, que, portando
uma pistola niquelada, desferira os três tiros que atingiram a vítima. Fernanda afirmou
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NOTA EXPLICATIVA:
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tráfico ilícito de entorpecentes por parte do grupo, mencionando, inclusive, seus antecedentes
criminais. Essas informações iniciais são necessárias ao deslinde do caso. A partir dos tipos
penais, o candidato deve observar as medidas cautelares adequadas ao caso concreto,
colocando-se na posição do Delegado de Polícia.
A representação deveria ser dirigida ao Juiz competente, sendo no caso o Juiz do Tribunal do
Júri de Salvador/BA. Tratando-se de crime de homicídio e de outros conexos cabe ao Juiz do
Tribunal do Júri avaliar a adequação e necessidade da medida requerida. O cabeçalho da
representação deveria ser redigido da seguinte maneira “Excelentíssimo Juiz de Direito do
Tribunal do Júri da Comarca de Salvador/BA.”.
2.3 Fundamentação (pressupostos e motivação legal): Esse ponto talvez seja o crucial e o de
maior complexidade nas provas para Delegado de Polícia: definir a espécie de prisão adequada
ao caso em apreço. A dúvida surge entre o cabimento entre a prisão preventiva e a prisão
temporária. É de bom alvitre mencionar que a dúvida é plausível, tendo em vista que no dia a
dia, em muitas ocasiões, ambas as medidas são cabíveis e pertinentes a depender dos
fundamentos utilizados. No entanto, nas provas para concurso públ ico, as bancas
examinadoras optam por aceitar apenas uma das medidas cabíveis, não pontuando a prova do
candidato que optar pela prisão diversa.
Nas provas do CESPE, a banca examinadora costuma sinalizar para a medida de prisão cabível.
Na prova em concreto, a questão afirma a necessidade da continuação das investigações ante
a necessidade de “complementação de inúmeras diligências”. Assim sendo, não seria o caso de
cabimento de prisão preventiva, que exige prova da materialidade e indícios de autoria,
suficientes também para a denúncia por parte do Ministério Público. Dessa forma, o candidato
deve sempre buscar elementos que apontem a continuidade das investigações ou a suficiente
presença de elementos para a denúncia criminal como ponto de separação entre as duas
espécies de prisão.
O candidato deveria representar pela prisão temporária dos irmãos Madeira com fundamento
no art. 1º, I e III, “a” da Lei nº 7.960/89, explicando a doutrina que se posiciona pela cumulação
dos incisos I e II do art. 1º da Lei com o inciso III, bem como o porquê de a medida ser
indispensável. Somado a isso, deveria mencionar a não localização dos suspeitos, a
necessidade de reconhecimento pessoal e a realização de seu interrogatório. Interessante,
ainda, citar a excepcionalidade da medida de prisão bem como os requisitos gerais das
medidas cautelares: fumus comissi delicti e periculum in mora.
Nesse aspecto, deve-se fazer uma relação entre os fatos narrados na questão e os
fundamentos jurídicos autorizadores da medida, narrando, inclusive, os elementos de
informação colhidos até o momento, sempre buscando aclarar autoria e materialidade. São
elementos de informações que reforçam a materialidade: o laudo cadavérico e o exame de
local de crime. Aqueles que apontam para a autoria: declaração das testemunhas; o veículo
registrado em nome da genitora dos suspeitos; os fragmentos de impressão papiloscópica e o
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SUGESTÃO DE RESPOSTA:
IP nº 0021/2012 – 21º DP
com base no art. 1º, I e III, “a” c/c art. 2º, §4º, da Lei nº 8.072/90 em desfavor de Ricardo
Madeira e Cristiano Madeira, bem como pela busca e apreensão do veículo Sedã, cor prata,
placas ABS 2222/BA, nas residências localizadas a rua Querubim, casa 32, no bairro Boa
Prudência, em Salvador – BA e rua Bom Tempero, s/n, no bairro Nova Esperança, em Salvador
– BA, tendo como fundamento o disposto no art. 240 e ss. do CPP, pelos motivos fáticos e
jurídicos a seguir apresentados.
Ademais, a namorada da vítima, Fernanda Maria, que estava no momento dos fatos,
narrou conhecer os suspeitos, Ricardo e Cristiano, os quais empunhavam armas de fogo no
momento do crime. Destacou que os autores dirigiram-se até a vítima cobrando uma dívida
passada relacionada ao comércio de entorpecentes.
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Os investigados se encontram em local incerto e não sabido, não tendo sido localizados
para serem submetidos a reconhecimento pessoal e interrogatório pessoal. Ademais, embora
prevista em legislação especial, a prisão temporária deve submeter-se a sistemática prevista
para as cautelares penais. Desse modo, a medida mostra-se adequada e necessária. Os
suspeitos são detentores de antecedentes criminais pela prática de infrações penais g raves e
uma das testemunhas do delito sente-se ameaçada.
Assim sendo, a prisão dos suspeitos é medida que se faz necessária à livre participação
das testemunhas na continuidade das investigações, a fim de serem identificado os outros
autores do delito. Além disso, será possível a realização de reconhecimento pessoal dos
investigados.
Local, Data.
Autoridade Policial.
PEÇA PRÁTICA – A polícia está investigando uma organização criminosa integrada por policiais
militares, bombeiros militares e policiais civis cujos integrantes são suspeitos da prática de
homicídios, extorsão, concussão, corrupção ativa e passiva, dentre outros crimes. De acordo
com o que foi apurado até o momento, esses agentes públicos exigem que os comerciantes e
moradores de uma determinada localidade paguem prestações semanais em dinheiro. Os
criminosos chegaram mesmo a assumir a associação de moradores da comunidade, numa
eleição marcada pela intimidação dos eleitores. Inicialmente o pagamento era feito para que
os agentes públicos policiassem a área e não deixassem que comerciantes e moradores fossem
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furtados, roubados ou sofressem outros crimes. Porém, com o tempo, esse grupo de agentes
públicos passou a exigir também que os comerciantes e moradores somente comprassem gás
em botijão com determinados revendedores, os quais eram, por sua vez, obrigados a conceder
parte dos ganhos a essa organização criminosa. Aqueles que se recusaram a pagar foram
espancados, mortos ou expulsos da localidade em que a organização criminosa atua. Ocorre
que a investigação chegou a um ponto em que as provas necessárias para identificar toda a
cadeia de comando da organização criminosa só podem ser obtidas com a colaboração de
alguém que participe da organização, já que nenhuma das vítimas concorda em depor. Para
dificultar ainda mais a investigação, os criminosos não guardam qualquer espécie de registro
de suas atividades e nenhum deles utiliza aparelhos telefônicos, com receio de serem
interceptados, só discutindo seus planos criminosos na sede da associação. Na condição de
delegado titular responsável pela investigação você chegou à conclusão de que é preciso
lançar mão de medidas investigatórias mais intensas. Diante desse quadro, redija a peça
prática própria para por em prática as duas medidas de investigação adequadas para obter as
informações que a polícia necessita, apontando os dispositivos legais pertinentes e
fundamentando a necessidade da medida requerida. Fundamente as suas respostas
demonstrando conhecimento acerca dos institutos jurídicos aplicáveis ao caso e indicando os
dispositivos legais pertinentes.
NOTA EXPLICATIVA:
O candidato deverá realizar um PEDIDO DE INFILTRAÇÃO DE AGENTES, com base nos arts. 10,
11 e 12, da Lei nº 12.850/13.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE, por meio do Delegado de polícia que esta subscreve,
titular da Delegacia de Polícia, vem à presença de Vossa Excelência REPRESENTAR pela
INFILTRAÇÃO DO AGENTE POLICIAL (nome do policial que será inserido na organização
criminosa) com fulcro nos artigos 10 ,caput e §§1º a 5º, e 11 da Lei nº 12.850/2013, pelos
fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
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Conforme se dispõe em lei, a medida ora pleiteada deve ser realizada somente em
casos excepcionais, quando não for mais possível a colheita de novos elementos de
informações seguindo os tramites típicos e de praxe de investigação. No caso em análise, as
vítimas se recusam a falar temendo represálias. Além disso, os criminosos não guardam
qualquer forma de registro de suas atividades e ainda nenhum dos investigados utiliza
aparelho telefônico, já que apresentam o receio de serem interceptados.
Dessa forma, como as provas não podem ser colhidas por outros meios investigativos,
mostra-se perfeitamente cabível e necessária essa medida excepcional de infiltração de agente
policial. A imprescindibilidade se apresenta uma vez que a infiltração policial é a única f orma
que se mostra capaz de colher novas provas da existência da organização criminosa, dos
crimes por ela praticados e da identificação das pessoas envolvidas. Neste momento da
investigação, somente a inserção de um agente policial no seio da associação criminosa é
instrumento hábil para a coleta de elementos informativos que possam resultar no
desmantelamento da referida organização e prisão dos investigados.
Diante do exposto, com fundamento nos arts. 10, caput e §§ 1º a 5º, e 11, ambos da
Lei nº 12.850/2013, REPRESENTO pela autorização de infiltração do agente policial no seio da
organização criminosa retromencionada, pelo prazo de seis meses que, sob dissimulação,
desenvolverá a investigação necessária para elucidar os fatos delituosos, colhendo-se,
previamente, o parecer do Ministério Público.
Local, Data.
Assinatura
Delegado de Polícia
Matrícula
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IPI, cuja competência para julgá-los é da Justiça Federal, ainda que se alegue a inocorrência do
fato gerador de IPI, tendo em vista a inautenticidade do produto, porquanto destinado apenas
a dar à mercadoria a aparência de autêntica, com o fim de ludibriar o consumidor, e não o
fisco. Ademais, o caso em questão configuraria o delito previsto no art.334, do CP, também de
competência da Polícia Federal. Desse modo, não se configura hipótese de apuração pela
Polícia Civil, em virtude de se tratar de crimes que afetam bens e interesses da União, as
supostas infrações penais devem ser, portanto, apuradas pela Polícia Federal. Na hipótese,
estando o Inquérito sendo conduzido por Autoridade da Polícia Civil, sofrem os pacientes,
coação ilegal e a ilegalidade repousa na incompetência da autoridade coatora, conforme
art.648, III, do CPP. Assim, a coação sendo perpetrada por autoridade policial incompetent e,
esperam os impetrantes que, pedidas as informações à autoridade coatora e observados os
trâmites legais, haja por bem Vossa Excelência determinar, a imediata expedição de alvará de
soltura em favor dos pacientes, bem como o ARQUIVAMENTO do Inquérito Pol icial nº136/09.
Nestes termos, Pede deferimento. Teresina, 07 de novembro de 2009. MARIA DE FÁTIMA
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
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Se estas bebidas eram falsificadas, sobre elas, obviamente, não incidiriam impo stos,
inexistindo o fato gerador do imposto. A intenção da falsificação dos selos de IPI, quando não
só o selo, mas também o produto é falsificado, não é deixar de recolher tributos, mas sim dar à
mercadoria aparência de autêntica com o fim de ludibriar o consumidor. Portanto, o dolo que
se pretende imputar aos pacientes é o de produzir, industrializar e pôr no mercado bebidas
alcoólicas falsificadas.
O simples fato de terem sido encontrados no local selos do IPI não tem o condão de
deslocar a competência de processamento para a Justiça Federal, pois a intenção dos pacientes
era somente falsificar bebidas alcoólicas para comercialização. Inexiste, portanto, quaisquer
interesses da União envolvidos, haja vista a peculiar destinação dos selos.
Ademais, não há que se falar em fato gerador do referido imposto, pois a produção das
bebidas alcoólicas falsas não se subsume naquelas hipóteses le-gais que atraem a incidência do
IPI. Os selos em questão, portanto, lesionariam somente os particulares, consumidores do
produto falsificado, configurando-se como simples meio de facilitação para a inserção dos
produtos falsos no mercado.
O entendimento do STJ também não é outro, pois referida Corte tem pacificado esta
posição pronunciando-se, em inúmeros julgados, no sentido de esclarecer que, na hipótese de
selos de IPI serem utilizados com o mero fim de iludir o consumidor, dando aspecto de
autenticidade ao produto falsificado, não se vislumbra a competência da Justiça Federal para o
feito, mas da Justiça Comum Estadual.
AUTORIDADE POLICIAL
EXMº SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE TERESINA O Delegado de Polícia da
DECCOTERC vem, com o respeito e acatamentos devidos e, na forma da lei, prestar as
informações requisitadas por Vossa Excelência nos autos do Habeas Corpus impetrado por
ROBERTO, INÁCIO VIEIRA, ANTÔNIO CÉSAR E JOSÉ FILHO. 1 – SÍNTESE DOS FATOS Os pacientes
foram autuados em flagrante delito em 11.11.09, acusados de trabalhar em fábrica ilegal de
bebidas alcoólicas, situada em Teresina, estando incursos nos delitos tipificados no art. 288 do
CP; art.293, §1º, inciso I, do CP; art.175 I, do CP, conforme faz prova o auto de prisão em
flagrante lavrado na Central de Flagrantes desta cidade. Os pacientes encontram-se presos na
sede da Delegacia de Polícia do 1º Distrito Policial de Teresina. 2 – DA AUSÊNCIA DE
COMPETÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL 2.1. Da inexistência do crime de descaminho Não
prospera a alegativa de que os pacientes teriam cometido crime de Descaminho cuja
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Na manhã do dia 2/6/2015, Antônio Dias foi preso em flagrante por policiais militares após sair
de um estabelecimento bancário localizado em Brasília, quando foi submetido a uma busca
pessoal. Com ele, os policiais encontraram inúmeros cartões bancários em nome de terceiros,
R$ 750 (setecentos e cinquenta reais) em dinheiro, ferramentas e um aparelho popularmente
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ter ter instalado algumas das máquinas chupa-cabras. Entre os integrantes do grupo
criminoso, Márcio Sousa, Lucas Pereira e Pedro Silva encontram-se presos preventivamente.
Pedro Silva atuou, em especial, na subtração do dinheiro dos caixas eletrônicos. O modus
operandi era sempre o mesmo: os caixas eletrônicos eram abertos, ainda de madrugada, por
meio de dinamite de alta capacidade de destruição. Para agir, o grupo escolhia,
meticulosamente, locais sem segurança privada, o que dificultava o trabalho da polícia. Consta
dos autos de inquérito que, dessa forma, Márcio Sousa, Lucas Pereira, Antônio Dias, Pedro
Silva e Paulo de Tarso subtraíram o dinheiro de caixas eletrônicos em ao menos três
oportunidades diferentes. A autoridade policial representou pela prisão de Silva com base na
garantia da ordem pública, alegando que, conquanto Silva fosse primário e possuísse bons
antecedentes, chefiava as operações do grupo criminoso referentes à subtração de caixas
bancários eletrônicos mediante o uso de dinamite. Duas empregadas da casa de Márcio Sousa,
Maria Cintra e Rose de Lima, presenciaram as negociações acerca da divisão de lucros.
Também se apurou que Márcio Sousa, Lucas Pereira e Paulo de Tarso foram os responsáveis
pela venda de avelã com prazo de validade vencido e pela incineração do produto. A
incineração ocorreu na sede da Avelã Brasiliense Ltda. e a venda, em uma de suas dezenas de
lojas. Ao vender avelã com prazo de validade vencido, o grupo criminoso economizava gastos e
aumentava a quantidade total de produto vendido. Após a prisão em flagrante de Sousa, o
delega do não lhe entregou, no prazo de 24h e mediante recibo, documento com os motivos
de sua prisão e os nomes do condutor e das testemunhas. Posteriormente questionado sobre
sua conduta, o delegado asseverou que tal documento não tem nomen iuris próprio nem
previsão legal específica no ordenamento jurídico. A perícia feita sobre os alimentos vendidos
com prazo de validade vencido limitou-se a certificar que os prazos de validade foram
ultrapassados, sem atestar que as avelãs vendidas pelo grupo criminoso estavam podres ou
prejudicariam a saúde de quem as consumisse. Confirmou-se que Márcio tem contato com
outros grupos que agem de forma similar em outros estados, é bastante agressivo e anda
armado. Márcio Sousa, Lucas Pereira, Antônio Dias, Pedro Silva e Paulo de Tarso foram todos
indiciados. Conquanto se saiba que o grupo incluía ao menos 15 integrantes, mesmo com o
exaurimento dos meios de investigação por parte da autoridade policial, nenhum outro
membro do grupo criminoso teve sua identidade descoberta. Apesar de aparentemente não
exercer atividade laborativa regular, Márcio Sousa possui hábitos de luxo e ostentação:
frequenta restaurantes caros; faz uso de roupas de grife; e é proprietário de veículos de luxo,
tais como uma Lamborghini amarela e uma moto Harley-Davidson. Todas as medidas
cautelares patrimoniais aplicáveis ao caso foram requeridas pela autoridade policial, pelo MP e
pelas vítimas, e todas foram deferidas pela autoridade judicial. No final das investigações,
apurou-se que o auditor-fiscal Juca Ribeiro solicitou a Lucas Pereira o pagamento de vantagem
indevida no total de R$ 200.000 (duzentos mil reais) para que não lavrasse autuações
referentes a tributos devidos pela Avelã Brasiliense Ltda. A vantagem nunca foi paga, mas Juca
Ribeiro está a usar o cargo que ocupa para interceder junto a outros auditores-fiscais em favor
da Avelã Brasiliense Ltda. O advogado de Márcio Sousa apresentou requerimento
administrativo à autoridade policial em que alega: que os crimes investigados no caso são de
competência da Justiça Federal e que deveriam ser investigados pela Polícia Federal; que os
autos de inquérito devem ser enviados à Polícia Federal imediatamente; que existe portaria do
Ministro da Justiça que determina ser atribuição da Polícia Federal investigar a clonagem de
cartões por grupos interestaduais, o que torna nula de pleno direi to a investigação realizada
pela Polícia Civil do Distrito Federal; que Márcio Sousa foi ouvido na condição de investigado
antes das testemunhas — inversão que violaria a egislação processual — e sem ser
previamente advertido pela autoridade policial de que tinha o direito de permanecer em
silêncio, o que implica nulidade do procedimento administrativo de inquérito; que o inquérito
deveria ter sido concluído em 10 dias, contados das prisões em flagrante efetuadas; que a
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venda de alimentos com prazo de validade vencido era atípica e desprovida de lesividade ao
bem jurídico tutelado, já que as avelãs tinham vencido há pouquíssimo tempo e não havia
perícia que comprovasse que os alimentos estavam podres ou prejudicariam a saúde de quem
os consumisse; que a expressão “condições impróprias para o consumo” integra uma norma
penal em branco heterogênea, não possuindo complementação em lei, o que viola o princípio
da legalidade; que a incineração das avelãs jamais gerou o aumento do preço do produto no
mercado e que parte das avelãs vencidas sequer foram vendidas, tendo sido apenas expostas à
venda; que eventual ocultação de valores, se é que foi praticada, restringiu-se à primeira fase
da infração, o que afasta a sua consumação; que os indiciados ao longo do inquérito, se
praticaram algum crime, fizeram-no na forma tentada, de modo que a autoridade policial
deveria, sponte sua, retificar os indiciamentos realizados, com base no poder de autotutela da
Administração Pública. O delegado que presidia o feito, entendendo que todos os argumentos
do advogado eram juridicamente implausíveis, negou por completo o requerimento
administrativo apresentado pelo advogado. O delegado que conduziu todo o inquérito
aposentou-se. As investigações encerraram-se, não havendo mais elementos de informação a
serem colhidos. Em face do relato acima apresentado, na condição de delegado de polícia que
passou a presidir o feito, redija a peça cabível, dirigindo-a à autoridade competente e
representando, se for o caso, pela(s) medida(s) pertinente(s). Na peça, analise
pormenorizadamente as alegações do advogado de Márcio Sousa e todas as medidas adotadas
pelo delegado aposentado, justificando juridicamente as que estiverem corretas e apontando
quaisquer providências contrárias ao ordenamento jurídico que tenham sido praticadas. No
caso das medidas 619 cautelares de cunho patrimonial deferidas pela autoridade judicial,
especifique fundamentadamente todas que se aplicam ao caso, indicando os bens sobre os
quais deve ter incidido cada uma. Exponha a fundamentação jurídica pertinente, tipifique os
crimes cometidos e não crie fatos novos.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Inquérito Policial nº
O Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal que ao final subscreve vem, com fulcro
no artigo 144 da CRFB e na Lei nº 12.830/13, apresentar relatório final de conclusão de
inquérito policial, bem como representar pela prisão preventiva de Paulo de Tarso e pela
concessão de medida cautelar de suspensão do exercício de função pública de Juca Ribeiro,
auditor fiscal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
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A representação pela prisão preventiva de Pedro Silva foi desnecessária pelo fato de ele
ter sido preso em flagrante. Pela nova redação do artigo 310 do CPP, o juiz, ao receber a
comunicação do auto de prisão em flagrante, pode relaxar a detenção, caso reconheça sua
ilegalidade; conceder liberdade provisória cumulada ou não com medidas cautelares; ou
convertê-la em prisão preventiva.
Outra situação que merece destaque é o fato de que o Delegado de Polícia anterior,
durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, deixou de expedir em tempo oportuno a
nota de culpa para Pedro Silva, documento previsto no artigo 306 do CPP, cuja falta pode
ensejar o relaxamento da prisão. Sobre o arresto ou hipoteca legal das duas fazendas para
pagamento de indenização às vítimas, deve ser consignado que tais bens, recebidos a título de
herança, embora tenha origem claramente lícita, foram arrestados para garantir eventual
pagamento de multa e/ou ação civis ex delicto.
O prejuízo às vítimas foi substancial, tendo sido praticado crimes cujas penas de multa
são particularmente onerosas, o que justifica a cautelar de arresto. Como o Delegado de Polícia
não possui legitimidade para postular o arresto, tal pedido foi feito pelas vítimas ou pelo Órgão
Ministerial, com base no art. 142 do CPP. A busca domiciliar com a consequente apreensão do
laptop, cartões clonados, máquinas chupa cabras e equipamentos necessários para a
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falsificação dos cartões foi feita com base no art. 5º, XI, da CRFB e art. 240, §1º, “b”, “c”, “e” e
“h”, do CPP.
Por fim, o sequestro dos veículos, dos três tratores, da Lamborghini amarela e da moto
Harley-Davidson foi realizado, pois há indícios veementes da proveniência ilícita dos bens,
sendo a representação feita com base nos artigos 126, 127 e 132, todos do CPP, uma vez que o
proprietário não exerce atividade lícita regular, ou seja, aparentemente são produto do crime.
Cumprindo ainda o artigo 10 do CPP, esta Autoridade Policial informa que Maria Cintra
e Rose Lima, empregadas de Márcio Sousa, testemunharam a divisão de lucros da organização
criminosa. Ambas podem ser encontradas nos endereços constantes dos autos, a fim de serem
ouvidas como testemunhas do juízo ou da acusação.
O advogado de Márcio Sousa peticionou nos autos do presente aduzindo que os crimes
investigados não seriam de competência da Justiça Estadual, requerendo o envio imediato do
inquérito para a Justiça Federal. Vossa Excelência, após parecer do órgão do Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios, com o devido respeito, não deve declinar a competência, uma
vez que o artigo 109 da CRFB diz que são de competência da Justiça Federal os crimes contra o
sistema financeiro nacional e a ordem econômica.
Também foi alegada pela defesa a violação da legislação processual, pois o investigado
Márcio Sousa foi interrogado antes da inquirição das testemunhas. Mas, como é sabido, o
inquérito policial é um procedimento inquisitivo, no qual não há incidência dos princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório, presidido única e exclusivamente por
Delegado de Polícia, que tem a finalidade de apurar infrações penais.
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responder e de ser assistido por um defensor, bem como que tudo que disser poderá ser usado
contra si.
Conforme decidido por diversas vezes pelo STF, apesar de não haver a incidência dos
princípios ampla defesa e do contraditório no inquérito policial, o investigado não deixa de ser
um sujeito de direitos e garantias individuais. A defesa alega que a autoridade policial deveria
ter concluído o inquérito policial no prazo de 10 dias, contados a partir da conversão do
flagrante em preventiva. Há quem sustente na doutrina que tal contagem seria feita de acordo
com o Direito Processual Penal, ou seja, o início se daria no primeiro útil imediato. Mas há
quem sustente que seria um prazo que deveria ser contado de acordo com as regras do Direito
Penal, incluindo o dia da prisão na contagem. Adotando uma ou outra tese, o meio correto
para corrigir tal violação é o “Habeas Corpus”, a ser impetrado junto ao Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios, e não o “Requerimento ádministrativo”, peça que não encontra
pre- -visão no Código de Processo Penal. Por fim, vale mencionar que há quem sustente que o
prazo de conclusão do inquérito policial, quando se tratar de crime pre- -visto na Lei nº
12.850/13, não seguirá as regras do CPP, podendo estar inserido dentro do lapso temporal
para encerramento da instrução criminal, que é de 120 dias, que pode ser prorrogado p or igual
período quando se tratar de réu preso.
O Delegado de Polícia que indiciou Márcio Sousa, Lucas Pereira e Paulo de Tarso nos
autos pelo crime previsto no art. 7º, VIII, da Lei nº 8.137/90, que revogou o inciso I do artigo 3º
dos Crimes contra a Economia Popular, o fez de maneira correta, uma vez que a intenção do
grupo era aumentar o lucro, prejudicando os consumidores, e não os concorrentes ou o
mercado econômico. O delito previsto no art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/90 é uma norma penal em
branco homogênea, pois precisa de complementação de outra norma da mesma espécie para
produzir eficácia no ordenamento jurídico. No caso, a norma complementadora é o art. 18,
§6º, do Código de Defesa do Consumidor. Na questão da perícia, de acordo com novo
entendimento do STJ, ficou estabelecido que nos crimes previstos no art. 7º, IX, da Lei nº
8.137/90, é indispensável a sua realização, quando possível, a fim de se atestar se o produto é
ou não impróprio para consumo.
Foi realizada a perícia nas avelãs apreendidas, sendo que o perito atestou se tratar de
um produto com prazo de validade vencido. Vale frisar que o STJ também entende que é
desnecessária a comprovação da materialidade delitiva por meio de laudo pericial, desde que
existam outros elementos de convicção a respeito, como no caso, mesmo porque se cuida de
crime formal, de perigo abstrato.
Basta que o produto esteja exposto para venda em condições impróprias ao consumo
para configuração da infração em comento. Assim, correto o indiciamento feito pelo outro
Delegado de Polícia dando os autores Márcio Sousa, Lucas Pereira e Paulo de Tarso como
incursos no art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/90.
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Os indiciamentos de Juca Ribeiro, Márcio Sousa, Lucas Pereira, Antônio Dias, Pedro
Silva e Paulo de Tarso como incursos no art. 2º, II e IV, da Lei nº 12.850/13 estão corretos, uma
vez que eles integram uma organização criminosa composta por mais de uma dezena de
pessoas. Somado a isso, há uma estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a quatro anos.
Vale ressaltar que há conexão com outras organizações criminosas e ainda existe um
funcionário público (Juca) entre seus membros.
Também correto o indiciamento de Márcio Sousa, Lucas Pereira, Antônio Dias, Pedro
Silva e Paulo de Tarso como incursos em três crimes praticados em continuidade delitiva (art.
71 do CP) de furto qualificado (art. 155, § 4º, I e IV, CP), em concurso formal impróprio
(cumulação das penas por desígnios autônomos) com o art. 251, caput, do CP). Também
correto o formal indiciamento quanto à clonagem de cartões no art. 155, § 4º, II (mediante
fraude), do CP.
OBSERVAÇÃO:
Não concordamos com o gabarito definitivo na parte que entende que o prazo de
conclusão de inquérito policial, quando se tratar de crimes previstos na Lei 12.850/13, pode
ser inserido dentro da chamada instrução criminal. Rege o artigo 22 da referida lei: “Art. 22 –
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Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante
procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), observado o disposto no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. A
instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120
(cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão
fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato
procrastinatório atribuível ao réu”.
Não há na lei nada que determine a reunião de inquéritos. Aliás, é mais uma questão
de ordem prática do que legal. Na praxe cartorária, Delegados de Polícia reúnem inquéritos
num só.
1) Concessão de perdão judicial para Antônio, pois levou a polícia à identificação dos demais
coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; a
revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; a
prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; e a
recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa. Por fim, ele não é o líder da organização criminosa e foi o primeiro a
prestar a colaboração.
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burlar o sistema de proteção e de vigilância do Banco sobre os valores mantidos sob sua
guarda, configurando o delito de furto qualificado. 4. O Recorrente não possui interesse
jurídico no recurso quanto à aplicação da atenuante da confissão espontânea, pois não
ocorreu a alegada exclusão da minorante. 5. A pretensão de modificar o entendimento
firmado pelas instâncias ordinárias acerca da autoria e da materialidade do delito demandaria
amplo reexame de provas, o que se sabe vedado na via estreita do recurso especial, a teor do
disposto no enunciado sumular n.º 07 desta Corte. 6. Recurso especial parcialmente conhecido
e, nessa extensão, desprovido. REsp 1412971 / PE. Relator(a) Ministra LAURITA VAZ. QUINTA
TURMA. Julgamento: 07/11/2013. Publicação: DJe 25/11/2013. Nesse sentido as decisões
monocráticas: REsp 1345228. Relator(a) Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR. Publicação: DJe
18/03/2015. HC 320386. Relator(a) Ministro JORGE MUSSI. Publicação:DJe 20/04/2015.
Participação em organização criminosa (e não mera associação criminosa) (0,10 ponto): art. 2º,
caput, c/c art. 2º parágrafo 4º, incisos II (concurso de funcionário público: Juca Ribeiro) e IV
(organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes),
da Lei da organização criminosa (Lei n. 12.850/2013). Apenas Márcio Sousa, Lucas Pereira e
Paulo de Tarso: Incineração da avelã (0,20 ponto): art. 7º, inciso VIII, Lei 8.137/90: Art. 7º (...)
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta
de preço, em proveito próprio ou de terceiros. TIPOS PENAIS – PARTE 2 – Apenas Márcio
Sousa, Lucas Pereira e Paulo de Tarso: Venda de produto com validade vencida (0,20 ponto):
art. 7.º, inciso XI, Lei 8.137/1990: Art. 7.º (...) IX – vender, ter em depósito para vender ou
expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições
impróprias ao consumo. Apenas Márcio Sousa: Lavagem de capitais (0,10 ponto): art. 1.º da Lei
9.613/1998: Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. Juca Ribeiro, auditor-fiscal: Participação em organização
criminosa (e não mera associação criminosa) (0,10 ponto): art. 2.º, caput, c/c art. 2º parágrafo
4º, incisos II (concurso de funcionário público: Juca Ribeiro) e IV (organização criminosa
mantém conexão com outras organizações criminosas independentes), da Lei da organização
criminosa (Lei n. 12.850/2013). Corrupção passiva contra a ordem tributária (0,20 ponto): art.
3º, inciso II, da Lei 8.137/90. Não é correto tipificar como a corrupção passiva prevista no CP.
Advocacia administrativa contra a ordem tributária (0,10 ponto): art. 3º, inciso III, da Lei
8.137/90. Não é correto tipificar como advocacia administrativa, art. 321 do CP. Consumação
de todos os crimes: Todos os crimes foram praticados na forma consumada. O aluno que
mencionar o art. 14, inciso II, do CP terá errado a tipificação. A mera exposição à venda de
alimento vencido configura infração consumada, já que o crime é formal. O mesmo vale para a
alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros. A incineração não precisa ocasionar a alta
de preço; basta que haja esse intuito. Este crime também é formal ou de consumação
antecipada. O raciocínio também se aplica à corrupção passiva contra a ordem tributária, que
exige mera solicitação da vantagem indevida. O efetivo recebimento da vantagem é mero
exaurimento do crime, sendo, pois, dispensável para a sua consumação. (0,50 ponto) Das fases
do crime de lavagem de dinheiro e da sua consumação: A lavagem de dinheiro possui 3 fases:
colocação, ocultação e integração. O enunciado da questão evidencia que todas três foram
praticadas, já que o proveito criminoso foi incorporado formalmente ao sistema econômico
por meio da compra de tratores e do desenvolvimento de atividade plenamente lícitas. Não
obstante, ainda que não fosse o caso e o advogado de Sousa estivesse certo, a lavagem de
capital estaria consumada. O STF pacificou o entendimento de que a prática de qualquer das
três fases já configura lavagem de capital na forma consumada. (1,00 ponto). 1. Colocação – a
primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando
ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais
permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A colocação se efetua por
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poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até
igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa
ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. Indicação de testemunhas: Indicar as duas
empregadas como testemunhas (art. 10, parágrafo 2º, CPP): (0,40 ponto). Inversão da ordem
de inquirição do investigado: Conforme o STJ, a inversão da ordem de inquirição prevista no
art. 304 do CPP, ainda que implique a oitiva do investigado em primeiro lugar, não macula o
inquérito, porquanto não há prejuízo. (0,20 ponto). Direito ao silêncio: O fato de a autoridade
policial não ter advertido o investigado de que poderia permanecer em silêncio não implica
nulidade do inquérito. Ainda que se admita que houve nulidade (o que exige comprovação de
prejuízo), a mácula restringir-se-ia ao depoimento. O inquérito como um todo é juridicamente
hígido. (0,20 ponto) Nota de culpa na prisão em flagrante de Márcio Sousa nos termos do art.
306, CPP. A autoridade deveria ter entregue nota de culpa (nomen iuris do documento) em até
24h após a prisão em flagrante (art. 306, CPP). (2,00 ponto) Art. 306. A prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. § 1º Em até 24 (vinte e
quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral
para a Defensoria Pública. § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas. Suspensão de Juca Ribeiro do exercício da função pública de auditor-fiscal: arts.
310, II, e 319, VI, CPP. (Edital itens 8.4). (0,70 ponto) 1. solicitar a suspensão do exercício de
função pública (0,10 ponto); 2. indicar corretamente o fumus comissi delicti e o periculum
libertatis (0,20 ponto); 3. justificar a suficiência do afastamento e a desnecessidade da prisão
preventiva (0,40 ponto). Fumus comissi delicti: há indícios suficientes de autoria e prova da
existência do crime. Periculum libertatis: tem usado sua função para praticar o crime, o que
comprova que a situação persistirá, caso não seja tomada uma providência. Garantia da
ordem pública: tem-se valido do cargo para interceder em favor de particulares; demonstra
não possuir condições de continuar a exercer a função de maneira lícita. *O afastamento do
cargo é suficiente nesse caso, não sendo necessário representar em favor de prisão cautelar.
Prisão preventiva de Paulo de Tarso: Trata-se do integrante que não compareceu à reunião da
organização criminosa. Sua prisão preventiva justifica-se pelas mesmas razões que levaram à
decretação das prisões dos outros integrantes. Não há razão para deixá-lo solto. (0,60 ponto)
Fumus comissi delicti: há indícios suficientes de autoria e prova da existência do crime.
Periculum libertatis: trata-se de indivíduo especializado na prática de crimes, que dedica sua
vida à prática delituosa; praticou diversos crimes, das mais variadas espécies; o risco de
reiteração, analisado à luz do caso concreto, é altíssimo. A representação baseia-se na garantia
da ordem pública. Busca domiciliar e apreensão: do laptop, cartões clonados, máquinas chupa-
cabras e equipamentos necessários para a falsificação dos cartões. Art.5º, inciso XI, CF e art.
240, parágrafo 1º, “b”, “c”, “e” e “h”, CPP. (1,00 ponto). Sequestro dos veículos, dos três
tratores e artigos de luxo: Lamborghini amarela e moto Harley-Davidson. Há indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens. O proprietário não exerce atividade lícita regular,
ou seja, aparentemente são produto do crime (arts. 126, 127 e 132, CPP): (1,00 ponto). Arresto
ou hipoteca legal das 2 fazendas para pagamento de indenização às vítimas: Os bens recebidos
a título de herança, embora tenha origem claramente lícita, foram arrestados para garantir
eventual pagamento de multa e/ou ação civil exdelicto. A autoridade policial deve indicar esse
fato no relatório final, conquanto não tenha sido responsável pelo pedido de arresto ou de
hipoteca legal (o pedido é feito pelas vítimas; ou, excepcionalmente, pelo MP). O prejuízo às
vítimas foi muito substancial e foram praticados crimes cujas penas de multa são
particularmente onerosas, o que justifica o arresto. Relatar que o pedido foi f eito pelas vítimas
ou pelo MP (conforme consta do enunciado da peça), já que a autoridade policial não possui
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legitimidade para pedir arresto (art. 142, CPP): Art. 142. Caberá ao Ministério Público
promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda
Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. Arts. 126, 127 e 132, CPP. (1,00 ponto)
Interceptação telefônica: Justificar interceptação dos telefones 9999.0001 e 8888.0001, para
identificar os demais integrantes do grupo criminoso. Lei 9.296/96 (art.2º). (0,20 ponto) Os
requisitos estão presentes: I – indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal:
confissão de Antônio. II – a prova não pode ser feita por outros meios disponíveis: há
dificuldade de identificação de todos os integrantes. III – os fatos investigados constituem
infrações penais punidas com pena de reclusão. Ação Controlada: Indicar que se exige prévia
comunicação ao juiz de que será retardada a intervenção policial, embora não se exija prévia
autorização judicial. Ressaltar que a ação controlada foi necessária para a identificação de
todos os integrantes do grupo criminoso e para a apreensão do produto do crime. Art. 8.º da
Lei n.° 12.850/2013. (1,00 ponto) Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção
policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização crimi nosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. § 1º O
retardamento da intervenção policial ou administrativa será previ amente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério
Público. § 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações
que possam indicar a operação a ser efetuada. § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso
aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de
garantir o êxito das investigações. § 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada. Conclusão: A conclusão deve mencionar que estão
provados os fatos e autoria, estando exauridos os atos da polícia judiciária ou do delegado de
polícia, submetendo os autos do inquérito policial ao Judiciário. Deverá, ainda, representar
pela cautelar de afastamento de cargo público de Juca Ribeiro. Caso o candidato submeta o
relatório final à apreciação do Ministério Público, a postura será considerada incorreta, uma
vez que o Judiciário apenas dá vista ao Ministério Público após receber os autos. A autoridade
policial não pode submeter os autos do inquérito diretamente ao Ministério Público. (0,10
ponto)
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
PARECER Nº
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1. Trata-se de Decreto emitido pelo Governador do Estado que autoriza, mediante utilização
dos meios estritamente necessários, que agentes públicos possam entrar à força em imóveis
sobre os quais recaiam a suspeita de existência de criadouros de larvas de mosquitos
transmissores da dengue e cujos proprietários se encontrem ausentes ou resistentes à
atividade de combate epidêmico.
2. Referido ato normativo foi editado por conta da aproximação de epidemia de dengue
hemorrágica, que ameaça espalhar-se por todo o estado. Caso não haja a adoção de medidas
mais enérgicas, os danos causados à sociedade serão impactantes.
4. Inicialmente, é importante frisar que a inviolabilidade domiciliar possui previsão no art. 5º,
XI, da CRFB. Referida previsão, além de ser um direito fundamental, serve para coibir abusos
estatais em relação à casa (o entendimento jurisprudencial é no sentido de que o termo “casa”
é bem amplo).
6. Diante disso, o que o Decreto fez não foi autorizar a entrada a esmo nos imóveis, mas
apenas permitir que os agentes públicos possam realizar a importante função de vistoriar e
adotar medidas cabíveis para combater as larvas do mosquito transmissor.
7. Logo, é visível que se busca atender aos ditames do interesse público, o que autoriza uma
relativização da inviolabilidade domiciliar. Através de uma ponderação de interesses, a
inviolabilidade domiciliar de imóveis suspeitos de terem criadouros perde um pouco de
importância perante a supremacia do interesse público.
8. Outro ponto fundamental é que os princípios e normas constitucionais não devem ser
interpretados separadamente, ou seja, a visão deve ser global. Assim, pelo princípio
hermenêutico da concordância prática, também chamado de harmonização, na hipótese de
conflito entre bens e valores constitucionalmente protegidos, o intérprete deve preferir a
solução que favoreça a realização de todos eles, evitando o sacrifício total de uns em relação
aos outros.
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10. Essa técnica de ponderação de interesses ocorre em três etapas. Na primeira, o intérprete
encontrará as normas aptas a solucionar o caso, identificando os possíveis conflitos entre elas.
Na segunda, volta-se ao exame dos fatos concretos e sua relação com as normas selecionadas
na primeira etapa. Na terceira etapa, há a concretização da ponderação, momento no qual
serão decididos os pesos que devem ser conferidos aos elementos em conflito e,
consequentemente, quais normas devem preponderar neste caso.
11. No tocante ao próprio Decreto, ele nada mais é do que uma expressão do poder
regulamentar da Administração Pública. Poder Regulamentar ou Função Regu lamentar é a
atribuição conferida pela Constituição aos Chefes do Poder Executivo para produzir
regulamentos e decretos, sem a participação ordinária ou regular do Poder Legislativo.
12. Em relação à temática da responsabilização civil, o art. 37, §6º, da CRFB adotou a
responsabilidade objetiva para as condutas comissivas ilícitas perpetradas pela Administração
Pública. Conforme se depreende da visão doutrinária e jurisprudencial prevalente, adotou-se,
como parâmetro, a teoria do risco administrativo, isto é, eventuais prejuízos e danos
perpetrados pelo Estado devem ser repartidos por toda a sociedade.
13. A noção de ato ilícito é feita pelo Código Civil, nos arts. 186 e 187, aduzindo ser uma ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência que contraria a lei e que viola o direito,
causando um dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. Também comete ato ilícito o
titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
14. As condutas a serem praticadas pelos agentes públicos não se enquadram como atos
ilícitos, especialmente porque amparadas na edição de um Decreto que autoriza a entrada
deles. Além de cumprir o poder de polícia ínsito ao Poder Público, perpetrarão atos cujo escopo
é a proteção do interesse público.
15. Assim, não haverá a incidência do art. 37, §6º, da CRFB, ou seja, desde que as condutas
estejam em uma margem de normalidade e dentro das previsões do Decreto, não se poderá
falar em responsabilização civil.
16. Por fim, importante mencionar que a Lei nº 13.301/16 permite o ingresso forçado em
imóveis públicos e privados no caso de situação de abandono, ausência ou recusa de pessoa
que possa permitir o acesso de agente público, regularmente designado e identificado, quando
se mostre essencial para a contenção das doenças, consoante o art. 1º, IV, dessa lei.
17. Diante do exposto, conclui-se que o Decreto é plenamente compatível com o ordenamento
jurídico e com o interesse público.
Nome
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Denúncia anônima que chegou à Delegacia de Polícia dá conta de que Mario Mendes e Ciro
Fontes estariam inserindo elementos inexatos em operações de natureza fiscal relativas ao
ICMS, visando fraudar a fiscalização tributária, das empresas de laticínios Indústria de
Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda. Apesar dos indícios
apontarem o envolvimento dos investigados em crime de sonegação fiscal, a investigação
chegou a um impasse, pois não foi possível elucidar, com os levantamentos de campo e de
informações, qual a participação de cada um dos investigados, acrescido do fato de que o
investigado Ciro Fontes faz constantes viagens internacionais. Dados do Inquérito: N.
0124/2014; Primeira Delegacia de Polícia da Comarca de Lages, rua das Palmeiras, 357, Lages –
Fone (49) 3131 – 3030 Delegado Responsável: Dr. Edmundo Bastos Cunha – matrícula 123.456-
7 – bastos@pc.sc.gov.br Agente de Polícia designado: Anibal Bruno de Faria 333.444-5 –
faria@ pc.sc.gov.br Do que foi até agora apurado tem-se: a) Indústria de Laticínios Companhia
do Leite, com sede na rua das Acácias, 123, Lages -Sócios Mario Mendes e Ciro Fontes; b) Leite
Bom Indústria Alimentícia Ltda., com sede na rua das Laranjeiras, 456, Lages – Sócios Ciro
Fontes e Mario Mendes; c) Mario Mendes – brasileiro, caso, empresário, residente à rua
Pessegueiro, 687, Lages – celular (Claro S/A) (49) – 9112 – 7070, CPF 400 401 402 – 88; d) Ciro
Fontes – brasileiro, casado, empresário, residente à rua das Videiras, 581, Lages – celular
(Claro S/A) (49) – 9112 – 8080, CPF 500 501 502 – 99; e) registro da caminhonete Mitsubishi
L200, placas XXX – 0123, utilizada por Ciro Fontes, em nome da Samira Mendes Lima, CPF 800
801 802 -83; f) registro, em nome da Samira Mendes Lima, do veículo Honda Civic, ano
2013/2014, placas XXX – 0456, que até 21/1/2014 estava registrado em nome da empresa
Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda; g) registro de veículos particulares, utilizados por Mario
Mendes e seus familiares, em nome de terceiros: – Citroen C4 Palas, placas XXX – 1111 –
registrado em nome de Murilo Garcia – CPF 100 101 102 – 76; – BMW, placas XXX – 2222,
registrado em nomes de Cássio Meira, CPF 200 201 202 – 67; – Mitsubishi Pajero Full, placas
XXX – 3333, registrado em nome de Felipe Lima, CPF 300 301 302-57; h) inexistência de
patrimônio nas empresas Indústria de Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria
Alimentícia Ltda. i) incompatibilidade entre volume de produção, o constante nos registros de
estoque da empresa e o constante nos registros fiscais de saída de produtos, decorrente das
vendas. Outros dados: b) Tim Celular S/A – Gerência de Relacionamento e Apoio a Órgãos
Públicos, Av. Alexandre de Gusmão, 29, São Paulo. c) Claro S/A – Departamento Jurídico, Rua
Flórida, 1970, São Paulo. d) OI/Brasil Telecom – Gerência de Ações Restritas, Av. Presidente
Vargas, 914, São Paulo. e) Vivo – Núcleo de Assuntos Especiais, Av. João Gualberto, 717, São
Paulo. f) Nextel/Telecomunicações – Rua Bela Cintra, 1196, São Paulo. g) GVT – Rua Lourenço
Pinto, 299, São Paulo. Analise o anteriormente relatado e, como Delegado de Polícia, sem criar
novos dados, elabore pedido de interceptação telefônica.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
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O Delegado de Polícia que ao final subscreve, no exercício dos poderes e atribuições conferidos
pelo artigo 144 da Constituição Federal, pelo Código de Processo Penal, pela Lei nº 12.830/13 e
com base na Lei nº 9.296/1996, vem, perante Vossa Excelência, representar INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA E DE DADOS pelas razões de fato e de direito a seguir articuladas.
I – DOS FATOS:
Também está registrado em nome de Samira Mendes Lima o veículo Honda Civic, ano
2013/2014, placas XXX – 0456, anteriormente registrado em nome da empresa Leite Bom
Indústria Alimentícia Ltda.
Os veículos particulares utilizados por Mário Mendes e seus familiares também estão
registrados em nome de terceiros, conforme dados do inquérito policial em epígrafe.
Inexiste patrimônio em nome das duas referidas empresas, em que são sócios Mário
Mendes e Ciro Fontes.
Apesar dos inúmeros indícios apurados, não foi possível elucidar, com os meios
investigatórios até então disponíveis, a participação de cada um dos investigados nos delitos
investigados.
II – DO DIREITO:
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Já a “quebra” é o acesso aos dados telefônicos, que ocorre quando são analisados os
dados cadastrais dos usuários do aparelho, os extratos telefônicos, que possuem a
identificação das ligações efetuadas, recebidas e não atendidas, bem como das mensagens
enviadas e recebidas. No caso, a partir do dia do cometimento do delito até a data do
fornecimento das informações, bem como a indicação das Estações Rádio Base.
Deve ser lembrando que o art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.296/96, permite que se
requeira a interceptação mesmo quando não houver a individu-alização do suspeito. Por fim,
Vossa Excelência é o magistrado competente para julgar futura ação penal.
III – DO PEDIDO:
Diante de todo o exposto, o Delegado de Polícia que ao final subscreve requer a Vossa
Excelência a interceptação telefônica e de dados, pelo prazo de 15 (quinze) dias, das seguintes
linhas: 1) (49) 91127070, da operadora Claro S/A, em nome de Mário Mendes, brasileiro, caso,
empresário, residente à rua Pessegueiro, 687, Lages; e 2) (49) 91128080, da operadora Claro
S/A, em nome de Ciro Fontes, brasileiro, casado, empresário, residente à rua das Videiras, 581,
Lages, com envio do respectivo ofício à referida operadora, no departamento jurídico, situado
rua Flórida, 1970, São Paulo.
Lages, data.
Delegado de Polícia
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PEÇA PRÁTICA – No dia 11.06.2014 a vítima “A”, com 60 anos de idade, encontrava- se no
interior da loja de automóveis “Maria´s Car”, de sua propriedade, ocasião em que quatro
indivíduos, em concurso, ingressaram no estabelecimento, todos portanto arma de fogo e
encapuzados, arrebataram a vítima e subtraíram alguns objetos eletrônico e certa quantia em
dinheiro. De acordo com testemunhas, quando do arrebatamento, em frente ao
estabelecimento comercial estavam estacionados dois veículos – um Ford Fusion de placas
AAA-1111 e um GM Vectra de placas BBB-2222 – que foram utilizados na fuga dos criminosos e
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para condução da vítima. Em pesquisa verificou-se que ambos os veículos não possuíam queixa
de crime. Após duas horas do arrebatamento, um dos seqüestradores entrou em contrato com
a família da vítima, momento em que identificador de chamadas revelou linha telefônica
celular de prefixo 81, número 9999-9999, anunciando que estavam em poder da vítima.
Passado três dias, no decorrer das investigações, foi preso “B”, que acabou confessando o
crime, dizendo que iriam exigir R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) como condição para a
libertação da vítima, apontando voluntariamente o local onde esta se encontrava cativa. A
vítima foi resgatada incólume pela Polícia e o resgate não foi pago. “B” alegou, quando de seu
interrogatório no auto de prisão em flagrante, ter agido juntamente com outros três
indivíduos, “C”, com 20 anos, “D”, com 33 anos e “E”, com 16 anos de idade, dos quais apenas
os endereços não foram identificados. Informou ainda que, com os mesmos comparsas, havia
praticado outros crimes de seqüestros e roubos, narrando tratar-se de uma estrutura
ordenada, onde as tarefas são divididas entre seus integrantes. Elabore a peça de polícia
judiciária pertinente, com a correta tipificação do(s) crime(s), para decretação da(s) medida(s)
cautelar(ES) cabível (eis) no curso da investigação.
NOTA EXPLICATIVA:
DA TIPIFICAÇÃO:
Diante dos dados fornecidos pelo examinador, o candidato poderia fundamentar a ocorrência
do crime de roubo agravado (art. 157, §2º, I, II, IV, do Código Penal) em concurso material com
o delito de extorsão mediante sequestro qualificado (art. 159, §1º, do Código Penal). Isso
porque os quatro suspeitos ingressaram no estabelecimento comercial, armados, e mediante
violência ou grave ameaça, além de arrebatarem a vítima, subtraíram bens móveis, o que
configura o delito de roubo agravado.
Porém, após duas horas do arrebatamento, um dos sequestradores entrou em contrato com a
família da vítima e, posteriormente, foi descoberto pela polícia que exigiriam quantia em
dinheiro para libertá-la, o que, em tese, configura o delito de extorsão mediante sequestro
qualificado.
O crime meio (roubo) é absorvido pelo crime fim (extorsão mediante sequestro). Aplica-se ao
caso, portanto, o princípio da consunção.
Por fim, considerando que foram colhidos elementos de informação dando notícia de que
havia quatro integrantes, sendo uma estrutura ordenada com divisão de tarefas, tendo por
objetivo a prática de crimes com pena máxima em abstrato superior a 4 anos, há indícios
também de uma organização criminosa (art. 1º, §1º, da Lei nº 12.850/13). Assim, é possível
verificar que os integrantes também estão incorrendo, em tese, no delito tipificado no art. 2º
da Lei nº 12.850/13, crime este permanente, ou seja, sua consumação se prolonga no tempo.
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Considerando que a autoridade policial obteve informações acerca dos veículos que foram
utilizados pelos meliantes quando da fuga, é possível ao delegado representar ao juiz
competente pela busca e apreensão domiciliar (art. 240,
§1º, “a” a “h”, do Código de Processo Penal), no endereço constante do banco de dados dos
veículos supracitados.
Além disso, levando em conta que a autoridade policial também possui o número do telefone
celular utilizado por um dos meliantes, a autoridade policial poderá representar pela
interceptação telefônica do referido número (com fundamento no art. 2º, I, II e III, a contrario
sensu, combinado com art. 3º, I, ambos da Lei n.º 9.296/96), além da quebra de dados
telefônicos (extratos das ligações pretéritas), nos termos do art. 5º, VII, da CRFB.
Ademais, considerando que a autoridade policial possui a identificação dos criminosos, poderá
requisitar, diretamente, nos termos do art. 3º, IV, c/c art. 15 da Lei nº 12.850/13, dados
cadastrais referentes à qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça
Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e
administradoras de cartão de crédito. Tal diligência certamente contribuirá com as
investigações.
Por fim, considerando os indícios da existência de uma organização criminosa, conforme acima
exposto, com o objetivo de monitorar as ações dos criminosos, para então identificá-los e
prendê-los, principalmente os que exercem o comando da organização criminosa, poderá a
autoridade policial representar ao juiz competente pela ação controlada, nos termos do art.
8º, parágrafos, e art. 9º da Lei nº 12.850/13. Não obstante a Lei nº 12.850/13, no art. 8. §1º,
ressaltar que é necessária apenas a prévia comunicação ao juiz competente, a doutrina
majoritária entende que se revela imperiosa a autorização judicial, por se tratar de cláusula de
reserva de jurisdição.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por intermédio do Delegado de Polícia que este
subscreve, no uso das atribuições conferidas pelo art. 144 da CRFB, dos dispositivos do Código
de Processo Penal, da Lei nº 12.830/13 e demais diplomas legais correlatos, vem, perante V.
Exa., ofertar as medidas cautelares abaixo elencadas, embasados nos fatos e fundamentos a
seguir
DOS FATOS:
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Após duas horas do arrebatamento, um dos sequestradores entrou em contrato com a família
da vítima, momento em que identificador de chamadas revelou linha telefônica celular de
prefixo 81, número 9999-9999, anunciando que estavam em poder de “á”. Passado três dias,
no decorrer das investigações, foi preso “B”, que acabou confessando o crime, dizendo que
iriam exigir R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) como condição para a libertação da vítima,
apontando voluntariamente o local onde esta se encontrava a cativa.
A vítima foi resgatada incólume e o resgate não foi pago. “B” alegou, quando de seu
interrogatório no auto de prisão em flagrante, ter agido juntamente com outros três
indivíduos, “C”, com 20 anos, “D”, com 33 anos e “E”, com 16 anos de idade, dos quais apenas
os endereços não foram identificados. Informou, ainda, que com os mesmos comparsas havia
praticado outros crimes de sequestros e roubos, narrando tratar-se de uma estrutura
ordenada, cujas tarefas são divididas entre seus integrantes.
DO DIREITO:
Com base nos fatos acima expostos, verifica-se, no caso em tela, a ocorrência do delito
de roubo agravado praticado em concurso material com o delito de extorsão mediante
sequestro qualificado, (art. art. 157, §2º, I, II, IV e art. 159, §1º, c/c art. 69, todos do CP), tendo
em vista que os quatro suspeitos ingressaram no estabelecimento comercial, armados, e,
mediante violência ou grave ameaça, além de arrebatarem a vítima, subtraíram bens móveis.
Por tal razão, os integrantes também estão incorrendo, em tese, no delito tipificado no
art. 2º da Lei nº 12.850/13, crime este permanente, ou seja, sua consumação se prolonga no
tempo.
DO PEDIDO
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SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS, com fundamento no art. 2º, I, II e III, a contrario sensu,
combinado com art. 3º, I, ambos da Lei n.º 9.296/96, e art. 5º, VII, da CRFB, respectivamente,
do terminal telefônico prefixo 81, número 9999-9999. Somado a isso, a polícia civil também
REPRESENTA pela prisão temporária dos suspeitos “á”, “B”, “C” e “D”, já que presentes os
requisitos constantes do art. 1º, I, II, III, “c” e “d”, da Lei nº 7.960/89. Por fim, considerando os
indícios da existência de uma organização criminosa, conforme acima exposto, com o objetivo
de monitorar as ações dos criminosos, para então identificá-los e prendê-los, principalmente os
que exercem o comando da organização criminosa, a polícia civil REPRESENTA pela ação
controlada, nos termos do art. 8º, parágrafos e art. 9º da Lei nº 12.850/13.
Delegado de Polícia
PEÇA PRÁTICA – Rafael, funcionário público municipal, foi investigado por suposta prática de
crime de peculato pela subtração de duas luminárias de alumínio. Por sua vez, Rafael
apresentou provas no inquérito policial de que as luminárias estariam em desuso, em situação
precária, e seriam de valor irrisório. Disserte e fundamente, como delegado de polícia, pelo
não indiciamento formal de Rafael utilizando-se do princípio da insignificância, informando
sobre os dogmas desse princípio e sua colaboração na consolidação de parâmetros que
orientam a aplicação da norma penal.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Inquérito Policial nº
Trata-se de inquérito policial instaurado para apurar o crime de peculato (art. 312 do
CP) cometido, em tese, por Rafael, funcionário público municipal.
Em uma análise mais apressada, poder-se-ia dizer que Rafael incorrera no delito do art.
312 do CP. Ressalte-se, todavia, que o Delegado de Polícia, na condição de primeira autoridade
estatal a ter contato com o crime, exerce funções de natureza jurídica, sendo, necessariamente,
bacharel em Direito, consoante estabelece a Lei nº 12.830/2013. Por isso, a atuação do
Delegado de Polícia não pode se dar de maneira robotizada.
Sabe-se que no estudo da tipicidade esta era entendida, pela teoria tradicional, sob o
aspecto meramente formal. Deste modo, bastava a subsunção do fato à norma para que se
caracterizasse a infração, desde que presentes os demais requisitos. Considerando esta linha de
raciocínio, restaria imputado o crime de peculato ao aqui investigado.
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Incrementando esta teoria, Eugênio Raul Zaffaroni desenvolveu a teoria da tip icidade
conglobante, na qual a tipicidade penal é a soma da tipicidade formal e da tipicidade
conglobante (esta última composta pela tipicidade material e pela antinormatividade do ato –
ato não determinado ou não incentivado por lei).
Por fim, ressalte-se que o STF tem entendido possível a incidência do princípio da
insignificância ao crime de peculato.
Delegado de Polícia
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PROTÁGORAS, revoltado, se dirige até o seu veículo e de lá retira uma pistola cal.380.
GORGIAS, percebendo que seu desafeto se encontrava com arma em punho, tenta
empreender fuga, mas é alvejado nas costas por 03 (três) tiros disparados por PROTÁGORAS.
Neste momento passa uma viatura da Polícia Civil e os policiais que presenciaram a ação
delituosa de PROTÁGORAS lhe dão voz de prisão, arrecadando a arma que efetuou os disparos
com as respectivas munições. Os mesmos policiais isolam a área da ação delituosa e com a
chegada de servidores do Instituto de Criminalística e do IML conduzem PROTÁGORAS à
Delegacia de Homicídios, responsável pela autuação em flagrante delito e instrução do
respectivo inquérito policial. Uma vez apresentado PROTÁGORAS ao Delegado titular da
Delegacia de Homicídios, juntamente com a arma e munições arrecadadas, fora o mesmo
autuado em flagrante delito. Na qualidade de Delegado de Polícia responsável pelo Auto de
Prisão em Flagrante de PROTÁGORAS, elabore DESPACHO contendo atos ordinatórios da peça
flagrancial tendentes ao prosseguimento da instrução do inquérito policial, conforme
preceitua a legislação pátria.
NOTA EXPLICATIVA:
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Entrega-se ao preso a Nota de Culpa. Documento que dá ciência ao preso dos motivos
da sua prisão, o crime pelo qual foi preso foi autuado, bem como quem foram as pessoas que
realizaram a prisão, com base no art. 306, § 2º do CPP. Elabora-se o Prontuário de
Identificação Criminal e Boletim de Vida Pregressa do ora autuado. Necessário para verificar se
há mandado de prisão em aberto do autuado, fato que impede a fiança. Serve como
parâmetro para determinar o valor da fiança, quando cabível, pelo Delegado de Polícia.
A prisão em flagrante dá início à abertura de inquérito policial, que tem, como regra, o
prazo de conclusão em 10 (dez) dias, quando a pessoa encontra-se presa, e 30 (trinta) dias,
quando solta. A colheita de provas é um dos objetivos do procedimento policial e tudo que foi
apurado no inquérito é remetido ao Poder Judiciário, que enviará, posteriormente, ao
Ministério Público.
Portanto, necessário, nos termos do art. 6º do CPP, a apreensão das provas ligadas ao
crime, fato que fundamenta o envio dos ofícios ao Instituto de Criminalística solicitando perícia
no local de morte violenta, arma, munições apreendidas e exame cadavérico na vítima.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
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4) Interrogatório do conduzido;
7) Entrega da Nota de Culpa ao preso PROTÁGORAS como incurso nas penas do Art. 121, § 2º,
II do CP;
10) Ofício ao Instituto Médico Legal de Teresina-PI solicitando exame de corpo de delito no
preso;
11). Envio, via ofício, do preso PROTÁGORAS ao estabelecimento prisional em Teresina – PI,
onde ficará recolhido à disposição da Justiça;
14) Expedição do ofício ao IML, conforme minuta, solicitando exame cadavérico na vítima.
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Delegacia de Homicídios
PEÇA PRÁTICA – João, José, Sebastião, Francisco e Raimundo uniram-se para praticar diversos
crimes. Para obter mais eficiência em sua empreitada, o grupo adquiriu diversos armamentos.
No dia 18 de novembro de 2009, por volta das 10h40min, em certo endereço de Brasília/DF,
cometeram um assalto na Agência do Banco São Judas Tadeu, instituição privada. A dinâmica
deu-se da seguinte maneira: João adentrou na agência bancária, juntamente com José e
Francisco, e anunciou o assalto com um disparo de arma de fogo, do tipo escopeta. José
portava uma submetralhadora, calibre 9 mm, marca Inbel, com numeração raspada, e
impossibilitou a ação dos vigias. Francisco correu até a gerência e, de posse de uma arma de
fogo, do tipo Fuzil de Ação Leve, 762 mm, com numeração raspada, determinou que todos que
estavam presentes se deitassem no chão e assim permanecessem. Sebastião postou-se na
entrada do estabelecimento, mantendo vigilância para a ação dos comparsas, portando arma
de fogo, do tipo pistola, calibre 9 mm, marca Beretta, com numeração raspada. Raimundo
permaneceu no interior de automóvel parado em frente à agência bancária. Após a colheita de
todos os valores constantes nas caixas registradoras e do montante disponível na tesouraria,
totalizando R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais), o grupo iniciou sua fuga,
com a saída do banco. Antes de finalizarem a retirada da agência bancária, identificaram o
policial civil Jorge e, contra este, Francisco efetuou dois disparos, ocasionando a sua morte. Em
seguida, fugiram no automóvel, tomando destino ignorado. Os funcionários do banco André,
Patrícia, Mauro e Paulo foram ouvidos como testemunhas dos fatos e narraram a dinâmica
apresentada. Raimundo foi encontrado de posse de arma utilizada no crime, na Agrovila São
Sebastião/DF, no dia 15 de dezembro de 2009. Naquela oportunidade, ele indicou como
residência dos autores do fato a cidade-satélite de Samambaia/ DF, onde foram encontrados
João, José, Sebastião e Francisco, de posse das demais armas. Nenhum valor monetário
resultante do ato criminoso foi localizado. Em seus depoimentos à autoridade policial, todos
negaram participação no assalto ao banco, apesar de João, José, Sebastião e Francisco terem
sido reconhecidos pelas testemunhas Patrícia e André. Confessaram que se associaram para
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cometer crimes, mas sem uso de violência e que deixavam as armas com Raimundo, que seria
o armeiro e motorista do grupo. Foram todos indiciados, mas continuaram soltos. As armas
foram periciadas, e foi atestada sua eficiência e recenticidade de disparos. A polícia obteve as
imagens do circuito interno de televisão do banco e procedeu à sua degravação, com a
respectiva perícia. Constatou-se que os familiares dos autores do crime residem na cidade de
São Paulo, para onde os infratores telefonavam constantemente por meio dos telefones
celulares de diversas operadoras. Acrescente-se que os indiciados ostentam registros de
antecedentes criminais. Em 20 de dezembro de 2009, a Polícia Militar, durante uma blitz,
surpreendeu todos os indiciados na via de acesso ao Aeroporto de Brasília, conduzindo um
veículo automotor, marca Toyota, Hilux, de cor preta, modelo/ano 2009, de posse de
passagens aéreas. Do exame de tais documentos, contatou-se que os indiciados iriam
embarcar naquela noite para a cidade de São Paulo, sem retorno previsto. Tal fato foi
imediatamente comunicado ao delegado de polícia competente. Remetidos os autos do
inquérito policial ao delegado de polícia, este deverá proceder ao ato de polícia civil adequado,
considerando todos os atos aqui narrados. Com base nessa situação hipotética, redija, na
condição de delegado de polícia competente, o ato de polícia pertinente, que deverá conter,
necessariamente, os seguintes tópicos: (a) a especificação dos requerimentos adequados para
a situação; (b) a capitulação correta, explicando-a; (c) a justificativa da necessidade ou não de
prisão, indicando qual a espécie e diferenciando-a de outras possibilidades; e (d) a indicação
da necessidade ou não de quebra de sigilos e quais.
NOTA EXPLICATIVA:
A questão narrou um caso de “latrocínio”, ou seja, roubo qualificado pelo resultado morte,
tipificado no art. 157, §3º, do CP, já que logo após subtrair coisa alheia móvel (três milhões e
quinhentos mil reais) mediante o uso de grave ameaça (arma de fogo), ainda empregaram
violência contra pessoa, vindo a matar um policial civil, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si.
Não obstante a morte ter sido causada por um dos coautores, considerando que agiam em
concurso de pessoas, unidos por um vínculo subjetivo e com consciência da possibilidade de
ocorrer a morte de alguém, já que estavam armados, todos deverão responder pelo latrocínio,
nos termos do art. 29 do CP.
Ao que parece, mesmo diante de todos os elementos de informação coletados (apreensão das
armas, imagens do sistema de vigilância do banco, prova testemunhal) dando conta da autoria
delitiva, os suspeitos permaneceram em liberdade, já que não foi decretada a prisão
temporária ou preventiva.
Ademais, considerando que o dinheiro subtraído não foi encontrado, é conveniente que a
autoridade policial represente pela quebra do sigilo bancário dos suspeitos, já que a quantia
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ou parte dela pode estar em poder deles. Ademais, é conveniente representar pela quebra do
sigilo de dados telefônicos, ou seja, da Estação rádio Base do dia e hora aproximada dos fatos,
o que reforçaria a autoria delitiva, e também o extrato das ligações efetuadas e recebidas em
determinado período.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
DOS FATOS:
Dessa forma, a prisão preventiva faz-se necessária para garantir a aplicação da lei
penal, ou seja, evitar que os suspeitos fujam do distrito da culpa, inviabilizando a futura
execução da pena.
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O art. 5º, XII, da CRFB, assegura a inviolabilidade das comunicações de dados, inclusive
os bancários, como uma das garantias fundamentais do indivíduo. Todavia, convém sublinhar
que, de acordo com o princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas,
nenhum direito possui caráter absoluto, não podendo ser utilizado de forma a efetivar prática
de ilícitos ou diminuir a responsabilidade penal decorrente da atividade proibida.
A coordenação dos bens jurídicos em conflito deve evitar o sacrifício total de uns em
relação aos outros, numa concordância prática. O direito de sigilo não pode servir para
acobertar práticas delituosas, que devem ser apuradas pela autoridade competente. As provas
assim obtidas são lícitas e não violam o art. 5º, LVI, da CF.
Ante o exposto, com supedâneo no art. 5º, X e XII, da CRFB e art. 1º, §4º, da Lei
Complementar nº 105/2001, a Polícia Civil do Distrito Federal, através do Delegado de Polícia
signatário, representa pela quebra de sigilo de dados financeiros para que o juízo decrete a
medida cautelar e oficie aos bancos de modo que, no prazo de 72 horas, sob pena de crime de
desobediência, disponibilizem toda a movimentação bancária dos suspeitos a partir de
18/09/2009 até a data da decisão judicial.
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dinheiro subtraído. A quebra da estação rádio base dos celulares utilizados pelos meliantes no
dia dos fatos poderá fornecer provas ainda mais robustas acerca da autoria, pois pode servir
como indicador de que estiveram no local dos fatos e dia e hora da ocorrência.
Além disso, também pode apontar outros locais onde estiveram após o fato, o que irá
auxiliar a polícia a encontrar o dinheiro subtraído e identificar os demais integrantes da
associação criminosa. Por fim, o registro das ligações efetuadas e recebidas, e os respectivos
dados cadastrais, também contribuirão para as investigações. Ante o exposto, com supedâneo
no art. 5º, XII, da CRFB, represento pela quebra de sigilo de dados telefônicos dos números dos
suspeitos, com a expedição de mandado judicial para que as respectivas concessionárias de
telefonia providenciem à Autoridade Policial, no prazo de 48 horas, sob pena de crime de
desobediência:
2) localização das Estações Rádio Base utilizadas, com dados de latitude, longitude e azimute,
referente ao período indicado acima; e
3) dados cadastrais (nome, filiação, RG, CPF/CNPJ, endereço, telefone) do alvo, bem como dos
interlocutores que se comunicarem com os investigados.
Jose Argemiro, brasileiro, solteiro, com 20 anos de idade, sem profissão definida e sem
residência fixa, no dia 20/05/2006, por volta das 20h, na rua Maranhão, na altura do n. 309,
bairro Pacoval, ameaçou Jose Jacinto, mediante emprego de arma de fogo, a entregar-Ihe a
quantia que portava. A vítima, sem opção, entregou os R$ 256,00 que possuía, e o agente
afastou-se calmamente. A vitima procurou a delegacia mais próxima e, na manha do dia
seguinte, Jose Argemiro foi preso por agentes de policia. Levado a delegacia, lavrou-se o auto
de prisão em flagrante. Contudo, o advogado do indiciado obteve ordem de habeas corpus,
sob a alegação de que não houve flagrante delito. Durante a instrução do inquérito, constatou-
se que o indiciado estava ameaçando as testemunhas do fato. Como Delegado que preside o
inquérito, represente ao órgão competente sobre a necessidade da prisão do indiciado. A
representação deve conter, necessariamente, dentre outros elementos, os seguintes: a) O
endereçamento ao órgão competente para conhecer do pedido; b) A tipificação adequada da
conduta do indiciado, inclusive se o crime foi tentado ou consumado; c) A hipótese especifica,
prevista em lei, em que se funda o pedido de prisão.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Por força dos elementos probatórios juntados ao presente inquérito policial, esta
Autoridade Policial, com fundamento no artigo 312 e seguintes do Código de Processo Penal,
REPRESENTA a Vossa Excelência no sentido de que seja decretada a PRISÃO PREVENTIVA de
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JOSÉ ARGEMIRO, brasileiro, solteiro, com 20 anos de idade, sem profissão definida e sem
residência fixa.
Socorro-me, para o presente pedido, dos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem.
No último dia 20 de maio de 2006, por volta das 20h, na rua Maranhão, altura do
numeral 309, bairro Pacoval, neste município, o investigado JOSÉ ARGEMIRO, mediante grave
ameaça perpetrada com uma arma de fogo, subtraiu a quantia de R$ 256,00 (duzentos e
cinquenta e seis reais) pertencente a JOSÉ JACINTO. Logo em seguida, JOSÉ JACINTO procurou
esta Delegacia de Polícia, registrando boletim de ocorrência (anexo).
Nas primeiras horas da manhã do dia seguintes, agentes de polícia desta unidade
prenderam JOSÉ ARGEMIRO. Nesta Delegacia, a autoridade policial deliberou pela lavratura do
auto flagrancial (anexo). Ocorre que, alguns dias depois, a autoridade judiciária expediu alvará
de soltura em favor do investigado JOSÉ ARGEMIRO, o qual foi imediatamente colocado em
liberdade. Entretanto, na presente data, chegou ao conhecimento desta autoridade policial que
o investigado JOSÉ ARGEMIRO tem ameaçado reiteradamente as testemunhas presenciais dos
fatos, ouvidas quando da lavratura do flagrante. Tais fatos são confirmados pelos novos
depoimentos das testemunhas, os quais seguem anexos a esta representação.
Sublinhe-se, ainda, que o crime apurado neste inquérito policial tem pena privativa
máxima superior a quatro anos, autorizando a prisão cautelar, nos termos do art. 313 do
Código de Processo Penal. De igual modo, a prisão preventiva revela-se necessária e adequada
ao presente caso, nos moldes do art. 282 do CPP, pois se trata do único modo de impedir com
que o investigado continue ameaçando a integridade das testemunhas, influenciando a futura
instrução processual.
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Delegado de Polícia
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Delegado de Polícia Civil, lotado na , respeitando o artigo 5º, inciso XI, da Lei Fundamental, no
uso de atribuições legais e com fulcro na Lei nº 7.960/89 e no artigo 240, §1º, do Código de
Processo Penal, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência representar pela
expedição de mandados de prisão temporária contra Bocácio Brutus, já devidamente
qualificado, e Cartago Carêncio, também devidamente qualificado, pelos motivos de fato e de
direito a seguir declinados.
DOS FATOS
Consta dos autos que Armínio Armênio, Bocácio Brutus e Cartago Carêncio praticaram,
em co-autoria e mediante prévio acordo, um crime de homicídio qualificado pelo
emprego de meio cruel (esganadura). Armínio Armênio foi visto por agentes policiais
no momento em que o trio terminava a execução do crime, sendo detido em flagrante.
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Nenhum dos foragidos foi mais encontrado, seja em suas residências, seja em seus locais de
trabalho ou na residência de parentes, apesar das incessantes diligências promovidas pela
autoridade policial.
DO DIREITO
O crime de homicídio doloso faz parte do rol taxativo de delitos previstos na Lei da
Prisão Temporária e a restrição à liberdade do suspeito é imprescindível para continuidade das
investigações criminais. Assim, diante dos fatos narrados, é necessária a prisão temporária do
suspeito pelo prazo de 30 (trinta) dias, consoante dispõe a Lei dos Crimes Hediondos, com
intuito de se garantir a efetividade das diligências policiais.
No caso em comento, estão presentes os três incisos necessários para que Vossa
Excelência defira a presente representação: a prisão dos representados se faz necessária para
continuidades das investigações; eles não possuem residência fixa; e, como já mencionado, o
crime de homicídio doloso está no elenco de delitos que admitem detenção temporária.
Diante das razões de fato e de direito expostas, a Autoridade Policial ao final firmada
representa pela prisão temporária de Bocácio Brutus e Cartago Carêncio, ouvindo-se o Órgão
Ministerial com atribuição para oficiar no feito, com encaminhamento dos auto s devidamente
relatados no prazo legal, a contar do dia em que se executar a ordem de prisão, caso não haja
necessidade do pedido de prorrogação.
Termos em que,
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morreu na hora. Renato, antes de fugir, ainda pegou o celular que estava no bolso da camisa
de Alfredo. Nesta data, ao sair de uma feirinha de artesanato, Anita avistou Renato em meio a
um grupo de pessoas que parecia usar drogas, reconheceu- o e começou a gritar para que
alguém o detivesse, quando então algumas pessoas o seguraram até a polícia chegar. O
boletim de ocorrência havia sido registrado nessa unidade policial, mas o apuratório penal não
havia sido deflagrado ainda. Renato de Oliveira, ao ser interrogado, negou ter cometido
qualquer crime, bem como qualquer envolvimento com drogas. Não soube ou não quis
informar seu endereço residencial, afirmando que dorme nos locais onde faz “bicos” como
pintor, pois não tem emprego fixo. Maria de Oliveira, ao ser avisada sobre a detenção de seu
filho, Renato, compareceu à Delegacia de Polícia e garantiu a inocência dele, complementou
que ele não mora mais com ela, é viciado em drogas, porém não é ladrão. A pesquisa relativa
aos antecedentes criminais apontou que Renato já cumpriu pena pelo crime de tráfico de
entorpecentes e foi posto em liberdade em dezembro de 2013. Formalizadas a portaria
inaugural, as declarações da filha da vítima, de Maria de Oliveira, o auto de reconhecimento, o
interrogatório e o indiciamento de Renato, no inquérito policial, como Delegado de Polícia
responsável pelas atividades de Polícia Judiciária, redija a peça processual adequada à
continuidade das investigações do crime que vitimou Alfredo Medeiros, fundamente e motive.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Delegado de Polícia que ao final subscreve, no exercício dos poderes e atribuições conferidos
pelo artigo 144 da Constituição Federal e no Código de Processo Penal e com base na Lei nº
7.960/1989 e na Lei nº 8.072/1990, vem perante Vossa Excelência representar pela
DECRETAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA de Renato de Oliveira, já qualificado nos autos do
Inquérito Policial em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir articuladas.
I – DOS FATOS:
Na ocasião, Anita relatou que no dia 5 de setembro de 2014 estava com seu pai,
Alfredo Medeiros, no carro da família quando foram abordados por Renato, qu e anunciou o
assalto e ordenou que descessem do veículo. Ao fazer o movimento para retirar o cinto de
segurança, Alfredo foi alvejado por Renato, vindo a óbito no local.
Antes de empreender fuga, Renato subtraiu o celular que estava no bolso da camisa da
vítima.
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Em interrogatório, Renato Oliveira negou ter cometido o crime, bem como disse não ter
qualquer envolvimento com drogas, apesar de ter sido encontrado em meio a um grupo de
pessoas que pareciam usar entorpecentes.
A pesquisa de antecedentes criminais apontou que Renato já cumpriu pena pelo crime
de tráfico de entorpecentes, tendo sido posto em liberdade em 2013.
II – DO DIREITO:
A Constituição Federal garante a todos o direito à liberdade, sendo que este direito
somente pode ser restringido em situações excepcionais, previstos em lei ou no próprio texto
constitucional.
No caso em testilha, o indiciado não possui residência fixa, tampouco trabalho fixo, é
reincidente em crime doloso e o delito apurado, latrocínio, é considerado hediondo, pois está
previsto no elenco taxativo previsto no artigo 1º da Lei nº 8072/90. Por fim, o suspeit o foi
reconhecido formalmente por uma das testemunhas.
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, a Autoridade Policial ao final firmada, representa a Vossa Excelência pela
decretação da prisão temporária de Renato Oliveira pelo prazo de 30 dias, depois da
manifestação do membro do Ministério Público, com a expedição do respectivo mandado de
prisão.
Delegado de Polícia
CONSIDERAÇÕES:
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possíveis. Insistindo na prisão temporária, o examinador deveria ter considerado como correto
o requerimento de “quebra” de sigilo telefônico do aparelho da vítima, única medida
vislumbrada por este professor.
A peça processual solicitou que o Delegado de Polícia (candidato) responsável pelas atividades
de Polícia Judiciária redigisse a peça processual adequada à continuidade das investigações do
crime que vitimou Alfredo Medeiros, com fundamentos e motivação. A resposta correta é a
representação pela Prisão Temporária, pelo período de 30 dias, por se tratar de crime
hediondo (o latrocínio), para a continuidade das investigações, coleta de provas e
comprovação de autoria. Essa modalidade de prisão, que tem prazo determinado, só pode ser
decretada durante o desenvolvimento do inquérito policial, é utilizada durante a investigação
e para assegurar o sucesso de determinada (s) diligência (s). A situação apresentada na peça
processual preenche os requisitos da Lei 7.960/1989 (Prisão Temporária), combinada com a Lei
8.072/1990 (Crimes Hediondos). Em razão disso, não foram consideradas corretas as respostas
que apresentaram representação pela prisão preventiva, uma vez que, nesse caso, a cautelar
se mostrava inadequada. Dessa forma, os critérios utilizados para correção e atribuição de
pontos foram: 1) Lei 7.960/1989, artigo 1º, incisos I, II, III e alínea “c” (2 pontos) 2) Lei
8.072/1990, artigo 1º, inciso II, e artigo 2º parágrafo 4º (2 pontos) 3) Período da prisão – 30
dias – crime hediondo (1 ponto) 4) A prisão temporária é imprescindível para a continuidade
das investigações e para a conclusão do Inquérito Policial (1 ponto) 5) O indiciado não tem
emprego, tampouco residência fixa, podendo furtar-se a ação da Justiça (1 ponto) 6) Fundadas
razões sobre a autoria do crime, consistente no reconhecimento da filha da vítima (1 ponto) 7)
Raciocínio jurídico, objetividade e clareza na redação da peça (1 ponto) 8) Ortografia e
gramática utilizadas na redação da peça (1 ponto).
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DECISÃO ADMINISTRATIVA
Fulana de tal
I. RELATÓRIO
Quanto ao segundo documento, este também não poderia ficar retido em virtude de
que a notificação da infração aplicada ao veículo não foi encaminhada para a parte
interessada a fim de se manifestar sobre a mesma. Diante disso, o chefe do setor de emissão
dos CRLVs negou a emissão de tais documentos, tendo em vista a não quitação destas
pendências administrativas, gerando, desta forma, o presente recurso.
O proprietário dos veículos foi regularmente notificado dos fatos em XX/ XX/ XXXX,
vide fl. XX, dando ensejo ao presente recurso. Inconformado com a negação, o recorrente
FULANO DE TAL, condutor proprietário dos veículos, interpôs recurso administrativo de fls. XX.
O recorrente alega, resumidamente, o seguinte ponto: ilegalidade quanto a retenção das
CRLVs, uma vez que a primeira autuação está pendente de recurso administrativo; quanto a
segunda autuação, o mesmo não teve enviada sua notificação de infração para sua residência,
sendo este requisito obrigatório.
II. FUNDAMENTAÇÃO
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Feitas tais considerações, imperioso ressaltar que o Código de Trânsito Brasileiro dispõe sobre o
condicionamento da expedição do Certificado de Licenciamento do veículo ao pagamento de
multas de trânsito e tributos. Tal previsão vem disposto no art. 131 do CTB.
Todavia, cumpre registrar que o CTB, em seu artigo 282, ao tratar do procedimento a
ser adotado quando da aplicação das penalidades, determina que será expedida notificação ao
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualqu er outro meio
tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade. Ademais, dispõe a
Súmula nº 127 do STJ que é ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento
de multa da qual o infrator não foi notificado.
Verifica-se dos documentos acostados às fls. XX/XX que existe a análise de recurso
pendente referido ao presente veículo em questão. Logo, o chefe de emissão de CRLVs atuo u
contra legem, uma vez que deveria ter sido emitido os CRLVs dos veículos em questão em face
da não notificação do recorrente quanto à penalidade aplicada em relação ao veículo FIAT
PALIO e quanto ao não julgamento em definitivo do recurso administrativo em relação ao
veículo motocicleta CBX 250, pelos fatos e fundamentos acima expostos.
III. CONCLUSÃO
Ante o exposto, julgo que o servidor público responsável pela emissão dos Certificados de
Registro de Veículos (CRLVs) do referido órgão agiu de forma ilegal e contrariando a pacífica
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Jurisprudência dos Tribunais Superiores e, além disso, violou os arts. 282 e 286 do Código de
Trânsito Brasileiro, assim como os art. 5°, LIV e LV, da CRFB.
Isto posto, DETERMINO que seja emitido os Certificados de Registro de Veículo (CRLV)
até o julgamento do recurso administrativo referente ao veículo motocicleta CBX 250, placa
WWW-0000, e que, no caso de não provimento do recurso, seja recolhido o valor da multa,
conforme previsão do art. 284 do CTB. Quanto ao veículo Fiat Pálio, placa YYY – 0000, que seja
declarada inconsistente ou irregular a penalidade aplicada, conforme previsão do art. 281,
parágrafo único, I, do CTB, uma vez que o proprietário do veículo deveria ter recebido a
notificação da infração aplicada, antes da notificação para realizar o devido pagamento da
multa aplicada, conforme previsão do art. 282 do CTB
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Matéria: Solicitação de remoção pelo Policial Civil denominado de FULANO Número XXXXXXX
INTERESSADO: Policial Civil lotado na Delegacia de Novo Mundo que deseja remoção para a
Delegacia de Polícia de Outra Terra
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I. RELATÓRIO
II. FUNDAMENTAÇÃO
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Polícia Civil, e depois de aprovada a proposta de remoção por maioria simples dos membros do
Órgão Especial do Conselho Superior da PCMG, observado o interesse da administração.
Diante dos fatos acima descritos, verifica-se, por parte da Autoridade Policial que
proferiu o ato, um descompasso entre aquilo que está descrito na Lei Orgânica da Polícia Civil e
nos princípios descritos do processo administrativo em tela, tornando, desta forma, totalmente
ilegítima e ilegal a decisão monocrática proferida pelo Douto Delegado Regional.
Por fim, verifica-se, ainda, que o servidor ora requerente possui o direito de revisão do
ato praticado pelo Delegado Regional, uma vez que o art. 54 da Lei Complementar nº 123/13
descreve que: “enquanto não houver sido comprovado que o servidor é autor de infração
disciplinar, o direito de revisão do ato de remoção ou transferência poderá ser questionado,
com a consequente percepção dos auxílios correspondentes”.
Neste diapasão, denota-se que o ato da Autoridade Policial foi desarrazoado, ilegal e
violador dos preceitos administrativos, tornando referido ato inválido.
III. CONCLUSÃO
Ante o exposto, julgo que a Autoridade de Polícia Judiciária violou os art. 53 e 54 da Lei
Complementar Estadual nº 123/13, Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais,
assim como os art. 5°, LIV e LV, da CRFB, uma vez que a Autoridade Policial não respeitou os
princípios do devido processo legal, ampla defesa e contraditório.
Isto posto, DETERMINO a revogação do ato praticado para que o referido servidor
tenha suas garantias do processo administrativo respeitado, assim como que sua remoção
respeite o que determina os art. 53 e 54 da referida Lei Orgânica supra.
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SUGESTÃO DE RESPOSTA:
2 – FUNDAMENTAÇÃO
1. Com base na legislação estadual pertinente, o primeiro ponto a ser destacado é que, em
sede de recurso administrativo, a doutrina e a Jurisprudência admitem o agravamento da
penalidade. Porém, deve ser dada ciência ao servidor, de modo a atender aos princípios do
contraditório e da ampla defesa.
2. Em relação ao pedido de reconsideração, ele foi protocolado no prazo correto, haja vista o
art. 201, §2º, do Decreto Estadual nº 2.479/79. Por sua vez, o recurso hierárquico também está
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correto, pois ele é cabível do indeferimento do pedido de reconsideração, nos termos do art.
202, I, do Decreto Estadual nº 2.479/79.
3. No tocante à ação penal, é cediço que há independência de instâncias, isto é, a esfera civil,
administrativa e penal são independentes entre si, sendo que uma decisão, como regra, não
vincula a outra. A não ser nos casos de absolvição penal por negativa de fato ou negativa de
autoria, o Direito Penal não vincula o Direito Administrativo. Isso ocorre porque, ainda que não
haja infração penal, pode remanescer infração administrativa.
4. Acerca da perda de cargo, ainda que a sentença penal não tenha feito menção a isso, como
as esferas penal e administrativa são independentes, não há vinculação. Ademais, cada seara
possui um âmbito próprio de responsabilização, razão pela qual os policiais podem ser punidos
com demissão na via administrativa e, na via penal, serem sancionados, mas não haver
determinação para a perda do cargo.
5. Assim sendo, é irrelevante a ausência de trânsito em julgado da ação penal, haja vista a
independência das esferas. Ademais, não há que se falar em ausência de proporciona lidade da
punição, levando-se em conta os arts. 286, III e XIII e 298, I, do Decreto Estadual nº 2.479/79.
6. A autotutela administrativa realmente poderia levar a uma revisão da punição, mas não
foram apresentados fatos novos que possam ensejar esse poder da Administração. Somado a
isso, o pedido de revisão pode ser feito a qualquer tempo e por qualquer pessoa, nos termos do
art. 343 do Decreto Estadual nº 2.479/79, devendo ser salientando que a mera alegação de
injustiça não é fundamento idôneo para a revisão, consoante o art. 345 do mesmo diploma
normativo.
NOME
DATA
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evidenciar, conduzindo o veículo citado, teriam sido os autores do crime. A genitora da víti ma,
Sr.ª Maria das Dores Serafim, entrevistada pela equipe de investigação, afirmou que João Félix
da Silva estava sendo ameaçado de morte em razão de dívidas de drogas e, nos dias anteriores
ao crime, teria recebido inúmeras ligações telefônicas em seu telefone celular. Os autores do
crime tomaram rumo ignorado após o delito, estando em local incerto e não sabido. O veículo
GM/Vectra de cor branca utilizado na prática do homicídio foi abandonado em uma rodovia de
acesso ao interior do estado e, após exame pericial, não foi possível a coleta de fragmentos de
digitais, verificando-se, ainda, que se tratava de produto de roubo havido dias antes. A
genitora da vítima, dias após o homicídio, passou a receber ligações telefônicas do número
081-6999.8888, ameaçando a ela e a seus familiares de morte caso eles colaborassem com a
investigação policial. No telefone celular da vítima, apreendido no local do crime, foram
registradas várias ligações anteriores ao delito, originadas do mesmo número, ou seja, 081-
6999.8888, sem a identificação de seu usuário. Todas as informações mencionadas foram
circunstanciadas em relatório de investigação preliminar e submetidas ao crivo do delegado de
polícia competente, o qual, de imediato, instaurou o inquérito policial pertinente para a
completa apuração dos fatos e suas circunstâncias. Diante da situação hipotética apresentada
e considerando que a investigação encontra-se na etapa inicial, tendo sido instaurado o
competente inquérito policial sem êxito na individualização dos autores do crime, elabore, na
condição de delegado de polícia, uma peça de natureza cautelar que melhor se adeque à
situação, fundamentando-a de acordo com o que dispõe a legislação de regência.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Uma equipe da delegacia de homicídios atendeu ao local do crime e verificou que junto
ao corpo da vítima havia considerável porção de droga, aparentando ser cocaína, bem como
um telefone celular de sua propriedade e uma bicicleta, que estava sendo utilizada pela vítima
quando do crime.
A genitora da vítima, Sra MARIA DAS DORES SERAFIM, entrevistada pela equipe de
investigação, afirmou que JOÃO FÉLIX DA SILVA estava sendo ameaçado de morte em razão de
dívidas de drogas e, nos dias anteriores ao crime, teria recebido inúmeras ligações telefônicas
em seu telefone celular. Disse ainda a referida senhora que, dias após o homicídio, passou a
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Recife/PE, data.
Delegado de Polícia
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Seguindo com a investigação, o delegado de Polícia ouviu quatro testemunhas (fls 20, 25, 30 e
35, respectivamente), as quais, de forma uníssona, confirmaram que o autor não deu mostras
que pretendia matar a vítima. Confirmaram que o autor estava severamente embriagado, pois
há horas estava, no local, ingerindo voluntariamente cachaça e disseram desconhecer o
motivo desencadeador da discussão. Por fim, afirmaram que a narrativa do autor era
mentirosa, pois há anos este costumava se apresentar armado em público, sempre portando a
mesma pistola calibre 45, a mesma usada no crime, e que este, no dia posterior ao delito,
dissera a uma das testemunhas que escondera o instrumento em sua residência, dentro do
forno. O laudo de local foi juntado às fls. 40, restando pendente o laudo cadavérico.
Considerando que, em momento algum, Arcelino ameaçou testemunhas ou tentou fugir,
tampouco interferindo na atividade probatória; considerando que o município mencionado é
sede de uma comarca; e considerando a subsunção normativa a ser dada aos comportamentos
verificados (a qual deve ser explicitada pelo candidato), elabore a representação por medida
cautelar probatória cabível à espécie.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Inquérito Policial nº
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termos de depoimento, de forma uníssona, o autor não demonstrou que tinha a intenção de
matar a vítima. Elas confirmaram que o indiciado estava em estado avançado de embriaguez,
pois ficou por horas no local ingerindo voluntariamente cachaça.
De acordo com a doutrina mais abalizada, a busca é uma diligência que tem a
finalidade de apreender pessoas ou coisas, consideradas elementos de prova. Embora a lei
relacione a busca e apreensão como meio de prova, na verdade, é uma medida assecuratória e
coercitiva que visa evitar o perecimento de alguma prova e sua apresentação à autoridade
para a elucidação da infração penal. Inclusive, este é o posicionamento majoritário no STF e no
STJ.
Diante das razões de fato e de direito expostas, a autoridade policial ao final firmada
representa pela busca domiciliar da arma de fogo na residência do indiciado.
Termos em que,
Matrícula
68
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ENDEREÇAMENTO EXMº Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de São Francisco do
Norte. valor: 0,1 QUALIFICAÇÃO Delegado de Polícia Civil. valor: 0,1 Lotado na Delegacia de
Polícia de São Francisco do Norte. valor: 0,1 DENOMINAÇÃO NOME DA PEÇA: Representação
por medida de busca domiciliar. valor: 0,5 FUNDAMENTO LEGAL: 5º, XI, CRFB. valor: 0,5 FATOS
E RELATORIA DESCRIÇÃO DOS FATOS: O candidato deverá descrever de forma clara e objetiva
o evento criminoso que ensejou a apuração. valor: 0,3 SÍNTESE DOS DOCUMENTOS
PRODUZIDOS NOS AUTOS: O candidato deverá listar as peças procedimentais mais
importantes e sua localização nos autos. valor: 0,3 FUNDAMENTAÇÃO (01) DEFINIÇÃO
JURÍDICA DO FATO: O candidato deverá explicar que ocorre, no caso concreto, lesão corporal
qualificada pelo resultado morte (art. 129, § 3º, CP), em concurso material com crime de porte
de arma de uso restrito (art. 16 da Lei nº 10.826, de 2003), uma vez que o porte não tinha o
crime contra a pessoa como finalidade. O reconhecimento da lesão corporal qualificada pelo
resultado morte concederá ao candidato pontuação de 0,2; a menção ao caráter preterdoloso
do crime, 0,1; o reconhecimento do porte de arma de uso restrito, 0,2; a menção ao concurso
de crimes, sem que haja concurso aparente de normas, 0,2. valor: 0,7 CITAÇÃO DOS ARTIGOS
PERTINENTES: art. 129 (valor: 0,2 ponto), § 3º (0,2 ponto), do Código Penal , c/c art. 16 da Lei
nº 10.826, de 2003 (0,3 ponto). valor: 0,7 FUNDAMENTAÇÃO (02) REQUISITOS DA MEDIDA
PLEITEADA: O candidato deverá discorrer sobre o periculum in mora e sobre o fumus boni
juris, usando como base elementos fornecidos pelo caso concreto. Nesse ponto, o candidato
deverá abordar os indícios de que a coisa procurada se encontra na casa onde se pretende
executar a busca. A menção genérica ao periculum in mora e ao fumus boni juris concederá ao
candidato 0,6 ponto (0,3 para cada requisito) e a menção aos indícios, 0,4 ponto. valor: 1,0
CITAÇÃO AO“ ARTIGO“ PERTINENTE“: art. 240, § 1º, “d”, do CPP (0,7 ponto). valor: 0,7
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA DOUTRINA APLICÁVEL: Citação de ao menos uma
posição doutrinária acerca das discussões encimadas (valor: 0,2). valor: 0,2 JURISPRUDÊNCIA
APLICÁVEL: Citação ao menos a um julgado de órgão colegiado de tribunal, sendo dispensável
a transcrição, bastando o apontamento (valor: 0,2). valor: 0,2 REQUERIMENTO ESPECIFICAÇÃO
DO PEDIDO: Pedido de deferimento da busca domiciliar (valor: 0,4). valor: 0,4 FINAL
NOMENCLATURA DO CARGO: Delegado de Polícia Civil, fazendo as vezes de assinatura na
representação (valor: 0,2). valor: 0,2 TOTAL 6,0 Nota de Esclarecimento: 1. No que concerne à
exigência de artigos em uma prova sem consulta de legislação, esclarece-se que os dispositivos
que fundamentam a resposta considerada correta são óbvios, integrando o conhecimento
básico da matéria, razão pela qual não há qualquer empecilho à exigência. 2. Não será aplicado
o critério previsto no subitem 4.3.15 do Edital do Certame: "Cada linha não escrita,
considerando o mínimo exigido", visto não estar explícito este quantitativo.
Após atender a um telefonema, Gualberto ouve o interlocutor dizer que sequestrou seu filho e
que apenas o libertará se Gualberto depositar a quantia de R$ 10.000,00 em determinada
conta corrente. Desconfiando de um golpe, Gualberto simula que a ligação foi interrompida
por insuficiência de sinal, aproveitando para rapidamente telefonar para o filho. Após se
certificar de que este estava seguro na casa da namorada e que em momento algum fora
sequestrado, Gualberto torna a receber ligações do falso sequestrador, optando por não mais
atendê-las. Não obstante, Gualberto compareceu à Delegacia de Polícia da localidade e
noticiou o fato, o que gerou um inquérito policial (portaria às fls. 02 do inquérito). Com base
nas informações repassadas, a saber, linha telefônica usada pelo falso sequestrador para
contato e conta corrente indicada para depósito, o Delegado de Polícia representou por
quebras de sigilo telefônico (fls. 15) e bancário (fls. 17). As informações coletadas (juntadas às
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fls. 25 e 30), assim como as declarações reduzidas a termo (fls. 35, 37, 43, 48, 55 e 60) e
demais documentações pertinentes, revelaram que Matias, Nereu e Lindomar, de forma
estável e permanente, previamente ajustados, praticavam o golpe com regularidade. Matias
era o responsável pelas ligações, ao passo em que Nereu cedia a conta bancária para
depósitos. Já Lindomar selecionava as vítimas que serviam de alvos para os coparticipantes.
Assim, os envolvidos foram formalmente indiciados (fls. 70), porém não foram ouvidos, pois,
sabedores que eram investigados, passaram a evitar a ação do poder público, escondendo-se
(o que pode ser observado nos mandados de intimação cuja entrega restou frustrada,
acostados às fls. 72-74). A investigação deixa evidente, contudo, que mesmo escondidos os
envolvidos se preparavam para novos golpes (consoante informação policial de fls. 75).
Saliente-se que os envolvidos – ora indiciados – souberam da investigação porque Gualberto
divulgou o fato em uma rede social, o que gerou intenso clamor público após a repercussão da
postagem em um jornal local, com protestos diários pela prisão dos envol vidos (fato
documentado às fls. 87). Considerando que, na avaliação do Delegado de Polícia, o feito já
pode ser relatado e encaminhado ao juízo competente; e considerando a subsunção normativa
a ser dada aos comportamentos verificados (a qual deve ser explicitada pelo candidato),
elabore a representação por medida cautelar pertinente ao caso apresentado.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
Inquérito Policial nº
Delegado de Polícia Civil, lotado na Delegacia de Polícia, que ao final subscreve, no exercício
dos poderes conferidos pelo artigo 144 da Constituição Federal, com fulcro no artigo 311 do
Código de Processo Penal, diante dos fatos apurados no caderno investigatório em epígrafe,
vem à presença de Vossa Excelência representar pela prisão preventiva de Matias, Nereu e
Lindomar, todos já devidamente qualificados nos autos, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos.
DOS FATOS
O crime de “falso sequestro” nada mais é do que o delito de extorsão que, no caso em
comento, não chegou a se consumar por circunstâncias alheias à vontade do autor. Não
obstante, Gualberto compareceu à Delegacia de Polícia da localidade e noticiou o fato, o que
gerou o presente caderno investigatório (portaria às fls. 02). Com base nas informações
repassadas, a saber, linha telefônica usada pelo falso sequestrador para contato e co nta
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corrente indicada para depósito, o Delegado de Polícia representou por quebras de sigilo
telefônico (fls.e bancário (fls. 17).
Matias era o responsável pelas ligações, ao passo em que Nereu cedia a conta bancária
para depósitos. Já Lindomar selecionava as vítimas que serviam de alvos para os
coparticipantes. Assim, os envolvidos foram formalmente indi-ciados (fls. 70), porém não foram
ouvidos, pois, sabedores que eram investigados, passaram a evitar a ação do poder público,
escondendo-se (nos mandados de intimação, cujas entregas restaram frustradas). A
investigação deixa evidente, contudo, que, mesmo escondidos, os envolvidos se preparavam
para novos gol-pes (consoante informação policial de fls. 75).
DO DIREITO
Toda prisão decretada com base no clamor público mostra-se inconstitucional em face
dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da presunção de inocência, da
legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório.
A doutrina aponta que o alarma social ou clamor público é um conceito muito vago
para autorizar a custódia preventiva, em especial, porque se trata de um estereótipo saturado,
na maioria das vezes, de carga emocional, sem base empírica, que exigirá uma prévia
investigação estatística sociológica que meça o efeito social real que o fato haja produzido.
Referida noção é corroborada pelo STF.
É evidente que a decretação da prisão preventiva com base no clamor público não
encontra amparo legal, por se calar o Estatuto Processual Penal a respeito, conforme se
depreende da simples leitura do seu artigo 312. Ou seja, não foi incluída nesse dispositivo
nenhuma referência ao clamor popular, não podendo servir de fundamento para a decretação
de prisão preventiva, por maior que seja a pressão das redes sociais. Vale frisar que não há
respaldo também tanto na doutrina, como na jurisprudência.
No Processo Civil, os requisitos para uma ação cautelar são os seguintes: o fumus boni
juris e o periculum in mora. Eles mostram que para ocorrer a prestação jurisdicional
antecipada, o juiz tem de se convencer de que há a “fumaça do bom direito” e o “perigo da
demora”. No Processo Penal, vários doutrinadores fizeram uma analogia diante dos institutos
mencionados para se mostrar como eles funcionariam neste ramo do Direito. Em matéria de
prisão preventiva devem estar presentes os seguintes requisitos: fumus comissi d elicti e o
periculum libertatis.
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Para haver o periculum libertatis, é ne- -cessária a presença de um dos seguintes fundamentos:
a garantia da ordem pública, a garantia da ordem econômica, a aplicação da lei penal e a
conveniência da instrução criminal.
Não há que se falar em “bis in idem”, uma vez que o primeiro delito tem como bem
juridicamente tutelado o patrimônio, sedo que o segundo tem como objetividade jurídica a paz
pública. Assim, presentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva, de acordo com
os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal, imperativa se revela a segregação cautelar
dos representados para se garantir a aplicação da lei penal, uma vez que eles se escondem
para evitar a ação do poder público.
DO PEDIDO
Diante das razões de fato e de direito expostas, a Autoridade Policial ao final firmada
representa pela prisão preventiva de Matias, Nereu e Lindomar, todos já devidamente
qualificados nos autos, com encaminhamento dos autos devidamente relatados no prazo legal,
a contar do dia em que se executar a ordem de prisão.
Local, data.
ENDEREÇAMENTO EXMº Dr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca valor: 0,1
QUALIFICAÇÃO Delegado de Polícia Civil valor: 0,1 Lotado na X DP valor: 0,1 DENOMINAÇÃO
NOME DA PEÇA: Representação por prisão preventiva valor: 0,5 FUNDAMENTO LEGAL: art. 311
do Código de Processo Penal valor: 0,5 FATOS E RELATORIA DESCRIÇÃO DOS FATOS: O
candidato deverá descrever de forma clara e objetiva o evento criminoso que ensejou a
apuração. valor: 0,3 SÍNTESE DOS DOCUMENTOS PRODUZIDOS NOS AUTOS: O candidato
deverá listar as peças procedimentais mais importantes e sua localização nos autos. valor: 0,3
FUNDAMENTAÇÃO (01) DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO: O candidato deverá explicar que o
risco de lesão ao patrimônio da vítima caracteriza crime de extorsão majorada, na forma
tentada, indicando os elementos constitutivos do crime. Deverá, ainda, reconhecer no caso
concreto a existência de uma associação criminosa, novamente indicando seus elementos
constitutivos. O reconhecimento da extorsão concederá ao candidato pontuação de 0,1; a
menção aos elementos constitutivos desse crime, 0,2 (dos quais, 0,1 para a majorante); o
reconhecimento da forma tentada, 0,1; o reconhecimento da associação criminosa, 0,1; a
indicação dos elementos constitutivos desse crime, 0,2. Deve ser salientado que, caso o
candidato creia que extorsão majorada e associação criminosa não podem coexistir, em
virtude de possível bis in idem, com exclusão da causa de aumento da pena, a discussão
jurídica sobre o tema importará pontuação de 0,1, idêntica à que seria conferida em caso de
reconhecimento da majorante. valor: 0,7 CITAÇÃO DOS ARTIGOS PERTINENTES: art. 158 (valor:
0,2), § 1º (valor: 0,2), na forma do art. 14, II (valor: 0,1), do Código Penal, c/c art. 288 (valor:
0,2) do Código Penal. Se o candidato optar pela exclusão do § 1º em virtude de suposto bis in
idem, a menção ao art. 158 passa a valer 0,3, assim como a menção ao art. 288. valor: 0,7
FUNDAMENTAÇÃO (02) REQUISITOS DA MEDIDA PLEITEADA: O candidato deverá discorrer
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sobre o periculum libertatis e sobre o fumus comissi delicti, usando como base elementos
fornecidos pelo caso concreto. No que concerne ao periculum libertatis, deverá discorrer sobre
a suposta inconstitucionalidade da prisão preventiva para garantia da ordem pública (clamor
popular), indicando a correta fundamentação. A discussão sobre a inconstitucionalidade
proporcionará o valor de 0,3 pontos. A indicação da correta fundamentação, igualmente 0,3
pontos. E a avaliação do fumus comissi delicti, 0,2 pontos. Deverá o candidato, ainda, analisar
o cabimento da prisão preventiva aos crimes investigados, ressaltando que a extorsão é
apenada com sanção superior a quatro anos deprivação da liberdade (0,2 ponto). valor: 1,0
CITAÇÃO AOS ARTIGOS PERTINENTES: arts. 312 (valor: 0,4) e 313 (valor: 0,3) do CPP. valor: 0,7
LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA DOUTRINA APLICÁVEL: Citação de, ao menos, uma
posição doutrinária acerca das discussões encimadas. valor: 0,2 JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL:
Citação a, ao menos, um julgado de órgão colegiado de tribunal. valor: 0,2 REQUERIMENTO
ESPECIFICAÇÃO DO PEDIDO: Pedido de recolhimento dos indiciados à prisão. valor: 0,4 FINAL
NOMENCLATURA DO CARGO: fazendo as vezes de assinatura da representação. valor: 0,2
TOTAL 6,0 Nota de Esclarecimento: 1. No que concerne à exigência de artigos em uma prova
sem consulta de legislação, esclarece-se que os dispositivos que fundamentam a resposta
considerada correta são óbvios, integrando o conhecimento básico da matéria, razão pela qual
não há qualquer empecilho à exigência. 2. Não será aplicado o critério previsto no subitem
4.3.15 do Edital do Certame: "Cada linha não escrita, considerando o mínimo exigido", visto
não estar explícito este quantitativo.
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA
PEÇA PRÁTICA – MARIA DA SILVA, casada há 20 anos com JOÃO DA SILVA, por proibição de seu
marido, nunca trabalhou fora de casa ou cursou uma faculdade. Desejando realizar seu sonho
e se livrar a opressão sofrida durante o relacionamento, resolveu terminar seu casamento e
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iniciar uma nova fase em sua vida. No dia 04 de maio de 2017, quinta-feira, MARIA resolveu
comunicar a JOÃO que desejava o divórcio, o que efetivamente foi feito na residência do casal,
situada na RUA CEARÁ, nº 100, Bairro Boa Esperança, Rio Branco/Acre. JOÃO, então, agrediu
MARIA com um soco no rosto. Esta, mesmo lesionada, reafirmou seu intento em se divorciar
de JOÃO que, irresignado, sacou um objeto semelhante a uma arma de fogo de sua cintura,
dizendo que “não era homem pra ser abandonado”, que casamento seria para a “vida toda”, e
que o relacionamento só terminaria “com a morte”. O fato foi presenciado pela filha do casal,
CLARA, de 13 anos de idade. No dia seguinte, 05 de maio de 2017, sexta-feira, MARIA
compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM, narrando o fato, que
foi reduzido a termo no depoimento de fls. 06/07. Esclareceu que embora JOÃO sempre a
tivesse oprimido moralmente, esta teria sido a primeira vez que efetivamente sofrera uma
agressão. Aduziu, ainda, que desconhecia o fato de JOÃO portar arma de fogo e não teria
como afirmar com exatidão se o objeto empunhado por JOÃO era realmente uma arma ou
simulacro. Asseverou que JOÃO possui trabalho fixo, podendo ser encontrado em sua
residência. A filha do casal, CLARA, ouvida em fls. 12/13, ratificou os fatos narrados por sua
mãe, acrescentando que já teria flagrado seu pai, em diversas ocasiões, escondendo um objeto
enrolado em uma roupa, na parte superior do armário do quarto. MARIA foi encaminhada
para Exame de Corpo de Delito Direto, fls. 08, bem como as medidas protetivas requeridas em
fls. 09/11 foram encaminhadas à Vara de Proteção à Mulher e Execuções Penais, Juízo
especializado em Violência Doméstica e Familiar contra a mulher na comarca, nos termos da
Lei nº 11.340/2006, não havendo, ainda, notícia de manifestação do juízo. Após o fato, MARIA
e a filha, por não terem certeza se o objeto que JOÃO portava realmente era uma arma de
fogo (tipo revólver) ou um mero simulacro, optaram por não retornar para casa, sendo ambas
acolhidas temporariamente na CASA ROSA DA MULHER, instituição que abriga mulheres
vítimas de violência familiar. Em investigação preliminar imediata, restou demonstrado que
JOÃO não possui outras anotações em sua Folha de Antecedentes Criminais, conforme
certidão juntada em fls. 12, nem o registro de arma de fogo em seu nome, certidão em fls. 13.
O Inquérito Policial foi instaurado sob o número 1030/2017, com portaria em fls. 02/03 e
registro de ocorrência em fls. 04/05. Considerando que a formalização dos atos de
investigação preliminar terminou apenas às 20 horas do mesmo dia da notícia-crime (05 de
maio de 2017 – sexta-feira), sendo imperioso às investigações a imediata apreensão do
instrumento utilizado por JOÃO para ameaçar de morte a vítima, deve -se, na qualidade de
Delegado de Polícia natural do fato, formular peça adequada de forma fundamentada perante
o Juízo competente.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
SIGILOSO
URGENTE
O Delegado de Polícia que ao final subscreve, no exercício dos poderes conferidos pelo
art. 144, § 4º, da CRFB e do art. 2º, §1º, da Lei nº 12.830/13, diante dos fatos investigados no
inquérito policial em epígrafe, com fundamento no art. 6º, II e III, combinado com o art. 240,
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§1º, “c” e “d”, do CPP, vem à presença de Vossa Excelência representar pela expedição de
mandado de busca e apreensão domiciliar, diante das razões de fato e de direito expostas
abaixo.
Conforme narrado na ocorrência policial (fls. 04/05), no dia 04 de maio de 2017 Maria
da Silva manifestou junto ao marido, João da Silva, a intenção de obter o divórcio.
Inconformado, João da Silva teria desferido um soco no rosto de Maria, causando-lhe lesão e,
após Maria ter insistido no pedido, João teria ameaçado a esposa, referindo que o
relacionamento só terminaria “com a morte”, tendo empunhado e mostrado para a vítima
objeto semelhante a uma arma de fogo. Tudo ocorreu na residência do casal, situado na Rua
Ceará, nº 100, bairro Boa Esperança, Rio Branco/AC, fato presenciado pela filha dos dois, Clara,
de 13 anos de idade.
Maria foi encaminhada para exame de corpo de delito, conforme fl. 08, e medidas
protetivas foram requeridas às fls. 09/11 e encaminhadas a essa Vara especializada, estando
pendentes de análise. Importante salientar que mãe e filha não quiseram retornar para a casa
onde viviam, com medo de que João efetivamente tivesse uma arma e pudesse atentar contra
a integridade física ou a vida de Maria, estando acolhidas na Casa Rosa da Mulher.
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criminoso, deva apreender os objetos que tiverem relação com o fato, bem como colher todas
as provas que servirem para o seu esclarecimento e de suas circunstâncias.
Nessa senda, ademais, invoca-se o disposto no art. 240, § 1º, “d”, do CPP, dispondo que
a busca domiciliar se dará, desde que fundadas razões a autorizem, para apreender armas e
munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso.
No caso em apreço, extrai-se dos já citados depoimentos de Maria e de sua filha, que
são fundadas as razões que apontam no sentido de que João possuiria uma arma de fogo em
sua casa, e, na medida em que as duas não pretendem retornar para a casa em que João
reside, não há meio alternativo para se averiguar a cogitada existência.
Local, data.
Assinatura
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PEÇA PRÁTICA – Após autorização pelo juízo da 1ª Vara Criminal de determinada capital
brasileira para realização de interceptação de comunicações telefônicas, visando à
investigação do crime de lavagem de dinheiro, colheu-se a informação da prática do crime de
tráfico ilícito de drogas por membros da facção conhecida como “C)N” (Comando )ona Norte),
integrada pelos condenados Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e Ribamar
das Neves, que cumprem penas, pela prática de crime de roubo (art. 157 do Código Penal), há
pelo menos 15 meses na mesma cela em Penitenciária Estadual de Segurança Máxima.
Baseado nessas informações, foi instaurado novo Inquérito Policial para apurar eventual
prática de tráfico de drogas e/ou de outros ilícitos. Dos esforços investigativos, inclusive
advindos de nova interceptação de comunicações telefônicas autorizada pelo juízo da 2ª Vara
Criminal dessa mesma capital, foi possível compreender que todo o gerenciamento e a divisão
de tarefas são definidos verbalmente entre os suspeitos, no interior do estabelecimento
prisional, bem como se constatou que os referidos reclusos vêm cooptando outros membros,
inclusive não aprisionados, visando a integrar a facção e ampliar seu poder de atuação. Não
obstante, não foi possível estabelecer indícios suficientes de autoria e prova cabal da
materialidade delitiva, razão pela qual não se concluiu Inquérito Policial. Em face do caso
narrado, na qualidade de Delegado de Polícia responsável pela investigação, elabore,
fundamentadamente, a medida pertinente ao caso, visando à constituição de justa causa para
o oferecimento de eventual ação penal.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
SIGILOSO
O Delegado de Polícia que ao final subscreve, no exercício dos poderes conferidos pelo
art. 144, §4º, da CRFB e pelo art. 2º, §1º da Lei nº 12.830/13, diante dos fatos investigados no
inquérito policial em epígrafe, com fundamento no art. 3º, VII, da Lei nº 12.850/13 e no art. 53,
I, da Lei nº 11.343/06, vem à presença de Vossa Excelência representar pela infiltração de
agente da Polícia Civil pelo prazo de até 6 (seis) meses, na organização criminosa conhecida
como Comando Zona Norte, pelos motivos de fato e de direito expostos abaixo.
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Facção esta composta pelos indivíduos Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio, Lindomar Praxedes e
Ribamar das Neves, todos recolhidos na mesma ala/cela na Penitenciária Estadual de
Segurança Máxima, há pelo menos 15 meses, cumprindo pena pela prática de crime d e roubo.
Juridicamente, amparam a presente representação os arts. 1º, §1º; 10, §2º; e 11 da Lei
nº 12.850/13, e o art. 53, I, da Lei nº 11.343/06. A Lei nº 12.850/13, que define organização
criminosa e dispõe sobre os meios de obtenção de prova, em seu art. 1º, § 1º, define o que seja
considerado organização criminosa: a associação de quatro ou mais pessoas, estruturalmente
ordenadas, e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que, informalmente, com o objetivo
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de
caráter transnacional.
Conforme explanado acima, resta evidenciado que estamos diante de quatro indivíduos
já identificados como associados para a prática de tráfico de drogas, crime que possui pena
máxima superior a quatro anos (art. 33 da Lei nº 11.343/06, pena máxima de quinze anos).
Logo, plenamente aplicável a disciplina da Lei nº 12.850/13.
Uma das técnicas de investigação reguladas pela referida Lei é justamente a infiltração
de agentes na organização criminosa. Consoante disposto no art. 10, §2º, da Lei nº 12.850/13,
será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal e se a prova não puder ser
produzida por outros meios disponíveis.
Com efeito, não há meio alternativo para se angariar as provas necessárias para
comprovar o envolvimento dos referidos detentos no crime de tráfico de drogas, na medida em
que, como já destacado, as conversas sobre a traficância ocorrem exclusivamente por contato
pessoal, diretamente no interior do presídio. Assim, a concessão de infiltração é medida que se
impõe. Cumpre destacar que a Lei de Drogas, igualmente pressupondo que em algumas
hipóteses se afigura imprescindível, admite a infiltração policial, desde que com a autorização
judicial ora almejada, como meio de obtenção de provas, nos termos do art. 53, I.
Diante do exposto, com fundamento nos arts. 10, §§1º a 5º, e 11, todos da Lei nº
12.850/13, combinado com o art. 53, I, da Lei nº 11.343/06, represento pela autorização de
infiltração de agente policial, como se condenado fosse, na mesma cela da Penitenciá ria
Estadual de Segurança Máxima onde estão os apenados Wesley Ferreira, Daniel Inocêncio,
Lindomar Praxedes e Ribamar das Neves, pelo prazo de até seis meses, a fim de coletar
informações que comprovem a prática de crime de tráfico de drogas pelos mesmos, apurando
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Local, data.
Assinatura
Delegado de Polícia
OBSERVAÇÃO: Consta que a banca examinadora também admitiu como resposta a essa
questão a elaboração de uma peça em que se representava pela captação ambie ntal de sinais
acústicos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; JUNIOR, José Paulo Baltazar. Legislação Penal Especial
Esquematizado. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. pp. 726-729.
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PEÇA PROCESSUAL - Ana Amélia de Souza, nesta data, foi até a 7a Delegacia de Polícia de
“alvador e fez o seguinte relato: “Conviveu com Renato Aguiar por cinco anos e três meses,
com quem teve um filho, Pedro, e separou-se do companheiro há pouco mais de um ano em
razão das muitas brigas e agressões. Inconformado com a separação, Renato, desde então,
passou a persegui-la na saída da empresa em que trabalha, proferindo ameaças. Em setembro
de 2017, solicitou e obteve a medida protetiva que proibia a aproximação do ex-companheiro
de sua casa e do local de trabalho, bem como qualquer tipo de comunicação. Renato nunca
obedeceu aquela ordem judicial. Por duas vezes, entre dezembro de 2017 e o início de 2018,
Renato a parou na rua e, torcendo com muita força seu braço, repetiu que não aceita viver
longe da ex-mulher e que nenhum estranho vai criar seu filho. Registrou as ocorrências porque
ficou com os braços machucados, e mesmo assim Renato continuou com as ameaças e
tentativas de agressão, esperando sempre próximo da residência e do trabalho de Ana Amélia,
e gritando que se não voltar a conviver com ele não ficará com mais ninguém. Hoje pela
manhã Renato invadiu sua casa, tirou do bolso uma faca e desferiu facadas que a acertaram na
palma da mão direita, braço e ombro esquerdos. Vizinhos ouviram os gritos, interromperam a
agressão e a levaram ao hospital, onde foi medicada e liberada. Depois disso, Renato foi
embora, mas tem certeza de que ele voltará para novamente atormentá-la, até acabar tirando
sua vida. Durante o tempo em que estava na Delegacia de Polícia, recebeu mensagens de texto
enviadas por Renato, por meio de aplicativo, com os seguintes dizeres: “sei que está na
delegacia, mas isso não acabou, ou você fica comigo ou não fica com ninguém, não tem
delegacia ou fórum que vá te salvar, entendeu né...”.” Cansada de ser perseguida, ameaçada e
agredida pelo ex-companheiro, requer providências da Autoridade Policial. Na unidade policial
foi localizado o Inquérito Policial de no 114/2017, que reúne as oitivas da vítima Ana Amélia de
Souza, os laudos de exame de corpo de delito, demonstrando duas lesões corporais de
natureza leve, ocorridas em 20 de dezembro de 2017 e 8 de fevereiro de 2018, as assentadas
das testemunhas confirmando as agressões e ameaças nesse período. Renato não foi ouvido
nos autos porque não respondeu às três intimações entregues pessoalmente. Aos autos do IP
no 114/2017 foram juntadas a atual oitiva da vítima, sua ficha médica, relatando as lesões, e a
requisição para novo exame de corpo de delito. Em continuidade a essas providências, e no
papel de Delegado de Polícia responsável pelas atividades de Polícia Judiciária, redija a peça
processual adequada e tendente a fazer cessar a violência sofrida por Ana Amélia de Souza.
Fundamente e motive.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
DOS FATOS:
A vítima conviveu por mais de cinco anos e separou-se de Renato Aguiar há um ano em
razão de agressões físicas sofridas durante a coabitação, todavia a medida não foi suficien te
80
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para pôr fim à violência, conforme cópias dos exames de corpo de delito e das assentadas que
integram os autos do IP no 114/2017, além da ficha médica e do exame de corpo de delito
requisitado para documentar a agressão ocorrida nesta data.
DO PEDIDO:
Atenciosamente.
Local, data
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foram atribuídos pontos a esse quesito Esperava-se que o candidato mencionasse a súmula ou,
pelo menos, indicasse seu conteúdo como sumulado, ou ainda, a não exigência de convívio
para a configuração de violência e familiar de acordo com a jurisprudência. Zero N4 -
Motivação A prisão preventiva do autor é a única medida capaz de fazer cessar a violência
(também aceita-se: impedir a continuidade dos delitos contra a vítima, proteção da vítima,
resguardo de sua integridade). Atribuição de metade da pontuação para argumentos tais
como: assegurar a continuidade das investigações, garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal, assegurar a aplicação da lei penal, assegurar o cumprimento da medida
protetiva anterior ou sua eficácia. 20 O autor descumpriu a medida protetiva anterior e
ameaçou a vítima mesmo quando ela estava na unidade policial. Haverá diminuição de pontos
quando somente um dos argumentos for citado. O autor não compareceu na unidade policial
mesmo depois de intimado. Aceita-se: não compareceu à delegacia, deixou de obedecer às
intimações. N5 – Descontos -1 Total 50 Observações: 1. Utilização de dados ou hipóteses
conflitantes = pontuação zero referente ao critério correspondente. 2. Nome da representação
combinado com estrutura inadequada = pontuação zero referente ao critério correspondente.
3. Problemas relacionados a raciocínio jurídico, objetividade, clareza, ortografia e gramática
devem ser considerados como deméritos.
PEÇA PROFISSIONAL Em uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, Joaquim Melo foi preso
ao transpor a fronteira do Paraguai com o Brasil, mais especificamente na cidade de Foz do
Iguaçu – PR, com expressiva quantidade de cocaína acondicionada em um fundo falso
acoplado ao veículo por ele conduzido, registrado em nome de Valéria Costa. Em razão disso,
Joaquim foi apresentado à autoridade policial federal de Foz do Iguaçu, e a substância
apreendida foi encaminhada para exame preliminar, que constatou tratar-se de cocaína pura,
em um total de 5 kg. Joaquim relatou que a droga era de propriedade de Luís Costa e que o
veículo pertencia à prima de Luís, Valéria Costa, cujo endereço foi indicado pelo autuado, o
qual informou, ainda, que ela estaria em sua residência, localizada em Foz do Iguaçu,
aguardando o carregamento para, então, transportá-lo no veículo até o interior de São Paulo,
onde Luís prepararia e distribuiria a cocaína. De imediato, Valéria foi localizada e franqueou a
entrada dos policiais federais em sua casa, que descobriram que havia no local outra
quantidade de cocaína, que também seria entregue a Luís. Joaquim e Valéria foram presos e
autuados em flagrante delito, como incursos nas sanções do art. 33, caput, c/c art. 35, caput, e
art. 40, incisos I e V, da Lei n.º 11.343/2006. No interrogatório, Valéria afirmou que Joaquim e
ela eram encarregados do transporte da droga entre o Paraguai e o Brasil e que, quinze dias
antes da prisão, já haviam entregado a Luís um carregamento de cocaína, na mesma
quantidade, oriundo do Paraguai. Segundo Valéria e Joaquim, o entorpecente estava sendo
comercializado no estado de São Paulo. No curso do inquérito policial e no prazo dos autos, a
autoridade competente efetuou diversas diligências visando localizar Luís, porém não obteve
êxito. Em razão disso, Luís Costa foi indiciado nas mesmas sanções penais já citadas,
procedendo-se à sua qualificação indireta com base em prontuário de identificação civil,
ocasião em que se verificou tratar-se de indiciado primário, sem anotações criminais
anteriores. De acordo com o relato da equipe de investigação, Luís, após ter tomado
conhecimento da prisão dos comparsas e de seu indiciamento nos autos do inquérito policial,
fugiu para local incerto e não sabido, com a pretensão de deixar o país. Valéria e Joaquim,
após as formalidades legais decorrentes da prisão, foram recolhidos ao sistema penitenciário,
onde permanecem à disposição da justiça. Antes, porém, relataram à autoridade policial
verdadeiro temor por terem indicado Luís como coautor do crime. Segundo eles, Luís é uma
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pessoa perigosa e vingativa e com fortes contatos na facção criminosa que comanda o tráfico
internacional de drogas para os estados do Paraná e de São Paulo. Em audiência de custódia,
as prisões em flagrante de Valéria e de Joaquim foram convertidas em custódias preventivas.
No prazo estabelecido na Lei n.º 11.343/2006, foi concluído o inquérito policial com farta
prova da materialidade e da autoria dos delitos atribuídos aos indiciados, tendo a autoridade
policial concluído e relatado os autos e tendo, em apartado, representado pela prisão de Luís
Costa. Tendo em vista os fatos relatados na situação hipotética apresentada, na qualidade de
delegado da Polícia Federal que tenha presidido as investigações, formule a representação
contra Luís Costa, indicando a modalidade de prisão cautelar que melhor se ajuste às
circunstâncias apresentadas e esclarecendo os fundamentos jurídicos do pedido. Não
acrescente fatos novos.
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
PRISÃO PREVENTIVA
DOS FATOS
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Ao seu turno, LUÍS DA COSTA foi indiciado nas mesmas sanções penais e qualificado
indiretamente com base em seu prontuário de identificação civil, haja vista não ter sido
localizado, apesar das diligências então encetadas nesse sentido. Segundo a equipe de
investigação, LUÍS DA COSTA, após ter tomado conhecimento da prisão dos comparsas e de seu
indiciamento nos autos do inquérito policial, fugiu para local incerto e não sabido, com
pretensão de deixar o país.
DA PRISÃO PREVENTIVA
LUÍS DA COSTA foi indiciado como incurso no art. 33, caput, c/c art. 35, caput, e art. 40,
incisos I e V, da Lei n.º 11.343/2006, que configuram crimes dolosos punidos com pena
privativa de liberdade máxima superior a quatro anos, sendo, portanto, aplicável o requisito de
direito, disposto no inciso I, do art. 313, do CPP, in verbis: Art. 313. Nos termos do art. 312
deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I – nos crimes dolosos punidos
com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos.
Não resta dúvida de que a ordem pública ficará protegida com a prisão de LUÍS, que é
peça-chave na engrenagem da associação criminosa. Premente, ainda, é a efetiva necessidade
de assegurar a aplicação da lei penal, dada a possibilidade concreta de fuga do requerido, que
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se encontra ainda em local incerto e não sabido, existindo fundado receio de que este
empreenda fuga para outro país.
Por fim, LUÍS DA COSTA foi descrito como pessoa perigosa, com fortes contatos na
facção criminosa que comanda o tráfico de drogas nos estados do Paraná e de São Paulo,
sendo certo que, em liberdade, poderá impor sérios riscos à instrução criminal. Assinale-se, de
igual sorte, que a sua primariedade não afasta a presunção de periculosidade, tampouco
possui o condão de impedir eventual decreto de prisão cautelar.
Local e data.
DELEGADO DE POLÍCIA
Quesito 2.1 0 – Não faz a representação pela prisão preventiva. 1 – Apresenta representação
pela prisão preventiva, mas não inclui nenhum dos elementos que compõem a peça
processual (endereçamento, narrativa dos fatos, fundamentação jurídica e pedido). 2 –
Apresenta representação pela prisão preventiva, mas inclui apenas um ou dois dos elementos
que compõem a peça processual (endereçamento, narrativa dos fatos, fundamentação jurídica
e(ou) pedido). 3 – Apresenta representação pela prisão preventiva e inclui todos os elementos
que compõem a peça processual (endereçamento, narrativa dos fatos, fundamentação jurídica
e pedido). Quesito 2.2 0 – Não apresenta os fundamentos e requisitos do art. 312 do CPP
(fumus comissi delicti e periculum libertatis). 1 – Apresenta um ou dois dos requisitos da prisão
preventiva, aplicáveis à situação hipotética, porém, sem fundamentação jurídica consistente,
nos termos do art. 312 do CPP. 2 – Apresenta pelo menos três requisitos da prisão preventiva
elencados no art. 312 do CPP, aplicáveis à situação hipotética, com fundamentação jurídica
consistente. 3 – Apresenta todos os requisitos do art. 312 do CPP: provas suficientes da
existência dos crimes e seguros indícios de autoria (podendo fazer menção à expressão fumus
comissi delicti); prisão preventiva para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução
criminal, e asseguração da aplicação da lei penal (podendo fazer menção à expressão
periculum libertatis). Quesito 2.3 0 – Não apresenta os fundamentos e requisitos do art. 313, I,
do CPP (crimes dolosos punidos com pena privativa de libe rdade máxima superior a quatro
anos). 1 – Apresenta apenas um dos requisitos do art. 313, I, do CPP, com fundamentação
jurídica limitada. 2 – Apresenta os requisitos do art. 313, I, do CPP (crimes dolosos punidos
com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos), de forma satisfatória e
juridicamente consistente.
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