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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
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Direito Constitucional
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1. CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
Kelsen irá enfatizar a constituição enquanto norma jurídica, enquanto lei. Nessa
lógica, devemos lembrar da “Pirâmide de Kelsen”, figura inventada para definir a
concepção do jurista. Na parte superior da pirâmide há a Constituição, a Lei
Fundamental do Estado. Todo o resto do ordenamento seria infraconstitucional, isto é,
abaixo da Constituição.
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Nota: O professor irá falar sobre a Norma Hipotética Fundamental mais adiante.
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Norma
Norma Pressuposta – Fundamento
Hipotética
último de Validade da Ordem Jurídica
Fundamental
Constituição – Lei
Fundamental do Estado
Ordenamento
Infraconstitucional
N.H.F
Teoria do Escalonamento
do Ordenamento Jurídico: Constituição
Norma 1
Norma 2
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Constituição
Leis, Decretos e
Jurisprudência
Atos Normativos:
Portarias, Resoluções, etc.
Contratos, Sentenças,
Atos e Negócios Jurídicos,
etc.
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outra norma jurídica superior. Assim, é possível dizer que a norma jurídica 2 terá
validade se estiver de acordo e for compatível com a norma jurídica 1. E essa, por sua
vez, será válida se for válida e compatível com a Constituição. Essa é a ideia do
ordenamento jurídico escalonado a partir do Positivismo Kelseniano que enfatiza a
importância da norma jurídica positivada.
A Norma Hipotética Fundamental é uma norma pressuposta, um direito
pressuposto, não é um direito posto, é uma norma positivada. Essa norma não está
escrita, pois decorre da lógica. A lógica é a seguinte: se há constituições e leis, por uma
questão de lógica, devem ser cumpridas.
Assim, a Norma Hipotética Fundamental não é um valor transcendental, tal
como dignidade da pessoa humana, pois ao falar que consiste em um valor, estaria
contrariando a própria Teoria Pura, visto que não aceita a valoração do Direito, não
cabendo ao intérprete valorar o Direito. Sendo assim, ela nada mais é do que uma
ordem, um imperativo: “cumpra-se a Constituição”, “cumpram-se as leis”.
Em suma, “Constituição” é chamada de Lei Fundamental do Estado (“Lei”), pois
é norma jurídica positivada, ontologicamente igual a todas as outras leis, sendo apenas
hierarquicamente superior. “Fundamental” porque consiste no fundamento de validade
do ordenamento jurídico positivado, localizada no topo da hierarquia; e “do Estado”. Já
a norma hipotética fundamental seria um imperativo, um comando, uma ordem de que
deve ser cumprida a Constituição.
A principal crítica à concepção jurídica é que o intérprete e o aplicador do Direito
poderiam chegar a resultados moralmente questionáveis. O maior exemplo disso é o
que foi alegado na linha de defesa dos nazistas no Tribunal de Nuremberg. O que
alegaram foi que tudo o que fizeram teve respaldo no que estava positivado na
Constituição e nas leis. Seguindo um raciocínio positivista, o argumento estava correto.
A questão é que essa argumentação vilipendiava a moral no sentido de que o ser
humano não pode ser instrumentalizado, colocado como objeto abaixo do próprio
direito. Isso nos levaria à “Virada Kantiana”, que será estudada em outro momento.
Com essa linha de defesa, a visão positivista chegou ao seu apogeu, mas, ao
mesmo tempo, ao seu declínio. Assim, se a norma jurídica positivada não foi violada,
algo além do direito posto foi violado. Essa ideia levou à aceitação de que todos os seres
humanos têm dignidade e que o direito não se esgota em si mesmo. O fim do direito é
o homem. Se o direito posto é estabelecido e manejado contra o homem, ele perde essa
legitimação. Essa ideia será buscada em Kant. A tradução jurídica da ideia de Kant é o
princípio da dignidade da pessoa humana.
Após a 2ª Guerra Mundial há essa “Virada Kantiana”, pois há uma valorização das
ideias de Kant que aproximam o direito da Moral. O Direito não pode ser compreendido
fora de alguns valores morais, sobretudo valores baseados no ser humano. Isso, de certa
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Questão de Prova
2015/CESPE/TRF 5ª REGIÃO/ Juiz Federal Substituto
A prática constitucional brasileira, por se tornar a cada dia mais complexa, exige
o incremento do estudo da teoria da Constituição com o objetivo de se compreender e
justificar a atuação cada vez mais proeminente do Poder Judiciário. Acerca desse
assunto, assinale a opção correta:
(a) De acordo com o positivismo de Hans Kelsen, a escolha de uma interpretação
dentro da moldura de possibilidades proporcionada pela norma jurídica
realiza-se segundo a livre apreciação2 do tribunal, e não por meio de
qualquer espécie de conhecimento do direito preexistente.
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Nota: Elemento volitivo, discricionário que o intérprete possui.
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Constituição Constituição
Formal Material
- Organização do Estado
- Direitos Fundamentais
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Nota: Esse tema ganhará especial atenção na aula referente ao Controle de Constitucionalidade.
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Essa concepção sociológica não entende a Constituição como um dever ser, mas
reflete o ser, ou seja, a realidade. Como estão estabelecidas as forças sociais e
econômicas hoje?
Para Ferdinand Lassalle, a Constituição escrita deve apenas positivar, refletir,
descrever a Constituição real. Se a constituição escrita se afasta da realidade
constituição real, a última se converte em letra morta.
Questões de Prova
TRF 5ª REGIÃO – 2013
Questão 1 – Acerca do conceito, dos elementos e da classificação das
Constituições, assinale a opção correta.
d) Conforme a concepção política, a Constituição é a soma dos fatores reais de
poder que regem o país.
Comentário: a alternativa está incorreta, pois se trata da concepção sociológica.
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Fato Norma
“Hoje não há como negar a ‘comunicação entre norma e fato’, que, como ressaltado,
constitui condição da própria interpretação constitucional. É que o processo de conhecimento
aqui envolve a investigação integrada e elementos fáticos e jurídicos” (ADI 2548/PR, Rel.
Ministro Gilmar Mendes).
Constituição
Leitura moral
da Constituição
É um Sistema Objetivo
de Valores
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Questão de Prova
TRF 5ª REGIÃO – 2013
Questão 1 – Acerca do conceito, dos elementos e da classificação das
Constituições, assinale a opção correta:
b) De acordo com a concepção que a define como um processo público, a
Constituição consiste em uma ordem jurídica fundamental do Estado e da sociedade,
não se caracterizando, portanto, como uma Constituição aberta, ou seja, como obra de
um processo de interpretação.
Comentário: a alternativa está incorreta, mas se tirasse a negação, a alternativa
estaria correta.
2. NORMAS CONSTITUCIONAIS
2.1 Definição de Norma Jurídica
A norma jurídica apresenta, normalmente, os seguintes elementos: abstração,
generalidade, imperatividade. Abstração significa que ela trata ou regula situações
hipotéticas, apresenta valores que norteiam outras normas.
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Nota: Constituição é fragmentária, indeterminada e carece de interpretação.
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Nota: Retirar a força do texto constitucional.
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Nota: Para os críticos, valorizar de forma “exagerada”.
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Questão de Prova
TRF 1ª REGIÃO/CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015
A respeito da ordem constitucional brasileira, assinale a opção correta:
e) As normas presentes no ato das disposições constitucionais transitórias, pelo
seu caráter temporário, são dispositivos hierarquicamente inferiores às normas
constantes do corpo principal da CF.
Comentário: a alternativa está incorreta, pois a CF é formada por normas que
possuem a mesma hierarquia.
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Podemos ter normas que são material e formalmente constitucionais, que são
apenas materialmente constitucionais e que são apenas formalmente constitucionais.
Abordagem mais detalhada desse tema será feita na aula sobre controle de
constitucionalidade.
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Regras Princípios
Mandamentos de definição, de descrição Mandamentos de otimização
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Nota: Esses mecanismos valem para qualquer norma jurídica, inclusive, as normas constitucionais.
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Quando falamos que a norma constitucional gera efeito inibitório, significa que
gera ao poder público uma obrigação de não agir contra a própria norma (eficácia
negativa). O Poder Público deve agir de forma a efetivar a norma e, em alguns casos, a
norma gera obrigações de fazer, de efetivar (eficácia positiva). Todos os direitos
fundamentais geram obrigação de fazer e de não fazer ao Poder Público.
Exemplo: A liberdade de manifestação de pensamento gera uma eficácia
negativa, porém o Poder Público não pode criar mecanismos que limitem a liberdade,
como fazer censura. Impedimento de censura é uma eficácia negativa.
Em contrapartida, se a liberdade de manifestação de pensamento for violada,
podemos exigir do Poder Público a proteção efetiva que garanta o exercício da
liberdade.
Direitos fundamentais de primeira geração geram eficácia negativa e positiva.
Direitos sociais geram obrigação de fazer. Exemplo: Direito à saúde. Deve-se exigir do
Poder Público o tratamento (eficácia positiva), mas se o indivíduo tem condições
financeiras de ter um tratamento no sistema privado, o Poder Público não pode impedir
(pode até limitar de certa forma) que o indivíduo se valha do sistema privado ao invés
do público.
Assim, tanto os direitos individuais quanto os direitos sociais geram uma eficácia
positiva e negativa. Entretanto, quando olhamos para os direitos individuais, esses têm
eficácia negativa preponderante, mas também uma eficácia positiva. Enquanto os
direitos sociais têm uma eficácia positiva preponderante, mas também têm eficácia
negativa.
2.5 Preâmbulo
O preâmbulo da Constituição não é norma da Constituição. Natureza: Protocolo
de Intenções/Declaração Política. Ele não tem força normativa. Se não é norma, não
pode servir de parâmetro para o controle de constitucionalidade. Além disso, não é de
reprodução obrigatória dos Estados.
Isso não quer dizer que o preâmbulo seja destituído de importância. Ele
apresenta um conjunto de valores e parâmetros hermenêuticos importantes, mas para
se alegar que uma norma viola esse parâmetro, precisa encontrar ao longo do texto
constitucional os valores preambulares expressos na Constituição. Outras questões
sobre o “preâmbulo” serão abordadas na aula de controle de constitucionalidade.
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3. PODER CONSTITUINTE
3.1 Tipologia do Poder Constituinte
Emenda à
Constituição
Originário
Reformador Revisão
Poder
Derivado
Constituinte
Decorrente Institucionalizador
Difuso
Reformador
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Nota: Consiste no poder de elaborar uma nova Constituição.
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Questão de Prova
2016/TRF 3ª REGIÃO/Juiz Federal Substituto
Assinale as proposições abaixo e assinale a alternativa certa:
I. Sob o aspecto democrático, a titularidade do Poder Constituinte é do
Estado, mas é o povo que o exerce.
Comentário: a alternativa está incorreta, pois a titularidade do poder é do povo.
Quem o exerce será algum outro órgão, conjunto de representantes, revolucionários,
entre outras possibilidades.
➢ Quanto ao procedimento
Decisão constituinte: fase preparatória (o povo decide);
Convocação constituinte: fase introdutória (composição da Assembleia
Nacional, eleição de representantes, por exemplo);
Atividade constituinte: fase constitutiva (debate, início da elaboração, debate a
respeito da redação, fase até a aprovação); e
Fase complementar: com a promulgação da Constituição.
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Questão de Prova
TRF 1ª REGIÃO – 2011
Questão 1 – Acerca do Poder Constituinte, da CF e do ADCT, assinale a opção
correta:
(b) O poder constituinte originário dá início a nova ordem jurídica, e, nesse
sentido, todos os diplomas infraconstitucionais perdem vigor com o advento da nova
constituição.
Comentário: a alternativa está incorreta, pois não perdem vigor.
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Nota: Esse ponto é tão importante que o professor destacou como ponto autônomo, o qual será
estudado no ponto “direito intertemporal”.
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Nota: Esse questionamento será estudado ao final da aula.
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O STF não concordou com a tese usando o seguinte argumento: (i) para admitir
o controle de constitucionalidade de uma constitucional em relação à cláusula pétrea,
por exemplo, deve-se admitir que há hierarquia entre normas constitucionais, e isso não
existe; (ii) deve-se admitir que o STF irá fazer o controle de constitucionalidade, e, nesse
caso, o Supremo é poder constituído (não pode ser fiscal do constituinte originário); (iii)
as cláusulas pétreas são limites constitucionais ao poder de reforma, e não valores
preexistentes suprapositivos que condicionam o próprio constituinte originário.
Outro julgado nesse mesmo sentido:
Princípio de Identidade ou de Não Contradição ou Princípio da “Unidade
Hierárquico-Normativa” – Caso da ADI contra Inelegibilidade Absoluta de Analfabeto
– ADI 4097 DF, Min Cezar Peluso, 25/06/2008.
O analfabeto é alistável (alistamento facultativo), mas é inelegível. A ADI foi
proposta contra a tese da inelegibilidade do analfabeto, oportunidade em que foi
alegado que isso violaria o princípio da igualdade, a ideia de democracia (excluindo
processo eleitoral o analfabeto). O STF entendeu pela impossibilidade porque não
caberia controle de norma constitucional originária perante outra norma constitucional
originária.
Questões de Prova
2015/PGR/Procurador da República
Assinale a alternativa incorreta:
a) O caráter ilimitado e incondicionado do poder constituinte originário
precisa ser visto com temperamentos, pois esse poder não pode ser entendido sem
referenda aos valores éticos e culturais11 de uma comunidade política e tampouco
resultar em decisões caprichosas e totalitárias12;
b) A nova Constituição pode afetar ato praticado no passado, no que
respeita aos efeitos produzidos a partir de sua vigência, o que significa dizer que as
normas do poder constituinte originário são dotadas de eficácia retroativa mínima;
c) O princípio da identidade ou da não-contradição impede que no interior
de uma Constituição originária possam surgir normas inconstitucionais, razão por que o
STF não reconheceu a ADI em que se impugnava dispositivo constitucional que
estabelecia a inelegibilidade do analfabeto;
d) Por força do disposto no art. 125, § 2º, da CF, os Estados não estão
legitimados a instituir ação declaratória de constitucionalidade.
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Nota: Limites substanciais transcendentes
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Nota: Limites ideológicos, institucionais, ou imanentes, inerentes à própria ideia de direito.
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Resposta: alternativa D.
Comentário: a alternativa A está correta.
A alternativa B está correta, porém o professor ainda não tratou sobre esse tema.
A alternativa C está correta, pois está de acordo com o entendimento
jurisprudencial abordado.
A alternativa D está incorreta, mas o tema será melhor tratado na aula de
controle de constitucionalidade.
Questão de Prova
TRF 5ª REGIÃO
66. Conforme assentado pelo STF, havendo confronto entre normas
constitucionais originárias, a solução do caso concreto não pode ser encontrada no
âmbito do controle de constitucionalidade, mas pode ser dada por critérios
hermenêuticos, inclusive, pela ponderação de valores.
Comentário: a alternativa está correta, pois não cabe controle de
constitucionalidade em uma norma constitucional originária em relação a outra norma
constitucional originária.
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