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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.
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Direito Constitucional – Aula 5
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SUMÁRIO
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Explica-se que, nas questões mais teóricas, a abordagem será mais sucinta para que
se foque na organização da Federação Brasileira.
De forma bastante sintética, a palavra “Estado” pode ter vários sentidos. Em sentido
amplo, lato sensu, Estado é sinônimo de um país soberano; ou, segundo, Hans Kelsen, um
sinônimo de ordenamento jurídico.
Na Teoria do Estado, é muito comum que se trate dos elementos do estado. Pelo
menos, em relação a 3 (três) elementos, há uma convergência doutrinária: povo, território e
soberania. Soberania compreendida como autodeterminação no plano interno e
reconhecimento no plano internacional.
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O professor explica que irá “pular” as controvérsias sobre esses elementos para
entrar mais objetivamente nas questões com mais chance de cair.
1.3.2.ESTADO COMPOSTO
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1.3.3. CONFEDERAÇÃO
1.3.4. FEDERAÇÃO
A Federação, que é a forma de estado adotada pelo Brasil, também tem seu modelo
clássico ilustrado a partir da primeira Constituição dos Estados Unidos, porque, com as 13
Colônias Soberanas vitoriosas na guerra, cogitou-se uma união mais duradoura entre as
mesmas, capaz de melhor atender aos seus interesses. A Confederação deu origem, então, a
uma Federação, que, no Brasil, foi adotada a partir da Constituição de 1891.
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No material apresentado pelo professor, há um bloco comparativo entre Federação e Confederação
em que são destacadas as diferentes características de cada uma como descritas aqui.
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Esta é a forma do estado brasileiro, conforme artigos 1º, 18 e 60 par. 4º que não
deixam dúvida:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
No art. 1º se diz que o Brasil é uma Federação. No art. 18, que os entes federativos
são autônomos, não soberanos. Quem é soberana é a República Federativa do Brasil.
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Cuidado! O município, na sua lei orgânica, tem diante de si uma norma com
hierarquia legal, infraconstitucional, ainda que só possa ser alterada por maioria qualificada.
Conforme o art. 29, o fato é que se tem uma norma infraconstitucional, ao passo que os
estados editam Constituições Estaduais que têm hierarquia subordinada apenas à
Constituição Federal e podem subordinar leis e atos normativos estaduais e municipais.
O Distrito Federal é um ente híbrido. Tem sua auto-organização por meio de lei
orgânica, mas que o é só no nome, porque é tratada como Constituição Estadual.
Os estados mais populosos são os mais ricos, com mais atividades econômicas. O
êxodo de pessoas é, normalmente, do Norte e Nordeste rumo ao Sudeste e não, o contrário.
Isso, de modo que se só existisse a Câmara dos Deputados, os estados mais ricos teriam
representação muito maior que os outros, o que geraria uma desigualdade muito grande na
Federação.
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Não há uma lei federal que regule o tema. Há uma inconstitucionalidade por
omissão, reconhecida no âmbito do controle de constitucionalidade na ADI 3682, que deu
um prazo para que a omissão fosse sanada.
Por ora, é a solução que se tem, mas, na data de hoje, é impossível que se crie um
novo município no Brasil. Se ocorrer, será inconstitucional. Destaca-se que só se convalidou
o que veio até a data da Emenda.
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Existe a lei que regulamenta, trata-se da Lei 9.709/98, mas o problema é outro. A lei
define que “população diretamente interessada” é a população dos dois estados que vão se
fundir ou a população das duas áreas que serão resultados do estado que está se
desmembrando. Enfim, toda a população deve ser ouvida, é o que diz a lei.
Portanto, hoje, não há nenhuma dúvida de que toda a população do estado deve ser
ouvida. No plebiscito, a divisão não foi aprovada. Salvo engano (do professor), se queria criar
Carajás e Tapajós, subdividindo o Pará.
O professor sugere que se repita até a exaustão: território não é ente federativo.
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Destaca-se que, não sendo ente federativo, não elege senador. O Senado é a casa de
representação dos estados. Se não é estado, não elege senador. Porém, no território,
obviamente, vivem pessoas, portanto, elegem-se 4 (quatro) deputados federais. Há mais de
cem mil habitantes; há Governador, mas não é eleito, é nomeado pelo Presidente e
aprovado pelo Senado.
Esta é uma entidade, de certa forma, sui generis e a tendência é que tenha sido
formada pelo desmembramento de um estado, ou se transformado em estado. Hoje, não
existem territórios no Brasil; os que existiam foram transformado pela Constituição de 1988
em estados.
O art. 18, par. 3º prevê que os estados podem formar novos estados ou territórios.
Da mesma forma, se tivéssemos territórios, eles poderiam ser transformados em estados
através do procedimento deste artigo.
O governo do Território presta contas ao TCU, que irá elaborar um parecer prévio e
as contas serão julgadas pelo Congresso Nacional.
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Trata-se de um ente federativo, o qual não se pode dividir em municípios, tendo sido
criado de forma híbrida. Caso se queira pensar de forma mais simples, entende-se que o DF
é como se fosse um estado-município, atecnicamente falando. Ele reúne em si as
competências dos estados e dos municípios.
Toda vez que a Constituição faz referência ao estado e ao município sem mencionar o
DF, pode-se presumir, em geral, o DF como incluído na previsão. O art. 32 e o parágrafo 1º
do mesmo artigo citam as competências dos Estados e Municípios:
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
Os bens dos Estados e Municípios também. Por exemplo, o art. 26 fala quais são os
bens dos Estados. Leia-se Estados e DF:
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
O DF tem governador, mas, como não se divide em municípios, Brasília não tem
prefeito. O espaço da cidade de Brasília, fisicamente falando, existe. Sabe-se que se pode
estar em Brasília ou em uma cidade satélite, mas, constitucionalmente, Brasília não é um
entre federativo.
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Outro tema muito importante, que costuma cair nas provas, mas não é bem
estudado. É difícil de entender, pois foi mal organizado e explicado pelo texto constitucional,
de modo que é preciso trazer uma visão mais clara para facilitar a compreensão.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
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c) autonomia municipal;
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
O art. 34 trata das hipóteses em que a União pode intervir nos Estados e o 35 das
hipóteses em que os Estados podem intervir nos Municípios. A União pode intervir nos
Estados e no DF e os Estados nos municípios localizados em seu território, obviamente.
A União só pode intervir em município se for município de território federal, mas não
nos municípios dos estados. O art. 36 trata do procedimento:
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§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender
a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da
normalidade.
➢ Quais são?2
2
No material disponibilizado pelo professor, há um quadro identificando quais as espécies, hipóteses
e, se há ou não, controle legislativo em cada espécie de intervenção.
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Destaca-se a hipótese de intervenção federal prevista no art. 34, IV, quando, nos
estados, há uma ameaça à autonomia do Legislativo ou do Executivo.
Evidentemente, que não é uma negativa simples, que possa ser por um processo de
execução ou cumprimento de sentença. Trata-se de uma hipótese em que o próprio aparato
estatal inviabiliza o cumprimento da decisão judicial.
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Exemplo: quando o Executivo, para não cumprir uma reintegração de posse em uma
fazenda de um amigo político manda a PM não cumprir a ordem judicial. Isso seria um caso
de intervenção por requisição. O Judiciário irá requerer ao Executivo, que não tem a
conveniência de dizer sim ou não. O ato passa a ser vinculado.
Suponha-se que uma lei federal autorize o casamento de pessoas do mesmo sexo (o
que já é autorizado pelo Supremo e pelo CNJ) e um estado mais conservador diga que, em
seu território, isso não irá acontecer. Seria um caso de decretação de intervenção federal
pela letra D que entraria na hipótese de recusa à execução de lei federal.
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Não será uma análise maçante, mas sistemática para tirar o que tem de mais
eficiente, ao invés da leitura de inciso por inciso.
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
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XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
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a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
II - desapropriação;
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V - serviço postal;
XI - trânsito e transporte;
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Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Uma lei complementar federal que diga: “Ficam autorizados os Estados a legislar
sobre Direito Civil e Penal” é inconstitucional; é constitucional, porém, a que diga: “Ficam os
Estados autorizados a legislar sobre idade mínima para casamento”, ou “...sobre penas
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restritivas de direitos”. Isso é possível, porque a lei complementar pode autorizar a legislar
sobre questões específicas; não delegar um tema por completo. Tem-se que haver um
detalhamento preciso do que será delegado.
Obviamente essa delegação pode ser feita também para o Distrito Federal, porque,
segundo o art. 32, par. 1º, todas as competências dos estados são também do DF:
Evidente que as leis dos estados e do DF devem se restringir aos limites da delegação,
não se pode ultrapassar tais limites. Essa questão é relativamente, óbvia, mas há Informativo
do Supremo discutindo questões que dizem respeito a direitos fundamentais relativos ao
trabalho:
A competência legislativa do Estado do Rio de Janeiro para fixar piso salarial decorre da
LC federal 103, de 2000, mediante a qual a União, valendo-se do disposto no art. 22,
inciso I e parágrafo único, da Carta Maior, delegou aos Estados e ao Distrito Federal a
competência para instituir piso salarial para os empregados que não tenham esse
mínimo definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Trata-se de lei
estadual que consubstancia um exemplo típico de exercício, pelo legislador federado, da
figura da competência privativa delegada.
Isto é, essa lei complementar diz que os Estados e o DF podem legislar sobre piso
salarial para aquelas profissões que não tenham esse piso definido em lei, convenção ou
acordo coletivo de trabalho.
A lei estadual do Rio de Janeiro, porém, permitiu que o piso salarial seja fixado na
ausência de leis ou acordos coletivos, e também que fixe a maior parte do que o fixado na lei
ou nos acordos coletivos. Isso foi considerado inconstitucional:
A expressão ‘que o fixe a maior’ contida no caput do art. 1º da Lei Estadual 5.627/2009
tornou os valores fixados na lei estadual aplicáveis, inclusive, aos trabalhadores com
pisos salariais estabelecidos em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho
inferiores a esse. A inclusão da expressão extrapola os limites da delegação legislativa
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advinda da LC 103/2000, violando, assim, o art. 22, I e parágrafo único, da CF, por
invadir a competência da União para legislar sobre direito do trabalho.
A conclusão do julgado afirma ainda: “atuar fora dos limites da delegação é legislar
sem competência e a usurpação de competência legislativa qualifica-se como ato de
transgressão constitucional”.
(TRT 23/2015):
Suponha que, com base em lei complementar federal que autorizasse os Estados e o
Distrito Federal a instituírem piso salarial para os empregados que não tivessem piso
salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, determinado
Estado da federação instituísse por lei piso salarial para certas categorias de
empregados nessas condições. Suponha, ademais, que a lei estadual em questão
previsse a participação de representante do Governo do Estado nas negociações entre
entidades sindicais de trabalhadores e empregadores para atualização dos pisos salariais
nela fixados.
c) à autorização dada pela lei complementar federal para Estados e Distrito Federal
legislarem sobre matéria de competência privativa da União, o que, por consequência,
fulminaria de inconstitucionalidade a lei estadual.
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d) à autorização dada pela lei complementar federal para Estados e Distrito Federal
legislarem sobre matéria que é de competência legislativa concorrente, sendo
constitucional a lei estadual por versar sobre a matéria de maneira a atender a suas
peculiaridades, em exercício regular de sua competência suplementar.
Alternativa “b” sim, pois houve violação material e violação dos limites da delegação
legislativa. Essa sim, é uma alternativa toda inconstitucional
O art. 22, I é aquele que, nas questões de “decoreba” (que é necessária neste tema
de competência legislativa, embora algumas coisas sejam possíveis decidir por lógica), há o
macete “capacete de PM”, sobre as principais competências privativas da União:
O STF tem uma interpretação bem extensiva sobre o que constitui trânsito e
transporte para fins deste artigo. O STF já afirmou ser inconstitucional: Lei estadual sobre
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Outra “pegadinha” possível está no art. 22, XXVII, que fala que é competência
privativa da União legislar sobre normas gerais de licitações e contratos. Quando se fala de
normas gerais, normalmente, a competência é concorrente, mas a CF colocou que, neste
caso, trata-se de competência privativa da União.
Lei Estadual que trate de bloqueio de telefone celular é inconstitucional. Lei Estadual
que trate de comercialização de títulos de capitalização é inconstitucional.
Lei Estadual que exija algum requisito para participar de licitação e não esteja
previsto na lei geral. Por exemplo: certidão negativa de violação a direitos do consumidor.
O Supremo diz que há uma dupla violação. Primeiro, ao art. 22, I, porque é
competência privativa da União legislar sobre direito civil (propriedade, neste caso).
Segundo, há uma violação ao direito fundamental à propriedade, porque o proprietário do
estacionamento pode fazer o uso econômico que bem entender do seu bem. Portanto, é
material e, formalmente, inconstitucional.
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Destaca-se que não viola o art. 22, XXIX, a competência para legislar sobre
propaganda comercial, quando o município proíbe que, em seus imóveis, se veicule
propaganda de cigarro, bebida, ou eventos patrocinados por essas empresas. É
constitucional, pois o município está tratando de propaganda em um bem que é seu; não se
pode proibir nos bens particulares.
Isto é, os temas do art. 23, como: saúde, educação, proteção das pessoas com
deficiência; é competência comum, mas isso não significa que, de forma desorganizada,
todos fazem a mesma coisa.
A Competência Comum, da mesma forma, não impede que uma lei complementar,
como disposto no parágrafo único, melhor discipline a atuação de cada um dos entes,
mesmo que solidários no objetivo comum. A Constituição torna válida uma repartição entre
eles sobre o que cada um irá fazer preponderantemente.
O SUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo, regulamentado pela Lei 8080/90. A
saúde é dever de todos os entes. A União não tem condição de ter posto de saúde em cada
um dos 5 mil municípios. Nem todos os municípios têm condição de ter um INCA, um
Instituto Nacional do Câncer, mas cada município pode ter seu posto de saúde, da mesma
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forma que a União pode ter um Hospital do Câncer. Percebe-se que a repartição de
competências é importante mesmo na competência comum.
No caso do SUS, a lei é ordinária, porque a Constituição prevê que é por meio de lei
(não necessariamente complementar) que será organizado o SUS. Quando a CF não prevê,
usa-se a lei complementar para melhor disciplinar tais competências.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
II - orçamento;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
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§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Por exemplo, tem-se o Estatuto da Pessoa com Deficiência como norma geral. Esta é
uma lei federal. Os Estados podem criar, por exemplo, uma multa específica para quem ficar
parado na vaga do deficiente. Pode-se dizer o valor da multa e como ela será cobrada. Há,
então, uma lei geral e os Estados e o DF podem criar um detalhamento maior relativo à sua
realidade diante dessa lei geral federal.
Sim. É preciso fazer uma interpretação sistemática com o art. 30, II:
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Na prática, o município também pode criar uma lei específica sobre temas de
competência concorrente detalhando leis federais e estaduais pré-existentes. O Informativo
870 do STF traz um exemplo:
Assim, a matéria é de competência concorrente (CF, art. 24, VI), sobre a qual a União
expede normas gerais. Os Estados e o Distrito Federal editam normas suplementares e,
na ausência de lei federal sobre normas gerais, editam normas para atender a suas
peculiaridades. Por sua vez, os Municípios, com base naquilo que for de interesse local,
suplementando a legislação federal e a estadual no que couber.
Atenção aos parágrafos 3º e 4º do art. 24. Trata-se de um artigo que apresenta temas
de grande importância para os Estados e os Municípios.
Por exemplo, com relação ao art. 24, I. A União deveria editar uma lei complementar
federal disciplinando os aspectos gerais do IPVA, sua base de cálculo, hipóteses de
incidência, o que se entende por veículo etc. Não existe, porém, esta lei federal.
Suponha-se que, depois de muito tempo, surja a lei federal, o que acontece com as
leis estaduais que eram gerais diante da inexistência da lei federal prévia. Neste caso, as leis
estaduais têm sua eficácia suspensa na parte que contrariar a lei federal superveniente.
Por eliminação, é do Estado o que não é da União nem do Município, nos termos do
art. 25, parágrafo 1º:
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
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Deve-se ter atenção para não achar que isso diz respeito aos municípios. É residual
dos Estados, não dos Municípios.
O que é relevante destacar sobre o art. 30, a respeito da competência dos municípios
é o inciso II, já mencionado e também o inciso I:
O professor analisa, então, uma questão do TRT 24/2015 que trata da questão da
pessoa com deficiência. Trata-se de uma competência privativa da União legislar sobre
trânsito e transporte. No caso das pessoas com deficiência, trata-se de competência
concorrente:
TRT 24/2015
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Resposta: letra A
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