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Direito Constitucional

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
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SUMÁRIO
1. CLASSIFICAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................. 3
1.1. GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................... 3
1.1.1. CRÍTICAS À TEORIA DAS GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS ........................................................................................................]3
1.1.2. CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................... 4
1.2. DIREITOS DE PRESTAÇÃO E DEFESA ............................................................... 8
1.3. DIREITOS INDIVIDUAIS E TRANSINVIDUAIS ................................................... 8
1.4. DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. ..................... 9
1.5. DIREITOS SOCIAIS ....................................................................................... 11
2. DIMENSÃO OBJETIVA X DIMENSÃO SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 13
3. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .......................................................... 13
3.1. EFICÁCIA VERTICAL ..................................................................................... 13
3.2. EFICÁCIA HORIZONTAL (DRITTWIRKUNG, EFICÁCIA INTER PRIVATOS OU
DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS) .................................................. 13

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1. CLASSIFICAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


Como foi dito anteriormente, trabalhou-se as características dos direitos fundamentais
e, doravante, se examinará as classificações. Fora feito o alerta de que, por vezes, costuma-se
enfrentar classificações pouco aplicáveis. Mas, no que especificamente diz respeito aos
direitos fundamentais – e, por óbvio, cobrado em concurso – tem uma utilidade importante
no discurso jurídico.

1.1. GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


A teoria das gerações ou dimensões dos direitos fundamentais é um tema recorrente
na literatura jurídica. Atribui-se corriqueiramente ao professor Norberto Bobbio a elaboração
dessa classificação, mas quem, pela primeira vez, falou em teoria de gerações/dimensões de
direitos fundamentais foi Karel Vasak, em 1979.
O objetivo dessa teoria deriva da característica da historicidade dos direitos
fundamentais. Em outras palavras, essa teoria tem por objeto demonstrar, historicamente,
grupos de direitos fundamentais que foram surgindo ao longo da história e vindo a ser
incorporado pelas constituições. Remonta-se a 1ª geração, 2ª geração, por aí em diante.

1.1.1. CRÍTICAS À TEORIA DAS GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS


Há algumas ressalvas a essa teoria. A primeira ressalva, bastante comum entre os livros
de direito constitucional, é o emprego da expressão “gerações”, que exige um cuidado a mais
do candidato, sobretudo, em provas discursivas.
A palavra “geração” sugere o sentido de “superação”, como se uma sucedesse a outra.
Usa-se assim dimensão como uma expressão mais adequada para demonstrar com maior
clareza que os direitos fundamentais não se substituem no decurso do tempo, mas se somam
de geração em geração.
Na Constituição de 1988, coexistem os direitos individuais e os direitos sociais, por
exemplo. Eles não são contraditórios entre si. Cada um deles tem uma importância. Prefira-se
assim, a expressão “dimensões” para fins de prova.
O professor Ingo Sarlet afirma que essa discussão é meramente acadêmica e desvia o
foco da questão principal que norteia o tema, a eficácia e concretização dos direitos
fundamentais. Para o autor, trata-se de uma divisão artificial que acaba por criar “hierarquias”
entre os princípios. Outra crítica relativa a essa classificação se faz em face à imprecisão da
teoria das gerações/dimensões dos direitos fundamentais.

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Quanto a essa teoria, até a 3ª geração de direitos fundamentais há algum consenso


nos livros. Da 4ª geração em diante, há uma franca controvérsia, cada autor tende a dizer
coisas diferentes. Vale a pena, nesse tocante, colacionar a crítica do professor e juiz federal
George Marmelstein Lima, “Críticas à Teoria das Gerações (ou mesmo Dimensões) dos Direitos
Fundamentais”.
“A evolução dos direitos fundamentais não segue a linha descrita (liberdade → igualdade
→ fraternidade) em todas as situações. Nem sempre vieram os direitos da primeira
geração para, somente depois, serem reconhecidos os direitos da segunda geração. O
Brasil é um exemplo claro dessa constatação histórica. (...)”.

No Brasil, por exemplo, os direitos sociais vêm sendo reconhecidos desde a


Constituição de 1934, reforçados pela Constituição de 1937, pela qual Vargas trouxe a CLT,
corolário de muitos direitos e conquistas trabalhistas importantes.
Contudo, vivia-se naquele momento em uma ditadura. Na trajetória histórica do Brasil,
os direitos sociais foram concretizados anteriormente aos próprios direitos individuais e
políticos, ou seja, nem sempre a história dos povos segue esse itinerário linear. Ainda George
Marmelstein Lima:
“Aqui, vários direitos sociais foram implementados antes da efetivação dos direitos civis
e políticos. Na "Era VAqui, vários direitos sociais foram implementados antes da
efetivação dos direitos civis e políticos. Na "Era Vargas", durante o Estado Novo (1937-
1945), foram reconhecidos, por lei, inúmeros direitos sociais, especialmente os
trabalhistas e os previdenciários, sem que os direitos de liberdade (de imprensa, de
reunião, de associação etc) ou políticos (de voto, de filiação partidária) fossem
assegurados, já que se vivia sob um regime de exceção democrática e a liberdade não saía
do papel”. Disponível em: http://georgemlima.xpg.uol.com.br/geracoes.pdf”.

1.1.2. CLASSIFICAÇÃO
1.1.2.1. DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO
A primeira geração/dimensão de direitos fundamentais historicamente se identifica
com o constitucionalismo liberal. Os marcos históricos do constitucionalismo liberal e dos
direitos de primeira dimensão se reportam às revoluções Americana e Francesa, que
resultaram nas primeiras constituições escritas no mundo1.

1
Nota do monitor: a rigor, antes da Constituição Francesa, promulgada em 3 de Setembro de 1791, foi
editada, meses antes, a primeira Constituição europeia, a Constituição da República das Duas Nações, monarquia
dual que reunia o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia. Em 3 de Maio de 1971, o Parlamento das Duas
Nações (Sjem) promulgou um texto constitucional fortemente influenciado pelos ideais iluministas então em
voga, como a separação de poderes, sistema de freios e contrapesos e tolerância religiosa. Contudo, em termos

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Nos Estados Unidos, com a declaração da independência em 1776 as Treze Colônias


rompem com a metrópole Inglaterra, declarando-se assim como Treze Colônias soberanas. Os
fundamentos do ato de soberania que conduziu à independência dos Estados Unidos foram
os excessos praticados pelo Poder Legislativo inglês, que, cada vez mais, criava leis restritivas
às liberdades nas colônias.
Na França, pouco tempo depois, a Revolução Francesa se baseou em premissas
parecidas, como a limitação aos excessos do Estado, mas diante do monarca absoluto. Seja
contra a Coroa, seja contra o Parlamento, essas revoluções liberais, que, mais tarde, se
espalharam, especialmente, graças à Revolução Francesa, tinham como ideal a restrição dos
excessos do Estado.
Reconhecia-se direitos individuais fundamentais desde os quais se criava um espaço
de abstenção da atuação do Estado, um limite do cidadão o qual não pode ser invadido. Em
suma, os direitos de 1ª geração diziam ao Estado aquilo que não se devia fazer. Vida,
liberdade, propriedade.
O Estado não poderia tirar sua vida, confiscar sua propriedade ou retirar sua liberdade
fora dos casos previstos em lei. Igualdade foi também um ideal, mas abordado desde um viés
formal. A igualdade formal presume que todos são iguais perante a lei. Se todos são iguais
perante a lei, não se admite nenhum tipo de atuação estatal que corrija desigualdades. Ações
afirmativas, por exemplo, não seriam admissíveis em uma igualdade concebida conforme os
moldes liberais clássicos.
Naquele momento histórico, o enfoque da igualdade, contudo, era outro, pois visava
a desconstrução dos privilégios. Na França, por exemplo, o Terceiro Estado francês, que
constituía 95% da população, rebelara-se contra os privilégios concentrados nas mãos do clero
e da nobreza, 5% da população. Logo, o conceito de igualdade consistia, primariamente, em
retirar privilégios daqueles que os concentravam. Essa é a mentalidade que designa o ideal
por trás dos direitos de 1ª dimensão.
O art. 5º, caput, da Constituição de 1988, traz um rol satisfatório de direitos individuais.

1.1.2.2. DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO


Trata-se de uma dimensão fundamental para se lastrear uma crítica ou fundamentação
mais consistente no âmbito da carreira da Magistratura do Trabalho. É muito importante
conhecer os fundamentos dessa dimensão de direitos fundamentais. Nesse segundo

de influência, não tardou para que a Constituição Francesa daquele mesmo ano superasse a sua antecessora
polonesa. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Constitution_of_May_3,_1791#Features

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momento, a partir do fim do séc. XIX e início do séc. XX, que, de fato, os direitos de 1ª geração
se prestaram ao papel pelo qual foram pensados, como limites ao poder do Estado.
O grande problema foram os “efeitos colaterais”; se se cria um ambiente em que há
uma liberdade muito ampla do particular, esse ambiente de absoluta liberdade se converte
em lugar em que só verdadeiramente livre o mais forte, isto é, aquele que tenha mais dinheiro
ou recursos. Na Era das Revoluções, quem detinha o poder econômico era a classe burguesa,
que, na dicção marxista, seria aquela detentora dos meios de produção.
Percebeu-se assim que, quando o Estado se abstinha de intervir nas relações privadas,
gerava-se um ambiente de profunda desigualdade. As leis baseadas nos ideais que nortearam
a consolidação dos direitos de 1ª dimensão impediam que o Estado intervisse na atividade
econômica do empresário.
Contudo, as cenas chocantes de crianças, idosos ou gestantes submetidos a jornadas
de trabalho extenuantes em complexos industriais insalubres e perigosas levaram à conclusão
de que o papel de mera abstenção do Estado resulta em uma violação de direitos
fundamentais em razão dessa omissão.
Se antes, o “vilão” era o Estado, agora, ele se transformou no próprio particular, pela
exploração de outros particulares, em especial, nas relações de trabalho, nas quais restava
mais assinalada essa desigualdade. A partir da percepção de que os direitos de 1ª geração não
são suficientes para garantir a dignidade das pessoas, o Estado passa adotar uma postura mais
intervencionista, reconhecendo direitos sociais.
Se os direitos de 1ª geração – direitos individuais e políticos – se exerciam em função
da abstenção do Estado, os direitos sociais são exercidos por meio da intervenção estatal, por
meio de prestações positivas. Se antes se garantia os direitos fundamentais dizendo ao Estado
o que não fazer, doravante eles eram garantidos justamente dizendo ao Estado que ele deve
ser responsável por garantir o mínimo de igualdade material, saúde e educação, por exemplo.
O conceito de igualdade, com efeito, se aprofunda, mas não se elimina a igualdade
formal. Havendo uma desigualdade social significativa, passa a ser importante que o Estado
corrija essas desigualdades. Daí a máxima de “tratar os desiguais de maneira desigual na
medida em que eles se desigualem”.
Legitima-se assim, por exemplo, que a assistência social seja apenas para os mais
pobres, enquanto os mais ricos, com maior capacidade contributiva, pagam mais impostos e
financiam a assistência social. O art. 145, §1º da Constituição traz essa ideia: quem tem maior
capacidade contributiva paga mais alíquotas de determinados impostos. Quem não tem tal
capacidade contributiva, não apenas não paga, como também tem direito à assistência social.
Além desses direitos sociais que implicam uma prestação positiva do Estado, há,
igualmente, direitos trabalhistas, nos quais o Estado intervém nas relações econômicas para
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limitar a atuação do particular e sua respectiva liberdade contratual no âmbito do trabalho.


São direitos sociais aqueles insculpidos nos art. 7º e 8º, da Constituição de 1988, que dispõem
sobre os direitos individuais e coletivos do trabalho. Em suma, o Estado deve atuar para
reduzir a desigualdade entre as pessoas. Essa é a lógica fundamental dos direitos sociais,
direitos fundamentais de 2ª dimensão.

1.1.2.3. DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO


Estes são os chamados direitos transinvididuais, como o meio ambiente, a proteção ao
patrimônio cultural, entre outros. A complexificação das relações jurídico-sociais em uma
sociedade de massas exige que as violações aos direitos fundamentais não mais sejam vistas
de uma maneira individualizada.
Um banco ou instituição financeira que viole direitos do consumidor atinge milhares
de contratos e de consumidores simultaneamente, de forma que se torna muito difícil corrigir
essas lesões de maneira individual.
Um dano ao meio ambiente, por sua vez, é um dano que se estende a pessoas
praticamente impossíveis de se identificar de forma precisa2. Essa percepção, baseada na ideia
de solidariedade entre as pessoas, isto é, que a sociedade deveria repartir os ônus das
violações aos direitos fundamentais está na base dos chamados “direitos de 3ª geração”. São
direitos titularizados por uma coletividade e não, por um indivíduo.

1.1.2.4. DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO


Para Norberto Bobbio, são direitos decorrentes do avanço da engenharia genética,
protegendo o patrimônio biológico individual. Já para Paulo Bonavides, eles são direitos
decorrentes do avanço da globalização, como direito à democracia, informação e pluralismo.
Ou seja, proteção contra o autoritarismo estatal e a participação das pessoas no processo
político.

1.1.2.5. DIREITOS DE 5ª DIMENSÃO


Para Paulo Bonavides, os direitos de 5ª dimensão corresponderiam ao direito à paz. Há
quem fale em 6ª, 7ª ou 8ª gerações, mas sem muita consistência ou aceitação majoritária na
doutrina.

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Um desastre como o que ocorreu na ruptura da barreira da mineradora Samarco e seu impacto sobre
o meio ambiente é de tal extensão que até mesmo cientificamente seria difícil de precisa-lo.

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1.2. DIREITOS DE PRESTAÇÃO E DEFESA


Fala-se em direitos de prestação para designar aqueles que exigem uma atuação
positiva do Estado. Já o direito de defesa, designa aqueles direitos que exigem uma abstenção
do Estado contra o particular.
Atente-se que essa classificação não necessariamente se confunde com a classificação
em dimensões, como se os direitos de prestação correspondem à 2ª geração ao passo que os
direitos de defesa à 1ª primeira geração.
Não há impedimento algum que um direito social seja um direito de defesa. Por
exemplo, diversas disposições trabalhistas que vedam determinada atuação do empregador.
Por outro lado, há direitos individuais de 1ª geração que são de prestação. Por exemplo, o
direito à vida não significa simplesmente que o Estado deva se abster de tirar a vida de alguém,
mas, igualmente, deve promover a proteção do direito à vida nas suas mais diversas formas.

1.3. DIREITOS INDIVIDUAIS E TRANSINVIDUAIS


Como já havia sido mencionado a pouco, percebe-se que a tutela individual dos
direitos fundamentais não é suficiente. Isso foi percebido de forma interessante pelo
professor Mauro Capppelletti, em famosa pesquisa há décadas atrás sobre o acesso à Justiça.
➢ Quais seriam as causas que impediam o jurisdicionado de ter acesso ao
resultado justo?
Ele fez um longo questionário no qual se indagava sobre a duração do processo, a
duração da execução, a tutela dos direitos coletivos, as garantias e prerrogativas do juiz e o
encaminhou para professores de processo no mundo inteiro.
Constatou-se, com as respostas, que os problemas eram muito parecidos: o processo
era caro, demorado, excessivamente patrimonialista, entre outras conclusões. A par de tais
pesquisas, ele concluiu que haveria, então, três grandes obstáculos de acesso à Justiça e,
correspondentemente, três grandes ondas renovatórias do acesso à Justiça.
O professor Cappelletti assevera que, primeiramente, o grande obstáculo do acesso à
Justiça é financeiro; o processo é caro. Logo, a primeira onda renovatória seria o acesso à
Justiça integral e gratuito. No Brasil, há uma Defensoria Pública que, por pior que possam ser
as estruturas em alguns estados e por mais limitados que sejam os recursos mesmo no âmbito
federal, ela constitui um modelo mundial a ser seguido. Tem-se assim, justiça integral e
gratuita para aqueles que dela necessitam.
Em segundo lugar, asseverou-se a necessidade de tutelar direitos transindividuais, isto
é, direitos que vão além daquela relação jurídica para qual o processo civil foi pensado. O

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processo civil foi moldado à instrumentalização de relações essencialmente patrimoniais


individuais. Haveria assim um lapso para a tutela de direitos não propriamente patrimoniais
ou que se estenda a um grande número de pessoas.
Em resposta a essa falha, desenvolveu-se um sistema de processo coletivo3. Pode-se
citar assim como instrumentos de processo coletivo o art. 5º, LXXIII da Constituição c/c Lei
4.717/65 (Ação Popular); lei 7.347/1985 (Ação Civil Pública); arts. 208/224 da Lei 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente); arts. 81/107, lei 8.078 (CDC)4; art. 40, lei 10.671/2003
(Estatuto do Torcedor); arts. 78/92, lei 10.741 (Estatuto do Idoso); art. 5º, LXX, da Constituição
c/c Lei nº 12.016/2009 (Mandado de Segurança coletivo); art. 5º, LXXI c/c Lei 13.300/2016
(Mandado de Injunção coletivo).
Em suma, no Brasil se reconhece que existem direitos que são titularizados não apenas
por indivíduos, mas por grupos, e o processo civil brasileiro acompanha essa tendência,
protegendo tais direitos por meio de remédios e instrumentos específicos.

1.4. DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS.


Ainda que a esses se refiram como “direitos”, o mais adequado seria falar em
“interesses”, que, de resto, correspondem a uma classificação muito conhecida e famosa dos
direitos transindividuais. O CDC fornece os conceitos de direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum.

Pode-se esquematizar os direitos coletivos em sentido amplo na seguinte tabela.

3
O processo coletivo no Brasil é referência no mundo inteiro e, talvez, só perca em eficiência para o
sistema norte-americano.
4
Mais do que proteger o consumidor, o CDC traz, nos dispositivos citados, um verdadeiro “mini-Código”
de processo coletivo, aplicáveis não apenas ao âmbito consumerista, mas a todo microssistema de tutela dos
direitos coletivos.

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O direito é difuso quando não se consegue determinar a titularidade do direito,


tampouco se consegue dividir de forma precisa o impacto da violação desse direito em cada
titular, e, por fim, não há uma relação jurídica, mas apenas uma relação fática entre as partes.
Uma poluição ambiental, por exemplo, afeta uma gama indeterminada de pessoas,
pois é uma lesão que se estende a gerações. Ademais, é um impacto que afeta indistintamente
todos os seres humanos, sendo impossível precisar o prejuízo individual de cada pessoa. E,
ainda, as pessoas que são titulares do direito ao meio ambiente equilibrado estão jungidas
por uma relação fática, sem um vínculo jurídico específico que as uma senão o fato de serem
todas elas seres humanos.
Já os direitos coletivos, são diferentes. Consegue-se determinar exatamente quem é
titular de um direito coletivo. Sofrem uma consequência idêntica quanto à sua violação, não
sendo possível dividi-lo. Há, inclusive, uma relação jurídica entre os titulares.
Por exemplo, todos os titulares de um plano de saúde. Há uma clausula abusiva nesse
plano, o qual nega o atendimento de urgência no prazo de carência. Há entendimento
jurisprudencial que se trata de uma cláusula abusiva, havendo a possibilidade de identificar
os consumidores afetados pela cláusula. Destaca-se que todos são afetados da mesma forma
e há uma relação jurídica de consumo comum a todos. Por isso, há, neste caso, um direito
coletivo.
Por fim, quanto aos direitos individuais homogêneos, indaga-se não se existe uma
relação jurídica comum, mas um dano de origem comum. Por exemplo, suponha-se que
ocorra um determinado acidente causada no centro de uma cidade por uma concessionaria

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de serviços públicos de energia elétrica em razão de uma operação equivocada, levando ao


óbito de algumas pessoas, além de lesões físicas e patrimoniais aos que circundavam a região
afetada. Nesta modalidade de direito, há a possibilidade de se identificar os seus titulares,
sendo possível mensurar de forma individualizada o prejuízo maior ou menor de cada um
naquela situação, e, por fim, todo dano sofrido veio de uma origem comum5.

1.5. DIREITOS SOCIAIS


Nos direitos sociais há algumas nomenclaturas e considerações sempre caras ao
Direito Constitucional. Como já fora mencionado, são direitos de segunda geração ou
dimensão. Hoje, mais do que nunca, se acentua o debate entre as categorias da reserva do
possível e do mínimo existencial.
Sabe-se que, no Brasil, diante de uma Constituição analítica baseada nos valores do
Estado social e da igualdade material, muito se foi por ela prometido. Contudo, os direitos
sociais têm um preço, isto é, um custo muito elevado para a sua concretização.
Diante das promessas não cumpridas do Estado social – diz Luiz Werneck Vianna,
estudioso da judicialização da política e das relações sociais – o Judiciário passou a ter um
papel mais ativo na concretização dos direitos sociais. Sempre que um magistrado está diante
de um caso concreto em que haja a análise da obrigação do Estado em fornecer um direito
social, como a construção de uma escola, a realização de uma cirurgia, sempre essas duas
categorias citadas entram em debate.
A reserva possível é um argumento segundo o qual o Estado não pode ser obrigado a
realizar a prestação relativa a um direito social diante da insuficiência de recursos para fazê-
lo. Isto porque a ordem judicial não pode fazer que surjam os recursos necessários para a
realização de tais direitos.
A reserva do possível impõe que a Administração Pública não seja obrigada a arcar
mais do que conseguiria. Evidentemente, é o argumento recorrentemente trazido pelo Estado
nos litígios que envolvam esse tema. Contudo, o mínimo existencial, mesmo diante da reserva
do possível, postula que o Poder Público deve assegurar, ao menos, o mínimo necessário à
preservação daquele direito.

5
Atente-se que entre os processualistas é mais comum se falar em “interesses”, não em “direitos”
coletivos. Isto porque, por exemplo, o mesmo direito ao meio ambiente equilibrado pode ser protegido de várias
formas possíveis no processo. Em uma ação civil pública ambiental, pode-se requerer a tutela ao meio ambiente
tanto em razão de direito difuso, coletivo em sentido estrito e individual homogêneo, a depender da lesão
causada.

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Por exemplo, em um determinado caso concreto, se um indivíduo precisa de um


medicamento para uma doença cardíaca necessária à sua vida, o fornecimento de tal
medicamento diz respeito ao mínimo existencial à saúde daquela pessoa. O ônus
argumentativo para se alegar a reserva do possível é muito maior.
Por outro lado, o cidadão que pleiteia um “Viagra”, e o município alega não ter direito
para tanto, nesse caso, a reserva do possível reveste-se de maior força na argumentação
jurídica porque este direito fundamental não integra o mínimo existencial do direito à saúde.
Em um contexto de crise econômica, esse debate adquire uma feição mais severa e
aprofundada. Como no Brasil atual se traz com maior intensidade o argumento da reserva do
possível, exigindo do Judiciário sempre um ônus argumentativo maior nesse contexto
econômico específico.
Importante ressaltar que, na Constituição de 1988, quando se quer estudar direitos
sociais em espécie, o ideal é que se parta ao estudo da Seguridade Social. A Seguridade Social
englobaria saúde, previdência e assistência. Assim, postula o art. 194 da Constituição.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.

Doutrinariamente, costuma-se criticar a pretensão de se incluir novos direitos sociais


na Constituição sem maior relevância prática, que acabam aumentando o número de
obrigações do Estado de forma meramente retórica. Com efeito, tornam mais difícil ainda a
concretização de direitos fundamentais que já existem no texto constitucional.
Por exemplo, o transporte foi incluído no art. 6º como direito fundamental social, sem
que se tenha sido acompanhado por um movimento jurídico e político para garantir a
efetividade desse direito.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)

Na prática, a introdução desse direito fundamental em nada se desdobrou em


melhorias concretas no âmbito de sua realização. A força normativa da Constituição acaba
sendo colocada em cheque em razão de propostas retóricas como essa6.

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O mesmo caso foi a chamada “PEC da felicidade”.

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2. DIMENSÃO OBJETIVA X DIMENSÃO SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


A dimensão subjetiva do direito fundamental corresponde à situação em que alguém
é titular de um direito fundamental em face à outra pessoa. Há, portanto, um direito pelo qual
se garante a razoável duração do processo, saúde, educação. Ou seja, é uma dimensão do
ponto de vista do titular do direito. Destaca-se posições jurídicas de vantagem, exercidas pelo
titular em face de alguém.
Já a dimensão objetiva, é utilizada quando o ordenamento jurídico reconhece como
importante aquele direito fundamental. Ela influenciará a atuação do Estado em todas as suas
esferas de Poder.

3. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


Quando se fala em eficácia dos direitos fundamentais, refere-se a quem deva observar
os direitos fundamentais, isto é, quem está vinculado ao cumprimento dos direitos
fundamentais. Nesse caso, duas respostas são possíveis.
De um lado, uma eficácia unicamente vertical, entre o Estado e o cidadão. De outro
lado, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, em que, além da eficácia vertical, os
particulares também devem observar os direitos fundamentais.

3.1. EFICÁCIA VERTICAL


Modelo de eficácia típico do Estado liberal. Pensava-se a Constituição como um limite
aos poderes do Estado. Evidentemente que, naquele momento histórico, não faria sentido
reconhecer que os direitos fundamentais limitariam também os particulares.
No ambiente privado, a regra era a liberdade. Em um ambiente de igualdade formal,
presunção absoluta de liberdade, logo, os direitos fundamentais não poderiam vincular os
particulares.

3.2. EFICÁCIA HORIZONTAL (DRITTWIRKUNG, EFICÁCIA INTER PRIVATOS OU


DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS)
A eficácia horizontal não nega a eficácia vertical. De fato, o Estado é destinatário dos
direitos fundamentais, mas os particulares também. Quem melhor trabalha esse tema no
Brasil é o professor Daniel Sarmento. Percebe-se que, no Estado liberal, houve uma crise
muito intensa em razão daquela concepção de igualdade, que deu azo a situações que
geravam violações aos direitos fundamentais.

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e
na jurisprudência dos Tribunais.

Para se garantir a isonomia material é importante que se releia o papel dos direitos
fundamentais de primeira geração como limite não só ao Estado, mas aos particulares
também.
Reconhecendo-se que os direitos fundamentais devem incidir nas relações privadas,
indaga-se sobre como eles vão incidir. Há, com efeito, três correntes sobre o tema:
• 1ª corrente: eficácia direta/imediata. Para essa primeira corrente a mera
previsão de um direito fundamental na Constituição é suficiente para a sua
incidência direta nas relações privadas. O STF e a maioria da doutrina
reconhecem que no Brasil se adota a eficácia direta ou imediata dos direitos
fundamentais. No caso “Air France” RE 161.243-6) reconheceu o STF que o
princípio da isonomia também incide nas relações privadas de modo a impedir
que a empresa francesa desse um tratamento privilegiado ao francês em
detrimento do brasileiro que exerce a mesma função. O caso da expulsão do
sócio sem direito à ampla defesa e contraditório (RE 158.215-4). O art. 5º, LV
afirma que é garantida a ampla defesa e o contraditório nos processos judiciais
e administrativos. Segundo o STF, essas garantias também se estendem às
relações privadas: não se pode expulsar um sócio por falta grave sem dar a ele
a oportunidade de exercer o seu direito de defesa. A ausência dessas garantias
ao longo do processo pode gerar a anulação da expulsão judicialmente. O tema
voltou a ser abordado no caso da revista íntima (RE 160.228). Os direitos à
privacidade, intimidade, imagem e honra também incidem na relação
empregado e empregador na medida em que o empregador não pode uma
fábrica exigir que funcionárias retirem as suas roupas para provar que não
estavam roubando algum item ali fabricado. Deve o empregador arcar com o
ônus de providenciar um meio de fiscalização menos invasivo, ainda que mais
oneroso, para evitar esse constrangimento indevido às suas funcionárias.
• 2ª corrente: Eficácia indireta/mediata. Para essa corrente, os direitos
fundamentais incidem nas relações privadas, mas apenas quando o legislador
expressamente assim prevê. Não é a corrente que predomina no Brasil, mas
alguns autores elencam casos em que se dependeria da solução por ela
aventada. Por exemplo, a professor Claudia Lima Marques, maior referência de
direito do consumidor do Brasil, menciona que o CDC é exemplo de eficácia
indireta, porque o art. 5º, XXXII afirma que o Poder Público promoverá a defesa
do consumidor na forma da lei.
• 3ª corrente: “State action”. A terceira corrente, adotada nos Estados Unidos e
de feição essencialmente liberal, é a state action. Os Estados Unidos,
diferentemente do Brasil, têm a mesma Constituição desde o início de sua
fundação, isto é, desde 1787, a despeito de algumas emendas e releituras a
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partir da Suprema Corte. No Brasil, a cada nova Constituição novos direitos


fundamentais são reconhecidos e novas conquistas civilizatórias são
incorporadas. Nos Estados Unidos há uma vocação liberal muito forte, de pouca
intervenção estatal. Essa visão liberal redunda na state action, segundo a qual
os direitos fundamentais devem vincular, como regra, apenas o Estado. O
particular é apenas vinculado quando, efetivamente, ele aja em nome do
Estado ou por delegação do Estado. No caso Boys Scouts of America v. Dale,
discutiu-se o seguinte caso: Dale, jovem de orientação homossexual, e os
demais escoteiros não aceitavam o seu comportamento sexual no meio dos
escoteiros. Após ser expulso, ele desejava reverter essa situação com base no
princípio da isonomia. Contudo, os escoteiros formam um grupo privado, não
são financiados ou organizados pelo Estado. A Suprema Corte decidiu que a
liberdade de associação exige que as pessoas se adequem às suas respectivas
normas. Com efeito, decidiu-se que poderia ser constituído um grupo que
apenas aceitasse pessoas heterossexuais entre seus membros. No Brasil,
talvez, tal situação poderia ser considerada discriminatória, considerando a
incidência horizontal dos direitos fundamentais nas relações privadas.
O professor Daniel Sarmento traz alguns parâmetros interessantes para se verificar a
incidência dos direitos fundamentais nas relações privadas. Quando se discute tal tema,
opera-se uma ponderação entre a autonomia privada e a liberdade contratual, de um lado, e
o direito fundamental em questão.
O professor Sarmento avaliza dois que a intensidade da incidência dos direitos
fundamentais nas relações privadas deverá ser pautada a partir do grau de desigualdade entre
as partes e da natureza da relação jurídica (direitos patrimoniais, existenciais, etc.).
Em outras palavras, direitos fundamentais patrimoniais restringem menos a esfera de
autonomia pessoal, ao passo que direitos existenciais, como a dignidade humana, honra e
imagem, vinculam mais as relações privadas.
Veja-se como é cobrado esse tema em prova.
JUIZ DO TRABALHO, TRT 8º REGIÃO, 2012:
Questão 8: Tratando-se de jurisdição e de eficácia de direito fundamental, responda de
forma minudente:
a) É possível ao juiz, no sistema brasileiro, dar eficácia vertical com repercussão lateral a
direit fundamental?
b) Pode o juiz dar eficácia horizontal a direito fundamental?
c) Esta eficácia é direta e imediata ou indireta e mediata?

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d) É possível ao juiz fazer a intermediação entre o direito fundamental e a relação entre


os particulares ou esta tarefa é do legislador?

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