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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e
na jurisprudência dos Tribunais.
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Direito Constitucional
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SUMÁRIO
1. CLASSIFICAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................. 3
1.1. GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................... 3
1.1.1. CRÍTICAS À TEORIA DAS GERAÇÕES/DIMENSÕES DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS ........................................................................................................]3
1.1.2. CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................... 4
1.2. DIREITOS DE PRESTAÇÃO E DEFESA ............................................................... 8
1.3. DIREITOS INDIVIDUAIS E TRANSINVIDUAIS ................................................... 8
1.4. DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. ..................... 9
1.5. DIREITOS SOCIAIS ....................................................................................... 11
2. DIMENSÃO OBJETIVA X DIMENSÃO SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 13
3. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .......................................................... 13
3.1. EFICÁCIA VERTICAL ..................................................................................... 13
3.2. EFICÁCIA HORIZONTAL (DRITTWIRKUNG, EFICÁCIA INTER PRIVATOS OU
DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS) .................................................. 13
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1.1.2. CLASSIFICAÇÃO
1.1.2.1. DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO
A primeira geração/dimensão de direitos fundamentais historicamente se identifica
com o constitucionalismo liberal. Os marcos históricos do constitucionalismo liberal e dos
direitos de primeira dimensão se reportam às revoluções Americana e Francesa, que
resultaram nas primeiras constituições escritas no mundo1.
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Nota do monitor: a rigor, antes da Constituição Francesa, promulgada em 3 de Setembro de 1791, foi
editada, meses antes, a primeira Constituição europeia, a Constituição da República das Duas Nações, monarquia
dual que reunia o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia. Em 3 de Maio de 1971, o Parlamento das Duas
Nações (Sjem) promulgou um texto constitucional fortemente influenciado pelos ideais iluministas então em
voga, como a separação de poderes, sistema de freios e contrapesos e tolerância religiosa. Contudo, em termos
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de influência, não tardou para que a Constituição Francesa daquele mesmo ano superasse a sua antecessora
polonesa. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Constitution_of_May_3,_1791#Features
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momento, a partir do fim do séc. XIX e início do séc. XX, que, de fato, os direitos de 1ª geração
se prestaram ao papel pelo qual foram pensados, como limites ao poder do Estado.
O grande problema foram os “efeitos colaterais”; se se cria um ambiente em que há
uma liberdade muito ampla do particular, esse ambiente de absoluta liberdade se converte
em lugar em que só verdadeiramente livre o mais forte, isto é, aquele que tenha mais dinheiro
ou recursos. Na Era das Revoluções, quem detinha o poder econômico era a classe burguesa,
que, na dicção marxista, seria aquela detentora dos meios de produção.
Percebeu-se assim que, quando o Estado se abstinha de intervir nas relações privadas,
gerava-se um ambiente de profunda desigualdade. As leis baseadas nos ideais que nortearam
a consolidação dos direitos de 1ª dimensão impediam que o Estado intervisse na atividade
econômica do empresário.
Contudo, as cenas chocantes de crianças, idosos ou gestantes submetidos a jornadas
de trabalho extenuantes em complexos industriais insalubres e perigosas levaram à conclusão
de que o papel de mera abstenção do Estado resulta em uma violação de direitos
fundamentais em razão dessa omissão.
Se antes, o “vilão” era o Estado, agora, ele se transformou no próprio particular, pela
exploração de outros particulares, em especial, nas relações de trabalho, nas quais restava
mais assinalada essa desigualdade. A partir da percepção de que os direitos de 1ª geração não
são suficientes para garantir a dignidade das pessoas, o Estado passa adotar uma postura mais
intervencionista, reconhecendo direitos sociais.
Se os direitos de 1ª geração – direitos individuais e políticos – se exerciam em função
da abstenção do Estado, os direitos sociais são exercidos por meio da intervenção estatal, por
meio de prestações positivas. Se antes se garantia os direitos fundamentais dizendo ao Estado
o que não fazer, doravante eles eram garantidos justamente dizendo ao Estado que ele deve
ser responsável por garantir o mínimo de igualdade material, saúde e educação, por exemplo.
O conceito de igualdade, com efeito, se aprofunda, mas não se elimina a igualdade
formal. Havendo uma desigualdade social significativa, passa a ser importante que o Estado
corrija essas desigualdades. Daí a máxima de “tratar os desiguais de maneira desigual na
medida em que eles se desigualem”.
Legitima-se assim, por exemplo, que a assistência social seja apenas para os mais
pobres, enquanto os mais ricos, com maior capacidade contributiva, pagam mais impostos e
financiam a assistência social. O art. 145, §1º da Constituição traz essa ideia: quem tem maior
capacidade contributiva paga mais alíquotas de determinados impostos. Quem não tem tal
capacidade contributiva, não apenas não paga, como também tem direito à assistência social.
Além desses direitos sociais que implicam uma prestação positiva do Estado, há,
igualmente, direitos trabalhistas, nos quais o Estado intervém nas relações econômicas para
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Um desastre como o que ocorreu na ruptura da barreira da mineradora Samarco e seu impacto sobre
o meio ambiente é de tal extensão que até mesmo cientificamente seria difícil de precisa-lo.
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O processo coletivo no Brasil é referência no mundo inteiro e, talvez, só perca em eficiência para o
sistema norte-americano.
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Mais do que proteger o consumidor, o CDC traz, nos dispositivos citados, um verdadeiro “mini-Código”
de processo coletivo, aplicáveis não apenas ao âmbito consumerista, mas a todo microssistema de tutela dos
direitos coletivos.
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Atente-se que entre os processualistas é mais comum se falar em “interesses”, não em “direitos”
coletivos. Isto porque, por exemplo, o mesmo direito ao meio ambiente equilibrado pode ser protegido de várias
formas possíveis no processo. Em uma ação civil pública ambiental, pode-se requerer a tutela ao meio ambiente
tanto em razão de direito difuso, coletivo em sentido estrito e individual homogêneo, a depender da lesão
causada.
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O mesmo caso foi a chamada “PEC da felicidade”.
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Para se garantir a isonomia material é importante que se releia o papel dos direitos
fundamentais de primeira geração como limite não só ao Estado, mas aos particulares
também.
Reconhecendo-se que os direitos fundamentais devem incidir nas relações privadas,
indaga-se sobre como eles vão incidir. Há, com efeito, três correntes sobre o tema:
• 1ª corrente: eficácia direta/imediata. Para essa primeira corrente a mera
previsão de um direito fundamental na Constituição é suficiente para a sua
incidência direta nas relações privadas. O STF e a maioria da doutrina
reconhecem que no Brasil se adota a eficácia direta ou imediata dos direitos
fundamentais. No caso “Air France” RE 161.243-6) reconheceu o STF que o
princípio da isonomia também incide nas relações privadas de modo a impedir
que a empresa francesa desse um tratamento privilegiado ao francês em
detrimento do brasileiro que exerce a mesma função. O caso da expulsão do
sócio sem direito à ampla defesa e contraditório (RE 158.215-4). O art. 5º, LV
afirma que é garantida a ampla defesa e o contraditório nos processos judiciais
e administrativos. Segundo o STF, essas garantias também se estendem às
relações privadas: não se pode expulsar um sócio por falta grave sem dar a ele
a oportunidade de exercer o seu direito de defesa. A ausência dessas garantias
ao longo do processo pode gerar a anulação da expulsão judicialmente. O tema
voltou a ser abordado no caso da revista íntima (RE 160.228). Os direitos à
privacidade, intimidade, imagem e honra também incidem na relação
empregado e empregador na medida em que o empregador não pode uma
fábrica exigir que funcionárias retirem as suas roupas para provar que não
estavam roubando algum item ali fabricado. Deve o empregador arcar com o
ônus de providenciar um meio de fiscalização menos invasivo, ainda que mais
oneroso, para evitar esse constrangimento indevido às suas funcionárias.
• 2ª corrente: Eficácia indireta/mediata. Para essa corrente, os direitos
fundamentais incidem nas relações privadas, mas apenas quando o legislador
expressamente assim prevê. Não é a corrente que predomina no Brasil, mas
alguns autores elencam casos em que se dependeria da solução por ela
aventada. Por exemplo, a professor Claudia Lima Marques, maior referência de
direito do consumidor do Brasil, menciona que o CDC é exemplo de eficácia
indireta, porque o art. 5º, XXXII afirma que o Poder Público promoverá a defesa
do consumidor na forma da lei.
• 3ª corrente: “State action”. A terceira corrente, adotada nos Estados Unidos e
de feição essencialmente liberal, é a state action. Os Estados Unidos,
diferentemente do Brasil, têm a mesma Constituição desde o início de sua
fundação, isto é, desde 1787, a despeito de algumas emendas e releituras a
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