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UNIVERSIDADE ABERTA (ISCED)

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TEORIA CONTEMPORÂNEA DA INTERPRETAÇÃO

Nome do aluno: Júlio Jafar Amosse


Código do estudante: 61231797

Tete, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA (ISCED)

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

Teoria contemporânea da interpretação

O presente trabalho do campo a ser


submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Direito da UnISCED.

Tutor:

Nome do aluno: Júlio Jafar Amosse

Código do estudante: 61231797

Tete, Novembro de 2023


Índice
1.Introdução .............................................................................................................. 4

1.1.Objectivos ........................................................................................................... 4

1.1.1.Geral................................................................................................................. 4

1.1.2.Específicos ....................................................................................................... 4

2. Teoria contemporânea da interpretação .................................................................. 5

2.1.Conceptualização ................................................................................................. 5

2.2.Interpretação da norma jurídica de acordo com o Direito Moçambicano .............. 6

2.2.1.Principais Teorias da Interpretação Jurídica ...................................................... 7

3.Conclusão ............................................................................................................... 9

4.Referencias Bibliográficas .................................................................................... 10


1.Introdução

O presente estudo revela-se importante por que no actual contexto de resolução de


conflitos possibilitará diagnosticar anomalias possíveis e lições úteis no processo da
administração da justiça moçambicana. Por isso acreditamos que o presente trabalho
venha a ser um contributo para o aperfeiçoamento dos mecanismos de resolução de
conflitos e acesso a justiça susceptíveis melhorar a interpretação dos interesses e
prioridades a definir no contexto de acesso a justiça.

Efectivamente a Administração da Justiça deve reflectir as formas de inclusão dos


tribunais comunitários e outras formas alternativas de resolução de litígios
extrajudiciais, na priorização e participação activa da comunidade na solução dos seus
problemas. Para essa teoria, é possível distinguir entre descobrir o significado de um
texto normativo e atribuir significado a um texto normativo.

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

Compreender sobre a Teoria contemporânea da interpretação

1.1.2.Específicos

Analisar a Interpretação da norma jurídica de acordo com o direito


Moçambicano;
Apresentar as diversas facetas da Teoria da interpretação na actualidade.
2. Teoria contemporânea da interpretação

2.1.Conceptualização

A contemporaneidade do direito volta-se para um redirecionamento da interpretação na


busca de resultados práticos para os problemas submetidos a apreciação do Judiciário. A
questão transcende o estudo e a absorção dos valores pelo direito, avançando para a
aplicação desses valores enquanto princípios, presentes no ordenamento jurídico.

A refinada compreensão da doutrina contemporânea indica para o papel dos julgadores


“chamados a realizar operações valorativas no momento em que decidem” (BARBAS
HOMEM, 2003, p. 94).

A ponderação de CASTANHEIRA NEVES (1967, p. 586) defende: “O direito não é


elemento, mas síntese, não é premissa de validade, mas validade cumprida o sentido útil
e viável de que o julgador deverá decidir na concreta realização do direito [...] a decisão
jurídica, em si mesma, é uma acção [...] O direito não é prius, mas posterius, não é dado,
mas solução, não está no princípio, mas no fim”.

De acordo com BARBAS HOMEM (2003, p. 93):“A teoria contemporânea da


interpretação, mesmo que divergente em muitos pontos, converge hoje neste sentido: a
interpretação jurídica distingue-se de outros tipos de interpretação pela sua intenção
prática. Não é apenas uma prática, mas um pensamento intencionalmente pensado para
a prática. A ideia de intencionalidade é decisiva para compreender esta relação. De
novo, rejeitamos a possibilidade de uma concepção meramente metafísica do direito.
Igualmente refutamos que os elementos empíricos possam ser suficientes para
caracterizar o direito e a ciência do direito

A pós-modernidade realça a importância da realização dos fins práticos do Direito


consignando a advertência indispensável à prática referenciada integrada por uma
prática permanente de valores. Praticar valores é tarefa da hermenêutica na actualidade,
vale dizer, tarefa a ser cumprida pelo julgador do caso concreto, estruturando a decisão
nos princípios como praticados pelo ordenamento.
“É importante não perder de vista a filosofia dos valores de Scheller e Hartmann,
assente, não apenas na convicção da existência de valores, mas na possibilidade de
proceder a uma graduação e hierarquia do seu peso e importância. Distante nos
pressupostos metodológicos, a moderna metodologia dos princípios está próxima nas
conseqüências práticas. A especificidade do direito reside neste aspecto: a decisão
jurídica não se limita a conhecer os valores, mas aplica-os aos casos controvertidos. De
novo insistimos na dimensão humana do direito; o legislador, o juiz ou o funcionário
administrativo são chamados a realizar operações valorativas no momento em que
decidem; os professores quando ensinam; os advogados quando alegam ou quando
preparam a minuta de um contrato (BARBAS HOMEM, 2003, p. 93 a 94)

Segundo BARBAS HOMEM (2003, p. 101) “a orientação metodológica proposta


assenta nesta concepção analítica e descritiva do pensamento jurídico, precisamente
porque mais adequada a transmitir a multiplicidade de manifestações e de conteúdos de
que o pensamento jurídico se pode revestir. A função da história do pensamento jurídico
é a de identificar os problemas de organização e de concretização do direito, descrever
as respectivas respostas e compreendê-las criticamente”.

2.2.Interpretação da norma jurídica de acordo com o Direito Moçambicano

A Teoria Contemporânea da Interpretação em Moçambique, Tendo em vista o exposto,


a sociedade moçambicana compõe, ao lado dos tribunais judiciais, outras instâncias de
resolução de litígios, seja elas comunitárias ou não, que apresentam configurações
distintas, usam direitos diferenciados, podem ou não ter algum vínculo com as
instituições estatais e ser mais ou menos permeáveis à influência do direito e dos
mecanismos do Estado.

A sede pela justiça é constante em todas as sociedades do mundo. O ser humano sempre
procurou a justiça (tradicional ou moderna) como sendo o espaço de resolução dos seus
problemas, dos seus conceitos de toda ordem.

No caso da justiça moderna, a polícia é sempre o garante da lei e da ordem públicas e,


assim, há uma necessidade constante de aperfeiçoamento. As instituições de formação
policial constituem um espaço adequado para a troca de conhecimentos que visam o
melhoramento da actividade policial.

2.2.1.Principais Teorias da Interpretação Jurídica

Hodiernamente, deparamo-nos com três teorias diferentes (isto é, famílias de teorias) da


interpretação:

a) Teoria cognitiva (ou formalista);

b) Teoria cética;

c) Teoria intermediária.

 Teoria cognitiva

A teoria cognitiva sustenta que a interpretação é uma actividade do tipo cognoscitivo:


interpretar é averiguar (empiricamente) o significado objectivo dos tex tos normativos
e/ou a intenção subjectiva de seus autores (os legisladores). Para esta teoria, os
enunciados dos intérpretes são enunciados do discurso descritivo, portanto, pode-se
deles averiguar a verdade ou a falsidade.

Tal concepção baseia-se em suposições falaciosas, de que as palavras contêm um


significado “próprio”, intrínseco, que não depende do uso das próprias palavras, mas da
relação “natural” entre palavra e realidade; ou na crença de que as autoridades
normativas tenham uma “vontade” unívoca e reconhecível como os indivíduos. Nesse
passo, o objectivo da interpretação seria simplesmente “descobrir” esse significado
objectivo ou essa vontade subjectiva, preexistente. Considera-se, ademais, que todo
texto normativo admite somente uma interpretação “verdadeira”.
 Teoria Cética

A teoria cética (ou valorativa) sustenta que a interpretação é actividade de valoração e


de decisão, não de conhecimento. Baseia-se na ideia de que não existe o significado
“próprio” das palavras, pois toda palavra pode ter ou o significado que lhe incorporou o
emissor, ou aquele que lhe incorpora o usufrutuário, e a coincidência entre ambos não é
garantida.

Para essa teoria, um texto admite uma pluralidade de entendimentos, e as diversas


interpretações dependem das diversas posturas valorativas dos intérpretes. Além disso,
nos sistemas jurídicos modernos, não há legisladores individuais cuja vontade possa ser
averiguada com métodos empíricos; nem existe uma “vontade colectiva” dos órgãos
corporativos.

 Teoria, intermediária

A terceira teoria, intermediária entre as duas anteriores, sustenta que a interpretação é,


algumas vezes, actividade cognoscitiva, outras, actividade de decisão. A teoria,
portanto, busca conciliar as outras duas. Essa teoria destaca que quase todos os textos
normativos possuem uma “trama aberta” (são dotados, pois, de indeterminação, de
vagueza), formulados que são em linguagem natural, com termos classificatórios gerais.
Assim, por exemplo, é difícil enquadrar alguém no conceito de “jovem”, pois, o
conceito abarcaria qual limite de idade? Da mesma forma, pode ser difícil verificar a
incidência de uma certa norma sobre determinada controvérsia. Todo texto normativo
terá, pois, um “núcleo luminoso” e, em torno dele, uma “zona de penumbra” indefinida.
3.Conclusão

As realizações do pensamento jurídico mais significativas são aquelas que permitem


reunir nos ambientes reais a teoria e prática, destacadamente a prática dos valores. A
interpretação e a concretização do Direito comparecem, vez mais, vocacionadas na
busca e realização do justo, este sim, um outro nível de problema decorrente do nível
anterior, quer seja, aquele em que a decisão jurídica apresenta o problema sem conhecer
dos valores que, necessariamente, deveriam estar presentes na composição do
julgamento.

Portanto, não é verdadeiro que as decisões judiciais sejam sempre tomadas com base em
normas pré-constituídas, como entendido pela teoria cognoscitiva; mas também não é
verdadeiro que em qualquer decisão o juiz actue discricionária mente, como apregoado
pela teoria cética. Como visto, a actividade jurisdicional enfrenta as duas espécies de
actividade interpretativa.
4.Referencias Bibliográficas

1. HEIDEGGER, Martin. (2005). Ser e Tempo. 12ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes.
2. COSTA, Jean Carlo de Carvalho. (2004). Hans-Georg Gadamer: notas
introdutórias à hermenêutica filosófica contemporânea. Revista Fragmentos de
Cultura, Goiânia, v. 14, n. 5, p. 897-912.
3. FREITAS, Juarez. (2002).A Interpretação Sistemática do Direito, 3ª ed. São
Paulo: Malheiros.

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