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Direito Constitucional – Aula 8 – Parte 1

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR ....................................................................... 3
2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................. 3
2.1 PARÂMETRO E OBJETO ................................................................................ 4
2.1.1 PARÂMETRO ......................................................................................... 4

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1. APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Inicialmente, o prof. João Mendes deixa os seus contatos para que o aluno possa
enviar dúvidas ou qualquer outro assunto relacionado ao curso.
E-mail: joaomendes@cursoenfase.com.br

2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
O professor trabalhará os principais tópicos dentro do tema Controle de
Constitucionalidade, em consonância com as questões que foram cobradas nas últimas
provas. Entretanto, como se está diante do primeiro concurso nacionalizado para a
Magistratura do Trabalho, não há referência de uma prova anterior nesse perfil. Nesse
sentido, o professor analisará o perfil de cobrança dos temas com base na maioria dos
concursos para a magistratura do trabalho.
Nesse passo, o perfil que vai ser seguido é, em termos de doutrina, a doutrina
majoritária, não havendo nenhuma teoria complexa ou exótica, sendo uma doutrina
bastante tradicional, encontrada na maior parte dos livros. Em termos jurisprudenciais, que
talvez seja a tônica mais importante, será seguida a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal. Nesse ponto, é muito importante que o aluno esteja atualizado na jurisprudência
do STF.
➢ Nesse particular, muitos alunos perguntam como estudar a jurisprudência dos
anos anteriores, isto é, até quantos anos atrás deve-se estudar a
jurisprudência?
O professor sugere que o aluno não se preocupe em estudar a jurisprudência dos 2
(dois) anos anteriores até o momento atual, deve-se buscar estar atualizado hoje e, a partir
disso, ir analisando a jurisprudência dos anos anteriores. Assim, ao invés de analisar a
jurisprudência dos anos de 2015, 2016 e 2017, nesta ordem, deverão ser analisados os
julgados dos últimos 3 (três) meses, após isso, dos últimos 6 (seis) meses, e assim de forma
contínua.
O professor coloca que, no mínimo, o aluno deve estar atualizado com a
jurisprudência produzida pelo STF neste ano de 2017, até porque muitos entendimentos do
STF, no tema controle de constitucionalidade, acabam se repetindo.
Em suma, deve-se dar preferência para a doutrina tradicional, muita jurisprudência
e, obviamente, a leitura do texto normativo.
Em controle de constitucionalidade, destacam-se as leis 9.868/99 (ADI, ADO e ADC)
e 9.882/99 (ADPF). Essas são as leis básicas que devem ser lidas pelo candidato.

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Além destas, pode-se citar a Lei da Súmula Vinculante e a Lei da Representação


Interventiva.
Algumas outras leis que envolvem o Controle de Constitucionalidade junto com
outros temas, como a Lei do Mandado de Segurança, o Recurso Extraordinário (existido uma
lei anterior ao Novo Código de Processo Civil e o próprio NCPC trata do assunto).

2.1 PARÂMETRO E OBJETO


Quando se fala em Controle de Constitucionalidade, sempre se pensa em dois
elementos, quais sejam, o parâmetro e o objeto, não havendo Controle de
Constitucionalidade que não envolva esses dois elementos.
Ao afirmar que uma lei “x” é inconstitucional porque viola o art. “y” da Constituição
Federal, temos a lei “x” como objeto e o art. “y” da CF/88 como parâmetro. Nesse sentido,
sempre haverá objeto e parâmetro. Daí porque é possível se afirmar que o Controle de
Constitucionalidade apresenta um conceito relacional, um conceito de relação, pois se
estará relacionando alguma coisa (parâmetro) com outra coisa (objeto). Isso vale tanto
quanto há uma impugnação, quando se visa declarar a norma inconstitucional (ADI, por
exemplo), como quando se está pugnando pela confirmação da norma (ADC, por exemplo).
Na ADC não se estará impugnando a norma, afirmando que ela é inconstitucional por
violar alguma norma da CF, mas sim, se estará tentando confirmar a constitucionalidade da
norma, alegando que ela é compatível com determinadas outras normas da CF. O Juiz
Constitucional (o STF ou o Juiz comum) analisará o objeto e o parâmetro para, concordando
com o pedido, dizer que a norma é constitucional ou dizer que ela é inconstitucional.
Perceba que essa regra vale para o controle concentrado abstrato (como é o exemplo
da ADI, ADC e ADO) e para o controle difuso concreto, em que o Juiz analisará o caso concreto
e, de forma incidental, haverá um questionamento sobre a validade da norma, de forma que
uma parte dirá que a norma é constitucional e a outra dirá que a norma é inconstitucional,
cabendo ao Juiz resolver a questão.

2.1.1 PARÂMETRO
Quando se fala em parâmetro do controle de constitucionalidade, temos que pensar
no controle incidental/difuso (resolvido pelo Juiz ou Tribunal no caso concreto) e no controle
abstrato/concentrado (resolvido pelo Supremo Tribunal Federal).

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No âmbito do controle abstrato/concentrado, por sua vez, devemos ter em mente a


ADI, ADO, ADC, ADPF, ADI Estadual (Representação de Inconstitucionalidade Estadual) e na
Representação Interventiva. Observa-se o seguinte esquema:

ADI

ADC

Controle Abstrato ou
Concentrado
ADO

ADPF

ADI Estadual

Representação
Interventiva

Nesse sentido, o controle difuso ou incidental é aquele feito por qualquer órgão do
Poder Judiciário no âmbito de sua competência, ou seja, será exercido, por exemplo, pelo
Juiz de Direito, pelo Juiz Federal e pelo Juiz do Trabalho, na análise do caso concreto. No
controle abstrato/concentrado, como visto, teremos as ações apontadas acima.
A) Parâmetro no Controle Incidental/Concreto e na ADI e ADC
Quando se pensa no controle incidental de um lado, e a ADI e ADC do outro, temos
que o parâmetro para o controle de constitucionalidade, nesses casos, será a ordem
constitucional global. Quando se fala em ordem constitucional global, quer se falar, na
verdade, em três coisas.
Primeiro, a ordem constitucional global é composta pelo texto constitucional.
Segundo, os princípios constitucionais implícitos, como o princípio da
razoabilidade/proporcionalidade, que são princípios que, apesar de não encontrarem uma
expressão escrita do texto constitucional, são extraídos da intepretação de outras normas
constitucionais, também integram a ordem constitucional global. Terceiro, também faz parte
da ordem constitucional global os Tratados Internacionais de Direitos Humanos aprovados
na forma especial do art. 5º, §3º da CF/88:
Art. 5º [...]
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste
parágrafo).

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Recapitulando, o parâmetro para o controle de constitucionalidade no controle


difuso/incidental, na ADI e na ADC será a ordem constitucional global que, por sua vez, inclui
o texto constitucional, os princípios constitucionais implícitos e os tratados internacionais de
direitos humanos aprovados na forma do art. 5º, §3º da CF/88. Observe a seguinte tabela:

FORMA DO CONTROLE DE PARÂMETRO


CONSTITUCIONALIDADE

Incidental/Difuso Texto constitucional¹


Concentrado/Abstrato (ADI)
Princípios Constitucionais Implícitos
Concentrado/Abstrato (ADC)
Tratados Internacionais de Direitos
Humanos

¹O texto constitucional, por sua vez, inclui o texto principal da Constituição Federal
(texto permanente/texto central/corpo principal/corpo permanente), o texto transitório
(Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT) e as emendas constitucionais, já
que estas últimas podem alterar o ADCT ou o texto permanente.
B) Parâmetro na ADO
No caso da ADO, o parâmetro para o controle de constitucionalidade serão as normas
constitucionais que impõem um dever de fazer. Imagine que uma pessoa reclame de outra
em razão desta última ter ficado omissa em relação a um determinado comportamento, mas
que este comportamento não representava um dever para a pessoa reclamada, pois não
haveria uma obrigação de fazer. Na ADO, o raciocínio é exatamente o mesmo, pois só há
omissão se houver, antes, uma obrigação de fazer.
Trazendo o raciocínio para o campo constitucional, imagine que a Constituição
estabeleça que a União deve prestar “x”, só que uma determinada pessoa alega que o Estado
está omisso quanto à referida prestação. O Estado irá se defender de forma simples,
afirmando que “x” é uma obrigação constitucional imposta à União, não ao Estado. Desse
modo, se a obrigação é imposta à União e não ao Estado, este último não estará omisso
quanto a isso.
Nesse ínterim, para que se verifique uma omissão, temos que identificar, antes, a
existência de uma norma constitucional que imponha um dever de fazer, de sorte que, sem
isso, não estará caracterizada a omissão. O parâmetro na ADO, como vimos, será uma norma
que impõe um dever de fazer.
C) Parâmetro na ADPF

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Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, o parâmetro


coloca-se um pouco diferente. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma arguição de
descumprimento de preceito fundamental. Nesse passo, quando falamos em preceito
fundamental, não estamos falando da totalidade da Constituição, mas sim, das normas e
valores constitucionais que venham a ser consideradas como preceitos fundamentais, que,
obviamente, não são todas.
Há um certo debate sobre esse assunto, pois nem a Lei 9.882/92 (que é a lei da ADPF)
e nem a Constituição Federal definiram o que seria um preceito fundamental. Nesse sentido,
a definição do que seria um preceito fundamental acabou sendo desenhado pela doutrina e
pela jurisprudência. Aqui, iremos nos valer da jurisprudência, em especial da Medida
Cautelar na ADPF nº 33. Nesse julgado, o STF tentou colocar algumas balizas para definir o
que seria preceito fundamental.
➢ Quais as normas dentro da Constituição Federal que podem ser consideradas
preceitos fundamentais?
Primeiro, seriam considerados preceitos fundamentais os princípios fundamentais
da República. Quando se fala em princípios fundamentais da república, estamos falando do
Título I da CF/88, do art. 1º ao 4º1.

1
Nota do Monitor:
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I - independência nacional
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;

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Um cuidado que deve ser tomado para fins de realização de provas, e que é um
assunto bastante cobrado, é não misturar as expressões. Perceba que o art. 1º trada dos
fundamentos da república, que não devem ser confundidos com os princípios fundamentais,
pois os fundamentos fazem parte dos princípios fundamentais; o art. 2º fala da separação
dos poderes; o art. 3º fala dos objetivos fundamentais e o art. 4º fala dos princípios das
relações internacionais.
Nesse sentido, quando se fala nos princípios fundamentais da república (art. 1º ao
4º), estaremos incluindo todos eles, quais sejam, os fundamentos, a separação de poderes,
os objetivos e os princípios que regem as relações internacionais. Portanto, se uma questão
de prova, que será uma questão decoreba e que ainda cai bastante, perguntar: “são
fundamentos da república ...”, ela estará cobrando só o art. 1º; se perguntar: “são objetivos
fundamentais da república ...”, ela estará cobrando o art. 3º; se perguntar “são princípios
das relações internacionais ...”, ela estará cobrando o art. 4º. Entretanto, se a questão falar
“são princípios fundamentais da república ...”, pode ser cobrado qualquer coisa entre o art.
1º e o 4º da CF/88.
O primeiro ponto, então, no que se refere ao conceito de preceito fundamental, são
os princípios fundamentais.
Nesse passo, o segundo ponto dentro do conceito de preceitos fundamentais são as
cláusulas pétreas, explícitas2 e implícitas (titularidade do poder e os limites ao poder
reformador3).
O terceiro ponto, dentro do conceito de preceito fundamental, são os direitos
fundamentais. Quando falamos em direitos fundamentais, não estamos tratando apenas do

IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
2
Nota do Monitor:
Art. 60 [...]
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
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Nota do Monitor: As cláusulas pétreas implícitas traduzem uma proibição de que o poder reformador
altere os limites que o poder constituinte originário lhe impôs.

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art. 5º da CF/88, mas do art. 5º ao 17 da CF/88, e não apenas isso, mas todos os direitos
fundamentais que eventualmente estejam espalhados ao longo da Constituição. Como
sabemos, o art. 5º da CF/88 não esgota o rol de direitos fundamentais, o próprio art. Art. 5º,
§2º da CF/884 é uma cláusula de abertura.
Estes são preceitos fundamentais, ainda, os princípios constitucionais implícitos que
se encontram no art. 34, inciso VII da CF/88:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000).

Esses dispositivos constitucionais trazem alguns princípios que a doutrina e a


jurisprudência denominam de princípios constitucionais sensíveis. São princípios que, uma
vez violados, ensejam uma intervenção federal. A intervenção federal, por sua vez, pode vir
de várias causas, sendo uma delas a violação aos princípios constitucionais sensíveis.
Em suma, podemos afirmar que o parâmetro, para fins de ADPF, não é a ordem
constitucional global, sendo um pouco mais reduzido. Enquanto o parâmetro da ADI é a
ordem constitucional global, o parâmetro na ADPF é menor, sendo apenas os fundamentos,
que por sua vez são os princípios fundamentais, as cláusulas pétreas, os direitos e garantias
fundamentais e os princípios constitucionais sensíveis.
Posteriormente, ao STF fixar essa ideia do que seria um preceito fundamental, foi
acrescentada uma quinta ideia do que seria um preceito constitucional, que seriam os
princípios constitucionais da administração pública, previstos no art. 37 da CF/88. Observe
a seguinte tabela:

4
Nota do Monitor:
Art. 5º [...]
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

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FORMA DE CONTROLE DE PARÂMETRO


CONSTITUCIONALIDADE

Princípios Fundamentais da República

Cláusulas Pétreas explícitas e implícitas

Direitos Fundamentais
ADPF
Princípios Constitucionais Sensíveis

Princípios Constitucionais da Administração


Pública

D) Parâmetro na ADI Estadual (Representação de Inconstitucionalidade)


Na ADI Estadual, o parâmetro é a própria Constituição Estadual. O entendimento é
simples e não há maiores dificuldades, pois se estamos diante de uma Representação de
Inconstitucionalidade Estadual ou, simplesmente, ADI Estadual, estamos falando de uma
Constituição Estadual como parâmetro.
E) Parâmetro na Representação Interventiva
A Representação Interventiva, por sua vez, encontra previsão no art. 36, inciso III, da
CF/88:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-
Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Como dito, as causas da Intervenção Federal são várias e encontram previsão no art.
34 da CF/88. Dentre essas diversas causas, tem duas que têm um procedimento próprio, que
é a representação interventiva e que funcionam, também, como o seu parâmetro. A primeira
causa/parâmetro seria a recusa à execução de lei federal e, segundo, os princípios
constitucionais sensíveis.
Nesse sentido, se o Estado se recusa a executar lei federal ou, até mesmo, viola
princípio constitucional sensível, pode ser proposta uma representação interventiva no
Supremo Tribunal Federal, onde o STF vai reconhecer que o Estado recusou a aplicação de
lei federal ou violou princípio constitucional sensível, julgando procedente o pedido para que
o Presidente da República determine a intervenção federal.

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Portanto, os dois parâmetros, que também são as duas causas da representação


interventiva (não uma intervenção como um todo, pois existem outras hipóteses) são a
recusa à execução de lei federal, pois o Estado tem o dever de cumprir a lei federal, e os
princípios constitucionais sensíveis que, se violados, ensejarão a intervenção federal.

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