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ANALISTA JUDICIÁRIO
CAPÍTULO 13
CAPÍTULOS
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Capítulo 24 – Dos crimes contra a dignidade sexual
Capítulo 25 – Dos crimes contra a família
Capítulo 26 – Dos crimes contra a incolumidade pública
Capítulo 27 – Dos crimes contra a paz pública
Capítulo 28 – Dos crimes contra a fé pública
Capítulo 29 – Dos crimes contra a administração Pública
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SOBRE ESTE CAPÍTULO
Neste capítulo, iremos tratar do tema Lesões Corporais. Trata-se de tema extremamente
recorrente, que merece grande atenção. É importante sempre estudar o tema relacionando com
a lei seca, jurisprudência e súmulas.
3
SUMÁRIO
Capítulo 13 ................................................................................................................................................ 6
13.13 Lesão corporal dolosa privilegiada: causa de diminuição de pena (art. 129, § 4.º) ............. 17
13.19 Pessoa portadora de deficiência e aumento de pena na lesão corporal leve com
violência doméstica: § 11º .......................................................................................................................................... 21
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13.20 Causa de aumento de pena nas lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte: § 10º. 21
13.21 Lesão corporal contra integrantes dos órgãos de segurança pública: § 12º .......................... 22
GABARITO ............................................................................................................................................... 37
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 42
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DIREITO PENAL
Capítulo 13
Neste capítulo, iremos tratar do tema Lesões Corporais. Trata-se de assunto recorrente em
provas de Carreiras Jurídicas, que merece grande atenção.
13.1 Conceito
pessoa. Depende da produção de algum dano no corpo da vítima, interno ou externo, mas
independe da produção de dores ou a irradiação de sangue do organismo do ofendido.
Encontra-se previsto no art. 129 do Código Penal. O art. 129 do CP tutela a incolumidade
pessoal do indivíduo, protegendo sua tríplice saúde, ou seja, saúde física, saúde fisiológica
(correto funcionamento do organismo) e a saúde mental.
Assim, por exemplo, o agente que provoca um desmaio na vítima pode responder por
lesão corporal, tendo em vista que violou sua saúde fisiológica. O mesmo ocorre com o agente
que provoca depressão, já que viola a saúde mental da vítima.
13.2 Conduta
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Configura-se o crime não só com a criação pelo agente de ofensa à incolumidade da
pena. Além disso, a pluralidade de ferimentos, no mesmo contexto fático, não desnatura a
unidade do crime, podendo ser considerada na fixação da pena-base.
Observe como o tema foi cobrado na prova de PCMG/2018: "O agente que provoca, de
forma dolosa, várias lesões corporais, de natureza grave e gravíssima, contra a mesma vítima,
em um mesmo contexto fático, irá responder por crime continuado. Errado! O Agente irá
Por outro lado, quanto ao o corte de cabelo contra a vontade da vítima configurar ou
não lesão corporal. Existem 03 correntes:
1ªC: Pode configurar lesão corporal, mas é indispensável que a ação provoque uma
2ªC: Não configura lesão corporal, mas pode configurar injúria real.
3ªC: Pode configurar lesão corporal ou injúria real, dependendo do dolo do agente.
um bem relativamente disponível. Portanto, tratando-se de lesão corporal leve e que não
contrarie a moral e os bons costumes, o consentimento do ofendido poderá excluir o crime.
O objeto jurídico é a proteção da integridade física, bem como a saúde fisiológica (correto
funcionamento do organismo) e a saúde mental do indivíduo. Já o objeto material, é a pessoa
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13.4 Sujeito ativo e sujeito passivo
Trata-se de um Crime comum, podendo qualquer pessoa ser sujeito ativo. O sujeito
passivo pode ser qualquer pessoa, mas, em alguns casos, o tipo penal exige uma situação
diferenciada em relação à vítima, como é o caso da lesão corporal grave ou gravíssima em que
a vítima deve ser mulher grávida para possibilitar a aceleração do parto ou o aborto.
nocendi.
13.7 Autolesão
caracterizar crime autônomo quando violar outro bem jurídico, é o que ocorre no crime de
fraude para recebimento do valor de seguro.
É possível sua incidência na lesão corporal dolosa de natureza leve e na lesão corporal
culposa (CP, art. 129, caput, e § 6.º), quando a conduta acarreta em ofensa ínfima à integridade
corporal ou à saúde da pessoa humana. O STF já admitiu no âmbito da Justiça Militar.
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13.9 Lesão dolosa leve (Art. 129, caput);
O art. 129, caput, do Código Penal prevê a lesão corporal dolosa leve:
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, cuja ação penal pública depende
de representação (Lei 9.099/95, art. 88). Cabe suspensão condicional do processo e transação.
Faz-se prova da materialidade do fato delituoso com o exame de corpo de delito, mas
corporais dolosas são crimes de ação penal pública incondicionada, inclusive no caso da Lei
Maria da Penha.
Súmula n.º 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
É uma forma qualificada, e encontra-se prevista no § 1.º do art. 129 do Código Penal:
§ 1º Se resulta:
II - perigo de vida;
IV - aceleração de parto3:
1
Vide questão 8 do material
2
Vide questão 4 do material
3
Vide questões 6 e 10 do material
9
A pena, em qualquer das hipóteses, é de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. Cuida-se,
É possível a coexistência de diversas formas de lesão corporal grave. Nesses casos, estará
configurado um único crime.
necessariamente ligada a trabalho ou ocupação lucrativa, devendo ser lícita, ainda que imoral.
É suficiente tratar-se de ocupação concreta, pouco importando se lucrativa ou não.
Pode atingir pessoas que não fazem parte da população economicamente ativa, ex:
São exigidos, pois, dois exames periciais, conforme o Art. 168, do Código de Processo
Penal: um exame inicial, realizado logo após o crime, que se destina a constatar a existência das
lesões, e um exame complementar, efetuado logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias,
contado da data do crime, que serve para comprovar a duração da incapacidade das ocupações
habituais em razão dos ferimentos provocados pela conduta criminosa.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto,
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do
Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do
crime.
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§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Esse prazo é penal, até porque presente no próprio tipo. Logo, se inclui na contagem o
II - Perigo de vida
Membros são os braços, pernas, mãos e pés. Sentidos são os mecanismos pelos quais a
pessoa humana constata o mundo à sua volta. São cinco: visão, audição, tato, olfato e paladar.
Tratando-se de órgãos duplos (ex: rins, olhos), a perda de um deles caracteriza lesão
grave pela debilidade permanente, enquanto a perda de ambos configura lesão gravíssima pela
perda ou inutilização.
provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não
gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP).
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IV - Aceleração de parto
feto nasce antes do período normal estipulado pela medicina, em decorrência da lesão corporal
produzida na gestante. Exige-se o conhecimento, pelo sujeito, da gravidez da vítima. Caso ignore
a situação, o agente deve responder somente por lesão corporal leve.
As lesões corporais gravíssimas estão definidas pelo art. 129, § 2.º, do Código Penal. A
pena, em qualquer caso, é de reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
§ 2° Se resulta:
II - enfermidade incurável5;
IV - deformidade permanente6;
V - aborto:
4
Vide questão 9 do material
5
Vide questão 3 do material
6
Vide questão 1 do material
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I - Incapacidade permanente para o trabalho;
isto é, que não permita fixar seu limite temporal. Não se exige que seja irreversível ou perpetua,
deve ser duradoura, no tempo e sem previsão de cessação.
Não se trata mais de ocupações habituais, mas de trabalho remunerado. Prevalece que
para incidir essa qualificadora, o sujeito deve ficar incapacitado para todo o tipo de trabalho, e
não apenas para aquele realizado antes do fato.
II - enfermidade incurável;
Trata-se de um processo patológico em curso que afeta a saúde em geral, para o qual
não existe cura na medicina. Deve ser provada por exame pericial.
homicídio, lesão corporal gravíssima em razão de enfermidade incurável ou até mesmo o crime
de perigo de contágio venéreo.
incurável, não é moléstia venérea, uma vez que pode ser transmitida por formas diversas da
relação sexual e dos atos libidinosos. Se um portador do vírus HIV, consciente da letalidade da
moléstia, efetua intencionalmente com terceira pessoa ato libidinoso que transmite a doença,
matando-a, responde por homicídio doloso consumado. E, se a vítima não falecer, a ele deve
ser imputado o crime de homicídio tentado. Não há falar no crime de perigo de contágio
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venéreo (CP, art. 130), uma vez que o dolo do agente dirige-se à morte da vítima. É a nossa
posição”.
deliberadamente, oculta-a de seus parceiros, mantém relações sexuais sem preservativo. A Corte,
todavia, limita-se a afastar o crime doloso contra a vida, sem concluir acerca da tipicidade do
delito efetivamente cometido (perigo de contágio venéreo ou lesão corporal gravíssima pela
enfermidade incurável)”.
Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: DPE-SC Prova: FUNDATEC - 2018 - DPE-SC - Analista
Técnico. IV. Pode-se asseverar que se o agente ativo, portador de HIV – AIDS, tem por
intenção transmitir a sua doença a outrem, poderá responder pelo delito de perigo de
contágio de moléstia grave, se o seu dolo se dirigir tão somente à transmissão da doença;
poderá responder pelo delito de homicídio ou de tentativa de homicídio, se o seu dolo se
dirigir para além da transmissão da doença à morte da vítima; ou, ainda, poderá responder
por lesão corporal de natureza gravíssima, se seu dolo se dirigir à produção de ofensa à
integridade física ou saúde da vítima, com o resultado enfermidade incurável, ou, ainda,
por lesão corporal seguida de morte, acaso essa ocorra, mas o dolo do agente abranja
apenas a intenção de lesionar a vítima.
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Inutilização é a falta de aptidão do órgão para desempenhar sua função específica. Frisa-
se que a perda de parte do movimento de um membro (braço ou perna, mão ou pé) caracteriza
lesão grave pela debilidade, ao passo que a perda de todo o movimento tipifica lesão corporal
Para configurar lesão corporal gravíssima, na hipótese de órgãos duplos, os dois órgãos
precisam ser prejudicados, caracterizando perda ou inutilização. Exemplo: surdez nos dois
ouvidos.
intervenções médicas ou cirúrgicas em geral (com finalidade curativa, reparadora etc.), eis que
há ausência do dolo de lesionar a integridade corporal ou a saúde do paciente. Não há crime
IV - deformidade permanente;
trazendo uma impressão desagradável ou vexatória para a vítima. Deve haver um dano estético
irreparável, visível. Exemplo: Jogar ácido no rosto da pessoa.
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Doutrinariamente, a 1ª corrente parece ser a majoritária. Todavia, é preciso ter cuidado
com o tipo de pergunta feito na hora da prova, eis que o STJ, no Informativo n.º 562, decidiu
contrariamente.
V - aborto
A interrupção da gravidez com a consequente morte do feto deve ter sido provocada
culposamente, uma vez que se trata de crime preterdoloso. Do contrário (dolo de abortamento),
o agente responde pelo crime de aborto.
Quadro comparativo:
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Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Trata-se de um crime preterdoloso. Não há que se falar em dolo de matar. A morte, aqui,
é sempre culposa.
Caso fortuito ou força maior não permitem imputar o resultado morte ao agente.
Responde apenas por lesão.
Tratando-se de figura híbrida (misto de dolo e de culpa), esse crime não admite tentativa.
O art. 129, §4º prevê uma causa especial de diminuição de pena aplicável unicamente no
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela
de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
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Vide questão 2 do material
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Lesões recíprocas são as que ocorrem quando duas pessoas injustamente se agridem.
Não se confunde com a legítima defesa, pois, se a vítima ferir o ofensor apenas para se defender,
não cometerá crime nenhum.
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do
art. 121 deste Código.
Na hipótese de lesão corporal dolosa, qualquer que seja sua modalidade (leve, grave,
gravíssima ou seguida de morte), a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou então se for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio.
A lesão corporal culposa está prevista no Art. 129, §6º, do Código Penal, e assim dispõe:
§ 6° Se a lesão é culposa:
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, cuja ação penal pública depende
de representação (Lei 9.099/95, art. 89). Cabe suspensão condicional do processo e transação.
Importante dizer que a Lei nº 13.546/2017, alterou o Código de Trânsito Brasileiro. O art.
303 do CTB trata sobre o crime de lesão corporal culposa no trânsito. A Lei nº 13.546/2017
acrescenta uma nova qualificadora no § 2º com a seguinte redação:
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas -
detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
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Vide questão 5 do material
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§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses
do § 1º do art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.546, de 2017).
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017).
Dessa forma, passaram a existir no ordenamento jurídico brasileiro dois crimes de lesões
corporais culposas: a previsão do art. 129, §6º, CP, abrangendo todos os casos de forma residual;
e a previsão do art. 303 do CTB, aplicação exclusiva para os acidentes de trânsito viário em que
O art. 129, § 8.º, do Código Penal determina a incidência do perdão judicial ao crime de
Os requisitos são os mesmos do homicídio. O juiz pode deixar de aplicar a pena quando
as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
O § 9º traz uma qualificadora aplicável na hipótese de lesão corporal leve. Com a pena
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Não teria sentido punir uma lesão grave, gravíssima ou seguida de morte com pena de
detenção, em limites inferiores àqueles previstos nos §§ 1.º, 2.º e 3.º do art. 129 do Código
Penal. Se a lesão corporal for grave, gravíssima ou seguida de morte, incidirá sobre as penas
A ação penal será incondicionada quando praticado crime de lesão corporal leve (e
também a lesão corporal culposa) no âmbito da violência doméstica ou familiar contra a mulher.
Súmula n.º 542, STJ. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
É preciso atentar para o art. 16 da Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha, o qual permite
a retratação da representação perante a autoridade judicial. Todavia, somente será possível a
retratação nos crimes de ação penal pública condicionada, praticado com violência doméstica
ou familiar contra a mulher (exemplo: crime de ameaça – CP, art. 147), e nesse rol não se inclui
a lesão corporal.
O crime de lesão corporal com violência doméstica pode ser praticado nas seguintes
situações (formas de violência):
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13.19 Pessoa portadora de deficiência e aumento de pena na
lesão corporal leve com violência doméstica: § 11º
Esta causa de aumento aplica-se exclusivamente ao § 9º, que contempla a lesão leve. Não
incide, portanto, se a lesão é grave, gravíssima ou seguida de morte.
Note-se que a lesão leve praticada nas situações descritas no § 9º consubstancia uma
qualificadora, ao passo que a lesão grave, gravíssima ou seguida de morte cometida nas mesmas
hipóteses dá ensejo a uma causa de aumento de pena.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas
no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
Como exemplo, o art. 129, §1º (lesão grave), que tem pena prevista de 01 a 05 anos, terá
a pena majorada de 1/3, se o crime for cometido em ambiente doméstico ou familiar. O mesmo
ocorrendo com os §§2º (lesão gravíssima - pena de 02 a 08) e 3º (lesão seguida de morte -
pena 04 a 12).
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13.21 Lesão corporal contra integrantes dos órgãos de
segurança pública: § 12º
Nova causa de aumento de pena da lesão dolosa, em qualquer modalidade, leve, grave,
gravíssima ou seguida de morte:
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena
é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
morte).
Em regra, a pena do crime de lesão corporal é perseguida mediante ação penal pública
incondicionada. Excepcionalmente, porém, no caso da lesão dolosa de natureza leve (art. 129,
caput, do Código Penal) e culposa (§ 6º), o oferecimento da ação penal dependerá de
Faz-se importante mencionar que, qualquer lesão corporal, mesmo que leve ou culposa,
praticada contra mulher no âmbito das relações domésticas é crime de ação penal
incondicionada, ou seja, o Ministério Público pode dar início à ação penal sem necessidade de
representação da vítima.
"(...) Conforme decidiu o c. STF, na ADI 4424, o crime de lesão corporal em contexto de
violência doméstica é de ação pública incondicionada, que independe da vontade da
vítima para a persecução penal... Não é outro o entendimento do e. STJ, que, inclusive,
editou a súmula n. 542: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”. No mesmo sentido, decidiu
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o Tribunal que “(...) As lesões corporais praticadas no âmbito doméstico constituem crime
de ação pública incondicionada, pouco importando a vontade da vítima ou a reconciliação
do casal, ante a imperatividade da Lei Maria da Penha na salvaguarda do interesse maior
da integridade física e psíquica da mulher. (...)” (Acórdão 1008237, 20161510001855APR,
Relator: Des. Jesuino Rissato, 3ª Turma Criminal, data de julgamento: 30/3/2017, publicado
no DJE: 7/4/2017. Pág.: 154/168). Daí por que não se aplica o disposto no art. 16 da L.
11.340/06 quanto ao crime de lesão corporal". (grifamos) Acórdão 1236068,
00027001220168070003, Relator: JAIR SOARES, 2ª Turma Criminal, data de julgamento:
5/3/2020, publicado no DJe: 18/3/2020.
11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher no
âmbito das relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação penal
pública incondicionada.
Por fim, esse entendimento foi consolidado através da Súmula n.º 542 do STJ:
Súmula n.º542, STJ. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
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QUADRO SINÓPTICO
LESÃO CORPORAL
Lesão corporal é a ofensa humana direcionada à integridade
corporal ou à saúde de outra pessoa. Depende da produção de
CONCEITO algum dano no corpo da vítima, interno ou externo, mas
independe da produção de dores ou a irradiação de sangue do
organismo do ofendido.
Em regra, a autolesão não é crime, em razão do princípio da
alteridade. Entretanto, pode caracterizar crime autônomo quando
AUTOLESÃO
violar outro bem jurídico é o que ocorre no crime de fraude para
recebimento do valor de seguro.
É possível sua incidência na lesão corporal dolosa de natureza
PRINCÍPIO DA
leve e na lesão corporal culposa (CP, art. 129, caput, e § 6.º),
INSIGNIFICÂNCIA OU
quando a conduta acarreta em ofensa ínfima à integridade
CRIMINALIDADE DE
corporal ou à saúde da pessoa humana. O STF já admitiu no
BAGATELA
âmbito da Justiça Militar.
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, cuja ação
LESÃO DOLOSA LEVE
penal pública depende de representação (Lei 9.099/95, art. 88).
(ART. 129, CAPUT);
Cabe suspensão condicional do processo e transação.
É uma forma qualificada, e encontra-se prevista no § 1.º do art.
129 do Código Penal:
LESÃO CORPORAL § 1º Se resulta:
DOLOSA GRAVE (ART. I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias;
129, §1º) II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
LESÕES CORPORAIS As lesões corporais gravíssimas estão definidas pelo art. 129, §
GRAVÍSSIMAS: ART. 129, 2.º, do Código Penal. A pena, em qualquer caso, é de reclusão,
§ 2.º de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
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§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Trata-se de um crime preterdoloso. Não há que se falar em dolo
LESÃO CORPORAL
de matar. A morte, aqui, é sempre culposa. Caso fortuito ou força
SEGUIDA DE MORTE:
maior não permitem imputar o resultado morte ao agente.
ART. 129, § 3.º
Responde apenas por lesão.
LESÃO CORPORAL O art. 129, §4º prevê uma causa especial de diminuição de pena
DOLOSA PRIVILEGIADA: aplicável unicamente no tocante às lesões dolosas, caso o agente
CAUSA DE DIMINUIÇÃO comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
DE PENA (ART. 129, § moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
4.º) injusta provocação da vítima.
LESÕES CORPORAIS A substituição aplica-se exclusivamente à lesão corporal LEVE, e
LEVES E SUBSTITUIÇÃO mesmo assim somente se a lesão for privilegiada ou se tratar-se
DA PENA: § 5.º de lesão recíproca.
Na hipótese de lesão corporal dolosa, qualquer que seja sua
modalidade (leve, grave, gravíssima ou seguida de morte), a pena
AUMENTO DE PENA NA
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
LESÃO CORPORAL
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos,
DOLOSA: § 7.º
ou então se for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
LESÃO CORPORAL Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, cuja ação
CULPOSA (ART. 129, penal pública depende de representação (Lei 9.099/95, art. 89).
§6º) Cabe suspensão condicional do processo e transação.
Os requisitos são os mesmos do homicídio. O juiz pode deixar
LESÃO CORPORAL de aplicar a pena quando as consequências da infração atingirem
CULPOSA E PERDÃO o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
JUDICIAL: § 8.º desnecessária.
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LESÃO CORPORAL E O § 9º traz uma qualificadora aplicável na hipótese de lesão
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: corporal leve. Com a pena majorada, o delito em análise deixa de
§ 9.º ser de menor potencial ofensivo.
PESSOA PORTADORA DE Esta causa de aumento aplica-se exclusivamente ao § 9º, que
DEFICIÊNCIA E contempla a lesão leve. Não incide, portanto, se a lesão é grave,
AUMENTO DE PENA NA gravíssima ou seguida de morte. § 11. Na hipótese do § 9º deste
LESÃO CORPORAL LEVE artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for
COM VIOLÊNCIA cometido contra pessoa portadora de deficiência.
DOMÉSTICA: § 11º
CAUSA DE AUMENTO Note-se que a lesão leve praticada nas situações descritas no §
DE PENA NAS LESÕES 9º consubstancia uma qualificadora, ao passo que a lesão grave,
GRAVES, GRAVÍSSIMAS gravíssima ou seguida de morte cometida nas mesmas hipóteses
E SEGUIDAS DE MORTE: dá ensejo a uma causa de aumento de pena.
§ 10º
LESÃO CORPORAL Nova causa de aumento de pena da lesão dolosa, em qualquer
CONTRA INTEGRANTES modalidade, leve, grave, gravíssima ou seguida de morte.
DOS ÓRGÃOS DE
SEGURANÇA PÚBLICA: §
12º
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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(Banca: FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto) De acordo com o Artigo
129 do Código Penal Brasileiro, trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima:
A) Aceleração de parto.
B) Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
C) Deformidade permanente.
D) Perigo de vida.
Comentário:
A) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, IV, do Código Penal, a aceleração de parto é lesão
corporal de natureza grave.
B) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, III, do Código Penal, a debilidade permanente de
C) Correta. Conforme o Art. 129, §2.º, IV, do Código Penal, a deformidade permanente é
lesão corporal de natureza gravíssima.
D) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, II, do Código Penal, o perigo de vida é lesão corporal
de natureza grave.
Questão 2
(Banca: FCC - 2016 - DPE-BA - Defensor Público) Sobre os crimes contra a pessoa,
Comentário:
julgador para fins de fixação da pena base na ocasião da prolação da sentença juntamente
com outras circunstâncias, nos termos do artigo 59 do Código Penal. Vale dizer: em casos
pena). Esse fenômeno se repete em relação ao crime de lesão corporal nos termos do §
4º, do artigo 129, do Código Penal. Sendo assim, a assertiva contida neste item está
incorreta.
se subsuma a tipo penal do artigo 129 do Código Penal, um levíssimo arranhão que não
afeta a tipicidade material para ser considerado lesão corporal. Neste sentido já se
manifestou o STF:
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“Acidente de Trânsito. Lesão Corporal. Inexpressividade da Lesão. Princípio da
- e outra prova não seria possível fazer-se tempos depois -, há de impedir-se que se
instaure ação penal (...)." (STF; HC 66869/PR; Segunda Turma; Relator Ministro Aldir
de resultado e não prescinde, por via de consequência, da ocorrência da efetiva lesão para
a sua configuração. Logo, a assertiva contida neste item está errada.
D) Errada. Não há vedação legal à substituição da pena privativa de liberdade por restritivas
de direito, no caso de crime de lesão corporal na direção de veículo automotor, desde que
estejam presentes os requisitos previsto no artigo 44 do Código Penal, que trata da matéria.
corporal quando há lesões corporais recíprocas, é possível desde que estejam presentes as
circunstâncias previstas no inciso II, § 5º, do artigo 129 do Código Penal. A assertiva contida
Questão 3
(Banca: UFMT - 2016 - DPE-MT - Defensor Público) A lesão corporal se enquadra nas
hipóteses expressas no art. 129, § 2º do Código Penal, doutrinariamente denominada gravíssima,
se ocorrer
A) aceleração de parto.
B) enfermidade incurável.
C) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias.
D) debilidade permanente de membro, sentido ou função.
E) perigo de vida.
29
Comentário:
A) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, IV, do Código Penal, a aceleração de parto é lesão
corporal de natureza grave.
B) Correta. Conforme o Art. 129, §2.º, II, do Código Penal, a enfermidade incurável é lesão
corporal gravíssima.
C) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
D) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, III, do Código Penal, a debilidade permanente de
membro, sentido ou função, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
E) Errada. Conforme o Art. 129, §1.º, II, do Código Penal, o perigo de vida é lesão corporal
de natureza grave.
Questão 4
( ) Certo
( ) Errado
Comentário:
30
Errada. Não existem a modalidade MÉDIA, apenas leve, grave e gravíssima. Conforme o
Art. 129, §1.º, III, do Código Penal, a debilidade permanente de membro, sentido ou função,
por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
Questão 5
(Banca: Quadrix - 2018 - CRO-PB - Fiscal) Acerca do Direito Penal aplicado à prática
odontológica, julgue o item que se segue.
O crime de lesão corporal, assim como a maioria dos crimes previstos no Código Penal brasileiro,
somente admite a modalidade dolosa.
( ) Certo
( ) Errado
Comentário:
modalidade culposa está prevista no §6° do art. 129, e é praticada quando há violação a
um dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia).
Questão 6
A) deformidade permanente.
B) incapacidade permanente para o trabalho.
C) violência doméstica.
D) feminicídio.
31
E) aceleração de parto.
Comentário:
A) Errada. Conforme o Art. 129, §2.º, IV, do Código Penal, a deformidade permanente é
B) Errada. Conforme o Art. 129, §2.º, I, do Código Penal, a Incapacidade permanente para
o trabalho é lesão corporal de natureza gravíssima.
C) Errada. A violência doméstica qualifica a lesão leve e serve como causa de aumento de
D) Errada. Não há tal previsão. O termo feminicídio trata-se do homicídio qualificado contra
mulher pela simples razão de menosprezo ou discriminação à condição de ser mulher.
E) Correta. Conforme o Art. 129, §1.º, IV, do Código Penal, a aceleração de parto é lesão
Questão 7
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2018 - PC-MA - Perito Criminal) Mário, ao envolver-se em uma
briga, lesionou Júlio. Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza
grave se tiver
32
E) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o trabalho
e o estudo, por quinze dias.
Comentário:
outrem.
C) Errada. Conforme o Art. 129, § 3º, do Código Penal, trata-se de lesão corporal seguida
de morte.
D) Errada. Conforme o Art. 121, §4º, do Código Penal, trata-se de Homicídio doloso.
E) Errada. Apenas seria lesão corporal de natureza grave se a incapacidade fosse por mais
de trinta dias.
Questão 8
(Banca: FEPESE - 2017 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil) De acordo com o Código Penal, a
incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias, caracteriza o crime de:
Comentário:
33
A) Errada. De acordo com o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
B) Errada. De acordo com o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
C) Correta. De acordo com o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
D) Errada. De acordo com o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
E) Errada. De acordo com o Art. 129, §1.º, I, do Código Penal, a incapacidade para as
ocupações habituais, por mais de trinta dias é lesão corporal de natureza grave.
Questão 9
Comentário:
34
A) Errada. O inciso III do §2º faz alusão sobre a perda ou inutilização do membro, sentido
§1º.
C) Correta. Lesionar uma pessoa dolosamente lhe causando incapacidade permanente para
o trabalho é hipótese arrolada no art. 129, parágrafo 2º, como lesão corporal gravíssima.
D) Errada. O art.129, §2º, II, do Código Penal trata sobre a "enfermidade incurável".
E) Errada. Se é culposa, automaticamente não responde pelo §2º do Art. 129 do Código
Penal, e sim pelo §6º.
Questão 10
(Banca: VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe) É um resultado que
caracteriza o crime de lesão corporal de natureza grave, cuja pena é de reclusão de um a cinco
anos:
Comentário:
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A) Errada. A incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias configura
B) Errada. A incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias configura
lesão corporal grave.
D) Errada. A incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias configura
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GABARITO
Questão 1 - C
Questão 2 - E
Questão 3 - B
Questão 4 - ERRADA
Questão 5 - ERRADA
Questão 6 - E
Questão 7 - A
Questão 8 - C
Questão 9 - C
Questão 10 - E
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QUESTÃO DESAFIO
Carlos ao encontrar seus desafetos na rua, Pablo e Maria, decide ofender a integridade
Máximo de 5 linhas
38
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
Quanto à Pablo, Carlos deverá responder pela lesão corporal gravíssima diante da
inutilização de função. Já quanto à Maria, Carlos não pode ser responsabilizado pelo aborto
pois, como não tinha ciência da gravidez, haveria a incidência da responsabilidade penal
objetiva.
É circunstância mais grave do que a do parágrafo anterior (lesão corporal de natureza grave),
exercer suas atividades próprias). É também gravíssima a lesão que produz a impotência
generandi (em um e outro sexo) ou a coeundi. (CUNHA, Rogério Sanches; Manual de Direito
Quanto ao tema, vale destacar importante decisão do STJ, segundo a qual a perda de dois
dentes seria lesão de natureza grave, e não gravíssima:
segundo a doutrina, aquela irreparável, indelével. Assim, a perda de dois dentes, muito embora
possa reduzir a capacidade funcional da mastigação, não enseja a deformidade permanente
prevista no referido tipo penal, mas sim, a debilidade permanente de membro, sentido ou
função, prevista no art. 129, § 1º, III, do Código Penal. 2. Inviável a fixação da pena-base no
mínimo legal, diante das circunstâncias do delito - modo brutal de execução (mesmo depois de
derrubar a vítima, "continuou a acelerar o veículo que conduzia arrastando a moto e o piloto
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desta" - fl. 85) - e das consequências do crime - "extenso e certamente doloroso tratamento [...]
mais de 4 anos entre o fato (22/12/2008) - época em que era permitido ter por termo inicial
data anterior à do recebimento da denúncia ou da queixa - e o recebimento da denúncia
pretensão punitiva. (REsp 1620158/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 13/09/2016, DJe 20/09/2016).
A hipótese de lesão corporal de natureza gravíssima relacionada ao aborto, por sua vez, pune
É indispensável que o agente tenha conhecimento da gravidez da vítima (ou que sua ignorância
tenha sido inescusável), jamais querendo ou aceitando o resultado mais grave, caso em que
haveria o abortamento criminoso (art. 125, CP). (CUNHA, Rogério Sanches; Manual de Direito
Penal: parte especial; 11 ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 125).
Em outros termos:
sendo, se a morte do feto foi proposital, o sujeito deve responder por dois crimes: lesão corporal
leve (ou grave ou gravíssima, se presente alguma outra qualificadora), em concurso formal
impróprio ou imperfeito com aborto sem o consentimento da gestante (CP, art. 125). (BRASIL,
1940). É obrigatório o conhecimento do sujeito acerca da gravidez da vítima, pois em caso
40
LEGISLAÇÃO COMPILADA
LESÃO CORPORAL
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JURISPRUDÊNCIA
STJ. 5ª Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 3/8/2017 (Info
609).
Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – lesão corporal leve –, qualificada pela
violência doméstica, tão somente em razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar. Ex: João agrediu
fisicamente seu irmão na sede da empresa onde trabalham, causando-lhe lesão corporal leve. O agente deverá
responder pelo art. 129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, deverá incidir a qualificadora do § 9º não importando onde a agressão tenha ocorrido.
Mas, por favor, não confunda: a Lei Maria da Penha, seus institutos e regras, não se aplicam
quando a vítima for homem. A Lei Maria da Penha somente se aplica para vítimas mulheres.
• Qualificadora do § 9º do art. 129 do CP: pode ser aplicado quando a vítima for mulher ou
homem;
• Lei Maria da Penha: somente pode ser aplicada quando a vítima for mulher.
Ex: filho empurrou seu pai que, com a queda, sofreu lesões corporais leves. Em tese, esse filho
praticou o delito do art. 129, § 9º, do CP. Apesar disso, não se aplicará a Lei Maria da Penha
neste caso porque a vítima é homem.
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PERDA DE DOIS DENTES CONFIGURA LESÃO GRAVE (E NÃO GRAVÍSSIMA)
STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016 (Info 590).
A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não
gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP). A perda de dois dentes pode até gerar uma debilidade permanente (§ 1º, III),
ou seja, uma dificuldade maior da mastigação, mas não configura deformidade permanente (§ 2º, IV). § 1º Se
resulta: III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; § 2º Se resulta: IV - deformidade permanente.
dano estético. No entanto, não se pode considerar que se trate de algo tão grave a ponto de
se dizer que se trata de uma pessoa "deformada". Desse modo, a perda dos dois dentes pode
até gerar uma debilidade permanente, ou seja, uma dificuldade maior da mastigação, mas não
configura deformidade permanente. A debilidade permanente é hipótese apenas de lesão
corporal grave (§ 1º, III).9
9
Vide questão 7 do material
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 3. ed. Salvador: JusPodivm, 2015.
Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
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