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Estatuto do I

doso
ESTATUTO DO IDOSO - LEI NO 10.741, DE 1º DE
OUTUBRO DE 2003

Esta é uma Lei Federal bem tranquila, pois parte do bom senso das
pessoas, da cultura de um povo, mas que foi necessário que o legislador
criasse certas condutas que garantissem maior proteção e cuidado para
com o idoso. Segundo pesquisas, atualmente são 25.000.000 (Vinte e cinco
milhões) de idosos no Brasil e o envelhecimento da população brasileira
é uma realidade. Esta é uma parcela da sociedade muito fragilizada,
vulnerável e, por essa razão, merece especial de atenção para a garantia
de um melhor convívio e integração em grupo.
A lei em questão trata de um assunto que não tem uma extensa
gama de matérias, possui apenas 07 (Sete) títulos e 118 (Cento e dezoito)
artigos e no decorrer deste trabalho, será possível observar que as normas
aplicadas nesta Lei não apresentam nenhuma dificuldade para absorção
de seu conhecimento, pois parte do senso comum, de uma ideia adequada
de comportamento social e de respeito com o outro.
A seguir, estão selecionados os artigos que tem surgido com maior
frequência em bancas examinadoras.
O Título I desta Lei, dá início conceituando o que é Pessoa Idosa em
seu 1º artigo, conforme segue abaixo:

1. Conceito de Pessoa Idosa

Antes de adentrar nos estudos acerca do Estatuto do idoso,


importante se faz estabelecer o que significa o termo IDOSO: é um termo
utilizado para identificar uma pessoa com idade igual ou superior a 60
anos e que tem sido tema de políticas de assistência social e respeito
diferenciados, no intuito de proporcionar uma maior integração com a
sociedade.
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os
direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a
sessenta anos.
Segundo a Lei em comento, o idoso é definido como a pessoa que
tem idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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A Constituição Federal de 1988 (que é tida como a Constituição
cidadã), foi a base para a criação do Estatuto do Idoso, consoante aos seus
princípios norteadores, reafirmando os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana e garantindo proteção à velhice.
É oportuno informar, que o Estatuto do Idoso é somente uma lei
dentre os vários direitos concernentes à pessoa idosa, haja vista que nem
todos os diretos inerentes a eles se encontram neste Estatuto, a exemplo
da Constituição Federal de 1988, o Código Civil de 2002 e legislações
esparsas.
Para o Estatuto do Idoso, pessoas acima de 60 (Sessenta) anos
são consideradas idosas, mas existem alguns dispositivos de lei que
consideram pessoas idosas com idade mais avançadas devido a sua
especificidade, conforme se demonstra em tabela abaixo:

CF/88 E LEGISLAÇÃO
IDADE QUAIS OS DIREITOS
PERTINENTE
São consideradas pessoas
idosas

Idade acima de 60 O artigo 230 da Constituição


anos Federal garante gratuidade
Estatuto do Idoso nos ônibus urbanos aos idosos
e Constituição maiores de 65 anos em todo o
Federal/88 território nacional
Tem direito ao Benefício de
Idade acima de 65 Prestação Continuada – BPC/
anos LOAS e à gratuidade no
Transporte Público Coletivo

Idade acima de 70 Para casar-se, o idoso deve,


anos - Lei 12.344 de obrigatoriamente, optar pelo
Código Civil Brasileiro
09 de dezembro de regime de separação total de
2010 bens

Ao Idoso acima de 80 anos


Inclui ao art. 3º o é assegurada prioridade
Lei nº 13.466, de 12
parágrafo 2º do especial no atendimento,
de julho de 2017
Estatuto do Idoso preferencialmente em relação
aos demais idosos

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Lei nº 9.029/95, Proíbe práticas discriminatórias
combinado com os na relação de emprego em
Legislações Esparsas arts. 3º, IV, 5º, XIII e 7º, razão de sua idade ou de ser
XXX, da Constituição demitido pelo mesmo motivo
Federal

Alguns desses direitos, conforme demonstrado na tabela, são válidos às


pessoas idosas a partir dos 65 (Sessenta e cinco) anos de idade, como é
o caso do BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada/Lei Orgânica da
Assistência Social), garantido na CF/88, em seu artigo 203, V e nesta Lei,
artigo 34.

ACERTE O ALVO!
Importante ressaltar, que a idade para o idoso não mudou, permanece a
partir dos 60 anos de idade, apenas alguns direitos específicos é que lhes
são concedidos a partir dos 65 (Sessenta e cinco) anos. Esse tema tem
caído com muita frequência em provas de concurso e podem confundi-los
quando perguntado em questões.
No Código Civil de 2002, tem-se que, ao idoso com mais de 70
(setenta) anos de idade e que pretende casar-se deve, obrigatoriamente,
optar pelo regime de separação total de bens. Nesse caso, o idoso não tem
opção, essa foi a maneira encontrada para preservar o seu patrimônio.
No tocante as legislações esparsas, ao idoso não se pode negar sua
inserção ao mercado de trabalho em razão de sua idade ou de ser demitido
pelo mesmo motivo, tendo em vista que fere o Art. 3º, IV da CF/88, onde
diz que se deve “promover o bem de todos, sem preconceito de origem,
raça, cor, idade e quaisquer formas de discriminação”. Concomitante a
este artigo, deve ser observado no Art. 5º, XIII da Carta Magna, o princípio
da igualdade como garantia fundamental, sem distinção de qualquer
natureza, inclusive sem preconceito de idade. Outrossim, a Lei nº 9.029/95
proíbe a prática discriminatória na relação de emprego.
Alguns artigos deixam claro no Estatuto do Idoso o que é direito
para todos, a exemplo do direito à saúde, que traz as condições expressas
para que os direitos dos idosos mereçam proteção integral, dada a sua
condição peculiar em processo de envelhecimento. Quanto a tramitação

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processual, esta deve ser mais rápida e célere na Justiça do trabalho
quando se trata de verba alimentar.
É importante observar acerca do Art. 2º do Estatuto do Idoso,
haja vista que ele reafirma os direitos fundamentais assegurados a todo
cidadão:
Art. 2º. O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes
à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

A proteção à velhice é garantida em âmbito internacional por meio


da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda que não haja uma
Convenção que dê conta desse segmento (como já existe para as pessoas
com deficiência, crianças e adolescente e para as mulheres). Todavia,
a Resolução nº 46/91, de 16 de dezembro de 1991, aprovada pela
Assembléia Geral das Nações Unidas, que trata dos direitos dos idosos
(Independência, Participação, Assistência, Autorealização e Dignidade)
refirma os princípios estabelecidos na CF/88.

Para tanto, o Caput do Art. 3º do Estatuto do Idoso esclarece que:

I. A família, a comunidade, a sociedade e o poder público tem o dever


legal de amparar e proteger a pessoa idosa, conforme previsto no Art.
230 da CF/88, assegurando-lhe participação familiar e comunitária e
garantindo-lhe o direito:

• a vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao


lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e
à convivência familiar e comunitária.

Este artigo deixa claro que o dever de amparo à pessoa idosa é


de responsabilidade de todos. Sendo assim, a família, a comunidade,
a sociedade, bem como o poder público, tem embasamento legal para
garantir, prioritariamente, a efetivação desses direitos.

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É oportuno informar, que o parágrafo 1º do Art. 3º, possui 09 (nove)
incisos, que serão comentados a seguir.

II. A garantia de prioridade descrita nesse artigo, em seu 1º parágrafo,


compreende:

• Atendimento preferencial em repartições públicas e privadas que


prestam serviço à população. Face ao exposto, todos os estabelecimentos
e segmentos sociais tem o dever de proteger os idosos para a garantia
de seus direitos. Na verdade, essa garantia já estava prevista na Lei
Federal nº 10.048, de 08 de novembro de 2.000. Entretanto, essa
garantia foi reforçada pelo Estatuto do Idoso:

• Prioridade na formulação e na execução de políticas sociais públicas


específicas, reforçando ainda mais a proteção ao idoso;
• Assegurar uma velhice digna com a alocação de recursos públicos
na área de saúde, educação e assistência social destinadas
prioritariamente não só ao segmento idoso, como a todo público em
situação de vulnerabilidade: crianças e adolescentes, pessoas com
deficiência, pessoas em situação de rua;
• A interação do idoso com outras gerações, o seu convívio com os mais
jovens como uma forma de estimular a participação e inclusão na
sociedade;
• Garantia ao direito de ir e vir concedido a todo cidadão na CF/88, em
seu Art. 5º, XV. Consoante a isso, deve-se levar em conta a vontade
da pessoa idosa no caso de acolhimento em unidade institucional e
esse direito deve ser respeitado. O idoso precisa do cuidado da família,
a não ser que ele não possua referência familiar ou que seja carente
de recursos financeiros para ampará-lo. Outra situação que o idoso
não tem como tomar decisões é quando ele está sofrendo de alguma
doença grave ou incapacitante que o impossibilite de ter independência
e autonomia, como é o caso de quem sofre de doença de Alzheimer.
• Para que o idoso receba atendimento adequado, é necessário que a
equipe técnica seja capacitada e reciclada continuamente nas áreas
de geriatria e gerontologia, assim como na prestação de serviços a
este segmento;

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• Criar meios para estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação
em caráter educativo através de programas públicos do governo sobre
os aspectos biopsicossociais de envelhecimento e que divulguem
os direitos previstos na legislação para os idosos e que favoreçam
denúncias de abandono e maus tratos a estes;
• Garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social
com prioridade no atendimento, conforme disposto no Art. 196 da
CF/88;
• A restituição no recebimento do Imposto de Renda para o idoso é
outra prioridade. Essa alteração foi incluída pela Lei nº 11.765/2008,
garantindo ao idoso uma maior celeridade no recebimento da referida
restituição, assim como está previsto no Estatuto do Idoso, em seu
Art. 3º, § 1º, IX, mais agilidade processual tanto judicial quanto em
procedimentos junto à Administração Pública.

ACERTE O ALVO!
A Lei nº 13.466, de 12 de julho de 2017 trouxe uma novidade ao artigo 3º
do Estatuto do Idoso, visto que foi incluído o parágrafo 2º a este dispositivo
para assegurar prioridade especial aos maiores de 80 (Oitenta) anos,
no que se refere ao atendimento preferencial e imediato em repartições
públicas e nos estabelecimentos bancários sobre os demais idoso.
A situação peculiar referente a esse artigo é de que a pessoa idosa se
encontra num processo de envelhecimento ainda maior, dada a situação
de vulnerabilidade e fragilidade existente e por isso é credora de atenção
especial.
§ 2º. Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.

A CF/88 garante ainda à pessoa idosa prioridade no adiantamento


de precatórios nos casos em que o ente federativo (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) é condenado a pagar valor pecuniário (dinheiro), a
justiça é mais célere nesses casos.

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O artigo 4º do Estatuto do Idoso acrescentou a punição, na forma
da lei, àqueles que praticam crimes de maus tratos, por ação ou omissão,
contra os idosos como a violência, a discriminação, negligência, abandono,
crueldade ou opressão. Por meio do enunciado deste artigo, qualquer
pessoa física ou jurídica que cometer um desses crimes, irá responder
criminalmente.
Art. 4º. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,
discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado
aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da
lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos
do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção
outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Os parágrafos 2º e 3º deste artigo cuidam da prevenção contra


a violação dos direitos dos idosos para que estes não venham a sofrer
qualquer tipo de situação vexatória, de discriminação, humilhação,
violência física ou psíquica, não excluindo, porém, outras prevenções
decorrentes dos princípios adotados por esta Lei. O objetivo maior aqui é
prevenir qualquer tipo de violação de direitos e a garantia de tratamento
adequado à sua condição enquanto pessoa idosa.

O Art. 5º do Estatuto do Idoso trata da responsabilização civil e


penal nos termos da lei vigente, às pessoas físicas ou jurídicas que, por
ação ou omissão, não respeitarem as normas de prevenção aos direitos
dos idosos, assim como a promoção do bem-estar destes. Isto vale para
as Unidades de Acolhimento Institucional tanto públicas quanto privadas
voltadas para os Idosos (Asilos e casas de repouso geriátricas). Outrossim,
o poder público que não oferecer condições para que os idosos possam
exercer os seus direitos, serão igualmente punidos na forma da lei.

O Art. 6º refere que todo cidadão tem o dever de comunicar à


autoridade competente qualquer forma de violação a esta lei, que tenha
visto ou de que tenha conhecimento, podendo ser responsabilizado,
conforme disposto no artigo 5º desta lei.

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O Art. 7º do Estatuto do Idoso dispõe que os Conselhos Nacional,
Estadual, do Distrito Federal e Municipais do idoso, que estão previstos na
Lei Nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994, tem o dever de zelar pela política
de proteção aos idosos e pelo cumprimento dos seus direitos. No Brasil,
devem existir Conselhos de Idosos em cada Estado e suas respectivas
capitais, assim como nos municípios e terão sua atuação em prol da
proteção do idoso, conforme os princípios norteadores deste Estatuto e em
todo o ordenamento jurídico. Os Conselhos possuem seu papel definido
em lei, mas isto não exclui a responsabilidade da família, da comunidade,
da sociedade e do poder público o dever de amparar a pessoa idosa e de
zelar pelo cumprimento de seus direitos.

2. A partir do 8º parágrafo desta lei, dá-se início ao Título II, Dos


Direitos Fundamentais. O referido artigo dispõe que o envelhecimento
é um direito personalíssimo e sua proteção é um direito social. Por essa
razão, a fragilidade do idoso deve ser tutelada pela sociedade e pelo
poder público, cabendo a este prestar-lhe proteção no processo de
envelhecimento com a promoção de políticas públicas. O Art. 9º reafirma
a obrigação do Estado em garantir proteção à vida e à saúde ao idoso, por
meio da criação de políticas públicas que permitam um envelhecimento
saudável e com dignidade.

ACERTE O ALVO!
O artigo 11 desta lei é um dos temas que tem surgido muito em provas
de concursos, pois trata-se de direito alimentar ao idoso no caso em que
este não consegue manter o seu próprio sustento. Face ao exposto, os
familiares podem ser obrigados a prestar-lhe alimentos na forma da
lei civil. O Código Civil Brasileiro é a legislação aplicável ao direito de
prestação de alimentos ao idoso, nos artigo1.694, § 1º e o disposto na Lei
nº 5.478, de 25 de julho de 1968.

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros


pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.

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§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência,
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os
pleiteia.

Quando o idoso não tem meios para prover o seu próprio sustento,
ele pode ingressar com uma ação judicial para pedir alimentos, caso a
família não o faça voluntariamente. O direito de prestar alimentos decorre
do parentesco, sem limitação, em linha reta. No entanto, se for estendido
ao colateral de segundo grau, esse parentesco terá limitação.
O artigo 12 desta Lei tem caído muito em provas de concursos e, por
isso, merece especial atenção. Este artigo refere que o valor dispensado
ao idoso estará sujeito ao binômio necessidade x possibilidade, pois
o familiar que for nomeado a prestar alimentos, terá que demonstrar a
efetiva possibilidade para tanto. Importante ressaltar, que essa obrigação
é SOLIDÁRIA, ou seja, o idoso tem a liberdade de ingressar com a ação
judicial contra um dos parentes ou contra todos eles.
Ocorre que, se for comprovado que a família não tem condições
financeiras de prestar alimentos, é possível que se faça uma transação
entre o idoso e sua família, um acordo. Esse acordo pode ser celebrado
junto ao idoso perante o promotor público ou defensor público. Os
artigos 73 a 77 desta Lei conferem ao Ministério Público as atribuições
de promover e acompanhar as ações de alimentos em favor do idoso,
visto que este necessita de proteção integral. Caso a família não cumpra
com a obrigação de prestar alimentos, esse título pode ser executado
diretamente na justiça.
Os defensores públicos podem referendar esses acordos relativos a
alimentos para os idosos e oportunizar a agilidade nos processos, além
de ter a legitimidade concorrente para garantir direitos a subsistência
de pessoas idosas em situação de risco e vulnerabilidade social. É o que
dispõe o artigo 13.
Já o artigo 14 refere que, caso o idoso ou a família comprove não ter
meios de prover os alimentos por falta de condições financeiras, o poder
público terá que assumir a obrigação alimentar, no âmbito da Assistência
Social. É o meio pelo qual visa garantir ao idoso a dignidade e a efetividade
de seus direitos fundamentais enquanto ser humano.

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O Benefício de Prestação Continuada, conforme disposto no Art. 203, V,
da CF/88, assegurado pela Lei Orgânica da Assistência Social e integrante
do Sistema Único da Assistência Social, é um benefício que visa garantir
01 (um) salário mínimo mensal ao idoso e à pessoa com deficiência que
comprove não possuir meios de garantir a sua manutenção ou por sua
família. No caso da pessoa idosa que comprovadamente possua 65 anos
de idade ou mais e que não recebe nenhum benefício socioassistencial
ou algum regime previdenciário, terá direito ao BPC/LOAS, desde que a
renda familiar per capta seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente.

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por


intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o
acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças
que afetam preferencialmente os idosos.

O Art. 15 deste Estatuto dispensou especial atenção à saúde do idoso


no âmbito do Sistema único da Saúde (SUS) para que sejam promovidas
as ações e serviços no cuidado da prevenção, proteção, recuperação da
saúde e tratamento daquelas doenças que afetam preferencialmente o
segmento idoso, conforme disposto no enunciado deste artigo. Igualmente
está previsto neste artigo, que a concretização da política pública de saúde
será efetivada por meio da rede de atendimento à saúde do idoso.

Essa prevenção e manutenção da saúde do idoso serão efetivadas:

• por meio do cadastramento da população idosa em sua base territorial;


• com a disponibilização de geriátricas e gerontológicas em ambulatórios
e em unidades geriátricas de referência com pessoal especializado na
área de geriatria e gerontologia social;
• através de atendimento domiciliar, incluindo internação para população
que tenha dificuldade de locomoção. Isto vale para os idosos que
estejam abrigados e acolhidos em unidades públicas;
• por meio da reabilitação orientada para redução de sequelas em
decorrência de agravos à saúde.

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Quanto a medicamentos de uso contínuo, assim como próteses,
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, estes devem ser
distribuídos gratuitamente ao idoso, é um direito garantido no Art. 15º,
parágrafo 2º deste Estatuto. Ocorre que, se o poder público não provém
desses medicamentos, ele pode requerer em ação judicial.
Ainda neste artigo, em seu parágrafo 3º, é vedada a discriminação
nos planos de saúde de cobrar aos idosos valores diferenciados em razão
de sua idade. Esse critério não pode ser adotado ao idoso acima de 60
(Sessenta anos).
Outra proibição dada neste artigo é que não se pode exigir ao
idoso enfermo ou com alguma doença incapacitante que o impeça de se
apresentar perante os órgãos públicos ou agência bancária para fazer
prova de vida. Outrossim, o órgão público pode criar meios para realizar
visita domiciliar ou pode o idoso nomear um procurador para representá-
lo.
O parágrafo 6º assegura ao idoso enfermo o atendimento domiciliar
pela perícia médica do INSS, pelo serviço público ou privado de saúde,
contratado ou conveniado que integre o SUS, para aquisição de laudo de
médico necessário para garantia de seus direitos sociais ou mesmo para
isenção tributária.

ACERTE O ALVO!
A Lei nº 13.466 de 12 de julho de 2017, alterou o 7º parágrafo do artigo 15,
pois ao idoso maior de 80 (Oitenta) anos será dada preferência especial
nas unidades de atendimento à saúde sobre os demais idosos, exceto nos
casos de situação de emergência.

O artigo 16 deste Estatuto assegura ao idoso internado ou em observação


o direito a acompanhante, devido a situação de vulnerabilidade enquanto
idoso. Os órgãos públicos nesse caso devem promover condições
adequadas à permanência do acompanhante em tempo integral, a critério
médico.
Já o artigo 17 garante a pessoa idosa que se encontre em posse
de suas faculdades mentais optar pelo tratamento que lhe seja mais
favorável. Caso seja necessária sua interdição, pelo fato de não possuir
discernimento para decidir qual o tratamento que deseja receber, deve-se
nomear um curador. Entretanto, quando não houver curador ou quando

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este não for localizado em tempo hábil, os familiares podem escolher a
melhor opção para o tratamento do idoso.
Ocorre que, havendo risco iminente de vida, os médicos que o
acompanham podem decidir quanto ao tratamento mais adequado para
o idoso, caso o curador ou a família estejam ausentes. Neste caso, o fato
deve ser comunicado ao Ministério Público, relatando o motivo da conduta.
O artigo 18 do Estatuto do Idoso refere que a Política Nacional de
Saúde prevê treinamento e capacitação para a equipe multiprofissional
que atua em instituições de saúde na área de gerontologia, assim como
orientação a cuidadores, familiares e grupos de autoajuda. Tudo isto está
estabelecido na Portaria nº 249/2002 da SAS/MS, de como deverão ser
as Normas para Cadastramento de Centros de Referência em Assistência
à Saúde do Idoso.
A equipe técnica deve ser composta de:

• Médico assistente;
• Enfermeiro;
• Técnico ou auxiliar de enfermagem;
• Fisioterapeuta;
• Nutricionista;
• Assistente Social;
• Fonoaudiólogo;
• Psicólogo;
• E Terapeuta Ocupacional.

Os Centros de Referência de Assistência ao Idoso devem criar meios


para prestar apoio ao mesmo, no intuito de melhorar a qualidade de vida
destes e sempre visando prioridade em seu atendimento.
O artigo 19 trata dos casos de suspeita ou confirmação de violência
praticada contra idosos que estejam sofrendo algum tipo de violência
ou maus tratos e, caso isto seja comprovado, terá que ser notificado
compulsoriamente à autoridade sanitária ou quaisquer um dos órgãos
competentes a seguir:

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• Autoridade policial;
• Ministério Público;
• E o Conselho Municipal, Estadual ou Nacional do Idoso.

A Lei nº 12.461, de 26 de julho de 2011, incluiu o parágrafo 1º ao


artigo 19, para definir o significado de violência contra a pessoa idosa.
Mas o que significa violência contra a pessoa idosa?
É qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado
que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. Nesse caso,
o legislador buscou abranger a definição de atos violentos praticados
contra a pessoa idosa como forma de prevenir ou evitar que fatos como
este possam ocorrer.
O parágrafo 2º deste mesmo artigo fez referência à Lei Federal nº
6.259/75, de 30 de outubro de 1975, que “dispõe sobre a organização
das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de
Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de
doenças, e dá outras providências”. É mais uma maneira de reafirmar
aos profissionais, assim como as unidades de saúde da necessidade de
notificação compulsória destes às autoridades competentes em situações
de violência contra a pessoa idosa.
O artigo 21 deste Estatuto aduz que o poder público tem obrigação de
criar oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos,
metodologias e material didático aos programas educacionais destinados
a esse segmento. Este direito está previsto no caput do artigo 205 da
CF/88, haja vista que todos tem direito a buscar seu desenvolvimento
pessoal, principalmente aquelas pessoas que em idade mais avançada
não tiveram oportunidade de acesso à educação formal. A busca pelo
conhecimento é inclusive uma forma do idoso ser reinserido à sociedade
moderna e poder trocar ideias com ouras gerações.
Quanto ao artigo 26, é garantido ao idoso o direito ao exercício
da atividade profissional, desde que respeitadas suas condições físicas,
intelectuais e psíquicas, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa
humana.
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional,
respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

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O Capítulo X trata do direito ao transporte, desde o artigo 39 ao 42:

O Art. 39 faz referência à gratuidade dos transportes coletivos


públicos urbanos e semiurbanos aos maiores de 65 anos de idade,
salvo os serviços seletivos e especiais quando estes forem prestados
paralelamente aos serviços regulares. Esse artigo tem previsão
constitucional no parágrafo 2º do artigo 230. Entretanto, essa garantia
só é válida aos maiores de 65 (Sessenta e cinco anos) e a única exigência
para que o idoso possa ter acesso a esse benefício, é que ele apresente
algum documento de identificação pessoal comprovando sua idade.
O parágrafo 2º deste artigo garante ainda o percentual de 10% (dez
por cento) dos assentos reservados preferencialmente para os idosos nos
transportes públicos coletivos e com a devida identificação nestes.

ACERTE O ALVO!
Há uma grande diferença no que diz respeito à idade para os idosos que
tem acesso à RESERVA nos assentos dos transportes públicos urbanos,
pois esta reserva é garantida a todos os que tem idade acima de 60
(Sessenta) anos. Entretanto, a gratuidade nos referidos transportes só é
válida para os idosos com idade acima de 65 (Sessenta e cinco) anos. Isto
é o que está previsto no parágrafo 3º do artigo 39 deste Estatuto.

Art. 39. Aos maiores de sessenta e cinco anos fica assegurada


a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e
semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando
prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente
qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este
artigo, serão reservados dez por cento dos assentos para os
idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre
sessenta e sessenta e cinco anos, ficará a critério da legislação
local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos
meios de transporte previstos no caput deste artigo.

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Já o Art. 40 deste Estatuto faz referência às reservas e descontos
de 50% no sistema de transporte coletivo interestadual destinados às
pessoas idosas. Importante ressaltar, que este artigo foi regulamentado
pelo Decreto nº 5.130/04, sendo alterado pelo Decreto nº 5.155/04 e, em
seguida, revogados pelo Decreto nº 5.934/06. Conforme este Decreto,
cabe à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a competência
para editar Normas Complementares acerca da execução do transporte
coletivo interestadual. Ainda segundo esse Decreto, a pessoa idosa com
idade igual ou superior a 60 (Sessenta) anos tem direito à gratuidade no
transporte coletivo estadual, nas seguintes condições:

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-


se-á, nos termos da legislação específica:
I – a reserva de duas vagas gratuitas por veículo para idosos com
renda igual ou inferior a dois salários mínimos;
II – desconto de cinquenta por cento, no mínimo, no valor das
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas,
com renda igual ou inferior a dois salários mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos
nos incisos I e II.

Segundo o referido artigo, o idoso tem direito a 02 (Duas) vagas


gratuitas por veículo no transporte coletivo interestadual, desde que
comprove possuir renda igual ou inferior a 02 (Dois) salários mínimos.
Após ao preenchimento dessas duas vagas, o artigo 4º do Decreto nº
5.934/06, dispõe que o idoso terá direito a um desconto de, no mínimo,
50% (Cinquenta por cento) no valor das passagens para os demais
assentos, não só de veículos, mas de comboio ferroviário ou embarcação
do serviço convencional de transporte interestadual de passageiros. Ele
só precisa comprovar que não possui renda igual ou inferior a 02 (Dois)
salários mínimos.
O Art. 41, por sua vez, assegura a reserva de 5% (Cinco por cento)
das vagas, nos estacionamentos públicos e privados, de modo a garantir
mais acessibilidade e comodidade ao idoso no exercício do direito de ir e
vir.

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O Art. 42 assegura prioridade ao idoso em seu embarque em todo
o sistema de transporte coletivo para a garantia de sua segurança. Esta
redação foi dada pela Lei nº 12.899/03.

3. O Título III, em seu Capítulo I, trata das Medidas de Proteção ao


idoso. Estas medidas foram os meios que o Estatuto do Idoso encontrou
para proteger o idoso sempre que seus direitos forem ameaçados ou
violados.
Art. 43 dispões que as medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre
que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou violados:

I. por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;


II. por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de
atendimento;
III. em razão de sua condição pessoal.

Algumas dessas ameaças podem ser caracterizadas por meio de


abuso econômico, psicológico, violência física ou sexual, negligência,
abandono, financeiro ou qualquer outra ameaça ou violação de direitos.
É oportuno destacar, que o Capítulo II, do Título III, em seus artigos
44 e 45, tratam das medidas específicas de proteção à pessoa idosa, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente com outras medidas
previstas em Lei, no sentido de não só punir o infrator, mas de buscar o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

4. O Título V desta Lei, trata Do Acesso à Justiça, onde no artigo


69 diz que se aplica, subsidiariamente, o procedimento sumário previsto
no Código de Processo Civil, desde que não contrarie os prazos previstos
no Estatuto do Idoso. Este artigo tem como objetivo tornar mais célere
os processos judiciais, no sentido de garantir uma maior agilidade nos
provimentos jurisdicionais do idoso enquanto pessoa em processo de
envelhecimento.
O Estatuto traz ainda a previsão de criação de varas especializadas
e exclusivas em atenção à pessoa idosa em seu artigo 70. O artigo 71
assegura prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na
execução dos atos e diligências judiciais em que o idoso figura como parte
e desde que sua idade seja igual ou superior a 60 (Sessenta) anos. Essa

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prioridade na tramitação não cessa com sua morte, devendo inclusive ser
dada a continuidade em favor do seu cônjuge sobrevivente, companheiro
ou companheira com união estável, desde que sua idade seja maior que
60 (Sessenta) anos.
Esta prioridade é igualmente assegurada aos processos e
procedimentos na Administração Pública, nas empresas prestadoras de
serviços públicos e instituições financeiras, junto à Defensoria Pública
da União, dos Estados e do Distrito Federal quanto aos serviços de
Assistência Judiciária. É garantido ao Idoso o fácil acesso nos assentos
e caixas, devidamente identificados e com a destinação voltada para o
mesmo, em local visível.
O parágrafo 5º foi acrescido ao artigo 71, pela lei nº 13.466/17,
garantindo ainda prioridade especial aos maiores de 80 (Oitenta) anos
na tramitação de processos sobre os outros idosos, pois visa garantir a
dignidade da pessoa humana.
O artigo 72 deste Estatuto, que tratava do Ministério Público, foi
vetado. O artigo 73 trata das funções do MP e serão exercidas nos termos
desta Lei.
O artigo 74 estabelece as competências do MP, já previstas no
artigo 129 da Constituição Federal de 1988. O referido Estatuto faz
alusão às competências do MP, que é a de instaurar o inquérito civil e
a ação civil pública para a proteção dos interesses difusos ou coletivos
individuais indisponíveis e individuais homogêneos face aos interesses
da pessoa idosa. É igualmente a função do MP promover e acompanhar
as ações de alimentos, interdição parcial ou total e curador especial,
supletiva e extraordinariamente. Essa interdição está prevista no artigo
747 e seguintes do Código de Processo Civil, mas essa medida deve se
dar em defesa dos interesses dos idoso.
Importante ressaltar, que o MP atuará como substituto processual
em nome do idoso que se encontre em situação de risco e só promoverá a
sua interdição nos casos de doença mental grave comprovada e que não
existem ou não foi promovido a interdição, que pode ser pelo cônjuge ou
companheiro, parentes ou tutores ou por representante legal da instituição
em que o idoso se encontra abrigado. Este artigo deve ser observado em
conjunto com as medidas de proteção do artigo 43 do Estatuto do Idoso.
Os artigos 73 a 77 desta Lei conferem ao Ministério Público as atribuições
de promover e acompanhar as ações de alimentos em favor do idoso,
visto que este necessita de proteção integral e devem ser observados em
consonância ao artigo 12 desta Lei.

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5. O Título VI trata Dos Crimes Contra a Pessoa Idosa em seus
artigos 93 e 94. O artigo 93 dispõe que é aplicada, subsidiariamente,
a Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985 (lei que disciplina a Ação Civil
Pública).
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Este artigo na verdade não caberia nesse título, mas acredita-se que
o legislador teve a intensão de preencher possível brecha que surgisse
neste Estatuto, aplicando, subsidiariamente, as disposições da Lei que
disciplina a Ação Civil Pública.
O artigo 94 dispõe sobre os crimes de menor potencial ofensivo
contra a pessoa idosa, aplicando-se o procedimento previsto no rito
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, conforme a Lei nº 9.099/95 e,
subsidiariamente, devem ser aplicadas as disposições do Código Penal e
do Código de Processo Penal.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-
se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro
de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do
Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5
- STF)

Ocorre que, segundo a Lei nº 9.099/95, que trata dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais, em seu artigo 61, os crimes de menor potencial
ofensivo não ultrapassam a pena máxima não superior a 2 (Dois) anos,
conforme segue abaixo. Entretanto, o Estatuto do Idoso, em seu artigo 94,
mesmo alegando seguir o procedimento previsto nesta Lei, determinou a
pena máxima privativa de liberdade de 04 (Quatro) anos para os crimes
praticados contra a pessoa idosa, o que poderia ser considerada uma
disposição controvertida.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial


ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa.

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A doutrina majoritária tem se posicionado no sentido de que o
Estatuto do Idoso se utilizou apenas da aplicação do procedimento
sumaríssimo já previsto na Lei nº 9.099/95, com o intuito de dar maior
celeridade aos casos que envolvam o julgamento de crimes praticados
contra o idoso. Este foi o argumento sustentado pela doutrina majoritária
na defesa do artigo 94 deste Estatuto, para que não haja controvérsias
entre as citadas leis.
O título VI desta Lei trata dos crimes contra a pessoa idosa e as
penalidades a eles pertinentes, a partir do artigo 93 e seguintes.
Os artigos 95 a 108, do Título VI, Capítulo I deste Estatuto, tratam
dos Crimes em Espécie, sendo que o artigo 95 aduz que os crimes
definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, ou seja,
são promovidas pelo MP sem que esta iniciativa dependa ou se subordine
a nenhuma condição. Porém, existe uma exceção que não se aplica a
este Estatuto, segundo define o próprio artigo 95, são casos dispostos
nos artigos 181 e 182 do Código Penal, haja vista que são promovidos
mediante representação do ofendido.
Alguns delitos cometidos contra o idoso estão previstos no art. 99,
§ 1º deste Estatuto. Da mesma forma, o delito de apropriação indébita
está previsto no art. 102, e, nos artigos 106 e 107, estão os delitos que
se assemelham à forma de estelionato, mas com punição antecipada dos
atos preparatórios (indução à assinatura de procuração pelo idoso sem
discernimento, e a lavratura de ato notarial de idoso sem discernimento).
O Título VII trata das disposições finais e transitórias, que vão do
artigo 109 ao 118 do Estatuto do Idoso.
O artigo 109 deste Estatuto busca tutelar o bem jurídico, que é o de
assegurar a normalidade dos serviços de fiscalização estabelecidos nesta
Lei, que consiste na política de proteção integral ao idoso e a garantia
de sua efetividade, além do livre exercício das atribuições conferidas
ao representante do MP ou outro agente fiscal com esta atribuição. O
impedimento a esta atribuição definida em Lei é punível, conforme o
procedimento da Lei nº 9099/95.

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REFERÊNCIAS

1. Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2003


2. Constituição da República Federativa do Brasil
3. Lei Orgânica da Assistência Social/SUAS - Sistema Único da Assistência
Social
4. Pessoa Idosa: Proteção e Cuidados – Secretaria da Justiça, Cidadania
e Direitos Humanos
5. Envelhecimento e Dependência: Desafios para a Organização da
Proteção Social – Ministério da Previdência Social/Secretaria de
Previdência Social

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