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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4

1 NOÇÕES GERAIS ...................................................................................... 5

2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL .......................................................... 7

3 DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO................................................... 8

3.1 Direito à vida ........................................................................................ 9

3.2 Direito à saúde ................................................................................... 11

3.3 Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade .................................... 14

3.4 O acesso à justiça .............................................................................. 16

3.5 Direito ao trabalho e à profissionalização ........................................... 17

3.6 Direito à seguridade social ................................................................. 18

3.7 Direito à habitação ............................................................................. 18

3.8 Direito ao transporte ........................................................................... 20

3.9 Direito asilar ....................................................................................... 21

3.10 Direito à educação, cultura, esporte e lazer .................................... 24

4 DIREITOS POLÍTICOS ............................................................................. 26

4.1 A política nacional do Idoso – Lei n. 8.842/94 .................................... 26

4.2 O estatuto do Idoso – Lei n. 10.741/2003........................................... 28

5 O ESTATUTO DO IDOSO E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO .................. 29

5.1 Entidades de atendimento .................................................................. 30

5.2 Fiscalização e Apuração de irregularidade nas entidades de


atendimento............................................................................................................... 31

6 A POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO ....................................................... 33

6.1 Atualização do Estatuto do Idoso ....................................................... 36


7 O CUSTEIO DO ACOLHIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA EM
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA PESSOAS IDOSAS – ILPIS . 37

7.1 Atendimento ao idoso pela rede de Assistência Social ...................... 38

7.2 Atendimento ao idoso pela rede de atendimento de saúde................ 39

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ....................................................... 44


INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que
serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 NOÇÕES GERAIS

No Brasil conhecida como terceira idade, ou, melhor idade, ser idoso na
verdade é chegar a um ponto da vida que muita das vezes não se planeja chegar,
culturalmente no Brasil, a grande maioria não se prepara para viver esse momento da
vida.
As pessoas têm vivido mais nos últimos anos o que dentre outras coisas tem
sido motivo para se pensar em uma velhice digna, o Brasil possui o INSS, que tendo
a pessoa contribuído ou não, pensado no seu envelhecer ou não, elas podem ter
direito a receber um benefício que lhe dará o mínimo existencial.
Mas envelhecer para cada pessoa acontece de um jeito, para algumas é
realmente a melhor idade, mas para outros envelhecer é algo muito difícil, o corpo
passa por diversas transformações, muita das vezes o organismo enfraquece,
chegam diversos tipos de doenças e o salário não suporta as necessidades impostas
por esta nova fase da vida.
Em 2003 criou-se no Brasil o Estatuto do Idoso, que tem por objetivo proteger
os interesses dos idosos, para que possam ter a garantia de uma vida digna diante
das dificuldades encontradas nessa fase da vida.
O estatuto do idoso busca proteger as pessoas com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos, direito a saúde, salário, aposentadoria.
Observa-se a necessidade da criação de políticas para que estes direitos que
são mínimos a existência humana sejam efetivados, já foram criados diversos
mecanismos relacionados a esse tema, no entanto há muito o que se falar em
proteção ao idoso.
O idoso é parte integrante da família, no entanto ele se torna vulnerável com o
passar do tempo, por esse motivo o idoso veio a ter no âmbito internacional seus
direitos tutelados em decorrência de alguns acontecimentos históricos, a exemplo da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Dessa forma a Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela
Organização das Nações Unidas em 1948, a qual já previa o amparo à velhice, ao
determinar em seu artigo 25 que:
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Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a
sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. (BRASIL, 1948)
Com o advento da Constituição Federal de 1988, que ocorreu no Brasil a
efetivação jurídica dos direitos do idoso, onde além de outros dispositivos existentes
que tratam da igualdade o art. 3º estabelece os objetivos fundamentais da República
que são: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. (...)
III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação. (BRASIL, 1988)
Não obstante o art. 5º da CF/88, em seu caput determina: todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo, portanto, a qualquer
pessoa, à igualdade de direitos. (BRASIL, 1988)
Sob este viés, o texto constitucional editou dispositivos específicos para tutela
do idoso em razão de sua vulnerabilidade, onde, existe ainda um destaque especial
ao art. 203, da CF/88 que garante a prestação de assistência social a todos os
indivíduos necessitados, adotando como um dos seus propósitos a proteção à velhice.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivo:
(...)
V. a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (BRASIL,
1988)
A Constituição Federal de 1988 concede ainda um amparo específico às
pessoas idosas em seus artigos 229 e 230, onde, atribui ao Estado, à família e
também à sociedade deveres de assistência e proteção ao preceituar que:

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Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade. (BRASIL, 1988)
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente
em seus lares.
§ 2º aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos. (BRASIL, 1988)
Diante dos artigos citados acima entende-se ser de fundamental importância o
cuidado com todos os membros da família, nessa apostila estudaremos os cuidados
devidos e prestados ao idoso.

2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL

A população brasileira tem crescido muito segundo o IBGE, a população


brasileira de idosos ultrapassa 10,53 % da população brasileira, ou seja 10, 53% da
população brasileira possui 65 anos ou mais. (FGV, 2020)

Fonte: IBGE. 2020

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De acordo com RAMOS (2014):

O envelhecimento populacional traz consigo serias consequências, tanto


mais em países considerados em desenvolvimento, como o Brasil. Tais
consequências são observadas com maior lucidez quando se analisam o
mercado de trabalho, o sistema previdenciário e o sistema de saúde.
(RAMOS, p. 104. 2014)

Diante dessa afirmativa observa-se que esse fator afeta o sistema


previdenciário, de saúde, bem como em relação ao trabalho, de acordo com a OMS -
Organização Mundial de Saúde, e conforme demonstrado anteriormente segundo os
dados do IBGE a população acima de 65 anos tem apresentado elevados índices de
crescimento.
Diante desta constatação deste crescimento que é o mais acelerado do mundo
e traz consequências para o Brasil, fazendo-se necessário a criação por parte do
governo de redes de atendimento a esta população bem como políticas voltadas para
o idoso.

3 DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO

De modo geral direitos fundamentais são aqueles mais intrínsecos do ser


humano, são os direitos relacionados a própria condição humana, observa-se então
que de todos os direitos fundamentais existentes os que possuem maior status são os
que se encontram na Constituição Federal de 1988, uma vez que se tratam dos
interesses da coletividade.
BRAGA (2011) menciona a respeito dos direitos fundamentais que são direitos
que nascem com o indivíduo e que não podem ser considerados como uma concessão
do Estado:

É por essa razão que, no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos


Humanos (ONU, 1948), não se diz que tais direitos são outorgados ou mesmo
reconhecidos, preferindo-se dizer que eles são proclamados, numa clara
afirmação de que eles preexistem a todas as instituições políticas e sociais,
não podendo, assim, ser retirados ou restringidos por essas instituições. Essa
Proclamação dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana torna claro que
as instituições governamentais devem proteger tais direitos contra qualquer
ofensa. (BRAGA, p. 61, 2011)

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Diante disso entende-se que todo indivíduo possui direitos naturais aos quais
pode exigir que estes sejam respeitados ou garantidos, assim, todos os idosos
possuem direitos inerentes a sua condição de idoso, direitos estes que dependem
para que sejam efetivados no seio da família por meio de seus familiares e na
sociedade através de normas e políticas que venham efetivar estes direitos.
BRAGA (2011) ainda complementa: “Cabe ao sociólogo conceber a proteção,
ao jurista equacioná-la normativamente e ao legislador positivá-la, restando aos
indivíduos preconizar a observância. Mas não pode o Direito assegurar nada além
disso”. Para tanto iremos analisar alguns desses princípios que são fundamentais.

3.1 Direito à vida

O direito à vida possui um conceito muito amplo, no entanto quando se trata


em direito à vida garantido ao idoso trata-se de um direito de viver perto daqueles que
ele ama.
O art. 230 da Constituição Federal conforme supracitado objetiva garantir esse
direito, quando prevê que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar
as pessoas idosas, bem como garantir sua participação na comunidade, defender sua
dignidade e bem-estar, bem como o direito à vida.
De forma que os filhos maiores têm o dever de amparar os pais na velhice, em
situações de carência ou enfermidade, bem como é dever do Poder Público garantir
ao idoso uma vida apropriada a partir de iniciativas que garantam seu acesso à bens
culturais bem como participação e integração na sociedade.
Ainda falando em direito à vida o Estatuto do Idoso traz em seu art. 2º: O idoso
goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando ser-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade. (BRASIL, 2003)

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Ficando nos artigos seguintes do Estatuto do Idoso enumerados os principais
direitos do idoso:

Art. 3º Art. 4º Art. 5º Art. 6º


É obrigação da Nenhum idoso será́ A inobservância Todo cidadão tem
família, da objeto de qualquer das normas de o dever de
comunidade, da tipo de negligência, prevenção comunicar à
sociedade e do discriminação, importará em autoridade
Poder Público violência, responsabilidade à competente qual-
assegurar ao crueldade ou pessoa física ou quer forma de
idoso, com opressão, e todo jurídica nos termos violação a esta Lei
absoluta atentado aos seus da lei. que tenha
prioridade, a direitos, por ação testemunhado ou
efetivação do ou omissão, será́ de que tenha
direito à vida, à punido na forma da conhecimento.
saúde, à lei.
alimentação, à § 1º É dever de
educação, à todos prevenir a
cultura, ao esporte, ameaça ou
ao lazer, ao violação aos
trabalho, à direitos do idoso.
cidadania, à § 2º As obrigações
liberdade, à previstas nesta Lei
dignidade, ao não excluem da
respeito e à prevenção outras
convivência decorrentes dos
familiar e princípios por ela
comunitária. adotados.

Abrindo aqui um parêntese para observar o art. 4º que trata da negligência,


discriminação, violência, crueldade ou qualquer tipo de opressão contra o idoso, deve

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ser punido tenha ocorrido por ação ou omissão, diga-se por parte: da sociedade, da
família ou do Estado.
Ao observar o art. 8º que ainda menciona: O envelhecimento é um direito
personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação
vigente. (BRASIL, 2003)
Cada indivíduo envelhece de uma forma conforme mencionado anteriormente,
entende-se alguns com muita saúde e condições até mesmo de continuar
trabalhando, outros com um pouco mais de dificuldade afligidos pela própria natureza
do envelhecer.
Assim, ao mencionar a necessidade que algum idoso terá de cuidados
especiais relativos especificamente a sua saúde, vem o art. 9º do estatuto do Idoso
estabelecer em seu art. 9º: É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção
à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. ” (BRASIL, 2003)

3.2 Direito à saúde

Relativamente a saúde estabelece a Constituição Federal em seu art. 196: A


saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação. (BRASIL, 1988)
Direito este que buscou ser efetivado por meio da criação do SUS – Sistema
Único de Saúde, por meio da Lei Orgânica da Saúde – 8.080/90.
A doutrina entende que quando se fala em direito à saúde diz-se: o acesso
universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, garantindo a integralidade da atenção, indo ao encontro das diferentes
realidades e necessidades de saúde da população e dos indivíduos. (BRASIL, 2006)
Entretanto viu-se a necessidade de algo mais específico direcionado ao idoso,
não obstante, com a promulgação do Estatuto do Idoso em 2003, que ampliou a
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resposta por parte do Estado a pessoa idosa, porém o Estatuto do Idoso não trouxe
previsão para financiar a proposta contida em si.
Tornando assim necessária a criação de mecanismos que viessem a atender
às necessidades da população idosa.
A modernização da Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria do Ministério
da Saúde 1.395/99), através da Portaria 2.528/06 entrou em vigor em 16 de outubro
de 2006 a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, revogando a Política Nacional
de Saúde do Idoso.
Cuja finalidade é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência
dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para
esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Anteriormente ao Estatuto do Idoso já existia o art. 10 da Política Nacional do
Idoso, Lei 8.842/94, inciso II, a qual tinha por objetivo:
II – na área de saúde:

a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do


Sistema Único de Saúde;
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante
programas e medidas profiláticas;
c) adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e
similares, com fiscalização pelos gestores do Sistema Único de Saúde;
d) elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares;
e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados,
do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em
Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes interprofissionais;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos
federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais;
g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas
doenças do idoso, com vistas a prevenção, tratamento e reabilitação; e
h) criar serviços alternativos de saúde para o idoso. (BRASIL, 1994)

Ademais o Estatuto do Idoso trata da saúde do idoso nos artigos 9, 15, 16, 17,
18 e 19.

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O art. 15, estabelece: É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção,
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças
que afetam preferencialmente os idosos. (BRASIL, 2003)

Fonte: O Estatuto do Idoso comentado por Paulo Frange. p. 24, 2004.

§ 1º - A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de
geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados
e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas
decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses e outros
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

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§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da idade.

Fonte: O Estatuto do Idoso comentado por Paulo Frange. p. 25, 2004.

3.3 Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade

Quanto à liberdade ao respeito e à dignidade os quais devem ser assegurados


ao idoso por meio de providências reais por parte do Estado, o direito à liberdade do
idoso está relacionado diretamente ao direito de ir e vir, no entanto garantir que esse
direito não seja prejudicado é uma tarefa muito difícil.
BRAGA (2011) preleciona:

O direito à liberdade repele a prática criminosa do cárcere privado (o artigo


110 do Estatuto do Idoso incluiu o inciso I do § 1o do artigo 148), mas na
realidade atual a grande maioria dos idosos internados em asilos (é
politicamente correto falar em instituição de longa permanência, apesar de
existir uma grande diferença entre os dois tipos de atendimento) é mantida
nesses locais contra a sua vontade e sem que tenha havido um processo de
interdição, o que é obviamente crime de cárcere privado e gera a aplicação
do artigo 55 do Estatuto. (BRAGA, p. 70, 2011)

Outro exercício alienável da liberdade está relacionado ao fato de o idoso poder


dispor de seus bens, de modo que o art. 10º da Política Nacional do Idoso trata desse
assunto, mas BRAGA (2011) menciona que este direito também se encontra previsto
nos arts. 5º, 6º e 82º do Código Civil de 2002.

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Onde se estabelece a necessidade para a prática do ato jurídico que o agente
seja capaz, de forma que o idoso não se enquadra em nenhuma das hipóteses que
se encontram elencadas no CC/ 2002, arts. 5º e 6º.
Ainda deve-se observar o art. 5º da Constituição Federal, principalmente o
caput e os incisos II, III, X, XI, XV, LIV e também o art. 10 do Estatuto do Idoso, em
previsão complementar que versa:
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis,
políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei; VII – faculdade de buscar refúgio,
auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. (BRASIL, 2003)
Preza-se pelo direito do idoso de continuar tomando decisões em relação a sua
vida, a exemplo de poder optar pelo tratamento de saúde que lhe for mais indicado
(mesmo que a opção seja pelo não tratamento ou por tratamentos alternativos como
os religiosos, a decisão do idoso deve ser respeitada) ou decidir sobre a forma de
gastar seus recursos, ou ainda escolher com quem vai se relacionar ou onde vai
morar. (BRAGA, p. 71, 2011)
Diante dessa situação surge o direito a igualdade que tem por objetivo
resguardar a liberdade do idoso, de forma que o tratamento diferenciado dado ao
idoso objetiva garantir que seus direitos sejam efetivamente assegurados.

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A exemplo do princípio da dignidade da pessoa humana que conforme citado
anteriormente trata de um direito que nasce com o indivíduo, mas também é um direito
indisponível, o qual é muito importante para manter em harmonia os demais princípios.
Ao que se observa um idoso de 60 anos tem características e necessidades
diferentes de um de 80 anos, que, por sua vez, é diferente de um indivíduo de 95
anos.
De forma que, em decorrência das condições peculiares do envelhecimento
físico e psíquico, o ordenamento jurídico reconhece e protege direitos próprios
daquele que envelhece, onde em cada etapa deste processo é preciso garantir o seu
direito à integridade física, psíquica e moral.

3.4 O acesso à justiça

Quando se fala em acesso à justiça que é um direito constitucional, lê-se em


seu art. 5º, inciso XXXV a seguinte redação: a lei não excluirá́ da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. (BRASIL, 1988)
Direito de todos o acesso à justiça objetiva dar a todos o direito de busca de
efetivação, do que acredita ser seu direito, observa-se então que apesar de garantido
nos artigos 69 a 71 do Estatuto do Idoso, por ser o Judiciário lento a prioridade de
tramitação processual para o idoso não ocorre na prática, o idoso não experimenta o
acesso à justiça como previsto em seu Estatuto.
Objetivando atender ao idoso, o Estatuto do Idoso criou a denominada Política
de Atendimento ao Idoso, que tem como objeto a implementação de políticas públicas
e serviços de proteção jurídico-social:
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles
que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos

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abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
VI –mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos
da sociedade no atendimento do idoso. (BRASIL, 2003)

3.5 Direito ao trabalho e à profissionalização

No artigo 7º da Constituição Federal e, mais especificamente, nos artigos 26 a


28 do Estatuto do Idoso:
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas
suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a
discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos,
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade,
dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e
habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima
de 1 (um) ano, por meio de estimulo a novos projetos sociais, conforme seus
interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho. (BRASIL,
2003)
Entende-se que o trabalho do idoso se trata não necessariamente de pecúnia,
mas do direito de ser produtivo, participativo, conviver com outras pessoas, evitando
assim a sensação de incapacidade e incompetência, levando assim os idosos, a ter
com a devida observância de suas peculiaridades físicas.

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3.6 Direito à seguridade social

O direito à seguridade social é um direito de grande relevância, pois significa


segurança e proteção, diante de tal preceito o art. 194 da Constituição Federal de
1988 se trata de um conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos, bem como
da sociedade que objetivam: à saúde, à previdência e à assistência social.
O direito à saúde foi tratado anteriormente, já a assistência social visa o bem-
estar e a justiça social, de modo que com esse objetivo criou-se: o seguro social
(previdência social) e o seguro privado (previdência complementar).
Os benefícios da Previdência Social devem abarcar todos os cidadãos
brasileiros e os residentes no Brasil, devendo ter direito a esses benefícios aqueles
que se encontrem em estado de necessidade, que deve ser definido como: velhice,
invalidez, maternidade, acidente do trabalho, doença do trabalho, viuvez, orfandade,
filhos, desemprego, doenças e acidentes em geral.
Cada um desses eventos precisa estar bem definido na legislação para que
qualquer pessoa possa pedir o benefício baseado apenas na sua necessidade. Esta
abordagem garantiria a inclusão de todos aqueles que hoje estão fora do sistema.

3.7 Direito à habitação

O direito à habitação encontra-se relacionado ao princípio da dignidade da


pessoa humana, de forma que residir em local adequado é de fundamental
importância para o ser humano, tanto para manter à saúde física, mental, bem como
para a segurança e dignidade do idoso.
Quando se fala em idosos a acessibilidade é de fundamental importância, onde
moram pessoas idosas faz-se necessário diversas mudanças e adequações com o
objetivo de facilitar e dar segurança ao idoso.
Diante disso os arts. 37 e 38 do Estatuto do Idoso tratam desse assunto: Art.
37. O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em
instituição pública ou privada.

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§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência
será́ prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou
carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter
identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação
pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de
habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com ali-
mentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas
condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos
públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte:
I – reserva de 3% (três por cento) das unidades residenciais para atendimento aos
idosos;
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de
acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e
pensão. (BRASIL, 2003)
Quanto as moradias de longa permanência existem algumas resoluções que
tratam do direito do idoso e que devem ser observadas, tratam-se ainda dos arts. 52
e 53 da Lei 10.741/03.

Resolução RDC 283, de 26 de setembro Regulamento técnico para o


de 2005 funcionamento das instituições de longa
permanência para idosos.
Portaria 73/2001 – SEAS/MPAS Atendimento integral institucional.
Resolução RDC 306, de 7 de dezembro Dispõe sobre o Regulamento Técnico
de 2004 para o gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde.

19
Manual Ministério da Saúde Processamento de artigos em
estabelecimentos de saúde, 1994.
NBR9050 Adequação das edificações e do
mobiliário urbano à pessoa deficiente.
Lei 11.124, de 16 de junho de 2005 Dispõe sobre o Sistema Nacional de
Habitação de Interesse Social (SNHIS),
cria o Fundo Nacional de Habitação de
Interesse Social (FNHIS) e institui o
Conselho Gestor do FNHIS.
Decreto 5.796, de 6 de junho de 2006 Regulamenta a Lei 11.124/05 e institui o
Conselho Gestor do FNHIS.
Lei 11.578, de 26 de novembro de 2007 Dispõe sobre a transferência obrigatória
de recursos financeiros para a execução
pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios de ações do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), e
sobre a forma de operacionalização do
Programa de Subsídio à Habitação de
Interesse Social (PSH), exercícios de
2007 e 2008. (BRAGA, p. 93, 2011)

3.8 Direito ao transporte

O artigo 230, § 2º, da Constituição Federal que “Aos maiores de sessenta e


cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. ” (BRASIL,
1988)
Dessa forma, a todos os cidadãos com idade superior a 65 (sessenta e cinco)
anos é assegurado o direito de utilização dos transportes coletivos urbanos, tais como
ônibus e metrô, de forma gratuita.
20
Apesar de ser uma norma constitucional, ficou a cargo dos Estados e dos
Municípios a implementação e o cumprimento deste dispositivo constitucional,
estabelecendo os critérios práticos para a concessão e manutenção do benefício a
todos os idosos, na forma da lei.
Entende-se que o principal objetivo da norma foi o de estimular a circulação do
idoso, sem, contudo, onerar o orçamento, até́ porque, muitas vezes, o maior de 60
anos necessita receber assistência médica ou hospitalar, porém nem ele nem também
sua família tem condições de arcar com o custo do transporte.

3.9 Direito asilar

Previsto no art. 17, § único, do Decreto 1.948/96, que regulamenta a Lei


8.842/94, sobre a Política Nacional do Idoso: Parágrafo único. O idoso que não tenha
meios de prover à sua própria subsistência, que não tenha família ou cuja a família
não tenha condições de prover sua manutenção, terá assegurada a assistência asilar,
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, na forma da lei.
(BRASIL, 1996)
O asilamento, nas condições atuais apresentadas pelo poder público no Brasil,
é visto como último recurso, uma vez que o asilo público no país é uma catástrofe, de
forma que faltam recursos financeiros, profissionais qualificados e dignidade.
De acordo com BRAGA (2011) O Simpósio Nacional sobre Instituições de
Longa Permanência para Idosos que aconteceu na cidade de São Paulo em maio de
2005 e revelou dados assustadores.
O evento foi promovido pelo Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI),
pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos
dos Idosos e Pessoa com Deficiência (AMPID) e pela Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia de São Paulo, apresentou números que comprovam que
todas as pouquíssimas instituições públicas espalhadas pelo Brasil são inadequadas
e atuam como “depósito de velhos”.
Dentre os problemas encontrados estão: abusos físicos, falta de comida, falta
de dieta nutricional, falta de assistência médica, abandono, barreiras arquitetônicas,
21
restrição de visitas, falta de documentação, falta de profissionais, falta de higiene e
ociosidade.
Enquanto as instituições particulares e regulares se desenvolvem e se
modernizam para o público pagante, as instituições públicas servem para acelerar a
morte dos idosos sem recursos.
A sociedade precisa se mobilizar para enfrentar a questão da decrepitude do
modelo institucional existente hoje no país, existe lei sobre o direito ao asilamento,
mas falta eficácia.
Neste sentido, os artigos 48 a 55 do Estatuto do Idoso definem as regras para
a atuação das entidades de atendimento ao idoso, bem como os artigos 52 a 58
versam sobre a fiscalização destas entidades.
Dentro dos mencionados artigos, merece destaque a obrigatoriedade da
preservação dos vínculos familiares e da identidade do idoso por meio de tratamento
respeitoso e digno, além de ambiente adequado.
O Estatuto do Idoso em seu art. 48. As entidades de atendimento são
responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as normas de
planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do
Idoso, conforme a Lei nº 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assis-
tência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão
competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua
falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os
regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os
princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa
permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;

22
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e
dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso
responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem
prejuízo das sanções administrativas. (BRASIL, 1994)
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo
de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com
os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas
crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador
de doenças infectocontagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Publico requisite os documentos
necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstancias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de
seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e

23
demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de
abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica. (BRASIL,
1994)

3.10 Direito à educação, cultura, esporte e lazer

O envelhecimento da população mundial e brasileira é irreversível. Entretanto,


a forma como o idoso é tratado pode variar conforme a cultura de cada país, de cada
sociedade.
Envelhecer não é fácil. O idoso precisa se sentir inserido no contexto, precisa se sentir
partícipe e não mero espectador. Neste momento, a educação, a cultura, o esporte e
o lazer têm papel fundamental para a inclusão social e para a garantia da preservação
da autoestima do idoso.
Os idosos necessitam de treinamento para aprender a envelhecer e esta formação
não será́ necessariamente formal. A aprendizagem ao longo da vida deve ser
assegurada como uma ferramenta para a boa qualidade de envelhecimento.
A Segunda Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, realizada na Espanha
(Madri, 5-9 de abril de 2002), advertiu que um número significativo de pessoas idosas
sofre de situações críticas de pobreza e exclusão social. Como evitar esta
situação, ou pelo menos atenuá-la? Certamente, educação e cultura podem ajudar a
mudar este quadro.
A realização pessoal não é uma necessidade que termina aos 60 anos. O
homem, por sua natureza, está sempre em busca de realizações e de satisfação. Isto
não muda com o envelhecimento, ao contrário, o idoso sente-se frustrado pelos
sonhos que não realizou e busca realizá-los na velhice.
Neste sentido, o lazer (previsto como direito social nos artigos 6o e 7o, IV, da
Constituição Federal) é reconhecido como um fenômeno social que evoluiu com o
crescimento da classe proletária a partir da Revolução Industrial do século XIX e que
24
neste início do século XXI surge, na visão de vários especialistas, como um direito
fundamental à sobrevivência humana.
Segundo o sociólogo Renato Requixa, o lazer é uma ocupação não obrigatória,
de livre escolha do indivíduo que a vive e cujos valores propiciam condições de
recuperação psicossomática e de desenvolvimento pessoal e social.
Lazer pode significar descanso, alegria, felicidade e prazer. E o idoso precisa de todos
estes elementos para viver bem.
O esporte é outro elemento fundamental para o envelhecimento saudável. A
prática esportiva proporciona uma mudança de hábitos sedentários, de valores em
relação à saúde, ao corpo e à convivência entre as gerações.
A prática de esportes diminui o risco de isolamento e depressão, melhora a
velocidade de andar, o equilíbrio, contribui na manutenção e/ou aumento da
densidade óssea, ajuda no controle do diabetes, da hipertensão arterial e de doenças
cardíacas.
A sociedade está valorizando mais as atividades saudáveis e os benefícios
psicossociais das atividades físicas, que comumente vêm acompanhados por
sentimentos de satisfação, felicidade e envolvimento. A criação desse novo estímulo
social exerce um efeito positivo sobre os idosos.
Na Constituição Federal, o direito ao lazer se encontra elencado nos artigos 6o
e 7o, IV; o direito à educação está previsto nos artigos 205 a 214; o direito à cultura
está assegurado pelos artigos 215 e 216; e o direito ao desporto tem previsão no artigo
217.
No Estatuto do Idoso, estes direitos estão previstos nos artigos 20 a 25, com
destaque aos dois primeiros dispositivos:
“Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
(BRASIL, 2003)
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação,
adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais
a ele destinados. (BRASIL, 2003)

25
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de
comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida
moderna. (BRASIL, 2003)
§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural,
para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da
preservação da memória e da identidade culturais. ” (BRASIL, 2003)

4 DIREITOS POLÍTICOS

Sujeitos de direitos os idosos necessitam participar através dos votos, bem


como candidatos pois de forma participativa é que as pessoas conseguem fazer valer
os seus direitos, a Constituição Federal prevê conforme mencionado anteriormente
como parte integrante do direito os princípios fundamentais que regem o direito de
cada indivíduo, e é a partir desse direito é que surgem as leis que visam dar
efetividade aos direitos garantidos na Constituição Federal de 1988.
Para tanto foi criada a Política Nacional do Idoso, Lei n. 8.842/94, e o Estatuto
do Idoso, Lei n. 10.741/2003, essas duas leis foram essenciais para a consolidação
no Brasil de que as pessoas idosas são sujeitos de direitos e merecem a máxima
proteção da sociedade e do Estado, reforçando assim a natureza constitucional.

4.1 A política nacional do Idoso – Lei n. 8.842/94

Com o advento da Lei n. 8.842/94 que trata da Política Nacional do Idoso, cujo
objetivo, consoante o disposto no art. 1º, é garantir os direitos sociais do idoso, criando
condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade.
O art. 2º, da Lei n. 8.842/94 definiu como idosa a pessoa com mais de 60 anos,
seguindo a previsão da Organização Mundial de Saúde quanto à idade a partir da
qual, nos países em desenvolvimento, a pessoa deva ser considerada velha.

26
Já o art. 3º, II, da citada Lei, afirma que o processo de envelhecimento diz
respeito à sociedade em geral, que deve ser objeto de conhecimento e informação
para todos.
O inciso IV, desse mesmo artigo, declara que o idoso deve ser o principal
agente e destinatário das transformações a serem efetivadas através da Política
Nacional do Idoso. (BRASIL, 1994)
O Decreto n. 1.948/96, foi publicado para regulamentar a Lei n. 8.842/94, e,
dentre outras importantes regulamentações, definiu as várias modalidades de
atendimento às pessoas idosas.
Conforme institui o art. 3º da Lei, o asilo passou a ser uma modalidade de
atendimento, em regime de internato, onde o idoso sem vínculo familiar ou sem
condições de prover à própria subsistência objetiva então satisfazer as suas
necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social.
Ainda, o art. 17, § único estabelece que o idoso também deverá contar com a
assistência asilar, mesmo possuindo família, nas situações em que esta não tiver
condições de prover à sua manutenção.
Esse atendimento não asilar foi disciplinado no art. 4º, como:

 Centro de Convivência, ou seja, um local destinado à permanência


diurna do idoso, onde são desenvolvidas atividades físicas, recreativas,
culturais, associativas e de educação para a cidadania;

 Centro de Cuidados Diurno, Hospital-dia e Centro dia: local destinado à


permanência diurna do idoso dependente ou que possua deficiência
temporária e necessite de assistência médica ou de assistência mul-
profissional;

 Casa-lar: residência, em sistema participativo, cedida por instituições


públicas ou privadas, destinada a idosos detentores de renda
insuficiente para sua manutenção e sem famílias;

27
 Oficina abrigada de trabalho: local destinado ao desenvolvimento, pelo
idoso, de atividades produtivas, proporcionando-lhes oportunidade de
elevar sua renda, sendo regida por normas específicas;

 Atendimento domiciliar: serviço prestado ao idoso que vive só́ e seja


dependente, a fim de suprir as suas necessidades da vida diária. Esse
serviço é prestado em seu próprio lar, por profissionais da área de
saúde ou por pessoas da própria comunidade. (BRASIL, 1994)

A Lei n. 8.842/94 objetivava também criar o Conselho Nacional do Idoso, órgão


essencial para supervisionar, avaliar e acompanhar a implementação da Política
Nacional do Idoso, foi vetada pelo Presidente à época Itamar Franco dificultando
sobremaneira a efetivação dos direitos fundamentais das pessoas idosas,
notadamente os sociais, posteriormente resolvido, através dos conselhos de direitos.

4.2 O estatuto do Idoso – Lei n. 10.741/2003

O Estatuto do Idoso entrou em vigor no dia 1º de outubro de 2003, conforme


citado anteriormente, essa Lei surgiu com o objetivo de garantir direitos a uma
população crescente no Brasil, buscando dar efetividade as normas existentes
constitucionalmente, a exemplo da dignidade do ser humano que o acompanha
independentemente de sua idade.
RAMOS (2014) preleciona a respeito do Estatuto do Idoso que:

(...)consoante os quais as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos têm


direito à vida, à liberdade, ao respeito, à dignidade, a alimentos, à saúde, à
assistência social, à habitação, ao transporte – não são suficientes para
garantir concretamente esses direitos. Se as pessoas idosas não tiverem
consciência de que esses direitos existem e que as autoridades e demais
cidadãos devem agir no sentido de afirmá-los de nada terá́ adiantado todo o
esforço para sua elaboração e vigência. A lei por si só́, como se tem visto,
não é capaz de mudar a realidade. Ela necessita da disposição de todos no
sentido de cumpri-la. (RAMOS, p. 161, 2014)

Apesar do fato de que as medidas de proteção instituídas por Lei não serem
suficientes para garantir que as pessoas idosas não sejam vítimas de violência, torna-
28
se importante a prevenir e evitar a continuidade de abusos cometidos contra as
pessoas idosas.
RAMOS (2014) traz ainda uma crítica ao Estatuto do Idoso, o autor diz que elas
possuem uma pena branda em relação aos crimes praticados contra pessoa idosa,
considerando as pessoas idosas como vulneráveis entende-se então que elas
deveriam ser protegidas com penas mais severas aos seus agressores.

5 O ESTATUTO DO IDOSO E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

A Lei n. 10.741/2003 estabelece a respeito das medidas de proteção, as quais


deverão ser aplicadas sempre que os direitos das pessoas idosas forem ameaçados,
seja por violação ou omissão por parte da sociedade ou do Estado, ou por ação ou
omissão de qualquer pessoa responsável em cuidar do idoso, conforme estabelece a
norma constitucional citada anteriormente.
Caso haja alguma omissão por parte do Estado por exemplo, deverá o
Ministério Público fazer cessar a omissão ou dano que esteja lesionando o direito do
idoso no caso concreto.
Quando essa ação ou omissão danosa ao idoso ocorrer dentro do âmbito
familiar, o Estado através de seus órgãos criados com o objetivo de fazer cessar a
negligência em relação ao idoso por parte da família ou curador, deverá então subtrair
as pessoas idosas deste ambiente de maus-tratos.
Podendo ser aplicadas várias formas de proteção de forma cumulativa como
por exemplo:

 Encaminhamento à família ou curador, mediante termo de


responsabilidade;

 Orientação, apoio e acompanhamento temporários;

 Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,


hospitalar ou domiciliar;

29
 Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao
próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause
perturbação;

 Abrigo em entidade e abrigo temporário. (BRASIL, 2003)

Levando sempre em consideração no momento de aplicação das medidas o


bem-estar do idoso bem como seu convívio familiar e com a comunidade.
A Lei n. 10.741/2003 trata também da política de atendimento, que deverá ser
feita por meio de ações governamentais como também não governamentais.
De modo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, devem
ter como linhas de ação as políticas sociais básicas previstas na Lei n. 8.842/94: as
políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que
necessitam; os serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; o serviço de
identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados em
hospitais e instituições de longa permanência e a mobilização da opinião pública no
sentido da participação dos diversos segmentos da sociedade no atendimento do
idoso. (BRASIL, 2003)

5.1 Entidades de atendimento

A Lei n. 10.741/2003 estabelece que as entidades de atendimento são


responsáveis pela manutenção das próprias unidades, ainda de acordo com a Lei as
entidades governamentais e não governamentais que prestem assistência ao idoso
ficam sujeitas à inscrição de seus programas, inscrições estas que devem ser feitas
junto ao órgão competente da vigilância sanitária.

30
instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança;
apresentar objetivos estatutários e plano
Devendo oferecer: de trabalho compatíveis com os
princípios do Estatuto do Idoso;
estar regularmente constituídas e
demonstrar a idoneidade de seus
dirigentes.

Deverão adotar ainda as entidades que desenvolvam programas de


institucionalização de longa permanência os seguintes princípios:

Preservação dos vínculos familiares; Atendimento personalizado e em


pequenos grupos;
Manutenção do idoso na mesma Participação do idoso nas atividades
instituição, salvo em caso de forca maior; comunitárias, de caráter interno ou
externo;
Observância dos direitos e garantias dos Preservação da identidade do idoso e
idosos; oferecimento de ambiente de respeito e
dignidade.

Ainda o dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso deverá


respondera civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento destes, sem
prejuízo das sanções administrativas. (BRASIL, 2003)

5.2 Fiscalização e Apuração de irregularidade nas entidades de atendimento

Deverão ser fiscalizadas as entidades governamentais ou não governamentais,


os órgãos responsáveis pela fiscalização são: Conselhos do Idoso, Ministério Público,
Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.

31
Conforme prevê o Estatuto do Idoso em seu art. 55: As entidades de
atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às
seguintes penalidades, observado o devido processo legal:
I - as entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição
da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em
risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público,
para as providências cabíveis, inclusive para promover a suspensão das atividades
ou dissolução da entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do
interesse público, sem prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância
Sanitária.
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade. (BRASIL,
2003)
Havendo apuração de irregularidade em entidade de atendimento, dispõe o
Estatuto do Idoso que independentemente se entidade governamental ou não

32
governamental, terá início o procedimento de apuração por iniciativa fundamentada
de pessoa interessada ou por iniciativa do Ministério Público.
Em caso de motivo grave poderá a autoridade judiciária, liminarmente, decretar
o afastamento provisório do dirigente da entidade após ouvir o Ministério Público,
podendo ainda impetrar de forma liminar outras medidas que achar adequadas, com
o intuito de evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.

6 A POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO

Conforme supracitado a população mundial está envelhecendo, estimulando


estudos e novas políticas públicas voltadas, sobretudo em países como o Brasil, esta
nova realidade demográfica transformou-se em um grande desafio, uma vez que o
mais importante é envelhecer com qualidade de vida, esse tema tornou-se então um
dos mais importantes da agenda nacional porque diz respeito a todos nós.
Conforme estimativa da OMS o número de pessoas idosas irá triplicar até 2050,
alcançando o percentual de 30% da população brasileira.
Conforme menciona FILHO, COELHO (2021), no início do século XX, no Brasil
o atendimento a pessoa idosa se deu em forma de assistência por meio de asilos, já
em 1960, o SESC – Serviço Social do Comércio voltado para pessoas idosas se viu
consagrado na Constituição Federal fortalecendo a política assistencialista bem como
o direito à cidadania.
Houve um grande movimento para garantir aos idosos os direitos inerentes, na
época em que se inaugurou a Constituição Federal de 1988 no Brasil, que surgiu com
diversos artigos voltados a proteção dos idosos, que tratam de assuntos tais como:

 A irredutibilidade dos salários de aposentadoria e pensões,

 Garantia de amparo pelos filhos,

 Gratuidade nos transportes coletivos e benefício de um salário-mínimo


para aqueles sem condições de sustento.

33
Em 1994 surgiu a Política Nacional do Idoso, Lei nº 8842, a qual não teve
aplicabilidade efetiva, FILHO, COELHO (2021) mencionam ainda que diversas outras
leis especiais também foram excluídas de sua aplicabilidade.
Entretanto foi por meio da legislação criada em favor do idoso que é um sujeito
de direito conforme também citado anteriormente independentemente da idade todos
temos direitos, entende-se que a mudança da lei por mais estruturada que seja, não
possui efeito, se não houverem ações para efetivar este tratamento diferenciado em
face das necessidades físicas, sociais econômicas e políticas.
Finalmente em 2003, através da Lei nº 10.741 é que foi criado o Estatuto do
Idoso, o qual se destinou a regular os direitos de pessoas com idade igual ou superior
a 60 anos, onde se estabeleceu a necessidade de o idoso ter um envelhecimento
digno.
Conforme mencionado anteriormente a lei sem uma mudança de paradigmas
ou ações de conscientização bem como criação de entidades que atendam essas
necessidades não é por si só suficientes, fez surgir então o CIDOSO – Comissão de
Direitos da Pessoa Idosa.
Essa mudança de paradigmas fez surgir diversos desafios, fazendo surgir
projetos de lei, audiências públicas, tudo com o intuito de debater de maneira mais
profunda a necessidade de políticas para a população idosa no âmbito da Câmara
dos Deputados.
Já em 2016 iniciou-se o funcionamento da Comissão de Defesa dos Direitos da
Pessoa Idosa uma comissão permanente na Câmara dos Deputados.
A CIDOSO foi criada a partir da Resolução nº 15, de 2016 e com 6 meses de
atividade conseguiu promover diversas atividades voltadas para a promoção da
pessoa idosa, a exemplo da reforma da previdência.
Composta por 22 membros, 25 suplentes ela é uma das 25 Comissões
Permanentes da Câmara dos Deputados, sua atuação como órgão técnico da Casa,
com apoio de consultores legislativos e servidores administrativos o qual tem as
seguintes atribuições Regimentais conforme art. 32, XXV:

34
São atribuições da CIDOSO:
Recebimento, avaliação e investigação de denúncias relativas à ameaça ou à
violação de direitos da pessoa idosa;
Fiscalização e acompanhamento de programas governamentais relativos à
proteção dos direitos da pessoa idosa;
Programa de apoio à pessoa idosa em situação de risco social;
Monitoramento de políticas públicas relacionadas às pessoas idosas;
Acompanhamento da ação dos conselhos de direitos das pessoas idosas,
instalados na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios;
Pesquisas e estudos relativos à situação das pessoas idosas no Brasil e no mundo,
inclusive para efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as
demais Comissões da Casa;
Incentivo à conscientização da imagem dos idosos na sociedade;
Regime jurídico de proteção à pessoa idosa.

Não obstante desde a sua criação o CIDOSO, tem conseguido aprovar


diversas Emendas à LDI e ao Orçamento, todas com o intuito de criar ações e recursos
que possibilitem o desenvolvimento de políticas públicas de atenção à população
idosa.

Foi assim que atuamos pela Criação da Secretaria Especial de Promoção e


Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Justiça e
Cidadania. Proposta pela CIDOSO, a secretaria foi criada por meio da Lei no
13.345/16 e sancionada pelo presidente da República, Michel Temer, em
outubro de 2016. (FILHO, COELHO. p. 37, 2021)

Conforme citam ainda FILHO, COELHO (2021) em 2017 a CIDOSO realizou


diversos fóruns interativos com o objetivo de criar cidades acessíveis ao idoso, ainda
em 2018, a partir da Lei nº 13.646, de 9 de abril de 2018, ficou instituído no Brasil o
Ano de Valorização e Defesa dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, ano também
em que o Estatuto do Idoso completou 15 anos de forma que no decorrer do ano foram
realizadas diversas ações em comemoração aos 15anos da Lei:

 A instituição da Subcomissão Especial para Reformular e Atualizar o


Estatuto do Idoso;

35
 Sessão solene no plenário da Ulysses Guimarães (Câmara dos
Deputados) para comemorar os 15 anos da Lei;

 Realização de seminário sobre Educação e Saúde na Terceira Idade;

 Criação do Prêmio Zilda Arns, com o intuito de homenagear anualmente


cinco personalidades que se destaquem em ações de defesa dos mais
velhos.

Temas como Reforma da Previdência, BPC e Planos de Saúde, Política de


Cuidado Violência (Física, Psicológica e Financeira), Novas tecnologias e Inserção
Econômica todos, foram temas de audiências, reuniões e debates no âmbito da
CIDOSO.

6.1 Atualização do Estatuto do Idoso

Instituído pela Lei nº 13.646/2018, a Subcomissão Especial para tratar dos


Projetos de Lei em tramitação nas Comissões Permanentes da Câmara dos
Deputados que alterou a Lei no 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).
Sendo depois de alguns debates os projetos de lei em favor do idoso agrupados
da seguinte forma:

 Viação e Transporte, 42;


 Previdência e Assistência Social, 20;
 Habitação e Moradia, 6;
 Trabalho e Emprego, 4;
 Saúde, 18;
 Direito Penal e Processual Penal, 20;
 Direitos Humanos, Minoria e Cidadania, 24;
 DHMC, 19;
 Educação, 2;
 Desenvolvimento Urbano, 1;
36
 Comunicações, 1;
 Turismo, 1.

De forma que em abril de 2019, foi lançada a cartilha: Idoso - Conheça seus
Direitos, o qual contém na íntegra o estatuto do Idoso, em papel e on-line.

Mais recentemente a Comissão atuou intensamente para o Conselho


Nacional dos Direitos da Pessoa Idoso fosse recriado, fato que ocorreu com
a publicação do Decreto no 9893 de 27 de junho de 2019. (FILHO, COELHO.
p. 37. 2021)

Ainda há muito o que se falar em políticas de acolhimento aos idosos no Brasil,


por mais avanços que existam em relação à rede de atendimento aos idosos o custo
em relação a um idoso em situação de vulnerabilidade é muito custoso e demanda
um imenso desempenho.

7 O CUSTEIO DO ACOLHIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA EM INSTITUIÇÕES


DE LONGA PERMANÊNCIA PARA PESSOAS IDOSAS – ILPIS

O acolhimento das pessoas idosas que se encontrem em situação de


vulnerabilidade social acaba ficando por conta do orçamento da Assistência Social,
no entanto, é muito custoso pelo tamanho das exigências que existem em relação ao
idoso como por exemplo, as instituições de acolhimento possuem despesas com a
equipe de cuidados: enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionais etc, são
exigidas ainda de instituições como as ILPIs, além de um quadro de funcionários e
prestadores de serviço que atendam a Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS.
Além de existir na sociedade as residências para idosos que não conseguem
manter o mínimo do padrão exigido pelo Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741/2003), pela
RDC Anvisa 283/2005 e demais normativas que tratam do atendimento à pessoa
idosa.

37
7.1 Atendimento ao idoso pela rede de Assistência Social

O art. 5º da Constituição Federal estabelece a igualdade entre as pessoas


independentemente da sua idade, diante disso o entendimento da doutrina é de que
o atendimento à pessoa idosa é garantia constitucional, fizemos menção
anteriormente ainda do art. 230 da CF/88 que menciona a responsabilidade do Estado
da Família e da sociedade em relação as pessoas idosas.
O art. 33 do Estatuto do Idoso, onde diz que: A assistência social aos idosos
será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de
Saúde e demais normas pertinentes. (BRASIL, 2003)
Ainda a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº 8742/1993), onde a previsão
do art. 1º é: A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através
de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir
o atendimento às necessidades básicas. (BRASIL, 1993)
Através da Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/94) que consolidou a
previsão da Constituição bem como do LOAS, onde o artigo da Lei dispõe:

Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos


órgãos e entidades públicos: I - na área de promoção e assistência social: a)
prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das
necessidades básicas do idoso, mediante a participação das famílias, da
sociedade e de entidades governamentais e não-governamentais. b)
estimular a criação de incentivos e de alternativas de atendimento ao idoso,
como centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares,
oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares e outros; (BRASIL,
1994)

Objetivando organizar os serviços da assistência social que foram definidos


pela Constituição Federal bem como pela Lei Orgânica da Assistência Social, são
emitidas Resoluções, Normas de Operacionalização e outros instrumentos.
Uma vez que este é no momento o maior desafio da assistência ao idoso, mais
especificamente ao idoso em situação vulnerável, todos os esforços do governo estão
voltados à assistência social para a pessoa idosa.

38
Existem ainda as ILPIs públicas, entretanto quando não é possível inserir o
idoso em uma ILPIs pública ele será acolhido nas instituições de Direito privado,
instituições estas que possuem um cadastro prévio, realizado através de edital, pelas
prefeituras já as ILPIs privadas participam do processo de contratação por meio de
licitação ou tomada de preço.
As instituições deverão conter a seguinte equipe:

PROFISSIONAL/FUNÇÃO ESCOLARIDADE
Coordenador Nível médio/superior
Cuidadores Sociais Nível médio
Assistente Social Nível superior
Psicólogo Nível superior
Profissional para desenvolvimento de Nível superior
atividades socioculturais
Profissional para funções de limpeza Nível fundamental
Profissional para funções de cozinha Nível fundamental
Profissional para funções de lavanderia Nível fundamental

A determinação que se encontra no quadro acima é dada pela NOB-RH/SUAS


e se torna um desafio para as instituições conveniadas com o poder público, pois o
recurso que é repassado pela assistência social, deve ser destinado ao pagamento
destes profissionais, acabando por não contemplar o maior volume de gastos, que é
a folha de pagamento dos serviços de enfermagem, nutricionista e outros serviços de
atenção à saúde.

7.2 Atendimento ao idoso pela rede de atendimento de saúde

Conforme citado anteriormente a assistência à saúde é constitucionalmente


protegida, encontra-se prevista no art. 230 da CF/88 e também nos artigos 1º e 2º do
Estatuto do Idoso, entretanto o art. 6º da Constituição Federal institui: são direitos
sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o

39
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988)
Os artigos 196 e 197 ainda impõem que a saúde é um direito de todos e dever
do Estado e que cabe ao Poder Público a regulamentação, fiscalização e controle da
execução das políticas públicas para a saúde.
Ainda de acordo com FILHO, COELHO (2021) o atendimento à saúde encontra-
se descrito na Lei Orgânica de Assistência Social, como uma obrigatoriedade de
articulação entre as políticas:
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela
coordenação da Política Nacional de Assistência Social:
(...)
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas políticas de saúde e
previdência social, bem como com os demais responsáveis pelas políticas
socioeconômicas setoriais, visando à elevação do patamar mínimo de atendimento às
necessidades básicas; (BRASIL, 1993)
De forma que quando se trata especificamente da saúde da pessoa idosa,
verifica-se na Política Nacional do Idoso (Lei n° 8.842/94) a consolidação das
previsões da Constituição e da LOAS.
Identifica-se diretrizes da regulamentação da Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa:
a) promoção do envelhecimento ativo e saudável;
b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
c) estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
d) provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde
da pessoa idosa;
e) estímulo à participação e fortalecimento do controle social;
f) formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área
de saúde da pessoa idosa;
g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
h) promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na
atenção à saúde da pessoa idosa; e

40
i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. (BRASIL, 2006)
Os artigos 15 a 19 do estatuto do Idoso ainda traz os meios de atuação do
poder público para a preservação e manutenção da saúde da pessoa idosa, o qual
possui eficácia vertical e horizontal.
FILHO, COELHO (2021) mencionam que, é possível verificar a previsão do
atendimento domiciliar e a internação domiciliar no artigo 19-I, por meio do Sistema
Único de Saúde, bem como o artigo 3° do Estatuto do Idoso inciso V, determina como
prioridade do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do
atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência.
A Portaria nº 5/201719, que consolida as normas sobre as ações e os serviços
de saúde do Sistema Único de Saúde, é preciso destacar os seguintes artigos que
conceituam o serviço e atenção domiciliar.
Art. 532. Para efeitos deste Capítulo considera-se:
I - Atenção Domiciliar (AD): modalidade de atenção à saúde integrada às Rede
de Atenção à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e
tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em
domicílio, garantindo continuidade de cuidados;
II - Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): serviço complementar aos cuidados
realizados na atenção básica e em serviços de urgência, substitutivo ou complementar
à internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das
Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais
de Apoio (EMAP);
III - cuidador: pessoa (s), com ou sem vínculo familiar com o usuário, apta (s)
para auxiliá-lo em suas necessidades e atividades da vida cotidiana e que,
dependendo da condição funcional e clínica do usuário, deverá (ão) estar presente (s)
no atendimento domiciliar
Pois bem, o Estatuto do Idoso traz em seu artigo 15, inciso IV a determinação
sobre o atendimento domiciliar, indicando INCLUSIVE para idosos abrigados e
acolhidos.
(...) atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados

41
e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural. (BRASIL,
2013)
O art. 6º do Estatuto do Idoso versa: É assegurado ao idoso enfermo o
atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou
conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo
de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.
(BRASIL, 2003)
Diante dessa afirmativa A RDC n° 283/200521, deixa claro que a ILPI possui
uma função híbrida entre o atendimento de assistência social e da saúde, ou seja,
uma norma emanada no âmbito da saúde, que determina a estrutura, serviços e
formas de atendimentos oferecidos aos idosos residentes.
A RDC 283/2005 indica a ILPI como um local de CARÁTER RESIDENCIAL, e
determina no item 4.6.2 que “a instituição que possuir profissional de saúde vinculado
à sua equipe de trabalho, deve exigir registro desse profissional no seu respectivo
Conselho de Classe”. (BRASIL, 2005)

No item 5.2 as orientações com relação à saúde:


5.2.1 - A instituição DEVE elaborar, a cada dois anos, um Plano de Atenção Integral
à Saúde dos RESIDENTES, em articulação com o gestor local de saúde.
5.2.2 - O Plano de Atenção à Saúde deve contar com as seguintes características:
5.2.2.1 - Ser compatível com os princípios da universalização, equidade e
integralidade;
5.2.2.2 - Indicar os recursos de saúde disponíveis para cada residente, em todos os
níveis de atenção, sejam eles públicos ou privados, bem como referências, caso se
faça necessário;
5.2.2.3 - prever a atenção integral à saúde do idoso, abordando os aspectos de
promoção, proteção e prevenção;

Em 2019, o Governo Federal emitiu Decreto n° 9.921/201924, que “Consolida


atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática
42
da pessoa idosa”, em sua Seção III, Do atendimento preferencial e da assistência
asilar, determina:
Art. 18. A pessoa idosa terá atendimento preferencial nos órgãos e nas
entidades da administração pública e nas instituições privadas prestadores de
serviços à população.
Parágrafo único. A pessoa idosa que não tenha meios de prover a sua própria
subsistência, que não tenha família ou cuja família não tenha condições de prover a
sua manutenção, terá assegurada a assistência asilar, pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, na forma prevista em lei.
Art. 19. Fica proibida a permanência em instituições asilares, de caráter social,
de pessoas idosas que tenham doenças que exijam assistência médica permanente
ou assistência de enfermagem intensiva, cuja falta possa agravar ou pôr em risco a
sua vida ou a vida de terceiros.
Parágrafo único. A permanência ou não da pessoa idosa doente em instituições
asilares, de caráter social, dependerá de avaliação médica prestada pelo serviço de
saúde local.
Art. 20. Para implementar as condições estabelecidas no art. 19, as instituições
asilares poderão firmar contratos ou convênios com o sistema de saúde local.
(BRASIL, 2019)
FILHO, COELHO (2021) elucidam que, mesmo que a própria atuação do
Governo em suas três esferas: Federal, Estadual e Municipal, vincule o acolhimento
das pessoas idosas em Instituições de Longa Permanência através da atuação e
orçamento da alta complexidade da Assistência Social, torna-se possível justificar o
custeio do acolhimento dos idosos pelo orçamento da saúde.
Assim, ao considerar que as ILPIs são o domicílio dos idosos residentes, as
políticas públicas da saúde propõem a possibilidade do atendimento domiciliar para
aqueles que necessitam desta modalidade e que, ainda, por meio do custo financeiro
para o acolhimento da pessoa idosa que necessite de acompanhamento de
enfermagem (baixa complexidade na saúde, podendo ser equiparada aos programas
de saúde da família) em casos de uma instituição menor onde sua manutenção
hospitalar e mesmo em atendimento residencial, dependendo do quadro geral de
saúde.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_> acesso em: set. de 2021.

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Brasileiros com 65 anos ou mais são 10,53% da população, diz FGV. Agência Brasil.
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BRAGA, Pérola Melissa Vianna. Curso de direito do idoso. São Paulo: Atlas, 2011.

DOMINGUES, Marisa Accioly Rodrigues da Costa. DUARTE, Yeda A. O. Rede de


suporte social e envelhecimento: instrumento de avaliação. São Paulo: Blucher,
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FILHO, Luiz Carlos Santana. COELHO, Tainá T. Terceira idade no Brasil:


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PAULO, Frange. O Estatuto do Idoso comentado. Disponível em: <


http://www.igrapiuna.ba.gov.br/> acesso em: set. de 2021.

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RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Curso de direito do idoso. São Paulo: Saraiva,
2014.

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