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LEGISLAÇÃO
Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança
e do Adolescente

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO
Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Douglas Vargas

Apresentação.. ................................................................................................................4
Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.............................................5
Introdução.......................................................................................................................5
Conceitos Básicos. ...........................................................................................................5
Atos Infracionais.............................................................................................................6
Crianças x Adolescentes.................................................................................................8
Medidas Protetivas. .........................................................................................................8
Medidas Socioeducativas. ................................................................................................9
Adolescentes & Privação de Liberdade........................................................................... 11
Observações Gerais....................................................................................................... 14
ECA – Título VII – Capítulo I – Dos Crimes...................................................................... 15
Introdução..................................................................................................................... 15
Artigo 228.................................................................................................................... 16
Artigo 229.................................................................................................................... 16
Artigo 230.....................................................................................................................17
Artigo 231..................................................................................................................... 18
Artigo 232..................................................................................................................... 18
Artigo 234..................................................................................................................... 19
Artigo 235..................................................................................................................... 19
Artigo 236..................................................................................................................... 19
Artigo 237.................................................................................................................... 20
Artigo 238.................................................................................................................... 21
Artigo 239..................................................................................................................... 21

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Artigo 240....................................................................................................................22
Artigo 241.....................................................................................................................23
Artigo 241-A..................................................................................................................23
Artigo 241-B..................................................................................................................24
Artigo 241-C..................................................................................................................25
Artigo 241-D..................................................................................................................25
Artigo 242.....................................................................................................................26
Artigo 243..................................................................................................................... 27
Artigo 244..................................................................................................................... 27
Artigo 244-A................................................................................................................ 28
Artigo 244-B................................................................................................................ 28
Observações Finais.......................................................................................................29
Dos Crimes Sexuais contra Vulnerável – Código Penal.. .................................................29
Resumo......................................................................................................................... 37
Questões de Concurso...................................................................................................43
Gabarito....................................................................................................................... 48
Gabarito Comentado. .....................................................................................................49

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Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
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Apresentação

E aí, querido(a) aluno(a)!


Na aula de legislação extravagante de hoje, iremos estudar a Lei n. 8.069/1990 – o famo-
so ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Cabe ressaltar que o ECA é uma lei extensa, com 267 artigos que versam sobre as mais
diversas esferas do Direito. Nosso foco estará apenas nos aspectos infracionais, sempre com
o direcionamento específico para provas de concursos públicos.
Muito embora nosso foco esteja nos CRIMES previstos na lei em estudo, iremos abordar
aspectos básicos e conceituais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, pois sem estes
consideramos que o bom entendimento dos delitos resta prejudicado.
Por fim, iremos apresentar também os crimes sexuais contra vulneráveis previstos no
Código Penal, haja vista que o assunto costuma causar uma verdadeira chuva de dúvidas aos
estudantes da legislação em comento.
E vamos em frente!

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LEI N. 8.069/1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE
Introdução
Nos termos de seu art. 1º, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) dis-
põe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
O ECA é um regramento abrangente, que trata dos inúmeros deveres e direitos relaciona-
dos às crianças e adolescentes em diversas esferas do Direito. E entre tais esferas, é claro,
está a esfera socioeducativa, a qual muito se associa com a disciplina de Direito Penal.
Muito embora o ECA torne possível a responsabilização de uma criança ou adolescente
pela prática de ato análogo a um crime, como veremos mais à frente, existem diversas pecu-
liaridades que se aplicam nesses casos. E é justamente essas peculiaridades que serão alvo
da primeira parte de nossa aula.
Comecemos, é claro, pelo conceito de criança e adolescente, segundo o estatuto.

Conceitos Básicos
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-
tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pesso-
as entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Mais simples impossível: para o legislador, criança é a pessoa que ainda não completou
12 anos. Adolescente, por sua vez, é a pessoa entre doze e dezoito anos.

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Ótimo. Já sabemos diferenciar crianças de adolescentes e adultos no âmbito do ECA.


Guarde bem esse conceito que será essencial para uma boa compreensão do próximo tópico
de nossa aula: existe crime praticado por criança ou adolescente?

Atos Infracionais

Ao estudar a parte geral do Direito Penal, aprendemos que crime, sob o prisma analítico,
tem a seguinte definição:

Para que uma conduta configure um crime, portanto, deverá ser considerada como fato
típico, ilícito e culpável. Para bem entender o que preconiza o ECA, no entanto, precisamos
detalhar os elementos da culpabilidade:

A culpabilidade é um juízo de reprovabilidade da conduta. Ao  analisar tal elemento, já


sabemos que o indivíduo praticou um fato típico e ilícito. Resta saber se ele pode ser consi-
derado culpável. Se é possível, diante das circunstâncias, esperar dele outra conduta que não
aquela que praticou.
E, entre os fatores para determinar se a conduta é ou não reprovável (e se o autor, portanto,
é ou não culpável) está a imputabilidade, que nada mais é do que a capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento.
Uma pessoa normal, adulta (com mais de 18 anos), com desenvolvimento mental com-
pleto, é em regra considerada imputável (de um modo bastante simples, capaz de entender o
caráter dos atos que pratica).

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Já uma pessoa com desenvolvimento mental prejudicado, por sua vez, pode vir a ser con-
siderada inimputável, dependendo do caso. Ou seja, pode vir a ser, de acordo com sua condi-
ção pessoal, considerada absolutamente incapaz de entender o caráter dos atos que pratica.
Quando consideramos o autor de um fato delitivo inimputável, acaba faltando um dos
elementos do crime (a culpabilidade). E se não há culpabilidade, não há crime!

Para o legislador brasileiro, o menor de 18 anos é sempre inimputável.

Ou seja: não há imputabilidade nos atos praticados por crianças e adolescentes. E dessa
forma, eles não cometem crimes – mesmo que pratiquem atos típicos e ilícitos!
Essa previsão absoluta de inimputabilidade está tanto na Constituição Federal quanto no
ECA. Veja só:

Estatuto da Criança e do Adolescente


Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.
CF/1988
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legis-
lação especial.

Por esse motivo, quando uma criança (ou adolescente) pratica um ato que seria conside-
rado INFRAÇÃO PENAL se praticado por um adulto, irá na verdade incorrer em um ATO INFRA-
CIONAL ANÁLOGO àquela conduta:

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Essa previsão está no ECA, em seu artigo 103:

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Eu não posso ser mais enfático do que isso: Em hipótese alguma a criança ou adolescente
deixarão de ser considerados inimputáveis. Não irão praticar crimes, mas sempre atos infra-
cionais!
Isso acontece pois o legislador adotou o chamado critério biológico para determinar a
imputabilidade das crianças e adolescentes. Comprovou que não tem 18 anos, acabou: O in-
divíduo será considerado inimputável!
Não importa se a criança “é muito inteligente para sua idade”. Não importa se o adoles-
cente já possui ocupação remunerada como menor aprendiz ou se já leu todo o Código Penal
dez vezes. Será considerado inimputável, de forma absoluta, unicamente tomando como base
sua idade.
Certo. Agora que você já sabe disso, precisa entender mais detalhes sobre o que aconte-
ce com a criança e com o adolescente quando praticam um ato infracional. E este é o nosso
próximo assunto. Vamos em frente!

Crianças x Adolescentes

Para começar, vamos imaginar o seguinte: Uma determinada criança, aos 10 anos de ida-
de, pratica um ato infracional análogo ao crime de FURTO. No mesmo dia, um adolescente,
de 15 anos de idade, pratica outro ato infracional análogo ao crime de FURTO, nas mesmas
condições.
Haverá diferença no tratamento entre eles?
A resposta é positiva. Mas antes de determinar especificamente o que acontece com cada
um, você precisa conhecer a diferença entre dois institutos do ECA: as medidas protetivas e
as medidas socioeducativas.

Medidas Protetivas

Primeiramente, vejamos o que são as medidas protetivas:

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Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

Como você pode perceber, as medidas protetivas não são aplicáveis unicamente quando a
criança ou adolescente praticam um ato infracional (ou seja, em razão de sua conduta), mas
também em casos que o indivíduo se encontra sob omissão da sociedade ou mesmo de seus
responsáveis legais.
São medidas menos gravosas, que como o próprio nome diz, tem o objetivo de proteger a
criança e o adolescente de uma situação de risco.
Vejamos quais são elas:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambu-
latorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional
VIII – colocação em família substituta.
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX – colocação em família substituta.

As medidas protetivas, portanto, são aplicáveis tanto às crianças quanto aos adolescen-
tes, e não se restringem unicamente aos casos em que o jovem pratica um ato infracional.

Medidas Socioeducativas
Já as medidas socioeducativas, por sua vez, são um pouco diferentes:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:

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I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

Veja como as medidas socioeducativas são menos numerosas e mais gravosas do que as
medidas protetivas. Tais medidas são aplicáveis apenas aos adolescentes, e apenas quando
há a prática de um ato infracional.
Além disso, é importante notar que as medidas protetivas previstas nos incisos de I a VI
podem também ser aplicadas como medidas socioeducativas, se o magistrado as entender
suficientes.

Quadro Comparativo

Comparando, temos o seguinte:

Agora sim podemos responder àquela pergunta: há diferença no tratamento entre a crian-
ça e o adolescente que praticam atos infracionais?

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E a resposta é afirmativa!

Maravilha! Já sabemos então quais são as medidas que podem ser aplicadas face à crian-
ça e ao adolescente no caso de prática de ato infracional. Vamos em frente!

Adolescentes & Privação de Liberdade

Como você já percebeu, a  criança não estará sujeita à nenhuma medida que possa lhe
privar de sua liberdade ao praticar um ato infracional. É isso mesmo!
Se uma criança de 10 anos, por exemplo, por algum motivo qualquer praticar de um delito
de roubo, não será em hipótese alguma submetida à nenhuma medida socioeducativa – e é
nesse rol que estão inclusas as hipóteses que podem restringir a liberdade do menor:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

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A criança, portanto, mesmo ao praticar um ato infracional análogo a um crime grave, não
incorrerá em medidas que lhe privem de sua liberdade.
O mesmo, no entanto, não se aplica aos adolescentes. Caso um adolescente pratique um
delito de roubo, dependendo das circunstâncias, poderá ser submetido às medidas dos inci-
sos V e VI do art. 112, incorrendo em efetiva privação de sua liberdade.
No entanto, há uma série de direitos que o ECA garante ao adolescente antes que ele pos-
sa ser submetido a tais medidas. Veja só:

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional
ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão inconti-
nenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a  possibilidade de
liberação imediata.

Em nosso ordenamento jurídico, a  privação de liberdade do adolescente é considerada


uma medida extrema a ser praticada em último caso, e pelo menor tempo possível. Veja, por
exemplo, o que rege o art. 108 do ECA:

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de auto-
ria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

É isso mesmo: a internação provisória do adolescente não pode ser determinada por mais
de 45 dias. Vejamos um exemplo:

Exemplo: determinado adolescente, aos  17 anos, 11 meses e 29 dias de vida, praticou um


duplo homicídio qualificado, levando duas vítimas a óbito utilizando-se de meio insidioso ou
cruel.
Foi preso em flagrante delito, e teve sua internação provisória decretada pelo magistrado res-
ponsável pelo processo.

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Na situação acima, se decorrerem 45 dias sem o julgamento do mérito, o adolescente terá


de ser colocado em liberdade – independentemente da gravidade dos fatos, de sua pericu-
losidade ou de quaisquer outras circunstâncias. Sua internação provisória não estará mais
amparada pelo ECA!
Veja que essa é uma enorme diferença quando comparamos com o regramento de prisão
preventiva aplicado aos adultos, que sequer tem prazo máximo previsto em lei.
Além do que ocorre com a internação provisória, as medidas de internação e de inserção
em regime de semiliberdade também se submetem a algumas limitações:

Do Regime de Semiliberdade
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de tran-
sição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de
autorização judicial.
§  1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições rela-
tivas à internação.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, median-
te decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

Ou seja: em nenhuma hipótese, ante a prática de qualquer ato infracional praticado pelo
adolescente, este será submetido a um período de internação superior a três anos.
Não importa se o adolescente tinha 17 anos e 11 meses, e praticou um crime hediondo.
Não importa se a pena cominada para um imputável seria de 30 anos. O  adolescente que
praticar um ato infracional análogo a qualquer crime não poderá ser submetido a um período
máximo de internação superior a três anos.
Muitas questões tratam sobre o tema, e  é muito importante que você não hesite nesse
ponto. Os examinadores gostam de afirmar que quando o ato infracional for muito grave essa
regra não se aplica. Isso não é verdade!

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Devemos ainda chamar a atenção para outro ponto fundamental sobre os adolescentes
infratores submetidos à internação:

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

Aos 21 anos, cessa o prazo limite para o cumprimento de eventual internação. Dessa for-
ma, se o adolescente estiver internado, deve ser liberado. Se estiver com Mandado de Busca
e Internação, este perderá seus efeitos!
Com efeito, uma vez que o indivíduo completa 21 anos, cessa a possibilidade de aplicação
do ECA. Dessa forma, nem mesmo as outras medidas socioeducativas poderão ser mantidas
após o indivíduo completar 21 anos!
E para finalizar o assunto idade, é importante observar o seguinte:
Para o STJ, o indivíduo completa 18 anos à meia noite do dia de seu aniversário!
Se o indivíduo, portanto, é  preso em flagrante delito às 00h01 do dia de seu aniversário
de 18 anos, não poderá argumentar, por exemplo, que nasceu às 7h da manhã, e que por isso,
ainda tinha 17 anos, 11 meses, 29 dias e 17 horas de idade quando foi preso.
Para o STJ, uma vez que você adentre a meia noite do dia do seu aniversário, você já é maior
de idade, e será submetido ao regramento do Código Penal (ou de leis especiais) como verda-
deiro imputável. E este é o posicionamento que você deve adotar para provas de concursos!

Observações Gerais

Todas as aulas elaboradas em nosso curso tomam como base a frequência com que de-
terminados assuntos são cobrados em provas de concursos. Tal estratégia ganha especial
importância em leis extensas, como o ECA, que possuem muitos artigos, e que tomam grande
tempo do aluno para o seu estudo.
Nesse sentido, normalmente as questões de Direito Penal sobre o ECA se limitam aos
seguintes tópicos:
• definição de ato infracional;
• diferença entre crime e ato infracional;
• diferença na responsabilização entre o imputável e o inimputável;

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• medidas protetivas e socioeducativas;


• prazos de internação;
• delitos previstos no ECA.

Como você pode perceber, todos esses temas, como exceção dos crimes específicos pre-
vistos no ECA, já foram abordados na aula de hoje. Focamos apenas nos assuntos recorren-
tes em prova – o que você verá ao fazer os exercícios dessa aula. Objetividade SEMPRE!
A estratégia recomendada, portanto, é a seguinte (do ponto de vista das questões de Di-
reito Penal, é claro):
• Faça o estudo de nossa aula;
• Faça a leitura dos seguintes artigos do ECA, de forma complementar:
− Art. 1º ao 6º;
− Art. 98º ao 125º.

Dito isso, vamos passar agora para o estudo dos crimes previstos na parte especial do
ECA, finalizando assim a aula de hoje!

ECA – Título VII – Capítulo I – Dos Crimes

Introdução
Como você já sabe, crianças e adolescentes não praticam crimes, e sim atos infracionais.
Dessa forma, é  essencial notar que os crimes previstos do art.  228 em diante do ECA
não são condutas praticadas por crianças e adolescentes, mas sim nos quais as vítimas são
crianças e adolescentes!
Essa disposição inclusive consta nas disposições gerais do Capítulo, que merecem ser
lidas:

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação
ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e,
quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

Uma vez que sabemos disso, podemos finalmente passar para os crimes em espécie.

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Artigo 228
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde
de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Trata-se de crime próprio, praticado pelo responsável de cumprir as obrigações do art. 10


do ECA, qual seja:

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e par-


ticulares, são obrigados a:
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de
dezoito anos;
II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impres-
são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do par-
to e do desenvolvimento do neonato;

Trata-se, portanto, de conduta omissiva, na qual o indivíduo viola seu dever deixando de
cumprir as obrigações que a lei lhe determina.
O delito se consuma com a mera omissão do agente (é crime omissivo próprio), de modo
que não admite a tentativa.
Cuidado! Existe a previsão de modalidade culposa para o delito em estudo.
Por fim, cabe informar que é considerado como de perigo abstrato pela doutrina, de modo
que não há necessidade demonstrar que houve dano no caso concreto. A lesão ao bem jurí-
dico causada pela omissão é presumida pelo legislador.

Artigo 229
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-
tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

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Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
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Pena – detenção de seis meses a dois anos.


Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

O delito previsto no art.  229 também é crime próprio, mas dessa vez praticado apenas
pelo médico, pelo enfermeiro ou pelo dirigente do estabelecimento de saúde de gestante,
os quais deixam de identificar corretamente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto.
Nesse caso, os sujeitos passivos do delito são tanto o neonato quanto a própria mãe!
Note que o objetivo do legislador ao criminalizar tal conduta é o de evitar a chamada
“troca de bebês na maternidade”, que pode ser evitada através da identificação cautelosa e
correta do neonato e de sua mãe.
Novamente, estamos diante de crime omissivo próprio, o  qual por natureza não admite
tentativa. E, assim como no caso do art. 228, há também previsão de modalidade culposa.

Artigo 230
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.

Os alunos mais experientes devem estar se perguntando: Mas professor, proceder à prisão
ou apreensão de alguém, sem os devidos requisitos legais, não seria abuso de autoridade?
Se você pensou assim, parabéns, pois esse é um excelente raciocínio! No entanto, faltou
observar um pequeno detalhe: o chamado princípio da especialidade. A norma especial pre-
valece sobre a norma geral!


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Além disso, outra diferença importante é que a conduta do art. 230 do ECA é considerada
crime comum – que pode ser praticada por qualquer pessoa, e não apenas por agentes públi-
cos, como é o caso dos crimes de abuso de autoridade!
Trata-se de crime material, que se consuma com a efetiva privação da liberdade da vítima.
A tentativa, portanto, é perfeitamente admissível!

Artigo 231
Art.  231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O art. 231 do ECA também se assemelha muito a previsões relacionadas ao abuso de auto-
ridade. Entretanto, assim como ocorre no art. 230, aqui a vítima serão as crianças e adolescen-
tes que, apreendidos, não tem sua situação imediatamente comunicada à autoridade judiciária
competente ou à sua família.
O delito se consuma com a omissão do agente delitivo. Por se tratar de crime omissivo
próprio, não admite a tentativa.
É crime próprio, pois só pode ser praticado pela autoridade responsável por comunicar à
autoridade judiciária e à família da criança ou do adolescente sobre sua apreensão.

Artigo 232
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Mais uma vez o legislador tipifica no ECA uma conduta semelhante à prática de abuso de
autoridade. Entretanto, da mesma forma que nos casos anteriores, a diferença principal está
no fato de que a vítima será uma criança ou adolescente que está sob a autoridade, guarda ou
vigilância do autor.
O delito se consuma com a prática de qualquer ato que efetivamente venha a submeter à
vítima ao vexame ou constrangimento.

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Trata-se de crime próprio e também material, admitindo a tentativa.

Artigo 234
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de crian-
ça ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

E, novamente, temos um delito parecido com condutas relacionadas ao abuso de autorida-


de. No entanto, trata-se de crime próprio, praticado pela autoridade competente que deixa de
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente apreendida ilegalmente.
O crime é omissivo próprio, de modo que não admite a tentativa.

Artigo 235
Art.  235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente pri-
vado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

O ECA prevê diversos prazos que dizem respeito aos benefícios que podem ser concedi-
dos ao adolescente temporariamente privado de sua liberdade.
Caso o destinatário do prazo (ou seja, o  agente responsável por respeitar tais normas)
deixe de cumpri-los injustificadamente, incorrerá no art. 235 do diploma legal. Dessa forma,
estamos novamente diante de crime próprio.
Também é crime omissivo próprio, de modo que não admite a tentativa.

Artigo 236
Art.  236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A eficácia das ações das autoridades judiciárias, dos Conselhos Tutelares e do MP deve
ser especialmente preservada quando tratam das funções do ECA, haja vista a prioridade que
têm os interesses das crianças e adolescentes.

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Por esse motivo, o  legislador equiparou a conduta de tentar com a conduta de efetiva-
mente impedir a ação de tais agentes públicos no exercício de funções relacionadas à Lei n.
8.069/1990. Ou seja: estamos diante do chamado crime de atentado!
O delito em estudo se consuma com a prática de condutas típicas, entretanto, não admite
a tentativa, haja vista que a forma tentada já é suficiente para consumar o delito.
É crime comum, praticável por qualquer indivíduo.

Artigo 237
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.

Este tipo penal difere bastante dos demais que estudamos até aqui. Enquanto nas normas
anteriores o legislador está preocupado com dar eficácia e respeitabilidade às medidas pre-
vistas no ECA, no art. 237 a preocupação é outra: inibir o comportamento daquele que deseja
subtrair uma criança ou adolescente com a finalidade de introduzi-lo em nova família.
O crime é comum, de modo que pode ser praticado por qualquer pessoa. É muito importan-
te que você se lembre que a configuração do art. 237 só se dá se houver o dolo específico de
inserir a criança ou adolescente em lar substituto – e não com a mera subtração.

Por força do princípio da especialidade, o art. 237 do ECA não se confunde com o delito de
subtração de incapazes previsto no art. 249 do Código Penal.

O delito se consuma com a subtração do menor, mesmo que o autor não tenha êxito em
inserir a vítima em lar substituto.

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Trata-se de crime comum, formal e comissivo, o qual admite a tentativa.

Artigo 238
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

A preocupação do legislador ao editar o art.  238 do ECA é inibir o chamado tráfico de


crianças, prática que infelizmente ainda é comum em dias atuais.
Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido pelos pais, tutores ou guardiões das
crianças ou adolescentes, que as entregam a terceiros em troca de dinheiro (o menor é entre-
gue a outro núcleo familiar em troca de recompensa).
A consumação do delito ocorre com a realização da promessa ou com a efetiva entrega do
menor, dependendo do caso.
O delito é próprio, formal na conduta prometer e material na conduta entregar. A tentativa,
segundo a doutrina, é admissível.

Lembre-se de que, por força do parágrafo único, quem oferece ou paga a recompensa pelo
menor também incide nas penas do art. 238.

Artigo 239
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Outro delito relacionado ao tráfico de crianças, porém cuja pena é mais gravosa haja vista
o caráter de internacionalidade da conduta. Busca-se, portanto, reprimir o tráfico internacio-
nal de crianças, através da previsão do art. 239 do ECA.
O delito se consuma em dois momentos distintos:

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• Na modalidade efetivar, a consumação ocorre com o envio do menor ao exterior. É ne-


cessário que o menor saia do território nacional.
• Na modalidade auxiliar, o delito se consuma com a prática de qualquer ato idôneo para
contribuir com o efetivo envio da vítima ao exterior.

O crime é comum, de perigo abstrato e admite a tentativa.


Cabe observar que, por força da CF/1988, a competência para processar e julgar o autor
do delito previsto no art. 239 do ECA é da Justiça Federal.

Artigo 240
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§  1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo in-
termedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou
ainda quem com esses contracena.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, te-
nha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

O art. 240 trata da revoltante conduta de pedofilia. O tipo penal é considerado pela dou-
trina como de livre execução, haja vista a preocupação do legislador em atingir o registro do
material sob qualquer meio.
Trata-se de norma penal em branco homogênea, que necessita de complementação para
definir o conceito de cena de sexo explícito ou pornográfica, o qual é apresentado pelo legis-
lador no art. 241-E da Lei n. 8.069/1990:

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou por-
nográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexu-
ais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente
para fins primordialmente sexuais.

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O delito em estudo se consuma com a prática das condutas típicas. É considerado como
crime comum e formal. A tentativa é admissível.

Artigo 241
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Para repressão da pedofilia, o legislador não considerou suficiente limitar a criminalização


ao registro (produção) do material – tipificando também a conduta daquele que vende ou ex-
põe a venda tais tipos de registros.
Assim como o art. 240, o art. 241 é norma penal em branco complementada pelo art. 241-E
do ECA.
O delito se consuma com a prática das condutas típicas. A tentativa é admissível, e o cri-
me é comum e formal, segundo a doutrina.

Artigo 241-A
Art.  241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de
que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou ima-
gens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o respon-
sável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Indo além na busca da repressão da pedofilia, o legislador criminalizou também a conduta


daquele que compartilha ou dá circulação ao material com tal conteúdo.
Note que nesse caso, assim como acontece na comercialização, o material já foi produzi-
do anteriormente. E da mesma forma, trata-se de norma penal em branco que requer o com-
plemento do art. 241-E do ECA.

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Conforme disposição contida no informativo 532/STJ, a competência para processar e julgar


tal delito é da Justiça Federal.

O crime é comum e formal. A tentativa é admissível.

Artigo 241-B
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que
se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades
competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.  240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o re-
cebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III  – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado
por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.

Ainda tratando das condutas relacionadas à pedofilia, o legislador editou o art. 241-B, que
basicamente tipifica a conduta de manutenção de material contendo pedofilia.
A competência para julgar esse delito é da Justiça Estadual, salvo casos em que a con-
duta ultrapassar os limites do território nacional (o que irá ensejar a competência da Justiça
Federal, de forma excepcional).
O crime se consuma com a prática das condutas típicas previstas no tipo penal (é crime
formal).
É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, e a tentativa é admissível.
Cabe observar que a causa de diminuição de pena prevista no parágrafo 1º (pequena
quantidade de material) acabou padecendo de complementação. O  legislador não definiu o

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que é “uma pequena quantidade de material” para fins de aplicação de tal norma penal, de
modo que a doutrina entende ser responsabilidade do magistrado analisar a quantidade apre-
endida diante do caso concreto.

Artigo 241-C
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-
gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui,
publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma
do caput deste artigo.

No art. 241-C temos a conduta daquele que simula a participação de criança ou adoles-


cente em cena de sexo explícito ou pornográfica. Segundo a doutrina, a simulação pode-se
dar através de qualquer tipo de adulteração, montagem ou modificação da filmagem ou foto-
grafia, de modo a dar a aparência de que a criança ou adolescente está envolvida em cena de
sexo explícito ou pornográfica.
Se o indivíduo, por exemplo, altera uma fotografia para simular uma cena de sexo entre
crianças, ou se edita um vídeo e substitui um objeto que está na mão de uma criança (como
um brinquedo) pela figura de um órgão sexual, irá incorrer nas penas do art. 241-C.
O delito se consuma com a finalização da simulação em fotografia, vídeo ou outra forma
de representação visual.
O delito é comum, formal e admite a tentativa.
Cabe ressaltar que aquele que dá circulação, divulgação, publicidade ou armazenamento
de material simulado irá também incorrer no art. 241-C, através da conduta equiparada pre-
vista em seu parágrafo único.

Artigo 241-D
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

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I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de
forma pornográfica ou sexualmente explícita.

Este tipo penal foi utilizado pelo legislador para inibir as condutas que são consideradas
como meio para a prática de ato libidinoso com a criança, buscando inibir o mal maior (a efe-
tiva prática do ato libidinoso) através da criminalização do aliciamento e da instigação para
a prática de tais atos.

É importante notar que o legislador se omitiu quanto ao ADOLESCENTE. Portanto, por força do
princípio da legalidade, este tipo penal só se aplica à conduta praticada em face de vítima criança.

O delito se consuma com a prática das condutas típicas. É crime comum, formal, doloso e
que admite a tentativa.

Artigo 242
Art.  242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a  criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

O art. 242 merece uma atenção especial – embora sua conduta seja uma das mais sim-
ples de memorizar. O legislador simplesmente criminalizou as ações daquele que vende ou
fornece (mesmo que gratuitamente), arma, munição ou explosivo à criança ou adolescente.
A atenção especial se dá pelo fato de que este delito causa muita confusão com as previ-
sões contidas na lei 10.826/03 (O Estatuto do Desarmamento).
Logo, as seguintes observações são cabíveis:

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O crime é comum, formal e doloso. A tentativa é perfeitamente admissível.

Artigo 243
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,
a  criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos compo-
nentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Utilizando-se do art.  243 o legislador criminalizou as condutas que podem fazer chegar
às mãos de um menor qualquer produto que possa causar dependência, tais como bebidas

alcoólicas. A  conduta abrange até mesmo medicamentos que, quando utilizados de forma

indevida, possam causar dependência.

Trata-se de crime comum, praticável por qualquer pessoa. O delito só admite a modalida-

de dolosa, e é considerado formal pela doutrina. A tentativa é admissível.

Artigo 244
Art.  244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a  criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

O art. 244 trata da conduta daquele que vende ou entrega à criança ou adolescente fogos

de artifício que tenham potencial de lhes causar dano físico através de sua utilização indevida.

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O crime é comum (pode ser praticado por qualquer pessoa). O objetivo do legislador foi
o de evitar o manuseio de fogos de estampido ou de artifício por menores, haja vista o risco
para a incolumidade física tanto do menor quando das pessoas à sua volta.
O crime é formal, de perigo abstrato, e admite a tentativa.

Artigo 244-A
Art.  244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art.  2º desta Lei,
à prostituição ou à exploração sexual:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcio-
namento do estabelecimento.

O art. 244-A encontra-se tacitamente revogado pelo artigo 218-B do Código Penal, o qual
foi inserido em nosso ordenamento jurídico pela lei 12.015/09.
Está aqui inserido apenas para ciência dos alunos que, de forma recomendável, também
estudem realizando a leitura do texto de lei.

Artigo 244-B
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§  1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.

O art. 244-B do ECA trata da chamada corrupção de menores, influência realizada por im-
putável que resulta no envolvimento de crianças ou adolescentes na prática infrações penais.
O objetivo do legislador é de proteger a moralidade do menor de 18 anos, evitando que
sua conduta seja deturpada pela influência de terceiros que tem por objetivo induzir o menor
à prática de qualquer tipo de infração penal.

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Se um imputável que decide praticar um roubo (Art. 157 CP) vier a corromper um menor para
que este atue como seu comparsa, deverá responder tanto pelo delito de roubo quanto pelo
art. 244-B, em concurso material.

O delito se consuma com a mera prática das condutas previstas no tipo. Não importa se
efetivamente o menor se corrompe (o delito é formal).
Trata-se de crime comum, doloso, comissivo e que admite a tentativa.

A forma equiparada do delito criminaliza a conduta daquele que pratica a corrupção de meno-
res até mesmo por meios eletrônicos, tais como salas de bate-papo na internet.

Observações Finais
Caro(a) aluno(a), por fim uma observação geral antes que ingressemos na análise comple-
mentar dos crimes previstos no CP: Em razão da nova Lei de Abuso de Autoridade (13.869/2019),
o ECA passa a contar com o seguinte artigo:

Art.  227-A. Os  efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.  92 do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A  perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena
aplicada na reincidência.

Dos Crimes Sexuais contra Vulnerável – Código Penal

Para finalizar a aula de hoje, iremos estudar os crimes sexuais contra pessoa vulnerável,
previstos do art. 217-A do CP em diante.

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Estupro de Vulnerável

Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfer-
midade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

O estupro de vulnerável também foi uma adição realizada em 2009 ao Código Penal. O de-
lito tutela tanto a dignidade quanto o desenvolvimento sexual da pessoa vulnerável.
Trata-se de crime comum, praticável por qualquer pessoa.
A conduta praticada é basicamente a mesma do estupro (Art. 213 CP), com a diferença de
que o sujeito passivo será menor de 14 anos ou pessoa que por enfermidade ou deficiência
mental não possui o discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outra causa,
não pode oferecer resistência.

Caso o delito seja perpetrado contra vítima menor de 14 anos, não é cabível argumentar que a
vítima era capaz de entender e consentir para a prática do ato libidinoso ou conjunção carnal:
a presunção de violência é absoluta!

Dessa forma, uma vez comprovado que a vítima é menor de 14 anos, o contexto fático em
que se deu a conjunção carnal ou o ato libidinoso é irrelevante: estará configurado o delito de
estupro de vulnerável.
Essa é a posição do STJ:

Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A, caput, do


Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidi-
noso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiên-
cia sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima
não afastam a ocorrência do crime.

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Note, no entanto, que o autor do delito deve ter consciência de que está praticando o ato

libidinoso ou a conjunção carnal com menor de 14 anos! Caso o autor acreditasse que a víti-

ma possuía mais de 14 anos em razão de sua aparência, ocorre erro de tipo, o que irá excluir
o dolo e tornar a conduta atípica (não haverá crime).

Enfermos

É importante lembrar que o delito de estupro de vulnerável não pode ser perpetrado ape-
nas contra o menor de 14 anos. Se a vítima for enferma ou deficiente mental e não possuir
o necessário discernimento para a prática do ato, também será considerada vulnerável para
fins de configuração do art. 217-A.

Incapacidade de Resistência

Existe a possibilidade de que a vítima seja maior e completamente sã e ainda assim este-
ja vulnerável pois foi reduzida à completa incapacidade de oferecer resistência. Nesse caso,
também irá se configurar o estupro de vulnerável. Por exemplo:

Encontrando-se a vítima incapaz de oferecer resistência, seja o estado de incapacidade


causado ou não pelo agente, estará configurado o delito de estupro de vulnerável.

Características

O delito se consuma com a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso (assim
como nos demais delitos relacionados ao estupro).
A tentativa é admissível.
Não há previsão de modalidade culposa.
As formas majoradas previstas no art. 226 CP aplicam-se também ao delito de estupro de
vulnerável.

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Assim como o delito de estupro, o delito de estupro de vulnerável também é hediondo.


A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, em razão da vulnerabilidade da vítima.

Sabemos que há entendimento do STJ no sentido de que, no caso da vítima que estava ape-
nas temporariamente vulnerável (como ocorre no caso do golpe “boa noite Cinderela”), a ação
penal deve ser pública condicionada à representação.
Entretanto, cuidado: esse entendimento é anterior à Lei 13.718/18, a qual tornou todos os cri-
mes contra a dignidade sexual, em qualquer caso, de ação penal pública incondicionada. Fique
atento(a)!

Figuras Preterdolosas

O delito de estupro de vulnerável possui duas formas qualificadas, previstas nos parágra-
fos 3º e 4º do art. 217-A. Em ambos os casos, estamos diante de crimes preterdolosos (onde
há dolo na conduta de estupro e culpa no resultado mais gravoso):

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4º Se da conduta resulta morte:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Corrupção de Menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

A corrupção de menores é um delito que tem por objetivo tutelar não apenas a dignidade
e a liberdade sexual – mas o próprio desenvolvimento sadio do menor de 14 anos.
É crime comum, praticável por qualquer pessoa. Se configura quando um indivíduo induz
o menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.

Nesse sentido, é importante observar que o autor deve induzir o menor a satisfazer a lascívia
de um terceiro DETERMINADO.

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Se o menor for induzido a satisfazer lascívia de terceiros indeterminados, de forma genéri-


ca, pode-se configurar o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
sexual de vulnerável (Art. 218-B, CP).
Além disso, é importante verificar a diferença que a idade da vítima causa na tipificação
dessa categoria de delitos. Basicamente, temos o seguinte:

Se o autor desejar satisfazer a própria lascívia, não haverá corrupção de menores, e sim estu-
pro de vulnerável.

Características

A corrupção de menores é delito que admite apenas a modalidade dolosa.


A tentativa é possível, embora exista divergência doutrinária quanto ao momento exato da
consumação do delito.

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Independentemente da divergência doutrinária apresentada, fato é que a efetiva satisfa-


ção da lascívia do terceiro será mero exaurimento do delito.
Por fim, cabe observar que as majorantes previstas no art.  226 se aplicam ao delito de
corrupção de menores.
A ação penal é pública incondicionada.
Por fim, segundo a Súmula 500/STJ, “a configuração do crime previsto no artigo 244-B do
Estatuto da Criança e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por
se tratar de delito formal”.

Satisfação de Lascívia mediante Presença de Criança ou Adolescente

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente


Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar,
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a  pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondente à violência.

O art. 218-A se subdivide em duas condutas distintas:

Diferentemente do artigo anterior (corrupção de menores), no art. 218-A o autor pode ter o ob-
jetivo tanto de satisfazer a lascívia de outrem quanto a sua própria.

É importante observar que, em razão do princípio da especialidade, induzir criança (menor


de 12 anos) a assistir filme pornográfico é delito tipificado no ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), em seu artigo 241-D, parágrafo único.

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Características

O delito do art. 218-A admite apenas a modalidade dolosa.


A tentativa é possível, e sua consumação ocorre quando o menor presencia o ato sexual.
As causas de aumento de pena previstas no art. 226 do CP, como de praxe, também se
aplicam ao delito do art. 218-A.
A ação penal é pública incondicionada.

Favorecimento da Prostituição ou de Outra Forma de Exploração Sexual de


Criança ou Adolescente ou de Vulnerável

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

Aqui temos a conduta daquele que submete, induz ou atrai menor de 18 anos para a prá-
tica de prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Também caracteriza o delito se o induzimento for praticado contra pessoa enferma ou
deficiente mental que não possui o discernimento necessário para a prática de tal ato.

Se a vítima for maior de 18 anos, configura-se o delito do art. 228 do CP (Favorecimento da


prostituição ou outra forma de exploração sexual).

Caraterísticas

Trata-se de delito que não admite a forma culposa.


É crime material, que se consuma quando a vítima efetivamente passa a se dedicar à
exploração sexual ou prostituição (quando praticado através dos verbos induzir, atrair e
facilitar).

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Se o delito for praticado na modalidade de impedir ou dificultar que a vítima abandone a


prática de prostituição, o delito se consumará no momento em que a vítima decidir deixar a
atividade e o autor agir para impedi-la de fazê-lo.

Observações

Por expressa previsão legal, se o autor praticar o delito com fins lucrativos, aplica-se tam-
bém a pena de multa.
As formas majoradas do art. 226 do CP também se aplicam ao delito em estudo.
A ação penal é pública incondicionada.

Condutas Equiparadas

São condutas equiparadas ao art. 218-B:

§ 2º Incorre nas mesmas penas:


I  – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas
no caput deste artigo.
§  3º Na hipótese do inciso II do §  2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

Merece especial atenção o parágrafo 3º, que prevê o efeito obrigatório de cassação da
licença de funcionamento do estabelecimento no qual se verifiquem as práticas do delito do
art. 218-B.

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RESUMO
Estatuto da Criança e do Adolescente

Conceitos Básicos

Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incom-
pletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Para o legislador brasileiro, o menor de 18 anos é sempre inimputável.
Não há imputabilidade nos atos praticados por crianças e adolescentes. E dessa forma,
eles não cometem crimes – mesmo que pratiquem atos típicos e ilícitos!

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Medidas Protetivas

As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos


reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;


II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

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Medidas Socioeducativas

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-


cente as seguintes medidas:

I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

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Privação de Liberdade

A criança não estará sujeita à nenhuma medida que possa lhe privar de sua liberdade ao
praticar um ato infracional.
Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:

V – inserção em regime de semiliberdade;


VI – internação em estabelecimento educacional.

Internação Provisória (Adolescente)

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.

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Internação Condenatória

Em nenhuma hipótese, ante a prática de qualquer ato infracional praticado pelo adoles-
cente, este será submetido a um período de internação superior a três anos.

Limite de Idade

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

Aos 21 anos, cessa o prazo limite para o cumprimento de eventual internação.


Com efeito, uma vez que o indivíduo completa 21 anos, cessa a possibilidade de aplicação
do ECA.
Para o STJ, o indivíduo completa 18 anos à meia noite do dia de seu aniversário!

Crimes Praticados contra a Criança e o Adolescente

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde


de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de ges-
tante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente.

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Art.  231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento.
Art.  234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão.
Art.  235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente pri-
vado de liberdade.
Art.  236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto.

Por força do princípio da especialidade, o art. 237 do ECA não se confunde com o delito de
subtração de incapazes previsto no art. 249 do Código Penal.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
Art.  241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

Conforme disposição condita no Informativo n. 532/STJ, a competência para processar e


julgar tal delito é da Justiça Federal.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou porno-
gráfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
forma de representação visual.

Cabe ressaltar que aquele que dá circulação, divulgação, publicidade ou armazenamento


de material simulado irá também incorrer no art. 241-C, através da conduta equiparada pre-
vista em seu parágrafo único.

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Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso.

É importante notar que o legislador se omitiu quanto ao ADOLESCENTE. Portanto, por


força do princípio da legalidade, este tipo penal só se aplica à conduta praticada em face de
vítima criança.

Art.  242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a  criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo.

Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma,
a  criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos compo-
nentes possam causar dependência física ou psíquica.
Art.  244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a  criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la.

A forma equiparada do delito criminaliza a conduta daquele que pratica a corrupção de


menores até mesmo por meios eletrônicos, tais como salas de bate-papo na internet.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FE-
DERAL) Com relação às infrações penais, julgue o próximo item.
Comete contravenção penal o comerciante que vende, fornece, serve, ministra ou entrega be-
bida alcoólica a criança ou a adolescente, conduta considerada, ainda, infração administrati-
va pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Questão 2 (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS TODOS OS CARGOS/NÍVEL INTERME-


DIÁRIO) No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz vinte e cinco anos,
a votação da redução da idade penal põe em discussão o tratamento dado a jovens infrato-
res. O tema divide o Judiciário. Para uns, a medida não inibirá a violência e pode incentivar o
recrutamento de crianças mais novas. Para outros, o  medo das consequências é essencial
para coibir crimes.

Cotidiano. In: Folha de S.Paulo, 12/7/2015, p. 6 (com adaptações)

Em relação ao assunto abordado nesse trecho, julgue o item que se segue.


Está previsto no ECA a internação de menores infratores por um período de, no máximo, três
anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o latrocínio e o estupro.

Questão 3 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Gerson, com vinte e um anos de


idade, e Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos em flagrante pela prática de crime.
Após regular tramitação de processo nos juízos competentes, Gerson foi condenado pela práti-
ca de extorsão mediante sequestro e Gilson, por cometimento de infração análoga a esse crime.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Gilson poderá ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como, por exemplo,
prestação de serviços à comunidade pelo prazo máximo de doze meses, liberdade assistida
por, no mínimo, um mês, ou a regime de semiliberdade.

Questão 4 (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Julgue os itens a seguir, tendo


como referência as disposições da Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n. 10.826/2003
e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n. 8.069/1990 (ECA).

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Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no ECA, não se faz necessá-
ria prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal.

Questão 5 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MATUTINA) Prometer ou efetivar


a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, é  crime previsto no
artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, classificado como próprio, sendo
admissível a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89, da lei n. 9.099/1995.

Questão 6 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Conforme jurisprudência consolidada


do STF e do STJ, para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto na Lei n.
8.069/1990, são necessárias provas de que a participação na prática do crime efetivamente
corrompeu o menor de dezoito anos de idade.

Questão 7 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O


ato de corromper menor de dezoito anos de idade ou de facilitar a sua corrupção para a práti-
ca de infração penal é considerado delito formal, cuja caracterização demanda a coautoria ou
participação de indivíduo maior de idade, majorando-se a pena caso o delito perpetrado em
decorrência da corrupção seja hediondo.

Questão 8 (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O ECA preconiza expressamente a res-


ponsabilidade penal do agente que adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, foto-
grafia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente, com a possibilidade de diminuição da pena, se for pe-
quena a quantidade do material apreendido, e  faculta ao juiz deixar de aplicar a sanção ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam
à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à sua
localização.

Questão 9 (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Se, após a regular apreensão de adoles-


cente, a autoridade policial responsável deixar de comunicar, imediatamente, o fato à autoridade

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judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, o delegado de


polícia, por ter a incumbência legal de ordenar a lavratura do auto de apreensão e demais
medidas dele decorrentes, será responsabilizado criminalmente por delito previsto no ECA.

Questão 10 (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O crime consistente na submissão de


criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangi-
mento, por ser crime próprio, somente pode ser praticado por agentes do Estado.

Questão 11 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/REGIONAL) Um agente de


polícia federal verificou que o adolescente Juliano havia acabado de adquirir 30 g de maconha
para seu consumo pessoal e que ele trazia consigo a droga. Nessa situação, seria ilícito que o
referido agente apreendesse Juliano em flagrante, porque adolescentes somente podem ser
apreendidos em flagrante pela prática de atos infracionais que envolvam violência ou ameaça
a terceiros.

Questão 12 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/ADAPTADA) Cor-


romper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou in-
duzindo-o a praticá-la, previsto no art. 244-B do ECA, realizável também por quaisquer meios
eletrônicos, inclusive sala de bate-papo na internet, é crime formal.

Questão 13 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) É cabível a


aplicação de medida socioeducativa de internação ao penalmente imputável com idade entre
dezoito e vinte e um anos e que era menor à época da prática do ato infracional.

Questão 14 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) Não há pra-


zo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA, sendo o limite fixado
de acordo com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias de vida do adolescente.

Questão 15 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Jeremias adquiriu


gratuitamente vídeo com cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade, para a satis-
fação de seus próprios desejos sexuais, sem expô-lo a terceiros. Nessa situação, Jeremias
praticou crime tipificado no ECA.

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Questão 16 (IESES/TJ-MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVIMEN-


TO/ADAPTADA) Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente é correto afirmar:
Considera-se criança, para os efeitos da Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos,
e adolescente entre doze e dezoito anos de idade.

Questão 17 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Os delitos previstos no ECA são todos de menor potencial ofensivo, de forma que
seguem o rito sumaríssimo previsto na Lei dos Juizados Especiais, aplicando-se a eles as
medidas despenalizadoras nela previstas.

Questão 18 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, prevendo-se, para alguns
deles, entretanto, a necessidade de representação do ofendido ou de seu representante legal.

Questão 19 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Segundo o ECA, o médico que, de forma culposa, deixar de identificar correta-
mente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto, praticará conduta típica.

Questão 20 (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) É penalmente típica a con-


duta de adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografa, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adoles-
cente, mesmo que de pequena quantidade o material adquirido, possuído ou armazenado.

Questão 21 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A internação pode ser


cumprida em estabelecimento prisional comum, desde que o adolescente permaneça sepa-
rado dos demais presos, se não existir na comarca entidade com as características definidas
em lei para tal finalidade.

Questão 22 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Em caso de flagrante da


prática de ato infracional, o adolescente não é prontamente liberado pela autoridade policial,
apesar do comparecimento dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua

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repercussão social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da or-
dem pública.

Questão 23 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Durante o período de inter-


nação, é  vedado à autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos
pais do adolescente.

Questão 24 (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/ADAPTADA) A internação constitui me-


dida privativa da liberdade que não comporta prazo determinado e só poderá ser aplicada
quando se tratar de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
por reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado
e injustificável da medida anteriormente imposta.

Questão 25 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/PROVA ANULADA/ADAPTADA)


Constituem crimes previstos no ECA os seguintes casos hipotéticos: (1) Ernesto, numa sala
de bate-papo na internet, sabendo que a interlocutora é uma criança, tenta aliciá-la a praticar
ato libidinoso; (2) Hugo, por puro prazer, recorta o rosto de um adolescente de uma fotografia
sem qualquer conotação sexual, e depois o insere, mediante colagem, numa imagem, ainda
que grosseira, que retrata uma orgia; (3) Edinho, sem qualquer interesse em contraprestação,
repassa, por e-mail, ao seu grupo de amigos, material pornográfico envolvendo adolescente.

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GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. C
5. C
6. E
7. C
8. E
9. C
10. E
11. E
12. C
13. C
14. E
15. C
16. C
17. E
18. E
19. C
20. C
21. E
22. C
23. E
24. C
25. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FE-
DERAL) Com relação às infrações penais, julgue o próximo item.
Comete contravenção penal o comerciante que vende, fornece, serve, ministra ou entrega be-
bida alcoólica a criança ou a adolescente, conduta considerada, ainda, infração administrati-
va pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Errado.
Nada disso! A conduta descrita pelo examinador é crime, nos termos do art. 243 do ECA:
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
forma, a  criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos
cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei
n. 13.106, de 2015)

Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Questão 2 (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS TODOS OS CARGOS/NÍVEL INTERME-


DIÁRIO) No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz vinte e cinco anos,
a votação da redução da idade penal põe em discussão o tratamento dado a jovens infrato-
res. O tema divide o Judiciário. Para uns, a medida não inibirá a violência e pode incentivar o
recrutamento de crianças mais novas. Para outros, o  medo das consequências é essencial
para coibir crimes.
Cotidiano. In: Folha de S.Paulo, 12/7/2015, p. 6 (com adaptações)
Em relação ao assunto abordado nesse trecho, julgue o item que se segue.
Está previsto no ECA a internação de menores infratores por um período de, no máximo, três
anos, exceto quando o crime for considerado hediondo, como o latrocínio e o estupro.

Errado.
Conforme estudamos, o limite máximo de três anos de internação aplicável aos menores infra-
tores não possui exceção. Mesmo se o menor cometer um crime hediondo, ainda assim estará
sujeito à mesma previsão legal.

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Questão 3 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Gerson, com vinte e um anos de


idade, e Gilson, com dezesseis anos de idade, foram presos em flagrante pela prática de crime.
Após regular tramitação de processo nos juízos competentes, Gerson foi condenado pela práti-
ca de extorsão mediante sequestro e Gilson, por cometimento de infração análoga a esse crime.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Gilson poderá ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como, por exemplo,
prestação de serviços à comunidade pelo prazo máximo de doze meses, liberdade assistida
por, no mínimo, um mês, ou a regime de semiliberdade.

Errado.
Questão boa – um pouco trabalhosa, e que requer uma boa leitura do ECA –, mas muito boa.
Gilson até poderia ser submetido a medidas socioeducativas de meio aberto, como a presta-
ção de serviços à comunidade e a liberdade assistida (a despeito da prática de um ato infra-
cional bastante grave).
Entretanto, o erro da questão está em fixar o prazo máximo de doze meses para a prestação
de serviços à comunidade (o prazo na verdade é de seis meses segundo o ECA) e de um mês
para a medida de liberdade assistida, cujo prazo mínimo é de seis meses:

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de in-


teresse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou gover-
namentais.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público
e o defensor.

Questão 4 (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Julgue os itens a seguir, tendo


como referência as disposições da Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas), da Lei n. 10.826/2003
e suas alterações (Estatuto do Desarmamento), e da Lei n. 8.069/1990 (ECA).
Para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto no ECA, não se faz necessá-
ria prova da efetiva corrupção do menor, uma vez que se trata de delito formal.

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Certo.
Exatamente! O delito de corrupção de menores tem o risco presumido. Não há a necessidade
de efetivamente corromper o menor para sua consumação.

Questão 5 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MATUTINA) Prometer ou efetivar


a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, é  crime previsto no
artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, classificado como próprio, sendo
admissível a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89, da lei n. 9.099/1995.

Certo.
Questão que extrapola o estudo da lei em comento, e que precisa ser complementada pelo
conhecimento da lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9.099/1995).
Dito isso, o delito realmente se enquadra no art. 238 do ECA, e possui pena mínima cominada
em abstrato de UM ano de reclusão.
E segundo o art.  89 da Lei n. 9.099/1995, quando a pena mínima cominada para o delito é
igual ou inferior a um ano, é cabível o instituto da suspensão condicional do processo.
É por esse motivo que a questão está correta!

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art.  89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o  Ministério Público, ao  oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

Questão 6 (CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) Conforme jurisprudência consolidada


do STF e do STJ, para a configuração do crime de corrupção de menores, previsto na Lei n.
8.069/1990, são necessárias provas de que a participação na prática do crime efetivamente
corrompeu o menor de dezoito anos de idade.

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Errado.
Negativo. Conforme estudamos, a configuração do delito de corrupção de menores não depen-
de da efetiva corrupção do menor. Trata-se de crime formal, e não material.

Questão 7 (CESPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O


ato de corromper menor de dezoito anos de idade ou de facilitar a sua corrupção para a práti-
ca de infração penal é considerado delito formal, cuja caracterização demanda a coautoria ou
participação de indivíduo maior de idade, majorando-se a pena caso o delito perpetrado em
decorrência da corrupção seja hediondo.

Certo.
Veja como essa questão despenca em provas de concursos, das mais variadas formas.
Como você já sabe, o delito de corrupção de menores realmente é formal. O examinador ape-
nas complementou a questão com a previsão contida no parágrafo 2º do delito em estudo:
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infra-
ção cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990.
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Questão 8 (CESPE/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) O ECA preconiza expressamente a res-


ponsabilidade penal do agente que adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
volvendo criança ou adolescente, com a possibilidade de diminuição da pena, se for pequena a
quantidade do material apreendido, e faculta ao juiz deixar de aplicar a sanção ou substituí-la,
a  qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à sua localização.

Errado.
O segredo da questão está na expressão o ECA preconiza expressamente.

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A possibilidade de diminuição de pena para o delito em estudo realmente existe.


O problema está em afirmar que se o autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, poderá o juiz deixar de aplicar a pena ou substituí-la. Tal instituto (colaboração
premiada0 não está previsto expressamente no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Questão 9 (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Se, após a regular apreensão de adoles-


cente, a autoridade policial responsável deixar de comunicar, imediatamente, o fato à autori-
dade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, o delegado
de polícia, por ter a incumbência legal de ordenar a lavratura do auto de apreensão e demais
medidas dele decorrentes, será responsabilizado criminalmente por delito previsto no ECA.

Certo.
Isso mesmo! É o que prevê o art. 231 do diploma legal:

Art.  231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Questão 10 (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O crime consistente na submissão de


criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangi-
mento, por ser crime próprio, somente pode ser praticado por agentes do Estado.

Errado.
Claro que não. O delito do art. 232 do ECA pode até ser considerado como crime próprio (para
parte da doutrina) entretanto não pode ser praticado apenas por agentes do Estado, como
afirmou o examinador.
Oras, os pais da criança possuem sua guarda e autoridade sobre ela, de modo que podem pra-
ticar o delito em estudo. Entretanto, veja que tais autores, naturalmente, não são agentes do
Estado – motivo pelo qual a assertiva está incorreta.

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Questão 11 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/REGIONAL) Um agente de po-


lícia federal verificou que o adolescente Juliano havia acabado de adquirir 30 g de maconha para
seu consumo pessoal e que ele trazia consigo a droga. Nessa situação, seria ilícito que o referido
agente apreendesse Juliano em flagrante, porque adolescentes somente podem ser apreendidos
em flagrante pela prática de atos infracionais que envolvam violência ou ameaça a terceiros.

Errado.
CESPE sendo CESPE. É claro que no caso em tela Juliano está em flagrante de ato infracional,
e pode ser apreendido regularmente.
Não há nenhuma restrição no ECA para que os adolescentes só sejam alcançados quando em
flagrante que envolva violência ou ameaça a terceiros. Se fosse o caso, tal previsão iria consti-
tuir verdadeiro salvo-conduto para a prática de crimes menores!

Questão 12 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/ADAPTADA) Cor-


romper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou in-
duzindo-o a praticá-la, previsto no art. 244-B do ECA, realizável também por quaisquer meios
eletrônicos, inclusive sala de bate-papo na internet, é crime formal.

Certo.
De novo essa questão, e mais uma vez você já sabe a resposta: O delito de corrupção de me-
nores é crime formal.
A única novidade aqui é a admissibilidade da prática da conduta por meios eletrônicos, pre-
vista expressamente no parágrafo 1º do art. 244-B:
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluí-
do pela Lei n. 12.015, de 2009)

Questão 13 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) É cabível a


aplicação de medida socioeducativa de internação ao penalmente imputável com idade entre
dezoito e vinte e um anos e que era menor à época da prática do ato infracional.

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Certo.
Com certeza. O ECA alcança, conforme estudamos, o indivíduo até que ele complete 21 anos.
Dessa forma, é  possível que um adolescente pratique um ato infracional e venha a cumprir
uma medida socioeducativa após ter completado 18 anos. Basta que ainda não tenha 21 anos
completos, que o ECA ainda o alcançará.

Questão 14 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/ADAPTADA) Não há pra-


zo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada pelo ECA, sendo o limite fixado
de acordo com a gravidade do ato infracional e as circunstâncias de vida do adolescente.

Errado.
Negativo, há, sim, prazo mínimo para o cumprimento da liberdade assistida fixada no ECA,
previsto no art. 118 do referido Estatuto:

ECA
Art. 118.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público
e o defensor.

Questão 15 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Jeremias adquiriu


gratuitamente vídeo com cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade, para a satis-
fação de seus próprios desejos sexuais, sem expô-lo a terceiros. Nessa situação, Jeremias
praticou crime tipificado no ECA.

Certo.
Isso mesmo. Jeremias praticou o delito do art. 241-B previsto no diploma legal em estudo:
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma
de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Questão 16 (IESES/TJ-MS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVIMEN-


TO/ADAPTADA) Quanto ao Estatuto da Criança e do Adolescente é correto afirmar:
Considera-se criança, para os efeitos da Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos,
e adolescente entre doze e dezoito anos de idade.

Certo.
Exatamente. Uma das questões mais simples dessa lista, extraída do art. 2º do ECA:

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-
tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Questão 17 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Os delitos previstos no ECA são todos de menor potencial ofensivo, de forma que
seguem o rito sumaríssimo previsto na Lei dos Juizados Especiais, aplicando-se a eles as
medidas despenalizadoras nela previstas.

Errado.
Negativo. Nem todos os crimes previstos no ECA são de menor potencial ofensivo, como por
exemplo o art. 240 do ECA, cuja pena máxima cominada é maior que dois anos.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Questão 18 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, prevendo-se, para alguns
deles, entretanto, a necessidade de representação do ofendido ou de seu representante legal.

Errado.
Não mesmo! Todos os crimes previstos no ECA são de ação penal pública incondicionada,
conforme preconiza o art. 227 da lei em estudo:

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada

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LEGISLAÇÃO
Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Douglas Vargas

Questão 19 (CESPE/TJ-BA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/


ADAPTADA) Segundo o ECA, o médico que, de forma culposa, deixar de identificar correta-
mente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto, praticará conduta típica.

Certo.
Isso mesmo. Nesse caso o médico pratica a conduta do art. 228 do ECA, para o qual há pre-
visão expressa de modalidade culposa:

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de


gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 des-
ta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, decla-
ração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.

Questão 20 (FEPESE/DPE-SC/DEFENSOR PÚBLICO/ADAPTADA) É penalmente típica a con-


duta de adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografa, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adoles-
cente, mesmo que de pequena quantidade o material adquirido, possuído ou armazenado.

Certo.
Com certeza. É o delito previsto no art. 241-B do ECA:
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma
de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Questão 21 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A internação pode ser


cumprida em estabelecimento prisional comum, desde que o adolescente permaneça sepa-
rado dos demais presos, se não existir na comarca entidade com as características definidas
em lei para tal finalidade.

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Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
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Errado.
Nada disso. A  internação deve ser cumprida em local exclusivo para adolescentes, nos ter-
mos do art. 123 do Estatuto:

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local dis-
tinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição
física e gravidade da infração.

Questão 22 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Em caso de flagrante da


prática de ato infracional, o adolescente não é prontamente liberado pela autoridade policial,
apesar do comparecimento dos pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua re-
percussão social, o adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da ordem
pública.

Certo.
Isso mesmo. A  não liberação do adolescente pela autoridade policial, embora excepcional,
é prevista no art. 174 do ECA, justamente nos moldes narrados pela assertiva:

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente libe-
rado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado-
lescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da
ordem pública.

Questão 23 (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) Durante o período de inter-


nação, é  vedado à autoridade judiciária ou policial suspender temporariamente a visita dos
pais do adolescente.

Errado.
Na verdade, existe sim a possibilidade de suspensão da visita dos pais, nos termos do art. 124,
parágrafo 2º, do ECA:

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Lei n. 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Douglas Vargas

Art. 124.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou res-
ponsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
lescente.

Questão 24 (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/ADAPTADA) A internação constitui me-


dida privativa da liberdade que não comporta prazo determinado e só poderá ser aplicada
quando se tratar de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
por reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado
e injustificável da medida anteriormente imposta.

Certo.
É isso mesmo. Questão extraída do art. 121 e 122 do diploma legal. Vejamos:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, median-
te decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

Questão 25 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/PROVA ANULADA/ADAPTADA)


Constituem crimes previstos no ECA os seguintes casos hipotéticos: (1) Ernesto, numa sala
de bate-papo na internet, sabendo que a interlocutora é uma criança, tenta aliciá-la a praticar
ato libidinoso; (2) Hugo, por puro prazer, recorta o rosto de um adolescente de uma fotografia
sem qualquer conotação sexual, e depois o insere, mediante colagem, numa imagem, ainda
que grosseira, que retrata uma orgia; (3) Edinho, sem qualquer interesse em contraprestação,
repassa, por e-mail, ao seu grupo de amigos, material pornográfico envolvendo adolescente.

Certo.
Isso mesmo! Vamos analisar caso a caso:

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1. Ernesto praticou a conduta tipifica do art. art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de


menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la.
2. Hugo praticou a conduta do art. art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles-
cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou mo-
dificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.
3. Edinho praticou a conduta do art. art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, dis-
tribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou por-
nográfica envolvendo criança ou adolescente.
Conforme apresentado, todas as condutas estão tipificas no ECA, motivo pelo qual o item está
correto!

Douglas de Araújo Vargas


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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