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Estatuto da
Criança e do
Adolescente
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Sumário
1. Conceito de Criança e Adolescente e Prioridades ....................................................... 5
2. Direitos Fundamentais.................................................................................................... 9
3. Guarda............................................................................................................................ 23
4. Tutela.............................................................................................................................. 28
5. Adoção ........................................................................................................................... 32
6. Prevenção ...................................................................................................................... 35
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Apresentação
Olá, caro (a) estudante!
O seu conteúdo foi criado com todo o rigor necessário para sua utilização como material
de apoio ao estudo para todas as pessoas que almejam prestar concursos e/ou realizar o
exame da ordem. Os conteúdos citam fontes confiáveis, atualizadas e completas sobre os
mais variados temas em Direito e foram elaborados por profissionais com experiência em
ensino e prática jurídica.
Também chamado pela sua abreviação, ECA, o referido estatuto dispõe no parágrafo
único do artigo 3º o conteúdo legal que demonstra a sua abrangência e aplicação, posto que
atinge, sem distinção, às crianças e adolescentes, independentemente de seu nascimento,
condição familiar ou econômica, idade, sexo, origem racial ou étnico, cor, religião ou crença,
ambiente social, naturalidade, residência ou comunidade a qual se encontrem.
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Isto posto, desenvolveu-se esta apostila cujo objetivo é estudar os conceitos da criança
e do adolescente, bem como assuntos pertinentes aos direitos fundamentais, guarda, tutela,
adoção, prevenção, política de atendimento, entidades e conselhos responsáveis, fundos dos
direitos, medidas pertinentes aos responsáveis e socioeducativas, acesso à justiça,
procedimentos, crimes e infrações, medidas de proteção e legislação inerente
Atenciosamente,
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1. Conceito de Criança e Adolescente e Prioridades
Neste sentido, cumpre anotar que a imputabilidade penal surge para os indivíduos aos 18
anos. Todavia, o parágrafo único do art. 2º do Estatuto supracitado, juntamente aos arts. 104
e 121, §§ 3º e 5º, prevê, excepcionalmente, a aplicação os dispositivos do ECA àqueles que
contam com mais de 18 anos de idade (até os 21 anos).
Neste sentido:
Ainda quanto ao presente conceito, temos a condição do nascituro, que não está
previsto expressamente no art. 2º do ECA, e, sendo assim, haveria dúvidas quanto à sua
proteção na referida legislação.
Porém, conforme bem aponta a doutrina majoritária, tal dúvida não pode perdurar, ou
mesmo se perpetuar, pois, mesmo que o referido artigo não faça menção ao nascituro, há o
tratamento específico quanto ao mesmo no art. 8º do ECA e, sendo assim, deferindo a esse
todos os direitos fundamentais aqui previstos.
Outra questão relevante que vem sido bastante discutida nos dias de hoje é a redução
da maioridade penal, a qual é altamente criticada pela doutrina protecionista, pois, afronta a
cláusula, diminuindo o campo de atuação do ECA, bem como de acordo com os elementos
fáticos apresentados pelo sistema prisional, não contribuirá para o atendimento e a
reabilitação do adolescente.
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Mapa Mental
Criança
Medidas de Proteção
CF
0 a 12 anos incompletos
ECA
Adolescente
Medidas Socioeducativas
12 a 18 anos incompletos
Condição de
desenvolvimento
Doutrina da Proteção do
CF proteção integral infanto
Coletividade
preventiva
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Referências Bibliográficas
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2. Direitos Fundamentais
Contudo, muitas vezes esses direitos não são atendidos de forma espontânea, tanto
pelos entes familiares, quanto pela sociedade ou pelo Estado (AMIN, 2019).
Não obstante, tais ações não devem especificar a maneira pela qual o Poder Público
atuará, pois é recorrente as alegações de impossibilidade jurídica, haja vista: STJ – REsp. n°
933974/RS; STJ – REsp n° 577836/SC; STJ – AgRg no REsp n° 752190/RS; STJ – REsp n°
869843/RS; STJ – REsp n° 937310/SP; STJ – AgRg no REsp n° 1075336 – RJ.
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Assim, as gestantes são destinatárias das políticas públicas, como preveem os arts.
201, 203 e 227, § 1 da CF, bem como o art. 8 e seguintes do ECA.
Todavia, cumpre registrar que em 2016 houve uma grande alteração decorrente da Lei
nº 13.257/2016, que se trata dos princípios e diretrizes para a formulação e a implementação
de políticas públicas para a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos
primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano.
Sendo assim, o art. 8º do ECA visa garantir à todas as mulheres o acesso aos
programas e as políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, e atendimento
pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), dentre
outros direitos:
[...]
[...]
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apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar
saudável, de forma contínua.
[...]
[...]
[...]
O art. 10 do ECA, por sua vez, estabelece uma série de obrigações que devem ser
cumpridas pelos hospitais, públicos e particulares, e casas de saúde, bem como o
atendimento integral à saúde das crianças e adolescentes contempla o atendimento
especializado a deficientes, atendimento odontológico e vacinação, inclusive (arts. 11, 12 e
14, ECA).
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Outro dispositivo de suma importância para efetivação desse direito encontra-se no art.
13, § 1º do mesmo estatuto, que obriga o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, uma vez
identificada a suspeita de maus tratos, relatar o ocorrido ao Conselho Tutelar, bem como
incidindo em pena de multa, caso deixe de proceder à referida comunicação (art. 245, ECA).
Caso não haver no município um Conselho Tutelar, o juiz deverá ser acionado (art. 262, ECA).
Por fim, se os maus tratos forem protagonizados pelos próprios pais, poderá haver
perda do poder familiar nos termos do art. 24 do ECA, considerando o disposto no art. 1.638,
I do Código Civil (CC), como segue:
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
[...]
O direito à liberdade, ao respeito e à dignidade tem como objetivo maior o amplo acesso
aos logradouros, espaços comunitários, direito de livre expressão, culto e ainda de brincar e
interagir dentro da sua condição, conforme os ditames do ECA.
Porém, esses direitos dispostos nos arts. 15 a 18 do referido estatuto, não são
absolutos, e por vezes sofrem nítida mitigação do poder familiar que busca a educação dos
filhos de maneira como eles entendem adequado.
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Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
Por fim, prevê o art. 18-B do ECA o encaminhamento adequado nos casos de
conformação da violação desse direito, vejamos:
V – advertência.
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2.3. Direito à Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Por fim, nos termos do art. 57 do Estatuto, cumpre aos dirigentes de estabelecimentos
de ensino fundamental comunicarem ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos
envolvendo seus alunos, reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares e elevados níveis de repetência. Tal situação busca efetivar a
responsabilidade da comunidade no acompanhamento de suas atribuições quanto a sua
participação no desenvolvimento do infanto.
O art. 60 do ECA foi revogado quando da nova redação do art. 7º, XXXIII da CF que
vetou o trabalho aos menores de 14 anos, ainda que na condição de aprendiz.
Não obstante a proteção ao trabalho dos adolescentes ser regulada por lei especial, a
matéria encontra disciplinada também nos arts. 62 a 67 do ECA, assegurando ao adolescente,
por exemplo:
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c) assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários;
d) respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento; e
e) capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Logo, podem ser contratados os jovens, caracterizados por aprendizes, cuja idade
compreende os 14 aos 24 anos, permitindo, porém, aos menores de 18 anos que assinem
recibo de pagamento de salário. Contudo, há de se observar que é vedada a quitação na
rescisão contratual sem a assistência dos pais ou responsáveis legais, conforme o art. 439 da
CLT.
Ademais, este tipo de contrato também possui algumas peculiaridades para sua
celebração, como é o caso da anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS),
a comprovação da matrícula e frequência à escola (caso ainda não tenha concluído o ensino
médio, a inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica (art. 4º do Decreto nº 5.598/2005) e o
direito a percepção de, pelo menos, um salário mínimo (art. 428 e parágrafos, da CLT).
O menor de 18 anos não poderá fazer horas extras, exceto por motivo de força maior ou
compensação de jornada de trabalho, sendo obrigatório o intervalo de 15 minutos entre o
término da jornada e as horas extras, conforme a redação do art. 413, parágrafo único da CLT.
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A extinção contratual ocorre quando chegar ao seu termo final, ou seja, 2 anos, ou quando
o aprendiz completar 24 anos de idade, salvo se o aprendiz for portador de deficiência, caso
em que a idade máxima e o caráter bienal do contrato não se aplicam, posto existir a proteção
prevista no art. 66 do ECA.
O contrato de aprendizagem também pode ser extinto, inclusive, de forma antecipada, nos
casos de desemprego insuficiente ou inadaptação do aprendiz, falta disciplinar grave,
ausência injustificada à escola e consequente perda do na letivo, ou ainda, a pedido do próprio
aprendiz (art. 433 da CLT).
Até 2016 o maior de 16 anos poderia ser contratado como empregado, desde que
respeitadas algumas restrições, como a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
(arts. 7º, XXXIII da CF e 405, I da CLT), sendo o trabalho noturno aquele que compreende as
22 e as 5 horas (art. 404 da CLT).
O ECA também veda ao menor de 18 anos de idade o trabalho cuja característica seja
penosa, ou seja, aquele que demanda esforço físico em excesso, situação em que se aplica
analogicamente o art. 390, parágrafo único da CLT que trata da proteção ao trabalho da
mulher.
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este tipo de trabalho, visto que há uma situação de vulnerabilidade do adolescente a toda
forma de abuso no ambiente laboral.
a) o princípio da isonomia: nos termos do art. 21 do ECA, o poder familiar será exercido
em igualdade de condições pelo pai e pela mãe, bem como em caso de discordância
que poderão recorrer à autoridade judiciária para solução de eventual conflito;
b) os deveres de pais: conforme muito bem aponta a doutrina, é um múnus público,
irrenunciável, inalienável, imprescritível e tem como base fundamental e elemento
nuclear o sustento, a guarda e a proteção material, bem como imaterial, ou seja,
econômica e afetiva, previsto tanto no art. 22 do ECA quanto no art. 229 da CF; e
c) a perda e a suspensão do poder familiar vêm disciplinadas no art. 24 do supracitado
estatuto, e somente poderá ser pronunciada judicialmente em procedimento
contraditório, nos termos dos arts. 155 a 163 do ECA.
Haverá perda ou suspensão do poder familiar nas hipóteses previstas pelo Código Civil,
em seus arts. 1.637 e 1.638, respectivamente, para suspensão e perda, ou no caso de
descumprimento reiterado das obrigações previstas no art. 22 do ECA.
Por fim, cumpre registrar que o art. 23 do referido estatuto destaca que a falta de recursos
materiais não é motivo suficiente para a retirada da criança e ou do adolescente da família.
Pois é o papel do Estado suprir as carências da família, com sustento, inclusive, participando
através da implementação das políticas públicas, da criação e educação das crianças e
adolescentes, fornecendo os meios necessários para garantia de seu pleno desenvolvimento.
Nesse sentido, encontram-se os arts. 86, 87, 88 e 92 do ECA.
Referido dispositivo atende ao disposto no art. 226 da CF, no que tange ao direito à criação
e educação no seio da família natural.
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Não obstante, a redação do art. 19 do ECA, cumpre registrar que a ideia de proteção da
criança e do adolescente no seu seio familiar natural foi reforçada pela denominada
vulgarmente “Lei da Adoção”.
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de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de
apadrinhamento de que fazem parte (§ 2º);
III) quanto às pessoas jurídicas que demonstrarem interesse, poderão
apadrinhar criança ou adolescente com o objetivo de colaborar para o seu
desenvolvimento (§ 2º);
IV) o perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado deverá ser definido
no âmbito de cada programa de apadrinhamento, priorizando cada criança
ou adolescente com a remota possibilidade de ser reinserida em família ou
colocada em família adotiva (§ 4º);
VIII. o art. 20 veda qualquer distinção entre filhos legítimos e adotados, tendo esta
prerrogativa a corroboração dos arts. 227, § 6º da CF, 1.596 do CC e 6º da Lei nº
8.560/92.
Mapa Mental
Direitos
Fundamentais
Poder familiar
Liberdade, Educação, Profissionalização e e convivência
Vida e Saúde respeito e cultura, esporte proteção no familiar e
dignidade e lazer trabalho comunitária
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Referências Bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Dos direitos fundamentais. MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Direito fundamental à convivência familiar.
Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Poder familiar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito
da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
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3. Guarda
Guarda é o direito-dever dos pais, ou de apenas um deles, em relação aos filhos, ou ainda
de terceiros, quando a detém, de prestar assistência material, moral e educacional à criança
e ao adolescente, obrando para que ele atinja a sua plenitude (art. 33 do ECA).
A guarda tem suas reminiscências no direito civil, como colocaria do poder familiar, bem
como gera para o guardião o dever ou responsabilidade no campo material, moral e
educacional (MACIEL, 2019), podendo ser oposta contra terceiros, inclusive, contra os
próprios pais (art. 1.566 do CC).
Estes permanecem com o direito eventual de visitação, bem como com o dever de prestar
assistência material como os alimentos. A guarda gera dependência para todos os fins,
inclusive os previdenciários (art. 33, § 1º do ECA).
Dois são os pontos relevantes do instituto da guarda: o primeiro deles é que a referida
medida pode ser considerada como regularização de posse de fato, ou seja, pode ser deferida
de forma emergencial na falta dos pais e dos representantes legais, por meio de processo
judicial; já o segundo aspecto, cumpre registrar que a implementação da guarda não extingui
o poder familiar, pois ambos podem ser conjugados concomitantemente, inclusive, com o
mantenimento da obrigação alimentar, quando houver guarda de terceiro (art. 33, § 4º, ECA).
Tal situação pode e deve ser utilizada para regularização da posse de estado de filho,
bem como não cabe nos procedimentos de adoção internacional;
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Referida hipótese se aplica fora dos casos de adoção e tutela, com o objetivo de atender
situações peculiares que, em regra, estão afastadas do convívio familiar, bem como não há
interesse de ninguém por sua adoção ou tutela, e a guarda é, muitas vezes, a solução possível
para que a criança e o adolescente viva no âmbito familiar e não em uma instituição.
I) definitiva ou permanente (art. 33, § 2º, ECA), que, geralmente concedida quando a
guarda é pleiteada por um parente próximo; ou
II) especial ou peculiar (art. 33, § 2º, ECA), que se assemelha ao direito de
representação; é uma guarda concedida para a prática de um ato determinado.
c) Guarda para suprir a falta eventual dos pais (art. 33, § 2º, ECA): tem caráter
eminentemente provisório desde que suprida à eventualidade, ou seja, é utilizada em
situações singulares de ausência dos pais, como por exemplo, uma viagem.
Então, em conformidade com o art. 32 do ECA, fica disposto que ao assumir a guarda ou
a tutela, o responsável deverá prestar compromisso de bem e desempenhar fielmente o seu
cargo, mediante o termo nos autos. Contudo, a decisão do juiz que deferir a guarda não faz
coisa julgada material, podendo, portanto, ser revista a qualquer momento. Tanto é assim que
a mesma decisão poderá ser concedida liminarmente, ou incidentalmente em procedimentos
de tutela ou adoção (TAVARES, 2019).
Por fim, a extinção da guarda somente poderá ser revogada mediante ato judicial
fundamentado, ouvido o Ministério Público, sempre tendo como preocupação o bem do menor,
pois a decisão que defere a guarda não faz coisa julgada material (art. 35, ECA).
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Sendo assim, podendo ser revogada a qualquer tempo, por decisão judicial fundamentada,
no interesse da criança e do adolescente, a revogação pode se dar nos mesmos autos em
que ela foi concedida e pode requerer quem tenha legítimo interesse ou mesmo o Ministério
Público (MACIEL, 2019).
Logo, sendo a guarda exercida de forma compatível com o poder familiar, haverá direito
9dever) de visitas e de alimentos (art. 33, § 4, ECA). A guarda subsidiária vem disciplinada
pelo art. 34 do ECA.
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Mapa Mental
Material
Assistência Moral
Educacional
Dos pais
GUARDA
Direito-dever
De terceiros (quando
detém a guarda)
Provisória
definitiva ou
permanente
Situações Peculiares
especial ou peculiar
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Referências Bibliográficas
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Guarda. Curso de Direito da Criança e do
Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Poder familiar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito
da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. As medidas pertinentes aos pais, responsáveis ou outras pessoas
encarregadas do cuidado de crianças e adolescentes. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
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4. Tutela
É um instituto eminentemente decorrente do Direito Civil que pode ser conceituado como
poderes decorrentes de uma decisão judicial para reger a pessoa do incapaz (até 18 anos),
bem como para administrar seus bens. Desta forma, a tutela se destina a suprir o poder
familiar oriundo da perda ou suspensão do poder familiar (MACIEL, 2019).
A finalidade da tutela é dupla, ou seja, tanto protege a pessoa do incapaz, como também
administra os bens decorrentes do patrimônio deste, sendo que, em decorrência do exposto,
uma vez sendo solicitada a prestação de contas, esta deverá ser apresentada, aplicando-se
a tutela do regramento previsto entre os arts. 1.728 a 1.766 do CC, pois o ECA não
regulamentou a mesma de forma adequada.
Nos termos do art. 1.728 do CC, podem ser postos sob tutela os filhos, nas seguintes
situações:
São espécies de tutela: a testamentária (art. 1.729 do CC); a legítima (art. 1.731 do
CC); a dativa (art. 1.732 do CC), bem como a de menores abandonados (art. 1.723 do CC).
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Quanto à capacidade para exercer a tutela, todos aqueles que possuem capacidade
civil plena, poderá fazê-la, porém, não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso
a exerçam as atividades previstas no art. 1.735 do CC.
Por fim, o exercício da tutela está regulamentado entre os arts. 1.740 a 1.742 do CC,
que atribui ao tutor as diversas responsabilidades. Porém, o princípio que deve ser observado
é o binômio proteção patrimonial e moral, que permeia todo o encargo do tutor.
Importante frisar, por derradeiro, que uma das atribuições fundamentais está prevista no art.
1.756 do CC, posto estabelecer que, ao findar-se cada ano de administração, os tutores
deverão ser submetidos ao juiz e encaminhar-lhe o balanço respectivo ao período, que, após
aprovação, será anexado aos autos do inventário.
Por fim, damos continuidade às observações aos dispositivos do ECA, cujo conteúdo
segue, in verbis:
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I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
Vale observar que, por derradeiro, em relação ao art. 84, supramencionado, o art. 85
do ECA determina que, se não houver previamente uma autorização judicial expressa,
permitindo que a criança ou adolescente nascido em território nacional, nenhuma delas poderá
sair, em qualquer hipótese, do País, seja em companhia de estrangeiro residente ou
domiciliado no exterior.
Mapa Mental
Tutela
Falecimento dos
Decisão judicial
pais
Proteção do
Pais ausentes
incapaz
Recém-nascidos
expostos
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Referências Bibliográficas
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Poder familiar. Curso de Direito da Criança e
do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Tutela. In; MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da
Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
SANTOS, Ângela Maria Silveira dos. Prevenção. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
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5. Adoção
Nos termos do apregoado pela doutrina majoritária, a adoção sofreu uma grande evolução
nas últimas décadas, tempo em que originalmente servia somente para realocar o infanto até
quando houver a possibilidade de mantenimento deste pela família natural.
Isto posto, e em conformidade com o art. 39, § 1º do ECA, a adoção é uma medida
excepcional e é irrevogável, à qual se deve recorrer somente quando forem esgotados todos
os recursos de manutenção da criança, o que significa dizer que, reitera-se o entendimento
da prevalência do infanto no ambiente familiar natural, assim como também se confirma a
impossibilidade de retomada do status quo ante, haja vista ter sido transitado em julgado o
procedimento do processo de adoção (MACIEL, 2019).
Por fim, não obstante haver para os presentes requisitos específicos, cumpre registrar que,
os aspectos gerais de colocação em família substituta não são descartados, na medida em
que essa família não será deferida nos termos do art. 29 do ECA (MACIEL, 2019).
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Mapa Mental
Irrevogável
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Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Adoção. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Poder familiar. Curso de Direito da Criança e
do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Regras gerais do procedimento de colocação em família substituta. In: MACIEL, Kátia
Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo:
Saraiva, 2019.
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6. Prevenção
Nos termos do art. 70 do ECA, todos devem prevenir a ocorrência de qualquer tipo de
ameaça ou violação dos direitos pertinentes à criança e ao adolescente. Todavia, há ainda a
prevenção especial quanto à informação, à cultura, ao lazer, aos esportes, às diversões e aos
espetáculos, como vermos a seguir (SANTOS, 2019).
O art. 75 do mesmo estatuto determina que toda a criança ou adolescente deverá ter
acesso às diversões e espetáculos públicos, desde que classificados em conformidade com
a adequação de sua faixa etária.
Acrescenta-se ainda que as crianças com idade inferior a 10 anos poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou exibição, somente quando estiverem
acompanhadas dos pais ou dos responsáveis (TAVARES, 2019).
Cabe observar aqui que a criança tem direito constitucional e garantias pelo estatuto, com
fundamento em pilares básicos, já mencionados anteriormente, ou seja: são sujeitos de direito;
se encontram em condição de pessoa em desenvolvimento, portanto, dispostos à uma
legislação especial; e possuem absoluta prioridade na garantia de seus direitos, sobretudo, os
fundamentais (AMIN, 2019).
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vídeo, deverão estar atentos e tomar as devidas cautelas para que não haja venda ou locação
em desacordo com o limite classificatório atribuído pelo órgão competente. Tais meios de
reprodução deverão exibir em seu invólucro, as devidas informações acerca da natureza da
obra e faixa etária a que se destinam.
Um ponto a ser observado quanto a esse dispositivo é o fato de que, atualmente, é rara a
utilização de fitas para reprodução de gravações por ser um recurso ultrapassado. Logo, por
analogia, servirá o disposto para as atuais mídias ou redes sociais, meios pelos quais são
reproduzidas as gravações exploratórias de programações em vídeo.
Por fim, o art. 80 do ECA dispõe que os responsáveis pelos estabelecimentos que
objetivam explorar comercialmente jogos como bilhar, sinuca ou congênere, ou ainda, por
casas de jogos, entendendo-se aquelas que realizem qualquer tipo de aposta, deverão cuidar
para que não se permita a entrada, muito menos a permanência de crianças e de adolescentes
no local, devendo ainda, afixar o aviso para orientar ao público sobre a medida.
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Mapa Mental
Da ameaça à
criança e
Regulamentação adolescente
Prevenção pelo Poder
Público De violação aos
direitos da
criança e
adolescente
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Referências Bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
SANTOS, Ângela Maria Silveira dos, Prevenção. MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. As medidas de proteção. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
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7. Política de Atendimento
Regulamentada pelos arts. 86 a 89 do ECA, a política de atendimento trata da coordenação
das ações dos entes governamentais e das organizações não-governamentais para o
atendimento às crianças e aos adolescentes (art. 86).
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Sendo assim, tem-se como orientação à política de atendimento o seguinte rol, in verbis:
I – municipalização do atendimento;
Nota-se que o legislador federal estabeleceu a norma constante no ECA de forma que
haja articulação de atividades de atendimento voltadas às crianças e aos adolescentes
incumbido ao Estado e a sociedade (TAVARES, 2019).
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Ademais, o conjunto de dispositivos dedicados à política de atendimento também
abarca as ações e as instruções que direcionam a todos os envolvidos neste processo, para
que, ao final, se obtenha um rol de funções que alcancem e supram ao máximo as
necessidades das crianças e adolescentes.
Cabe lembrar que a política de atendimento à criança e adolescente tem por base
fundamental o respeito aos princípios normativos presentes na Constituição Federal, que trata
da dignidade da pessoa humana, “reconhecendo cada indivíduo como centro autônomo de
direitos e valores essenciais à sua realização plena como pessoa” (AMIN, 2019).
Deve-se considerar também os princípios que orientam ao próprio estatuto, posto que tratam
da prioridade absoluta, do superior interesse e da municipalização, conceituados da seguinte
forma (AMIN, 2019):
superior interesse: este é o princípio que norteia os atos direcionados à toda criança
e adolescente na preservação de suas necessidades como prioridade, inclusive,
quando dos casos de litígios familiares, à luz da legislação nacional;
municipalização: em se tratando de garantias fundamentais, este é o princípio que
não está relacionado diretamente àquelas específicas da criança e do adolescente,
porém, é o princípio pilar que norteia as políticas de atendimento específicas e
constantes no ECA, cujo objetivo é responsabilizar aos entes federativos e à União
quanto a disciplina das normas gerais e coordenativas dos programas em tela.
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Vale destacar que a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, pautados no
princípio da proteção integral, reconhece os direitos fundamentais da criança e do adolescente
constantes no art. 227 de nossa CF, como mencionado anteriormente, e do ECA.
Mapa Mental
Governamentais
Entes
Não-
governamentais
POLÍTICA DE
ATENDIMENTO Prioridade
absoluta
Municipalização
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Referências Bibliográficas
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
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8. Conselhos da Criança e do Adolescente
Conforme o art. 88, II do ECA, os Conselhos da Criança e do Adolescente são os “órgãos
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular
paritária, por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e
municipais”.
Ainda que haja tais vínculos, os conselhos são autônomos para desempenhar as suas
atividades bem como para acionar os Conselhos Tutelares, Delegacias de Proteção Especial,
bem como o Ministério Público, a Defensoria Pública e os Juizados Especiais pertinentes,
destinados à proteção da criança e do adolescente.
Vale lembrar que o Conselho Tutelar é um órgão de cujos poderes possuem características
de autonomia, porém, não se trata de total independência, ausência restritiva ou controladora,
posto que seus mecanismos legais de cunho fiscalizatório, trata das questões de mérito nas
suas decisões e trata da atuação individual de seus membros (TAVARES, 2019).
Pelo exposto e com base no art. 89 do estatuto, descreve-se a função dos membros dos
conselhos de fundamental interesse público, in verbis: “A função de membro do conselho
nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é
considerada de interesse público relevante e não será remunerada”.
44
representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como também não pode o Ministério
Público (BORDALLO, 2019).
Por fim, é de extrema importância destacar que, à luz da legislação nacional, seja
estabelecida de forma plena a política de atendimento à criança e ao adolescente com vistas
a garantir que todos os direitos constantes da nossa Carta Maior, em seu art. 227, seja
aplicado. Cabe aqui repetir o texto constitucional em tela:
45
Mapa Mental
CONSELHO DA
CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Criança e
adolescente
Políticas públicas
46
Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Ministério Público. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. O conselho tutelar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Os conselhos dos direitos da criança e do adolescente. In: MACIEL, Kátia Regina
Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva,
2019.
47
9. Fundos Nacional, Estadual, Distrital e Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente
Com fulcro ao art. 260 do ECA, os Fundos Nacional, Estadual, Distrital e Municipal de
atenção às crianças e aos adolescentes são mecanismos públicos que organizam e
descentralizam o orçamento pertinente às entidades públicas que atuam com vistas a manter
a clareza quanto ao destino dos recursos públicos.
O principal objetivo dos referidos fundos públicos é administrar as finanças e destinar aos
projetos que atuem nas garantias promocionais, protetivas e defensivas do direito da criança
e do adolescente.
A caracterização específica destes fundos se dá pelo fato de que parte dos recursos
financeiros advindos do Poder Público são administrados de forma distinta aos demais
recursos, tendo em vista que, a regra é ingressar para os cofres públicos por uma única via
que é a Fazenda Pública. Esta, por sua vez, está incumbida de distribuir os valores em
conformidade com o grau de prioridade governamental.
Sendo assim, para o caso do FIA, sendo receita de fundos especiais, eles possuem sua
própria conta e tem somente a permissão para aplicar tais valores naquilo que trata de bens
ou serviços determinados antecipadamente e especificamente para esse fim, desde que
deliberadas pelos Conselhos de Direitos de seus respectivos governos, ou seja: “Os fundos
especiais têm como fundamento a necessidade de tornar certa a destinação de recursos
financeiros para áreas entendidas como de especial relevância, e ainda facilitar a captação e,
de certo modo, a aplicação destes recursos” (TAVARES, 2019).
Em outros termos, isto significa dizer que o art. 88, II, parte final do ECA dispõe sobre os
atos deliberativos dos Conselhos de direito, bem como o controle das políticas públicas dos
48
governos pertinentes aos atos que incluem a administração dos fundos públicos. É como se
vê:
[...]
[...]
Isto posto, cabe frisar que as ações determinadas pela legislação e destinadas aos
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente com vistas ao controle da política de
atendimento possuem duas características, ou seja, tem responsabilidade gestacional dos
49
referidos fundos públicos e, na seara Municipal, o registro das entidades de atendimento ao
público infanto-juvenil de caráter não governamental, bem como a inscrição dos programas
estabelecidos no ECA, em seu art. 90, in verbis:
IV – acolhimento institucional;
VI – liberdade assistida;
VII – semiliberdade; e
VIII – internação.
[...]
50
Já a gestão dos fundos é de competência exclusiva dos conselhos de direito, em
conformidade com os arts. 88, IV, 214, 260 e 260-I do ECA, posto que, como dito
anteriormente, trata-se de órgãos de poder deliberativo e controlador das ações políticas de
atendimento, como se vê:
[...]
[...]
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos
Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
[...]
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais,
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto
de renda, obedecidos os seguintes limites:
[...]
51
V – o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto
atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
Assim, no que diz respeito às atribuições da gestão dos Fundos dos Direitos da Criança
e do Adolescente, temos como principais as seguintes:
Juntamente aos referidos planos, é importante que se tenha o controle da perfeita sintonia
e execução do plano de ação, bem como a utilização dos recursos financeiros destinados para
estes fins, bem como a efetividade dos programas e projetos para os quais o planejamento se
propôs.
Em suma, vale frisar que os Conselhos de Direito deverão organizar o controle das
atividades pertinentes aos Fundos mediante a solicitação de prestação de contas periódicas,
bem como realizar os diagnósticos acerca do andamento e execução dos programas e
projetos constantes dos planos de ação e respectivas fiscalizações para que as medidas
cabíveis sejam tomadas ao serem constatadas as irregularidades.
52
Mapa Mental
Entes federativos
Conselhos de Direitos da
Criança e do
Adolescente
Fiscalização
Judiciário
Ministério Público
Conselhos Tutelares
Deliberações e Descentralização
Gestão dos Fundos
metodologia orçamentária
53
Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. O Poder Judiciário. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. Os conselhos dos direitos da criança e do adolescente. In: MACIEL, Kátia Regina
Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva,
2019.
54
10. Entidades de Atendimento
Isto significa dizer que, o atendimento voltado a essas crianças e esses adolescentes
é decorrente de suas necessidades pelas condições específicas de vulnerabilidade, seja por
conta da ação ou da omissão social ou Estatal, como também pode ser decorrente da
ausência, omissão ou do abuso de seus pais ou responsáveis.
Assim, estas entidades são responsáveis, inclusive, pelas unidades as quais planejam
e executam os programas protetivos e socioeducativos estabelecidos pelos planos de ação
55
dos conselhos respectivos às crianças e aos adolescentes em condições diversas, arroladas
no art. 90 do estatuto, in verbis:
IV – acolhimento institucional;
VI – liberdade assistida;
VII – semiliberdade;
VIII – internação.
Para tais realizações, o ECA distribui as ações das referidas entidades, seja de cunho
governamental ou não governamental, mediante o estabelecimento de normas dispostas nos
arts. 90 e seguintes.
Por fim, vale destacar que a exceção da possibilidade do registro aos programas de
atendimento dependerá das entidades de cunho não governamentais em cumprirem os
56
requisitos padronizados e estabelecidos em lei. Isto significa dizer que, as entidades não
governamentais deverão estar de acordo com o padrão de higiene, salubridade, segurança e
habitação.
Mapa Mental
ENTIDADES DE
ATENDIMENTO
Ações
Crianças e
governamentais e
Adolescentes
não governamentais
Violação de seus
Vulnerabilidade Medidas protetivas
direitos
Ausência, omissão ou
abuso dos pais ou
responsável
57
Referências Bibliográficas
RAMOS, Bianca Mota de Moraes Helane Vieira. A prática de ato infracional. A política de
atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança
e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. As medidas de proteção. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso
de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
58
11. Conselho Tutelar
a) permanência;
b) autonomia: no âmbito administrativo, não está vinculado a ninguém; o
judiciário terá controle sobre tudo, podendo realizar revisão no âmbito
judicial;
c) órgão não jurisdicional: tem função executiva.
Quando uma comarca não possui Conselho Tutelar, suas funções são desenvolvidas
pelo juiz da Infância e da Juventude (art. 262 da ECA).
Em relação à natureza, afirmamos que os atos do Conselho Tutelar são proferidos por
um colegiado, de natureza administrativa, guardando, portanto, os mesmos atributos deste.
Devido à sua função pública, estão sujeitos à Lei de Improbidade Administrativa (nº 8.429/92)
e aos princípios da administração previstos no art. 37, caput da CF. esta ideia é abrigada pelo
art. 135 do ECA.
O conselho será composto por cinco membros, que poderão ser reconduzidos uma vez,
bem como o mandato é de três anos. O processo de escolha deve ser democrático, sob pena
de contrariar a sua própria origem (art. 132 do ECA).
59
O art. 133 do estatuto supramencionado fixa os requisitos mínimos, quais sejam:
a) 21 anos de idade;
b) residência no município;
c) idoneidade moral.
Os impedimentos, por sua vez, estão no art. 140 do ECA, bem como a questão da
remuneração é tratada no art. 134 do estatuto.
A implantação de Conselho Tutelar pode ser objeto de ação civil pública (BORDALLO,
2019). Tal ação não pode, todavia, conter pedido no tocante à forma de funcionamento do
Conselho Tutelar. Se a lei municipal que determinar o funcionamento do Conselho Tutelar for
inconstitucional, deve ser remetido ao Procurador Geral de Justiça (PGJ) para que este
ingresse com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN).
Isto posto, nos termos do art. 131 do ECA, “O conselho Tutelar é órgão permanente e
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.”.
A desjudicialização não é absoluta, eis que será possível, a pedido de quem tenha legítimo
interesse, a revisão judicial das medidas aplicadas pelo Conselho Tutelar. Sendo vedada a
revisão ex ofício pelo juiz.
As ideias de funções estão elencadas no art. 136 do ECA, sendo que, além da atividade
fiscalizatória, poderá ainda requerer certidões de óbito, bem como ter serviços essenciais de
natureza pública como saúde e educação.
60
Vale destacar o art. 132 do ECA, in verbis:
61
Mapa Mental
Conselho Tutelar
Órgão não
Princípios
jurisdicional
Zela pelos
direitos da Fiscaliza
Âmbito criança instituições
Permanência Autonomia Desjudicialização
municipal de
e do atendimento
adolescente
62
Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Ação civil pública. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. O conselho tutelar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
63
12. Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsáveis
Com o intuito de garantir a proteção à criança e ao adolescente, ainda que se saiba das
condições em que estes podem se encontrar quanto ao ambiente familiar ou social, foram
estabelecidas normas das quais, mediante a sistematização institucional, medidas pertinentes
aos pais ou responsáveis.
VII – advertência;
IX – destituição da tutela;
As circunstâncias das quais envolvem tais medidas são específicas e por ter o principal
objetivo de garantir a proteção integral da criança e do adolescente (AMIN, 2019), não
somente o estatuto, mas também os programas são direcionados também aos pais e
responsáveis, posto que são instituídos meios de inclusão, auxílio, orientação, bem como
64
tratamento e orientação para que haja a possibilidade de retomar suas atividades e
restabelecer o ambiente familiar ou social.
Contudo, cabe destacar que, não somente as medidas tratam das necessidades das
crianças e adolescentes em assistência aos pais e responsáveis, como também impõe a
obrigação destes, sob pena de incorrer em infração administrativa, inclusive quanto a
reincidência do ato, em conformidade com o art. 249 do ECA, que estabelece:
V – advertência.
Com isto posto, conclui-se que o ECA, à luz dos princípios constitucionais norteadores
de toda a proteção à criança e ao adolescente, bem como a assistência e o cuidado aos seus
pais ou responsáveis, visa garantir que as medidas analisadas tenham eficácia e os infanto-
juvenis tenham preservada a sua integridade.
66
Mapa Mental
Medidas aplicáveis
Advertência
67
Referências Bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. As medidas pertinentes aos pais, responsáveis ou outras pessoas
encarregadas do cuidado de criança e adolescente. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. O Conselho Tutelar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de
Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
68
13. Ato Infracional
O termo “menor”, estigmatizado, não foi mais utilizado. Logo, a lei conceitua
tecnicamente “criança e adolescente”, conforme o art. 2º do ECA. Como dito anteriormente,
criança é a pessoa com idade máxima de 12 anos incompletos e adolescente é a pessoa com
idade entre 12 e 18 anos incompletos (AMIN, 2019).
Para os efeitos do ato infracional, nos termos do parágrafo único do art. 104 do
supracitado estatuto, considera-se a idade ao tempo do fato. Toma-se por exemplo: praticada
a conduta com 11 anos de idade, mesmo que o indivíduo já tenha completado 12 anos, será,
então, atendido como criança e não será submetido a medidas socioeducativas; o mesmo vai
ocorrer com o adolescente.
O ECA, nos casos expressos em lei, também se aplica na proteção de adultos entre 18
a 21 anos de idade, nos termos do parágrafo único do art. 2º do ECA.
O parágrafo único do art. 104 do ECA deixa clara a adoção da teoria da atividade para
o tempo do crime. Desta forma, considera-se praticado o ato infracional na data do fato.
69
Pende controvérsia na doutrina sobre a existência ou não no ECA de um verdadeiro
direito penal juvenil, eis que o ato infracional se assemelha às infrações penais e às medidas
socioeducativas, aplicáveis somente à adolescentes, assemelham-se às penas criminais (art.
112 do ECA), bem como o procedimento de apuração do ato praticado pelo adolescente, em
muito se parece a um verdadeiro processo penal.
De outro lado, há quem sustente o translado de normas penais para o ECA, não
descaracterizando sua natureza especial socioeducativa que visa não somente apurar o que
o adolescente fez e puni-lo, mas, sobretudo, lhe dar o conteúdo educativo necessário para
que ele não repita o ato.
Trata-se do direito previsto no ECA em seus arts. 106 a 109, 171 a 190, direcionado à
infrator adolescente, que em suma, determinam o que será visto a seguir.
Pelo art. 106 o adolescente tem direito à liberdade, exceto se por ato infracional
praticado, houver flagrante ou quando o juiz competente determinar sua restrição. Isto porque
o direito constitucional previsto no art. 5º, LXI, prevalece quanto ao direito de ir e vir.
Acrescenta-se, ainda, que o infrator adolescente tem o direito de ter o acompanhamento pelos
seus responsáveis que também devem estar ao par de todas as condições legais disponíveis,
conforme o art. 5º, LXIII e LXIV da CF.
Assim, qualquer ato que restrinja a liberdade do adolescente infrator deverá seguir à
luz dos princípios da brevidade, da excepcionalidade e respeito às condições específicas do
adolescente enquanto um indivíduo em fase de desenvolvimento.
Previstas nos arts. 110 e 111 do ECA, trata-se da determinação legal de que o
adolescente deva ter seus direitos respeitados no que diz respeito à privação de sua liberdade
mediante o processo legal, bem como procedimentos probatórios, implementação de medidas
socioeducativas e defesa por profissional habilitado (art. 227, § 3º, IV, CF).
Por fim, o adolescente autor de ato infracional tem o direito de ter acompanhamento e
presença de seus responsáveis em qualquer momento processual, posto que o objetivo aqui
é o apoio familiar como parte da medida socioeducativa.
71
Mapa Mental
Ato
infracional
Crime Legalidade
Contravenção penal
Tipicidade
72
Referências Bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
MORAES, Bianca Mota de; RAMOS, Helane Vieira. A prática de ato infracional. In: MACIEL,
Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São
Paulo: Saraiva, 2019.
RAMOS, Bianca Mota de Moraes Helane Vieira. A prática de ato infracional. In: MACIEL, Kátia
Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo:
Saraiva, 2019.
73
14. Medidas Socioeducativas
As medidas socioeducativas são aquelas elencadas no art. 112, I a VI do ECA, cuja
natureza jurídica é mista, devido ao seguinte: são aflitivas, mas, na essência, encerram um
verdadeiro processo pedagógico; tem característica retributiva porque é a resposta
proporcional do Estado frente ao ato de desvalor social que representa o ato infracional
(MORAES; RAMOS, 2019).
Isto posto, cabe enfatizar os pressupostos e os critérios gerais para a aplicação das
medidas socioeducativas.
Trata-se de medida que será sempre aplicada pelo juiz (Súmula nº 108 do STJ) e
pressupõe a prova da autoria e da materialidade do ato infracional, salvo nos casos de
remissão e no caso da medida de advertência, que se contenta com meros indícios de autoria
e prova da materialidade.
No tocante à competência, a Súmula nº 108 do STJ determina que seja sempre do juiz.
Na remissão, o membro do MP só não pode aplicar medida que leve à privação da liberdade
(art. 127 do ECA). Ainda assim, não vai contra a referida súmula, pois o art. 181 impõe a
homologação da remissão pelo juiz.
74
14.1. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
Isto significa dizer que, diante do art. 87, III a VII do ECA, as ações específicas a serem
implementadas com respeito às peculiaridades do adolescente e pautados na legislação, o
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) trabalha em conjunto com o
Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com o
objetivo de operar as políticas públicas de saúde, assistência social e cuidados ao adolescente
autor de atos infracionais (TAVARES, 2019).
14.2. Advertência
A medida de advertência está regulamentada pelos arts. 114 e 115 do ECA e se trata
da admoestação verbal do adolescente, reduzida a termo no processo, devendo ser aplicada
pelo juiz diretamente ao adolescente.
A referida obrigação é determinada pelo art. 116 do ECA. Trata-se do instituto aplicável
quando o ato infracional gerar prejuízo ao ofendido. Dever real sobre o adolescente, e no caso
de impossibilidade de aplicação, outra medida deve ser escolhida. O ofendido sempre terá a
possibilidade de buscar integração dos seus prejuízos na seara cível.
Vale observar que não pode a prestação interferir no horário escolar ou prejudicar a
atividade laborativa do adolescente. As tarefas não podem ser cumpridas em condições de
insalubridade, periculosidade, penosidade ou durante o período noturno, em interpretação
analógica com as restrições do trabalho do adolescente.
Regulamentada pelo art. 117 do ECA, esta medida tem como característica o fato de o
adolescente ser acompanhado e auxiliado pelo período mínimo de 6 meses por pessoa
75
designada pelo juiz, denominado orientador de liberdade assistida, cujas funções estão
previstas no art. 119 do mesmo instituto que trata da educação, promoção social e a inversão
no mercado de trabalho.
14.7. Internação
A internação é a medida regulada pelo art. 121 do ECA e se trata de medida privativa
de liberdade. Todavia, é permitida a realização de tarefas externas e se o juiz quiser vedá-las,
deverá decidir expressamente.
Isto posto, cabe aqui destacar que a internação é regida por três princípios, quais sejam:
a) brevidade;
b) excepcionalidade; e
c) condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
76
Não há prazo mínimo para a internação, devendo ser reavaliada a situação do menor
a cada 6 meses. Todavia, o ECA estipula o prazo máximo determinando que não pode
ultrapassar 3 anos, sendo compulsória a liberação aos 21 anos.
O período de 3 anos se inicia com a sentença condenatória e nele deve ser computado o
tempo de eventual internação provisória. Mesmo cumpridos os 3 anos, se sobrevier nova
sentença condenatória, é possível que haja nova internação.
o inciso I do art. 122 do ECA trata do ato infracional praticado com violência ou grave
ameaça contra a pessoa. Toma-se como exemplo: roubo (art. 157 do CP), homicídio (art. 121
do CP), estupro etc.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) aplicou internação em alguns casos de tráfico
de drogas, contudo, tais decisões foram cassadas pelo STJ por falta de adequação com o
dispositivo em estudo e ofensa aos princípios da legalidade e da excepcionalidade.
O inciso II do art. 122 do ECA verifica a reiteração na prática de outros atos infracionais
graves. Outros atos infracionais graves para a doutrina são os crimes punidos com reclusão,
praticados sem violência ou grave ameaça contra a pessoa. Toma-se como exemplo: tráfico
de drogas, porte ilegal de arma, furto, receptação etc.
77
Para parte da doutrina, reiteração é o mesmo que reincidência, a qual é definida na parte
geral do CP., contudo, o legislador do ECA que usou o termo reincidência expressamente no
capítulo das Infrações Administrativas, tendo como causa de aumento de pena, se quisesse,
utilizaria o termo aqui também, porém, não o fez.
78
Mapa Mental
MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS
Retributiva Obrigação de
reparar o dano Gravidade e Possibilidade
circunstâncias de remissão
Prestação de
serviço à
comunidade Capacidade
Liberdade
assistida
Regime de
semiliberdade
Internação
79
Referências Bibliográficas
MORAES, Bianca Mota de; RAMOS, Helane Vieira. A prática de ato infracional. In: MACIEL,
Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São
Paulo: Saraiva, 2019.
RAMOS, Bianca Mota de Moraes Helane Vieira. A prática de ato infracional. In: MACIEL, Kátia
Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo:
Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
80
15. Acesso à Justiça
O acesso à justiça diz respeito ao princípio constitucional disposto no art. 5º, XXXV que
leva em consideração a “eficaz aplicação do princípio do devido processo legal como um
processo justo” (BORDALLO, 2019).
Não somente em relação ao princípio supracitado, o acesso à justiça também tem por
fundamentos os princípios da igualdade, do contraditório, do juiz e promotor natural,
motivações das decisões, da publicidade e tempestividade da tutela jurisdicional.
15.2. Recursos
Determina o art. 109 do ECA que será aplicado, em matéria de recursos, o Código de
Processo Civil (CPC), com as adaptações que se fizerem necessárias. Por isso, na sistemática
do referido estatuto, o MP também terá prazo em dobro. Está dispensado o preparo e admite-
se haja o juízo de retratação (efeito regressivo ou iterativo).
81
Feita a audiência e a vista dos demais elementos, o promotor, em regra, terá três
opções:
A remissão com inclusão de medida deve ser homologada pelo juiz, que deverá ser seu
executor (Súmula nº 108 do STJ). A remissão não pressupõe reconhecimento de culpa e não
gera antecedentes. A medida aplicada poderá ser revista judicialmente.
82
como o rol de testemunhas, cujo número subsidiariamente define-se pelo CPP (8 ou 5,
conforme a pena abstrata prevista para a infração).
Pode ainda ser oferecida por escrito ou oralmente e não depende de prova pré-
constituída da autoria e da materialidade do ato infracional (art. 182, ECA). Na realidade, isso
sinaliza tão somente a adoção pelo legislador do sistema acusatório puro em que a prova do
juízo de culpa é aquela produzida sob o manto do contraditório.
83
Mapa Mental
Acesso à
Justiça
Proteção judicial
Justiça da
dos interesses
Infância e da Recursos Ministério Público
individuais,
Juventude
difusos e coletivos
84
Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Recursos. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
85
16. Procedimentos do Estatuto da Criança e do Adolescente
Por outro lado, existem condições específicas que direcionam à suspensão do poder
familiar. O ECA tem caráter protetivo, preventivo e punitivo que, em se tratando dos pais ou
responsáveis que não cumpram com suas obrigações diante da criança ou adolescente em
respeito aos seus direitos fundamentais, independentemente da condição social-financeira a
qual se encontrem.
Para esse caso, o art. 129 do estatuto supra trata do controle direcionado ao exercício
do poder familiar pela sociedade e também pelo poder público, portanto, tornando possível
que a suspensão do poder familiar ocorra de forma a sancionar situações mais graves em
decorrência dos atos dos pais ou responsáveis, devendo correr em procedimento judicial para
que os princípios constitucionais e processuais sejam respeitados.
Nos termos do apresentado no art. 25 do ECA, segue a mesma orientação do art. 226,
§ 3º e § 4º da CF que ampliou o conceito de família, passando a incluir os conceitos de família
86
extensa ou ampliada. Tanto é assim que o parágrafo único do referido dispositivo prestigia a
afinidade e a afetividade como conceito integrante de família.
87
de compreensão sobre as implicações da medida, devendo ter sua
opinião devidamente considerada;
Vale observar o seguinte dispositivo: “Art. 28. [...]. § 2º. Tratando-se de maior de 12
(doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência; [...].
Como exemplo, podemos citar a colocação da criança junto à sua família extensa, também
chamada de família ampliada (como o tio, o primo mais velho etc.).
c) os grupos de irmãos: serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, preferencialmente, salvo se comprovada existência de risco de abuso ou
outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa (art.
28, § 4º do ECA).
88
Em relação à aptidão dos requerentes, a verificação da família para o acolhimento da
criança e do adolescente tem como base os elementos subjetivos. Todavia, o mais relevante
é a intenção de constituir uma família, bem como a não colocação em ambientes
desfavoráveis, como expostos aos riscos de crimes sexuais, violência doméstica e alcoolismo
(art. 29, ECA).
Tratando-se de adoção, nos termos do art. 43 do ECA, a família substituta deverá atender
aos motivos legítimos e apresentar reais vantagens para o adotado.
O art. 100 do ECA arrola os princípios que devem ser observados na aplicação das
mencionadas medidas. Dentre eles ressalta-se a participação do menor no processo de
colocação em família substituta. Também caberá ao juiz analisar as circunstâncias do caso
concreto.
A conjugação desses critérios gerais e ainda dos critérios específicos de cada forma de
colocação em família substituta permitirão a escolha da família mais adequada à criança e ao
adolescente.
89
No mais, a colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional e
somente será admissível na modalidade de adoção (art. 31, ECA).
b) a idade mínima para adotar é de 18 anos (art. 42, ECA), bem como
a distinção de idade entre adotante e adotado deverá ser de, no mínimo,
16 anos (art. 42, § 3º, ECA). No caso de cônjuges, quando um deles
não cumprir esse requisito mínimo, as condições do outro poderá suprir
a referida necessidade;
c) os casais em matrimônio ou em união estável podem adotar
conjuntamente, desde que tenham estabilidade conjugal, condição que
será comprovada principalmente pelo estudo técnico realizado pelo
juízo ao tempo da habilitação e durante o processo de adoção (art. 42,
§ 2º, ECA);
90
d) casais divorciados, separados judicialmente ou que dissolveram
sua união estável também podem adotar conjuntamente, conforme o
art. 42, § 4º do ECA. Porém, tal situação deve ser aplicada
incidentalmente nas hipóteses em que o adotado já convivia com os
adotantes no tempo em que eram unidos e se verifique entre todos,
relação de afinidade e afetividade;
A referida manifestação poderá ser realizada de forma escrita ou oral. Tem-se como
exemplo a seguinte situação: o interessado subscreveu a petição inicial, foi ouvido em
audiência e já se aceitou a manifestação em processo anterior referente à guarda para fins de
adoção.
Se for feito o pedido para o casal e o supérstite não tem interesse no prosseguimento,
a adoção não pode prosperar unilateralmente porque dependeria, para tanto, da autorização
do cônjuge ou convivente (art. 165, ECA).
91
desde que já estivessem sob a convivência dos adotantes ao tempo da
infância ou adolescência;
Nessa seara, dois são os reflexos importantes: o primeiro deles é que a adoção do
adulto, que em regra era regulada pelo CC, passa a ser regulamentada pelo ECA, no que
couber (art. 1.619), bem como em um segundo momento, quanto ao tocante do nascituro, o
ECA não traz nenhuma referência em relação à sua possibilidade, e sendo assim, resta
impossível o procedimento.
Sendo assim, a adoção é um ato personalíssimo, pelo que, não pode ser feita por
procuração. Para indivíduos até 18 anos, processa-se junto à Vara da infância e da Juventude;
para maiores, é da competência da Vara da Família (art. 40).
Pessoas ou casais que queira adotar, deverão, a priori, cadastrar-se perante a Vara da
Infância e da Juventude, nos termos dos arts. 50 (adoção nacional) e 51 (adoção internacional)
do ECA.
Rege-se pela isonomia (art. 41 do ECA e 227, § 6º da CF), restando apenas a restrição
quanto aos impedimentos matrimoniais (art. 1.521 do CC) em relação à família natural.
De acordo com o art. 152 do mesmo estatuto, quando o ECA for omisso, aplicam-se as
normas gerais de processo. Portanto, aí sim aplicam-se as normas gerais de processo penal
para disciplinar a investigação criminal pela polícia judiciária.
93
De qualquer forma, o adolescente está apreendido. Mandará também apreender
objetos e instrumentos da infração, requisitando exames e perícias que forem necessárias.
O encaminhamento não imediato deve ser feito através de instituição adequada; caso
inexiste a permanência em repartição policial, só será possível desde que em local separado
dos adultos.
Sendo assim, o referido procedimento deve ser ágil e eficaz, porém, deverá ter por
objetivo principal a identificação das imperfeições e implementação de medidas eficazes para
o atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
94
16.6. Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança
e ao Adolescente
As referidas normas estão dispostas nos arts. 70 a 85 do ECA, valendo destacar que o
art. 72 prevê que “as obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados”, bem como no art. 73 que prevê a
responsabilidade destinada à pessoa física ou jurídica quanto às normas protetivas.
Isto posto, entende-se, de forma geral, que a apuração das infrações administrativas
às Normas de Proteção da Criança e do Adolescente, sobretudo, no constante em no art. 6º
do ECA, deve fundar-se nos objetivos sociais, no bem comum, nos direitos e deveres
individuais e coletivos, bem como nas especificidades e necessidades da criança e do
adolescente.
A Lei nº 13.441/2017 estabeleceu normas e incluiu no ECA os arts. 190-A a 190-E dos
quais determinam a infiltração de agentes para investigação de crimes contra a dignidade
sexual das crianças e adolescentes.
Contudo, como para toda regra há uma exceção, existe um entendimento de que há
possibilidade de atuação de agentes infiltrados, ainda que não seja membro da corporação
policial. Trata-se dos casos específicos de integrantes de organização criminosa com o intuito
de participar das investigações para obter o benefício da colaboração premiada, porém,
mediante autorização judicial para atuar como agente infiltrado.
95
Mapa Mental
ECA
Procedimento
Poder familiar
Família substituta
Habilitação para
adoção
Ato infracional do
adolescente
Apuração de
irregularidades em
entidades de
atendimento
Apuração de
infração
administrativa às
normas
Infiltração de
agentes
investigativos
96
97
Referências Bibliográficas
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Poder familiar. In: MACIEL, Kátia Regina
Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva,
2019.
______. Regras gerais sobre a colocação em família substituta. In: MACIEL, Kátia Regina
Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva,
2019.
______. Ação de tutela e procedimentos correlatos. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
98
17. Crimes e Infrações Administrativas
O Título VII, capítulo I do ECA trata das normas legais pertinentes aos crimes e
infrações administrativas mediante a determinação elencada nos arts. 225 ao 258-C, ou seja,
determina e tipifica quais são os crimes e as infrações, bem como estabelece as sanções
respectivas.
Assim, inicialmente, os arts. 225 e 226 introduzem, de forma geral, que os crimes
tipificados e respectivas sanções estão relacionados aos crimes praticados contra a criança e
adolescente em decorrência de atos ou omissões, bem como determina que não haverá
prejuízo no que diz respeito à legislação penal, assim como as normas processuais também
seguirão para esta seara.
É importante destacar que no art. 227 do mesmo estatuto, para todos os crimes
inerentes a essa legislação específica, caberá a ação pública incondicionada.
Esclarecidos os pontos iniciais, seguiremos para o estudo dos crimes praticados contra
a criança e adolescente, e, posteriormente, o estudo das infrações administrativas contra a
criança e adolescente.
Como dito anteriormente, o ECA estabeleceu normas para tipificar os crimes praticados
contra a criança e adolescente e estão dispostos entre os arts. 228 e 244-B do estatuto.
O art. 228 descreve os atos do agente, caracterizando delito quando este não cumprir
com suas obrigações administrativas no que diz respeito ao atendimento e registro da
parturiente e neonato.
Ocorre que desta situação, o agente está cometendo o crime de omissão, posto que
sob sua responsabilidade está o atendimento e a proteção da criança.
99
O dispositivo supracitado tem por objetivo a preservação do neonato, posto que este
exige uma atenção especial do Estado, logo, os atos de omissão que ocorrem em face do
neonato são caracterizados por crime.
Outro crime tipificado pelo ECA está estabelecido no art. 230 onde trata da privação da
liberdade da criança ou do adolescente em estabelecimentos prisionais ou delegacias, logo,
atos advindos de autoridade policial e seus prepostos.
Vale observar que no parágrafo único do artigo supra, o ECA dispõe que a privação da
liberdade que não respeita as formalidades legais, também caracterizará crime e incidirá na
mesma pena.
Ainda em relação à autoridade policial, o art. 231 do estatuto prevê a punição a este
quanto aos casos em que, em desrespeito à efetivação de direito fundamental da criança e do
adolescente, omitir-se na comunicação junto à autoridade judiciária, bem como à família ou
ao responsável.
Em outros termos, isto significa que esta tipificação penaliza a autoridade responsável
pelo menor apreendido, posto que há omissão tanto diante do juiz, quanto diante da família
ou responsável, no que diz respeito ao ato de apreensão.
Na sequência, importante se faz observar o conteúdo do texto do art. 232 do ECA, pois
trata-se da tipificação diante da conduta da autoridade em relação à criança ou ao
adolescente, com submissão ao constrangimento ou vexame.
O art. 234 do ECA dispõe que a autoridade competente que se omitir acerca de
apreensão ilegal da criança ou adolescente sem que determine a sua imediata liberação,
caracterizará a conduta da qual penalizará o agente.
100
Vale lembrar que o prazo estabelecido em lei é de 45 (quarenta e cinco) dias para o
adolescente apreendido. Logo, o não cumprimento deste prazo pela autoridade, condição que
priva o adolescente de sua liberdade de ir e vir, resulta em responsabilidade criminal.
Em continuidade aos estudos, o art. 237 do ECA caracteriza o crime que não envolve
somente o agente público, mas envolve também qualquer pessoa que praticar o ato delituoso,
com exceção do responsável pela guarda da criança ou adolescente, enquanto estiver nesta
condição de responsabilidade.
Outro dispositivo relacionado ao referido anteriormente é o art. 238 do ECA, pois, por
este fica tipificado o crime que tem por fundamento o ato em que os pais ou responsáveis
submetem a criança ou o adolescente à condição de sua entrega a terceiros mediante o
pagamento ou uma recompensa.
O mesmo artigo também faz referência, em seu parágrafo único, ao sujeito que paga o
valor ou a recompensa ao pai ou responsável que entrega a criança ou adolescente. Logo, o
estatuto pune tanto o agente ativo, quanto o passivo.
101
É importante destacar que, além da gravidade da conduta, se o crime se caracterizar
pelas qualificações advindos dos atos compostos por violência ou grave ameaça, a pena
determinada para este crime é aumentada.
O dispositivo tipifica o crime diante de qualquer agente que praticar ato de produção,
reprodução, direção, fotografia, filmagem ou registro de qualquer espécie e meio que envolva
cena de sexo explícito ou pornografia infantil.
Isto posto, o art. 241 do ECA é inerente ao referido artigo anterior, pois, diante do crime
de violência sexual e pornografia de criança e adolescente, o comércio dos produtos de
reprodução dos atos criminosos também é tipificado, uma vez que confere o crime da pedofilia.
Por sua vez, o art. 241-A do estatuto complementa a tipificação criminosa, tendo em
vista que considera também crime contra criança e adolescente a retenção do material
pornográfico bem como a promoção e divulgação do mesmo, considerando também, agente
passível de pena, aquele que viabiliza o acesso a este material por redes de comunicação,
seja por computadores ou outros.
Nesta mesma toada, o art. 241-B do ECA determina que a mera aquisição, posse ou
armazenamento do material supracitado tipifica o crime, contudo, nesta específica condição,
a pena poderá ser reduzida em adequação à proporcionalidade quantitativa do material.
Acrescenta-se ainda que, em conformidade com o art. 241-C do ECA, aquele que
promover a falsa participação de crianças ou adolescentes em cenas de sexo ou pornografia
mediante adulteração, montagem ou alteração de imagens também se enquadrará na
tipificação criminosa, bem como se houver a comercialização deste material.
O art. 241-D do estatuto tipifica a conduta do agente ativo e do agente que viabiliza o
ato pertinente ao aliciamento, assédio e indução, independentemente do meio de
comunicação utilizado com o objetivo de praticar ato libidinoso com a criança ou adolescente.
102
Em esclarecimento à caracterização dos crimes tipificados no estatuto quanto à
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”, o art. 241-E do ECA abarca toda situação
que envolver criança ou adolescente em atividades inerentes a estes atos, não importando se
de fato ocorreu ou se houve simulação, ainda que seja por exibição de suas partes genitais
com intenções sexuais.
E não somente diante dos riscos de armas de fogo ou explosivos, o ECA também prevê
a tipificação delituosa em seu art. 243, quando o agente expõe a criança ou o adolescente,
gratuitamente ou não, ao acesso à produtos alcoólicos, bem como produtos compostos por
agentes causadores de dependência física ou psíquica.
E, por fim, os arts. 244-A e B do ECA cuida de penalizar os agentes criminosos que
atuaram na corrupção de menores de dezoito anos, bastando para tanto, que a conduta
criminosa se faça presente, não requerendo elemento subjetivo, mesmo que a prática ocorra
em ambiente virtual.
Em continuidade ao estudo dos assuntos inerentes ao ECA, os arts. 245 a 258-C trata
das infrações administrativas contra a criança e adolescente, cujos textos serão analisados a
seguir.
Assim, antes de iniciarmos o estudo ao tema em tela, torna-se relevante destacar que,
103
Inicialmente, temos o art. 245 do ECA que caracteriza e penaliza o profissional de
saúde, de educação ou responsável pela educação e saúde da criança e do adolescente que
se omitir na comunicação à autoridade responsável quando tiver conhecimento da existência
confirmada de violência por maus-tratos.
Em outros termos, isto significa dizer que comete ato infracional administrativo o agente
que, na responsabilidade de apresentar o adolescente para cumprir com seu trabalho
doméstico, omite-se e não o faz, sob pena de multa com multiplicadores do valor salarial e
sujeito ao dobro da mesma pena quando houver reincidência do caso.
Diante dos artigos dispostos no ECA, de extrema importância é destacar o art. 249
postos se tratar da responsabilidade e da penalidade decorrente do descumprimento dos
deveres pertinentes ao poder familiar ou da tutela ou guarda.
104
O referido artigo trata de caracterizar a infração diante do descumprimento dos
cuidados e assistência incumbidos aos responsáveis pelo sustento, educação, zelo, guarda e
demais interesses que envolvem toda a esfera de convivência da criança e do adolescente.
Vale observar que o sujeito ativo é, não somente os pais ou a família, mas também o
responsável pela tutela ou guarda, bem como, também, qualquer pessoa que, diante de uma
determinação judiciária ou de autoridade pertinente, ou do Conselho Tutelar, descumpra com
a obrigação decorrente do poder familiar.
Isto posto, vale ressaltar a necessidade que se tem de garantir a segurança e proteção
às crianças e adolescentes, sobretudo no que concerne ao seu transporte.
Outra infração administrativa imposta no ECA se encontra no art. 252, posto que
penaliza o responsável pelas atividades de diversão e espetáculo público, quando não afixado
de forma clara e acessível a todos quanto a natureza do evento, bem como a restrição etária.
Neste mesmo sentido, o art. 253 do estatuto penaliza o responsável que deixar de
respeitar o direito ao lazer, à educação e à cultura dos infanto-juvenis, quando não anunciar
105
eventos sem as mesmas limitações e acessibilidade constantes no artigo anterior, tendo em
vista que se trata de direitos fundamentais do indivíduo em desenvolvimento.
Com esse norte, o art. 255 do estatuto se preocupou com os anexos aos eventos, caso
de trailer, amostra ou similares, cuja característica classificatória é determinada em sua
adequação pelo órgão competente.
106
Trata-se de direito resguardado a mãe ou gestante que queria entregar o seu filho para
ser adotado, bem como tem direito de ter a assistência da sua saúde física e psicológica com
o objetivo de elevar o nível de sua saúde quando do período do puerpério.
Por fim, e não menos importante, temos o art. 258-C do ECA que penaliza o agente
que deixar de cumprir as normas restritivas e constantes do art. 81, II do mesmo Estatuto, pois
trata da vedação à comercialização de qualquer espécie de bebidas alcoólicas a crianças e
adolescentes.
Mapa Mental
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
107
Referências Bibliográficas
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Parte III - Das Infrações Administrativas. In: MACIEL,
Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São
Paulo: Saraiva, 2019.
CAPEZ, Fernando. Dos crimes contra o pátrio poder, tutela ou curatela. In: MACIEL, Kátia
Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de direito penal, parte especial: arts. 213 a 359-H.
17ª ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
RAMOS, Patrícia Pimentel de Oliveira Chambers. Infrações Administrativas. In: MACIEL, Kátia
Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo:
Saraiva, 2019.
108
18. Medidas de Proteção
As medidas de proteção destinadas à criança e aos adolescentes estão previstas no
ECA, entre os arts. 98 ao 102, e são “definidas como providências que visam salvaguardar
qualquer criança ou adolescente cujos direitos tenham sido violados ou estejam ameaçados
de violação” (TAVARES, 2019).
Não somente isso, as medidas poderão ser substituídas, se de alguma forma não
atingirem o seu objetivo, posto se trará de meios cuja natureza é cautelar e tendo em vista a
presunção da existência de violação ou ameaça aos direitos da criança e adolescente. Logo,
devem ser imediatamente aplicadas e posteriormente postas em discussão de seu mérito.
Isto posto, nota-se que no art. 100 do ECA está determinado que as garantias
fundamentais destinadas à criança e ao adolescente e constantes do estatuto em tela têm por
base os princípios constitucionais, cuja peculiaridade é o fato de serem indivíduos em fase de
desenvolvimento (AMIN, 2019) e, portanto, que requerem cuidado e proteção especial.
109
O dispositivo supracitado visa o fortalecimento dos vínculos existentes entre os
familiares e as comunidades, determinando que, dado a instituição legal, as crianças e
adolescentes são titulares dos direitos previstos na nossa Carta Maior e nas demais
legislações, tendo por fundamento principal a proteção integral e prioritária do infanto-juvenil.
Já no art. 101 do ECA estão elencadas quais medidas devem ser providenciadas tão
logo seja constatada qualquer hipótese prevista no art. 98, inicialmente referenciado.
Ocorre que as medidas protetivas são de cunho excepcionalista, tendo em vista a sua
forma de aplicação e a relatividade com a medida de acolhimento, pois a proteção da criança
ou adolescente deverá ocorrer através dos programas sociais e políticas públicas, já
analisadas nas aulas anteriores, com vistas a implementação educacional, de saúde e
habitacional que estão garantidas a toda sociedade (TAVARES, 2019).
Por fim, o art. 102 do estatuto determina que as medidas protetivas em tela deverão ter
acompanhamento mediante a regularização do registro civil, ou seja, a criança ou adolescente
deverão ter seus registros públicos regularizados e assegurados, sendo que, no caso de não
existir tais registros, a autoridade judiciária deverá ordenar que seja lavrado com base nos
dados a que possuem e em conformidade ao determinado no art. 148, parágrafo único do
ECA, valendo transcrever o referido texto:
[...]
110
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do
art. 98, é também competente a Justiça da infância e da Juventude para o fim
de:
[...]
Mapa Mental
direitos
Isolada e/ou
cumulativamente
Implicação da
ROL E PERTINÊNCIAS
autoridade judiciária
Providências do
Conselho Tutelar
Acompanhamento da
Justiça da Infância e da
Juventude
111
Referências Bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
______. As medidas de proteção. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Curso
de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
112
19. Lei nº 13.431 de 2017 – Sistema de Garantia de Direitos da
Criança e do Adolescente Vítima ou Testemunha de Violência
Com o objetivo de coibir a violência contra a criança e adolescente diante da condição
de vítima ou testemunha de violência, a lei nº 13.431/2017 foi constituída à luz da Constituição
Federal, em conformidade com os arts. 227, caput e § 4º, bem como o art. 226, caput e § 8º,
in verbis:
[...]
[...]
113
incumbido de realizar o atendimento à essas vítimas ou testemunhas, em conformidade com
o art. 7º da Lei nº 13.431/2017, para administrar as ações pertinentes com o objetivo de
atender à todas as necessidades e fazer cumprir os direitos destes indivíduos, assim como
determina o art. 14, § 2º da mesma lei.
[...]
[...]
Art. 4º. Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas
criminosas, são formas de violência:
II – violência psicológica:
[...]
114
III – violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a
criança ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer
outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio
eletrônico ou não, que compreenda:
[...]
[...]
Conforme o art. 5º da lei, trata-se técnicas que fazem uso da escuta especializada e o
depoimento especial que são realizados por profissionais e qualificados, bem como também
o local de abordagem é adequado e pautado nos princípios fundamentais pertinentes às
crianças e adolescentes (BORDALLO, 2019), tratando, portanto, da escuta sob
responsabilidade da autoridade policial ou judiciária e respeitando o direito do infanto-juvenil.
115
II – em caso de violência sexual.
§ 2º. Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando
justificada a sua imprescindibilidade pela autoridade competente e houver a
concordância da vítima ou da testemunha, ou de seu representante legal.
Ademais, a lei determina em seu art. 22 que os órgãos policiais envolvidos deverão
empenhar esforços de cunho investigativo de modo que o depoimento da vítima não seja a
única via probatória em relação ao julgamento do acusado, eis que: “Art. 22. Os órgãos
policiais envolvidos envidarão esforços investigativos para que o depoimento especial não
seja o único meio de prova para o julgamento do réu.”.
Pelo exposto, conclui-se que a Lei nº 13.431/2017 é constituído por disposições que
visam ampliar o alcance efetivo e seguro às crianças e adolescentes vítimas de ameaça ou
violência e, conjuntamente às demais leis, normas e princípios, pode tornar possível um
atendimento mais eficaz, célere e respeitando à dignidade da pessoa humana.
116
Mapa Mental
Lei 13.431/2017
Inquérito policial
e processo
judicial
Escuta
especializada e
depoimento
especial
Segurança,
celeridade e
eficiência
Dignidade da
pessoa humana
117
118
Referências Bibliográficas
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
119
20. Lei nº 13.257 de 2016 – Estatuto da Primeira Infância
A Lei nº 13.257 de 08 de março de 2016, denominada Estatuto da Primeira Infância,
trata das disposições legais pertinentes às políticas públicas direcionadas à criança que se
encontra no período da primeira infância, considerada por essa lei aquela que envolve os
primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida, conforme seu art. 2º.
O Estatuto da Primeira Infância traz algumas normas específicas à criança que, por
consequência, promove alterações nas seguintes legislações pertinentes: Estatuto da Criança
e do Adolescente, Consolidação das Leis do Trabalho e Código de Processo Penal.
O Estatuto da Primeira Infância impõe o dever do Estado, através do seu art. 4º, de
determinar as políticas públicas, bem como os planos, programas e serviços destinados à
primeira infância de forma a atender os direitos da criança neste período de desenvolvimento,
mediante o planejamento e a execução de ações com vistas a:
[...]
120
VI – adotar abordagem participativa, envolvendo a sociedade, por meio de suas
organizações representativas, os profissionais, os pais e as crianças, no
aprimoramento da qualidade das ações e na garantia da oferta dos serviços;
A lei em tela também determina em seu art. 5º quais são os setores que possuem
prioridade para que as políticas públicas destinadas à criança na primeira infância sejam
investidas e, consequentemente, obtenha-se a efetividade assistencial, quais sejam: saúde,
alimentação, nutrição, educação, convivência familiar e comunitária, assistência social
familiar, cultura, lazer, meio ambiente e proteção diante da violência, prevenção de acidentes,
medidas preventivas ao contato precoce à comunicação de cunho mercadológico
Com isto posto, nota-se que o art. 6º do estatuto dispõe acerca do plano de ação e
execução das políticas públicas, posto tratar de planejamento de abrangência nacional,
devendo, portanto, haver a elaboração e implementação através de ações intersetoriais com
vistas a articular as diversas políticas setoriais para que desta forma se tenha uma referência
de alcance aos direitos da criança na primeira infância.
Desta forma, dado os objetivos do estatuto em garantir as ações articuladas no que diz
respeito à proteção e a promoção dos direitos da criança na primeira infância, o art. 7º
estabelece que os entes federativos possam instituir políticas públicas em conformidade com
suas respectivas competências envolvendo a participação da sociedade representada pelos
seus conselhos de direito.
121
específicas da criança, ou seja, os profissionais deverão ter formação adequada e devem
estar qualificados para que os serviços de atendimento sejam expandidos.
Assim, o art. 10 do estatuto dispõe que todos os profissionais inerentes à execução das ações
destinadas à criança na primeira infância devem ter garantido o acesso prioritário à
qualificação, com vistas a obter a especialização e atualização mediante programas
especificamente criados para atender as necessidades do infanto neste período etário.
Para tanto, o art. 11 do estatuto impõe que as políticas públicas sejam constituídas de
meios de acompanhamento monitorado e sistematização para a coleta e administração de
dados, bem como deve ser os programas implementados, acompanhamento periódico e
avaliativo dos serviços destinados à criança na primeira infância para posterior divulgação dos
resultados obtidos.
122
VI – promovendo ou participando de campanhas e ações que visem a
aprofundar a consciência social sobre o significado da primeira infância no
desenvolvimento do ser humano.
Ademais, o estatuto dispõe em seu art. 13 as normas que impõem aos entes federativos
o apoio do envolvimento das famílias inseridas nos programas protetivos, bem como
determina em seu art. 14 a forma de execução desse apoio através das políticas públicas e
programas governamentais.
Isto posto, nota-se que o art. 15 do estatuto visou também a inclusão nos programas
decorrentes das políticas públicas da elaboração e acesso garantido à criança da primeira
infância às produções culturais.
Neste mesmo sentido, o Estatuto da Primeira Infância determina em seu art. 17 que os
entes federativos organizem e estimulem a disposição em locais públicos e privados de
espaços especificamente criados para promover o desenvolvimento e o lazer, com todos os
meios e equipamentos adequados e seguros para as crianças exercitarem sua criatividade.
123
envolver com maior abrangência às crianças e adolescentes, bem como as mulheres inseridas
aos programas de políticas públicas (TAVARES, 2019).
Outra importante inclusão encontra-se no art. 8º, § 4º do ECA, posto que foi inserida
também a assistência psicológica à gestante e à mãe, nos períodos pré e pós-natal.
E seguindo esta linha, o art. 12 do ECA determinou que os pais ou responsáveis das
crianças internadas em unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários
tenham acesso garantido para realizar o acompanhamento assistencial e humanizada.
Por outro lado, no que diz respeito à violência contra a criança da primeira infância, o
art. 13, § 2º do referido estatuto determinou a prioridade no atendimento e a proteção integral
mediante a assistência dos serviços sociais especializados e realizados pelo Centro de
Referência Especializado de Assistência Social e órgãos do Sistema de Garantia de Direitos
da Criança e do Adolescente.
124
bem como os profissionais e estabelecimentos envolvidos, sobretudo, diante das ações
advindas dos programas públicos.
Neste sentido, o art. 473 da CLT precisou ser reestruturada para se adequar as novas
normas decorrentes do Estatuto da Primeira Infância no que diz respeito às garantias de direito
ao pai ou responsável pela criança poder acompanhar, diante da ausência no ambiente de
trabalho, a sua esposa ou companheira na realização das devidas consultas e exames, bem
como para com o filho de idade até 6 (seis) anos na realização das consultas médicas
(MARTINEZ, 2019).
Com o objetivo de adequar os procedimentos das ações penais para que estejam em
perfeita consonância ao Estatuto da Primeira Infância, o seu art. 41 determinou a alteração
aos textos do Código de Processo Penal, tornando relevante, porém, destacar as mais
essenciais (CAPEZ, 2019).
Essa atenção especial se faz pelo fato de que é de suma importância que se verifique
e identifique tais informações e laços familiares, tendo em vista que há possibilidade de que a
criança ou adolescente esteja exposta à uma situação de risco, como trata o art. 98 do ECA,
e desta forma, devendo-se encaminhar a informação por vias oficiais à Vara da Infância e
Juventude competente.
Trata-se das seguintes condições que passaram a vigorar com as alterações legais: a
inexigência das condições para a gestante, tendo em vista que, a partir do sétimo mês
gestacional ou em se tratando de gravidez de alto risco, o estatuto trata de todas as mulheres
gestantes em iguais condições; a permissão para a mulher cuidar de seu filho com idade até
12 (doze) anos em domicílio; e, o homem, quando se tratar de ser o único responsável pelo
125
cuidado de seu filho, também na mesma faixa etária a que se refere as condições da
assistência domiciliar para a mulher, ou seja, 12 (doze) anos incompletos.
Mapa Mental
Lei 13.257/2016
Proteção integral
Crianças de 0 a 6 anos
Prioridade absoluta Alterações na legislação
completos
Dignidade da pessoa
humana
ECA
CLT
CPP
126
Referências Bibliográficas
CAPEZ, Fernando. Denúncia e queixa. In: ______. Curso de processo penal. 26ª ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
TAVARES, Patrícia Silveira. O conselho tutelar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade. Curso de Direito da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 2019.
127