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1. RESUMO
O presente trabalho versa sobre o artigo 228 da Constituição Federal vigente, que
garantiu a inimputabilidade aos menores de 18 anos em conflito com a lei, e o
advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, que consolidou a Doutrina da
Proteção Integral. Procurou-se elencar os princípios que regem esta Doutrina, bem
como estabelecer as similitudes do processo penal e do procedimento
socioeducativo, mediante análise precisa das medidas socioeducativas, que são a
resposta penal aos adolescentes que praticam atos infracionais, trazendo,
inclusive, o conhecimento adquirido em estágio na 17ª Promotoria da Infância e
Juventude de Maringá/PR. Discute-se, em essência, as propostas de emenda à
Constituição 171/93 e 33/2012, que visam a redução da maioridade penal, onde
são apresentados argumentos favoráveis e contrários às propostas, procurando
identificar se a redução da idade penal está de acordo com a Doutrina da Proteção
Integral consolidada no ECA, e se seria a solução ao problema da criminalidade
juvenil. Argumenta-se sobre o caráter de cláusula pétrea do artigo 228 da Carta
Magna e a eminente inconstitucionalidade das referidas propostas, dentre outras
razões de caráter social. A presente monografia, portanto, busca discorrer sobre a
existência de um Direito Penal Juvenil e as implicações negativas de uma possível
redução da maioridade penal.
Essa proteção trazida pelo ECA passou por inúmeras evoluções ao longo dos
séculos, começando com um sistema indiferente às peculiaridades das crianças e
adolescentes, equiparando-os aos adultos; depois passando pelo sistema de
caráter tutelar, que institucionalizou o termo ''menor'' para se referir a
adolescentes infratores e abandonados, sem diferenciá-los, até chegar, enfim, à
etapa garantista, com a promulgação da Constituição e do Estatuto da Criança e do
Adolescente. No primeiro capítulo, portanto, busca-se a análise destas etapas
históricas para se entender o desenvolvimento até os preceitos atuais.
Em Roma, a Lei das Doze Tábuas (449 a.C.) já fazia distinção entre o menor púbere
e o impúbere, garantindo ao segundo uma atenuação da pena, em razão de
considerá-lo incapaz de possuir discernimento completo de seus atos1. Esse
critério de discernimento para determinação da responsabilidade penal persistiu
no período medieval: o Direito Canônico assinalava a menoridade como causa de
isenção de pena (até os 07 anos), enquanto dos 07 aos 12 (para mulheres) e dos 12
aos 14 anos (para homens), a responsabilidade era duvidosa, devendo obedecer ao
critério do discernimento, havendo a atenuação das penas.2 No final do período
medieval, consagrou-se a criação do primeiro tribunal espanhol para realizar o
julgamento dos menores, tanto os infratores quanto os abandonados, chamado de
‘’Padre de Huérfanos’’, que foi o mais famoso antecedente dos tribunais de tutela
de menores do século XX.
Quanto ao direito brasileiro, o primeiro diploma legal efetivamente utilizado no
âmbito penal, em relação ao menor, foram as Ordenações Filipinas (1603).
Havendo naquele tempo um Estado cuja jurisdição era presidida pela Igreja
Católica, e considerando que a ‘’idade da razão’’ era alcançada aos sete anos, este
era o marco da responsabilidade penal.3 A única garantia reservada aos menores
de 17 anos era a vedação da pena de morte, constante do Título CXXXV do Livro
Quinto das Ordenações Filipinas, enquanto que os jovens entre 17 e 20 anos
ficavam a mercê do arbítrio do julgador para dar-lhes pena total ou diminuída, em
um sistema de ‘’jovem adulto’’, segundo Saraiva.4 Neste diploma legal, a
maioridade plena era alcançada aos 21 anos.
Passamos a analisar a doutrina de Sérgio Salomão Sheicara, que dividiu a tutela
penal juvenil em três momentos distintos: a etapa penal indiferenciada, a etapa
tutelar e a etapa garantista.
Sérgio Salomão Sheicara58 explica que, quando do advento do ECA (1990), negava-
se o caráter sancionatório das medidas socioeducativas, por estas ‘’decorrerem do
desvalor social que marca a conduta infracional, de modo que pressupõem o
reconhecimento do erro e a declaração de reprovabilidade da conduta,
ultrapassando a prevenção geral e especial e alcançando a pessoa em
desenvolvimento, interferindo na produção de valores’’. O resultado era o
pensamento geral de que, mesmo as medidas privativas de liberdade, eram
utilizadas para o ‘’bem’’ do adolescente, na intenção de trata-lo e reeduca-lo para a
sociedade, não possuindo assim um caráter punitivo, de repressão.
De opinião semelhante, Antônio Fernando do Amaral e Silva59 explica que, sob o
pretexto de um sistema dito protetor, que diz buscar o melhor interesse do
adolescente através da aplicação de medidas socioeducativas (inclusive privativas
de liberdade), fundadas em um caráter essencialmente pedagógico, ocorria a
supressão das garantias oriundas do processo penal, como exemplo os critérios da
legalidade e proporcionalidade.
Por outro lado, os doutrinadores que defendem o Direito Penal Juvenil aceitam a
natureza de sanção da medida socioeducativa, ainda que esta detenha
essencialmente um caráter pedagógico. Na opinião de João Batista Costa Saraiva:
Ao se fazer tal afirmação, não se busca a elevação da cultura punitiva aplicável aos
adultos, muito menos a redução da medida privativa de liberdade em sanção
somente retributiva, mas sim preconiza a humanização da resposta estatal, na
medida que se obtenha do processo socioeducativo as mesmas garantias
individuais e coletivas observadas no processo penal, além de buscar frear aqueles
que acreditam que a punição é essencial e necessária para a proteção do
adolescente em conflito com a lei.62
4.4. ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
A primeira das medidas a ser aplicada é a Advertência, que está prevista no artigo
115 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e consiste em uma admoestação
verbal, que será reduzida a termo e assinada pelo adolescente, pelo representante
do Ministério Público e pelo magistrado, quando da prática de atos infracionais de
pequena gravidade. O § único do artigo 114 admite que a advertência seja aplicada
quando houver prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, porém
alguns autores entendem que essa disposição é inconstitucional.
Dezem, Fuller e Martins explicam que ‘’a advertência não deveria ser aplicada em
sentença sancionatória sem a comprovação da autoria, em face da regra derivada
do princípio da presunção de inocência e dos efeitos secundários da medida
socioeducativa, como a internação por reiteração no cometimento de outras
infrações graves’’.63 No mesmo sentido dispõe Marcos Bandeira, ao afirmar que a
advertência possui caráter sancionatório, ainda que de maioria pedagógico, e que
a interferência estatal na esfera individual deve se valer somente quando houver
justa causa e a observância dos princípios do contraditório, ampla defesa e
presunção de inocência.64
A segunda medida prevista no artigo 112 é a obrigação de reparar o dano, quando
se tratar de ato infracional com reflexos patrimoniais e houver possibilidade do
adolescente de promover o ressarcimento do dano, a restituição da coisa ou a
compensação da vítima, de outra forma. Sheicara pontua que essa medida foi
instituída dentro de um contexto da vitimologia, em que se busca dar à vítima um
protagonismo no processo penal. Esclarece, ainda, que a reparação só deve ser
aplicada se o adolescente tiver condições de cumprir a medida, não sendo entregue
o ônus ao seu representante legal, sob pena de perder o caráter pedagógico da
medida socioeducativa. 65
Como terceira hipótese de medida socioeducativa, o Estatuto trouxe a prestação de
serviços à comunidade, prevista no artigo 117 do respectivo diploma. Assim
transcrito:
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas
gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.66
Essa medida é considerada a principal alternativa às penas privativas de liberdade,
tanto no caso dos adolescentes quanto aos adultos, surgindo na Reforma da parte
geral do Código Penal e ampliada pela Lei 9.714/1998, para depois ser reproduzida
pelo ECA. Sérgio Salomão Sheicara entende que, ‘’se bem aplicada a prestação de
serviços, ela induz no adolescente infrator a ideia de responsabilidade, de apego às
normas comunitárias, de respeito pelo trabalho, atendendo assim aos interesses
da prevenção geral positiva.''67
O prazo máximo de aplicação da referida medida é de seis meses, a ser cumpridos
nos dias úteis, sem que interfiram nos estudos do adolescente, aos fins de semana
ou feriados, por até oito horas diárias. A execução se dará nos termos da Lei
12.594/12, que instituiu o Sistema de Atendimento Socioeducativo – SINASE, onde
dispõe que será constituído processo de execução para cada adolescente, a ser
encaminhado para fiscalização do órgão gestor, que elaborará o Plano Individual
de Atendimento – PIA.68
Por fim, a mais grave das medidas em meio aberto, a Liberdade Assistida, encontra-
se prevista nos artigos 118 e 119 do Estatuto, e será adotada sempre que se
mostrar a mais adequada para fins de acompanhar, auxiliar e orientar o
adolescente, com prazo mínimo de seis meses (diferentemente da prestação de
serviços à comunidade, cujo prazo máximo é de seis meses), podendo ser revista a
qualquer tempo.
A Liberdade Assistida é considerada ideal para crimes de média gravidade, por não
ter os inconvenientes das reprimendas institucionais. É reconhecida como
substitutiva penal, semelhante ao sistema da suspensão condicional do processo,
aplicada para os imputáveis.69 Quando houver sua imposição, a autoridade
designará pessoa capacitada para acompanhar o jovem, o orientador, que será
responsável por promover a inserção do adolescente e sua família em programas
comunitários de auxílio e assistência social, por meio de um trabalho dinâmico,
devendo ser permitido ao assistido escolher seu próprio projeto de vida, em busca
da efetiva socialização.
Na opinião de Sheicara, a Liberdade Assistida é a pedra de toque do sistema de
medidas socioeducativas:
A próxima medida prevista pela Lei 8.069/90 é a Semiliberdade, que, como o nome
diz, caracteriza-se pela privação parcial da liberdade do adolescente, devendo este
se recolher na instituição durante a noite, e frequentar a escola ou atividade
profissionalizante durante o dia, sempre que possível. Estas atividades externas
devem ser realizadas independentemente de autorização judicial, de acordo com
entendimento do STF73, no intuito de minimizar os efeitos institucionalizantes que
a restrição da liberdade impõe.
Nos termos do artigo 120 do Estatuto:
Neste sentido, a medida deve ser aplicada como ultima ratio, reconhecendo que a
privação de liberdade, em especial aplicada ao indivíduo em fase de
desenvolvimento, pode provocar cicatrizes na formação da identidade e nas
relações do jovem, podendo inclusive surtir efeitos contrários, que nada
interessam à sociedade.78 Enquanto medida pacificadora, a prisão é um
instrumento muito agressivo, cabendo a todos evitar que perdure por mais tempo
que o deva. Assim, ainda que a Internação não comporte prazo mínimo estipulado,
deve ser reavaliada a cada seis meses, até o máximo de 03 anos.
O princípio da excepcionalidade se verifica ainda no artigo 45 da Lei do SINASE,
onde estabelece que atos praticados posteriormente pelo adolescente, que
ensejariam nova internação, ficam absorvidos pelos referentes à privação de
liberdade já aplicada.79 Quanto ao respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, observados todos os argumentos já explicitados anteriormente,
infere-se que a escolha da medida a ser aplicada deve ser permeada pela
personalidade do adolescente, suas condições sociais, bem como a avaliação de que
é a única medida naquele momento capaz de imputar um sentimento de
responsabilização no jovem, por meio da restrição de sua liberdade.
O §1º do art. 121 aponta que poderão ser admitidas atividades externas pelo
magistrado, mas não é o comum. Diferentemente do que ocorre com a
semiliberdade, em que apenas excepcionalmente pode ser proibida a sua
realização.
Os demais parágrafos versam sobre o prazo da internação, que, da mesma forma
que na medida anterior, é indeterminado, devendo sua manutenção ser reavaliada
a cada seis meses, no máximo. A despeito da ausência de prazo determinado, a
internação nunca pode superar o máximo de três anos, em consideração aos
princípios já explicitados, porém tal disposição deve ser analisada com cuidado,
para evitar o pensamento de que o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma
legislação permissiva.80
Isto porque, de acordo com os ditames do §4º do art. 121, o magistrado tem três
opções: liberar o adolescente, entendendo que as finalidades da medida de
internação foram cumpridas, ou poderá lhe conceder a progressão para a medida
de semiliberdade ou liberdade assistida, considerando as peculiaridades do caso e
a necessidade de socioeducação do adolescente. Assim, se entender que a
gravidade do crime é considerável e mantê-lo internado por três anos, o período
máximo de cumprimento da medida, e depois conceder a progressão para a
semiliberdade, por mais três anos, a restrição de liberdade deste adolescente
acabaria excedendo aquela que adulto normalmente cumpriria.81
Para Calderoni, a indeterminação do prazo da Internação se dá em razão da
finalidade de prevenção especial da medida socioeducativa, ou seja, a tentativa de
evitar a reincidência, a vulnerabilidade do adolescente e sua marginalização
secundária. Deste modo, a medida seria vinculada não à gravidade da infração, mas
sim ao desenvolvimento do adolescente durante seu cumprimento.82
De qualquer sorte, o adolescente deve ser liberado compulsoriamente quando
atingir 21 anos, se ainda estiver em cumprimento de medida socioeducativa,
qualquer que seja, em razão da denominada prescrição etária, que é a perda do
direito de impor medida socioeducativa em razão da idade.83
5.1. HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DA MEDIDA DE INTERNAÇÃO:
Como a medida privativa de liberdade deve ser a ultima ratio, o Estatuto da Criança
e do Adolescente elencou hipóteses em que ela poderá ser aplicada, procurando
evitar uma completa discricionariedade do magistrado no momento da
condenação. O artigo 122 elenca três comportamentos que podem ensejar a
aplicação da Internação, nestes termos:
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente
imposta.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá
ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o
devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida
adequada.
O rol é taxativo, não podendo ser decretada a Internação fora destas hipóteses.84 O
inciso I diz respeito aos atos infracionais cometidos com violência ou grave ameaça
contra a pessoa, como o homicídio, o roubo/latrocínio, o estupro. Na opinião de
Dezem, Fuller e Martins, deve ser obedecido o princípio da legalidade, sendo a
grave ameaça e a violência componentes do preceito primário do tipo penal
remetido (definição legal da conduta).85
Não são quaisquer crimes que ensejam a medida, como uma briga escolar entre
adolescentes que envolva violência, por se tratarem de condutas relativamente
comuns, recorrentes.86 Da mesma forma, a prática de um ato infracional
considerado grave, mediante ameaça ou violência, não implica necessariamente na
privação de liberdade, vez que o inciso I do art. 122 institui uma regra de
possibilidade, e não de obrigatoriedade.87
Existe muita discussão sobre a possibilidade de aplicação da Internação aos atos
infracionais equiparados aos crimes de tráfico de drogas, mas grande parte da
doutrina é contrária,88 por entender que a violência de que se trata o inciso deve
ser contra a pessoa, somente, sendo descabida qualquer assertiva no sentido de
uma violência contra a sociedade, sob pena de se fazer uma analogia in malam
partem, vedada pelo Direito Penal.
Sobre isso, o Superior Tribunal de Justiça pacificou sua jurisprudência no sentido
de não ser o tráfico de drogas ato capaz de ensejar a medida de internação,
editando a Súmula 49289, em 2012, versando sobre o assunto, porém alguns
tribunais ainda mantém o entendimento de que sim, o tráfico também é hipótese
de privação de liberdade. Ainda que o tema seja polêmico e mereça melhor análise,
não haverá um aprofundamento por não ser objeto específico do presente
trabalho.
O inciso II do artigo 122 determina que poderá ser submetido à medida mais
extrema aquele adolescente que reiterar na prática de outros atos infracionais
graves, não necessariamente da mesma espécie. Aqui, o entendimento é de que
essas infrações graves não são as mesmas do inciso anterior (cometidas mediante
violência ou grave ameaça), como o tráfico de drogas, o furto, o porte de arma.90
Da mesma maneira, entende-se por grave aqueles atos infracionais equiparados
aos crimes que a lei penal comina pena de reclusão.91 Quanto à reiteração, esta
difere do fenômeno da reincidência (prática de novo crime após trânsito em
julgado de sentença condenatória de crime anterior), porque significa apenas
‘’fazer de novo’’, ‘’repetir’’ o que já foi praticado, sendo este o posicionamento do
STF, que entende que bastam dois atos infracionais graves para que se possa
aplicar a medida.92
Já a orientação no STJ, até 2015, era de que necessitavam, no mínimo, três atos
infracionais graves para ensejar o disposto no artigo 122, II do ECA (HC 57.641/SP,
5ª T., Rel. Ministra Laurita Vaz, DJ 16/10/2006; HC 108.466/SP, 5ª T., rel. Ministro
Feliz Fischer, DJ 13/10/2008)93. Entretanto, a partir da decisão do HC 342.943/SP,
pelo Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, o entendimento equiparou-se ao da
Suprema Corte, salientando que o Estatuto da Criança e do Adolescente não
estipulou um número mínimo de atos infracionais graves para justificar a
internação do adolescente infrator, de modo que devem ser consideradas as
peculiaridades de cada caso.
Nestes termos:
3) Que existe grande clamor popular no sentido da maior punição dos adolescentes
que praticam crimes mais graves e restariam impunes, com a legislação em vigor;
4) Que nenhum direito fundamental é absoluto, pois todos eles são relativos e
mutáveis e sofrem a influência dos contextos histórico e social em que se
encontram inseridos;
7) Que o Direito Penal deve atuar, ainda que de modo excepcional e como ultima
ratio, quando tanto o Estado quanto a família do adolescente falham em prestar os
cuidados básicos para essa pessoa em desenvolvimento, para garantir os direitos
da coletividade à ordem pública e à pacificação social, e melhorar o equilíbrio entre
os direitos fundamentais do adolescente e da população em geral;
8) Enfim, a essência da proposta é que o adolescente entre 16 e 18 anos responda
a uma pena criminal, e não medida socioeducativa, com a ‘’vantagem’’ de se aplicar
a circunstância atenuante do art. 65 do Código Penal, sendo a pena cumprida em
local diverso dos adultos e com uma finalidade educacional e ressocializante, nos
termos da lei.102
Como se verifica, são diversas as razões apontadas pelo Deputado que traduzem a
ânsia de se ter reduzida a idade penal, e todas apresentam algum fundamento,
ainda que possam ser desconstruídas. No mesmo sentido, fez-se análise da
Proposta de Emenda à Constituição 33/2012 que tramita no Senado Federal, ao
qual foram apensadas inúmeras outras PECs, e identificou-se que são os mesmos
motivos já explicitados que tornam os senadores favoráveis à redução.
‘’Assim, um menor com 12 anos de idade que mata seu semelhante pode, se
necessário, ser internado provisoriamente pelo prazo de 45 dias, internação
esta que não passa de uma prisão, sendo semelhante, para o maior, à prisão
temporária ou preventiva, com a ressalva de que para o maior o prazo da
prisão temporária, em algumas situações, não pode ser superior a 10 dias.
Custodiado provisoriamente, sem sentença definitiva, o menor responde ao
processo com assistência de advogado, tem de indicar testemunhas de defesa,
senta no banco dos réus, participa do julgamento, tudo igual ao maior de 18
anos, mas apenas com 12 anos de idade. Não é só. Ao final do processo, pode ser
sancionado, na verdade condenado, e, em consequência, ser obrigado a
cumprir uma medida, que pode ser a internação, na verdade uma pena
privativa de liberdade, em estabelecimento educacional, na
verdade presídio de menores, pelo prazo máximo de 03 anos. ’’115
Qual seria a impunidade experimentada pelos adolescentes em conflito com a lei,
então, vez que recebem medidas semelhantes às penas quando da prática de atos
infracionais? Somente o desconhecimento do sistema socioeducativo leva a esta
argumentação, incluído aí o chamado ‘’clamor popular’’, que é base das propostas
de emenda à constituição.
Está mais do que provado que a punição pura e simples, bem como a
quantidade de pena prevista ou imposta, mesmo para o adulto, não é um fator
de diminuição da violência. Exemplo claro é aquele dado pela chamada "Lei
dos Crimes Hediondos" (Lei nº 8.072/90), que através de um tratamento mais
rigoroso com os autores de tais infrações, pretendia diminuir sua incidência.
Ocorre que, nunca foram praticados tantos crimes hediondos como hoje,
estando nossas cadeias e penitenciárias abarrotadas a tal ponto de se estar
estudando a revogação ou modificação dessa lei, de modo a permitir a
progressão para um regime prisional menos severo tal qual previsto para os
crimes comuns.123
Da mesma forma pensa Sheicara, defendendo que a simples redução da idade de
responsabilidade penal não resolveria o problema da chamada impunidade. Nestes
termos:
6. CONCLUSÃO
Com o tema da responsabilidade penal de crianças e adolescentes em alta,
verificou-se que esta ocorre desde o Brasil Império, com o advento do Código
Criminal de 1830 e posteriormente o Código Penal de 1890, já no período
republicano, onde o critério adotado para se determinar a responsabilização ou
não do indivíduo menor era biopsicológico, usando a categoria do discernimento
(capacidade de entender o ilícito) para se autorizar a aplicação de uma pena.
7. REFERÊNCIAS
ALVES, Ariel de Castro. Redução da idade penal e criminalidade no
Brasil. Ministério Público do Paraná, 2007. Disponível em:
<http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
271>. Acesso em: 24/10/2017.
ÁVILA, Gustavo Noronha de. O debate entre Luigi Ferrajoli e os abolicionistas:
entre a sedução pelo discurso do medo e as práticas libertárias. Revista
Jurídica Cesumar, maio/ago. 2016, v. 16, n. 2, p. 543-561.
BANDEIRA, Marcos Antônio Santos. Atos infracionais e medidas
socioeducativas: uma leitura dogmática, crítica e constitucional. Ilhéus:
Editus, 2006. Livro digital. p. 139.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. 17ª ed.
rev., ampl. e atual. de acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. – São Paulo: Saraiva,
2012, p. 407, livro digital.
BRASIL. Exposição de Motivos nº 211, de 09 de maio de 1983. Decreto-Lei 2.848,
de 07 de dezembro de 1940. Disponível em
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-
dezembro-1940-412868-exposicaodemotivos-148972-pe.html>. Acesso em:
02/08/2017
2 Ibidem, p. 25.
3 SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral: uma
abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil. 3ª ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora,
2009, p. 28.
7 Ibidem, p. 33.
10 MENDEZ, Emílio Garcia. Infância e Cidadania na América Latina. São Paulo: Hucitec, 1998, p. 52.
11 SPOSATO, Karyna Batista. Direito Penal Juvenil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 36-37.
14 BRASIL. Exposição de Motivos nº 211, de 09 de maio de 1983. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940.
Disponível em <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-dezembro-1940-
19 Ibidem, p. 60.
20 Ibidem, p. 61.
22 KONZEN, Afonso Armando. Justiça Restaurativa e Alteridade – Limites e Frestas para os Porquês da Justiça
Juvenil. Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal, Porto Alegre, vol. 9, n. 49, ab./maio 2008, p. 178-198.
23 Ibidem.
24 DANTAS, Kátia Luciana Nolêdo de Araújo. A aplicabilidade e eficácia da medida socioeducativa de internação
2017.
27 ‘’Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.’’
julho de 2017.
29 DIGIÁCOMO, Murillo José e Ildeara Amorim. Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado. 7ª
edição. Curitiba: Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 2017, p. 6, livro digital.
30 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. 17ª ed. rev., ampl. e atual. de acordo com a
Lei n. 12.550, de 2011. – São Paulo: Saraiva, 2012, p. 407, livro digital.
32 BRASIL. Exposição de Motivos nº 211, de 09 de maio de 1983. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940.
Disponível em <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-dezembro-1940-
33 DEZEM, Guilherme Madeira, MARTINS, Flávio, FULLER, Paulo Henrique Aranda. Estatuto da Criança e do
adolescente: difusos e coletivos. 3ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, Coleção
adolescente. Revista IN VERBIS: Instituto dos Magistrados do Brasil, vol. 14. Disponível em:
<http://www.amaralesilva.com.br/artigo/-o-mito-da-inimputabilidade-penal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-
36 Ibidem, p. 94.
37 Cf. FERRAIOLI, Luigi. Direito e Razão: teoria do Garantismo Penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
38 ÁVILA, Gustavo Noronha de. O debate entre Luigi Ferrajoli e os abolicionistas: entre a sedução pelo discurso
do medo e as práticas libertárias. Revista Jurídica Cesumar, maio/ago. 2016, v. 16, n. 2, p. 543-561.
44 Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas: I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II -
orientação, apoio e acompanhamento temporários; III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial
de ensino fundamental; IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção
da família, da criança e do adolescente;(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) V - requisição de tratamento médico,
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009); VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009); IX
- colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) [...] Disponível em:
45 Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso
51 Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal. Disponível em:
52 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: […] LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso em: 20 de
julho de 2017.
56 Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade
59 SILVA, Antonio Fernando do Amaral. ‘’Proteção’’ – Pretexto para controle social arbitrário de adolescentes e a
sobrevivência da doutrina da situação irregular. Jurisprudência Catarinense. Florianópolis, v. 25, n. 87, jul/set.
1999.
61 SILVA, Antonio Fernando do Amaral. O mito da inimputabilidade penal e o Estatuto da criança e do adolescente.
Revista IN VERBIS: Instituto dos Magistrados do Brasil, vol. 14. Disponível em:
<http://www.amaralesilva.com.br/artigo/-o-mito-da-inimputabilidade-penal-e-o-estatuto-da-crianca-e-do-
64 BANDEIRA, Marcos Antônio Santos. Atos infracionais e medidas socioeducativas: uma leitura dogmática,
66 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em:
67 Ibidem, p. 213.
68 Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à comunidade, liberdade
assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA), instrumento de previsão,
registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o adolescente. Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a
participação dos pais ou responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o processo ressocializador do
adolescente, sendo esses passíveis de responsabilização administrativa, nos termos do art. 249 da Lei no 8.069, de 13
70 Ibidem, p. 216.
71 FREITAS, Ana Maria Gonçalves. In: CURY, Munir (Coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado –
72 NUCCI, Guilherme de Souza. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
75 RAMIDOFF, Mário Luiz. Sinase: Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. São Paulo: Saraiva, 2012. P.
42.
77 Art. 121. [...] § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
01 de agosto de 2017.
Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação deverão ser reavaliadas
no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo a autoridade judiciária, se necessário, designar audiência, no prazo máximo
de 10 (dez) dias, cientificando o defensor, o Ministério Público, a direção do programa de atendimento, o adolescente e
78 CALDERONI, Vivian. Adolescentes em conflito com a lei: considerações críticas sobre a medida de internação.
79 Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de nova medida, a autoridade judiciária
procederá à unificação, ouvidos, previamente, o Ministério Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias sucessivos,
decidindo-se em igual prazo. § 1o É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de cumprimento de medida
socioeducativa, ou deixar de considerar os prazos máximos, e de liberação compulsória previstos na Lei no 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), excetuada a hipótese de medida aplicada por ato infracional
praticado durante a execução. § 2o É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos
infracionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa
dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos
por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema. Disponível em:
81 Ibidem, p. 226.
88 Neste sentido: João Batista Costa Saraiva (Compêndio de Direito Penal, 2006); Sergio Salomão Sheicara (Sistema de
Garantias e o Direito Penal Juvenil, 2016); Karina Batista Sposato (Direito Penal Juvenil, 2011).
89 Súmula 492 STJ: ‘’O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição
91 MARÇURA, Jurandir Norberto. In: CURY, Munir (Coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado –
93 Ibidem, p. 142.
95 Súmula 265 STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de se decretar a regressão da medida socioeducativa.
96 LIBERATI, Wilson Donizete. Processo penal juvenil: a garantia da legalidade na execução da medida
2017
101 BRASIL. Voto do Relator Deputado Laerte Bessa pela Comissão Especial destinada a emitir parecer sobre a Proposta
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1350308&filename=Parecer-
102 Redação final aprovada pela Câmara dos Deputados em 08/2015: ‘’Art. 1º O art. 228 da Constituição Federal passa
a vigorar com a seguinte redação: “Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas
da legislação especial, ressalvados os maiores de dezesseis anos, observando-se o cumprimento da pena em estabelecimento
separado dos maiores de dezoito anos e dos menores inimputáveis, em casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão
corporal seguida de morte.” (NR) Art. 2º A União, os Estados e o Distrito Federal criarão os estabelecimentos a que se refere
o art. 1º desta Emenda à Constituição. Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1375394&filename=Tramitacao-
PEC+171/1993>.
103 Voto em separado do Relator Senador Ricardo Ferraço em parecer sobre a PEC 33/2012 e apensos para a Comissão
104 Redação inicial da PEC 171/93: ‘’Art. 1º - O inciso I, do art. 129 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte
redação: Art. 129 – São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública e
o incidente de desconsideração de inimputabilidade penal de menores de dezoito e maiores de dezesseis anos. (NR) Art. 2º
- Acrescente-se um Parágrafo Único ao art. 228 da Constituição Federal com a seguinte redação: “Art. 228 -
.....................................................Parágrafo Único – Lei complementar estabelecerá os casos em que o Ministério Público poderá
propor, nos procedimentos para a apuração de ato infracional praticado por menor de dezoito e maior de dezesseis anos,
incidente de desconsideração da sua inimputabilidade, observando-se: I - Propositura pelo Ministério Público especializado
em questões de infância e adolescência; II - julgamento originário por órgão do judiciário especializado em causas relativas
à infância e adolescência, com preferência sobre todos os demais processos, em todas as instâncias; III - cabimento apenas
na prática dos crimes previstos no inciso XLIII, do art. 5º desta Constituição, e múltipla reincidência na prática de lesão
corporal grave e roubo qualificado; IV - capacidade do agente de compreender o caráter criminoso de sua conduta, levando
em conta seu histórico familiar, social, cultural e econômico, bem como de seus antecedentes infracionais, atestado em
laudo técnico, assegurada a ampla defesa técnica por advogado e o contraditório; V - efeito suspensivo da prescrição até o
separado dos maiores de dezoito anos. Art. 2º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua
105 LEIRIA, Cláudio da Silva. Redução da Maioridade Penal: porque não?. Disponível em
2017.
106 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 109.
108 ‘’Artigo 228: São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.’’
outubro de 2017.
110 TERRA, Eugenio Couto. A Idade penal mínima como Cláusula Pétrea. In Revista Juizado da Infância e Juventude,
111 SPOSATO, Karina Batista. Direito Penal de Adolescentes: Elementos para uma teoria garantista. São Paulo:
114 SPOSATO, Karyna Batista. Porque dizer não à redução da idade penal. UNICEF, 2007, p. 20. Disponível em:
15 de outubro de 2017.
115 SANTOS, José Heitor dos. Redução da Maioridade Penal. Disponível em: http://www.andi.org.br/infancia-e-
117 LEAL, César Barros; PIEDADE JÚNIOR, Heitor (Org.). Idade da responsabilidade penal. Belo Horizonte: Del Rey,
2003, p. 91-92.
118 SILVA, Enid Rocha Andrade,. OLIVEIRA, Raíssa Menezes de. Nota Técnica nº 20 – O adolescente em conflito com
a lei e o debate sobre a redução da maioridade penal: esclarecimentos necessários. IPEA, nº 20, 2015. Disponível
de outubro de 2017.
119 COPEIJ – Coordenação da Comissão Permanente da Infância e Juventude. Nota Técnica nº 02/2013. Disponível
em: <http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/legis/notas/nota_tecnica_copeij_n02_2013_idade_penal.pdf>
120 SANTOS, Márcio Teixeira dos., DIGIÁCOMO, Murillo José. Posição oficial: redução da maioridade penal.
de outubro de 2017.
121 Reportagem: OAB PR se manifesta contra a redução da maioridade penal. Disponível em:
outubro de 2017.
122 Reportagem: AMB participa de debate sobre a redução da maioridade penal. Disponível em: <
de 2017.
123 DIGIÁCOMO, Murillo José. Redução da idade penal: solução ou ilusão? mitos e verdades sobre o
2017.
126 ALVES, Ariel de Castro. Redução da idade penal e criminalidade no Brasil. Ministério Público do Paraná, 2007.
de outubro de 2017.
127 SHEICARA, Sergio Salomão. Ibidem, p. 33.