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A (in) EFICÁCIA DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO IMPOSTA


AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI

Christiany Leal Coelho

RESUMO

Cuida-se da busca pelo entendimento acerca da problemática vista com relação a


ineficácia da medida socioeducativa da internação como ressocialização do menor
infrator perante a sociedade. Para alcance da resolução da problemática objetiva-se
apresentar em primeiro momento a definição quanto as medidas socioeducativas,
bem como a internação e suas particularidades, para que, por fim, com a
prospecção obtida pelo entendimento doutrinário e jurisprudencial seja levantada a
possível ineficácia da internação como forma de ressocialização do menor infrator
na sociedade. O percurso metodológico se deu por meio do método indutivo com
usufruto da pesquisa bibliográfica para obtenção dos dados bibliográficos por meio
de livros, periódicos e, entre outros.

Palavras-chave: Internação; Medida socioeducativa; Menor infrator;


Ressocialização.
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1 INTRODUÇÃO

As medidas socioeducativas constituem medidas jurídicas de correção e


sanção penal para menores infratores que, por ventura, cometem atos infracionais,
estes considerados ilícitos à luz do Código Penal pátrio e também quanto ao
preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Tais medidas
encontram previsão no ECA, podendo abarcar como menos e mais gravosa,
conforme a gravidade do ato cometido pelo adolescente.
O objetivo central do presente trabalho consiste na busca pelo entendimento
quanto a possível eficácia da medida socioeducativa da internação. É cediço que a
internação consiste aplicação em casos que não apresentem condições de aplicar
as medidas socioeducativas anteriores a esta, pois a privação de liberdade do
adolescente é medida considerada extrema e delicada quanto a sua aplicação.
Sendo assim, tendo em vista todo o aspecto que envolve a privação e
consequências que se pode apresentar quanto a aplicação da medida
socioeducativa, busca-se com o referencial teórico a resolução da problemática que
envolve a possível eficácia da aplicação da medida socioeducativa de internação
para que o adolescente possa ser considerado ressocializado, em virtude da
aplicação da medida em concernência.
É de suma importância o entendimento acerca da eficácia de aplicação para
alcançar a ressocialização do adolescente, pois a privação de liberdade, conforme
defendido por muitos doutrinadores, consideram como medida delicada e gravosa
para que seja aplicada, podendo, por vezes, gerar o efeito reverso desejado da
aplicação das medidas socioeducativas, que consiste na reinserção do adolescente
na sociedade para dirimição de seus atos, por conseguinte, que se redima e possa
prosseguir com a sua vivência no seio da sociedade.
Para a construção do presente artigo utilizou-se a metodologia baseada na
pesquisa quantitativa, pois o resultado a se buscar com a pesquisa norteadora do
artigo consiste em dado que não se pode quantificar, não se pode mensurar com
números, mas sim com conceitos. Fonseca (2002, p. 32) aduz que a pesquisa
bibliográfica é realizada pelo meio de levantamento de referências teóricas
analisadas em momento anterior, publicadas em meios escritos e também
eletrônicos, tal como livros, artigos científicos e afins. Com isso, utiliza-se esse modo
para o levantamento de dados e construção do artigo.
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Conforme o objeto de estudo do artigo e com a utilização da análise lexical


por intermédio do acesso à literatura vernante acerca de autores que buscam
entendimento acerca da problemática apresentada, com livros, artigos, a utilização
de publicações feitas em sites seguros e dotados de contribuição do saber para a
construção do artigo e periódicos publicados para o oferecimento do conhecimento
com forte embasamento teórico.
Conforme a subdivisão das seções do artigo, a primeira terá o objetivo de
apresentar o conceito das medidas socioeducativas, conforme o preconizado no
ordenamento jurídico pátrio, para que, posteriormente, seja elucidado por meio do
entendimento doutrinário e jurisprudencial acerca da eficácia e também da
aplicabilidade em casos fáticos da medida socioeducativa em casos de internação
para a ressocialização do adolescente infrator.
A segunda seção exibirá com maior enfoque a medida socioeducativa da
internação e a eficácia que a mesma apresenta como forma de sanção estatal para
o ato infracional cometido pelo menor infrator, tendo em vista o posicionamento
doutrinário e jurisprudencial com a consideração acerca da utilização de medida
mais gravosa para adolescentes e o impacto que possui na vida dos mesmos.
Por fim, a terceira e última seção apresenta a aplicabilidade da internação
como medida socioeducativa em face da sua representação como mecanismo de
auxílio para a ressocialização do menor na sociedade.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS

Para o entendimento acerca das medidas socioeducativas, tem-se em


primeiro momento a notoriedade quanto a definição de ato infracional, ao qual
consiste em ato condenável, de desrespeito às leis, à ordem pública, aos direitos
dos cidadãos ou ao patrimônio, cometido por crianças ou adolescentes. Em caso de
cometimento por adolescente deve ser apurado pela Delegacia da Criança e do
Adolescente a quem cabe encaminhar o caso ao Promotor de Justiça que poderá
aplicar uma das medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente da Criança e do Adolescente – ECA, a Lei nº 8.069/90 (NISHI, 2017).
O ECA trata do ato infracional em seu artigo 103 como sendo a conduta da
criança e do adolescente que pode ser descrita como crime ou contravenção penal.
“Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”
(BRASIL, 1990). Assim considera-se ato infracional fato típico, antijurídico e
culpável, garantindo ao adolescente, por um lado, um sistema compatível com o seu
grau de responsabilização, e por outro, a coerência com os requisitos normativos
provenientes da seara criminal.
O Estatuto estabelece que sejam penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, porém capazes, inclusive a criança, de cometer atos infracionais,
possíveis então de aplicação de medidas socioeducativas. As medidas
socioeducativas constituem na resposta estatal, aplicada pela autoridade judiciária,
ao adolescente que cometeu ato infracional (AQUINO, 2012).
Conforme o exposto, o ECA apresenta a tipologia de medidas
socioeducativas em dois grupos: as medidas em meio aberto, porquanto, não
privativas de liberdade - advertência, reparação do dano, prestação de serviços à
comunidade e liberdade assistida - e as medidas privativas de liberdade
(semiliberdade e internação). As medidas socioeducativas em questão contêm
previsão nos artigos 112 do ECA, consistindo, conforme os incisos I a VI do artigo
supracitado, tais como: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de
serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e
ainda, a internação, conforme dispõe a lei 8.069/90.
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Liberati (2006, p. 233) afirma que a medida socioeducativa é a manifestação


do Estado, em resposta ao ato infracional, praticado por menores de 18 anos, de
natureza jurídica impositiva, sancionatória e retributiva, cuja aplicação objetiva inibir
a reincidência, desenvolvida com finalidade pedagógica-educativa. Tem caráter
impositivo, porque a medida é aplicada independentemente da vontade do infrator-
com exceção daquelas aplicadas em sede de remissão, que tem finalidade
transacional. Além de impositiva, as medidas socioeducativas têm cunho
sancionatório, porque, com sua ação ou omissão, o infrator quebrou a regra de
convivência dirigida a todos.
De acordo com o doutrinador João Batista Costa Saraiva:

A sanção socioeducativa tem finalidade pedagógica, em uma proposta de


socioeducação. Não há, porém, sendo sanção, deixar de lhe atribuir
natureza retributiva, na medida em que somente ao autor de ato infracional
se lhe reconhece a aplicação (SARAIVA, 2006, p. 65).

Nesse ínterim, faz-se mister a apresentação das medidas socioeducativas


em espécie. Em primeiro momento, tem-se a advertência, que constitui, conforme o
artigo 115 do Estatuto, como “A advertência consistirá na admoestação verbal, que
será reduzida a termo e assinada” (BRASIL, 1990). A referida medida tem previsão
desde 1927, com a promulgação do Código Mello Mattos. Conforme o artigo 114, §
único do ECA, a medida poderá ser aplicada sempre que houver prova da
materialidade da infração e indícios suficientes de autoria. Constitui a finalidade de
fornecer alerta para o adolescente e os responsáveis para o risco de envolvimento
com ato infracional (AQUINO, 2012).
Outra medida socioeducativa consiste na reparação de danos, com previsão
no artigo 116 do Estatuto. A referida medida tem espaço quando o ato infracional
possuir reflexos patrimoniais, sendo determinado que o adolescente restitua o bem
perdido, promova o ressarcimento do dano, ou por outra forma compense o prejuízo
da vítima. O artigo 116 versa que, o ato infracional que possui impacto no âmbito
patrimonial poderá ser determinado pela autoridade competente que o adolescente
arque com o dano causado, promovendo o ressarcimento, ou que, por outra forma
justa, compense o dano que a vítima sofrera (BRASIL, 1990).
Segundo dispõe o autor Elcio Resmini Meneses:
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A impossibilidade social do cumprimento desta medida descola, de


imediato, à abordagem das restantes em meio aberto: a prestação de
serviços à comunidade e a liberdade assistida, utilizadas em boa escala nas
respostas estatais aos atos em conflito com a lei (MENESES, 2008, p. 101).

Apesar da medida de reparação do dano ter caráter personalíssimo e


intransferível, o Código Civil prevê que, se adolescente infrator tiver 16 anos à época
do fato, a responsabilidade em reparar o dano será exclusivamente de seus pais ou
responsável (BORGES, 2014, p. 24).
Ao que concerne à prestação de serviço à comunidade, tem-se o disposto
no artigo 117 do Estatuto, que traz que tal medida constitui como forma de
imposição estatal para que o adolescente efetue tarefas gratuitas ou de interesse
geral, não podendo exceder ao lapso temporal de seis meses, sendo tal medida
realizada em estabelecimentos de entidades assistenciais, hospitais, escolas ou em
locais que participem de programas comunitários ou governamentais. Ainda é
imperioso destacar que, conforme o parágrafo único do artigo supracitado, as tarefas
atribuídas terão compatibilidade com as habilidades do adolescente, devendo ser
cumpridas em no máximo oito horas diárias semanais, de modo que não prejudique
frequência à escola ou a trabalho (BRASIL, 1990).
A prestação de serviços à comunidade consiste em uma forma de punição
útil à sociedade, onde o infrator não é subtraído do convívio social, desenvolvendo
tarefas proveitosas a seu aprendizado e necessidade social. As atividades previstas
no artigo 117 do Estatuto serão compatíveis com as condições pessoais do
adolescente, e sem caráter vexatório. Custa salientar que tais tarefas não devem
prejudicar sua frequência escolar e devem ser atribuídas de acordo com suas
aptidões (VALENTE, 2012, p. 18).
A medida socioeducativa da liberdade assistida está prevista nos Arts. 118 e
119 do ECA e constitui, sem dúvida, a principal medida de cunho eminentemente
pedagógico, pois, sem que o adolescente em conflito com a lei perca a sua
liberdade, submete-o à construção de um verdadeiro projeto de vida permeado pela
liberdade, voluntariedade, senso de responsabilidade e controle do poder público. A
medida se reveste, normalmente, de caráter compulsório, pois o juiz, no âmbito do
processo de conhecimento aplica à medida que lhe parecer mais adequada, para
aquele caso concreto, de conformidade com as provas e demais dados constantes
dos autos (relatório de equipe interdisciplinar, depoimentos, documentos e etc.),
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levando em consideração a gravidade do fato, as circunstâncias, as aptidões ou as


condições pessoais do adolescente, bem como a condição de cumpri-la, podendo,
todavia, este, através de seu representante legal, recorrer da decisão (BANDEIRA,
2006, p. 151-152).
Conforme o exposto acima, a tipologia das medidas socioeducativas
consiste também nas medidas privativas de liberdade, ao qual a semiliberdade é
uma das duas espécies dessa tipologia em questão. Na prática, consiste no
recolhimento noturno do adolescente (assemelhando-se, assim, ao regime penal
semiaberto) (ISHIDA, 2010, p. 239). Admite-se a realização de atividades externas,
prescindindo-se de autorização judicial para tanto, conforme o artigo 120 do ECA.
Pode a semiliberdade ser aplicada desde o início ou então utilizada como
forma de transição da internação para o meio aberto. Trata-se de medida sem prazo
mínimo determinado, em conformidade com o artigo 120, § 2º do Estatuto. Contudo,
apresenta o artigo 121, § 3º e 5º do ECA quanto à semelhança da internação, não
deve exceder três anos e nem ir além do aniversário de vinte e um anos do
adolescente (TEIXEIRA, 2013, p. 176).
Por fim, tem-se a medida socioeducativa da internação, objeto central de
entendimento do presente artigo, ao qual, conforme o artigo 121 do ECA, in verbis:
“Art. 121- A internação constitui medida privativa de liberdade, sujeita aos princípios
da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento” (BRASIL, 1990). É a mais severa, pois se trata de medida que
limita alguns de seus direitos individuais, sendo um dele; o direito a liberdade. Como
já mencionado, o princípio da excepcionalidade traz que a internação somente será
aplicada, caso haja falha na aplicação das demais medidas ou sendo inviáveis ao
caso concreto.
O artigo 122 do mesmo Estatuto, por seu turno, apresenta que a internação
só pode ser aplicada em casos que o ato infracional cometido seja em face de grave
ameaça ou violência à vítima, como forma de reiteração pelo cometimento de outras
infrações consideradas graves ou ainda quando o menor infrator descumprir, de
forma injustificável e reiterado medida socioeducativa imposta anteriormente à
aplicação da medida socioeducativa. O artigo ainda versa sobre o prazo máximo de
três meses para a internação e ainda que a internação constitua última medida
socioeducativa, não devendo ser aplicada se houver a possibilidade de imposição de
outra medida menos gravosa (BRASIL, 1990).
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Moraes e Ramos (2010, p. 848) narram a respeito da medida de internação,


ao qual:

A internação precisa ser breve. Quer isso dizer que deve alcançar o menor
período possível da vida do adolescente, o qual está em processo de
formação e tem no seu direito fundamental à liberdade um dos mais
relevantes fatores para a construção do seu caráter. A vida em sociedade,
os direitos de expressão, de se divertir e de participação na vida polícia são
exemplos da importância do gozo da sua liberdade, em um momento
singular da sua existência. A adolescência é a menor fase da vida, um
verdadeiro rito de passagem. Compreende a idade entre doze e os dezoito,
durante apenas seis de todos os anos da existência da pessoa. Por isso a
preocupação do legislador com a internação, limitando a sua duração a três
anos, o que já se constitui em metade deste período de amadurecimento. A
internação precisa ser excepcional.

À luz do postulado da excepcionalidade, a internação, como medida


socioeducativa, é passível de ser aplicada somente frente a atos infracionais
perpetrados com grave ameaça ou violência à pessoa (art. 122, I), por reiteração de
infrações graves (art. 122, II) ou por descumprimento reiterado e injustificado de
medida imposta anteriormente (art. 122, III). Neste último caso, repisa-se, com
duração máxima de três meses (TEIXEIRA, 2013, p. 178).
Por fim, a internação tem a duração máxima de três anos, e a cada seis
meses, o menor deverá passar por uma nova avaliação. Outra medida utilizada é a
internação provisória que é um procedimento utilizado antes da sentença, quando há
indícios suficientes de autoria e materialidade do ato infracional ou quando há
descumprimento de ordem judicial anteriormente aplicada. Nesse ínterim, conforme
disposto a seguir, busca-se o entendimento quanto à eficácia contida na medida
socioeducativa da internação.
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2.2 A INTERNAÇÃO E A SUA EFICÁCIA

Conforme exposto acima, a internação consiste em última medida para ato


infracional cometido por menor, sendo aplicada também em casos de
descumprimento a outras medidas socioeducativas e também em casos
concernentes aos incisos do artigo 122 do ECA. Contudo, faz-se mister a
apresentação de entendimento ao que concerne a eficácia ou ausência dela quanto
a aplicação da internação como medida socioeducativa para o menor infrator.
Os Procuradores de Justiça do Estado do Paraná, Olympio Sotto Maior e
Munnir Cury explicam com propriedade as razões da excepcionalidade da medida
de internação:

(...) a internação é a medida sócio-educativa com as piores condições para


produzir resultados positivos. Com efeito, a partir da segregação e da
inexistência de projeto de vida, os adolescentes internados acabam ainda
mais distantes da possibilidade de um desenvolvimento sadio. Privados de
liberdade, convivendo em ambientes, de regra, promíscuos e aprendendo
as normas próprias do grupos marginais (especialmente no que tange a
responder com violência aos conflitos do cotidiano), a probabilidade (quase
absoluta) é de que os adolescentes acabem absorvendo a chamada
identidade do infrator, passando a se reconhecerem, sim, como de má
índole, natureza perversa, alta periculosidade, enfim, como pessoas cuja
história de vida, passada e futura, resta indestrutivelmente ligada à
delinqüência (os irrecuperáveis, como dizem eles) (MAIOR; CURY, 2010, p.
536).

Ainda em consonância com o entendimento apresentado por Olympio Sotto


Maior (2010, p. 536-53), tem-se que, ao final da internação, os autores apresentam
que os indivíduos apresentam uma piora, com a manifestação de condutas violentas
e também antissociais. Nesse ínterim, tem a importância quanto a observação as
regras em relação a excepcionalidade presente na medida em referência, sendo
respeitado a brevidade e também à condição única de pessoa em desenvolvimento
do menor, em conformidade com o disposto no artigo 124 do Estatuto.
Imperioso também ressaltar o entendimento de Fernandes, quanto a
finalidade das medidas socioeducativas:

Trata-se de uma sanção-educação, em substituição à sanção castigo.


Deseja-se que o adolescente cumpra a medida satisfatoriamente, inserindo-
se na sociedade com novos ideais, de modo a se tornar um adulto habilitado
a conviver conscientemente consigo mesmo e de maneira produtiva em seu
meio sócio-familiar (FERNANDES, 2002, p. 73).
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Sabe-se que as medidas aplicadas ao menor infrator têm caráter punitivo e


educativo, entretanto é notório o alto índice de reincidência e a crescente inserção
de menores em práticas infracionais. Em especial a medida socioeducativa da
internação, sendo esta mais gravosa, pois retira a liberdade de locomoção do
menor, sendo oferecido pelo Estado condições precárias e o não cumprimento do
apoio pedagógico, ocasionando nesse ínterim a ineficácia da internação.
Para demonstração concisa da hipótese levantada quanto a ineficácia da
medida de internação, faz-se a menção ao seguinte julgado:

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ATO INFRACIONAL


ANÁLOGO AO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. MEDIDA CAUTELAR
DE INTERNAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. A internação
cautelar de adolescente primário, cuja conduta não envolveu violência ou
grave ameaça à pessoa não se amolda às hipóteses taxativas de cabimento
da medida, previstas no artigo 122 do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Desse modo a determinação da internação cautelar, nesse
caso, não se aplica às hipóteses taxativas de cabimento da medida. Diante
do exposto, com base no art. 21, § 1º do RI/STF, nego seguimento ao
Habeas Corpus. (STF – Habeas Corpus: HC 165646 SP- São Paulo,
Relator; Min. Roberto Barroso, Data da Publicação: DJe-272 19/12/2018,
Data do Julgamento: 17/12/2018.)

Nesse ínterim, levanta-se o entendimento apresentado pelo Supremo


Tribunal Federal ao qual reconhece a importância da observação em relação à
excepcionalidade aplicada quanto à internação, pois ressalta a importância de
observância às hipóteses prevista no Estatuto. Contudo, por vezes, assim como no
âmbito do Direito Penal, a aplicabilidade da pena, in casu, medida gravosa,
consistem na inobservância quanto aos preceitos legais, sendo cabível o destaque
ao seguinte julgado:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ECA. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO


DELITO DE ROUBO MAJORADO. ART. 157, § 2º, INC. I E II, DO CÓDIGO
PENAL. TESES DEFENSIVAS DO DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE.
MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. PALAVRA DA VÍTIMA E
DEPOIMENTO PRESTADO POR POLICIAIS MILITARES QUE MERECEM
CREDIBILIDADE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO SEM
POSSIBILIDADE DE ATIVIDADES EXTERNAS MANTIDA. SENTENÇA
CONFIRMADA. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível nº 70057510752,
Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara
Medeiros, Julgado em 14/05/2014).

Tal medida tem sido cumprida em lugares que claramente atentam tanto
contra o ideal da reeducação quanto com os elementares básicos de respeito à
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dignidade humana. “O sistema não defende a sociedade, não protege o menor, não
o recupera, encaminhando-o para a reincidência, o que é custoso para o Estado e
prepara o delinquente adulto” (MARQUES, 1976, p. 36).
Esses fatores fazem com que o Estatuto considere a internação como única
medida capaz de educar, procurando-lhe aplicar um caráter socioeducativo em que
se assegurarão aos menores privados de sua liberdade cuidados especiais, tais
como: proteção, educação, lazer, formação profissional, etc. Contudo, torna-se clara
a percepção de que o sistema é considerado falho na sua aplicação, motivo pelo
qual irá afetar o seu objetivo final, o qual seria a recuperação e tornar com que esse
adolescente volte ao seio social mostrando que realmente se recuperou e pode
progredir em meio ao convívio em comunidade (SILVA, 2016, p. 36-37).
Estabelecendo que as medidas devam ser cumpridas em estabelecimento
adequado, onde os adolescentes deverão ser separados por idade, aptidão física e
ainda, gravidade da infração. Percebe-se também a exigência da inclusão de
atividades pedagógicas para esses adolescentes, posto que através delas busca-se
proporcionar a eles uma melhor condição para a ressocialização. Porém esses
ditames descritos pelo Estatuto estão friamente “congelados” e esquecidos no dia a
dia dos estabelecimentos. Veja-se:

Superlotação, poucas oportunidades de formação educacional e profissional


e espaços insalubres, foram alguns problemas nos centros de internação de
adolescentes constatados no relatório divulgado nesta segunda-feira (22)
pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A situação nos locais
de internação para jovens que cumprem medidas socioeducativas está bem
distante da preconizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Foram analisados 317 dos 369 estabelecimentos de internação existentes
no país, entre os anos de 2013 e 2014. [...] Segundo dados do relatório, a
superlotação nos centros de internação é uma realidade no país. O Brasil
tem 18 mil vagas para internação de adolescentes em conflito com a lei,
mas abriga mais de 21 internos. No estado do Maranhão, a superlotação
supera 800%, são 461 jovens para 52 vagas. Piauí, Maranhão, Alagoas, Rio
Grande do Norte, Amazonas, Rondônia, Roraima, Paraná, Tocantins e Rio
de Janeiro superam os 100% (ARAGÃO; Érica, 2015).

Existem casos aos quais as medidas socioeducativas cumprem o seu


propósito ao qual consiste na observância a educação e reinserção do menor
infrator a sociedade para que o ato infracional fique no passado, porém, parte do
princípio que são minoria, e conforme apresentado acima, a internação acaba
ocorrendo em locais com condições precárias, não somente físicas, mas também de
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recursos humanos e materiais, sendo assim um dos fatores que contribuem para
ineficácia da medida socioeducativa da internação.

2.3 APLICABILIDADE DA MEDIDA SÓCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO PARA A


RESSOCIALIZAÇÃO DO MENOR INFRATOR

Nesse ínterim, faz-se mister a presença da aplicabilidade da medida


socioeducativa de internação para a ressocialização do menor infrator. Cabe ao
Poder Judiciário a competência de aplicação eficaz das medidas socioeducativas.
Dessa forma, recentemente foi criada a lei 12.594/2012 de 18 de janeiro de 2012
que instituiu o SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo -, que
regulamenta o cumprimento das medidas socioeducativas e também estabelece
princípios, regras e critérios específicos para o acompanhamento sociopedagógico
do adolescente infrator.
Liberatti, assim define o SINASE:

O Sistemas Nacional de Atendimento Socioeducativo/SINASE é o conjunto


ordenado de princípios, regras e critérios de caráter jurídico, político,
pedagógico, financeiro e administrativo que envolvem o processo de
apuração de ato infracional e de execução de medida socioeducativa,
incluindo-se nele, por adesão, o Sistema nos níveis estaduais, distrital,
municipais, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de
atenção ao adolescente em conflito com a lei. (LIBERATTI, 2012, p. 136).

Contudo, a internação como medida socioeducativa depende da execução


adequada de condições oferecidas pelo Estado. Nesse ínterim, Saraiva (2006, p. 41)
aduz que o Estado está fadado a não ressocializar o adolescente, sendo que a
questão da responsabilização do adolescente infrator e a eventual sensação da
impunidade que é passada para a opinião pública decorre não do texto legal nem da
necessidade de sua alteração - mesmo se admitindo não ser o Estatuto da Criança e
do Adolescente uma obra pronta e acabada. A questão toda se funda na
incompetência do Estado na execução das medias socioeducativas previstas na Lei,
a inexistência ou insuficiência de programas de execução de medidas em meio
aberto e a carência do sistema de internamento (privação de liberdade), denunciado
diariamente pela imprensa.
Em muitos casos existe a ressocialização do indivíduo em sociedade quando
internado em instituição adequada, porém, é cediço que o Estado não fornece as
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medidas básicas para o funcionamento adequado dos estabelecimentos, pois


conforme a problemática da superlotação supracitada é destaque que o papel da
medida socioeducativa consiste na reeducação do indivíduo com a aplicabilidade de
reinserção a sociedade e não com a contribuição para agravo da conduta manifesta
no menor infrator ocasionando não em reinserção e sim em agravante de conduta. O
Estado não apresenta o recurso necessário que ofereça de fato qualidade para a
execução da medida de internação, sendo nesse ínterim, em grande parte dos
casos, a presença da ineficácia da medida socioeducativa da internação como forma
de ressocialização do menor infrator na sociedade. Ressaltando que para que a
medida seja efetiva, o Estado precisa de mecanismos jurídicos para fazer com que a
norma seja cumprida. Isso significa dizer que os agentes estatais têm que ter
condições de fazer a norma ser exigida. (ARAÚJO, 2017).

2.4 A INEFICÁCIA DA INTERNAÇÃO FRENTE À DIGNIDADE DA PESSOA


HUMANA

O artigo 15 do Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelece que toda


criança tem o direito à liberdade, ao respeito e o mais importante de todos, a
dignidade como pessoa humana em processo de desenvolvimento. Todos têm o
direito da dignidade humana, pelo simples fato de existir. “Ela é mencionada em
incontáveis documentos internacionais, em constituições, leis e decisões judiciais”.
(BARROSO, 2014, Pg. 287). A dignidade da pessoa humana é um dos princípios
mais importantes da nossa constituição federal de 1988, tornando-se como um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil. O princípio que é universalmente
consagrado, sendo inerente a todo ser humano, independentemente da idade.
(DIGIÁCOMO, 2013, Pg.31).
As garantias previstas no texto da Constituição Federal em seu art. 5º,
incisos II e III, por exemplo, que assegurem a todas as pessoas a liberdade de não
ser obrigado a nada, a não ser em virtude de lei e a garantia ao direito à vida e a
integridade física e psíquica, sendo vedada a condução de pessoas a tratamentos
de tortura ou degradante ou desumano (BRASIL, 2017).
Apesar das controvérsias, tem-se que os direitos fundamentais têm prioridade
total, mesmo que com as relatividades do sistema. A atuação do Estado é garantir
os direitos igualitários para todos, respeitando a vontade de todos e mantendo a
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ordem social. Porém, do ponto de vista social, há certa falha na atuação do Estado
frente aos direitos do adolescente previsto no estatuto, provando-se com a ineficácia
da internação, visto que as unidades não estão adequadas às diretrizes previstas
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
O artigo 124 do estatuto dispõe dos direitos que os adolescentes privados de
sua liberdade têm, por exemplo: direito de ser tratado com respeito e dignidade;
habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; realizar
atividades culturais, esportivas e de lazer, dentre outras. Contudo, a realidade
impossibilita que o objetivo seja alcançado em sua plenitude, pois no geral as
unidades carecem de estruturas físicas, instalações adequadas para atividades de
ensino, recreação e profissionalização.
O Conselho Nacional de Justiça fez um levantamento para identificar a atual
situação dos estabelecimentos de medidas socioeducativas no Brasil, quanto ao
aspecto da violência contra os adolescentes. Os números são alarmantes: 34
estabelecimentos registraram casos de abuso sexual; 19 estabelecimentos
registraram, pelo menos, uma ocorrência de homicídio; sete estabelecimentos,
mortes por doença preexistentes; dois estabelecimentos, mortes por suicídio.
Nesse ínterim, foi declarado que 28% dos adolescentes em conflito com a lei
sofrem algum tipo de violência por parte dos funcionários dos Centros Educacionais;
10%, por Policiais Militares. Enquanto, 19% dos adolescentes sofreram algum tipo
de castigo físico dentro da unidade de internação (CNJ, 2012).
Conforme o exposto acima há certa violação ao princípio da dignidade da
pessoa humana por parte do Estado, de modo que o princípio se projetou no
respeito e proteção à integridade física e psíquica da pessoa, não devendo o poder
público se desvincular de tal obrigação. Reiterando que o estatuto da criança e do
adolescente também dispõe em seu artigo 125 que é dever do Estado zelar pela
integridade física e mental dos infratores, cabendo adotar medidas adequadas para
sua proteção. Por fim, o descumprimento do estatuto da criança e do
adolescente por parte do Estado é evidente ao não criar estabelecimento
apropriados para a internação e atividades pedagógicas para ressocialização do
menor infrator, deixando-o aquém da reincidência infracional e um futuro criminoso.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
15

À vista do exposto tem-se que as medidas socioeducativas A Medida


Socioeducativa de Internação será aplicada somente nos casos em que o Estatuto
definiu, quais sejam: o ato infracional cometido com violência ou grave ameaça,
reiteração nas infrações graves e descumprimento reiterado e não justificado de
outra medida imposta. Ademais, deverá observar os princípios da brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento.
A Internação é medida privativa de liberdade. Nela o adolescente infrator é
retirado do convívio familiar e social e internado em um estabelecimento próprio para
que possa se recuperar através de acompanhamento de equipe multidisciplinar e
participação em atividades pedagógicas. É imperioso ressaltar ainda que, para que a
eficácia da internação seja aferida é necessário o oferecimento do mínimo de
condições, tais como a infraestrutura dos locais de internação, ao qual não fazem
parte da realidade.
Para que não haja abusos, foram estipulados direitos individuais e garantias
processuais aos adolescentes, bem como direitos para os menores que já se
encontram cumprindo medida de internação. Verificou-se que grande parte dos
direitos concedidos derivam de normas Constitucionais que, por outro lado, remete
ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Ocorre a ineficácia da medida socioeducativa da internação, pois o Estado,
em sua figura de provedor de segurança jurídica e, ao mínimo, protetor da dignidade
humana, não apresenta os recursos humanos e físicos para a ressocialização do
adolescente infrator que chega as vias de fato da internação. Porquanto, a
internação constitui medida gravosa que, por vezes, acaba gerando o efeito reverso
nos adolescentes ao qual se impõe a medida em referência em função das
condições aos quais são submetidos.

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16

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uma qualidade melhor. CUT, jun. 2015. Disponível em:
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