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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SANTA FÉ DO SUL

UNIFUNEC

JOÃO PAULO MUNHOZ CHERATO

POSICIONAMENTO SOBRE A REDUÇÃO OU NÃO DA


MAIORIDADE PENAL

Santa Fé do Sul - SP
2022
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo examinar as possibilidades e


necessidades de redução da maioridade penal. O faz a partir de uma análise
histórica dos diferentes tratamentos dado a imputabilidade penal ao longo do
tempo, pelo ordenamento jurídico brasileiro. Faz uma abordagem sobre o
caráter fundamental da inimputabilidade penal e o tratamento dado ao assunto
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a partir da análise dos diversos
posicionamentos favoráveis a redução da idade penal, o estudo deixa claro de
que não há unanimidade acerca do tema, mas retrata os benefícios que essa
redução traria para nossa sociedade como um todo atualmente. Portanto, não
se pode falar em pacificação social, posto que este assunto é extremamente
polêmico mundialmente.

Palavras-chave: Imputabilidade penal. Redução. Estatuto da criança e do


adolescente.
INTRODUÇÃO

O trabalho teve por objetivo o enfoque da redução da maioridade penal,


procurando averiguar a eficiência e finalidade desse tema trazendo argumentos
e fatos que comprovem o mesmo.

Assim, ao analisarmos a evolução do direito penal no Brasil sobre a


responsabilidade penal do menor de 18 anos, ficará demonstrado de que a
redução da menoridade penal não é um objeto de debate recente. Certos
juristas já, defendiam antes mesmo da edição do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Devido à grande incidência de crimes violentos praticados por
menores de idade.

O trabalho também analisou leis infraconstitucionais que tratam do assunto no


ordenamento jurídico Brasileiro, principalmente a lei 8.069/90 Estatuto da
criança e do adolescente-ECA .Assim como o tratamento dado por alguns
países a respeito do assunto no que diz respeito a responsabilidade do menor
de 18, anos que venha a praticar um fato antijurídico tipificado como crime fez
uma análise da conveniência da redução, como medida de política criminal,
diante da superlotação das penitenciárias Brasileiras e seu alto índice de
reincidência.

DESENVOLVIMENTO
1.1 Contexto e Exemplos.

Maioridade penal é o estabelecimento de uma idade a partir da qual os


cidadãos sejam inteiramente responsáveis pelos atos criminosos que cometem,
no Brasil e na maioria dos países ocidentais é de 18 anos.

Mas como ser contra a esta redução se um jovem de 15 a 16 anos já tem


condições de saber o que é certo e errado, desta maneira é plenamente capaz
de ser responsabilizado por um crime hediondo que venha a cometer, então a
ideia de só responsabilizá-lo por seus atos a partir dos 18 anos de idade acaba
sendo falha. Muitos países desenvolvidos adotam maioridade penal abaixo de
18 anos como por exemplo os Estados Unidos, a maioria dos estados
submetem jovens a processos criminais como adultos a partir dos 12 anos de
idade, outros exemplos como na Nova Zelândia, a maioridade começa aos 17
anos, na Escócia aos 16, na Suíça, aos 15, e todos eles possuem índice de
crimes e infrações nesta idade baixíssimos justamente por conta dessas
medidas. Os níveis de segurança urbana baixaram consideravelmente na
última década, criando um ambiente propício para a ampliação dos
movimentos que pugnam por uma reação legal, judicial e policial mais
contundente contra a delinquência das massas. Dentre as diversas propostas,
está a redução da maioridade penal, tema que vem sendo objeto de intenso
debate no Congresso Nacional. Os defensores da redução da maioridade penal
argumentam que, quando o legislador brasileiro elegeu 18 anos para o início da
imputabilidade penal a realidade era outra: os jovens não possuíam acesso à
informação e os costumes eram bastante distintos. Hoje, ao contrário, a
televisão, a internet e tantos outros meios de comunicação permitem ao
adolescente amadurecimento em idade mais tenra, o que possibilitaria a
redução da imputabilidade penal.

1.2 Argumentos a favor.


Alguns benefícios dessa nova pratica seriam a diminuição do aliciamento de
menores para o tráfico de drogas, que atualmente está em uma constante
expansão em diversos países justamente por uma carência de punição, algo
para deixar claro aos jovens que este caminho não é benéfico e sim um beco
sem saída, algo para lembra-los de que se tomarem esta decisão de entrar
neste mundo de drogas, crimes, terá uma punição, e desta forma
consequentemente haveria uma diminuição de casos assim.

Outros fatores que seriam alterados caso essa pratica fosse posta em ação
seria a mudança do artigo 228 da Constituição de 1988 que não seria
inconstitucional, artigo 60 da Constituição, no seu inciso 4º, estabelece que as
PECs não podem extinguir direitos e garantias individuais. Defensores da PEC
171 afirmam que ela não acaba com direitos, apenas impõe novas regras a
estes casos.

A impunidade gera mais violência. Os jovens de hoje têm consciência de que


não podem ser presos e punidos como adultos. Por isso continuam a cometer
crimes, a redução da maioridade penal iria proteger os jovens do aliciamento
feito pelo crime organizado, que tem recrutado menores de 18 anos para
atividades, sobretudo, relacionadas ao tráfico de drogas. Outro ponto é que as
punições atuais para menores de 18 anos são muito brandas, o que facilita a
reincidência dos delitos e dos crimes mais graves.

O Brasil precisa alinhar a sua legislação à de países desenvolvidos com os


Estados Unidos, onde, na maioria dos Estados, adolescentes acima de 12 anos
de idade podem ser submetidos a processos judiciais da mesma forma que
adultos, isso iria resolver muitos problemas caso fosse colocado em pratica
atualmente. A maioria da população brasileira é a favor da redução da
maioridade penal. Em 2013, pesquisa realizada pelo instituto CNT/MDA indicou
que 92,7% dos brasileiros são a favor da medida, mas um motivo para essa
nova medida ser exercida, já que no mesmo ano, pesquisa do instituto
Datafolha indicou que 93% dos paulistanos são a favor da redução. O fato de a
imputabilidade penal aos dezoito anos estar inserida no capítulo que versa
sobre a família, a criança, adolescente e idoso, temas que envolvem
consideração sobre conceitos dinâmicos, suscetíveis a grandes alterações em
razão da mudança dos valores da comunidade, se o sistema é excessivamente
brando, ele perde legitimidade e o que ocorre é o crescimento da vontade de
cada família enlutada vingar-se, para que tal fato não ocorra novamente.

Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida


pelos jovens e evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção,
assistência social são medidas que, se aplicadas no universo da população
jovem, terão condições efetivamente de reduzir a violência. Mas, em
determinados casos, é preciso uma punição mais eficaz do que aquelas
previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, já que depois que o
menor de idade é detido pelo crime são encaminhados para instituições que,
muitas vezes, não conseguem ressocializar seus detentos que saem de lá e
são promovidos para cadeia comum depois de adultos. O resultado disso são
famílias afetadas que passam a ter medo do convívio social, desenvolvendo
doenças psicológicas em função do pânico.

Em consequência, como já citado a maior parte da população se vê a favor da


redução da maioridade penal. Alegam que o brasileiro está cansado de pagar
impostos para que a sua segurança seja cada dia mais mitigada. Isso só nos
alerta cada vez mais de que a redução da maioridade penal e necessária e
como já citado nos exemplos de outros países que adotaram o método, cada
fez mais eficiente.
CONCLUSÃO

O objetivo geral desse trabalho foi desenvolver uma arquitetura que permita, de
maneira distribuída, extrair ativos de conhecimento a partir de bases textuais
favoráveis a redução da maioridade penal, trazendo argumentos e fatores que
comprovam a eficiência e necessidade do tema.
Concluiu-se também que a Constituição Federal de 1988 manteve a
inimputabilidade aos menores de dezoito anos. No entanto o novo
ordenamento, além de manter o princípio biológico, como fator determinante
para a imputabilidade, tornou a proteção muito mais abrangente e moderna
para crianças e adolescentes, pois passou a adotar o princípio da proteção
total em vista da condição de pessoa em desenvolvimento aplicada aos
menores de 18, anos.
Por fim, conclui-se que a redução da maioridade penal deve ter por objetivo
mostrar a adolescentes que se este praticar um ato tipificado como crime lhe
será imposta uma pena de prisão é não mais medidas sócio educativas,
amplamente divulgadas pela imprensa nacional de brandas e inócuas quando
deveriam ser duras, com adolescentes infratores.
REFERÊNCIAS

CARRIDE, Norberto de Almeida. Estatuto da criança e do adolescente


anotado. Campinas: Servanda Editora, 2006.

FONSECA, Mayara Yamada Dias. A questão da redução da maioridade


penal. 2006. Monografia (Bacharelado em Direito) – Faculdades Integradas
“Antônio Eufrásio de Toledo”, Presidente Prudente, 2006.

CURY, Munir e outros. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado.


5ª Edição. São Paulo, 2002.

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