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INTRODUÇÃO AOS

CONTRATOS
Breve histórico do Direito Civil e dos Contratos
HISTÓRICO DO DIREITO CIVIL
DIREITO DOS POVOS SEM ESCRITA

Os povos sem escrita não se situam em período específico da história.


Ex: tribos indígenas da atualidade.

- religiosidade
- costumes (que se transformam em normas)
- presença do líder (este pode impor as regras de comportamento)
DIREITO CUNEIFORME MESOPOTÂMICO

Foram os povos da mesopotâmia que iniciaram a escrita. A princípio


consistia ela em transpor para algum tipo de superfície símbolos que
expressassem ideias.
- surgimento do “Código de Hamurabi”.
- Lei de Talião (olho por olho, dente por dente).
DIREITO PRIVADO NA IDADE MÉDIA E MODERNA

Roma: distinção entre o direito penal e os demais ramos do direto,


homogeneizados em outro conjunto de leis, de forma una.

Invasão do bárbaros e a queda de Roma - prevaleceu o direito


costumeiro germânico: oral, costumeiro e de caráter bastante
primitivo.
CORPO DO DIREITO CIVIL

Idade Média - Não era conhecido no Ocidente, que se baseava apenas


na estrutura jurídica do Império Romano.

Advento do cristianismo - Igreja Romana assumiu as funções de


autoridade escolar, cultural, de documentação e de jurisdição.
- resgate do Direito Romano, já que a Igreja tinha o apoio dos
imperadores que estavam desejosos por se libertar dos entraves
feudais.
HISTÓRIA DA CODIFICAÇÃO
Código Napoleônico:
- inspirado no ideais franceses de liberdade, igualdade e fraternidade, este
código inaugura propriamente o direito civil ao conferir a este ramo do direito
a independência que lhe é necessária.
- uma abstenção estatal de forma que o particular tivesse autonomia para
dirigir sua vida com independência, sendo que a propriedade privada tornou-
se valor inalienável.
- Juiz, competia decidir apenas de acordo com a lei e a total liberdade
negocial não poderia sofrer restrições, sendo a intervenção estatal
considerada absolutamente invasiva. Houve, nesse momento, a clara
separação do direito entre público e privado.

Código Civil Alemão:


- foi o segundo grande código da era moderna. Norteava-se pelos valores do
individualismo e do patrimonialismo.
HISTÓRIA DA CODIFICAÇÃO

No Brasil:
- primeira norma que regulou o direito civil foi a C.F de 1824. Em seu
art. 179, havia a previsão de elaboração, em um ano, de um Código
Civil e outro ciminal

- Código Civil brasileiro nasceu apenas em 1916. Os valores que


norteavam o Código Civil: patrimonialismo e o individualismo.
- regulamentar todas as relações privadas.

- surgimento dos microssistemas jurídicos, que eram o Código


de Águas, Estatuto da Mulher Casada, Lei de Registros Públicos etc,
conforme necessidade. Assim, sobrevive as constituições subsequentes.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS CONTRATOS
INTRODUÇÃO

O conceito jurídico de instrumento que operacionaliza a circulação de


riquezas, ou seja, contrato é sinônimo de operação econômica, mas
com uma acepção mais ampla, independente de lucro.
O CONTRATO NO DIREITO ROMANO

O contrato no Direito Romano Clássico era dotado de rigor formalista.


Para cada operação havia uma fórmula que deveria ser seguida para
que essa operação tivesse a proteção estatal.
O mero acordo de vontades não era suficiente para criar as obrigações.
Ex: repetir palavras, dar em garantia a si mesmo ou familiar.
O CONTRATO NO DIREITO MEDIEVAL

- forte influência do Direito Canônico, Romano e Germânico


costumeiro e assim apresentava parte do formalismo do Direito
Romano.
- crescimento da economia mercantil – agilidade - tornou-se comum,
no instrumento contratual, constar que as fórmulas (rituais do dir.
romano) foram cumpridas, mesmo que, na prática, não fossem
realizadas.
- era comum fazer um juramento com motivos religiosos para dar força
àquele contrato.
- Direito Canônico que tinham a mentira como pecado.
Descumprimento contratual = mentira, portanto pecado.
Código de Napoleão o contrato não tinha regramento em um
livro próprio, era tratado no livro destinado a propriedade. Ou
seja, o contrato era um dos instrumentos para se adquirir a
propriedade, estava subordinado a essa. Isso porque, naquela
sociedade a propriedade era o que movimentava a economia, tal
como, na sociedade de consumo, na qual, é o contrato que a
movimenta. Ainda, na construção ideológica daquele período
histórico, a liberdade só era possível com a propriedade, assim
como para a propriedade era essencial a liberdade – liberdade
de usá-la, dispô-la como bem o aprouver, sendo o contrato o
meio hábil para isso.
Código Civil Alemão O contrato nesse diploma teve tratamento
diverso do estabelecido no Código de Napoleão, sendo tratado
no capítulo referente ao negócio jurídico, categoria geral da
qual o contrato é espécie.

A criação da categoria geral do negócio jurídico abarcaria


qualquer relação entre sujeitos destinada a produzir efeitos
jurídicos, assim, não só os contratos seriam negócios jurídicos,
mas também, as relações não patrimoniais. Com a criação dessa
figura – negócio jurídico - a proibição da intervenção estatal na
liberdade e vontade individual, não se daria somente nos
contratos ou na propriedade, mas em qualquer negócio jurídico,
ou seja, nas relações estabelecidas pelas vontades livres
destinadas a produzirem efeitos jurídicos.
AS ORIGENS DO CONCEITO JURÍDICO CONTEMPORÂNEO
DE CONTRATO: O CONTRATO NO DIREITO MODERNO

O contrato, tal qual o entendemos hoje, é fruto do jusnaturalismo e do


nascimento do capitalismo.

Com a expansão do capitalismo, o contrato e o direito dos contratos


passou a exercer um papel ideológico na sociedade.

Era necessário que não houvesse impedimentos para a circulação de


riquezas.
Dogmas (verdades absolutas) assentados nesse período:

1º) oposição entre o indivíduo e o Estado, que era um mal necessário,


devendo ser reduzido;

2º) princípio moral da autonomia da vontade: a vontade é o elemento


essencial na organização do Estado, na assunção de obrigações etc.;
- liberdade de contratar. O sujeito era livre para escolher
contratar ou não contratar, escolher o seu parceiro contratual, além de
estabelecer o conteúdo desse contrato.

3º) princípio da liberdade econômica;

4º) concepção formalista de liberdade e igualdade, ou seja, a


preocupação era a de que a liberdade e a igualdade estivessem,
genericamente, garantidas em lei. Não importava muito garantir que
elas se efetivassem na prática.
EM BUSCA DE UM MODELO DEMOCRÁTICO DE
CONTRATO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
As indústrias diminuíram em quantidade, mas aumentaram em seu
tamanho. Modo de produção organizado em categorias, nas quais, cada
operário seria detento de apenas uma parte da produção. Esse modelo
estabelecido culminou com o aumento da produção e barateamento do
produto final.

Por essa modificação da sociedade o modo de contratar se modificou. De


um contrato pessoalizado, no qual, era possível se discutir as cláusulas
contratuais, se passou a um modelo de contrato impessoalizado,
massificado e objetivizado. Foi estabelecido um novo tipo contratual,
qual seja, o contrato por adesão, no qual as cláusulas contratuais já estão
previamente estabelecidas, bastando a um das partes aderir ou não a esse
contrato, ou seja, não se discute o conteúdo dessas cláusulas contratuais.
O resultado dessa modificação é que o contrato passou a ser um
instrumento de poder e de opressão.

O Estado passa a ter que intervir nos contratos para que a própria lógica do
capitalismo não fosse frustrada.

Hoje, os contratos são objetivados, massificados, standartizados,


despersonalizados, em contraponto àquele modelo de contrato pessoalizado.

Outro fenômeno, o desenvolvimento dos meios de comunicação, em especial,


da publicidade, interfere na ideologia da vontade livre.

A publicidade hoje determina, em muito, a vontade e a necessidade de cada


indivíduo em contratar, ou ter ou não ter algo.
Pelo modelo Social de Estado, como se introduziu, anteriormente, os
contratos passaram a serem dirigidos pelo Estado.

Surgem direitos novos, como os dos consumidores, no qual, os contratos


passam a serem amplamente regulados pelo Estado.

Assim, novos preceitos passam a permear a dogmática contratual, com a


justiça contratual, a função social dos contratos e a boa-fé objetiva, todos
como limites para a autonomia da vontade.

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