Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A noção de justiça contratual era totalmente diversa dos dias atuais, pois,
assentava-se na ideia de que a coincidência entre a vontade declarada e
a vontade querida seria o suficiente para tornar válido o acordo de
vontades, eficaz e justo sob o ponto de vista moral e ético,
independentemente da intervenção estatal.
Sobre esse período, ou seja, da Revolução Francesa e do Código de
Napoleão, tem-se posição doutrinária de que nessa fase ou período se
estava diante da idade de ouro da liberdade absoluta entre as partes,
sejam vendedores e compradores; patrões e operários; senhorios e
inquilinos, com a consequência da obrigação de as executar, mesmo se
elas se revelassem injustas ou socialmente graves e perigosas. Vê-se
assim nesse período que a autonomia da vontade estava acima de tudo,
podendo até mesmo ignorar preceitos de paridade e justiça entre as partes
quanto ao resultado útil do contrato. Noutras palavras, a “justiça contratual”
se baseava naquilo em que era querido pelas partes no ajuste do vínculo.