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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
ESCOLA DE APLICAÇÃO PROFESSORA IVONITA ALVES GUERRA
GARANHUNS-PE
2023
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GARANHUNS-PE
2023
RESUMO
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………….…..........04
2. OBJETIVOS.........................................……………………………………...............05
3. JUSTIFICATIVA…………………………………………………………................06
4. A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL...……..
……………………….............07
4.1 O que é a maioridade penal?................................................................................09
4.2 Como é o sistema de justiça juvenil brasileiro hoje?…………......……...........09
4.3 A PEC da redução da maioridade penal no Brasil ..………………….............10
4.4 Argumentos à favor da redução.....…………………………………….............11
4.5 Argumentos contra a redução..............................................................................11
5. METODOLOGIA……………………………………………………………...........13
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………........…….18
7. REFERÊNCIAS..........................................................................................................19
8. ANEXOS......................................................................................................................21
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
3 JUSTIFICATIVA
Um dos temas que emergiram nos últimos anos é a questão da maioridade penal e se esta
deveria ser reduzida ou não. Poucos sabem que esse debate tem sido discutido desde o século
20. Muitas pessoas argumentam que a época em que essa idade mínima foi estabelecida era
diferente.
Para fortalecer ainda mais essa ideia e percebermos que estamos atualmente imersos em um
cenário distinto, o que nos leva à necessidade indispensável de efetuar transformações em
relação à maioridade penal, é relevante considerar a citação de Fábio José Bueno (2015):
Um dos pontos a qual acaba sempre fortalecendo essa ideia é da precocidade de consciência a
qual os jovens de hoje em dia tem diferente das de 1940, essa ideia é enfatizada por Miguel
Reale:
"Como policial militar, temos visto que tem aumentado bastante o índice da
participação de menores nos crimes e a reincidência entre eles também,
principalmente, por causa da impunidade. Agora, dizer que a redução da maioridade
vai resolver a questão, é muito cedo para dizer. Pode ser que a solução não seja essa
e sejam necessárias outras medidas a longo prazo. De imediato, acho que [a redução
da idade penal para alguns casos] pode resultar em uma melhora, sim, mas também
acredito que será preciso tomar outras medidas para que a redução na criminalidade
entre jovens seja efetiva. Não adianta só prender. É preciso investir em outras
medidas, como o combate ao uso e tráfico de drogas e o aumento de investimentos
em educação para que as crianças nem entrem nesse mundo." (BUENO, 2015)
Todos têm seu ponto de vista favorável, mas é claro que também há desvantagens. No caso da
alteração da lei, é importante considerar não apenas os aspectos positivos, nos quais muitas
vezes nos concentramos, mas também os impactos negativos que podem surgir. Devemos ter
sempre uma visão abrangente sobre tudo que envolve a modificação na lei. O ex-juiz da Vara
da Infância e Juventude do Distrito Federal, Renato Scussel, aborda essa questão ao dizer:
"Sou contra. O que, a princípio, parece justo pode acarretar injustiça por não se tratar de um
critério objetivo. A primeira avaliação da ocorrência ou não do dolo [intenção de cometer o
crime] é da autoridade policial. Se a conduta for considerada crime, o jovem poderá ir para a
prisão. Com a apuração dos fatos, é possível que o juiz criminal entenda se tratar de ato
infracional e não de crime e decline da sua competência ao juiz infantojuvenil. Situações
como essa geram insegurança jurídica e trazem consequências graves, até irreversíveis, para a
ressocialização do jovem. O ECA acaba de completar 25 anos e talvez seja este o momento de
repensar dispositivos a fim de aperfeiçoar e adequar o sistema de atendimento socioeducativo.
Aumentar o prazo de internação para atos mais gravosos torna mais claro o processo
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socioeducativo para o adolescente. Ele compreende que sua liberdade será restringida por mais
tempo, porque praticou um ato mais grave." (SCUSSEL, 2015)
Para que os direitos gerais das crianças continuassem sendo garantidos, foi criado o
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que
regulamenta o artigo 227 da Constituição Federal, define as crianças e os adolescentes como
sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que demandam proteção
integral e prioritária por parte da família, sociedade e do Estado.
Como consequência da doutrina de proteção integral à criança e ao adolescente, o
ECA prevê a integração operacional dos órgãos e instituições públicas e entidades da
sociedade civil, visando à proteção, à responsabilização por ação ou omissão de violação dos
direitos, à aplicação dos instrumentos postulados pelo sistema e à interação entre os atores
desse sistema.
Segundo o ECA, “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho”.
O artigo 228 da Constituição Federal, que dispõe sobre a maioridade penal, foi objeto
da PEC 171/93, também conhecida como Proposta de Emenda Constitucional nº 171 de 1993,
proposta legislativa que foi apresentada ao Congresso Nacional do Brasil.
O plano buscava reduzir a idade legal para cometer crimes graves como estupro,
homicídio em primeiro grau e agressão seguida de homicídio de 18 para 16 anos. Como
resultado, jovens entre 16 e 17 anos que cometessem esse tipo de crime enfrentariam o
mesmo castigo dos adultos.
A PEC 171/93 gerou polêmica e divisão na sociedade brasileira. A fim de aliviar a
impunidade e a sensação de impunidade ligada a crimes cometidos por adolescentes, seus
defensores reivindicavam que a maioridade penal deveria ser reduzida. Além disso, alegaram
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A discussão sobre a redução da maioridade penal tem sido um dos assuntos mais
debatidos nos últimos anos. A maioria da população brasileira, mais especificamente 87% dos
brasileiros, é a favor da redução da maioridade penal, ou seja, acredita que jovens entre 16 e
17 anos têm pleno conhecimento do que é certo ou errado e, portanto, deveriam ser
responsabilizados por seus atos.
Acredita-se que essa mudança na lei poderia ajudar a diminuir a criminalidade, uma
vez que muitos criminosos se aproveitam de adolescentes nessa faixa etária para cometer
crimes, sabendo que eles têm menos chances de serem penalizados. Além disso, argumenta-se
que a redução da maioridade penal poderia estimular a profissionalização dos adolescentes, já
que muitos abandonam os estudos. Isso seria benéfico para termos jovens mais preparados no
mundo. Um exemplo de programa que facilita a entrada do adolescente no mundo do trabalho
é o Jovem Aprendiz. No entanto, há poucas vagas disponíveis, o que limita a participação de
muitos jovens.
Alguns têm o ponto de vista de que as medidas tomadas pelo órgão responsável pelos
menores, o Estatuto da Criança e do Adolescente, é ineficaz, o ECA prevê apenas 3 anos
como punição máxima para os jovens infratores, mesmo aqueles que tenham cometido crimes
hediondos. Além disso, aqueles que foram infratores em sua menoridade, mantém sua ficha
limpa ao chegar na maioridade, o que é considerado uma falha do sistema. Isso causa certa
revolta na sociedade brasileira.
Outro ponto levantado é o fato de que muitos adolescentes já utilizam automóveis
mesmo sem estarem legalmente autorizados. Com a redução da maioridade penal, poderia
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haver a liberação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para pessoas a partir de 16 anos,
o que poderia contribuir para evitar acidentes, já que eles teriam que frequentar a autoescola.
5 METODOLOGIA
No 1⁰ gráfico, podemos observar que 41,3% dos questionados afirmaram que são a
favor da redução da maioridade penal, e outra grande parte de 39,1% afirmaram que são
totalmente a favor, nos mostrando o pleno posicionamento do público a favor da redução.
6,5% ainda estão sem uma opinião informada, 10,9% são parcialmente contra a redução da
maioridade penal e uma pequena quantidade dos entrevistados falaram que são totalmente
contra.
Como vemos no gráfico 2⁰, uma grande parte de 67,4% dos entrevistados declararam
que a redução da maioridade penal teria um impacto positivo na diminuição da criminalidade,
já 17,4% acham que a redução da maioridade penal não seria algo eficaz para a diminuição da
criminalidade e 15,2% não souberam responder.
Gráfico 3- Em sua opinião, qual principal fator deve ser considerado ao debater a redução da
maioridade penal no Brasil?
Como mostra o 3⁰ gráfico, A maioria, ou seja, 60,9% alegaram que o principal fator a ser
considerado ao debater sobre a redução da maioridade penal deve ser a maturidade mental e
emocional dos adolescentes e jovens, 21,7% acham que é o contexto social e econômico dos
jovens infratores, já 13% disseram que eficácia do sistema socioeducativo deve ser o principal
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critério, e uma quantidade mínima de pessoas falaram que além da maturidade emocional e
psicológica, também deve se levar em conta a educação dos jovens.
Gráfico 4- Qual é a sua percepção sobre a eficácia do sistema prisional em relação aos jovens
infratores?
Gráfico 5-Você acredita que investir em programas de prevenção e ressocialização seria mais
eficaz do que a redução da maioridade penal?
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Gráfico 6-A maioridade penal poderia afetar desproporcionalmente certos grupos sociais?
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
BARROS, Bruno. Quero Bolsa. Maioridade Penal: o que é e argumentos prós e contra, 2022.
Disponível em:<https://querobolsa.com.br/enem/geografia/maioridade-penal>. Acesso em: 25
de Mai. de 2023
RIBEIRO, Vinícius. Maioridade penal: menos cadeias, mais escolas, 2017. Disponível
em:<https://www.viniciusribeiro.com.br/artigo/maioridade-penal-menos-cadeias-mais-
escolas>. Acesso em: 24 de Mai. de 2023.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Estatuto da Juventude completa oito anos, 2021. Disponível
em:<https://www2.camara.leg.br/a-camara/programas-institucionais/experiencias-
presenciais/parlamentojovem/noticias_para_voce/estatuto-da-juventude-completa-oito-anos>.
Acesso em: 21 de Mai. de 2023.
PEREIRA, Rui. UECE. Redução da maioridade penal do Brasil: Abordagem jurídica, 2014.
Disponível
em:<https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.mpce.mp.br/wp-
content/uploads/2018/07/Redu%25C3%25A7%25C3%25A3o-da-Maioridade-Penal-do-
Brasil-Abordagem-Jur
%25C3%25ADdica.pdf&ved=2ahUKEwjL_LS9pqD_AhWVrJUCHSFZDhkQFnoECBUQA
Q&usg=AOvVaw2NWAGpSoxjkHk6hIjYqEYp>. Acesso em: 23 de Mai. de 2023.
ISMAEL, Jairo. Univates. Redução da maioridade penal: um enfoque social e jurídico, 2017.
Disponível
em:<https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.univates.br/
bdu/bitstream/
10737/1778/1/2017JairoIsmaelSchneider.pdf&ved=2ahUKEwjL_LS9pqD_AhWVrJUCHSFZ
DhkQFnoECCsQAQ&usg=AOvVaw1iCrVMVbvN_Ndk0M2YbhKX>. Acesso em: 25 de
Mai. de 2023.
ANEXOS
( ) Sou parcialmente a favor da redução da maioridade penal, desde que seja aplicada apenas
em casos específicos.
( ) Sou parcialmente contra a redução da maioridade penal, mas acredito que medidas
alternativas devem ser implementadas.
( ) Estou indeciso ou não tenho uma opinião formada sobre a redução da maioridade penal
2⁰) Em sua opinião, qual principal fator deve ser considerado ao debater a redução da
maioridade penal no Brasil?
( ) Sim, acredito que certos grupos sociais, como os mais vulneráveis, poderiam ser afetados
de forma desproporcional.
( ) Não, acredito que a redução da maioridade penal afetaria igualmente todos os jovens
infratores.
( ) Não tenho uma opinião formada sobre o impacto da redução da maioridade penal em
diferentes grupos sociais.
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4⁰) Qual é a sua percepção sobre a eficácia do sistema prisional em relação aos jovens
infratores?
( ) Muito eficaz.
( ) Pouco eficaz.
( ) Nenhuma eficácia.
5⁰) Você acredita que investir em programas de prevenção e ressocialização seria mais eficaz
do que a redução da maioridade penal?
( ) Sim, acredito que a redução da maioridade penal teria impacto positivo na diminuição da
criminalidade.
( ) Não, acredito que a redução da maioridade penal não seria eficaz na diminuição da
criminalidade.