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OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTO – CURSO E COLÉGIO DYNÂMICO – DATA: ____/____/____

Deve-se reduzir a maioridade penal no Brasil?


Toda vez que um crime cometido por um menor de idade ganha evidência na mídia,
cria-se uma comoção nacional e a polêmica envolvendo a maioridade penal vem à
tona. Isso ocorreu recentemente, após um jovem prestes a completar 18 anos ter
assassinado um universitário por causa de um celular, no início de abril, em São
Paulo. Pesquisa Datafolha, uma semana depois do fato, revelou que 93% dos
paulistanos eram favoráveis à redução da maioridade penal, uma vez que, no Brasil,
os menores de 18 anos não respondem criminalmente por seus atos. Dezesseis
anos é a idade mais cogitada para marcar esse limite. A principal alegação
apresentada na defesa dessa mudança é o precoce amadurecimento do jovem, que
hoje tem fácil acesso a informações e discernimento suficiente inclusive para votar.
No entanto, os opositores dessa mudança alegam que outros casos surgirão com jovens (ou até crianças) com idades inferiores a
essa, uma vez que as causas do problema não estariam sendo combatidas. Deve-se alterar a maioridade penal no Brasil?

Leia os fragmentos abaixo:


FRAGMENTO 1
CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Altamiro Borges
Dados da ONU apontam que uma minoria de países define o adulto como pessoa menor de 18 anos. De acordo com a Unicef, de
53 países, sem contar o Brasil, 42 adotam a maioridade penal aos 18 anos ou mais, o que corresponde às recomendações
internacionais de existência de um sistema de justiça específico para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo
dos 18 anos. Ou seja, a legislação brasileira é avançada por ser especializada para essa faixa etária. Não existe uma solução
mágica para os problemas na área de segurança pública que nosso País vivencia. A redução da maioridade penal ou o
prolongamento do tempo de internação não passam de uma cortina de fumaça para encobrir os reais problemas da nossa
sociedade. A universalização da educação de qualidade em todos os níveis e o combate à violenta desigualdade social, somados
a programas estruturantes de cidadania, devem ser utilizados como instrumentos principais de ação em um País que se quer
mais seguro e justo. Os dados do sistema carcerário nacional – em que 70% dos presos reincidem na prática de crimes –
demonstram que essas mesmas “soluções mágicas” só fizeram aumentar os problemas. O encarceramento das mulheres cresce
assustadoramente e, com relação às crianças e aos adolescentes, o que se vê são os mesmos problemas dos estabelecimentos
direcionados aos adultos: superlotação, práticas de tortura e violações da dignidade da pessoa humana. Reduzir a maioridade
penal é inconstitucional e representa um decreto de falência do Estado brasileiro, por deixar claro à sociedade que a Constituição
é letra-morta e que as instituições não têm capacidade de realizar os direitos civis e sociais previstos na legislação. Às crianças,
aos adolescentes e aos jovens brasileiros, defendemos o cuidado, pois são eles que construirão a Nação brasileira das próximas
décadas. Cuidar significa investimento em educação, políticas sociais estruturantes e, sobretudo, respeito à dignidade humana.
Disponível em: http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/05/contra-reducao-da-maioridade-penal.html (Adaptado) Acesso
em: 10/5/2013.

FRAGMENTO 2
[...] Hoje, uma pessoa com 16 ou 17 anos já é capaz de ter sua personalidade formada, tendo ciência acurada do certo e do
errado. Logo, colocar esses marginais na prisão com penas equivalentes aos crimes por eles cometidos não pode ser configurado
como um ato de maldade para com um inocente. Além disso, todos sabemos que as instituições que acolhem menores infratores
não conseguem ressocializar seus detentos, que muitas vezes saem de lá e são promovidos para as cadeias comuns depois de
adultos. O adolescente, em conflito com a lei, ao saber que não receberá as mesmas penas de um adulto, não se inibe ao
cometer mais atos infracionais. Isso alimenta a sensação de impunidade e gera crimes que jamais poderiam acontecer. Graças a
essa impunidade, muitos criminosos recrutam menores de idade (buchas) para executar suas atividades criminosas. A maioria
das pessoas já está cansada de saber que os delinquentes juvenis são os maiores causadores de roubos e pequenos furtos no
nosso país, sendo eles presos e logo soltos para voltar para o crime. Como resultado desse sistema, pessoas passam a ter medo
de andar na rua. Muitas são as pessoas que sofrem doenças psicológicas em função do pânico que já passaram na mão desses
fascínoras, sendo obrigadas a gastar fortunas em tratamentos médicos e psiquiátricos. Logo, toda a nossa sociedade paga caro
com a tolerância a esses delinquentes. Enquanto o brasileiro sofre, os bandidos ganham a famigerada bolsa bandido para
alimentar a família deles. No Brasil, ser bandido é um bom negócio. Enquanto que o pobre luta para se alimentar, os bandidos
nada produzem para se alimentar com o nosso dinheiro. Todo o conforto que eles têm é um luxo se compararmos com o que os
pobres miseráveis do Brasil precisam fazer para alimentar suas famílias. Assim, a redução da maioridade penal é apenas o
primeiro passo para que possamos criar um país menos acostumado com a imoralidade dos crimes. Não se trata de vingança, se
trata de justiça. Não se trata apenas de reduzir a maioridade penal, temos que elevar a moralidade penal.
Disponível em: http://acidblacknerd.wordpress.com/2013/04/25/euvi-reducao-da-maiorida-penal10-motivos-para-ser-a-favor-
10- motivos-para-ser-contra/ (Adaptado) Acesso em: 10/5/2013.

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