Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Impunidade?
Aos que questionam sobre uma possível sensação de impunidade
quando se trata de atos praticados pelos jovens de 16 a 18 anos,
devemos alertar que o artigo 112 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) já prevê medidas socioeducativas, que vão de
atividades comunitárias — passando por liberdade assistida — até
internação.
A violência por parte dos adolescentes existe, mas ela sempre esteve
aquém da violência praticada contra os menores colocados em
instituições que não são recuperados. Não podemos simplesmente
colocá-los em centros que são verdadeiras cadeias, que transformam
os jovens em bandidos muito mais perigosos. Segundo estatísticas, a
maioria absoluta dos crimes praticados pelos menores está
intimamente ligada a bens de consumo, ou seja, são crimes
patrimoniais. Ainda segundo estatísticas, apenas 10% dos crimes
hediondos podem ser atribuídos aos menores.
Violência
Não podemos colocar a culpa da criminalidade nos adolescentes, pois
eles são vítimas de uma sociedade que não leva em conta a
dignidade da pessoa humana. É necessário mais responsabilidade por
parte dos gestores públicos com políticas de proteção à infância e à
adolescência, e de alcance à família. É preciso que a família, a
comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público assegurem
proteção e socorro em quaisquer circunstâncias e que possibilitem à
família condições de direcionar seus filhos rumo à cultura da paz.
Maioria favorável
Há sim uma maioria favorável à redução da maioridade penal. São
geralmente pessoas que se deixam influenciar pela mídia populista e
criticam duramente o menor em confronto com a lei. Defendem não
apenas medidas mais duras, mas há até aqueles que se solidarizam
com o modelo americano, vigente em alguns poucos estados daquele
país, que insanamente prevê pena perpétua sem direito a progressão
de regime para essa categoria de menores, o que seria o mesmo que
admitirmos a tese lombrosiana que não encontrou ancoragem nem
na ciência, nem no direito penal pátrio.