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Matéria: Processo Penal

Professor: Jociane Louvera

Lei 10.741/2003
Estatuto do Idoso
PROFª. JOCIANE LOUVERA

TEORIA
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

Art. 1o → É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular


os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos.
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Art. 2º → O idoso goza de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral
de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação
de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e
dignidade.
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Art. 3º → É obrigação da família, da comunidade, da
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
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§1º. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos
órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais
públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação,
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
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V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em
detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou
careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de
geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.
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§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação aos demais
idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017)
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Art. 4º → Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e
todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será
punido na forma da lei.
§ 1o → É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos
direitos do idoso.
§ 2o → As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
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Art. 5º → A inobservância das normas de prevenção importará
em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da
lei.
Art. 6o → Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha
testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 7o → Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e
Municipais do Idoso, previstos na Lei no
8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos
direitos do idoso, definidos nesta Lei.
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Crimes contra o Idoso

O Estatuto do Idoso → é uma novatio legis in pejus, posto que


criou novos tipos penais, em seus artigos 95 a 109, acrescentou e
alterou alguns dispositivos do CP, visando a tutela da pessoa
idosa.
Atenção → O idoso pode ser vítima de qualquer crime, contudo
alguns crimes, pelo fato de ser pessoa idosa, a Lei trouxe os tipos
penais próprios/específicos.
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Crimes contra o Idoso
Segundo Norbeto Bobbio, há três perspectivas fundamentais que
devem ser observadas com o objetivo de conceituar
juridicamente o idoso: a cronológica, a biopsicológica e a
econômico-social.
Pelo aspecto cronológico → considera-se idoso o individuo que
atingiu o patamar etário estabelecido. Há a priorização do
elemento objetivo e de fácil constatação no caso concreto. Idade
mínima de aposentadoria, benefícios previdenciários,
facultatividade de voto são alguns exemplos que seguem este
critério.
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Crimes contra o Idoso
Já o critério biopsicológico → busca realizar uma avaliação
individualizada da pessoa, examinando suas condições
psicológicas e fisiológicas, independente da faixa etária. É
inegável a existência de densa subjetividade, além da dificuldade
prática de se estabelecer parâmetros para determinar quem se
enquadraria como pessoa idosa. Pérola Melissa Braga diz ser
“muito difícil uma adoção de critério puramente biopsicológico”.
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Crimes contra o Idoso
O último critério apontado é o nomeado econômico-social →
que considera o patamar social do indivíduo, partindo do
pressuposto que o hipossuficiente carece de proteção mais
ampla pelo Estado, quando contraposto ao autossuficiente.
Idoso - Conceito → No Brasil, considera-se idoso, segundo o
critério cronológico/biológico, a pessoa que atingiu o patamar
etário estabelecido em Lei, 60 anos.
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Crimes contra o Idoso
O Estatuto do Idoso aplicou o critério cronológico, tendo em
vista que considera idoso aquele que se encontrar com idade
igual ou superior sessenta anos (limite etário preestabelecido),
não obstante o entendimento cada vez mais crescente de que
deve-se considerar, em homenagem ao princípio da dignidade
humana, os critérios cronológico e biopsicológico, de modo que
não se ignore as características humanas individuais, tratando
igual os semelhantes e desigual os dessemelhantes.
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Crimes contra o Idoso
Nas hipóteses em que a vítima de um crime comum tiver idade
superior à 60 anos, o legislador entendeu que o sujeito ativo
deve ser censurado de maneira mais severa, em virtude da
vulnerabilidade do idoso, portador de idade avançada.
Por outro lado o agente septuagenário sempre obteve, sem
prejuízo de outras, três situações mais favoráveis, quais sejam: a
circunstância atenuante (Art. 65, I, CP), a redução pela metade do
prazo prescricional (Art. 115 CP) e o sursis etário do artigo (Art.
77, § 2º CP)
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A situação pessoal mais favorável em virtude de idade avançada
acabou por tratar de forma diversa situações iguais dentro do
sistema criminal, ferindo o Princípio da Isonomia elencado no
artigo 5º, caput da CF.
Exemplificando: um senhor de 68 anos de idade que agride outro
de 62 anos praticará o delito de lesões corporais leves. Caso seja
condenado nas penas do crime de lesões corporais leves sua
pena será majorada pelo fato de o sujeito passivo contar com
idade superior a 60 anos (art.62, II, h, CP), não obtendo
atenuação em sua pena por não contar com mais de 70 anos.
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Crimes contra o Idoso
Ainda que a idade do criminoso exceda 06 anos à da vítima, o
direito penal considera, no caso concreto, apenas o sujeito
passivo como idoso. O sujeito ativo de 68 anos é apenas
prejudicado pois sua pena será aumentada. Assim, o
ordenamento jurídico define o idoso com mais de 60 anos apto a
ensejar a agravação da pena, mas apenas o maior de 70 poderá
incidir em atenuação da pena.
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Crimes contra o Idoso
Essa distinção que discrimina o idoso que figura no polo passivo
do processo penal contradiz o próprio Estatuto, que preceitua em
seu art. 4º que “nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e
todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será
punido na forma da lei.”
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Aplicação Subsidiária do CP, CPP e da Lei 9.099/95

Subsidiariedade → Aplica-se o procedimento previsto na Lei


9.099/95 e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do
Código Penal e do Código de Processo Penal.
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Aplicação Subsidiária do CP, CPP e da Lei 9.099/95
Art. 94 → Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se
o procedimento previsto na Lei no
9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo
Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF).
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EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS
39 E 94 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). RESTRIÇÃO
À GRATUIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS DE
TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS. APLICABILIDADE DOS
PROCEDIMENTOS PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS CRIMES
COMETIDOS CONTRA IDOSOS.
1. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade
3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o art.
39 da Lei 10.741/2003. Não conhecimento da ação direta de
inconstitucionalidade nessa parte.
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2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme à
Constituição do Brasil, com redução de texto, para suprimir a
expressão "do Código Penal e". Aplicação apenas do
procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95: benefício
do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de
aplicação de quaisquer medidas despenalizadoras e de
interpretação benéfica ao autor do crime. 3. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar
interpretação conforme à Constituição do Brasil, com redução de
texto, ao art. 94 da Lei n. 10.741/2003.
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1ª Corrente “ampliativa” sobre o artigo 94 do EI → a lei
10.741/2003 transformou todos os crimes previstos no EI, cujo
máximo da pena privativa de liberdade não exceda a 4 anos em
infração penal de menor potencial ofensivo, ou seja, criou um
novo conceito de IPMPO.
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2ª Corrente “intermediária” sobre o artigo 94 do EI → a lei
10.741/2003 não transformou todos os crimes previstos no EI,
cujo máximo da pena privativa de liberdade não exceda a 4 anos
em infração penal de menor potencial ofensivo, mas apenas
aplicam-se os institutos benéficos da Lei 9.099/95, em favor do
idoso, devendo tramitar o feito no Juízo comum, para essa
corrente onde o legislador utilizou a expressão procedimento,
quis dizer os institutos.
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3ª Corrente “restritiva” sobre o artigo 94 do EI → a lei
10.741/2003 não alargou o rol das IPMPO, não cabendo a
incidência de nenhum instituto despenalizador nas infrações
previstas no EI, devendo o procedimento tramitar no Juízo
comum.
Cuidado! Prevalece hoje que a LEI não alterou o conceito de
IPMPO previsto no artigo 61 da 9.099/95, e se o crime previsto
no EI tiver pena menor ou igual a 2 anos, pode-se aplicar os
institutos benéficos da Lei 9.099/95.
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STJ – Competência →COMPETÊNCIA. JF. EMPREGADO. CEF.
A Seção, por maioria, entendeu que compete à Justiça Federal
processar e julgar crime no qual empregado da Caixa Econômica
Federal, em tese, teria, no exercício de suas funções,
discriminado pessoa idosa que aguardava atendimento
bancário, conduta que se subsume ao delito previsto no art. 96
da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). CC 97.995-SP,
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 10/6/2009.
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STJ – Competência → Compete à Justiça Federal processar e
julgar crime praticado por funcionário público federal no
exercício de suas atribuições funcionais. Precedentes do STJ.
In casu, apura-se no inquérito policial instaurado o cometimento,
em tese, de crime praticado por empregado da Caixa Econômica
Federal no exercício de suas funções, já que a suposta vítima,
pessoa idosa, teria sido discriminada pelo acusado enquanto
aguardava atendimento bancário, conduta esta que se subsume
ao delito previsto no art. 96 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do
Idoso).
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Conflito conhecido para declarar-se competente o Juízo Federal
da 9ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, o
suscitante" (CC 97.995/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe 26/08/2009) Ante o
exposto, conheço do conflito para declarar a competência do
Juízo Federal da 1ª Vara de Bragança Paulista SJ/SP, o suscitante.
Comunique-se. Publique-se. Cientifique-se ao Ministério Público
Federal e, oportunamente, encaminhem-se os autos ao Juízo
competente.
Brasília (DF), 09 de agosto de 2016.Ministro Ribeiro Dantas,
Relator
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CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Ação Penal
Art. 95 → Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e
182 do Código Penal.
Art. 5º, LIX CRFB/88 → será admitida ação privada nos crimes de
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
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Dos Crimes em Espécie
Nas condutas tipificadas como lesivas aos direitos do idosos, no
geral as penas variam de 6 meses a 1 ano de detenção, reclusão
e multa, e portanto, em regra são crimes de MPO.
São punidos com mais rigor, com penas que variam de 6 meses a
5 anos, os tipos penais, previstos nos artigos 98, 102, 104, 105,
106, 107, 108 e na figura qualificada do artigo 99 §§1º e 2º.
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Dos Crimes em Espécie
Discriminação
Art. 96 → Discriminar pessoa idosa, impedindo (obstar) ou
dificultando (causar problemas) seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou
por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao
exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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Sujeito Ativo →Qualquer pessoa, trata-se de crime comum.
Sujeito Passivo → é o idoso.
Elemento normativo → por motivo de idade.
Elemento subjetivo → é o dolo.
Elemento objetivo → é a descrição típica da conduta. Trata-se de
crime → Plurissubsistente, tipicidade múltipla, tipo misto
alternativo, qualquer das condutas praticadas já será crime.
Pena → 6 meses a 1 ano e multa, trata-se de crime de MPO.
Objetividade Jurídica → proteger a dignidade da pessoa idosa.
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Concurso de Pessoas → Na forma comissiva admite-se a
modalidade de coautoria ou participação.
Consumação → O crime consuma-se com a realização das
condutas descritas no tipo penal: impedir ou dificultar (formal e
não admite tentativa) o acesso a operações bancárias, aos meios
de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio
ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo
de idade.
Conceito de cidadania → Entende-se cidadania como a aptidão
para o exercício dos direitos políticos, decorrente do direito de
votar, se filiar, criar partido político, etc.
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Dos Crimes em Espécie
Figura Equiparada → § 1o → Na mesma pena incorre quem
desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa,
por qualquer motivo.
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Dos Crimes em Espécie

Causa de Aumento de Pena → § 2o → A pena será aumentada


de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
responsabilidade do agente.
Causa excludente de ilicitude → § 3º → Não constitui crime a
negativa de crédito motivada por superendividamento do
idoso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
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Omissão de Socorro
Art. 97 → Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível
fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou
recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde (hospital,
plano de saúde, posto de saúde), sem justa causa, ou não pedir,
nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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Omissão de Socorro

Causa de Aumento de Pena → Parágrafo único → A pena é


aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Obs.: Se resultar morte, a pessoa responderá pela omissão de
socorro (dolosa) em concurso crime de homicídio (por culpa).
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Omissão de Socorro
Bem Juridicamente Tutelado → Protege a saúde e a própria vida
do idoso.
Obs. → Se a vítima ainda não atingiu a idade de 60 (sessenta)
anos, a conduta não será atípica pois está prevista no
Código Penal (Art. 135 – omissão de socorro).
Consumação → O crime consuma-se com a mera omissão do
agente, e por se tratar de crime omissivo próprio/puro, não
admite tentativa.
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Omissão de Socorro

Condutas → Deixar de prestar assistência ao idoso; recusar,


retardar ou dificultar sua assistência à saúde, ou não pedir o
socorro de autoridade pública.
Elemento objetivo → é a descrição típica da conduta. Trata-se de
crime → Plurissubsistente, tipicidade múltipla, tipo misto
alternativo.
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Dos Crimes em Espécie
Sujeito Ativo →Qualquer pessoa que violar o bem jurídico
tutelado, trata-se de crime comum.
Sujeito Passivo → é o idoso com idade igual ou superior a 60
anos.
Elemento subjetivo → é o dolo.
Pena → 6 meses a 1 ano e multa, trata-se de crime de MPO.
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Dos Crimes em Espécie
Abandono
Art. 98 → Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde,
entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover
suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
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Abandono
Bem Jurídico Tutelado → Proteção à saúde e vida do idoso.
Consumação → O crime é consumado com a prática
“abandonar” e “não prover”, não sendo admitida a tentativa por
tratar-se de crime omissivo.
Obs.: → Se a intenção do indivíduo for o tratamento efetivo do
idoso ou se o próprio idoso não aceita receber os cuidados ou
assistência devidos, não haverá crime.
Objeto material → são as necessidades básicas do idoso (pessoa
ou coisa sobre a qual recai a conduta do criminoso).
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Dos Crimes em Espécie
Sujeito Ativo → somente as pessoas que são obrigadas a prover a
necessidade básica do idoso (filhos, cônjuge, curador).
Sujeito Passivo → é o idoso.
Elemento subjetivo → é o dolo.
Elemento objetivo → é a descrição típica da conduta. Trata-se de
crime → Plurissubsistente, tipicidade múltipla, tipo misto
alternativo, qualquer das condutas praticadas já será crime.
Pena → 6 meses a 3 anos e multa, trata-se de crime de Médio
Potencial Ofensivo. Admite SCP.
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Dos Crimes em Espécie
MAUS TRATOS
Art. 99 → Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou
degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a
trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
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Dos Crimes em Espécie
MAUS TRATOS
Bem Juridicamente Tutelado → O crime visa proteger à vida ou
a saúde tanto física quanto psíquica do idoso, além de
resguardar o direito ao trabalho, sem qualquer discriminação.
Consumação → crime consuma-se com a prática das condutas
de “expor a perigo” “privar de alimentos ou cuidados” ou
“sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado”, sendo a tentativa
admissível apenas nas condutas comissivas.
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Dos Crimes em Espécie
MAUS TRATOS
Sujeito Ativo → pode ser qualquer pessoa e, caso a vítima tenha
menos de 60 anos, incidirá a hipótese prevista no Art. 136 do CP.
Sujeito Passivo → é o idoso.
Elemento subjetivo → é o dolo.
Pena → 6 meses a 1 ano e multa, trata-se de crime de MPO.
Tipo Objetivo → correr perigo, perigar, estar em perigo.
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Dos Crimes em Espécie
Formas Qualificadas
§ 1o → Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Obs.: → Crime de médio potencial ofensivo.
§ 2o → Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Obs.: → Crime de máximo potencial ofensivo.
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Dos Crimes em Espécie

Art. 100 → Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses


a 1 (um) ano e multa:
I → obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
II → negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III → recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
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Dos Crimes em Espécie

IV → deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a


execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta
Lei;
V → recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados
pelo Ministério Público.
Matéria: Processo Penal
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LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Dos Crimes em Espécie
Objetividade Jurídica →tutelar direito do idoso.
Sujeito Ativo → qualquer pessoa
Sujeito Passivo → o idoso.
Elemento subjetivo → é o dolo.
Consumação → consuma-se com a efetiva prática das condutas.
Admite-se a tentativa nas condutas comissivas.
Elemento normativo → por motivo de idade
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Dos Crimes em Espécie
Desobediência Injustificada de Ordem Judicial

Art. 101 → Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo


motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que
for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.

Bem Juridicamente Tutelado → a regularidade da Administração


da Justiça e a proteção dos direitos do idoso.
Sujeito ativo → pode ser qualquer pessoa, o destinatário ou
responsável pelo cumprimento e execução da ordem judicial.
Sujeito Passivo → A Administração da Justiça também figura como
sujeito passivo, além obviamente do idoso.
Elemento Subjetivo → O crime exige apenas o dolo como
elemento subjetivo.
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DESOBEDIÊNCIA INJUSTIFICADA DE ORDEM JUDICIAL
Consumação → a consumação ocorre com o efetivo
descumprimento da ordem, ou seja, a prática das condutas de
“deixar de cumprir” “ retardar”, “frustrar”, sem justo motivo.
Tentativa é possível apenas nas práticas comissivas.
Obs.: Quando imposta medida liminar/de proteção ao idoso, se
descumprida, não acarreta o crime de desobediência, porque há
uma medida (sanção) administrativa a ser imposta.
Elemento normativo → sem justo motivo.
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Dos Crimes em Espécie
Apropriação Indébita ou Desvio de Bens
Art. 102 → Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa
da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
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APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS
Bem Jurídico Tutelado → A norma visa a proteção do patrimônio
do idoso, representado pelos bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento.
Sujeito Ativo → Pode ser qualquer indivíduo que tenha a
posse/acesso ao patrimônio do idoso. Trata-se de crime comum. E
o Sujeito Passivo é o idoso.
Obs.: Se a vítima for menor de 60 anos o crime será a apropriação
do art. 168 do CP.
Elemento subjetivo → Exige-se o dolo;
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APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS
Consumação → o crime estará consumado com a prática das
condutas descritas, admitindo-se tentativa.
Obs.: → Não desfigura o crime o ressarcimento ao prejuízo
causado ou a restituição e composição após a consumação do
delito.
Pena → reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. Trata-se de
crime de médio potencial ofensivo.
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Dos Crimes em Espécie
NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA EM ABRIGO

Art. 103 → Negar o acolhimento ou a permanência do idoso,


como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à
entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo.
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NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA EM ABRIGO

Bem Jurídico Tutelado → Protege à liberdade individual do idoso,


que pode outorgar procuração quando e a quem desejar. De
forma secundária, há a proteção de sua vida e integridade
corporal, representada pelo direito ao abrigo quando necessitar.
Sujeito Ativo → Cometerá o crime o responsável pela instituição
de atendimento a quem o idoso solicite abrigo. Trata-se de crime
próprio.
Elemento subjetivo → é somente dolo.
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NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA EM ABRIGO

Consumação → O crime é consumado com a efetiva negativa de


abrigo, não se admitindo tentativa. É crime omissivo puro, de
mera conduta, não se exige um resultado finalístico.
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Dos Crimes em Espécie
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
Art. 104 → Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer
outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou
ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo.
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EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
Bem Juridicamente Tutelado → Resguarda a administração da
justiça, a liberdade individual (coagido) e o patrimônio do idoso.
Sujeito ativo → é qualquer pessoa que ostente a condição de
credor.
Sujeito Passivo → é o idoso
Elemento Subjetivo → é dolo + a finalidade específica de
assegurar o recebimento ou ressarcimento de dívida.
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EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
Objeto material → Recai sobre o cartão magnético de conta
bancária ou outro documento exigido para garantir a dívida.
Consumação → O delito é consumado no momento da efetiva
retenção. Trata-se de crime formal, embora de difícil configuração,
a tentativa é cabível.
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Dos Crimes em Espécie
EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES
DEPRECIATIVAS

Art. 105 → Exibir ou veicular, por qualquer meio de


comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas
à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Obs.: → Não é crime de menor potencial ofensivo, mas admite a
SCP.
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EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES
DEPRECIATIVAS
Bem Juridicamente Tutelado → Proteção da honra, da imagem e
da dignidade da pessoa idosa.
Sujeito Ativo → Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo, na
modalidade coautoria e participação.
Sujeito Passivo → é o idoso.
Elemento subjetivo → é dolo de expor a imagem do idoso, assim
como depreciá-lo.
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EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES
DEPRECIATIVAS

Consumação → o crime consuma-se com a efetiva exibição ou


veiculação das informações ou imagens. Em relação a imagem, o
dispositivo alcança qualquer foto, desenhos ou vídeos, de forma
depreciativa ou injuriosa por qualquer meio de comunicação.
Tentativa é, em tese, cabível (ex: escrita).
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Dos Crimes em Espécie
Indução a Erro
Art. 106 → Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a
outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles
dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Obs.: → Crime de grave potencial ofensivo, não se admite
aplicação TP e SCP.
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INDUÇÃO A ERRO
Bem jurídico tutelado → é o patrimônio de pessoa idosa.
Sujeito Ativo → Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo.
Conduta → O tipo penal objetivo → consiste em induzir por
persuasão, pessoa idosa, sem a perfeita compreensão de seus
atos, a outorgar procuração para fins de administração de bens ou
deles dispor livremente.
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INDUÇÃO A ERRO
Consumação → Basta a mera indução, trata-se de crime formal,
não se exigindo que haja qualquer prejuízo ao patrimônio do idoso
para que haja consumação. Tentativa é admissível (ex: idoso, por
circunstâncias alheias a vontade do agente, não outorga-lhe a
procuração).
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Dos Crimes em Espécie
Coação
Art. 107 → Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar,
testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Obs.: → Não admite TP nem SCP.
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Coação
Bem Juridicamente Tutelado → Resguarda a liberdade individual
de escolha e o patrimônio do idoso.
Obs.: → A conduta é mais grave que a descrita no artigo 106 pois
neste caso a pessoa idosa será também impedida de se
autodeterminar e dispor de forma livre de seus bens sendo esta
coagida a doar, contratar, testar ou outorgar procuração. A coação
independe do idoso ter ou não discernimento.
Tipo penal objetivo → consiste em coagir, que significa
constranger ou forçar o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
procuração.
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Professor: Jociane Louvera

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Coação
Sujeito ativo → pode ser qualquer pessoa; trata-se de crime
comum.
Sujeito Passivo → é o idoso.
Elemento subjetivo → é, uma vez mais, apenas o dolo.
Consumação → Ocorre a consumação com a coação, não há
exigência que a vítima doe, contrate, teste ou outorgue a
procuração. Há entendimento de que se trata de crime material,
ou seja, exige-se o resultado naturalístico. Admite tentativa (ex:
foram escrita).
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Dos Crimes em Espécie
Lavratura de Ato Notarial sem Representação Legal

Art. 108 → Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Obs.: → Não admite a TP nem a SCP.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


PRATICA DE ATO JURÍDICO SEM REPRESENTAÇÃO LEGAL
Bem Juridicamente Tutelado → Tutela a Administração Pública, o tipo penal
não exige o prejuízo ao maior de 60 anos.
Sujeito Ativo → É crime próprio: apenas o tabelião de notas,
oficial/escrevente/responsável, que no caso tem equiparação com funcionário
público nos termos do art. 327 do CP, poderão ser sujeitos ativos do crime.
Elemento Subjetivo → Exige-se o dolo.
Consumação → ocorre com a efetiva lavratura do ato notarial, admitindo-se a
tentativa. É crime formal, não necessita de prejuízo ao idoso.
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Professor: Jociane Louvera

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Disposições Finais e Transitórias
IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO
DE AUTORIDADE

Art. 109 → Impedir ou embaraçar ato do representante do


Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO
DE AUTORIDADE
Bem Juridicamente Tutelado → Tutela a Administração Pública.
A norma visa garantir a normalidade dos serviços de fiscalização
que estão estabelecidos no Estatuto do Idoso, assegurando sua
efetividade e livre exercício das atribuições conferidas ao
Ministério Público ou outro servidor público que tem a
atribuição desta atividade conferida pela lei.
Sujeito Ativo → Qualquer pessoa.
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IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO
DE AUTORIDADE
Elemento subjetivo → novamente será apenas o dolo.
Consumação → O crime estará consumado com o efetivo
impedimento/embaraçamento à atividade fiscalizatória. Na
modalidade “impedir”, admite-se tentativa.
Sujeito Passivo → é Administração Pública e o idoso.
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Disposições Finais e Transitórias
Alterações produzidas no CP
Art. 110 → O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940,
Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:

1º) Agravante Genérica → "Art. 61. II h) → contra criança,


maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
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LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


2º) Causa de Aumento de Pena → Art. 121. § 4o → No
homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio,
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos.
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Professor: Jociane Louvera

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3º) "Art. 133 § 3o III → se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos."
Abandono de incapaz Art. 133 CP → Abandonar pessoa que está sob seu
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de
defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º → Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º → Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
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4º) "Art. 140 § 3o → Se a injúria consiste na utilização de
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Art. 140 CP → Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa
ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e
multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
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5º)Causa de Aumento de Pena nos casos dos Crimes contra a
Honra → Art. 141 CP - As penas cominadas neste Capítulo
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

Art. 141 IV → contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou


portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
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Sequestro e cárcere privado
Art. 148 CP → Privar alguém de sua liberdade, mediante
sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos

6ª)Art. 148 § 1o. I → se a vítima é ascendente, descendente,


cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.
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Extorsão mediante sequestro
Art. 159 CP → Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
7ª) Art. 159 § 1o → Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e
quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por
bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
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Inviabilidade da Escusa Absolutória

Art. 95 → Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal


pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e
182 do Código Penal.
Matéria: Processo Penal
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Escusa Absolutória
8ª)"Art. 183 III → se o crime é praticado contra pessoa com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."
Art. 181 CP → É isento de pena quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou
ilegítimo, seja civil ou natural.
Matéria: Processo Penal
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Art. 182 CP → Somente se procede mediante representação, se
o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Matéria: Processo Penal
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Art. 183 CP → Não se aplica o disposto nos dois artigos
anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.
(Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Matéria: Processo Penal
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LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Abandono Material
9ª)"Art. 244 → Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência
do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto
para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa
causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo:
Matéria: Processo Penal
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Abandono material
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a
dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único → Nas mesmas penas incide quem, sendo
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
Matéria: Processo Penal
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Alterações Produzidas em Leis Especiais
10ª)Art. 111 → O O art. 21 do Decreto-Lei no
3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais,
passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
Vias de Fato
Causa de Aumento de Pena → "Art. 21.Parágrafo único →
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é
maior de 60 (sessenta) anos."
Matéria: Processo Penal
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Alterações Produzidas em Leis Especiais

Art. 21 LCP → Praticar vias de fato contra alguém:


Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitui crime.
Parágrafo único → Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Alterações Produzidas em Leis Especiais
Art. 112 → O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no
9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte
redação:

Crime de Tortura
11ª) Causa de Aumento de Pena → Aumenta-se a pena de um
sexto até um terço: "Art. 1o § 4º II→ se o crime é cometido
contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Alterações Produzidas em Leis Especiais
Art. 1º Lei 9.455/97, §4º → Aumenta-se a pena de um sexto até
um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Alterações Produzidas em Leis Especiais
12ª) Art. 113 → O inciso III do art. 18 da Lei no
6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 18 III → se qualquer deles decorrer de associação ou visar
a menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer
causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento
ou de autodeterminação:
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Alterações Produzidas em Leis Especiais
Atenção → todas as alterações produzidas em Leis Penais
Especiais e no CP refletem uma novatio legis in pejus, e,
portanto, são irretroativas, não alcançando infrações penais
praticadas anteriores a sua vigência.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Art. 114 → O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000,
passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o → As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão
atendimento prioritário, nos termos desta Lei."
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Art. 115 → O Orçamento da Seguridade Social destinará ao
Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional
do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício
financeiro, para aplicação em programas e ações relativos ao
idoso.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

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Art. 116 → Serão incluídos nos censos demográficos dados
relativos à população idosa do País.
Art. 117 → O Poder Executivo encaminhará ao Congresso
Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão do
Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da
Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito
seja condizente com o estágio de desenvolvimento
socioeconômico alcançado pelo País.
Matéria: Processo Penal
Professor: Jociane Louvera

LEI Nº 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003.


Art. 118 → Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias
da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que
vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos, Antonio Palocci Filho, Rubem Fonseca
Filho, Humberto Sérgio Costa Lima, Guido Mantega, Ricardo José
Ribeiro Berzoini, Benedita Souza da Silva Sampaio, Álvaro
Augusto Ribeiro Costa

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