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LEGISLAÇÃO DA

PM/MS

Polícia Militar –
MS
LEI N. 10.826/2003
ESTATUTO DO
DESARMAMENTO
 Já de início, estudaremos as definições do que seriam arma de fogo,
munições e acessórios.

 Essas definições estão no Decreto n. 9.493/2018.


Arma de Fogo: Arma que arremessa projéteis empregando a força
expansiva dos gases, gerados pela combustão de um propelente
confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano, que
tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além
de direção e estabilidade ao projétil.
 A partir deste conceito técnico, poderemos excluir o
que NÃO É ARMA DE FOGO.

 A partir disso, surge a seguinte situação:


As réplicas, as armas de pressão e o airsoft, se encaixam na definição de
arma trazida pelo Decreto?

NÃO

Portanto, não se pode prender um sujeito por porte ilegal de arma de


fogo se ele estiver portando um simulacro porque NÃO É CRIME.
Mas, se a polícia encontrar um sujeito andando com um
simulacro de arma de fogo na cintura, o que deve
acontecer?
 O Simulacro deve ser apreendido com base em dois dispositivos:

 Artigo 26 do Estatuto do Desarmamento:

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de


brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução,
ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do
Exército.

 O Comando do Exército editou a Portaria n. 02-COLOG, de 26 de fevereiro de 2010 que regulamenta a


aquisição de simulacro de arma de fogo.
Portanto, todo aquele que for flagrado portando um simulacro
de arma de fogo, em via pública ou não, e não comprovar a
origem lícita ou não possuir autorização para estar com a réplica
da arma de fogo, deverá ter a arma de brinquedo apreendida,
mas NÃO PODE SER PRESO EM FLAGRANTE, porque
não é crime.
ATENÇÃO

Simulacro de Arma de Fogo como Causa de Aumento de Pena


do Roubo (art. 157, CP)
PARA A DOUTRINA:

A arma de fogo descarregada ou defeituosa ou o simulacro de arma (arma de brinquedo) configuram


a majorante em tela, pois o seu manejamento, não obstante a ausência de potencialidade ofensiva, é
capaz de aterrorizar a vítima.

O Superior Tribunal de Justiça chegou a editar a Súmula 174, cujo teor é o seguinte: “No crime de
roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena”.

Essa foi cancelada pela 3ª Seção do Superior Tribunal de


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ

“O uso de simulacro de arma de fogo, por si só, configura a grave ameaça elementar do crime de
roubo, tornando inviável a desclassificação da conduta para a de furto.” Acórdão
1213362, 20190610006912APR, Relator: MARIO MACHADO, Primeira Turma Criminal, data de
julgamento: 31/10/2019, publicado no DJE: 8/11/2019.

Simulacro de arma de fogo – impossibilidade de exasperação da pena-base

“A jurisprudência desta Corte superior, desde o cancelamento da Súmula 174/STJ, não admite mais a
exasperação da pena-base com fundamento em simulacro de arma de fogo, o qual é apto para
caracterizar apenas a grave ameaça, circunstância inerente ao tipo penal de roubo.”AgRg no HC
401040/SP
Munição: cartucho completo ou seus componentes, incluídos o estojo,
a espoleta, a carga propulsora, o projétil e a bucha utilizados em armas
de fogo (art. 2º, X, Decreto 9.847/2019).

 Para ser caracterizada como munição, ela deve conter o estojo,


a pólvora, a espoleta e o projétil. Se o indivíduo for encontrado com
um estojo de munição no bolso, ele não poderá ser preso por porte de
munição, já que a munição não está completa.
Acessório de arma: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a
melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito
secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma
(Glossário, Decreto 9.493/2018).

 Os acessórios podem ser uma mira telescópica, um silenciador,


enfim, algo que melhore o funcionamento da arma.
DO SINARM
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, NO ÂMBITO DA POLÍCIA
FEDERAL, tem circunscrição em todo o território nacional.
 Dentre outras coisas, a lei institui o Sinarm, que fica no âmbito da Polícia Federal e que tem
circunscrição em todo o território nacional.

 O Sinarm é um órgão responsável pelo cadastro e controle de todas as pessoas que portam
armas em território nacional, excluídas, aquelas armas em que cabe ao Exército Brasileiro o
controle, que é realizado através de um outro sistema chamado SIGMA.

 A Lei n. 10.826/03 (estatuto do desarmamento) somente trata do Sinarm. O

 Decreto n. 9.847/19 traz a regulamentação para os dois – Sinarm/SIGMA.


COMPETÊNCIA DO SINARM
Art. 2º
✔️IDENTIFICAR as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro.

 Uma das principais características do Sinarm é a parte cadastral, trazendo todas as


características da arma de fogo e do seu respectivo proprietário. Essas características servirão
para individualizar a arma de fogo

✔️CADASTRAR as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País

✔️CADASTRAR as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela


Polícia Federal;

 Essas autorizações de porte de arma cadastradas pela Polícia Federal não incluem aquelas
concedidas pelos órgãos policiais, como no caso dos Policiais Civis.
✔️CADASTRAR as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis
de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e
de transporte de valores;

 essa é a competência que está relacionada com o histórico da arma, ou seja, toda a vida da arma de
fogo estará registrada pelo Sinarm

✔️IDENTIFICAR as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;

✔️INTEGRAR no cadastro os acervos policiais já existentes;

 As armas das Polícias Militares pertencem ao SIGMA.

✔️CADASTRAR as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e


judiciais;
✔️CADASTRAR os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade;

 para uma pessoa ser “armeiro”, que é aquela pessoa responsável basicamente por realizar manutenções
em armas de fogo, é necessário o cadastro junto a Polícia Federal, e esse registro é feito pelo Sinarm.

✔️CADASTRAR mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores


autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

✔️CADASTRAR a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de


microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante;

✔️INFORMAR às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e


autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado
para consulta.
ATENÇÃO:
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das
Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros
próprios.
Significa que as armas de fogo da PM são de competência do SIGMA
(sistema de gerenciamento militar de armas).

O Art.3 § 3º do Decreto N° 9.847/19 informa quais armas de fogo serão cadastradas


no SINARM.

Todavia, este Decreto NÃO está no Edital.


AULA 02

16/10/2022
REGISTRO DE ARMAS DE
FOGO
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. AS ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO SERÃO REGISTRADAS NO


COMANDO DO EXÉRCITO, na forma do regulamento desta Lei.

 Toda arma de fogo que circula no país deverá ser registrada, sendo que as de uso restrito serão
registradas no Exército.

 O artigo 4º traz os requisitos para a aquisição de uma arma de fogo de uso permitido, ou seja,
para que uma pessoa, de forma legal, compre uma arma de fogo, deverá, além de comprovar a
efetiva necessidade, comprovar diversos requisitos:
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - Comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais


fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito
policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;

II – Apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – Comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo,
atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/2003
AULA 02
MUDANÇAS PÓS-
DECRETO 9.847/19
 Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro e a posse
de armas de fogo e de munição.

 Foi editado pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro em 25 de


junho de 2019.
Vamos observar o artigo 12 do Decreto 9.847/2019 que fala dos
requisitos para aquisição de arma de fogo de uso permitido e a
emissão do Certificado de Registro de Arma de Fogo
Art. 12. Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do Certificado
de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá:
I - ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade;
II - apresentar original e cópia de documento de identificação pessoal;
III - comprovar a idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou processo criminal,
por meio de certidões de antecedentes criminais das Justiças Federal, Estadual, Militar e
Eleitoral;
IV - apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência fixa;
V - comprovar, periodicamente, a capacidade técnica para o manuseio da arma de fogo; e
VI - comprovar a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo
conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela Polícia Federal.
A grande diferença está neste ponto:

O Artigo 4º do Estatuto do Desarmamento disciplina que:


“Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado
deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos
seguintes requisitos”

Já o decreto, no parágrafo primeiro, afirma:


“§ 1º O indeferimento do pedido para aquisição a que se refere o caput será comunicado
ao interessado em documento próprio e apenas poderá ter como fundamento:
I - a comprovação documental de que:
a) o interessado instruiu o pedido com declarações ou documentos falsos; ou
b) o interessado mantém vínculo com grupos criminosos ou age como pessoa interposta
de quem não preenche os requisitos a que se referem os incisos I a VI do caput;
II - o interessado não ter a idade mínima exigida no inciso I do caput; ou
III - a não apresentação de um ou mais documentos a que se referem o inciso III ao
inciso VI do caput.
 Uma das principais mudanças refere-se à interpretação da “Efetiva necessidade”.

 Antes, o interessado deveria comprovar a necessidade e o “julgamento” era subjetivo da autoridade policial
Federal.

 Com o Decreto, presume-se a veracidade da necessidade para a aquisição e registro de até 4 armas de
fogo de uso permitido, cabendo agora à Polícia Federal provar que o solicitante não necessita, em caso
de negativa.

 Além dessa mudança, o decreto avança ainda mais na intenção de diminuir a subjetividade quanto ao
deferimento ou não do pleito.

 São estabelecidas as únicas situações em que poderá ser eito o indeferimento.


Art. 4º O Certificado de Registro de Arma de Fogo, expedido pela
Polícia Federal, precedido de cadastro no Sinarm, tem validade no
território nacional e autoriza o proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou nas dependências
desta, ou, ainda, de seu local de trabalho, desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou pela
empresa.
IMPORTANTE:

§ 1º Para fins do disposto no caput, considera-se:

✔interior da residência ou dependências desta - toda a extensão da área particular do imóvel, edificada ou
não, em que resida o titular do registro, inclusive quando se tratar de imóvel rural;

✔interior do local de trabalho - toda a extensão da área particular do imóvel, edificada ou não, em que esteja
instalada a pessoa jurídica, registrada como sua sede ou filial;

✔titular do estabelecimento ou da empresa - aquele assim definido no contrato social; e

✔responsável legal pelo estabelecimento ou pela empresa - aquele designado em contrato individual de
trabalho, com poderes de gerência.
Art. 6º O proprietário de arma de fogo fica obrigado a comunicar, imediatamente, à
polícia judiciária e ao Sinarm, o extravio, o furto, o roubo e a recuperação de arma de fogo
ou do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 1º A polícia judiciária remeterá, no prazo de quarenta e oito horas, contado


da data de recebimento da comunicação, as informações coletadas à Polícia Federal ou
ao Comando do Exército, para fins de cadastro no Sinarm.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, o proprietário deverá, ainda, comunicar o ocorrido à Polícia
Federal ou ao Comando do Exército, conforme o caso, e encaminhar cópia do boletim de ocorrência.
DECRETO Nº 10.627, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2021
Altera o Anexo I ao Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019, que aprova o Regulamento de
Produtos Controlados.

1 – Armas de Fogo de uso PERMITIDO;

2 – Armas de Fogo de uso RESTRITO;

3 – Armas de Fogo de uso PROIBIDO.


Para fins do disposto neste Regulamento,
considera-se:
I - Arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas
ou de repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum,
não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
b) portáteis de alma lisa; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de
munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética
superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
EXEMPLOS DE ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO - Portaria do Exército Brasileiro nº
1.222 de 12 de agosto de 2019 – Exemplo:

Calibre Nominal Energia (joules) Classificação

9x16mm PRABLLUM 629,81 Permitido

35 Magnum 1322,76 Permitido

380 Automatic 280,26 Permitido

40 Smith & Wesson 666,25 Permitido

45 Automatic 590,48 Permitido


II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, de
qualquer tipo ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja,
na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé
ou mil seiscentos e vinte joules; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
EXEMPLOS DE ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO - Portaria do Exército
Brasileiro nº 1.222 de 12 de agosto de 2019 – Exemplo:

Calibre Nominal Energia (joules) Classificação

Fúsil 5.56x45 mm 1748,63 Restrito

Fúsil 7.62x51 mm 3632,01 Restrito


III - arma de fogo de uso proibido:
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em
acordos ou tratados internacionais dos quais a República
Federativa do Brasil seja signatária; e
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos
inofensivos;
Exemplo de Arma Dissimulada de uso
PROIBIDO
Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/2003

AULA 03
MATUTINO
21.10.2022
ART. 12. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou,
ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


Princípio da Insignificância

“A apreensão de ÍNFIMA QUANTIDADE de munição


desacompanhada de arma de fogo, excepcionalmente, a
depender da análise do caso concreto, pode levar ao
reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da
ausência de exposição de risco ao bem jurídico tutelado pela
norma.” STF, 13/11/2017 ; STJ n.º 108/2018
ART. 13 – OMISSÃO DE CAUTELA

Art. 13 Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que


MENOR DE 18 ANOS ou PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
MENTAL se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou
que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.


Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que
deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
horas depois de ocorrido o fato.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.


PEGADINHA!

Aos crimes de POSSE irregular de arma de fogo de uso


permitido (art.12) e de OMISSÃO DE CAUTELA (art.13) são
cominadas penas de detenção.

A todos os demais crimes previstos no Estatuto do


Desarmamento, a pena cominada é reclusão.
ART. 14 – PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Art. 14. PORTAR, DETER, ADQUIRIR, FORNECER, RECEBER, TER EM DEPÓSITO,

TRANSPORTAR, CEDER, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,


MANTER SOB GUARDA OU OCULTAR arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a


arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
Trata-se de um tipo misto alternativo, ou seja, um crime de conduta
múltipla ou variada. (plurinuclear)

A prática de várias condutas no mesmo contexto fático, portanto,


configura um crime único.

Condutas em contextos fáticos diferentes configura concurso de crimes.


INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO ÚNICO

“O crime previsto neste artigo é inafiançável”

O Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, a ação para declarar


a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do
artigo 21 da Lei nº 10826, de 22 de dezembro de 2003.
Plenário, 02.05.2007. Acórdão, DJ 26.10.2007.
ART. 15 – DISPARO DE ARMA DE FOGO

Art. 15. Disparar arma de fogo OU acionar munição em lugar


habitado ou em suas adjacências, em via pública OU em direção a
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de
outro crime

Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável


ART. 16, CAPUT – POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO
RESTRITO

Art. 16. POSSUIR, DETER, PORTAR, ADQUIRIR, FORNECER, RECEBER, TER EM


DEPÓSITO, TRANSPORTAR, CEDER, ainda que gratuitamente, EMPRESTAR,
REMETER, EMPREGAR, MANTER SOB SUA GUARDA ou OCULTAR arma de fogo,

acessório OU munição de uso RESTRITO, sem autorização e em


desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido
ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar;
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a
criança ou adolescente;
VI – Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso PROIBIDO, a
pena é de reclusão, de 4 a 12 anos.
Iniciamos o Art. 16 com a informação de que se trata de um CRIME HEDIONDO e
que teremos atualização decorrida do Pacote Anticrime.

Antes do pacote anticrime, o art. 16, caput, tratava das duas espécies de arma de
fogo: de uso restrito e de uso proibido. Após o pacote anticrimes, houve uma
cisão desse caput, separando as condutas ocorridas com as armas de fogo de
uso restrito das armas de fogo de uso proibido (que agora foram para o § 2º,
qualificando a pena)
Inicialmente vamos contextualizar a diferença entre o crime do art. 14 e art. 16
(caput e parágrafos).
Quando a arma de fogo é de uso restrito ou proibido, o crime do art. 16
vale tanto para a posse ilegal como também para o porte ilegal.

Por outro lado, quando a arma de fogo é de uso permitido, a posse


ilegal caracteriza o delito do art. 12, enquanto o porte ilegal acarreta o
delito do art. 14.

Desse modo, contemplamos que o art. 16 (caput e parágrafos) está


punindo tanto a posse quanto o porte de arma proibida ou restrita.
CONDUTA TÍPICA

Este tipo também descreve múltiplas condutas (13 verbos típicos), de modo que a
prática de mais de uma delas, pelo mesmo agente, dentro do mesmo contexto fático,
configurará o cometimento de um único crime (ou seja, o agente não responderá pelo
concurso de crimes).
O art.16 pune tanto a posse quanto o porte de arma proibida ou restrita. Ou seja, ter
uma arma proibida em casa ou andar com uma arma proibida pelas ruas configura o
mesmo crime.
A conduta típica nada mais é que realizar os verbos do tipo com o determinado
elemento normativo do tipo “Sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar”.
NATUREZA HEDIONDA

A Lei nº 13.964/19, conhecida como Pacote Anticrimes, trouxe a seguinte


alteração na Lei dos Crimes Hediondos:

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou


consumados:
(…)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO,
previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 16 DA LEI 10.826/03. ATIPICIDADE DA CONDUTA. CRIME DE


MERA CONDUTA E DE PERIGO ABSTRATO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
APLICABILIDADE EXCEPCIONAL. PEQUENA QUANTIDADE DE MUNIÇÃO. MÍNIMA
OFENSIVIDADE DA CONDUTA. ATIPICIDADE MATERIAL. ORDEM CONCEDIDA.

2. Recentemente, no entanto, a Sexta Turma desta Corte, seguindo a linha jurisprudencial traçada pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento do RHC 143.449/MS, vem reconhecendo, excepcionalmente, a
atipicidade material da posse/porte de pequenas quantidades de munições, desacompanhadas de arma
de fogo, quando inexistente a potencialidade lesiva ao bem jurídico tutelado. Ressalva do entendimento
pessoal desta Relatora.
STJ HC 442036/SP 19/06/2018
2ª Turma concede HC a policial aposentado condenado após ser flagrado com uma
cápsula de fuzil.
Por unanimidade e com base no princípio da insignificância, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu, nesta terça-feira (17), Habeas Corpus (HC
154390) para reconhecer a atipicidade da conduta imputada a um policial civil
aposentado, condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão por ter sido flagrado na posse
de uma munição de fuzil calibre 762. O ministro Dias Toffoli explicou que o crime previsto
no artigo 16 da Lei 10.826/2003, de acordo com a jurisprudência, é crime de perigo abstrato,
cuja consumação independe de demonstração de sua potencialidade lesiva. Contudo, para o
relator, a hipótese dos autos permite que se afaste esse entendimento, uma vez que a
conduta de manter a posse de uma única munição não gera perigo para a sociedade, de
modo a ofender o bem jurídico tutelado pela norma penal. STF (HC 154390) - 17 de abril de
2018
ART. 16. PARÁGRAFO 1º – CONDUTAS EQUIPARADAS

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

O parágrafo 1º do art.16 apresenta tipos penais autônomos em relação ao caput.

Por esta razão, os incisos se referem não apenas às armas de uso RESTRITO, mas
também às de uso PERMITIDO.

Porém o parágrafo 2º trazido pelo Pacote Anticrime majora a pena em caso de


armas de uso proibido.
SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE SINAL DE IDENTIFICAÇÃO

I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de


identificação de arma de fogo ou artefato;
TRANSFORMAÇÃO PARA ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU
PARA INDUZIR EM ERRO A AUTORIDADE

II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la


equivalente a arma de fogo de uso restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
POSSE, FABRICAÇÃO OU EMPREGO DE ARTEFATO EXPLOSIVO
OU INCENDIÁRIO

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou


incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar;
Portar GRANADA DE GÁS LACRIMOGÊNEO OU DE
PIMENTA NÃO CONFIGURA crime do Estatuto do
Desarmamento.

ESTATUTO DO DESARMAMENTO. DELITO TIPIFICADO NO ART. 16,


PARÁGRAFO ÚNICO, III DA LEI N. 10.826/2003. PORTE DE ARTEFATO
EXPLOSIVO. GRANADA DE GÁS LACRIMOGÊNEO/PIMENTA. INADEQUAÇÃO
TÍPICA. A conduta de portar uma granada de gás lacrimogêneo e outra de gás
de pimenta não se subsome ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III,
da Lei n. 10.826/03. STJ, 21/02/2017 (Info n. 599/STJ). Não há discussão sobre a
tipicidade do ato praticado por quem porta artefato explosivo.
PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA

IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo


com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação
raspado, suprimido ou adulterado;
VENDA, ENTREGA OU FORNECIMENTO DE ARMA DE FOGO A
CRIANÇA OU ADOLESCENTE

V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de


fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;
A doutrina aponta que o inciso V do art.16 derrogou o art. 242 da Lei 8.069/90 (Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA), que tem a seguinte redação:

Art. 242. Vender, fornecer, ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança
ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos

Como o inciso V do art.16 trata apenas de arma de fogo, considera-se que somente a entrega
de ARMAS BRANCAS (facas, machados, canivetes etc.) à criança ou ao adolescente é que
configuraria o crime do art.242 do ECA.

Se for ARMA DE FOGO, MUNIÇÃO, EXPLOSIVO ou ACESSÓRIO vale o Estatuto! Se for


ARMA BRANCA, vale o ECA!
PRODUÇÃO, RECARGA OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO OU
EXPLOSIVO

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou


adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.”
ART. 17 – COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU
MUNIÇÃO

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou


munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
PACOTE ANTICRIME

Iniciamos o estudo deste crime trazendo as mudanças decorrentes


do Pacote Anticrime que, além tornar o crime hediondo e de
modificar o preceito secundário do art. 17 caput (reclusão de 4 a 8
anos para reclusão de 6 a 12 anos), acrescentou o parágrafo 2º,
trazendo a figura do agente disfarçado.
“O crime de comércio ilegal de arma de fogo, acessório ou munição (art.
17 da Lei n. 10.826/2003) é delito de tipo misto alternativo e de perigo
abstrato, bastando para sua caracterização a prática de um dos núcleos
do tipo penal, sendo prescindível a demonstração de lesão ou de perigo
concreto ao bem jurídico tutelado, que é a incolumidade pública. ”

STJ n.º 108/2018.


PACOTE ANTICRIME: A FIGURA DO AGENTE DISFARÇADO

Figura trazida pela Lei nº 13.964/2019, conhecida como PACOTE ANTICRIME, o § 2º do artigo 17 e
18 trouxe a discussão entre as correntes contrárias ao pacote e as que apoiam acerca da possível
permissão do “Flagrante Provocado ou preparado.”
A Lei 13.964/2019 dentre tantas alterações importantíssimas, em algumas passagens, traz a nova
figura do agente disfarçado que não deve ser confundido com outras técnicas especiais de
investigação como agente infiltrado ou agente que atua em meio a uma ação controlada.
Segundo Rogério Sanches, é possível esboçar a definição de agente disfarçado como aquele que,
ocultando sua real identidade, posiciona-se com aparência de um cidadão comum (não chega a
infiltrar-se no grupo criminoso) e, partir disso, coleta elementos que indiquem a conduta
criminosa preexistente do sujeito ativo. O agente disfarçado ora em estudo não se insere no seio do
ambiente criminoso e tampouco macula a voluntariedade na conduta delitiva do autor dos fatos.
Os autores, ainda, fazem a distinção entre o agente infiltrado, provocador e o
disfarçado:
O agente disfarçado contemplado na Lei 13.964/2019, tal qual o infiltrado, não é
considerado agente provocador vez que sua atuação não implica em instigação ao
delito. Sua atuação é predominantemente passiva, o que pode ser verificado
mediante a hipotética substituição de sua conduta e constatação acerca do mesmo
transcurso causal até o crime.
O uso de agentes disfarçados difere do flagrante preparado por não motivar e,
sim, flagrar o crime que já estava acontecendo.
O agente se finge de vítima e traz à tona uma prática que já estava acontecendo é
bastante diferente de ensejar a prática criminosa.
ART. 18 – TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU
MUNIÇÃO

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO, sem autorização da autoridade
competente:
Pena - reclusão, de 8 a 16 anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.
PACOTE ANTICRIME

O pacote anticrime modificou o preceito secundário do tipo penal, aumentando a


pena e acrescentou o § único, onde encontramos a figura do agente disfarçado.
São 4 as condutas do tipo:

➢ IMPORTAR / EXPORTAR: o art. 18 do Estatuto do Desarmamento prevalece sobre o


crime de contrabando previsto no art. 334 do Código Penal (princípio da especialidade).

É crime material, consumando-se com a efetiva entrada ou saída do objeto do


Brasil.
Admite-se, portanto, a tentativa.
➢ FACILITAR A ENTRADA / FACILITAR A SAÍDA: o art. 18 do Estatuto do
Desarmamento prevalece sobre o crime de facilitação de contrabando (caso agente
seja funcionário Público) previsto no art. 318 do Código Penal (princípio da
especialidade).

É crime formal ou de consumação antecipada.

Consuma-se com a simples facilitação, não sendo necessário que o facilitado consiga
entrar ou sair com o objeto do País.

Admite-se a tentativa, por exemplo, na modalidade escrita do delito.


Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018
1. É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização
da autoridade competente, nos termos do art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o
réu detenha o porte legal da arma, em razão do alto grau de reprovabilidade da
conduta.

2. O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado no


art. 18 da Lei n. 10.826/03, é de perigo abstrato e visa a proteger a segurança
pública e a paz social.
3. Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição
não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário que se
comprove a internacionalidade da ação.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Não cabe princípio da insignificância no tráfico


internacional de munição.
STF (HC97777) e STJ (HC 45099)
FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória.

O art. 21 do Estatuto teve sua inconstitucionalidade declarada


pelo STF na ADI 3112/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
02/05/2007.
QUESTÕES GERAIS

A VENDA DE ARMA DE FOGO CONFIGURA QUAL CRIME?

Se for uma venda entre não comerciantes:


• Art. 14: Estará configurado o crime do art. 14, se for arma permitida;

• Art. 16: Se for arma de uso restrito ou proibido, a conduta se amoldará ao


tipo penal do art. 16;
Se for venda por comerciante de armas, legal ou ilegal:
• Art. 17: Conduta é a do art. 17 do Estatuto do Desarmamento.

Se a venda for uma transação internacional:

• Art. 18: restará configurado o crime do art. 18, todos do Estatuto do


Desarmamento. Não importando se a arma é permitida ou proibida, e não
importando se o vendedor é comerciante ou não.
ARMAS DE FOGO APREENDIDAS

As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada


aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas
pelo juiz competente ao COMANDO DO EXÉRCITO, no prazo máximo de 48
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança
pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
JULGUE:

A respeito dos delitos tipificados na legislação extravagante, julgue o


item a seguir, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores.

O porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com


determinação legal ou regulamentar, que seja comprovadamente inapta
a realizar disparos, configura delito de porte ilegal de arma de fogo.
Gabarito: Errado

Comentário: Vimos que a arma comprovadamente inapta


para produzir disparos configura crime impossível por
ineficácia absoluta do meio.
JULGUE:

O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei n.


10.826/2003) é um crime de perigo concreto.
Gabarito: Errado

Comentário: É majoritário o entendimento do Supremo Tribunal


Federal e do Superior Tribunal de Justiça segundo o qual os crimes
do Estatuto do Desarmamento são de perigo abstrato ou
presumido, significando que sua ofensividade já está presumida na
própria lei. Ou seja, para que exista o crime não há necessidade de
uma situação real de perigo para alguém.
AQUI TERMINAMOS O
ESTUDO DO ESTATUTO DO
DESARMAMENTO.
1 - Para adquirir arma de fogo de uso permitido é exigido, do interessado, pelo Sistema
Nacional de Armas - SINARM, entre outros:

a) comprovação de que o uso da arma será para atividades de segurança privada.


b) comprovação documental de aprovação e nomeação em concurso público há mais de
dois anos.
c) demonstração, por via documental que foi vítima de roubo nos últimos cinco anos.
d) comprovação de que convive com pessoas maiores de dezoito anos
e) comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de
arma de fogo, atestadas na forma da Lei.
GABARITO: E

COMENTÁRIO:

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes


criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma


de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
2 - A competência para concessão da autorização para porte de arma de fogo de uso permitido em
todo o território nacional, após autorização do SINARM, é

a) da Polícia Militar de cada Estado.


b) do Exército Brasileiro.
c) da Polícia Federal.
d) da Marinha do Brasil.
e) da Aeronáutica.
GABARITO: C

COMENTÁRIO:

Ministério da Justiça -> compete a autorização do porte de arma para os responsáveis


pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil.

Comando do Exército -> o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo


para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Policia Federal e Sinarm -> A autorização para o porte de arma de fogo de uso
permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e
somente será concedida após autorização do Sinarm.
3 – O Sistema Nacional de Armas – SINARM tem por finalidade manter cadastro geral, integrado e
permanente das armas de fogo importadas, produzidas e vendidas no país.

Devem ser cadastradas no SINARM

I. as armas de fogo institucionais dos integrantes do quadro efetivo das Guardas Portuárias.
II. as armas de fogo institucionais das Guardas Municipais.
III.as armas de fogo institucionais dos agentes de segurança estrangeiros, quando em território nacional.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
GABARITO: B

COMENTÁRIO:

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição
internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
4 – A Lei nº 10.826/2003 dispõe que o Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído no
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Sobre o SINARM, assinale a alternativa correta:

a) Não é competência do Sinarm, e sim da polícia militar efetuar cadastro mediante registro dos
produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo,
acessórios e munições.
b) É de competência do Sinarm informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
c) O Sinarm nunca expede autorização para compra de arma de fogo.
d) O cadastro de armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País não é de competência do
Sinarm.
GABARITO: B
COMENTÁRIO:
a) Não é competência do Sinarm, e sim da polícia militar efetuar cadastro mediante registro dos produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições.
Art.2º - Ao Sinarm compete: IX - Cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições.
b) É de competência do Sinarm informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os
registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado
para consulta.
Art.2º - Ao Sinarm compete: XI - Informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros
e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
c) O Sinarm nunca expede autorização para compra de arma de fogo.
Art.4º - §1 O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
d) O cadastro de armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País não é de competência do Sinarm.
Art.2º - Ao Sinarm compete: II - Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País.
5 – Ao Sistema Nacional de Armas – Sinarm compete, EXCETO:

a) Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País.


b) Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro.
c) Cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela
Polícia Civil.
d) Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores.
GABARITO: C

COMENTÁRIO:

Art. 2 Ao Sinarm compete:

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as


renovações expedidas pela Polícia Federal;
6 – É competência do Sistema Nacional de Armas - SINARM, entre outras.

a) conceder autorização do porte de armas aos cidadãos estrangeiros.


b) conceder autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional.
c) observar as condições de uso e de armazenagem das armas de fogo utilizadas pelos empregados
das empresas de segurança privada e de transporte de valores.
d) cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País.
e) disciplinar forma e as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para
comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
GABARITO: D

COMENTÁRIO: Art. 2 Ao Sinarm compete:

II – Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no


País;
7– É competência do Sistema Nacional de Armas – SINARM – prevista no Estatuto do
Desarmamento

a) cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no pais.

b) registrar as armas de fogo de uso das Forças Armadas e auxiliares.

c) desvincular do cadastro os acervos policiais já existentes.

d) cadastrar os armeiros em atividade no País, sem conceder licença para exercer a atividade.
GABARITO: A

COMENTÁRIO:

Art. 2 Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante


cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no


País;
8 – Nos moldes do que estabelece a Lei n° 10.826/2003, o certificado de registro de
arma de fogo em geral, que será precedido de autorização do Sinarm, será expedido

a) pela Polícia Federal.


b) pela Polícia Civil.
c) pela Polícia Militar.
d) pelo Exército.
e) pelas Guardas Municipais.
GABARITO: A

COMENTÁRIO:

Art. 5° O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território


nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de
sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde
que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

§ 1° O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia


Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
9 – Com base na Lei n.° 10.826/2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre
o Sistema Nacional de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras providências, analise as afirmações abaixo.

I - A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente,
como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos no Art. 4°
desta lei.

II - A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando
registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

III - A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante
autorização do Sinarm.

Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas a I.
b) Apenas I e III.
c) Apenas a II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
GABARITO: E
COMENTÁRIO:
I - A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos
no Art. 4° desta lei. CORRETO
Art. 4º, § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à
autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos
documentos previstos neste artigo.
II - A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando
registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. CORRETO
Art. 4º, § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
III - A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante
autorização do Sinarm. CORRETO
Art. 4º, § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada
mediante autorização do Sinarm.

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