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RESUMO DOS ASSUNTOS ABORDADOS EM JURIDSIÇÃO: é a função do estado de aplicar o direito iniciativa das partes para resolver

SALA PELO PROFESSOR FRANK CESAR – nos casos concretos. E pode ser: CONTENSIOSA OU conflitos; o juiz não pode instaurar o
TEORIA GERAL DO PROCESSO VOLUNTÁRIA. processo por conta própria. Previsão
Legal: Artigo 2º do NCPC.
CONTENSIOSA: é aquela em que há a pretensão resistida,
DIREITO PROCESSUAL: É O COMPLEXO DE A jurisdição só pode ser exercida
gerando conflito de interesses, geralmente a ser resolvido
NORMAS E PRINCÍPIOS QE REGEM O EXERCÍCIO quando solicitada por parte
pelo judiciário.
CONUNTO DE JURISDIÇÃO PELO ESTADO, DA interessada; o juiz não pode atuar de
AÇÃO PELO DEMANDANTE E DA DEFESA PELO VOLUNTÁRIA: é aquela em que as partes desejam que ofício. Previsão Legal: Artigo 2º do
DEMANDADO. suas vontades sejam homologadas pelo Estado-Juiz. Não há NCPC. EXISTEM EXCEÇÕES à
Homens x Não conflito. regra da inércia dos órgãos
Necessidades Interesse atendido
Bens x Utilidades Juízo de Contenda, jurisdicionais: CLT - execução
(ESTUDADAS MAIS A FRENTE)
necessidade conflito, Princípio da Inércia trabalhista, art. 878; Lei de
pretensão, lide,
judiciário. LEI PROCESSUAL CIVIL (13.105/2015) Falências, art. 162; habeas corpus de
1) FONTES DO DIREITO PROCESSUAL ofício. Como decorrência do
TRÍADE PROCESSUAL (a ser estudada mais a
a) Fontes Formais: São aquelas orientadas pela lei, geral princípio da ação, o juiz – que não
frente)
ou especial. Regidas pelos princípios processuais. pode instaurar o processo – não
Ex.: Lei, Analogia, Costume, Princípios Gerais do pode, por conseguinte, tomar
Direito e Precedentes Vinculantes. providências que superem os limites
b) Fontes Informais: São aquelas determinadas pela do pedido (NCPC, art. 490 e 492)
jurispruência pacífica, pelo uso e pelos costumes. Após a instauração do processo, cabe
Ex.: Doutrina e Jurisprudência (não vinculante). ao juiz conduzir o procedimento de
Princípio do
fase em fase até a conclusão da
Impulso Processual
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS: jurisdição. Previsão Legal: Artigo 2º
do NCPC.
Princípio da Ação O Poder Judiciário depende da Princípio da O juiz deve ser imparcial e não
Imparcialidade do favorecer nenhuma das partes; é uma aposentadoria, previsto no art. 496 requerimentos dos litigantes
Juiz garantia de justiça para as partes. do NCPC A oralidade é uma exceção e permite
Previsão Legal: Constituição Federal O Estado é titular do poder de dizer o a verbalização de atos processuais
Princípio da
(CF), artigo 95; NCPC, artigos 144 e direito e executar suas decisões, com Princípio da em vez da documentação completa,
Oficialidade
145, e para mediação, conciliação e exceção de casos de juízo arbitral. Oralidade conforme NCPC, art. 2º. e do artigo
arbitragem no art. 166 CPC 13 da Lei 9099/95 e do art. 840 da
O juiz é responsável por promover o
Busca igualar as oportunidades Princípio do progresso do processo após sua CLT.
durante o processo, tratando Impulso Processual instauração, conforme o NCPC. Art. O juiz forma livremente sua
igualmente as partes, considerando 2 convicção com base nas provas e
Princípio da Livre
suas diferenças e peculiaridades. elementos apresentados, desde que
Este princípio concede certos direitos
Convicção
Princípio da Previsão Legal: Não possui uma dentro dos limites da lei e da
a uma das partes, permitindo a
Isonomia previsão específica no NCPC, mas se Constituição. Art. 371 e 479 CPC
prática de atos de maneira
baseia no princípio da igualdade facultativa, enquanto restringe esses As decisões judiciais devem ser
previsto na CF e é aplicado de
direitos para a outra parte. art. 115, p. fundamentadas, com base em
acordo com a natureza do processo, Princípio da
Único, o qual apenas propicia o motivos objetivos, como exigido
como no caso do ônus da prova. Motivação das
ingresso de demandado a pelo NCPC e outras leis pertinentes.
Decisões Judiciais
Todas as provas devem ter Princípio do requerimento do autor; b) o art. 319, (CF., art. 93, IX; CPP, art. 381, III;
contestação da parte contrária, e as Dispositivo que restringe a pretensão do autor: c) NCPC, art. 371 e 489, II etc.)
Princípios do
partes devem ser informadas sobre o art. 322, que impõe a certeza do
Contraditório e da Garante que as decisões e processos
movimentações no processo. pedido; d) o art. 1.013, que esclarece
Ampla Defesa sejam acessíveis ao público, exceto
Previsão Legal: CF, artigo 5º, LV; Princípio da
que os recursos são sempre em casos de segredo de justiça
NCPC, artigos 7º e 9º. Publicidade
voluntários e julgados nos limites em expressamente previstos por lei, art.
A mesma pessoa deve ser o juiz do que propostos; e) art. 370, mediante 189 CPC
Identidade Física do
processo do início ao fim, salvo em o qual as provas são requeridas e
Juiz Princípio da As partes, juízes, advogados e outros
casos de transferência, promoção ou deferidas, em princípio, ante os Lealdade Processual envolvidos no processo devem agir
com honestidade, probidade e boa-fé, das Formas justiça e não fins em si mesmas, de aos cidadãos quando seus direitos são contestados por
evitando o uso de artifícios acordo com o NCPC. Está inserta no outras partes.
fraudulentos. A violação desse art. 2º. Da lei 9.099/95.
princípio pode resultar em sanções Função Estatal: A jurisdição é uma das funções
processuais. Art. 77 e art. 322 a CONCEITOS DE AÇÃO, PROCESSO E essenciais do Estado, realizada pelo Poder Judiciário, que
negativa caracteriza a má-fé, PROCEDIMENTO, JURISDIÇÃO atua de forma imparcial para resolver conflitos.
predisposta no art. 80 CPC.
Busca obter o máximo de resultados AÇÃO: É o direito e o próprio interesse de agir para Evolução Histórica: A evolução histórica da jurisdição

com o mínimo de dispêndio solucionar alguma problemática por meios jurídicos. É um passou por diferentes estágios, desde a autotutela até a

financeiro para o Estado e as partes direito subjetivo de demandar m juízo no Poder judiciário. atuação de um terceiro imparcial na solução de litígios.

envolvidas no processo, incluindo a As condições presentes na ação são: Interesse de agir,


Princípio da
reunião de processos, reconvenção, Possibilidade jurídica do pedido, e legitimidade de causa. Conceito Romano: No direito romano, a jurisdição era
Economia inicialmente limitada à declaração do direito, com a função
litisconsórcio e aproveitamento de PROCESSO: O processo judicial seria a solução das lides,
atos processuais, visando à sendo partes deste processo: Autor (polo ativo), que propõe de resolver disputas.

eficiência. Está inserta no art. 2º. Da a solução de uma lide; outra parte (polo passivo); Juiz
lei 9.099/95. (analisar, julgar e proferir decisão). Com objetivo de

Visa a obtenção de resultados no encontrar uma solução jurídica para o problema.

menor prazo possível, garantindo PROCEDIMENTO: É o modo pelo qual esses atos

que o processo seja conduzido de processuais devem ser cumpridos, ou seja, qual rito
Princípio da
maneira rápida e eficiente, de acordo seguirão. Representa o modo como o processo deve
Celeridade
com o NCPC e outras leis aplicáveis. tramitar, o rito que ele deverá seguir.

Está inserta no art. 2º. Da lei


9.099/95. DA JURISDIÇÃO

Princípio da Estabelece que as formas processuais


Jurisdição Definida: A jurisdição é a prerrogativa do
Instrumentalidade são instrumentos para alcançar a
Estado de solucionar litígios, oferecendo respostas judiciais
Decisão vs. Ordem: Distinção entre decisão (declarar o
direito) e ordem (comando imperativo direto), sendo que
toda sentença é uma decisão, mas nem toda decisão é uma
sentença.

Necessidade do Estado: O Estado assumiu a


responsabilidade de resolver conflitos para buscar o bem
comum e a paz social, estabelecendo a organização do
Poder Judiciário.

Origens no Brasil: No Brasil colonial, a administração


da justiça estava a cargo dos donatários, mas com o tempo,
o sistema evoluiu para uma justiça colonial e
centralizadora, controlada pela Coroa.

Estrutura Judicial: O sistema judicial inicial incluía


juízes singulares e Tribunais de Relação, com competências
específicas. A terceira instância era a "Casa da Suplicação"
na Metrópole.

Características Principais: A jurisdição possui


características como substitutividade (substituição das
partes na resolução do conflito), exclusividade (monopólio
estatal), imparcialidade (atuação imparcial do Estado),
inércia (o juiz age apenas quando provocado) e unidade
(solução uniforme dos conflitos).
DA JURISDIÇÃO CONTENCIOSA - LIVRO interessadas em obter o reconhecimento de seus vínculos A expressão "jurisdição voluntária" tem origem no
II, TÍTULO I DO NCPC – art.16 jurídicos pelo Estado Juiz. Nesses casos, as partes se Direito Romano e é conhecida como "jurisdição graciosa".
submetem à jurisdição por imposição legal, buscando que o Há debates sobre a necessidade de litígio como pressuposto
Em suma, a Jurisdição contenciosa é aquela em que há Estado reconheça a existência ou formação de uma relação para a jurisdição, mas alguns argumentam que a jurisdição
conflito de interesses manifestamente observados, que se jurídica. não requer necessariamente uma lide ou conflito de
caracterizam pela pretensão de uma parte que foi resistida interesses, o que gera divergências entre as correntes
em ser satisfeita por outra. Isto é, um direito fora ignorado, Um exemplo clássico desse tipo de jurisdição é o administrativistas e jurisdicionalistas. Alguns defendem a
gerando dano (prejuízo material ou imaterial) através de um casamento, em que as partes não litigam, mas são obrigadas ideia de que mesmo nas situações de jurisdição voluntária,
ato ilícito (art. 186/187 do CCB), provocando o dever de por lei a se sujeitarem à jurisdição para que o Estado nas quais não há litígio, ainda há interesse, consenso ou
reparar este dano (art.927, CCB – 2002), originando o reconheça a validade do matrimônio. Ele se aplica a ações dissenso, e, portanto, a natureza jurídica é de jurisdição de
conflito, e gerando conseqüentemente o litígio. de reconhecimento de união estável e ações declaratórias caráter sui generis.
Na Jurisdição contenciosa, existem: atividade em que as partes buscam apenas a declaração do Estado em
jurisdicional; composição de litígios; bilateralidade da relação a uma relação jurídica. DA AÇÃO
causa; lides ou litígios em busca ou questionando-se A ação é definida como um direito subjetivo público
direitos e obrigações contrapostas; Partes - autor e réu; A natureza jurídica da jurisdição voluntária é um abstrato, que, no âmbito civilista, é geralmente de natureza
Jurisdição; ação; processo; legalidade estrita - o juiz deve tema polêmico e complexo, mas a maioria da doutrina particular. Isso significa que a ação é o direito de buscar a
conceder o que está na lei à uma das partes; há coisa concorda que ela se caracteriza pela inexistência de intervenção do Estado por meio do processo judicial,
julgada formal e material; pode ocorrer à revelia; há pretensão resistida e pela não bivalência de partes. Nesse independentemente de haver realmente um direito a ser
contraditório ou a sua possibilidade. tipo de jurisdição, o Estado Juiz homologa a vontade das protegido. Ela permite buscar a solução de uma disputa, o
partes, que estão em acordo. reconhecimento de um direito ou de um vínculo jurídico
DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA - LIVRO I entre as partes.
CAPÍTULO XV DO NOVO CPC art. 719 Existem divergências e variedades de entendimentos
sobre a jurisdição voluntária, mas a maioria concorda que A teoria da ação, desenvolvida por autores como Luiz
A jurisdição voluntária pode ser conceituada como ela existe e é uma categoria especial de jurisdição, Guilherme Marinoni, afasta a ideia de que a ação está
aquela na qual não há conflitos de interesse, ou seja, não caracterizada pela formalidade de um ato imposto pela lei vinculada a um direito material específico e demonstra que
envolve partes em litígio, mas sim partes convergentes às partes, por meio do reconhecimento solene. o direito de ação não se esgota com a prolação de uma
sentença de mérito, pois pode ser necessário praticar outros Os elementos identificadores da ação, de acordo com a
atos processuais para satisfazer o direito declarado. teoria eclética da ação, são os seguintes:

Segundo a teoria eclética adotada pelo direito processual • As Partes (Autor e Réu): As partes envolvidas
brasileiro, a ação é o direito a um pronunciamento estatal diretamente na ação são claramente identificadas.
que resolva o litígio, independentemente do resultado. Ou O autor é a parte ativa, aquele que inicia a ação
seja, mesmo que o pedido da parte não seja acolhido pelo por meio de seus requerimentos (pedidos). O réu
juiz, a parte ainda possui o direito de ação, que é o direito é a parte passiva, contra quem a ação é movida.
de buscar uma resposta estatal para o conflito. Em sentido formal, as partes são o autor e o réu,
ou seja, aquele que busca a prestação
Além disso, o texto destaca o direito de petição, que está jurisdicional em nome próprio e aquele contra
previsto na Constituição Federal e permite que qualquer quem o autor formula seus pedidos. Pode haver
pessoa se dirija às autoridades públicas, incluindo o Poder pluralidade de autores ou réus, chamados de
Judiciário, para apresentar pedidos, requerimentos, litisconsortes ativos ou passivos. Em sentido
reclamações, informações ou opiniões sobre assuntos de material, as partes são os sujeitos da relação
interesse pessoal, de um grupo ou da coletividade. Esse interpessoal e processual que será regulada
direito é garantido a todos, independentemente do diretamente pela sentença.
pagamento de taxas, e desempenha um papel
2 – Denominações das Partes (mais usuais):
fundamental na busca pela justiça e na defesa de • Intervenções de Terceiros: Em alguns casos,
direitos individuais e coletivos. terceiros podem se envolver na ação, seja como
parte ativa (intervenientes de terceiros ativos) ou
como parte passiva (intervenientes de terceiros
passivos). Isso ocorre quando há interesse
jurídico desses terceiros na resolução da questão.
a) Excipiente (autor) e Exceto (réu) quando litigantes num Chamamento ao Processo, Oposição e Nomeação à Os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de
Processo de Exceção de Incompetência ou de Suspeição; b) Autoria); Justiça dos estados são órgãos colegiados, enquanto os
Reconvinte (autor) e reconvindo (réu) quando litigantes Juízes Federais e os Juízes de Direito são órgãos singulares.
ESTRUTURA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO
num Processo de Reconvenção;
A justiça comum engloba os órgãos que lidam com
Poder Judiciário brasileiro é composto por órgãos públicos
c)Recorrente (parte cuja sentença foi desfavorável) e questões gerais da sociedade, como os Tribunais e Juízes
encarregados de exercer a função jurisdicional, ou seja,
Recorrido (parte cuja sentença foi favorável) quando estaduais e federais.
resolver litígios e disputas legais. Sua regulamentação está
litigantes em qualquer fase recursal;
prevista na Constituição Federal, nos artigos 96 a 126. A justiça especial é composta pelos Tribunais e Juízes do
d)Apelante (autor do recurso de apelação) e Apelado (parte Trabalho, Eleitorais e Militares, que têm jurisdição sobre
Os órgãos judiciários brasileiros desempenham
contrária no recurso de apelação); matérias específicas relacionadas às suas áreas de atuação.
principalmente dois papéis: a função jurisdicional, que
e) Agravante (autor do recurso de agravo de instrumento ou envolve a resolução de conflitos de interesse por meio de Os juízes de primeira instância atuam em comarcas (de
agravo regimental) e Agravado (parte contrária no recurso processos judiciais e a aplicação de leis gerais e abstratas, e diferentes entrâncias no caso da justiça estadual) ou seções
de agravo de instrumento ou agravo regimental); f) o controle de constitucionalidade. judiciárias (no caso da justiça federal), sendo responsáveis
Embargante (autor na Ação de Embargos à Execução, na por processos em nível local.
O exercício da jurisdição é regido por princípios
Ação de Terceiro e no Recurso de Embargos de
constitucionais, doutrinas jurídicas, e está ligado à Teoria
Declaração) e embargado (parte contrária na Ação de
do Estado, bem como considerações práticas baseadas na
Embargos à Execução, na Ação de Terceiro e no Recurso de
ordem jurídica vigente.
Embargos de Declaração);

A estrutura do Poder Judiciário no Brasil é organizada


g) Denunciante (autor no Pedido de Denunciação à Lide) e
hierarquicamente, começando com o Supremo Tribunal
Denunciado (réu no Pedido de Denunciação à Lide); h)
Federal (STF) e indo até os juízes estaduais de primeira
Denunciado (réu no Pedido de Denunciação à Lide); i)
instância. Os órgãos judiciários podem ser classificados de
Chamado (réu no Pedido de Chamamento ao Processo); j)
acordo com o número de julgadores (singulares ou
Assistente ou Interveniente (autor nos Pedidos de
colegiados), a matéria tratada (justiça comum ou especial) e
Intervenção de Terceiro, ou seja, Denunciação à Lide,
a esfera federativa (estadual ou federal).

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