TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DIREITO PROCESSUAL

03 subsistemas: Civil – Penal – Trabalhista

Escopos dos subsistemas: social, político e jurídico.

Função da teoria geral do Processo:

Identificação dos pontos comuns a todos os ramos do Direito Processual
(jurisdição, ação, defesa, processo, procedimento);

Princípios gerais;

Noção geral de competência e peculiaridades a cada processo

FUNÇÃO DO PROCESSO CONTEMPORÂNEO:

Estar a serviço do Direito Material, propiciando ao cidadão não apenas o acesso
à jurisdição, mas sobretudo a uma ordem justa.

CONCEITO DO DPT:
Ramo do Direito Público, formado pelo conjunto de regras de natureza
processual, somadas aos princípios que lhe são peculiares, destinadas a regular
as relações existentes entre o juiz e as partes, bem como em relação àqueles
que, de qualquer forma, intervêm no processo, no sentido de criá-las, modificá-
las ou extingui-las, para possibilitar a prestação da tutela jurisdicional.

CONCEITO DO DPT:
Ramo da ciência jurídica constituído por um sistema de normas, princípios,
regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa
dos conflitos decorrentes das relações de emprego e de trabalho bem como
regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.

OBJETO ESPECIAL DO DPT:

Promoção da pacificação dos conflitos decorrentes das relações de trabalho
(Justiça Especializada).

JUSTIÇA DO TRABALHO
É o órgão estatal do Poder Judiciário incumbido de aplicar as regras processuais
trabalhistas.
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
As regras processuais são necessárias na regulamentação da atividade de
juízes, auxiliares, das partes e dos terceiros que intervêm no processo, quando
uma pretensão resistida é deduzida em juízo.

Diferença entre DMT e DPT.

Relação jurídica processual x relação jurídica substancial trabalhista.

CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS TRABALHISTAS:

Processo de dissídio individual do Processo de dissídio coletivo do

trabalho trabalho

Processo de dissídio coletivo do Dissídio coletivo de Greve

trabalho: natureza econômica e
natureza jurídica

AUTONOMIA DO DPT:

Teorias:
Monista
•O Direito Processual é um só, o DPT não seria regido por leis próprias ou
estruturado de modo específico, seria somente um capítulo do CPC.

Dualista
•Defende que há uma independência total do PT em relação ao Direito
Processual.

RAZÕES PARA AUTONOMIA:

Possui vasta matéria legislativa, possuindo título próprio na CLT;

Princípios peculiares: protetivo, finalidade social, busca da verdade real, da

normatização coletiva e da conciliação;

Institutos próprios: Justiça Especializada com juízes especializados;

Autonomia didática;
RAZÕES PARA A AUTONOMIA:

Autonomia doutrinária;

Autonomia legal: não há um código de processo do trabalho, mas existem

normas próprias (artigo 111 a 116 da CF; 643 a 910 da CLT);

Autonomia jurisdicional: CF de 1946 incluía Justiça do Trabalho como órgão

integrante do Poder Judiciário;

Autonomia científica: presença de uma Justiça Especializada;

RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO

Direito Constitucional - Direito do Trabalho - Direito Civil - Direito Processual

- Direito Administrativo - Direito Tributário - (Lei nº 6.830/80) - artigo 889 da CLT
- Direito Previdenciário

NOVO CPC
Artigo15: Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhe serão
aplicadas supletiva e subsidiariamente.

CLT
Artigo 769: Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste.

PROCESSO DE EXECUÇÃO:
NA OMISSÃO DA CLT:

Norma de execução fiscal da Lei nº 6.830/1980.

PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS

1- Norma de conduta (princípio-regra);
2- Orientar o legislador;
3- Guia para o intérprete;
4- Meio de integração das lacunas.
PRÍNCIPIO DA IGUALDADE DE TRATAMENTO X PRINCÍPIO PROTETIVO
Ainda existem Instrumentos facilitadores ao acesso à justiça?
• Dispensa do depósito recursal para os trabalhadores é regra apenas para
os hipossuficientes (§ 3º, art. 790 da CLT);
• Hipossuficiência do empregado;
• Obrigatoriedade do depósito recursal para os empregadores;
• Empregadores- gratuidade- § 4º, art. 790 da CLT;

PRINCÍPIO PROTETIVO
• Entidades filantrópicas, beneficiários da justiça gratuita e empresas em
recuperação judicial (isentas do depósito) - § 10 art. 899 da CLT);
• Empregador que não desenvolva atividade econômica-direito à
gratuidade da Justiça;
• Redução pela metade entidade sem fins lucrativos, empregadores
domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e
empresas de pequeno porte (§ 9º art. 899 da CLT)

PRINCÍPIO PROTETIVO
• Fixação da competência em razão do lugar no local da prestação do
serviço;
• Regra in dubio pro operário - não se aplica no PT
• Aplica-se a distribuição do ônus da prova.

PRINCÍPIO PROTETIVO
* Flexibilização: execução pela parte em regra em substituição a execução ex-
officio;
*Arquivamento pelo não comparecimento do trabalhador; pagamento de custas
por ausência injustificada. (art. 844 § 2º da CLT).
* Condenação em sucumbência recíproca (art. 791-A, § 3º da CLT).
* Honorários periciais: pagamento parte sucumbente (790-B da CLT).

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

*Envolve os princípios do contraditório, do juiz natural, da motivação das
decisões judiciais e da inafastabilidade do controle jurisdicional.
Obs.: artigo 625-D da CLT (Comissão de Conciliação Prévia) - STF
liminar conferiu ao artigo interpretação conforme a CTF- passagem facultativa.

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

• Art. 5º, LV da CF;
• Vedação da decisão surpresa- IN 39/2016 do TST;
 • CPC (artigos 9º e 10º) - vedação à decisão surpresa- exceto: tutelas
provisórias de urgência-
• Decisão surpresa: acolhe fundamento sob o qual as partes não tiveram
oportunidade de manifestação. (fundamento jurídico ou fato).

PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
• Artigo 764 da CLT;
• Artigo 852-E da CLT;
• Artigo 139, V do CPC: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições
deste Código, incumbindo-lhe: V: promover, a qualquer tempo, a
autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e
mediadores.
• O magistrado não tem o dever de homologar toda e qualquer conciliação;
• A recusa é admitida desde que fundamentada;
• Súmula 418 do TST: faculdade da homologação.

PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE
• O juiz deve aproxima-se das partes e dos meios de provas por ela
produzidos;
• Observação direta das partes, das testemunhas, peritos etc., permite o
melhor convencimento do juiz.

PRINCÍPIO DA ORALIDADE E DA ESCRITURAÇÃO

• Oralidade é a tônica do PT;
• Defesa oral em 20 minutos;
• Exceção da Lei nº 5.584/70

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
• Artigo 770 da CLT;
• Artigo 189 do CPC.
• Diferença entre segredo de justiça com sigilo;
• Pje: acesso às partes e advogados/consulta pública.

PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

• Concentração dos atos processuais em um único momento (audiência);
• Artigo 852-C da CLT;

PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ

• Artigo 132 do CPC (regra anterior);
 • Novo CPC: não contém qualquer dispositivo que estabeleça a vinculação
do juiz que conduziu a instrução processual ao julgamento da demanda
respectiva.
• Não subsiste no PT (sem previsão na CLT).

PRINCÍPIO DA CELERIDADE
❖ Artigo 765 da CLT;
❖ Existência de prazos mais exíguos;
❖ Artigo 5º, LXXVIII da CF/88; (EC 45/2004);
❖ Artigo 4º, 6º e 139 no novo CPC.
❖ Duração razoável do processo.

PRINCÍPIO DA ULTRAPETIÇÃO
❖ Artigo 141 do CPC;
❖ Exceções: conversão da reintegração ao pedido de indenização (artigo
496 da CLT);
❖ Pagamento de juros de mora e correção monetária (súmula 211 do TST);
❖ Verbas incontroversas- artigo 467 da CLT.
❖ Condenação em honorários dispensável (art. 63 e 64 do CPC).

PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL OU INQUISITIVO E O PRINCÍPIO

DISPOSITIVO
❖ O processo tradicional é eminentemente dispositivo;
❖ O juiz depende da provocação das partes (artigo 2º do CPC);
❖ Caráter inquisitório do PT é mais elevado (ius postulandi; ações de
alçada exclusiva das VT, art. 790 § 3º da CLT).
❖ Execução de ofícios das contribuições previdenciárias

PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

❖ Não é absoluto; comporta exceções;

PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL

❖ Artigos 5º e 77 do CPC;
❖ 793-A a 793-D da CLT (da responsabilidade por dano processual).
❖ Litigância de má-fé (hipóteses do art. 793-B);
❖ Multa de 1% a 10% do valor da causa;

PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO NORMATIVA

❖ Órgão jurisdicional cria norma genérica e abstrata, por intermédio de uma
sentença normativa, que se incorpora aos contratos de trabalho dos
integrantes da categoria econômica e profissional em litígio.
 ❖ Art. 114, § 2º da CLT.

PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE OU DA INSTRUMENTALIDADE DAS

FORMAS
❖ Artigo 188 do CPC;
❖ Maior informalidade no PT;
❖ Artigos 794 a 798
❖ Reclamação verbal: artigo 840 da CLT
❖ Existência do ius pustulandi.

PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
❖ Arguição de sua defesa;
❖ Preliminares; prejudiciais de mérito e mérito;
❖ Evita a preclusão.

PRINCÍPIO DA CONCISÃO
❖ Evitar a prolixidade;
❖ Resolução nº 136/14 do CSJT: estabeleceu que o tamanho máximo dos
arquivos é de 1,5 megabytes, na resolução máxima de 300 DPI e
formatação A4.
❖ Formato PDF-A: estima-se que a petição não poderá ser construída por
mais de 50 páginas.

PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
❖ Princípio da colaboração;
❖ Processo: resultado da atuação participativa das partes.
❖ Artigo 6º do novo CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa
e efetiva.