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SEMANA DA LIMINAR

Aula 1
1. Método Expert em Liminar
1.1. As 4 habilidades técnicas fundamentais que você precisa ter para conseguir uma liminar:
1.1.1.1. Saber diferenciar os tipos de tutelas provisórias e o que a lei exige para o deferimento
de cada uma delas - os requisitos legais
1.1.1.1.1. Diferenciar
1.1.2.1. Saber demonstrar, na prática, a presença dos requisitos legais, apontando a prova que
evidencia a presença de cada um desses requisitos
1.1.2.1.1. Demonstrar na prática
1.1.3.1. Saber exercer a empatia. Colocar-se no lugar do juiz, que tem que decidir ouvindo
apenas uma parte e analisando apenas parte das provas.
1.1.3.1.1. O que o magistrado sente e como dar a ele a segurança que ele precisa para acolher
o pedido
1.1.3.1.1.1. Exercer a empatia
1.1.4.1. Entender que cada tipo de ação guarda sua peculiaridade. Muda, de ação para ação, a
forma de comprovar a presença dos requisitos legais. E em algumas ações, muda, inclusive, os
requisitos legais - como na possessória, por exemplo.
1.1.4.1.1. Entender a Peculiaridade
2. Vamos estudar mais a fundo a PRIMEIRA HABILIDADE
2.1. Saber diferenciar os tipos de tutelas provisórias e o que a lei exige para o deferimento de
cada uma delas - os requisitos legais
2.1.1. Diferenciar
3. Perdão aos que estão mais avançados
3.1. Revisitar conceitos é fundamental
3.1.1. A humildade intelectual é a base de todo sucesso
4. Qual é a função da Justiça?
4.1. Fazer valer os direitos previstos em lei
4.1.1. Exemplo 1:
4.1.1.1. Se a lei fala que o pai deve pagar pensão alimentícia ao filho menor, caso o pai não
pague, cabe à Justiça fazer valer esse direito, para que o menor não morra de fome...
4.2. E como, através de qual mecanismo a Justiça faz valer o direito das pessoas?
4.2.1. Através do processo
4.2.1.1. A lei cria, então, uma sequência organizada de atos, cujo objetivo é colher todas as
informações necessárias para que se possa realizar a Justiça
4.3. O nosso modelo constitucional de processo
4.3.1. Garantias do contraditório e da ampla defesa
4.4. O grande problema do processo - a morosidade
4.4.1. Algumas razões pelas quais a resposta do estado aos problemas das pessoas acaba
sendo demorada
4.4.1.1. - a necessidade de cumprir o contraditório
4.4.1.2. - a demora natural dos procedimentos (dificuldade de citação, prazos para tudo e em
dias úteis, etc)
4.4.1.3. - falta de pessoal suficiente para dar andamento (juízes, servidores e etc)
4.4.1.4. - manobras do requerido para se furtar da Justiça, etc.
4.5. A necessidade de combater essa morosidade, sob pena de ver direitos se perderem
4.5.1. A morosidade do processo pode gerar problemas de duas ordens
4.5.1.1.1. Um prejuízo material à parte envolvida
4.5.1.1.1.1. Exemplo
4.5.1.1.1.1.1. Se o menor tiver que esperar todo o curso de uma ação de alimentos para, só ao
final, conseguir receber a pensão alimentícia, ele pode acabar morrendo de fome
4.5.1.1.1.1.1.1. Para evitar esse dano à pessoa, a lei cria uma forma de se ANTECIPAR A
TUTELA estatal
4.5.1.1.1.1.1.1.1. Uma forma de o Estado dar a proteção busca pelo menor, antes do momento
adequado
4.5.1.2.1. Pode tornar inútil ou prejudicado o próprio processo ou outra ação futura
4.5.1.2.1.1. Exemplo
4.5.1.2.1.1.1. O autor entra com uma ação visando receber do réu o pagamento de uma dívida
4.5.1.2.1.1.1.1. Durante essa ação, o autor descobre que o réu está se desfazendo de todos os
seus bens. Então, ainda que o autor saia vencedor na demanda, esse processo será inútil, já
que o réu terá conseguido se desfazer de todos os bens e não terá lastro patrimonial para
pagar a dívida no futuro, caso ela seja confirmada pela sentença
5. A Solução para a morosidade do processo
5.1. Visando diminuir os efeitos nocivos da demora do processo, a própria lei cria mecanismos
para dar alguma proteção às pessoas....para diminuir os danos causados pela demora ou para
penalizar aqueles que se valem dessa demora para se beneficiar
5.1.1. Esses mecanismos são as chamadas DECISÕES LIMINARES, PROVISÓRIAS....
5.1.1.1. O Estado antecipa uma decisão para proteger o direito de alguém ou para proteger a
utilidade prática do processo
5.1.1.1.1. Às vezes o Estado concede, antecipadamente, aquilo que, naturalmente, só seria
dado na sentença
5.1.1.1.1.1. São as antecipações de tutela baseadas na urgência
5.1.1.1.2. Às vezes o Estado concede uma medida restritiva do direito de uma das partes
envolvidas, como forma de proteger a utilidade prática do próprio processo.
5.1.1.1.2.1. São as medidas cautelares, de proteção
5.1.1.1.3. Mas em determinadas situações, a lei resolveu que o Estado pode antecipar a tutela
buscada por alguém, em razão da evidência do direito que está sendo buscado
5.1.1.1.3.1. São as antecipações de tutela baseadas na evidência
5.2. Mas atenção: as soluções criadas pela própria lei são soluções provisórias...
5.2.1. porque tudo pode ser mudado no curso do processo, na sentença ou em recurso....
6. O que você precisa ter sempre em mente?
6.1. Você nunca pode esquecer que antecipar uma decisão é sempre exceção
6.1.1. A regra é o contraditório e a ampla defesa....
6.1.1.1. Por isso que, para conseguir uma antecipação de uma decisão, para que o juiz defira
uma medida de proteção, é necessário que o caso concreto se encaixe perfeitamente na lei ou
que as provas dos requisitos previstos na lei estejam totalmente demonstradas
6.1.1.1.1. Na dúvida, o Juiz vai indeferir
7. O que você pode esperar desse curso?
7.1. Ao longo das aulas eu vou te ensinar os segredos....
7.1.1. Como transferir para a outra parte o pesado ônus da demora do processo...
7.1.1.1. Como fazer com que seus processos não percam a utilidade prática e que seus
clientes consigam, efetivamente, receber....
7.1.1.1.1. Vou te mostrar todos os requisitos legais...
7.1.1.1.2. Vou te mostrar como o juiz pensa...
7.1.1.1.3. Vou te mostrar a diferença entre a teoria e a prática...
7.1.1.1.4. Com o conhecimento gerado neste curso você nunca mais vai sofrer com a demora
processual
8. De acordo com a lei, o Juiz pode prolatar, no curso do processo, decisões liminares
(provisórias) por duas razões
8.1. Por estar presente uma situação de URGÊNCIA; ou
8.2. E por estar presente uma situação de EVIDÊNCIA de um direito....
9. As decisões liminares (provisórias) baseadas na URGÊNCIA
9.1. Às vezes não é possível esperar...
9.1.1. Em algumas circunstâncias da vida não dá pra esperar uma resposta do Estado-Juiz
apenas lá na sentença ou, o que é pior, apenas lá no final da ação, com o trânsito em julgado
da decisão....
9.1.1.1. Por isso que a lei previu a possibilidade de o Juiz antecipar a concretização de direitos,
através de decisões provisórias baseadas na urgência
9.1.1.1.1. Essas decisões podem ser de 2 tipos:
9.1.1.1.1.1.1. Decisões que antecipam tutelas, ou seja, decisões em que o juiz confere,
antecipadamente, exatamente aquele direito que a parte pediu na inicial e que somente iria
obter com o trânsito em julgado da sentença
9.1.1.1.1.1.1.1. Exemplo: alimentos
9.1.1.1.1.1.1.1.1. A esse tipo de decisão se costuma chamar de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
ou TUTELA ANTECIPADA
9.1.1.1.1.2.1. Decisões que protegem, que acautelam o próprio processo ou outros direitos
9.1.1.1.1.2.1.1. Exemplo: o arresto de um carro
9.1.1.1.1.2.1.1.1. A esse tipo de decisão se costuma chamar de TUTELA CAUTELAR ou
DECISÃO CAUTELAR
10. As decisões liminares (provisórias) baseadas na EVIDÊNCIA
10.1. Em algumas situações a própria lei achou injusto fazer a parte esperar....
10.1.1. O legislador preferiu, ele mesmo, inverter o ônus da demora processual.... preferiu
passar para o requerido o fardo pesado de ter que esperar uma decisão com o trânsito em
julgado....
10.1.1.1. E ele fez isso estabelecendo alguns critérios em que, na sua visão, o direito da parte
seria tão EVIDENTE que o juiz fica autorizado a reconhecer e conferir esse direito de forma
provisória
10.1.1.1.1. Isso é uma novidade trazida pelo novo CPC e que na prática ainda não pegou...
10.1.1.1.1.1. Exemplo:
10.1.1.1.1.1.1. A lei fala que o Juiz pode conceder uma tutela de evidência quando:
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
10.1.1.1.1.1.1.1. A Súmula Vinculante n. 31 do STF diz que: É inconstitucional a incidência do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens
móveis.
10.1.1.1.1.1.1.1.1. Imagine o caso em que uma empresa trabalha com a locação de carros e
recebe do Município uma cobrança de ISS. Por não concordar com essa cobrança, a empresa
entra na Justiça e pede a concessão de uma tutela de evidência.
10.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Neste caso o juiz pode determinar, liminarmente, que o Município deixe de
fazer a cobrança, por se tratar de uma tutela baseada na EVIDÊNCIA do direito...
11. O que você sempre deve pensar de início
11.1. Você sempre deve identificar, então, qual é a razão que te leva a pedir ao juízo uma
liminar,
uma decisão provisória?
11.1.1. É uma razão baseada na URGÊNCIA
11.1.1.1. E se for baseada na urgência, o que você efetivamente quer? Que o juiz te dê antes
exatamente aquilo que você só teria no final do processo? Ou aquilo que você quer é uma
medida de proteção de direitos ou do processo?
11.1.2. Ou é uma razão baseada na EVIDÊNCIA
12. Porque é importante fazer esse raciocínio logo de cara?
12.1. Porque a lei prevê requisitos diferentes para cada tipo de decisão liminar....
12.1.1. Para deferir uma tutela baseada na urgência, devem estar presentes determinados
requisitos....
12.1.1.1. Já para o deferimento de uma tutela de evidência, os requisitos são absolutamente
diversos...
12.1.1.1.1. Nós vamos estuar com calma e com detalhes cada uma desses requisitos e, o
melhor, como você faz para mostrar ao juiz que esses requisitos estão presentes na prática
13. Agora você já sabe diferenciar os tipos de tutela provisória e neste ponto você nunca
mais vai errar, porém...
13.1. Só isso não basta...
13.1.1. Nas próximas aulas nós vamos estudar em detalhes todas as demais habilidades
técnicas que você deve possuir pra se tornar um Expert em Liminar
13.1.1.1.1. Eu vou te mostrar quais são os requisitos legais necessários ao deferimento de
cada tipo de tutela provisória e como você deve fazer para deixar evidente ao juiz, na prática,
que esses requisitos estão presentes no caso concreto.
13.1.1.2.1. Você vai aprender aquilo que eu chamo de O Princípio da Empatia, para entender
como um juiz raciocina na hora em que é chamado a decidir um pedido de tutela provisória.
13.1.1.3.1. Também vou te mostrar, nas próximas aulas, estratégias de utilização da tutela de
evidência, tão pouco explorada na nossa prática jurídica.
13.1.1.4.1. vou te ensinar quando é possível ao magistrado rever uma decisão liminar que ele
mesmo analisou, eliminando a necessidade do recurso.
13.1.1.5. E muito mais
13.2. Mas, meus amigos, de nada adianta você possuir essas 4 habilidades técnicas se você
não
acreditar.
13.2.1. É preciso que você acredite na Justiça, afinal, ela é o instrumento que temos para
resguardar o direito daqueles que nos procuram...e só nós podemos torna-la melhor...
13.2.1.1. É preciso acreditar em você mesmo, na sua capacidade técnica...é preciso acreditar
que com a qualificação e o conhecimento adequados, você pode conquistar muito mais em
favor dos seus clientes...
13.2.1.1.1. E é preciso acreditar no direito do seu cliente. Afinal, se você não acreditar, lá no
seu caso concreto, porque então o juiz deve acreditar?
13.2.1.1.1.1. Se você, assim como eu, acredita que nós podemos modificar a nossa realidade
através do conhecimento...se você, assim como eu, acredita que cada um de nós, juízes,
advogados, estudantes, cada um pode dar a sua contribuição para que tenhamos uma Justiça
cada vez melhor, eu quero te pedir para rolar essa tela pra baixo e comentar com a hashtag
#euacredito
13.2.1.1.1.1.1. Você pode ter certeza de que acreditar é o primeiro passo para mudarmos a
nossa realidade.

Aula 2
1. Método Expert em Liminar
1.1. As 4 habilidades técnicas fundamentais que você precisa ter para conseguir uma liminar:
1.1.1.1. Saber diferenciar os tipos de tutelas provisórias e o que a lei exige para o deferimento
de cada uma delas – os requisitos legais
1.1.1.1.1. Diferenciar
1.1.2.1. Saber demonstrar, na prática, a presença dos requisitos legais, apontando a prova que
evidencia a presença de cada um desses requisitos
1.1.2.1.1. Demonstrar na prática
1.1.3.1. Saber exercer a empatia. Colocar-se no lugar do juiz, que tem que decidir ouvindo
apenas uma parte e analisando apenas parte das provas.
1.1.3.1.1. O que o magistrado sente e como dar a ele a segurança que ele precisa para acolher
o pedido
1.1.3.1.1.1. Exercer a empatia
1.1.4.1. Entender que cada tipo de ação guarda sua peculiaridade. Muda, de ação para ação, a
forma de comprovar a presença dos requisitos legais. E em algumas
ações, muda, inclusive, os requisitos legais - como na possessória, por exemplo.
1.1.4.1.1. Entender a Peculiaridade
2. Vamos estudar mais a fundo, na aula de hoje, a SEGUNDA e a TERCEIRA
HABILIDADES
2.1.1. Você vai aprender a demonstrar, na prática, a presença dos requisitos legais para a
concessão de uma espécie de tutela provisória, que é a tutela antecipada e vai saber como
apontar ao juiz a prova que evidencia a presença de cada um desses requisitos
2.2.1. E também na aula de hoje eu vou te ensinar a exercer a empatia...você vai ver como é
importante se colocar no lugar do juiz, para sentir o que ele sente, na hora em que é chamado
a decidir questões super importantes, ouvindo apenas uma parte e analisando apenas parte
das provas.
3. O ESTUDO PRÁTICO DA SEGUNDA HABILIDADE
3.1. De acordo com a lei, o Juiz pode prolatar, no curso do processo, decisões liminares
(provisórias) por duas razões
3.1.1. Por estar presente uma situação de URGÊNCIA; ou
3.1.1.1. E quando se trata de uma decisão fundamentada na URGÊNCIA, existem duas
espécies de tutela provisória:
3.1.1.1.1.1. Decisões que antecipam tutelas, ou seja, decisões em que o juiz confere,
antecipadamente, exatamente aquele direito que a parte pediu na inicial e que somente iria
obter com o trânsito em julgado da sentença
3.1.1.1.1.1.1. Exemplo: alimentos
3.1.1.1.1.1.1.1. A esse tipo de decisão se costuma chamar de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA ou
TUTELA ANTECIPADA
3.1.1.1.2.1. Decisões que protegem, que acautelam o próprio processo ou outros direitos
3.1.1.1.2.1.1. Exemplo: o arresto de um carro
3.1.1.1.2.1.1.1. A esse tipo de decisão se costuma chamar de TUTELA CAUTELAR ou
DECISÃO
CAUTELAR
3.1.1.1.2.1.1.1.1. Infelizmente, por questão de tempo, nós não vamos conseguir estudar todos
os requisitos de todas as espécies de tutela provisória....então...
3.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Na aula de hoje nós vamos aprofundar nos requisitos necessários ao
deferimento de uma tutela antecipada, por ser a mais comumente utilizada...
3.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. E você vai aprender, na prática, como mostrar ao juiz a presença de cada
requisito legal....
3.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1. Vamos lá?
3.1.2. E por estar presente uma situação de EVIDÊNCIA de um direito....
4. Tutela Antecipada
4.1.1. Previsão Legal
4.1.1.1. Previsão legal
4.1.1.1.1. Art. 300 e seguintes do CPC
4.1.1.1.1.1. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
4.1.1.1.1.2. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.
4.1.1.1.1.3. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
4.2.1. Requisitos para a concessão
4.2.1.1.1. Probabilidade do direito
4.2.1.1.1.1. Também conhecido como fumus boni iuris ou fumaça do bom direito
4.2.1.1.1.1.1. Mas o que é isso na prática?
4.2.1.1.1.1.1.1. O juiz pensa assim: é provável que eu venha acolher, lá na sentença, este
pedido que o autor quer receber antecipadamente?
4.2.1.1.1.1.1.1.1. Há fundamento no direito e nas provas do processo para evidenciar que o
autor tem razão?
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1. Se hoje fosse o dia de eu dar a sentença, o pedido do autor seria acolhido?
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O Juiz sempre olha para AS PROVAS e para o DIREITO
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Então você precisa mostrar qual ou quais são as provas que
demonstram a veracidade dos fatos que você alegou
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. E você deve mostrar qual é a norma, a cláusula contratual, qual é a
jurisprudência que evidencia a probabilidade do seu direito
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. exemplos
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. o menor que pede alimentos
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. A certidão de nascimento é a PROVA que demonstra filiação
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. O código Civil é a norma que prevê a obrigação alimentar
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. Quando você mostra a prova dos fatos alegados e a norma
que ampara o seu pedido, o juiz sente a presença da probabilidade do direito
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Agora imagina faltar um desses elementos....
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. A tendência do juiz será indeferir, já que ele sabe que
conceder a tutela de forma provisória é exceção e o deixa próximo de cometer uma injustiça
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. o dono do imóvel que pede a reintegração
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Cadê a prova de que ele tinha a posse
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.2. Cadê a prova de que o réu entrou na posse
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.3. Cadê eventual documento que justifica a posse
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.4. O código civil garante ao possuidor o direito de ser reintegrado
na posse, no caso de esbulho
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.4.1. Quando você mostra a prova dos fatos alegados e a norma
que ampara o seu pedido, o juiz sente a presença da probabilidade do direito
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.4.1.1. Agora imagina faltar um desses elementos....
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.4.1.1.1. A tendência do juiz será indeferir, já que ele sabe que
conceder a tutela de forma provisória é exceção e o deixa próximo de cometer uma injustiça
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1. o consumidor que pede a cobertura do plano de saúde para a
realização de uma cirurgia
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.1. cadê a prova documental, o contrato prevendo a cobertura
contratual?
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.2. ou cadê a jurisprudência que prevê que o plano de saúde não
pode se negar a custear determinado tratamento
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.3. cadê o documento médico que atesta que o autor, de fato, tem
determinado problema de saúde e precisa da realização do procedimento
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.3.1. Quando você mostra a prova dos fatos alegados e a norma
que ampara o seu pedido, o juiz sente a presença da probabilidade do direito
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.3.1.1. Agora imagina faltar um desses elementos....
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1.3.1.1.1. A tendência do juiz será indeferir, já que ele sabe que
conceder a tutela de forma provisória é exceção e o deixa próximo de cometer uma injustiça
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. O que fazer quando você não tem prova material dos fatos que
demonstram a probabilidade do seu direito?
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. A resposta está no art. 300, 2, do CPC:
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Você deve pedir uma audiência de justificação
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. O juiz não pode negar essa audiência
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Mas ele pode deixar de marcar por indeferir o pedido de
Tutela fundamentando na ausência de outros requisitos.
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. Ele jamais pode indeferir o pedido de tutela,
fundamentando na falta de comprovação da probabilidade do direito, se ele indeferir o pedido
de audiência de justificação. Isso seria um contra senso absurdo
4.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1. Se isso acontecer, você deve recorrer
4.2.1.2.1. O perigo de Dano
4.2.1.2.1.1. Também conhecido como periculum in mora ou perigo da demora
4.2.1.2.1.1.1. Mas o que é isso na prática?
4.2.1.2.1.1.1.1. Significa que se não for dada a proteção pedida pela parte, de forma
antecipada,
o direito material poderá sofrer um dano
4.2.1.2.1.1.1.1.1. Mas não se trata de um perigo abstrato, que pode vir a acontecer ou não.
Trata-se de um PERIGO CONCRETO
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1. E a grande chave para o deferimento do seu pedido está aqui. Você
precisa, na prática:
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.1. – dizer expressamente ao juiz qual é o perigo de dano que o seu cliente
pode vir a sofrer caso a tutela não seja antecipada; e
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2. - provar para o juiz que esse perigo é concreto, real e não apenas
presumido, que "pode ser que aconteça ou não".
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1. Há alguns casos em que a nossa tendência é presumir que haverá um
dano caso a tutela não seja concedida.
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Como no exemplo do menor que pede alimentos.
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. É possível presumir que, se não receber a ajuda do pai, o menos
terá seu sustento prejudicado.
Mas e se a genitora tiver boas condições financeiras e conseguir sustentar ele sozinho
temporariamente? Essa presunção acaba caindo, não?!
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. E há alguns casos em que a própria lei parece presumir esse
dano, como no caso das ações possessórias, por exemplo.
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Nas ações possessórias a lei não exige expressamente o
requisito do perigo de dano para que o juiz determine a reintegração....pode ficar tranquilo que
vamos estudar isso mais a fundo no momento adequado....
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. Mas o fato é que eu SEMPRE RECOMENDO que você
MENCIONE EXPRESSAMENTE qual é o perigo de dano que o autor está a sofrer e, SEMPRE,
ABSOLUTAMENTE SEMPRE apresente provas concretas do perigo alegado.
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1. E mais importante ainda, quando você pede que a decisão
seja prolatada de forma liminar, ou seja, sem ouvir a parte contrária, é justificar concretamente
porque não há tempo sequer de se ouvir a parte contrária...porque o perigo é tão iminente que
não se pode, sequer, deixar o contraditório acontecer....
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1. Por outro lado, quando o caso permitir, eu recomendo
fortemente que você seja 100% sincero e diga isso ao magistrado. Peça que o pedido de tutela
seja apreciado apenas após o contraditório. Mostre no caso concreto que há perigo de dano,
mas que aguardar o contraditório não vai aumentar esse perigo.
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Se você fizer isso (o que é raro acontecer), você vai
ganhar muita credibilidade com o juiz
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Vamos ver alguns exemplos disso tudo no caso
concreto:
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. o menor que pede alimentos
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. – A indicação do perigo: "...se a tutela não for
concedida, poderá o menor ter sua subsistência comprometida, já que ele não pode trabalhar
para prover o próprio sustento e já que a mãe não tem condições de sozinha, custear as
despesas com o menor...
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. se você não faz essa indicação concreta, o juiz
pode indeferir o pedido argumentando que a mãe pode, sozinha, arcar com as despesas do
menor até que haja o contraditório...
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. - A prova da situação de perigo: você deve elencar
as despesas da criança e deve juntar comprovantes dos rendimentos da mãe; você pode
apresentar depoimentos de vizinhos que estão tendo que ajudar financeiramente a mãe, para
que eles não passem necessidade; os depoimentos dos vizinhos podem atestar a privação de
bens essenciais pela qual o menor vem passando.... etc
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. se você não apresenta essa prova, o juiz pode
indeferir o pedido argumentando que não está demonstrada a situação de perigo concreto...
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3. – Porque não dá pra esperar o contraditório:
"...como a verba pleiteada se destina à comida do dia a dia do menor, esperar a citação da
parte requerida
Para somente após analisar o pedido urgente irá significar prejuízo irreparável, já que o infante
não pode ficar sem condições para custear suas necessidades básicas....
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1. se você não faz essa alegação e comprovação, o
juiz pode determinar que se ouça a parte contrária, para decidir somente depois
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. o consumidor que pede a cobertura do plano de
saúde para a realização de uma cirurgia
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. A indicação do perigo: "...se a tutela não for
concedida, há perigo de o autor vir a falecer ou ter sua saúde comprometida ou debilitada de
forma irremediável..."
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. se você não faz essa indicação concreta, o juiz
pode indeferir o pedido argumentando que o autor não indicou o perigo concreto....
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2. A prova da situação de perigo: "...o laudo médico
em anexo mostra a necessidade de a tutela ser concedida agora, neste momento, sob pena de
vir o
autor a sofrer um dano....
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1. se você não apresenta essa prova, o juiz pode
indeferir dizendo que, apesar da alegação, não há documento médico evidenciando a urgência
da situação...
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3. Porque não dá pra esperar o contraditório:
"...conforme descrito no laudo médico, a cirurgia deve ser realizada em no máximo 30 dias, o
que deixa evidente que a tutela deve ser concedida liminarmente, já que dentro desse prazo
não se conseguirá citar a parte contrária para depois se implementar eventual decisão na
prática...".
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3.1. Aqui vale um cuidado especial com o documento
médico, pois quanto mais preciso ele for, mais forte será a pressão no juiz para que ele defira a
medida...
4.2.1.2.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3.1.1. Se você não tiver esse cuidado, pode ser que o
juiz deixe para decidir depois do contraditório, o que pode ser tarde demais para os eu cliente...
4.2.1.3.1. Reversibilidade da medida
4.2.1.3.1.1. O que diz a lei
4.2.1.3.1.1.1. Art. 300 e seguintes do CPC
4.2.1.3.1.1.1.1. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
4.2.1.3.1.1.1.1.1. Mas o que é isso na prática?
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1. A lei fala que a tutela a ser antecipada pelo juízo tem que ser possível de
ser revertida no futuro, caso não se confirme na sentença
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1. Se for ir reversível, teria o magistrado que indeferir.
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1. Exemplo:
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O autor que pede a reintegração liminar na posse do bem. Se ele for
reintegrado liminarmente, a situação é perfeitamente reversível no futuro, ou seja, se o pedido
for julgado improcedente na sentença, o réu poderá voltar para a posse do bem. Este é um
caso de tutela reversível.
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas e se a medidas for irreversível, mas ao mesmo tempo
fundamental para salvar um direito?
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Na prática, há tutelas que devem ser antecipadas sob pena de se
ferir de morte um direito fundamental, como a vida, a integridade física e etc...
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Para esses casos, a doutrina abrandou o requisito da
reversibilidade....a doutrina concluiu que, quando houver direito fundamental em perigo, o juiz
deve fazer uma ponderação dos interesses e valores envolvidos, para decidir se concede ou
não a tutela de forma antecipada...
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Ponderação de Valores e Razoabilidade
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Exemplo
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Cirurgia cardíaca X negativa do plano de saúde
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Na prática, você deve se adiantar e mostrar ao juiz
como ele deve fazer essa ponderação
4.2.1.3.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. E se possível for, você deve oferecer caução para
acabar com o risco e conseguir o deferimento de maneira mais fácil
4.2.1.4.1. Caução real ou fidejussória
4.2.1.4.1.1. O que diz a lei
4.2.1.4.1.1.1. Art. 300 e seguintes do CPC
4.2.1.4.1.1.1.1. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não
puder oferecê-la.
4.2.1.4.1.1.1.1.1. a lei fala que o juiz PODE exigir caução
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1. o objetivo é proteger a outra parte dos prejuízos que ela possa sofrer, caso
a medida se mostre indevida
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1. exemplo
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1. arresto de um carro.... prejuízos pela não disponibilidade de um carro
para que trabalha como Uber
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas a caução pode ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Isso deve ser provado. Você deve abrir a realidade financeira do seu
cliente, para que o juiz não tenha dúvida
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas se o cliente tiver condições de oferecer a caução, ofereça e
garanta a tutela
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Tipos de caução
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. REAL
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. quando é prestada sob a forma de uma das garantias reais,
como a hipoteca, o penhor etc.
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O autor oferece em hipoteca um imóvel de sua
propriedade
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. FIDEJUSSÓRIA
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. a garantia fidejussória é conceituada como uma garantia
pessoal.
Nela, o indivíduo se sub-roga na pessoa do devedor, caso esse não cumpra a obrigação
assumida, e oferece seu próprio patrimônio para garantir tal obrigação assumida por terceiro ou
para garantir uma dívida.
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. O autor apresenta o seu pai como garantidor de eventuais
prejuízos....é um fiador que terá o seu patrimônio atingido caso a tutela seja revertida e cause
prejuízos a outra parte
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Na prática, se você oferecer caução fidejussória, o juiz
não vai exigir que se prove que o garantido tem patrimônio.... ele vai aceitar e muito
provavelmente vai deferir a medida
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. E isso vai acontecer porque você vai ganhar ainda
mais a confiança do juiz. Ninguém costuma oferecer caução. Então, se você oferecer o juiz vai
pensar: o caso é tão sério e preocupante que há pessoas se comprometendo em ajudar autor a
conseguir a medida.
4.2.1.4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Então, sempre que puder, ofereça a caução.
4.2.1.5. Os dois primeiros requisitos são cumulativos. Já o terceiro e o quarto podem ser
dispensados.
5. O ESTUDO PRÁTICO DA TERCEIRA HABILIDADE
5.1. A partir de agora eu vou te ensinar como exercer a empatia...você vai ver como é
importante se colocar no lugar do juiz, para sentir o que ele sente, na hora em que ele é
chamado a decidir questões super importantes, ouvindo apenas uma parte e analisando
apenas parte das provas.
6. O que você vai aprender nessa aula
6.1. Vou te mostrar como o juiz pensa quando ele precisa analisar um pedido de liminar
6.1.1. Quais são os sentimentos que passam pela cabeça dele e que tipo de raciocínio ele
faz....
6.1.1.1. Sabendo pensar como o juiz pensa, você terá a vantagem de se adiantar ao raciocínio
dele e de trazer elementos concretos que vão dar a ele segurança para decidir como você
pediu...
6.1.1.1.1. Todas as decisões que tomamos na vida são baseadas em emoções...
6.1.1.1.1.1. Em nossa vida, agimos ou deixamos de agir por força de emoções como o medo, a
insegurança, a raiva, a ganância, enfim...sempre há uma emoção por trás de toda ação
humana....
6.1.1.1.1.1.1. E a decisão do juiz, como uma ação humana que é, também é tomada por
emoções...
6.1.1.1.1.1.1.1. É claro que o juiz tem o dever de ser técnico e de fundamentar sua decisão na
lei e nas provas dos autos. Porém, dentro do espaço de interpretação que a lei dá e dentro da
análise da prova que o magistrado sempre deve fazer olhando para cada caso concreto, há
inevitavelmente a influência das emoções....
6.1.1.1.1.1.1.1.1. Por isso eu vou te ensinar como identificar a emoção que pode tomar conta
do juiz em cada tipo de pedido de tutela provisória, para que você possa, na prática, agir para
neutralizar uma dada emoção ou ressaltá-la ainda mais....
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Eu vou te ensinar a usar e abusar de recursos visuais, pois são esses
recursos que tocam nos sentimentos....
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. A simples escrita, a letra fria da palavra escrita não passa do campo
racional...você já ouvir a expressão de que uma imagem vale mais do que mil palavras?
7. O princípio da EMPATIA
7.1. Para entender as emoções que influenciam na decisão do juiz, é fundamental que você
conheça e desenvolva o Princípio da Empatia...
7.1.1. Se você aprender a exercitar o Princípio da Empatia, você vai passar a entender
exatamente como os juízes pensam, o que eles sentem e o que eles buscam sentir quando
analisam pedidos de tutela provisória...
7.1.1.1. O que é EMPATIA?
7.1.1.1.1. Empatia é a capacidade de você sentir o que uma outra pessoa sente caso estivesse
na mesma situação vivenciada por ela
7.1.1.1.1.1. Então, para exercer a empatia, pra sentir o que o juiz sente quando ele precisa
analisar um pedido de liminar, você precisa identificar quais são os sentimentos que passam na
cabeça dele nessa hora
7.1.1.1.1.1.1. O que o juiz sente quando precisa analisar um pedido de liminar?
7.1.1.1.1.1.1.1. Os sentimentos mais presentes no magistrado quando ele é chamado a decidir
um pedido de tutela provisória são os seguintes:
7.1.1.1.1.1.1.1.1. MEDO de cometer alguma injustiça, pois ele sabe que está decidindo antes
da hora
7.1.1.1.1.1.1.1.2. MEDO de causar algum prejuízo ao réu, ao conceder a medida
7.1.1.1.1.1.1.1.3. MEDO de causar algum prejuízo ao autor, ao não conceder a medida
7.1.1.1.1.1.1.1.4. INSEGURANÇA por estar decidindo ouvindo apenas uma parte (medo de
estar sendo enganado)
7.1.1.1.1.1.1.1.5. INSEGURANÇA por estar decidindo sem ter acesso a todas as provas sobre
o fato (medo de estar sendo enganado)
7.1.1.1.1.1.1.2. Agora, sabendo o que o juiz sente, o seu trabalho é dar a ele elementos
concretos e informações que possam amenizar ou até mesmo exterminar esses sentimentos
7.1.1.1.1.1.1.2.1. Da mesma forma, por outro lado, às vezes o seu trabalho será o de ressaltar
algumas emoções, de forma a comover ainda mais o juiz para que ele defira a medida...
7.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Mas como fazer isso na prática?
7.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. É o que você vai aprender comigo...
7.1.1.2. E isso não vai te ajudar só com pedidos liminares, mas vai te ajudar com todo tipo de
pedido judicial
8. Exercendo a empatia na prática...
8.1. Você deve olhar para cada um dos requisitos necessários ao deferimento da medida e ver
como você pode reduzir ou até mesmo eliminar o MEDO e a INSEGURANÇA que podem
atrapalhar o juiz na análise de cada um desses requisitos
8.1.1. Você deve se perguntar mentalmente: se eu fosse o juiz, o que eu precisaria encontrar
no pedido e nos documentos para poder deferir o pedido de liminar?
8.1.1.1. Vamos ver como fazer isso na prática, analisando o MEDO e a INSEGURANÇA do juiz
frente a cada um dos requisitos previstos na lei, para a concessão de uma tutela de urgência
8.1.1.1.1. EXEMPLO
8.1.1.1.1.1. Cliente teve negado pedido de cobertura de plano de saúde, para realização de
uma cirurgia...
8.1.1.1.1.1.1. O médico afirma que se a cirurgia não for realizada dentro de 15 dias, o cliente
pode sofrer dano irreparável na saúde
8.1.1.1.1.1.1.1. Você formula pedido de tutela provisória de urgência, pedindo que o juiz
determine ao plano de saúde a realização imediata da cirurgia
8.1.1.1.1.1.1.1.1. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA MEDIDA
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Probabilidade do direito
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. - o plano de saúde que prevê a cobertura
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. - ou a jurisprudência que afirma que o plano deve cobrir aquela
doença...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. - o atestado médico que aponta pela existência do problema de saúde do
paciente
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3. - os diversos exames médicos evidenciando o problema
8.1.1.1.1.1.1.1.1.2. Perigo de Dano
8.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. - o atestado médico que afirma que a cirurgia não pode esperar
8.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2. - estudos médicos de casos semelhantes que relatam qual pode ser o
agravamento da doença....
8.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3. - fotos da situação real do autor
8.1.1.1.1.1.1.1.1.3. Reversibilidade da Medida
8.1.1.1.1.1.1.1.1.3.1. - como a medida, na prática, é irreversível, você deve formular o
raciocínio da ponderação dos valores protegidos constitucionalmente...vida X patrimônio....
8.1.1.1.1.1.1.1.1.4. Caução
8.1.1.1.1.1.1.1.1.4.1. - se o cliente tiver condições de prestar, você deve prestar de imediato
8.1.1.1.1.1.1.1.1.4.1.1. - se o cliente não tiver condições de prestar, isso deve ser provado e
detalhado...
8.1.1.1.1.1.1.1.2. O PRINCÍPIO DA EMPATIA NA PRÁTICA
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1. MEDO
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Se você estivesse no lugar do juiz, quais medos você estaria sentindo
nesse momento?
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Você deve listar os medos e combater ou reforçar cada um...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. - medo de determinar a realização da cirurgia sem que ela seja
realmente devida e com isso causar um prejuízo financeiro à requerida
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. Como eliminar esse medo na sua narrativa?
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. Você deve rebater esse pensamento
explicitamente...."...Excelência, ainda que possa existir um receio natural de se causar um
prejuízo à requerida, com o deferimento da tutela antecipada, o fato é que é muito mais grave o
risco de a requerente ter a vida ceifada pela não realização da cirurgia..."
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1. E aqui você deve sempre ilustrar o que está acontecendo...junte
fotos da situação precária de saúde da parte...lembre que uma imagem vale mais do que mil
palavras
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1. Uma imagem mexe com as emoções....já a palavra, nem
sempre...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2. - medo de a cirurgia não ser tão urgente como alegado
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2.1. Como eliminar esse medo na sua narrativa?
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2.1.1. Você deve rebater esse pensamento
explicitamente..."...Excelência, antes que se possa imaginar que a realização da cirurgia
pretendida pelo autor poderia aguardar ao menos a citação do requerido, o fato é que o
atestado médico afirma exatamente o contrário. Não obstante, a literatura médica colacionada
em anexo mostra o que pode acontecer com a evolução da doença da requerente, caso a
cirurgia não seja realizada o mais depressa possível..."
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2.1.1.1. E aqui você pode ressaltar o laudo médico, dando especial
enfoque na palavra URGENTE...se for preciso, junte o laudo no corpo da petição e destaque a
urgência...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.2.1.1.1.1. Mais uma vez, uma imagem impressiona...já a palavra, nem
tanto...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2. INSEGURANÇA
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1. Se você estivesse no lugar do juiz, o que te deixaria inseguro de conceder
o pedido do autor.
Por outro lado, o que te deixaria seguro para acolher o pedido?
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1. Você deve listaras inseguranças e rebater cada uma....
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1. Você deve fornecer ao juiz os argumentos que ele, com outras
palavras, vai usar para fundamentar sua decisão...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1.1. Se o Juiz está inseguro porque o deferimento pode levar a um
prejuízo financeiro ao requerido, dê a ele um dado que pode dar segurança
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1.1.1. "Excelência, ainda que alguém possa se ver tentado a imaginar
que o deferimento da liminar possa causar algum prejuízo financeiro à parte requerida, os
números públicos divulgados pela própria ré afastam qualquer receio ou insegurança nesse
sentido.
Apenas no ano passado, a empresa requerida faturou mais de 3 bilhões de reais, conforme se
extrai do balanço financeiro por ela mesmo divulgado...de sorte que o valor da cirurgia
pretendida neste feito é insignificante e não vai causar qualquer dano à demandada..."
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1.1.1.1. Veja que com esse simples argumento você afasta o sentimento
de insegurança do juiz...
8.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1.1.1.1.1. Se possível, junte cópia do balanço financeiro da réu....lembra
que uma imagem influencia nas emoções muito mais do que belas palavras...
8.2. Um resumo da aplicação prática do PRINCÍPIO DA EMPATIA
8.2.1. Logo depois que você mostrar ao juiz, na prática, a presença dos requisitos necessários
à tutela pleiteada (probabilidade do direito, perigo de dano, risco ao resultado útil,
reversibilidade da medida), você vai se colocar no lugar do juiz e se perguntar:
8.2.1.1. MEDO
8.2.1.1.1. Se você estivesse no lugar do juiz, quais medos você estaria sentindo nesse
momento?
8.2.1.1.1.1. Você deve listar os medos e combater ou reforçar cada um...
8.2.1.1.1.1.1. E sempre que possível você deve APRESENTAR PROVA do fato que elimina o
medo ou a insegurança
8.2.1.2. INSEGURANÇA
8.2.1.2.1. Se você estivesse no lugar do juiz, o que te deixaria inseguro de conceder o pedido
do autor. Por outro lado, o que te deixaria seguro para acolher o pedido?
8.2.1.2.1.1. Você deve listar as inseguranças e rebater cada uma....
8.2.1.2.1.1.1. E sempre que possível você deve APRESENTAR PROVA do fato que elimina o
medo ou a insegurança

Aula 3
1. Método Expert em Liminar
1.1. As 4 habilidades técnicas fundamentais que você precisa ter
para conseguir uma liminar:
1.1.1.1. Saber diferenciar os tipos de tutelas provisórias e o que a
lei exige para o deferimento de cada uma delas – os requisitos
legais
1.1.1.1.1. Diferenciar
1.1.2.1. Saber demonstrar, na prática, a presença dos requisitos
legais, apontando a prova que evidencia a presença de cada um
desses requisitos
1.1.2.1.1. Demonstrar na prática
1.1.3.1. Saber exercer a empatia. Colocar-se no lugar do juiz, que
tem que decidir ouvindo apenas uma parte e analisando apenas
parte das provas.
1.1.3.1.1. O que o magistrado sente e como dar a ele a segurança
que ele precisa para acolher o pedido
1.1.3.1.1.1. Exercer a empatia
1.1.4.1. Entender que cada tipo de ação guarda sua peculiaridade.
Muda, de ação para ação, a forma de comprovar a presença dos
requisitos legais. E em algumas
ações, muda, inclusive, os requisitos legais - como na possessória,
por exemplo.
1.1.4.1.1. Entender a Peculiaridade
2. SEGUNDA HABILIDADE
2.1. Saber demonstrar, na prática, a presença dos requisitos legais,
apontando a prova que evidencia a presença de cada um desses
requisitos
2.1.1. Vamos aprofundar como isso pode ser feito quando o
assunto é TUTELA DE EVIDÊNCIA
2.1.1.1. Eu vou te ensinar 6 hipóteses concretas em que você pode
pedir ao juiz a aplicação da tutela de evidência
2.1.1.1.1. Um conhecimento prático, retirado do campo de
batalha...
2.1.1.1.1.1. Situações que muito provavelmente você já viveu, mas
acabou não tomando atitude alguma...ao menos de forma
semelhante ao que você vai prender
hoje...
3. RECAPITULANDO
3.1. a entrega do bem da vida é naturalmente demorada e essa
demora pode acabar gerando prejuízos ou se tornando injusta
3.1.1. por isso a lei cria mecanismos para coibir essa demora ou
amenizar os seus efeitos
3.1.1.1. a lei abre a possibilidade de o juiz conferir tutelas
provisórias
3.1.1.1.1. O que pode fazer o juiz entregar um direito antes da
hora?
3.1.1.1.1.1. UMA SITUAÇÃO DE URGÊNCIA
3.1.1.1.1.2. UMA SITUAÇÃO DE EVIDÊNCIA
3.1.1.1.1.2.1. Vamos entrar mais a fundo, nesta aula, na tutela
provisória baseada no que a lei chama de EVIDÊNCIA
4. Uma grande novidade do CPC de 2015
4.1. A TUTELA DE EVIDÊNCIA
4.1.1. Qual foi a razão de sua criação?
4.1.1.1. transferir o fardo da demora do processo para a outra
parte quando
4.1.1.2. A entrega da tutela final buscada pela parte é tão
demorada que a própria lei resolveu reconhecer que, às vezes, o
fardo por essa demora deve sair das costas do autor e deve pesar
sobre as costas do requerido....
4.1.1.2.1. A lei entendeu, então, que duas causas maiores podem
levar o juiz a conceder uma tutela provisória, ainda que não haja
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
4.1.1.2.1.1.1. - quando o direito do autor for EVIDENTE
4.1.1.2.1.1.1.1. E a própria lei resolveu dizer quando um direito
deve ser considerado EVIDENTE
4.1.1.2.1.2.1. quando o comportamento do requerido deixa
evidente que ele está abusando do direito de defesa ou que está
apresentando manifesto propósito protelatório
4.1.1.2.1.2.1.1. Aqui há grande subjetivismo....por isso a
necessidade de se realizar uma demonstração concreta do
comportamento do réu....
5. PREVISÃO LEGAL
5.1. Art. 311 do CPC
5.1.1. Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
5.1.1.1. I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório da parte;
5.1.1.2. II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
5.1.1.3. III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;
5.1.1.4. IV - a petição inicial for instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu
não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
5.1.1.5. Vamos analisar cada uma das hipóteses de concessão de
tutela de evidência....
5.1.1.6. Nós vamos estudar, nesta aula, a hipótese prevista no
inciso I do art. 311 e ver como isso pode acontecer na prática
5.2. Uma das hipóteses legais de concessão de tutela de evidência
5.2.1. A tutela de evidência será concedida quando
5.2.1.1. I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório da parte;
5.2.1.1.1. REQUISITOS
5.2.1.1.1.1.1. Abuso do Direito de Defesa; ou
5.2.1.1.1.2.1. Manifesto propósito protelatório da parte
5.2.1.1.2. ATENÇÃO 1
5.2.1.1.2.1. Os requisitos são alternativos. Ou um ou outro...
5.2.1.1.3. ATENÇÃO 2
5.2.1.1.3.1. Aqui há enorme carga de subjetividade e é um grande
trunfo que você tem na mão
5.2.1.1.4. ATENÇÃO 3
5.2.1.1.4.1. Algumas hipóteses que podem ser consideradas como
abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório
5.2.1.1.4.1.1.1. Juntar milhares de documentos que não têm
relevância alguma com o processo, apenas para dar trabalho para
a outra parte
5.2.1.1.4.1.2.1. Pedir audiência de conciliação e chegar no ato
dizendo que não tem proposta e que não pretende fazer acordo
5.2.1.1.4.1.3.1. Arrolar testemunhas e no dia da instrução desistir
da oitiva de todas sem dar qualquer explicação
5.2.1.1.4.1.4.1. Apresentar embargos de declaração, quando não
há qualquer omissão, contradição ou obscuridade...nítido propósito
de obstar o início do prazo recursal. Apresentou embargos de
decisão de embargos, com o nítido propósito de rever a decisão,
peça a tutela de evidência...se o juiz não conceder, no mínimo a
parte contrária vai ficar com medo e vai parar desenrolar...
5.2.1.1.4.1.5.1. Apresentar contestação gigantesca, com inúmeras
preliminares sem
qualquer fundamento...
5.2.1.1.4.1.6.1. Pedir perícia e na hora da realização da perícia
simplesmente deixar de pagar os honorários periciais, fazendo
precluir o direito
5.2.1.1.5. ATENÇÃO 4
5.2.1.1.5.1. Nesta hipótese o juiz NÃO poderá decidir liminarmente.
5.2.1.1.6. ATENÇÃO 5
5.2.1.1.6.1. O PRINCÍPIO DA EMPATIA
5.2.1.1.6.1.1. Aqui há espaço para trabalhar com as emoções?
6. 3 - O Juiz deferiu o pedido de tutela formulado pela parte autora
6.1. Você está advogando para a parte requerida
6.1.1. Como derrubar uma medida liminar obtida pela parte
contrária sem precisar recorrer
6.1.1.1. Advertência inicial: a medida tecnicamente adequada
para reformar uma decisão judicial que concede tutela provisória é
o recurso
6.1.1.1.1. Mas, na prática, há uma maneira de você conseguir que
o próprio juízo de primeiro grau modifique a decisão por ele
proferida, sem que você precise apresentar qualquer recurso
6.1.1.1.1.1. E isso é possível graças ao disposto nos arts. 296 e 298
do CPC:
6.1.1.1.1.1.1. Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na
pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada
ou modificada.
6.1.1.1.1.1.1.1. Art. 298. Na decisão que conceder, negar,
modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu
convencimento de modo claro e preciso.
6.1.1.1.1.1.1.1.1. Veja, então, que a decisão que concede a tutela
provisória pode ser
revogada ou modificada a qualquer tempo, desde que o juiz motive
o seu convencimento.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1. E isso é possível porque, como vimos desde o
começo, a decisão que analise um pedido de tutela provisória é,
por definição, uma tutela PROVISÓRIA, ou seja, uma decisão
tomada naquele momento e de acordo com as provas que se tem
naquele exato momento.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas isso não significa que o magistrado
possa simplesmente se arrepender e alterar a decisão.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Aliás, aqui fica a primeira advertência: você
nunca deve pedir que o juiz revogue a tutela simplesmente
alegando que ele se equivocou ao conceder...que ele analisou
indevidamente as provas...ou que ele aplicou o direito de forma
errada....
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Se você fizer isso, você simplesmente vai
receber um despacho baseado no art. 507 do CPC:
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Art. 507. É vedado à parte discutir no
curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O Juiz vai dizer: não se conformou,
recorre.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Para que haja a mudança, pelo
próprio juiz, de uma decisão que concedeu uma tutela provisória,
você deve levar ao processo um elemento novo.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Esse elemento novo pode ser uma
prova que o autor não apresentou....pode ser um elemento
importante de informação que fora
omitido pela parte autora...
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas deve haver ALGO NOVO
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Deve ficar bem claro ao juiz
que, se ele tivesse
conhecimento desse elemento quando deu a primeira decisão,
provavelmente não
teria concedido a tutela
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Exemplo: a parte autora
alega que nunca contratou com a requerida, mas que esta vem
fazendo descontos de parcelas de um
suposto contrato de empréstimo em sua folha de pagamento.
Pede, então, a tutela
provisória, para que os descontos sejam suspensos
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O Juiz concede a tutela e
determina a suspensão
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas do que depressa,
você, como patrono a parte requerida, atravessa uma petição nos
autos, pugnando a revogação da tutela
concedida, invocando o disposto no art. 296 do CPC
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. E com essa petição
você junta o contrato firmado entre as partes e que justifica a
realização do desconto realizado na folha de pagamento do autor.
Com isso, cai a probabilidade do direito invocado.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Uma vez que o
contrato existe, a realização do desconto na folha de pagamento é
justa.
A tutela provisória que determinou a cessação dos descontos deve
ser revogada.
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Você deve
ressaltar a questão da irreversibilidade da medida....
especialmente se a parte pediu Justiça Gratuita....
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Você deve
ressaltar a omissão feita pela parte e com isso mexer com as
emoções do juiz. "...a parte faltou com a verdade e induziu o juízo
a errar...".
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Nenhum juiz
gosta de se sentir enganado....
7. 2 - O Juiz indeferiu seu pedido de tutela provisória
7.1. Você assumiu a causa depois dessa decisão
7.1.1. Quando é possível reiterar o pedido de tutela provisória
7.1.1.1. Primeiro você deve saber responder: é possível reiterar,
perante o mesmo juízo, o pedido de tutela provisória que já foi por
ele indeferido?
7.1.1.1.1. A resposta é SIM e NÃO
7.1.1.1.1.1.1. Quando é possível
a)
7.1.1.1.1.1.1.1.1. Quando há uma mudança na situação de fato
anteriormente existente. Deve existir um FATO NOVO, que não
existia na época do pedido anterior.
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Se o fato já existia, mas você simplesmente
não o alegou anteriormente, não se trata de FATO NOVO
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O fato precisa ser novo e isso precisa ficar
muito claro no seu pedido, para que o juiz entenda que não se
trata de mera reiteração...
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Ex: pedido de cirurgia indeferido por falta
de demonstração da urgência.... a situação de saúde do autor se
agrava e o médico dá um novo laudo, atestando a necessidade
premente da cirurgia...
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. O fato novo é o agravamento da situação
de saúde.... esse fato deve ser destacado e você deve ressaltar
que não se trata de mera reiteração do pedido
b)
7.1.1.1.1.1.1.2.1. Quando surge uma PROVA NOVA que antes não
existia, sendo que essa prova supre exatamente aquilo que o juiz
mencionou estar faltando na decisão que indeferiu seu pedido de
tutela
7.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Ex: o juiz indefere o pedido de tutela por
entender que não está
demonstrada a probabilidade do direito vindicado pelo autor. O
autor não trouxe o
contrato de plano de saúde que garante a cobertura por ele
pleiteada e não justificou
porque não trouxe
7.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Após a decisão a parte consegue via do
contrato e junta no processo, com pedido reiterado de tutela
7.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. Neste caso o autor deve deixar claro que
não tinha o documento anteriormente e que só o tem agora, por
isso a apresentação tardia...
7.1.1.1.1.2.1. Quando não é possível
7.1.1.1.1.2.1.1. Quando você pretende apenas mudar os
argumentos que você havia
apresentado anteriormente.
7.1.1.1.1.2.1.2. Quando muda o juiz da comarca e você quer tentar
a sorte com o novo magistrado...
7.1.1.1.1.2.1.2.1. Jamais faça isso....
7.1.1.1.1.2.1.3. Quando o juiz titular sai de férias e você quer
tentar a sorte com o substituto
7.1.1.1.1.2.1.4. Quando você perdeu o prazo para o agravo e quer
ver a questão decidida novamente, para poder agravar...
7.1.1.1.1.2.1.5. OBS: todas essas condutas podem ser
consideradas como LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
7.1.1.1.1.2.1.5.1. Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele
que:
7.1.1.1.1.2.1.5.1.1. III - usar do processo para conseguir objetivo
ilegal;
7.1.1.1.1.2.1.5.1.2. IV - opuser resistência injustificada ao
andamento do processo;
7.1.1.1.1.2.1.5.1.3. V - proceder de modo temerário em qualquer
incidente ou ato do processo;
7.1.1.1.1.2.1.5.1.4. VI - provocar incidente manifestamente
infundado;
7.1.1.1.1.2.1.5.1.5. PENA: multa de 1 a 10% do valor da causa +
indenização pelos
prejuízos + honorários advocatícios + despesas que efetuou
7.1.1.1.1.2.1.5.1.5.1. Valor da causa irrisório: multa de até 10
vezes o valor do salário mínimo
7.1.1.1.1.2.1.5.1.5.1.1. Art. 81 do CPC
8. 1 - O Juiz indeferiu o seu pedido de tutela provisória
8.1. Quando é possível e quando não é possível formular pedido de
reconsideração
8.1.1. Advertência Inicial: não existe amparo legal para uma
petição chamada "Pedido de Reconsideração"
8.1.1.1. Se eu fosse ser estritamente técnico, eu iria te ensinar a
jamais apresentar uma peça exclusivamente com Pedido de
Reconsideração de uma decisão que indefere um pedido de tutela
provisória....
8.1.1.1.1. Isso porque o CPC prevê a possibilidade de o juiz
reconsiderar a decisão que ele prolatou sobre o pedido de tutela
provisória somente quando o recorrente
informa no processo a interposição de agravo de instrumento
8.1.1.1.1.1. O agravante informa, no processo, a interposição do
agravo e o juiz pode reconsiderar a decisão....
8.1.1.1.1.1.1. Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada,
aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.
8.1.1.1.1.1.1.1. § 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente
a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de
instrumento.
8.1.1.1.1.1.1.1.1. Ocorre que, na prática, a teoria é bem diferente.
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1. É muito normal a apresentação de Pedido de
Reconsideração quando o juízo aprecia pedido de tutela
provisória....
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Eu mesmo já modifiquei muitas vezes
decisões prolatadas sobre pedido de tutela provisória, por força de
Pedido de Reconsideração...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Por isso é importante demais que você
saiba quando deve e quando não deve apresentar esse tipo de
pedido
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. É o que eu vou te ensinar agora
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Quando EU RECOMENDO que você
apresente Pedido de
Reconsideração
a)
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Quando a decisão contiver erro
claro e prontamente
demonstrável
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Ex: o juiz indefere argumentando
que não está demonstrada a probabilidade do direito, pois faltaria
a juntada de um determinado
documento. Porém, o documento está nos autos.
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Ex. 2: juiz erra o nome da parte
que deve cumprir a obrigação (vale para os erros materiais em
geral)
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Observe que o erro é claro e
prontamente demonstrável
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Basta que você diga: "o
documento está na f. tal"
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. Não se trata de um erro de
interpretação. O juiz
simplesmente não viu o documento
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.3. Neste caso é pertinente o
pedido de reconsideração, mas sem descuidar do prazo para
agravo, como vamos ver adiante
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4. COMO FAZER ISSO NA
PRÁTICA?
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.1. O caminho não é o dos
Embargos de Declaração.
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.1.1. Não houve omissão,
obscuridade ou contradição entre os termos da decisão. Deixa eu
te explicar a diferença...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.2. O caminho é o de uma
simples petição apontando objetivamente o erro e pedindo a
reconsideração
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.2.1. Você deve protocolizar a ir
despachar imediatamente com o juiz
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.2.1.1. Explique que a sua
opção pelo pedido é apenas para evitar o recurso, mas que
respeita absolutamente a decisão
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.3. Mas não descuide o prazo do
Agravo....
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.3.1. Deixe o seu agravo pronto
e caso o juízo
não decida até o último dia, recorra.
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.3.1.1. Assim você garante a
correção do erro
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.4. Juiz é bicho vaidoso...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.4.1. Então, evite expressões
que possam acabar mexendo com a vaidade...."erro" e etc...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.4.4.1.1. Prefira...."apenas a título
de colaboração e em prestígio à celeridade do processo, o autor
vem apontar a Vossa Excelência que o documento mencionado
como faltante, na decisão de f. XX, está juntado à f. tal do
processo..."
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2. Quando EU NÃO RECOMENDO que você
apresente Pedido de Reconsideração
a)
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Quando você simplesmente não
concorda com os termos da decisão
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Ex: o juiz disse que não está
demonstrada a probabilidade do direito, mas está...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. Neste caso você deve agravar
b)
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1. Quando o juiz se enganou na
interpretação da prova, da lei ou do contrato
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1. Ex: o juiz disse que tal documento
não prova a posse, mas prova sim...
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.2.1.1.1. Neste caso você deve agravar
c)
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3.1. Quando a decisão é omissa,
contraditória ou obscura
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.2.3.1.1. Neste caso, você precisa ingressar
com Embargos de Declaração e não com pedido de reconsideração
9. Agora vamos analisar 3 situações que você pode ter que enfrentar
na prática
9.1.1. O Juiz indeferiu o seu pedido de tutela provisória
9.1.1.1. O que fazer?
9.1.1.1.1. Quando é possível formular pedido de
RECONSIDERAÇÃO?
9.2.1. O Juiz indeferiu seu pedido de tutela provisória
9.2.1.1. Você assumiu a causa depois dessa decisão
9.2.1.1.1. Quando é possível reiterar o pedido de tutela provisória?
9.3.1. O Juiz deferiu o pedido de tutela formulado pela parte autora
9.3.1.1. Você está advogando para a parte requerida
9.3.1.1.1. Como conseguir a revogação da tutela sem precisar
interpor recurso?

Aula 4
1. Nesta aula vamos ver o estudo prático da 4 habilidade...
1.1. Para se tornar um Expert em Liminar é preciso entender que
cada tipo de ação guarda sua peculiaridade.
1.1.1. Muda, de ação para ação, a forma de comprovar a presença
dos requisitos legais.
1.1.1.1. E em algumas ações, muda, inclusive, os requisitos legais -
como na possessória, por exemplo.
1.1.1.1.1. Na aula de hoje nós vamos ver um exemplo prático de
aplicação de tudo o que foi estudado nas aulas anteriores, em um
pedido de liminar muito interessante...
1.1.1.1.1.1. Eu vou te dar um roteiro, um passo a passo para você
usar em todos os seus casos, quando tiver que pedir uma liminar...
1.1.1.1.1.1.1. Esse roteiro vai ser a base de construção de suas
petições....
1.1.1.1.1.1.1.1. E com base nesse roteiro eu vou construir um
modelo de petição, baseado na peculiaridade do caso que vamos
analisar....
2. Método Expert em Liminar
2.1. As 4 habilidades técnicas fundamentais que você precisa ter
para conseguir uma liminar:
2.1.1.1. Saber diferenciar os tipos de tutelas provisórias e o que a
lei exige para o deferimento de cada uma delas – os requisitos
legais
2.1.1.1.1. Diferenciar
2.1.2.1. Saber demonstrar, na prática, a presença dos requisitos
legais, apontando a prova que evidencia a presença de cada um
desses requisitos
2.1.2.1.1. Demonstrar na prática
2.1.3.1. Saber exercer a empatia. Colocar-se no lugar do juiz, que
tem que decidir ouvindo apenas uma parte e analisando apenas
parte das provas.
2.1.3.1.1. O que o magistrado sente e como dar a ele a segurança
que ele precisa para acolher o pedido
2.1.3.1.1.1. Exercer a empatia
2.1.4.1. Entender que cada tipo de ação guarda sua peculiaridade.
Muda, de ação para ação, a forma de comprovar a presença dos
requisitos legais. E em algumas ações, muda, inclusive, os
requisitos legais - como na possessória, por exemplo.
2.1.4.1.1. Entender a Peculiaridade
3. Porque um roteiro prático?
3.1. Pra facilitar o seu trabalho e evitar que você esqueça de fazer
constar em seu pedido algo importante, ou que esqueça de
exercer um raciocínio importante
4. O caso em análise
4.1. Você está advogando para a parte exequente em uma
execução movida contra uma empresa...
4.1.1. Está tentando encontrar patrimônio da empresa requerida,
mas até então não teve sucesso...
4.1.1.1. Já tentou SISBAJUD, mas a conta da empresa estava
zerada
4.1.1.1.1. Porém, o cliente informa que a empresa continua em
funcionamento...a empresa atua no ramo de venda de telefone
celular
4.1.1.1.1.1. Mas aí vem o alerta: como pode a empresa estar
funcionando, vendendo e comprando, mas sua conta bancária
estar zerada?
4.1.1.1.1.1.1. Isso costuma ser indicativo de confusão
patrimonial....a empresa deve estar recebendo suas vendas na
conta bancária de uma outra empresa ou pessoa física...
4.1.1.1.1.1.1.1. Você é aluno do Treinamento Expert em Execução
e sabe usar a técnica do dinheiro de risco....
4.1.1.1.1.1.1.1.1. Aplicando a técnica, você descobre que o sócio
proprietário está recebendo o valor das vendas em sua conta
pessoal, em autêntico ato de confusão patrimonial entre a pessoa
física e a pessoa jurídica....
4.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Você decide que vai ingressar com Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica e, liminarmente, vai
pedir o bloqueio da conta bancária do
sócio da empresa...
4.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Vamos ver, na prática, um passo a passo de
como fazer isso....
5. PRIMEIRO PASSO
5.1. RACIOCÍNIO SINCERO
5.1.1. Você deve fazer um raciocínio sincero
5.1.1.1. Você precisa mesmo de uma decisão provisória?
5.1.1.1.1. Ou você está querendo, apenas, inverter o ônus da
demora natural do processo
5.1.1.1.1.1. Seja o mais sincero possível, para não cair em
descrédito em seus próximos pedidos
5.1.1.1.1.1.1. Você forma a sua imagem profissional de acordo com
a sua conduta
5.1.1.1.1.1.1.1. Tentar só por tentar pode ter um
preço caro a se pagar...
5.1.1.1.1.1.1.1.1. No nosso exemplo de hoje:
5.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Sim, a tutela provisória é necessária, senão o
requerido vai esvaziar a conta quando souber do pedido de
desconsideração. Há uma efetiva urgência.
6. SEGUNDO PASSO
6.1. URGÊNCIA OU EVIDÊNCIA?
6.1.1. Você deve olhar para o seu caso concreto e identificar se o
que o cliente precisa é uma tutela baseada na URGÊNCIA ou na
EVIDÊNCIA
6.1.1.1. Esse passo é essencial para que você não confunda os
requisitos e a forma de apresentação do pedido
6.1.1.1.1. e se o caso concreto se encaixar na hipótese de tutela
de urgência, qual especie de tutela você precisa?
Uma tutela antecipada ou uma tutela cautelar?
6.1.1.1.1.1. No nosso exemplo de hoje:
6.1.1.1.1.1.1. A tutela que precisamos tem como fundamento a
urgência. Precisamos de uma ação rápida do juiz para evitar que o
requerido esvazie sua conta.
6.1.1.1.1.1.1.1. E que se precisa é de uma medida cautelar, que
venha a garantir a utilidade prática do pedido de desconsideração
da personalidade jurídica.
6.1.1.1.1.1.1.1.1. De nada vai adiantar, lá na frente, o juiz acolher
o pedido de desconsideração se o requerido não tiver mais nada
na conta dele....
6.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Então, o que precisamos é de uma medida de
CAUTELA
7. TERCEIRO PASSO
7.1. LISTANDO AS PROVAS E OS ARGUMENTOS
7.1.1. Após identificar o tipo de tutela que seu cliente precisa, você
deve olhar para as provas que ele tem e para as provas que ele
pode precisar trazer ao processo
7.1.1.1. Você também deve relacionar os argumentos jurídicos e
lógicos que você vai precisar fazer para evidenciar a presença de
cada requisito
7.1.1.1.1. NÓS IDENTIFICAMOS QUE PRECISAMOS DE UMA TUTELA
CAUTELAR, BASEADA NA URGÊNCIA
7.1.1.1.1.1. Então, devemos anotar em uma folha
7.1.1.1.1.1.1.1. Quais são as provas e argumentos jurídicos/lógicos
que demonstram a probabilidade do direito que vou invocar?
7.1.1.1.1.1.1.1.1. Peculiaridade desse tipo de pedido: Você precisa
mostrar pro juiz que é muito provável que ele vá acolher o pedido
de desconsideração...
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Tem que mostrar os documentos e os fatos que
indicam a hipótese legal de desconsideração...
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. No caso, o direito do requerente é provável
ante à comprovação da confusão patrimonial
7.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Temos documentos que evidenciam que o
sócio está recebendo vendas da pessoa jurídica em sua conta
particular
7.1.1.1.1.1.2.1. Quais são as provas e argumentos jurídicos/lógicos
que demonstram o perigo concreto de dano ou o perigo ao
resultado útil do processo? Ou isso decorre de um simples
raciocínio lógico?
7.1.1.1.1.1.2.1.1. Peculiaridades desse tipo de pedido: geralmente,
o perigo nesse tipo de pedido é o esvaziamento patrimonial...o
perigo do sócio também sumir com todo o patrimônio....
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Mas você precisa demonstrar que há um perigo
concreto...que
não é apenas um perigo abstrato, uma chance de perigo...
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1. Pra isso você pode indicar atitudes pretéritas
da parte e que
indicam um provável comportamento semelhante no futuro...
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1. No caso, eis algumas provas e argumentos
lógico/jurídico que evidenciam o perigo de dano
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1. – a empresa requerida já se desfez de odo
o patrimônio, tanto que nada foi encontrado nas pesquisas
realizadas
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1. o exequente já tenta, há xx anos,
receber o crédito...
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.1.1.1. a empresa nunca teve iniciativa de
pagar...ao contrário, tenta, de todas as formas, se esquivar do
pagamento...
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.2. - a atitude furtiva do representante legal
da empresa requerida, consistente em esvaziar o patrimônio desta
e continuar operando através de uma conta de pessoa física,
mostra o seu entendo de se furtar dos credores e
da Justiça
7.1.1.1.1.1.2.1.1.1.1.1.3. - é atitude esperada de qualquer pessoa
que venha a saber que sua conta está prestes a ser bloqueada,
que ela acabe limpando a conta e prejudicando o processo
7.1.1.1.1.1.3.1. O meu cliente tem condições de prestar caução?
7.1.1.1.1.1.3.1.1. Se sim, que tipo de caução? Providenciar o que
for preciso
7.1.1.1.1.1.3.1.2. Se não, como vou mostrar isso ao juiz?
7.1.1.1.1.1.3.1.2.1. No nosso caso, o extrato bancário e o holerite
evidenciam a situação de hipossuficiência e a impossibilidade de
prestar caução
7.1.1.1.1.2. No caso das tutelas baseadas na urgência, você deve
anotar em uma folha todas as provas que o seu cliente pode
produzir em uma audiência de justificação
7.1.1.1.1.2.1. Alguma prova que você não tem no momento do
pedido pode ser produzida em audiência de justificação?
7.1.1.1.1.2.1.1. Art. 300, § 2º, do CPC
7.1.1.1.1.2.1.1.1. A tutela de urgência pode ser concedida
liminarmente ou após justificação prévia.
8. QUINTO PASSO
8.1. Colocar tudo no papel
8.1.1. O seu quinto passo é pegar tudo o que você anotou e
colocar no papel, no seu pedido de concessão de medida
cautelar...
8.1.1.1. No nosso caso eu já fiz isso, coloquei no papel todo o
raciocínio que desenvolvi com você, item por item...
8.1.1.1.1. E você vai ter acesso a essa petição, para ver
exatamente como ela ficou....
8.1.1.1.1.1. Para aliar a teoria de tudo o que você aprendeu nesses
últimos dias, à prática....
8.1.1.1.1.1.1. Fica de olho que ao longo da aula eu vou te dizer o
que você precisa fazer para ter acesso a essa petição...
8.1.1.1.1.1.1.1. Hoje você viu as peculiaridades de um pedido de
liminar em um tipo de pedido, no caso, em pedido de
desconsideração da personalidade jurídica...
8.1.1.1.1.1.1.1.1. E você aprendeu que pra se tornar um Expert em
Liminar você precisa conhecer as peculiaridades dos mais variados
tipos de ações judiciais....
8.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas pode ficar tranquilo que ainda nessa aula
eu vou te dizer o que fazer pra ter todo esse conhecimento...
9. QUARTO PASSO
9.1. A APLICAÇÃO DA EMPATIA NA PRÁTICA
9.1.1. Você deve olhar para o caso concreto e exercer a EMPATIA
9.1.1.1. Se fosse você no lugar do juiz, quais argumentos você
utilizaria para poder INDEFERIR o pedido
9.1.1.1.1. Lembra sempre que o juiz tem MEDO de ser injusto e se
sente INSEGURO em tomar uma medida drástica sem ouvir a parte
contrária
9.1.1.1.1.1. Você deve listar todos os medos relativos ao caso
concreto
9.1.1.1.1.1.1. Você deve listar todas as inseguranças relativas aos
casos concretos
9.1.1.1.1.1.1.1. No nosso caso em análise
9.1.1.1.1.1.1.1.1. O juiz pode pensar:
9.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Mas e se esse depósito, na conta do sócio, foi
ato isolado?
9.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1. Excelência, ainda que seja um fato isolado o
depósito realizado na conta do requerido, esse ato representa
confusão patrimonial e merece a devida resposta do Estado. Se o
numerário tivesse sido depositado na conta da empresa ré, teria
sido bloqueado e utilizado para pagar credores....
9.1.1.1.1.1.1.1.1.2. Mas e se o bloqueio da conta impedir o
requerido de viver normalmente ou causar algum prejuízo?
9.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1. Excelência, o bloqueio pode ser levantado a
qualquer momento, inclusive logo após a manifestação do réu....
9.1.1.1.1.1.1.1.1.2.1.1. não se quer o bloqueio definitivo e eterno
das contas, mas se quer apenas evitar que haja o esvaziamento da
conta, como já aconteceu com a pessoa jurídica...
9.1.1.1.1.1.1.2. Ressaltando emoções
9.1.1.1.1.1.1.2.1. No nosso caso em análise
9.1.1.1.1.1.1.2.1.1. Você deve ressaltar os seguintes sentimentos
9.1.1.1.1.1.1.2.1.1.1. Indignação, pelo fato de o réu estar
enganando a Justiça
9.1.1.1.1.1.1.2.1.1.2. Indignação, em razão de tanto tempo que o
processo tramita sem sucesso
9.1.1.1.1.1.1.2.1.1.3. Indignação: é por atitudes como do requerido
que a Justiça fica assoberbada de processos que nunca acabam...

10. Este mapa é de autoria do Prof. José Andrade


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