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DAEXECUÇÃO
À SATISFAÇÃO
Introdução 03
Procedimentos de uma eficaz execução 06
Estratégias para um acordo eficiente 11
Por que leilão é a melhor maneira de expropriação 13
Preparando o processo para o leilão ser positivo 17
Como uma empresa de leilões pode te ajudar 23
Como indicar a melhor casa de leilões 27
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Introdução
A equipe da D1LANCE Leilões elaborou este guia com passos fundamentais para auxiliar os advogados e
representantes das partes a trazerem liquidez para seus processos, seja encaminhando a lide para a realização
de acordo ou por meio de expropriação (alienação judicial).
O propósito é trazer a perspectiva de quem já viu de perto mais de 4.200 execuções judiciais e encontrou um
padrão na atuação dos advogados das partes credoras que conseguem desfechos bem-sucedidos para seus
clientes.
Notamos que, entre as principais táticas, está a condução célere e efetiva do processo, seguindo com os ritos
da execução e tentativas de acordo nos momentos mais oportunos, propiciando a resolução definitiva da lide
e evitando atos protelatórios das partes devedoras.
Outra tática infalível é a expropriação de bens, geralmente por realizada por meio de leilão, principal via de se
obter valores em processos que as partes devedoras não possuem condições para cumprir com seus deveres.
Mas não basta mandar o bem a leilão e pronto. Existe uma série de passos que queremos mostrar para vocês
neste material, para ajudar a preparar o leilão da forma correta, atraindo interessados e evitando nulidades.
Sugerimos que esses passos sejam aplicados na preparação de processos que caminham para a realização de
alienação judicial ou em processos em que já tenha ocorrido leilão com resultado negativo.
A título de ilustração, em levantamento realizado pela D1LANCE, foi constatado que em 87% dos casos em que
esses passos foram aplicados após a realização de um leilão negativo, os resultados foram arrematações com
disputa e, por conseguinte, acima do valor inicial do leilão.
Desde já, gostaríamos de agradecer por dedicar seu tempo e atenção em nosso material. Ficaremos felizes
em receber seu feedback, pois isso nos ajuda a melhorar nosso conteúdo
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Impactos de processos mal conduzidos
Execuções que não têm seus andamentos devidamente dados geram impactos negativos ao sistema
judiciário, ao cliente e ao próprio advogado responsável. Estes impactos são:
1. Aumento da carga de trabalho dos tribunais: processos que perduram por muito tempo acabam por
prolongar a situação litigiosa das partes, além de gerar uma grande quantidade de expedientes e atos
simples e complexos do Poder Judiciário, refletindo no tempo levado para a condução e resolução de
todos os outros casos, em um efeito dominó.
2. Custos financeiros: o aumento da carga de trabalho e da duração dos processos gera mais custos ao
Estado, além de refletir, obviamente, nos custos que atingem a parte Exequente, que leva mais tempo para
ter seu direito satisfeito.
3. Prejuízos para o cliente: um processo malconduzido pode fazer com que a parte não alcance o objetivo
pretendido, fazendo com que todo o tempo, energia e gastos despendidos para tanto tenham sido em vão.
4. Perda de confiança no sistema: com a alta frequência de processos intermináveis ou que não atingem os
fins pretendidos, as pessoas vão se desiludindo com o sistema, passando a não o considerar mais como
justo, confiável ou até mesmo útil, fazendo com que este perca sua credibilidade com o tempo.
5. Danos à reputação do próprio advogado: assim como acontece com o sistema, pode haver uma perda de
confiança em relação ao próprio advogado, de modo que seus clientes deixem de indicá-lo a conhecidos
ou até mesmo passem a buscar um novo patrono, diminuindo sua carteira de clientes.
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Principais dores de advogados em processos
É importante destacar que, caso não haja uma devida condução do processo, os advogados serão atingidos
por diversas dores, tais como:
1. Morosidade: o sistema judiciário tem fama de ser moroso e burocrático. Assim, caso não sejam adotadas as
providências ou dados os impulsos necessários pelos advogados, os casos tendem a se prolongar além do
desejável.
2. Excesso de recursos: caso as ideias e peças não sejam apresentadas de forma completa, abordando
detalhada e claramente todos os pontos de interesse, abre-se a possibilidade de sempre haver
apresentação de uma peça contrária pela parte Executada, aumentando também a duração do processo.
3. Dificuldade em localizar bens e ativos do devedor: a falta de busca por informações precisas e atualizadas
do devedor tende a dificultar o seguimento frutífero da execução, uma vez que se tornam escassos os
meios para a identificação e constrição de bens. Além disso, em muitos casos, os devedores tentam ocultar
seu patrimônio, o que também atrasa o procedimento da execução.
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Capítulo 1
Procedimentos de uma
eficaz execução
Ao buscar a satisfação de uma execução, o mais comum é o processo chegar no estágio em que há constrição
de bens do devedor, para que estes sejam penhorados, avaliados e, posteriormente, alienados. Isso ocorre
quando não há o pagamento voluntário da dívida ou não é localizado valor suficiente nas contas bancárias.
Nessa fase processual, é de extrema importância ter atenção a todas as questões que possam, eventualmente,
proporcionar alguma nulidade adiante. É o que demonstraremos a seguir.
Na maior parte dos casos, o que trará a possibilidade de efetiva satisfação da Execução é a alienação de
imóveis, tanto pela liquidez como pelo valor a ser angariado.
Um jeito prático e rápido para obter informações acerca de eventuais imóveis que o(s) Executado(s) possua(m)
é a realização de pesquisas por meio do site dos Registradores (https://registradores.onr.org.br/). Há
possibilidade de realização de Pesquisa Prévia e de Pesquisa de Bens.
Na primeira, basta preencher o CPF/CNPJ a ser pesquisado que o sistema retorna com as Matrículas e
respectivos cartórios de imóveis em que estão registradas. Na segunda, caso já tenha conhecimento de
eventual imóvel que a parte possua, basta preencher a cidade onde deseja pesquisar, o Cartório de Registro
competente e o CPF/CNPJ a ser localizado. Com as respostas, fica aberto o caminho para o pedido de
penhora!
Por que isso é importante? É necessário saber, por exemplo, se o que está sendo penhorado é a propriedade
ou direitos que o devedor possui sobre o imóvel. Isso influenciará tanto na avaliação como na alienação.
Outro ponto é que caso haja uma averbação declarando o imóvel como bem de família e não se encaixando o
caso em uma das exceções legais previstas, aquele bem não poderá ser constrito e, consequentemente,
utilizado para se obter a satisfação da dívida.
Superados esses pontos e realizada a penhora, é imprescindível que haja a intimação acerca desta ao(s)
Executado(s), eventuais cônjuges, coproprietários, credores fiduciários e/ou hipotecários, usufrutuários etc.
A intimação da penhora assegurará, de pronto, maior segurança jurídica, dando ciência a terceiros e
oportunizando a apresentação de eventual oposição, esgotando aqui as possíveis discussões.
Também é de extrema importância que haja intimação das partes e interessados acerca da avaliação, a fim de
já esgotar nessa etapa as discussões a respeito do tema, como, por exemplo, alegação de preço vil. Com todos
esses passos devidamente realizados, formalidades cumpridas e discussões esgotadas, chegamos ao
momento da realização do leilão judicial.
Apesar de caber ao juiz a designação do leiloeiro público, o Código de Processo Civil permite que a parte
exequente realize sua indicação, que não será necessariamente acatada. No entanto, havendo essa
possibilidade, deve ser indicado um leiloeiro de confiança, com experiência comprovada, autoridade,
resultado, bom histórico e práticas de trabalho.
Isso porque o procedimento do leilão judicial possui diversas regras que devem ser devidamente cumpridas,
sob pena de gerar nulidade no procedimento, trazendo maiores prejuízos e demora ao processo. Importante
destacar também que é incumbência do leiloeiro investir seus recursos na divulgação dos leilões, a fim de
proporcionar o melhor resultado possível. De nada adianta fazer todo o procedimento corretamente e o leilão
não alcançar nenhum interessado.
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Capítulo 2
Obviamente, o ideal é que todos os casos se resolvam da forma mais amigável e benéfica a todas as partes. No
entanto, é muito comum que ocorram diversos acordos e descumprimentos em execuções, como manobra
processual para que o processo nunca atinja seu objetivo final.
Diante deste cenário, percebemos que os acordos realmente efetivos são aqueles que seguem alguns fatores:
1. Quando firmados após o esgotamento de discussões, ou seja, até mesmo após a designação de leilão por
parte do Juízo responsável.
Em regra, costumamos ver que quando designado ou até iniciado um leilão, os acordos propostos são, em sua
maioria, cumpridos. Isso porque, com o descumprimento, torna-se iminente a realização do leilão, com a
consequente alienação do bem do devedor e satisfação – pelo menos parcial – do processo.
2. Documentação do acordo, com prazos e condições claras, além de ambas as partes estarem representadas
por advogado, a fim de se firmar um contrato realista, viável e com as consequências de eventual
descumprimento, seja parcial ou integral.
3. Incentivos ao cumprimento, como, por exemplo, a concessão de descontos para pagamentos antecipados.
Adjudicação
A adjudicação consiste na aquisição de um bem pelo credor, por valor não inferior à sua avaliação, com a
utilização do crédito executado. Essa é a primeira opção dada nos processos.
Raramente o pedido de adjudicação é mais vantajoso. Isso porque esse tipo de expropriação terá que ser feito
pelo valor de avaliação total do bem e não ser considerada uma aquisição originária, alguns ônus que recaiam
sobre o bem serão de responsabilidade do adjudicante.
Não havendo a adjudicação, abre-se o caminho para as outras duas maneiras de expropriação.
• No leilão judicial é possível defender a tese de aquisição originária, isto é, que o imóvel será entregue ao
Arrematante livre de quaisquer débitos, ônus ou gravames. Apesar de não ser unânime na jurisprudência
pátria, têm sido cada vez mais recorrentes decisões nesse sentido, inclusive, advindas do Superior Tribunal
de Justiça.
• Isso é de extrema importância para casos em que eventuais dívidas do imóvel, como IPTU e condomínio,
ultrapassem o valor da arrematação, uma vez que garante a isenção de responsabilidade do Arrematante
sobre qualquer valor devido anteriormente à arrematação.
• O desconto permitido legalmente para a alienação dos bens em leilão desperta o interesse e incentiva a
participação dos interessados, propiciando, em regra, disputa e incremento de valores.
• Partindo-se desse desconto, o próprio mercado precifica o real valor do bem leiloado, de modo que sem o
procedimento do leilão e considerando apenas o valor de avaliação, não haverá liquidez para aquele bem,
fazendo com que o processo nunca alcance seu fim.
• A possibilidade da disputa de lances garante vantagens a todas as partes, uma vez que: (i) propicia uma
maior chance de venda do bem e a consequente conversão em dinheiro para a satisfação da dívida
executada, (ii) ao garantir o sucesso da alienação, permite um maior esvaziamento do judiciário, reduzindo
a quantidade de processos, (iii) gera também ao devedor um valor justo pelo bem leiloado, uma vez que
precificado pelo próprio mercado, e (iv) caso haja mais de uma dívida, garante a satisfação – pelo menos
parcial – de diversos outros credores.
• O leilão ocorre de acordo com todo o regramento legal e inteiramente fiscalizado pelo Poder Judiciário.
Assim, caso devidamente realizado, consiste no meio de alienação de maior segurança, tanto às partes do
processo, quanto aos arrematantes.
Laudo de avaliação
PROBLEMA
Superavaliação: o valor da avaliação do imóvel estar muito acima do que é praticado pelo mercado. Pode
ocorrer por uma avaliação malfeita ou atualização monetária demasiada;
Baixo detalhamento do imóvel: o laudo não ser detalhado o suficiente para atrair investidores.
CONSEQUÊNCIA
Leilões de imóveis com superavaliação afugentam investidores que buscam oportunidades com boas
margens para disputa. Avaliações pouco detalhadas e sem fotos também afastam investidores que buscam
previsibilidade no investimento.
SUGESTÃO
Pedido de elaboração de um novo laudo de avaliação, por perito judicial, uma vez que esses laudos são mais
fidedignos com relação ao valor de mercado, além de detalhar mais o imóvel com fotos e informações
completas.
CONSEQUÊNCIA
Muitas vezes a dívida é tão alta que afasta qualquer interessado, visto que a responsabilidade pela quitação da
diferença seria sua.
SUGESTÃO
Seja feita uma análise prévia das dívidas (Trabalhista > Fiscal > Condominial > Alienação Fiduciária) para
entender se o valor de arrematação será suficiente para sua quitação ou abatimento substancial. Nos casos
em que essas dívidas superem o valor de arrematação, sugerimos que seja feito um termo de quitação dos
débitos condominiais, isentando o arrematante de arcar com valores excedentes. Essa é a melhor solução
para esses casos porque:
(i) Dívidas altas inviabilizam a venda em leilão, e como estas sempre aumentam com o decorrer do tempo,
as chances de venda diminuem, ou até mesmo impossibilita a arrematação;
(ii) Parte substancial da dívida, normalmente decorrem de juros e outros encargos; e
(iii) Quanto antes o imóvel for vendido, mais rapidamente a situação será solucionada e o condomínio terá
um novo morador pagando as suas cotas em dia.
CONSEQUÊNCIA
Leilões com pouco desconto não são atrativos para investidores, considerando que a aquisição em leilão
judicial envolve uma série de custos, o que afetará sua margem de lucro ao final do investimento. Além disso,
leilões com menor valor inicial acabam atraindo mais investidores, tendo como resultado arrematações com
valores mais altos. Um exemplo semelhante desse efeito manada é o Stalking Horse ¹.
SUGESTÃO
Requerimento de redução do valor do lance mínimo, considerando o percentual de 50% do valor de avaliação,
apontado no artigo 891 do CPC.
¹ Stalking horse é a oferta inicial e antecipada que um comprador interessado faz para tentar fechar negócio com uma empresa que
está em recuperação judicial. Normalmente, depois dessa oferta, surgem várias outras mais vantajosas.
CONSEQUÊNCIA
Quando o imóvel está desocupado, a visita ao
bem é fator importante para a arrematação do
leilão. Nove em cada dez leilões com
possibilidade de visitação acabam sendo
arrematados.
SUGESTÃO
A equipe da D1 esgota os meios de
comunicação a fim de conseguir a liberação das
visitas aos imóveis, por meio da administradora
ou representante legal do condomínio.
Em alguns casos, não é possível obter êxito.
Todavia, o advogado do condomínio pode ter os
caminhos necessários para auxiliar nossa equipe
com a visitação.
CONSEQUÊNCIA
Imóveis sem vaga tem o valor de mercado e liquidez muito afetados, diminuindo substancialmente suas
chances de venda.
SUGESTÃO
Sempre verificar se o imóvel penhorado possui direito à vaga e se ela tem matrícula autônoma, de modo que
quando isso ocorrer, também conste da penhora, avaliação e, consequentemente, do leilão.
MAIOR ALCANCE
Boas gestoras e leiloeiros canalizam grande parte dos seus investimentos para divulgação de seus leilões.
Além disso, escolher empresas que contam com uma forte base orgânica de dados ajuda muito, já que
grandes investidores costumam ficar sempre de olho em suas oportunidades.
AGILIDADE PROCESSUAL
Grande parte do procedimento de execução vai ser tocado pela empresa de leilão, então é de extrema
necessidade que esta tenha ótima comunicação com juízes e cartórios, agilizando ao máximo. Aqui queremos
ganhar tempo!
ZERO NULIDADE
A realização dos leilões judiciais deve seguir uma série de ritos previstos em lei e determinados pelo Juiz do
processo. Boas empresas de leilão têm processos bem definidos e desenhados, para que todos os
procedimentos sejam devidamente cumpridos, sem exceções. A mera falta de intimação de umas das partes
pode fazer todo o leilão ir por água abaixo. Aqui na D1 tudo é visto e revisto várias vezes, para que erros desse
tipo não ocorram.
Além disso, outra questão agregadora é a presença do leiloeiro em Assembleias condominiais em que este
tema será abordado. Isso porque a presença de quem acompanhará e conduzirá todo o procedimento
costuma trazer maior segurança aos condôminos, havendo uma maior clareza e detalhamento de todas as
informações necessárias.
Também deve ser destacado que, caso haja necessidade de eventual remoção e depósito de bens, o leiloeiro
pode prestar apoio aos administradores judiciais de perto. E, nesses casos, toda ajuda costuma ser bem-vinda!
Visão
Ser o ecossistema líder no ramo de leilões de imóveis, reconhecido pela competência, solidez e soluções
tecnológicas, sempre valorizando as pessoas.
Valores
• Honestidade
• Transparência
• Agilidade
• Relacionamento
• Resultado
• Tecnologia
Leiloeiro
José Roberto Neves Amorim - Registro JUCESP 1106
Graduado em Direito pela PUC-SP (1981). Mestrado em Direito (2002) e
Doutorado em Direito (2009) pela PUC-SP. Desembargador aposentado do
TJ-SP, conselheiro do CNJ (2011-13), advogado, consultor jurídico, professor,
coordenador do curso e diretor da Faculdade de Direito da FAAP.
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E-book – Da execução à satisfação - 2023
Uma dica:
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