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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA · CORRETOR DE IMÓVEIS · LEI Nº 10.

4…

A responsabilidade dos corretores de imóveis nas …

Superior Tribunal de Justiça Corretor de Imóveis

A responsabilidade dos
corretores de imóveis nas
negociações imobiliárias
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Publicado por Fellipe Duarte


Data de publicação: 07/11/2018 00:33:45
Atualizado em: 13/04/2022 09:33:45

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Este artigo foi originariamente publicado


no BLOG do autor. Se preferir, leia em
www.fellipeduarte.adv.br/blog

Caso contrário, segue o conteúdo:

Diariamente, várias pessoas buscam o cor-


retor de imóveis para intermediar negóci-
os imobiliários. Seja para vender, seja para
comprar um imóvel. De forma que o papel
do corretor de imóveis é fundamental na
intermediação de negócios imobiliários. E,
em sendo um papel relevante, existem
também suas responsabilidades. E é este
aspecto que será tratado neste artigo: qual
a responsabilidade que tem o corretor de
imóveis na intermediação dos negócios?

E para que a leitura se faça de forma bem


didática, os assuntos serão abordados por
tópicos, a seguir.

I – O QUE FAZ O CORRETOR DE


IMÓVEIS?

Ainda que seja claro para muitos, é inte-


ressante delinear qual o papel do corretor
de imóveis, de forma que não restem dúvi-
das sobre sua importância e sobre suas
responsabilidades.

A Lei nº 6.530/78 regulamenta a profissão


do corretor de imóveis e estabelece, em
seu art. 3º o seguinte:

Art 3º Compete ao Corretor de Imóveis


exercer a intermediação na compra,
venda, permuta e locação de imóveis,
podendo, ainda, opinar quanto à co-
mercialização imobiliária.

Portanto, pode-se dizer que o corretor de-


verá intermediar o negócio, aproximando
as partes. Podendo, ainda, opinar quanto à
comercialização imobiliária.

II – O CORRETOR SÓ TEM DE
APROXIMAR AS PARTES?

Ultrapassada a questão acima, é preciso


esclarecer se o corretor de imóveis só pre-
cisa aproximar as partes e nada mais. E é
neste ponto que reside a questão mais im-
portante, a análise da documentação rela-
tiva ao imóvel para uma negociação segu-
ra.

Como o corretor de imóveis deve ser Téc-


nico em Transações Imobiliárias, compete
ao corretor avaliar a negociação que está
intermediando, sob pena de responder pe-
los danos causados ao cliente.

Para tanto, o corretor deve obter diversos


documentos relativos ao negócio que está
sendo realizado, tais como certidões do
imóvel e certidões das partes que estão
negociando o imóvel. De maneira a dar
segurança na negociação do imóvel.

De forma que não basta que o corretor


aproxime as partes e elas fechem o negó-
cio. O negócio deve ser viável, do ponto de
vista técnico.

III – A RESPONSABILIDADE DO
CORRETOR DE IMÓVEIS

Quanto a responsabilidade do corretor de


imóveis, cite-se dispositivo do Código
Civil, a seguir:

Art. 723, parágrafo único. Sob pena de


responder por perdas e danos, o corre-
tor prestará ao cliente todos os esclare-
cimentos acerca da segurança ou do
risco do negócio, das alterações de va-
lores e de outros fatores que possam
influir nos resultados da incumbência.

Desta feita, o corretor prestará todos os


esclarecimentos acerca da segurança ou
risco do negócio. E para que haja seguran-
ça na negociação, o corretor deve verificar
questões diretamente e indiretamente li-
gadas ao imóvel. É preciso, por exemplo,
que o corretor verifique se não existem
débitos de IPTU sobre o imóvel. Isto por-
que por se tratar de uma obrigação prop-
ter rem (que acompanha a coisa), se esta
questão não for verificada previamente, o
próprio imóvel “responderá” pela dívida
de iptu.

Outra questão importante para a seguran-


ça do negócio é a avaliação da matrícula
do imóvel, documento em que constarão
detalhes como gravames que possam inci-
dir sobre o imóvel negociado.

Veja-se, ainda, o Código de Ética profissio-


nal dos corretores de imóveis:

Art. 5º – O Corretor de Imóveis respon-


de civil e penalmente por atos profissio-
nais danosos ao cliente, a que tenha
dado causa por imperícia, imprudên-
cia, negligência ou infrações éticas.

De maneira que fica evidente que o traba-


lho do corretor de imóveis possui alta car-
ga de responsabilidade. Assim, o corretor
que der causa a ato danoso ao cliente por
imperícia, imprudência e negligência (ou
infrações éticas) responde civil e penal-
mente.

Observe, ainda, o que o Superior Tribunal


de Justiça menciona sobre a responsabili-
dade do corretor de imóveis:

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSU-


AL CIVIL E CIVIL. ORIENTA A SÚMU-
LA 7/STJ QUE, EM SEDE DE RECUR-
SO ESPECIAL, É INVIÁVEL O REEXA-
ME DE PROVAS. RESPONSABILIDA-
DE CIVIL DO CORRETOR DE IMÓ-
VEIS. O CORRETOR DE IMÓVEIS
DEVE ATUAR COM DILIGÊNCIA,
PRESTANDO ÀS PARTES DO NE-
GÓCIO QUE INTERMEDEIA AS
INFORMAÇÕES RELEVANTES,
DE MODO A EVITAR A CELEBRA-
ÇÃO DE CONTRATOS NULOS OU
ANULÁVEIS, PODENDO, NESSES
CASOS, CONSTATADA A SUA NE-
GLIGÊNCIA QUANTO ÀS CAUTE-
LAS QUE RAZOAVELMENTE SÃO
ESPERADAS DE SUA PARTE,
RESPONDER POR PERDAS E DA-
NOS. 1. A decisão tomada pela Corte
local decorreu de fundamentada con-
vicção embasada nos elementos conti-
dos nos autos, de modo que a eventual
revisão da decisão esbarraria no óbice
intransponível imposto pela Súmula
7/STJ. 2. “É inequívoco que o corretor
de imóveis deve atuar com diligência,
prestando às partes do negócio que in-
termedeia as informações relevantes,
de modo a evitar a celebração de con-
tratos nulos ou anuláveis, podendo,
nesses casos, constatada a sua negli-
gência quanto às cautelas que razoa-
velmente são esperadas de sua parte,
responder por perdas e danos”. (STJ –
AgRg no REsp: 1309646 SP
2012/0032432-5, Relator: Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Jul-
gamento: 25/02/2014, T4 – QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe
07/03/2014)

Portanto, recomenda-se que a escolha do


corretor de imóveis seja feita de forma a
privilegiar o profissional com experiência
e com conhecimento técnico suficientes
para que o negócio seja realizado de ma-
neira segura.

Lembrando que se a análise da negociação


ultrapassar o conhecimento técnico do
corretor de imóveis, é importante que o
interessado procure um advogado especia-
lista em Direito Imobiliário, profissional
que poderá emitir parecer jurídico acerca
de negociações imobiliárias.

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