Atividade
Desembolsos do
BNDES devem
ganhar impulso
em 2024, diz Maciel,
da Bahia Asset A18
Sábado, domingo e segunda-feira,
1, 2 e 3 de julho de 2023
Ano 24 | Número 5783 | R$ 6,00
www.valor.com.br
Mais eventos
climáticos
afetam portos
Taís Hirata
De São Paulo
O crescente impacto de eventos cli-
máticos extremos nos portos brasileiros
acendeu um alerta no setor. Segundo es-
tudo da Agência Nacional de Transpor-
tes Aquaviários (Antaq), o número de
horas de paralisação devido a “chuva”
ou “condição climática desfavorável”
mais do que dobrou, passando de 6.608
horas, em 2018, para 13.843 horas no
ano passado, nos sete portos públicos
que reportaram os dados nos últimos
anos: Rio de Janeiro, Salvador, Suape
(PE), Antonina (PR), Itajaí, São Francisco
do Sul e Imbituba (SC).
Para José Moreira Neto, coordenador do
trabalho, as pesquisas ainda não permitem
atestarqueasparalisaçõessãofrutodemu-
danças climáticas, mas há fortes indícios.
“A depender do risco, será preciso reforçar
ainfraestruturadecais,quevaisermaisim-
pactada por efeitos de maré, ou paralisar a
operação mais vezes, por força de ventos
fortes”, diz Ulisses Oliveira, executivo do
Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ). Página B1
Mercado Ministra da Saúde admite
prevê alta pressão e nega reter verbas
do Ibovespa
Matheus Prado
De São Paulo
Depois do salto de mais 20% em três
meses, analistas apontam que o Ibovespa
deve continuar avançando no segundo
semestre. Para o fim de 2023, a média das
projeções de 20 instituições financeiras
consultadas pelo Valor coloca o índice no
patamar de 127 mil pontos — para alcan-
çar a pontuação, o Ibovespa precisa subir
7,54% ante o nível atual. Já a mediana das
estimativas é de 126 mil pontos, o que im-
plica uma alta de 6,70%.
Segundo os especialistas, agora a
grande questão é entender se a tão es-
perada recuperação de ativos sensíveis
às taxas de juros, conforme o Comitê de
Política Monetária (Copom) se prepara
para cortar a Selic, será suficiente para
ofuscar a insistente fraqueza das com-
modities. Este é o setor com mais peso
no índice. Página C1
Destaques
Brasil à frente do Mercosul
Presidente Lula participa de reunião de
cúpula na Argentina, onde terá o desa-
fio de obter posição unificada entre in-
tegrantes do bloco para destravar nego-
ciação com a União Europeia. A2
Portos RS investe e prevê expansão
A Portos RS vai investir R$ 160 milhões no
complexo sob sua administração, que inclui
os portos de Pelotas, Porto Alegre e Rio
Grande — este, o maior deles, deve ganhar
novo terminal para cargas agrícolas. B8
Indicadores
Ibovespa 30/jun/23 -0,25 % R$ 32,9 bi
Selic (meta) 30/jun/23
Selic (taxa efetiva) 30/jun/23
Dólar comercial (BC) 30/jun/23
Dólar comercial (mercado) 30/jun/23
Dólar turismo (mercado) 30/jun/23
Euro comercial (BC) 30/jun/23
Euro comercial (mercado) 30/jun/23
Euro turismo (mercado) 30/jun/23
Nísia Trindade: “Também quero levar as agendas da Saúde ao Congresso, não só receber as demandas”
João Valadares e Andrea Jubé
De Brasília
Firme no cargo após pressão para esta-
belecer melhor interlocução com o Con-
gresso, a ministra da Saúde, Nísia Trinda-
de, afirmou ao Valor que as queixas —
que ela disse entender — estão relaciona-
das a um represamento do chamado or-
Ações contra Bolsonaro podemter novo relator
Isadora Peron
De Brasília
Declarado inelegível por oito anos
na sexta-feira, o ex-presidente Jair Bol-
sonaro (PL) enfrenta ainda outras 15
ações no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Mas esses casos podem acabar fi-
cando sob a relatoria do ministro Raul
Araújo, que assume em novembro a
Curso ‘Master
Class Executivos
de Valor’ 2023
Stela Campos
De São Paulo
Começa em agosto a segunda edição
do curso “Master Class Executivos de Va-
lor”, parceria entre o Valor e a FGV. Nos
cinco módulos, que passam por lideran-
ça, estratégia, ESG, gestão de pessoas e
tendências da nova economia, os alunos
aprendem com professores da fundação
e também com profissionais reconheci-
13,75% ao ano dos pelo prêmio “Executivo de Valor”.
13,65% ao ano
Participam de eventos presenciais
4,8186/4,8192
4,7883/4,7889
desta edição: José Galló, presidente do
conselho da Lojas Renner, Jeane Tsutsui,
ANA CAROLINA NEGRI/VALOR
4,7906/4,9706
5,2614/5,2626 CEO do Grupo Fleury, Daniela Manique,
5,2242/5,2248 CEO da Rhodia/Solvay no Brasil, Chris-
5,2640/5,4440
tian Gebara, CEO da Vivo e Fernando
Yunes, líder do Mercado Livre no Brasil.
A aula inaugural será com Fábio Barbo-
sa, CEO da Natura &Co, e a conselheira e
CFO Jandaraci Araujo. Página B2
SP Gastronomia
Festival conclui
edição de estreia
com sucesso de
público e celebrado
por chefs. B7
WENDERSON ARAUJO/VALOR
çamento secreto — as extintas emendas
de relator, que o STF declarou ilegais. No
ministério, as sobras das emendas de re-
lator somaram R$ 3 bilhões, dos quais
R$ 600 milhões já foram liberados. “O Su-
premo definiu isso. Esses R$ 3 bilhões
não se aplicam ao conceito de emenda. É
um valor que o ministério deve alocar em
suas ações programáticas.” Página A9
corregedoria-geral da Justiça Eleitoral.
Ele foi um dos integrantes da corte que
votaram pela absolvição de Bolsonaro
no processo em que o ex-mandatário
foi condenado por disseminar menti-
ras contra as urnas eletrônicas em reu-
nião com embaixadores estrangeiros.
Araújo substituirá na corregedoria-
geral o ministro Benedito Gonçalves,
que fez um duro voto contra Bolsonaro
Juros no alto
O economista-chefe global do Morgan Stanley, Seth Carpenter, vê pequena margem para corte
de juros nos EUA em 2024, de no máximo 1 ponto percentual, e só a partir de março. Página C2
Salário igual
Maria Helena Guarezi,
secretária do
Ministério das
Mulheres, acredita em
mudança cultural A8
Projeções já
apontam
inflação na
meta em 2023
Conjuntura Preços de alimentos e
combustíveis sinalizam para IPCA mais
comportado e revisão de estimativas
Anaïs Fernandes e Marta Watanabe
De São Paulo
Economistas já começam a projetar
um IPCA dentro da tolerância da meta
de inflação perseguida pelo Banco
Central (BC) em 2023, após dois anos
de estouro. Segundo especialistas, o re-
cente corte nos preços da Petrobras,
um alívio em alimentos e bens indus-
triais e o câmbio reforçam o cenário
mais favorável.
O centro da meta de inflação para es-
te ano é de 3,25%, mas ela pode ir até
4,75%. A projeção mediana do mercado
ainda está em 5,1%, pelos dados do BC,
porém um mês atrás estava em 5,8%. A
projeção mínima recuou um ponto
percentual no período, de 4,8% no fim
de maio para 3,8% no fim de junho.
No Relatório de Inflação (RI) do segun-
do trimestre, divulgado na semana pas-
sada, o próprio Banco Central informou
que, de acordo com seus modelos, a pro-
babilidade de a inflação ficar acima do li-
mite superior em 2023 passou de cerca
de 83% em março para 61% agora.
e atua alinhado ao presidente do TSE,
Alexandre de Moraes. Já Araújo costu-
ma adotar posições divergentes.
Apesar de a pena por inelegibilidade
não ser cumulativa, o ex-presidente pode
sofrer outras sanções, como multas. Há
ainda aliados e familiares de Bolsonaro
que também são alvos dos processos.
Das 15 ações ainda em tramitação,
duas são consideradas mais robustas.
INÊS249
A última vez que a inflação encerrou
o ano dentro do intervalo da meta foi
em 2020, quando os efeitos da pande-
mia fizeram o IPCA fechar em 4,5%, pa-
ra uma meta centrada em 4%, mas com
tolerância até 5,5%. Em 2021, o alvo
caiu para 3,75%, mas a inflação saltou
para 10,1%, quase o dobro do teto da
meta (5,25%). No ano passado, o IPCA
desacelerou para 5,8%, mas a meta
também foi reduzida, para 3,5%, com
limite até 5%.
Livio Ribeiro, economista e sócio da
BRCG, espera 4,7% para o IPCA em
2023, mas, na sua avaliação, são os pre-
ços administrados que devem fazer di-
ferença até o fim do ano. “Na ponta do
lápis, para o IPCA, isso fica por conta da
gasolina, mas acho que há espaço para
outros administrados terem preços re-
duzidos, especificamente a parte de
gás natural”, diz.
Para José Francisco de Lima Gonçal-
ves, economista-chefe do Banco Fator,
a inflação menor em 2023 traz um ce-
nário mais positivo também para os
preços no ano que vem. Página A4
Uma delas acusa Bolsonaro de utilizar
um “ecossistema de desinformação”
nas eleições de 2022. A outra trata da
aprovação de um “pacote de bonda-
des” que permitiu ao governo pagar
uma série de benefícios poucos meses
antes do pleito. Página A10
• Bruno Carazza: Entrar para a política deve-
ria ter o preço da transparência. Página A10
Grandes centros
‘encolhem’ com
menos jovens
Alessandra Saraiva
Do Rio
Após a revelação de que o número de
habitantes nas maiores cidades do país
diminuiu na última década, conforme
dados do Censo divulgados na semana
passada, especialistas conjecturam expli-
cações para o fenômeno. Entre elas a bus-
ca por melhores condições de vida no in-
terior e o enfraquecimento da indústria
nos grandes centros. José Irineu Rigotti,
da UFMG, também vê correlação entre
envelhecimento e migração. “Está em
curso um processo de envelhecimento e é
possível dizer que diminuiu o contingen-
te jovem que nas últimas décadas inflou
as grandes cidades em busca de oportu-
nidades.” Também não é descartada a hi-
pótese de que parte da população dos
grandes centros não tenha sido incluída
devido à insegurança pública. Página A6
A2 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Brasil
BC quer
virar uma
corporação
financeira
Alex Ribeiro
.
Relações externas Desafio do presidente é obter
posição unificada entre integrantes do bloco para
destravar negociação comercial com União Europeia
Lula assuma liderança
do Mercosul de olho
em acordo com Europa
Renan Truffi
De Puerto Iguazú, Argentina
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva assume a presidência ro-
tativa do Mercosul a partir desta
terça-feira, 4, com o desafio de
tentar destravar o acordo entre o
bloco e a União Europeia. No co-
mando da organização, o presi-
dente brasileiro terá que tentar
construir uma posição unificada
no continente, diante das novas
exigências dos europeus. Outro
obstáculo é o processo de aproxi-
mação da China junto à Argenti-
na e ao Uruguai.
Presidido por Lacalle Pou, lí-
der da direita no país, o Uruguai
cogita construir um acordo bila-
teral com os chineses separada-
mente. Mas o governo brasileiro
argumenta que qualquer nego-
ciação desse tipo precisa primei-
ro da concordância dos demais
sócios do Mercosul.
A 62ª cúpula de presidentes do
Mercosul começa oficialmente
nesta segunda-feira (3), quando
acontecerá uma reunião do Con-
selho do Mercado Comum
(CMC), que reúne os ministros
das Relações Exteriores e da Fa-
zenda de cada país. Os chefes de
Estado só devem entrar em cena
na terça-feira, quando a Argenti-
na passará o comando temporá-
rio para o Brasil pelos próximos
seis meses. A reunião será realiza-
da em Puerto Iguazú, cidade ar-
gentina localizada na tríplice
fronteira entre Brasil, Paraguai e
Argentina.
De acordo com secretário de
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
A.C.Pastore & Banco Fator A4
Associados A18 Bank of America C1
Adnoc B4 BB Asset C1
Alunorte A17 Biorc C1
Americanas B6 Bitso C4
Apollo B4 BNDES A14, A18
Apple B5 BNP Paribas A4
Archer Consulting B8 Bradesco C6
Ativa Investimentos B3 Brandalizze Consulting B8
Auren B4 Braskem B4
Bahia Asset BRCG A4
Management A18 BTG Pactual B3
Bain & Company B7 Caio A14
Banco do Brasil C1, C6 Cantarino Brasileiro C1
O
s funcionários,
diretores e até o
presidente do
Banco Central,
Roberto Campos
Neto, estão em uma campanha
para combater o esvaziamento
da instituição. Querem o
reajuste dos salários,
acompanhando o que foi
concedido a outras carreiras de
Estado, como a Receita Federal,
e a abertura de um concurso
para repor o quadro de pessoal.
A solução mais fácil seria
simplesmente atender às
reivindicações. O melhor,
porém, é resolver o problema
estrutural: conceder autonomia
administrativa e orçamentária
ao BC e aprovar uma ampla
reforma administrativa para
todo o funcionalismo.
O Banco Central apresentou
ao Tribunal de Contas da União
(TCU) um esboço do modelo da
autonomia administrativa, que
tornaria a autoridade
monetária uma “corporação
financeira”, seguindo um dos
modelos recomendados pelo
Fundo Monetário Internacional
(FMI). Para ter autonomia
administrativa, seria preciso
mudar a Constituição para
acabar com a sua subordinação
ao Orçamento Geral da União.
De fato, está ocorrendo um
Assuntos Econômicos e Finan-
ceiros do Ministério das Rela-
ções Exteriores, embaixador
Mauricio Carvalho Lyrio, o Brasil
está “muito próximo” de fazer
uma proposta ao Mercosul so-
bre qual deve ser a resposta do
bloco à União Europeia. Isso
porque, no último mês de maio,
os países da UE apresentaram
um documento adicional que
contém novas exigências, como,
um maior rigor no combate à
derrubada de florestas.
“É do interesse do
Brasil ter a
Venezuela? Sim,
mas precisa discutir
as condições”
Gisela Padovan
Do lado brasileiro, a principal
preocupação diz respeito às
compras governamentais. O mo-
tivo é que o texto do acordo,
construído até 2019, prevê a
abertura de licitações para em-
presas estrangeiras em condição
de igualdade com as locais. Além
disso, causa preocupação no Ita-
maraty o fato de a União Euro-
peia sugerir que o acordo traga
também a possibilidade de san-
ções ao Mercosul, caso os países
sul-americanos não cumpram
com exigências ambientais.
“Tem umas preocupações es-
pecíficas sobre o conjunto de tex-
tos herdados de 2019 [quando o
Capgemini C2
CBIE B3
Celeo B4
Cemig B4
Chediak Advogados C2
Citi B4, C2
Codeba B1
ConsigaMais C1
Copel B4
CSU Digital C2
EDP Brasil A17
EDP Portugal A17
Eletra A14
Eletrobras B4
desmonte do Banco Central,
mas seria exagero atribuí-lo a
uma suposta perseguição do
presidente Lula, um crítico da
independência operacional
concedida em lei. O
esvaziamento do Banco Central
é resultado de décadas de
descaso, incluindo o governo
anterior, de Bolsonaro.
O Banco Central fez
reiterados pedidos para
contratar pessoal ao então
ministro da Economia, Paulo
Guedes, que nunca autorizou.
Ele estava empenhado num
ilusório ajuste fiscal com a
corrosão do salário do
funcionalismo e o
represamento de contratações
de pessoal. A fórmula não era
sustentável e, agora,
apresenta-se como uma
verdadeira herança maldita.
O problema é mais amplo.
Afeta todo o setor publico, e
não só o Banco Central.
Ajudaria muito a aprovação de
uma reforma administrativa,
que o liberal Guedes não teve
apoio de Bolsonaro para fazer.
O corporativismo petista
dificilmente levará adiante.
No Banco Central, o salário
médio dos analistas foi de
R$ 26,8 mil em 2022, o que não
é pouco. Mas a diferença de
ganhos entre o início e o final
acordo quase foi concluído] mais
o documento adicional no que se
refere às compras governamen-
tais”, explicou o embaixador.
“Numa relação de países de con-
fiança não cabe abordagem por
meio de sanções comerciais. En-
tão este é outro tema que temos
que discutir”, complementou.
Um dos aspectos que podem pe-
sar contra o esforço da diplomacia
brasileira para que essas questões
sejam solucionadas já nesta sema-
na é o fato de que dois dos quatro
países do bloco estão passando
por processos eleitorais. A Argenti-
na terá novo presidente em outu-
bro e o atual chefe de Estado do
país, Alberto Fernández, sequer irá
concorrer à reeleição. Já o Paraguai
elegeu, recentemente, o econo-
mista Santiago Peña, mas este as-
sumirá o cargo apenas em agosto.
Portanto, não participará das ne-
gociações em relação à resposta do
Mercosul neste momento.
Isso colocará foco justamente
sobre os presidentes Lula e Lacalle
Pou, que têm adotado posições di-
vergentes no bloco. O Valor apu-
rou que a chancelaria brasileira
pretende insistir no argumento de
que, caso o Uruguai continue rei-
vindicando a possibilidade de ne-
gociar diretamente com a China,
estará optando também por abdi-
car de privilégios comerciais adua-
neiros da região, como é o caso da
Tarifa Externa Comum (TEC).
O Itamaraty diz que o Mercosul
tem a seu favor os números do co-
mércio na região. Após uma queda
substantiva nas relações comer-
ciais entre os países-membros por
Enel B3 ISA Cteep B4
Engie B4 Itaú C2
Entec Empreendimentos B4 Itaú BBA B3, B4
Equatorial Distribuição A17 Itaú Unibanco A17, B3
Equinor B1 J&F B4
Furnas B4 J.P. Morgan A4, C1
G5 Partners A4 JBS B4
Gênesis B4 Julius Baer B3
Glencore A17
KPMG B6
Grupo Fleury B2
guide investimentos C1 La Reserve B7
Insper A2 LCA Consultores A18
Inter C1 Leve C1
IRB C2
da carreira é mínimo, de cerca
de R$ 7 mil. O salário é alto para
quem está apenas começando
na carreira e baixo para quem
acumula conhecimentos
técnicos e responsabilidades ao
longo de décadas de serviço
público. Os diretores e o
presidente do Banco Central
ganhavam R$ 17,3 mil. Muito
pouco para desestimular que
ocorra, de forma acelerada, a
porta giratória entre o BC e o
mercado financeiro.
Havia 3.391 funcionários
ativos ao fim de 2021, dos quais
310 poderiam se aposentar. Em
média, 18 funcionários pedem
demissão por ano para
trabalhar em outros lugares. Se
o quadro estivesse completo,
deveria haver 6.470
funcionários. Desde 2013 não
são realizados concursos.
Para reajustar salários ou
contratar pessoal, o Banco
Central precisa de autorização
da área econômica do governo.
Tem um lado democrático,
porque o BC compete com os
demais órgãos pelos recursos
do Orçamento. Mas, por outro
lado, isso significa que o Banco
Central não é autônomo do
governo, na prática.
Em tese, um governo que não
gosta do que o BC está fazendo
na política monetária ou na
Mauricio Carvalho Lyrio: Brasil está “muito próximo” de fazer uma proposta sobre qual deve ser a resposta à UE
conta da pandemia, o volume de
negócios voltou a crescer no bloco
em 2021 (US$ 35 bilhões) e 2022
(US$ 40 bilhões). Além disso, o
Mercosul tem negociações “avan-
çadas”, segundo o secretário Mau-
ricio Carvalho Lyrio, com a “Efta”,
como é conhecida a área de livre
comércio formada por Islândia,
Liechtenstein, Noruega e Suíça.
Outro assunto que tem coloca-
do Brasil e Uruguai em lados opos-
tos é a questão venezuelana. Lula
defende o retorno da Venezuela ao
bloco, mas, recentemente, Lacalle
Pou criticou duramente o brasilei-
ro por amenizar as denúncias de
violação de direitos humanos no
país de Nicolás Maduro. Neste con-
texto, o governo brasileiro deve ig-
norar o assunto na cúpula.
“O Brasil pretende levar [este te-
ma para a reunião do Mercosul]?
Não. É do interesse do Brasil ter a
Venezuela [no bloco]? Sim, mas
precisa discutir as condições”, dis-
se a embaixadora Gisela Padovan,
secretária para América Latina e
Caribe do Itamaraty. “A razão da
suspensão [da Venezuela] foi o não
cumprimento do calendário de
ações de qualquer país que queira
ingressar [no Mercosul] e eviden-
temente a questão democrática é
importante.”
Lojas Renner B2
LyondellBasell B4
Madame Rêve B7
MB Associados A4
Mercado Livre B2
Mercado Pago C4
Mercedes-Benz A14
Morgan Stanley C2
Motorola B5
MRN A17
Neoenergia B4
Neon C1
regulação financeira pode
estrangulá-lo com um severo
contingenciamento de
despesas. Também pode, de
forma deliberada, negar
concursos para a reposição de
funcionários aposentados ou
reduzir salários reais para
provocar desligamentos em
massa. O risco seria o Copom
definir a Selic mas não ter
ninguém para executá-la na
mesa de juros no dia seguinte
Para evitar que isso ocorra, os
bancos centrais de outros
países costumam ter
autonomia orçamentária. A
nota técnica elaborada pelo
Banco Central cita os exemplos
da Espanha, Chile, Canadá,
Estados Unidos, México e Nova
Zelândia, que têm os seus
orçamentos desvinculados dos
orçamentos dos governos.
Nesses casos, os bancos
centrais encaminham
diretamente os orçamentos
para o Legislativo, e as
propostas são aprovadas por
conselhos nos próprios BCs.
Muitos bancos centrais cobrem
as despesas administrativas
com receitas próprias de
serviços prestados — no caso
brasileiro, o Banco Central não
tem muitas formas de
arrecadação, mas costuma ter
ganhos em outras operações.
Curtas
Mais médicos
Até agora, 70% dos médicos se-
lecionados pelo programa Mais
Médicos já se apresentaram nos
municípios para o qual foram in-
dicados, de acordo com o Ministé-
rio da Saúde. São mais de 4 mil
profissionais que vão atuar na
Atenção Primária à Saúde em to-
das as regiões do Brasil. A maior
parte dos profissionais está con-
centrada no Norte do país. No pri-
meiro edital desde a retomada do
programa foram disponibilizadas
quase 6 mil vagas para garantir o
acesso à saúde principalmente nos
locais considerados vazios assis-
tenciais. Para o preenchimento
das vagas remanescentes, o Minis-
tério da Saúde divulgou os selecio-
nados para a segunda chamada. O
edital bateu recorde de inscrições,
com mais de 34 mil profissionais
interessados, sendo 57% deles mé-
dicos brasileiros com registro no
Brasil. No primeiro edital do pro-
grama, retomado pelo governo fe-
deral, quase 2 mil municípios fo-
ram contemplados. Cerca de 45%
das vagas estão em regiões de vul-
nerabilidade social.
Next Mobilidade A14 Russell Reynolds
Novonor B4 Associates B2
Novus Capital A4 S&P Global Commodity
Nubank C1, C4 Insights B3
Odebrecht B4 Samsung B5
Oetker Collection B7 Santander C1
Petrobras A4, B1, B3, B4, Scania A14
C2 Semeare Investimentos C6
Portos RS B8 Shell B1
PwC B6 State Grid B4
Rhodia/Solvay B2 The Best Car B4
Rialma B4 Total B1
Um modelo muito comum
de organização dos bancos
centrais é sob a forma de uma
corporação financeira, prevista
nos manuais do FMI. Nessa
condição, deixam de fazer parte
do setor público consolidado
para fins de apuração do
resultado primário e da dívida
pública. Mas seus lucros são
transferidos ao Tesouro, e os
prejuízos, cobertos pelo fisco,
seguindo algumas regras.
O modelo de corporação, se
adotado, teria algumas
implicações para o cálculo da
dívida bruta. O FMI já trata o
nosso Banco Central como se,
de fato, fosse uma corporação
financeira. Por isso inclui na
dívida bruta os títulos do
Tesouro que estão na carteira
do Banco Central. Na dívida
bruta calculada pelo BC, a
autoridade monetária faz parte
do governo, por isso são
incluídos apenas os títulos
públicos usados em operações
compromissadas. Se o BC virar
uma corporação financeira,
haverá apenas o conceito de
dívida bruta do FMI, que é 10
pontos do Produto Interno
Bruto (PIB) maior.
Alex Ribeiro é repórter especial e
escreve quinzenalmente
E-mail alex.ribeiro@valor.com.br
REPRODUÇÃO/FB
Ensino fundamental
O ensino fundamental público
brasileiro melhorou nos indicado-
res de aprendizado nos últimos
anos, mas isso ocorreu de maneira
desigual. O movimento veio
acompanhado de piora na desi-
gualdade entre alunos negros e
brancos, com agravamentos re-
gionais. Com base nos resultados
do Saeb, a avaliação federal da
educação básica, um estudo do
Insper mostra que, apesar da leve
melhora no desempenho geral,
meninas e meninos pretos estão
em desvantagem ainda mais agu-
da. Os dados levam em conta os re-
sultados das provas de português
e matemática dos alunos ao fim
dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e
dos anos finais (6º ao 9º) do ensi-
no fundamental. Analisou-se re-
sultados entre 2007 e 2019. Em
matemática, os meninos brancos
tinham, em 2007, uma vantagem
de 9,1 pontos sobre as meninas
negras. Esse hiato foi para 13 pon-
tos em 2017. No 9º ano, essa dife-
rença era de 21,3 pontos em 2007
e foi para 23,4, em 2017, segundo
dados do estudo.
Trígono C1
UBS B3
Unipar B4
United World Colleges B6
Vale C1, C2
VDV Advogados C2
Vivo B2
Warren C1
WEG A14, B5
Wood Mackenzie B3
Xiaomi B5
Yards Capital C6
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | A3
A4 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Brasil
Conjuntura Preço contido dos alimentos e corte da
gasolina sinalizam inflação mais comportada e
reforçam tendência de revisão de estimativas para baixo
Projeções já colocam
IPCA dentro do limite
da meta em 2023
Anaïs Fernandes e
Marta Watanabe
De São Paulo
O mais recente corte nos preços
da Petrobras se soma ao alívio em
alimentos, bens industriais e no
câmbio para reforçar um cenário
mais favorável à inflação neste
ano, o que tem levado alguns eco-
nomistas a projetar um IPCA den-
tro da tolerância da meta perse-
guida pelo Banco Central em 2023,
após dois anos de estouro.
O centro da meta de inflação pa-
ra este ano é de 3,25%, mas ela po-
de ir até 4,75%. A projeção media-
na do mercado ainda está em 5,1%,
pelos dados do BC, mas um mês
atrás estava em 5,8%. A projeção
mínima recuou um ponto percen-
tual no período, de 4,8% no fim de
maio para 3,8% no fim de junho.
No Relatório de Inflação (RI) do
segundo trimestre, divulgado na
semana passada, o próprio BC in-
formou que, de acordo com seus
modelos, a probabilidade de a in-
flação ficar acima do limite supe-
rior em 2023 passou de cerca de
83% em março para 61% agora.
A última vez que a inflação en-
cerrou o ano dentro do intervalo
da meta foi em 2020, quando o
choque da pandemia fez o IPCA fe-
char em 4,5%, para uma meta cen-
Horizonte melhor
Evolução das projeções para o IPCA de 2023 - em %
Máxima Mediana Mínima
8 6,9
7
6 5,3
5
3,4
4 sador do Instituto Brasileiro de
2/jan
2023
Fonte: Banco Central
Decreto da meta contínua não terá prazo, diz secretário
Larissa Garcia
De Brasília
O secretário-executivo do Mi-
nistério do Planejamento e Orça-
mento, Gustavo Guimarães, afir-
mou ao Valor, que os detalhes do
decreto que oficializa a meta con-
tínua de inflação ainda estão em
fase de “ajuste fino”, mas confir-
mou que não será fixado um pra-
zo de cumprimento na nova regra.
O sistema terá como base o cha-
mado horizonte relevante de polí-
tica monetária, convencionado
atualmente em 18 meses. O cum-
primento do objetivo deve ser ve-
rificado mensalmente, e o Banco
Central (BC) pode ter de prestar
contas mais vezes ao longo do ano.
A nova regra começa a valer
Gasolinacaieimpactodeimpostosnainflaçãoficamenor
Rafael Rosas
Do Rio
A redução do preço da gasolina
que foi anunciada na sexta-feira
pela Petrobras e entrou em vigor
no sábado, servirá para atenuar a
volta da cobrança integral de
PIS/Cofins sobre o combustível.
Com isso, o avanço do preço do
combustível na bomba, que seria
em torno de 6,3% em julho, ficará
ao redor de 3,7%, estima André
Braz, economista do Instituto Bra-
sileiro de Economia da Fundação
Getulio Vargas (FGV Ibre). Para ele,
a redução de R$ 0,14 nas refinarias,
trada em 4%, mas com tolerância
até 5,5%. Em 2021, o alvo caiu para
3,75%, mas a inflação saltou para
10,1%, quase o dobro do teto da
meta (5,25%). No ano seguinte, o
IPCA desacelerou para 5,8%, mas a
meta também foi reduzida, para
3,5%, com limite até 5%.
“Estávamos bastante pessimis-
tas com a inflação global e local.
Mudou bastante”, diz Gustavo Ar-
ruda, chefe de pesquisa para Amé-
rica Latina do BNP Paribas. A previ-
são do banco para o IPCA em 2023,
que chegou a ficar ao redor de 6%,
está agora em 4,7% — dentro, por-
tanto, do limite da meta.
Pesou para a nova projeção do
BNP Paribas o alívio nos preços dos
alimentos. Além da safra recorde
no Brasil, eles têm sido beneficia-
dos por uma normalização dos es-
toques de soja e outros grãos pelo
mundo “que não se via há muito
tempo”, diz Arruda. Os custos de
produção agrícola, sobretudo fer-
tilizantes, também estão menos
pressionados do que o esperado.
Do seu cenário, Arruda cita ain-
da o comportamento dos preços
dos bens industriais. “A gente ia ter
um preço acalmando, porque não
há mais grandes restrições nas ca-
deias de produção. Mas está indo
até um pouco além”, afirma.
Assim, a avaliação do BNP Pari-
7,0
6,3
5,1
6,0
4,5
3,8
31/mar 23/jun
2023 2023
em 2025. Como a política mone-
tária age com defasagem, o hori-
zonte relevante é o tempo que o
BC entende que o movimento de
juros hoje vai ter seu efeito má-
ximo sobre a inflação.
Esse período, contudo, não é
fixo e pode variar de acordo com
diversos fatores, como conjuntu-
“Penso em um BC
que, além da
inflação, tem como
acessório a questão
do emprego”
Gustavo Guimarães
caso chegue integralmente às
bombas, contribuirá para manter
o IPCA próximo ao teto da meta no
fim deste ano.
Braz destacou que levantamen-
to recente da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocom-
bustíveis (ANP) apontou preço
médio da gasolina de R$ 5,40 por
litro no país. Segundo ele, a expec-
tativa é de que a retomada integral
da cobrança de PIS/Cofins sobre o
combustível eleve os preços nas
bombas em R$ 0,34. Ou seja, ini-
cialmente, o preço médio cheio em
julho subiria para R$ 5,74, o que
significaria uma alta de cerca de
bas é que o alívio em alguns preços
que não necessariamente inte-
gram os núcleos — medidas que
tentam suavizar o efeito de itens
mais voláteis — pode acabar res-
pingando nessas métricas.
“Quando olhamos para trás, no
Brasil, se há choques em produtos
fora dos núcleos, em alguns mo-
mentos essas medidas não se mo-
vem. Mas, quando o movimento é
muito grande, vemos, sim, uma
contaminação”, diz Arruda.
Uma melhora mais clara dos
núcleos de inflação deve ficar
mais para o fim do ano, segundo
Tomás Goulart, economista-che-
fe da Novus Capital. Mas ele tam-
bém projeta inflação dentro do
teto da meta de 2023, em 4,5%.
José Francisco de Lima Gonçal-
ves, economista-chefe do Banco
Fator, espera IPCA de 4,7% ao fim
do ano e reconhece a chance de ir a
4,5%. Para ele, os preços dos servi-
ços devem fazer diferença. “A velo-
cidade de queda tem sido muito
mais rápida do que em 2016, 2017,
quando esses preços saíram lá de
10% e caíram à medida que o de-
semprego avançava.”
Dessa vez, compara, a taxa de
desocupação está em 8,3%, tem fi-
cado nesse patamar no período
mais recente e, mesmo assim, a in-
flação de serviços está caindo.
Livio Ribeiro, economista e só-
cio da BRCG, também espera 4,7%
para o IPCA em 2023, mas, na sua
avaliação, são os preços adminis-
trados que devem fazer diferença
até o fim do ano. “Na ponta do lá-
pis, para o IPCA, isso fica por conta
da gasolina, mas acho que há espa-
ço para outros administrados te-
rem preços reduzidos, especifica-
mente a parte de gás natural”, diz.
Ribeiro, que também é pesqui-
Economia (FGV Ibre), diz acreditar
que qualquer “sinal de choque”
que venha de nova medida de reo-
neração de tributos pelo governo
ra econômica e condições mer-
cado de crédito, por exemplo.
A ministra do Planejamento, Si-
mone Tebet, tem um dos votos do
Conselho Monetário Nacional, ór-
gão que define a meta de inflação,
junto com o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, e o presidente
do BC, Roberto Campos Neto.
Para Guimarães, ex-servidor do
BC, não seria adequado fixar esse
prazo dentro do regime de metas.
“A gestão da política monetária
continua com o Banco Central. Es-
se prazo é no sentido de ancorar
dentro de um horizonte”, disse.
“Apesar de ser responsabiliza-
do pelo passado, o BC atua olhan-
do para frente. O horizonte de
política monetária é volátil. Você
cravar, colocar em uma lei, amar-
6,3%. Caso a redução de R$ 0,14
chegue nas bombas, o preço mé-
dio subiria menos em julho, para
R$ 5,60, ou 3,7% a mais.
O economista ressalta que o
peso da gasolina no IPCA é de 5%.
Isso significa que o impacto na
inflação de julho, caso a projeção
acima se confirme, será de 0,20
ponto percentual.
“E é claro que tem muita coisa
desacelerando, ficando negativa
no IPCA, principalmente alimen-
tos, os serviços estão subindo me-
nos. Já esperávamos até uma in-
flação negativa no mês que vem.
Só que, com esse aumento da ga-
Gustavo Arruda: ter inflação dentro dos limites da meta é importante, mas não significa que todo o trabalho foi feito
federal será compensada com re-
dução de preços na refinaria.
A Petrobras anunciou na última
sexta-feira redução dos preços nas
refinarias do gás de cozinha (GLP)
em 3,9% e da gasolina em 5,3%.
Depois do anúncio, entre outros
motivos, o J.P. Morgan ajustou sua
projeção de IPCA em 2023 de 5,2%
para 5,1%. “Não prevíamos um cor-
te nos preços no atacado, uma vez
que os preços domésticos já pare-
cem estar abaixo do equivalente
internacional”, escrevem os econo-
mistas Vinicius Moreira e Cassiana
Fernandez em relatório. “Mais
uma vez os preços dos combustí-
veis foram reduzidos mesmo com
o preço interno 6% abaixo do ex-
terno, segundo a Abicom [associa-
ção dos importadores de combus-
tíveis]”, comenta Luís Otavio Leal,
economista-chefe da G5 Partners.
Essa dinâmica em preços ad-
ministrados, diz Ribeiro, dá um
viés de baixa para a atual proje-
ção da consultoria. “Para 2023,
há chance grande de ficar dentro
da banda de inflação.”
Embora não seja o mais prová-
vel, já é “bastante possível” que a
inflação termine este ano dentro
raria muito. Aí o Banco Central
avalia que a atuação dele está de-
morando um pouco mais para se
transmitir e precisa alterar o de-
creto, ficaria uma coisa muito en-
gessada”, complementou.
O secretário explicou, ainda,
que a diferença entre meta contí-
nua e o objetivo para ano-calen-
dário é que, na sistemática atual,
a autoridade monetária persegue
um percentual acumulado em 12
meses que é apurado em dezem-
bro. Com a alteração, o indicador
precisa estar na meta a todo tem-
po e seria medido mês a mês.
Dessa forma, a inflação de qual-
quer outro mês teria o mesmo pe-
so da inflação de dezembro. Isso,
segundo ele, evita que sejam feitas
“manobras” para que, em mo-
solina [devido ao PIS/Cofins], as
coisas mudam um pouquinho”,
diz Braz, que frisa que, mesmo
com uma variação positiva da ga-
solina em julho, a inflação deverá
seguir em patamares baixos.
Braz detalha que essa inflação
em patamares mais baixos colabo-
ra para a revisão das estimativas
para este ano. O economista esti-
ma um IPCA de 4,8% no fim do ano,
o que colocaria o índice próximo
ao teto da meta estabelecida para
2023. O centro da meta é de 3,25%,
com variação de 1,5 ponto percen-
tual para cima ou para baixo, o que
leva o teto da meta para 4,75%.
da meta, ainda que próximo do te-
to da banda, diz Sergio Vale, eco-
nomista-chefe da MB Associados.
“Há um cenário conjunto de
câmbio e inflação de alimentos
que serão importantes para trazer
a inflação para baixo”, afirma. Ele
pondera que, na inflação de ali-
mentos, riscos precisam ser moni-
torados, como o clima.
“Velocidade da
queda em serviços
está mais rápida do
que em 2016-17”
José Francisco
Gonçalves
A MB ainda projeta um IPCA de
4,9% ao fim do ano, mas novos
ajustes para baixo podem ocorrer,
segundo Vale. E, mesmo que a in-
flação fique acima do teto da meta
para este ano, diz, trata-se de uma
mudança de perspectiva muito
grande em relação ao que se tinha
antes. “Falávamos de inflação para
este ano de 6% ou 6,5% e agora esta-
mentos de inflação mais elevada,
os preços caiam no fim do ano
apenas para que o índice feche o
ano dentro do intervalo da meta.
“O objetivo é dar mais certeza
ao agente econômico. A inflação
vai estar sempre dentro do inter-
valo. Quando estiver fora, eu sei
que o BC vai puxar [de volta para a
meta]. Ainda mais se eu penso em
um Banco Central que tem, além
do objetivo da inflação, tem como
acessório a questão do emprego. A
gente poderia pensar que ele seria
mais leniente para convergir só no
fim do ano. Passamos a aferir men-
salmente”, pontuou Guimarães.
O anúncio da adoção da meta
contínua, que vai substituir o for-
mato de ano calendário, foi feita
na última quinta-feira por Had-
“Se algumas outras variáveis
ajudarem e a gente não tiver ne-
nhum efeito surpresa no segun-
do semestre, pode até ser que te-
nhamos chance de ficar na meta.
Graças, é claro, não só a esse com-
portamento mais benigno dos
combustíveis, que veio com re-
dução do preço do petróleo, e da
valorização do real frente ao dó-
lar”, afirma o economista.
Ele elogia ainda a mudança da
meta de inflação, que deixará de
ser anual para ser contínua. “Isso
tudo alivia pressões sobre as pre-
visões de inflação, dá mais fôlego
à autoridade monetária para
SILVIA ZAMBONI/VALOR
mos falando de uma inflação de
4,5% a 5%. É uma mudança muito
grande em seis meses e que é mui-
to favorável”, afirma Vale.
Isso não quer dizer que a dinâ-
mica “está tranquila”, segundo Ar-
ruda, do BNP Paribas. “Os últimos
dados de difusão [percentual de
itens com alta] vieram bons, mas
os preços dos serviços não estão
aquela maravilha”, diz.
Significa, na avaliação de Arru-
da, que também não há espaço pa-
ra o Banco Central “cortar um
montão” os juros. “O número [4,7%
projetado de IPCA em 2023] é me-
lhor do que já tivemos, mas não
quer dizer que o trabalho está fei-
to. Tem chão até a meta de 3%”, diz.
Para Gonçalves, do Fator, a infla-
ção menor em 2023 traz um cená-
rio mais positivo também para os
preços no ano que vem. “Abaixa o
ponto de partida”, diz, projetando
3,5% para 2024, já mais perto do
centro da meta de 3%. Ribeiro, da
BRCG, discorda. “A inflação vai fi-
car dentro da banda, mas ligeira-
mente acima de 4%. Isso vale tam-
bém para 2025. Não haverá rompi-
mento do regime, mas não há con-
vergência para o centro da meta.”
dad em entrevista coletiva para
jornalistas, mas sem muitos deta-
lhes. Na ocasião, ele informou que
o CMN havia definido a meta de
2026 em 3% com tolerância de 1,5
ponto percentual para cima e para
baixo e confirmou o mesmo pata-
mar para 2024 e 2025.
Guimarães afirmou que não há
definição de qual será a periodici-
dade de prestação de contas do BC,
mas disse que a ideia é que seja
mais frequente. Segundo ele, 2024,
por ser o primeiro ano com a meta
de 3% e o último no modelo de
ano-calendário, vai permitir obser-
var como a inflação se comporta
no novo contexto. “Pode acontecer
de o BC não descumprir seu objeti-
vo no formato atual e descumprir
na regra nova, por exemplo.”
conduzir a inflação para a meta,
diminui a incerteza”, afirma,
lembrando ainda que a tendên-
cia é de redução da desancora-
gem das expectativas.
Braz diz ainda que a redução de
3,9% do preço do GLP — também
anunciada pela Petrobras — “foi
pequena” e, desse total, o impacto
para o consumidor deve ficar em
torno de 2%. Como o GLP pesa cer-
ca de 1% no orçamento familiar, o
impacto total no IPCA de julho de-
ve ser de 0,02 ponto percentual pa-
ra baixo. “Esse impacto ajuda, mas
não é o principal. O principal mes-
mo está na gasolina.”
 Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | A5

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Brasil

Censo Envelhecimento, migração

LEO PINHEIRO/VALOR

e busca por qualidade de vida

teriam favorecido interiorização

Combinação
de fatores
deu impulso
a êxodo das
metrópoles José Eustáquio Diniz Alves: “Uma das hipóteses é que o IBGE não conseguiu contabilizar população em localidades com controle de milícias e tráfico de drogas”

Alessandra Saraiva dades, apontar motivos seria, no gente que volta para o local de ori- des centros em busca de emprego”,
Do Rio momento, precipitado. gem depois da aposentadoria. De Grandes cidades perdem população afirmou o pesquisador, que coor-
Analistas de fora do IBGE já se toda forma, o grosso do fluxo cos- Cinco das dez maiores cidades do país perderam residentes desde 2010 dena grupo de pesquisa com o te-
Uma “tempestade perfeita” po- debruçam sobre os dados do tuma ser para trabalho e estudo. ma Novo Desenvolvimentismo e
de ter levado à perda de população Censo para entender esse fenô- Então o envelhecimento da popu- Municípios Nº de pessoas Total da Var. entre Censo Democracia Social, que trata tam-
em grandes cidades na última dé- meno. Das dez maiores cidades lação tende a reduzir esse fluxo.” a menos entre população no 2010 e 2022 - em % bém de migração interna. Outro
cada. A tendência clara de menor brasileiras, cinco perderam po- José Irineu Rangel Rigotti, de- 2010 e 2022 Censo 2022 aspecto, ressaltou, foi avanço da
número de residentes dos municí- pulação entre 2010 e 2022: Salva- mógrafo e professor do Departa- Salvador (BA) 257.651 257.651 -9,6 automação na última década, re-
pios mais populosos, inclusive dor (-9,6%), Recife (-3,2%), Belo mento de Demografia do Centro Rio de Janeiro (RJ) 109.023 109.023 -1,7 duzindo ainda mais o emprego na
aqueles que são centros de gran- Horizonte (-2,5%), Rio de Janeiro de Desenvolvimento e Planeja- Belo Horizonte (MG) 59.591 59.591 -0,2 indústria. Além disso, as pessoas
des concentrações urbanas, foi ob- (-1,7%) e Fortaleza (-1,0%). mento Regional da UFMG, tam- Recife (PE) 48.784 48.784 -3,2 podem ter buscado, nos anos mais
servada nas primeiras informa- “Os fluxos migratórios muda- bém vê correlação entre envelheci- Fortaleza (CE) 23.507 23.507 -1 recentes, maior qualidade de vida
ções do Censo Demográfico 2022, ram”, afirmou a demógrafa Paula mento e migração. Ele frisou que Fonte: Aneel. * % em relação à safra anterior. ** Previsão otimista no interior, em cidades com me-
veiculadas na semana passada. Miranda Ribeiro, presidente da As- não foram veiculados dados atua- nos problemas de segurança.
Uma combinação de emigração; sociação Brasileira de Estudos Po- lizados de migração interna pelo 1950, o fluxo de pessoas em busca dade industrial, em busca de mão Para o demógrafo José Eustá-
envelhecimento populacional a pulacionais (Abep). Ela não des- Censo de 2022. Mas lembrou que de melhores oportunidades de de obra mais barata. Com isso, a quio Diniz Alves, ex-professor da
afetar a migração interna; busca carta saldo emigratório negativo há em curso um processo de enve- emprego e renda aos grandes cen- pessoa não precisa mais morar em Escola Nacional de Ciências Esta-
por melhores condições de vida no — o Brasil perder mais população lhecimento da população. Com is- tros urbanos influenciou decisões grandes centros urbanos para con- tísticas (Ence), a segurança pú-
interior; e enfraquecimento das para outros países. No caso da mi- so, é possível dizer que diminuiu o de legislação urbanística. Novas seguir emprego de maior salário, o blica pode ter influenciado a
indústrias nos grandes centros po- gração interna, os que saem bus- contingente jovem que nas últi- regras mais restritivas para mora- que diminui a busca por vagas nas própria contagem do IBGE nas
de ter levado ao cenário, segundo cam melhores oportunidades de mas décadas inflou a população dias foram montadas. O custo de grandes cidades. “O censo de 2022 cidades. “Uma das hipóteses é
especialistas. Não foi descartada, trabalho e de estudo. “Mas tam- das grandes cidades em busca de vida nas capitais ficou mais alto. está mostrando evolução de ten- que o IBGE não conseguiu conta-
no entanto, hipótese de que parte bém existe migração de retorno, oportunidades de emprego, no- Com o passar das décadas, chegou- dência que já existia no passado.” bilizar população dessas cidades
da população de grandes centros tou. Na pesquisa Características se aos anos 1980 com crise “econô- Fatores socioeconômicos e sani- [com grande cobertura] em loca-
não tenha sido contabilizada, por Gerais dos Domicílios e dos Mora- mica, política, galopante”, lem- tários mais recentes podem ter lidades com controle de milícias
motivos de insegurança pública. “Home office faz com dores 2022 da Pnad Contínua, di- brou. Mas, como a maior parte dos acelerado esse processo, observa e de tráfico de drogas”, afirmou.
Na entrevista de apresentação vulgada pelo IBGE no mês passa- empregos continua nas grandes Paulo Feldmann, professor da Fa- Ele ressalva que são necessários
do Censo na semana passada, pes- que pessoas não do, a parcela da população com 60 capitais, procuram-se opções nos culdade de Economia da USP. mais dados para tentar entender
quisadores do IBGE foram questio-
nados sobre a perda de população
tenham que migrar anos ou mais, subiu de 11,3% em
2012 para 15,1% em 2022.
entornos para residência. “E aí co-
meça arrefecer fluxo de residentes
Além de desindustrialização, a
pandemia também pode ter con-
o que aconteceu com a popula-
ção dos grandes municípios.
em municípios grandes. Os técni- para grandes centros” O professor da UFMG pontuou para as cidades” comentou. tribuído para o atual cenário. “O O próximo bloco de informa-
cos comentaram que, embora se que a migração entre capitais e in- Nos anos 90, acrescentou Rigot- home office faz com que as pessoas ções do Censo 2022 está previsto
tenha leque enorme de possibili- Paulo Feldmann terior não é nova. Após a década de ti, ocorre descentralização da ativi- não tenham que migrar para gran- para ser divulgado ainda este mês.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 dez/22 nov/22 out/22 set/22 ago/22 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - 0,6 -0,1 2,6 0,7 0,8 -1,3 -0,3 -0,2 -1,4 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) dez/21 0,0488 0,5490 0,4902 0,7191 0,77 0,4473 0,4026 0,2955 0,22 23,54 1.100,00
jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
Total - -0,6 1,0 -0,2 -0,3 0,0 0,2 1,3 -1,3 -1,2
mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Indústria de transformação - -0,6 1,4 -0,4 -0,8 -0,1 1,0 -0,1 -1,3 -0,9
abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Indústrias extrativas - -1,1 -0,2 4,6 3,4 -1,8 -6,4 6,1 0,9 -2,4
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Bens de capital - -11,5 8,6 0,3 -4,4 -2,0 3,0 -3,6 -4,2 5,0
jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Bens intermediários - 0,4 0,9 0,5 -0,8 -0,6 0,6 2,2 -0,5 -1,9
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Bens de consumo - 1,1 -1,2 -0,4 0,2 1,9 -0,1 0,1 -2,1 -2,7
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - -0,6 1,4 0,1 0,0 -0,1 0,9 -0,2 -1,3 0,5
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - -1,9 1,0 -0,8 0,0 1,0 0,3 -1,6 -0,9 2,3
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Comércio
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - -0,2 2,2 0,1 2,7 -0,5 -0,5 0,2 0,2 -0,1
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,1 0,8 0,0 3,8 -2,6 -0,6 0,3 1,1 0,2
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Serviços
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - -0,4 1,2 1,6 -0,3 1,9 -0,5 0,1 0,3 1,0 mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - -1,6 1,4 0,8 -3,4 2,7 0,0 -0,2 0,5 1,1 abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Mercado de trabalho mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) 8,3 8,5 8,8 8,6 8,4 7,9 8,1 8,3 8,7 8,9 jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 - 24,06 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - 0,0 0,0 -0,3 0,5 0,0 0,1 0,2 -0,2 -0,1 jul/23 - - - - 1,07 0,5843 0,4464 - - 24,17 1.320,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) -0,4 -1,4 1,7 0,8 -0,8 1,6 -6,7 -4,0 1,5 1,2 2023 1,01 4,08 4,08 6,03 7,64 4,22 3,40 2,52 1,49 1,51 8,91
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses * 2,12 8,42 8,42 12,59 13,59 7,32 5,83 5,18 4,79 2,11 8,91
Exportações 33.068 27.362 32.877 20.262 22.825 26.342 27.652 26.852 28.587 30.787 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Importações 21.689 19.140 22.075 17.675 20.529 21.809 21.452 23.477 24.893 26.680 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 11.378 8.222 10.801 2.587 2.296 4.533 6.200 3.375 3.695 4.107 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para julho projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 1º Tri/23 4º Tri/22 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público mai/23 abr/23 mai/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.557 2.584 10.156 9.915 7.610 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 486 491 1.962 1.905 1.649 1.476 jun/23 mai/23 2023 2022 12 meses jun/23 mai/23 dez/22 jun/22
Dívida líquida total 5.935,7 57,78 5.826,1 57,00 5.338,3 57,71
Taxa de Variação Real (%) 1,9 -0,1 3,3 2,9 -3,3 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 11,8 0,12 13,0 0,13 5,9 0,06
Agropecuária 21,6 -0,9 6,0 -1,7 4,2 4,2 IPCA - 0,23 2,95 5,79 3,94 - 6.665,28 6.474,09 6.455,85
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -750,1 -7,30 -741,7 -7,26 -685,1 -7,41
Indústria -0,1 -0,3 2,4 1,6 -3,0 -3,0 INPC - 0,36 2,79 5,93 3,74 - 6.893,26 6.706,15 6.685,86
Dívida fiscal líquida 6.674,0 64,96 6.554,8 64,12 6.017,5 65,06
Serviços 0,6 0,2 3,9 4,2 -3,7 -3,7 IPCA-15 0,04 0,51 3,16 5,90 3,40 6.547,15 6.544,53 6.346,64 6.331,83
Formação Bruta de Capital Fixo (%) -3,4 -1,3 2,7 0,9 -1,7 -1,7 IPCA-E 0,04 0,51 3,16 5,90 3,40 6.547,15 6.544,53 6.346,64 6.331,83 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 17,7 18,9 18,6 18,8 16,6 16,6 Dívida interna líquida 6.667,2 64,90 6.542,3 64,00 6.038,7 65,29
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -731,4 -7,12 -716,2 -7,01 -700,5 -7,57
IGP-DI - -2,33 -3,56 5,03 -5,49 - 1.102,51 1.143,23 1.173,83
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 1º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,38 1,65 6,16 3,96 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - -3,37 -5,77 4,70 -8,89 - 1.296,49 1.375,86 1.429,13 Governo Federal e Banco Central 5.006,3 48,73 4.915,0 48,08 4.486,9 48,51
IPA-Agro - -4,57 -8,68 3,38 -12,33 - 1.838,80 2.013,57 2.084,42 Governos Estaduais 827,5 8,06 812,0 7,94 748,4 8,09
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - -2,90 -4,61 5,24 -7,50 - 1.084,98 1.137,41 1.183,05 Governos Municipais 40,2 0,39 38,1 0,37 55,9 0,60
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - 0,08 2,48 4,28 3,01 - 726,07 708,49 709,57 Empresas Estatais 61,7 0,60 60,9 0,60 47,1 0,51
INCC-DI - 0,59 1,55 9,28 5,40 - 1.067,92 1.051,63 1.034,82
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público mai/23 abr/23 mai/22
IGP-M -1,93 -1,84 -4,46 5,45 -6,86 1.109,23 1.131,06 1.161,01 1.190,88
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M -2,73 -2,72 -6,95 5,27 -10,34 1.315,07 1.352,04 1.413,36 1.466,77
Até 1.320,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M -0,25 0,48 2,36 4,30 2,38 709,20 711,01 692,88 692,70 Total nominal 656,5 6,39 603,3 5,90 380,6 4,11
De 1.320,01 até 2.571,29 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M 0,85 0,40 2,19 9,40 4,29 1.074,29 1.065,29 1.051,25 1.030,11 Governo Federal** 471,1 4,59 469,6 4,59 502,9 5,44
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 -2,20 -1,53 -4,14 6,08 -6,31 1.136,43 1.162,00 1.185,56 1.212,94 Banco Central 110,2 1,07 76,0 0,74 -42,3 -0,46
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 -3,14 -2,25 -6,48 6,08 -9,62 1.360,08 1.404,13 1.454,37 1.504,80 Governo regional 68,5 0,67 51,0 0,50 -77,9 -0,84
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 -0,18 0,60 2,51 4,40 2,65 714,44 715,71 696,93 696,00 Total primário -39,0 -0,38 -56,2 -0,55 -119,9 -1,30
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 1,19 0,09 2,11 9,55 4,73 1.060,50 1.048,06 1.038,60 1.012,61 Governo Federal -268,4 -2,61 -283,7 -2,78 -254,6 -2,75
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia jun/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,5 0,00 0,4 0,00 0,6 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -21,5 -0,21 -35,6 -0,35 -128,7 -1,39
IPC - 0,20 2,09 7,32 4,29 - 668,34 654,64 642,63
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 2º trimestre = 1,12%, IGP-M 2ª prévia jun/23 = -1,78% e IPC-FIPE = 3ª quadrissemana jun/23 = -0,08%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de maio*
Discriminação Janeiro-maio Var. maio Var.
Discriminação Janeiro-maio Var. maio Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 329,3 293,4 12,22 58,6 54,4 7,76
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 987,9 999,5 -1,16 186,4 179,7 3,72
Receita Adm. Pela RFB** 626,4 630,4 -0,64 106,7 105,6 1,07
Imposto de renda pessoa física 25,1 25,4 -1,03 15,3 13,6 12,44 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 231,6 218,7 5,88 47,8 43,7 9,30
Imposto de renda pessoa jurídica 150,3 141,0 6,64 16,2 16,2 0,17 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 130,0 150,4 -13,58 31,9 30,4 4,86
Imposto de renda retido na fonte 153,8 127,1 21,06 27,1 24,6 10,16 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 195,4 205,0 -4,69 41,4 52,8 -21,62
Imposto sobre produtos industrializados 24,6 27,6 -10,89 4,9 4,8 1,91 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 792,6 794,5 -0,25 144,9 126,8 14,27
Imposto sobre operações financeiras 24,6 23,4 4,90 4,5 4,8 -5,62 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 789,2 750,5 5,15 190,0 167,7 13,26
Imposto de importação 22,4 24,0 -6,35 4,6 4,7 -2,15 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 345,8 351,2 -1,52 82,4 92,5 -10,89
Cide-combustíveis 0,0 1,0 -99,33 0,0 0,2 -99,08 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 137,6 136,8 0,56 28,7 26,2 9,61
Contribuição para Finsocial (Cofins) 132,6 130,0 2,00 27,4 25,3 8,34 4ª 31/08/2023 Valor da declaração Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 127,5 126,7 0,68 39,6 18,6 112,34
CSLL 76,3 76,5 -0,25 8,7 8,9 -2,59 5ª 29/09/2023 Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 178,2 135,9 31,15 39,3 30,4 29,20
PIS/Pasep 37,3 36,4 2,41 7,5 7,0 6,89 Resul. Primário do Gov. Central (1) 3,4 44,0 -92,27 -45,0 -40,9 10,15
6ª 31/10/2023 +
Outras receitas 315,5 296,3 6,49 60,6 55,2 9,73 Discriminação mai/23 abr/23 mai/22
7ª 30/11/2023 Campo 9
Total 962,5 908,6 5,94 176,8 165,3 6,94 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023
mar/23 fev/23 mar/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,2 -26,62 -0,3 26,72 -0,5 10,71
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 2,0 37,08 1,5 - -0,2 -
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 51,3 1,17 50,7 -8,13 57,2 8,40 Result. Primário do Gov. Central (2) -43,2 - 16,9 - -41,6 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
abr/23 mar/23 abr/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -59,7 55,94 -38,3 -33,08 -28,4 -62,81
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Result. Nominal do Gov. Central -102,9 381,30 -21,4 -68,10 -70,0 54,07
INSS 45,8 0,76 45,4 3,05 42,9 3,01 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha
 Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | A7

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A8 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Brasil
Diversidade Ministério das Mulheres aposta em relatório de transparência para efetividade da nova lei
Salário igual é mudança cultural, diz secretária
Eduardo Belo
De São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deve sancionar nesta segun-
da-feira, 3, a lei que cria a obrigato-
riedade de equiparação salarial no
Brasil. A expectativa do Ministério
das Mulheres é que a entrada em
vigor da nova legislação traga uma
“mudança de cultura” e ganhos
econômicos para o país, revela a
secretária-executiva do ministério,
Maria Helena Guarezi.
A principal aposta para a “mu-
dança de cultura”, diz a secretária,
é a criação do relatório de transpa-
rência. Por ele, empresas e institui-
ções com mais de cem emprega-
dos terão de publicar semestral-
mente os dados de remuneração
do quadro de pessoal detalhados
por gênero. Se deixar de apresen-
tar o relatório, o empregador está
sujeito a multa de até 3% da folha
de salários, limitada a cem salários
mínimos (R$ 132 mil).
Para evitar subterfúgios no pa-
gamento de benefícios por fora do
salário oficial, a lei fala em equida-
de “salarial e remuneratória”. O
Executivo ainda vai regulamentar
os dispositivos da lei.
O público feminino é o princi-
pal alvo, mas não o único. A lei es-
tabelece remuneração igual a ser
paga no exercício de “idêntica fun-
ção” por “todo trabalho de igual
valor” no mesmo estabelecimento
empresarial, sem distinção de se-
xo, etnia, nacionalidade ou idade.
Também há critérios para remune-
ração diferente em caso de capaci-
tação técnica e tempo de função.
A legislação propõe outras me-
didas para a busca da igualdade
salarial, como disponibilização de
canais específicos para denúncias;
promoção e implementação de
programas de diversidade e inclu-
são no ambiente de trabalho por
meio da capacitação de gestores,
lideranças e empregados sobre
equidade entre homens e mulhe-
res no mercado de trabalho, com
aferição de resultados; e fomento à
capacitação e formação de mulhe-
res para ingresso, permanência e
ascensão no mercado de trabalho
em igualdade de condições.
De acordo com o Fórum Econô-
mico Mundial, o Brasil é o 57 o, en-
tre 164 países, no ranking da igual-
dade entre os salários. Na média,
uma mulher recebe no Brasil o
equivalente a 72,6% do salário de
um homem. A Islândia lidera o
ranking deste ano e é único país do
mundo em que a diferença é infe-
rior a 10% (ver quado acima).
Em entrevista ao Valor, Guarezi
cita o que ela espera que a lei trará
de benefícios para o país, como a
projeção de Organização Interna-
cional do Trabalho segundo a qual,
se diminuísse em 25% a desigual-
dade de gênero salarial, o Brasil
poderia ter ganhos extras de 3,3%
no Produto Interno Bruto em cerca
de uma década. O dado da OIT é de
2017, mas de lá para cá a situação
não mudou muito.
Guarezi também menciona o
aumento da circulação de dinhei-
‘A Cor da Cultura’ retoma foco em educação antirracista
Bruno Alfano
“O Globo”, do Rio
O auditório da Editora Globo re-
cebeu na manhã de sexta-feira, 30,
a assinatura do protocolo de inten-
ções da Fundação Roberto Mari-
nho com a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diver-
sidade e Inclusão (Secadi), do Mi-
nistério da Educação (MEC), e a
Fundação Palmares que retoma o
projeto “A Cor da Cultura”, aliança
criada há 20 anos para promoção
da educação antirracista, por meio
de um conjunto de ações de educa-
ção para relações étnico-raciais
que integra mobilização, comuni-
cação, audiovisual, formação de
educadores e materiais educativos.
A cerimônia foi o primeiro
evento de uma série de conversas
durante o dia, que contará tam-
bém com a presença da ministra
da Igualdade Racial, Anielle Fran-
co; da cofundadora e conselheira
do Centro de Estudos das Relações
de Trabalho e Desigualdades, Cida
Bento, além de artistas, educado-
Maria Helena Guarezi: “Trazer as mulheres, inclusive muitas com mais escolaridade, só vai trazer benefícios; não trazer seria desperdício de potencial”
ro e o consequente impulso na
economia, aumento da diversida-
de, da criatividade bem como o
surgimento de ganhos inespera-
dos. Ela cita o exemplo de empresa
que ao contratar mais mulheres
fez modificações no sistema de tra-
balho e isso contribuiu para a saú-
de dos funcionários homens.
A seguir, a síntese da entrevista.
Sanção da lei
O presidente sanciona a lei nes-
ta segunda-feira. Estamos ansio-
sas. Posso dizer em nome de todas
as mulheres brasileiras: é um dia
que a gente aguarda há mais ou
menos 80 anos, desde a a provação
da CLT. Desde então, muitíssimo
pouco se avançou nesse sentido.
Então essa lei tem um caráter rege-
nerativo da vida da gente. É um
momento bastante importante,
em especial para nós, mulheres.
Salvaguardas antidiscriminação
O primeiro dispositivo para que
isso não ocorra é o senso de luci-
dez. Historicamente, toda vez que
as mulheres buscam algum direi-
to, sempre vem essa questão. Isso
aconteceu na questão da licença
maternidade e outros tantos casos.
Matematicamente falando, se você
substituir uma mulher por um ho-
mem nesse novo processo, vai dar
no mesmo, porque vai pagar o
mesmo salário. Então, o emprega-
do pode fazer a opção por querer
um homem, mas pode estar per-
3,3%
Pode ser o
crescimento extra
do PIB em uma
década se houver
igualdade salarial de
gênero, diz a OIT
res e pesquisadores importantes
das culturas negra e indígena. O
público poderá assistir, ao vivo,
pelo YouTube do Futura.
Além de João Alegria, secretá-
rio-geral da Fundação Roberto
Marinho, também participaram
da assinatura do protocolo de in-
tenções o presidente da Fundação
Cultural Palmares, João Jorge, e a
secretária da Secretaria de Educa-
ção Continuada, Alfabetização de
Jovens e Adultos, Diversidade e In-
clusão (Secadi), do Ministério da
Educação, Zara Figueiredo.
“Temos que fazer dois movi-
mentos simultâneos. O primeiro é
consolidar o que conseguimos e fi-
zemos bem. Formamos muitos
professores e criamos muitos ma-
teriais pedagógicos, mas agora
precisamos dar um segundo pas-
so: refundar nosso contrato so-
cial”, afirmou Figueiredo.
Em 11 anos de atuação, “A Cor da
Cultura” criou e distribuiu gratuita-
mente cerca de 11 mil kits pedagó-
gicos pelo país, além de distribuição
digital (3 Cadernos para o Educa-
dendo em criatividade, porque a
diferença sempre é mais rica, dife-
rença sempre traz outros elemen-
tos. Trazer as mulheres com esses
potenciais, inclusive muitas com
mais escolaridade que os homens,
só vai trazer benefícios. Não trazer
seria desperdício de potencial.
Mudança cultural
Estamos num momento históri-
co bastante interessante, impor-
tante, no qual as pessoas estão se
dispondo a fazer isso. Tem esse
processo amplamente sendo de-
batido com a sociedade e com os
empresários. Se você pensar a for-
ma como essa lei foi aprovada, é
uma demonstração de que há, não
digo um consenso, mas um pro-
cesso de entendimento de que isso
é importante para a sociedade, pa-
ra as empresas, para as mulheres.
Quando a gente entrou no proces-
so de debate lá junto com a Câma-
ra dos Deputados, havia uma resis-
tência muito grande por conta de
dúvidas que havia. Nó dissemos
“essa lei tem um caráter mais am-
plo, ela não veio para punir, mas
para melhorar possibilidades”. Foi
um processo de construção coleti-
va. A gente conseguiu trazer vários
setores para debater. Era para ser
uma lei gigante e acabou sendo
mais direta, objetiva, mas mais
consensuada.
Construção da igualdade
Considero bastante relevante a
gente falar que era um compro-
misso do presidente Lula. Ele está
buscando a construção da igual-
dade. Igualdade salarial, racial, so-
cial. Quando fomos estudar as leis
de igualdade que estavam na Câ-
mara, percebemos que uma falava
só de multa e fomos estudar como
isso se deu em outros países. Perce-
bemos que a própria União Euro-
peia fez um documento dizendo
que leis semelhantes não tinham
surtido efeito na Europa. O que
CRISTIANO MARIZ/O GLOBO
Projeto “desenvolve
profissionais
talentosos e cada
vez mais coloca o
povo preto no lugar
de protagonismo”
Anielle Franco
Igualdade distante
Ranking da igualdade salarial por gênero
Diferença* (%)
1 Islândia 91,2
2 Noruega 87,9
3 Finlândia 86,3
4 Nova Zelândia 85,6
5 Suécia 81,5
6 Alemanha 81,5
7 Nicarágua 81,1
8 Namíbia 80,2
9 Lituânia 80
10 Bélgica 79,6
27 Chile 72,7
33 México 76,5
34 Argentina 76,2
43 EUA 74,8
57 Brasil 72,6
79 Itália 70,5
83 Israel 70,1
125 Japão 64,7
Fonte: Global Gender Gap Report 2023, World Economic
Forum. * porcentagem do salário médio de mulheres em
relação à média dos homens
surtiria efeito seria uma lei da
transparência. A gente precisa ter
relatórios para demonstrar a
transparência nas empresas, por-
que em um relatório de transpa-
rência você vai poder perceber
com mais facilidade se o seu salá-
rio é igual ao do seu companheiro
de trabalho. Se houve diferença,
cabe a multa, uma multa até mais
agressiva, mas o que se quer é alte-
rar a cultura. O relatório vai de-
monstrar nos seus vários níveis on-
de estão as mulheres e como a em-
presa pode fazer para melhorar es-
sa participação das mulheres. Nós
sabemos que essa diferença sala-
rial entre homens e mulheres tam-
bém está muito localizada na dife-
rença de possibilidade de ascen-
são. O empregador vai poder cons-
truir um plano primeiro para miti-
gar essa diferença, mas no segun-
do momento ele pode é mudar a
cultura dentro da empresa e é isso
que a gente quer.
dor; jogo educativo Heróis de Todo
Mundo; CD musical com ritmos
afro-brasileiros; Mapas, Glossário
Memória das Palavras). Isso fez o
projeto atingir 18 Estados, 170 mu-
nicípios, com a colaboração de 11
instituições formadoras, formação
direta de 9 mil educadores e multi-
plicadores do projeto em seus terri-
tórios e 99% de aprovação entre os
educadores que participaram.
“Esse é um projeto que nunca
deixou de existir, apesar de ter
momentos em que ele teve mais e
outros menos força. Mas os mate-
riais Cor da Cultura foram adapta-
dos pela Fundação Roberto Mari-
nho para a sala de aula e todos os
nossos projetos educacionais têm
essa agenda lá com esse material”,
diz Alegria. “Esse é um convite pa-
ra que a gente comece novamente
porque isso vai crescer, envolver
outras pessoas. É uma força que
nem temos consciência do tama-
nho que ela terá. Esse é o primeiro
fórum dessa retomada. Virão ou-
tros presenciais ou virtuais e logo
virá a ação.”
WENDERSON ARAUJO/VALOR
Impactos sobre a economia
Não temo que possa ocorrer um
achatamento das posições dispo-
níveis para as mulheres. Pode ser
até que um outro caso aconteça. A
sociedade e as grandes empresas já
estão percebendo que incluir di-
versidade no processo de gestão só
tende a beneficiar a empresa, que
isso é uma riqueza. Organismos in-
ternacionais, como Banco Mun-
dial, FMI, Fórum Econômico Mun-
dial e OIT já sinalizam isso. Não há
dados bem efetivos, porque pou-
cos países estão nesse processo.
Mas na Islândia, que tem a melhor
igualdade entre homens e mulhe-
res, é possível ver que houve me-
lhora do PIB. Tem uma estimativa
da OIT de que a igualdade salarial
de gênero pode melhorar o PIB em
até 0,2 ponto percentual. Quando
as mulheres também têm mais di-
nheiro, circula mais dinheiro. Cir-
culação de dinheiro é o grande flu-
xo de valorização da economia.
Impacto no Brasil
A gente ainda não fez esse es-
tudo. No dia 1º de agosto esta-
mos instalando um grupo de tra-
balho interministerial especifi-
camente para tratar da regula-
mentação da lei e também tratar
de todas essas questões. A gente
já conversou com o Ministério da
Fazenda e com outros ministé-
rios para ver como analisar esse
processo. No grupo de trabalho
interministerial também estarão
presentes representantes de em-
presas e de trabalhadores. Quere-
mos construir uma regulamen-
tação que venha a melhorar a
cultura, não é nossa intenção pu-
nir. Queremos produzir igualda-
de. Tem um conceito que é socio-
lógico, que é o seguinte: igualda-
de é direito fundamental e uni-
versal. Temos que criar condições
iguais para as pessoas poderem
estar em todos os espaços onde
elas queiram estar.
Nesta nova etapa, por meio do
Canal Futura, a Fundação Roberto
Marinho vai investir na ampliação
do material de valorização de pa-
trimônio histórico e cultural afro-
brasileiro e indígena, com foco na
educação básica. Isso inclui a pro-
dução de novos kits pedagógicos,
considerando a inserção dos de-
bates e desafios contemporâneos
na educação para relações étnico-
raciais, perspectiva fundamental
para ler, escrever e participar no
Brasil de hoje, e também a produ-
ção de trilhas de conteúdo.
Presidente da Fundação Cul-
tural Palmares do governo Lula,
João Jorge contou estar muito fe-
liz por participar do evento por-
que esteve no lançamento do “A
Cor da Cultura” há duas décadas.
“Educação é a base da cons-
ciência. A Fundação Cultural Pal-
mares tem enorme responsabili-
dade agora. Trazer os símbolos
da cultura da liberdade, da igual-
dade e da construção do Brasil
profundo para a cena”, defendeu.
Além do Fórum presencial,
Outros ganhos
A produção da diversidade aju-
da a mudar a cultura. Por exemplo,
se eu pensar em educação que é a
minha categoria, quando eu saí
nós tínhamos 78% de mulheres. É
importante que os homens tam-
bém começam participar desse es-
paço em paridade, porque eles vão
trazer outros elementos. Eles vão
trazer outras formas de construir
esse espaço e isso certamente vai
melhorar a educação brasileira
também. Na saúde, nós temos
mais médicos e menos enfermei-
ros, mas se a gente também tiver
mais enfermeiros e mais médicas,
também vai melhorar. Eu coorde-
nei o programa de gênero de uma
empresa que tinha poucas mulhe-
res. Havia apenas um banheiro fe-
minino para quatro andares, mas a
empresa ignorava que havia mui-
tas mulheres no quadro de tercei-
rizados. Em outro caso, uma em-
presa tomou a decisão de ter 50%
de mulheres. Ela percebeu que as
mulheres não entravam porque ti-
nha que carregar sacos de 60 kg. E
elas não tinham muita força. Então
passaram a operar com sacos de 20
kg. O que aconteceu? Melhorou a
saúde dos homens. Porque eles fi-
cavam com menos problemas de
coluna. Esses processos de igual-
dade veem demonstrar novas exi-
gências, que podem melhorar in-
clusive a lucratividade da empresa.
Tem a questão do assédio moral e
sexual. Quando tem poucas mu-
lheres, elas são mais suscetíveis.
Paralelo com outros países
A lei brasileira não se espelhou
na experiência de outros países.
Nessa perspectiva da União Euro-
péia, que diz que não basta ter
uma multa, nós pensamos: “não
podemos cometer o mesmo erro,
temos que avançar para a questão
da transparência”. Essa questão da
transparência existe em outros lu-
gares, mas não sei se são como será
no Brasil. Não temos dados. A gen-
te acredita que essa lei é possível e,
com a regulamentação, ela venha a
ser eficaz.
Licença parental
Quando nós começamos a cons-
trução desse projeto de lei era para
entrar a licença parental, mas, ana-
lisando aqui, nós tiramos. Primei-
ro que a gente queria que a lei fosse
aprovada sem que tivesse muito
conflito. Mas a licença parental é
uma coisa que está no nosso uni-
verso, que a gente está estudando.
Tem um grupo de trabalho inter-
ministerial (GTI), criado no Minis-
tério do Desenvolvimento Social e
que a gente faz parte que está tra-
tando exclusivamente disso, da
política do cuidado. Ele se chama
GTI da Igualdade salarial, Remune-
ratória e Laboral, porque tem a ver
com essa questão da licença paren-
tal. Tem empresas hoje que não pa-
gam participação nos lucros ou re-
sultados para mulheres que fica-
ram no período de licença mater-
nidade. Esse período também é ex-
cluído da contagem de tempo ara
subida de carreira.
outros dois encontros online,
nos dias 4 e 5 de julho, vão acon-
tecer com representantes negros
e indígenas. Os encontros têm
como principal objetivo escutar
as demandas, os desafios e as
práticas de quem está atuando
na transformação da educação
para equidade racial. Este ma-
peamento de temas, conceitos,
projetos, redes e colaborações, a
partir do fórum de escuta (mobi-
lização), dará origem a um docu-
mento inicial para as produções
que serão realizadas (curso onli-
ne, produção audiovisual, jogos,
proposta de formação e acompa-
nhamento de educadores).
A ministra Anielle Franco par-
ticipou por vídeo. Ela lembrou
que o país teve poucos avanços
na questão racial. “Um projeto
como ‘A Cor da Cultura’ é tão im-
portante porque fomenta educa-
ção antirracista, desenvolve pro-
fissionais talentosos e cada vez
mais coloca o povo preto no lu-
gar de protagonismo onde deve
e merece estar”, afirmou.

Política
Entrevista Segundo ministra da Saúde, sobras das
emendas de relator totalizaram R$ 3 bilhões; R$
600 milhões já foram liberados para municípios
Crise teve origem com
o fim do orçamento
secreto, diz Nísia
João Valadares e Andrea Jubé
De Brasília
Firme no cargo após intensa
pressão para estabelecer uma
melhor interlocução com o Con-
gresso, a ministra da Saúde, Ní-
sia Trindade, declarou em entre-
vista ao Valor que o grande mo-
tivo da crise política está relacio-
nado a um represamento do
chamado orçamento secreto —
as extintas emendas de relator,
que o Supremo Tribunal Federal
(STF) declarou inconstitucionais
no ano passado.
Somente no Ministério da Saú-
de, as sobras das emendas de re-
lator totalizaram R$ 3 bilhões. A
ministra indicou que R$ 600 mi-
lhões já foram liberados para
projetos cadastrados por muni-
cípios nas áreas de atenção pri-
mária à saúde e de média e alta
complexidade.
Nísia diz entender a cobrança
dos parlamentares pelo ritmo de
liberação dos recursos, mas alega
que era preciso respeitar a deci-
são do STF. “O Supremo definiu
isso. Esses R$ 3 bilhões não se
aplicam ao conceito de emenda.
É um valor que o Ministério da
Saúde deve alocar nas suas ações
programáticas”, esclareceu.
Sobre as emendas impositi-
vas, faz uma comparação com o
governo Jair Bolsonaro para
comprovar que as críticas não
fazem sentido. Ela aponta que a
Pasta já empenhou 86% dos re-
cursos até junho. No mesmo pe-
ríodo, no primeiro ano da ges-
tão Bolsonaro, o valor dos empe-
nhos foi igual a zero.
Sobre a permanência no pos-
to, afirmou que não tem conheci-
mento de que formalmente te-
nham pleiteado seu cargo a Lula.
“Eu também não perguntei a ele
[Lula] se pensava em mudar.
Nem precisei. Ele tem manifesta-
do satisfação com o desempenho
do Ministério da Saúde e com as
entregas feitas”, pontuou.
Escolhida por Lula, principal-
mente, por seu desempenho na
pandemia à frente da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia
afirmou que o ministério está de-
senvolvendo um programa para
preparação e resposta a emer-
gências sanitárias, para que o
Brasil esteja preparado em caso
de outra pandemia.
A ministra rebateu críticas re-
correntes de que o Ministério da
Saúde não fez entregas no pri-
meiro semestre. “Aí eu comprovo
com dados que isso não é verda-
de”, ressaltou. “Não é uma ques-
tão de opinião, de gostar mais ou
de gostar menos, é um erro fac-
tual”, declarou. Ela já relançou o
Farmácia Popular, anunciou o
novo Mais Médicos, e o movi-
mento nacional pela vacinação.
Nísia citou o desafio de se reto-
mar o Plano Nacional de Imuni-
zações e alerta para o risco de re-
torno de doenças já erradicadas,
a exemplo da poliomielite. O sa-
rampo já está de volta.
Também destacou que uma
das prioridades de sua gestão é
fortalecer o complexo econômi-
co e industrial de saúde. A meta
estabelecida é para que, nos pró-
ximos dez anos, o Brasil tenha
70% de autonomia para produ-
ção de insumos, medicamentos e
equipamentos de saúde.
Sobre a crise nos planos de
saúde e o impacto causado no
Sistema Único de Saúde (SUS),
destacou que tem feito reuniões
com representantes do setor pa-
ra atenuar o problema.
A seguir, os principais trechos
da entrevista.
Valor: Uma das razões da insatis-
fação de parte dos deputados e sena-
dores com a senhora é a alegação de
que as emendas parlamentares esta-
riam sendo represadas no ministé-
rio, enquanto eles sofrem pressão
dos prefeitos em suas bases eleito-
rais. Como está o fluxo de liberação
desses recursos?
Nísia Trindade: Primeiro, uma
constatação. O Ministério da Saú-
de, desde a Emenda Constitucio-
nal 95, perdeu R$ 70 bilhões de
seu orçamento. Neste ano conse-
guimos recuperar um volume ex-
pressivo de recursos com a PEC da
Transição. Senão, pela lei orça-
mentária enviada pelo governo
anterior, teríamos cortes entre
50% e 60%, e a nossa conversa hoje
seria outra. Não haveria recursos
para Mais Médicos, para vacina-
ção, ou complexo industrial de
saúde. Teríamos que escolher
uma ou duas coisas para mitigar
uma situação terrível.
Valor: Mas há reclamação dos
parlamentares de que recursos do
extinto orçamento secreto seriam
repassados às prefeituras, que tam-
bém tiveram os orçamentos reduzi-
dos por causa da crise econômica.
Nísia: Os municípios foram mui-
to penalizados. Por força de lei, os
prefeitos arcam com 15% dos gas-
tos de saúde, mas têm arcado com
percentual muito maior em al-
guns casos porque houve desassis-
tência do governo anterior.
Valor: Mas as emendas estão
sendo pagas?
Nísia: Sobre as emendas indivi-
duais impositivas, nós já empe-
nhamos mais de 86% [dos recur-
sos] até junho, e isso é um ritmo
muito bom. Já em 2019, só pra
pegar o primeiro ano do governo
anterior, de janeiro a junho, não
houve nenhum empenho. Mas
havia também as emendas de re-
lator, e essa é a queixa maior.
“No ministério,
eu me vejo co-
mo parte de
uma equipe.
O todo tem
que ser mais
importante
que as partes”
Valor: Por que a maior reclama-
ção dos parlamentares envolve as
sobras do orçamento secreto?
Nísia: [Ocorre que] 50% das
emendas de relator ficaram para
os parlamentares para que eles
os destinassem para a saúde, e os
outros 50% [foram] para os mi-
nistérios, de forma discricioná-
ria. Na Saúde, esse montante foi
de R$ 3 bilhões. A principal quei-
xa [dos parlamentares] é em rela-
ção a esse valor.
Valor: Qual a reclamação deles
exatamente?
Nísia: Em parte eu entendo total-
mente os prefeitos e também os
parlamentares. O Supremo [Tribu-
nal Federal] definiu que esses re-
cursos não são mais emendas. A es-
ses R$ 3 bilhões não se aplica o con-
ceito de emenda porque é um valor
que o ministério deve alocar nas
suas ações programáticas. Saíram
duas portarias hoje [quinta-feira]
nesse sentido: são ações para a
atenção primária da saúde, e para a
atenção de média e alta complexi-
dade, como hospitais.
Valor: E como esses recursos
tramitam?
Nísia: Abrimos uma platafor-
ma para que os municípios apre-
sentem os projetos que se encai-
xem nessas duas linhas, e que
avaliamos tecnicamente. Esta-
mos em um momento novo.
Nem bem posso usar esse recurso
desconsiderando essa realidade
anterior, mas não é mais emenda
do ponto de vista formal.
Valor: Que realidade deve ser le-
vada em conta para a aplicação dos
recursos?
Nísia: Dado o empobrecimen-
to de muitos municípios, muitas
vezes a prefeitura depende desse
recurso, que estava na emenda
do relator, até para pagar a sua
folha de pessoal da unidade bási-
ca de saúde.
Valor: O dinheiro das emendas
virou recurso para custeio?
Nísia: E custeio de ações que
deveriam estar equacionadas na
rotina. Vamos ter que buscar fi-
nanceiramente esse equilíbrio
do ponto de vista da relação,
buscar aquelas ações que te-
nham maior beneficio para a
população. Temos de trabalhar
com o Congresso para melhorar
o entendimento, a relação e alo-
cação de recursos.
Valor: Desses R$ 3 bilhões das ex-
tintas emendas de relator, alguma
fatia já foi liberada?
Nísia: Havia saído uma porta-
ria em maio, que definiu os cri-
térios [para os projetos das pre-
feituras], com alocação de recur-
sos a partir da análise técnica.
Hoje saíram duas portarias re-
passando recursos, algo em tor-
no de R$ 600 milhões.
Valor: A liberação desses recur-
sos vai acalmar os parlamentares?
Nísia: O fundamental é que es-
ses recursos serão usados no SUS
[Sistema Único de Saúde], nosso
foco é esse. Tivemos que criar os
parâmetros, uma plataforma
[para cadastro dos projetos].
Queriam que usássemos a plata-
forma das emendas. Eu disse
que não, porque não são mais
emendas. A mediação do parla-
mentar [no trâmite dos recur-
sos] não tem problema, mas a
responsabilidade pela demanda
é do município e pela resposta é
do ministério.
Valor: A demora na liberação dos
recursos do antigo orçamento secre-
to foi o motivo para o Centrão pedir
o cargo da senhora?
Nísia: Isso não está claro. Pra
mim o que apareceu [sobre pedir
o cargo] foi na imprensa. Mani-
festações de insatisfação com es-
sa questão dos recursos, sim. O
presidente Lula me disse, e conti-
nua dizendo, que isso está circu-
lando na imprensa, mas em ne-
nhum momento ele falou que al-
guém pediu o cargo. Isso pode
ter acontecido em conversas com
lideranças parlamentares.
Valor: A senhora disse em entre-
vistas que seu perfil excessivamente
discreto, às vezes, pode atrapalhar.
A senhora vai mudar esse estilo?
Nísia: Elas [as assessoras] sem-
pre cobram que eu dê mais en-
trevistas. É um equilíbrio difícil
porque no ministério, eu me ve-
jo como parte de uma equipe. O
todo tem que ser mais impor-
tante que as partes. Até porque a
saúde não vai avançar se não
avançarem as outras pastas, se a
economia não avançar. Tenho
essa visão, gosto de me compor-
tar como parte de uma equipe.
Não é só um estilo pessoal.
Valor: Mas depois de se tornar al-
vo do Centrão, a senhora vai entrar
em campo e fazer mais articulação
política?
Nísia: Eu já faço, já atendi mais
de 280 parlamentares [em seis me-
ses]. O tempo todo estou receben-
do os parlamentares. Mas quero
fazer mais reuniões com as banca-
das estaduais. Fazer uma agenda
sistemática de conversas com os lí-
deres também é importante. Tam-
bém pedi ao presidente da Câmara
Arthur Lira (PP-AL), e ao do Sena-
do, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
engajamento maior das duas Ca-
sas no movimento nacional de va-
cinação. Também quero levar as
agendas da Saúde ao Congresso,
não só receber as legitimas de-
mandas [dos parlamentares].
Valor: Então a senhora se sente
segura no cargo?
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Nísia: “Em nenhum momento o presidente Lula falou que alguém pediu o cargo. Isso pode ter acontecido em conversas”
Nísia: Não perguntei ao presi-
dente se ele pensava em mudar
[o ministro da Saúde], nem pre-
cisei. Ele tem manifestado a sa-
tisfação dele com o desempenho
do Ministério da Saúde, com as
entregas feitas. Mas ele sempre
quer mais. Me pergunta quando
vou tratar disso, quando vou
cuidar da política das pessoas
com deficiência. Eu disse que es-
tamos com consulta pública e,
depois, vamos sistematizar e
lançar essa política. Depois ele
perguntou: e o cidadão que pro-
cura o especialista?
Valor: Tem novidade sobre o
Mais Especialistas?
Nísia: Passei parte da manhã de
hoje no encontro de entidades
médicas, e depois, com a Socieda-
de de Oftalmologia para discutir-
mos ações conjuntas para o SUS.
Precisamos melhorar o acesso às
cirurgias de catarata, que estão
no topo dos planos estaduais de
cirurgias.
Valor: Há muitos anos, discute-
se a necessidade de fortalecimento
de um complexo econômico e indus-
trial da saúde, mas a ideia sempre
fica pelo meio do caminho. O que a
senhora pretende fazer para fortale-
cer este plano?
Nísia Trindade: A primeira
questão é retomar essa agenda
como uma agenda estratégica
para o Brasil. O Ministério da
Saúde está fazendo de uma ma-
neira compartilhada como uma
agenda interministerial. Nós re-
tomamos o grupo do complexo
econômico industrial da saúde
com a coordenação do Ministé-
rio da Saúde também e do Mi-
nistério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio. No longo
prazo, vamos trabalhar inte-
grando laboratórios públicos,
laboratórios privados, a área de
vacinas, de medicamentos e
também de equipamentos mé-
dicos que, na experiência ante-
rior, foi até hoje onde menos
avançamos. A meta é termos em
dez anos a possibilidade de o
Brasil ter 70% de autonomia nes-
ses produtos. Isso é a meta.
Valor: É basicamente a produção
de insumos?
Nísia: É, medicamentos novos,
novas terapias e também equipa-
mentos. Nós vimos que houve
avanços em algumas áreas na
área pública como na área priva-
da. É muita coisa que estamos fa-
zendo, por exemplo, o trabalho
de diagnóstico de agenda com
todos esses atores.
Valor: O Brasil hoje está mais
preparado no caso de enfrentar-
mos uma nova pandemia? Mudou
alguma coisa?
Nísia: O Brasil conseguiu mo-
bilizar, apesar do negacionismo,
da falta de coordenação do Mi-
nistério da Saúde, apesar de tu-
do que aconteceu e se expressou
nesse número de mais de 700
mil mortes. Durante a pande-
mia, houve uma expansão da ca-
pacidade em alguns laborató-
rios públicos. Também em uni-
versidades que se direcionaram
para diferentes tipos de inova-
ção, a própria questão dos respi-
radores que foi algo sensível na
pandemia. Então, houve desen-
volvimentos nesse sentido. O
que nós vamos fazer aqui no Mi-
nistério da Saúde é construir um
programa para preparação e res-
posta à emergência sanitária e
isso é muito importante. Isso vai
envolver capacidade de mobili-
zar esses recursos que estão es-
palhados no país como orienta-
ção para uma situação de emer-
gência. Isso envolve também
pensar estratégias de rapida-
mente mobilizar leitos quando
isso se faz necessário. O Brasil
tem recursos para isso.
“No SUS, diz a
lei, você
precisa das
pactuações en-
tre os entes da
federação. Isso
não estava
acontecendo”
Valor: Esse programa emergen-
cial para crises já está pronto ou
ainda em desenvolvimento?
Nísia: Estamos desenvolvendo.
Nós criamos um centro de inteli-
gência para emergências na área
da Secretaria de Vigilância e Saú-
de. Mas vamos criar um progra-
ma mais amplo para isso, a exem-
plo do que outros países já estão
fazendo. O vírus continua a cir-
cular. Eles podem dizer que saí-
mos da situação pandêmica,
mas, sem dúvida, as vacinas fo-
ram fundamentais para essa me-
nor letalidade e gravidade.
Valor: O Brasil diminuiu a cober-
tura vacinal nos últimos anos. Co-
mo retomar os padrões elevados de
vacinação? Os municípios, que exe-
cutam a vacinação na ponta, recla-
mam da falta de recursos.
Nísia: Propomos um movi-
mento nacional pela vacinação.
Isso foi uma proposta que surgiu
quase que ao mesmo tempo no
Ministério da Saúde e no Conse-
lho Nacional de Secretários Esta-
duais de Saúde. A primeira coisa
que eu fiz foi retomar esse am-
biente de diálogo que estava in-
viabilizado no governo anterior.
No SUS, pela lei mesmo do SUS,
você precisa das pactuações en-
tre os entes da federação. Isso
não estava acontecendo. Muitas
portarias foram aprovadas sem
| Valor | A9
WENDERSON ARAUJO/VALOR
essa pactuação. Eu recuperei esse
ambiente. Eu acho que é um pon-
to importantíssimo, até para que
as ideias surjam de maneira con-
vergente, para você ter um am-
biente de construção de consen-
so e não simplesmente de valida-
ção de uma proposta que vem do
ministério. Por que um movi-
mento? Porque a ideia é que nós
não vamos ter uma resolução de
curto prazo. O movimento vai
ocorrer esse ano todo e vai conti-
nuar até nós recuperarmos as co-
berturas vacinais.
Valor: Corremos o risco de retor-
no de doenças já erradicadas?
Nísia: Corremos. Sarampo já
voltou. A gente tem que conter
para que não surjam novos ca-
sos. A poliomielite é uma amea-
ça clara porque a cobertura vaci-
nal é muito baixa. Nós tivemos
um caso recente no Peru. Então,
isso tudo nos coloca em estado
de alerta. Primeiro, o discurso
antivacina que já existe em mui-
tos países do mundo, tornou-se
muito agudo em relação à vaci-
nação para covid-19. Nós esta-
mos fazendo ações em todo o
Brasil e estamos fazendo com fo-
co para aprofundar progressiva-
mente em diferentes Estados
uma estratégia de planejamento
que nós estamos chamando de
microplanejamento.
Valor: E os recursos?
Nísia: Nós estamos com a dis-
tribuição das vacinas feitas de
maneira célere. Claro, que algu-
mas regiões podem ter um pou-
co mais demora, mas, para todos
os municípios, não há falta de
vacina. Isso é muito importante.
Quando nós assumimos o gover-
no, não havia planejamento.
Nós tivemos que recompor esto-
ques, inclusive, de poliomielite e
sarampo. Agora, fizemos a desti-
nação de R$ 150 milhões para
esse esforço de planejamento lo-
cal. Não há falta de recurso para
vacinação.
Valor: A senhora está dialogan-
do com as empresas de planos de
saúde, que enfrentam uma crise?
Nísia: Já tive diálogo muito po-
sitivo com o setor, porque eles
apontam problemas que são co-
muns à atenção diretamente
prestada pelo SUS, como a neces-
sidade de investir em prevenção,
de rever muitos procedimentos
que são solicitados desnecessa-
riamente. Temos possibilidade
de ações conjuntas nos processos
de judicialização da saúde, e há
uma questão importante relacio-
nada a fraudes.
Valor: A crise dos planos pode ter
impacto no SUS?
Nísia: Já houve uma migração
[de pacientes da rede privada pa-
ra o SUS]. Isso já vinha acontecen-
do. Não tenho os dados precisos,
mas existe essa migração pela
crise econômica, pelo empobre-
cimento da população.
A10 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Política
Entrar para
a política
deveria ter
um preço
Bruno Carazza
.
Judiciário Futuro corregedor-geral eleitoral foi um dos dois que votaram a favor do ex-presidente
Raul Araújo relatará outras 15 ações que
pedem a inelegibilidade de Bolsonaro
Isadora Peron
De Brasília
Um dos ministros que vota-
ram para absolver Jair Bolsonaro
(PL) no Tribunal Superior Eleito-
ral (TSE), Raul Araújo assume, em
novembro, a corregedoria-geral
da Justiça Eleitoral e, consequen-
temente, a relatoria de outras 15
ações que também pedem a ine-
legibilidade do ex-presidente.
O cargo hoje é ocupado pelo
ministro Benedito Gonçalves,
que fez um duro voto contra
Bolsonaro, acusando o ex-chefe
do Executivo de praticar, com os
reiterados ataques às urnas ele-
trônicas, “um perigoso flerte
com o golpismo”.
O posto de corregedor-geral
eleitoral é ocupado por um mi-
nistro do TSE oriundo do Supe-
rior Tribunal de Justiça (STJ). O
mandato de Benedito termina
em novembro, quando será subs-
tituído por Araújo.
Enquanto o primeiro atua ali-
‘É muito oneroso para a classe
política ficar ao lado de Bolsonaro’
Caio Sartori
Do Rio
Há mais de dez anos focada em
pesquisar a extrema direita, a an-
tropóloga Isabela Kalil, professora
da Fespsp, avalia que a decisão da
Justiça Eleitoral tende a descolar a
classe política do ex-presidente.
Os principais atores, observa, ca-
minham rumo à retomada da nor-
malidade institucional.
Valor: Como fica agora a base
bolsonarista?
Kalil: Bolsonaro foi capaz de jun-
tar diferentes segmentos da extre-
ma direita, da direita e até do centro.
Em 2018, teve apoio de segmentos
muito distintos. Acho bem pouco
provável que outra liderança consi-
ga isso. O mais provável em relação
ao futuro do bolsonarismo, com o
enfraquecimento institucional do
Bolsonaro, é que esses segmentos se
fragmentem, voltem a ser como
eram. Nenhum dos possíveis her-
deiros políticos do Bolsonaro, hoje,
tem essa capacidade de aglutinação.
Valor: Consegue vislumbrar co-
mo o movimento estará em 2026?
Kalil: 2026 está muito longe e a
inelegibilidade do Bolsonaro está
muito recente. É preciso observar
nos próximos meses as movimenta-
ções. Dá para ter algumas pistas
com as manifestações de apoio, co-
A
política oferece
incontáveis
benefícios para
aqueles que
conseguem
passar pelo apertado funil
eleitoral, em meio a dezenas de
partidos e a centenas ou
milhares de candidatos, em
pleitos realizados em Estados
muito grandes ou populosos,
que exigem campanhas
geralmente milionárias.
Uma vez eleitos, políticos
contam com uma estrutura de
pessoal que lhes permite
contratar dezenas de assessores,
além de verbas de gabinete para
cobrir despesas com passagens
aéreas, aluguel de veículos e
combustíveis, material gráfico e
impulsionamento de postagens
nas redes sociais.
A legislação também garante a
autoridades públicas foro
privilegiado, que na prática
funciona como uma proteção
judicial enquanto duram seus
mandatos. Entre as moedas de
troca de nosso presidencialismo
de coalizão, costumam também
ter controle sobre quantias
expressivas do orçamento
público, além do poder de
indicar apadrinhados para
ocupar cargos na administração
direta e estatais.
Ao longo do exercício de seus
THOMAS SANTOS/AP
Bolsonaro: mais 15 ações serão julgadas
nhado ao presidente do TSE, Ale-
xandre de Moraes, o segundo
costuma adotar posições diver-
gentes. No caso do julgamento
que deixou Bolsonaro inelegível
até 2030, Araújo foi o primeiro a
votar pela absolvição do ex-pre-
sidente. Ele foi seguido apenas
pelo ministro Kassio Nunes Mar-
ques, indicado por Bolsonaro pa-
ARQUIVO PRÓPRIO
Kalil: é o momento de pensar em 2024
mo a Michelle Bolsonaro colocan-
do-se à disposição. Uma coisa que
dá para fazer é pensar em 2024. O
bolsonarismo tem feito um movi-
mento de interiorização. Do ponto
de vista de uma política mais local,
podemos ter um bolsonarismo com
a identidade que conhecemos, mais
parecida com a de Bolsonaro. Já os
herdeiros na política nacional ten-
dem a performar um bolsonarismo
de baixa intensidade. Isso não signi-
fica que seja menos de extrema di-
reita ou menos perigoso: pode ser
moderado na forma, mas não tão
moderado na operação.
Valor: Devemos ver uma oposi-
mandatos, parlamentares
frequentemente deliberam sobre
assuntos que envolvem
interesses vultosos, como regras
tributárias, regulações para os
mais variados setores, benefícios
creditícios e autorizações para
empreendimentos privados e
operações financeiras.
Nas últimas décadas, uma
sucessão de escândalos de
corrupção expôs o potencial de
enriquecimento ilícito de
políticos por meio do exercício
distorcido desses poderes em
benefício próprio.
Caixa dois de campanha, tráfico
de influência, superfaturamento
de obras e compras públicas,
nepotismo, “rachadinhas” e o
recebimento de subornos e
propinas permeiam dezenas de
casos, de PC Farias de Collor a
Fabrício Queiroz do clã Bolsonaro,
passando por privatizações
suspeitas de FHC, o mensalão e o
petrolão de Lula e Dilma e o
“Joesley Day” de Michel Temer. Já
no Congresso são incontáveis os
desvios envolvendo
parlamentares, como os anões do
Orçamento, os sanguessugas e a
máfia das ambulâncias e a farra do
orçamento secreto.
Embora tenhamos feito
inegáveis avanços nas últimas
décadas com legislações
promovendo maior transparência
ra ocupar uma cadeira no Supre-
mo Tribunal Federal (STF).
Procurado por meio da asses-
soria do TSE, Araújo não comen-
tou o assunto até o fechamento
desta edição.
Na sexta-feira (30 de junho),
por um placar de 5 a 2, o TSE deci-
diu condenar Bolsonaro por abu-
so de poder político e uso indevi-
do dos meios de comunicação
por uma reunião realizada em
julho do ano passado, no Palácio
da Alvorada, com embaixadores
estrangeiros. Na ocasião, ele di-
vulgou falsas suspeitas sobre as
urnas eletrônicas.
Araújo, no entanto, considerou
que a fala do então presidente na-
quele evento não teve o condão de
desequilibrar o processo eleitoral
e, por isso, ele não precisaria ser
punido. Em seu voto, ele reconhe-
ceu que Bolsonaro se “excedeu” no
discurso, mas disse que o ex-presi-
dente não conseguiu deslegitimar
as urnas eletrônicas, o que dimi-
nuiria a gravidade dos seus atos.
ção mais normal ao governo Lula?
Kalil: A decisão de inelegibilidade
do Bolsonaro afeta a extrema direita
como um todo, porque coloca mais
freio e constrangimento para quem
quer atacar as instituições. Não sig-
nifica que a extrema direita vai aca-
bar, mas talvez demore um tempo
para se reorganizar. Nos últimos
anos, vimos políticos de extrema di-
reita confortáveis em expressar po-
sições antidemocráticas.
Valor: Lula esteve com um possí-
vel adversário em 2026, Eduardo
Leite, no dia do julgamento. Simbo-
liza uma volta à normalidade?
Kalil: É interessante esse encontro
e também, de certa forma, o fato de
Lula ter ignorado o julgamento do
Bolsonaro. É uma posição acertada
no sentido de tentar restabelecer a
normalidade da política, algo que
deve ser feito por quase todos os
atores, com exceção de políticos que
se posicionam de forma clara na ex-
trema direita. Mesmo quando Tarcí-
sio de Freitas demonstra um relativo
apoio a Bolsonaro, não está fazendo
ataque ao resultado, ao TSE. Nesse
ponto, Bolsonaro ficou sozinho.
Uma coisa é lamentar a sentença,
outra é dizer que foi injusta, que é
perseguição. Antes, ganhava-se poli-
ticamente de estar perto de Bolso-
naro. Agora, é muito oneroso para a
classe política ficar ao lado dele. Ve-
jo isso até para a Michelle.
no processo eleitoral e no sistema
orçamentário, a criação de órgãos
como o Coaf e a CGU e a
aprovação de uma Lei
Anticorrupção (Lei n o 12.486) que
está prestes a completar dez anos,
os retrocessos ocorridos após a
Operação Lava-Jato são evidentes.
Na reação do sistema político
àquela que no auge foi chamada
de maior ação contra a corrupção
do mundo, decisões do Supremo
Tribunal Federal e normas
aprovadas pelo Congresso
Nacional fizeram o Brasil
regredir algumas casas na busca
por um ambiente institucional
menos propenso a desvios de
recursos públicos.
A decisão do STF de retirar da
Justiça comum a competência
para julgar crimes de caixa dois
e lavagem de dinheiro
praticados durante campanhas
gerou uma avalanche de
anulações e prescrições. No
âmbito legislativo, a Lei de
Improbidade Administrativa foi
completamente desvirtuada,
tornando a impunidade
praticamente a regra quando se
refere ao mau uso do dinheiro
público.
A recente aprovação, na
Câmara dos Deputados, do PL n o
2.720/2023 representa um novo
ataque proferido por aqueles
interessados em eliminar
Ciente da diferença de posicio-
namentos entre Benedito e Araú-
jo, o presidente do TSE fez ques-
tão de pautar, ainda neste pri-
meiro semestre, a ação de investi-
gação judicial eleitoral (Aije)
movida pelo PDT, que era a mais
adiantada para sacramentar a
inelegibilidade de Bolsonaro.
A expectativa é que, sob o co-
mando do novo corregedor, a
tramitação das outras 15 ações
caminhe em um ritmo mais len-
to. Não se descarta, porém, que
Benedito libere alguma ação an-
tes de deixar o cargo, em novem-
bro. Os processos, contudo, ain-
da estão em um estágio mais ini-
cial e, por ora, não há previsão de
quando estarão prontas para se-
rem analisadas pelo plenário.
Apesar de a pena por inelegibili-
dade não ser cumulativa, o ex-pre-
sidente pode sofrer outras san-
ções, como multas. Há ainda alia-
dos de Bolsonaro que também são
alvos dos processos, como a depu-
tada Carla Zambelli (PL-SP), e que
‘Bolsonarismo já levou dois golpes
neste ano’, diz cientista político
Lucas Ferraz
De São Paulo
Para o cientista político José
Álvaro Moisés, professor sênior
do Instituto de Estudos Avança-
dos (IEA) da Universidade de São
Paulo (USP), a condenação de
Jair Bolsonaro (PL) na Justiça
Eleitoral é um “indicativo”, ape-
sar das fragilidades, de que a “de-
mocracia está funcionando”.
Moisés conta ter se surpreen-
dido, ao longo do processo nas
últimas semanas, com a falta de
manifestação ou atos de políti-
cos bolsonaristas em apoio ao
ex-presidente. O bolsonarismo,
afirmou ao Valor, terá um dile-
ma a enfrentar com a decisão.
A seguir os principais pontos
da entrevista:
Valor: O senhor se surpreendeu
ou era o que se esperava do TSE?
José Álvaro Moisés: Era o que
se esperava. Imaginava que um
dos apoiadores de Bolsonaro [no
TSE] pediria vista para prolongar
o processo. Não aconteceu talvez
porque eles perceberam que se-
ria frágil prolongar mais. E a fun-
damentação do voto do relator
foi precisa e cuidadosa.
Valor: Bolsonaro reagiu com vi-
rulência, dizendo-se perseguido po-
lítico. A vitimização continuará a
amarras e controles contra a
corrupção. De autoria da
deputada Dani Cunha, filha do
deputado cassado Eduardo
Cunha, que dispensa
apresentações, a proposta vai na
contramão das boas práticas
internacionais e das evidências
científicas.
Num estudo realizado em
2009 pelos economistas Simeon
Djankov, Rafael La Porta e
colegas, ficou demonstrado que,
numa amostra de 175 países, há
uma forte correlação negativa
entre normas que determinam a
divulgação de informações
relativas a pessoas politicamente
expostas, seus ativos financeiros
e participações societárias e a
percepção de corrupção na
sociedade.
A ideia central do projeto de
Dani Cunha é tipificar como
crime de discriminação os
procedimentos realizados por
instituições financeiras para
reduzir riscos de envolvimento
em práticas de lavagem de
dinheiro em operações
realizadas por autoridades
públicas (definidas nos acordos
internacionais como “pessoas
politicamente expostas”) e seus
parentes próximos.
Nas últimas décadas,
organismos e fóruns
multilaterais têm proposto o
podem ser punidos. Em pelo me-
nos uma das ações, os filhos dos ex-
presidente também figuram como
investigados: o deputado Eduardo
Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flá-
vio Bolsonaro (PL-RJ).
No caso da ação que já foi jul-
gada pelo TSE, por exemplo, os
ministros pouparam o candidato
a vice na chapa, Walter Braga Net-
to, por entenderem que ele não
teve participação direta na orga-
nização do encontro com os di-
plomatas estrangeiros. O militar
da reserva, no entanto, pode vir a
ser punido em uma outra ação.
Das 15 ações, nove foram mo-
vidas pelo PT. O PDT, autor da Ai-
je que deixou Bolsonaro inelegí-
vel, apresentou outras quatro
ações durante a campanha. A se-
nadora Soraya Thronicke, que foi
candidata à Presidência pelo
União Brasil, moveu duas.
Das ações em tramitação, duas
são consideradas maisrobustas,am-
bas apresentadas pela coligação do
agora presidente Luiz Inácio Lula da
SILVIA ZAMBONI/VALOR — 24/11/2021
Moisés vê dilema no bolsonarismo
ser parte do discurso dele?
Moisés: Vai depender. Uma
coisa surpreendente é que não
houve muito apoio a Bolsonaro.
Houve algo nas redes sociais,
mas muito limitado. Não houve
manifestação. Mesmo no TSE,
não havia nenhum político lá em
apoio a ele. Bolsonaro e uma par-
te de seus aliados já tinham in-
corporado a condenação.
Valor: Muitos aliados tentaram
se descolar, como fez o senador Ciro
Nogueira (PP-PI) ao depor no pro-
cesso do TSE.
Moisés: Durante os anos de
Bolsonaro tivemos muito abuso
endurecimento de regras de
transparência, de intercâmbio de
informações e de controle de
fluxos para aumentar os custos e
as dificuldades para que políticos
utilizem o sistema financeiro
para transferir os frutos de atos
ilícitos praticados durante o
exercício de sua função pública,
utilizando muitas vezes
familiares e assessores próximos.
Denúncias recentes apuradas
pela imprensa, como o caso da
fortuna acumulada pelo
ministro Alexandre Silveira e não
informada ao Tribunal Superior
Eleitoral, ou que emergem de
investigações oficiais
semelhantes à do braço-direito
do presidente da Câmara Arthur
Lira, revelam como deveríamos
aprimorar, e não afrouxar as
regras de controle.
A classe política brasileira
precisa entender que para o
exercício de função pública há
um preço a se pagar: e ele deveria
ser a máxima transparência
sobre suas fontes de rendas e
negócios.
Bruno Carazza é professor associado da
Fundação Dom Cabral e autor de
“Dinheiro, Eleições e Poder: as
engrenagens do sistema político
brasileiro” (Companhia das Letras)”.
Escreve às segundas-feiras
E-mail bruno.carazza@gmail.com
Silva. Uma delas acusa Bolsonaro de
utilizar um “ecossistema de desin-
formação”naseleiçõesde2022,com
apoio de seus filhos, parlamentares
e outros apoiadores.
A outra trata da aprovação de
um “pacote de bondades” que
permitiu ao governo Bolsonaro
pagar uma série de benefícios fi-
nanceiros poucos meses antes da
eleição, inclusive antecipando a
transferência do Auxílio-Brasil.
A realização de atos de campa-
nha por Bolsonaro dentro dos
palácios do Planalto e da Alvora-
da, assim como a transmissão de
“lives” desses locais, também fo-
ram questionados no TSE.
A transformação das celebra-
ções do 7 de setembro do ano pas-
sado em uma agenda eleitoral
também entrou na mira da Justiça
Eleitoral, assim como o discurso
que Bolsonaro fez durante Assem-
bleia-Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) e a viagem
do então presidente ao funeral da
rainha Elizabeth, em Londres.
de poder. Nesse caso [a reunião
com embaixador para atacar o
sistema eleitoral], houve respos-
ta do Judiciário. Quando há abu-
so por parte do presidente, e
quando há previsto uma medida
judiciária que contenha isso, co-
mo aconteceu, é um indicativo
de que, apesar de tudo, a demo-
cracia está funcionando.
Valor: Já se pode falar, com a de-
cisão, no surgimento de um novo ti-
po de bolsonarismo?
Moisés: É cedo. Ele teve uma
votação expressiva em 2022 e
ainda tem uma liderança impor-
tante. Mas o bolsonarismo to-
mou dois grandes golpes neste
ano. Primeiro, a reação contun-
dente da sociedade e da política
ao 8 de janeiro. Aquilo que era
um projeto bolsonarista que foi
contido. Agora tivemos um se-
gundo. Diante do abuso de po-
der do líder, houve contenção. O
bolsonarismo vai ter que se de-
bater com isso. Os líderes que es-
tão sendo sugeridos como subs-
titutos não têm o perfil dele, são
mais moderados, caso do gover-
nador de São Paulo [Tarcísio de
Freitas]. O dilema do bolsonaris-
mo vai ser como permanecer
com aquele conteúdo da extre-
ma direita e ao mesmo tempo
dialogar com setores que não
aceitam a radicalização.
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A12 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Política

Judiciário Nos próximos oito anos, o Brasil tem a chance de baixar a temperatura da política

A responsabilidade de Lula no pós-bolsonarismo

Análise
Maria Cristina Fernandes
São Paulo
Pode ter sido coincidência,
mas o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva escolheu o dia em que o
Tribunal Superior Eleitoral deter-
minou a inelegibilidade do ex-
presidente Jair Bolsonaro para vi-
sitar o governador do Rio Grande
do Sul, Eduardo Leite.
Sugere mais do que uma tenta-
tiva de se desvencilhar do desfe-
cho e circunscrevê-lo a um fato
do Judiciário, como mais tarde
diria. Ali parecia estar um ideal
de futuro. Um presidente da Re-
pública, acompanhado da pri-
meira-dama, Janja da Silva, sen-
do recebido pelo principal go-
vernador do PSDB, acompanha-
do de seu marido, Thalis Bolzan.
É como se o Brasil pudesse entrar
numa máquina do tempo e vol-
tar à era da polarização, agora
entre o PT e um PSDB democráti-
co e moderno.
Só que não. O PSDB elegeu três
governadores — além de Leite, Ra-
quel Lyra (PE) e Eduardo Riedel
(MS) —, mas de tão espremido pelo
bolsonarismo, nem candidato à
Presidência da República conse-
guiu ter em 2022. A repetir o vexa-
me de 2018, quando o atual vice-
presidente Geraldo Alckmin não
chegou a 5% dos votos, preferiu in-
dicar a senadora Mara Gabrilli (SP)
para vice da então senadora do
MDB, hoje ministra do Planeja-
mento, Simone Tebet, para obter
uma votação ainda menor.
A inelegibilidade do ex-presi-
dente não ressuscitará, subita-
mente, a centro-direita democráti-
ca do país, mas a sobrevida da for-
ça eleitoral do bolsonarismo hoje é
mais fruto do desejo do entorno
ainda desnorteado do ex-presi-
dente do que uma perspectiva real.
Se a base do bolsonarismo radical
encontra-se cercada em seus extre-
mismos golpistas pela ação do Ju-
diciário, a base política que susten-
tou seus quatro anos no Congresso
está, paulatinamente, sendo atraí-
da pela força da gravidade do go-
vernismo, vide a celeridade com
que tramitam arcabouço fiscal e
reforma tributária.
Ainda restam outras
15 ações contra o
ex-presidente no
TSE a reforçar a
inelegibilidade
Com o ex-presidente, a extrema-
direita teve seu único sucesso elei-
toral. A direita e uma parte do cen-
tro pegaram carona no rabo do fo-
guete. Se o fôlego do bolsonarismo
parece curto para dar tração ao
campo político que reuniu ao lon-
go dos quatro anos, também se
mostra duvidoso para guardar a
vaga de um retorno em 2030,
quando Bolsonaro terá 75 anos,
dois a menos do que Lula hoje.
Durante seu voto, o presidente
do Tribunal Superior Eleitoral, Ale-
xandre de Moraes, deu uma pista
dos empecilhos a serem enfrenta-
dos pela arca dos bolsonaristas.
Depois de fazer oito sucessivas
menções à palavra “mentira” para
se referir ao discurso de Bolsonaro
no ato com os embaixadores no
Palácio do Alvorada, que levou à
sua inelegibilidade, Moraes dei-
xou um recado sobre a trinca de
penalidades que incidiriam sobre
seu comportamento na campa-
nha: cassação do registro da candi-
datura, inelegibilidade e prisão.
Referia-se aos dois acórdãos do
TSE de 28 de outubro de 2021. Do
primeiro, Bolsonaro escapou. Ne-
nhum dos supostos crimes eleito-
rais que motivaram as 16 ações de
investigação judicial eleitoral foi
julgado durante a campanha, a
despeito das infrações patentes,
como o aumento no valor do Bolsa
Família para além do período ve-
dado pela Justiça Eleitoral.
Optou-se por aguardar a mani-
festação do eleitor, pelo déficit de
legitimidade óbvio que uma deci-
são de sete votos tem sobre 47 mi-
lhões de pessoas que acabaram
por optar por Bolsonaro em outu-
bro do ano passado.
Ainda restam outras 15 ações
contra o ex-presidente no TSE a re-
forçar a inelegibilidade. E falta,
ainda, o terceiro desfecho, o da pri-
são, que não é tarefa daquele tribu-
nal, mas, sim do outro, o Supremo
Tribunal Federal, que Moraes inte-
gra como relator do inquérito dos
atos antidemocráticos.
Se o julgamento do comporta-
mento de Bolsonaro como candi-
dato foi conduzido com uma lupa
sobre os riscos de vitimizá-lo, mais
ainda o é a condução do inquérito
que pode levá-lo à prisão. Além de
Moraes, a ministra Cármen Lúcia
sinalizou, muito sutilmente, no
julgamento, como os processos
criminais pelos quais o ex-presi-
dente responde podem mantê-lo
longe das urnas para além do pra-
zo de oito anos de inelegibilidade.
Foi quando fez referência ao ad-
vogado Sepúlveda Pertence, morto
nesse domingo, aos 85 anos. Ele
era presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral pela segunda vez, em
2004, quando o fazendeiro Anté-
rio Mânica foi eleito prefeito de
Unaí (MG). Pesava contra si a mor-
te de três fiscais do trabalho e um
motorista no início daquele ano,
no que ficou conhecida como a
“Chacina de Unaí”. Ele estava na ca-
deia quando foi preso.
“Foi eleito, será diplomado e
empossado”, disse Pertence. Sua
condenação, por júri popular, só se
daria 12 anos depois quando Mâ-
nica já tinha exercido dois manda-
tos como prefeito. Em 2015, rece-
beu do júri a pena de 100 anos de
prisão. O caso mobilizou a socie-
dade para o recolhimento de mais
de 1,5 milhão de assinaturas e
apresentação do projeto de lei de
iniciativa popular da Ficha Limpa.
Cármen Lúcia o citou como exem-
plo de como a Corte não tinha por
tradição se afastar do cumprimen-
to do direito e como menção ocul-
ta ao que ainda está por vir.
“A resposta
deste tribunal
confirmará nossa
fé na democracia”
Alexandre de Moraes
A contenção da extrema direita,
porém, será tanto mais eficaz — e
legítima — quanto for operada pe-
la política. A contundência de Ale-
xandre de Moraes, sugere que o Ju-
diciário continuará embandeira-
do na defesa da democracia (“A
resposta que este tribunal dará a
esta questão confirmará nossa fé
na democracia e no estado de di-
reito, repulsa ao populismo renas-
cido dos discursos de ódio, antide-
mocráticos que propagam desin-
formação por milicianos digitais
em todo mundo”) na condução do
inquérito do STF. Mas a tarefa prin-
cipal cabe à direita democrática e
àqueles que hoje estão no poder.
E Lula? Comete, no tema, os
mesmos deslizes a 40 anos como o
fez ao relativizar o conceito de de-
mocracia na Venezuela. Fora do
teatro da política ninguém leva a
sério o descompromisso de Lula
com a democracia, ainda mais de-
pois de ele ter sido o único a se
apresentar em condições de salvá-
la em 2022. Não parece muito cla-
ro, porém, o que o presidente ga-
nha com isso. Bem mais evidente é
o que perde. Se não duela mais
com Bolsonaro, visto que ele está
fora do jogo, pode dar munição
para quem faz carreira na política
no antilulismo.
É verdade que as chances de Lu-
la amealhar uma fatia do bolsona-
rismo dependem, primordialmen-
te, do seu governo. É a partir dele
que pode atrair até a centro-direita
que esteve com Bolsonaro. Mas, a
partir de agora, e por oito anos, o
Brasil tem chance de baixar a tem-
peratura da política e devolvê-la à
mediação transparente, democrá-
tica e serena do conflito de interes-
ses. E o exemplo maior, para isso, é
de quem está no poder.

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1 DE AGOSTO Assista ao evento a partir do

dia 2 de agosto nas redes sociais

ÀS 18H30

Realização: Apoio:

Política
São Paulo Eventual lançamento do governador à Presidência como
sucessor de Bolsonaro passa pela vitória na capital paulista em 2024
Eleição paulistana é teste para
candidatura de Tarcísio em 2026
Cristiane Agostine
De São Paulo
A disputa pela Prefeitura de
São Paulo no próximo ano é vista
por bolsonaristas como um teste
para a eventual candidatura do
governador do Estado, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), à Presi-
dência em 2026. Com a impossi-
bilidade de Jair Bolsonaro (PL)
concorrer na próxima eleição
presidencial, Tarcísio tem sido co-
tado como um dos principais no-
mes para representar a direita nas
urnas, em busca do espólio elei-
toral do ex-presidente. No entan-
to, aliados de Bolsonaro avaliam
que a vitória do candidato apoia-
do pelo governador na capital
paulista é fundamental para for-
talecer Tarcísio no Estado e viabi-
lizá-lo nacionalmente.
Tarcísio ainda não anunciou
quem será seu candidato na dis-
puta paulistana, mas as negocia-
ções para apoiar a reeleição do
prefeito da capital, Ricardo Nunes
(MDB), têm avançado, inclusive
em conversas com Bolsonaro.
O principal opositor de Nunes
deve ser o líder do Psol na Câma-
ra, Guilherme Boulos, lançado
em 2022 pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva com o apoio
do PT. Com isso, a disputa na ca-
pital deve ser polarizada entre o
candidato de Lula e o de Bolsona-
ro. A eventual vitória de Boulos
na maior cidade do país, com
mais de 9,3 milhões de eleitores
(26,8% do Estado), deve atingir a
candidatura de Tarcísio à Presi-
dência, que poderá perder força
e se inviabilizar para 2026.
No caso de derrota em São Pau-
lo, lideranças políticas mais próxi-
mas de Bolsonaro avaliam apoiar
outros nomes para 2026, como o
governador de Minas Gerais, Ro-
meu Zema (Novo), ou o do Paraná,
Ratinho Júnior (PSD) — a depender
do resultado eleitoral nesses Esta-
dos na eleição do próximo ano.
Psol mira aliança com Lula em SP e
‘avenida’ à esquerda no Rio em 2024
Fabio Murakawa
De Brasília
O Psol aposta suas fichas em São
Paulo e no Rio para consolidar o
crescimento do partido nas elei-
ções municipais do ano que vem.
Na capital paulista, a legenda luta
para manter de pé um acordo cos-
turado em 2022 com o PT para que
o partido do presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva apoie o deputado
federal Guilherme Boulos em
2024. Já no Rio, o partido vislum-
bra a possibilidade de encabeçar
uma candidatura de esquerda
contra o prefeito Eduardo Paes
(PSD), que deve ter o apoio do PT.
Em entrevista ao Valor, o pre-
sidente nacional da legenda, Ju-
liano Medeiros, afirma que, em-
bora o Psol tenha votado contra
o arcabouço fiscal e não almeje
cargos na Esplanada, o partido é
“definitivamente governo”. Ele
destaca a boa relação com a cú-
pula petista e diz que o deputa-
do federal Jilmar Tatto (PT-SP) é o
único obstáculo hoje para que o
acordo seja cumprido.
No ano passado, Boulos abriu
mão de sua candidatura ao Ban-
deirantes em troca do apoio do PT
a ele na disputa pela prefeitura da
capital. O acordo foi costurado
com a presidente nacional do PT,
Gleisi Hoffmann e o hoje ministro
do Trabalho, Luiz Marinho, então
presidente do diretório estadual
petista, com o aval de Lula.
Entretanto, Tatto e seu grupo
político vêm insistindo na neces-
sidade de o PT ter uma candida-
tura própria, dizendo-se preocu-
pado com os possíveis prejuízos
que o apoio ao deputado do Psol
traria aos candidatos a vereador
do partido na capital paulista e
Tarcísio: eventual derrota do bolsonarismo na capital pode inviabilizar candidatura presidencial do governador
Tarcísio tem evitado falar so-
bre uma eventual candidatura
presidencial em 2026. Na sexta-
feira (30), foi um dos primeiros
aliados de Bolsonaro a prestar
solidariedade publicamente ao
ex-presidente, depois da decisão
do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) de condenar Bolsonaro pe-
los crimes de abuso de poder po-
lítico e uso indevido de meios de
comunicação. Tarcísio disse que
a liderança de Bolsonaro na di-
reita é “inquestionável” e “perdu-
ra”, mesmo com a inelegibilida-
de do ex-presidente até 2030.
A avaliação de aliados do go-
vernador é que não há motivo
para antecipar a disputa e, a prin-
cípio, ele deve concorrer à reelei-
ção no Estado. Com a cautela,
Tarcísio busca fortalecer a rela-
ção com bolsonaristas e evitar
um desgaste como o enfrentado
pelo ex-tucano João Doria, que
começou a construir sua candi-
MYKE SENA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Boulos fechou acordo em 2022
na Grande São Paulo.
“[O rechaço ao acordo] está to-
talmente concentrado no Tatto, é
um negócio que está ali centrado
nesse setor do PT. O resto está todo
mundo conversado”, disse Medei-
ros. “Vai ter dor de cabeça, vai ter
muito arranhão, normal que te-
nha, mas a nossa ideia é até meio
do semestre que vem formalizar a
aliança com o PT.”
Medeiros acredita que o atual
prefeito, Ricardo Nunes (MDB), es-
tará no segundo turno. E que, em-
bora tenha apoio formal do ex-
presidente Jair Bolsonaro (PL), po-
derá ter a candidatura desidratada
por um bolsonarista raiz. Ele afir-
ma ainda ter recebido sinais do
PDT em apoio a Boulos caso o
apresentador José Luiz Datena, re-
centemente filiado à legenda, de-
cida não concorrer.
Medeiros admite a possibilida-
de de recorrer a Lula, caso haja di-
ficuldades em concretizar o acor-
do fechado em 2022. Mas acredi-
tar que isso “não será preciso”.
Ao Valor, Tatto diz que a aliança
com o Psol não está pacificada no
datura presidencial assim que as-
sumiu a gestão paulista.
As conversas entre Tarcísio, Bol-
sonaro e Nunes se intensificaram
nas últimas semanas. Desde maio,
o ex-presidente e o prefeito tiveram
ao menos três encontros na capital
para discutir 2024. O marqueteiro
Duda Lima, responsável pela cam-
panha de Bolsonaro em 2022 e que
foi contratado pelo prefeito no co-
meço do ano para a pré-campanha
à reeleição, tem ajudado nessa
aproximação. Outro interlocutor é
Fabio Wajngarten, ex-secretário es-
pecial de Comunicação Social do
governo Bolsonaro e um dos cota-
dos para a vice de Nunes.
O prefeito costura nacional-
mente um arco de alianças, com
o MDB (seu partido), PSDB, Repu-
blicanos, PL, PP e União Brasil.
Um sinal do avanço dessas ne-
gociações entre Nunes e Bolsonaro
foi a “fritura” da pré-candidatura
do deputado federal Ricardo Salles
PT paulistano. E comparou Medei-
ros a um personagem de ficcção.
“Eu acho que o Juliano está no
país do Alice do País das Maravi-
lhas. Está achando que está tudo
bem, mas não está tudo bem. Por-
que eu converso com a base de PT,
com os diretórios, com os filiados,
com os vereadores, com os depu-
tados, com os deputados do PT.
Eles estão muito bravos”, disse. “Eu
estou muito incomodado com o
comportamento do Psol.”
Tatto afirma estar preocupado
com a possibilidade de o PT, fora
da cabeça de chapa para a prefei-
tura paulistana, ver minguar sua
base de vereadores na cidade e na
região metropolitana, uma vez
que a propaganda eleitoral da ca-
pital é transmitida para toda a
Grande São Paulo.
“O pessoal está acostumado a
defender o 13, com o Psol vai ser o
50. Então tem essa preocupação
na região metropolitana.”
Ele disse, no entanto, que “o
problema estará resolvido de uma
vez” caso Boulos se filie ao PT.
“Isso, inclusive, deixaria o presi-
dente Lula mais à vontade”, diz.
“Na medida que o Boulos vem pro
PT, é o partido do presidente.”
Gleisi, por sua vez, reconhece a
preocupação com as candidaturas
a vereador da legenda como algo
que “precisa ser trabalhado”. Ela,
porém, reafirma o acordo com o
Psol, que foi feito “no calor da
campanha” de 2022, em um mo-
mento em que “era importante ter
uma unidade do nosso campo”.
“Isso [acordo] não foi questio-
nado na época. Até porque todo
mundo queria que acontecesse.
Então ninguém questionou, nin-
guém da nossa base, nenhum diri-
gente”, diz. “Todo mundo enten-
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
MÔNICA ANDRADE/GOVERNO DO ESTADO DE SP
(PL), ex-ministro de Bolsonaro. Sal-
les lançou-se em março, com apoio
de deputados bolsonaristas do Es-
tado, mas não teve o endosso do
PL. No começo de junho, desistiu,
depois de acenos de bolsonaristas
a Nunes e críticas do PL-SP. O parti-
do participa da gestão municipal.
Com um caixa recheado, com
cerca de R$ 36 bilhões, e investi-
mentos de R$ 14 bilhões previstos
para 2024, o prefeito tem atraído
até parlamentares da oposição. Na
Câmara Municipal, Nunes tem
aprovado os principais projetos do
Executivo. Na polêmica revisão do
Plano Diretor Estratégico, que é al-
vo de críticas de urbanistas e enti-
dades, o prefeito aprovou a pro-
posta com folga e recebeu o apoio
de cinco dos oito vereadores do PT.
Nunes aposta na divisão da esquer-
da, com desavenças entre PT e Psol,
para sefortalecer. Vereadorespetis-
tas que contestam a aliança com
Boulos têm votado com a gestão.
deu que isso era razoável e que era
possível acontecer. Até pelo de-
sempenho do Boulos para a pre-
feitura e da ausência de uma can-
didatura natural do PT à prefeitu-
ra de São Paulo.”
Sobre a possibilidade de Boulos
se filiar ao PT, Gleisi diz que ele “se-
ria muito bem recebido”. Mas in-
dica que não forçará a saída do de-
putado de uma legenda aliada.
“É óbvio que gostaríamos muito
de ter o Boulos no PT, um grande
quadro político, uma pessoa que a
gente tem muito respeito”, diz.
“Mas nós temos que respeitar a fi-
liação dele. Respeitar o processo
de construção política dele. Não
podemos exigir isso.”
No Rio, o Psol teve uma grande
baixa no Rio com a saída do ex-de-
putado Marcelo Freixo, atual pre-
sidente da Embratur, para o PT.
Mas acredita que o partido possa
aglutinar a esquerda, caso o pre-
feito Eduardo Paes (PSD), que tem
uma aliança costurada com o PT,
insista na ideia de colocar seu se-
cretário da Fazenda, o deputado li-
cenciado Pedro Paulo (PSD-RJ), co-
mo vice em sua chapa à reeleição.
“Se o PT, o PCdoB, se a turma for
mesmo com o Eduardo Paes como
tudo indica, vai abrir uma avenida
para a esquerda de novo”, disse.
“Se o Eduardo Paes botar o Pedro
Paulo de vice, por que alguém vai
apoiar o Eduardo Paes? [...] O Paes
ainda é um cara que fala com a es-
querda. O Pedro Paulo nem isso.
Então, se o Eduardo Paes levar isso
às últimas consequências, pode
ser que o Psol seja um polo de rea-
glutinação.”
Nesse caso, diz ele, o Psol pode
apostar na candidatura do depu-
tado federal Tarcísio Motta ou na
deputada estadual Renata Souza.
| Valor | A13
COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A.
Companhia Aberta – Registro CVM nº 02680-8
CNPJ nº 04.368.898/0001-06
NIRE 41300019282
EDITAL DE 2ª (SEGUNDA) CONVOCAÇÃO
DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS
DA 4ª (QUARTA) EMISSÃO DE DEBÊNTURES SIMPLES,
NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES,
DA ESPÉCIE QUIROGRAFÁRIA,
COM GARANTIA ADICIONAL FIDEJUSSÓRIA,
EM SÉRIE ÚNICA, PARA DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA,
COM ESFORÇOS RESTRITOS, DA COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A.
Ficam convocados os senhores titulares das debêntures em circulação (em conjunto, “De-
benturistas”) da 4ª (quarta) emissão de debêntures simples não conversíveis em ações,
da espécie quirografária, com garantia adicional fidejussória, em série única, da Copel
Distribuição S.A. (“Emissão”, “Debêntures” e “Companhia”, respectivamente), emitidas
nos termos da “Escritura Particular da 4ª (quarta) Emissão de Debêntures Simples, não
Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, com Garantia Adicional Fidejussória, em
Série Única, para Distribuição Pública, com Esforços Restritos, da Copel Distribuição S.A.”,
celebrada em 24 de setembro de 2018, entre a Companhia e a Pentágono S.A. Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários (“Escritura de Emissão” e “Agente Fiduciário”, respecti-
vamente) para se reunirem em segunda convocação, no dia 10 de julho de 2023, às 17:00
horas, em Assembleia Geral de Debenturistas (“AGD”), a ser realizada de modo exclusi-
vamente digital, sem prejuízo da possibilidade de adoção de instrução de voto a distância
previamente à realização da AGD, através da plataforma “Microsoft Teams”, com o link de
acesso a ser encaminhado pela Companhia aos Debenturistas habilitados, nos termos do
artigo 70, inciso I, da Resolução da CVM nº 81, de 29 de março de 2022 (“Resolução CVM
81”), para deliberar sobre as seguintes ORDENS DO DIA:
(1) consentimento prévio para a realização de operação que resulte em alteração de
controle acionário indireto da Companhia, em razão da potencial transformação de
sua acionista controladora direta, a Companhia Paranaense de Energia – Copel (“Co-
pel”), em companhia de capital disperso e sem acionista controlador (corporação),
transformação essa a ser realizada envolvendo oferta pública de distribuição de ações
ordinárias e/ou certificados de depósito de ações (units) de emissão da Copel (“Po-
tencial Operação”), nos termos descritos na proposta da administração, disponível
nas respectivas páginas do Agente Fiduciário (pentagonotrustee.com.br), da Compa-
nhia (ri.copel.com) e da CVM na rede mundial de computadores (https://www.gov.br/
cvm/pt-br) (“Proposta da Administração”), de modo que a Potencial Operação não
configure um Evento de Inadimplemento (conforme definido na Escritura de Emis-
são), nos termos das Cláusulas 7.1. (i) e 7.1. (j) da Escritura de Emissão; e
(2) autorização para o Agente Fiduciário praticar, em conjunto com a Companhia,
todos os demais atos eventualmente necessários de forma a refletir as deliberações
tomadas de acordo com o item (1) acima.
Em contrapartida pelos consentimentos prévios solicitados nos termos da Proposta da
Administração e deste edital de convocação, poderá ser deliberado na AGD o pagamento de
contraprestação econômica aos Debenturistas relativa a cada consentimento, nos prazos,
montantes e formas a serem definidos de comum acordo entre a Companhia e os Debentu-
ristas na AGD, por meio do pagamento de waiver fee, sendo certo que tal contraprestação
econômica estará condicionada ao sucesso da Potencial Operação.
Informações Gerais:
Os Debenturistas interessados em participar da AGD por meio da plataforma “Microsoft
Teams” deverão solicitar o cadastro para a Companhia com cópia para o Agente Fiduciá-
rio, para os endereços eletrônicos ri@copel.com e assembleias@pentagonotrustee.com.
br, preferencialmente com antecedência de até 2 (dois) dias antes da data de realização
da AGD, manifestando seu interesse em participar da AGD e solicitando o link de acesso
ao sistema (“Cadastro”). A solicitação de Cadastro deverá (i) conter a identificação do
debenturista e, se for o caso, de seu representante legal que comparecerá à AGD, incluindo
seus (a) nomes completos, (b) números do CPF ou CNPJ, conforme o caso, (c) telefone,
(d) endereço de e-mail do solicitante; e (ii) ser acompanhada dos documentos necessários
para participação na AGD, conforme detalhado abaixo.
Nos termos do artigo 71, inciso I, da Resolução CVM 81, além da participação e do voto à
distância durante a AGD, por meio da plataforma “Microsoft Teams”, também será admiti-
do o preenchimento e envio de instrução de voto à distância, conforme modelo disponibili-
zado pela Companhia no seu website ri.copel.com e atendidos os requisitos apontados no
referido modelo (sendo admitida a assinatura digital), o qual deverá ser enviado à Compa-
nhia e ao Agente Fiduciário, para os endereços eletrônicos ri@copel.com e assembleias@
pentagonotrustee.com.br, preferencialmente, até 2 (dois) dias antes da realização da As-
sembleia.
Nos termos dos artigos 126 e 71 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme
alterada (“Lei das S.A.”), para participar da AGD ou enviar instrução de voto, os Deben-
turistas deverão encaminhar à Companhia e ao Agente Fiduciário (i) cópia do documento
de identidade do debenturista, representante legal ou procurador (Carteira de Identidade
Registro Geral (RG), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), passaporte, carteiras de iden-
tidade expedidas pelos conselhos profissionais ou carteiras funcionais expedidas pelos ór-
gãos da Administração Pública, desde que contenham foto de seu titular); (ii) comprovante
atualizado da titularidade das Debêntures, expedido pela instituição escrituradora, o qual
recomenda-se tenha sido expedido, no máximo, 5 (cinco) dias antes da data da realização
da AGD; e (iii) caso o debenturista seja representado por um procurador, procuração com
poderes específicos para sua representação na AGD ou instrução de voto.
O representante do debenturista pessoa jurídica deverá apresentar, ainda, cópia dos se-
guintes documentos, devidamente registrados no órgão competente (Registro Civil de Pes-
soas Jurídicas ou Junta Comercial competente, conforme o caso): (a) contrato ou estatuto
social; e (b) ato societário de eleição do administrador que (b.i) comparecer à assembleia
geral como representante da pessoa jurídica, ou (b.ii) assinar procuração para que terceiro
represente o debenturista pessoa jurídica, sendo admitida a assinatura digital.
Com relação aos fundos de investimento, a representação dos cotistas na AGD caberá à
instituição administradora ou gestora, observado o disposto no regulamento do fundo.
Nesse caso, o representante da administradora ou gestora do fundo, além dos documen-
tos societários acima mencionados relacionados à gestora ou à administradora, deverá
apresentar cópia do regulamento do fundo, devidamente registrado no órgão competente.
Para participação por meio de procurador, a outorga de poderes de representação deverá
ter sido realizada há menos de 1 (um) ano, nos termos do artigo 126, § 1º, da Lei das S.A.
Em cumprimento ao disposto no artigo 654, §1º e §2º, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002, conforme alterada (“Código Civil”), a procuração deverá conter indicação do lugar
onde foi passada, qualificação completa do outorgante e do outorgado, data e objetivo da
outorga com a designação e extensão dos poderes conferido.
As pessoas naturais Debenturistas da Companhia somente poderão ser representadas na
AGD por procurador que seja acionista, administrador da Companhia, advogado ou institui-
ção financeira, consoante previsto no artigo 126, §1º, da Lei das Sociedades por Ações. As
pessoas jurídicas Debenturistas da Companhia poderão ser representadas por procurador
constituído em conformidade com seu contrato ou estatuto social e segundo as normas do
Código Civil, sem a necessidade de tal pessoa ser administrador da Companhia, acionista
ou advogado (Processo CVM RJ2014/3578, julgado em 04.11.2014).
Validada a sua condição e a regularidade dos documentos pela Companhia após o Ca-
dastro, o debenturista receberá, até 24 horas antes da AGD, as instruções para acesso à
plataforma “Microsoft Teams”.
Caso determinado debenturista não receba as instruções de acesso com até 24 (vinte e
quatro) horas de antecedência do horário de início da AGD, deverá entrar em contato com
a Companhia, por meio do e-mail ri@copel.com, com até 4 (quatro) horas de antecedência
do horário de início da AGD, para que seja prestado o suporte necessário. Qualquer dúvida,
os Debenturistas poderão contatar a Companhia diretamente pelo email ri@copel.com e/
ou pelo telefone (41) 3331-4011, ou com o Agente Fiduciário, por meio do e-mail assem-
bleias@pentagonotrustee.com.br.
A administração da Companhia reitera aos Senhores Debenturistas que não haverá a possi-
bilidade de comparecer fisicamente à AGD, uma vez que essa será realizada exclusivamente
de modo digital.
Na data da AGD, o link de acesso à plataforma “Microsoft Teams” estará disponível a partir
de 15 (quinze) minutos de antecedência e até 10 (dez) minutos após o horário de início
da AGD, sendo que o registro da presença somente se dará conforme instruções e nos
horários aqui indicados. Após 10 (dez) minutos do início da AGD, não será possível o
ingresso do debenturista na AGD, independentemente da realização do cadastro prévio.
Assim, a Companhia recomenda que os Debenturistas acessem a plataforma digital para
participação da AGD com pelo menos 15 (quinze) minutos de antecedência.
Eventuais manifestações de voto na AGD deverão ser feitas exclusivamente por meio do
sistema de videoconferência, conforme instruções detalhadas a serem prestadas pela mesa
no início da AGD. Dessa maneira, o sistema de videoconferência será reservado para acom-
panhamento da AGD, acesso ao vídeo e áudio da mesa, bem como visualização de eventu-
ais documentos que sejam compartilhados pela mesa durante a AGD, sem a possibilidade
de manifestação.
A Companhia ressalta que será de responsabilidade exclusiva do debenturista assegurar a
compatibilidade de seus equipamentos com a utilização da plataforma digital e com o aces-
so à videoconferência. A Companhia não se responsabilizará por quaisquer dificuldades de
viabilização e/ou de manutenção de conexão e de utilização da plataforma digital que não
estejam sob controle da Companhia.
Ressalta-se que os Debenturistas poderão participar da AGD ainda que não realizem o
cadastro prévio acima referido, bastando apresentarem os documentos, preferencialmen-
te, em até 60 (sessenta) minutos antes do início da AGD, conforme artigo 72, § 2º, da
Resolução CVM 81.
Os Debenturistas que fizerem o envio da instrução de voto, e esta for considerada válida,
não precisarão acessar o link para participação digital da AGD, sendo sua participação e
voto computados de forma automática. Contudo, em caso de envio da instrução de voto de
forma prévia pelo debenturista ou por seu representante legal com a posterior participação
na Assembleia através de acesso ao link e, cumulativamente, manifestação de voto deste
debenturista no ato de realização da Assembleia, será desconsiderada a instrução de voto
anteriormente enviada, conforme disposto no artigo 71, §4º, II, da Resolução CVM 81.
Este edital de convocação se encontra disponível nas respectivas páginas do Agente Fidu-
ciário (www.pentagonotrustee.com.br), da Companhia (ri.copel.com) e da CVM na rede
mundial de computadores (https://www.gov.br/cvm/pt-br ).
Todos os termos aqui iniciados em letras maiúsculas e não expressamente aqui definidos
terão os mesmos significados a eles atribuídos na Escritura de Emissão.
Curitiba, 30 de junho de 2023.
_____________________________________
Adriano Rudek de Moura
Diretor de Finanças e de Relações
com Investidores
A14 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Política
Governo Dirigida por mulheres, empresa investiu R$ 150 mi para desenvolver veículo 100% nacional
Fábrica de ônibus elétrico no ABC vira
símbolo da ‘neoindustrialização’ de Lula
Ricardo Mendonça
São Paulo
Uma fábrica de ônibus elétrico
em São Bernardo do Campo que
garante montar os veículos com
componentes 100% nacionais e é
comandada por duas mulheres,
mãe e filha, desponta como o
símbolo mais visível da principal
expressão propagandística ado-
tada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em seu terceiro
mandato: aquilo que ele e alguns
de seus ministros vêm chamando
de neoindustrialização.
Além do próprio Lula, o termo
já foi usado em discursos ou en-
trevistas pelo vice-presidente Ge-
raldo Alckmin, que acumula o
cargo de ministro do Desenvolvi-
mento, Indústria e Comércio Ex-
terior, por Luiz Marinho, que co-
manda a pasta do Trabalho, em
posts de contas do governo nas
redes sociais e pelo presidente do
BNDES, Aloizio Mercadante.
O mote ganhou ares de slogan
oficial no fim de maio quando
Lula e Alckmin assinaram juntos
o artigo “Neoindustrialização
para o Brasil que queremos”, pu-
blicado no jornal “O Estado de S.
Paulo”. Após lamentarem a per-
da de competitividade do país e a
queda de participação da indús-
tria no PIB nas últimas décadas,
eles defenderam “uma política
industrial inteligente”, que sirva
à “construção de cadeias produ-
tivas mais resilientes a choques”
e atenda ao “imperativo da mu-
dança climática, a corrida espa-
cial do nosso tempo”.
O texto foi veiculado no mes-
mo dia do anúncio de uma isen-
ção temporária de tributos às
montadoras para baixar o preço
final de algumas categorias de
automóveis de passeio. Mas nem
no governo houve quem asso-
ciasse isso à inauguração de uma
nova política industrial.
Uma semana depois, no fim da
manhã de uma sexta-feira, a his-
tória foi diferente. Lula, Alckmin
e outros oito ministros — um
quarto da Esplanada — aparece-
ram juntos em São Bernardo pa-
ra prestigiar a inauguração da
nova fábrica da Eletra — Tecnolo-
gia de Tração Elétrica, com inves-
timento anunciado de R$ 150
milhões. Segundo o material de
divulgação distribuído pelo pró-
prio governo, a planta de 27 mil
metros quadrados terá capacida-
de para produzir até 1,8 mil ôni-
bus elétricos por ano. Todos com
componentes 100% nacionais.
“Aqui está a neoindustrializa-
ção”, discursou Alckmin, exal-
tando que os veículos ali monta-
dos são inteiramente feitos com
peças brasileiras: motor e bateria
da WEG, fabricados em Jaraguá
do Sul (SC); chassi da Scania ou
da Mercedes-Benz, ambas vizi-
nhas da Eletra na via Anchieta; e
carroceria da Caio, com sedes em
Botucatu e Barra Bonita, interior
paulista. “Inovação. Pesquisa. De-
senvolvimento. Engenharia na-
cional”, completou o vice, pon-
tuando bem cada palavra.
Na sua vez de falar, Lula foi ain-
da mais explícito no entusiasmo.
“Cabe ao Estado brasileiro garan-
tir a sobrevivência da indústria
brasileira para que a gente possa
um dia ser competitivo com o
mundo exterior”, disse. “Então se
nós temos que comprar alguma
coisa, nós temos que valorizar o
produto brasileiro, que gera em-
prego no Brasil, que gera renda
Morre o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence
Isadora Peron e Andrea Jubé
De Brasília
Morreu, nesse domingo, o ex-
ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Sepúlveda Perten-
ce, aos 85 anos. Ele estava inter-
nado há mais de uma semana e
teve falência múltipla de órgãos,
em decorrência de problemas
pulmonares. O velório será no sa-
Lula e Alckmin na inauguração da fábrica da Eletra, entre as empresárias Milena Romano (de vermelho) e Beatriz Setti Braga, a “rainha da catraca” no ABC
no Brasil e que melhora a quali-
dade de vida das pessoas.”
O presidente prometeu se en-
gajar pessoalmente pelas vendas
da Eletra. Depois de citar o pro-
grama Caminho da Escola, criado
em 2007 pelo Ministério da Edu-
cação, ele escalou o atual titular
da pasta, Camilo Santana, para
tratar da compra de veículos para
transporte escolar. “Nós sabemos
que nossa frota de ônibus já está
muito velha. E nós estamos aqui
com o Camilo Santana, ministro
da Educação, que vai ter que con-
versar com a dona da Eletra para
discutir a renovação da frota de
ônibus escolar”, ordenou.
“Eu vou para a
COP nos
Emirados
Árabes e quero
levar um folder
da Eletra”
Lula
Em outro trecho, Lula anun-
ciou uma segunda frente de ne-
gócios. “Vamos ter de fazer cam-
panha com os prefeitos: ‘Compre
ônibus elétrico, de preferência da
Eletra’”, disse. E se comprometeu
ainda em fazer propaganda da
empresa até na Conferência de
Mudanças Climáticas (COP) da
ONU, no fim de novembro. “Eu
vou para a COP 28 nos Emirados
Árabes e eu quero levar um folder
da Eletra para mostrar que no
Brasil a gente já está produzindo
ônibus elétrico”, disse.
Dez dias depois, numa reunião
com a diretoria da Fiesp para tra-
tar do fortalecimento de linhas
de financiamento para pequenas
empresas, foi a vez de Mercadan-
te fazer acenos ao setor.
O presidente do BNDES falou
dos incentivos que o governo dos
lão branco do STF nesta segunda-
feira, a partir das 10h. O enterro
ocorrerá à tarde, em um cemité-
rio de Brasília.
Nascido em Minas Gerais, Per-
tence foi nomeado ao STF em
1989 e permaneceu na Corte até
2007. Antes disso, ocupou o car-
go de procurador-geral da Repú-
blica durante o governo do então
presidente José Sarney (MDB).
Estados Unidos oferece à produ-
ção de carros elétricos no país e
reclamou que o Brasil mantém
imposto zero para importação
nesse ramo. “Vamos desonerar a
produção do automóvel produzi-
do no país, o elétrico”, concla-
mou, sob aplausos dos presentes.
Mercadante informou que o
governo precisará comprar 11
mil ônibus para renovar a frota
do Caminho da Escola, defendeu
que parte disso seja com modelos
elétricos e falou da necessidade
de ajudar prefeitos em todo o
país para aquisições desse tipo.
No mesmo período, ele rece-
beu o deputado federal Guilher-
me Boulos (Psol-SP) e o estadual
paulista Emídio de Souza (PT),
que o procuraram para tratar da
criação de linhas de financia-
mento para aquisição de ônibus
elétricos pelos municípios.
Ao Valor, Boulos disse que es-
teve recentemente em Santiago
e, numa conversa com a prefeita
local, ficou bem impressionado
com o funcionamento do siste-
ma de transporte elétrico da ca-
pital chilena, cidade com a maior
proporção da frota eletrificada
fora da China, segundo ele. “Co-
mo o custo do consumo de ener-
gia do ônibus elétrico é bem mais
barato que o do ônibus a diesel,
isso abre a possibilidade de uma
conversa séria sobre tarifa zero
em São Paulo”, disse ele, pré-can-
didato a prefeito em 2024.
Um representante do BNDES
confirmou à reportagem que téc-
nicos do banco estão “fechando
o desenho” de um programa de
financiamento público para ele-
trificação de frotas. A reporta-
gem pediu entrevista com algum
representante da instituição pa-
ra falar sobre o assunto, mas a as-
sessoria de imprensa informou
que entrará em contato quando
o tema estiver mais avançado.
Um ônibus elétrico convencio-
nal da Eletra, com 12,8 metros de
comprimento, custa cerca de
R$ 2,6 milhões, mais que o tripo
dos R$ 700 mil de um modelo a
Depois de deixar a vida públi-
ca, voltou para a advocacia e che-
gou a atuar na defesa do presi-
dente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) na Operação Lava-Jato.
Em um determinado momen-
to, o ex-ministro entregou um
memorial ao Supremo para que
o petista cumprisse prisão domi-
ciliar. A estratégia, no entanto,
desagradou Lula e prevaleceu a
diesel. Mas, segundo os entusias-
tas, as vantagens começam já na
primeira viagem. Rodando, o cus-
to de recarga das baterias é 75%
menor que o de abastecimento
com o combustível fóssil. Além
disso, não emite fumaça, é silen-
cioso e sofre menor desgaste de
peças. A depreciação do patrimô-
nio acaba sendo bem mais lenta.
A escolha da Eletra como sím-
bolo da neoindustrialização pro-
pagandeada por Lula e Alckmin
não ocorre só pelo aparente bom
potencial de negócios da compa-
nhia, cujo apelo de combate à
concorrência chinesa e europeia
é desenvolver ônibus adequados
às características topográficas e
urbanas das cidades latino-ame-
ricanas. A empresa parece favo-
recida por uma confluência de
símbolos que dialoga com o tipo
de política exercido por Lula. A
começar por sua localização.
A fábrica fica em São Bernardo
do Campo, domicílio eleitoral do
presidente, região penalizada nas
últimas décadas pela desindus-
trialização e berço do sindicalismo
vinculado ao PT. É familiar, com ca-
pital 100% nacional, e garante tra-
balhar só com componentes brasi-
leiros, o que reforça o discurso por
geração de emprego e renda no
país. Produz item tecnológico com
cadeia produtiva longa e conecta-
do com os atuais apelos por sus-
tentabilidade. Além disso, é co-
mandada por mulheres, o que
agrega ainda mais valor ao discur-
so político caro a Lula e ao PT.
Embora a tecnologia e o port-
fólio de veículos pareçam novos,
a família controladora da Eletra é
uma velha conhecida de Lula e
dos petistas do ABC Paulista.
Criada em 1999 para desen-
volver inicialmente veículos hí-
bridos e trólebus, a empresa per-
tence à família Setti Braga, grupo
com atuação no transporte pú-
blico em São Bernardo e região
há mais de 100 anos.
Na inauguração da nova fábri-
ca no início de junho, cujo foco
passa a ser ônibus movidos exclu-
tese do então advogado Cristia-
no Zanin, que defendia que era
preciso insistir na anulação das
condenações. Zanin vai assumir
uma vaga no STF em agosto.
Em nota, Lula lamentou a
morte do ex-ministro, a quem
chamou de um dos “maiores ju-
ristas” da história do Brasil. “Tive
o privilégio de ter em Sepúlveda
um amigo e também um grande
DIVULGAÇÃO
sivamente a baterias, a atual ma-
triarca do grupo, Maria Beatriz
Setti Braga, de 70 anos, fez uma
síntese curiosa para demonstrar
como a família de origem italia-
na, hoje na sétima geração na ci-
dade, atravessou a era do petró-
leo e voltou ao transporte limpo.
“Meu avô começou com um til-
bury [carruagem leve de duas ro-
das], trabalhando com 11 anos
de idade, carregando os passa-
geiros com cavalos. E hoje, 100
anos depois, estamos no trans-
porte elétrico limpo [novamen-
te]. Os cavalos não eram poluen-
tes em 1910”, ressaltou.
“Meu avô
começou com
um ‘tilbury’; os
cavalos não
eram poluentes
em 1910”
Bia Setti Braga
Somando as concessões de li-
nhas municipais, intermunici-
pais e uma frota para transporte
escolar contratada pela prefeitu-
ra, a família Setti Braga, que não
divulga o faturamento, tem hoje
cerca de 1,2 mil ônibus em opera-
ção, além da Eletra e de uma em-
presa de bilhetagem. Na região,
Maria Beatriz, a Bia, é conhecida
como a “rainha da catraca”.
Com tantos anos de estrada, a
família também já esteve envol-
vida com o PT em momentos me-
nos gloriosos. Em 2002, o empre-
sário João Antônio Setti Braga, ir-
mão de Maria Beatriz, afirmou
numa CPI realizada na Câmara
Municipal de Santo André ter en-
tregado R$ 2,5 milhões “a pes-
soas da prefeitura” local, entre o
fim de 1997 e início de 2000, “co-
mo um custo político para poder
operar as linhas com tranquili-
advogado”, disse.
A presidente do STF, Rosa We-
ber, também se pronunciou.
“Pertence, um dos mais brilhan-
tes juristas do país, chegou ao STF
um pouco depois da promulga-
ção da Constituição Cidadã de
1988. Teve presença marcante e
altamente simbólica no dia a dia
da Corte ao longo dos anos.
Grande defensor da democracia,
dade na cidade”. No mesmo de-
poimento, disse acreditar que o
ex-prefeito petista Celso Daniel
havia sido assassinado no ano
anterior justamente por ter des-
coberto indícios de corrupção na
prefeitura que comandava.
Com plano embrionário de
abrir capital, a Eletra pode ser
considerada a iniciativa mais
complexa e audaciosa dos Setti
Braga em mais de um século de
atuação no ramo do transporte.
Mas não é a mais robusta em ter-
mos estritamente econômicos.
Em março de 2021, a partir de
dois decretos publicados pelo
então governador de São Paulo,
João Doria (ex-PSDB, hoje sem
partido), uma outra empresa da
família, a Next Mobilidade, con-
quistou um pacote de permis-
sões para operar no transporte
intermunicipal válido por 25
anos ao custo de R$ 23 bilhões.
Isso ocorreu após uma decisão
política ousada de Doria, que,
contrariando promessa de cam-
panha e opiniões técnicas diver-
gentes, cancelou o projeto de
construção da linha 18-Bronze
de metrô/monotrilho ligando
São Paulo a São Bernardo para
colocar em seu lugar um corre-
dor de ônibus, conhecido pela si-
gla BRT (Bus Rapid Transit).
Sem se submeter a uma licita-
ção, a Next Mobilidade, que ti-
nha 12 linhas no emaranhado
entre São Paulo e São Bernardo,
foi contemplada com a constru-
ção do canal BRT e com a amplia-
ção de seu escopo de operações
para 97 linhas na região, 700% a
mais que o seu lote original.
Pelo porte bilionário da opera-
ção feita sem concorrência, a le-
galidade dos decretos de Doria
foi questionada na Justiça e hoje
aguarda-se conclusão do julga-
mento por parte do Supremo Tri-
bunal Federal (STF). Até agora,
três ministros se manifestaram.
Cármen Lúcia e Edson Fachin vo-
taram contra o contrato e, por-
tanto, contra o interesse da Next.
Gilmar Mendes votou pela legali-
dade. Na sequência, Alexandre
de Moraes pediu vistas.
Confirmada a legalidade da
operação, a Next, presidida por
Bia, a mãe, tem tudo para ser uma
das principais clientes da Eletra,
que é comandada pela adminis-
tradora Milena Braga Romano,
de 46 anos, a filha.
Frequentadora das garagens
da família desde o berço, Milena
chamou a atenção no evento com
Lula ao assumir o volante de um
ônibus posicionado para de-
monstração e dirigir o veículo
com o presidente da República e
outras autoridades embarcadas.
Por coincidência ou conve-
niência, ela participou da ceri-
mônia inteiramente vestida de
vermelho. Na sua vez de falar, re-
forçou o vínculo com discurso
adotado pelo presidente.
“Há poucos dias o presidente
Lula e o vice-presidente Alckmin
assinaram um artigo na imprensa
defendendo a neoindustrialização
do Brasil. E acreditem, senhores,
um bom exemplo dessa nova in-
dústria que está nascendo em nos-
so país somos nós. Uma indústria
focada no transporte limpo e sus-
tentável, na descarbonização da
economia e na melhoria da quali-
dade de vida das cidades brasilei-
ras. Uma indústria 100% brasileira,
com tecnologia nacional desen-
volvida aqui por engenheiros e téc-
nicos brasileiros”, afirmou.
notável na atuação jurídica em
todos os campos a que se dedi-
cou, deixa uma lacuna imensa e
grande tristeza no coração de to-
dos nós”, afirmou.
Os demais ministros do STF
também se manifestaram, assim
como outras autoridades, entre
elas o presidente da Câmara, Ar-
thur Lira (PP-AL), e do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Internacional
Dificuldades Crise imobiliária, desemprego entre os jovens e
exportações em queda pressionam Pequim e refletem no mundo
Problemas econômicos da
China estão se multiplicando
Bloomberg
Este era para ser o ano em que a
economia da China, liberada da rí-
gida política de covid-zero, volta-
ria com tudo para ajudar a impul-
sionar o crescimento mundial. Em
vez disso, o país enfrenta uma con-
fluência de problemas: fraqueza
nos gastos do consumidor, um
mercado imobiliário em crise, ex-
portações em queda, desemprego
recorde entre os jovens e governos
locais atolados em dívida. As difi-
culdades começam a repercutir
em todo o mundo, com impactos
desde os preços das commodities
até os mercados de ações.
O pior é que o governo do presi-
dente Xi Jinping não tem boas op-
ções para consertar as coisas. A car-
tilha habitual de Pequim, de usar
estímulos em larga escala para im-
pulsionar a demanda, levou a um
excesso de oferta massivo em imó-
veis e de capacidade industrial e à
explosão dos níveis de dívida entre
os governos locais. Isso levou a
uma discussão sobre se a China ca-
minha para o mesmo tipo de es-
tagnação que sofre o Japão, depois
de 30 anos de crescimento econô-
mico sem precedentes.
Isso é exacerbado pela aborda-
gem mais assertiva de Xi para lidar
com os EUA, que põe mais lenha
na fogueira das iniciativas ameri-
canas para excluir a China do for-
necimento de semicondutores
avançados e outras tecnologias
que devem impulsionar o cresci-
mento econômico no futuro.
Essa dinâmica ameaça não só le-
var a um crescimento decepcio-
nante neste ano, mas também
frustrar o ímpeto da economia chi-
nesa para superar a dos EUA. “Há
alguns anos era difícil imaginar
que a China não ultrapassaria rapi-
damente os EUA como a maior do
mundo”, disse Tom Orlik, econo-
mista-chefe da Bloomberg Econo-
mics. “Agora, é quase certo que es-
se momento geopolítico será adia-
do e é possível imaginar cenários
em que ele nem mesmo aconteça.”
Em um cenário negativo — com
uma piora na crise imobiliária,
lentidão nas reformas e um desa-
coplamento mais dramático entre
os EUA e a China — a Bloomberg
Economics prevê uma desacelera-
ção da China para 3% até 2030.
A economia de US$ 18 trilhões
da China passa por dificuldades
em vários setores. Dados divulga-
dos na sexta-feira mostraram que
a economia perdeu mais vigor em
Macron mantém forte policiamento para suprimir protestos
MOHAMED BADRA / AP
Pequim faz lobby contra taxa sobre emissões de navios
Olliver Telling
Financial Times, de Londres
A China conclamou os países
em desenvolvimento a resistir a
uma tarifa incidente sobre emis-
sões de transportes marítimos, e
endurecer as metas de descarboni-
zação a serem cumpridas pelo se-
tor, um dos mais poluentes. O país
criticou as nações ricas por fixarem
metas “não realistas”, que envol-
Setor imobiliário chinês segue fraco
Vendas de imóveis novos pelas 100 maiores incorporadoras
Em trilhões de yuans
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan
2021 2022
Fonte: China Real Estate Information Corp.
junho, com a atividade manufatu-
reira se mantendo em contração e
outros setores ainda debilitados.
Na endividada província de
Guizhou, no sudoeste, as autorida-
des procuram auxílio financeiro
de Pequim. No centro manufatu-
reiro de Yiwu, na província costei-
ra de Zhejiang, pequenas empre-
sas advertem que as vendas caíram
muito em relação aos níveis de
2021. Em Hangzhou, sede da gi-
gante de e-commerce Alibaba, me-
didas regulatórias duras do gover-
no para o setor de tecnologia e de-
zenas de milhares de demissões
afetam o mercado imobiliário.
“Era difícil imaginar
que a China
não ultrapassaria
os EUA”
Tom Orlik
A meta oficial de crescimento
da China de cerca de 5% — consi-
derada pouco ambiciosa quando
foi anunciada, em março — hoje
parece mais realista. Em junho, o
Goldman Sachs baixou sua previ-
são para o crescimento da China
neste ano de 6% para 5,4%.
À primeira vista, isso não parece
tão ruim em uma economia mun-
dial com expectativa de cresci-
mento de 2,8%. A realidade, po-
rém, é que como em 2022 a China
ainda estava limitada pelas restri-
ções da covid-zero, uma base de
comparação baixa faz o indicador
parecer melhor do que é. Segundo
a Bloomberg Economics, se o efei-
to base for desconsiderado, o cres-
cimento para 2023 parecerá mais
próximo de 3% — menos da meta-
de da média anterior à pandemia.
Se o governo continuar de bra-
ços cruzados, as coisas podem
vem custos financeiros “significa-
tivos”.
Pequim distribuiu uma “nota
diplomática” no momento em que
os países se preparam para um en-
contro, em julho, decisivo no âm-
bito da Organização Marítima In-
ternacional (IMO, na sigla em in-
glês) da ONU, segundo quatro pes-
soas presentes às discussões.
A China alertou que “uma meta
de redução de emissões demasia-
Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar
2023
piorar. Em um cenário de colap-
so do setor imobiliário, menor
gasto do governo por conta da
queda nas vendas de terrenos e
enfraquecimento da demanda
mundial por uma recessão nos
EUA, o modelo SHOK da Bloom-
berg mostra um corte no cresci-
mento de mais 1,2 ponto porcen-
tual.
“Estamos presos em uma espé-
cie de círculo vicioso, no sentido de
que é preciso um grande estímulo
para criar um impacto pequeno e
moderado”, disse Keyu Jin, profes-
sora da London School of Econo-
mics and Political Science. “Preci-
samos estar preparados para um
crescimento mais baixo no futuro,
porque o fato é que neste momen-
to a China está na transição da in-
dustrialização para o crescimento
baseado na inovação”, afirmou ela.
É verdade que as autoridades
econômicas da China já contraria-
ram os derrotistas antes e podem
fazê-lo de novo. Um estímulo
maior do que o esperado, medidas
proativas para resolver a insolvên-
cia, um compromisso de apoiar
empreendedores e fazer um gesto
de reconciliação aos EUA podem
dissipar parte do pessimismo.
No início de 2023, havia bastan-
te otimismo de que a China teria
uma rápida recuperação nos gas-
tos do consumidor, alimentada
pelas compras para compensar a
fase de lockdowns, refeições fora
de casa e viagens. Mas a incerteza
sobre o impacto do crescimento
mais fraco para o desemprego e a
renda, combinada com o efeito-ri-
queza negativo de um setor imobi-
liário em crise, levou as pessoas a
poupar em vez de gastar.
No centro desse pessimismo
está o mercado imobiliário. A cri-
se se seguiu à tentativa do gover-
no de reprimir incorporadoras
imobiliárias muito endividadas
damente ambiciosa vai entravar o
desenvolvimento sustentável do
transporte marítimo internacio-
nal, [além de] elevar significativa-
mente o custo da cadeia de supri-
mentos e de inibir a recuperação
da economia global”, segundo do-
cumento a que o “Financial Times”
teve acesso. Acrescentou: “Os paí-
ses desenvolvidos estão pressio-
nando o IMO a alcançar visões e ní-
veis de ambição pouco realistas.”
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
em 2020, para reduzir os riscos.
Isso empurrou os preços dos
imóveis residenciais para baixo e
várias empresas entraram em
inadimplência. Muitas incorpo-
radoras pararam a construção de
imóveis residenciais que já ti-
nham vendido, o que levou al-
guns de seus proprietários a pa-
rarem de pagar as hipotecas.
Essa turbulência foi um chama-
do de alerta para muitos chineses,
que consideravam os imóveis co-
Mai mo um investimento seguro e os
usavam como reserva de riqueza.
E não nenhuma há indicação de
que a queda nos preços dos imó-
veis esteja atraindo os novos com-
pradores necessários para dar im-
pulso a uma recuperação. No ano
passado, os bancos concederam o
menor volume de empréstimos de
longo prazo às famílias em quase
uma década e os empréstimos caí-
ram outros 13% nos primeiros cin-
co meses deste ano, um sinal claro
de que menos pessoas têm toma-
do novos financiamentos.
Outro sinal preocupante é o de-
semprego entre os jovens. A taxa
de desemprego para pessoas de 16
a 24 anos está em 20,8%, a mais alta
desde que a China começou a pu-
blicar esses dados, em 2018, e re-
presenta quatro vezes a taxa urba-
na nacional. Um dos motivos é a
crise nos setores de serviços, como
consequência da adoção das re-
gras estritas contra a covid e do de-
clínio no mercado imobiliário. As
duras medidas regulatórias no se-
tor tecnológico também remove-
ram uma opção de carreira lucrati-
va para muitos jovens formandos.
Não é só a demanda interna
que decepciona. O comércio ex-
terior foi um pilar durante a pan-
demia, quando as fábricas chine-
sas corriam para atender a enco-
mendas dos EUA e da Europa,
mas ele minguou nos últimos
meses. Em comparação ao recor-
de de US$ 340 bilhões em dezem-
bro de 2021, as exportações em
maio caíram quase US$ 60 bi-
lhões e devem continuar em de-
clínio, à medida que taxas de juro
mais altas pesam sobre o cresci-
mento nos EUA e na Europa.
O declínio do ímpeto de cres-
cimento também contribui para
que a inflação ao consumidor
permaneça próxima de zero na
China. Os preços na porta de fá-
brica já descambaram para a de-
flação — o que deixa as empresas
com menos renda para pagar
suas dívidas.
O presidente Emmanuel Macron se
apoia nos serviços de segurança,
com 45 mil policiais e forças
especiais nas ruas, para restaurar a
ordem em diversas cidades da
França após 5 dias de tumultos
desencadeados pela morte de um
adolescente por um policial. Macron
se reuniu com seus principais
ministros [foto] ontem na última
tentativa de elaborar uma resposta
à violência, que testa sua
autoridade. Blindados foram
mobilizados para conter confrontos
que deixaram centenas de prédios
públicos e lojas danificados em
cidades como Paris, Marselha, Lyon
e Estrasburgo. A estimativa inicial
de seguradoras fala em danos de
mais de €100 milhões em
pagamentos de sinistro em razão da
destruição de comércios.
Os esforços da China, maior país
exportador do mundo, com um se-
tor de transporte marítimo estatal
de grande porte, aprofundaram as
preocupações com uma ausência
de avanço na descarbonização do
setor responsável pela movimen-
tação de nada menos que 90% dos
produtos comercializados mun-
dialmente, segundo a Organiza-
ção para a Cooperação e Desenvol-
vimento Econômico (OCDE).
Governos europeus
pressionam empresas
a reduzir seus lucros
Paul Hannon e Noemie Bisserbe
Dow Jones Newswires
A próxima fase da guerra con-
tra a inflação começa a tomar
forma na Europa, com os gover-
nos pressionando as empresas a
reduzirem os preços de todos os
produtos. Seu argumento: os lu-
cros estão altos demais.
O serviço de estatísticas da
União Europeia (UE), Eurostat,
informou na sexta-feira que os
preços ao consumidor nos 20
países que compartilham o euro
subiram 5,5% ao ano em junho,
ficando abaixo da taxa de 6,1%
registrada em maio. Foi a menor
alta desde o início de 2022.
Mas essa desaceleração deve-se
em grande parte à queda dos pre-
ços da energia. A medida núcleo
da inflação — que exclui os preços
de energia e alimentos — subiu de
5,3% para 5,4% em junho. E, o que é
mais preocupante para as famílias,
os preços dos alimentos conti-
nuam a aumentar em ritmo acele-
rado, embora um pouco mais len-
to do que nos últimos meses.
Após a normalização dos preços
da energia, que tinham subido
muito no ano passado, a forte alta
dos gastos com alimentos neste
ano tem alarmado os governos eu-
ropeus. Em resposta, começaram a
pressionar supermercados e pro-
dutores de alimentos a limitar ou
reverter aumentos de preços.
Essas medidas ainda não chega-
ram aos controles de preços que os
governos introduziram nos anos
1970, mas empurram a Europa a
uma abordagem mais intervencio-
nista para a inflação do que a dos
Estados Unidos, onde o ritmo de
alta de preços desacelerou.
Na França, onde os preços dos
alimentos subiram mais de 14%
nos últimos 12 meses, o governo
pressiona os maiores fabricantes
do país a baixarem seus preços.
“Não permitiremos que grandes
empresas industriais obtenham
margens indevidas”, afirmou o mi-
nistro das Finanças da França, Bru-
no Le Maire, que ameaça expor os
nomes das empresas que não se
dispõem a repassar seus custos
mais baixos aos consumidores, e
até mesmo a criar um imposto es-
pecial sobre os lucros delas.
Segundo o Instituto Nacional de
Estatística e Estudos Econômicos
(Insee), em 2021 os altos preços
agrícolas e de energia reduziram
as margens das empresas de ali-
mentos. Mas no ano passado, suas
margens se ampliaram com a que-
da dos preços das matérias-pri-
mas.
“O que vemos é um efeito de re-
cuperação", disse Julien Pouget,
economista-chefe da Insee. Ele
acredita que o ritmo do aumento
dos preços dos alimentos vá desa-
celerar neste ano.
Em junho, o governo francês pe-
diu a 75 fabricantes que enviassem
uma lista dos produtos cujos pre-
ços elas vão baixar.
Um porta-voz do Ania, o gru-
po de lobby do setor de alimen-
tos da França, disse que as em-
presas ofereceriam cortes em cer-
tos produtos que tiveram quedas
recentes nos preços de suas ma-
térias-primas, tais como macar-
rão e frango. Mas ressalvou que é
impossível reduzir os preços de
produtos de outras categorias,
como leite ou carne suína, pois os
custos das empresas de alimen-
tos continuam altos.
No Reino Unido, os principais
varejistas foram instados a prestar
contas de seus lucros perante uma
comissão de parlamentares. na
terça-feira passada. No dia seguin-
te, o ministro das Finanças, Jeremy
Hunt, reuniu-se com a agência re-
guladora da concorrência, a Com-
petition and Markets Authority, e
outras para discutir maneiras de
enfrentar o que é conhecida como
a crise do custo de vida.
“Temos trabalhado duro para
reduzir a inflação pela metade nes-
te ano”, disse Hunt. “As empresas
também precisam fazer a sua parte
e ficarei atento ao que fizerem.”
Até agora, só a Croácia e a Hun-
gria adotaram controle de preços.
Em setembro de 2022, o governo
croata impôs um corte de 30% nos
preços de petróleo, farinha, açú-
car, carne de porco, frango e leite.
Até agora, só Croácia e Hungria
| Valor | A15
FRANK AUGSTEIN / AP
Ministro britânico cobra empresas
adotaram controle de preços. Em
setembro de 2022, o governo croa-
ta impôs um corte de 30% nos pre-
ços de petróleo, farinha, açúcar,
carne de porco, frango e leite. O
país aderiu à zona do euro em ja-
neiro. Na semana passada, o gover-
no da Hungria anunciou a prorro-
gação até agosto dos tetos de pre-
ços de uma gama semelhante de
alimentos da cesta básica.
Nos últimos meses, responsá-
veis pelas políticas econômicas eu-
ropeias se convenceram de que lu-
cros mais altos ajudaram a elevar
os preços de muitos bens e servi-
ços. Nas últimas semanas, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a
Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OC-
DE) endossaram a avaliação.
Economistas do FMI calcula-
ram que os lucros representaram
45% do aumento dos preços ao
consumidor na zona do euro en-
tre o início de 2022 e março de
2023, enquanto os salários cor-
responderam a 25%. O restante
ficou por conta dos custos cres-
centes da importação de energia,
alimentos e outros bens.
Os lucros contribuíram de for-
ma semelhante para a inflação no
Reino Unido durante o segundo
semestre de 2022, mas o aumento
dos salários foi o fator dominante
nos EUA naquele ano.
“Não permitiremos
que grandes
empresas obtenham
margens indevidas”
Bruno Le Maire
Isso ajuda a explicar por que o
Banco Central Europeu (BCE) dá
mais ênfase à redução dos lucros
enquanto busca combater a infla-
ção. Na semana passada, a presi-
dente do BCE, Christine Lagarde,
afirmou que os lucros crescentes
tiveram um papel fundamental na
alta da inflação, com as empresas
tirando proveito do salto nos cus-
tos da energia. “A simples magni-
tude do crescimento dos custos
dos insumos tornou mais difícil
para os consumidores julgarem se
os aumentos de preços foram cau-
sados por custos mais altos ou lu-
cros mais altos”, disse ela.
Segundo o BCE, a pressão dos lu-
cros sobre os preços diminuiu no
primeiro trimestre deste ano, em-
bora algumas empresas conti-
nuem a registrar margens mais al-
tas. Na quinta-feira, a montadora
francesa Renault elevou sua pers-
pectiva de lucro para o ano, e citou
um aumento em suas margens
operacionais como justificativa.
Por outro lado, Lagarde disse
que hoje os trabalhadores tentam
recuperar parte da redução de seu
poder de compra real ao exigir, e
provavelmente obter, aumentos
salariais maiores. Na sexta-feira, o
Eurostat informou que a taxa de
desemprego da zona do euro per-
maneceu na mínima recorde de
6,5% em maio e 227 mil europeus
encontraram empregos. Lagarde
afirmou que o BCE só poderá redu-
zir a inflação enquanto os salários
sobem se as empresas abrirem
mão de parte de seus novos lucros.
“A economia pode conseguir a
desinflação como um todo en-
quanto os salários reais recuperam
parte de suas perdas”, disse ela.
“Mas isso depende de nossa políti-
ca de esfriar a demanda por algum
tempo, portanto as empresas não
podem continuar com o compor-
tamento sobre preços que obser-
vamos recentemente.”
A16 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Opinião

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É possível que esses desafios excedam sua capacidade perspectiva de poder pessoal. (ivo.ribeiro@valor.com.br) César Felício (samuel.rodrigues@valor.com.br)
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política e intelectual e ele caminhe com para o ostracismo. O prestígio relativo de Bolsonaro depende da rejeição a Lula e Patrick Cruz
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Apesar de ter um eleitorado cativo relevante, o poder de ao PT. Com seus erros, o presidente Lula pode manter por mais patrick.cruz@valor.com.br (daniela.chiaretti@valor.com.br) NOVA GLOBO RURAL
Editora de Finanças
Bolsonaro mobilizá-lo será declinante sem as alavancas do tempo o ex-presidente no jogo. É inacreditável que na véspera Talita Moreira
Fernanda Guimarães Editor-executivo:
Cassiano Ribeiro
(fernanda.guimaraes@
Estado nas mãos. O bolsonarismo, como tal, carece de do desfecho do julgamento de Bolsonaro, um inimigo da (talita.moreira@valor.com.br) valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br
substância. Há conservadores de todos os matizes que democracia, Lula tenha dito que o conceito de democracia é
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
apoiaram o ex-capitão, amalgamados pelo anti-petismo. A relativo, que o Brasil tem menos eleições que a Venezuela, cujos Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232
chama que poderá inspirá-los, a mesma que poderá dar calor a dirigentes nada fizeram de errado. No mesmo dia, soube-se que Diretora Editorial de Marcas e Projetos Especiais Sandra Boccia (sboccia@edglobo.com.br)
pretensões de Bolsonaro, serão os desacertos do governo Lula. a comissão eleitoral do país, sob comando governista, Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais)
Sem perspectiva de poder, Bolsonaro tem outra estatura no impugnou as candidaturas dos três membros mais populares Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jd. Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP. Telefone 0 xx 11 3767 1000

jogo político. Ele se mostrou incapaz de construir qualquer
coisa por esforço próprio, muito menos uma agenda política
positiva. O que o levou à Presidência foi a somatória de todas as
rejeições — à politicagem barata, à ladroagem aberta exposta
pelo petrolão, à liberalidade dos costumes, que choca graus
variados de conservadores, à perda dos valores cristãos na
sociedade moderna, ao petismo etc. As ideias do ex-presidente
são quase todas reativas, recheadas de preconceitos — em um
país miserável, ele é contra pobres, além de pretos, mulheres,
homossexuais, indígenas, quilombolas, vacinas e muito mais.
Como demonstrou na Presidência, Bolsonaro carece de visão
política estratégica. Com todo o poder nas mãos, e o PT
reduzido a uma oposição insignificante, sequer conseguiu
formar um partido, quando políticos que não chegaram tão
longe quanto ele ergueram com facilidade suas legendas, a
da oposição a Maduro. Bolsonaro só tem a ganhar com deslizes Departamentos de Publicidade Impressa e On-line
SP: Telefone 0 xx 11 3767-7955, RJ 0 xx 21 3521 1414, DF 0 xx 61 3717 3333.
de Lula como esse, cada vez mais frequentes. Legal SP 0 xx 3767 1323
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um peso negativo considerável. Uma eleição menos Aviso: o assinante que quiser a suspensão da entrega de seu jornal deve fazer esse pedido à
polarizada seria um inegável efeito positivo da central de atendimento com 48 horas de antecedência
inelegibilidade do ex-capitão. Outro, maior, é a certeza da Preço de nova assinatura anual (impresso + digital) para as regiões Sul e Sudeste: R$ 1.618,80
ou R$ 134,90 mensais. Demais localidades, consultar o Atendimento ao Assinante.
punição a todos que tramarem o fim da democracia. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65%

.
Setor tornou-se mais estratégico nos planos de atuação das corporações. Por Patricia Loyola e João Morais

O papel da saúde no investimento social das empresas

A
saúde se tornou uma
das áreas sociais que
mais recebem investi-
mentos do setor em-
presarial nos últimos anos. De
acordo com o Benchmarking do
Investimento Social Corporativo
(BISC), pesquisa realizada anual-
mente pela Comunitas junto a
182 empresas e 11 institutos e
fundações empresariais, o volu-
me de Investimento Social Cor-
porativo (ISC) para a Saúde au-
mentou cerca de 440% entre os
cinco últimos levantamentos.
A pandemia canalizou para a
temática uma grande mobiliza-
ção de empresas e um volume
singular de recursos voluntários.
Em 2020, os investimentos so-
ciais à saúde ultrapassaram R$ 2
bilhões, representando quase
50% do investimento total e um
inédito protagonismo deste
campo entre as principais áreas
sociais investidas, segundo o
BISC. Nos anos seguintes, a saúde
manteve seu protagonismo, mas
deixou para trás o caráter emer-
gencial para assumir papel mais
estratégico nos planos de atua-
ção social das empresas.
Os três últimos anos deixaram
evidente o papel que a filantro-
pia pode cumprir na melhoria da
saúde pública e os dados da pes-
quisa documentam a prioridade
que a área recebeu. O BISC moni-
tora a cobertura que empresas e
institutos e fundações corporati-
vas conferem a cada temática so-
cial e verificamos que houve ex-
pressivo aumento na cobertura
para a saúde, de 50% das organi-
zações pesquisadas no pré-pan-
demia, em 2019, para 80% no
pós-pandemia, em 2021. O volu-
me de recursos aportados na saú-
de em 2021 foi mais de três vezes
superior àquele de 2019, já ajus-
tado pela inflação, atingindo
mais de R$ 342 milhões. Este vo-
lume é provavelmente ainda
maior, dadas as limitações da
pesquisa neste mapeamento.
A análise dos dados sob a pers-
pectiva setorial coloca luz à priori-
dade que a saúde vem recebendo
pelo investimento social de em-
presas ligadas à indústria. Enquan-
to o ISC total à saúde das empresas
monitoradas aumentou 3,15 vezes
seu volume ante 2019, entre os
participantes da indústria este au-
mento foi de 13,6 vezes, somando
R$ 303 milhões. A atuação social
das empresas industriais é relati-
vamente mais focalizada nos terri-
tórios e comunidades do entorno
das operações e tem inclinação a
atender demandas específicas des-
tas localidades. Ou seja, estamos
falando de um volume de recursos
que, focalizado nos problemas de
territórios específicos, tem poten-
cial de contribuir enormemente
com a melhoria da saúde pública.
Uma das principais mudanças
da atuação do investimento so-
cial corporativo nesta temática é
a transição de um apoio histórico
a entidades filantrópicas de saú-
de — que continua acontecendo
— para uma atuação mais próxi-
ma das políticas públicas. Vemos
surgirem demandas e iniciativas
muito relevantes para média e al-
ta complexidade, considerando
a criticidade para municípios
menores e afastados dos grandes
centros. Mas, de forma geral, um
dos principais eixos é o apoio às
políticas públicas de atenção bá-
sica ou atenção primária nos mu-
nicípios, porta de entrada dos ci-
dadãos ao sistema público de
saúde e que possui sérias defi-
ciências no país.
Um dos exemplos nesse sentido
é a atuação da Fundação Vale, que
hoje considera a saúde um dos ei-
xos centrais de sua agenda social. A
instituição atua no tema exploran-
do as interseccionalidades entre
saúde, educação e assistência so-
cial, fortalecendo estruturas inter-
setoriais para promover a troca de
informações e práticas. O objetivo
é desenvolver estratégias consis-
tentes e sustentáveis no enfrenta-
mento às múltiplas vulnerabilida-
des das comunidades e territórios
de atuação, atingindo 53 municí-
pios em 2022.
O enfoque na atenção básica
também é parte da estratégia do
Instituto Votorantim, em parce-
ria com as empresas de seu port-
fólio. Por meio do Programa de
Apoio à Gestão Pública, exercem
papel importante junto a prefei-
turas e Secretarias de Saúde no
aprimoramento de competên-
cias e processos de gestão, assim
como apoiam os territórios na
superação de desafios da atenção
primária como vazios sanitários
e a adequação ao atual programa
de financiamento público fede-
ral, o Previne Brasil. Em 2022, o
impacto dessa atuação alcançou
24 municípios.
A despeito da distribuição ter-
ritorial oferecida pela atuação
social de importantes players do
segmento do investimento social
corporativo, os recursos ainda
são concentrados. Metade do vo-
TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL
pretende captar R$ 100 milhões
da iniciativa privada para, em se-
guida, aportar igual montante
com seus recursos para destinar
R$ 200 milhões para projetos na
área da Saúde nestes territórios
ao longo de quatro anos, valen-
do-se da estratégia de matchfun-
ding, modelo que potencializa o
impacto do investimento social
privado ao ter uma organização
que ofereça a contrapartida de
duplicar ou até triplicar o valor
aportado para a superação de de-
terminado desafio.
As iniciativas mais recentes,
portanto, vão na direção de re-
forçar a tendência da filantropia
corporativa de encarar a Saúde
com olhar mais estratégico e sob
a perspectiva de parcerias para
impulsionar o impacto gerado.
Diante de um cenário onde as
empresas estão cada vez mais
comprometidas com seus com-
promissos sociais, estas expe-
riências na Saúde sugerem que o
estabelecimento de parcerias
com governos e o alinhamento a
políticas públicas existentes po-
dem ser caminhos a seguir nos
próximos anos para ampliar a ca-
pacidade privada de entregar
lume total monitorado pelo BISC impacto social positivo. Pelo la-
em 2021 foi aplicado no Sudeste, do do poder público, o que se ob-
enquanto o Norte e Nordeste re- serva à frente é que o investimen-
ceberam, respectivamente, 15% e to social corporativo pode ser um
12% no mesmo período. aliado cada vez mais estratégico
Neste contexto, é interessante para apoiar a superação dos
acompanhar a iniciativa Juntos imensos desafios sociais no país.
pela Saúde, promovida e cofi-
nanciada pelo Banco Nacional de Patricia Loyola é diretora de gestão e
Desenvolvimento Econômico e investimento social corporativo na
Social (BNDES) com o objetivo de Comunitas, conduz a pesquisa BISC
apoiar e fortalecer o Sistema Pú- (Benchmarking do Investimento Social
blico de Saúde (SUS) no Norte e Corporativo)
Nordeste, buscando preencher João Morais é economista e mestre
simultaneamente as lacunas do em Políticas Públicas no Insper. É
SUS e do ISC nas regiões. coordenador do benchmarking do
O caráter inovador da iniciati- Investimento Social Corporativo
va merece destaque. O BNDES (BISC), na Comunitas

Opinião
As reformas e “A Reforma”
Ricardo Barboza e
Bráulio Borges
O
Brasil fez várias refor-
mas desde 2016. Hou-
ve aprovação do teto
de gastos, reforma tra-
balhista, marcos regulatórios
nos mercados de ferrovias, sa-
neamento, câmbio, crédito e de
capitais, TLP, liberalização da
terceirização, reforma da previ-
dência, cadastro positivo refor-
mulado, nova lei de falências,
autonomia do Banco Central,
Pix, lei da liberdade econômica,
dentre outras reformas macro e
microeconômicas.
Isto posto, cabe perguntar: as
várias reformas até aqui imple-
mentadas geraram resultados fa-
voráveis para o crescimento da
economia brasileira?
Uma forma de avaliar o efeito
das reformas consiste em compa-
rar o desempenho do PIB do Bra-
sil nesse período “reformista”
com alguma referência. Pois bem,
o crescimento da economia bra-
sileira na média de 2017-22, de
1,5% ao ano, foi: 1- inferior ao
crescimento médio do próprio
Brasil em 1996-2016 (2,4% a.a.);
2- inferior ao crescimento de paí-
ses de fronteira (EUA ou G3) no
mesmo período; e 3- inferior ao
crescimento de um contrafac-
tual, o “Brasil sintético”, construí-
Transações estratégicas representaram só 33% do volume negociado em 2023. Por Luis Frota
Previsão cautelosa de M&As no Brasil
A
pós dois anos de forte
crescimento, com altas
em 2020 e volume re-
corde de fusões e aqui-
sições em 2021, o Brasil seguiu o
ritmo global e observou retração
nos índices do setor em 2022. As
operações realizadas no país em
2021 atingiram volumes históri-
cos de negócios, com movimen-
tação total de US$ 91 bilhões. No
ano passado, mesmo com a redu-
ção de acordos acima de US$ 5 bi-
lhões, os valores totais alcança-
ram números semelhantes aos
do período pré-pandemia, com
US$ 53 bilhões negociados. En-
tretanto, apesar desses resulta-
dos sólidos, dados recentes do
quarto trimestre de 2022 e dos
quatro primeiros meses de 2023
indicam que a tendência de desa-
celeração deve permanecer neste
ano. Diante dos atribulados ce-
nários político e macroeconômi-
co, o volume de M&As movimen-
tou apenas US$ 6,1 bilhões de ja-
neiro a abril de 2023, represen-
tando uma acentuada queda de
72% se comparado com o mesmo
período de 2022.
Para além do tamanho do
mercado e dos valores divulga-
dos (apenas 29% dos acordos tor-
naram públicos os montantes de
negociação em 2023, contra 42%
em 2022), elaboramos uma aná-
lise que chama a atenção para
mudanças que têm ocorrido na
natureza do investimento dos
negócios estratégicos realizados.
Com base no acompanhamento
detalhado do mercado brasileiro
de fusões e aquisições, consegui-
mos traçar o perfil das transações
realizadas nos últimos anos e, as-
sim, foi possível notar a inversão
de algumas tendências.
No Brasil, há anos as negocia-
ções estratégicas (aquisições feitas
por instituições não financeiras)
têm dominância sobre as demais
categorias, chegando a represen-
tar até 79% dos valores negociados
em 2019. Em 2021, com o recorde
nos números, elas chegaram a 54%
do total, e representaram 58% em
2022. Isso, porém, não ocorreu nos
quatro primeiros meses de 2023:
transações estratégicas represen-
taram apenas 33% do volume ne-
gociado, perdendo relevância para
rodadas de investimentos (47%), e
do a partir de uma média ponde-
rada de oito países comparáveis
(majoritariamente, México, Para-
guai, Peru e África do Sul).
Outra forma de tentar verificar o
impacto das reformas se dá pela
observação das perspectivas para o
crescimento de longo prazo ex-
traídas do consenso de mercado
(mediana Focus para quatro anos
à frente), que são frequentemente
consideradas como uma aproxi-
mação do crescimento do PIB po-
tencial. O resultado dessa análise é
que tais projeções diminuíram sis-
tematicamente (ao invés de au-
mentar) desde o início da agenda
reformista: em meados de 2016
elas apontavam alta de 2,5% ao
ano, enquanto hoje estão em pou-
co menos de 2% ao ano.
Além disso, analisando diversos
indicadores que determinam nos-
so PIB potencial (isto é, a capacida-
de de oferta de bens e serviços), ob-
serva-se uma involução nos últi-
mos anos em várias dimensões.
O estoque de capital líquido
da economia brasileira estima-
do pelo Ipea praticamente pa-
rou de crescer desde 2016. En-
quanto essa variável avançou
2,7% a.a entre 1980 e 2016, ela
cresceu tão somente 0,1% a.a en-
tre 2017 e 2022. Ou seja, pratica-
mente todo o fluxo de novos in-
vestimentos nos últimos anos
basicamente repôs a deprecia-
ção do estoque de capital
pré-existente (e vale notar que
os dados de estoque de capital
de 2019 em diante estão supe-
restimados, por conta das im-
portações fictícias de platafor-
mas de petróleo, que foram ex-
pressivas em 2019-21).
Por sua vez, os investimentos
em infraestrutura se situaram em
Energia e recursos
naturais, manufatura e
serviços reuniram 66%
dos valores negociados
em 2022, refletindo a
preocupação com a
ambiguidade econômica
do país. Em 2023, essa
tendência foi reforçada.
Manufatura e serviços
concentraram 53% dos
negócios e energia, 21%
torno de 1,7% do PIB na média
2017-22, abaixo dos 2,2% obser-
vados entre 2001-16 (segundo
dados da Inter.B). Em particular,
o investimento em infraestrutura
realizado pelo setor privado tem
andado de lado há mais de uma
década (entre 1,1% e 1,2% do PIB
a.a.), ao passo que os investimen-
tos públicos colapsaram após
2014, para níveis que sequer co-
brem a depreciação (sobretudo
no caso do governo federal). Não
houve crowding-in nesse seg-
mento, mesmo com o mercado
de capitais doméstico tendo au-
mentado muito de tamanho.
Projeções de
crescimento de longo
prazo diminuíram desde
o início da agenda
reformista
Diante disso, alguém poderia
argumentar que tão importante
quanto a quantidade (de investi-
mentos) é a sua qualidade (ou sua
produtividade). As reformas atua-
riam no sentido de reduzir a
má-alocação de recursos e impul-
sionariam a produtividade sistê-
mica da economia, até mesmo
com um fluxo de investimentos
públicos e privados menores. Con-
tudo, não foi isso o que aconteceu:
de acordo com os dados do Obser-
vatório da Produtividade Regis Bo-
nelli do FGV Ibre, a Produtividade
Total dos Fatores (PTF) brasileira
em 2022 foi 5,2% inferior àquela
observada em 2019, que, por sua
vez, foi 10,2% mais baixa do que o
nível médio de 2013/14.
Assim, seria possível dizer que
as reformas foram ruins para a
negociações de reestruturações so-
cietárias (20%).
Neste ano, as companhias têm
aproveitado a significativa corre-
ção dos valores das empresas lis-
tadas na bolsa para investir ou fe-
char seu capital. Dos US$ 6,1 bi-
lhões negociados nos primeiros
quatro meses do ano, US$ 2 bi-
lhões se concentraram em três
operações que refletem a tendên-
cia: plano de fechamento de capi-
tal da EDP Brasil pela EDP Portu-
gal; aquisição de 11 data centers
pelo fundo de private equity Ac-
tis; e aporte do Itaú Unibanco na
Equatorial Distribuição (passan-
do a deter todas as ações prefe-
renciais da companhia).
Outra mudança que se destaca
em nossa análise é o crescimento
das compras de escopo, que têm se
ampliado de forma consistente.
Nos negócios estratégicos, consi-
deramos dois racionais de transa-
ção: aquelas realizadas no próprio
setor (escala) e as que foram con-
cluídas em segmentos adjacentes e
complementares (escopo). Nos úl-
timos anos, os negócios de escala
vinham dominando o mercado
brasileiro, chegando a representar
95% do valor total das negociações
estratégicas em 2019. No entanto,
essa proporção tem diminuído e as
transações de escopo responde-
ram por 16% dos negócios estraté-
gicos em 2022, subindo para 23%
de janeiro a abril de 2023.
Por outro lado, o valor médio
dos negócios estratégicos caiu jun-
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
economia? Não! Apenas que não
parecem ter trazido um cresci-
mento econômico compatível
com as promessas que emergi-
ram em muitos cantos do debate
público. A rigor, é possível que
ainda não tenha dado tempo das
reformas amadurecerem. Há es-
tudos que sugerem prazos de ma-
turação extensos, chegando a 5
ou 10 anos. Mas nossa agenda re-
formista já tem 7 anos de vida e
cada vez fica mais difícil justificar
tamanha defasagem sobre o PIB.
O que nos parece provável é
que o Brasil não colheu bons fru-
tos da agenda de reformas parti-
cularmente implementada nos
últimos anos. Afinal, não é por-
que houve reformas que países
necessariamente crescem mais.
Segundo estudo de Alessio Terzi
e Marco Marrazzo, dos 135 gran-
des episódios mundiais de acele-
ração do crescimento entre 1962
e 2002, 45% foi precedido por pe-
lo menos uma reforma. Ao inver-
ter a questão e explorar quantas
vezes as reformas levaram a uma
aceleração do crescimento, os
autores encontram que em 90%
dos casos não houve mudanças
na trajetória de crescimento.
Por que isso acontece? A primei-
ra resposta parece estar na seleção
errada das mudanças implemen-
tadas. Sem um bom diagnóstico de
quais são os verdadeiros gargalos,
corre-se o risco de dar com os bur-
ros n’água. Reformas microeconô-
micas são importantes, mas às ve-
zes geram efeitos imperceptíveis
no agregado. Também há casos de
falha de implementação, como é o
caso das duplicatas eletrônicas, cu-
ja legislação básica foi aprovada
em 2018 e até agora esse novo co-
lateral não está operacional.
to com o volume de operações:
saiu de US$ 225 milhões em 2021
para US$ 168 milhões em 2022, se-
guido por outra redução nos pri-
meiros quatro meses deste ano, al-
cançando apenas US$ 68 milhões.
Diferentemente dos anos anterio-
res, todos os negócios estratégicos
realizados até o momento em
2023 tiveram o valor menor do
que US$ 500 milhões, exceto a
aquisição pela Glencore de partici-
pações relevantes na Alunorte e
MRN, anunciada no fim de abril.
Uma das prováveis causas dessa re-
dução foi a forte alta nas taxas de
juros nacionais e globais, que res-
tringiram o acesso ao capital.
Quando buscamos uma visão se-
torial dos negócios estratégicos,
notamos que duas áreas no país
reuniram 66% dos valores negocia-
dos em 2022: energia e recursos na-
turais, e manufatura e serviços, re-
fletindo a preocupação das empre-
sas sobre a ambiguidade econômi-
ca do país. Nesse cenário de incer-
tezas, as companhias buscavam ne-
gócios em segmentos mais depen-
dentes de exportações — como
energia e recursos naturais — do
que o consumo interno. Em 2023,
essa tendência foi reforçada com
manufatura e serviços concentran-
do 53% dos negócios estratégicos e
energia e recursos naturais 21%.
Por outro lado, o setor de mídia e
entretenimento ganhou represen-
tatividade, chegando a 13% dos va-
lores das transações estratégicas.
Outro fator que reflete as pers-
Outro fator fundamental nesse
debate é que reformas são mais
efetivas quando suportadas por
políticas macroeconômicas ade-
quadas. Afinal, mudanças estrutu-
rais não geram crescimento de for-
ma mecânica e tempestiva, ainda
que muitas melhorem a vida das
pessoas. Sem políticas de gestão da
demanda agregada (no nosso ca-
so, sobretudo, política monetária)
que estimulem o PIB efetivo a reali-
zar o seu novo potencial, o cresci-
mento mais pujante não ocorrerá.
Por fim, não se pode ignorar que
os últimos anos também foram re-
pletos de contrarreformas, tais co-
mo os efeitos deletérios de um lon-
go período (mais de 30 trimes-
tres!) de economia com hiato do
produto negativo (histerese nega-
tiva), os efeitos não remediados da
pandemia (sobre capital humano)
e, ainda, a expressiva erosão demo-
crática observada no país.
Hoje, pouca coisa parece tão
prioritária para impulsionar o
crescimento potencial da econo-
mia brasileira quanto a aprova-
ção da reforma da tributação so-
bre o consumo (IVA/IBS), que en-
caramos como “a reforma” do tí-
tulo deste artigo, pois nosso ma-
nicômio tributário é, esse sim,
um entrave colossal para a ativi-
dade econômica brasileira em
diversos aspectos (ineficiência
alocativa, insegurança jurídica,
cumulatividade, oneração de in-
vestimentos e exportações etc).
Ricardo Barboza é pesquisador
associado do Ibre-FGV, professor do
IBMEC e mestre pela PUC-Rio.
Bráulio Borges é pesquisador associado
do Ibre-FGV, economista sênior da LCA e
mestre pela USP. As opiniões aqui
expressas são estritamente pessoais.
pectivas de M&A no Brasil é a ori-
gem do capital investido. Em 2019,
antes da pandemia, 67% dos negó-
cios do país foram movidos por in-
vestimentos externos. Essa parcela
chegou a 19% em 2021, indicando
menor confiança internacional no
futuro econômico do país e, em
2022, voltou a crescer, alcançando
30%. Nos quatro primeiros meses
de 2023, essa parcela está em 56%,
indicando o fraco apetite das orga-
nizações brasileiras por fusões e
aquisições no momento atual.
É provável que ainda leve um
bom tempo para que as M&As re-
tomem os patamares de 2021 no
mercado brasileiro. Aparente-
mente, há indícios de que, no se-
gundo semestre, ocorra o início
da redução das taxas de juros
que, nos patamares atuais, con-
tribuíram muito para a queda de
fusões e aquisições, seja em volu-
me ou valor dos negócios.
Com a queda dos juros aliada a
um cenário político-econômico me-
nos incerto, seria possível que com-
panhias com decisões estratégicas
de compra e vendas represadas co-
meçassem a dar andamento a novas
negociações e a finalizar as negocia-
ções que vêm se arrastando. Caso es-
se conjunto de aspectos de fato
aconteça, podemos acreditar na
possibilidadederetomadadecresci-
mento das M&As ainda em 2023.
Em cenários de incertezas como
esse, recomendamos às empresas
preparação redobrada. Alguns
exemplos de atividades críticas
que demandam especial atenção
nesse contexto são: simulação de
múltiplos cenários econômicos e
de desempenho como apoio à to-
mada de decisão; realização de di-
ligência aprofundada sobre as for-
talezas e fraquezas comerciais da
companhia sendo adquirida; e es-
pecial atenção ao uso de “sinergias
de receita” como justificativa para
valorações mais agressivas dos ati-
vos em análise.
Proatividade e preparo sempre
são grandes diferenciais competi-
tivos, mas serão decisivos a partir
do momento em que as incertezas
diminuírem. Com essa postura
cautelosa e atenta, nos cabe acom-
panhar o cenário macroeconômi-
co e aguardar uma reação do setor.
Luis Frota é sócio da Bain & Company
| Valor | A17
Frase do dia
“Nenhumdos
possíveis
herdeirospolíticos
doBolsonaro,
hoje,temsua
capacidadede
aglutinação”.
Da antropóloga Isabela Kalil,
sobre a união de forças da
extrema direita, direita e até de
centro em torno do ex-presidente
Cartas de
Leitores
Reforma
A reforma tributária é um pres-
suposto fundamental para o de-
senvolvimento da economia. Ao
simplificar o sistema de impos-
tos e reduzir a carga tributária,
ela promove o estímulo aos ne-
gócios, o investimento e o cresci-
mento econômico. Além disso,
uma reforma bem planejada e
equilibrada pode contribuir pa-
ra a distribuição mais justa da
carga fiscal, favorecendo a com-
petitividade das empresas e me-
lhorando a vida dos cidadãos.
Luciano de Oliveira e Silva
Luciano.os@adv.oabsp.org.br
Bolsonaro
Para literal alívio da nação, final-
mente pelos crimes que cometeu
contra nossas instituições, no
julgamento encerrado nesta sex-
ta-feira, 30, por 5 votos favorá-
veis e 2 contra, o Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE) penaliza o
ex-presidente Jair Bolsonaro, tor-
nando-o inelegível por 8 anos.
É bom lembrar que Jair Bolso-
naro, em seus quatro anos de
mandato, em nenhum momento
respeitou o cargo que ocupou. E
como apoteose das centenas de
casos excrescentes que patroci-
nou contra as nossas instituições
e o povo brasileiro (como na
pandemia da covid-19), fugiu do
país, em dezembro último, dei-
xando aqui no país tudo prepa-
rado para que suas milícias cri-
minosamente afrontassem a na-
ção com a tentativa de um “golpe
de Estado”.
Como de triste memória os fa-
tos ocorridos em 8 de janeiro
deste ano em Brasília. Evento es-
se em que milhares de seus radi-
cais apoiadores invadiram e des-
truíram as instalações do Supre-
mo Tribunal Federal, do Palácio
do Planalto e do Congresso. Isto
posto, o que se espera que é deci-
são do TSE, que lhe aplicou justa
inelegibilidade, seja a primeira
de outras condenações, desta vez
pelo Supremo. Que pela gravida-
de de seus crimes, Bolsonaro ve-
nha sofrer justa condenação, e
passe longa temporada em uma
das cadeias do país...
Paulo Panossian
paulopanossian@hotmail.com
Democracia
A característica de país autoritá-
rio é tolhimento dos princípios
da liberdade individual e da mí-
dia, censura e ativismo judiciário
repreendendo toda discordância
com a postura do poder domi-
nante. Democracia é liberdade
com responsabilidade, respeito
às leis, direitos e deveres iguais
para todos, pluralidade de atitu-
des e opiniões numa respeitosa
convivência pacífica.
Humberto Schuwartz Soares
hs-soares@uol.com.br
Correção
Na matéria “Fontes mais limpas
atraem mais investimentos que as fós-
seis”, publicada no dia 28 de junho, os
dados na tabela de energia eólica não
continham a evolução da produção acu-
mulada no país, que atingiu 25.631 me-
gawatts em 2022.
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A18 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Conjuntura Tendência é banco crescer desembolsos e ampliar participação na economia
Economistas veem pressão para
BNDES ganhar corpo a partir de 2024
Anaïs Fernandes
De São Paulo
Embora os desembolsos do
BNDES tenham se mantido histo-
ricamente baixos nos primeiros
meses da nova gestão, economis-
tas veem chances de o banco pú-
blico ir além dos 2% do PIB que o
governo tem colocado como meta,
principalmente se (ou quando) a
atividade começar a desacelerar
com mais força.
Os desembolsos — o que de fato
saiu do caixa do BNDES e é empres-
tado — somaram pouco menos de
R$ 20 bilhões no primeiro trimes-
tre de 2023, o equivalente a cerca
de R$ 100 bilhões (ou 1% do PIB)
em termos anualizados.
As consultas abertas pelas em-
presas para tentar captar recursos
junto ao banco, no entanto, deram
um salto já no fim do ano passado,
observa Luiz Maciel, economista-
chefe do Bahia Asset Management.
Só a construção, aponta, somou,
no segundo semestre de 2022,
pouco mais de R$ 20 bilhões.
“De novembro para dezembro,
foram aprovados R$ 25 bilhões pa-
ra o setor e isso ainda não aparece
nos desembolsos do primeiro tri-
mestre”, diz Maciel. “Eles devem
crescer. Achamos que o que esta-
mos vendo nesses primeiros meses
não é a regra do que vamos ver, se
não em 2023, em 2024.”
O próprio presidente do banco,
Aloizio Mercadante, afirmou re-
centemente que “houve aumento
grande de consultas” das linhas de
crédito do BNDES, de 185% nos
quatro primeiros meses do ano.
Na visão do Bahia, quando a ati-
vidade começar a dar sinais claros
de desaceleração, o BNDES deve
surgir como um mecanismo “fácil”
do governo para uma “política an-
ticíclica”. “Hoje, os desembolsos
do BNDES estão em 1% do PIB. Mas
o seu balanço patrimonial permite
dizer que ele tem potencial para
poder gastar, pelo menos, mais 3%
do PIB”, estima Maciel.
No cenário-base do Bahia, os
Tamanho do BNDES
Valores reais acumulados em 12 meses - R$ bilhões
Total BNDES
Consulta Aprovação
600
500
400
300
200
100
jan/
2003
Construção
Consulta Aprovação
80
60
40
20
jan/
2003
Fonte: Bahia Asset Management
Programa é anti-inflacionário, diz Barbosa
De São Paulo
O programa pensado para ex-
pansão do BNDES não afeta a efi-
ciência da política monetária e é
anti-inflacionário no médio prazo,
defende Nelson Barbosa, diretor
de Planejamento do banco. “Não é
Legislação 1% a mais do PIB, cuja maior parte
vai ser a taxa de mercado, que vai
Subsidiária da comprometer a eficiência da polí-
tica monetária”, afirma.
Fifa no Brasil Com o início de um novo gover-
no e a perspectiva de queda da Se-
derruba lic, Barbosa diz ser normal que as
cobrança de consultas ao BNDES cresçam “bem
rápido”. Não necessariamente,
R$ 6,6 milhões afirma, consultas feitas agora são
para desembolso já neste ano.
no Carf Levar os desembolsos totais do
BNDES para além de 2% do PIB de-
E1 penderia da demanda da econo-
desembolsos não saltariam de 1%
do PIB em 2023 para 4% em 2024.
“Mas eu acho bem provável que já
seja superior a esses 2%”, afirma.
A gestora espera um PIB conver-
gindo para 2,5% neste ano, mas, se-
gundo Maciel, ficará claro em
2024 que esse não é o crescimento
subjacente do Brasil. “Vai ser um
PIB entre 1% e 1,5%. O governo vai
ficar incomodado”, diz. Até 2026, é
“muito mais fácil que os desem-
bolsos do BNDES estejam em 3%,
3,5% do PIB”, afirma.
No cenário-base da A.C.Pastore
& Associados, o PIB deve crescer
1,8% em 2023, mas deixar uma
“herança” negativa de 0,5% para
2024. Ela seria parcialmente com-
pensada pelo aumento dos gastos
diretos do governo, deixando o PIB
estagnado no ano que vem.
“Não incorporamos ainda me-
didas parafiscais porque é incerto
quando elas vão surgir. Por mais
que o governo tenha intenção de
aumentar o BNDES, isso demora a
aparecer e o impacto deve acabar
vindo mais a partir do ano que
vem. Mas é um risco que pode apa-
recer conforme o governo obser-
var a desaceleração da atividade
em 2024”, diz Paula Magalhães,
economista-chefe da consultoria.
O principal fundo financiador
do BNDES é o Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), que, por sua
vez, é alimentado por receitas do
PIS-Pasep. “O FAT cresce organica-
mente. A taxa de crescimento mé-
dia de 2004 para cá é de 7% real. O
simples fato de ele crescer todo
ano garante um ‘funding’ [fonte
de recursos] de, pelo menos, mais
R$ 150 bilhões para o BNDES nos
próximos quatro anos”, diz Maciel.
Além disso, ele observa que o Ín-
dice de Basileia do BNDES — por-
centagem dos ativos que os bancos
precisam “reservar” em caso de di-
ficuldades — está em 33%, enquan-
to outras instituições financeiras
do Brasil rodam com 15% a 20%.
“Essa reserva do BNDES foi uma
decisão do governo passado. Ele
nunca teve índices tão altos. Se vol-
Desembolso
173,5
135,2
104,4
jun/ mar/
2013 2023
Desembolso
24,9
21,5
4,1
jun/ mar/
2013 2023
mia e dos custos de financiamen-
to, segundo ele. “Mas não traba-
lhamos com isso”, afirma. “Coloca-
mos como meta chegar a 2% de de-
sembolsos até 2026 e já vai ser um
grande desafio. Estamos falando
de dobrar o volume de operações.”
Para 2023, o cenário mais pro-
vável, diz, é manter 1% do PIB. “Po-
de ser um pouquinho mais, de-
pendendo da demanda da econo-
mia, com o crescimento aceleran-
do. Mas seria chegar a 1,1%.” A me-
ta de 2% do PIB em desembolsos
“não é um número tirado da carto-
la”, afirma o diretor. “Dá um Índice
de Basileia entre 15% e 20%, que
achamos adequado.”
O crescimento mais rápido da
economia e a perspectiva de lança-
mento do “novo PAC” pelo gover-
no — com foco, entre outras coisas,
Luiz Maciel: “Os desembolsos devem crescer; o que estamos vendo nesses três primeiros meses não é a regra”
“O BNDES
deve ter uma
visão ‘através
do ciclo’, de
impulsionar o
PIB potencial”
Bráulio Borges
em investimentos em infraestru-
tura — devem ajudar a sustentar a
demanda pelo BNDES, na avalia-
ção de Barbosa.
“O crescimento [do PIB] pode
ser até menor [em 2024], mas deve
ser mais intensivo em investimen-
to, o que aumenta a demanda pe-
los nossos recursos”, afirma.
Críticas a respeito da expansão
do BNDES são “justificadas”, diz
Barbosa, principalmente porque
no passado elas foram “muito váli-
“Se tiver crédito
direcionado será
pequeno e feito com
transparência”
Nelson Barbosa
tar para 15%, sobram mais uns R$
150 bilhões para ele poder gastar
ao longo de quatro anos”, afirma.
Magalhães, da A.C.Pastore,
pondera que, se depender de re-
passes do Tesouro, levar o BNDES
acima de 2% do PIB não será fácil.
“Já tivemos uma história com re-
passes que deu muito errado no
passado. Acho que não tem clima
para voltar com isso e parece que
o ministro da Fazenda [Fernando
Haddad] não quer esse cenário.”
Uma participação mais ativa do
BNDES também “é tudo que o Ban-
co Central não quer para tentar
controlar a inflação”, diz Maciel.
Segundo ele, o nível dos preços
tem desacelerado mais por causa
dos componentes ligados à oferta
de commodities e aos bens comer-
cializáveis do que por aqueles atre-
lados à atividade, como serviços.
“Isso tem favorecido o início de
corte de juros. Mas a inflação de
demanda precisa que os juros fi-
quem altos para cair também.
Quando vem um crédito público, é
como se o governo jogasse lenha
enquanto o BC joga água nesse in-
cêndio. Quanto mais o BNDES en-
trar, mais o BC vai ter de se manter
mais restritivo”, afirma Maciel.
Calcular os impactos de um
BNDES “inchado” sobre os indica-
dores macroeconômicos não é
simples porque o banco nunca foi
tão pequeno, observa Magalhães.
“Não sabemos como é o efeito des-
sa volta dele. Mas, se a inflação co-
meçar a acelerar no meio do ciclo
de corte de juros, o BC, talvez, te-
nha de parar, esperar e reavaliar se
continua ou não”, afirma.
Os modelos do Bahia Asset indi-
cam que cada um ponto percen-
tual do PIB a mais de desembolso
do BNDES, em média, sobe o juro
neutro — aquele que não contrai
nem estimula a economia — em
0,30 ponto. Se os desembolsos do
BNDES subirem 3% do PIB, portan-
to, o juro neutro equilibraria em
um ponto percentual a mais. “O
BC, que hoje fala oficialmente em
juro neutro de 4% — ou 4,5% nas
entrelinhas —, iria para algo entre
5,5% e 6%”, diz Maciel.
No fim, aponta, o equilíbrio ma-
croeconômico como um todo po-
das”, afirma. “Mas, quando fazem
essas críticas, as pessoas estão pen-
sando que toda a expansão de cré-
dito será crédito direcionado sub-
sidiado. Precisamos diferenciar:
nem todo crédito público é dire-
cionado e nem todo crédito dire-
cionado é subsidiado”, diz.
Ele concorda que, na teoria, o
aumento do crédito direcionado
subsidiado pode reduzir a po-
tência da política monetária.
“A questão é qual o tamanho
disso. O que estamos propondo
não é grande. Dessa expansão, se
tiver crédito direcionado, vai ser
pequeno e, se for feito, vai ser com
transparência e alocado para o
que temos mais carência hoje”, diz
Barbosa, citando a transição ener-
gética como exemplo.
Barbosa aponta ainda que,
LEO PINHEIRO/VALOR
de se tornar pior, com mais juros,
menos crescimento e, possivel-
mente, um governo “menos feliz” e
com uma popularidade menor.
“No nosso cenário, um BNDES in-
do para 2% do PIB é compatível
com um PIB de 1,5% em 2024. Se os
desembolsos forem mais próxi-
mos de 3%, o PIB vai crescer perto
de 2%, mas a inflação de serviços
vai ser mais alta e, talvez, a gente
tenha uma Selic mais perto de 11%
do que de 9% no ano que vem.”
Aumentar os desembolsos do
BNDES para 2% do PIB é dobrar o
tamanho do banco em relação ao
passado recente e retomar ritmo
parecido com o da média de longo
prazo, pondera Bráulio Borges,
economista-sênior da LCA Consul-
tores e pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia (FGV Ibre).
“Parece que o BNDES consegue
ir para 2% do PIB por conta pró-
pria. Mas não adianta falar só em
volume, é preciso discutir a quali-
dade desses empréstimos e, aí, en-
tra a preocupação. Temos visto al-
gumas sinalizações, mas, na práti-
ca, ainda não está muito claro qual
será a política operacional desse
‘novo’ BNDES”, afirma.
Não é todo tipo de atuação do
banco que é desejável, diz Borges,
citando trabalho dos economistas
Ricardo Barboza, Samuel Pessôa e
colegas. Eles resenharam 70 pro-
duções acadêmicas e observaram,
por exemplo, evidências de que os
empréstimos do BNDES são um
instrumento efetivo para aumen-
tar o investimento, o emprego e as
exportações, mas têm efeitos nulos
sobre a produtividade das empre-
sas e resultados inconclusivos para
a potência da política monetária.
Como um banco de desenvolvi-
mento, diz Borges, o BNDES deve-
ria atuar onde há “falhas de merca-
do”, como no crédito a pequenas e
médias companhias e no financia-
mento à infraestrutura. A visão do
BNDES também deve ser de mé-
dio-longo prazo, afirma. “Não di-
go nem que ele deveria ter postura
anticíclica ativa. Isso pode ser dei-
xado para a política econômica, a
monetária e a fiscal. O BNDES deve
ter uma visão ‘através do ciclo’, de
impulsionar o PIB potencial”, diz.
quando o BNDES faz mais desem-
bolsos, normalmente, a taxa de in-
vestimento como um todo do país
se amplia. “Não tem ‘crowding
out’, o BNDES não está ocupando o
espaço do setor privado.”
Barbosa defende também que
o programa do BNDES é anti-in-
flacionário no médio prazo. “Ao
aumentar o investimento, au-
menta a produtividade, o que
permite que o salários reais cres-
çam mais sem ter impacto infla-
cionário”, diz.
No curto prazo, reconhece, há
um estímulo de demanda. “Mas,
na medida em que isso se transfor-
ma em nova capacidade produti-
va, aumenta a oferta também. Se
for feito na velocidade e com a efi-
ciência adequadas, contribui para
controlar a inflação”, afirma.
Evento
25 mil visitantes
passaram pelos
17 restaurantes da
primeira edição do
SP Gastronomia B7
Valor B
Sábado, domingo e segunda-feira,
1, 2 e 3 de julho de 2023
Logística Até 2030, ao menos sete terminais devem ter risco muito
alto para chuvas, vendavais e alta do nível do mar, aponta Antaq
Impacto de evento climático
nos portos acende alerta
Taís Hirata
De São Paulo
O crescente impacto de even-
tos climáticos extremos nos por-
tos brasileiros já acendeu um
alerta no setor e tem gerado mo-
bilização na Antaq (Agência Na-
cional de Transportes Aquaviá-
rios) e entre alguns terminais. As
medidas de mitigação, porém,
ainda são escassas e iniciais.
Entre os principais riscos à in-
fraestrutura estão: chuvas, ven-
davais e o aumento do nível do
mar — situações que já prejudi-
cam a operação em diversas
áreas, mas que tendem a se agra-
var nos próximos anos.
Segundo estudo da Antaq,
mesmo no cenário mais otimista
de mudanças climáticas analisa-
do, ao menos cinco portos terão
risco “muito alto” de ameaças
causadas pelo aumento do nível
do mar em 2030: Aratu (BA), Rio
Grande (RS), Paranaguá (PR),
Santos (SP) e São Francisco do Sul
(SC). O levantamento, de 2022,
analisou 21 portos públicos.
Em relação a vendavais, o porto
do Recife (PE) também pode atin-
gir o maior grau de risco em 2030.
No cenário mais pessimista, até
2050, outros entram na lista: Salva-
dor (BA), Santos, e Imbituba (SC).
No caso de tempestades, o es-
tudo não prevê pioras tão signifi-
cativas, porém, hoje as chuvas já
representam risco elevado para
ao menos três portos, Rio Gran-
de, Aratu e Cabedelo (PB).
A perspectiva é de piora, mas os
efeitos já são um problema con-
creto no presente. Segundo a An-
taq, a paralisação em portos devi-
do a “chuva” ou “condição climá-
tica desfavorável”, subiu de 6.608
horas, em 2018, para 13.843 ho-
ras, em 2022, nos sete portos pú-
blicos que reportaram os dados
nos últimos anos — o preenchi-
mento por ora é facultativo.
“Os estudos ainda não permi-
tem atestar que as paralisações
são fruto de mudanças climáti-
cas, porém, há fortes indícios”,
avalia José Moreira Neto, gerente
de Regulação da Navegação da
Antaq, que coordenou o levanta-
Petrobras planeja começar a estocar CO2 a partir de 2027
Paula Martini
Do Rio
A Petrobras planeja lançar em
2027 um projeto piloto para cap-
turar e estocar carbono no subsolo
antes de oferecer o serviço ao mer-
cado. A unidade será instalada em
Macaé, no litoral fluminense, e tem
operação comercial prevista para
2033. O investimento deve ser con-
templado no próximo plano estra-
tégico da companhia.
A atividade, chamada de cap-
tura e armazenamento de carbo-
no (CCUS, na sigla em inglês),
não é regulamentada no Brasil. A
tecnologia começou a ser imple-
mentada recentemente nos Esta-
dos Unidos e na Europa para “en-
terrar” o dióxido de carbono
emitido na produção industrial.
A Petrobras não informou o va-
lor previsto para o investimento,
mas o desenvolvimento da planta
Risco nos portos
Mapeamento da Antaq mostra possível impacto de mudanças climáticas
Em 2030, os portos que estarão sob risco "muito alto" em caso de...
...risco de tempestade ...risco de vendavais ...risco de ameaça de aumento do nível do mar
Cenário mais otimista(1) Cenário mais pessimista(2)
Cabedelo - PB
Recife - PE
Aratu - BA
Salvador - BA
Santos - SP Santos - SP
Paranaguá - PR Paranaguá - PR
São Francisco do Sul - SC São Francisco do Sul - SC
Rio Grande - RS Rio Grande - RS
Número de horas/ano de paralisações da operação portuária por
“chuva e/ou outra condição climática desfavorável”(3)
Instalação Portuárias 2018 2019 2020 2021
Antonina 1.268 1.669 2.507 3.424
Imbituba 1.081 1.256 1.150 1.302
Itajaí 55 2 35 6 251
Rio de Janeiro 922 597 447 831
Salvador 636 1.004 1.099 1.278
São Francisco do Sul 2.498 2.274 1.983 3.063
Suape 148 550 390 620
Fonte: Antaq. (1) RCP4.5, com concentração de CO2 equivalente na atmosfera de cerca de 650 ppm até o final do século XXI;
aumento entre 1,8°C e 3,3°C na temperatura média global. (2) RCP8.5, com alta concentração de GEE na atmosfera, no qual o
CO2 equivalente excede a 1000 ppm até o final do século XXI; um aumento entre 3,3°C e 5,9°C na temperatura média global.
(3) Dados do Sistema de Desempenho Portuário (SDP), de preenchimento facultativo pelos portos
mento. “Há uma percepção de mostra que a temperatura média
que as mudanças estão em curso mundial já subiu 1,1ºC em rela-
e impactam também os portos.” ção aos níveis pré-industriais. “Te-
No mapeamento da agência mos uma janela de oportunidade
junto a 21 portos públicos, foi curta, até 2030, para reduzir as
constatado que, dos 27 eventos emissões e não ultrapassar o au-
mais graves já registrados, 25 mento de 1,5°C, para evitar um
ocorreram na última década e 17 ponto de não retorno”, afirma.
deles se deram entre 2019 e 2020. Na avaliação de Eduardo Nery,
“A produção científica dos últi- diretor-geral da Antaq, hoje a si-
mos dez anos endossa que o tuação dos portos não é “catastró-
aquecimento global já está acon- fica”, mas demanda planejamen-
tecendo”, afirma Guarany Osório, to para evitar que as operações se
coordenador do Programa de Po- tornem inviáveis. “Nossos portos
lítica e Economia Ambiental do não estavam se preparando para
Centro de Estudos em Sustentabi- mitigar os impactos climáticos, o
lidade da FGV (FGVces). Ele desta- objetivo do estudo foi chamar a
ca o relatório mais recente do atenção para esse fato. A ideia é
IPCC (Painel Intergovernamental encorajar que todos façam seu
sobre Mudança do Clima), que dever de casa”, disse. Na semana
deve constar no planejamento es- pondente a 1% da receita bruta
tratégico 2024-2028 da petroleira, da produção dos campos.
que será lançado no fim do ano. A Petrobras já utiliza CO2 num
De acordo com o diretor de processo que reinjeta o gás em
transição energética da empresa, poços ativos para ajudar na extra-
Mauricio Tolmasquim, os custos ção de óleo. No ano passado, a es-
para construção do piloto e iní- tatal reinjetou 10,6 milhões de
cio da operação comercial ainda toneladas nos campos do pré-sal.
estão sendo levantados. Já no projeto que será desenvolvi-
“A implantação [comercial] vai do a partir de 2027, a ideia é en-
depender dos resultados do pilo- terrar o CO2 em poços inativos ou
to. Mas para este ‘hub’ podemos camadas subterrâneas de onde
afirmar que os investimentos te- não há mais combustível fóssil.
riam ordem de grandeza de um Os gases, nesse caso, podem ser
grande sistema de produção de captados da produção de petró-
exploração e produção de gás na- leo ou de outras atividades indus-
tural”, disse o executivo. triais para que empresas atinjam
A empresa definiu que o inves- suas metas de descarbonização.
timento será contabilizado por O modelo da Petrobras será ins-
meio da rubrica de projetos de talado próximo ao terminal de Ca-
pesquisa, desenvolvimento e biúnas, que recebe gás do pré-sal
inovação (PD&I). Os contratos de da Bacia de Campos. Segundo Tol-
concessão e partilha determi- masquim, a área tem grande po-
nam que as empresas devem rea- tencial pelo tamanho do reserva-
lizar pesquisas em valor corres- tório e pela proximidade das in-
Commodities
Minério de ferro
e petróleo devem
ter desempenho
fraco no segundo
semestre B3
passada, a agência lançou um
guia para que os terminais façam
levantamentos sobre seus riscos.
Alguns Terminais de Uso Priva-
do (TUPs) também têm feito estu-
dos nesse sentido. O Porto Sudes-
te, em Itaguaí (RJ), concluiu re-
centemente um mapeamento
que identificou riscos de venda-
vais, secas, tempestades e do au-
mento do nível do mar.
A empresa tem buscado incor-
Cabedelo - PB porar ao planejamento medidas
Recife - PE de mitigação, afirma Ulisses Oli-
veira, diretor de Relações Institu-
Aratu - BA
cionais e Sustentabilidade.
“A depender do risco, será pre-
ciso reforçar a infraestrutura de
cais, que vai ser mais impactada
por efeitos de maré, ou paralisar a
operação mais vezes, por força de
ventos fortes. No caso de elevação
de nível de mar, pode ser necessá-
ria a construção de molhes, bar-
reiras para impedir que a ativida-
de no píer sofra impactos. Outro
efeito pode ser a necessidade de
2022 dragagem mais frequente, por-
que haverá maior assoreamento
3.771
do canal”, afirma o executivo. O
1.816
maior planejamento, diz, ajuda
inclusive na confecção dos segu-
1.515
ros de danos ambientais.
851
O mapeamento desses riscos
4.250
se tornou fundamental também
1.389
para novos empreendimentos,
avalia Osório, da FGVces. “Assim
como a avaliação econômica, de
crédito, a lente do risco climático
é obrigatória. Sem planejamen-
to, pode-se negligenciar grandes
perdas econômicas futuras.”
Questionada sobre como o te-
ma está sendo incorporado aos
novos projetos, a Infra S.A., estatal
responsável pelas estruturações,
diz que planeja incluir “ações e
tecnologias de mitigação e adap-
tação às mudanças climáticas nos
estudos de viabilidade para o se-
tor portuário”. Além disso, o tema
será incluído na nova metodolo-
gia de elaboração de planos mes-
tres portuários, diz a empresa.
O Ministério de Portos e Aero-
portos também afirma que “tem
discutido um programa de inves-
timentos para financiar projetos
portuários, priorizando as obras
mais críticas, e contemplando
LEO PINHEIRO/VALOR
Tolmasquim, diretor: “Temos de testar”
Telecom
5G alcança
níveis de Seul em
algumas capitais,
diz Moreira,
da Anatel B5
Ulisses Oliveira, diretor do Porto Sudeste, que mapeou riscos climáticos
projetos para mitigar os efeitos
das mudanças do clima”.
No Porto de Santos, a avalia-
ção, a partir dos estudos da An-
taq, é que hoje o risco estrutural é
baixo, considerando a infraes-
trutura atual, mas que “as parali-
sações de operações e interrup-
ções de canal serão mais frequen-
tes” no futuro, segundo a Autori-
dade Portuária de Santos (APS).
“O porto vem promovendo
meios para trazer as mudanças
climáticas para o cerne de discus-
sões em nível estratégico”, diz a
administração. Entre as medidas
em curso, está a implantação do
Vessel Traffic Management Infor-
mation System (VTMIS), que per-
mitirá um melhor monitoramen-
to das condições climáticas.
Em Aratu, os riscos mapeados
também estão sendo inseridos no
planejamento estratégico, segun-
do a Codeba (Companhia das Do-
cas do Estado da Bahia). A empre-
sa diz que investimentos voltados
à infraestrutura estão sendo pla-
nejados no âmbito do plano plu-
rianual e que há intervenções em
execução por arrendatárias (co-
mo a adequação das instalações
de armazenamento, a substitui-
ção de equipamentos, entre ou-
tras). A autoridade portuária diz
que também deverá avançar com
dústrias da região Sudeste. “A gen-
te tem um potencial reservatório
justamente na região onde está
grande parte da indústria e de on-
de o CO2 está sendo emitido. Se for
longe, o custo do transporte acaba
inviabilizando”, observou.
Segundo o executivo, uma si-
derúrgica já demonstrou interes-
se na parceria, mas a conversa foi
preliminar, pois o projeto vai co-
meçar em escala reduzida. “Antes
de partir para o projeto comer-
cial a gente quer testar, ver se
realmente está capturado, se tec-
nicamente aquilo funciona.”
Fora do Brasil já há alguns mo-
delos de hub em desenvolvimen-
to. Shell, Total e Equinor, por
exemplo, criaram um consórcio
para transportar carbono de fá-
bricas instaladas no Mar do Nor-
te até uma plataforma na costa
da Noruega. O projeto entra em
operação ano que vem.
LEO PINHEIRO/VALOR
estudos para o porto de Salvador.
No Porto de Rio Grande, a ges-
tão tem tomado medidas para
acompanhar a capacidade de ab-
sorção dos impactos das ressacas
pelos molhes [barreiras de prote-
ção], para reforçar áreas de ero-
são com o material coletado nas
dragagens, além de incorporar,
no planejamento, os riscos.
O Porto do Recife diz que ad-
quiriu uma estação meteorológi-
ca para monitoramento, e que
diversas medidas de proteção já
foram mapeadas, como ampliar
a proteção na infraestrutura
aquaviária, que é feita através de
dois molhes e um quebra-mar,
segundo o presidente do Porto
do Recife, Delmiro Gouveia.
O Porto de São Francisco do Sul
diz que não planeja ações especí-
ficas focadas em riscos climáti-
cos, mas monitora de forma cons-
tante dados meteoceanográficos.
O Porto de Imbituba afirma que
sua infraestrutura é protegida
por um molhe de abrigo de 850
metros, que passará por obras de
recuperação nos próximos anos,
e que conta com uma série de es-
tações de monitoramento.
Procurados, o Porto de Parana-
guá disse que não teria como co-
mentar o tema, e o Porto de Cabe-
delo não se manifestou.
No Brasil a atividade ainda não
é regulamentada. O governo fe-
deral planeja apresentar um pro-
jeto de lei sobre o assunto en-
quanto um projeto do então se-
nador Jean Paul Prates, proposto
antes de assumir a presidência
da Petrobras, tramita no Senado
desde o ano passado.
A Petrobras diz não estar par-
ticipando da discussão legislati-
va, mas defende que a regulação
é fundamental para o desenvol-
vimento da atividade.
“A regulamentação é sempre
bem-vinda e a gente está falando
de duas que são fundamentais.
Uma é a autorização para injetar
e outra é a definição sobre a co-
mercialização do crédito de car-
bono”, afirmou Tolmasquim.
A Petrobras mantém outras
regiões para poder estocar car-
bono no radar, como Bahia, Es-
pírito Santo e Cubatão (SP).
B2 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Empresas Carreira
Ensino Parceria entre Valor e FGV une experiência
prática de executivos premiados com excelência
acadêmica e curadoria de conteúdo do jornal
Vai começar a nova
edição da Master Class
Executivos de Valor
Da Redação
De São Paulo
Lidar com a complexidade é
um dos grandes desafios da lide-
rança. É preciso saber navegar
em um ambiente de negócios
inundado por informações, cada
dia mais conectado e onde as
mudanças constantes exigem
decisões rápidas e assertivas. Tu-
do isso requer que os líderes
abracem um novo jeito de pensar
e executar a estratégia.
Liderar hoje também significa
saber lidar com uma força de tra-
balho diferente, que pode estar
fora da empresa e atuar sob no-
vas regras. O desafio da liderança
ainda está sendo ampliado dia-
riamente pelos avanços tecnoló-
gicos, que vão desde a chegada
das inteligências artificiais gene-
rativas, como o ChatGPT, às
transformações nas operações
na economia digital. O líder não
precisa saber tudo, mas precisa
conhecer as tendências para po-
der dialogar com sua equipe e di-
recionar o negócio olhando para
o futuro. E tudo precisa ser feito
levando em conta os princípios
da boa governança, da sustenta-
bilidade e sem perder o olhar pa-
ra a responsabilidade social, re-
presentados pela sigla ESG.
De acordo com o estudo Moni-
tor Global de Liderança 2023, rea-
lizado pela Russell Reynolds As-
sociates, apenas 59% dos executi-
vos se sentem confiantes para en-
frentar os desafios emergentes.
Para ajudar quem já está ou alme-
ja estar em um cargo de liderança
mais preparado para lidar com
todo esse cenário, o Valor, em
parceria com a Fundação Getulio
Vargas (FGV), está lançando a se-
gunda turma do curso “Master
Class Executivos de Valor”.
Inspirado no conceito popula-
rizado pela plataforma de educa-
ção americana Masterclass, que
reúne grandes aulas com perso-
nalidades notórias narrando os
desafios de trabalho e carreira em
suas respectivas áreas, o curso
possibilita que os alunos apren-
dam não só com professores da
FGV, mas também com quem está
à frente de grandes empresas.
O curso é dividido em cinco mó-
dulos — liderança, estratégia, ESG,
gestão de pessoas e tendências da
nova economia — e ao final de ca-
da um deles os participantes terão
uma aula especial com uma lide-
rança que dividirá estratégias e irá
trazer insights sobre como conse-
guiu levar sua companhia ao su-
cesso, abordando um aspecto es-
pecífico da gestão.
Os líderes que participam desta
segunda edição do curso foram se-
Não há como
tentar
controlar a
complexidade
Rumo certo
Marcelo Cardoso
lecionados a partir de todos os
eleitos “Executivo de Valor”, pre-
miação que o jornal realiza há 23
anos e destaca lideranças que fize-
ram a diferença na gestão de suas
organizações. Serão eles: José Gal-
ló, presidente do conselho da Lojas
Renner, Jeane Tsutsui, CEO do Gru-
po Fleury, Daniela Manique, CEO
da Rhodia/Solvay no Brasil, Chris-
tian Gebara, CEO da Vivo, e Fer-
nando Yunes, VP sênior e líder do
Mercado Livre no Brasil.
Juntos, os executivos e executi-
vas do time selecionado lideram
empresas que tiveram receita de
mais de R$ 135 bilhões em 2022.
“Um progra-
ma inovador
ao reunir ex-
pertises com-
plementares”
Maria José
Tonelli
As Master Classes deste ano se-
rão eventos presenciais na sede da
FGV, em São Paulo, no modelo de
talk show, em que um jornalista do
Valor e um professor da FGV con-
duzem a conversa. Entre os docen-
tes que participarão pela FGV es-
tão: Cláudia Yoshinaga, professora
associada de finanças da FGV
Eaesp e coordenadora do Centro
de Estudos em Finanças (FGVcef);
Joana Story, professora adjunta da
FGV Eaesp; Anderson de Souza
Sant’Anna, professor adjunto do
departamento de administração
geral e de recursos humanos da
FGV Eaesp; Paul Ferreira, professor
de estratégica e liderança na FGV
Eaesp; e Moysés Simantob, profes-
sor e coordenador do programa
CEO FGV, Estratégia e Inovação.
Antes da Master Class associada
a cada módulo, os alunos terão
duas aulas virtuais síncronas, pre-
paradas por professores da FGV.
Nelas, os participantes terão aces-
so a um material de apoio, selecio-
nado com a curadoria do Valor e
dos professores. São matérias, arti-
gos, podcasts, vídeos, estudos e ca-
ses que vão fornecer conteúdo so-
bre o tema do módulo para que o
aluno chegue melhor preparado
para a Master Class com o “Executi-
vo de Valor”, que será ministrada
em formato híbrido, podendo ser
assistida presencialmente no audi-
tório da FGV ou on-line.
“Nossa primeira experiência no
ano passado foi muito enriquece-
A
complexidade é
inerente à vida e ao
trabalho. Todas as
decisões
importantes que
tomamos envolvem
complexidade. Criar filhos?
Implementar um projeto?
Promover uma transformação
social? Independentemente da
escala, todas essas ações nos
convidam a navegar na
complexidade.
Mas ela não é a vilã pelos
nossos desafios. O problema é o
impulso que temos de tentar
simplificar a complexidade
acreditando que podemos
controlá-la. E essa postura é
particularmente intensificada
na gestão das organizações. Em
mais de 150 anos de gestão
profissional, o planejamento e
o controle ainda são traços
onipresentes nos modelos e nas
posturas dos líderes.
Fazemos isso de muitas
formas, seja criando
planejamentos estruturados que
dora, porque os CEOs se sentem
muito à vontade para comparti-
lhar seus aprendizados e desafios
de gestão em um ambiente reser-
vado e acadêmico. É possível apro-
fundar bastante suas reflexões”,
observa Stela Campos, editora de
Carreira, responsável pela curado-
ria de conteúdo do Valor e que
participa da coordenação acadê-
mica ao lado de Maria José Tonelli,
professora titular na Escola de Ad-
ministração de Empresas de São
Paulo da Fundação Getulio Vargas
(FGV Eaesp) e coordenadora do
Núcleo de Estudos em Organiza-
ções e Pessoas (Noep). “Esse pro-
grama reúne o melhor de vários
mundos: o conhecimento de pon-
ta que se sustenta em conceitos e
casos práticos dos professores da
FGV; o conteúdo construído em
parceria com o profundo conheci-
mento do jornalismo especializa-
do em gestão e carreiras do Valor;
e a experiência prática dos executi-
vos reconhecidos por sua excelên-
cia no desenvolvimento de empre-
sas de sucesso. Essas três dimen-
sões trazem um programa absolu-
tamente inovador no mercado
educacional”, afirma Tonelli.
O primeiro módulo do curso é
sobre a “Liderança do Futuro”, e irá
debater qual é o novo papel de
quem está no comando das em-
presas, os fundamentos e as ten-
dências de posicionamento para o
novo CEO e o que não é coerente o
gestor — seja ele da média ou da al-
ta liderança — fazer hoje.
Para falar sobre este tema foi
convidado José Galló, presidente
do conselho da Lojas Renner, elei-
to seis vezes “Executivo de Valor”.
Com mais de 30 anos de experiên-
cia no varejo, sob sua gestão, de
1991 a abril de 2019, a Lojas Ren-
ner passou de uma rede de varejo
de moda com oito lojas para uma
corporação com mais de 550 ope-
rações no Brasil e no Uruguai. Gal-
ló é também fundador da Quartz
Investimentos, embaixador da En-
deavor e vice-presidente do conse-
lho deliberativo do Instituto Cal-
deira, ecossistema de inovação em
Porto Alegre. Ele é autor do livro “O
Poder do Encantamento” (editora
Planeta Estratégia), onde narra sua
trajetória e desafios da gestão.
O segundo módulo chama-se
“Da Estratégia à Execução”, e vai
tratar da estratégia na criação de
valor, na inovação, no aprendiza-
do e também sobre a execução se-
guindo modelos ágeis. A “Executi-
va de Valor” convidada é Jeane
Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, pre-
miada em 2022 e também este
ano. Ela iniciou sua trajetória no
Fleury em 2001 como médica car-
diologista e fez a migração da car-
reira médica para executiva há 14
tentam prever e controlar as
variáveis; seja dando respostas
simplistas culpando alguém,
ignorando todas as influências
que estão em jogo; seja pelo
cinismo fatalista, que apela para
a ação conveniente,
argumentando que não vale a
pena tentar algo diferente
“porque as coisas funcionam
assim”; ou ainda, seja pelo
caminho da omissão que evita
abordar determinados desafios,
externalizando a
responsabilidade para outros
setores da sociedade.
Todas essas coisas são, na
maioria das vezes,
contraproducentes e geradoras
de maiores problemas. Mas
ainda há muita resistência e
pouca clareza nas organizações
sobre como enfrentar a
complexidade, e esse desafio
precisa ser endereçado para
aqueles que pretendem
prosperar nos nossos tempos.
Recentemente, Sonja Blignaut,
uma experiente consultora
Master Class Executivos de Valor
Principais características da segunda edição
Curso exclusivo fruto de parceria entre Valor e FGV
vai preparar todos os líderes que desejam aprender a como superar os
novos desafios que a alta gestão vem enfrentando na nova economia
Conteúdo dividido em 5 módulos,
cada um com duas aulas ministradas por professores da FGV e uma aula
especial de fechamento, chamada de Master Class, PRESENCIAL, com um
CEO premiado no Executivo de Valor
Curso com 64 horas/aula,
realizadas ao longo de 13 semanas, às quartas e quintas-feiras das 19h às
22h30. As aulas com professores da FGV serão on-line e síncronas, com
interação entre os alunos
Liderança do Futuro
Dias 23, 24 e 30/8*
*Master Class com José Galló:
Presidente do conselho da Lojas Renner
Da Estratégia à Execução
Dias 6, 13 e 14/9*
*Master Class com Jeane Tsutsui:
CEO do Grupo Fleury
Papel da Liderança na Agenda ESG
Dias 20, 21 e 27/9*
*Master Class com Daniela Manique:
CEO da Rhodia/Solvay no Brasil
Pessoas físicas podem comprar diretamente por meio do site https://cloud.e.fgv.br/masterclass-executivos
Empresas podem comprar cursos para seus colaboradores por meio do e-mail cursos@valor.com.br
Fonte: Valor e FGV
anos. Sua formação em gestão in-
clui MBA em conhecimento, ino-
vação e tecnologia e programas
executivos na Harvard Business
School, Wharton e Sloan School of
Management no MIT. Sob sua ges-
tão, o Grupo Fleury ampliou seus
serviços para além da medicina
diagnóstica, realizou uma expan-
são orgânica e fez aquisições. Este
ano o lucro líquido foi de R$ 93,9
milhões no primeiro trimestre.
O terceiro módulo, “Papel da Li-
derança na Agenda ESG”, vai olhar
para os desafios do desenvolvi-
mento sustentável no contexto
contemporâneo. O objetivo é falar
sobre governança, a importância
do líder na implementação dessa
agenda ESG, o novo papel das em-
presas no desenvolvimento so-
cioeconômico e o relacionamento
com diferentes stakeholders.
A “Executiva de Valor” convi-
dada é Daniela Manique, CEO da
Rhodia/Solvay do Brasil, premia-
da em 2022, que comanda a
companhia desde 2018. Ela está
na empresa há 19 anos. Em maio
deste ano, assumiu a presidência
do conselho diretor da Associa-
ção Brasileira da Indústria Quí-
mica para o período de 2023 a
2025, tornando-se a primeira
mulher a assumir a posição nos
59 anos da entidade. Ela defen-
de a busca por uma química sus-
tentável e acredita que o Brasil é
um celeiro para essas soluções,
dado seu potencial para a eco-
nomia verde. Formada em quí-
mica, ela é também diplomada
na área de indústria do petróleo
em Oxford, na Inglaterra.
O quarto módulo é sobre “Ges-
tão de Pessoas e Modelos de Tra-
balho” e o “Executivo de Valor”
convidado é Christian Gebara,
CEO da Vivo. Ele foi premiado em
2022 e também este ano.
Gebara ingressou no Grupo
sul-africana, ofereceu em seu
blog algumas sugestões, que eu
compartilho aqui. Não podemos
evitar a complexidade, porque
no fundo sabemos que a única
certeza é que as coisas sempre
mudam. Somos seres criativos e
adaptativos e podemos “dançar
com o emergente”. A
complexidade está em toda
parte, mas nem tudo é complexo.
Algumas tarefas são rotineiras,
nos exigem apenas ação.
Algumas são complicadas,
precisando de especialistas.
Outras são complexas e exigem
aprendizado, improviso e
experimentação.
A linguagem nos ajuda a
categorizar, organizar e dar
sentido às coisas. Isso é útil em
muitos contextos, mas é uma
armadilha que pode subtrair a
ambiguidade e as nuances
inerentes às coisas. Ser capaz de
escapar de rígidas definições e
rótulos nos permite reenquadrar
problemas por outros ângulos.
Estamos sempre buscando um
Módulos do curso
Gestão de Pessoas e Modelos de Trabalho
Dias 4, 5 e 19/10*
*Master Class com Christian Gebara:
CEO da Vivo
Tendências da Nova Economia
Dias 25 e 26/10, e 7/11*
*Master Class com Fernando Yunes:
VP Senior e Líder do Mercado Livre no Brasil
Workshop de Encerramento:
O futuro do(a) líder ou o(a) líder do futuro?
9 de novembro
Telefônica em 2006, tendo traba-
lhado na Espanha. Antes, atuou
na McKinsey & Company (Espa-
nha), JP Morgan Chase (EUA),
Banco ABC Brasil e Citibank (Bra-
sil). É administrador de empre-
sas formado pela FGV, com MBA
pela Graduate School of Business
da Universidade de Stanford. Na
Vivo, vem conduzindo mudan-
ças na gestão de pessoas em um
movimento que visa tornar a ges-
tão mais plana e menos hierár-
quica. Ele fala sobre a criação de
uma cultura mais aberta, que vi-
sa estimular a inovação e a digi-
talização do negócio. A empresa
adotou o método ágil de traba-
lhar, o design thinking e criou es-
paços mais colaborativos para
que algumas áreas passassem a
trabalhar em squads, que reú-
nem grupos multidisciplinares.
O quinto módulo é “Tendên-
cias da Nova Economia” e vai
abordar macrotendências no
ambiente de negócios e na ges-
tão. Além do impacto da tecnolo-
gia, incluindo o crescente uso da
inteligência artificial generativa
nos negócios, as novas deman-
das da sociedade nas organiza-
ções, a descentralização dos mo-
delos de negócios e o papel da li-
derança na economia digital. O
“Executivo de Valor” convidado é
Fernando Yunes, vice-presidente
sênior e líder do Mercado Livre
no Brasil, premiado em 2022 e
novamente este ano.
Yunes trabalhou na Whirlpo-
ol, Bain & Company e Promon e
foi CEO do Sem Parar. Ele está no
Mercado Livre desde maio de
2020 e diz que tem a missão de
aprimorar a integração entre as
unidades de negócios que cor-
respondem ao ecossistema de
marketplace, além de consolidar
a liderança em e-commerce do
Mercado Livre no Brasil, em si-
caminho, o que muda é o
contexto e a forma como
fazemos isso. Em lugares
familiares, seguimos as rotas
conhecidas; em lugares pouco
familiares, usamos gps ou mapa.
Em lugares nunca explorados,
seguimos a intuição, buscamos
por padrões e nos associamos a
outros desbravadores. O
importante é utilizar o recurso
adequado para cada contexto.
A complexidade é dinâmica,
tudo está em transição, a cada
momento. Nós também
precisamos nos manter em
movimento: às vezes rápido, ou
lento, ou pausando, ou voltando
atrás. O que importa é estar em
sintonia a cada necessidade.
Não nos permitimos mais nos
perder, temos sempre um gps ou
mapa interativo dando a rota. Mas
quando viajamos para uma cidade
desconhecida as melhores
experiências acontecem quando
nos perdemos por um tempo, nos
permitindo descobertas
inusitadas. A abertura ao
Aula De Abertura - 16/8
Fábio Barbosa
CEO da Natura &Co
Jandaraci Araujo
CFO, Co-fundadora
e Conselheira
nergia com o avanço dos negó-
cios do Mercado Pago, banco di-
gital do Grupo Mercado Livre.
Yunes é engenheiro mecânico,
com MBA pela Ross School of Bu-
siness (Universidade de Michi-
gan), além de ter formação exe-
cutiva pela Hyper Island e pela
Kellogg Executive Education.
Antes do início dos módulos,
os alunos participam, também
presencialmente, em São Paulo,
de uma aula especial de abertu-
ra do curso, que será conduzida
pela diretora de redação do Va-
lor, Fernanda Delmas, e contará
com a participação de Fábio Bar-
bosa, CEO da Natura &Co, e da
executiva Jandaraci Araujo, CFO,
cofundadora do programa Con-
selheira 101 e que atua como
conselheira independente de
administração no Instituto
Inhotim, FutureCarbon, Institu-
to Tomie Ohtake, Advisory do
WCDBrasil. Ela também faz par-
te do conselho do Capitalismo
Consciente Brasil. O tema será
“O novo contexto dos negócios.”
Serviço:
O curso “Master Class Executivos de
Valor” terá 64 horas/aula, que são
realizadas ao longo de 13 semanas,
começando no dia 16/08 e terminando
em 9/11. As aulas com professores da
FGV serão on-line com transmissão ao
vivo, às quartas e quintas-feiras, das 19h
às 22h30, e as Master Classes, com os
executivos premiados, serão presenciais,
em São Paulo, com transmissão para os
que não puderem estar presentes.
Pessoas físicas podem se inscrever e
comprar o curso no site:
https://cloud.e.fgv.br/masterclass-
executivos. Há condições favorecidas
para os que comprarem até o dia 10/7.
Empresas que quiserem comprar o
curso para seus colaboradores podem
se informar pelo email
cursos@valor.com.br
inesperado nos reconecta com a
incerteza, pois é assim que
podemos encontrar novas trilhas.
Precisamos de coragem para
sustentar um problema por um
tempo, de abertura ao confuso e
ambíguo; de observar por
diferentes perspectivas, inclusive
a si mesmo como parte do
problema; e de leveza para
desfrutar em meio a isso tudo.
É importante percebermos os
sentimentos, sermos curiosos, nos
conectarmos aos outros;
aprendermos a regular o nosso
sistema nervoso, transformando
reatividade em criatividade.
Precisamos de uma tribo,
incluindo quem pensa diferente;
precisamos resgatar a intuição.
Essas são dicas que têm sido
úteis para mim e para os líderes
com quem eu tenho trabalhado,
nesse desafio da gestão na
complexidade. Espero que
também possam inspirar você.
Marcelo Cardoso é fundador da consultoria
Chie e presidente do Instituto Integral Brasil

Empresas Indústria
Tendência Possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos e desaceleração
chinesa reduzem pressão nas cotações do barril, apesar de alta no mês de junho
Com demanda fraca, analistas veem
petróleo estável até o fim do ano
Kariny Leal e Rafael Rosas
Do Rio
A economia americana será um
dos principais pontos a ser moni-
torado por especialistas em petró-
leo no segundo semestre de 2023.
Após os primeiros seis meses traze-
rem pouca volatilidade nos preços
da commodity, a possibilidade de
alta dos juros nos Estados Unidos e
a fraqueza da recuperação econô-
mica chinesa não apontam para
uma demanda mais forte na se-
gunda metade do ano, dizem espe-
cialistas ouvidos pelo Valor, ape-
sar da alta vista em junho.
O petróleo tipo Brent acumu-
lou queda de 12% no ano até 30
de junho, fechando a US$ 70,78 o
barril, enquanto o WTI recuou
11,96%, aos US$ 75,41. No mês de
junho, o Brent subiu 3,72%, en-
quanto o WTI avançou 3,87%.
Analistas têm monitorado o ce-
nário dos Estados Unidos de perto
por conta dos riscos de que a eco-
nomia do país desacelere, o que
afetaria a demanda pela commo-
dity. O crescimento econômico
global mais lento e as preocupa-
ções por demanda levaram o UBS a
reduzir a estimativa para os preços
do Brent para 2023 e 2024. A esti-
mativa para o preço do barril no
terceiro trimestre foi de US$ 90 pa-
ra US$ 80 e de US$ 90 para US$ 85
no fim do ano. Para o BTG Pactual,
“o consumo ainda resiliente, espe-
cialmente nos Estados Unidos,
juntamente com uma oferta aper-
tada, pode contribuir para preços
mais elevados no futuro.”
Os especialistas alertam para o
baixo efeito sobre os preços dos
cortes de produção promovidos
pela Organização dos Países Pro-
dutores de Petróleo e seus Alia-
dos (Opep+) nos últimos meses.
Segundo Julia Passabom, econo-
mista do Itaú Unibanco, a per-
cepção é mais positiva por todos
os membros do cartel respeita-
rem os limites de produção.
Passabom destaca como princi-
pais pontos a se monitorar no se-
gundo semestre a temporada de
viagens de carro nos Estados Uni-
dos, que promove um aumento sa-
zonal na demanda por combustí-
veis em julho; os movimentos do
Banco Central americano, que po-
de elevar as taxas de juros; e os da-
dos de produção e exportação da
Rússia, que estão dentro do espe-
rado por enquanto, segundo ela.
“ EUA e China
vão ser impor-
tantes para sa-
bermos para
onde vai o pe-
tróleo nos pró-
ximos meses”
Ilan Arbetman
Preço do minério deve ser mais fraco no 2 semestre
Commodity
Stella Fontes
De São Paulo
Com valorização de pouco mais
de 8% em junho, o minério de ferro
encerrou o primeiro semestre va-
lendo pouco mais de US$ 111 a to-
nelada, com os participantes do
mercado transoceânico divididos
entre as recentes sinalizações de
Pequim de que a economia chinesa
está no caminho para crescer mais
de 5% neste ano e as estatísticas que
mostram que o setor imobiliário
no país asiático, responsável por
cerca de 40% do consumo interno
de aço, não recuperou seu vigor.
Para o segundo semestre, as ex-
pectativas mais moderadas têm
prevalecido e a projeção é de pre-
Para o diretor do Centro Brasi-
leiro de Infraestrutura (CBIE), Pe-
dro Rodrigues, o crescimento da
China abaixo do esperado e as
questões macroeconômicas dos
EUA são duas das forças que impe-
dem um efeito maior dos esforços
da Opep+. Além disso, o fato de a
Rússia ter contornado as sanções, e
continuar exportando volumes
próximos ao que era vendido an-
tes da guerra na Ucrânia, também
mantém os preços estáveis.
Ilan Arbetman, analista da Ativa
Investimentos, concorda que os
principais riscos para a demanda
por petróleo estão nas políticas de
“contenção de crescimento” por
parte das autoridades do Ociden-
te, notadamente os Estados Uni-
dos. E também chama a atenção
para o desempenho abaixo do es-
perado da economia chinesa, que
tem contribuído para manter fra-
ca a demanda por óleo em 2023.
“Esses dois países, Estados
Unidos e China, no que tange à
demanda, vão ser importantes
para sabermos para onde vai o
ços mais perto de US$ 100 no mer-
cado à vista, frente à média de
US$ 118,17 a tonelada registrada
nos seis primeiros meses do ano.
“A produção de aço na China
tem crescido, ainda que num rit-
mo mais lento, mas baseada nas
exportações e não em consumo
interno”, pondera o analista Da-
niel Sasson, do Itaú BBA, que
projeta preço médio de US$ 110
por tonelada para a commodity
em 2023. Diante disso, a expec-
tativa é de um segundo semestre
mais fraco, mas sem queda mui-
to exagerada das cotações.
Na sexta-feira, a Bloomberg in-
formou que as principais side-
rúrgicas chinesas alertaram para
um segundo semestre “muito de-
safiador”, com demanda e renta-
bilidade fracas, combinadas à
Sem força
Petróleo sobe em junho, mas ainda está negativo no ano (US$/barril*)
WTI Brent
90
83,69
82,12
80
77,83
77,12
70
60
3/jan/23
Variações, em %
Brent
Jun/23 3,72
2023** -12,02
Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data * 2º contrato. ** até junho
petróleo nos próximos meses”,
afirma Arbetman.
Do lado da oferta, o analista des-
taca que em menos de um ano a
Opep+ tirou do mercado cerca de
3,5 milhões de barris, cerca de 3%
da oferta mundial. Mesmo assim,
pressão para cortar custos, em
reunião com a Associação de Fer-
ro e Aço da China (Cisa, na sigla
em inglês). “Surge um ponto de
inflexão do pico de demanda por
aço, e os problemas de consumo
insuficiente e margens estreitas
estão particularmente destaca-
dos”, disse a entidade em nota.
De acordo com índice Platts, da
S&P Global Commodity Insights,
o minério com teor de 62% de fer-
ro encerrou a sexta-feira com bai-
xa de 1,7% no norte do país asiáti-
co, para US$ 111,60 por tonelada.
Na Bolsa de Commodity de Da-
lian (DCE), os contratos futuros
mais negociados, com entrega
em setembro, recuaram 0,7%, pa-
ra 822,50 yuan por tonelada.
Conforme Sasson, ao analisar o
primeiro semestre de ponta a
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
78,94
75,41
75,51
70,78
1/mar/23 1/mai/23 30/jun/23
WTI US$ 80 é a previsão
para preço do barril no
3,87
terceiro trimestre
-11,96
não foi suficiente para uma alta
consistente de preços. “Mas me pa-
rece que é muito claro que os paí-
ses ali [na Opep+] vão fazer de tu-
do para que se mantenha o preço
do Brent minimamente atrativo
para as suas economias”, diz Arbet-
ponta, o minério saiu de US$ 117
para o patamar de US$ 111, o que
sugere que não houve grande va-
riação. “Mas o caminho não foi
tão tranquilo assim”, observa.
Nos primeiros meses do ano,
após a reabertura chinesa e o rela-
xamento da política de covid ze-
ro, a commodity chegou a rondar
os US$ 135 por tonelada. Mas caiu
abaixo de US$ 100 durante al-
guns dias de maio, pressionada
pelos sinais reiterados de que o
setor de propriedades chinês não
se recuperou. “O que todos estão
olhando é o nível de recuperação
e dinamismo do mercado imobi-
liário chinês”, diz o analista.
Em relatório do início de ju-
nho, o Julius Baer jogou um balde
de água fria sobre aqueles que es-
peravam um pacote de estímulo
man, que acredita em uma ten-
dência de oscilação do barril entre
US$ 70 e US$ 80 até o fim do ano.
“Não consigo ver um desarranjo
tão grande de oferta e demanda no
curto prazo”, acrescenta.
Com a expectativa de relativa
calmaria nos preços do petróleo,
especialistas esperam que os refle-
xos no Brasil tenham pouco im-
pacto. No entanto, os próprios
eventos locais podem trazer mu-
danças no cenário doméstico.
Marcelo de Assis, diretor de pes-
quisa em exploração e produção
da Wood Mackenzie, diz que ainda
não é possível prever os passos da
Petrobras pela falta de transparên-
cia da nova política de preços.
Na sexta-feira, a Petrobras anun-
ciou redução dos preços da gasoli-
na A para as distribuidoras de
R$ 0,14 por litro, cerca de 5,3%. A
queda da gasolina aumenta a defa-
sagem em relação ao exterior para
cerca de R$ 0,50 por litro, segundo
Sérgio Araújo, presidente da Asso-
ciação Brasileira dos Importadores
dos Combustíveis (Abicom).
o
robusto para o setor imobiliário
chinês. Para o chefe de pesquisa
de próxima geração do banco suí-
ço, Carsten Menke, o governo lo-
cal reluta em adotar medidas am-
plas de estímulo porque está cien-
te dos desafios demográficos de
longo prazo da China. Além disso,
o fato de as importações de miné-
rio de ferro ainda estarem acima
da média de cinco anos é sinal de
recomposição de estoques, não de
fortalecimento da demanda — o
que é corroborado pelas exporta-
ções elevadas de aço.
“O mercado imobiliário chinês
não deve apresentar recuperação
rápida, o que reduzirá a demanda
por minério de ferro e aço. Como
resultado, uma recuperação de
preço mais duradoura ainda pare-
ce muito improvável”, apontou.
| Valor | B3
Enel avalia
antecipar
renovação
no Rio
Energia
Paula Martini e Caio Sartori
Do Rio
O presidente da Enel no Brasil,
Nicola Cotugno, afirmou que a
empresa pode pedir a antecipa-
ção da renovação da concessão
de distribuição de energia no Rio
de Janeiro, que vence em 2026.
Segundo Cotugno, a companhia
não descarta uma nova revisão
de tarifas considerando que en-
frenta problemas como furto e
perdas no território fluminense.
“É uma concessionária que tem
algum desafio específico. Segu-
rança, perdas. São temas que vão
ser definidos de uma forma inte-
ressante com a renovação”, afir-
mou após participar de painel do
grupo Lide, na zona sul do Rio.
A Enel atende a cerca de 3 mi-
lhões de unidades consumidoras
em 66 municípios do Estado do
Rio de Janeiro, com população
estimada de 7,1 milhões de habi-
tantes. Em dez anos, a compa-
nhia identificou aumento de
700% nas áreas consideradas de
risco no Estado. Nesses locais, se-
gundo o executivo, a distribuido-
ra não consegue entrar para rea-
lizar trabalhos operacionais.
“Tivemos uma redução tarifária
um tempo atrás que já reconheceu
uma parte desse problema, mas
acreditamos que seja útil seguir na
discussão. Pode ser, não descarta-
mos [que haja antecipação da con-
cessão e revisão tarifária]”, disse.
O Ministério de Minas e Energia
lançou diretrizes para renovação
das concessões de distribuidoras
do país. Para o presidente da Enel,
as diretrizes são um primeiro pas-
so e traçam caminhos para uma
discussão “construtiva”.
Durante o painel, Cotugno afir-
mou que o setor deve voltar a cres-
cer em cerca de dois anos. Na ava-
liação do executivo, o preço baixo
da energia tem inviabilizado no-
vos investimentos, mas as novas
formas de consumir eletricidade
vão contribuir para a retomada.
No vermelho
Minério de ferro (US$/tonelada*)
135
125
117,35
115
111,60
105
2/jan 30/jun
2023 2023
Variações
8,14% -4,90%
No mês Em 2023**
Fonte: S&P Global Commodity Insights (Platts).
Elaboração: Valor Data * no norte da China. ** até junho
B4 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Empresas Indústria

Petroquímica Gasto com afundamento do solo em bairros de Maceió chega a R$ 13 bi e deve subir mais

Mais R$ 1,7 bi para a conta da Braskem em AL

Stella Fontes
De São Paulo
A Braskem e a Prefeitura de
Maceió estão costurando mais
um acordo relativo ao afunda-
mento do solo em bairros da ca-
pital alagoana, que envolve pa-
gamento adicional de R$ 1,7 bi-
lhão por parte da petroquímica,
apurou o Valor. Segundo fontes
próximas às negociações em Ma-
ceió, o valor se refere a perdas, in-
clusive arrecadatórias, que o Mu-
nicípio sofreu por causa do pro-
blema geológico e vinha sendo
negociado há muitos meses.
Sem considerar esse acordo, os
gastos da Braskem com os proble-
mas em Alagoas, que foram atri-
buídos à exploração de sal-gema
da companhia em uma região da
capital, somam cerca R$ 13 bi-
lhões, entre recursos já desembol-
sados e saldo de provisão. Em mar-
ço, a empresa tinha R$ 6,08 bilhões
reservados em balanço para fazer
frente ao restante das indeniza-
ções e outros dispêndios com o
que é identificado como evento
geológico. Procurada, a Braskem
não comentou o assunto.
A empresa ainda é alvo de uma
ação civil pública movida pelo Es-
tado de Alagoas, que busca ressar-
cimento por perdas de arrecada-
ção e pedia o bloqueio de R$ 1 bi-
lhão em recursos. A petroquímica
conseguiu reverter o bloqueio
mediante a apresentação de um
seguro-garantia bilionário e o
processo está seguindo no Tribu-
nal de Justiça de Alagoas (TJ-AL).
No início da semana passada, o
senador Renan Calheiros (MDB-
AL) usou as redes para alertar que
esse novo acordo pode excluir o Es-
tado. “É importante que haja repa-
ração dos danos a todas as vítimas,
inclusive Prefeitura e Estado”, disse
Calheiros, na sexta-feira, ao Valor.
O senador, que passou a ques-
tionar os acordos firmados pela
Braskem neste ano em meio ao
avanço de seu processo de venda
e do reequilíbrio das forças polí-
ticas com a mudança de gover-
no, defende que a petroquímica
não troque de mãos antes que o
que chama de “crime ambiental”
não esteja totalmente quantifi-
cado e resolvido. “Seja quem for
o comprador”, diz.
Até o fim de março, a compa-
nhia já havia apresentado cerca
de 99% das propostas de com-
pensação financeira acertadas
inicialmente, ou 18.933, e tinha
93% das propostas aceitas. O se-
nador defende que o número de
pessoas que devem ser indeniza-
das seja revisto para cima.
Alagoas tem papel decisivo nas
diferentes tentativas de venda da
Braskem pela Novonor (ex-Ode-
brecht). Em 2019, a LyondellBa-
sell desistiu de comprar a petro-
química após eclodirem os pro-
blemas relacionados às minas de
sal-gema em Maceió. De lá para
cá, houve avanços importantes
em relação à compensação finan-
ceira às milhares de famílias atin-
gidas, segundo as autoridades.
Mas entre os potenciais compra-
R$ 10 bi
foi assegurado por
bancos à Unipar
dores no processo competitivo
atual há preocupação quanto ao
“tamanho real” da conta com o Es-
tado — a intenção, segundo fon-
tes, é liquidar de vez o assunto.
Na sexta-feira, conforme o Va-
lor informou, a Unipar assegu-
rou até R$ 10 bilhões em cartas
de intenção do Itaú BBA e do Citi
para financiar sua oferta de com-
pra. Segundo fontes próximas às
negociações, a empresa recebeu
propostas que cobririam até a to-
talidade do valor que se dispõe a
pagar pela ações de controle da
Braskem. Com o Itaú BBA, a pro-
posta prevê emissão de até R$ 5
bilhões em debêntures pela Uni-
par, com garantia firme de colo-
cação, considerando-se um valor
de “final hold” do banco de R$
2,5 bilhões, e possibilidade de
volume adicional de garantia fir-
me a ser discutida. O Citi, por sua
vez, se dispôs a conceder finan-
ciamento de até R$ 5 bilhões, dis-
se uma fonte. Procurada, a Uni-
par não comentou o assunto.
A proposta da Unipar, apre-
sentada à Novonor no dia 10, es-
tipulava compra de participação
de 34,4%, ao preço de R$ 36,50
por ação. A antiga Odebrecht
permaneceria com uma fatia mi-
noritária, de 4%, na petroquími-
ca. A proposta é válida por 30
dias e tem como condição que a
Petrobras não exerça o direito de
vender (“tag along”) sua fatia na
petroquímica junto com a Novo-
nor. A estatal é dona de 36,1% da
Braskem, com uma fatia de 47%
no capital ordinário. A antiga
Odebrecht tem 50,1% das ações
ON e 38,3% do capital total.
A Novonor também recebeu
uma proposta da gestora Apollo e
da Empresa Nacional de Petróleo
de Abu Dhabi (Adnoc), que ofere-
cem R$ 47 por ação da Braskem e
têm intenção de ficar com 100%
da petroquímica brasileira. Desse
valor, R$ 20 seriam pagos à vista
em dinheiro, R$ 20 com bônus
perpétuos emitidos pelas com-
pradoras com taxa de 4% ao ano e
R$ 7 em “warrants”. A valor pre-
sente, porém, o preço por ação é
mais baixo — analistas calculam
algo entre R$ 27 e R$ 40, a depen-
der das premissas utilizadas.
A interlocutores, tanto Unipar
quanto Apollo e Adnoc têm indi-
cado que não pretendem rever
para cima o preço oferecido e não
vão entrar em um “leilão” pela pe-
troquímica. Quanto a Alagoas, as
duas proponentes falam em re-
solver definitivamente o assunto.
A J&F Investimentos aparece
como a terceira interessada na
Braskem. A holding da família
Batista tem conversado com os
bancos credores da Novonor, que
têm as ações de controle da pe-
troquímica como garantia a dívi-
das tomadas pela holding, mas
ainda não colocou uma proposta
formal na mesa. Para uma fonte
próxima às conversas, há interes-
se da J&F, mas não está claro se a
holding, que é dona da JBS, segui-
rá em frente após a recente valori-
zação das ações da Braskem.
Nas contas de um analista, a
dívida líquida da J&F era de R$
17,6 bilhões no final de 2022,
sendo R$ 12,7 bilhões relativos
ao acordo de leniência, que é
questionado em Brasília. Entre
2021 e o 1 o semestre deste ano,
a holding recebeu cerca de R$ 7
bilhões em dividendos.

EXTRATO DA ATA DA DUCENTÉSIMA TRIGÉSIMA

Desconhecido, consórcio Gênesis gera
REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
1. LOCAL: Reunião realizada por videoconferência. 2. DATA: 07.06.2023 - 8h. 3. MESA DI-
RIGENTE: MARCEL MARTINS MALCZEWSKI - Presidente; e VICTÓRIA BARALDI MENDES
BATISTA - Secretária da Reunião. 4. ASSUNTOS TRATADOS E DELIBERAÇÕES TOMADAS:
dúvidas após levar dois lotes no leilão
O Conselho de Administração: I. deliberou, por unanimidade, aprovar as Demonstrações
Financeiras Intermediárias do 1o Trimestre de 2023 da Copel (Holding) para arquivamento CAUÃ DINIZ/B3/DIVULGAÇÃO
na Securities and Exchange Commission - SEC; II. deliberou, por unanimidade, aprovar o Robson Rodrigues e
rearquivamento do formulário de informações trimestrais elaborado com base das Demons- Taís Hirata
trações Financeiras Intermediárias do 1o Trimestre de 2023 da Copel (Holding) na Comissão
de Valores Mobiliários - CVM; III. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à
De São Paulo
Assembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta de reforma e con-
solidação do Estatuto Social da Companhia de modo a prever que o Conselho de Adminis- Enquanto as grandes elétricas
tração possa aprovar, sem modificação estatutária, o aumento do capital social, até o limite foram modestas nos lances da-
de 4.000.000.000 de ações nominativas, escriturais e sem valor nominal (“Estatuto Reforma
do Capital Autorizado”); IV. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à As- dos no leilão de transmissão de
sembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta de autorização para energia realizado na sexta-feira
realização, pela Companhia, da oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias (30), na sede da B3, em São Paulo,
de emissão da Companhia e de American Depositary Receipts (“ADR” e “Oferta”), e con-
sequente submissão do pedido de registro da Oferta (“Pedido de Registro”); V. deliberou, empresas pequenas, não listadas
por unanimidade, solicitar à Assembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da e sem tradição deram lances
proposta de autorização e de delegação ao Conselho de Administração de poderes no âm- agressivos. O consórcio Gênesis e
bito da oferta (“Delegação”); VI. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à
Assembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta da criação da Gol-
as empresas Rialma e Celeo arre-
den Share, ação preferencial de classe especial, nos termos do art. 17, § 7º, da Lei Federal mataram os lotes 1, 2 e 6, os
nº 6.404, de 15.12.1976, e em conformidade com a Lei Estadual nº 21.272/2022 (“Golden maiores do certame, e puxaram a
Share”), sob condição suspensiva da liquidação da oferta pública de distribuição secundária
de ações a ser realizada pelo Estado do Paraná com consequente transformação da Compa-
média dos deságios para 50,97%.
nhia em sociedade anônima de capital disperso e sem acionista controlador (“Transformação O que chamou atenção do se-
em Corporação”); VII. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à Assembleia tor, no entanto, foi o consórcio
Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta de conversão, sob condição Gênesis (formado pelas empre-
suspensiva da Transformação em Corporação, de 1 (uma) ação ordinária de titularidade
do Estado do Paraná em 1 (uma) Golden Share, em conformidade com a Lei Estadual nº sas The Best Car e Entec Empreen-
21.272/2022 (“Conversão da Golden Share”); VIII. deliberou, por unanimidade, aprovar o dimentos), que arrematou dois
encaminhamento à Assembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta lotes, um deles de grande porte:
de reforma integral e consolidação do Estatuto Social da Companhia, sob condição suspen-
siva da Transformação em Corporação, de modo a prever a inclusão dos requisitos da Lei o lote 1, que prevê R$ 3,1 bilhões
Estadual nº 21.272/2022, entre outras modificações (“Estatuto Corporação”) e exclusão dos de investimento, entre Bahia e
requisitos da Lei nº 13.303/2016; IX. deliberou, por unanimidade, solicitar à Assembleia Geral Minas Gerais; e o lote 8, de R$ 260
de Acionistas autorização para os administradores da Companhia submeterem à B3 pedido
de ingresso, ainda que condicionado, da Companhia no segmento especial do mercado de
milhões de investimentos, no Re-
ações da B3 denominado Novo Mercado e admissão das ações da Companhia à negociação cife. A empresa terá que cons-
no referido segmento; X. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à Assem- truir quase 1.200 quilômetros de
bleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da proposta da conversão mandatória,
com exceção da ação preferencial de classe especial (“Golden Share”), de todas as ações
linhas de transmissão. De gravata vermelha, Denis Rildon, CEO do consórcio Gênesis, diz que grupo tem “conhecimento vasto no segmento”
preferenciais classe “A” e todas as ações preferenciais classe “B” em ações ordinárias, no- Com acionistas desconhecidos
minativas, escriturais e sem valor nominal, na proporção de 1 (uma) ação preferencial classe do grande público, o CEO do gru- Os leilões têm garantido a ex- mas o mercado estava com a perspectivas de que os juros cairão
“A” ou classe “B” para 1 (uma) ação ordinária (“Conversão de Ações”), cuja eficácia estará
po, Denis Rildon, disse que a em- pansão da rede de transmissão e atenção voltada para a Eletro- no curto prazo aumentou o inte-
subordinada ao implemento de determinadas condições suspensivas, incluindo a ratificação
da Conversão de Ações pela assembleia especial de acionistas preferencialistas (“Condições presa tem “conhecimento vasto têm estimulado a concorrência. bras. O leilão era considerado o resse das empresas transmissoras.
Suspensivas do Novo Mercado”); XI. deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamen- no segmento” e veio para ficar. Entretanto, o professor do Insti- momento para a resposta ao re- Caso a antecipação da conclu-
to à Assembleia Geral de Acionistas recomendando a aprovação da extinção, condicionada Ao ser questionado sobre infor- tuto de Economia da Universida- cente processo de privatização, são das obras seja superior a dois
ao implemento das Condições Suspensivas do Novo Mercado, do programa de emissão dos
certificados de depósito de ações (“Units”), compostas por 5 (cinco) ações de emissão da mações do grupo e funding para de Federal do Rio de Janeiro pois a tese da desestatização da anos, os retornos aumentam, as-
Companhia, sendo 1 (uma) ação ordinária e 4 (quatro) ações preferenciais classe “B”; XII. as obras, ele disse que a compa- (UFRJ) e coordenador do Grupo companhia foi em função da sim como no caso de maior efi-
deliberou, por unanimidade, aprovar o encaminhamento à Assembleia Geral de Acionistas nhia é o resultado de um sonho de Estudos do Setor Elétrico (Ge- maior competitividade e capaci- ciência dos gastos com investi-
recomendando a aprovação, subordinado ao implemento das Condições Suspensivas do
Novo Mercado da proposta de reforma integral e consolidação do estatuto da Companhia, de investidores e fez citações bí- sel), Nivalde de Castro, alerta que dade de investimentos. A empre- mentos e na operação e manu-
de modo a prever a extinção das Units, a inclusão dos dispositivos obrigatórios previstos blicas. Rildon também tentou em diversos leilões surgem con- sa levou apenas o lote 4, por meio tenção dos ativos. Resta saber se
no regulamento do Novo Mercado B3 e prever a manutenção de ação preferencial de classe carreira política. Foi pré-candi- sórcios novos, compostos por da sua subsidiária Furnas, um lo- as empresas conseguirão anteci-
especial de posse exclusiva do Estado do Paraná, após a Conversão de Ações (“Estatuto
Novo Mercado”); XIII. deliberou, por unanimidade, solicitar à Assembleia Geral de Acionistas
dato à prefeitura de Ouro Branco empresas que não tem a experti- te de tamanho médio. par as entregas, já que foi muito
a autorização para os administradores praticarem todos os atos necessários, no Brasil e no (RN), em 2020, pelo PSDB. Mas se, entrando com deságios eleva- Mesmo tendo acontecido em discutida a capacidade dos forne-
Exterior, para efetivar todas as deliberações constantes dos itens III a XII desta 230ª Reunião seu registro foi impugnado. O se- dos e em grandes lotes. um ambiente competitivo, em- cedores e fabricantes produzirem
Extraordinária do Conselho de Administração; e XIV. deliberou, por unanimidade, aprovar a
convocação da 207ª Assembleia Geral Extraordinária - AGE da Copel para apreciar e deliberar
tor viu com desconfiança e nos “Há um risco de que estes in- presas como State Grid e Neoe- e entregarem um volume grande
sobre os assuntos aprovados constantes nos itens III a XIII desta 230ª Reunião Extraordi- corredores da B3 ficou o clima de vestimentos não sejam levados nergia não levaram nada. A Au- de equipamentos, visto que vem
nária do Conselho de Administração. 5. ASSINATURAS: MARCEL MARTINS MALCZEWSKI dúvidas sobre a capacidade de até a conclusão das obras. Pare- ren ensaiava estrear no setor, havendo atrasos com frequência.
(Presidente); MARCO ANTÔNIO BARBOSA CÂNDIDO (Secretário Executivo); CARLOS BIE- investimentos do consórcio. ce-nos que é o caso do que ocor- mas não foi desta vez. As empresas vencedoras no
DERMANN; FAUSTO AUGUSTO DE SOUZA; FERNANDO TADEU PEREZ; JORGE EDUARDO
MARTINS MORAES; LUCIA MARIA MARTINS CASASANTA; MARCO ANTONIO BOLOGNA; Agora, a Agência Nacional de reu no lote 1 do leilão, que foi As estatais Copel e Cemig fo- leilão foram Consórcio Gênesis
MARIA CARMEN WESTERLUND MONTERA e VICTÓRIA BARALDI MENDES BATISTA (Se- Energia Elétrica (Aneel) entra na arrematado por uma Receita ram apenas espectadoras. A pa- (lote 1 - deságio de 66,18%), Rial-
cretária da Reunião). A ata da 230ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração fase de habilitação das empresas. Anual Permitida (RAP) de ranaense havia dito que não par- ma (lote 2 - deságio de 51%), Cy-
da Copel foi lavrada às págs. 84 a 94 do livro próprio nº 13, registrada na Junta Comercial
do Estado do Paraná - Jucepar sob o nº 20234102160, em 26.06.2023, e publicada na ín- O diretor-geral da agência, Sando- R$ 174 milhões, o que corres- ticiparia porque está focada no mi (lote 3 - deságio de 52,13%),
tegra em https://valor.globo.com/valor-ri/atas-e-comunicados, nos termos da Lei Federal nº val Feitosa, afirmou que a agência ponde a um deságio de 66,18% seu processo de privatização e Furnas (lote 4 - deságio de
6.404/1976 e da Instrução Normativa - IN DREI ME nº 11/2022. ------------------------------- está “diligente” e que vai “averi- em relação ao valor máximo de pagamento da outorga de suas 45,75%), Engie (lote 5 - deságio
guar” o caso como faz com todos. R$ 514,5 milhões. Há conferir a usinas. Já a mineira não teve de 42,80%), Celeo Redes Brasil
Segundo ele, a agência aprimorou capacidade de um empreendi- competitividade frente aos (lote 6 - deságio de 48,23%), Isa
os editais e incluiu exigências de mento tão complexo e caro para grandes grupos privados. Cteep (lote 7 - deságio de
que só poderá haver transferência os novos entrantes”, afirmou. Os deságios se mantiveram al- 41,81%), Consórcio Gênesis (lote
de controle após a construção e a A Isa Cteep e a Engie também tos. Segundo Castro, do Gesel, isso 8 - deságio de 55,35%), Isa Cteep
execução de garantias. saíram vencedoras no certame, reflete a melhora da economia e (lote 9 - deságio de 50,36%).

Curtas
Produtos químicos I
A demanda brasileira por pro-
dutos químicos de uso industrial
encolheu 2,4% nos quatro pri-
meiros meses do ano, com pro-
dução e vendas internas recuan-
do ao menor nível em 17 anos
considerando-se a média do qua-
drimestre, aponta a Associação
Brasileira da Indústria Química
(Abiquim), em seu relatório de
acompanhamento conjuntural.
No quadrimestre, o índice de
produção IGQ-P-Abiquim-FIPE
caiu 13,13% e o de vendas inter-
nas IGQ-VI-Abiquim-FIPE, re-
cuou 8,85%. Por outro lado, as im-
portações em volume saltaram
10,1% e levaram os importados a
ocupar fatia de 42% do mercado
doméstico, contra 37% nos pri-
meiros quatro meses de 2022.
Produtos químicos II
A Abiquim destaca que a reti-
rada do Regime Especial da In-
dústria Química (REIQ) e a redu-
ção das alíquotas do imposto de
importação de algumas resinas
termoplásticas, a partir de agos-
to, contribuíram para o cenário
crítico e para a queda de 8 pon-
tos percentuais no nível de utili-
zação da capacidade instalada
do setor, para 67% na média do
quadrimestre. A entrada em ope-
ração de projetos na China e nos
EUA e a maior oferta mundial de
petroquímicos e químicos a par-
tir de países que se tornaram
destino das exportações de pe-
tróleo e gás natural russos, após
as sanções impostas pela União
Europeia, também se refletiram
no aumento das importações.

Empresas Serviços&Tecnologia
Telecomunicações Transformações dependem de novas aplicações da tecnologia;
sinal já chegou a cidades onde liberação estava prevista apenas para 2025 e 2026
Rede 5G cresce rapidamente, mas
consumidor sente pouco efeito
Rafael Bitencourt
De Brasília
Prestes a completar um ano
de lançamento no Brasil, no dia
6, a quinta geração da telefonia
móvel (5G) avança com a expan-
são da rede em ritmo mais acele-
rado do que previa a Agência
Nacional de Telecomunicações
(Anatel). Em seu primeiro conta-
to com a nova tecnologia, os
brasileiros cobertos pelo sinal
de alta capacidade perceberam
que as transformações anuncia-
das não chegam de imediato e
que é preciso aguardar aplica-
ções desenvolvidas dentro da
nova concepção de rede.
O sinal do 5G, na faixa de 3,5
gigahertz (GHz), começou a fun-
cionar, em Brasília, com cerca de
350 antenas. Nos meses seguin-
tes, a tecnologia chegou nas de-
mais capitais — todas foram
atendidas até 8 de outubro.
Atualmente, o sinal do novo
serviço atende a 184 cidades bra-
sileiras com 12,5 mil antenas, on-
de vivem 75 milhões de pessoas.
Além das capitais, municípios
com mais de 500 mil habitantes e
parte daqueles com mais de 200
mil foram contemplados com ao
menos uma antena.
Em maio, 10,1 milhões de li-
nhas 5G estavam habilitadas. O
presidente da consultoria Teleco,
Eduardo Tude, projeta que, até o
fim do ano, o número vai dobrar,
atingindo 20 milhões de acessos.
Na visão da Anatel, o Brasil é
um dos países com uma das
maiores redes de 5G na versão
“standalone” — padrão interna-
cional que oferece melhor de-
sempenho em velocidade e la-
tência (tempo de resposta). O
país estaria atrás apenas da Chi-
na, mas na frente dos Estados
Unidos e de países da Europa,
que optaram pela versão mais
modesta, a “non-standalone”.
Se forem consideradas outras
frequências, além da rede em
“standalone”, o país atinge o total
de 13 mil antenas ativas com 5G.
Ao Valor, o diretor da Anatel Moi-
sés Moreira ressaltou que a agên-
cia antecipou o calendário de li-
beração do sinal em cidades com
atendimento previsto só em 2025
e 2026. Com isso, é possível ofere-
cer o 5G em 3,5 GHz no total de
1.610 cidades, onde vive quase
70% da população brasileira.
“Em um ano de trabalho, avan-
çamos muito. As operadoras es-
tão instalando antenas bem mais
do que o edital prevê, colocando
duas a três vezes mais. Em algu-
mas capitais, a [velocidade de]
conexão alcança níveis registra-
dos em Seul”, disse o diretor.
Medições da Ookla, consulto-
ria independente e especializada
na coleta de dados na rede, indi-
caram que a velocidade média
para baixar dados (download)
na rede 5G do Brasil é alta, de 447
megabits por segundo (Mbps).
O integrante da Anatel, que
encerra o mandato em novem-
bro, afirma que o modelo de lei-
lão 5G é apontado como referên-
cia em eventos internacionais.
Moreira ressalta que, além de
destinar 90% do montante de R$
47,2 bilhões contratados para in-
Leis de antenas são entrave, afirmam teles
De Brasília
Governo e setor privado ma-
peiam dificuldades que podem
comprometer o desenvolvimen-
to da quinta geração de telefonia
(5G), seja na expansão da rede ou
na confirmação dos seus benefí-
cios, que dependem da digitali-
zação de setores da economia.
Para as teles, prefeituras e câma-
ras municipais precisam criar ou
atualizar regras de instalação de
antenas. Muitas não definiram cri-
térios, outras impõem restrições.
O problema existe desde os
padrões 3G e 4G. No 5G o desafio
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | B5
Mapa do 5G no Brasil
Primeiras antenas foram ligadas, em Brasília, no dia 6 de julho de 2022
12.517 antenas Número de antenas por Estado
estão em operação no país
37 46 Amapá
184 cidades Roraima
têm ao menos uma antena ativa
122 433
Maranão
1.610 municípios Ceará
já podem ativar o sinal 129 Rio Grande do Norte
204 Amazonas 277
102
Pará
Piauí 102 Paraíba
Antenas (por operadoras)
23 455 Pernambuco
5.675
6.000
41 Tocantins
45 Acre 131 Alagoas
Rondônia
5.000
88 504
3.517 Mato Grosso 89 Sergipe
4.000 3.325 Bahia
3.000 1001 Distrito Federal
2.000
322 Goiás
1.000
817
Minas Gerais
Tim Claro Vivo 99 Mato Grosso do Sul 159 Espírito Santo
Desempenho 3.864
598 Paraná São Paulo 2.151 Rio de Janeiro
447 Mbps 221 Santa Catarina
é velocidade média dos acessos
(download)
457 Rio Grande do Sul
33,6 Mbps
é velocidade média de envio
(upload)
Base de assinantes Evolução da base de assinantes Participação de mercado por operadora
Linhas ativas (milhões) Em milhões de linhas
3.951
10,1 milhões 12
10,1
6.000
é o total de assinantes 10 8,8 5.000
8,1
até maio/23
7,3
8
6,3 4.000 3.868 2.262
5,7
20 milhões 6
4,0 4,5
5,1
3.000
é o total de linhas 3,6
4 2,8 3,3
previstas para dez/23 2.000
Jun/ Jul Ago Set Out Nov Dez Jan/ Fev Mar Abr Maio 1.000
2022 2023
Var. ao 12,3 16 8,3 11,8 11,9 12,3 12,6 9,9 16,1 11,6 8,4 13,5 Vivo Claro Tim
mês (%)
Aparelhos compatíveis Modelos de celulares, tablets, modens e laptops 5G por fabricante
126 terminais 40
38
já homologados no Brasil* 35
30
24
80% 25
20
operam no padrão de 20
13
rede ‘standalone’** 15 12
10 7
3
15 fabricantes 5 2 1 1 1 1 1 1 1
já homologaram aparelhos no país Samsung Motorola Xiaomi Apple Asustek Realme TCL HMD Positivo Multilaser Lenovo Hytera Infinix Tecno Zebra
Fonte: Anatel/Teleco e Ookla. *Celulares, tablets, modens, laptops e outros. ** Standalone (SA) é o padrão internacional de rede 5G com melhores desempenho de velocidade e latência (tempo de resposta).
GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO
vestimentos, viabilizou a “limpe- foi criticado pela baixa cobertura tretanto, trata-se de um proces-
za” da faixa de 3,5 GHz, sem do sinal e pouca disponibilidade so gradual, que vai se intensifi-
maiores conflitos com serviços de aparelhos compatíveis no car com a ampliação das pró-
que usavam esta frequência. mercado. Além disso, eram mui- prias redes”, disse.
“Para mim, é muito gratifican- to caros, com preços acima de R$ Juarez Quadros, ex-presidente
te. Deixo a Anatel daqui a quatro 3,5 mil. Naquela época, somente da Anatel, disse que se surpreen-
meses, ao final do meu mandato modelos “premium” eram com- deu com a agilidade na imple-
e saio muito feliz porque tive patíveis com a rede standalone. mentação da rede 5G no Brasil.
uma participação ativa em todo Agora, cerca de 100 modelos “Criou-se uma expectativa
o processo, da formulação do de celulares e tablets estão ho- muito grande com o uso do 5G
edital até a ativação nas cida- mologados na Anatel pelos qua- em 100% do tempo, mas vale
des”, disse o diretor, que preside tro principais fabricantes (Sam- lembrar que um bom 4G já é sufi-
o grupo responsável por aprovar sung, Motorola, Xiaomi e Apple). ciente para atender boa parte da
a ativação do 5G no mercado Alguns dos celulares 5G têm pre- nossa demanda de hoje enquan-
brasileiro, o Gaispi. ços a partir de R$ 1,3 mil. to consumidor”, afirmou, se refe-
Na análise do edital, Moreira Sobre os impactos ainda tími- rindo à pouca disponibilidade
também propôs a inclusão de dos da tecnologia, Moreira con- de aplicações que aproveitam os
mais 100 megahertz (MHz) em sidera que o ritmo de evolução benefícios oferecidos pelo 5G.
capacidade de rede no leilão pa- do mercado está dentro do espe- “A rede standalone, no mo-
ra viabilizar a entrada dos prove- “A conexão alcança rado. “É certo que temos uma mento, não contribui em quase
dores regionais na telefonia mó-
vel, sem interferir no tamanho níveis de Seul em tecnologia disruptiva, que per-
mitirá o desenvolvimento de
nada com o consumidor [co-
mum]. Hoje, ela pode viabilizar
das redes reivindicadas pelas algumas capitais” modelos de negócios inovadores uma experiência melhor aos ‘ga-
grandes operadoras. com potencial impacto em di- mers’ que valorizam baixa latên-
Em sua estreia no Brasil, o 5G Moisés Moreira versos setores da economia. En- cia”, pondera Tude, da Teleco.
é maior, pois demanda cinco ve- da conectividade, que traz de- A gerente de política industrial tecnologias precisa ganhar
zes mais antenas. Embora cum- senvolvimento econômico e so- da Confederação Nacional da In- maior relevância em recursos e
pram as mesmas exigências de cial e até mais arrecadação tribu- dústria (CNI), Samantha Cunha, divulgação, em conjunto com a
estruturas de torres, são meno- tária”, afirmou Marcos Ferrari, cita o a WEG, que aplicou a baixa sensibilização do empresariado
res, com menos impacto visual. presidente da Conexis Brasil Di- latência e a largura de banda do sobre a importância desse pro-
“As autoridades locais preci- gital, que reúne as empresas de 5G em robôs de inspeção. cesso”, disse ela.
sam compreender melhor a tec- telecomunicações. Cunha afirma que as maiores O secretário de inovação do Mi-
nologia, se engajar na mudança Hoje, dentre as 155 cidades barreiras recaem sobre peque- nistério do Desenvolvimento
de lei. Não podemos abrir mão priorizadas na liberação do 5G, nas e médias empresas, com co- (Mdic), Uallace Lima, frisou que o
só 53 modernizaram suas leis. nhecimento limitado sobre a 5G é prioridade no plano de
Outras 24 possuem leis que ain- tecnologia ou dificuldade para “neoindustrialização”. Ele desta-
da demandam aperfeiçoamento acessar linhas de financiamento. cou que só o BNDES dará crédito
53
cidades atualizaram
e 78 contam com restrições mais
duras ou sequer têm legislação.
Em relação ao processo de di-
Das linhas de crédito disponí-
veis, Cunha citou: Finep Inovacred
4.0, Finep IoT, BNDES Serviços 4.0 e
de R$ 20 bilhões para projetos de
inovação nos próximos quatro
anos. Além disso, citou que R$ 3,6
gitalização, grandes companhias BNDES Finame Máquinas 4.0. milhões da Finep serão destinado
regras, diz a Conexis já avançam com projetos no 5G. “O financiamento de novas ao apoio da indústria 4.0.(RB)
B6 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Empresas Serviços&Tecnologia

Comércio on-lineImportação de até US$ 50 tem

CPI da
DIOGO ZACARIAS/MINISTÉRIO DA FAZENDA

alíquota de 60% zerada — Fazenda estuda uma

alíquota abaixo desse patamar para mais adiante Americanas
Varejocriticaisençãoa ouve PwC
e KPMG
importaçãoeHaddad Investigação
Raphael Di Cunto

prometeisonomia
De Brasília

A Comissão Parlamentar de In-

quérito (CPI) da Câmara dos De-
putados que investiga a fraude
contábil na varejista Americanas
Ana Luiza de Carvalho, Jéssica Mas a reclamação dos varejis- do Grupo Soma; e Fabíola Xavier e convocou audiência pública com
Sant’ Anna, Estevão Taiar e tas brasileiros refere-se ao im- Alecsandro Araújo, diretora e ge- representantes das auditorias ex-
Adriana Mattos posto de importação. O setor pri- rente do IDV, respectivamente. ternas que faziam a avaliação das
De São Paulo e Brasília vado pediu a reunião, convocada Cerca de duas semanas atrás, contas da companhia.
às pressas, para entender a lógica Haddad e o presidente Luiz Inácio A CPI deveria ouvir, não como
Na reunião que ocorreu neste da portaria 612, divulgada no Lula da Silva estiveram reunidos investigados, nesta terça-feira (4),
sábado, em São Paulo, entre o mi- Diário Oficial da União na sexta- com o IDV para debater a questão às 15h, Carla Bellangero, sócia de
nistro da Fazenda, Fernando Had- feira (30), que zera o imposto de das importações, e avançar no anún- auditoria da KPMG no Brasil, e Fá-
dad, e representantes do varejo pa- importação de 60% de remessas cio de um plano de conformidade bio Cajazeira Mendes, líder de au-
ra discutir a isenção de imposto de internacionais de até US$ 50. para as remessas internacionais. Es- ditoria da PwC. Mas a sessão pode
importação de 60% para remessas Na sexta-feira, Haddad buscou se plano, chamado “Remessa Con- Haddad, da Fazenda, diz que é importante que “a concorrência fique leal” não ocorrer nesta terça. A Mesa Di-
de até US$ 50, os varejistas saíram explicar a decisão da portaria, de- forme”, foi anunciado na sexta-feira retora da Câmara estudava, na noi-
“cautelosamente otimistas”, nas pois das críticas do varejo. Ele disse —para ser beneficiada com a isenção 25% dos trabalhadores com cartei- ções de concorrência das redes lo- te deste domingo, publicar um ato
palavras do conselheiro do Institu- que ainda pode haver uma nova do imposto de importação de 60% e ra assinada trabalham em lojas de cais, Haddad disse: “Olha, presi- cancelando todas as comissões
to para o Desenvolvimento do Va- taxação de remessas internacio- da alíquota de ICMS de 17%, a em- varejo no Brasil”, disse o ministro. dente, as plataformas não pagam previstas para esta semana, para
rejo (IDV), Sérgio Zimerman. nais. E falou na criação de uma presaprecisaaderiraoplano,quese- Em abril, Haddad e a Receita Fe- nada de imposto, e agora vão pa- que a pauta do plenário seja priori-
O varejo nacional diz que é con- “mesa de pactuação” entre varejis- rá monitorado pela Receita Federal. deral chegaram a anunciar que aca- gar. Isso é importante para toda a zada. Isso vale inclusive para CPIs,
tra a medida pois causa desequilí- tas e plataformas estrangeiras. Mas o governo não havia sinali- bariam com a isenção de imposto atividade”. Lula respondeu positi- segundo fontes disseram ao Valor.
brio na competição com as plata- zado, há cerca de duas semanas, para remessas de até US$ 50, em vamente com a cabeça. Também foi enviado ofício para
formas estrangeiras, que se benefi- que haveria uma nova portaria operações não comerciais entre pes- Em outro momento, num tom que o ex-CEO da Americanas Mi-
ciariam da isenção do imposto de
importação de 60%. O pedido de
fim da isenção é liderado pelo IDV,
25%
dos trabalhadores
que isentaria as plataformas es-
trangeiras da cobrança de 60% de
imposto em envios de até US$ 50,
soas físicas (como envio de presen-
tes,porexemplo).Issoocorreriapor-
que lojistas de sites e aplicativos
de brincadeira, Lula disse que a
primeira-dama, Janja, “já havia en-
tendido melhor” e concordava
guel Gutierrez e o ex-diretor finan-
ceiro e de relações com investido-
res da empresa Fábio da Silva
que reúne cerca de 70 varejistas, e de empresas para consumidores. usam essa forma de envio para dri- com as mudanças. O presidente se Abrate compareçam na terça-feira,
assinado também por outras asso- estão no varejo Esta era uma cobrança definida blar a fiscalização, e evitar que o con- referia a um programa de confor- mas ainda não houve resposta.
ciações como a Abrasce (shopping em portaria de 1999. sumidor pague o imposto de impor- midade no comércio on-line,
centers), Alshop (lojistas de shop- O empresariado nacional foi pe- Haddad disse, na sexta-feira, que tação de 60%. anunciado ontem — e antecipado Mesa Diretora da
ping), Abvtex (varejo têxtil) e Abit go de surpresa, após reuniões re- o Remessa Conforme “é o começo de pelo Valor em 23 de maio — que
(indústria têxtil e de confecção). centes com ministérios e o Fisco um plano”. Segundo ele, em uma se- “Vamos sentar com permite que as plataformas pos- Câmara estuda
Presidente da rede de lojas de
produtos para animais de estima-
sobre tributação — e a isenção às
remessas até US$ 50 não foi tema
gunda etapa, o governo federal defi-
nirá uma nova alíquota de imposto o varejo e os sam se adequar a um conjunto de
novas regras de importação.
cancelar todas as
ção Petz, Zimerman afirmou, após apresentado pelo governo. sobre importação para as compras
marketplaces para É uma forma de tentar colocar comissões previstas
a reunião do sábado, que o minis- No sábado, após a reunião com internacionais de até US$ 50 realiza- plataformas estrangeiras e locais
tro da Fazenda “se comprometeu” Haddad, o presidente do IDV, Jorge dasvirtualmente.Segundoapurouo que eles pactuem sob as mesmas condições de com- para esta semana
com uma isonomia de impostos Gonçalves Filho, disse que “a redu- Valor, a isenção do imposto de im- petição. “A conversa foi muito boa
para o consumo de itens do varejo ção de impostos da portaria que portação para compras de até US$ um entendimento” com o presidente, e a gente achava Em 13 de junho, o presidente da
nacional e internacional. foi publicada poderá levar a forte 50 em sites estrangeiros foi tomada que viria apenas o programa de Americanas, Leonardo Coelho, disse
O retorno da cobrança da alí- desemprego e fechamento de lo- porque ainda não se chegou a um Só que essa proposta não avan- conformidade, mas algo ocorreu na CPI que há indícios de que as au-
quota de 60% está descartado, apu- jas, porque o grande varejo até po- consenso dentro do governo e com çou em abril porque Lula, pressio- nos últimos dias para vir essa por- ditorias auxiliaram na fraude. Mos-
rou o Valor. A ideia no Ministério de se estruturar e ter armazéns fora as empresas sobre qual será a alí- nado pela opinião popular, prefe- taria”, diz um diretor de uma enti- trou troca de mensagens da PwC
da Fazenda é cobrar uma alíquota do país, mas o pequeno industrial, quota de importação a ser cobrada. riu abandonar a ideia, depois que a dade do setor. com antigos diretores da empresa
intermediária, mas em uma etapa não”. Além do presidente do IDV e “Vamos sentar com o varejo [na- proposta já havia sido debatida O Remessa Conforme determi- “que ainda precisa de contexto”, mas
posterior, o que teria desagradado de Zimerman, estava prevista a cional] e os marketplaces (plata- com as empresas e anunciada ao na regras para a importação de “que dá indícios de que a PwC estava
o varejo nacional e motivado a reu- presença de José Aparecido dos formas internacionais de varejo) mercado pela Fazenda. produtos como o envio, pelas pla- indicando como escrever o texto pa-
nião deste sábado. Santos, diretor jurídico tributário para que eles pactuem um enten- No último dia 14 de junho, hou- taformas aos Correios, de um con- ra que o tema risco sacado não ficas-
O Valor apurou que deve ser co- do Magazine Luiza; Fábio Faccio dimento sobre isso e haja um equi- ve uma reunião de varejistas com o junto de dados até 48 horas antes se claro”. Também divulgou mensa-
brada uma alíquota de 17% de Im- presidente das Lojas Renner; Da- líbrio”, disse Haddad, na sexta-fei- presidente Luiz Inacio Lula da Silva da entrada das mercadorias no gens da KPMG, que “permitiu altera-
posto sobre Circulação de Merca- niel Santos, executivo financeiro ra, em Brasília, destacando a im- e Haddad. Ao explicar a necessida- país. Isso será feito para aumentar çãodecartadecontrolesapedidoda
dorias e Serviços (ICMS) porque já da Renner; Marciel Costa, consul- portância de que “a concorrência de de colocar as plataformas es- os controles à sonegação e para diretoria da Americanas”.
houve um acordo entre os Estados. tor em relações governamentais fique leal”. “Sobretudo porque trangeiras sob as mesmas condi- agilizar a liberação das entregas. As auditorias disseram, em no-
tas divulgadas na época, que estão
proibidas de comentar sobre casos
. de clientes por cláusulas de sigilo

Colégio interno UWC mira a Amazônia

nos contratos e regras da profis-
são. A KPMG fez a auditoria da
Americanas entre os anos de 2016
e 2018. Em 2019, a PwC foi contra-
tada pela varejista e aprovou sem
Educação sos arrecadados é para subsidiar
alunos com dificuldades finan-
serem mais tolerantes e capazes
de evitar um novo conflito mun-
princesa Elisabeth, duquesa de
Brabant, futura rainha da Bélgi-
Brasil ingressou na USP.
Kavamura é uma das inte-
ressalvas os últimos balanços.
Na semana passada, a America-
Beth Koike ceiras. Ao contrário dos colégios dial. A rede de escolas já foi presi- ca, se formou no mesmo colégio grantes de comitê brasileiro da nas rescindiu o contrato com a
De São Paulo internos tradicionais em que dida pelo então príncipe Charles, em 2021, segundo o “The New UWC, que reúne ex-alunos e se- PwC, substituindo a auditoria pela
basta fazer a matrícula e pagar a atual o rei da Inglaterra, pela rai- York Times.” leciona os brasileiros que vão es- BDO, para auditar os balanços de
A rede internacional de colégios anuidade, nas escolas da UWC nha Noor da Jordânia e pelo pre- A UWC não é feita só de realezas tudar em uma das 18 escolas es- 2022 e refazer os de 2021, bem co-
internos United World Colleges os interessados precisam fazer sidente da África do Sul Nelson e um dos países que mais enviam palhadas em países da Europa, mo revisar os de 2023.
(UWC) — que tem entre seus alu- provas de conhecimentos gerais. Mandela. alunos aos colégios do grupo é o África, Ásia e Américas. A seu la- Coelho acusou a antiga direto-
nos, princesas, refugiados, ricos, A condição financeira não é de- Brasil. Desde sua fundação, há 60 do, está o advogado Theotonio ria da Americanas de forjar con-
pobres, além de muitos brasileiros terminante no processo de ad- Projeto da United anos, mais de 3 mil alunos brasilei- Mauricio Monteiro de Barros, tratos e balanços para mostrar ao
— planeja abrir uma unidade no missão. ros já saíram com um diploma da que também fez o ensino médio mercado e investidores uma rea-
Brasil, mais precisamente na Ama- Não à toa, 75% dos alunos têm World Colleges UWC. A grande presença de brasi- na UWC, nos Estados Unidos. lidade diferente da verdadeira e
zônia, daqui a quatro anos.
O projeto vai demandar inves-
bolsa parcial ou integral. A rede
de colégios abriga jovens de 70
(UWC) requer leiros é uma das razões que moti-
varam o plano de abrir uma unida-
No Brasil “serão 100 novos alu-
nos, por ano, que passam a ter
os acusou de fraude. Segundo
ele, a empresa decidiu demitir
timento inicial de R$ 40 milhões diferentes nacionalidades — des- investimento de de no Amazonas. Pelas regras do grandes oportunidades de carreira todos os funcionários envolvidos
com recursos captados junto a fi- de representantes da realeza até colégio, 20% dos estudantes preci- ao se formar”, disse o advogado, que ainda continuavam vincula-
lantropos, fundos e organizações refugiados de guerra. O aluno, ao R$ 40 milhões sam ser de seu país origem. formado pelo Universidade do dos à companhia.
sociais internacionais e do Brasil. final do curso, se forma com um “Ao construir uma unidade no Largo São Francisco, da USP. Na pauta da CPI também estão
Um doador já se comprometeu a diploma International Baccalau- Mais recentemente, as prince- Brasil, podemos abrigar até 30% Um dos maiores filantropos 13 requerimentos para convoca-
adquirir o terreno da escola que reate (IB), que o credencia a uni- sas Leonor das Astúrias, herdeira de brasileiros. Vamos trazer jo- do mundo, o americano Shelby ção de pessoas, como Camille Loyo
deve ser erguida no entorno de versidades internacionais. do trono espanhol, e Alexia, da vens de populações originárias. Davis, fundador da gestora Davis Faria, nova diretora financeira e de
Manaus. Em paralelo, está sendo A UWC foi fundada por Kurt Holanda, passaram os últimos A ideia é que para esse grupo te- Advisors, é um dos apoiadores da relações com investidores da Ame-
estruturado um fundo “en- Hahn, um pedagogo alemão, em dois anos estudando na unidade remos turmas especiais antes das UWC. O bilionário paga a gra- ricanas, e Marcio Cruz, ex-presi-
dowment” de US$ 100 milhões, 1962, em plena Guerra Fria, com da UWC, no Reino Unido. A es- aulas começarem. Além do in- duação em universidade dos Es- dente da B2W e ex- CEO da Ameri-
cujos rendimentos serão usados o propósito de reunir jovens de cola, que fica num castelo do sé- glês, vamos ver se é preciso ter tados Unidos para aqueles que canas digital. Ainda pode ser vota-
para arcar com as despesas da vários países para que eles pu- culo XII, tornou-se a preferida outros reforços acadêmicos”, dis- estudaram na unidade america- da a requisição de documentos,
unidade brasileira, estimadas em dessem vivenciar diferentes rea- da realeza. A princesa Sofia, ir- se a médica Inês Kavamura, que na da UWC e têm dificuldades fi- como cópia das investigações da
US$ 8,4 milhões, por ano. lidades, culturas, raças, credos e mã de Leonor, da Espanha, deve estudou na unidade da UWC na nanceiras para arcar com um Companhia de Valores Mobiliários
Uma fatia relevante dos recur- religiões e, assim, educá-los para se matricular lá em setembro. A África, em 1984, e ao retornar ao curso de ensino superior. (CVM) contra a varejista.

Metais e Petróleo
Comparativos de preços Movimento falimentar
Cotações Var. até a última data indicada - em % Cotação em 12 meses
Metais não-ferrosos - US/ton. (1) 30/06/23 Há uma semana Fim de maio 2022 Há um ano Semana Mês Ano 12 meses Menor Maior
do Foro Regional do Jabaquara, São Paulo/SP
Alumínio high grade
Disponível 2.096,5 2.132,5 2.255,0 2.360,5 2.397,0 -1,69 -7,03 -11,18 -12,54 2.080,0 2.644,0
Falências Requeridas Recuperação Judicial Requerida
Três meses 2.141,5 2.175,0 2.221,5 2.392,0 2.421,0 -1,54 -3,60 -10,47 -11,54 2.103,0 2.662,0 Requerido: Garden Química Indústria e Comércio Ei- Falências Decretadas Empresa: Hoshi Comércio de Cosméticos Ltda. ME -
Alumínio secundário (liga) Empresa: Lsj Alimentos Ltda. - CNPJ: CNPJ: 08.350.416/0001-41 - Endereço: Rua Sorocaba,
Disponível 1.955,0 1.953,0 1.950,0 2.123,0 1.920,0 0,10 0,26 -7,91 1,82 1.411,0 2.171,0
reli - CNPJ: 67.666.834/0001-01 - Endereço: Rua Luís
Três meses 2.007,0 2.007,0 2.007,0 2.175,0 1.920,0 0,00 0,00 -7,72 4,53 1.425,0 2.225,0 Rodrigues de Freitas, 172, Galpão 02, Bairro Porto da 21.049.863/0001-23 - Endereço: Rua Pio Xii, 58, Bair- 1521,BairroVilaSantaTerezinha-Vara/Comarca:2aVa-
Chumbo Igreja - Requerente: Isokhem Comercial Ltda. - Vara/Co- ro Barrinha, Campo Bom/rs - Administrador Judicial: ra de Itu/SP
Disponível 2.105,0 2.190,0 2.035,5 2.335,0 1.907,0 -3,88 3,41 -9,85 10,38 1.754,0 2.335,0 Empresa: J. M. Farma Comercial Ltda. Epp - CNPJ:
Três meses 2.065,0 2.137,5 2.032,0 2.281,0 1.918,0 -3,39 1,62 -9,47 7,66 1.767,0 2.287,0 marca: 2a Vara de Guarulhos/SP Sentinela Administradora Judicial Ltda., Representa-
da Pela Dra. Claudete Rosimara de Oliveira Figueiredo 63.928.725/0001-64 - Endereço: Rua Sorocaba, 1515, Par-
Cobre grade A Requerido: Gmu Comércio de Aços Ltda. - CNPJ:
Disponível 8.210,0 8.490,0 8.017,0 8.387,0 8.245,0 -3,30 2,41 -2,11 -0,42 7.000,0 9.436,0 que Jardim Das Rosas - Vara/Comarca: 2a Vara de Itu/SP
08.793.369/0001-00 - Endereço: Av. Minasa, 25, Gal- - Vara/Comarca: Vara Empresarial de Novo Hambur-
Três meses 8.210,0 8.478,0 8.047,5 8.400,0 8.245,0 -3,16 2,02 -2,26 -0,42 7.005,0 9.430,0 Empresa: Midori Comércio Cosméticos Ltda., Nome
Estanho high grade pão A1, Condomínio Coronel, Bairro Nova Veneza - Re- go/RS
Fantasia Midori Profissional - CNPJ: 35.685.004/0001-
Disponível 27.700,0 28.195,0 25.375,0 24.800,0 27.050,0 -1,76 9,16 11,69 2,40 17.700,0 32.050,0 querente: Premium Recebíveis I Multissetorial Fundo Empresa: Transportes Mandacaru Ltda. - CNPJ: 35 - Endereço: Rua Sorocaba, 1491, Parque Jardim Das Ro-
Três meses 26.800,0 26.575,0 25.210,0 24.900,0 26.700,0 0,85 6,31 7,63 0,37 17.700,0 32.100,0
de Investimento em Direitos Creditórios - Vara/Comar- 93.520.997/0001-91 - Endereço: Rua Pio Xii, 58, Bairro sas - Vara/Comarca: 2a Vara de Itu/SP
Níquel (2)
Disponível 20.125,0 20.895,0 20.450,0 30.425,0 23.100,0 -3,69 -1,59 -33,85 -12,88 19.100,0 31.200,0 ca: 4a Vara de Sumaré/SP Barrinha, Campo Bom/rs - Administrador Judicial: Sen- Empresa: O Tosador Franquias Eireli ME - CNPJ:
Três meses 20.275,0 21.050,0 20.540,0 30.550,0 23.030,0 -3,68 -1,29 -33,63 -11,96 19.050,0 31.350,0 Requerido: Mp Express Serviços Auxiliares de tinela Administradora Judicial Ltda., Representada Pela 21.206.151/0001-70 - Endereço: Rua Sorocaba, 1509,
Zinco special high grade
Disponível 2.414,0 2.362,5 2.228,0 3.025,0 3.251,5 2,18 8,35 -20,20 -25,76 2.224,0 3.877,0 Transporte Aéreo Ltda., Nome Fantasia Mp Ex- Dra. Claudete Rosimara de Oliveira Figueiredo - Vara/Co- Bairro Vila Santa Terezinha - Vara/Comarca: 2a Vara
Três meses 2.440,0 2.379,0 2.250,0 2.990,0 3.232,0 2,56 8,44 -18,39 -24,50 2.236,5 3.798,0 press Security & Handling Services - CNPJ: marca: Vara Empresarial de Novo Hamburgo/RS de Itu/SP
Petróleo - US/barril (3) 30/06/23 Há uma semana Fim de maio 2022 Há um ano Semana Mês Ano 12 meses Menor Maior 06.128.644/0001-46 - Endereço: Rua Leandro Du-
WTI - mercado futuro 70,78 69,32 68,24 80,45 103,10 2,11 3,72 -12,02 -31,35 66,93 107,27
Brent - mercado futuro 75,41 74,01 72,60 85,65 109,03 1,89 3,87 -11,96 -30,84 71,82 109,46 pret, 483, Bairro Vila Clementino - Requerente: Jorci-
Fontes: LME e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. (1) Métrica. (2) cotações máximas sob efeito de limites diários de estabilização, para mais informações acesse o site da LME. (3) Segunda posição lene de Oliveira Bastos - Vara/Comarca: 5a Vara Cível Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.

Empresas Tendências&Consumo
Comportamento Investimentos se voltam para a
ampliação dos quartos, bares exclusivos e serviços
personalizados, mas discretos e sem ostentação
Hotel de luxo muda
para atrair jovens
Pedro Diniz
Para o Valor, de Paris
Se por obra de sua história rica
em regras de etiqueta, arquitetu-
ra neoclássica e um padrão eleva-
do de serviço Paris virou a sede da
rede hoteleira mais luxuosa do
globo e, também por isso, motivo
da visita de 44,1 milhões de turis-
tas em 2022, segundo dados da
Statista, uma nova geração de
clientes “triple A” vem alterando
os hotéis estrelados por dentro.
Nessa retomada vultosa de vi-
sitantes em relação a 2021, quan-
do a mesma empresa de dados
registrou 22,6 milhões de visi-
tantes, os investimentos passa-
ram a se concentrar na amplia-
ção dos quartos mais simples, na
criação de bares exclusivos para
dar verniz VIP à cena noturna pa-
risiense e na reformulação de um
serviço que, de tão customizado,
é acompanhado de perto por al-
tos executivos das redes.
Vice-presidente de operações
da rede Oetker Collection, ban-
deira de uma das joias mais ex-
clusivas da cidade, o Le Bristol, e
de outros onze hotéis cinco estre-
las ao redor do globo, o italiano
Luca Allegri conta que, se antes
recebia relatórios semanais so-
bre os hábitos dos clientes, hoje a
frequência com a qual, em nome
da personalização, ele sabe “que
alguém pagou mil euros numa
garrafa de vinho”, é diária.
“Além de ter passado a procu-
rar mais experiências gastronô-
micas dentro do hotel, e isso in-
clui a compra de vinhos de quali-
dade, muito caros, esse cliente
[de alta renda] procura, princi-
palmente, mais espaço. Acredito
que seja reflexo da covid, e o que
fizemos foi reformar nossas suí-
tes júnior, dando a elas assinatu-
ra e uma configuração mais espa-
çosa”, diz. Uma diária promocio-
nal nesse tipo de suíte custa em
torno de R$ 15 mil, mas pode ul-
trapassar R$ 25 mil em épocas
movimentadas como as semanas
de moda, quando aumenta o flu-
xo de celebridades.
O grupo de origem familiar
com sede em Baden-Baden, na
Alemanha, não revela números
da operação, mas Allegri afirma
que 10% dos lucros anuais de ca-
da hotel operado pela empresa —
no Brasil, a bandeira é responsá-
vel pelo suntuoso Palácio Tanga-
rá, no Panamby, em São Paulo —
custeia tanto as pequenas quanto
as enormes reformas periódicas.
Uma delas foi a reconfigura-
ção do bar, que ganhou, ainda
em 2018, a festa noturna B.A.D
Nights (“Bristol After Dark
Nights”), possivelmente uma das
maiores concentrações de VIPs
jovens por metro quadrado de
Paris. Luz baixa e apenas um le-
treiro de neon resume o ambien-
te concorrido, onde a lógica é en-
Mercado de roupas, acessórios e
itens de beleza deve crescer 12%
Para o Valor, de São Paulo
Um novo estudo da consultoria
Bain & Company em parceria com
a Fundação Altagamma, da Itália,
estima que o mercado de bens
pessoais de luxo poderá crescer
até 12% neste ano em relação ao
anterior, marcando um novo re-
corde entre € 360 bilhões a € 380
bilhões — no ano passado, repre-
sentava € 345 bilhões do total de
€ 1,34 trilhão das vendas de todas
as categorias do luxo global.
Embora o aumento estimado
seja menor que o registrado em
2022, quando esse recorte que
engloba roupas, acessórios e
produtos de beleza cresceu 19%
em relação a 2021, é uma análise
mais otimista que a do início do
ano, época em que a mesma con-
sultoria estimava incremento de
até 8% no melhor cenário — nú-
DIVULGAÇÃO
Cliente VIP quer
entretenimento e
privacidade em
bares como o do
Le Bristol, que foi
reconfigurado,
conta Luca Allegri
treter com privacidade. Essa,
aliás, é uma característica reco-
nhecida desde 1925, quando o
Bristol nasceu, por estrelas que
fizeram a fama do hotel. Marilyn
Monroe, Charlie Chaplin, Angeli-
na Jolie e George Clooney inte-
gram a lista. Os hóspedes têm a
opção de não serem vistos, esca-
pando por passagens reveladas,
Allegri explica, quando existe
um alto nível de atenção pública.
É por essa discrição, também,
que um dos desafios pós-covid
tem sido a procura de funcioná-
rios para projetos de expansão.
“Houve uma escassez de pessoal
após a pandemia, e nas entrevis-
tas [de emprego], hoje conta
mais a postura discreta, o olhar
da pessoa, do que a experiência.
Isso conseguimos ajustar”, conta.
O empresário Laurent Taïeb,
dono do grupo homônimo que
lançou um dos mais novos em-
preendimentos de luxo na capi-
tal, o Madame Rêve, em 2021,
afirma que, embora tenha de li-
dar com o mesmo problema da
falta de funcionários, o horizon-
te é bom para a hotelaria de Pa-
ris com a chegada de uma clien-
tela que procura “mais do que
apenas dormir”.
“Estamos voltando ao século
19, quando os clientes abastados
frequentavam os estabelecimen-
tos para se encontrarem. Mesmo
que seja difícil dar vida a esses lu-
gares, eles são o luxo de ama-
nhã”, afirma ele.
O Rêve hoje tem um dos pon-
tos de encontro, o restaurante La
Plume, e um dos terraços com
vista de Paris mais concorridos.
mero que, hoje, engloba a hipó-
tese mais realista do estudo, um
escopo cujo crescimento das
vendas seria impactado por uma
suposta desaceleração acentua-
da dos mercados maduros (Esta-
dos Unidos e Europa) e cresci-
mento lento na China.
Não é o que ocorre. Ainda que
o consumidor americano esteja
segurando gastos com a possibi-
lidade de uma recessão, o levan-
tamento aponta que as vendas
de luxo na Europa registraram
crescimento sustentado no pri-
meiro trimestre. A Ásia também
380
bi de euros é a receita
global prevista
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | B7
MARIA ISABEL OLIVEIRA/ AGÊNCIA O GLOBO
Muito pela localização, o prédio
antigo do posto de correios, no
1° arrondissement, próximo ao
museu do Louvre.
A ostentação não faz parte da
nova cara da cidade, segundo
Taïeb, porque “jovens com situa-
ção financeira bastante favorável”
estariam fugindo dos palácios. Evento com 17 restaurantes e 26 estandes de pequenos produtores durou quatro dias no Parque Villa-Lobos, em São Paulo
“Eles ficam entediados rapida-
mente e acham a clientela às vezes
velha demais. E, inversamente, nas
alternativas que o mercado pode
SP Gastronomia recebe 25 mil
pessoas na primeira edição
oferecer, não encontram padrões
suficientes”, diz.
Nesse contexto, o “affordable
luxury” [o luxo acessível] tem ga-
nhado atenção de investidores. O
designer pop Phillippe Starck e o
Evento ótimo atendimento, para que vol-
tem [em próximas edições]”, disse
Gastronomia é uma realização de “O
Globo” e CBN e tem São Paulo como
magnata Michel Reybier, do gru- Mariana Rosário Luiza Fecarotta, curadora do even- Cidade Anfitriã e o governo paulista
po hoteleiro francês La Reserve,
se uniram ao empresário francês
O Globo, de São Paulo to. “Felizmente, os chefs relataram
que a estrutura foi muito boa. Re-
como Estado Anfitrião. O evento
conta com patrocínio de Spaten;
Cyril Aouizerate, fundador da re- O inverno paulistano deu uma sultado disso é que muitos restau- apoio de Pepsi Black, Evino, Juçaí,
de Mama Shelter, para lançar o trégua e permitiu que tardes de sol rantes estiveram lotados, com a Eno, Comgás e TIM; apoio educacio-
projeto MOB House na região aquecessem o festival SP Gastrono- necessidade de trazer mais pratos nal do Senac São Paulo; apoio insti-
boêmia de Saint-Ouen.
Trata-se de um hotel com to-
mia, que concluiu sua edição de es-
treia na noite deste domingo. Ao
de suas cozinhas para reabastecer
o festival. Sinal que as pessoas co-
tucional de Sabesp, Metrô de São
Paulo, Associação Brasileira das
das as comodidades de serviço longo de quatro dias, mais de 25 mil meram bem e gostaram”. Companhias Aéreas (Abear), Visite
dedicado com um conceito de pessoas passaram pelo evento, com Além do espaço do palco, tam- São Paulo e Detran SP; participação
socialização que inclui piscina, 17 restaurantes que ofereciam mais bém foi concorrida a ala de aulas e de Águas Prata, Limppano, Hell-
restaurante só de orgânicos e
“co-working” para a clientela,
de 50 receitas, brasileiras e estran-
geiras, e shows de música.
palestras. No domingo, estava lota-
da a classe de degustação de quatro
mann's, Gin Vitória Régia, Kibon e
Barilla; tem Café L’Or como café ofi-
majoritariamente jovem, em A novidade é a versão paulistana tipos de vinhos. As celebradas chefs cial e o Grand Hyatt São Paulo como
busca de espaços que remetem a do festival Rio Gastronomia, o maior Manu Buffara e Renata Vanzetto fo- hotel oficial.
casas de verão. A diária, que osci- do segmento no país. O lugar esco- ram duas das figuras que marcaram Já é possível comprar ingressos
la em R$ 1.000, atende à deman- lhido para receber o evento inaugu- presença, e deram dicas, aos visitan- para o Rio Gastronomia, que vol-
da para estadias prolongadas. ral na capital paulista foi o Parque tes. Havia também 26 estandes de ta a ocupar o Jockey Club Brasi-
“Espaço e tempo são questões Villa-Lobos, na zona oeste da cidade. pequenos produtores. leiro, na Gávea, de 10 a 13 e de 17
em Paris. Criamos o espaço que “A curadoria funciona em dois “Já está estamos animados com a a 20 de agosto. Quem visitar o lo-
ela não consegue mais oferecer pilares. Um é o público, que tem próxima [edição], em 2024”, disse a cal poderá provar receitas de 34
ou, quando oferece, custa muito que estar feliz. O outro são os chefs, gerente de projetos especiais da Edi- restaurantes e mais uma seleção
[...] A cidade está ficando cara de- para os quais é necessário ter um tora Globo , Andressa Amaral. O SP de atrações musicais.
mais e isso é um problema se o
cliente quiser ficar mais tempo”,
explica o diretor do hotel,
Edward Farwick.
Segundo o executivo, a média
de estadia do hotel por hóspede
está em quatro dias, enquanto o
padrão das redes fincadas nos cor-
redores do centro é de duas noites.
A decoração que equaciona
palha e metal, o cardápio com-
posto por comida francesa de
produção local e o conceito eco-
lógico, desde a madeira reflores-
tada ao uso de produtos de hi-
giene pessoal veganos, atraiu a
própria juventude parisiense a
um dos 112 quartos.
O plano de expansão do grupo
de capital privado inclui, até
2026, lançamentos em Washing-
ton e Los Angeles, nos Estados
Unidos, e nas cidades de Bor-
deaux e Cannes, na França.
Os projetos ficam fora das re-
giões centrais, assim como ocor-
re na MOB House de Paris, que,
baseado no cálculo informado
de € 140 mil por chave, consumiu
cerca de € 15,8 milhões em sua
construção. A média de Paris, de
acordo com o índice de hotelaria
europeu, está entre € 1,2 milhão e
€ 1,8 milhão por nova chave.
O jornalista se hospedou a convite de Le
Bristol e Mob House
responde positivamente, princi-
palmente após à reabertura ple-
na do comércio na China Conti-
nental após as restrições impos-
tas pela pandemia de covid-19.
O Japão, atual estrela do con-
tinente — sozinho, abocanhou
€ 24 bilhões do mercado mun-
dial de bens de luxo no ano pas-
sado —, mantém o apetite de
consumo, com destaque para a
venda de acessórios best-sellers,
e se beneficia do fluxo de turis-
tas dos países do entorno, inclu-
sive chineses.
A aplicação de uma agenda
ambiental sólida e os impactos
da inteligência artificial genera-
tiva na moda são desafios para o
futuro. Ainda otimista, contudo,
a Bain avalia que o mercado dos
bens pessoais de luxo atinja, em
2030, tamanho estimado entre
€ 530 e € 570 bilhões. (PD)
 B8 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Logística Aportes reforçarão

MARCELO CURIA

complexo de terminais de Rio

Grande, Porto Alegre e Pelotas

Portos RS
acerta planos
para investir
R$ 160 milhões
em estrutura Cristiano Klinger, da Portos RS: mais autonomia à autoridade portuária para decisões sobre orçamento e gestão

Raphael Salomão tudo o que estava previsto, mas al-
Rio Grande (RS) gumas coisas começaram no fim
do ano, mas o pagamento ficou
A Portos RS prepara um investi- para 2023”, explica o executivo.
mento de R$ 160 milhões no com- A Portos RS passou por mu-
plexo portuário sob sua adminis- danças em maio do ano passa-
tração, que inclui os terminais de do, quando a empresa deixou de
Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas, ser uma autarquia subordinada
no Rio Grande do Sul. Neste segun- à Secretaria de Logística e Trans-
do semestre, a companhia deve portes do Estado e passou a ope-
abrir licitação para construir um rar como uma empresa pública,
novo terminal dedicado à movi- que tem o próprio Estado como
mentação de cargas agrícolas no controlador e único dono. Se-
porto de Rio Grande, o de maior gundo Klinger, a mudança deu
movimentação entre os três. mais autonomia à autoridade
De acordo com o presidente da portuária para a tomada de de-
Portos RS, Cristiano Klinger, parte cisões sobre orçamento e gestão.
do desembolso já está em execu- O caixa da empresa é compos-
ção e parte é remanescente de in- to, principalmente, por receitas
vestimentos que estavam previs- de tarifas de operações portuá-
tos para 2022 e que ficaram com rias, além da arrecadação com
execução pendente para o atual contratos de arrendamento. A
exercício fiscal. A previsão de in-
vestimentos para o ano passado
era de R$ 120 milhões, e a execu-
partir da mudança administrati-
va, diz o executivo, foi possível li-
citar obras, entre elas a primeira
ção totalizou R$ 100 milhões. etapa de dragagem do canal de
“Em 2022, a gente contratou atracação do cais público, além
de pavimentação, sinalização e
monitoramento ambiental.
“Eu dependia da estrutura do
Estado para fazer uma licitação,
um investimento. Como empre-
sa, eu sigo tendo uma regula-
mentação de empresa pública e
atendendo órgãos de controle,
mas nós temos toda a autono-
mia financeira e operacional”,
afirma o presidente da Portos RS.
Ele pontua que os recursos, antes
enviados para o caixa único do
Estado, agora vão diretamente
para o caixa da companhia.
Para este ano, a companhia pre-
vê realizar uma segunda etapa de
dragagem, uma nova fase de pavi-
mentação e melhorias de sinaliza-
3
portos fazem parte
do complexo
ção. Já estão em andamento obras
a melhoria dos acessos ao cais pú-
blico, com instalação de sistemas
automatizados para melhoria da
segurança nas operações, e arma-
zéns do cais público de Rio Grande
que estão sem uso passam no mo-
mento por reavaliação.
Além da parte pública, o com-
plexo tem nove áreas arrendadas
e 22 terminais privados em opera-
ção, que movimentam cargas co-
mo grãos, fertilizantes e celulose.
Produtos e insumos agrícolas res-
pondem por uma parcela signifi-
cativa do fluxo de mercadorias
nas áreas públicas do complexo,
por onde passam de 30% a 35% do
Produto Interno Bruto do Estado.
De janeiro a maio deste ano, o
fluxo total, só em Rio Grande, foi
de 15,83 milhões de toneladas,
um volume 6% superior ao do
mesmo período em 2022. O agro-
negócio responde por 90% da mo-
vimentação de cargas do comple-
xo. O volume de soja em grão foi o
que mais cresceu (88,64%), segui-
do por ureia (32,91%), fosfato
(31,56%), farelo de soja (19,05%) e
cloreto de potássio (11,44%).
Novos projetos de ampliação
da capacidade de operação estão
no horizonte. A Portos RS fez um
mapeamento de áreas disponí-
veis, na expectativa de atrair mais
operadores de cargas agrícolas.
O prazo para o recebimento de
propostas para utilização desses
locais encerrou-se há um mês.
Entre as licitações que devem
ser concluídas em breve está a do
Terminal Logístico do Arroz, no
porto de Rio Grande, destinado,
prioritariamente, à movimenta-
ção do cereal, mas também de
outros granéis sólidos, com exce-
ção da soja. O local, segundo o
presidente da Portos RS, está
operacional, ainda que precise
de mais investimentos e melho-
rias. Para o novo terminal agríco-
la, o prazo de recebimento de
propostas termina neste mês.

Estrela de 2023, açúcar acumulou STF valida

proibição
alta de 30% no primeiro semestre à pesca de
arrasto no RS
Commodities açúcar do país desde o início do
ciclo 2023/24, em abril, já cresceu
bushel, mas acumularam alta de
5,44% no primeiro semestre.
e trigo subiram em junho, o que
não impediu que encerrassem o
José Florentino, Fernanda
Pressinott e Patrick Cruz
32% em relação ao mesmo perío-
do da temporada anterior, para
Os preços do cacau seguiram
em rota ascendente, emendando
primeiro semestre com queda ex-
pressiva. O milho liderou as baixas
Pescado
De São Paulo 9,53 milhões de toneladas. sua oitava alta seguida em Nova na primeira metade do ano: os Eliane Silva
Arnaldo Corrêa, diretor da Ar- York. A amêndoa subiu 6,66%, a contratos de segunda posição de De Ribeirão Preto (SP)
As cotações do açúcar encerra- cher Consulting, afirmou, em re- US$ 3.186 por tonelada, em mé- entrega avançaram 1,28% no mês
ram o mês de junho em queda de latório recente, que os funda- dia. No primeiro semestre, o passado, para US$ 5,5251 o bushel, O Supremo Tribunal Federal
3,7% na bolsa de Nova York, o que mentos da commodity prevalece- avanço foi de mais de 25%. mas recuaram 15,78% no primeiro (STF) já tem maioria para validar
não impediu que o produto se- ram sobre os “ruídos irrefletidos e O suco de laranja concentrado e semestre, segundo o Valor Data. a proibição da volta da pesca in-
guisse como o maior destaque as narrativas delirantes” de quem congelado (FCOJ, na sigla em in- Trigo e soja subiram 6,38% e dustrial de arrasto na faixa litorâ-
entre as principais commodities apostava que a oferta brasileira glês) teve desempenho similar ao 0,95% em junho, a US$ 6,7298 e nea gaúcha de até 12 milhas náu-
agrícolas negociadas no mercado seria escassa. De qualquer forma, do cacau nos seis primeiros meses US$ 13,4527 o bushel, respectiva- ticas (23 quilômetros). Na última
internacional. Nos seis primeiros a oferta internacional segue aper- do ano, quando subiu 27,66%. Em mente. No primeiro semestre, en- sexta-feira, os ministros Dias Tof-
meses de 2023, os contratos de se- tada, o que tem sustentado o au- junho, em contrapartida, os con- tretanto, acumularam quedas de foli, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Ale-
gunda posição de entrega do açú- mento dos preços — o demerara tratos da commodity recuaram 11,78% e 9%, nessa ordem. xandre de Moraes e André Men-
car demerara acumularam alta valorizou-se em Nova York em 0,48%, a US$ 2,5804 por libra-peso. Vlamir Brandalizze, da Branda- donça acompanharam o voto da
de 30,44%, para 24,49 centavos de seis dos últimos oito meses. O algodão, por sua vez, conti- lizze Consulting, diz que, em ju- presidente do STF, a ministra Ro-
dólar por libra-peso, em média, O café arábica encerrou o mês nua com pouca oscilação, depois nho, os olhos dos investidores fica- sa Weber, que divergiu do rela-
segundo cálculos do Valor Data. de junho em queda, pressionado de despencar na segunda meta- ram sobre as condições das lavou- tor, Kassio Nunes Marques.
A safra brasileira segue com pela avaliação dos investidores de de de 2022. Os contratos da plu- ras americanas. Para ele, o merca- Com isso, o placar foi de nove a
bom andamento. Na semana pas- que a oferta brasileira está cres- ma caíram 1,88% no primeiro se- do não deu a devida atenção à de- um pela constitucionalidade da lei
sada, a União da Indústria de Ca- cendo. Os contratos de segunda mestre e 0,38% em junho, a 81,64 manda interna nos Estados Uni- estadual 15.223, aprovada na As-
na-de-Açúcar e Bioenergia (Uni- posição de entrega recuaram 5% centavos de dólar por libra-peso. dos. “Ela se mostrou mais agressiva sembleia Legislativa do Rio Gran-
ca) informou que a produção de em junho, para US$ 1,7517 o Na bolsa de Chicago, soja, milho do que o esperado”, disse ao Valor. de do Sul por unanimidade em se-
tembro de 2018, que vetou a pesca
de arrasto na faixa do litoral. Já ti-
Commodities agrícolas nham seguido o voto de Rosa We-
Cotações médias* nas bolsas de Nova York e Chicago ber os ministros Roberto Barroso,
Açúcar Café Cacau Suco de laranja
Edson Fachin e Gilmar Mendes.
Em US$ cents/libra Em US$ cents/libra Em US$/tonelada Em US$ cents/libra A decisão encerra a polêmica
que começou em setembro de
26 240 3.186
25 230
3.200 272
2019, quando a bancada do PL
24 220 3.020
252 de Santa Catarina entrou com a
23 24,49 210 232 258,04 Ação Direta de Inconstituciona-
2.840
22 200
212
lidade (ADI) 6218, na qual ale-
21 190
20 180
2.660 gou que um Estado não poderia
192
19 170 175,17 legislar sobre pesca e proteção
2.480
18 160
172
ambiental porque isso cabia
Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ apenas à União. Três meses de-
2022 2023 2022 2023 2022 2023 2022 2023 pois, o ministro Celso de Mello
Variações Variações Variações Variações
manifestou-se pela constitucio-
nalidade da lei estadual, mas,
-3,70% 30,44% 29,62% -5,04% 5,44% -23,89% 6,66% 25,45% 30,63% -0,48% 27,66% 48,80%
Jun/23 No ano 12 meses Jun/23 No ano 12 meses Jun/23 No ano 12 meses Jun/23 No ano 12 meses
em dezembro de 2020, Nunes
Marques, que o substituiu no
STF, revisou a decisão prévia.
Algodão Soja Milho Trigo
Em US$ cents/libra Em US$ cents/bushel Em US$ cents/bushel Em US$ cents/bushel A pesca de arrasto “varre” o
fundo do mar com grandes re-
125,0 1.650 730 1.090 des puxadas por um barco mo-
torizado. Usado principalmente
Infraestrutura
1.600
115,6 690 992
1.550 na pesca de camarões, esse mé-
552,51 todo consiste na captura de to-
Impacto de
106,2 1.500 650 894

96,8
1.450
610 796
das as espécies, incluindo peixes
eventos 87,4
81,64 1.400

1.350
570 698
672,98 pequenos, que não atingiram
maturidade para reprodução, o
climáticos sobre Jun/ Jun/ Jun/
1.345,27
Jun/ Jun/ Jun/ Jun/ Jun/
que torna a técnica muito dano-
sa ao meio ambiente. Segundo
2022 2023 2022 2023 2022 2023 2022 2023
os portos acende Variações Variações Variações Variações
especialistas, 70% do que as em-
barcações industriais capturam
alerta no país -0,38%
Jun/23
-1,88%
No ano
-32,25%
12 meses
0,95%
Jun/23
-9,07%
No ano
-16,25%
12 meses
1,28%
Jun/23
-15,78%
No ano
-21,56%
12 meses
6,38%
Jun/23
-11,78%
No ano
-34,27%
12 meses
no arrasto é descartado por não
ter tamanho adequado ou por
B1 Fonte: Dow Jones Newswires. Elaboração: Valor Data. * Mercado futuro, segunda posição seu baixo valor comercial.
Estratégia Entrevista Fintechs
Ex-Bradesco Para Morgan Fernando Lopes e
Leandro Miranda e Stanley, Fed tem Fernanda Laranja,
ex-BB lançam banco pouco espaço da Zetta, querem
de investimento para cortar juros convergência com
Yards Capital C6 em 2024 C2 Febraban C4
Valor C
Sábado, domingo e segunda-feira,
1, 2 e 3 de julho de 2023

Ibovespa Analistas dizem que

CELSO DONI/VALOR

teses locais podem subir mais e

commodities devem pressionar

Mercado vê
bolsa perto
dos 130 mil
pontos ao
fim de 2023
Matheus Prado
De São Paulo
Depois do salto de mais 20%
em três meses e alguma laterali-
zação nas últimas sessões, o Ibo-
vespa deve continuar avançando
no segundo semestre, apontam
analistas. A grande questão é en-
tender, dizem, se a tão esperada
recuperação de ativos sensíveis às
taxas de juros, conforme o Comi-
tê de Política Monetária (Copom)
se prepara para cortar a Selic, será
suficiente para ofuscar a insisten-
te fraqueza das commodities, se-
tor com mais peso no índice.
Para o fim de 2023, a média das
projeções de 20 instituições finan-
ceiras consultadas pelo Valor colo-
ca o índice no patamar de 127 mil
pontos — para alcançar a pontua-
ção, o Ibovespa precisa subir
7,54%. Já a mediana das estimati-
vas é de 126 mil pontos, o que im-
plica uma alta de 6,70% este ano.
As projeções variam de 113 mil
pontos, o que representa uma que-
da de 4,30%, até 140 mil pontos, o
equivalente a avanço de 18,55%.
Vale ressaltar que as expectativas
ficaram praticamente estáveis em
relação à pesquisa anterior, feita
em janeiro, quando o índice mar-
cava 107,4 mil pontos, 9% abaixo
do patamar atual. À época, a média
aferida de 21 casas foi de 126,7 mil
pontos, enquanto a mediana era de
128 mil, com projeções que iam de
109,7 mil até 150 mil pontos.
O índice fechou o pregão de sex-
ta-feira em queda de 0,25%, aos
118.087 pontos, encerrando o se-
mestre com alta de 7,61%, número
que não ilustra a trajetória aciden-
tada do referencial no ano. Após
curto período de otimismo em ja-
humor dos investidores nos Esta-
dos Unidos, aliadas à expectativa
pelo início do ciclo de corte de ju-
ros no Brasil, permitiram que o ín-
dice voltasse a avançar e, na máxi-
ma do ano, atingisse os 120 mil
pontos, liderado por empresas li-
gadas à economia local e estatais.
E é justamente uma possível
continuação do processo de repre-
cificação das ações sensíveis ao ce-
nário doméstico que faz os execu-
tivos mais otimistas apostarem
que o Ibovespa continuará avan-
çando. Fernando Siqueira, chefe de
pesquisa da Guide Investimentos,
tem a projeção mais otimista da
pesquisa, mesmo após revisar o
número para baixo, de 150 mil
pontos para 140 mil pontos.
“A relação Preço/Lucro do índice
sem as exportadoras de commodi-
ties ainda está perto das mínimas
históricas e vemos espaço para va-
lorização pelo crescimento de lu-
cros. Apesar do desempenho fraco
da economia brasileira nos últi-
mos trimestres, o lucro das empre-
sas do Ibovespa cresce de forma
consistente", aponta. Ele esclarece
que sua projeção anterior contem-
plava cortes da Selic já no segundo
trimestre e uma queda menor do
minério de ferro e do petróleo.
O Santander manteve a proje-
ção de 122 mil pontos para o fim
de 2023, mas vê um cenário me-
lhor mais adiante. O banco agora
espera que o Ibovespa salte para
140 mil pontos em junho de
2024, no que chamou de “bull
market” (mercado de alta) cícli-
co, com duração de até 18 meses.
Entre os argumentos favoráveis
à tese, os analistas do banco afir-
Siqueira, da Guide: espaço para valorização do mercado pelo crescimento de lucros, apesar do desempenho fraco da economia nos últimos trimestres
mam que os ‘valuations’ da bolsa
brasileira ainda estão um desvio-
padrão abaixo da média histórica
de 15 anos e que o ciclo de corte de
juros deve alimentar uma reclassi-
ficação das ações brasileiras. As-
sim, de acordo com estudo do San-
tander em que nove ciclos anterio-
res de flexibilização monetária fo-
ram analisados, o Ibovespa subiu,
em média, 21% e 43% nos prazos de
12 meses e 24 meses após o primei-
ro corte de juros, respectivamente.
Já o chefe de economia para
Brasil e de estratégia para Améri-
ca Latina do Bank of America (Bo-
fA), David Beker, que manteve sua
projeção de 135 mil pontos para
o Ibovespa ao fim do ano, concor-
da que a virada do ciclo monetá-
rio será um fator relevante para a
performance do mercado local,
mas diverge de parte dos colegas
no que diz respeito às estratégias
que se provarão vencedoras.
“Os balanços das empresas liga-
das ao cenário local podem se de-
teriorar nos próximos trimestres
devido às altas taxas de juros, infla-
rio de ferro. Sua visão neutra sobre Morgan, que tem projeção de 135
Mais ganhos à frente Vale, diz, já reflete perspectiva cau- mil pontos para o Ibovespa, diz
Projeções* para o Ibovespa telosa, principalmente no segundo que uma possível correção de dois
semestre, com menor produção de dígitos na bolsa americana tende a
No fim do ano - em mil pontos aço na China e uma maior oferta ter forte impacto no mercado lo-
Andbank 130 global de minério. Para ele, o recen- cal. “Fizemos um estudo que mos-
Ativa 125 te fluxo de notícias de estímulo da tra que, desde 2001, os emergentes
BB Investimentos 127 China é positivo, mas não o sufi- comportam-se na mesma direção
BofA 135 ciente para compensar a fraqueza que o mercado americano em 84%
Bradesco BBI 125 do setor imobiliário. das vezes. Inclusive, quando a bol-
Goldman Sachs 113
O cenário incerto na China é, se- sa de lá cai, um dos países que é
Guide 140
gundo Gabriela Joubert, estrate- mais afetado é o Brasil. Não acha-
Inter 118
gista-chefe do Inter, o grande en- mos que seria diferente dessa vez.”
Itaú BBA 118
trave para as perspectivas de alta Nessa linha, Frederico Nobre,
J.P. Morgan 135
da bolsa. Por isso, a executiva man- líder da área de análise da Warren,
tém projeção de 118 mil pontos, diz que a casa está “underweight”
Órama 122
mesmo acreditando que setores (com exposição abaixo do con-
Pantheon 135
como varejo e consumo, constru- senso) em ações americanas e um
Planner 124
ção civil, saúde, educação e indús- pouco “overweight” (acima do
RB Investimentos 125
tria possam continuar performan- consenso) em ações brasileiras
Safra 130
do à frente, ainda que com uma em suas carteiras administradas.
Santander 122
dose maior de “stock picking”. Ele entende que um movimento
Terra 132,5
“Considerando o peso destes de correção por lá pode impactar,
Toro 125
papéis no índice, vemos um limita- mas os níveis de ‘valuation’ por
Warren Rena 129
dor para fortes avanços até o fim aqui seguem atrativos.
XP Investimentos 130
do ano, a não ser que vejamos mu- “Os resultados não vão melho-
Média 127,02
danças significativas no cenário rar de uma hora pra outra e a que-
Mediana 126
macroeconômico chinês. A grande da nos juros deve ser gradual,
Fonte: Instituições financeiras e consultorias.
Elaboração: Valor *Projeções coletadas em 30/jun/2023 incógnita fica por conta dos ban- mas o mercado antecipa e as em-

neiro, os temores políticos e fiscais
locais e a decepção com a fraca rea-
bertura da China pesaram e o refe-
rencial chegou a negociar no pata-
mar de 97 mil pontos em março.
Desde então, as melhorias no
ambiente de negócios local e no
7,54%
ção passada e consumo mais fraco.
O fluxo negativo de notícias pode
prejudicar o sentimento em no-
é o que o índice tem mes cuja linha principal se benefi-
ciará de taxas mais baixas no curto
de subir para igualar prazo. Por isso, preferimos ter ex-
média de projeções posição ao tema por meio de em-
presas de comércio eletrônico, tec-
nologia, utilities e finanças”, diz.
Em relação às exportadoras de
metálicas, Beker opina que o mer-
cado já está se posicionando para
uma perspectiva fraca para o miné-
cos, outro setor pesado e que po-
derá ser beneficiado por um cená-
rio mais favorável internamente,
mas que ainda lida com alta ina-
dimplência e crédito restrito”, diz.
Ainda entre os possíveis pontos
de pressão para ativos locais, o J.P.
presas ligadas à economia local
seguem com preços descontados.
Acredito que o ‘momentum’ é po-
sitivo, mas um catalisador negati-
vo pode ser a reforma tributária,
que poderia contribuir para revi-
sões negativas nos lucros”, diz.

Destaques
Novo conselho da Previ
O novo conselho deliberativo da
Previ, fundo de pensão dos fun-
cionários do Banco do Brasil, to-
mou posse na sexta-feira. O pre-
sidente do ‘board’ será Francisco
Lassalvia, vice-presidente de ata-
cado do BB. Metade do grupo é
indicada pelo patrocinador e a
outra metade, eleita pelos parti-
cipantes. Entre os efetivos apon-
tados pelo BB estão, além de Las-
salvia, a vice-presidente de negó-
cios digitais e tecnologia do BB,
Marisa Reghini Ferreira Matos, e
o diretor de finanças e RI, João
Vagnes. (Juliana Schincariol)
Bancos investem em “BaaS”
Em um momento em que cada
vez mais empresas de diferentes
setores estão “embutindo” servi-
ços financeiros nos negócios
(“embedded finance”), 41% dos
bancos afirmam possuir o mode-
lo de “banking as a service”
(BaaS). O grupo é composto
principalmente por bancos pri-
vados e de maior porte, de acor-
do com o Anuário Brasileiro de
Bancos, feito pela Cantarino Bra-
sileiro. Segundo o documento,
ao mesmo tempo que se firma
como um modelo eficiente para
promover boas experiências aos
clientes da indústria não finan-
ceira, o “embedded finance” se
mostra como uma oportunidade
para os bancos manterem sua re-
levância e sobreviverem no mer-
cado. A pesquisa foi realizada de
março a maio de 2023 e contou
com participação de 17 institui-
ções classificadas pelo Banco
Central como B1. Entre os princi-
pais investimento nos próximos
anos, bancos destacaram ciber-
segurança; experiência dos
clientes nos canais digitais; open
banking (APIs); nuvem; e o trio
dados, analytics e inteligência
artificial. (Mariana Ribeiro)
BB Asset fecha com Trígono
A BB Asset e a gestora Trígono
Capital assinaram uma parceria
comercial para ampliar o portfó-
lio de renda variável da casa de
investimentos do Banco do Bra-
sil. O acordo foi firmado por no-
ta comercial conversível em
ações. As empresas seguirão
atuando de forma independen-
te, mas explorando potenciais si-
nergias com foco no cliente. A
Trígono Capital, fundada em
2017 e com R$ 2,4 bilhões sob
gestão, foi escolhida após pro-
cesso de análise com mais de 165
gestoras focadas em fundos de
ações no país. A BB Asset já havia
realizado uma parceria no mes-
mo formato com a gestora Oc-
cam, em 2022, de fundos de cré-
dito privado. (Álvaro Campos)
Neon amplia consignado
O banco Neon está redobrando
as apostas no consignado priva-
do. Após comprar a Consiga-
Mais, a fintech Leve e a financeira
Biorc, o grupo está terminando
de construir seu ecossistema,
que já tem 750 empresas parcei-
ras, que juntas somam um po-
tencial de 1,5 milhão de clientes.
A instituição deve lançar em bre-
ve o cartão de crédito consigna-
do e, eventualmente, também
poderia adentrar no cartão de
benefícios consignado. Fernan-
do Miranda, que assumiu o co-
mando do Neon em março, vin-
do do Nubank, conta que o ecos-
sistema tem ainda serviços de fo-
lha de pagamento e antecipação
de salário, que são importantes
para empresas de menor porte.
Enquanto o consignado privado
tem estoque de apenas R$ 41,5
bilhões, o consignado para servi-
dores públicos soma R$ 333,4 bi-
lhões, em um mercado com
maior competição. (AC)
C2 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Finanças

Ibovespa Bolsas internacionais Juros Dólar comercial Índice de Renda Fixa Valor
Em pontos Variações no dia 30/jun/23 - em % DI-Over futuro - em % ao ano Cotação de venda - em R$/US$ Base = 100 em 31/12/99
Jan/2025 Jan/2026
121,000

Dow Jones 0,84 4,8665

1.945,22
S&P 500 1,23 11,10
queda de 10,77 queda de
117.336 Euronext 100
119,875

1,19%
0,93
0,25%
11,04
118.087 DAX 1.931,81
118,750

1,26
CAC-40 1,19 10,12 em relação 1.926,23
10,51
10,43 ao real
4,7889
117,625

Nikkei-225 -0,14
116,500

12/jun/23 30/jun
SSE Composite 0,62 12/jun/23 21/jun 30/jun 12/jun/23 30/jun 12/jun/23 21/jun 30/jun

Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data

Entrevista Mercado de trabalho mantém economia aquecida, segundo estrategista-chefe do banco

Fed deve cortar pouco os juros em 2024, diz Morgan

ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR
Gabriel Caldeira EUA, a parte mais lenta em termos 1996, manteve as taxas constantes. trais dos mercados emergentes co-
De São Paulo de crescimento talvez seja no ter- E o próximo movimento foi subir meçaram a aumentar os juros pri-
ceiro trimestre, possivelmente no novamente. A disposição de per- meiro. O Banco Central do Brasil,
Embora acredite que o ciclo de quarto trimestre. Para a Europa, o manecer em um nível de juros res- com muita agressividade perante
aperto monetário promovido pelo período mais lento será no quarto tritivos e, em seguida, potencial- o Fed, se antecipou ao problema
Federal Reserve (Fed) esteja na reta trimestre ou, talvez, no início do mente subir novamente, é uma li- [da inflação]. Isso afetou a econo-
final, o economista-chefe global próximo ano. Se as economias não ção importante para os mercados mia, mas ajudou a estabilizar a
do Morgan Stanley, Seth Carpen- desacelerarem, os bancos cen- aprenderem com os anos 1990 moeda. E agora, com a inflação
ter, não vê muito espaço para que o trais acabarão tendo que aumen- que, creio eu, às vezes é esquecida. caindo bastante no Brasil, deve co-
banco central americano corte os tar ainda mais as taxas de juros. Valor: Em quanto o Fed poderá meçar a cortar neste ano. O desafio
juros no ano que vem. O cenário Valor: O Fed e o Banco Central reduzir as taxas de juros em 2024? será a diferença que podem ter en-
básico do banco é de apenas mais Europeu (BCE) surpreenderam Carpenter: Muito pouco, ape- tre a sua taxa de juros e a do Fed ou
um aumento nas taxas, em julho, com uma postura agressiva recen- nas 1 ponto percentual [para uma do BCE [Banco Central Europeu].
de 0,25 ponto percentual, o que as temente. Esse tom mais conserva- taxa de 4,5% a 4,75%]. Se a econo- Os emergentes podem cortar mais
levaria para a faixa de 5,25% a 5,5%. dor deve continuar? mia seguir nossa previsão, espera- porque elevaram mais, mas devem
Em visita ao Brasil, Carpenter Carpenter: Estamos em um mos que o Fed reduza apenas 0,25 ser cautelosos com o quão agressi-
defendeu, em entrevista ao Valor, ponto de inflexão e difícil saber ponto por trimestre até dezembro vamente cortam as taxas, porque
a visão de que os juros devem per- se 5,25% [nível atual dos juros de 2024. Portanto, uma redução, isso pode alimentar a moeda, o
manecer altos nos EUA por um nos EUA] é suficiente, se é demais mas nem perto do nível de agres- que pode alimentar a inflação.
longo período. O Morgan Stanley ou não. A única maneira é ver co- sividade da alta de juros recente. Valor: O banco central da China
projeta a redução de apenas 1 pon- mo os dados evoluem. Acho que Valor: Alguns bancos centrais de também tem reduzido os juros. Es-
to percentual nos juros em 2024 e continuarão a soar agressivos, emergentes, incluindo o Brasil, de- ses movimentos devem ser acompa-
o economista destacou a experiên- continuarão a dizer aos merca- vem começar a cortar juros em bre- nhados de estímulos à economia?
cia da década de 1990, quando o dos que os juros subirão nova- ve. A postura agressiva de BCs de- Carpenter: Será coordenado.
Fed promoveu um aperto agressi- mente se a inflação aumentar ou senvolvidos pode provocar cautela? Política fiscal, monetária, mas
vo seguido de uma campanha mo- não voltar à meta [de 2% ao ano]. Carpenter: Há alguma intera- também regulatória. Parte do
desta de cortes para, pouco tempo Valor: Os bancos centrais do Ca- ção, com certeza. Os bancos cen- que causou a desaceleração da
depois, voltar a elevar as taxas. Se- Carpenter: se economias não desacelerarem, BCs terão de elevar mais os juros nadá (BoC) e da Austrália (RBA) economia chinesa no ano passa-
gundo ele, o período oferece lições retomaram o ciclo de aperto. Isso é do foi o controle muito rígido
que por vezes o mercado esquece. muito mais rapidamente que o gerou uma resposta econômica um sinal para o Fed? “Os emergentes imposto ao setor imobiliário. Ha-
emprego. Então, mesmo agora, muito forte. Agora estamos vendo Carpenter: A experiência com o verá a reversão de parte disso
Valor: Por que a economia global quando olhamos para quanto em- alguma desaceleração por causa BoC e o RBA é muito importante, podem cortar mais com algum suporte adicional pa-
tem mostrado resiliência mesmo
depois do aperto das condições fi-
prego existe na economia em com-
paração com a atividade, a econo-
da política monetária, mas as eco-
nomias ainda estão resilientes.
mas não é a primeira vez que ve-
mos isso. Gosto de dizer aos clien-
porque elevaram ra gastos com infraestrutura e
crédito para estatais. Mas o
nanceiras? mia ainda carece de várias cente- Valor: O Morgan Stanley espera tes que pensem nos anos 1990 nos mais, mas devem apoio não será em um fluxo es-
Seth Carpenter: A principal res- nas de milhares de trabalhadores. uma recessão nos EUA? EUA. O Fed elevou as taxas muito magador para tentar estimular
posta para a resiliência contínua é Tivemos anos de taxas de juros Carpenter: Não esperamos. As rapidamente em 1994 e no início ser cautelosos” a economia como vimos no pas-
a força dos mercados de trabalho. muito baixas e, em seguida, uma coisas vão desacelerar, mas não se de 1995. Baixou apenas um pouco sado, e sim para apoiar as partes
Nos EUA, a economia se recuperou política fiscal estimulante, o que transformar em recessão. Para os e depois, durante todo o ano de Seth Carpenter da economia que estão fracas.

Blockchain tem desafios para Projetotentapreencherlacuna

uso no comércio exterior noressarcimentoainvestidor
WENDERSON ARAUJO/VALOR
Ricardo Bomfim O problema da regulação é ou- Juliana Schincariol trais, que pedem indenizaçãoes di- mento, afirma o advogado Julian
De São Paulo tro que se impõe nesse cenário. Do Rio retamente de companhias como Va- Chediak, do Chediak Advogados.
“Tecnicamente é possível, mas aí le, Petrobras e IRB. Os argumentos Para evitar esse tipo de situa-
Diversas empresas e institui- esbarra muito em regulação. O que deve fazer o investidor baseiam-se em critérios de repara- ção, a proposta apresentou requi-
ções financeiras já trabalham em Quando se fala em fronteira esta- quando decide pedir reparação ção previstos no Código Civil. sitos de legitimidade: só poderão
soluções para trazer a instanta- mos falando de regras de dois de danos por causa de prejuízos Há, ainda, a ação civil pública pa- ajuizar ações aqueles que tiverem
neidade do ecossistema de crip- países diferentes e do desafio da causados por irregularidades em ra responsabilidade por danos cau- títulos antes dos danos alegados.
toativos para transferências in- interoperabilidade entre as re- uma empresa? Recorrer à Justiça sados aos investidores, que deve ser E impõe limites mínimos de parti-
ternacionais. No entanto, a exi- des de um país e outro. A regula- ou à Comissão de Valores Mobi- ajuizada pelo Ministério Público ou cipação para evitar que qualquer
gência de uma mudança regula- ção é o mais difícil de vencer, en- liários (CVM) poderia ser a res- pela CVM. Desde que foi lançada pessoa possa entrar com uma
tória internacional generaliza- tão acho que o uso de cripto- posta mais óbvia, mas o caminho em 1989, a reboque da quebra da ação. Em caso de improcedência
da e o tamanho da revolução ne- moedas em pagamentos trans- não é tão simples. Apesar dos di- bolsa do Rio pela conduta do inves- do pedido, os autores pagarão
cessária nos sistemas legados fronteiriços ainda é algo distan- versos escândalos nos últimos tidor Naji Nahas, os resultados honorários de sucumbência.
das instituições financeiras tor- te”, diz Fernando Granziera, anos, os investidores que tenta- são praticamente inexistentes. Ações contra administradores e
nam esse um cenário distante. head de tesouraria do Citi. ram algum tipo de indenização O projeto de lei apresentado no controladores se mantêm no pro-
Welber Barral, consultor e ex- Para Pedro Alvarenga, diretor de ainda estão sem respostas. Uma início do mês visa ampliar os meca- jeto de lei, com ajustes. Exceto por
secretário de comércio exterior, RI da CSU Digital, hoje existe ainda recente movimentação do gover- nismos destinados a reparar danos uma situação, a proposta não
explica que uma transação no outra grande insegurança para no para criar um ambiente inspi- sofridos por investidores, com refor- avançou sobre as discussões refe-
atual sistema utilizado no comér- quem deseja usar criptomoedas rado nas “class actions” dos Esta- mas na lei das SA e também na da rentes à responsabilização das
cio exterior, o Swift, envolve diver- no comércio exterior, pois falta a dos Unidos busca ser uma luz no CVM (lei 6.385). Se a proposta pas- companhias. Isso ocorrerá somen-
sas etapas, como a abertura de “Modo como cada garantia de que a instituição anco- fim do túnel para essa situação. sar, os próprios investidores (não te quando uma empresa for ofer-
uma carta de crédito e a comuni- rando a moeda utilizada tem soli- O que está em jogo é a criação de apenas acionistas de companhias tante de valores mobiliários. “Res-
cação dela entre o banco do im- país enxerga a dez operacional e financeira para um sistema eficiente que possibili- abertas, mas também debenturistas, ponsabilizar a companhia signifi-
portador e o do exportador, até
que a mercadoria chegue e o en-
tecnologia ‘cripto’ é que a transação dê certo. “No caso
de um banco, a quantidade de ga-
te o efetivo ressarcimento de pre-
juízos. Segundo os especialistas
por exemplo) estarão legitimados a
propor ação civil coletiva de respon-
ca responsabilizar os próprios
acionistas pelos danos. Acho que
vio de recursos possa ser efetuado. desafio adicional” rantias, depósitos compulsórios ouvidos pelo Valor, o ideal é que o sabilidade e serem diretamente in- faz sentido responsabilizar o ad-
“Uma transação via Swift demora, e índices de Basileia necessários modelo não dê brecha a oportu- denizados. Pelos termos da propos- ministrador e o controlador e a
em média, de dois a três dias. Este Welber Barral para operar dão respaldo para nistas. Isso vale tanto para litígios ta, a sentença terá o chamado efeito companhia, nas hipóteses em que
é o prazo de procedimento de ve- você depositar seu dinheiro com frívolos de investidores em busca “erga omnes”, ou seja, valerá para to- é ofertante, porque a companhia
rificação da documentação da confiança. No mundo cripto, es- de acordos — uma das críticas às dos os investidores, exceto para os tem diretamente um ganho com a
transação e das partes”, destaca. gramação. Bastaria que compra- sa solidez não se aplica. É neces- ações de classe americanas — que optarem por ações individuais. informação falsa no mercado”, diz
Na opinião de David Cortada, dor e vendedor tivessem carteiras sária uma regulação para garan- quanto para companhias ou ou- Entre outros pontos da proposta o secretário de reformas econô-
vice-presidente do centro de ex- digitais de criptoativos e não se- tir que a instituição ancorando a tros participantes do mercado que estão a retirada do sigilo de arbi- micas da Fazenda, Marcos Pinto,
celência para serviços financei- ria necessário envolver bancos, moeda tem solidez operacional e se aproveitem de ineficiências pa- tragens e dar à CVM o poder de que coordena o assunto. O ex-di-
ros da Capgemini, há muito a se reduzindo o custo que existe nas financeira para garantir que a ra impedir ações meritórias. realizar buscas e apreensões. retor da CVM entende este ponto
ganhar na velocidade quase ins- taxas que eles cobram para ope- operação vai dar certo”, aponta. “Um sistema de responsabilida- “Precisamos tomar cuidado pa- será amplamente discutido.
tantânea das transações na blo- racionalizar todo o processo. Barral destaca que, atualmen- de eficiente proporciona seguran- ra não importar coisas que funcio- Por maior que seja o patrimônio
ckchain. “Todos os processos de Dentro dos bancos, já há quem te, o Swift está conectado a siste- ça jurídica e coíbe condutas repro- nam fora do Brasil e talvez não fun- de um administrador, há dúvidas
exportação e importação passam esteja olhando para isso. Guto mas legados do mundo inteiro, váveis no mercado de valores mo- cionem aqui. As class actions nos sobre se será suficiente para indeni-
hoje por um tempo excessivo. Antunes, head do Itaú Digital As- de modo que, por mais que exis- biliários. No Brasil não há casos Estados Unidos viraram uma in- zar o mercado. “Isso pode abrir mar-
Não só da carga e descarga nos sets, admite que tem observado tam ideias para tornar o comér- emblemáticos de sucesso de inves- dústria, e muitas são sem funda- gem para a companhia ser respon-
trâmites aduaneiros, mas em to- com interesse soluções que tra- cio exterior mais eficiente, elas tidores indenizados pelos danos sabilizada. O assunto merece pru-
do o sistema financeiro de paga- gam blockchain para pagamen- esbarram na necessidade de se sofridos”, afirma a professora Vi- dência”, afirma Renato Freoa, sócio
mento e desembaraço”, avalia.
O blockchain, em oposição ao
tos transfronteiriços. “Temos es-
tudado isso e até apresentamos
revolucionar toda a infraestrutu-
ra de pagamentos atuais. E, no
viane Prado, da FGV Direito-SP.
Hoje, a lei das Sociedades por
“Precisamos tomar do Stocche Forbes Advogados.
“As propostas apresentadas resol-
sistema Swift, que é baseado na um teste no Lift Challenge, com caso do blockchain, ele explica Ações (lei 6.404), de 1976, prevê so- cuidado para não vem parte do aprimoramento das
confiança em bancos intermediá- uma hipotética troca entre Brasil que há um desafio adicional, mente reparação indireta aos inves- normas, mas é difícil dizer se solu-
rios, permite a chamada liquida- e Colômbia, para fazer essa prova que é a maneira como cada país tidores, que podem abrir ações em importar coisas que cionam todos os problemas”, diz Re-
ção atômica de transações. Isso
significa que a troca de ativos de
de conceito da tecnologia”, lem-
bra. “Mas o que existe por trás não
enxerga a tecnologia. “Há no
mundo desde países que adota-
nomedascompanhias,contraosad-
ministradores ou controladores.
funcionam fora do nato Vetere, sócio do VDV Advoga-
dos. O fato é que estão sendo pro-
uma carteira para outra é instan- é só a tecnologia, tem toda a ques- ram uma criptomoeda como Mais recentemente, há discussões Brasil e talvez não postos mecanismos para se permitir
tânea e operacionalizada por um tão de tesouraria. Tem muita coi- moeda corrente, tal qual El Sal- sobre se a própria companhia deve as indenizações, já que o sistema
contrato inteligente, que valida a sa a alinhar dentro do que existe vador, a países que proibiram ser responsabilizada ou é apenas ví- funcionem aqui” atual não oferece respostas. Se serão
operação nas duas pontas auto- de legado nos bancos para colo- completamente a circulação de tima dos atos de terceiros. Existem efetivos ou realmente buscados por
maticamente, por meio de pro- car blockchain como trilho.” criptomoedas, como a China.” pelo menos 12 procedimentos arbi- Julian Chediak investidores ainda não se sabe.
Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | C3
C4 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Finanças

Fintechs Associação também busca participar do debate sobre

ANA PAULA PAIVA/VALOR

temas como open finance, criptoativos e rotativo do cartão

Zetta tem nova presidência e

quer facilitar portabilidade
Álvaro Campos “Seguimos avançando na nossa Pix e o open finance, darão impul- pleito é que se mantenha a lógica
De São Paulo consolidação. Progredimos mui- so adicional a essa ferramenta. do open finance, que é justamente
to, saímos do zero e hoje temos 30 “O open finance vai ser trans- uma maior competição, evitar
A Zetta, associação que reúne associados. Não queremos só ocu- formador para a portabilidade, eventuais monopólios de dados.”
fintechs como Nubank e Mercado par espaço, queremos nos posi- para conseguir taxas melhores Laranja, que é gestora sênior de
Pago, está completando dois anos e cionar como um interlocutor de no crédito, e em salários o Pix po- políticas públicas do Mercado Pa-
com uma nova diretoria. Na presi- qualidade, com abordagens técni- de facilitar muito. Já apresenta- go, defende inclusive que sejam
dência e vice, saem Bruno Magrani cas, trazendo novas perspectivas”, mos ao Banco Central essa pro- estabelecidas regras mais claras
e François Martins e entram Eduar- diz Lopes, que também é diretor posta do ‘Pix salário’ e eles estão para garantir a qualidade dos da-
do Lopes e Fernanda Laranja. De- global de políticas públicas do examinando. A portabilidade dos trocados no open finance. Ela
pois de protagonizar embates com Nubank. A associação vai conti- precisa ser refundada”, afirma. aponta que, assim como no Pix há Com Lopes e Laranja, Nubank e Mercado Pago seguem no comando da Zetta
a Federação Brasileira de Bancos nuar defendendo suas principais Sobre o open finance, atual- padrões e prazos a serem cumpri-
(Febraban) em temas como a bandeiras, como inovação e com- mente os custos da infraestrutura dos, e uma fiscalização rigorosa latória é uma pauta importante”, setor financeiro. E quando houver
maior exigência de capital para fin- petição, mas o presidente diz que são divididos de acordo com o pa- do BC, o mesmo deveria aconte- afirma. “Estamos esperando a con- uma divergência, tudo bem tam-
techs e o teto na tarifa de intercâm- essa agenda deverá ser ampliada. trimônio dos integrantes, o que cer com o open banking. “Precisa- sulta pública do BC. O que defen- bém, cada um traz seu ponto de
bio no pré-pago, agora a associa- Para Lopes, um dos principais significa que as maiores institui- mos de regras e uma estrutura demos são as boas práticas, que vista.” Uma das convergências é a
ção diz que algumas pautas são focos agora será facilitar a portabi- ções arcam com quase 80% do to- que assegure a conformidade.” nossas associadas já utilizam, luta contra um eventual teto de
convergentes e que as duas entida- lidade de salário e crédito, que, tal. A Febraban propõe uma revi- No universo cripto, a Zetta já que são viáveis do ponto de vista juros no rotativo do cartão. “Acre-
des podem até mesmo trabalhar apesar de já existir há muito tem- são e que os custos sejam divididos tem entre seus associados a Bitso e do negócio”, acrescenta Laranja. ditamos que essa não é a melhor
juntas. Para a administração que se po, nunca decolou de fato. Sem cri- de acordo com o número de clien- Lopes diz que a entidade viu com Sobre o relacionamento com a saída. Um teto de juros pode ter
inicia, uma prioridade será facilitar ticar diretamente os incumbentes, tes de uma instituição no open muito bons olhos o marco legal do Febraban, Lopes comenta que, consequências não intencionais
a portabilidade de contas, mas te- ele diz que é natural que o tema te- banking — ou seja, quem usa mais setor e a definição de que a fiscali- apesar de alguns embates recen- muito fortes. Muitas pessoas que
mas como open finance, criptoati- nha sido alvo de um esforço menor paga mais. Mas Lopes diz que isso zação caberá ao BC. “Nossa visão é tes, muitas pautas são convergen- foram incluídas no sistema fi-
vos e mesmo rotativo do cartão de de desenvolvimento, mas conside- poderia levar a uma lógica reversa, que isso só vai aumentar a segu- tes. “A gente pode conversar, te- nanceiro podem perder o aces-
crédito também estão no radar. ra que novas tecnologias, como o que desestimula o uso. “Nosso rança jurídica. Essa evolução regu- mos muitos interesses comuns no so”, diz o presidente da Zetta.

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 30/06/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 30/06/23 29/06/23 28/06/23 27/06/23 26/06/23 23/06/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 30/06/23 29/06/23 1 semana maio 1 mês 12 meses 13/06 a 13/07 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 Índice 1.945,22 1.941,58 1.938,98 1.938,42 1.937,19 1.935,59
IRF-M 1* 14.323,0751190 0,08 1,19 6,68 Selic - meta ao ano 13,75 13,75 13,75 13,75 13,75 13,25 14/06 a 14/07 0,2057 0,7067 0,7067 1,0374 Var. no dia 0,19% 0,13% 0,03% 0,06% 0,08% 0,18%
IRF-M 1+** 18.746,5578890 0,41 2,65 11,41 Selic - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 15/06 a 15/07 0,2050 0,7060 0,7060 1,0367 Var. no mês 1,77% 1,58% 1,44% 1,42% 1,35% 1,27%
IRF-M Total 16.882,1024980 0,29 2,12 9,62 Selic - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,4711 16/06 a 16/07 0,1666 0,6674 0,6674 0,9880 Var. no ano 8,65% 8,45% 8,30% 8,27% 8,20% 8,12%
IMA-B 5*** 8.569,7746610 0,22 1,05 7,04 Selic - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 12,89 17/06 a 17/07 0,1403 0,6410 0,6410 0,9414 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.179,9053520 1,13 3,37 14,91 Selic - taxa efetiva ao mês 1,0720 1,0720 1,0720 1,1233 1,1233 1,0153 18/06 a 18/07 0,1666 0,6674 0,6674 0,9880
IMA-B Total 9.506,8201920 0,74 2,39 11,37 CDI - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 19/06 a 19/07 0,2028 0,7038 0,7038 1,0345
IMA-S Total 6.017,5706760 0,05 1,14 6,64 CDI - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,4711 20/06 a 20/07 0,2013 0,7023 0,7023 1,0330
IMA-Geral Total 7.522,9162370 0,32 1,74 8,64
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 12,89 21/06 a 21/07
22/06 a 22/07
0,2003
0,1978
0,7013
0,6988
0,7013
0,6988
1,0320
1,0294
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 1,0720 1,0720 1,0720 1,1233 1,1233 1,0153
maior que 5 anos 23/06 a 23/07 0,1718 0,6727 0,6727 0,9832
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - 11,95 11,95 13,20
24/06 a 24/07 0,1337 0,6344 0,6344 0,9348 Em 30/06/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - 0,9450 0,9450 1,0383 Em US$ * Em R$ **
25/06 a 25/07 0,1700 0,6709 0,6709 0,9814
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - 11,89 11,89 9,38 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - 0,9408 0,9408 0,7503
26/06 a 26/07
27/06 a 27/07
0,1964
0,1934
0,6974
0,6944
0,6974
0,6944
1,0280
1,0250 Baht (Tailândia) 35,3000 35,3200 0,13640 0,13650
Taxa de juros de referência - B3 28/06 a 28/07 0,1921 0,6931 0,6931 1,0237 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,8186 4,8192
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 13,38 13,42 13,50 13,59 13,59 13,47 29/06 a 29/07 0,1881 - - 1,0197 Bolívar Soberano (Venezuela) 27,7850 27,8546 0,1730000 0,1734000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 12,85 12,94 13,05 13,34 13,34 13,78 Boliviano (Bolívia) 6,8500 7,0000 0,6884 0,7035
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 16/06 15/06 semana maio mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 541,9000 543,8000 0,008861 0,008893
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 33,76 37,74 32,95 32,44 33,74 31,76 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,64 13,64 13,15 Coroa (Dinamarca) 6,8183 6,8189 0,7067 0,7068
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 27,67 28,44 27,45 25,27 29,18 28,10 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 13,50 13,52 13,57 13,64 13,64 13,34 Coroa (Islândia) 136,0200 136,3200 0,03535 0,03543
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
48,27
28,85
46,48
28,90
47,80
28,47
50,15
28,72
56,42
28,81
43,51
27,27
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 13,38 13,43 13,49 13,60 13,60 13,47 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,7055
21,7380
10,7093
21,7480
0,4499
0,2216
0,4502
0,2217
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 13,23 13,30 13,37 13,54 13,54 13,60
Vendor pré - a.a. 19,20 20,50 19,85 18,91 17,90 18,13 Coroa (Suécia) 10,7815 10,7840 0,4468 0,4470
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 21,67 21,67 24,76 20,87 18,75 19,87
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 12,87 12,96 13,07 13,36 13,36 13,77 Índices de ações em 30/06/23 Dinar (Argélia) 135,6569 136,2469 0,03537 0,03552
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 18,27 18,31 17,50 18,77 18,26 19,65 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 11,72 11,82 11,98 12,45 12,45 13,78
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3073 0,3074 15,6753 15,6824
Conta garantida pós - a.a. 29,14 28,02 27,17 28,23 27,84 26,53 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,7970 4,8193 0,9999 1,0046
ACC pós - a.a. 8,84 8,63 7,87 8,06 8,52 5,67 Direitos Especiais de Saque *** 1,3301 1,3301 6,4092 6,4100
Factoring - a.m. 3,57 3,56 3,54 3,58 3,59 3,74 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6729 3,6731 1,3119 1,3121
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 118.087 -0,25 9,00 7,61 19,84 Dirham (Marrocos) 9,8927 9,8977 0,4868 0,4871
IBrX 49.616 -0,28 8,87 6,60 17,61 Dólar (Austrália)*** 0,6661 0,6663 3,2097 3,2110
Em 30/06/23 IBrX 50 19.421 -0,44 8,78 4,96 17,68 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,8186 4,8192
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
91.089
2.275
2,14
1,10
9,59
8,17
15,77
13,26
15,62
19,79
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,3700 2,4118
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3232 1,3236 3,6405 3,6421
ISE 3.593 0,71 9,00 13,80 13,09 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,7708 5,8415
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em jul/23 99.949,24 13,649 40.961 13,646 13,652 13,646 IMOB 916 1,81 9,62 39,02 48,82 Dólar (Cingapura) 1,3521 1,3526 3,5625 3,5642
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em ago/23 98.889,16 13,650 39.716 13,646 13,654 13,650 IDIV 7.819 -0,36 8,78 9,30 17,73 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,8186 4,8192
30/06/23 29/06/23 semana maio mês meses Vencimento em set/23 97.766,54 13,484 663 13,450 13,516 13,450 Dólar (Hong Kong) 7,8363 7,8366 0,6149 0,6150
IFIX 3.155 0,74 4,71 10,05 12,87
Libor - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em out/23 96.814,40 13,373 408.940 13,365 13,410 13,380 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6130 0,6135 2,9538 2,9566
1 mês 5,2177 5,2050 5,1484 5,1930 5,1930 1,7867 Vencimento em nov/23 95.850,36 13,223 14.060 13,210 13,260 13,230 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7662 6,8260 0,7059 0,7122
3 meses 5,5454 5,5334 5,5441 5,5167 5,5167 2,2851 Vencimento em dez/23 94.980,88 13,023 3.839 13,020 13,050 13,035 Ibovespa 24.503 0,56 15,26 16,51 30,25 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0919 1,0920 5,2614 5,2626
6 meses 5,7623 5,7396 5,6903 5,6457 5,6457 2,9351 Vencimento em jan/24 94.136,25 12,846 807.638 12,835 12,935 12,850 IBrX 10.295 0,53 15,12 15,41 27,83 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,6476 2,7006
9 meses - - - - - -
Vencimento em fev/24 93.242,93 12,651 803 12,630 12,665 12,650 IBrX 50 4.030 0,37 15,02 13,63 27,91 Franco (Suíça) 0,8947 0,8948 5,3851 5,3864
1 ano 6,0414 5,9601 5,9253 5,7156 5,7156 3,6190
Vencimento em mar/24 92.509,37 12,467 4.915 12,445 12,490 12,475 IEE 18.901 2,97 15,88 25,35 25,66 Guarani (Paraguai) 7260,5200 7261,3800 0,0006636 0,0006638
Euro Libor - empréstimos interbancários em euro *
Vencimento em abr/24 91.767,05 12,275 138.426 12,260 12,365 12,275 SMLL 472 1,93 14,39 22,60 30,21 Hryvnia (Ucrânia) 36,5686 36,9343 0,1305 0,1318
1 mês - - - - - -
Vencimento em mai/24 90.983,30 12,068 555 12,045 12,085 12,085 ISE 746 1,52 15,23 23,18 22,88 Iene (Japão) 144,4600 144,4700 0,03335 0,03336
3 meses - - - - - -
IMOB 190 2,61 15,86 50,49 61,89 Lev (Bulgária) 1,7912 1,7914 2,6899 2,6905
6 meses - - - - - - Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - - - - - - IDIV 1.622 0,45 15,04 18,35 27,97 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1557 0,1562
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor ** IFIX 655 1,55 10,73 19,15 22,69 Libra (Líbano) 15000,0000 15020,0000 0,000321 0,000321
Vencimento em jul/23 4.819,20 -0,92 13.545 4.816,50 4.871,50 4.819,50 Libra (Síria) 2510,0000 2513,0000 0,00192 0,00192
1 mês - 3,415 3,448 3,211 3,211 -0,508 Vencimento em ago/23 4.816,57 -1,48 411.895 4.807,00 4.895,50 4.812,50 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,587 3,610 3,463 3,463 -0,195 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2707 1,2712 6,1230 6,1262
Vencimento em set/23 4.844,84 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 758,7800 761,7800 0,00633 0,00635
6 meses - 3,892 3,933 3,746 3,746 0,263
Vencimento em out/23 4.866,16 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 26,0678 26,0718 0,1848 0,1849
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
4,103 4,147 3,939 3,939 1,037
Vencimento em nov/23 4.887,70 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,1410 31,1590 0,15460 0,15480
Prime Rate 8,25 8,25 8,25 8,25 8,25 4,75 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,6257 3,6294 1,3277 1,3292
Federal Funds 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25 1,75 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 256,6500 256,7000 0,01877 0,01878
Taxa de Desconto 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25 1,75 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 801,4000 802,1000 0,006008 0,006014
Vencimento em jul/23 5.257,75 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 4161,0000 4187,7400 0,001151 0,001158
T-Bill (1 mês) 5,14 5,17 5,06 5,16 5,16 1,15 Vencimento em ago/23 5.262,88 -1,11 65 5.276,00 5.310,00 5.276,00 30/06/23 29/06/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,31 5,35 5,30 5,41 5,41 1,67 Geral 390 382 8,0 -30,0 15,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2008 0,2008
Vencimento em set/23 5.302,96 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 55,2740 55,2940 0,08715 0,08719
T-Bill (6 meses) 5,45 5,46 5,41 5,45 5,45 2,49 África do Sul 435 437 -2,0 -49,0 42,0
T-Note (2 anos) 4,90 4,87 4,75 4,41 4,41 2,96 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 2.037 2.061 -24,0 -558,0 -159,0 Peso (México) 17,1440 17,1530 0,2809 0,2811
T-Note (5 anos) 4,15 4,13 3,99 3,76 3,76 3,04 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 230 230 0,0 -19,0 -26,0 Peso (Rep. Dominicana) 54,5900 55,0700 0,08750 0,08828
T-Note (10 anos) 3,84 3,84 3,74 3,65 3,65 3,02 Vencimento em ago/23 119.864 -0,56 156.410 119.455 121.540 119.505 Colômbia 359 364 -5,0 -41,0 -1,0 Peso (Uruguai) 37,5200 37,5500 0,12830 0,12840
T-Bond (30 anos) 3,86 3,90 3,82 3,86 3,86 3,19 Vencimento em out/23 122.155 - 0 0 0 0 Filipinas 94 88 6,0 -4,0 19,0 Rande (África do Sul) 18,8301 18,8451 0,2557 0,2559
Fontes: EMMI e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa da British Bankers Association com base em informações de 16 bancos ** Taxas da México 180 183 -3,0 -16,0 -23,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7479 3,7534 1,2838 1,2858
Vencimento em dez/23 124.080 - 0 0 0 0 Peru 123 128 -5,0 -27,0 -24,0
BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001147 0,0001147
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 453 455 -2,0 -106,0 40,0 Ringgit (Malásia) 4,6650 4,6700 1,0318 1,0331
Venezuela 36.913 36.464 449,0 6.897,0 -8.007,0 Rublo (Rússia) 89,4955 89,5045 0,05384 0,05385
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 82,0600 82,0700 0,05871 0,05873
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 14990,0000 14995,0000 0,0003213 0,0003215
Rúpia (Paquistão) 285,8600 286,9800 0,01679 0,01686
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,7117 3,7157 1,2968 1,2984
Mês Acumulado Em 30/06/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1317,1100 1317,5100 0,003657 0,003659
Renda Fixa jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,2513 7,2533 0,6643 0,6646
Selic 1,07 1,12 0,92 1,17 0,92 1,12 6,50 13,54 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,0631 4,0645 1,1855 1,1861
CDI 1,07 1,12 0,92 1,17 0,92 1,12 6,50 13,54 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,8186 4,8192 -0,81 -5,43 -7,64 -8,00
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) 0,86 0,86 0,91 0,77 0,91 0,92 5,35 11,09 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,7883 4,7889 -1,19 -5,60 -9,27 -8,48 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,68 0,72 0,58 0,74 0,58 0,71 4,08 8,42 Dólar Turismo (R$/US$) 4,7906 4,9706 -1,34 -5,59 -9,25 -8,05 out/22 329.546 20/06/23 345.203
Poupança (3) 0,68 0,72 0,58 0,74 0,58 0,71 4,08 8,42 Euro (BC) - (R$/€) 5,2614 5,2626 -0,46 -3,06 -5,51 -4,04 Dólar Ouro 1918,85 0,01621 297,2610 297,2980
nov/22 335.505 21/06/23 344.827
IRF-M 2,12 2,20 1,10 2,15 0,86 0,84 9,62 16,74 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,2242 5,2248 -0,80 -3,66 -7,28 -4,73 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B 2,39 2,53 2,02 2,66 1,28 0,00 11,37 13,52 Euro Turismo (R$/€) 5,2640 5,4440 -0,93 -3,46 -7,18 -4,04 dez/22 337.703 22/06/23 344.573 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 1,14 1,21 0,86 1,15 0,96 1,15 6,64 13,80 Euro (BC) - (US$/€) 1,0919 1,0920 0,35 2,51 2,30 4,30 jan/23 343.622 23/06/23 344.545 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* fev/23 338.098 26/06/23 344.904 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa 9,00 3,74 2,50 -2,91 -7,49 3,37 7,61 19,84 mar/23 345.620 27/06/23 344.465 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap 8,17 13,54 1,91 -1,73 -10,53 2,92 13,26 19,79 B3 (R$/g) ** - 294,490 0,44 -6,21 -2,49 -1,90 abr/23 347.725 28/06/23 344.447 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 8,78 2,92 1,65 -3,51 -7,54 3,38 4,96 17,68 Nova York (US$/onça troy) - 1.919,20 0,55 -2,40 5,26 6,23 mai/23 344.489 29/06/23 343.473 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE 9,00 9,02 3,23 -1,22 -8,15 2,25 13,80 13,09 Londres (US$/onça troy) - 1.903,55 -0,03 -2,83 5,03 4,96
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB 9,62 17,11 6,84 -0,70 -4,66 7,05 39,02 48,82 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV 8,78 0,84 3,89 -2,02 -7,55 5,89 9,30 17,73
IFIX 4,71 5,43 3,52 -1,68 -0,47 -1,60 10,05 12,87
Dólar Ptax (BC) -5,43 1,90 -1,57 -2,45 2,13 -2,27 -7,64 -8,00
Dólar Comercial (mercado) -5,60 1,72 -1,61 -2,98 2,99 -3,88 -9,27 -8,48 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) -3,06 -1,67 -0,07 0,00 -0,26 -0,55 -5,51 -4,04
Euro Comercial (mercado) (4) -3,66 -1,31 -0,05 -0,57 0,32 -2,19 -7,28 -4,73 Em 12 meses
Ouro B3 -6,21 0,00 -0,95 4,28 -2,00 2,72 -2,49 -1,90 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 30/06/23 29/06/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA (5) -0,09 0,23 0,61 0,71 0,84 0,53 2,86 3,15 Índice 30/06/23 29/06/23 mai/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M -1,93 -1,84 -0,95 0,05 -0,06 0,21 -4,46 -6,86
Valor-Coppead Performance 158.260,39 157.454,85 151.710,21 154.559,59 0,51 4,32 2,39 EUA Nova York Dow Jones 34.407,60 34.122,42 0,84 4,56 3,80 11,80 28.725,51 34.589,77
Fontes: Anbima, BC, B3, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data. * Rendimento até o dia 30/jun/23. ** Até mai/23. (1) rendimento bruto
do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de Valor-Coppead Mínima Variância 84.495,00 83.882,93 81.741,84 80.469,68 0,73 3,37 5,00 EUA Nova York Nasdaq-100 15.179,21 14.939,95 1,60 6,49 38,75 31,95 10.679,35 15.185,48
04/05/12. (4) Variação sobre o Real. (5) expectativa de -0,09% para o mês de junho Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 13.787,92 13.591,33 1,45 6,59 31,73 25,02 10.213,29 13.787,92
EUA Nova York S&P 500 4.450,38 4.396,44 1,23 6,47 15,91 17,57 3.577,03 4.450,38
Canadá Toronto S&P/TSX 20.155,29 19.913,17 1,22 2,98 3,97 6,86 18.206,28 20.767,38
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
53.526,10
1.133,60
53.585,22
1.130,93
-0,11
0,24
1,50
3,15
10,45
-11,86
12,63
-14,31
44.626,80
1.092,64
55.534,68
1.357,98
Venezuela Caracas IBVC 35.414,36 34.849,15 1,62 6,15 69,06 435,37 6.542,83 35.500,36
Análise diária da indústria - em 27/06/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 5.786,80 5.728,31 1,02 5,76 9,98 16,90 4.936,57 5.786,80
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 22.329,75 Feriado 0,85 5,43 4,69 21,43 17.752,60 23.236,32
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 426.280,97 416.466,84 2,36 24,61 110,94 381,95 88.449,89 432.406,17
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 2.928.056,12 6.293,01 -19.766,00 -88.566,24 -248.021,79 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 152.700,72 0,05 1,10 7,58 11,13 -109,63 1.544,98 -510,07 -22.144,84 Arcos Dorados 27/04/22 27/05/29 85 350 6 - 317,0 Euro - Euronext 100 1.373,75 1.361,13 0,93 4,20 11,54 19,88 2.995,33 3.693,60
RF Duração Baixa Soberano (2) 537.498,52 0,05 0,86 5,93 12,62 3.438,20 -30.148,74 -9.368,22 -100.850,04 Aegea 06/05/22 20/05/29 85 500 7 - 413,7 Alemanha Frankfurt DAX 16.147,90 15.946,72 1,26 3,09 15,98 26,32 11.975,55 16.357,63
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 695.070,98 0,05 0,96 5,80 13,14 -300,27 -4.619,39 -53.739,25 -52.394,33 Braskem 08/02/23 08/02/33 120 1.000 7,25 7,25 365,1 França Paris CAC-40 7.400,06 7.312,73 1,19 4,25 14,31 24,94 5.676,87 7.577,00
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 88.947,34 0,05 0,05 5,39 12,60 283,82 1.525,41 -8.374,23 -3.737,25 República Federativa do Brasil 13/04/23 20/10/33 126 2.250 6 6,15 285,4 Itália Milão FTSE MIB 28.230,83 27.928,44 1,08 8,37 19,08 32,58 20.352,98 28.230,83
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 158.592,96 0,00 0,45 5,25 7,16 1,88 -899,71 -3.718,79 -6.439,54 Banco do Brasil 11/04/23 18/04/30 84 750 6 6,5 302,0 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.543,18 3.499,46 1,25 0,18 -4,27 -3,77 3.313,82 3.954,16
RF Duração Livre Soberano (2) 216.440,37 0,04 0,91 6,44 12,01 -213,00 1.739,90 -487,75 -14.588,85 Vale 12/06/23 12/06/33 120 1.500 6,125 6,245 245,0 Dinamarca Copenhague OMX 20 2.040,33 1.997,96 2,12 -0,27 11,17 24,65 1.516,18 2.148,56
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 629.919,02 0,04 0,91 6,27 12,44 3.037,70 7.523,92 -14.527,80 -44.776,79 Petrobras 03/07/23 03/07/33 120 1.250 6,5 6,625 290,1 Espanha Madri IBEX-35 9.593,00 9.510,60 0,87 6,00 16,57 18,45 7.261,10 9.593,00
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 201.384,96 0,05 1,25 6,38 12,12 -210,95 2.960,51 -10.995,46 5.848,19 Grécia Atenas ASE General 1.278,61 1.275,26 0,26 4,92 37,52 57,77 779,20 1.278,61
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 30/06/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 773,94 768,94 0,65 3,35 12,33 17,40 630,58 773,94
Ações 526.890,43 -371,61 -5.549,55 -37.964,77 -23.837,46 mesmo prazo
Ações Indexados (2) 10.717,20 -0,62 8,31 6,92 15,88 22,35 -239,22 382,16 96,08 Hungria Budapeste BUX 50.505,73 50.616,25 -0,22 6,86 15,33 28,71 37.035,79 50.616,25
Ações Índice Ativo (2) 33.034,14 -0,81 7,62 6,60 14,30 4,15 -1.284,85 -4.746,20 -10.372,64 Polônia Varsóvia WIG 67.283,22 67.245,28 0,06 8,02 17,09 25,59 45.621,39 67.850,51
Ações Livre 206.473,99 -0,85 6,38 9,81 15,43 -372,80 -2.165,63 -15.253,80 -29.047,18 Portugal Lisboa PSI-20 5.920,31 5.899,53 0,35 3,33 3,39 -2,06 5.190,28 6.269,69
Fechados de Ações 93.197,73 -0,27 0,78 3,33 4,29 1,60 -81,13 -666,50 46.307,97 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 982,94 1.006,83 -2,37 -6,87 1,27 -26,92 906,71 1.345,01
Multimercados 1.676.378,06 -108,81 -8.765,91 -53.160,62 -80.279,79 Suécia Estocolmo OMX 2.309,90 2.284,77 1,10 3,35 13,04 23,35 1.794,39 2.322,64
Multimercados Macro 188.346,03 -0,23 0,80 3,67 9,08 27,14 -2.353,34 -13.191,63 -11.862,02 Em 30/06/23 Suíça Zurique SMI 11.280,29 11.170,51 0,98 0,56 5,13 5,02 10.072,62 11.595,25
Multimercados Livre 609.302,81 -0,11 1,61 5,56 10,29 -113,36 -4.729,32 -17.878,36 -33.856,55 Turquia Istambul BIST 100 Feriado Feriado - 17,85 4,54 139,43 2.371,25 5.759,11
Multimercados Juros e Moedas 61.552,31 0,05 0,98 6,10 12,72 84,97 426,62 -5.979,17 -14.072,73 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 - 1.775,65 - 0,86 -2,08 -5,74 1.702,14 2.116,16
Multimercados Invest. no Exterior (2) 738.099,57 0,02 0,20 3,51 8,65 -16,74 -2.284,14 -10.824,49 -4.668,49 Índice 30/06/23 29/06/23 31/05/23 30/12/22 30/06/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 76.027,83 74.892,51 1,52 1,28 4,08 14,81 63.263,94 80.791,36
Cambial 6.687,70 0,67 -4,96 -6,74 -3,86 -4,48 57,55 -904,87 -2.260,31 S&P BNY 154,54 153,17 146,98 141,56 137,88 0,89 5,14 9,16 12,08 Ásia e Pacífico
Previdência 1.250.233,49 166,45 691,94 -3.885,77 8.901,70 S&P BNY Emergentes 293,11 292,51 278,34 271,49 284,72 0,20 5,31 7,96 2,95 Japão Tóquio Nikkei-225 33.189,04 33.234,14 -0,14 7,45 27,19 25,75 25.716,86 33.706,08
ETF 39.974,37 -44,48 -10,63 96,69 877,87 S&P BNY América Latina 205,89 205,53 183,62 181,83 177,52 0,18 12,13 13,23 15,98 Austrália Sidney All Ordinaries 7.401,50 7.389,60 0,16 1,76 2,49 9,71 6.656,40 7.771,80
Demais Tipos 1.760.279,45 413,98 -305,38 -13.697,85 -46.678,32 S&P BNY Brasil 206,91 206,48 181,59 190,33 186,52 0,21 13,94 8,71 10,93 China Shenzhen SZSE Composite 2.049,23 2.027,32 1,08 2,30 3,73 -7,86 1.870,50 2.245,31
Total Fundos de Investimentos 6.428.220,17 5.930,08 -33.342,60 -184.385,57 -344.619,78 S&P BNY México 326,43 326,90 307,55 246,74 246,67 -0,14 6,14 32,30 32,33 China Xangai SSE Composite 3.202,06 3.182,38 0,62 -0,08 3,65 -5,78 2.893,48 3.405,43
Total Fundos Estruturados (3) 1.276.851,54 1.243,09 -1.688,95 2.768,04 -33.230,86
S&P BNY Argentina 157,73 158,44 120,75 106,49 60,45 -0,45 30,63 48,12 160,95 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.564,28 2.550,02 0,56 -0,50 14,66 9,93 2.155,49 2.641,16
Total Fundos Off Shore (4) 43.427,69 - - - -
S&P BNY Chile 174,21 172,09 159,03 171,62 164,92 1,23 9,55 1,51 5,63 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 18.916,43 18.934,36 -0,09 3,74 -4,37 -13,46 14.687,02 22.688,90
Total Geral 7.748.499,40 7.173,18 -35.031,55 -181.617,53 -377.850,63
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.835,78 2.823,18 2.729,39 2.841,98 2.545,60 0,45 3,90 -0,22 11,40 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 64.718,56 Feriado 1,26 3,35 6,37 22,07 52.907,93 64.718,56
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 175,82 175,58 166,70 162,47 167,66 0,14 5,47 8,22 4,87 Indonésia Jacarta JCI Feriado Feriado - 0,43 -2,76 -3,61 6.565,73 7.318,02
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de maio de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos regidos S&P BNY China 314,08 313,24 294,93 338,39 394,22 0,27 6,49 -7,18 -20,33 Tailândia Bangcoc SET 1.503,10 1.479,57 1,59 -1,98 -9,92 -4,16 1.466,93 1.691,41
pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da representatividade S&P BNY Rússia 369,31 353,23 345,83 221,34 171,10 4,55 6,79 66,86 115,84 Taiwan Taipé TAIEX 16.915,54 16.942,30 -0,16 2,03 19,65 14,10 12.666,12 17.334,98
da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não informaram o PL S&P BNY Turquia 17,02 17,02 18,49 20,63 11,34 0,00 -7,96 -17,48 50,16 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares
 Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | C5

PROFARMA DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS S.A.

CNPJ/MF Nº 45.453.214/0001-51 - NIRE 33.3.0026694-1
Edital de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária. Pelo presente edital, ficam convocados os acionistas da
PREGÃO ELETRÔNICO BINACIONAL Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A. (“Companhia”) para a Assembleia Geral Extraordinária, a se realizar
EF 0818-23 em 31 de julho de 2023, às 14h, de forma exclusivamente presencial, na sede social da Companhia, na cidade do Rio de
Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Ayrton Senna, 2.150 - Bloco P, 3º andar, Barra da Tijuca (“Assembleia”), para
deliberarem sobre a eleição, nos termos do art. 15, §3º, do Estatuto Social da Companhia, de novo membro para o Conselho
Objeto: contratação de serviços de renovação de garantia, suporte técnico local e
aquisição de memórias para servidores Lenovo.
COPEL GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. de Administração da Companhia, para mandato unificado com os demais membros do Conselho de Administração eleitos na
Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 28 de abril de 2022, em razão de vacância oriunda da renúncia
Condição de Participação: empresa legalmente estabelecida no Brasil ou no
CNPJ/MF nº 04.370.282/0001-70 de membro independente do Conselho de Administração recebida pela Companhia no dia 23 de junho de 2023. Instruções
Gerais: I) Poderão participar da Assembleia os acionistas titulares de ações emitidas pela Companhia: (a) pessoalmente; (b) por
Paraguai. NIRE 41300019240 seus representantes legais ou procuradores, desde que referidas ações estejam escrituradas em seu nome junto à instituição
Caderno de Bases e Condições: disponível nos sites REGISTRO CVM Nº 2474-0 financeira depositária responsável pelo serviço de ações escriturais da Companhia ou em custódia fungível, conforme dispõe
o artigo 126 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”); ou (c) via
https://compras.itaipu.gov.br ou SUBSIDIÁRIA INTEGRAL DA COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL boletim de voto à distância por meio de seus respectivos agentes de custódia, por meio da instituição financeira depositária
https://compras.itaipu.gov.py responsável pelo serviço de ações escriturais da Companhia, Itaú Corretora de Valores S.A. ou diretamente à Companhia, de
acordo com o previsto na Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de março de 2022, conforme
Recebimento das propostas: até as 9h (horário de Brasília) de 13 de julho de 2023. EXTRATO DA ATA DA 121ª ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA alterada. I.1) Os Boletins deverão ser encaminhados de acordo com as orientações previstas na Seção “Acionista optante pela
participação por meio do sistema de votação à distância” da Proposta da Administração para a presente Assembleia e, no caso
de envio dos Boletins para a Companhia, preferencialmente por e-mail, devendo tais Boletins serem recebidos até 24 de julho
Daniele Tassi Simioni Gemael Marino Esteban Navarro Noguera
1. LOCAL: Rua José Izidoro Biazetto, 158, Curitiba - PR. 2. DATA de 2023. Eventuais Boletins recebidos após essa data serão desconsiderados. I.2) Os acionistas que optarem por enviar os
Boletins para o escriturador da Companhia ou para seus respectivos agentes de custódia, deverão observar os procedimentos
Superintendente de Compras Superintendente Adjunto de Compras E HORÁRIO: 20.06.2023 - 13h30. 3. CONVOCAÇÃO: A publica- e prazos por eles determinados, observado que caso não seja previsto prazo diverso por tais prestadores de serviços, os
Boletins deverão ser por eles recepcionados até 24 de julho de 2023. II) Para participar da Assembleia, a Companhia solicita
ção do edital foi dispensada nos termos do artigo 124, § 4º, da que o acionista deposite na sede da Companhia, na Avenida Ayrton Senna, 2.150 - Bloco P, 3º andar, Barra da Tijuca, com
Lei nº 6.404/76. 4. QUORUM: 100% do capital social, confor- antecedência mínima de 03 (três) dias corridos, contados da data da realização da Assembleia: (a) comprovante da instituição
financeira depositária das ações escriturais ou em custódia (artigo 41 Lei das Sociedades por Ações) para comprovar sua
me assinatura constante do Livro de Presença de Acionistas qualidade de acionista emitido com data máxima de 5 (cinco) dias anteriores à Assembleia; e (b) documentos de identificação
e/ou constituição do acionista, conforme o caso, acompanhados de instrumento de mandato, na hipótese de representação
de nº 02, na pág. 12. 5. MESA DIRIGENTE: DANIEL PIMENTEL do acionista, devidamente regularizados na forma da lei e do Estatuto Social da Companhia, de acordo com os requisitos
previstos no Manual de Participação do Acionistas e Proposta da Administração. Sem prejuízo do disposto acima, o acionista
SLAVIERO - Representante da Acionista Controladora, Presi- que comparecer à Assembleia munido dos documentos referidos nos itens (a) e (b), até o momento da abertura dos trabalhos,
poderá participar e votar, ainda que tenha deixado de apresentá-los previamente. III) Encontram-se à disposição dos senhores
EXTRATO DE AVISO, PUBLICAÇÃO DE EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA PARA dente da Assembleia e Diretor Presidente da Copel; e AMILTON acionistas, na sede social da Companhia, na página de relação com investidores da Companhia - https://ri.profarma.com.br/,
bem como nos websites da B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão - https://www.b3.com.br/pt_br/, e da CVM - www.cvm.gov.br, todos
CREDENCIAMENTO PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 00163/2023- HUOP - CHAMAMENTO PAULO DE OLIVEIRA - Secretário da Reunião. 6. ASSUNTO os documentos pertinentes às matérias a serem examinadas e deliberadas na Assembleia, incluindo este Edital de Convocação
PÚBLICO N° 004/2023 – Leite e Iogurte. Objeto: Credenciamento de pessoa jurídica para
aquisição de alimentos de agricultores familiares, por meio da modalidade de Compra
TRATADO E DELIBERAÇÃO TOMADA: I. Eleito como membro e Proposta da Administração. Rio de Janeiro, 29 de junho de 2023. Marcel Sapir - Presidente do Conselho de Administração.

Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos. A documentação necessária para
participar deste processo de chamamento público deverá ser protocolada no período das 8h
do dia 03/07/2023, até as 17h do dia 14/07/2023 de segunda a sexta-feira (dias úteis). Também
é possível o envio da documentação no mesmo prazo informado, via plataforma e-protocolo
endereço eletrônico: https://www.eprotocolo.pr.gov.br/ enviar para órgão: UNIOESTE-
Universidade Estadual do Oeste do Paraná Local Destino: UNIOESTE H08 – Chamamento
Público. (assinar a documentação antes de enviar). O Edital e demais informações encontram-
se à disposição dos interessados junto ao Setor de Chamamento Público do HUOP, ou Fone:
(45) 3321-5169, ou ainda na homepage http://projetos.unioeste.br/huopforum/index.php, em
conformidade com Lei Federal n° 14.133/2021, Decreto Estadual nº 4.507/2009 e Decreto
Estadual 10.086 de 2022. Rafael Muniz de Oliveira – Diretor Geral do Hospital Universitário
do Oeste do Paraná – Conforme Portarias nº 0109/2020 e nº 0167/2020.
Cascavel/PR, 03/07/2023.
do Conselho de Administração, para o mandato de abril de 2021
a abril de 2023, Luiz Claudio Maia Vieira. 7. ASSINATURAS:
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO - Representante da Acionista
Controladora, Presidente da Assembleia e Diretor Presidente da
Copel; ADRIANO RUDEK DE MOURA - Representante da Acio-
nista Controladora e Diretor de Finanças e de Relações com
Investidores da Copel; MOACIR CARLOS BERTOL - Diretor Ge-
ral da Copel Geração Transmissão S.A.; e AMILTON PAULO DE
OLIVEIRA - Secretário. O texto integral da ata da 121ª Assem-
bleia Geral Extraordinária da Copel Geração e Transmissão foi
lavrado no livro próprio nº 06, registrada na Junta Comercial do
Paraná - Jucepar sob o nº 20234201916, em 26.06.2023, e pu-
blicada na íntegra no endereço https://valor.globo.com/valor-ri/
atas-e-comunicados/, nos termos da Lei Federal nº 6.404/1976
e da Instrução Normativa - IN DREI ME nº 11/2022. ------------
Evoltz VII – Foz do Iguaçu Transmissora de Energia S.A
CNPJ/MF: 08.806.925/0001-36
Edital de Compartilhamento para Disponibilização de
Infraestrutura de Fibras Ópticas em cabo OPGW
A Evoltz VII – Foz do Iguaçu Transmissora de Energia S.A, concessionária de serviço público de
transmissão de energia elétrica, em atendimento ao disposto no Artigo 9º do Anexo da Resolução
Conjunta ANEEL/ ANATEL/ANP nº 001, de 24 de novembro de 1999, comunica que tem a intenção
de disponibilizar para compartilhamento de infraestrutura, já em operação comercial, pares de fibras
ópticas não ativadas, em cabo OPGW instalado em sua linha de transmissão localizada entre a cidade
de Foz do Iguaçu - PR, na Subestação Foz do Iguaçu Norte, e a cidade de Cascavel – PR, na Subestação
Cascavel Oeste, com 114 km de extensão, conforme Artigo 7º, Inciso III, do referido Regulamento, pelo
prazo de 10 (dez) anos. Os interessados no compartilhamento da referida infraestrutura deverão se
manifestar no prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos, contados da data desta publicação, mediante
comunicação formal, por escrito, para Evoltz VII – Foz do Iguaçu Transmissora de Energia S.A.,
aos cuidados da Diretoria Técnica, com a identificação “Compartilhamento de infraestrutura de
telecom Evoltz VII”, ou por meio do e-mail fibra-evoltz@evoltz.com.br, com os seguintes requisitos:
(i) valor mensal da compensação econômica pelo compartilhamento, apresentada em Reais (R$) por
quilômetro linear de par de fibra óptica; (ii) comprovação de experiência na operação de fibras ópticas
em cabo OPGW sobre infraestrutura elétrica de alta tensão; e (iii) apresentação da autorização SCM
para operar internet em todo o território nacional. A Evoltz VII irá considerar somente as propostas
de compartilhamento que cumprirem todos os requisitos citados acima, definindo o(s) interessado(s)
vencedor(es) com base na(s) melhor(es) proposta(s) técnica(s) econômica(s), não havendo
exclusividade sobre eventuais outros pares de fibras ópticas existentes nessa linha de transmissão.
A Evoltz VII decidirá em até 15 (quinze) dias, contados do fim do prazo para apresentação de propostas,
o resultado deste Edital de compartilhamento, ressalvando-se o direito de desistir da formalização final
do Contrato de Compartilhamento, caso as propostas recebidas não atendam às suas expectativas
técnicas e econômicas ou não sejam homologadas pelas agências reguladoras envolvidas.
O contrato e especificações técnicas do compartilhamento, que vincularão os proponentes, bem como
outras informações que se fizerem necessárias, poderão ser obtidas junto à Diretoria de operação e
manutenção, por meio do e-mail: fibra-evoltz@evoltz.com.br.

AVISO DE EDITAL
PROCESSO: CREDENCIAMENTO Nº 01/2023.
ORIGEM: CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA -- CMF.

OBJETO: CREDENCIAMENTO DE EMPRESAS ESPECIALIZADAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GRÁFICOS, PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE
FORTALEZA, BEM COMO DAS DEMANDAS DOS SENHORES PARLAMENTARES DESTA CASA LEGISLATIVA.
O Presidente da Comissão Permanente de Licitações comunica aos interessados que o recebimento do envelope contendo os
Documentos de Habilitação do processo em epígrafe para fins de habilitação ao credenciamento, ocorrerá a partir do dia 04 (quatro)
do mês de julho do corrente ano e durante os 12 (doze) meses subsequentes, no Protocolo da Câmara Municipal de Fortaleza,
situado na Rua Thompson Bulcão, nº 830 – bairro Luciano Cavalcante, Fortaleza – (CE), no horário das 08h às 17h, dirigido ao Diretor
Geral. O Edital poderá ser obtido junto à Comissão Permanente de Licitação, no prédio Anexo da Câmara Municipal de Fortaleza,
situado na Avenida Rogaciano Leite, nº 1.040, bairro Luciano Cavalcante, Fortaleza-CE, e o Edital ainda estará disponível
gratuitamente nos sítios: transparencia.cmfor.ce.gov.br/#licitacoes e https://municipios-licitacoes.tce.ce.gov.br/. Mais informações
sobre o Edital nos telefones: (85) 3444-8314 e (85) 3444-8426.

Fortaleza, 30 de junho de 2023.

Júlio Norberto de Holanda Aguiar
PRESIDENTE DA CPL DA CMF
C6 | Valor | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
Estratégia Yards Capital nasce com R$ 1 bilhão
aportado pelos sócios e pretende atuar com foco
principalmente em companhias de médio porte
Ex-executivos de
Bradesco e BB abrem
banco de investimento
Fernanda Guimarães e
Talita Moreira
De São Paulo
A parceria de longa data entre
o Bradesco e Banco do Brasil ren-
deu um novo fruto, dessa vez fora
das fronteiras das instituições fi-
nanceiras. Ex-executivos de am-
bas as casas se uniram para
montar um novo banco de in-
vestimento, batizado de Yards
Capital, que também atuará co-
mo gestor de recursos de tercei-
ros e de fortunas. A casa nasce
patrimônio de R$ 1 bilhão, vin-
do de investimentos dos sócios.
A ideia é usar a experiência do
time, e as conversas com poten-
ciais clientes, entre empresas e
investidores, já estão ocorrendo.
Leandro Miranda, ex-diretor-
executivo do Bradesco, é um dos
sócios, ao lado de Gueitiro Gen-
so, ex-presidente do maior fun-
do de pensão do Brasil, a Previ,
dos funcionários do BB. Ainda
no grupo estão Philip Searson,
ex-responsável pela área de ren-
da fixa do Bradesco BBI, Rogé-
rio Queiroz, ex-BB, e Simone
Monteiro, que comandou a área
de comunicação da Previ e cui-
dará também de relações com
investidores na nova casa.
Estão nos planos atuar em ni-
chos que o grupo considera não
Empresáriaslançam1 o escritóriodeassessoresfocadoemESG
Liane Thedim
Do Rio
No ainda incipiente mercado
ESG no Brasil, duas mulheres es-
tão à frente de um movimento
pioneiro no país. Marcela Kaspa-
rian e Carolina Volcov abriram
em maio o primeiro escritório de
assessores de investimentos foca-
do em carteiras que seguem o
conjunto de práticas ambientais,
sociais e de governança, a Semea-
re Investimentos. “O mercado
brasileiro hoje tem muito mais
demanda por produtos de im-
pacto do que oferta, mas é um ca-
minho sem volta. O mundo intei-
ro está se voltando para o tema e o
Brasil terá que responder às pres-
sões”, diz Kasparian, ex-sócia e
fundadora da Levante Investi-
mentos, vendida à XP em 2021.
Antes de ter a ideia da Semeare,
ela e sua sócia, que é especialista
em previdência e trabalhou no
Itaú Unibanco e no Safra, estavam
em um momento de vida pareci-
do, de questionamento de carrei-
Namoro
pode dar
direito a
dinheiro
de empresa?
Consultório
financeiro
serem bem atendidos pela Faria
Lima, com destaque para em-
presas de médio porte e o agro-
negócio. “Não queremos ter um
olhar transacional, mas ter uma
solução completa para nossos
clientes”, diz Miranda, que se
despediu no fim de janeiro do
banco da Cidade de Deus, onde
passou por várias áreas, inclusi-
ve o comando do Bradesco BBI.
Para ocupar esse espaço, a es-
colha foi ter a estrutura de banco
de investimento, gestora e gestão
de fortunas. “São áreas com dinâ-
micas próximas e que se retroali-
mentam”, comenta.
O objetivo, afirma Miranda, é
oferecer soluções sob medida pa-
ra os clientes e que eles tenham
acesso aos sócios seniores. “Tem
que ter bankers dedicados, mas
também sinergia entre as áreas.”
O olhar para as companhias
médias se dá exatamente pelo
menor acesso delas ao mercado
de capitais, o que requer um ser-
viço mais direcionado às necessi-
dades desses clientes. Isso não
significa, porém, que atender as
grandes não esteja nos planos.
Para chegar às empresas que es-
tão fora do radar da Faria Lima, a
Yards terá um pé nas diferentes re-
giões do Brasil, com escritórios es-
trategicamente distribuídos, de
forma a originar, por exemplo, no-
ra. “Meu trabalho não estava indo
na mesma direção das minhas
preocupações de buscar ações que
gerassem mais impacto positivo
na sociedade”, conta Volcov. Já Kas-
parian queria algo mais do que o
ambiente predominantemente
masculino do mercado financeiro.
Em vez de tentarem uma virada
radical, as duas resolveram usar o
conhecimento de 17 anos de pro-
fissão de ambas de uma forma di-
ferente. “O mercado financeiro
pode ser um instrumento podero-
so de mudança e decidimos usar
nossa experiência e conhecimen-
to para isso”, diz a ex-dona da Le-
vante. “Novas empresas, que têm
seus negócios baseados em im-
pacto positivo, precisam poder
acessar o mercado financeiro e is-
so só acontece quando o investi-
dor se propõe a financiá-las.”
A estruturação do projeto co-
meçou no meio do ano passado e,
em maio, a Semeare saiu do papel.
A ideia é montar carteiras exclusi-
vamente com ativos de empresas
que sigam as práticas ESG, mas, se-
T
enho uma
namorada há um
ano e dois meses e
uma empresa que
iniciei antes de
começar a namorar. Minha
empresa é digital e tenho
dinheiro da empresa investido
na minha conta de pessoa física,
para ficar rendendo. Como não
moramos juntos, existe alguma
chance, em caso de rompimento
do namoro, de ela declarar
uma união estável e ter direito
ao dinheiro da empresa?
Sarai Elizabeth Vega Molina, CFP,
responde:
É cada vez mais comum
casais morarem juntos sem
nenhuma formalização nupcial
e surgirem questionamentos
sobre direitos patrimoniais em
relacionamento conjugal. Aqui,
a questão é entender se há ou
não indicativos de união estável.
O que caracteriza a união
estável é o relacionamento
duradouro, contínuo e público
com o objetivo de instituir uma
vas estruturas de financiamento
via mercado de capitais e M&A (fu-
sões e aquisições, na sigla em in-
glês). Ao atender as companhias, a
ideia é também atrair o empresá-
rio em um momento de liquidez,
levando-o para a área de wealth.
Para fechar as duas pontas ha-
verá a asset, no início com a oferta
de um fundo de ativos estressa-
dos e um Fiagro, voltado ao agro-
negócio. Na sequência, estão pre-
vistos fundos de direito creditó-
rio (FIDC), imobiliário, “legal
claims” (ativos em disputas judi-
ciais) e “high yield” (com foco em
empresas com mais risco e maior
retorno). Todos devem estar no
mercado até o fim deste ano.
Com o objetivo de pegar um
atalho, a Yards está comprando a
licença de uma gestora para po-
der operar como tal. A expectati-
va é fechar essa aquisição num
horizonte de três semanas.
“Não queremos
ter um olhar
transacional,
mas ter uma
solução completa”
Leandro Miranda
gundo elas, no momento não há
oferta suficiente no mercado para
compor risco e rentabilidade. Por
isso, a alocação, por enquanto, é
mista. No entanto, mesmo não en-
quadradas em critérios formais de
ESG, somente empresas com boas
práticas entram na lista, com ava-
liação de indicadores como com-
posição do conselho de adminis-
tração, gestão de resíduos, diver-
sidade no quadro de funcioná-
rios e segurança ocupacional.
Kasparian ressalta que é impor-
tante que os distribuidores verifi-
quem se uma empresa realmente
adota práticas sólidas de ESG,
diante do risco de “greenwashing”
(quando as empresas afirmam fal-
samente que seus produtos os ser-
viços são sustentáveis). Antes de
formar a carteira, porém, a Semea-
re adota um passo a mais que o
usual no mercado financeiro e es-
tuda os valores do investidor, além
do tradicional “conservador, mo-
derado ou arrojado”.
“Buscamos entender os valores
do cliente e alinhamos com renta-
entidade familiar — com
destaque para essa última
característica. Então, o que
diferencia a união estável
do namoro “sério” é a intenção
de constituir família.
Na união estável, os direitos
são os mesmos que no regime
de comunhão parcial de bens:
em caso de separação, o
parceiro não tem direito sobre
os bens do outro adquiridos
“antes do relacionamento
conjugal”. Entretanto, no caso
dos bens constituídos em
conjunto, durante a união
conjugal, haverá meação na
separação, ou seja, o direito à
metade ou a 50% do patrimônio
comum dos bens do casal.
Em caso de falecimento do
parceiro, será exercido o direito
da meação e a pessoa poderá
receber a herança de bens
deixados pelo falecido. Se
houver endividamento, os
bens do companheiro
podem servir para saldar
parte ou o total da dívida.
Searson (esq.), Queiroz, Monteiro, Miranda e Genso: em busca dos clientes que estão fora do radar da Faria Lima
A pressa tem explicação. A Yards
quer se posicionar para aproveitar
o esperado fluxo de capitais para
ativos de mais risco, consideran-
do a leitura de mercado segundo
a qual o início dos cortes da Selic
virá em agosto. A aposta é que,
nesse momento, os ativos ilíqui-
dos serão rapidamente benefi-
ciados pelo olhar do investidor.
Os sócios também dizem que
um ponto nerval do novo negó-
cio será atender o agro brasileiro,
estrutura que Genso ajudará a co-
locar de pé diante de sua expe-
riência prévia na área enquanto
estava no BB. “Há uma demanda
de investimento em segurança
alimentar. De outro lado há mui-
ta necessidade do agro em aces-
sar o mercado de capitais”, diz.
Queiroz vai resgatar seu co-
nhecimento na área de distribui-
ção no BB e enxerga que investi-
mento no setor agrícola é uma
bilidade e segurança. Por exem-
plo, como um vegano vai investir
em ações de frigoríficos?”, explica
Kasparian, que está na Holanda,
em processo de avaliação para ob-
tenção da Certificação de Investi-
mentos em ESG (Certificate in ESG
Investing), lançada em 2019 pela
CFA Society UK. “Muitos investi-
dores pensam que o mercado fi-
nanceiro é uma ‘caixa preta’, não
entendem que estão emprestan-
do dinheiro para uma empresa ou
entrando de sócio. E será que essa
empresa está de acordo com os
valores pessoais dele?”
Um exemplo de carteira con-
servadora montada pelo escritó-
rio incluiu Certificados de Recebí-
veis do Agronegócio (CRA) de
uma empresa de bioenergia sus-
tentável, debêntures de compa-
nhia de saneamento e ações de
uma empresa de educação, além
de um fundo de renda fixa ESG. “O
brasileiro aplicava em poupança,
depois descobriu os fundos de
gestoras independentes. Agora a
busca por investimentos de im-
A distinção do
relacionamento “namoro”
é o entendimento de que
cada pessoa constrói seu
patrimônio (ou dívidas)
de maneira autônoma.
Assim, mesmo que tenham o
objetivo futuro de constituir
família, os namorados ainda
preservam a sua liberdade.
Independentemente do
tempo de namoro, se os
namorados não têm filhos
e a convivência mantém a
liberdade individual, pode ser
dada a conotação de que não
se trata de uma união estável.
Considerando a pergunta
inicial, não há indicativos
suficientes para se afirmar que
se trata ou não de uma união
estável. Quanto ao patrimônio
adquirido e aos investimentos
feitos antes do relacionamento,
talvez não possam ser
partilhados, mas rendimentos
oriundos do investimento,
juros e dividendos (frutos
da aplicação) são passíveis
fronteira ainda a ser explorada.
Segundo ele, há muito espaço pa-
ra atender esse segmento e para
oferecer ativos do agro ao merca-
do. “O potencial é muito grande.”
Outra parte do negócio já co-
meçou a ser tateada por Searson,
que tem se dedicado a conversas
com investidores estrangeiros,
no intuito de entender as de-
mandas para costurar opções de
aporte. “Todo mundo aqui está
trazendo sua reputação. Não há
pressão para bater metas. A visão
é construtiva”, diz o executivo.
Para ajudar a sustentar esse pi-
lar, a Yards negocia a aquisição
de uma gestora em Miami, que
será tanto um ponto de apoio aos
estrangeiros com interesse no
Brasil como um chamariz para os
clientes do wealth. Nessa asset,
os clientes terão acesso a produ-
tos de investimento, cartão de
crédito, e a casa se encarregará
pacto é o terceiro momento. É
uma evolução”, diz Kasparian.
Segundo Volcov, a demanda na
estreia foi acima da esperada, e a
dupla já começa a receber pro-
postas para estruturar emissões
de empresas sustentáveis. “No to-
po da pirâmide, das grandes for-
tunas, o private banking, já temos
um público conscientizado, que
já olha para as questões de filan-
tropia e impacto. Queremos levar
essa mentalidade a uma nova es-
cala, ao varejo”, afirma Volcov.
“Nossa expectativa é de forte cres-
cimento nos próximos meses. E
esperamos ter muitos concor-
rentes logo, porque todo mundo
ganha com isso”, completa.
A Semeare ainda doará parte
de seu lucro para instituições que
promovem causas sociais e am-
bientais. A primeira ONG parcei-
ra é a Casa do Zezinho, no extre-
mo sul da cidade de São Paulo,
que funciona como um espaço
de desenvolvimento para crian-
ças e jovens em situação de alta
vulnerabilidade social.
de questionamento em caso
de união estável.
Por exemplo: suponhamos
que existisse um investimento
de R$ 50 mil antes do
relacionamento de união
estável e que, após um ano,
ocorreu a separação: o
parceiro terá direito a 50% dos
“frutos” do investimento que
renderam dos R$ 50 mil.
Mas caso haja rompimento
do namoro, será que há alguma
chance de a namorada declarar
“união estável” e ter direito
ao dinheiro da empresa? Existe
a possibilidade de ela ingressar
com uma petição judicial
para reconhecimento de
união estável. Se isso ocorrer,
você deverá se munir de
comprovações, testemunhas e
documentos para sua defesa.
Caso contrário, o direito de
meação poderá ser exercido
sobre o patrimônio constituído
durante a convivência
do relacionamento.
Outro meio para se proteger
CELSO DONI/VALOR
de fazer a ponte com bancos de
investimento americanos.
O projeto contempla ainda pos-
tos-chave em outros países. Um já
engatilhado será em Omã, no Orien-
te Médio, que ficará a cargo do ex-
executivo da Vale Sergio Espeschit.
Há alguns anos, foi CEO da minera-
dora na região. A escolha se deu pela
proximidade com Genso, que já pre-
sidiu o conselho da empresa brasi-
leira quando comandava a Previ.
Hoje com 40 pessoas no time e
ocupando parte de um andar nu-
ma torre comercial no Itaim, os
sócios já buscam mais espaço.
Outras dez já acertaram a ida pa-
ra a Yards. Segundo Miranda, são
“nomes conhecidos do mercado”
que estão neste momento no cha-
mado “garden leave”, prática em
que o executivo sai do cargo, mas
segue remunerado por um perío-
do pré-acordado. Alguns nomes,
é claro, virão do Bradesco e do BB.
DIVULGAÇÃO
“O mercado
financeiro pode ser
um instrumento
poderoso de
mudança”
Marcela Kasparian
é o Instrumento Particular de
Contrato de Namoro,
encontrado nos cartórios
de notas. Nessa escritura,
pode-se incluir cláusulas
específicas do casal, oficializar
que não há uma união estável e,
de certa forma, assegurar os
bens de cada parceiro. Para
esses casos, é recomendável
se resguardar e buscar a
orientação de um advogado.
Sarai Elizabeth Vega Molina é
planejadora financeira pessoal e possui a
certificação CFP (Certified Financial
Planner), concedida pela Planejar -
Associação Brasileira de Planejamento
Financeiro
E-mail: saraievmolina@gmail.com
As respostas refletem as opiniões do autor,
e não do jornal Valor Econômico ou da
Planejar. O jornal e a Planejar não se
responsabilizam pelas informações acima
ou por prejuízos de qualquer natureza em
decorrência do uso destas informações.
Perguntas devem ser encaminhadas para:
consultoriofinanceiro@planejar.org.br
Opinião Jurídica
Congresso Nacional
não pode aceitar a
volta do voto de
qualidade
E2
Valor E
Sábado, domingo e segunda-feira,
1, 2 e 3 de julho de 2023
Tributário Julgamento discutiu isenção de
tributos federais na importação de bens e
mercadorias para a Copa do Mundo de 2014
Fifa consegue
derrubar cobrança
milionária no Carf
Bárbara Pombo
De Brasília
O Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf) derrubou
uma cobrança de R$ 6,6 milhões
contra a subsidiária da Federação
Internacional de Futebol (Fifa) no
Brasil, em uma discussão sobre a
isenção de tributos na importa-
ção de bens e mercadorias para a
Copa do Mundo de 2014, sediada
no país. A decisão foi unânime.
É o primeiro precedente do tri-
bunal administrativo, segundo
advogados, na disputa que nas-
ceu com autuações da Receita Fe-
deral por conta da nacionalidade
da embarcação usada para trazer
os insumos ao Brasil.
Para o Fisco, a isenção de tri-
butos federais — Imposto de Im-
portação, IPI, PIS e Cofins — vale-
ria apenas se o transporte dos
bens importados para a Copa
ocorresse por navios de bandei-
ra brasileira, o que foi questio-
nado pelas empresas.
“Os processos de outros forne-
cedores ainda aguardam deci-
são da primeira instância admi-
nistrativa, 13 anos depois do iní-
cio das importações, em 2010”,
critica o advogado Gustavo Bri-
gagão, sócio do escritório Briga-
gão, Duque Estrada Advogados,
que representa a Fifa e outras
empresas na mesma situação.
Ao condicionar o aproveita-
Destaques
Casa de luxo
Uma decisão do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) reconheceu a com-
petência do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renováveis (Ibama) para
aplicar multa pela degradação de
falésia com a construção de uma
casa de luxo na Praia da Pipa (RN),
autorizada pelo município de Ti-
bau do Sul. Para a maioria dos mi-
nistros da 2ª Turma, a autorização
do município para edificação na
área não afasta a competência fis-
calizatória do Ibama, especial-
mente porque as falésias são con-
sideradas por lei Áreas de Preser-
vação Permanente (APP). De acor-
do com os autos, o Ibama embar-
gou a obra na borda da falésia e
aplicou multa de R$ 500 mil. Po-
rém, ao analisar recurso dos pro-
prietários, o Tribunal Regional Fe-
deral da 5ª Região (TRF-5) consi-
derou nula a penalidade. Concluiu
que, como o município permitiu a
edificação, o Ibama não teria com-
petência para aplicar a multa. Ain-
da segundo o TRF-5, a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente de
Tibau do Sul teria dispensado cor-
retamente a empresa construtora
de apresentar licença ambiental,
pois o terreno estaria localizado
em área urbana consolidada. No
STJ, o relator do caso, ministro
Herman Benjamin, destacou, po-
rém, que o Ibama tem o dever de
fiscalizar e exercer o seu poder de
polícia diante de qualquer ativida-
de que possa colocar em risco o
meio ambiente (REsp 1646016).
mento do incentivo fiscal à exi-
gência de transporte por navio
brasileiro, a Receita Federal lan-
çou mão de uma regra editada
durante a ditadura militar.
O Decreto nº 666, de 1969, pre-
viu — até a revogação em 2021 —
que o transporte das mercadorias
importadas com quaisquer “favo-
res governamentais”, ou seja, be-
nefícios fiscais, deveria ser feito,
obrigatoriamente, em navios de
bandeira brasileira.
A mesma exigência é repro-
duzida no Regulamento Adua-
neiro (Decreto nº 6.759, de
2009), mas que, segundo o ad-
vogado Gabriel Penna Rocha, es-
pecialista em direito tributário e
aduaneiro do escritório Kincaid
Mendes Vianna Advogados, não
possui força de lei.
No caso da Fifa, como o trans-
porte ocorreu por navio de ban-
deira estrangeira, a Receita Fede-
ral entendeu que haveria perda
do benefício fiscal. Exigiu todos
os tributos federais incidentes
sobre a operação.
A subsidiária da Fifa argu-
mentou que a condição não foi
prevista na Lei nº 12.350, de
2010, que estipulou as medidas
tributárias para a realização, no
Brasil, da Copa das Confedera-
ções Fifa de 2013 e da Copa do
Mundo Fifa de 2014.
Alegou, ainda, que em junho
de 2015 — depois, portanto, da
STFmantémtravade30%emextinçãodeempresa
Joice Bacelo e Beatriz Olivon
De São Paulo e de Brasília
O Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu que a trava de 30%
para o aproveitamento de prejuí-
zos fiscais deve ser aplicada mes-
mo na hipótese de extinção da
empresa — ainda que por incor-
poração. Medida que, na visão de
advogados de contribuintes, res-
tringe o direito à compensação.
Trata-se de um tema de bas-
tante impacto. Empresas que ti-
veram prejuízo podem, por lei,
usá-lo para reduzir os valores dos
tributos que incidem sobre o lu-
cro — Imposto de Renda (IRPJ) e
CSLL. Só que há um limite de 30%
ao ano, a chamada trava.
Significa que se a empresa teve
R$ 1 milhão de lucro, por exemplo,
ela poderá usar até o limite de R$
300 mil de prejuízo para reduzir a
sua base de cálculo. Incidiriam IRPJ
e CSLL, então, sobre R$ 700 mil e
não sobre R$ 1 milhão.
O STF decidiu, no ano de 2019,
que a trava é constitucional. Mas
naquela ocasião os ministros não
entraram no detalhe de empre-
sas que foram incorporadas, divi-
didas ou que participaram de
processo de fusão.
Por isso, a discussão. Advoga-
dos defendem o abatimento in-
tegral dos prejuízos fiscais nessas
hipóteses porque, se não for as-
sim, o crédito pode se perder
realização da Copa —, o governo
brasileiro editou o Decreto nº
8.463. Pela norma, a exigência
de bandeira brasileira não se
aplicaria às importações de mer-
cadorias para uso ou consumo
exclusivo na organização e reali-
zação de eventos.
A primeira instância adminis-
trativa, ao analisar o caso, mante-
ve a autuação. Considerou que a
norma publicada em 2015 vale-
ria apenas para fatos futuros e
não poderia retroagir.
Para os julgadores, a edição
após a realização dos eventos
não seria suficiente para deter-
minar que o decreto possui cará-
ter interpretativo e que seus ter-
mos atribuíram novo cenário pa-
ra o aproveitamento da isenção.
No Carf, porém, o entendi-
mento foi diferente. A 1ª Turma
Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Se-
ção avaliou se tratar de regra in-
terpretativa, que possibilitaria a
aplicação para fatos anteriores à
edição da norma.
O relator, conselheiro Rodrigo
Lorenzon Yunan Gassibe, frisou o
fato de o decreto dizer respeito a
eventos que já haviam sido reali-
zados no momento da publica-
ção da norma.
“Caso o decreto não se aplicas-
se desde o início da validade da
lei, não restaria propósito na le-
tra do seu artigo 28, o que seria
uma afronta ao princípio no qual
completamente. Existe previsão
em lei que impede a empresa ad-
quirente de usar o prejuízo fiscal
da empresa adquirida.
“Impedir a utilização desse cré-
dito integralmente no momento
da extinção da empresa equivale a
extingui-lo. É permitir uma arreca-
dação ilegítima da União”, diz Bru-
na Luppi, sócia do escritório Vieira
Rezende Advogados.
A decisão que validou a trava
também para as empresas extin-
tas é da 2ª Turma. O julgamento
ocorreu no Plenário Virtual da
Corte. Foi concluído à meia-noite
de sexta-feira com placar de qua-
tro votos a um (RE 1357308).
Relator do caso na turma, o
ministro Kassio Nunes Marques
considerou que o entendimento
da limitação do direito de com-
pensação de prejuízos fiscais do
IRPJ e da base de cálculo negativa
da CSLL não foge ao precedente
de 2019 do STF. A motivação des-
sa decisão, segundo ele, se aplica
ao caso concreto.
O ministro citou trecho da de-
cisão do ano de 2019 no sentido
de que a trava estipula um auxí-
lio ao contribuinte. Ele diz que
não há um direito adquirido a
deduzir integralmente todos os
prejuízos passados do lucro para
não se pagar o imposto.
Nunes Marques considerou,
ainda, não caber ao Poder Judi-
ciário conceder ou estender be-
Internet Supremo
Veja como reagir 1ª Turma está a
a incidentes um voto de definir
de segurança folga de mulheres
valor.globo.com/ valor.globo.com/
legislacao legislacao
& Tributos SP
”Treze anos depois, os prevalece sobre uma norma ge-
ral editada nos anos 1960.
processos de outros Gabriel Penna Rocha ainda
chama atenção para o fato de o
fornecedores ainda relator ter aplicado ao caso um
princípio do direito penal cha-
aguardam decisão” mado de “abolitio criminis”, ou
Gustavo Brigagão seja, quando a lei deixa de consi-
derar uma conduta como ilícita.
No caso, a perda do benefício
não se presumem, na lei, palavras fiscal por transporte de merca-
inúteis”, afirma o conselheiro, doria em navio estrangeiro dei-
em seu voto. xou de existir a partir de 2021. Se-
Segundo advogados, os conse- gundo o advogado, trata-se de
lheiros também reconhecem, na um reforço de argumentação pa-
decisão, que a lei específica sobre ra empresas autuadas por esse
o tratamento tributário na Copa motivo, para além das importa-
ALEJANDRO ZAMBRANA/SECOM/TSE
“Motivação da com a decisão de 2019.
Para o ministro, se admitida a
decisão de 2019 se limitação à compensação de pre-
juízos fiscais e impedido o con-
aplica ao caso tribuinte em promover sua auto-
concreto” mática compensação integral
ocorre, inevitavelmente, a tribu-
Nunes Marques tação do que não constituiu ren-
da, mas sim patrimônio, que não
pode ser tributado pela União.
nefício fiscal não previsto na le- Fachin acrescentou que a limi-
gislação tributária. O seu voto foi tação interperiódica à compen-
seguido pelos ministros Ricardo sação de prejuízo é incompatível
Lewandowski, André Mendonça com o conceito constitucional de
e Gilmar Mendes. renda e também afronta os prin-
O ministro Edson Fachin foi o cípios constitucionais da capaci-
único na turma que divergiu do dade contributiva e da vedação
entendimento. Ele considerou de confisco, em especial, em se
que a discussão não se encerrou tratado de contribuinte que ve-
TJSP
Escola é condenada
por não coibir
bullying
valor.globo.com/
legislacao
DIVULGAÇÃO
ções para a Copa do Mundo.
“É um precedente para dar
mais força às defesas das empre-
sas em casos anteriores à revoga-
ção”, diz o advogado.
O caso da Fifa transitou em jul-
gado no Carf, ou seja, não cabe
mais recurso (processo nº
11762.720054/2015-84). O valor
de R$ 6,6 milhões é referente a
autuações de 2013 e 2014.
Em nota enviada ao Valor, a Pro-
curadoria-Geral da Fazenda Nacio-
nal (PGFN) afirma que o tema é
bastante específico, e que identifi-
cou apenas a decisão proferida no
processo envolvendo a entidade.
nha a encerrar suas atividades
empresariais com prejuízo fiscal
A 2ª Turma julgou o tema por
meio de um recurso envolvendo a
Stemac Grupos Geradores. A em-
presa alegou, no processo, que res-
paldar a limitação ao aproveita-
mento dos prejuízos fiscais, em si-
tuações de extinção das socieda-
des empresariais, implicaria de-
turpação da regra de competência
tributária do IRPJ e da CSLL.
A União, por sua vez, apontou
que não cabe ao Poder Judiciário
desconsiderar os limites estabe-
lecidos na concessão de benefí-
cio fiscal, alcançando contri-
buinte não contemplado na le-
gislação aplicável ou criar situa-
ção mais favorável ao contri-
buinte, sob o risco de agir como
legislador.
A decisão dos ministros da 2ª
Turma não tem efeito vinculan-
te. Mas, segundo advogados, po-
de servir como precendente pa-
ra os julgamentos nas instâncias
inferiores, o que é ruim para os
contribuintes.
Porém frisam que as discus-
sões ainda não estão encerradas.
Há expectativa de que a 1ª Turma
analise algum outro caso tratan-
do do mesmo tema e indique o
tema para repercussão geral.
Nessa hipótese, caberia ao Plená-
rio — que tem participação dos
onze ministros da Corte — dar a
palavra final.
E2 | Valor | São Paulo | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023

Legislação&Tributos SP

Congresso não
A
incapacidade de o Essa medida legislativa foi exercício das liberdades legítima dos seus sócios, irritar os parlamentares,
governo aceitar as adotada pelo Congresso, aliás até econômicas e no patrimônio dos colaboradores e investidores. apresentando o Projeto de Lei nº
leis em vigor, tardiamente, diante da extrema indivíduos”. O ressurgimento do voto de 2384/2023, que simplesmente
pode aceitar a soberanamente
editadas na
insatisfação dos contribuintes
com a forma que o voto de
Acresce que o artigo 19-E foi
aperfeiçoado pela Câmara no
qualidade por ato unilateral do
Poder Executivo foi um
reproduz a MP 1.160. Parece
deboche com os contribuintes e

volta do voto
legislatura anterior, tem qualidade vinha sendo usado e texto aprovado do Projeto de gravíssimo desrespeito à vontade seus representantes no
irritado os parlamentares e é abusado nos julgamentos do Lei nº 2337, de forma a deixar soberana do parlamento e um Legislativo.
uma das principais causas da Carf para confirmar autuações claro que em caso de empate, o golpe na segurança jurídica dos O Congresso precisa dar uma

de qualidade sua crise de relacionamento

com o Congresso Nacional —
crise que não vai terminar
fiscais formalizadas segundo a
cartilha de teses arrecadatórias
da Receita Federal, ao arrepio do
julgamento será resolvido em
favor do contribuinte, inclusive
sobre questões ditas acessórias,
contribuintes brasileiros.
E o pior, a pretensão de
espoliação dos particulares pela
resposta firme para o Executivo,
rejeitando o Projeto de Lei nº
2384/2023, deixando claro que
Opinião Jurídica enquanto não cessar a
arrogância que mascara um
texto legal, de orientações
anteriores do próprio Carf e da
como é o caso da atribuição de
responsabilidade tributária, e
mão de ferro do voto de
qualidade, viabilizador das teses
não tolerará a desobediência à
sua vontade soberana, expressa
revanchismo infantil de certos jurisprudência dos tribunais. questões processuais, como é o fazendárias construídas ao nas leis que produziu. O empate
Roberto Duque setores do Poder Executivo em
relação à agenda soberana do
Essa prática da administração
foi bem sintetizada pelo TRF-4 no
caso das pertinentes à
admissibilidade ou não de
arrepio da legalidade, se, por um
lado, proporcionou a expectativa
nas votações no Carf, seja sobre
que matéria for, deverá
Estrada parlamento.
O primeiro exemplo desse
acórdão da apelação cível nº
5009900-93.3017.4.04.7107, no
recursos pela Câmara Superior
do Carf, instância especial de
de arrecadar alguns bilhões para
as contas do governo, por outro
favorecer os contribuintes,
assegurando esse direito,
revanchismo surge em janeiro, emblemático caso Transpinho, julgamento. lado, paralisou totalmente o Carf inclusive, para os contribuintes
com a edição sorrateira da decidido pelo voto de qualidade: Pois bem. Decisões depois da péssima repercussão que tiveram seus processos
Medida Provisória nº 1.160, de “Diante de operações lícitas que empresariais tomadas com base da medida e das gravíssimas julgados pelo voto de qualidade
12 de janeiro de 2023, que venham sendo utilizadas pelos na expectativa de um desfecho consequências por ela causadas. na vigência da abjeta MP 1.160,
reintroduziu mecanismo de contribuintes como substitutas favorável diante dos julgamentos Com efeito, o Carf, já esvaziado em prestígio à isonomia e à
desempate de julgamentos do não tributadas, ou ainda menos que vinham sendo realizados, de pela retirada de pauta da segurança jurídica.
Carf — o voto de qualidade — onerosas, ou bem o legislador um momento para o outro, com esmagadora maioria dos
que havia sido legitimamente edita norma casuística proibindo a edição à sorrelfa da MP 1.160, processos, primeiro por decisões Roberto Duque Estrada é sócio da
revogado pelo parlamento. o emprego desse expediente tiveram que ser revertidas em judiciais, depois por rendição do Brigagão Duque Estrada, diretor da
Com efeito, o artigo 19-E da específico (ou ainda impedindo a sentido diametralmente oposto. Executivo, ainda ficou paralisado Associação Brasileira de Direito
Lei nº 10.522, de 2002, definiu economia pretendida), ou bem o Processos com julgamentos por um movimento grevista da Financeiro (ABDF) e membro do
que, em caso de empate nos Estado se conforma com o já iniciados no ano de 2022 representação fazendária, com a Conselho Diretor da Associação
julgamentos do Carf, o montante pago, não sendo abruptamente mudaram seu suspensão das suas atividades. Brasileira das Companhias Abertas
presidente fazendário das aceitável que o Fisco, a pretexto curso de direção. As empresas Suspensão essa que se prorroga (Abrasca)
turmas julgadoras não mais de reparar o que parece uma tiveram que reavaliar suas agora por inciativa fazendária
teria um duplo voto (o voto de injustiça fiscal aos seus olhos, contingências, constituir que, diante da cessação da Este artigo reflete as opiniões do autor,
qualidade), e os contribuintes desconsidere tal ’planejamento’, provisões, reduzir planos de vigência da MP 1.160, resolveu e não do jornal Valor Econômico.
teriam sua pretensão decidida porque é do Poder Legislativo, e investimento, redigir fatos pedir a retirada de pauta de O jornal não se responsabiliza e nem
de forma favorável, não da administração pública relevantes, inserir nos balanços todos os casos em que avaliou pode ser responsabilizado pelas
cancelando-se a exigência (por mais elevados que sejam os notas explicativas, tudo de uma haver risco de empate. informações acima ou por prejuízos
fiscal, em prestígio ao princípio seus propósitos), a competência hora para outra, sem aviso E o governo irredutível em sua de qualquer natureza em decorrência
in dubio pro contribuinte. para regular e interferir no prévio, destroçando a confiança posição fiscalista insiste em do uso dessas informações

AVISO DE LICITAÇÃO
A CDHU comunica às empresas interessadas a abertura da seguinte licitação:
PG 10.48.027 – Licitação nº 027/2023 – Contratação de sociedade de advogados
para prestação de serviços técnicos especializados nas áreas jurídicas da
advocacia em geral, em especial na advocacia contenciosa, visando defender os
interesses da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado
de São Paulo – CDHU, em ações judiciais movidas em face da CDHU relativas
aos contratos de financiamento e seus acessórios, unidades habitacionais e
regras de atendimento habitacional da CDHU, como também em ações movidas
em face da CDHU, ou eventualmente movidas pela CDHU, relativas às dívidas
fiscais e condominiais exclusivamente das unidades habitacionais, além de ações
movidas pela CDHU que visem ao recebimento de indenização securitária, em
todas as instâncias, de qualquer esfera (federal/estadual), e apoio especializado à
gestão. O edital completo estará disponível para download no site
www.cdhu.sp.gov.br a partir das 00h00min do dia 04/07/2023 – Esclarecimentos
até 30/08/2023 – Abertura: 06/09/2023 às 10h, na Rua Boa Vista, 170, Edifício
CIDADE I – 2º Subsolo – Auditório, Centro, São Paulo/SP.
ALPARGATAS S.A.
B3 LISTED N1
Companhia Aberta - Código CVM nº 10456
CNPJ/MF n 61.079.117/0001-05 - NIRE n 35300025270
ATA SUMÁRIA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
REALIZADA EM 20 DE JUNHO DE 2023
DATA, HORA E LOCAL: em 20 de junho de 2023, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital,
nos termos da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de março de
2022, conforme alterada (“Resolução CVM 81/2022”), na sede da Alpargatas S.A. (“Companhia”), na
Av. das Nações Unidas, nº 14.261, 10º andar, São Paulo, SP. MESA: André Corrêa Natal (Presidente)
e Adalberto Fernandes Granjo (Secretário). PUBLICAÇÕES E CONVOCAÇÃO: (i) Manual e Proposta
da Administração disponibilizados em 29 de maio de 2023, no website da CVM e da B3 S.A. - Brasil,
Bolsa, Balcão (“B3”) e no website da Companhia e na sua sede social, nos termos da legislação
aplicável; (ii) Edital de Convocação: (a) publicado em 29, 30 e 31 de maio de 2023 no jornal “Valor
Econômico”, e (b) disponibilizado em 29 de maio de 2023, no website da CVM, da B3, da Companhia
e na sua sede social; e (iii) adicionalmente, as orientações relativas à realização desta Assembleia de
forma exclusivamente digital constaram do Manual da Administração divulgado pela Companhia em
29 de maio de 2023, no website da CVM, da B3, da Companhia e na sua sede social. PRESENÇA:
Acionistas representando 96,82% (noventa e seis inteiros e oitenta e dois centésimos por cento) das
ações ordinárias, 50,14% (cinquenta inteiros e quatorze centésimos por cento) das ações preferenciais
e 73,34% (setenta e três inteiros e trinta e quatro centésimos por cento) do capital social total, conforme
habilitação nesta Assembleia, na forma da Resolução CVM 81/2022, configurando, assim, quórum
superior ao quórum legal de 1/4 (um quarto) do capital votante para instalação da Assembleia Geral
Extraordinária em Primeira Convocação, nos termos do artigo 125 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, conforme alterada (“Lei das S.A.”). INSTALAÇÃO: verificado o quórum legal, o Sr.
Presidente declarou instalada a Assembleia Geral Extraordinária. ORDEM DO DIA: (I) Deliberar
sobre a independência do membro do Conselho de Administração, Sr. Marcelo Pereira Lopes
de Medeiros, considerando o atendimento dos requisitos necessários para tal propósito, nos
termos da regulamentação aplicável. LEITURA DE DOCUMENTOS, RECEBIMENTO DE VOTOS
E LAVRATURA DA ATA: (I) a leitura dos documentos relacionados às matérias a serem deliberadas
nesta Assembleia Geral Extraordinária foi dispensada pela unanimidade dos acionistas presentes;
(II) foi autorizada a lavratura desta ata na forma de sumário e a sua publicação com omissão das
assinaturas da totalidade dos acionistas, nos termos do artigo 130, §1º e §2º, da Lei das S.A.; e (III)
os Acionistas conectados por meio da plataforma digital serão considerados presentes à Assembleia
e assinantes da respectiva Ata, nos termos do artigo 47, inciso III e §1º da Resolução CVM 81/2022.
Registra-se que, antes do início dos trabalhos, foram esclarecidos aos Srs. Acionistas pelo
Secretário todos os procedimentos pertinentes para a realização desta Assembleia executada
de forma exclusivamente digital. DELIBERAÇÕES TOMADAS: 1. Por unanimidade de votos,
conforme mapa de votação anexo, arquivado na sede da Companhia, aprovar, sem ressalvas, a
caracterização do Sr. Marcelo Pereira Lopes de Medeiros como membro independente do Conselho
de Administração da Companhia, nos termos do artigo 140, §2º, da Lei das S.A. e artigos 6º e 7º do
Anexo K à Resolução CVM nº 80, de 29 de março de 2022, conforme alterada (“Resolução CVM
80/2022”), em linha com a sua Declaração de Independência apresentada nos termos do artigo
7º, I, do Anexo K à Resolução CVM 80/2022. 1.1. Fica registrado que o membro do Conselho de
Administração ora caracterizado como independente assinará um novo Termo de Posse formalizando
a sua caracterização como membro independente do Conselho de Administração da Companhia e
manterá o prazo de seu mandato unificado com os demais membros do Conselho de Administração
da Companhia, ou seja, até a Assembleia Geral Ordinária da Companhia a ser realizada em 2024.
ENCERRAMENTO: nada mais havendo a tratar e ninguém desejando manifestar-se, encerraram-
se os trabalhos, lavrando-se esta ata, cuja leitura foi dispensada pela totalidade dos acionistas
presentes, foi assinada pelos membros da Mesa. ACIONISTAS PRESENTES POR MEIO DIGITAL:
SILVIO TINI DE ARAUJO; BONSUCEX HOLDING S.A.; ASCESE FUNDO DE INVESTIMENTO EM
ACOES; DYNAMO BRASIL I LLC; DYNAMO BRASIL III LLC; DYNAMO BRASIL V LLC; DYNAMO
BRASIL VI LLC; DYNAMO BRASIL VIII LLC; DYNAMO BRASIL IX LLC; DYNAMO BRASIL XIV LLC;
DYNAMO BRASIL XV LP; DYNAMO COUGAR MASTER - FIA; CAMBUHY ALPA HOLDING LTDA;
ALPA FUNDO DE INVESTIMENTO EM ACOES; ITAUSA S.A.
Aviso de Licitação
A PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA CAMPINA Torna Público que se encontra aberta a Licitação, na Modalidade
PREGÃO ELETRÔNICO - Tipo Menor Preço por Item, tendo como Objeto: AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEL: ÓLEO
DIESEL S10, ÓLEO DIESEL S500 E GASOLINA COMUM,conforme melhor especificado no Edital do Pregão
Eletrônico RP nº 054/2023 – Proc. Adm. Nº 2737/2023. Data e horário do recebimento das propostas: até às
13:30:00 horas do dia 13/07/2023. Data e horário do início da disputa: 13:30:01 horas do dia 13/07/2023; através
da LICITA - Licitações on line. Edital na integra disponível no Endereço Eletrônico https://www.novacampina.
sp.gov.br/ e www.licitanet.com.br, outras informações por meio do Fone (15) 3535-6100 - Sessão de Licitações.
LOCAWEB SERVIÇOS DE INTERNET S/A
CNPJ/MF nº 02.351.877/0001-52 - NIRE nº 35.300.349.482
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 08 de Maio de 2023
Data, Hora, Local: 08.05.2023, às 09hs, na sede social, Rua Itapaiúna, 2.434, São Paulo/SP. Presença: Totalidade
dos Membros. Mesa: Gilberto Mautner - Presidente, Rafael Chamas Alves - Secretário. Deliberações Aprovadas:
(i) com base na documentação examinada, nas declarações e esclarecimentos prestados pela Diretoria e pelos
auditores independentes da KPMG Auditores Independentes, cujo relatório será emitido sem ressalvas, bem como
nas declarações do próprio Comitê de Auditoria da Companhia que, asseverou recomendação favorável, aprovação
do 1º ITR/23 - 31.03.2023, nos termos do vigente Estatuto Social e em observância da superveniente legislação (que,
inclusive, poderá ser passível de eventuais apreciações/deliberações/ratificações no âmbito da AGO de Acionistas a
ser oportunamente realizada no próximo ano de 2024); (ii) autorização para a Diretoria, promoverem divulgações e
arquivamentos, junto aos competentes órgãos públicos anuentes, do 1º ITR/23 então substancialmente contemplado
nos pretensos termos do “Anexo I” ao presente ato solene; e, ainda, (iii) ficam os membros do Conselho de
Administração e da Diretoria autorizados a assinarem todos os documentos principais e acessórios, bem como a
praticarem todos os demais atos necessários às consecuções das deliberações aprovadas; e, ainda, ratificados todos
os correlatos atos então praticados pela Administração nos estritos termos supra. Encerramento: Nada mais. São
Paulo, 08.05.2023. Membros: Gilberto Mautner; Ricardo Gora; Andrea Gora Cohen; Claudio Gora; Flavio Benício
Jansen Ferreira; Carlos Elder Maciel de Aquino; Luiz Otavio Ribeiro; e, ainda, Manuela Vaz Artigas. JUCESP nº
235.547/23-2 em 07.06.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
ALPA
LEILÃO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
FERNANDO JOSE CERELLO G. PEREIRA, Leiloeiro(a) inscrito(a) na JUCESP sob o nº 844, com escritório à Alameda Santos, nº 787 – Conjunto 132, Bairro Jardim Paulista
– São Paulo/SP, devidamente autorizado pelo Credor Fiduciário ITAÚ UNIBANCO S/A, doravante designado VENDEDOR, inscrito no CNPJ sob n° 60.701.190/0001-04, com sede na Praça Alfredo Egydio de
Souza Aranha, n° 100, Torre Olavo Setúbal, na Cidade de São Paulo/SP, nos termos do Instrumento Particular de Venda e Compra de bem imóvel, Financiamento com Garantia de Alienação e Outras Avenças
de nº 10130516207, firmado em 29/08/2014, no qual figura como fiduciante(s) CLOVIS DA SILVA, brasileiro, assistente técnico, RG nº 13.459.642-0- SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 057.593.848-05,
e sua mulher MAGALY ZAMPIERI DA SILVA, brasileira, do lar, RG nº 20.977.076-4- SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 111.628.588-69, casados pelo regime da comunhão parcial de bens, na vigência da
Lei nº 6.515/77, residentes e domiciliados em São Paulo/SP, levará a PÚBLICO LEILÃO de modo Presencial e On-line, nos termos da Lei nº 9.514/97, artigo 27 e parágrafos, no dia 12 de julho de 2023,
às 15h00min, na Alameda Santos, nº 787 – Conjunto 132, Bairro Jardim Paulista - São Paulo/SP, em PRIMEIRO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 759.262,72 (setecentos e cinquenta
e nove mil, duzentos e sessenta e dois reais e setenta e dois centavos), o imóvel a seguir descrito, com a propriedade consolidada em nome do Credor Fiduciário, constituído pelo Apartamento nº 71,
localizado no 7º andar do bloco 06, integrante do Residencial Allegro, situado na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, nº 2.730, no 31º subdistrito Pirituba – Jardim Iris, em São Paulo - SP, contendo
a área real privativa coberta de 60,850 m², mais a área real comum coberta de 20,800 m², mais a área comum descoberta de 22,509 m², perfazendo a área real total de 104,159 m², dos quais 81,650
m² cobertos e 22,509 m² descobertos, correspondendo-lhe uma fração ideal de 0,2828% no terreno e nas demais coisas comuns do condomínio, possuindo uma vaga indeterminada para a guarda
de um veículo de passeio no estacionamento localizado no nível do terreno (descoberto) e nos 1º, 2º subsolos. Imóvel objeto da matrícula nº 135.720 do 16º Oficial de Registro de Imóveis de São
Paulo/SP. Obs. (i) Ocupado. Desocupação por conta do adquirente, nos termos do art. 30 da lei 9.514/97. Caso não haja licitante em primeiro leilão, fica desde já designado o dia 19 de julho de 2023,
às 15h00min, no mesmo local, para realização do SEGUNDO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 379.631,36 (trezentos e setenta e nove mil, seiscentos e trinta e um reais e trinta
e seis centavos). Todos os horários estipulados neste edital, no site do leiloeiro (www.megaleiloes.com.br), em catálogos ou em qualquer outro veículo de comunicação consideram o horário oficial de
Brasília-DF. O(s) devedor(es) fiduciante(s) será(ão) comunicado(s) na forma do parágrafo 2º-A do art. 27 da lei 9.514/97, incluído pela lei 13.465 de 11/07/2017, das datas, horários e locais da realização
dos leilões fiduciários, mediante correspondência dirigida aos endereços constantes do contrato, inclusive ao endereço eletrônico ou por edital, se aplicável, podendo o(s) fiduciante(s) adquirir sem
concorrência de terceiros, o imóvel outrora entregue em garantia, exercendo o seu direito de preferência em 1º ou 2º leilão, pelo valor da dívida, acrescida dos encargos e despesas, conforme estabelecido
no parágrafo 2º-B do mesmo artigo, ainda que, outros interessados já tenham efetuado lances, para o respectivo lote do leilão. O envio de lances on-line se dará exclusivamente através do site www.
megaleiloes.com.br, respeitado o lance mínimo e o incremento mínimo estabelecido, em igualdade de condições com os participantes presentes no auditório do leilão de modo presencial, na disputa pelo
lote do leilão, com exceção do devedor fiduciante, que poderá adquirir o imóvel preferencialmente em 1º e 2º leilão. Os interessados em participar do leilão de modo on-line, deverão se cadastrar no site
www.megaleiloes.com.br, e se habilitar acessando a página deste leilão, clicando na opção HABILITE-SE, com antecedência de até 01 (uma) hora, antes do início do leilão presencial, não sendo aceitas
habilitações após esse prazo. A venda será efetuada em caráter “ad corpus” e no estado de conservação em que se encontra. O proponente vencedor por meio de lance on-line ou presencial terá prazo
de 24 horas depois de comunicado expressamente pelo leiloeiro acerca da efetiva arrematação do imóvel, condicionada ao não exercício do direito de preferência pelo devedor fiduciante, para efetuar
o pagamento, por meio de transferência bancária, da totalidade do preço e da comissão do leiloeiro correspondente a 5% sobre o valor do arremate. A transferência bancária deverá ser realizada
por meio de conta bancária de titularidade do arrematante ou do devedor fiduciante, mantida em instituição financeira autorizada pelo BCB - Banco Central do Brasil. As demais condições
obedecerão ao que regula o Decreto n° 21.981 de 19 de outubro de 1.932, com as alterações introduzidas pelo Decreto n° 22.427 de 1° de fevereiro de 1.933, que regula a profissão de Leiloeiro Oficial.
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 012/2023/SEPLAG
PROCESSO Nº 0002228/2023 (SEPLAG-PRO-2023/02228)
A Superintendência de Licitações e Registro de Preços/SEPLAG torna público que
realizará licitação, tendo por objeto o Registro de Preços para futura e eventual
contratação de serviço especializado de agente integrador, para agenciamento
de estudantes do ensino médio, graduação e pós-graduação (lato e stricto
sensu), para preenchimento de bolsas de estágio, de natureza comum, para
atender as demandas dos Órgãos/Entidades do Poder Executivo do Estado de
Mato Grosso, conforme condições e exigências descritas no Edital e seus
anexos. LANÇAMENTO E ENVIO DA(S) PROPOSTA(S) NO SIAG: entre os dias
04/07/2023 a 18/07/2023, período integral, exceto quanto ao dia da abertura da
sessão, quando o horário máximo de aceitação será até as 08h45min - Horário
local de Cuiabá/MT (09h45min - Horário de Brasília/DF). ABERTURA DAS
PROPOSTAS E INÍCIO DA SESSÃO: no dia 18/07/2023 às 09h00min - Horário
local de Cuiabá/MT (10h00min - Horário de Brasília/DF), através do endereço:
http://aquisicoes.seplag.mt.gov.br. EDITAL E ADENDOS DISPONIBILIZADOS
NO: Portal de Aquisições: http://aquisicoes.seplag.mt.gov.br - dúvidas pelo
Sistema SIAG – tel. 0XX-65-3613-3718 ou 3613-3616 ou (65) 99281-4313.
Cuiabá-MT, 30 de junho de 2023.
Katiene Cetsumi Miyakawa Pinheiro
Secretária Adjunta de Aquisições Governamentais/SEPLAG
(Original assinado nos autos)
CCR S.A.
CNPJ/MF Nº. 02.846.056/0001-97 - NIRE Nº. 35.300.158.334 - COMPANHIA ABERTA
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 30 DE MAIO DE 2023
1. DATA, HORA E LOCAL: Em 30 de maio de 2023, às 10h00, na sede social da Companhia, localizada na Avenida
Chedid Jafet, nº. 222, Bloco B, 4º andar, bairro Vila Olímpia, CEP 04.551-065, São Paulo/SP. 2. PRESENÇA: Presente a
totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, juntamente com os demais membros da Dire-
toria xecutiva da Companhia presentes à reunião. 3. MESA: Presidente: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna e Se-
cretário: Pedro Paulo Archer Sutter. 4. ORDEM DO DIA: Deliberar sobre: (i) a aprovação da abertura de um novo pro-
grama de recompra de ações da Companhia, para manutenção em tesouraria, a fim de atender ao Plano de Incentivo
de Longo Prazo da CCR S.A., conforme aprovado em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 19 de abril de 2023,
podendo, ainda, serem mantidas em tesouraria, alienadas ou canceladas (“Programa de Recompra”); e (ii) a autoriza-
ção para que a Diretoria da Companhia ou seus respectivos procuradores tomem as providências e pratiquem os atos
necessários à implementação do Programa de Recompra. 5. DELIBERAÇÕES: Os Senhores Conselheiros, examinadas
as matérias constantes da ordem do dia, após debates e discussões, conforme previsto no artigo 17 do Estatuto Social
da Companhia e respectivos incisos, deliberaram aprovar, por unanimidade e sem ressalvas: (i) a abertura do novo Pro-
grama de Recompra, em conformidade com o disposto no artigo 30 da Lei nº 6.404/76 e na Resolução CVM nº 77/22,
autorizando a aquisição, pela Companhia, em uma única operação ou em uma série de operações, de até 3.200.000
ações ordinárias de sua própria emissão, de acordo com os termos, condições e características descritos no Anexo des-
ta ata, o qual reflete e abrange as informações exigidas pelo Anexo G da Resolução CVM nº 80/22; e (ii) a autoriza-
ção para que a Diretoria da Companhia ou seus respectivos procuradores tomem as providências e pratiquem os atos
necessários à implementação do Programa de Recompra, inclusive definir as oportunidades e as quantidades a serem
adquiridas, sempre dentro dos limites autorizados, tudo conforme termos e condições aprovados nesta reunião. 6. EN-
CERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presente ata, que, após lida
e aprovada, é assinada por todos os presentes, sendo que a certidão desta ata será assinada digitalmente, de acordo
com previsto no parágrafo 1º do artigo 10 da MP 2.200-2/01 e na alínea “c”, do §1º do artigo 5º, da Lei nº 14.063/20,
e levada a registro perante a Junta Comercial competente. São Paulo/SP, 30 de maio de 2023. Assinaturas: Ana Ma-
ria Marcondes Penido Sant’Anna, Presidente da Mesa e Pedro Paulo Archer Sutter, Secretário. Conselheiros: (1) Ana
Maria Marcondes Penido Sant’Anna; (2) Eduardo Bunker Gentil; (3) Eliane Aleixo Lustosa de Andrade; (4) Flávio Men-
des Aidar; (5) João Henrique Batista de Souza Schmidt; (6) José Guimarães Monforte; (7) Luiz Carlos Cavalcanti Du-
tra Junior; (8) Mateus Gomes Ferreira; (9) Roberto Egydio Setubal; (10) Vicente Furletti Assis; e (11) Wilson Nélio Bru-
mer. Certifico que a presente é cópia fiel do original lavrado em Livro próprio. Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna
- Presidente da Mesa - Assinado com Certificado Digital ICP Brasil, Pedro Paulo Archer Sutter - Secretário - Assina-
do com Certificado Digital ICP Brasil. JUCESP nº 258.242/23-1 em 26.06.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
- ANEXO - Informações sobre o Programa de Recompra (Anexo G da Resolução CVM 80/22)
1) Objetivos e efeitos econômicos esperados: O Programa de Recompra tem como objetivo a aquisição, pela
Companhia, de ações de sua própria emissão, para permitir o cumprimento de suas obrigações decorrentes do “Pla-
no de Incentivo de Longo Prazo” aprovado na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 19 de abril de
2023 (“Plano”). As ações adquiridas poderão, ainda, ser mantidas em tesouraria, alienadas ou canceladas pela Com-
panhia, sem redução do capital social. A Companhia não espera efeitos econômicos materiais em decorrência da im-
plementação do Programa de Recompra, considerando a quantidade máxima de ações que poderão ser recompradas
e, consequentemente, o seu dispêndio total de recursos. 2) Ações em circulação e em tesouraria: A Companhia
atualmente possui, previamente à implementação do Programa de Recompra, (i) 998.503.556 ações ordinárias em cir-
culação e (ii) 2.000 ações ordinárias mantidas em tesouraria. 3) Quantidade de ações a serem adquiridas: A
Companhia poderá adquirir até 3.200.000 ações ordinárias, representativas de até 0,1584% do total de ações de sua
emissão. 4) Principais características dos instrumentos derivativos que a companhia vier a utilizar, se
houver: Não aplicável. 5) Eventuais acordos ou orientações de voto existentes entre a Companhia e a
contraparte das operações, se houver: Não aplicável, pois as aquisições de ações serão realizadas em bolsa de
valores, nos pregões da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”). 6) Na hipótese de operações cursadas fora de
mercados organizados de valores mobiliários, informar, (a) o preço máximo (mínimo) pelo qual as
ações serão adquiridas (alienadas); e (b) se for o caso, as razões que justificam a realização da opera-
ção a preços mais de 10% (dez por cento) superiores, no caso de alienação, à média da cotação, pon-
derada pelo volume, nos 10 (dez) pregões anteriores: Não aplicável, pois todas as aquisições de ações serão
realizadas em bolsa de valores, nos pregões da B3, a preços de mercado. 7) Impactos que a negociação terá so-
bre a composição do controle acionário ou da estrutura administrativa da Companhia, se houver: A
implementação do Programa de Recompra não trará impactos à composição do controle acionário ou à estrutura admi-
nistrativa da Companhia. 8) Identificar as contrapartes, se conhecidas, e, em se tratando de parte relacio-
nada à companhia, tal como definida pelas regras contábeis que tratam desse assunto, fornecer ain-
da as informações exigidas pelo art. 9º da Resolução CVM nº 81, de 29 de março de 2022: Não apli-
cável, tendo em vista que as aquisições de ações serão realizadas em bolsa de valores, nos pregões da B3, a preços
de mercado. 9) Indicar a destinação dos recursos auferidos, se for o caso: Não aplicável, tendo em vista
que o objeto do Programa de Recompra consiste na aquisição, pela Companhia, de ações sua própria emissão. 10)
Prazo máximo para a liquidação das operações autorizadas: O prazo máximo para a aquisição das ações
objeto do Programa de Recompra é de 18 (dezoito) meses, contados a partir da data de aprovação do Programa de
Recompra pelo Conselho de Administração. 11) Identificar instituições que atuarão como intermediárias,
se houver: As aquisições de ações da Companhia no âmbito do Programa de Recompra poderão ser intermediadas
pelas seguintes instituições: (a) BTG Pactual Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A., inscrita no CNPJ/ME sob
n.º 43.815.158/0001-22, com sede Av. Brigadeiro Faria Lima, 3477, 14º andar, Parte, Itaim Bibi, São Paulo/SP, CEP
04538-133; e (b) Itaú Corretora de Valores S.A., inscrita no CNPJ/ME sob o nº 61.194.353/0001-64, com sede na Av.
Brigadeiro Faria Lima, 3500, 10º andar, Parte, Itaim Bibi, São Paulo/SP, CEP 04538-132. 12) Especificar os recur-
sos disponíveis a serem utilizados, na forma do art. 8º, § 1º, da Resolução CVM nº 77, de 29 de mar-
ço de 2022: As aquisições de ações realizadas no âmbito do Programa de Recompra terão como contrapartida o
saldo da Reserva Estatutária para Equalização de Dividendos e Investimentos da Companhia, conforme prevista em
seu Estatuto Social. A continuidade da existência de recursos disponíveis para lastrear tais aquisições será verifica-
da pela administração, previamente à consumação das operações, com base nas demonstrações contábeis anuais,
intermediárias ou trimestrais mais recentes divulgadas pela Companhia. 13) Razões pelas quais os membros
do conselho de administração se sentem confortáveis de que a recompra de ações não prejudicará
o cumprimento das obrigações assumidas com credores nem o pagamento de dividendos obriga-
tórios, fixos ou mínimos: Os membros do Conselho de Administração entendem que a situação financeira atual
da Companhia é compatível com a execução do Programa de Recompra nas condições aprovadas, não sendo vis-
lumbrado nenhum impacto no cumprimento das obrigações assumidas com credores nem no pagamento do even-
tual dividendo mínimo obrigatório. Esta conclusão resulta da avaliação do potencial montante financeiro a ser em-
pregado no Programa de Recompra quando comparado com (i) o nível de obrigações assumidas com credores; (ii) o
montante disponível em caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras da Companhia; e (iii) a expectativa de
geração de caixa pela Companhia ao longo do período de execução do Programa de Recompra.

FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ
CNPJ nº 11.513.961/0001-16
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 003/2023
Comunicamos que está aberta a Licitação (Pregão Eletrônico nº 003/2023) pelo tipo Menor Preço Global. Objeto: contratação de empresa
para fornecimento de passagens aéreas para participação de comitiva para o XXV ENCOB-Encontro Nacional de Comitês de Bacias
Hidrográficas, que contará com a presença de 40 membros dos Comitês, dentre eles, membros das Câmaras Técnicas dos Comitês PCJ,
dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Agência das Bacias PCJ. Esta licitação será realizada nos dias 04 de julho de 2023 e 14 de julho de
2023 pelo sistema eletrônico e-licitações do Banco do Brasil, com acesso em www.licitacoes-e.com.br. O Edital completo encontra-se à
disposição no site www.agencia.baciaspcj.org.br e no site www.comitespcj.org.br.
Eduardo Massuh Cury - Pregoeiro. Sergio Razera - Diretor-Presidente.
LOCAWEB SERVIÇOS DE INTERNET S.A.
Companhia Aberta com Capital Autorizado - CNPJ/ME nº 02.351.877/0001-52 - NIRE nº 35.300.349.482
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 03 de Maio de 2023
Data, Hora, Local: 03.05.2023, às 16h, na sede social, Rua Itapaiúna, nº 2.434, São Paulo/SP. Presença: Totalida-
de dos membros. Mesa: Gilberto Mautner - Presidente, Ricardo Gora - Secretário. Deliberações Aprovadas: (1)
Eleição, até a data de realização da próxima Assembleia Geral de Acionistas, da Sra. Manuela Vaz Artigas, brasileira,
solteira, economista, RG 251445616 SSP/SP, CPF/ME 176.006.338-09, residente em São Paulo/SP, para o cargo efetivo
e estatutário de Membro Independente do Conselho de Administração, permanecerá em tal cargo com mandato para
servir até que sua eleição seja definitivamente deliberada na próxima Assembleia Geral. Toma posse, mediante assina-
tura do respectivo Termo de Posse. A Companhia recebeu, demais declarações legais por parte da Conselheira, onde
a mesma declara não estar impedida para o exercício de suas funções e/ou atividades mercantis; (2) fica a Diretoria
autorizados a assinar todos os documentos e a praticar quaisquer atos decorrentes das deliberações aprovadas. En-
cerramento: Nada mais. São Paulo, SP, 03.05.2023. Membros: Gilberto Mautner; Ricardo Gora; Claudio Gora; Andrea
Gora Cohen; Flavio Benício Jansen Ferreira; Carlos Elder Maciel de Aquino; Luiz Otavio Ribeiro; e, ainda, Manuela Vaz
Artigas (ora eleita neste ato solene). JUCESP nº 226.983/23-7 em 02.06.2023, Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
CCR S.A.
CNPJ/MF Nº. 02.846.056/0001-97 - NIRE Nº. 35.300.158.334 - COMPANHIA ABERTA
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 26 DE ABRIL DE 2023
1. DATA, HORA E LOCAL: Em 26 de abril de 2023, às 16h00, na sede social da Companhia, localizada na Avenida
Chedid Jafet, nº. 222, Bloco B, 4º Andar, bairro Vila Olímpia, CEP 04.551-065, São Paulo/SP. 2. PRESENÇA: Presente a
totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, juntamente com os demais membros da
Diretoria Executiva da Companhia presentes à reunião. 3. MESA: Presidente: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna
e Secretário: Pedro Paulo Archer Sutter. 4. ORDEM DO DIA: Deliberar sobre: (i) a aprovação do Programa de Incentivo
de Longo Prazo da CCR S.A. – 2023 (“Programa”), no âmbito do seu Plano de Incentivo de Longo Prazo aprovado em
Assembleia Geral Extraordinária realizada em 19 de abril de 2023 (“Plano”), contendo os termos e condições para a
realização de outorgas de Ações Restritas; e (ii) a realização das outorgas individuais de Ações Restritas no âmbito do
Programa, considerando a relação dos Participantes, a quantidade de Ações Restritas, a sua divisão entre Ações de
Retenção e Ações de Performance e demais termos e condições aplicáveis. 5. DELIBERAÇÕES: Os Senhores
Conselheiros, examinadas as matérias constantes da ordem do dia, após debates e discussões, conforme previsto no
artigo 17 do Estatuto Social da Companhia e respectivos incisos, deliberaram: (i) aprovar, por unanimidade de votos
dos membros presentes, os termos e condições do Programa, nos termos do documento que fica arquivado na sede da
Companhia; e (ii) aprovar, por unanimidade de votos dos membros presentes, a realização das outorgas individuais de
Ações Restritas no âmbito do Programa, considerando a relação dos Participantes, a quantidade de Ações Restritas, a
sua divisão entre Ações de Retenção e Ações de Performance e demais termos e condições aplicáveis, conforme a lista
anexa ao Programa, que fica arquivada na sede da Companhia. 6. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi
encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, é assinada por todos os presentes,
sendo que a certidão desta ata será assinada digitalmente, de acordo com previsto no parágrafo 1º do artigo 10 da
MP 2.200-2/2001 e na alínea “c”, do §1º do artigo 5º, da Lei nº 14.063/2020, e levada a registro perante a Junta
Comercial competente. São Paulo/SP, 26 de abril de 2023. Assinaturas: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna,
Presidente da Mesa e Pedro Paulo Archer Sutter, Secretário. Conselheiros: (1) Ana Maria Marcondes Penido
Sant’Anna; (2) Eduardo Bunker Gentil; (3) Eliane Aleixo Lustosa de Andrade; (4) Flávio Mendes Aidar; (5) João
Henrique Batista de Souza Schmidt; (6) José Guimarães Monforte; (7) Luiz Carlos Cavalcanti Dutra Junior; (8) Mateus
Gomes Ferreira; (9) Roberto Egydio Setubal; (10) Vicente Furletti Assis; e (11) Wilson Nélio Brumer. Certifico que a
presente é cópia fiel do original lavrado em Livro próprio. Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna - Presidente da
Mesa - Assinado com Certificado Digital ICP Brasil, Pedro Paulo Archer Sutter - Secretário - Assinado com Certificado
Digital ICP Brasil. JUCESP nº 258.109/23-3 em 26.06.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
 São Paulo | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023 | Valor | E3

BANCO PAN S.A.

C m A CN NR
ATA DA ASSEMB E A GERA ORD NÁR A E EXTRAORD NÁR A REA ZADA EM 28 DE ABR DE 2023
Data, Hora, Local: 28.04.2023, às 10h30min, na sede, Avenida Paulista, nº 1.374, 16º andar, São Paulo/SP. Convocação: Edital publicado nos dias 1, 2 e 3 (em conjunto), 4 e irá substituir o Diretor ausente ou impedido. Artigo 29 - Em caso de vacância definitiva de um ou mais Diretores, será convocada reunião do Conselho de Administração, na qual será
5.04.2023 do jornal Valor Econômico, nas páginas E4, E2 e E2, respectivamente. Presença: Em AGO, os acionistas representantes de 87,22% do capital social total da Companhia, sendo eleito o Diretor ou Diretores, cujo(s) cargo(s) ficou(aram) vago(s), para completar o mandato do Diretor ou Diretores substituído(s). Artigo 30 - Para os fins dos artigos 2º e 39, §1º, os
99,99% do capital com direito a voto e 73,56% do capital social sem direito a voto; e em AGE, os acionistas representantes de 87,22% do capital social total da Companhia, sendo Diretores reunir-se-ão, mediante convocação de um ou mais Diretores com antecedência mínima de 1 hora, por escrito, por meio de carta, telegrama, e-mail ou qualquer forma que
99,99% do capital com direito a voto e 73,56% do capital social sem direito a voto. Participaram por videoconferência, para os fins do disposto nos artigos 134, § 1º e 164, da Lei das permita a comprovação do recebimento da convocação pelo destinatário, a qual deverá conter a ordem do dia e ser acompanhada de documentação relativa à ordem do dia, sendo
S.A., o Sr. Dermeval Bicalho Carvalho, Diretor de Controladoria e Compliance da Companhia; o Sr. Fabio de Barros Pinheiro, Presidente do Comitê de Auditoria da Companhia; e as Sras. instalada a reunião da Diretoria com a presença de, no mínimo, 4 membros. §1º - Os Diretores podem participar das reuniões da Diretoria na forma prevista no artigo 24, §4º, deste
Tatiana Fernandes Kagohara Gueoguiev e Izabelle Buson, representantes da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes (“Auditores Independentes”). Mesa: Presidente: Inácio Estatuto Social. §2º - Independentemente das formalidades previstas neste artigo, será considerada regular a reunião da Diretoria a que comparecerem a totalidade de seus membros.
Reis Caminha. Secretário: Gabriel Gustavo de Camargo. Deliberações Aprovadas: Em AGO: (i) As Demonstrações Contábeis relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2022, Artigo 31 - Os Diretores deliberarão sempre por maioria de votos dos presentes e, em caso de empate, o Diretor Presidente, além do voto pessoal, terá o voto de desempate. § Único
incluindo as Notas Explicativas, o Relatório da Administração e o Parecer dos Auditores Independentes da Companhia, divulgados na edição do dia 27.02.2023 do jornal Valor - As deliberações tomadas pelos Diretores serão transcritas em atas, lavradas no livro competente. Artigo 32 - Além das atribuições fixadas em lei e na regulamentação aplicável,
Econômico, nas páginas E7 até E14; (ii) A destinação do lucro líquido do exercício, no valor de R$ 706.107.960,56, da seguinte forma: (a) R$ 35.305.398,03, destinados à conta de compete: I) ao Diretor Presidente, além das demais atribuições e funções que lhe sejam fixadas pelo Conselho de Administração: (a) coordenar as atividades e negócios da Companhia;
Reserva Legal; (b) R$ 350.802.462,75, destinados à conta de Reserva para Integridade do Patrimônio Líquido; e (c) R$ 320.000.099,78, a título de Juros Sob Capital Próprio (“JCP”), (b) secretariar as Assembleias Gerais e presidir as reuniões da Diretoria, bem como fazer cumprir as deliberações nelas tomadas; (c) orientar as atividades dos demais Diretores; (d)
pagos em 24.01.2023, conforme aprovado em Reunião do Conselho de Administração de 21.12.2022, bem como a ratificação da imputação dos JCP, aos dividendos mínimos atribuir outras funções aos Diretores da Companhia, observadas as disposições deste Estatuto Social; e (e) indicar entre os Diretores aquele que irá substituir o Diretor ausente ou
obrigatórios, conforme prevê o Estatuto Social da Companhia. (iii) Os acionistas titulares de ações preferenciais sem direito a voto de emissão da Companhia, manifestaram-se no impedido. II) ao Diretor de Controladoria e Compliance, além das demais atribuições e funções que lhe sejam fixadas pelo Conselho de Administração, ou pelo Diretor Presidente
sentido de votar em separado para eleger membro do Conselho de Administração, na forma do disposto no art. 141, § 4°, inciso II da Lei das S.A. Assim, pela maioria apurada dos votos conforme a alínea “d” do inciso I, deste artigo 32 do Estatuto Social: (a) assegurar a qualidade e integridade dos relatórios financeiros; (b) supervisionar e coordenar a área de
dos acionistas titulares de ações preferenciais, excluídos os acionistas controladores, conforme mapa de votação da AGOE, é eleito por indicação dos acionistas minoritários titulares de contabilidade; e (c) zelar pela qualidade, adequação e efetividade dos sistemas de controles externos e internos. III) ao Diretor que exercer ou cumular o cargo de Diretor de Relações
ações preferenciais, com abstenção dos acionistas controladores, com prazo de mandato de acordo com o disposto no Estatuto Social da Companhia, o Sr. Marcelo Adilson Tavarone com Investidores, além das demais atribuições e funções que lhe sejam fixadas pelo Conselho de Administração, ou pelo Diretor Presidente, conforme a alínea “d” do inciso I, deste
Torresi, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 10.364.287-0 SSP/SP, CPF/MF nº 117.512.988-76, residente em São Caetano do Sul/SP, para o cargo de Membro Independente do Conselho artigo 32 do Estatuto Social: (a) coordenar, administrar, dirigir e supervisionar o trabalho de relações com investidores, bem como representar a Companhia perante acionistas,
de Administração. Deliberaram pela eleição dos seguintes membros do Conselho de Administração da Companhia, todos com prazo de mandato de acordo com o disposto no Estatuto investidores, analistas de mercado, CVM, Bolsas de Valores e os demais órgãos de regulação e instituições relacionados às atividades desenvolvidas pela Companhia, no Brasil e no
Social da Companhia: Roberto Balls Saloutti, brasileiro, casado, economista, RG nº 17.035.489-1 SSP/SP, CPF/MF nº 135.962.478-37, para o cargo de Presidente do Conselho de exterior; (b) prestar informações ao público investidor, à CVM e às Bolsas de Valores; e (c) manter atualizado o registro de companhia aberta. IV) aos Diretores sem designação
Administração; André Santos Esteves, brasileiro, casado, analista de sistemas, RG nº 07767022-2 IFP/RJ, CPF/MF nº 857.454.487-68, com endereço comercial em São Paulo/SP, para específica, exercer as atribuições que lhes sejam atribuídas pelo Conselho de Administração ou, conforme a alínea “d” do inciso I, deste artigo 32 do Estatuto Social, pelo Diretor
o cargo de Membro Efetivo do Conselho de Administração; Alexandre Camara e Silva, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº CO502810 DPF/RJ, CPF/MF sob o nº 033.942.227-01, Presidente. V) compete ainda à Diretoria definir as diretrizes e normas acerca da participação dos empregados nos lucros da Companhia. Artigo 33 - Os Diretores, observado o disposto
para o cargo de Membro Efetivo do Conselho de Administração; André Fernandes Lopes Dias, brasileiro, casado, administrador, RG nº 09692397-4 IFP/RJ, CPF/MF nº 038.107.417- no §1º abaixo, têm amplos poderes de administração e gestão dos negócios sociais, podendo praticar quaisquer atos e deliberar sobre quaisquer matérias relacionadas com o objeto
01, para o cargo de Membro Efetivo do Conselho de Administração; Sergio Cutolo dos Santos, brasileiro, em união estável, economista, RG nº 5.680.962-1 SSP/SP, CPF/MF nº social, bem como adquirir, alienar e onerar bens móveis e imóveis, contrair obrigações, celebrar contratos, transigir e renunciar a direitos, ressalvados os atos que dependem de
057.187.911-04, para o cargo de Membro Efetivo do Conselho de Administração; Fabio de Barros Pinheiro, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 428.391 SSP/DF, CPF/MF nº autorização do Conselho de Administração ou da Assembleia Geral. §1º - Em todos os atos ou instrumentos que criem, modifiquem ou extingam obrigações da Companhia, ou
275.497.201-34, para o cargo de Membro Independente do Conselho de Administração; e Maíra Habimorad, brasileira, solteira, empresária, RG n° 29934800-3 SSP/SP, CPF/MF nº impliquem em assunção de responsabilidade ou renúncia a direitos, a Companhia será representada (a) por quaisquer 2 Diretores, agindo em conjunto, (b) por 1 Diretor em conjunto
298.284.208-48, para o cargo de Membro Independente do Conselho de Administração, todos com endereço comercial em São Paulo/SP. Os conselheiros ora eleitos preenchem as com 1 procurador com poderes especiais, ou (c) por 2 procuradores com poderes especiais. §2º - Nos casos previstos no §1º acima, a Companhia poderá ser, excepcionalmente,
condições prévias de elegibilidade previstas na legislação aplicável em vigor e tomarão posse em seus cargos após a homologação de suas eleições pelo Banco Central do Brasil representada por 1 único Diretor ou procurador com poderes especiais, desde que assim autorizado pela maioria dos Diretores. §3º - A Companhia será, ainda, representada por 1 único
(“BCB”), mediante assinatura do termo de posse lavrado em livro próprio, com a previsão expressa da declaração de desimpedimento e dos demais documentos pertinentes para posse Diretor ou procurador com poderes especiais, sem a necessidade de autorização pela maioria dos Diretores (a) perante órgãos, repartições e entidades públicas, federais, estaduais ou
como Membros do Conselho de Administração da Companhia, documentos estes que serão anexados à presente ata e, após os registros necessários, ficarão arquivados na sede da municipais; (b) perante entidades de classe, sindicatos e Justiça do Trabalho, para a admissão, suspensão ou demissão de empregados e para acordos trabalhistas, bem como para
Companhia. Em AGE: (iv) A fixação da remuneração global anual dos Administradores da Companhia para o exercício de 2023, independentemente do ano em que os valores forem atuação como prepostos ou para a nomeação destes; (c) para representação da Companhia em processos judiciais, administrativos e arbitrais, ou para a prestação de depoimento
efetivamente pagos, no montante de até R$ 36.604.675,00, bem como a ratificação da remuneração global dos administradores do exercício de 2022, conforme proposta validada pelo pessoal, preposto ou testemunha; (d) em endossos de cheques ou títulos de crédito unicamente para fins de depósito nas contas da Companhia e na emissão de duplicatas ou
Conselho de Administração e Comitê de Remuneração do Banco PAN. (v) A alteração do Estatuto Social da Companhia, para refletir: (v.i) o cancelamento das ações preferenciais já cobranças; e (e) para assinatura de correspondências de rotina, que não impliquem responsabilidade para a Companhia. Artigo 34 - As procurações em nome da Companhia serão
mantidas em tesouraria, sem a efetiva redução do capital social, que foram objeto de aquisição pela Companhia, resultantes das aquisições de ações preferenciais realizadas pelo Banco outorgadas por 2 Diretores em conjunto, e (a) especificarão os poderes outorgados; (b) terão prazo de duração de, no máximo, 1 ano; e (c) vedarão o substabelecimento, ressalvadas
PAN no âmbito do Programa de Recompra de Ações aprovado pelo Conselho de Administração em 9.05.2022 (“Programa de Recompra”). Neste sentido, o caput do art. 5º do Estatuto as procurações para representação da Companhia em processos judiciais, administrativos ou arbitrais, que poderão ser outorgados sem as restrições contidas nos itens (b) e (c) deste
Social da Companhia possará a ter a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 5.928.320.482,90, representado por 1.273.199.269 artigo. Artigo 35 - É vedado a qualquer dos membros da Diretoria a prática de atos de liberalidade às custas da Companhia e a prática de atos estranhos ao objeto social da
ações, sendo 657.560.635 ações ordinárias e 615.638.634 ações preferenciais, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal.” (v.ii) o prazo mínimo para depósito de documentos Companhia, permitida a concessão de avais, fianças e outras garantias, em nome da Companhia, desde que pertinentes ao objeto social e observadas as disposições deste Estatuto
pelos acionistas na sede social da Companhia, para fins de participação em assembleia geral, conforme as novas disposições do art. 6º, §1º e §3º da Resolução da Comissão de Valores Social. Capítulo V - Conselho Fiscal: Artigo 36 - A Companhia terá um Conselho Fiscal de funcionamento não permanente, composto de 3 a 5 membros efetivos e igual número
Mobiliários (“CVM”) nº 81/22. Neste sentido, o caput do art. 14 do Estatuto Social é alterado. (v.iii) o prazo do mandato unificado dos membros do Conselho de Administração da de suplentes, acionistas ou não, residentes no país, eleitos pela Assembleia Geral, que lhes fixará a remuneração, sendo permitida a sua reeleição. Artigo 37 - O Conselho Fiscal da
Companhia para 1 ano, inclusive em relação ao presente mandato, ficando alterado o caput do art. 21 do Estatuto Social. (v.iv) refletir a estrutura de gerenciamento de riscos do Banco Companhia funcionará nos exercícios sociais em que os acionistas solicitarem a sua instalação, nos termos da legislação e regulamentação vigente aplicável. §1º - Caso o Conselho
PAN, nos termos da Resolução BCB nº 4.557/17, com alteração das alíneas (c), (d) e (t) do art. 25 do Estatuto Social da Companhia. (v.v) atualização da redação do art. 40 do Estatuto Fiscal seja instalado, o mandato vigorará até a Assembleia Geral Ordinária que se realizar no ano imediatamente subsequente à sua eleição. §2º - A investidura dos membros do
Social, com o objetivo de adequá-lo ao disposto na regulamentação vigente em relação ao Comitê de Auditoria, quais sejam a Resolução CMN nº 4.910/21 e a Resolução CVM nº 23/21. Conselho Fiscal em seus cargos far-se-á por termo lavrado e assinado em livro próprio. Os conselheiros fiscais deverão, imediatamente após a posse no cargo, comunicar à B3 a
(v.vi) atualizar a redação do Estatuto Social ao Regulamento de Listagem do Nível 1 da B3 vigente, modificando a alínea (c) do art. 52 do Estatuto Social da Companhia. (vi) A quantidade e as características dos valores mobiliários de emissão da Companhia de que sejam titulares, direta ou indiretamente, inclusive seus derivativos. Artigo 38 - Os membros
Consolidação do Estatuto Social. Encerramento: Nada mais. São Paulo, 28.04.2023. Mesa: Presidente: Inácio Reis Caminha. Secretário: Gabriel Gustavo de Camargo. Demais do Conselho Fiscal têm suas atribuições conferidas pela lei. Nos casos de impedimentos, ausências ou vacância, os membros do Conselho Fiscal serão substituídos pelos respectivos
Participantes: Dermeval Bicalho Carvalho, Diretor de Controladoria e Compliance da Companhia; Fabio de Barros Pinheiro, Presidente do Comitê de Auditoria da Companhia; e Tatiana suplentes, obedecida a ordem de nomeação. Capítulo VI - Ouvidoria: Artigo 39 - A Companhia terá uma Ouvidoria, nos termos da regulamentação vigente, cuja finalidade é
Fernandes Kagohara Gueoguiev e Izabelle Bunson, representantes dos Auditores Independentes. JUCESP nº 248.100/23-3 em 22.06.2023, Maria Cristina Frei - Secretária Geral. assegurar a estrita observância das normas legais e regulamentares relativas aos direitos do consumidor, bem como atuar como canal de comunicação entre a Companhia e seus
Estatuto Social Consolidado - Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto e Duração - Denominação: Artigo 1º - O Banco Pan S.A. (“Companhia”) é uma instituição clientes, inclusive na mediação de conflitos. §1º - O Ouvidor será eleito pela Diretoria da Companhia para um mandato de 12 meses, permitida a reeleição, e deverá ter (a) formação
financeira constituída sob a forma de S/A que se rege por este Estatuto Social e pelas disposições legais e regulamentares em vigor que lhe forem aplicáveis. § Único - Com a em nível superior e (b) comprovada aptidão em exame de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica. §2º - O Ouvidor poderá ser destituído por maioria
Companhia listada no segmento especial denominado Nível 1 de Governança Corporativa (“Nível 1”) da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), sujeitam-se a Companhia, seus acionistas, de votos da Diretoria a qualquer tempo na hipótese de apresentar desempenho aquém do esperado na execução de suas atribuições. Em caso de destituição, deverá ser eleito um
administradores e membros do Conselho Fiscal, quando instalado, às disposições do Regulamento de Listagem do Nível 1 de Governança Corporativa da B3 (“Regulamento do Nível Ouvidor substituto. §3º - O Ouvidor terá atuação independente e segregada das áreas de auditoria interna, produtos e serviços, gestão de riscos e Compliance, bem como não poderá
1”). Sede - Artigo 2º - A Companhia tem sede e foro na cidade de São Paulo/SP, e poderá, por deliberação da Diretoria, abrir, manter e fechar filiais, sucursais, agências e escritórios desempenhar outra função na Companhia, salvo na hipótese de vir a ocupar o cargo de Diretor responsável pela Ouvidoria, caso referida atribuição não seja de competência de outra
em qualquer parte do território nacional, e por deliberação do Conselho de Administração, em qualquer parte do território internacional, observadas as disposições legais e diretoria da Companhia. Nesse caso, não poderá o Ouvidor desempenhar qualquer outra função na Companhia. §4º - O Ouvidor deverá atuar com transparência, independência,
regulamentares em vigor. Objeto - Artigo 3º - A Companhia tem por objeto social: (a) a prática de operações ativas, passivas e acessórias inerentes às respectivas carteiras imparcialidade e isenção, devendo a Companhia providenciar as condições adequadas para que a atuação do Ouvidor se dê na forma prevista no presente Estatuto. §5º - A Ouvidoria
autorizadas (comercial e de crédito, financiamento e investimentos, inclusive câmbio); (b) a administração de carteiras de investimentos, de acordo com as disposições legais e terá as seguintes atribuições: (a) atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal e adequado, prestando atendimento de última instância, às reclamações dos clientes e
regulamentares em vigor; e (c) a participação como acionista ou sócio, em outras sociedades ou empreendimentos. Duração - Artigo 4º - O prazo de duração da Companhia é usuários de produtos e serviços da Companhia, que não forem solucionadas pelo atendimento habitual realizado por seus pontos ou canais de atendimento; (b) prestar os
indeterminado. Capítulo II - Capital Social e Ações - Capital Social: Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 5.928.320.482,90, representado esclarecimentos necessários e dar ciência aos demandantes acerca do andamento de suas demandas e das providências adotadas; (c) informar aos demandantes o prazo estimado para
por 1.273.199.269 ações, sendo 657.560.635 ações ordinárias e 615.638.634 ações preferenciais, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal. §1º - Todas as ações da Companhia resposta final, o qual não pode ultrapassar o prazo indicado na regulamentação em vigor; (d) encaminhar resposta conclusiva aos demandantes até o prazo informado na
são mantidas em conta de depósito, em nome de seus titulares, junto a instituição financeira depositária autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), sem emissão de regulamentação em vigor; (e) manter o Conselho de Administração informado sobre as atividades da Ouvidoria, bem como as questões e deficiências detectadas no cumprimento de
certificados. A instituição financeira depositária poderá cobrar diretamente dos acionistas o custo do serviço de transferência e averbação da propriedade das ações escriturais, bem suas atribuições e o resultado das medidas adotadas pelos administradores da instituição para solucioná-las; e (f) elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao Comitê de Auditoria e
como o custo dos serviços relativos às ações custodiadas, observados os limites máximos fixados pela CVM. §2º - Fica vedada a emissão de partes beneficiárias pela Companhia. Ações ao Conselho de Administração, ao final de cada semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atuação da Ouvidoria. (g) divulgar, semestralmente, no sítio eletrônico da
- Artigo 6º - Cada ação ordinária confere a seu titular o direito a um voto nas deliberações da Assembleia Geral da Companhia. § Único - As ações ordinárias terão asseguradas as Companhia, as informações relativas às atividades desenvolvidas pela Ouvidoria, inclusive os dados referentes à avaliação da qualidade do atendimento prestado aos clientes e
seguintes vantagens: (a) direito de alienar as ações, nas mesmas condições asseguradas ao acionista controlador da Companhia, no caso de alienação, direta ou indireta, a título usuários. §6º - O Ouvidor terá acesso às informações necessárias para elaboração de respostas adequadas aos demandantes, apoio administrativo e direito de solicitar informações e
oneroso, do controle da Companhia, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas (tag along); e (b) direito de alienar as ações em oferta pública a documentos para desempenhar as demais atribuições previstas no presente Estatuto. §7º - O componente de Ouvidoria da Companhia será compartilhado com as sociedades
ser realizada pelo acionista controlador da Companhia, em caso de cancelamento do registro de companhia aberta ou de descontinuidade de listagem no Nível 1 da B3 (exceto se para controladas diretamente pela Companhia, nos termos da regulamentação vigente. Capítulo VII - Do Comitê de Auditoria: Artigo 40 - A Companhia terá um Comitê de Auditoria,
outro segmento de listagem da B3), pelo seu valor econômico, apurado mediante laudo de avaliação elaborado por empresa especializada e independente quanto ao poder de decisão composto por 3 membros, conforme artigo 41 deste Estatuto, com mandato de 5 anos, nomeados e destituídos pelo Conselho de Administração, devendo 1 deles ser designado
da Companhia, seus administradores e/ou acionistas controladores. Artigo 7º - As ações preferenciais não terão direito a voto, sendo-lhes asseguradas as seguintes preferências e Presidente do Comitê de Auditoria, 1 deles possuir comprovado conhecimento na área de contabilidade societária, e 1 deles ser membro do Conselho de Administração da Companhia
vantagens: (a) prioridade no reembolso do capital social, sem prêmio; (b) direito de alienar as ações, nas mesmas condições asseguradas ao acionista controlador da Companhia, no e não participante da Diretoria. §1º - O Comitê de Auditoria reunir-se-á, ordinariamente, mensalmente, e, extraordinariamente, a qualquer tempo, sempre que necessário ou por
caso de alienação, direta ou indireta, a título oneroso, do controle da Companhia, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas (tag along); e (c) solicitação de qualquer um dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho de Administração. §2º - Os membros do Comitê de Auditoria somente poderão voltar a integrá-lo após
direito de alienar as ações em oferta pública a ser realizada pelo acionista controlador da Companhia, em caso de cancelamento do registro de companhia aberta ou de descontinuidade decorridos, no mínimo, 3 anos do término de seu mandato. §3° - Os membros do Comitê de Auditoria farão jus à remuneração distribuída pelo Conselho de Administração. O membro
de listagem das Ações no Nível 1 da B3 (exceto se para outro segmento de listagem da B3), pelo seu valor econômico, apurado mediante laudo de avaliação elaborado por empresa do Comitê de Auditoria que também exercer o cargo de membro do Conselho de Administração da Companhia receberá remuneração relativa a um dos cargos, em conformidade com
especializada e independente quanto ao poder de decisão da Companhia, seus administradores e/ou acionistas controladores. § Único - Os acionistas poderão, a qualquer tempo, a Política de Remuneração dos Administradores da Companhia. §4º - Os membros do Comitê de Auditoria podem participar das reuniões do Comitê de Auditoria na forma prevista no
converter ações ordinárias em preferenciais e vice-versa, à razão de 1 ação ordinária para 1 ação preferencial, desde que integralizadas e observado o limite previsto em lei. O direito artigo 24, §4º, deste Estatuto Social. §5º - O Comitê de Auditoria, dentro de limites aprovados pelo Conselho de Administração, terá autonomia operacional e dotação orçamentária
de converter ações preferenciais em ordinárias (e exclusivamente para converter ações preferenciais em ordinárias, mas não o contrário) (i) será válido mediante aprovação prévia do para conduzir ou determinar a realização de consultas, avaliações e investigações dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a contratação e utilização de especialistas externos
Conselho de Administração da Companhia, que fixará os termos, condições e períodos válidos para o exercício de referido direito de conversão a cada evento, e (ii) tem por objetivo independentes. Artigo 41 - A maioria dos membros do Comitê de Auditoria, inclusive o Presidente do órgão, não poderá ser, ou ter sido, nos últimos 5 anos: (a) Diretor ou empregado
adequar, quando necessário, o capital social da Companhia ao disposto no artigo 15, § 2º, da Lei nº 6.404/76. Os pedidos de conversão deverão ser encaminhados por escrito à Diretoria. da Companhia, sua controladora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, diretas ou indiretas; ou (b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro
Os pedidos de conversão recebidos e aceitos pela Diretoria deverão ser homologados na primeira reunião do Conselho de Administração que se realizar posteriormente ao recebimento integrante, com função de gerência, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria da Companhia. §1º - Os membros do Comitê de Auditoria não poderão exercer, ou ter exercido, nos
e aceitação pela Diretoria. Artigo 8º - A Companhia poderá adquirir as próprias ações mediante autorização do Conselho de Administração, a fim de cancelá-las ou mantê-las em últimos 12 meses cargo como membro do Conselho Fiscal da Companhia ou de sociedades ligadas. §2º - Não poderão integrar o Comitê de Auditoria, o cônjuge, parente em linha reta,
tesouraria para posterior alienação, observada a regulamentação aplicável. Aumentos de Capital - Artigo 9º - Nos aumentos de capital por subscrição privada, a Assembleia Geral em linha colateral até terceiro grau, ou por afinidade até o segundo grau das pessoas referidas no caput. §3º - Os membros do Comitê de Auditoria devem atender aos requisitos
ou a Reunião do Conselho de Administração, se no limite do capital autorizado, que os deliberar, fixará as condições para a realização das prestações que forem assumidas, as quais previstos no art. 147 da Lei nº 6.404/76. §4º - O Conselho de Administração promoverá a substituição de qualquer integrante do Comitê de Auditoria se a sua independência tiver sido
figurarão, necessariamente, nos respectivos boletins de subscrição. §1º - Na proporção do número e classe de ações que possuírem, os acionistas terão preferência para subscrição de afetada por qualquer circunstância de conflito ou potencialmente conflituosa. §5º - Os membros da administração e dos demais órgãos da Companhia poderão participar das reuniões
aumento de capital. O direito de preferência deverá ser exercido dentro de 30 dias, contados da publicação da ata da Assembleia Geral ou da Reunião do Conselho de Administração, do Comitê de Auditoria como ouvintes sem direito a voto, sempre que convidados pelo Comitê de Auditoria. Artigo 42 - O Comitê de Auditoria tem o objetivo de assessorar o Conselho
conforme o caso, que o tiver deliberado, ou da publicação do aviso que resuma as deliberações tomadas. §2º - O acionista que não fizer o pagamento nas condições estabelecidas e de Administração na supervisão: (a) da qualidade e integridade dos relatórios financeiros; (b) do cumprimento dos requerimentos legais e regulamentares; (c) das qualificações e
reproduzidas no boletim de subscrição ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento de juros de 12% ao ano, com correção monetária idêntica à variação independência dos auditores independentes; (d) da performance da função das auditorias independente e interna; e (e) da qualidade, adequação e efetividade dos sistemas de controles
do Índice de Preços ao Consumidor (“IPC”) e multa de 10%, observadas as prescrições legais e regulamentares aplicáveis. §3º - Na eventualidade de mora do acionista, a Companhia internos. Artigo 43 - Além das atribuições previstas em lei e neste Estatuto são atribuições do Comitê de Auditoria: (a) estabelecer as regras operacionais para seu funcionamento, as
terá o direito de valer-se das faculdades previstas no artigo 107 da Lei nº 6.404/76. Artigo 10 - A Companhia está autorizada a aumentar o capital social independentemente de reforma quais devem ser aprovadas pelo Conselho de Administração, formalizado por escrito e colocada à disposição dos respectivos acionistas; (b) recomendar ao Conselho de Administração
do Estatuto Social, aumento este limitado a até 2.000.000.000 de ações, ordinárias e/ou preferenciais, sem guardar proporção entre as ações de cada espécie e classe, observando-se, a entidade a ser contratada para prestação dos serviços de auditoria independente, bem como a sua substituição, se necessária; (c) monitorar a qualidade e integridade das informações
quanto às ações preferenciais, o limite máximo da proporção entre ações com direito de voto e ações sem direito de voto previsto em lei. §1º - O aumento do capital social será realizado trimestrais, demonstrações intermediárias e demonstrações financeiras da Companhia e das informações e medições divulgadas com base em dados contábeis ajustados e em dados
mediante deliberação do Conselho de Administração, que deverá estabelecer as condições da emissão de ações, inclusive preço, prazo e forma de integralização. §2º - Dentro do limite não contábeis que acrescentem elementos não previstos na estrutura dos relatórios usuais das demonstrações financeiras, além de revisar, previamente à publicação, as demonstrações
do capital autorizado, o Conselho de Administração está autorizado a deliberar a emissão de bônus de subscrição pela Companhia. §3º - A critério do Conselho de Administração, poderá contábeis, inclusive notas explicativas, relatórios da administração e parecer do auditor independente; (d) avaliar a efetividade das auditorias independente e interna, inclusive quanto
ser excluído o direito de preferência ou reduzido o prazo para seu exercício, nas emissões de ações e bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante (a) venda em bolsa ou à verificação do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicáveis à Companhia, além de regulamentos e códigos internos; (e) avaliar o cumprimento, pela Diretoria, das
subscrição pública; ou (b) permuta de ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos da lei e dentro do limite do capital autorizado mencionado no caput deste artigo. recomendações feitas pelos auditores independentes ou internos; (f) estabelecer e divulgar procedimentos para recepção e tratamento de informações acerca do descumprimento de
§4º - Dentro do limite do capital autorizado indicado no caput deste artigo e de acordo com o plano aprovado pela Assembleia Geral, o Conselho de Administração da Companhia dispositivos legais e normativos aplicáveis à Companhia, além de regulamentos e códigos internos, inclusive com previsão de procedimentos específicos para proteção do prestador da
poderá outorgar a administradores, empregados ou pessoas naturais que prestem serviços à Companhia ou a sociedade sob seu controle, a opção de compra de ações da Companhia. informação e sua confidencialidade; (g) recomendar ao Conselho de Administração correção ou aprimoramento de políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito de suas
Capítulo III - Assembleia Geral dos Acionistas - Convocação e Instalação: Artigo 11 - A Assembleia Geral terá todos os poderes que lhe são conferidos por lei para decidir atribuições; (h) reunir-se, no mínimo trimestralmente, com a Diretoria, com os auditores independentes e com a auditoria interna, formalizando em atas os conteúdos de tais encontros;
os negócios sociais relativos ao objeto social da Companhia e tomar as deliberações que julgar conveniente. Artigo 12 - A Assembleia Geral reunir-se-á ordinariamente nos 4 primeiros (i) verificar, por ocasião de suas reuniões, o cumprimento de suas recomendações pela Diretoria; (j) reunir-se com o Conselho Fiscal e com o Conselho de Administração por solicitação
meses após o término do exercício social. Sempre que os interesses sociais exigirem, será convocada Assembleia Geral Extraordinária, observadas as disposições legais e as deste deles, para discutir acerca de políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito das suas respectivas competências; (k) apreciar, previamente à deliberação do Conselho de
Estatuto Social. Artigo 13 - As Assembleias Gerais serão convocadas, instaladas e presididas pelo Presidente do Conselho de Administração, e secretariadas pelo Diretor Presidente da Administração, os relatórios de controles internos e os relatórios da Ouvidoria; e (l) avaliar e monitorar, juntamente com a administração e a área de auditoria interna, a adequação das
Companhia. §1º - Na ausência do Presidente do Conselho de Administração, a convocação, instalação e presidência das Assembleias Gerais caberão ao membro do Conselho de transações com partes relacionadas realizadas pela Companhia e suas respectivas evidenciações. § Único - O Comitê de Auditoria organizará meios para receber denúncias, inclusive
Administração que o Presidente vier a designar. §2º - Se, ainda assim, a ausência persistir, a instalação e presidência da Assembleia Geral caberão a qualquer dos presentes, escolhido sigilosas, internas e externas à Companhia, em matérias relacionadas ao escopo de suas atividades. Capítulo VIII - Do Comitê de Remuneração: Artigo 44 - A Companhia terá
por maioria de votos dos presentes. §3º - Na ausência do Diretor Presidente da Companhia, o Presidente da Assembleia Geral designará o Secretário da mesa. §4º - A Assembleia Geral um Comitê de Remuneração, composto por, no mínimo, 3 e, no máximo, 5 membros, com mandato de 1 ano, nomeados e destituídos por maioria de votos do Conselho de Administração,
que deliberar sobre o cancelamento de registro de companhia aberta, exceto no caso do artigo 51 (b) deste Estatuto Social, ou a saída do Nível 1 (exceto se para outro segmento de que na hipótese de destituição ou renúncia deverá eleger um substituto. Não será necessária a indicação de novo membro caso se verifique que o número de membros restantes no
listagem da B3), deverá ser convocada com, no mínimo, 30 dias de antecedência. Artigo 14 - Para participar da Assembleia Geral, o acionista deverá depositar na sede social da Comitê seja igual ou superior ao mínimo exigido. §1º - No ato da nomeação dos membros do Comitê de Remuneração, será designado o seu Presidente. §2º - O Comitê de Remuneração
Companhia, com antecedência mínima de até 2 dias, além do documento de identidade e/ou atos societários pertinentes que comprovem a representação, conforme o caso: (a) reportar-se-á diretamente ao Conselho de Administração. §3º - Os membros do Comitê de Remuneração farão jus à remuneração fixada pelo Conselho de Administração. §4º - Compete
comprovante de sua condição de acionista, expedido pela instituição escrituradora, no máximo, 5 dias antes da data da realização da Assembleia Geral; e/ou (b) relativamente aos ao Comitê de Remuneração, além de outras atribuições que lhe venham a ser conferidas por lei ou norma regulamentar: (a) elaborar a política de remuneração de administradores da
acionistas participantes da custódia fungível de ações, o extrato contendo a respectiva participação acionária, emitido pelo órgão competente. § Único - É permitida a representação Companhia, propondo ao Conselho de Administração as diversas formas de remuneração fixa e variável, além de benefícios e programas especiais de recrutamento e desligamento; (b)
do acionista por procurador que seja acionista ou administrador da Companhia, bem como por advogado legalmente constituído, desde que o respectivo instrumento de mandato tenha supervisionar a implementação e operacionalização da política de remuneração de administradores da Companhia; (c) revisar anualmente a política de remuneração de administradores
sido outorgado há menos de 1 ano. O acionista que se fizer representar por procurador deverá depositar na sede social da Companhia, na forma do caput deste artigo, os documentos da Companhia, recomendando ao Conselho de Administração a sua correção ou aprimoramento; (d) propor ao Conselho de Administração o montante da remuneração global dos
necessários, que comprovem sua condição de acionista, bem como o instrumento de mandato com reconhecimento de firma do outorgante. Competência e Deliberações: Artigo administradores a ser submetido à Assembleia Geral; (e) avaliar cenários futuros, internos e externos, e seus possíveis impactos sobre a política de remuneração de administradores; (f)
15 - As deliberações da Assembleia Geral serão tomadas por maioria dos votos presentes, observado o disposto no artigo 55, §1º deste Estatuto Social e ressalvadas as exceções analisar a política de remuneração de administradores da Companhia em relação às práticas de mercado, com vistas a identificar discrepâncias significativas em relação a empresas
previstas em lei. Artigo 16 - Compete à Assembleia Geral, além das atribuições previstas em lei: (a) eleger e destituir os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal; congêneres, propondo os ajustes necessários; e (g) zelar para que a política de remuneração de administradores esteja permanentemente compatível com a política de gestão de riscos,
(b) escolher, entre os membros eleitos, o Presidente do Conselho de Administração; (c) fixar a remuneração global anual dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria, com as metas e a situação financeira atual e esperada da Companhia e com o disposto na regulamentação vigente. Capítulo IX - Do Exercício Social e Distribuição de Lucros
assim como a dos membros do Conselho Fiscal (se instalado) e do Comitê de Auditoria; (d) reformar o Estatuto Social; (e) deliberar sobre a dissolução, liquidação, fusão, cisão, - Exercício Social: Artigo 45 - O exercício social compreende um período de 12 meses e encerrar-se-á em 31 de dezembro de cada ano. Artigo 46 - Ao final de cada exercício social
incorporação da Companhia, incorporação de qualquer sociedade na Companhia ou incorporação de ações envolvendo a Companhia; (f) atribuir bonificações em ações e decidir sobre serão preparadas as demonstrações financeiras na forma da legislação vigente, as quais indicarão as deduções do resultado do exercício, em atendimento aos artigos 189 e 190 da Lei
eventuais grupamentos e desdobramentos de ações; (g) aprovar planos de opção de compra de ações destinados a administradores, empregados ou pessoas naturais que prestem nº 6.404/76, e a proposta da administração de destinação do lucro líquido do exercício para aprovação da Assembleia Geral Ordinária, observado o disposto no artigo 47. § Único -
serviços à Companhia ou a sociedades controladas pela Companhia; (h) deliberar, de acordo com proposta apresentada pelo Conselho de Administração, sobre a destinação do lucro Serão levantados balanços gerais, semestrais, no último dia dos meses de junho e dezembro, com observância das regras contábeis estabelecidas pelas autoridades competentes.
do exercício e a distribuição de dividendos; (i) eleger e destituir o liquidante, em caso de liquidação da Companhia; (j) deliberar sobre a saída da Companhia do Nível 1, nas hipóteses Lucros: Artigo 47 - Do lucro líquido apurado anualmente, após a dedução do prejuízo acumulado, se houver, e da provisão para o imposto de renda: (a) será destacada uma quantia
previstas no artigo 54 deste Estatuto Social; (k) deliberar o cancelamento do registro de companhia aberta na CVM, conforme artigos 53 e 54 deste Estatuto Social; e (l) escolher a equivalente a 5% do lucro para formação da reserva legal, até que atinja 20% do capital social; (b) poderá ser, por proposta dos órgãos da administração, destinada uma parcela à
instituição ou empresa especializada responsável pela elaboração de laudo de avaliação das ações da Companhia, em caso de cancelamento de registro de companhia aberta ou saída formação de reserva para contingências e reversão das mesmas reservas formadas em exercícios anteriores, nos termos do artigo 195 da Lei nº 6.404/76; e (c) serão destacados
do Nível 1, conforme previsto no Capítulo X deste Estatuto Social, dentre as empresas indicadas pelo Conselho de Administração; e (m) deliberar sobre qualquer matéria que lhe seja dividendos aos acionistas não inferiores a 35% (trinta e cinco por cento) do lucro líquido do respectivo exercício, ajustado nos termos do artigo 202 da Lei nº 6.404/76, deduzindo-se
submetida pelo Conselho de Administração. Capítulo IV - Administração da Companhia - Normas Comuns à Administração: Artigo 17 - A Companhia será administrada destes dividendos o valor dos juros pagos ou creditados a título de remuneração do capital próprio, observado o disposto no §1º abaixo. §1º - O saldo dos lucros poderá ser retido, nos
por um Conselho de Administração e uma Diretoria, na forma da lei e deste Estatuto Social. Artigo 18 - A investidura dos administradores em seus cargos far-se-á por termo lavrado termos do artigo 196 da Lei nº 6.404/76, ou ficará à disposição da Assembleia Geral, que lhe dará a destinação que lhe convier, respeitadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.
e assinado em livro próprio, sujeita à homologação pelo Banco Central do Brasil (“BACEN”) e condicionada à prévia subscrição, pelos administradores, do Termo de Anuência dos §2º - Os administradores farão jus à participação nos lucros, nos termos do artigo 152, §2º da Lei nº 6.404/76, conforme proposta do Conselho de Administração aprovada pela
Administradores, nos termos do disposto no Regulamento do Nível 1, bem como ao atendimento dos requisitos legais aplicáveis. Os administradores deverão, imediatamente após a Assembleia Geral e as demonstrações financeiras, a qual será deduzida do resultado do exercício nos termos do artigo 190 da Lei nº 6.404/76. §3º - Fica criada a Reserva para
posse no cargo, comunicar à B3 a quantidade e as características dos valores mobiliários de emissão da Companhia de que sejam titulares, direta ou indiretamente, inclusive seus Integridade do Patrimônio Líquido, que terá por fim assegurar recursos para atender às necessidades regulatórias e operacionais da Companhia com relação ao seu patrimônio líquido,
derivativos. Artigo 19 - A Assembleia Geral fixará o montante global máximo da remuneração dos administradores da Companhia, cabendo ao Conselho de Administração deliberar podendo ser convertida em capital social por deliberação do Conselho de Administração, observado o limite do capital autorizado, a qual poderá ser formada de acordo com proposta
sobre sua distribuição aos seus membros e aos Diretores. Artigo 20 - Os administradores permanecerão em seus cargos até a posse de seus substitutos. Conselho de Administração: do Conselho de Administração, com até 100% do lucro líquido que remanescer após as destinações de que trata o caput deste artigo, não podendo ultrapassar o valor do capital social
Artigo 21 - O Conselho de Administração é órgão colegiado, composto por, no mínimo, 5 e no máximo 11 membros, todos acionistas ou não da Companhia, residentes ou não no país, da Companhia. Artigo 48 - A Companhia poderá, ainda, elaborar balanços em períodos inferiores a 1 ano e declarar, por deliberação do Conselho de Administração: (a) o pagamento
eleitos pela Assembleia Geral, com mandato unificado de 1 ano, sendo permitida a sua reeleição. §1º - A Assembleia Geral determinará o número de cargos do Conselho de Administração de dividendos ou juros sobre o capital próprio, à conta do lucro apurado em balanço semestral, os quais serão deduzidos do valor do dividendo obrigatório, se houver; (b) a distribuição
a serem preenchidos a cada eleição, observada a composição mínima estabelecida no caput deste artigo. §2º - A Assembleia Geral elegerá o Presidente do Conselho de Administração. de dividendos em períodos inferiores a 6 meses, ou juros sobre o capital próprio, deduzidos do valor do dividendo obrigatório, se houver, desde que o total dos dividendos pagos em
§3º - Os cargos de Presidente do Conselho de Administração e de Diretor Presidente da Companhia não poderão ser acumulados pela mesma pessoa. §4º - No mínimo 20% dos cada semestre não exceda o montante das reservas de capital; e (c) o pagamento de dividendos intermediários ou juros sobre o capital próprio, à conta de lucros acumulados ou de
membros do Conselho de Administração deverão ser Conselheiros Independentes, expressamente declarados como tais na Assembleia Geral que os eleger. Quando a aplicação do reserva de lucros existentes no último balanço anual ou semestral, deduzidos do valor do dividendo obrigatório, se houver. Artigo 49 - Os dividendos não recebidos ou reclamados
percentual anteriormente mencionado resultar em número fracionário de Conselheiros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro da seguinte forma: (a) imediatamente prescreverão no prazo de 3 anos, contados da data em que tenham sido postos à disposição do acionista, e reverterão em favor da Companhia. Capítulo X - Da Alienação do
superior, se a fração for igual ou superior a 0,5; ou (b) imediatamente inferior, se a fração for inferior a 0,5. §5º - Para os fins deste artigo, o termo “Conselheiro Independente” significa Controle Acionário, Cancelamento do Registro de Companhia Aberta e Descontinuidade de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa: Artigo 50 -
o Conselheiro que: (a) não tem qualquer vínculo com a Companhia, exceto a participação no capital social; (b) não é Acionista Controlador (conforme definido no §1º do artigo 50 deste Observadas as disposições legais e regulamentares aplicáveis às instituições financeiras, a alienação do Controle (conforme definido no §1º deste artigo) da Companhia, direta ou
Estatuto Social), cônjuge ou parente até segundo grau do Acionista Controlador; ou não ser ou não ter sido, nos últimos 3 anos, vinculado à Companhia ou a entidade relacionada ao indiretamente, tanto por meio de uma única operação, como por meio de operações sucessivas, deverá ser contratada sob condição suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente do
Acionista Controlador (ressalvadas as pessoas vinculadas a instituições públicas de ensino e/ou pesquisa); (c) não foi, nos últimos 3 anos, empregado ou diretor da Companhia, do Controle se obrigue a efetivar Oferta Pública aos demais acionistas, observando as condições e os prazos previstos na legislação vigente, bem como o disposto nos artigos 6º, § único
Acionista Controlador ou de sociedade controlada pela Companhia; (d) não é fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de serviços e/ou produtos da Companhia, em magnitude que e 7º deste Estatuto Social, de forma a assegurar aos titulares das ações tratamento igualitário ao do alienante do Controle. §1º - Para fins deste Estatuto Social, os termos abaixo
implique perda de independência; (e) não é funcionário ou administrador de sociedade ou entidade que esteja oferecendo ou demandando serviços e/ou produtos da Companhia, em iniciados em letras maiúsculas terão os seguintes significados: “Acionista Adquirente” significa qualquer pessoa, incluindo, sem limitação, qualquer pessoa natural ou jurídica, fundo de
magnitude que implique perda de independência; (f) não é cônjuge ou parente até segundo grau de algum administrador da Companhia; e (g) não recebe outra remuneração da investimento, condomínio, carteira de títulos, universalidade de direitos, ou outra forma de organização, residente, com domicílio ou com sede no Brasil ou no exterior, ou grupo de
Companhia além da de Conselheiro (proventos em dinheiro oriundos de participação no capital estão excluídos desta restrição). É também considerado Conselheiro Independente pessoas vinculadas por acordo de voto com o Acionista Adquirente e/ou que atue representando o mesmo interesse do Acionista Adquirente, que venha a subscrever e/ou adquirir ações
aquele eleito nos termos do artigo 141, §§ 4º e 5º, da Lei nº 6.404/76. Artigo 22 - Nos casos de impedimento ou ausências temporárias do Presidente do Conselho de Administração, da Companhia. “Adquirente” significa aquele para quem o Acionista Controlador Alienante transfere as ações de controle em uma alienação de Controle da Companhia. “Poder de
assumirá suas funções outro membro do Conselho de Administração indicado pelo Presidente do Conselho de Administração ou, na falta dessa indicação, pela maioria dos demais Controle” (bem como seus termos correlatos, “Controle”, “Controlador”, “sob Controle comum” ou “Controlada”) significa o poder efetivamente utilizado para dirigir as atividades
membros do Conselho de Administração. Artigo 23 - Em caso de vacância de cargos do Conselho de Administração que não representem a maioria do órgão, a Assembleia Geral sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da Companhia, de forma direta ou indireta, de fato ou de direito, independentemente da participação acionária detida. Há presunção
definirá se os membros remanescentes designarão um substituto provisório, não integrante do Conselho de Administração, até a realização da primeira Assembleia Geral que deliberará relativa de titularidade do Controle em relação à pessoa ou ao grupo de pessoas vinculado por acordo de acionistas ou sob controle comum, que seja titular de ações que lhe tenha
sobre o provimento definitivo do cargo. O Conselheiro substituto eleito permanecerá no cargo até o término do mandato do membro substituído. § Único - Caso haja vacância da assegurado a maioria absoluta dos votos dos acionistas presentes nas 3 últimas Assembleias Gerais da Companhia, ainda que não seja titular das ações que lhe assegure a maioria
maioria dos cargos do Conselho de Administração tendo em vista o número de seus membros efetivos, definido pela Assembleia Geral que os elegeu, nova Assembleia Geral deverá ser absoluta do capital votante. “Oferta Pública” significa oferta pública de aquisição de ações prevista neste Capítulo X. §2º - O(s) acionista(s) Controlador(es) alienante(s) não poderá(ão)
convocada imediatamente para eleger os novos membros. Artigo 24 - O Conselho de Administração reunir-se-á sempre que os interesses sociais assim o exigirem, convocado por seu transferir a propriedade de suas ações, enquanto o Acionista Adquirente não subscrever o Termo de Anuência dos Controladores a que alude o Regulamento do Nível 1. §3º - A
Presidente ou por seu substituto, com antecedência mínima de 3 dias úteis, por escrito, por meio de carta, telegrama, e-mail, ou qualquer forma que permita a comprovação do Companhia não registrará qualquer transferência de ações para o Adquirente do Poder de Controle ou para o(s) acionista(s) que vier(em) a deter o Poder de Controle, enquanto esse(s)
recebimento da convocação pelo destinatário, devendo conter a ordem do dia e ser acompanhada de documentação relativa à ordem do dia. §1º - As reuniões do Conselho de acionista(s) não subscrever(em) o Termo de Anuência dos Controladores a que alude o Regulamento do Nível 1. §4º - Nenhum Acordo de Acionistas que disponha sobre o exercício do
Administração serão instaladas com a presença da maioria de seus membros e serão presididas pelo Presidente, e secretariadas conforme indicação do presidente da mesa, sendo as Poder de Controle poderá ser registrado na sede da Companhia sem que os seus signatários tenham subscrito o Termo de Anuência referido no §3º deste artigo. Artigo 51 - A Oferta
deliberações tomadas pela maioria de votos de seus membros presentes. §2º - Independentemente das formalidades previstas neste artigo, será considerada regular a Reunião do Pública referida no Artigo 50 também deverá ser efetivada: (a) nos casos em que houver cessão onerosa de direitos de subscrição de ações e de outros títulos ou direitos relativos a
Conselho de Administração a que comparecerem a totalidade de seus membros. §3º - As reuniões do Conselho serão realizadas na sede social da Companhia, verificada a convocação valores mobiliários conversíveis em ações, que venha a resultar na alienação do Controle da Companhia; e (b) em caso de alienação do Controle de sociedade que detenha o Poder de
e quórum conforme previstos nos §§ acima. As deliberações constarão de ata lavrada em livro próprio. A respectiva ata deverá ser assinada por todos os membros presentes à respectiva Controle da Companhia, sendo que, nesse caso, o Controlador alienante ficará obrigado a declarar à B3 o valor atribuído à Companhia nessa alienação, anexando documentação que
reunião, inclusive assinatura eletrônica, conforme legislação vigente aplicável. §4º - Os membros do Conselho de Administração podem, ainda, participar das reuniões do Conselho de comprove referido valor. Artigo 52 - Aquele que já detiver ações da Companhia e venha a adquirir o Poder de Controle, em razão de contrato particular de compra de ações celebrado
Administração por meio de teleconferência, videoconferência ou qualquer outro meio que permita a comunicação, e poderão enviar antecipadamente seus votos por e-mail ou por outra com o(s) acionista(s) Controlador(es), envolvendo qualquer quantidade de ações, estará obrigado a: (a) efetivar a Oferta Pública referida no artigo 50 deste Estatuto Social; (b) ressarcir
forma que possibilite identificar sua autoria, sendo considerados presentes os membros do Conselho de Administração que assim procederem. Uma vez recebido o voto, o Presidente os acionistas dos quais tenha comprado ações em bolsa de valores nos 6 meses anteriores à data da alienação do Controle da Companhia, devendo pagar a estes a eventual diferença
ficará investido de plenos poderes para assinar a ata da reunião em nome do referido conselheiro. Artigo 25 - Compete ao Conselho de Administração, além das atribuições previstas entre o preço pago ao acionista Controlador alienante e o valor pago em bolsa de valores por ações da Companhia nesse mesmo período, devidamente atualizado pela variação positiva
em lei: (a) fixar a orientação geral dos negócios da Companhia, decidir sobre a política econômico-financeira e administrativa e criar mecanismos internos para a verificação do do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (“IPCA”) até o momento do pagamento; (c) tomar medidas cabíveis para recompor o percentual mínimo de 20% do total das ações da
cumprimento de suas determinações; (b) deliberar sobre a convocação da Assembleia Geral Ordinária e, quando julgar conveniente, da Assembleia Geral Extraordinária; (c) eleger e Companhia em circulação caso o percentual de ações em circulação após a alienação do Controle seja inferior ao mínimo exigido pelo Regulamento do Nível 1, dentro dos 6 meses
destituir os Diretores, bem como os membros de comitês e comissões criados pelo Conselho de Administração, indicar seus substitutos nos casos de impedimento, ausência ou vacância subsequentes à aquisição do Controle. Artigo 53 - Na Oferta Pública a ser efetivada pelo(s) acionista(s) Controlador(es), ou pela Companhia para o cancelamento do registro de
e fixar-lhes as funções, além daquelas estabelecidas em lei e neste Estatuto Social; (d) aprovar a estrutura organizacional da Companhia, incluindo a criação de comitês, comissões e o companhia aberta da Companhia, o preço mínimo a ser ofertado deverá corresponder ao valor econômico apurado em laudo de avaliação, referido no artigo 55 deste Estatuto Social.
estabelecimento de suas atribuições, para a consecução de suas funções; (e) examinar a qualquer tempo os livros e papéis da Companhia, solicitar informações sobre contratos Artigo 54 - O(s) acionista(s) Controlador(es) da Companhia deverá(ão) efetivar Oferta Pública caso os acionistas reunidos em Assembleia Geral Extraordinária deliberem a saída da
celebrados ou em vias de celebração, e praticar quaisquer outros atos necessários ao exercício de suas funções; (f) manifestar-se sobre o relatório da administração e contas da Diretoria, Companhia do Nível 1, seja (a) para negociação das ações fora do Nível 1 ou fora de qualquer outro segmento de listagem da B3, (b) em virtude de reorganização societária na qual
bem como sobre as demonstrações financeiras do exercício que deverão ser submetidas à Assembleia Geral Ordinária; (g) distribuir a remuneração global fixada pela Assembleia Geral as ações da companhia resultante de tal reorganização não sejam admitidas para negociação no Nível 1 ou em qualquer outro segmento de listagem da B3. Também será efetivada
entre seus membros, os membros da Diretoria, o Conselho Fiscal e o Comitê de Auditoria; (h) deliberar sobre a emissão, preço e condições de integralização de ações e bônus de Oferta Pública em caso de cancelamento do registro de companhia aberta ou de cancelamento de listagem das ações no Nível 1, exceto se para outro segmento de listagem da B3,
subscrição, dentro do limite do capital autorizado; (i) submeter à Assembleia Geral proposta de aumento de capital acima do limite do capital autorizado, bem como de reforma do observando, ainda, o disposto nos artigos 6º e 7º deste Estatuto Social. A notícia da realização da Oferta Pública deverá ser comunicada à B3 e divulgada ao mercado imediatamente
Estatuto Social; (j) aprovar a declaração de dividendos intermediários e intercalares, bem como o pagamento de juros sobre o capital próprio, os quais deverão ser deduzidos do valor após a realização da Assembleia Geral da Companhia que houver aprovado referida saída ou reorganização, conforme o caso. Em qualquer caso descrito neste artigo 54, o preço mínimo
do dividendo obrigatório, ad referendum da Assembleia Geral; (k) propor, para deliberação da Assembleia Geral, a destinação a ser dada ao saldo remanescente dos lucros de cada a ser ofertado deverá corresponder ao valor econômico apurado em laudo de avaliação referido no artigo 55 deste Estatuto Social, observadas a legislação aplicável e as regras
exercício; (l) autorizar a aquisição de ações de emissão da Companhia para efeito de cancelamento ou permanência em tesouraria para posterior alienação, observadas as normas constantes do Regulamento do Nível 1. Artigo 55 - O laudo de avaliação de que tratam os artigos 53 e 54 deste Estatuto Social deverá ser elaborado por empresa especializada, com
vigentes; (m) autorizar, previamente, a aquisição e alienação direta ou indireta de participações societárias em outras sociedades e de bens imóveis de uso próprio que representem, experiência comprovada e independente da Companhia, seus administradores e Controladores, bem como do poder de decisão destes, devendo o laudo também satisfazer os requisitos
por operação, mais de 3% do patrimônio líquido da Companhia indicado no último balanço social publicamente disponível à época da deliberação pelo Conselho de Administração; (n) do §1º do artigo 8º da Lei nº 6.404/76 e conter a responsabilidade prevista no §6º do mesmo artigo 8º. §1º - A escolha da empresa especializada responsável pela determinação do
aprovar atos que envolvam transformação, fusão, cisão, incorporação, incorporação de ações e extinção de sociedades das quais a Companhia possua participação societária; (o) valor econômico da Companhia de que tratam os artigos 53 e 54 é de competência da Assembleia Geral, a partir da apresentação, pelo Conselho de Administração, de lista tríplice,
autorizar, previamente, a assunção de obrigações, responsabilidades ou o desembolso de recursos da Companhia de valores, por operação, excedentes ao equivalente a 10% do seu devendo a respectiva deliberação ser tomada por maioria absoluta dos votos das ações em circulação manifestados na Assembleia Geral que deliberar sobre o assunto, não se
patrimônio líquido indicado no último balanço social publicamente disponível à época da deliberação pelo Conselho de Administração, com exceção das obrigações assumidas visando computando os votos em branco. A Assembleia prevista neste §1º, se instalada em primeira convocação, deverá contar com acionistas que representem, no mínimo, 20% do total das
à captação de recursos, incluindo, mas não se limitando a operações com certificados de depósito bancário (“CDB”), operações de cessão de crédito com e sem coobrigação, e operações ações em circulação ou, se instalada em segunda convocação, poderá contar com a presença de qualquer número de acionistas representantes das ações em circulação. §2º - Os custos
de cessão de crédito para Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (“FIDC”); (p) aprovar os planos e orçamentos semestrais, anuais e plurianuais da Companhia; (q) escolher e de elaboração do laudo de avaliação deverão ser suportados integralmente pelos responsáveis pela efetivação da Oferta Pública. Artigo 56 - A Companhia ou os acionistas responsáveis
destituir os auditores independentes da Companhia; (r) apresentar à Assembleia Geral lista tríplice de instituições especializadas em avaliação econômica, para fins de apuração do pela realização da Oferta Pública prevista neste Capítulo X ou na regulamentação emitida pela CVM poderão assegurar sua efetivação por intermédio de qualquer acionista, terceiro e,
valor econômico conforme disposto nos artigos 53, 54 e 55 deste Estatuto Social; (s) outorgar opções de compra de ações a administradores, empregados ou pessoas naturais que conforme o caso, pela Companhia, desde que não haja prejuízo para os destinatários da oferta e seja obtida a autorização da CVM quando exigida pela legislação aplicável. A
prestem serviços à Companhia, no âmbito de planos de opção de compra de ações aprovados pela Assembleia Geral, nos termos do § 4º do artigo 10 deste Estatuto; e (t) eleger e Companhia ou o acionista, conforme o caso, não se eximem da obrigação de realizar a Oferta Pública até que a mesma seja concluída com observância das regras aplicáveis. Artigo
destituir os membros do Comitê de Auditoria, do Comitê de Remuneração, da Comissão de Riscos e da Comissão ESG, assim como aprovar as regras operacionais para funcionamento 57 - É facultada a formulação de uma única Oferta Pública de aquisição, visando a mais de uma das finalidades previstas neste Capítulo ou na regulamentação editada pela CVM, desde
e supervisionar as atividades de referidos Comitês e Comissões. § Único - Compete ao Presidente do Conselho de Administração: (a) convocar, instalar e presidir as Assembleias Gerais que seja possível compatibilizar os procedimentos de tod m O
da Companhia; (b) convocar, instalar e presidir as Reuniões do Conselho de Administração; e (c) diligenciar para que sejam cumpridas as resoluções do Conselho de Administração e CVM m Cap u o X Do u o A b a A go 58 A C m m m m C
das Assembleias Gerais. Diretoria: Artigo 26 - A Diretoria da Companhia é composta por, no mínimo, 5 e, no máximo, 12 membros, acionistas ou não, residentes no país, eleitos e m m m m R m C m A m
destituíveis a qualquer tempo pelo Conselho de Administração, sendo um Diretor Presidente, um Diretor de Controladoria e Compliance, e os demais Diretores sem designação M B m fi
específica. Um dos Diretores será eleito ou cumulará o cargo de Diretor de Relações com Investidores, devendo tal circunstância constar da respectiva ata do Conselho de Administração m C M N BAC N CVM m m m m m C m m
que deliberar sobre a eleição dos membros da Diretoria. Artigo 27 - Os membros da Diretoria serão eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de 3 anos, sendo permitida R m N R m C m A m M C A D G C N
a sua reeleição. Artigo 28 - No caso de ausência ou impedimento temporário em qualquer dos cargos da Diretoria, caberá ao Diretor Presidente indicar entre os Diretores aquele que Cap u o X D po õe na A go 59 O m m m
E4 | Valor | São Paulo | Sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de julho de 2023
MOBILIDADE E
TRÂNSITO
Comunicado de Rerratificação do Edital do Pregão Eletrônico n° 007/SMT/2023
Processo Administrativo n° 6020.2022/0032506-4. Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de
Serviços de Fiscalização Automática de trânsito e fornecimento de dados de tráfego, com Equipamento/Sistema Fixos
e Barreiras Eletrônicas contemplando o serviço de sinalização viária horizontal e vertical, no Município de São Paulo,
conforme especificações constantes do Anexo A - Termo de Referência deste Edital - RETOMADA. Regime:
Empreitada por preço unitário. Tipo: Menor preço global por lote. Destinação: Participação para todas as empresas,
isoladamente ou em consórcio. DATA E HORA DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: 17/07/2023 às 10h00
(horário oficial de Brasília/DF), no endereço eletrônico: www.gov.br/compras - UASG: 925018.
O Edital e seus anexos encontram-se disponíveis para download dos interessados nos endereços eletrônicos: Painel
de Negócios do Diário Oficial da Cidade https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/, www.gov.br/compras ou
https://cloudprodamazhotmail-my.sharepoint.com/:f:/g/personal/egdias_prefeitura_sp_gov_br/EsRaLO_llUdPqnqMaI9U
4l8BT_W-cZB3h4Feery75O29_Q?e=wfpQ1p. Os documentos referentes à proposta comercial e anexos das empresas
interessadas deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema até as 10h00 do dia 17 de julho de 2023,
no site www.gov.br/compras. A participação no presente Pregão dar-se-á através de sistema eletrônico, pelo acesso ao site
www.gov.br/compras, nas condições descritas no Edital em data e horário informados acima.
Documentos Relacionados: I - Edital Pregão Eletrônico n° 007/SMT/2023 (SEI nº 085759639).
SAÚDE
ABERTURA DE LICITAÇÃO
P.A. SEI 6018.2023/0019237-5: Encontra-se aberta na COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE SUDESTE,
EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO número 10/2023 - CRSSE, destinado à Aquisição de móveis de escritório para
a UBS Vila Gumercindo, da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste do tipo MENOR PREÇO, que ocorrerá a partir
das 13h00min, do dia 13 de julho de 2023, pelo endereço eletrônico https://www.gov.br/compras/pt-br
DOCUMENTAÇÃO: Os documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresas interessadas,
deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema, https://www.gov.br/compras/pt-br, até a data de
abertura, conforme especificado no edital. RETIRADA DO EDITAL: O edital do pregão acima poderá ser consultado e/
ou obtido nos endereços: https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.php?acao=negocios_
pesquisar, https://www.gov.br/compras/pt-br, ou, na Sessão de Suprimentos da Coordenadoria Regional de Saúde
Sudeste, na Rua Padre Marchetti, nº 557 - Ipiranga - São Paulo/SP - CEP 04266-000, mediante o recolhimento de taxa
referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de
São Paulo, ou ainda poderá ser retirado mediante a apresentação de mídia digital. O Edital poderá ser consultado
e/ou obtido nos endereços: https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.php?acao=inicio e
https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.php?acao=negocios_pesquisar
SAÚDE
AVISOS DE ABERTURA DE LICITAÇÃO A SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE torna público as licitações abaixo.
Os pregões serão realizados pela plataforma COMPRAS.GOV. Os editais poderão ser consultados e/ou obtidos pelo
WWW.COMPRAS.GOV.BR ou pelo Painel de Negócios da PMSP, https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_
controlador.php?acao=negocios_pesquisar. PROCESSO: 6018.2023/0055669-5 PREGÃO ELETRÔNICO Nº
390/2023-SMS.G, do tipo menor preço, processo nº 6018.2023/0055669-5, destinado ao REGISTRO DE PREÇOS PARA O
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS DIVERSOS 52. A abertura/realização da sessão pública do pregão ocorrerá a partir
das 09h30min do dia 17 de julho de 2023, a cargo da 4ª CPL/SMS. PROCESSO: 6018.2023/0031696-1
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 387/2023-SMS.G, do tipo menor preço, processo nº 6018.2023/0031696-1, destinado ao
REGISTRO DE PREÇOS PARA O FORNECIMENTO DE CATETER HIDROFÍLICO VAPRO POCKET, HOLLISTER,
DIVERSOS TAMANHOS - AÇÃO JUDICIAL. A abertura/realização da sessão pública do pregão ocorrerá a partir das
09h00min do dia 13 de julho de 2023, a cargo da 8ª CPL/SMS.
PROCESSO: 6018.2023/0005829-6 PREGÃO ELETRÔNICO Nº 392/2023-SMS.G, do tipo menor preço, processo
nº 6018.2023/0005829-6, destinado à CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO
DE SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE PARA PACIENTES ACAMADOS COM ALTO NÍVEL DE DEPENDÊNCIA
(FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E MOTORA, PSICOLOGIA E TERAPIA OCUPACIONAL) E O FORNECIMENTO
DOS EQUIPAMENTOS: APARELHO DE PRESSÃO; OXÍMETRO; MONITOR CARDÍACO E GUINCHO HIDRÁULICO
PARA ACAMADOS E DEFICIENTES FÍSICOS PARA PESSOA DE ATÉ 150 KG. A abertura/realização da sessão
pública do pregão ocorrerá a partir das 09h00min do dia 17 de julho de 2023, a cargo da 8ª CPL/SMS.
SEGURANÇA
URBANA
COMUNICADO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO
Acha-se aberta na SECRETARIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA URBANA, licitação na modalidade COMPRAS
GOVERNAMENTAIS PREGÃO ELETRÔNICO N° 027/SMSU/2023 - Processo SEI nº 6029.2023/0007044-0,
com participação AMPLA, com data prevista para o dia 19/07/2023 às 11h00, que tem como objeto a Manutenção
preventiva, corretiva, reparações, adaptações e modificações, de acordo com o Decreto n° 29.929/91, Portaria
002/SMSO-G/2017 e alterações posteriores, em próprios Municipais, com fornecimento de materiais de primeira linha
e mão de obra - BASE AMBIENTAL DA GUARDA CIVIL METROPOLITANA NA ILHA DO BORORÉ, conforme
especificações constantes do Anexo I - Termo de Referência do Edital. EMBASAMENTO LEGAL - O procedimento
licitatório e os atos dele decorrentes observarão as disposições da Lei Federal nº 14.133/21, do Decreto Municipal
nº 62.100/2022, Decreto Municipal nº 56.475/2015 e da Complementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar
nº 147/2014, e das demais normas complementares aplicáveis. Links de acesso:
www.comprasnet.gov.br, https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.php?acao=inicio
Bradesco Gestão de Saúde S.A.
CNPJ no 41.774.199/0001-92 – NIRE 35.300.567.714
Ata Sumária das Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária
realizadas cumulativamente em 28.4.2023
Data, Hora, Local: Em 28.4.2023, às 8h, na sede social, Avenida Alphaville, 779, 17o andar,
sala 1.701 - parte, Empresarial 18 do Forte, Barueri, SP, CEP 06472-900. Mesa: Presidente:
Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário: Ismael Ferraz. Quórum de Instalação: Totalidade do
Capital Social. Presença Legal: Administrador da Sociedade e representante da empresa KPMG
Auditores Independentes Ltda. Publicações Prévias: Os documentos de que trata o artigo 133
da Lei no 6.404/76, quais sejam: os Relatórios da Administração e dos Auditores Independentes e
as Demonstrações Contábeis relativos ao exercício social findo em 31.12.2022, foram publicados
em 31.3.2023 no jornal “Valor Econômico”. Edital de Convocação: Dispensada a publicação
de conformidade com o disposto no §4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Disponibilização de
Documentos: Os documentos citados no item “Publicações Prévias”, as propostas da Diretoria,
bem como as demais informações exigidas pela regulamentação vigente foram colocados sobre a
mesa para apreciação da acionista. Deliberações: Assembleia Geral Extraordinária: Aprovaram
a alteração parcial do estatuto social, no “caput” do artigo 7o, alterando o prazo do mandato da
Diretoria de 2 (dois) para 3 (três) anos, aumentando de 3 (três) para 4 (quatro) o número mínimo
de membros e criando o cargo de Diretor Geral, com a consequente alteração das redações do
parágrafo segundo do artigo 8o e do artigo 10, proposta pela Diretoria na reunião daquele Órgão
de 30.3.2023, dispensada sua transcrição, por tratar-se de documento lavrado em livro próprio.
Em consequência, as redações dos mencionados dispositivos passam a ser as seguintes:
“Artigo 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembleia Geral, com
mandato de 3 (três) anos, estendendo-se até a posse dos novos Diretores eleitos, composta
de 4 (quatro) a 8 (oito) membros, distribuídos nos seguintes cargos: Diretor-Presidente, Diretor
Geral, Diretor Gerente e Diretor. Artigo 8o) - Parágrafo Segundo - Ressalvadas as exceções
previstas expressamente neste estatuto, a Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em
conjunto, de no mínimo 2 (dois) diretores, devendo um deles estar no exercício do cargo de
Diretor-Presidente, Diretor Geral ou Diretor Gerente. Artigo 10) Além das atribuições normais
que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da
Diretoria: a) ao Diretor-Presidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a
ação dos seus membros; b) ao Diretor Geral, colaborar com o Diretor-Presidente no desempenho
das suas funções; c) aos Diretores Gerentes, desempenhar as funções que lhes forem atribuídas,
reportando-se ao Diretor-Presidente e Diretor Geral; d) aos Diretores, colaborar com os demais
membros da Diretoria no desempenho de suas funções, e supervisionar e coordenar as áreas
que lhe ficarem afetas.”. Assembleia Geral Ordinária: 1) tomaram as contas dos Administradores
e aprovaram integralmente as Demonstrações Contábeis relativas ao exercício social findo em
31.12.2022; 2) aprovaram a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2022
no valor de R$816.619.269,00, proposta pela Diretoria na reunião daquele Órgão de 30.3.2023,
dispensada sua transcrição, por tratar-se de documento lavrado em livro próprio, conforme segue:
R$40.830.963,45 para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal”; R$610.788.305,55 para a
conta “Reserva de Lucros - Estatutária”; e R$165.000.000,00, para pagamento de dividendos, o
qual já foi declarado e pago em 29.12.2022; 3) registraram o pedido de renúncia formulado pelo
senhor Haydewaldo Roberto Chamberlain da Costa, Diretor Gerente, em carta de 20.4.2023, cuja
transcrição foi dispensada, a qual ficará arquivada na sede da Sociedade para todos os fins de direito;
4) reelegeram, para compor a Diretoria da Sociedade, os senhores: Diretor-Presidente: Manoel
Antonio Peres, brasileiro, divorciado, médico, RG 8.014.301.397/SSP-RS, CPF 033.833.888-83,
com endereço comercial na Avenida Rio de Janeiro, 555, 19o andar, Caju, Rio de Janeiro, RJ,
CEP 20931-675; Diretor Geral: Carlos Alberto Iwata Marinelli, brasileiro, casado, administrador
de empresas, RG 23.995.501-8/SSP-SP, CPF 250.792.408/06; Diretor Gerente: Gedson
Oliveira Santos, brasileiro, casado, securitário, RG 63.978.640-6/SSP-SP, CPF 261.708.518/05;
Diretor: Vinicius Marinho da Cruz, brasileiro, casado, securitário, RG 50.942.449-1/SSP-SP,
CPF 074.063.487-97, todos com endereço comercial na Avenida Alphaville, 779, 18o andar, parte,
Empresarial 18 do Forte, Barueri, SP, CEP 06472-900; e elegeram Diretor Gerente o senhor
Flávio Bitter, brasileiro, casado, engenheiro, RG 10.591.790-0/IFP-RJ, CPF 044.453.707/46, com
endereço profissional na Avenida Rio de Janeiro, 555, 19o andar, Caju, Rio de Janeiro, RJ, CEP
20931-675; os quais: 1) firmaram declarações referentes ao não impedimento do exercício de
cargos de administração em companhias, conforme disposto no artigo 147 da Lei no 6.404/76, as
quais ficaram arquivadas na sede da Sociedade; 2) terão mandato de 3 (três) anos, estendendo-se
até a posse dos diretores que serão eleitos na Assembleia Geral Ordinária que se realizar no ano de
2026; 5) fixaram o valor mensal individual de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) para remuneração
dos administradores reeleitos e eleito, enquanto permanecerem no exercício de suas funções na
Sociedade. Aprovação e Assinatura da Ata: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente
esclareceu que, para as deliberações tomadas o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por
não se encontrar instalado, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata que, aprovada por
todos os presentes, inclusive pela representante da empresa KPMG Auditores Independentes Ltda.,
inscrição CRC 1SP-206103/O-4, senhor Carlos Massao Takauthi, será encaminhada para que
assinem eletronicamente. aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário: Ismael Ferraz;
Administrador: Carlos Alberto Iwata Marinelli; Acionista: Bradseg Participações S.A., representada
por seus procuradores, senhores Dagilson Ribeiro Carnevali e Ismael Ferraz; Auditor: Carlos
Massao Takauthi. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata
original lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas.
aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali e Secretário: Ismael Ferraz. Certidão - Secretaria
de Desenvolvimento Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob o número 258.574/23-9 em
26.6.2023. a) Maria Cristina Frei - Secretária Geral.