www.jornalatual.com.

br
ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 05 DE JUNHO DE 2021 1

EDIÇÃO ESPECIAL - CADERNO 1

Mar à vista
A Semana Polo do Mar Conecta - evento online do Sebrae/RJ
em parceria com a Fecomércio/Senac e apoio da Secretaria
Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro - vai
tratar da Economia do Mar, setor fundamental para superação
da crise no estado e no país

O Atual realiza a cobertura completa: entrevistas com palestrantes,

empresários, personalidades e matérias exclusivas
 2 ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2021
O Sebrae - em parceria
com a Fecomércio/Senac e
apoio da Secretaria de De-
senvolvimento Econômico,
Energia e Relações Inter-
nacionais do Estado do Rio
de Janeiro - realiza entre os
dias 28 de junho e 2 de ju-
lho a Semana Polo do Mar
Conecta 2ª Edição – infor-
mações e negócios. O ob-
jetivo é integrar e convergir
as cadeias produtivas dos
Polos Competitivos da Ca-
deia de Valor da Economia
do Mar do Estado do Rio
de Janeiro. Com isso, gerar
uma contribuição para miti-
gar os efeitos do Covid-19
na economia, principalmen-
te por meio do fomento aos
pequenos negócios.
Durante a Semana,
encontros online serão
disponibilizados de forma
gratuita às empresas. São
cinco dias de palestras
disponibilizadas de forma
virtual, com várias autori-
dades, especialistas, em-
presários e representantes
de importantes entidades e
instituições.
A programação contem-
pla a realização de palestras
e talkshows e negociações
virtuais, com intuito de co-
nectar pequenas e grandes
empresas para disseminar
informações, promover ne-
tworking e oportunidades
de negócios. A previsão é
que ocorram negociações
entre grandes e pequenas
empresas.
O Sebrae/RJ e a Fecomércio/
Senac, com apoio da secretaria
estadual de desenvolvimento
econômico, promovem uma
programação gratuita e online
sobre Economia do Mar repleta
de especialistas para dinamizar
as cadeias produtivas
Uma publicação da Atual Costa Verde Comunicação Eireli CNPJ 04.558.724/0001-06 Insc Mun 18.341
Circulação Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba e Zona Oeste | Fechamento 17h de sexta-feira
Diretor-Presidente Marcelo Godinho | Edição Jupy Junior (Registro no MT: 28085-RJ)
Reportagem Jupy Junior e Renata Tricário | Diagramação Pablo Chaves
Também será disponibi-
lizado o Catálogo com as
Empresas participantes da
Semana Polo do Mar Co-
necta 2ª Edição. A expecta-
tiva é a que de cerca de mil
pessoas se conectem no
evento.
A estratégia deste encon-
tro inovador utiliza do poder
de compra das grandes
empresas pertencentes aos
Polos Competitivos do Es-
tado do Rio de Janeiro, que
têm interesse em ajudar as
micro e pequenas empresas
locais para contribuir no de-
senvolvimento da economia
local. A Economia do Mar é
um setor com grande po-
tencial para isso, pois sua
abrangência garante uma
enorme cadeia produtiva. É
uma oportunidade para ge-
rar impacto positivo, tendo
como base a integração e
convergência das cadeias
produtivas locais para miti-
gar os efeitos econômicos
e na saúde provocados pela
pandemia da covid-19.
A atuação entre os polos
competitivos integrando
grandes, médias e peque-
nas empresas ao longo das
cadeias produtivas (e seus
respectivos territórios) po-
derá ser um bom caminho
para a retomada do desen-
volvimento econômico e
social do estado.
Veja algumas falas de
pessoas que vão participar
da Semana Polo do Mar Co-
necta como palestrantes.
www.jornalatual.com.br
“A Economia do Mar é um setor fundamental no Plano de
Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro
tem 27% de seus municípios voltados para a costa marítima com
uma população estimada em 11 milhões de pessoas (67% do
Estado). Somente um segmento da Economia do Mar, que é a
indústria de óleo e gás, representa 30% do PIB estadual. Estima-
se que o complexo da Economia do Mar representa quase 44% do
PIB estadual. Nosso plano de desenvolvimento considera outros
importantes setores desse complexo tais como a indústria naval,
o turismo, a maricultura, retroárea portuária, energia eólica, dentre
outros. Especial atenção é o cuidado com o meio ambiente e a sua
sustentabilidade”.
Leonardo Soares - Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico,
Energia e Relações Internacionais do Rio de Janeiro
“Com mais de 600 “Em um estado litorâneo
quilômetros de costa, e com forte presença de
o Estado do Rio de extração de petróleo em
Janeiro possui uma seu litoral é importante
ampla riqueza na ter uma estratégia de
economia do mar, que fomento da economia
precisa ser melhor do mar. Temos que
reverter a situação atual
explorada. Um olhar
mais atento a este na qual mais de 80%
setor pode ser uma dos fornecedores da
fonte de prosperidade, Petrobras estão fora do
empregos e renda estado do Rio de Janeiro
e mais de 50% do gás
para o nosso estado”.
natural extraído no litoral
Antônio Florêncio
Queiroz - Presidente fluminense é reinjetado,
da Fecomércio e do de acordo com nota
Conselho do Sebrae/RJ técnica da Assessoria
Fiscal da Alerj”.
Mauro Osório - Economista,
“O evento Polo do Mar Diretor-presidente da
Assessoria Fiscal da Alerj
Conecta é dedicado
às micro e pequenas
“O Senac enxerga
empresas, aquelas que
desejam fornecer para a Economia do
as grandes empresas e Mar como um
setores relacionados à importante agente
para a retomada da
economia do mar, por
meio do encadeamento economia do estado
produtivo. Esta é uma do Rio de Janeiro”
Sergio Ribeiro - Diretor Regional
estratégia de valor do Senac e Conselheiro do
compartilhado que tem Sebrae/RJ
como objetivo contribuir
para a retomada
econômica do Estados do
Rio de Janeiro e do Brasil”.
Sergio Malta - Diretor de
Desenvolvimento do Sebrae
FALE COM O ATUAL:
REDAÇÃO: euleitor@jornalatual.com.br
COMERCIAL: comercial@jornalatual.com.br
www.jornalatual.com.br
Uma nova onda de negócios
Grandes empresas que atuam no setor da Economia do Mar vão realizar rodadas de negociação durante a segunda edição da
Semana Polo do Mar Conecta: boa oportunidade para fechar importantes parcerias em prol do desenvolvimento do estado e do país
O Rio de Janeiro é um dos estados brasileiros
que tem maior vocação marítima. Toda a sua
história está vinculada ao mar. São 25 municí-
pios litorâneos que somam uma população de
11.447.993 habitantes, com 3.215.308 traba-
lhadores morando na região litorânea do estado.
A economia do Rio tem grande dependência
dos recursos marítimos, seja em relação ao se-
tor de exploração de petróleo e gás em águas
profundas e ultra profundas, seja nos setores
portuário e logístico, pesca/agricultura, cons-
trução naval, náutica e embarcações de defesa,
turismo litorâneo e comércio, indústrias e ser-
viços vinculados as cadeias produtivas do mar,
representando 23% de participação na econo-
mia do mar brasileira.
Os Polos do Mar do Rio de Janeiro em des-
taque que participarão da Semana Polo do Mar
Conecta são: Polo Tecnológico do Mar da Baía
de Sepetiba, Polo Marítimo da Baía da Ilha Gran-
de, Polo do Mar da Baía de Guanabara e Polo do
Mar da Bacia de Campos/Porto do Açu.
No evento, além dos cinco dias de palestras
online, serão três dias de negociação virtual
entre grandes, pequenas e médias empresas. É
uma grande chance de estar em contato com
empresas que pretendem investir em negócios
que fomentem os produtores locais, e, conse-
quentemente, os territórios onde estas empre-
sas estão estabelecidas. Muitos podem ser be-
neficiados.
A Semana Polo do Mar Conecta é uma grande
oportunidade para novas parcerias se estabele-
çam. Nos primeiros dias, especialistas, cientis-
tas, estudiosos demonstram que o mar é uma
grande fonte econômica e um grande aliado na
construção de cidades melhores.
O evento contará com a participação de: Se-
nac; Funcex; Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro; Universidade Estadual do Rio de Janeiro;
Big Valley; Fóruns de Sepetiba e Mangaratiba; An-
protec; prefeituras de Angra dos Reis, Maricá, Rio
de Janeiro; Rede Petro; comitê de Tecnologia do
IBP; empresários do setor, dentre outros.
A negociação virtual ocorrerá com a Brasfels,
Ternium, Porto do Açu, Ferroport, Açu Petróleo
e Gás Natural Açu.
A Brasfels é o estaleiro do Grupo Keppel Fels,
situado em Angra dos Reis. É adequado para re-
paros offshore e construções de grande porte,
ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 05 DE JUNHO DE 2021 3
como por exemplo, a construção das semisub-
mersíveis P-51 e P-52. Ele tem capacidade de Segunda edição com
processar 50 mil toneladas de aço por ano e de muitas atrações
construir navios de até 300 mil TPB.
A Ternium é a maior siderúrgica da América
40 palestrantes
Latina: produz aços especiais com foco no 24 instituições
cliente, segurança e respeito ao meio ambiente. 20 horas de
A companhia já investiu 11 bilhões de reais palestras, no mínimo
no Brasil e é a maior acionista da Usiminas,
principal produtora de aços planos do país. 15 grandes empresas
O Porto do Açu é um dos maiores complexos participantes
de infraestrutura do país: tem o terceiro maior 10 eixos temáticos
terminal de minério de ferro do Brasil, é respon-
sável por 25% das exportações brasileiras de
9 apresentações de
casos de sucesso de
petróleo, tem o maior parque térmico da Améri- pequenos negócios
ca Latina, abriga a maior base de apoio offshore
do mundo e é o terceiro maior porto nacional em 5 grandes empresas
movimentação de cargas. para rodadas de
A Ferroport é uma joint-venture formada pela negociação
mineradora sul-africana Anglo American e pela 5 representantes
Prumo Logística, empresa privada brasileira que de Fóruns de
atua no setor de infraestrutura e logística. É uma Desenvolvimento
empresa 100% nacional, responsável pela ope-
ração do terminal portuário de minério de ferro
2 encontros de
governança
do Porto do Açu.
 4 ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2021
www.jornalatual.com.br

Progresso que vem do oceano

Porque a Economia do Mar é uma das saídas para a crise das empresas na pandemia
ILUSTRAÇÃO SITE HTTP://WWW.OECD.ORG

A Economia do Mar representa uma

série de ativos econômicos oriundos
dos oceanos que dinamizam não só a
economia de uma país, mas também sua
cultura e seu desenvolvimento social

A primeira coisa que
um cidadão pensa quando
ouve a palavra “mar” é, na
maior par te vezes, uma
praia paradisíaca com co-
queiros e areia branca e
fina. Sim, esta é uma par-
te da chamada “Economia
do Mar”, a que envolve o
turismo dos belos recan-
tos do litoral. Mas esta
é, para continuar no con-
texto marítimo (mas mais
gelado), apenas a ponta
do iceberg. O mar é uma
fonte natural riquíssima
para todos os povos, não
só para manter a saúde do
planeta, mas também para
garantir a subsistência e a
dinamização das trocas
comerciais.
É por isso que se fala em
“Economia do Mar”, que
é a soma das atividades
econômicas (industriais,
comerciais, de serviços e
pesquisa científica e tecno-
lógica, governamental) que
têm o ambiente aquático
como base ou interesse,
juntamente com os ativos
econômicos, bens e servi-
ços pertencentes aos res-
pectivos ecossistemas.
Segundo dados da Mari-
nha, o Brasil é detentor do
16º maior litoral do mundo,
uma das principais fontes
de riquezas do país. São
cerca de 8,5 mil quilôme-
tros de faixa litorânea, onde
se concentra 80% da popu-
lação e onde são produzi-
dos 90% do produto interno
bruto (PIB) brasileiro.
É no litoral que estão os
principais e belos destinos
turísticos nacionais.
Além disso, o mar é ge-
rador de muitas inovações
tecnológicas e é alvo de
muitas pesquisas que cul-
minam em melhorias para
os seres humanos. Não só
na pesca ou no petróleo,
mas também em produção
de fármacos, por exemplo.
O mar é a mais importan-
te via comercial com outros
países: por ele o país escoa
mais de 95% do seu comér-
cio exterior.
É também fonte de ali-
mento: 45% do pescado é
produzido no país. A pesca
atualmente gera US$ 100
bilhões/ano para a econo-
mia brasileira.
O mar é também fonte de
energia e de recursos mine-
rais: dele se retiram cerca
de 85% do petróleo e 75%
do gás natural.
Especificamente quanto
ao estado do Rio de Janeiro:
ele é responsável por 74%
da produção de petróleo e
49,4% da produção de gás
no Brasil (é o maior pro-
dutor nacional). O Investi-
mento em petróleo entre os
anos de 2020 e 2025 é de
54 bilhões de dólares em
projetos no Rio de Janeiro,
dos quais 20 bilhões a se-
rem aplicados na Bacia de
Campos.
Ainda em relação ao Rio
de Janeiro, são 25 muni-
cípios litorâneos, com po-
pulação de 11,4 milhões,
O Porto Sudeste, na Ilha da Madeira, em
Itaguaí, é um dos portos mais importantes
do país e é um exemplo de como o mar
cerca de 3,2 milhões de
trabalhadores, e participa-
ção de 23% na economia
do mar no Brasil (4,3% da
participação na economia
nacional).
Os números mostram a
importância da Economia
do Mar para o estado e para
o Brasil. Por este motivo, a
Semana Polo do Mar Co-
necta é uma grande opor-
tunidade para que a crise
DIVULGAÇAO
participa da cadeia produtiva
gerada pela pandemia seja
dissolvida em meio a um
novo impulso de desen-
volvimento tendo o mar
como ponto de partida. O
potencial do Rio de Janeiro
e do Brasil é enorme, e as
empresas têm interesse em
desenvolver parcerias e ne-
gociações com produtores
locais. O resultado é um im-
pacto positivo na economia
destes municípios e na vida
de milhares de pessoas.
E a praia continua a ser
uma referência. Mas, pelo
que se constata, não a
única.
A Semana Polo
do Mar Conecta é
uma oportunidade
para que a crise
seja dissolvida
em meio a um
novo impulso de
desenvolvimento
tendo o mar como
ponto de partida
www.jornalatual.com.br
ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 05 DE JUNHO DE 2021 5
ARQUIVO PESSOAL

O mar como
estratégia

Pescadores da Ilha da Madeira, em Itaguaí,

convivem lado a lado com o Porto Sudeste:
governos precisam agilizar métodos e ferramentas
para dinamizar ainda mais as economias dos
municípios que têm o mar como ativo principal

A Economia do Mar pode ser uma eficiente política pública para o desenvolvimento
A abordagem de desen-
volvimento pela Economia
do Mar pode ser um ponto
de partida para a elabora-
ção de políticas públicas
que podem potencializar os
recursos existentes e criar
outros. Esta abordagem
deve ser compreendida
como a soma das ativida-
des econômicas vinculadas
à indústria, ao comércio e
serviços, aos recursos vi-
vos marítimos, minerais,
energéticos, além do setor
da informação, ciência e
tecnologia que tenham o
mar com recurso ou meio.
Existem pelo menos dois
focos relacionados à eco-
nomia do mar: o que apre-
senta a influência direta do
mar como o setor naval,
náutico (incluindo espor-
te), portuário, pesca, de-
fesa; e também o foco nos
setores adjacentes que se
encontram no entorno, po-
rém não têm o mar como
matéria-prima ou meio. O
importante nesta lógica de
desenvolvimento é a con-
vergência setorial das ativi-
dades econômicas e sociais
no território, formando um
sistema produtivo integrado
e não fragmentado, onde
pode ser representado o
potencial de dinamização,
através uma matriz de insu-
mos e produtos.
Um dos desafios do sis-
tema produtivo que tem
o mar como recurso ou
meio é integrar os ativos
marítimos existentes de
forma convergente e ex-
plorar todo o potencial de
encadeamento produtivo,
principalmente nas ativida-
des com possibilidades de
maior agregação de valor e
produtividade. Desta forma,
é possível identificar quais
elos da cadeia produtiva
podem ser priorizados com
foco em gerar mais riqueza,
emprego e renda. Então,
atrair investimentos e in-
serir de forma competitiva
empresas (grandes, médias
e pequenas) na cadeia de
Porto de Itaguaí, um dos mais importantes do país: harmonia entre os poderes é fundamental
valor da economia do mar.
Esta pode ser uma boa es-
tratégia de desenvolvimento
por meio do adensamento
de cadeias produtivas, pois
fará dinamizar os territórios
marítimos a serem devida-
mente trabalhados.
A abordagem pela Eco-
nomia do Mar, então, deve
ser elemento de políticas
públicas para o desenvol-
vimento econômico e so-
cial. Mas existe uma outra
nomenclatura: “Economia
DIVULGAÇÃO - GOVERNO DO ESTADO DO RJ
Azul”. Esta foi criada devido
à popularidade da expressão
“Economia Verde”, que des-
perta grande interesse da
sociedade, tanto em aspec-
tos locais quanto globais.
“Economia Azul” vai além
da acepção econômica, e
abarca também as questões
de sustentabilidade e defesa
das riquezas marítimas. A
“azul”, portanto, equivale-
-se à “verde” no seguinte
aspecto: a utilização dos
recursos naturais deve ser
feita de modo sustentável,
consciente e deve também
propiciar benefícios a todos
na sociedade. Justamente
aí entram os governos e os
seus representantes, que,
em conjunto com a iniciati-
va privada, devem elaborar
e consolidar parcerias que
tenham o mar como fonte
de emprego, renda e rique-
za, enfim.
É claro que equalizar todos
os interesses constitui um
desafio. Estas discussões,
Entender o mar
como grande
ativo econômico
é uma forma de
transformar as
sociedades e os seus
indivíduos, porque
dele se pode gerar
desenvolvimento e
equilíbrio
é claro, acontecem na
Semana Polo do Mar
Conecta: especialistas e
representantes apontam
caminhos e, mais do
que isso, criam novas
oportunidades.
O evento é uma demons-
tração da importância da
mobilização da sociedade
em torno do mar, porque
seus benefícios são cons-
tantes e, no caso do nos-
so país, representam uma
imensa riqueza.
 6 ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2021
www.jornalatual.com.br

Quatro cabeças pensantes nas

Com 40 palestrantes, a Semana Polo do Mar Conecta reúne especialistas que vão traçar um vasto painel das cadeias pr

A Semana Polo do Mar Conecta traz 40
palestrantes de várias instituições que têm
o mar como inspiração, fonte de trabalho,
estudo e pesquisa. Vidas dedicadas a en-
tender como ele se comporta, que meios
são necessários para dele usufruir ou para
conservá-lo. A Semana Polo do Mar Co-
necta é uma excelente oportunidade para
se atualizar a respeito da Economia do Mar
ou Economia Azul. Por meio do que dizem
seus participantes é possível traçar um vas-
to painel de oportunidades e reflexões com
um objetivo bem claro: construir novos ca-
minhos para superar a crise e avançar no
desenvolvimento econômico e social.
O Atual ouviu quatro desses palestrantes
como uma pequena prévia do que está por
vir, afinal, são 24 instituições envolvidas, no
mínimo 20 horas de palestras gratuitas em
10 eixos temáticos.
Os professores Alexandre Freitas, Mar-
cos Bastos, Fábio Hochleitner e Ricardo
Coutinho têm em comum, é claro, tra-
balhos que de alguma forma aconte-
cem no contexto da Economia do Mar.
Freitas, doutor em Desenvolvimento Eco-
nômico e professor de Economia na UFRJ,
ressalta que é importante fomentar a sus-

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Fábio Hochleitner (meteorologista, Mestre e Doutor em Engenharia

Civil na área de Meio Ambiente) fala no dia 28 de junho
É a primeira vez que o professor
Hochleitner participa da Semana
Polo do Mar Conecta. Ele representa
o Laboratório de Métodos Computa-
cionais em Engenharia (Lamce), cria-
do há 35 anos. O Lamce é parte do
Parque Tecnológico da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
um complexo criado no ano 2000
cujo objetivo é fazer com que as pes-
quisas básicas e aplicadas feitas na
UFRJ possam ter um caminho natu-
ral de aplicação na indústria e, assim,
de uma forma direta, seus benefícios
possam chegar à população.
As empresas procuram este im-
portante Laboratório da UFRJ para
que se conduzam pesquisas que
são do interesse delas. Um exem-
plo é o Projeto Azul, criado em
parceria com a Shell, para o desen-
volvimento de uma tecnologia de
coleta de dados nos oceanos. Esta
também é uma forma de integrar os
alunos em projetos que atendem às
necessidades comerciais e sociais
ao mesmo tempo.
O professor Hochleitner preten-
de abordar na sua fala no evento
um dos muitos projetos do Lamce:
trata-se de um sistema de monito-
ramento meteorológico e oceano-
gráfico para a Baía de Guanabara,
no Rio de Janeiro. O objetivo é
entender a dinâmica do compor ta-
mento da atmosfera na Baía e as-
sim poder obter dados que sejam
úteis em diversas áreas, desde o
espor te até a saúde e meio am-
biente (com identificação de vias
do escoamento de lixo flutuante e
vazamentos de óleo etc).

O professor representa o Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pós-

graduação em Engenharia, no qual o Laboratório de Métodos
Computacionais em Engenharia está vinculado. O Lamce também é
a referência no Brasil do Air Centre, centro de pesquisa europeu para
pesquisas no Atlântico, em sistema de cooperação.

Professor Ricardo Coutinho, Doutor em Biologia pela Universidade

Carolina do Sul (Estados Unidos), fala no dia 1º de julho
O professor Ricardo Coutinho é
pesquisador titular do Instituto de Es-
tudos do Mar Almirante Paulo Moreira,
uma entidade da Marinha do Brasil
associada à Universidade Federal Flu-
minense (UFF-RJ). Ele também é che-
fe do departamento de Biotecnologia
Marinha do Instituto, que oferece cur-
sos de mestrado e doutorado na área.
É a primeira vez que ele vai participar
da Semana Polo do Mar Conecta.
Ele pretende falar no evento sobre
as oportunidades na área da biotec-
nologia marinha. O professor cita
quatro pilares: 1) uso sustentável da
biodiversidade; 2) produtos oriundos
da biodiversidade (substâncias dos
organismos que possam ter algum
tipo de aplicação, como por exemplo
substâncias de aplicações farmacoló-
gicas); 3) sistema de produção: pro-
cesso de fabricação de compostos ou
materiais que possam ser utilizados
pelo homem; 4) biotecnologia ambien-
tal: forma de minimizar os impactos
ambientais ao criar organismos como
bactérias que possam ser mitigadoras
da poluição no mar ao consumir, por
exemplo, petróleo e plásticos.
Coutinho também pretende discu-
tir o aproveitamento dos formados
dos cursos do Instituto. Apesar de
alguns serem aproveitados na inicia-
tiva privada e em cargos públicos,
muitos deles estão disponíveis e po-
dem ser úteis à sociedade. É aí que
entra o Sebrae, ao incitar a formação
de polos que podem empregar esses
profissionais.

O professor representa o Instituto de Estudos do Mar Almirante

Paulo Moreira, da Marinha do Brasil, associado à UFF. Dos 69
cursos de pós-graduação na área no Brasil, este é o único em
biotecnologia marinha. O Mestrado do Instituto é credenciado
desde 2016, e não é somente voltado para militares.
 www.jornalatual.com.br
ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 05 DE JUNHO DE 2021 7
s questões que envolvem o mar
rodutivas da Economia do Mar em mais de 20 palestras gratuitas para empresários de pequenos e médios negócios

tentabilidade e a economia a partir do mar
com políticas públicas que dinamizem as
cadeias produtivas.
Bastos é biólogo marinho e faz dou-
torado em oceanografia pela USP. Ele
vai mostrar a importância que a tro-
ca de informações tem para garantir a
sustentabilidade e a saúde ambiental.
Meteorologista e doutor em Engenharia
Civil, Hochleitner representa uma impor-
tante instituição: o Laboratório de Méto-
dos Computacionais do Parque Tecnoló-
gico da UFRJ. Ele vai demonstrar como
um projeto na Baía de Guanabara pode
ser útil para vários setores da sociedade.
Coutinho representa o Instituto de Estudos
do Mar Almirante Paulo Moreira, que tem
cursos de mestrado e doutorado em biotec-
nologia marinha. Para ele, a pesquisa é um
dos vetores do desenvolvimento a partir da
compreensão dos organismos marinhos,
que podem inclusive salvar vidas humanas.
Quatro homens que deixam claro a impor-
tância do mar para as cidades e para o
país. Nesse sentido, a Semana Polo do Mar
Conecta consegue reunir gente que pensa
o mar como ele realmente é: um oceano de
possibilidades.

Com foco em Economia do Mar, Alexandre Freitas, doutor em

Desenvolvimento Econômico, também estará na Semana Polo do Mar
Alexandre Freitas, professor do de-
partamento de economia da UFRRJ e
doutor em Desenvolvimento Econô-
mico, confirmou presença na Segun-
da Edição da Semana Polo do Mar
Conecta e será um dos palestrantes
no primeiro dia do evento, dia 28 de
junho, de 15h às 16h30. Com a temá-
tica Encontro de Fóruns do Mar Brasil
X Portugal, Alexandre Freitas falará da
Economia do Mar no Brasil, assunto
que promove a economia azul e po-
tencializa a responsabilidade social
no oceano. “Além da Costa Verde
ser área turística, temos o Porto de
Itaguaí, que pode ser um ativo impor-
tante para o desenvolvimento econô-
mico local. Temos grandes empresas
na região, a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a
prefeitura para promoção de políticas
públicas que fomentem a sustentabi-
lidade e a economia do mar”, disse o
professor Alexandre.
A exemplo da Economia do Mar de
Portugal que está prestes a atingir os
5% do PIB, Alexandre Freitas espera
despertar nas autoridades brasileiras
ações de incentivo ao setor. “Não te-
mos política voltada para esse setor
como já acontece em países da Euro-
pa, que têm políticas de desenvolvi-
mento para a economia azul”, ponde-
ra ele, que ainda destaca o descaso
da população quanto ao oceano: “As
pessoas frequentam e usufruem da
praia, e não têm cultura marítima. To-
dos precisam valorizar o mar e cuidar
bem dele.”, finaliza.

“Além da Costa Verde ser área turística, temos o Porto de Itaguaí, que
pode ser um ativo importante para o desenvolvimento econômico.
Temos grandes empresas na região, a UFRRJ e a prefeitura para
promoção de políticas públicas que fomentem a a economia do
mar”, disse o Professor Alexandre Freitas.

Um dos responsáveis pela conquista do primeiro navio oceanográfico

universitário do RJ, Marcos Bastos é um dos palestrantes
Marcos Bastos, biólogo marinho e
doutorando em oceanografia pela USP
é um dos conferencistas da Segunda
Edição da Semana Polo do Mar Co-
necta. O tema a ser abordado no dia
1º de julho, de 15h às 16h é saúde e
sustentabilidade no mar. Os tópicos a
serem discutidos são os seguintes: o
primeiro navio oceanográfico universi-
tário do Rio de Janeiro; o projeto da
Universidade do Mar, na Ilha de Bro-
coió; e Maricultura na Ilha Grande,
em Angra dos Reis. Para ele, o fórum
ligado à economia do mar evidencia
o polo marítimo. “O uso do mar no
Rio de Janeiro está cada vez mais in-
tenso. Esse evento promove troca de
informações e apresenta iniciativas de
apoio de Portugal. A cultura e experi-
ência dos portugueses com as ques-
tões ambientais no setor náutico tem
muito a nos ensinar”, salienta Bastos.
O incentivo à economia do mar
com promoção aos serviços do
ecossistema é um dos aspectos
essenciais para o desenvolvimento
sustentável. “Não há como prover
qualidade ambiental sem saúde am-
biental. É necessário socializar as
informações. Devemos disseminar
essas informações para que todos
sejam também multiplicadores e pro-
tagonistas do cuidado com a fauna e
flora. Assim, teremos geração de ne-
gócio e renda associado à economia
no estado”, finalizou ele, que atua em
gestão de serviço ecossistêmico do
meio ambiente com foco no desen-
volvimento da maricultura.

“Não tem como prover qualidade ambiental sem saúde ambiental.

Devemos disseminar essas informações para que todos sejam
multiplicadores e protagonistas do cuidado com a fauna e flora.
Assim, teremos geração de negócio e renda associado a economia
no estado.” Marcos Bastos, professor e biólogo marinho
 8 ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2021
Hidratante feito à base de algas é um exemplo de como o mar oferece substâncias que servem aos humanos de forma eficaz
No mar, uma visão da algicultura: criação de algas atende a vários setores da economia
A empresária informa: mais
de 40 artigos científicos
asseguram que a alga
é benéfica em produtos
alimentícios e cosméticos
por ser fonte de diversos
nutrientes como minerais,
proteínas, vitaminas e fibras.
Elas são utilizadas tanto na
alimentação humana quanto
na ração de animais. Em
2008, o Ibama autorizou o
cultivo da região de Ilha Bela
(SP) à Baía de Sepetiba, em
Itacuruçá (RJ).
Algas: um
bom negócio
Empresária desenvolve cosméticos a partir de algas
cultivadas e faz sucesso com produtos naturais
A pandemia de Covid-19
nos traz um alerta quanto
à conservação e preserva-
ção do meio ambiente. As
indústrias de beleza estão
cada vez mais preocupa-
das com o ecossistema.
Visando a responsabilidade
ambiental, após 10 anos
de estudo, a pesquisadora
Ana Lúcia Vendramini, da
Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), de-
senvolveu um cosmético
sustentável à base da alga
marinha Kappaphycus al-
varezii, espécie trazida da
Indonésia. “Estudos cientí-
ficos asseguram que a alga
é benéfica tanto para pro-
dutos alimentícios quanto
cosméticos por ser fonte
de diversos nutrientes como
minerais, proteínas e fibras.
O hidratante promove recu-
peração celular, hidratação
e nutrição. O Algii - como
o produto foi batizado - é
totalmente natural, vegano
e sustentável”, disse a em-
Ana Vendramini é palestrante da Semana Polo do Mar Conecta presária do ramo de algicul-
tura, que é como se chama
a atividade de cultivar algas
marinhas.
O Brasil é uma potência
para a economia do mar. No
entanto, não tem cultura de
cultivo em água, de acordo
com a pesquisadora. “Esse
empreendimento é novo.
Já tentaram implementar
inclusive em Itaguaí, mas
o projeto não foi à frente. A
Baía de Sepetiba não é um
local adequado para extrair
a alga para cultivo humano,
pois a área está degradada”,
pontuou Ana, que desde
2009 coordena o projeto de
extensão de Tecnologia So-
cial para o Beneficiamento
de Pescado, com foco em
produtos de surimi, macro
e microalgas. Para a em-
presária, o momento global
é favorável para colocar o
país no topo de produção de
algas. “A divulgação da agil-
cultura em um evento como
o da Economia do Mar
contribui para a geração de
renda, melhora o aspecto
www.jornalatual.com.br
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
social, ambiental e turísti-
co”, avalia Vendramini, que
é uma das palestrantes, no
dia 1º de julho, da Semana
Polo do Mar. Ana Lúcia tam-
bém conseguiu outro feito
inédito no país: a aprovação
na Câmara dos Deputados
de uma emenda parlamentar
de apoio à pesquisa no setor
de proteínas alternativas. A
verba de R$ 530 mil do de-
putado Paulo Ganime (Novo-
-RJ) disseminará avanços
no estudo de cultivo e apro-
veitamento econômico de
algas marinhas cultivadas na
região de Paraty.
“O Algii - como
o produto foi
batizado - é
totalmente
natural, vegano
e sustentável”,
disse a pesquisadora
Ana Vendramini, que é
empresária do ramo de
algicultura.
www.jornalatual.com.br
ESPECIAL
JORNAL ATUAL | SÁBADO, 05 DE JUNHO DE 2021 9

Um novo
ATUAL
vem aí
Porque a imprensa é cada
vez mais necessária.

Porque uma tradição de 20

anos também implica em
novos desafios.

Porque é preciso
ousar para trazer mais
informação para você.