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A SITUAÇÃO DA PESCA EM CABO VERDE

Jan. 2022
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ROPA-CV Secretariado
Contatos :
+2389530775 | 9180710 - Paulo Varela – Presidente
+2389999231 - Hirondina Maria Lima – Secretária executiva
Email : ropa.cv2010@gmail.com
Nome da Organização: ASSOCIAÇÃO DE REDE DE ORGANIZACÕES SOCIO
PROFISSIONAIS DA PESCA ARTESANAL – ROPA - CV

Contactos:

Endereço: Nº 28- 1º - Cidade da Praia – Praia, Santiago – Cabo Verde


Telefone e Fax: +238 999 92 31 / 520 54 87 (Hirondina Maria Lima - Secretariado da ROPA – CV),
+2389530775 | 9180710 - Paulo Varela – Presidente
E-Mail: ropa.cv2010@gmail.com¸ hirondinamarial@gmail.com, varelapablo70@yahoo.com.br

Local da Intervenção
Tipo de Paisagem e Área de abrangência Local de intervenção do projeto

Terrestre Ilha Nacional


x Marítima Concelho/zona
Iniciativa localizada fora das paisagens Área (s) protegida (s)

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1. Caracterização da organização

Foi instituída a Associação sem fins lucrativos denominada ASSOCIAÇÃO DE REDE


DE ORGANIZACÕES SOCIO PROFISSIONAIS DA PESCA ARTESANAL –
ROPA - CV, publicada no BO Nº 29 III SÉRIE, de 23 de Julho de 2010. O nosso
objetivo é fazer ou facilitar, todas as operações em favor das organizações membros,
particularmente : favorecer a promoção, as trocas e a concertação entre as organizações
socioprofissionais membros, as organizações não governamentais, e as associações de
desenvolvimento, criar e manter uma sinergia entre os membros da Direção e o
Ministério das Pescas, as organizações intergovernamentais e internacionais , as
instituições de investigação e os parceiros para o desenvolvimento operando no setor da
pesca artesanal em Cabo Verde.

A nossa razão principal é o papel do pescador enquanto produtor de conhecimento e


operador de pesca é fulcral para a gestão sustentável da pesca em Cabo Verde. O seu
envolvimento no processo de compreensão, definição e implementação de políticas que
visam o aproveitamento dos recursos marinhos é imprescindível e inadiável. O pescador
e o seu conhecimento dos recursos pesqueiros em Cabo Verde são um património
demasiadamente valioso para ser desperdiçado. Ele é parte da solução para enfrentar os
desafios, enquanto elemento do ecossistema.”

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II. O contexto da pesca em Cabo Verde

Os ecossistemas aquáticos são essenciais para preservação da biodiversidade marinha e


para a sobrevivência humana. Isso porque (além das milhões de espécies de animais,
vegetais e microrganismos que dependem dos ecossistemas marinhos para sobreviver) é
justamente deste ecossistema que retiramos um recurso indispensável para a vida
humana: a água.

Apesar disso, a biodiversidade marinha é constantemente ameaçada pelas ações do


homem, que destrói os ecossistemas aquáticos por meio da pesca predatória, aquicultura e
poluição. Evitar a poluição de rios, lagos, mares e oceanos é a principal maneira de
preservar esse importante ecossistema e valorizar a vida de diversas espécies de animais e
vegetais.

A preservação dos ecossistemas aquáticos também é importante para garantir a economia


e sobrevivência de famílias e vilas que dependem de atividades ribeirinhas para
sobreviver.

Cabo Verde, a sua posição de insularidade, que expõe as zonas costeiras aos riscos
relacionados com elevação dos níveis das águas do mar, o aumento da salinidade dos
solos, a fragilidade da biodiversidade, aos problemas crónicos de acesso à água potável,
aos períodos de secas prolongadas e as inundações. Visto que cerca de 80% da população
cabo-verdiana está concentrada nas áreas costeiras, qualquer que seja as mudanças
ambientais afectarão a sustentabilidade a nível económico, humano, especialmente, a
pesca e a economia marítima.
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A economia caboverdiana é dominada pelos serviços, que representam 75% do PIB, e em
particular pelo turismo.
Já o setor primário - agricultura, pecuária, pesca - é muito importante para a economia
nacional e garante a segurança alimentar a vários segmentos da população, incluindo os
mais vulneráveis. O peixe é a principal fonte de proteína animal dos cabo-verdianos. No
entanto, as ligações entre o setor do turismo e o setor da produção alimentar nacional são
escassas e as estimativas indicam que cerca de 80% do pescado consumido nas zonas
turísticas é importado.

Os vários instrumentos de política setorial desenvolvidos pelos Governos durante esses


anos, destacam o papel importante da pesca na segurança alimentar, na redução da
pobreza, na criação de empregos e no equilíbrio da balança comercial. Para o período
2016-2021, o Governo definiu como objetivo do setor, o de contribuir para o
desenvolvimento sustentável do país com especial atenção aos desafios e oportunidades
da Economia Azul. Estão em curso reformas institucionais, incluindo a reorganização da
instituição de crédito, o Fundo de Desenvolvimento das Pescas.

O“Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável 2017-2021” (PEDS) enquanto


ferramenta de planeamento, ainda em vigor, para materializar a visão do Governo de
promover o desenvolvimento sustentável, na base de um novo modelo de crescimento
económico e focalisado mna melhoria das condições de vida das pessoas. No PEDS, a
economia do oceano / economia marítima e pescas, constituem com o turismo, a
agricultura e a indústria, os pilares de recentragem da economia.

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Porem, o processo da Pesca Artesanal está cada vez mais ultrapassado como método de
captura e consequentemente contribuição para o surgimento de renda e melhoria das
condições de vida socioeconómica das comunidades piscatórias - e não só - já que as
espécies marinhas se encontram cada vez mais distantes da orla costeira; isso obriga um
esforço suplementar gigantesco das embarcações de boca aberta para locais cada vez
mais distante, sem segurança alguma garantida, em todo o sentido do termo.

Paradoxalmente, se regista o surgimento exponencial de barcos de pesca artesanal (botes


de boca aberta) em quase todas as Comunidades Piscatórias do Pais, a medida que se
proliferam a demanda de motores fora-de-borda para os efeitos subsequente.

Os recursos pesqueiros são caracterizados por uma grande diversidade de espécies, cujo
potencial total é estimado entre 36.000 e 44.000 toneladas por ano. Embora represente
apenas 0,7% do PIB (INE, 2011), o sector da pesca é uma importante fonte de
rendimento, empregando cerca de 5,3% da população ativa (INE, 2010), desempenhando
também um papel decisivo para a segurança alimentar dos a população, cumprindo assim
os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O consumo per capita de pescado
em 2002 foi de 26,2 kg (INE, 2002).

Segundo um estudo de mercado que traz algumas linhas que podem orientar futuros
investimentos no sentido de dar valor acrescentado e de melhorar as condições de
comercialização do pescado em Cabo Verde.

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De facto, “O estudo indica claramente que há uma apetência para os produtos frescos em
relação aos produtos transformados como salga, seca e mesmo em relação aos produtos já
com alguma transformação ou refrigeração. O Cabo-verdiano prefere o peixe fresco, o
turista que vem cá também prefere o peixe fresco”1

As principais espécies exploradas são grandes pelágicos (atuns e cavala), pequenos


pelágicos (cavala, carapau, picarel do Atlântico), demerseaux (garoupa, dourada, pargo
africano, imperador do Atlântico, javali, etc.), lagostas e certas espécies de moluscos e
cefalópodes. Os recursos são explorados por uma frota artesanal de embarcações de
dimensões entre 3,5 a 6 metros com motor de popa ou não e pela frota industrial e semi-
industrial de navios. As capturas atuais giram em torno de dez mil toneladas por ano.

A maioria dos navios de pesca estrangeiros que operam na zona económica exclusiva de
Cabo Verde são palangreiros e cercadores. Vários acordos celebrados entre os países
importadores e Cabo Verde visam fazer do arquipélago uma plataforma para o comércio
de pescado, pelo ponto de contacto estratégico que constitui com as principais rotas
marítimas do Atlântico.

Concernente ao preço do Atum suscetível de ser capturado/pescado nas nossas águas


territoriais e preciso esclarecer que, quando se negoceia com terceiros fazem-no,
individualmente, e não coletivamente já que existem outros países interessados e que
oferecem melhores condições de compra-

1
Projecto Iniciativa de Pesca Costeira, FAO/GEF, 2021

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Quando é preocupante salientar que o pescador tem sido penalizado com as restrições
impostas pela Legislação nacional concernente a não captura de aves ou tartarugas
marinhas pois são elas que nos tem dificultado a faina da pesca ao obstruírem o espaço
físico onde realizamos as nossas operações de pesca e não o contrário

Referente ao sistema estatístico das pescas é um dos pilares do sector consolidado ao


longo de muitos anos, apesar de, ser necessário ainda alguns reajustos por exemplo a sua
agregação por ilha, porto ou local do desembarque, espécies capturadas, zonas de pesca e
a repartição do esforço de pesca das embarcações licenciadas pelas diferentes pescarias e
zonas de pesca e, ainda, colecta de outros dados de natureza socio-economico, como
sugere o PGRP 2003.

O potencial haliêutico de Cabo Verde é globalmente subexplorado, não obstante alguns


recursos haliêuticos encontrarem-se num estado de sobrexploração ou de exploração
intensa (PGRP, 2003).

A transformação e a comercialização são ramos de actividade que se situam a jusante da


captura. A indústria transformadora de pescado em Cabo Verde sofreu diversas evoluções
ao longo do tempo mas, ainda, enfrentam muitos constrangimentos.

O governo de Cabo Verde toma regularmente medidas para proteger o setor da pesca
artesanal de conflitos com embarcações industriais e também para fortalecer seus
controles sobre o cumprimento das cotas por parte do setor industrial. As medidas
previstas nos Planos de Gestão dos Recursos e nos Planos Executivos bianuais,

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contribuem para o acompanhamento das pescarias. A disponibilidade de recursos,
particularmente tunídeos e pelágicos, e o modo de comercialização, permite o acesso a
essas categorias de pescado às populações com baixo poder de compra. A pesca artesanal
possui características tecnológicas distintas, expressas em termos de diferenças nos
tamanhos das embarcações, motores, equipamentos e artes de pesca, condicionando
diferentes níveis de capacidade de pesca, territórios e estratégias de subsistência (dentro e
fora).

Cabo Verde possui uma importante área marítima, cujos recursos haliêuticos têm sido
alvo de pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN), com os consequentes
prejuízos para a preservação, conservação e gestão sustentável desses recursos.

De facto, na combate contra a pesca INN (pesca ilegal, não declarada e não
regulamentada) tem conhecido “grandes avanços “ao longo dos últimos anos,reforçada
com a adoção do Decreto Legislativo n.º 2/2020, de 19 de março, que define o regime
geral de gestão e organização das atividades de pesca nas águas marítimas nacionais e no
alto mar.
Com a implementação do “Plano Anual de Luta Contra a Pesca INN vai-se dar
continuidade aos trabalhos até aqui desenvolvidos, com vista a “cimentar os ganhos já
obtidos”.
O plano aplica-se a toda a actividade de pesca e actividades conexas realizadas nas águas
sob a jurisdição de Cabo Verde, por embarcações nacionais e estrangeiras, e nas águas
internacionais ou sob a jurisdição de países terceiros, pelas embarcações de bandeira
cabo-verdiana.

Igualmente, com a atualização da legislação do sector das pescas, concretamente o


Decreto-legislativo nº2/2020, que vem definir o regime geral da gestão e do
ordenamento das atividades de pesca nas águas marítimas nacionais e no alto mar, o

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sector pretende também reforçar as condições para uma fiscalização mais eficaz e uma
boa gestão destes recursos, garantindo os mecanismos que promovam o cumprimento,
pelas embarcações de pesca e demais operadores envolvidos, a conservação e princípios e
normas de gestão, contribuindo assim para a sua utilização sustentável.

A frota artesanal é composta por 1.239 embarcações, sendo 72% motorizadas, e conta
com 3.717 pescadores. A frota industrial e semi-industrial conta com 90 embarcações
ativas e cerca de 1.080 pescadores (INDP - Censo da Frota 2011).

Sobre a questão género, força é de constatar que em alguns casos, as mulheres são donas
de barcos e financiam atividades pesqueiras que empregam homens e, em outros casos,
elas dirigem suas próprias atividades pesqueiras. Mas, na maioria dos casos, as mulheres
enfrentam, entre outras coisas, desigualdades no acesso a recursos, serviços,
oportunidades de emprego e tomada de decisões.

Lutar pela igualdade de gênero no setor pesqueiro significa, por um lado, dar às mulheres
um lugar em todos os fóruns e, por outro lado, reconhecer o trabalho muitas vezes
invisível e as responsabilidades que assumem”.

Segundo um estudo “mesmo não tendo conhecimento sobre o fenómeno das mudanças
climáticas, tem percepção do mesmo e muitos mostraram preocupados com os sismos e
ou outras manifestações naturais que acontecem no mundo, temem por Cabo Verde ser
um país rodeado de mar, onde a maioria das pessoas vivem perto das orlas marinhas e

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também por possuir algumas ilhas planas com infra-estruturas importantes, como por
exemplo aeroportos, hotéis, comércios, etc., perto do mar.”2

Segundo algumas estimativas, cerca de 80 % dos detritos encontrados no ambiente


marinho têm origem em atividades realizadas em terra. A origem do lixo marinho não
está necessariamente limitada às atividades humanas localizadas no litoral. Mesmo
quando é depositado em terra, os rios, as inundações e o vento transportam o lixo para o
mar. As atividades piscatórias, o transporte marítimo e as instalações offshore, como as
plataformas petrolíferas, e o sistema de esgotos são responsáveis pelo restante.

Embora o lixo marinho seja apenas uma das pressões que fazem sentir-se sobre o
equilíbrio do ambiente marinho, constitui uma preocupação cada vez maior. A
acumulação e a longa duração dos plásticos na natureza complicam ainda mais o
problema. O lixo marinho é um problema transfronteiriço: quando chega ao mar, não
pertence a ninguém. Este facto torna a sua gestão difícil e muito dependente da existência
de uma boa colaboração nacional, regional e internacional.

Igualmente, a sucessiva extracção de inertes no fundo das ribeiras e nas faixas costeiras é
preocupante num país arquipelágico de origem vulcânica, onde a precipitação de regime
torrencial responsável pela decomposição dos minerais das rochas e o transporte dos
sedimentos, é escassa e irregular e a dinâmica litoral responsável essencialmente pela
sedimentação de areias nas praias, é hoje frequentemente interrompida, criando já

2
ANÁLISE DOS SABERES ENDÓGENOS DA PESCA ARTESANAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, APPECCAO/ CABO
VERDE, MAIO 2011
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impactos ambientais significativos que podem comprometer a reposição natural desses
materiais e o consequente desenvolvimento dessas formas de relevo.

A COVID-19, economicamente, teve impctos devastadores nas comunidades pescatórias.


Assim sendo o governo de Cabo Verde, com apoios da Comunidade internacional, tomou
desde 2020, o Ano da Economia Azul, medidas para proteger o setor da pesca artesanal.

Segundo o Doutor em Gestão e Políticas Ambientais pela Uni-CV, Paulino Monteiro “A


problemática inerente ao objetivo de analisar o desafio da sustentabilidade do recurso
pesca em Cabo Verde, passou pelo estudo do estado da arte em termos de gestão e
conservação e culminou com a construção de modelos de aferição da qualidade dos
habitats marinhos até as 80 milhas da linha da costa e de riscos para nove espécies de alto
valor comercial, ambiental e social para as comunidades. Os resultados (mapas de
qualidade dos habitats, mapas de riqueza das espécies e mapas de riscos) foram
conjugados, produzindo-se mapas de intervenção especial, que se propõem como uma
solução plausível para a implementação da abordagem ecossistémica.”

2. Resumo

Um dos compromissos para proteger a vida subaquática expressos pela ONU: Enquanto
isso, até 2030, o compromisso é aumentar os benefícios economicos que os pequenos
Estados insulares em desenvolvimento e os países menos desenvolvidos recebem do uso
sustentável dos recursos marinhos, em particular através de gestão da pesca, da
aquicultura e do turismo. A REDE DAS ORGANIZACÕES SOCIO PROFISSIONAIS
DE PESCA ARTESANAL DE CABO VERDE – ROPA-CV, ciente dos desafios e das
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fragilidades do nosso ecossistema, mas, também do esforço do nosso Estado em parceria
com a comunidade internacional, engajada em apoiar a defesa e a valorização do
ambiente em Cabo Verde, vimos em nome dos pescadores artesanais de nacionais,
manifestar nossa solidariedade e determinação em participar de forma consciente e ativa
no processo de formação de uma sociedade ecologicamente responsável, portadora de
atitudes ajustados aos desafios dos tempos presentes, onde o equilíbrio deve ser a palavra
de ordem.

3. As recomendações / conclusões da Organização

1. REPENSAR E AJUSTAR OS ACORDOS INTERNACIONAL DE PESCA: Estes


acordos, desde ao longos dos anos em que vem sendo praticados, têm contribuído pela
alteração do equilíbrio no sistema natural de ciclo alimentar das espécies marinhas com
valor comercial e consequentemente, reduz a produção na pesca costeira, gerando
instabilidades SOCIAIS, COM IMPACTO nos rendimentos das famílias dependentes da
pesca artesanal como meio de subsistência. Pelo que os próximos acordos, deverão
envolver novos estudos e a participação direta nos processos de preparação e negociação,
dos atores de pesca, enquanto partes legítimas afetadas;

2. REFORCAR AS ESTRATEGIAS DE COMBATE A EXTRACAO DE INERTES


NAS PRAIAS: A areia, além de constituir o filtro para a retenção do sal, evitando a
degradação dos solos agrícolas, também é por excelência, o ninho de reprodução de
espécies marinhas, pelo que sua exploração prolongada e desregulamentada, compromete
E FRAGILIZA a capacidade de RENOVACAO de espécies. Tornando –se indispensável,
a aplicação de medidas de mitigação, como o financiamento alargado de atividades
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geradoras de rendimento alternativo, o incentivo e licenciamento de produção de inertes
industriais a custos ajustados à realidade nacional e a regulamentação da lei de extração
de inertes/ apanha de areia nas praias

3.RECONVERSAO DA AGRICULTURA CONVENSIONAL PARA A ECOLOGICA:


Os sistemas convencionais da agricultura, com uso de pesticidas e fertilizantes químicos
industriais, estão esgotados. Seus resíduos são altamente tóxicos e prejudiciais ao sistema
marinho, quando por efeito das águas e nossa topografia acidentada, os resíduos tóxicos
acabam chegando aos leitos de ribeiras, contaminando poços, lençóis freáticos e
desembocando no mar, acabando por envenenar as águas, com todos os seus riscos para a
saúde humana e perda de biodiversidade. Urge a tomada de medidas urgentes para a
adaptação da nossa legislação a prática de uma agricultura ecológica, invertendo este
quadro.

4.RETOMA E REFORCO DA FISCALIZACAO DO USO DO PLASTICO: O mar e os


oceanos, continuam a ser o depósito último dos resíduos de plásticos utilizados em terra.
Estes resíduos, ao serem transladados para o ambiente marinho, são armadilhas perfeitas
para matar nossas especiais emblemáticas, como as tartarugas e os golfinhos,
particularmente. O país já dispõe de uma base legal, devidamente regulamentada,
entretendo, nota-se um abrandamento na fiscalização, passando esta lei a ser um quase
“letra morta”

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A Relatora: A Secretária Executiva da ROPA-CV

Drª Hirondina Maria Lima

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