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Malha Paulista
da

Rumo a 100 milhões de toneladas/ano


Maio / Junho 2020 - R$ 31,50
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editorial

Em poucos meses, a pandemia do coronavírus abalou o mundo e causou

mudanças cujos impactos ainda serão medidos e sentidos por muito tempo. 

O vírus que intriga a ciência, com múltiplas facetas que dificultam sua

compreensão, causou impacto profundo também na economia mundial e mudou a

lógica dos sistemas produtivos. E no meio desse quadro, a renovação do contrato

de concessão da Malha Paulista e, anteriormente, o concessionamento do trecho

Central da Ferrovia Norte-Sul, aliados às boas expectativas de safra

e do agronegócio, surgem como um ponto fora da curva no Brasil.

O mundo continuará precisando de alimentos, a produção brasileira é crescente

e os compromissos de investimento assumidos pela Rumo em suas concessões

prometem aumentar a capacidade da malha ferroviária brasileira. Um sopro

positivo não só para o mercado ferroviário mas para o país.

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Ano 81 - Maio / Junho de 2020 assinaturas@revistaferroviaria.com.br
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REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 3


sumário Entrevista
Ano 81 - Maio/Junho 2020
10
Pedro Palma, diretor geral
da Rumo Malha Central

Mobilidade urbana
Locomotiva AC44i Metrôs e trens no mundo

34
(Wabtec) da Rumo em adaptação
Malha Paulista, ao novo normal
próxima a Ibaté (SP).

Foto: Lucas M. Rosa


VLT da Baixada Santista
entre as estações
Washington Luiz e
Conselheiro Nébias
Pág. 20 Foto: Lucas M. Rosa
RF 80 anos
A história de leitores com
a Revista Ferroviária
32

Estudo de mercado
38
Frota é de 1.552 equipamentos
de manutenção de via

Suprimentos
46
Empresas de equipamentos
de via prontas para a demanda
cartas
lista no Museu de Jundiaí chem uma lacuna biblio-
Navegação mercantil do referido período. Al- gráfica e faz (que) essa
e ferrovia gumas citações do editor publicação se torne uma
Sou professor universitário e quando na contracapa do livro: referência obrigatória na
fiz pós-graduação de mestrado em "O estudo trata da na- historiografia brasileira".
Economia (História Econômica), de- vegação fluvial como O que nos leva à divul-
senvolvi uma pesquisa sobre a navega- estratégia de expansão gação deste trabalho é o
ção mercantil intermodal que a então capitalista. O autor traça fato da importância que
Companhia Paulista de Vias Férreas e o panorama de alguns as- a Revista Ferroviária dá
Fluviais (depois Companhia Paulista pectos tecnológicos da navegação, do à história da ferrovia. E, dentro dessa
de Estradas de Ferro) desenvolveu no tráfego de mercadorias para a expor- perspectiva, a navegação fluvial em
Rio Mogi-Guassu de 1883-1903. tação (como o café) e para o mercado caráter intermodal no último quartel
Esse trabalho posteriormente foi sele- interno (como o sal) e efetua uma com- do século XIX é algo inédito e se tra-
cionado pelo Projeto Edição de Tex- paração de perspectiva econômica, en- duz num esforço surreal dos grandes
tos de Docentes e Pós-Graduandos tre as vias férreas e fluviais, a partir de empreendedores da expansão ferrovi-
da Unesp-Pró-Reitoria de Pós-Gradu- dados da Companhia Paulista de Vias ária na época, não medindo esforços
ação da Unesp- Fundação Editora da Férreas e Fluviais de 1883 a 1903. O no desenvolvimento de tecnologias
Unesp. Dele resultou a publicação em trabalho é pioneiro e inédito [em 2009] de transporte que, vencendo as mais
2009 pela Edunesp do livro de minha no que se refere à pesquisa empírica difíceis restrições operacionais e de
autoria "Navegando o Mogi-Guaçu: a no Oeste Paulista. [...] O autor trata o terreno, deram ao desenvolvimento
agroexportação cafeeira no Oeste Pau- tema com acuidade e critério a partir de ferroviário um caráter desbravador de
lista e a formação de um mercado in- ampla e minuciosa pesquisa em fontes nosso imenso Brasil.
terno regional (1883-1903)". primárias inéditas (a exemplo dos rela- Atenciosamente, com nossas sau-
Esse trabalho, entre outras várias fon- tórios da Companhia Paulista de Estra- dações.
tes, teve como espinha dorsal a pesqui- das de Ferro e Fluviais) [...]. A ampla
Hilário Domingues Neto
sa dos relatórios da Companhia Pau- pesquisa e a abordagem atual preen-
hiladne@terra.com.br

RF 80 anos Ferroeste no PPI Webinar nos Trilhos


Parabéns pelo seu aniversário! Fico contente em saber como o setor de
Parabéns pela luta, pela manu- ferrovias vem ganhando cada vez mais
tenção da publicação da Revista espaço no segmento de carga.
Ferroviária. Sempre Gostaria de ver esse modal voltar no
que tive as opor- segmento de passageiro também, como
tunidades já houve no passado. Quem sabe um dia.
dessa leitu-
Waldir Saram
ra, a fazia
wsaram53@gmail.com
com mui-
to gosto. Elogio
Parece que Altíssimo nível e oportuno os te-
Gostaria de dar meus parabéns à Revis-
o momento é mas tratados.
ta Ferroviária pelo novo formato dos
muito melhor
exemplares grampeados. Dessa forma, Sandro Barbosa Domenici
e temos que apro-
agora posso colecionar e enquadrar as sandrodomenici@faculdadefia.edu.br
veitar ao máximo, pois
fotos do arquivo ferroviário, sem des-
o sistema de transporte tem que ser Para escrever para a Revista Ferroviária
truir a revista e ter uma imagem bonita. mande um email para:
alterado para o nosso crescimento.
Parabéns e um forte abraço, redacao@revistaferroviaria.com.br
ou para as nossas redes sociais
José Alcebíades Lazarin (Instagram, Facebook ou LinkedIn) ou escreva para:
Domingos Luiz Orlando 
Mensagem via LinkedIn Av. Marquês de São Vicente, 2.219 - Ed.Office Time
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6 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


agenda

BRASIL EXTERIOR
AGOSTO JULHO
INTERMODAL SOUTH AMERICA COMPRAIL 2020
19 a 21/08 - São Paulo, SP 01 a 03/07 – Evento virtual

Organizador: Informa Organizador: Wessex Institute

Site: www.intermodal.com.br Site: https://www.wessex.ac.uk

SETEMBRO OUTUBRO
AFRICA RAIL 2020
26ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA
19 e 20/10 – Joanesburgo, África do Sul
DA AEAMESP E METROFERR
Organizador: Terrapinn
01 a 04/10 – São Paulo, SP
Site: https://www.terrapinn.com
Organizador: Aeamesp
Site: http://www.aeamesp.org.br/

OUTUBRO 2021
ENCONTRO DE FERROVIAS ABRIL
21 e 22/10 – Curitiba, PR INNOTRANS 2020
Organizador: ANTF 27 a 30/04 – Berlim, Alemanha

Site: www.antf.org.br Organizador: Messe Berlin


Site: www.innotrans.com

NOVEMBRO
EXPOLOG 2020 – FEIRA INTERNACIONAL DE LOGÍSTICA
MAIO
INFRARAIL 2021
25 e 26/11 – Ceará, Fortaleza
11 a 13/05 – Londres, Inglaterra
Organização: Prática Eventos
Organizador: Mackbrooks
E-mail: eventos@praticaeventos.com
Site: https://www.mackbrooks.com

2021
MARÇO
NT EXPO – NEGÓCIOS NOS TRILHOS
10 a 12/03 – São Paulo, SP
Organização: Informa
Site: https://www.ntexpo.com.br/

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 7


gente

Lutz assume Conselho da Rumo

Divulgação/Rumo
M
arcos Lutz assumiu a presidência do Conselho de Administração
da Rumo no início de abril, com mandato até agosto de 2021. O
executivo deixou a presidência da Cosan, para dar lugar a Luis
Henrique Guimarães, até então à frente da Raízen (uma das subsi-
diárias do grupo Cosan).
Lutz é graduado em engenharia naval pela Escola Politécnica e mestre em Admi-
nistração de Empresas pela Kellogg Graduate School of Management, Northwestern
University. Antes de ingressar na Cosan, atuou como diretor executivo de Infraes-
trutura e Energia na Companhia Siderúrgica Nacional, foi membro do Conselho de
Administração da MRS Logística, CFN Railways e Ita Energética. Antes disso, foi
diretor de Operações da Ultracargo. Como presidente da Cosan, foi escolhido Ferro- Marcos Lutz é presidente do
viário do Ano de 2011 pelo Conselho Editorial da Revista Ferroviária. Conselho de Administração da Rumo

CCR tem novo presidente

A
CCR anunciou, no início de junho, a suces- diretor-presidente e vice-presidente do Conselho da Lo-
são na presidência do grupo. Marco Antônio g-In Logística Intermodal. O executivo tem MBA pelo
Souza Cauduro assume o cargo no dia 6 de MIT Sloan School of Management, é doutor em Finanças
julho, no lugar de Leonardo Couto Vianna. pela Fundação Getúlio Vargas e já foi professor visitante
Formado em economia pela USP, 43 anos, Cauduro era na Universidade de Stanford.

Gente que faz A RF dá destaque aos ferroviários que trabalham na operação, com o objetivo
de valorizar aqueles que fazem as ferrovias brasileiras funcionarem.

Há quantos anos na ferrovia inovadoras e a vencer todos esforços empregados,

Passageiros
4 anos desafios. conseguimos concluir.
Ferrovia significa... Um bom ferroviário é... Expectativa profissional
Meio de transporte através Aquele que, superando as O trabalho produz como fruto
do qual visamos encurtar adversidades, se motiva o crescimento do indivíduo.
caminhos, além de oferecer com os desafios diários Sem medir esforços, estarei
previsibilidade e segurança, para entregar um serviço de sempre dando tudo de mim
promovendo a melhoria excelência à população. o que, como consequência,
da qualidade de vida da renderá crescimento
Momento para recordar
população. profissional e me colocará
Um deles, o desafio da área
na posição ideal.
Desafio diário de Gestão e Coordenação
O desejo de entregar um para a revitalização de dois Vicente Correia
serviço de excelência sempre grupos geradores a diesel Agente Especializado em
nos motiva a buscar soluções de 5000kVA no total e, após Engenharia da CCR Metrô Bahia

Há quantos anos na ferrovia dos limites da empresa, nas sobre um projeto da empresa
Carga

3 anos suas casas e famílias. e fiquei feliz, emocionada.


Queria encontrar alguém que
Ferrovia significa... Um bom ferroviário é...
entendesse de ferrovia para
Vida e renovação. É um Aquele que se dedica a
comemorar.
despertar para renovação diária, conquistar, está disposto a fazer
todo dia fazemos algo novo. diferente todo dia, a sempre Expectativa profissional
Renovamos todos dias mental e crescer. O ferroviário não pode Poder continuar cuidando da
profissionalmente. ser acomodado. saúde das pessoas.
Desafio diário Momento para recordar
Sensibilizar as pessoas com o O dia em que eu me enxerguei
ferroviária. Eu estava de
Joyce Filgueiras Viana
compromisso pela prevenção e Médica do Trabalho/
fazer com que levem isso além férias, recebi uma informação Coordenadora de Saúde da MRS
8 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020
Bianca Rocha expressas
Recursos de outorga para a Fiol Investimentos
O plano de viabilizar novas ferro- clusão da Fiol II é de R$ 400 mi- na CBTU
vias por meio do mecanismo de lhões, dinheiro que está em falta Em visita no final de junho ao Nordeste,
outorga cruzada está sendo defini- no caixa da estatal, responsável o ministro do Desenvolvimento Regional,
do pelo Ministério da Infraestru- pela compra do material junto aos Rogério Marinho, liberou um total R$ 116,5
tura. Além da construção da Fer- fornecedores. A Valec conta com milhões para três sistemas da CBTU – Re-
rovia de Integração Centro-Oeste R$ 300 milhões este ano destina- cife (R$ 22,8 milhões), João Pessoa (R$ 18
(Fico) e do ramal Cariacica-An- dos às obras da Fiol II. Para con- milhões) e Natal (R$ 75,7 milhões). Havia
chieta da EF-118, parte da outorga clui-la até 2022, meta estipulada cerca de 10 anos que os sistemas não rece-
com as renovações das ferrovias pelo ministro Tarcísio de Freitas, biam investimentos federais para obras de
da Vale (EFVM e EFC) poderá ser seria preciso mais R$ 1,4 bilhão. melhorias e expansão. Potiguar, o ministro
revertida também em trilhos, para Já o trecho Fiol III (Barreiras a Fi- foi mais generoso com Natal, onde, a prin-
a conclusão do trecho II da Fer- gueirópolis-TO) poderá começar cípio, os recursos serão destinados à cons-
rovia de Integração Oeste-Leste a ser construído com os recursos trução de duas linhas do VLT, a branca, de
(Fiol), na Bahia. da outorga da FCA, segundo os 24 km, e a roxa, de 17,2 km, além da com-
Em obras há pelo menos nove planos da área técnica do Ministé- pra de uma locomotiva a diesel e reparo de
anos, o trecho entre Caetité e rio da Infraestrutura. Uma ideia é um VLT. Os investimentos acontecem em
Barreiras ainda não tem nenhum fazer uma concessão única da Fiol meio ao processo de privatização da CBTU,
trilho aplicado em toda a sua ex- II, Fiol III e Fico, quando estive- que já foi qualificado no âmbito do PPI. Os
tensão, de 485 km. rem prontas. A concessão da Fiol estudos para viabilizar as licitações estão
Segundo a Valec, o investimento I, entre Ilhéus e Caetité, está pre- em fase de produção no BNDES. Os editais
necessário em trilhos para a con- vista para esse ano. estão previstos para 2021.
entrevista

Os planos da Rumo na Malha Central


Nos corredores da Rumo, Ferrovia Norte-Sul operação, segundo Palma, será entre São Simão,
não é mais o termo usual para designar o trecho em Goiás, e Estrela D’Oeste, por onde os trens
entre Porto Nacional, no Tocantins, e Estrela vão descer rumo ao Porto de Santos, carregando
D’Oeste, em São Paulo. A chamada agora Rumo granéis agrícolas, como soja, milho e farelo.
Malha Central veio se somar ao nome padrão Em São Simão, está sendo construído pela
das outras quatro ferrovias da empresa (Malha Rumo em parceria com a Caramuru um terminal
Norte, Malha Paulista, Malha Oeste e Malha Sul). bandeira branca, à beira da unidade da trading
Desde julho do ano passado, quando foi assinada na cidade, com capacidade instalada de mais
a concessão do trecho de 1.537 km, a operadora de 5 milhões de toneladas/ano. Num segundo
vem implementando seu modelo de gestão, para momento, dentro do prazo do primeiro semestre
concluir as obras que faltam e iniciar a operação. A de 2021, a ferrovia chegará em Rio Verde, em
expectativa é que os trens comecem a se movimentar Goiás, onde está sendo implementado um pátio
pela via até o primeiro semestre de 2021. multimodal pela Rumo.
“A gente se considera uma startup, pois Subindo de Anápolis em direção à Ferrovia
estamos literalmente tirando do chão um novo Norte-Sul da VLI, em Imperatriz (MA), quem
empreendimento, entrando em novas geografias, também está se movimentando para começar
construindo novos ativos, relações, história e a operação é a Brado Logística. É possível que
um novo capítulo dentro da companhia e da no ano que vem o trecho Imperatriz-Anápolis-
infraestrutura do país”, diz Pedro Palma, diretor Sumaré-Santos já esteja transportando as mais
geral da Rumo Malha Central. O engenheiro diversas cargas em vagões double stack. Para isso,
eletrônico, formado pela Universidade Federal de um terminal em Imperatriz está sendo projetado
Pernambuco e com MBA pela London Business pela Brado, para receber produtos, inclusive da
School, substituiu em janeiro deste ano Julio Zona Franca de Manaus por hidrovia.
Fontana Neto, que continua como membro do Falando pela primeira vez com a Revista
Conselho de Administração da Rumo. Palma Ferroviária, Palma conta um pouco sobre a visão
chegou à empresa em 2013, vindo da área de estratégica da Rumo em relação à sua mais nova
Logística do Grupo Votorantim. malha. Diz que é uma responsabilidade grande
Cerca de 2.300 pessoas trabalham a todo concluir um projeto que começou em 1987.
vapor nas obras de conclusão da ferrovia, que se “Vemos no trabalho uma missão de prestar esse
concentram entre Ouro Verde de Goiás e Estrela serviço e contribuir para o desenvolvimento
D’Oeste, onde a Malha Central se conecta à econômico de regiões como o Sudoeste de Goiás,
Malha Paulista. O primeiro trecho a entrar em Anápolis, Tocantins e Triângulo Mineiro".

Pedro Palma
Diretor geral da Rumo Malha Central

10 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


A maior parte da carga está mais represada ali na região Sudoeste
de Goiás, e o destino dessa carga é o Porto de Santos.

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 11


entrevista
Revista Ferroviária – Como e quando começou a sua traje- efetivo já desde o fim do ano passado, quando começa-
tória na Rumo? mos a ter pessoas trabalhando ao longo da via, para que a
Pedro Palma – Estou na Rumo desde meados de 2013, gente consiga colocar a ferrovia em situação de operação
então já venho trabalhando com o Julio Fontana, o Da- comercial a partir do primeiro semestre de 2021. Quando
niel Rockenbach, desde esse período, ou seja, desde a assumimos essa operação, um trabalho muito grande que
pré-fusão com a ALL e antes de toda essa transforma- fizemos foi analisar a fundo qual era a grande demanda
ção que começamos a implementar quando assumimos represada na região pela não conclusão desse empreendi-
o controle da companhia entre março e abril de 2015. mento e quais eram os ativos. Aí entrou na questão não só
Quando entrei nesse processo, fiquei durante alguns anos da via permanente, mas nos terminais necessários para a
responsável pela área comercial, pela recuperação da captação dessa demanda. E dentro desse processo, o tre-
credibilidade da companhia, renegociação de contratos cho que falta a ser concluído é entre Estrela D’Oeste (SP)
junto com todo o time. No início do ano passado, quando e Ouro Verde de Goiás (GO).
vencemos o leilão da Ferrovia Norte-Sul, eu já fui me
desligando das operações comerciais e, juntamente com RF – As obras estão a todo vapor, inclusive nas pontes ferro-
o Julio e com o time, começamos firme na estruturação viárias do trecho entre São Simão e Rio Verde?
do que hoje é a Malha Central. PP – Estão, sim. São três pontes. A do Rio Grande, a do
Rio Arantes e a do Rio Paranaíba. A do Rio Paranaíba
RF – Em que momento você assumiu a presidência da Malha Central? é a maior obra, mas todas as três pontes são relevantes
PP – O Julio, na época, ficou à frente da operação Cen- para que a gente chegue realmente no ano que vem com a
tral, fazendo toda a liderança, o começo da nova com- capacidade de movimentar a carga do Sudoeste de Goiás
panhia. Apesar de estarmos dentro do guarda-chuva da e levar para Santos. A gente continua trabalhando firme
Rumo, a gente se considera uma startup, pois estamos em todos esses pontos. Existem várias construtoras en-
literalmente tirando do chão um novo empreendimen- volvidas, mas a principal na parte de via é o consórcio
to, entrando em novas geografias, construindo novos Sacyr-Neopul-ETC. Mas temos também trabalhos na
ativos, relações, história e um novo capítulo dentro da parte de terminais feitos pela Egelte Engenharia. Temos
companhia e da infraestrutura do país. No fim de 2019, aproximadamente 2.300 pessoas trabalhando em obras
o Julio saiu das funções executivas diretas dentro da no eixo entre Ouro Verde de Goiás e Estrela do D’Oeste,
companhia e eu assumi em janeiro desse ano como líder para cumprir o nosso prazo de início da operação. O time
do negócio, diretor geral da Malha Central. E dentro da Malha Central foi montado com pessoas de todos os
da estrutura, respondo agora ao Beto Abreu, presidente lugares da organização e de fora também. Temos hoje um
da Rumo. O Julio, no entanto, já ocupava um assento escritório em Anápolis e também uma base de operação
no Conselho (de Administração da Rumo), e por isso, muito forte em Rio Verde, são nossos dois grandes polos.
continua sendo uma referência nossa, um conselheiro
nosso dentro da empresa. RF – Qual é a região em que há uma demanda represada,
segundo a análise feita pela Rumo?
RF – O contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul foi as- PP – A maior parte da carga está mais represada ali na re-
sinado pela Rumo em julho do ano passado. Quando que as gião Sudoeste de Goiás, e o destino dessa carga é o Porto
obras de responsabilidade da companhia efetivamente come- de Santos. Então, priorizamos os trabalhos no início a
çaram e em que estágio elas estão hoje? partir de Estrela D’Oeste, no sentido Norte. Concluímos
PP – Assim que assumimos o contrato de concessão, co- e já entregamos, por exemplo, o pátio de integração da
meçamos o trabalho de seleção das empresas que iriam Malha Central com a Malha Paulista. Hoje, formalmen-
trabalhar conosco, o processo de construção daquilo que te, já temos esta conexão em Estrela D’Oeste, que era,
faltava ser e falta ser concluído. Nós iniciamos o trabalho inclusive, uma de nossas obrigações pelo contrato. E

A ferrovia se ligará primeiramente em São Simão


e pouco tempo depois ela chegará em Rio Verde (GO),
quando fazemos a conclusão.

12 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


Imperatriz é volume da Brado, é um fluxo bem caro de exportação.
Então, falando em exportação, a gente enxerga daquele ponto até
Santos como mais competitivo do que a exportação via Itaqui.

dentro daquilo que já recebemos pronto do governo, es- ligar todos esses trechos, abrindo para carga geral, tan-
tamos refazendo alguns pontos, recuperando alguns ele- to para importação e exportação via Santos, quanto para
mentos para que estejam no nosso padrão de operação. mercado interno da região de São Paulo. E através de Im-
Existe uma série de obras que no fundo precisa ser con- peratriz, acesso ao supermercado do Norte do país, inclu-
cluída para que essa ferrovia realmente entre em caráter sive chegando até a Zona Franca de Manaus por hidrovia.
operacional dentro do prazo esperado, que é no primeiro O plano da Brado envolve uma operação bastante interes-
semestre do ano que vem. sante, uma diversidade de cargas superbacana. A Brado
atrasou um pouco essa entrada em Imperatriz, em razão
RF – Qual será o primeiro trecho da Malha Central a entrar de uma dificuldade inicial de localização e do terreno
em operação pela Rumo? propriamente dito, e depois entramos no cenário da Co-
PP – Será entre São Simão e Estrela D’Oeste, em São vid-19, que todos nós estamos enfrentando agora. Então,
Paulo. O trecho vai entrar em operação no primeiro se- é possível que a operação desse terminal fique um pouco
mestre, não posso precisar a data exata ainda, mas o que mais para frente. Mas a instalação em Imperatriz continua
a gente, sim, está trabalhando é que ele seja o primeiro avançando dentro do plano.
trecho a operar. A ferrovia se ligará primeiramente em
São Simão e pouco tempo depois ela chegará em Rio RF – Por que Imperatriz foi escolhida como a ponta para as
Verde (GO), quando fazemos a conclusão. Então, pri- operações da Brado?
meira operação da Malha Central começará em São Si- PP – A região de Imperatriz é um polo muito forte no
mão, seguida de Rio Verde. Eu não posso afirmar agora mercado de distribuição de bens de consumo e produtos
exatamente o mês que entra em operação, mas, sim, São industrializados. A partir dali, você abastece muitos muni-
Simão começa a funcionar antes de Rio Verde e as duas cípios da região Nordeste, existe também a proximidade
operações estarão prontas até meados do ano que vem, com a hidrovia, que leva até a Zona Franca de Manaus.
primeiro semestre de 2021. Geograficamente é uma posição muito bacana, tem um
potencial ali.
RF – O trecho Porto Nacional a Anápolis, de 855 km, está con-
cluído pela Valec desde 2015. A Rumo já começou a operar lá? RF – Imperatriz fica mais perto do Porto de Itaqui, mas vocês
PP – Esse trecho já está operacional, logo quando assu- pretendem descer para Santos?
mimos, passamos alguns meses fazendo todo um trabalho PP – Isso. Imperatriz é volume da Brado, é um fluxo bem
de recuperação do trecho, manutenção. Ou seja, a partir caro de exportação. Então, falando em exportação, a gente
do momento em que assumimos um ativo dessa relevân- enxerga daquele ponto até Santos como mais competitivo
cia, todos os protocolos e a preocupação com a segurança do que a exportação via Itaqui. Isso está vinculado à nossa
operacional foram levados em conta, então, obviamente competitividade como operador logístico de todo trecho,
tínhamos que fazer um trabalho ali de revisão e entendi- desde a Malha Central até a operação na Malha Paulista.
mento da via antes de autorizar os fluxos nesse processo. Esse corredor é supercompetitivo, supereficiente, quan-
Hoje o trecho já recebe operações comerciais, os trens que do nós olhamos a renovação da Malha Paulista ela vai se
circulam por ali provêm de direito de passagem da VLI. tornar ainda mais eficiente, com ainda mais capacidade e
A primeira carga dentro do sistema Rumo que nós preten- mais segurança. Para acessar o principal mercado consu-
demos operar nesse trecho está vinculada ao projeto da midor, que é a China, o Porto de Santos está mais próximo
Brado, que tem um plano de terminal em Imperatriz, no e é mais barato do que o Porto de Itaqui. Então o nosso
Maranhão, para o fluxo Anápolis-Imperatriz. plano é descer todas as cargas de exportação para Santos.

RF – Então a ideia é transportar carga geral desde Imperatriz, RF – Podemos dizer que a operação do trecho mais ao Norte
no Maranhão? será feita apenas pela Brado?
PP – Quando tivermos toda a ligação pronta, faremos PP – Não. Posso adiantar que teremos operações nascen-
Imperatriz-Anápolis-Sumaré-Santos. Então, o objetivo é do em Anápolis, independentemente da operação da Bra-

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 13


entrevista
do, só pra falar da estrutura, vamos dizer, cargas diretas da um terminal bandeira branca. Sobre a localização, ele está
Malha Central. Nós já temos acordos comercias para fazer basicamente quase na frente da unidade da Caramuru. A
a operação em parceria com cliente em Anápolis, então é Caramuru deu início a esse projeto, e depois nós entramos
o ponto de origem de carga e no momento em que estiver- nessa sociedade com eles. O fato importante é que no fun-
mos com a conexão completa com a Malha Paulista, tam- do ele vai ser um terminal com uma capacidade de atender
bém abre-se um espaço ali. As primeiras operações que a um volume bem específico do mercado como um todo, um
gente enxerga dentro da Malha Central são: São Simão, terminal que tem uma capacidade instalada de mais de 5
Rio Verde e Anápolis. Esses são os três primeiros clus- milhões de toneladas/ano. Então é um terminal com uma
ters. Nós estamos em negociações e aí nesse ponto eu não capacidade mais do que suficiente para atender, sim, uma
posso precisar cidade ainda, porque são discussões que, demanda própria da Caramuru. Mas também, como será
embora bem avançadas, ainda não estão fechadas para que operado pela Rumo, será disponibilizada a sua capacida-
possamos fazer um anúncio, mas temos a intenção de via- de para todos os clientes que queiram utilizar a ferrovia.
bilizar terminais tanto na região Norte de Goiás quanto na A estrutura vai conseguir atender todos os produtores de
região Sul de Tocantins. O objetivo é captar cargas nessas soja, milho e farelo ali da região, não apenas a Caramuru.
regiões e também dar acesso a elas ao Porto de Santos.
RF – E esse terminal começa a operar quando?
RF – A Rumo está discutindo com parceiros a instalação de PP – No primeiro semestre de 2021. Mas posso dizer
terminais ao longo da ferrovia? que ele começa antes de junho, porque estou afirmando
PP – Essas discussões basicamente estão sendo feitas com que o início em São Simão vai acontecer antes do que
parceiros e não envolvem ativos que eram da Valec, ou em Rio Verde.
seja, no fundo, a princípio, são estruturas diferentes. A fer-
rovia é uma grande artéria, um grande eixo, um gigantesco RF – Há intenção da Rumo de construir um terminal em
investimento em capital fixo permanente, e no momento Figueirópolis, no Tocantins, onde, a princípio, ficará uma das
em que você coloca o material rodante ali também, a ideia pontas da Fiol III?
é que a estrutura seja utilizada na plenitude de sua capaci- PP – Estamos analisando a colocação de terminal naquela
dade. Nós enxergamos a instalação de terminais ao longo região, no sul de Tocantins. São estudos e negociações em
da via como um dos elementos indutores até de geração andamento ainda, com avaliações de nossa equipe sobre a
de demanda. A colocação de terminais de transbordo para localização desde Gurupi e Figueirópolis a Alvorada. Não
que a carga possa entrar na ferrovia no longo prazo vai existe nada fechado. Mas posso, sim, afirmar categorica-
gerar cada vez mais negócio e interesse nos produtores mente que nós temos total interesse e a gente vê um po-
de fazerem mais investimentos e trazerem essa carga para tencial de geração futura de demanda muito interessante
dentro do sistema. E temos outras discussões em que va- com um terminal no sul de Tocantins. Essa é uma região
mos apenas operar em terminais construídos por clientes. que logisticamente está mal servida, não tem uma solução
Ou seja, não necessariamente um investimento próprio logística adequada nem ao Norte, nem ao Sul, e nós que-
da ferrovia, mas damos todas as condições em termos de remos ser os elementos de apoio dessa solução.
apoio técnico, discussões comerciais, acordos de transpor-
te que viabilizam esse processo. RF – E como estão as obras no pátio multimodal de Rio Ver-
de? Essa estrutura fica bem próxima da de Santa Helena, que
RF – Nesse contexto, como se deu a parceria da Rumo com a pertence à Valec. Não houve um acordo entre a companhia e
Caramuru para a instalação de um terminal em São Simão? a Valec para a utilização daquele pátio?
PP – No terminal de São Simão, voltado para soja, milho e PP – Rio Verde é um investimento próprio nosso, da
farelo, nós estamos junto com a Caramuru dividindo essa Rumo, fizemos todo um trabalho para colocação de um
operação. Mas será um terminal aberto a todos os clientes, terminal para soja, milho, farelo num primeiro momento.

No terminal de São Simão, voltado para soja, milho e farelo,


nós estamos junto com a Caramuru dividindo essa operação.
Mas será um terminal aberto a todos os clientes,
um terminal bandeira branca.

14 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


entrevista
Quando assumimos a concessão, analisamos potencial, preparação. A Malha Central vai sair do zero para fazer
demanda, localização e revisão dos nossos ativos. Naque- milhões de toneladas no curto/médio prazo, certamente
la região especificamente, avaliamos a questão do posicio- a indústria de fornecimento de material rodante vai ser
namento, que já tinha essa indicação prévia da Valec, com beneficiada com essa entrada, desse início de operação.
algumas benfeitorias, embora não seja um terminal pron- Também já adquirimos equipamentos de manutenção de
to. Mas analisando todo o nosso plano, levando em consi- via para o trecho.
deração as discussões técnico-operacionais e comerciais,
a gente realmente chegou à conclusão de que a localização RF - Os vagões double stack vão circular na Malha Central?
em Rio Verde era melhor para o nosso projeto. Então, por PP – Sim, sem dúvida. Toda a estrutura de Imperatriz
termos técnicos, levamos em conta quais são as cargas que até Sumaré vai poder rodar em double stack. O gaba-
pretendemos operar lá. E que tipo de projeto, de operação rito da ferrovia foi projetado com capacidade para as
ferroviária entendemos que é necessário para as ambições operações double stack tanto no nosso trecho, quanto
que temos de captura de volume naquela região. Então, no da VLI, para chegar em Imperatriz através do di-
essa foi uma decisão acho que muito tranquila do nosso reito de passagem.
lado e a gente está bem confortável realmente com Rio
Verde sendo o melhor posicionamento para o nosso termi- RF – Materiais como dormentes, trilhos, lastros, britas já
nal. Não digo que talvez não exista nada no futuro, porém, foram comprados anteriormente pela Valec ou a Rumo vem
para aquilo que temos hoje em projeto, certamente Rio adquirindo à medida em que as obras avançam?
Verde é a melhor solução. PP – Boa parte já havia sido comprada e alguns ou-
tros elementos estamos comprando nesse processo. A
RF – Há intenção de diversificar a carga na Malha Central? partir da assinatura do contrato, tínhamos prazo de um
Qual a previsão de transporte em toneladas no primeiro ano ano que vai vencer agora no fim de julho para avalia-
de operação? ção do ativo que recebemos. É um trabalho que pre-
PP – Sim, a nossa previsão é ter a Malha Central ope- cisávamos até para programar as obras de finalização
rando basicamente todos os tipos de carga, ou seja, e operacionalização do trecho, em que ponto estavam
uma ferrovia bem plural, diversificada. Temos planos as diversas obras. Onde já tinham sido pré-executadas
de soja, milho, farelo, açúcar, fertilizantes, minério, pelo governo e os pontos que já haviam sido conclu-
combustíveis fósseis, biocombustível tanto biodiesel ídos, para que entendêssemos a qualidade e esse tipo
quanto etanol de milho, além de todas as cargas que de material aplicado, avaliar se estava condizente com
podem ser conteinerizadas. Um mundo cabe na caixi- aquilo que estava no projeto. Então o contrato de con-
nha do contêiner e aí o céu é o limite. Para cada uma cessão prevê essa avaliação para que a Rumo tenha o
dessas cargas a Rumo tem projetos, desenvolvimento termo de recebimento definitivo do ativo a partir dessa
e ações comerciais caminhando. Sobre a previsão de avaliação. Existem alguns pontos que, sim, precisarão
transporte em toneladas, a companhia não pode divul- ser refeitos, alguns ajustes precisarão ser executados e
gar esse número. isso demandará também a aquisição de novos elemen-
tos, seja trilhos, seja recomposição de algumas etapas
RF – A Rumo já encomendou material rodante para a que precisarão ser refeitas nesse processo.
Malha Central?
PP – Sim, já começamos a aquisição de vagões e loco- RF – Foi averiguada pela Rumo a existência de dormentes defei-
motivas para a Malha Central. Quantidade eu não pos- tuosos ao longo da via entre Porto Nacional e Estrela D’Oeste?
so dizer, mas os tipos de vagões são os graneleiros – as PP – Sim, existem. Estamos concluindo esse processo de
primeiras operações serão com granéis agrícolas, como avaliação, existem alguns vícios ocultos que foram le-
soja, milho e farelo –, então já estamos trabalhando nessa vantados através de nosso trabalho técnico, que será con-

Já começamos a aquisição de vagões e locomotivas


para a Malha Central. Quantidade eu não posso dizer,
mas os tipos de vagões são os graneleiros.

16 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


Sim, existem (dormentes defeituosos). Estamos concluindo
esse processo de avaliação, existem alguns vícios ocultos
que foram levantados através de nosso trabalho técnico,
que será concluído e entregue à ANTT.

cluído e entregue à ANTT. Então, isso tudo é detalhado aquilo que é efetivamente necessário realizar para co-
e demonstrado, quais são os eventuais vícios de constru- locar a linha em operação, mas a linha será colocada
ção, a responsabilidade em corrigir esses processos e ga- em operação com segurança. Esse compromisso nosso
rantir a utilização correta de toda a via é nossa, da Rumo. será cumprido.
O que acontece é que na hora em que é fechado esse
levantamento e através da discussão com a ANTT isso RF – Sobre o sistema de sinalização e controle, já há o mode-
vai gerar um processo de reequilíbrio em função dessa lo e a empresa que o implementará?
divergência que possa ser encontrada. Esse é um proces- PP – O sistema vai ser definido e instalado antes do início
so já previsto no contrato, já dentro da estrutura desde a da operação. Então, a gente está ativamente nessa discus-
origem da situação. E é de se esperar que, num contrato são agora. O sistema estará alinhado ao da Malha Paulista,
de 30 anos, a gente vai ter, sem dúvida, um espaço para pois é mais seguro e eficiente trabalharmos dentro do mes-
acertar essas equações. mo modelo operacional de sinalização e controle. Então
esse é um trabalho que nós estamos discutindo junto com
RF – A não substituição desses dormentes pode inviabilizar o nosso time da Operação Norte, para que a gente chegue
começo da operação na Malha Central? numa solução única. A expectativa é que a gente encerre
PP – Não inviabiliza, mas essa é uma discussão de isso até o começo do ano que vem, para o início das opera-
ajustes de equilíbrio. Acho que nos investimentos ções comerciais já obviamente estarem com o sistema de
previstos no caderno de obrigações, estão impressos sinalização implementado e seguro.
Informe Publicitário
Inspeção autônoma de vias
Ensco é a dona da tecnologia ATGMS, capaz de fazer inspeção da via de forma
autônoma, rápida, prática, segura e econômica, dispensando carros de controle

O trem que transporta a carga também geometria de linha da Ensco Ensco


pode ser usado para diagnosticar o embarcados em carro-controle, mas Fundada em 1969, a Ensco atua nos
estado de conservação dos trilhos e o com diferenciais importantes: elimina segmentos ferroviário, de aviação e de
momento adequado para a manutenção a necessidade de uso de carros de segurança, com faturamento de cerca
da via. Isso é possível com o sistema controle, evita a interrupção do de US$ 100 milhões por ano. Além de
desenvolvido pela norte-americana tráfego ferroviário e reduz custos ser líder no fornecimento de sistema
Ensco, o ATGMS (Autonomous Track com viagens de inspeção de veículos autônomo de inspeção de via, a empresa
Geometry Measurement System), e de operadores. tem no portfólio o software de análise
que funciona de maneira totalmente A tecnologia é amplamente utilizada de medição GeoEDIT8, que faz exibição
autônoma, acoplado a um vagão. A mundo afora. No Brasil, a Rumo foi a sincronizada de geometria, perfil de
tecnologia também pode ser aplicada primeira ferrovia a adquirir o sistema trilhos, restrição de bitola, qualidade
em carros de passageiros e locomotivas. autônomo de inspeção de via da de condução, terceiro trilho e outros; o
Por meio de feixes de lasers, câmeras e Ensco para a Malha Norte, em 2017. No Virtual Track Walk, para processamento
software, o ATGMS captura imagens para fim do ano passado, a concessionária automatizado e exibição sincronizada
identificar pontos de degradação da adquiriu o mesmo sistema e o de imagens para inspeção de ativos de
geometria de via e do perfil dos trilhos. implementou na Malha Sul. rastreamento e mapeamento, incluindo
O sistema fornece relatórios quase em “O aumento da taxa de coleta de sistema de aprendizado automático
tempo real das condições de geometria, dados através do uso do ATGMS leva (machine learning) para a identificação
incluindo informações de grau da curva/ à identificação precoce de anomalias de defeitos de barras articuladas, por
gradiente de superelevação, bitola, perfil na via, resultando em uma mudança exemplo; e o Vampire, que traz modelo e
geométrico, alinhamento da via, desvio nas práticas de manutenção. Isso reduz simulação de veículos na via para design,
no padrão de nivelamento transversal o número de reparos de emergência modelagem de descarrilamentos e
ou na superelevação, entre outros. Por e lentidão nos pedidos, bem como qualidade de condução.
realizar a inspeção enquanto o trem se os descarrilamentos causados pelas A Ensco também oferece uma gama
movimenta, o sistema considera o peso condições da via”, explica Aloisio Carneiro, completa de tecnologias e serviços de
do vagão sobre a via e, por isso, tende a que acabou de assumir a diretoria de interação veículo/via, como avaliações
fazer uma leitura mais realista da situação. Vendas da Ensco para América do Sul e de trechos para atualizações e aumento
O desempenho do ATGMS é tão é o responsável pela representação da da velocidade e serviços de medição de
preciso e confiável quanto o dos empresa no Brasil. trilhos (rodas instrumentadas, qualidade
sistemas tradicionais da viagem, ruído e vibração etc.); sistemas
de medição de de segurança, como o simulador
de evacuação de emergência
para treinamento de equipe
e tecnologia de avaliação de
vulnerabilidade para detecção
de ameaças à infraestrutura chave.
Para mais informações,
entre em contato com
Aloisio Carneiro
(acarneirosr@
ontrack-services.com)
(21) 98111-5851

*Informações de
responsabilidade da
empresa anunciante
capa

Renovação A
assinatura do ter-
mo aditivo que sa-
cramentou a reno-
vação antecipada

histórica
do contrato de concessão da
Rumo Malha Paulista, no últi-
mo dia 27 de maio, foi o fim
de um processo que durou qua-
Rumo promete elevar a Malha Paulista a um se cinco anos, desde o pedido
feito pela concessionária até a
outro patamar de transporte nos próximos anos formalização do contrato apro-
Por Bianca Rocha vado pelo Tribunal de Contas
da União. Melhor dizendo, foi
o início. A partir daquela data,
começaram-se a contar os pra-
zos determinados pela Agên-
cia Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) para uma
série de investimentos, que
prometem elevar a ferrovia a
um novo patamar de transporte
num curto espaço de tempo.
Fotos: Lucas M. Rosa

Ao longo do novo período


de concessão, que agora ter-
mina em 2058, serão investi-
dos cerca de R$ 6 bilhões pela
Rumo, sendo pelo menos me-
tade desse valor aplicada até
2025, principalmente em obras
de modernização da Malha
Paulista e soluções de conflitos
urbanos em 40 municípios do
estado de São Paulo. Os resul-
tados poderão ser percebidos
no aumento da capacidade de
transporte, que, segundo a con-
cessionária, passará das atuais
35 milhões para 75 milhões de
toneladas/ano, podendo chegar
a 100 milhões de toneladas/
ano, o que corresponderia a
pouco mais de um quinto do
total movimentado anualmente
pelas ferrovias brasileiras.
Concebida há mais de um
século – o primeiro trecho,
Trem da Rumo Malha Paulista no pátio
de Washington Luiz, em Ibaté (SP) Santos a Jundiaí, data de 1867

20 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


–, a Malha Paulista nas- o material rodante. “A
ceu para transportar Malha Paulista é, por
café e ser uma via de excelência, a ferrovia
ligação entre o interior do direito de passagem
do estado e o Porto de no Brasil”, ressalta Pe-
Santos. Com o avanço nin. Por essa razão,
da fronteira agrícola do os investimentos pós-
Sul para o Centro-Oes- -renovação, segundo
te, nos últimos anos, a o diretor, deverão ser
ferrovia foi mudando de concentrados mais na
papel, não sendo ape- melhoria da qualidade
nas um ponto de cone- da via e menos na com-
xão no interior paulista, pra de material rodante.
mas também (e princi- “Isso não significa
palmente) uma via de que não compraremos
passagem para vagões vagões e locomotivas
graneleiros vindos de que, para a Rumo, é ab-
Rondonópolis, no Mato solutamente inexorável,
Grosso, ponta da Ma- até porque a Malha Nor-
lha Norte, em direção te e a Ferrovia Norte-
a Santos. E esse papel -Sul são nossas conces-
de corredor de expor- sões também e precisam
Investimentos para solucionar conflitos
tação de grãos deverá urbanos estão previstos em 40 municípios acompanhar essa mo-
se manter por algumas dernização que está por
décadas, em razão das vir. É só uma questão de
previsões de crescimento do agronegócio no país. CNPJ no ato da aquisição”.
Os investimentos com a renovação antecipada do Seguindo a lógica apontada por Penin, o caderno de
contrato, segundo o diretor Regulatório Institucional da obrigações e de engenharia do termo aditivo inclui uma
Rumo, Guilherme Penin, visam a uma profunda trans- série de investimentos que visam ao aumento da capaci-
formação física da Malha Paulista, para que a ferrovia se dade, eficiência e segurança da Malha Paulista. Entre eles,
adapte melhor à nova vocação, segundo suas palavras. “O a ampliação e construção de novos pátios, duplicação de
objetivo é que ela se torne cada vez mais um tronco inte- trecho, troca de trilhos, dormentes, AMVs, além das obras
grador da logística nacional, à qual se conectam grandes para tirar a movimentação de trens de dentro da área urba-
corredores que vêm e virão não só do Centro-Oeste, mas na nas cidades.
do interior do Brasil”, explica. Obras que vão ativar não só a indústria da construção,
A Malha Paulista está conectada à ponta da Malha Nor- como toda uma cadeia de subfornecedores de materiais
te, em Rondonópolis, desde 2013, e a partir do ano que ferroviários. A ideia é alterar toda a estrutura da linha
vem terá uma ligação também com a Ferrovia Norte-Sul, tronco (que vai de Rubinéia-Itirapina e Itirapina-Santos)
em Estrela D’Oeste, em São Paulo. Além dessas, a Fer- e de três ramais: Jundiaí, Colômbia e Panorama – os dois
rovia Centro-Atlântica e a MRS Logística se conectam à últimos, sem tráfego hoje, voltarão a operar. Já os ramais
Malha Paulista em trechos próximos ao Porto de Santos. de Cajati-Samaritá e Piracicaba/Varginha-Evangelista de
Esse cenário logístico se refletiu nas decisões que en- Souza serão devolvidos pela concessionária à União.
volveram a nova modelagem de concessão. Por ser um
corredor de cargas que têm origem em outras ferrovias, Engenharia ferroviária
a Malha Paulista tem mais de 90% de tráfego originado O caderno de engenharia é um documento complexo, de
de direito de passagem, regime no qual a ferrovia visi- mais de 1.560 páginas, que traz explicações técnicas deta-
tada provê a infraestrutura, e a ferrovia visitante fornece lhadas sobre os investimentos que a concessionária deverá

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 21


capa
Caminho percorrido até a assinatura
O processo de renovação da Malha Paulista ficou marcado Uma delas se refere aos investimentos para as obras de confli-
como o primeiro da história ferroviária no Brasil e, não por tos urbanos, que ao serem incluídas no capex e no caderno de
acaso, levou anos de discussões e análises não só no âmbi- obrigações, conforme determinado no acórdão, sofreram redu-
to regulatório, como no judiciário e no Tribunal de Contas da ção, passando dos R$ 2,6 bilhões (de acordo com a agência,
União (TCU). uma previsão rasa e sem base em projetos) para R$ 700 mi-
Prevista nos contratos assinados no final da década de 1990, lhões em valores presentes e R$ 1 bilhão em valores nominais.
a renovação antecipada das concessões de ferrovias começou a A ANTT justificou a mudança com base na própria determinação
ser discutida no governo Dilma. O avanço, no entanto, se deu na de Nardes, de incluir os projetos e orçamentos das obras na mi-
gestão de Michel Temer, dentro da então recém-criada secre- nuta do contrato, o que, segundo a agência, trouxe mais clareza
taria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), cujo se- em relação aos gastos necessários. A equipe técnica da ANTT
cretário era Tarcísio de Freitas, atual ministro da Infraestrutura. esclareceu que isso também permitiu o aumento do número de
Como ministro, Freitas teve papel-chave na costura de solu- municípios atendidos, de 20 passou para 40.
ções para avançar com o processo no TCU, e junto aos ministros Outro ponto ressaltado pela unidade técnica do TCU, mas
do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte julgou no início des- rechaçado por Nardes, foi o montante de investimentos para a
se ano a constitucionalidade da Lei 13.448/17, que dá aval aos modernização da via. De R$ 1,5 bilhão passou para R$ 1,33
processos de prorrogação de concessões. bilhão, com a exclusão de um pátio e três trechos de linha sin-
Em novembro de 2019, após quase um e meio de discus- gela. A ANTT justificou a redução devido a um software, o Rail
sões internas e de ajustes na minuta do termo aditivo, o mi- Traffic Controller, que passou a ser utilizado após o acórdão,
nistro relator do TCU, Augusto Nardes, aprovou a renovação para fazer simulações na malha, levando a conclusões que
da Malha Paulista, sob uma lista extensa de determinações e algumas obras seriam dispensáveis. Outra questão que mudou
recomendações. No início de abril deste ano, a ANTT entregou no termo aditivo foi o valor da outorga, que passou de R$ 2,4
com 15 dias de antecedência da data prevista de assinatura bilhões para R$ 2,9 bilhão, por ocasião, segundo a ANTT, de
do contrato o documento com as modificações propostas pelo revisão de cláusulas, que garantiram um excedente de R$ 522
Tribunal, para avaliação da SeinfraPortoFerrovia – uma das milhões ao governo federal.
exigências do acórdão. Entre as inovações regulatórias contidas no termo aditivo,
A unidade técnica do Tribunal rejeitou o documento final en- estão a implementação da outorga variável, ou seja, a ANTT
tregue pela agência, afirmando haver irregularidades e altera- anualmente deverá verificar qual a receita real auferida pela
ções cruciais de questões aprovadas em plenário do TCU. No concessionária e atualizar o cálculo da outorga; e o aprimora-
dia 20 de maio, Nardes assinou um despacho desconsiderando mento da questão do direito de passagem, que também está
todos os pontos relatados pela Seinfra e aprovando a assinatura vinculada ao índice de saturação da ferrovia – sempre quando
da renovação, que aconteceu uma semana depois, no dia 27. estiver igual ou maior que 90%, a concessionária estará obri-
De fato, houve modificações entre os documentos aprovados gada a realizar investimentos para aumento da capacidade de
no acórdão e o final, entregue após as considerações de Nardes. transporte da via.

Trem de grãos da Rumo


passando próximo à
cidade de Mairinque (SP)
22 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020
capa
fazer na malha, desde as obras de infraestrutura e superes-
INVESTIMENTOS PÓS-RENOVAÇÃO
trutura até as previsões de aquisição de material rodante.
Por ele, dá para se ter uma ideia profunda do que serão os DESCRIÇÃO TOTAL PREVISTO
próximos 38 anos de concessão da Malha Paulista. CAPEX CAPITAL
Segundo o que está descrito no documento, os inves- Ampliação de Capacidade 1.721.391.390,23
timentos para modernização de via têm como objetivo Ampliação de pátios 152.030.978,11
capacitar a linha tronco e os ramais para suportar volume Novos pátios 33.132.319,23
de carga de 32,5 toneladas por eixo e trens-tipo de 120 Duplicação de trechos 292.878.841,65
vagões (hoje são 80). A extensão das composições passa- Singelas 27.359.179,59
ria de 1,5 km para cerca de 2,3 km. Atualmente, a Malha
Modernização 790.070.194,06
Paulista opera com uma média de 31,4 toneladas/eixo, po-
Sinalização 367.020.264,12
dendo ser menos em trechos mais deficientes.
Equipamentos de via 46.880.128,21
O transporte de mais carga por eixo acarretará numa
Instalações operacionais 0,00
melhor sintonia de movimentação com a Ferrovia Nor-
te-Sul, onde a via, por ser mais moderna, suportará as Incrementais 12.019.485,25

32,5 toneladas/eixo. A Malha Norte também passará por Frota 1.216.334.201,95


algumas intervenções para acompanhar a modernização Atendimento da Demanda 484.600.817,39
da Paulista, ressalta o diretor Guilherme Penin. Locomotivas 132.500.734,26
No escopo das obras na Malha Paulista estão a Vagões 352.100.083,13
substituição de trilhos pelo modelo TR 68 (68 kg/me- Reposição de Ativos 914.666.730,70
tro) em todos os trechos que possuem perfil de trilho Locomotivas 914.666.730,70
inferior a 60 kg/metro; implantação de AMVs, com Vagões 0,00
abertura mínima de 1:14 em todos os pátios de cruza- Receita de Venda -182.933.346,14
mento; troca de dormentes; implementação de novos
Locomotivas -182.933.346,14
grampos elásticos; e nova composição de lastro (com
Vagões 0,00
altura mínima de 30 cm) e sublastro (com altura míni-
CAPEX CORRENTE
ma de 20 cm) da superestrutura.
Sustaining 2.118.354.350,70
Parte importante do plano de modernização, a substi-
tuição de dormentes está prevista em toda a linha tronco Material Rodante 1.010.822.496,19

até 2024. Os atuais de madeira serão 100% trocados por Componentes loco 329.258.554,03
aqueles com vida útil maior que 30 anos, podendo ser de Componentes vagões 681.563.942,17
aço ou de concreto, afirma Penin. As regiões dos AMVs Superestrutura Ferroviária 1.107.531.854,51
e nas linhas desviadas de pátios, no entanto, continua- Conflitos Urbanos 1.014.141.681,30
rão com dormentes de madeira. A taxa de dormentação Total 6.070.221.624,18
na linha tronco é de 1.667 dormentes/km. Serão ao todo Fonte: Caderno de Engenharia anexo ao termo aditivo de renovação da Malha Paulista

Trem tracionado pelas locomotivas


SD80ACe e SD70ACe, da Progress Rail.
Máquinas estão em testes na Rumo

24 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


PLANO DE DESEMBOLSO ATÉ 2025 (R$ MILHÕES)
2020 2021 2022 2023 2024 2025
Custos indiretos 22,94 21,99 23,17 20,22 19,6 3,66
1.818.193 de dormentes de madeira reti-
Desapropriação e
rados, segundo o que está escrito no ca- aquisição de terras
8,53 29,61 9,33 0,70 - -
derno de engenharia. Edificações e instalações 0,63 14,59 18,23 41,64 1,65 -
Enquanto na linha tronco a previsão Infraestrutura ferroviária 76,14 181,02 148,21 134,20 176,51 8,05
de troca de dormentes é imediata, nos Máquinas e equipamentos 46,88 3,41 1,52 - - -
três ramais da malha as primeiras substi- Locomotiva 3,44 4,05 6,22 6,89 7,00 7,76
tuições deverão ocorrer somente a partir Vagão 3,41 4,09 225,99 12,66 12,82 16,28
de 2031. Até 2058, serão seis ciclos de Projeto executivo 2,83 4,22 - - - -
troca nos ramais, um a cada quatro anos
Serviços preliminares 0,67 0,11 0,12 0,30 0,03 -
– durante esse período, a estimativa de
Sistemas ferroviários 50,94 78,20 72,87 70,30 68,17 -
gastos pela concessionária é de R$ 214,5
Superestrutura ferroviária 321,19 217,29 244,18 171,85 74,15 133,24
milhões. Os ramais da Malha Paulista
Terraplanagem 9,85 14,97 14,00 109,74 51,88 0,01
são majoritariamente constituídos por
Total 547,45 573,55 763,84 568,50 411,81 169,00
dormentes de madeira, com exceção do
Fonte: Caderno de Modelagem Econômico-Financeira anexo ao termo aditivo de renovação da Malha Paulista
de Panorama, que tem uma pequena ex-
tensão composta por de concreto.
As obras de ampliação de capacidade e de soluções de Material rodante
conflitos urbanos somarão R$ 2,8 bilhões e deverão acon- A encomenda do primeiro lote de vagões pós-renovação
tecer, em sua maioria, até 2024. Dos 44 pátios de cruza- deverá acontecer em 2022, segundo o caderno de engenha-
mento existentes na Malha Paulista, 30 serão ampliados e ria, quando a Rumo irá adquirir 519 unidades modelo FTT
outros cinco novos construídos ao longo da linha tronco, (fechado). Cada vagão leva em média seis meses para ser
entre Rubinéia e Itirapina. Há ainda a previsão de duplicar produzido e entregue pelas fabricantes. Ao longo de toda
110 km de trecho ferroviário entre os pátios de Campinas e concessão, a previsão é que sejam adquiridos pela Malha
Itirapina. Já as obras de solução de conflitos urbanos envol- Paulista 829 vagões, todos modelo fechado. Já a primeira
vem a construção de contornos encomenda de locomotiva está
ferroviários, viadutos rodoviá- prevista apenas para 2039, de
rios e ferroviários, passarelas, acordo com o documento. Até
passagens inferiores, que juntas 2058 serão 142 novas máqui-
somarão R$ 1,01 bilhão em va- nas acrescentadas à frota.
lores nominais e deverão acon- A frota atual de locomotivas
tecer e ser concluídas nos próxi- da Rumo Malha Paulista regis-
mos cinco anos. trada no caderno de engenharia
Está no cronograma também é de 126 unidades, cuja idade
a construção, em até seis anos, média é de 8,2 anos. A quanti-
de uma oficina de manutenção dade de vagões é de 4.770 uni-
de locomotivas no pátio de dades, com idade média de 7,8
Tutóia, em Araraquara, e até anos. Há também a reserva de
2025, transferir de Rio Claro investimentos em sustaining,
para uma localização ainda a ou seja, aqueles necessários
ser escolhida pela concessio- para manter a operação funcio-
nária, a oficina de manutenção nando. Com relação ao material
de vagões e de equipamentos rodante, esses investimentos se
de via. O projeto não tem valor referem aos custos com repo-
definido e deve ser apresentado sição de componentes de loco-
pela Rumo à ANTT em até um Sinalização no pátio de motivas e vagões, que ao longo
ano contado a partir da assina- Canguera, próximo à cidade
da concessão somarão cerca de
de São Roque (SP)
tura do termo aditivo. R$ 1 bilhão.
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 25
capa
Indústria ferroviária comemora
Amargando um número baixo de encomendas nos últimos via permanente terá um lugar importante”. A Conprem, de acordo
anos, a indústria ferroviária comemorou a assinatura do contrato com Rodrigues, vem atendendo às demandas de manutenção das
de concessão da Rumo Malha Paulista e aguarda os investimen- ferrovias brasileiras e tem uma fábrica no Chile desde 2006.
tos que serão feitos pela concessionária nos próximos anos. “O Os projetos de superestrutura de via e de transposições nos
primeiro passo foi dado. Foi um marco histórico e que servirá municípios cortados pela Malha Paulista merecem o foco da
como parâmetro para as outras renovações”, reforça Vicente Construtora Monteiro de Castro, segundo o diretor Operacional,
Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferrovi- Alciones Amaral Filho, que também ressalta os impactos da pan-
ária (Abifer). demia. “Os controles relativos à saúde são imprescindíveis e re-
Com o cronograma de obras definido pela Rumo, o mercado fletirão no acréscimo de prazos e de custos das obras, além da
já se movimenta. A Cavan, que hoje fornece dormentes de con- devida mobilização de pessoas e de equipamentos”.
creto para a Estrada de Ferro Carajás e Ferrovia Transnordestina Fernando Ribeiro, da Pelicano Construções, diz que a reno-
Logística, já vem conversando sobre a possibilidade de produzir vação da Malha Paulista traz esperança para o setor, cujo último
na região Sul. “Já temos conversas em andamento com a Rumo. ciclo de investimentos, segundo ele, foram as obras de duplica-
ção da EFC. “Os investimentos devem começar ainda esse ano.
Pelo prazo curto e nível de interferência pretendida, acredito que
a Rumo deverá selecionar bem as empresas”, salienta Ribeira.

Locomotivas e vagões
O presidente da Greenbrier Maxion, Eduardo Scolari, chama
atenção para a frota de vagões no Brasil. “Cerca de 47% tem
mais de 30 anos. Desses, quase 14 mil vagões já passaram
dos 50 anos. O momento atual exige renovação e serviços, não
apenas de manutenção e reparos, mas principalmente de trans-
formação, com novas tecnologias que otimizem e melhorem as
capacidades de carga e descarga”. Para o executivo, a reno-
Vagão modelo HPT para o transporte vação da Malha Paulista foi um passo importante, mas “outras
de grãos, no pátio de São Carlos (SP) prorrogações terão que sair para que a indústria retome sua
linha de produção e seja competitiva”.
A Cavan vem se preparando para grandes demandas do mercado A Randon evidencia também os altos e baixos do setor de pro-
há algum tempo”, diz o presidente Guilherme Godoy Pereira. dução e afirma que as renovações poderão dar mais constância e
Fabricante de dormentes de aço, a Hidremec enxerga a reno- sustentabilidade aos negócios. “Mais do que tudo, o setor precisa
vação da Rumo Malha Paulista como uma possibilidade de manter de previsibilidade e regularidade das demandas. Assim, a cadeia
negócios com a concessionária. “Já fornecemos aproximadamen- consegue suportar a necessidade do setor”, diz a empresa em nota.
te 300 mil dormentes para a Malha Paulista até o ano passado”, Marcos Costa, presidente e CEO da Wabtec Corporation para
afirma o diretor Carletto Gordano, ressaltando que a capacidade América Latina, se diz confiante de que a conclusão do processo
instalada da empresa é de 60 mil dormentes/mês. da Malha Paulista vai acelerar a análise das demais renovações.
Giuseppe Junior, diretor da Empac, fabricante de dormentes E destaca o portfólio da empresa, ampliado após a incorporação
de concreto, se diz otimista com o programa de renovações. da GE Transportation pela Wabtec, no ano passado. “Além da
“Praticamente todos os processos de prorrogação antecipada fabricação de locomotivas, a Wabtec atua em grande parte da
trarão demandas para o nosso mercado”. Atualmente, a em- cadeia ferroviária de carga e de passageiros”. Na linha de carga,
presa fornece para a EFVM e VLI, além de ter projetos com a a empresa oferece também componentes para vagões (sistemas
CPTM e o MetrôRio. de freios, aparelhos de choque, sapatas, truques etc.), aplicativos
Wilson Rodrigues, presidente da Conprem, também fabricante de softwares e soluções como o Controle Positivo de Trem (PTC)
de dormentes de concreto, espera que o grosso dos investimen- e sinalização, além de contratos de manutenção de serviços de
tos ferroviários aconteça a partir de agora. “Acreditamos que a longo prazo.
26 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020
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automatizado da via e edição de exceção/defeitos
• O sistema mede e reporta a geometria da via, incluindo bitola, superelevação, empeno,
torção, nivelamento, alinhamento e desgaste do trilho.
• Fluxos de dados sem fio para o servidor central para filtragem e processamento de exceções
e envia automaticamente alertas para o pessoal de campo apropriado
• •Baixo consumo de energia operacional utilizando painéis solares, banco de baterias e
células de combustível.

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MCGMAR-5211
capa
Sobre equipamentos de manutenção de via, a operadora pretende
encomendar ainda esse ano uma máquina desguarnecedora de lastro
de alta capacidade, uma máquina desguarnecedora para ombro de las-
tro e um carro de controle para registro de via permanente (370 kW).

Sinalização
A renovação trará também um novo sistema de sinalização para a
Malha Paulista, substituindo o atual, baseado em GPS e Autotrac. O
sistema proposto deve contar com a implantação de itens como Cen-
tro de Controle Operacional Integrado (CCOI), para melhorar a capa-
cidade de autorização e cancelamento de licenças; Sistema de Contro-
le de Bordo (SCB), para aperfeiçoar a comunicação com o CCOI e a
monitoração da velocidade e licenças vigentes; Sistema de Wayside
(WSD), que aprimorará o controle da detecção de trens e execução
dos limites das licenças dadas; e Sistema de Comunicação de Dados
(SCD), para melhorar a capacidade do CCOI em autorizar ou cancelar
as licenças dos trens.
A implantação deverá acontecer entre 2020 e 2024, para um total
de 20 lotes na linha tronco da ferrovia. No trecho compreendido entre
Perequê e Evangelista ainda será implantado um sistema mais robus-
to que contará com comunicação via rádio. Essa comunicação clear
channel tem por objetivo reduzir o tempo de ociosidade do trecho. No
restante, até Rubinéia, será utilizada outra solução satelital que não
Contorno ferroviário
envolva o modelo atualmente utilizado (Autotrac). Assim, a ideia é
de Araraquara, entre os
que o sistema tenha uma solução clear channel, com latência reduzida pátios de Tutóia e Ouro
e menor limitação de tráfego de dados.

Expectativa dos clientes


A perspectiva de aumento do volume são fundamentais para diminuir o custo lo- Baldez foi figura presente nas audiên-
de carga transportada desde Mato Grosso gístico e dar ao produtor mais de uma opção cias públicas promovidas pela ANTT para
até o Porto de Santos anima os produtores para o escoamento da carga. “A Ferrogrão a discussão dos processos de renovação
do Centro-Oeste, diz Edeon Vaz, diretor- e a expansão que a Rumo quer fazer entre (além da Malha Paulista, passaram por
-executivo do Movimento Pró-Logística, Rondonópolis e Lucas do Rio Verde são óti- essa fase até agora a EFVM/EFC e a MRS).
que é presidido pela Aprosoja (Associa- mas para o produtor, estimula a concorrência Seu discurso sempre foi pautado, entre
ção Dos Produtores de Soja e Milho do e acaba impactando o preço do frete ferrovi- outras, na questão do direito de passa-
Estado de Mato Grosso). “A Malha Norte ário. Carga vai ter para transportar”, diz. gem. Para o presidente da Anut, as regras
pode transportar 40 milhões de toneladas/ Para o presidente da Associação Nacio- poderiam estar mais claras em relação ao
ano, mas por conta da falta de capacidade nal dos Usuários dos Transporte de Carga Operador Ferroviário Independente (OFI).
do trecho paulista hoje, o escoamento de (Anut), Luis Henrique Teixeira Baldez, a “Pelo novo termo aditivo, o direito de pas-
grãos até o Porto de Santos gira em torno mensagem é de otimismo e de expectati- sagem está previsto, isso é bom. Mas em
de 23 milhões de toneladas por ano. Isso va em relação aos impactos que os inves- contrapartida, não existe ainda um norma-
vai mudar com os investimentos da Rumo timentos na Malha Paulista podem gerar. tivo por parte da ANTT que regulamente o
e poderemos usufruir da capacidade máxi- “Agora temos que aguardar quais os bene- direito de passagem na forma mais ade-
ma da Malha Norte”, explica Edeon. fícios que a prorrogação poderá trazer para quada para o OFI. Isso acaba enfraque-
O diretor também comenta sobre os pro- o nosso segmento, principalmente no que cendo a competição e dando força para o
jetos de novas ferrovias que, segundo ele, diz respeito ao preço do frete ferroviário”. monopólio de frete”, afirma.
28 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020
arquivo ferroviário
Essa pequena locomotiva

Jonas Martins
centenária, fabricada em 1892,
está exposta na estação ferro-
viária de São Lourenço, em Mi-
nas Gerais, cidade que faz parte
do trajeto turístico do Trem das
Águas. Chamada de Mont Ser-
rat, foi adquirida no século XIX
junto com 19 locomotivas de
bitola 0,80m pela Companhia
Docas de Santos. A número 8
(da foto) operou na linha de
Itatinga até a década de 1980,
quando foi leiloada e depois ce-
dida para a Associação Brasilei-
ra de Preservação Ferroviária,
numa parceria com a Codesp.
A fabricante da Mont Serrat é a alemã Lokomotivfabrik Krauss &
Comp. A locomotiva tem número de série 2761, modelo 0-4-0T
(Four Wheels) e cilindros 203mm x 305mm (diâmetro x curso). VEJA A FOTO AMPLIADA
arquivo ferroviário
RF 80 anos A Revista Ferroviária carrega em suas páginas
parte importante da história das ferrovias no
Brasil nos seus 80 anos de circulação ininterrupta,
completados em 2020. Queremos resgatar essas
histórias através de relatos de nossos leitores
fiéis e apaixonados por ferrovia. Lançamos em
abril, em nosso site, a campanha “Qual é a sua
história com a Revista Ferroviária?”, que seguirá
Qual é a sua história ativa até o fim desse ano. O resultado até agora

Revista
dessa memória coletiva é o resgate de fatos e
com a experiências que nos levam a uma viagem no
tempo e à certeza de que a ferrovia sempre foi e

Ferroviária?
continuará sendo relevante para a história dessas
pessoas e do Brasil. Veja alguns depoimentos...

“Iniciei minha história com a Revista Ferroviária quando fui para o Rio de Janeiro estudar no Instituto Militar de
Engenharia, nos idos de 1976. No Rio, trilhei pelos caminhos de ferro, conhecendo a história do IME, a envergadura dos
trabalhos do Geipot, a RFFSA com a sua pujança de carga e passageiros e a Divisão Especial de Subúrbios do Grande Rio,
onde fiz estágio. Conheci também o famoso Terminal de Minério de Ferro da Ilha Guaíba (TIG) e a Linha do Centro da
então SR3 Juiz de Fora, que hoje faz parte da MRS.
Finalizado o curso, voltei à Bahia desbravando o interior como engenheiro residente
da RFFSA-SR7 nas cidades ferroviárias de Iaçu e Brumado e nas históricas
Cachoeira e São Félix, onde devorava cada edição da RF, com seus dados técnicos e
estatísticas. Lembro bem quando a equipe da revista esteve em São Félix e fez uma
reportagem, na edição julho 1984,
1984 sobre as manobras dos trens dentro da cidade,
participei da mesma com desenhos e dados de um trabalho técnico sobre acidentes
ferroviários. Na edição de janeiro de 1991, publiquei artigo com o título “A Ferrovia
Brasileira, o Consumo de Derivados de Petróleo, o Meio Ambiente e a Segurança”.

Após as concessões das ferrovias de carga, trabalhei na FCA por dois anos e
continuei no setor atuando na Transnordestina há 20 anos, chegando agora aos 45
anos de trabalhos ininterruptos nos sistemas ferroviários. Ao longo deste tempo,
fui agraciado por duas vezes com o prêmio Ferroviário Padrão de Carga em 2012
e 2015. Considero-me realmente um leitor voraz da Revista Ferroviária, leio e
consulto as edições, anuários ferroviários e mapas das Estradas de Ferro, além das
publicações do site.”

Carlos Matta
Especialista em Ferrovias da Ferrovia Transnordestina Logística

“Tenho as edições da Revista Ferroviária desde 1989, daí continuei até


hoje. Lembro de uma em que que o Olacyr de Moraes falava sobre a
concessão da Ferronorte. Em 1992, fui trabalhar na construção da referida
ferrovia, onde ajudei a empresa a escrever os artigos que eram publicados
mensalmente. Depois fui para o Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (Dnit) trabalhar no setor ferroviário. Lembro-me de
conversas com o saudoso Gerson Toller, que era um apaixonado pelo
modal, na época em que eu trabalhava na construção da Ferrovia Norte-Sul.
Sempre me orientava sobre quem estava chegando no setor. Inteirava-me
dos assuntos através da revista, sem contar a participação no Negócios nos
Trilhos, do qual guardei todos os crachás. Já escrevi dois livros sobre o
modal e pretendo escrever mais, sempre com a inspiração nesta revista.”

José dos Passos Nogueira


Proprietário da Terra Trilho Construções, Locações e Transporte

32 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


“Minha história com a RF remonta de longa data, dos tempos em que meu amigo
Gerson Toller ainda a comandava. Lembro-me que eu vivia dando palpites nas edições
da revista. Foi então que, em 2001, Gerson foi me visitar na sede da Cimento Tupi
em Botafogo, onde eu era gerente de logística ferroviária. Outra passagem que tive
com ele foi quando me convidou para participar de um evento chamado "O cliente e
a ferrovia”. Acabei não participando, mas Gerson me pediu que eu fizesse um artigo
para a revista, que foi publicado em abril/maio de 2010.
2010 Eu prometi o orientar em
reportagens sobre os grandes fluxos de transporte ferroviário, mas infelizmente não deu
tempo. Grande Gerson. Deixou saudades. Abraço a todos desta fantástica revista.”

Ivan Vasconcelos
Aposentado

“A Revista Ferroviária é a própria historia “Em 2011, participei do prêmio Ferroviário Padrão de Passageiros.
da ferrovia do Brasil. O país ainda vai Não fui o premiado, mas muito me honrou o simples fato de ter sido
construir muita ferrovia, ao meu ver. lembrado entre tantos outros nomes importantes. Aproximadamente
Minha participação na Revista Ferroviária um mês depois, por ocasião do dia do ferroviário, concedi uma
foi com o início da construção do Metrô de entrevista para a revista,
revista na edição abril/maio de 2011, falando sobre a
São Paulo, quando eu era então presidente origem do meu DNA ferroviário, através da história do meu avô, que
da empresa. Foram entrevistas e artigos trabalhou na Rede Ferroviária Federal. História que tanto me enche
publicados sobre o projeto e a obra.”
obra de orgulho pela sua superação.

Plínio Assmann F ilipe Serpa


Primeiro presidente do Metrô São Paulo Coordenador de Engenharia de Manutenção do MetrôRio
reportagem

Repensando dade excessiva de passageiros por metro quadrado den-


tro dos trens nos horários de pico.

a mobilidade
Planos que envolvem o escalonamento de horários por
segmento de atividade, aumento da disponibilidade da
frota para reduzir o número de passageiros por carro e hi-
Voltados para o transporte de massa, gienização excessiva são comuns nas cidades que foram
afetadas pela pandemia. Em Londres, na Inglaterra, por
metrôs e trens precisam se adaptar
exemplo, a lotação do metrô está limitada a 50%, e há blo-
na pandemia queio de alguns assentos dentro dos trens para garantir a
distância entre os usuários e a não permissão de embarque

D
quando a nova capacidade é atingida. Em todo o sistema,
epois de uma paralisação forçada para evitar as escadas rolantes receberam sinalização com orientação
a propagação do novo coronavírus, muitas de distanciamento de seis degraus entre os passageiros. A
cidades estão voltando aos poucos a se loco- limpeza em espaços de contato como corrimãos, mastros
mover. Para o sistema metroferroviário, há e maçanetas passou a ser mais frequente.
um desafio nessa reabertura: metrôs e trens não foram O uso de novas tecnologias também tem sido aliado
projetados para ficar vazios e, sim, para ser a espinha de alguns países. Em Wuhan, na China, onde a pandemia
dorsal do transporte de massa. Evitar a aglomeração nes- teve início, o metrô instalou equipamentos de leitura de
ses sistemas está exigindo planejamento conjunto entre imagens térmicas (infravermelho) usadas para medir, à
operadoras, governo e sociedade. A ordem agora é se distância, a temperatura de quem circula por trens e me-
adaptar ao novo momento. trôs para a identificação de passageiros com febre. A tec-
Na Europa já há exemplos de restrições e adoção de nologia substitui o uso de pistolas de mensuração de tem-
medidas rígidas, além de novas tecnologias, para evitar peratura. Além disso, os usuários fazem check-in online
os riscos de contágio no transporte público após a rea- ao ingressar no sistema, dessa forma é possível rastrear
bertura gradativa das atividades. O Brasil – leia-se prin- entrada e saída de quem teve contato com passageiros que
cipalmente São Paulo – caminha nessa direção, muito apresentam sintomas da doenças.
embora ainda apresente dificuldades de evitar a quanti- “A aglomeração é decorrente de alta demanda nos horá-

Divulgação/VLT Carioca

No Rio, as estações de VLT estão sendo desinfectadas

34 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


rios de pico e o operador não consegue gerenciar isso sozi- material coletado em portas, chão, assentos e barras de
nho. Será difícil conter a demanda e restringir a capacida- ferro será avaliado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológi-
de dos trens e metrôs sem gerar aglomeração em estações cas da Universidade de São Paulo. Uma vez comprovada
e plataformas, sem que os agentes econômicos alterem os a eficácia e definida a periodicidade de uso, a tecnologia
horários de funcionamento de suas empresas e dos colabo- poderá ser usada em trens, metrôs, monotrilhos, VLTs e
radores”, adianta Sérgio Avelleda, diretor de Mobilidade ônibus de todo o país.
Urbana do instituto de pesquisa World Resources Institute Metrô e CPTM firmaram também uma parceria com a
(WRI), nos EUA, e ex-presidente do Metrô de São Paulo empresa Neobrax, para instalação de 50 cabines de higie-
e da CPTM entre 2002 e 2010. nização em 25 estações do metrô e da CPTM com gran-
de fluxo de passageiros. O box tem cerca de três metros
Em São Paulo de comprimento, sensor de presença e só funciona com
Na maior cidade do Brasil, São Paulo, há um aumen- uma pessoa por vez, emitindo uma nuvem de produtos
to crescente de passageiros no transporte público desde antissépticos por até 15 segundos, para desinfecção dos
que o governador João Doria decretou a reabertura gra- usuários. A substância cria uma camada de proteção na
dativa das atividades econômicas no estado,
incluindo a capital. Do fim de março (início
da pandemia) até o dia 3 de junho, a deman-
da saltou de 2 milhões de usuários para 3
milhões no Metrô de SP, CPTM e nas linhas
de ônibus intermunicipais, segundo dados
da secretaria de Transportes Metropolitanos
(STM). A quantidade, embora bem abaixo
do que era transportado antes da pandemia
(10 milhões de passageiros/dia nos três sis-
temas), acende a luz vermelha sobre os ris-
cos de aglomeração e aumento do contágio
pelo coronavírus. A maioria dos usuários,
de acordo com a STM, vem se concentrando
Divulgação/MetrôRio

nos horários de pico.


Para evitar novas contaminações, a higie-
nização dos carros foi intensificada. A frota
de trens, reduzida desde o início da quarente- MetrôRio distribui máscaras para proteção dos passageiros
na, opera atualmente entre 65% até 100% da
capacidade no metrô e CPTM, dependendo dos horários pele, roupa e acessórios que dura até 4 horas.
e demandas. A operação nos sistemas, segundo a STM, A Google também se juntou aos esforços mundiais e
tem sido monitorada em tempo real. O escalonamento de atualizou o aplicativo Google Maps. Agora o próprio usu-
horários de abetura e fechamento para cada atividade co- ário pode informar, de forma colaborativa, sobre a lotação
mercial é uma das medidas defendidas pelo governo do do modal, inclusive trens e metrôs. Inicialmente, o recurso
estado, mas a decisão sobre o horário de funcionamento foi disponibilizado em 13 países, incluindo o Brasil.
de estabelecimentos compete a cada município, o que tor- “A tecnologia vai ajudar a reduzir custos e a garantir a
na a gestão ainda mais desafiadora. higienização. Hoje, a maioria dos operadores sanitizam os
Por outro lado, a STM tem se engajado na busca por carros até quatro vezes por dia, alguns a cada viagem. São
tecnologias que minimizem os riscos de contágios nas pla- Paulo é o mais interessado nessas tecnologias porque faz
taformas e estações. Um robô que emite luz ultravioleta 70% das viagens no Brasil. Certamente o que for adotado
para eliminar vírus e bactérias em um minuto está sendo lá será seguido por outros operadores”, afirma o presiden-
testado e deverá ser usado após a rotina padrão de limpeza te da ANPTrilhos, Joubert Flores.
dos carros. O teste foi realizado em trens da CPTM e o Mas algumas tecnologias que estão sendo aplicadas lá

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 35


reportagem
fora dificilmente serão realidade no Brasil, segundo Flo- compartilhadas, integrando com estações de metrô, trem e
res, como é o caso do sistema de escaneamento corporal terminais de ônibus”, ressalta Sérgio Avelleda, da WRI.
para medição de temperatura, usado na China e outros Cidades como Paris, Londres, Berlim, Bruxelas, Milão,
países asiáticos. “Pequim usa essa tecnologia no aeropor- Bogotá, Nova Iorque têm investido na criação de ciclovias
to, mas a legislação permite. Aqui não poderíamos impe- e no alargamento das calçadas para incentivar a mobili-
dir uma pessoa de embarcar no metrô com febre porque dade de bicicleta ou a pé. Na Itália, o governo concedeu
ela poderia estar indo ao médico, por exemplo”. bônus de até 500 euros, por pessoa, para compra de bici-
cletas. Na França, serão 20 milhões de euros para cons-
Integração e micromobilidade trução de ciclovias. No Reino Unido, onde 20 mil novas
Diretor da Centro de Estudos da FGV Transportes, Mar- bicicletas estão vendidas ou reservadas, de acordo com a
cus Quintella, ressalta que os Associação de Revendedores
cuidados individuais serão es- de Bicicleta, o governo vai
senciais daqui para frente, já
que as operadoras dificilmente
Operadoras investir 250 milhões de libras
em ciclovias.
conseguirão garantir a distân-
cia segura entre os passageiros.
calculam perdas Enquanto nos países euro-
peus a fabricação de “magrelas”
Hoje, São Paulo, Rio de Janeiro de R$ 2,6 bilhões aumentou, no Brasil, a produ-
e Porto Alegre transportam, em Entre a segunda quinzena de março e o ção caiu 39,1% no acumulado
média, oito passageiros por me- fim de maio, a ANPTrilhos registrou redução de janeiro a maio na compara-
tro quadrado no horário de pico, de R$ 2,6 bilhões em receitas nas operadoras ção com 2019, com 202.581
segundo suas estimativas. de trens, metrôs e VLTs do país. O número unidades, segundo a Associa-
“Ainda que se reduza a de passageiros no período caiu 80% nos sis- ção Brasileira dos Fabricantes
quantidade de pessoas no temas, passando de uma média de 10,9 mi- de Motocicletas, Ciclomotores,
transporte metroferroviário, lhões de pessoas transportadas por dia para Motonetas, Bicicletas e Simi-
por home office ou meio indivi- 2,2 milhões de passageiros/dia. lares (Abraciclo). Parte desse
dual de locomoção, ainda terá Para o cenário pós-pandemia, a ANPTrilhos número se explica pelo fecha-
muita gente em plataformas, calcula perda de 20% a 25% na circulação mento das fábricas durante o
estações e nos trens. Se atin- de pessoas logo que os serviços forem nor- período de quarentena.
gíssemos quatro passageiros/ malizados. Esse percentual considera tanto
m², ainda assim não atenderí- o possível aumento do desemprego quanto Transporte individual
amos aos critérios sanitários”, do home office. Conforme a economia e os O medo de se contaminar
diz Quintella, acrescentando empregos forem retomados, a quantidade de e a falta de uma estrutura de
que mesmo com a normaliza- deslocamentos tende a aumentar. transporte urbano que permita
ção do home office, a popula- “Até antes da pandemia, 85% dos deslo- a redução de riscos de contá-
ção de baixa renda, em geral, camentos nos nossos serviços eram para tra- gio pela Covid-19 pode levar
ainda dependerá do transporte balho e estudo. Esse novo modo de viver deve a um aumento da preferência
de massa para deslocamento. gerar um outro cenário. A mobilidade urbana pelo transporte individual.
Diante desse cenário, es- tem que se adaptar à nova realidade da so- Pelo mundo afora, jovens que
pecialistas concordam que as ciedade e o sistema urbano precisa ser reava- vinham perdendo o interesse
cidades precisam repensar a liado”, afirma João Gouveia, vice-presidente em adquirir um carro, estão
mobilidade urbana, incenti- executivo da ANPTrilhos. mudando de ideia, segundo
vando a micromobilidade para A ANPTrilhos articula nas esferas federal e pesquisa feita recentemente
curtas distâncias e a integração estadual a criação de linhas de crédito, redu- pelo instituto Capgemini em
com modais de alta capacida- ção de impostos, taxas e encargos, entre ou- 11 países, não incluindo o
de. “Mas não basta construir tras iniciativas, para manter os serviços e ga- Brasil. Dos entrevistados com
ciclovias e ter boas calçadas, é rantir o emprego de 39,4 mil funcionários nos idade entre 18 e 24 anos que
preciso regulamentar bicicletas sistemas metroferroviários em todo o país. manifestaram intenção em

36 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


comprar um automóvel, 85% pretendem adquirir um carro meiro momento. Quando perceberem o aumento do custo,
pela primeira vez. do tempo de viagem, do congestionamento, voltarão ao
No Brasil, por enquanto, a crise econômica aliada à sa- transporte público. Não temos paliativos ou solução ime-
nitária tem gerado quedas históricas na produção de car- diata”, conclui.
ros e ônibus, de acordo com

Divulgação/CPTM
a Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Au-
tomotores (Anfavea). Para
este ano, o setor prevê 1,35
milhão de carros emplaca-
dos – queda de 40% nos li-
cenciamentos, na compara-
ção com 2019.
Na avaliação de Marcus
Quintella, da FGV, algumas
pessoas devem privilegiar o
transporte individual na re-
tomada por se sentirem mais
seguras. “No mundo intei-
ro, quem puder, vai usar o
transporte individual, no pri- Cinco trens da CPTM receberam “máscaras” em campanha de prevenção

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Frota de equipamentos de via apresenta leve redução, mas há planos de aquisições

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frota total de equipamentos de manutenção de foi adquirido entre maio de 2019 e maio de 2020.
via das operadoras de carga e de passageiros no A ViaMobilidade foi a única entre as operadoras a re-
Brasil é de 1.552 máquinas. O número repre- gistrar novas aquisições no período. Foram quatro máqui-
senta uma leve redução em relação ao que foi nas: LOC03 (trator de manobras), RDF-04 (veículo rodo-
computado no ano passado, 1.561 unidades. Entre as ferro- ferroviário com cesto) e dois troleys para lançador de fio
vias de carga, são 896 equipamentos no total. No segmento de contato. O total da concessionária passou de 68 para 72
de passageiros, as operadoras contabilizam 656 máquinas. equipamentos.
Do ano passado para cá, a Rumo registrou seis novas As demais operadoras seguem com o mesmo balanço
unidades de carros de linha da Empretec, passando de 169 de 2019. Algumas, porém, aguardam a entrega de equipa-
para 175 unidades no total de equipamen- Divulgação/VLI

tos. A Ferrovia Centro-Atlântica é a que


apresenta a maior frota entre as operado-
ras de carga, com 264 máquinas, uma a
mais (Ultrassom RTI Modelo 8000SX) na
comparação com o levantamento anterior.
A Ferrovia Norte-Sul, trecho controlado
pela VLI, não adquiriu nenhuma unidade
entre 2019/2020, permanecendo com o
mesmo número total (31 máquinas).
A Ferrovia Tereza Cristina adquiriu
dois policortes de trilho em 2019, o que
levou ao aumento do total de 44 para 46
máquinas. Para 2020, a companhia prevê
a aquisição de um policorte e uma tire-
fonadora-parafusadeira. Já a Ferrovia VLI adquiriu em 2019 um ultrassom RTI Modelo 8000SX, da Rail Technology International
Transnordestina Logística prevê a aqui-
sição de mais dois autos de linha para uso em trechos no mentos. A CPTM informou que encomendou um veículo
Ceará e Maranhão. para manutenção da rede aérea, mas que ainda não foi in-
A Estrada de Ferro Vitória a Minas apresentou redução cluído à frota. Para 2020 não há previsão de aquisição de
de duas unidades de guindaste ferroviário GF, totalizando novos equipamentos, afirmou a operadora.
esse ano 77 equipamentos em sua frota. A Estrada de Ferro A ViaQuatro diz estar avaliando o incremento da fro-
Carajás não registrou mudança em relação ao levantamen- ta a partir de 2021. O MetrôRio prevê a compra de uma
to do ano passado, assim como MRS Logística, Estrada de pick-up rodoferroviária, cabine extra para transporte de
Ferro Juruti, Transnordestina Logística e Ferroeste. colaboradores, carroceria e munk para içamento de peças
até duas toneladas, que será utilizado na manutenção pre-
Passageiros ventiva de AMVs.
No segmento de passageiros, o Metrô de São Paulo lide- A CBTU de João Pessoa informou que investirá na
ra o ranking, com 143 equipamentos de manutenção de via. aquisição de auto de linha, para atender a inspeção de via
O número é 12,29% menor do que o registrado no levanta- no trecho entre as estações Cabedelo e Santa Rita. A CCR
mento de 2019. No ano passado, a operadora ainda contabili- Metrô Bahia comunicou que tem interesse em adquirir
zava em sua frota as máquinas que hoje pertencem à ViaMo- veículo multifuncional para execução de socaria em lastro
bilidade (operadora da Linha 5-Lilás). Nenhum equipamento e levantamento de parâmetros da via.

38 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


Equipamentos de Manutenção de Via - Carga
MRS Logística
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Auto de Linha Fairmont 1960-1970 - 4 Escavadeira PC-160 Komatsu 2005 - 3
Auto de Linha - 1960-1970 - 3 Escavadeira PC-320 LC-7 Komatsu 2011 - 1
Caminhão de linha Plasser 1960-1970 - 11 Escavadeira ROBEX 320 LC-7 Hyundai 2011 - 1
Caminhão de linha Geovia 1960-1970 - 6 Escavadeira CAT 315-D Catterpillar 2011 - 3
Caminhão de linha Robel 1960-1970 - 2 Escavadeira R140W-7 Hyundai 2011 - 1
Caminhão Rodoferroviário F-250 Ford 2000 - 3 Pá Mecânica Catterpillar 1988 - 1
2003/2005/ Retroescavadeira CAT 416-E Catterpillar 2011 - 3
Caminhão Rodoferroviário F-4000 Ford - 20
2006 Retroescavadeira 380 M - 2011 - 2
Caminhão Rodoferroviário F-2422 Ford 2005 - 1 Trator Komatsu - - 3
Caminhão Rodoferroviário F-2422 Ford 2010 - 2 Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 7
Caminhão Rodoferroviário F-350 Ford 2006 - 1 Socadora Plasser 2007 Áustria 1
Caminhão Rodoferroviário F-350 Ford 2010/2011 - 6 Socadora Plasser 2013 Áustria 2
Caminhão Rodoferroviário 9-150 Volkswagen 2010/2011 - 8 Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 2
Caminhão Rodoferroviário 17-180 Volkswagen 2011 - 3 Reguladora Plasser 1981 Áustria 6
Caminhão Rodoferroviário 17-180 Volkswagen 2011 - 1 Reguladora Plasser 2007/2013 Áustria 4
Caminhão Rodoviário 17-180 Volkswagen 2011 - 1 Desguarnecedora de Ombro Estados
Caminhão Rodoviário 17-180 Loran 2006 1
Volkswagen 2011 - 2 de Lastro Unidos
com oficina Estados
Caminhão Rodoviário 17-190 Volkswagen 2014 - 1 Esmerilhadora Loran 2012 1
Unidos
Caminhão Rodoferroviário 26-220 Volkswagen 2011 - 3 Estados
Tie gang Harsco 2012 1
Caminhão Rodoferroviário L-1518 Mercedes - - 1 Unidos
Estados Desguarnecedera a Vácuo Estados
Caminhão de Solda MWT Holland 2012 2 Loran 2012 1
Unidos Rail Vac Unidos
Escavadeira PC-200 Komatsu 2000 - 3 Track Star Holland 2001 EUA 1
Escavadeira PC-150 Komatsu 2002 - 3 Total 132
Fonte: MRS
estudo de mercado
Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM)
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Socadora de linha 07-32 Plasser & Theurer 1980 Austria 1 Desguarnecedora de lastro RM900 Plasser & Theurer 2010 Austria 1
Socadora de linha 09-16 CSM Plasser & Theurer 1984 Austria 4 Desguarnecedora de lastro Plasser & Theurer 1994 Austria 1
Socadora de linha 09-3X Plasser & Theurer 2009 Austria 1 RM-76-UHR
Estabilizador dinâmico Módulo de desguarnecimento WY-130 XFGE 2009 China 6
Plasser & Theurer 2009 Austria 1
DGS-90N Renovadora de linha P190 Matisa 2012 Austria 1
Socadora de AMV 08-275 3S Plasser & Theurer 1994 Austria 1 Geovia / Robel /
Autos de linha AL 1980 Austria 6
Socadora de AMV B45UE Matisa 2009 Austria 1 Plasser & Theurer
Reguladora de lastro USP303 Plasser & Theurer 1984 Austria 4 Caminhões de linha OBW-8 Plasser & Theurer 1976-1983 Austria 26
Reguladora de lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 1 Estados
Guindaste ferroviário GF Burro Crane 1950 1
Multi-funcional Unimat Junior MF Plasser & Theurer 1997/2003 Austria 5 Unidos
Esmerilhadora de Trilhos Estados Estados
Loram 2017 1 Guindaste ferroviário GF Little Giant 2006 1
RG415 Unidos Unidos
Estados Guindaste rodoferroviário KGT/V Geismar 1996 Itália 3
Esmerilhadora de AMV LRG Loram 2009 1 Guindaste rodoferroviário KGT 3000 Geismar 2001 Itália 0
Unidos
Estados Guindaste rodoferroviário KGS 3000 Geismar 1983 França 1
Desguarnecedora à vácuo LRV Loram 2009 1
Unidos Guindaste rodoferroviário J 882 La Falco 2004 Itália 1
Veículo de ultrassom Rep. Guindaste rodoferroviário V704FC VaiaCar 2009 Itália 5
Starmans 2009 1
rodoferroviário Innotech Tcheca Total 77
Carro controle EM-80 Plasser & Theurer 2008 Austria 1 Fonte: Vale

Ferrovia Norte-Sul (FNS)


Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Rail Technology Caminhão rodoviário AXOR2831 Mercedez Benz 2011 Brasil 1
Ultrassom RTI 2000 Australia 0
International Caminhão rodoferroviário ATEGO2726 Mercedez Benz/O&M 2009 Brasil 2
República Caminhão rodoferroviário ATEGO 2425 Mercedez Benz/O&M 2009 Brasil 2
Ultrassom DIO-2000 Empretec 2015 1
Tcheca Caminhão rodoferroviário Atego 2425 Mercedez Benz/O&M 2010 Brasil 1
Auto de linha de serviço Geovia 1986 Brasil 2 Caminhão rodoviário L1218 Mercedez Benz 2002 Brasil 1
Auto de linha de inspeção Geovia 1986 Brasil 1 Caçamba rodoviária 1420 Mercedez Benz 2003 Brasil 1
Socadora de Linha modelo Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1
Plasser & Theurer 2014 Áustria 1
09-3X CAT
Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1
Reguladora de Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2014 Áustria 1
Vagonete de passageiro Supermetal 2011 Brasil 3
Escavadeira 336D2L Caterpillar 2015 Brasil 2
Vagonete de material Geovia 1986 Brasil 3
Escavadeira 323D Caterpillar 2011 Brasil 1
Vagonete de capina química Geovia 1986 Brasil 1
Guindaste rodoferroviário Geismar 2011 França 2 Vagonete de solda Geovia 1986 Brasil 1
KGT-4RS
Caminhão rodoviário AXOR2831 Mercedez Benz 2010 Brasil 2 Total 31
Fonte: VLI

Estrada de Ferro Carajás (EFC)


Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Auto de Serviço AS Geovia 1983 Brasil 24 Reguladora de Lastro PBR202-R  Plasser & Theurer  1985 Áustria 1
Caminhão de Linha (Auto de Socadora de Linha 09 32 Plasser & Theurer  1996 Áustria 1
Plasser & Theurer  2015 Áustria 6
Serviço) TG80A Socadora de Linha 09-3X Plasser & Theurer  2006 Áustria 1
Escavadeira 336D2 Caterpillar 2010 EUA 4 Socadora de Linha 09 3X DYN Plasser & Theurer  2009 Áustria 3
Trator de Esteira D9T Caterpillar 2006 EUA 3 Socadora de Linha 09 3X DYN WS Plasser & Theurer  2016 Áustria 3
Multifunção GM13 Plasser & Theurer  2006 Áustria 1 Socadora de Linha 08-16 Plasser & Theurer  2017 Áustria 2
Pá Carregadeira 924 Caterpillar 2012 EUA 1 Estabilizador Dinâmico 62N Plasser & Theurer  2015 Áustria 1
Guindaste Socorro Ferroviário KIROW Kirow 2017 Alemanha 1 Socadora de AMV 08-16 SH 3S Plasser & Theurer  2011 Áustria 1
Desguarnecedora Total RM900B Plasser & Theurer  2009 Áustria 1 Socadora de AMV 09-475 4S Plasser & Theurer  2015 Áustria 1
Desguarnecedora Vácuo LRV 8/9 Loram 2009 EUA 1 Socadora de AMV B45UE Matisa 2009 Suiça 1
Módulo de Desguarnecimento Esmerilhadora de AMV LRG 15 Loram 2009 EUA 1
Plasser & Theurer  2012 Áustria 5
MFS 60B Trem Esmerilhador PGM96 Harsco 2008 EUA 1
Módulo de Desguarnecimento WY130 XFGE 2009 China 12 Caminhão de linha
Renovadora de Linha P190 Matisa 2010 Suiça 1 Super Metal 2017 Brasil 1
rodoferroviário VFR-13
Auto de Inspeção AI Geovia 1986 Brasil 1 Guindaste Rodoferroviário Super Metal 2018 Brasil 3
Auto de Inspeção IF7 Plasser & Theurer  2015 Áustria 1 CATM315
Auto de Inspeção IF10 Plasser & Theurer  2015 Áustria 1 Guindaste Rodoferroviário Geismar 2011 Itália 10
Carro Ultrassom DIO2000 Empretec/Innotech 2018 Brasil/EUA 1 KGT-4RS
Carro Ultrassom 8000SX Empretec/RTI 2014 Brasil/EUA 2 Guindaste Rodoferroviário LA La Falco 1995 Itália 1
Carro Controle EM100 Plasser & Theurer  2012 Áustria 1 FALCO
Reguladora de Lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 3 Vagonete de Passageiro VGVGN Super Metal 2012 Brasil 8
Reguladora de Lastro USP2005 Plasser & Theurer  2016 Áustria 3 Construtora de Linha NTC Harsco 2010 EUA 1
Reguladora de Lastro USP303 Plasser & Theurer  1996 Áustria 1 Levantadora de Linha  Track Harsco 2011 EUA 1
Lifter
Reguladora de Lastro PBR202 Plasser & Theurer  1984 Áustria 1
Lançadora de Painéis Track Lifter Kirow 2015 Alemanha 1
Reguladora de Lastro SSP110 Robel/P&T 2006 Áustria 1
Total 122
Reguladora de Lastro PBR500 Plasser & Theurer  2011 Áustria 3
Fonte: Vale

40 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


Rumo Logística Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Vagão de Rejeito MFS 60 B Plasser & Theurer  2013 Áustria 4 Socadora de Linha modelo Plasser & Theurer 1982 Áustria 5
Socadora 07 16-S4 Plasser & Theurer  1983 Áustria 4 07-16/S4
Socadora 08 16-SNA Plasser & Theurer  1991 Áustria 1 Socadora de Linha modelo Plasser & Theurer 1989 Áustria 3
Socadora 09 16-CAT Plasser & Theurer  2013 Áustria 4 08-16/SNA
Roçadeira PBR-102 Plasser & Theurer  1983 Áustria 2 Socadora de Linha modelo Plasser & Theurer 2014 Áustria 2
Roçadeira PBR-400 Plasser & Theurer  1983 Áustria 1 09-16 CAT
Reguladora de Lastro PBR202 Plasser & Theurer  1983 Áustria 4 Socadora de Linha modelo Plasser & Theurer 2015 Áustria 1
Reguladora de Lastro PBR400 Plasser & Theurer  1989 Áustria 3 08-16 CAT
Reguladora de Lastro PBR400 Plasser & Theurer  2013 Áustria 4 Reguladora de Lastro PBR-202 Plasser & Theurer 1982 Áustria 3
Esmerilhadora de Trilho BR BS 16
Plasser & Theurer  1977 Áustria 1 Reguladora de Lastro PBR-400 Plasser & Theurer 1989 Áustria 5
Desguarnecedora RM-74 Plasser & Theurer  2013 Áustria 1 Reguladora de Lastro SSP 203 F Plasser & Theurer 2014 Áustria 2
CIA Mecanica Escavadeira 323D Caterpillar 2011 Brasil 7
Caminhão de Linha ACL 1992 Brasil 2
Brasileira  Escavadeira320D Caterpillar 2011 Brasil 3
Caminhão de Linha ACL Geismar  1975 França 5
Mini escavadeira 302.5 D Caterpillar 2011 Brasil 2
Capina Mecânica GKF Não informado 2017 Não informado 1
Pá Carregadeira 924H Caterpillar 2011 Brasil 1
Capina Mecânica GKF Não informado 1975 Não informado 1
Caminhão de Linha ACL Robel 1975 Alemanha 5 Guindaste Rodoferroviário Geismar 2011 França 2
KGT-4RS
Caminhão de Linha ACL CIA Mecanica
1981 Brasil 4 Guindaste Rodoferroviário
UTV-20 Brasileira  Geismar 2013 França 8
KGT-4RS CM
Caminhão de Linha ACL 1050 Geovia  1984 Brasil 5
Caminhão de Linha ACLVMT-721-2 Geismar  1983 França 4 Carro controle F-350 Nomadlog 2017 Brasil 1
Carro controle EM-40 Plasser & Theurer  1983 Áustria 2 Carro controle PV6 Matisa 1969 Suíça 1
Auto de linha ACL Matisa 1988 Suíça 3 República
Ultrassom DIO-2000 - F-350 Starmans 2010 2
Auto de linha ACL 1030 Geovia  1988 Brasil 17 Tcheca
Auto de linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1983 Brasil 30 Ultrassom GMC-14190 - Rail Technology 2000 Austrália 1
Auto de linha ACL ASG Geovia  1975 Brasil 1 SYS-300 International
Estados Rail Technology
Auto de linha ACL Wickann 1975 1 Ultrassom RTI 2000 Austrália 1
Unidos International
CIA Mecanica Ultrassom RTI Modelo Rail Technology
Auto de linha ACL UTL 1990 Brasil 5 2019 Austrália 1
Brasileira  8000SX International
Auto de linha ALC ALL ALL 2009 Brasil 1 Caminhão Atergo 2426 Mercedes Benz 2012 Brasil 10
Auto de linha ACL Geovia  1980 Brasil 1 Esmerilhadora de trilhos Loran 2014 EUA 1
Auto de linha e Caminhão de Guindaste Burro Crane
Chevrolet 1987 Brasil 1 Crane 1959 EUA 3
Linha ACL C-20 Model 30
Auto de linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1986 Brasil 1 Guindaste Burro Crane Crane 1988 EUA 1
Caminhão de Linha CARGO 1723 Ford 2015 Brasil 1 Model 40
Auto de linha e Caminhão de Estados Auto de linha Geovia 1988 Brasil 25
Fairmont 1971 1
Linha ACL C-20 Unidos Auto de linha Araguari 600 RFFSA 1983 Brasil 48
Reguladora de Lastro PBR-400 Plasser & Theurer  Não informado Áustria 1 Auto de linha Araguari 300 RFFSA 1983 Brasil 1
Caminhão de Linha CARGO 1729 Ford Não informado Brasil 1
Auto de linha CMB 1986 Brasil 12
Caminhão de Linha CARGO 1119 Ford Não informado Brasil 4
Auto de linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 2
Capina Mecânica GKF Não informado Não informado Não informado 1
Caminhão de Linha CRE Robel 1980 Alemanha 2 Caminhão de linha Geovia 1985 Brasil 4
Estados Caminhão de linha CMB 1986 Brasil 5
Esmerilhadora de Trilho ETH Harsco 2010 1
Unidos Caminhão de linha Robel 1971 Alemanha 6
Ônibus de Linha OLV Via Permanente 2016 Brasil 2 Caminhão de linha Geismar - França 2
Reguladora de Lastro RLP Plasser & Theurer  1980 Áustria 1 Caminhão de linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Reguladora de Lastro RLP Plasser & Theurer  1970 Áustria 6 Vagonete de material Geovia/Araguari 600 1986 Brasil 83
Reguladora de Lastro RLP Plasser & Theurer  2010 Áustria 2
Manipuladora de dormentes Supermetal / Brasil /
Socadora SAG GMAC 2010 China 1 2016 3
130G Jonh Deere EUA
Socadora SAP Plasser & Theurer  1970 Áustria 2 Substituidora de dormentes Kershaw 2016 EUA 2
Socadora SAP Plasser & Theurer  2000 Áustria 2
Escavadeira Jonh Deere 2016 EUA 2
Socadora SAP Plasser & Theurer  2010 Áustria 3
Carro Controle CCP Ford 2000 Brasil 1 Equipamento Cravador de Movax 2016 Finlândia 1
estacas
Guincho Burro GFK Não informado Não informado Não informado 1
Equipamento Escarificador Supermetal / Brasil /
Estados 2017 1
Trator Rodoferroviário CHG Pettibone Não informado 1 de Lastro Jonh Deere EUA
Unidos
Total 264
Vagão de Rejeito VRP Plasser & Theurer  2010 Áustria 2
Fonte: VLI
Rodeiro Instrumentado NRC-CNRC  2010 Não informado 1
Estados
Auto de Linha ACL Wickann 1980
Unidos
1 Estrada de Ferro Juruti
Auto de Linha ASI Matisa 1960 Suíça 1 Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant.
Carro Controle CCP Mercedes Andian Não informado Não informado 1 fabricação Origem
Caminhão de Linha CLE Geismar  1980 França 3 Muck ferroviario Empretec 2006 Brasil 1
Carro de Via CLR Robel Não informado Alemanha 1 Vagonete CFC Empretec 2006 Brasil 1
Caminhão de Linha CLR Robel 1980 Alemanha 4 Vagão plataforma Usimec 2007 Brasil 4
Caminhão de Linha ACL Via Permanente 2016 Brasil 2 Vagão fechado FRC Usimec 2007 Brasil 1
Carros de Linha Empretec 2019 Brasil 6 Vagão hopper HAD Usimec 2007 Brasil 0
Total 175 Total 7
Fonte: Alcoa
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 41
estudo de mercado
Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) Transnordestina Logística S.A. (TLSA)
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Socadora alinhadora Plasser & Theurer 1984* Áustria 1 Reguladora de lastro Knox Kershaw 2007 - 1
Auto de linha com munck _ 2018/2019 Brasil 2 KBR 925
Auto de linha - 2013 Brasil 21 Reguladora de lastro PBR Plasser & Theurer 2010 - 2
400
Caminhão de via - 1990* Brasil 1 Socadora de linha 08-16
Auto de linha rebocador Matisa 1980* Áustria 1 Plasser & Theurer 2010 - 3
SPLIT HEAD
Total 26 Pórtico hidráulico PTH 500 Geismar 2010 - 4
*Passaram por reforma entre 2014 e 2015. Fonte: Transnordestina Auto de linha de manutenção AL Via Permanente 2015 - 1
Auto de linha de inspeção Empretec 2006 - 1
VLT 1722
Ferrovia Tereza Cristina (FTC) Caminhão rodoferroviário Empretec 2013 - 1
Ano de País de 1519
Equipamento Fabricante Quant. Máquina de soldar elétrica
fabricação Origem Holland 2010 - 1
Socadora de lastro Plasser 1977 Austria 1 Holland H650
Reguladora de lastro Plasser 1977 Austria 1 Total 14
Caminhão de via Plasser 1987 Austria 1 Fonte: Transnordestina
Auto de linha Araguari - Brasil 1
Auto de linha Diversos - Brasil 7 Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste)
Furadeira de dormente Diversos - Diversos 7
Ano de País de
Tirefonadora Diversos - Diversos 8 Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem
Furadeira de trilho Diversos - Diversos 6 Equipamento móvel de
Policorte de trilho Diversos - Diversos 8 SIUI 2014 China 1
ultrassom modelo Rain Rover
Esmerilhadeira de trilho Diversos - Diversos 6 Retroescavadeira Caterpillar 2010 Brasil 1
Total 46 Total 2
Fonte: FTC Fonte: Ferroeste

Equipamentos de Manutenção de Via - Passageiros


Metrô de São Paulo
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Pick-up - Terra-via O&M 2007/2009 Brasil 7 Troles para transporte de Geismar / EVE / - Brasil 88
Geovia / trilhos O&M / Empretec
Ccaminhão Terra-via 2007/2009 Brasil 13
Empretec / O&M Veículo para manutenção de Plasser & Theurer 2002 Áustria 0
1976/1977 catenárias
Trackmobile / 1988/1996 Estados Veículo lança cabos Plasser & Theurer 2002 Áustria 0
Trator de manobra 15
Tectran / Avibrás 2001/2006 Unidos Veículo de via Plasser & Theurer 2002 Áustria 0
2011
Máquina socadora / niveladora Plasser & Theurer 1987 Áustria 1
Cobrasma /
Gôndola pipa 1979/2011 Brasil 2 Auto de Linha Empretec 2016 Brasil 2
Empretec
Cobrasma / FNV / 1975/1980 Brasil Veiculo de Inspeção
Gõndola prancha 8 VW - Mistras 2016 Brasil/EUA 1
Empretec 2011 Ultrassônica Dinâmica
MIV – Veículo de Inspeção CEML –
Speno / Schalke 1977/2001 Suíça /
Trem esmerilhador 3 e Manutenção da Linha 15 Bombardier 2017 Alemanha 1
2010 Alemanha
(monotrilho) – L&S
Máquina de soldar trilhos Schlatter 2002 Alemanha 1
Total 143
Trator multiuso Geismar 2011 França 1
Fonte: Metrô de SP

CPTM
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Socadora, Alinhadora e Socadora, Alinhadora e
Plasser & Theurer 2009 Áustria 1 Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Niveladora de Vias 09-16 CSM Niveladora de Vias 07-16
Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 2009 Áustria 1 Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 1982 Áustria 1
Niveladora de AMV's 08-275 3S Niveladora de AMV's 07-275
Reguladora de Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2009 Áustria 1 Reguladora de Lastro SSP103 Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Caminhão de Linha VMT 750 Geismar 2009 Itália 6 Caminhão de Linha OBW-8 Plasser & Theurer 1996 Brasil 4
Veículo de Controle e Apoio à Caminhão de Linha VMT 721 Geismar 1995 Itália 1
Geismar 2006 Itália 3
Rede Aérea VMT 865 Socadora, Alinhadora e Plasser & Theurer 1996 Áustria 1
Veículo Lançador e Rebobinador Niveladora de Vias 08-16
de Cabos e Fios de Rede aérea Geismar 2010 Itália 1 Socadora, Alinhadora e Niveladora
de Tração VMT 865 DER Plasser & Theurer 1996 Áustria 1
de AMV's Modelo 08-275
Desguarnecedora de Lastro Plasser & Theurer 2011 Áustria 1 Reguladora de Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1
VM 250 JUMBO
Esmerilhadora / Reperfiladora Suíça /
Estados Speno 1996 1
Carro Controle EM100U Plasser & Theurer 2011 1 de Trilhos Atlas RR16 Itália
Unidos
Total 30
Caminhão de Linha BFCL 1054 Borg / Geovia 1981 Brasil 3
Fonte: CPTM

42 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


ViaQuatro SuperVia
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Caminhão Rodoferroviário com Baú Ford/Empretec 2008 Brasil 1 Auto de serviço Araguari RFFSA 1979 Brasil 1
Caminhão Rodoferroviário com Baú Bitola 1600MM Série 17
Ford/Empretec 2008 Brasil 1
(Reencarrilhador) Auto de serviço Araguari RFFSA 1979 Brasil 1
Caminhão Rodoferroviário Bitola 1000MM Série 17
Ford/Empretec 2009 Brasil 1
com Munck ( 4t ) Caminhão de linha Bitola Geismar 2001 França 2
"PICKUP" de Via com cesto Ford/Empretec 2009 Brasil 1 1600MM
Estados Caminhão de linha Bitola
Trator de Manobras TrackMobil 2009 2 Plasser & Theurer 1979 Áustria 6
Unidos 1600MM
Trator de Manobras Avibrás 2011 Brasil 1 Caminhão de linha Bitola Plasser & Theurer 1979 Áustria 1
1000MM
Vagão Plataforma Santa Fé 2009 Brasil 1
Carro barra longa 01 Série
Troleys para Trilho Empretec 2009 Brasil 10 Robel 1979 Áustria 1
40.61, Bitola 1600MM
Troleys para Trilho Geismar 2011 Brasil 10 Carro controle Plasser 80.
Trem Esmerilhador Plasser Theurer 2009 Austria 1 EM-80 L, Série 39, Bitola Plasser & Theurer 1979 Áustria 1
Vagão Geométrico Plasser Theurer 2009 Austria 1 1600MM
Aparelho de Medição de Carro guindaste Fujy 01,
Vogel & Plotter 2009 Alemanha 1 Fuji Hevy 1979 Japão 1
Corrugação Série CWB, Bitola 1600MM
Equipamento para Execução Desguarnecedora de lastro
Railtech 2014 França 3 Plasser 01 RM76 UHR, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1
de Solda Aluminotérmica
162, Bitola 1600MM
Perfuratriz de Concreto DD 120 HILTI 2010 Brasil 1
Equipamento utilizado para
Perfuratriz de Concreto DD 200 HILTI 2017 Brasil 1 Estados
inspeção de trilhos por Ensco 2015 1
Régua de Bitola Manual Geismar 2010 França 2 Unidos
ultrassom
Furadeira de Trilhos Erico 2011 Brasil 2 Reguladora de lastro Plasser
Furadeira de Trilhos Geismar 2017 França 1 04 PBR 202, Série 389, Plasser & Theurer 1979 Áustria 1
Bitola 1000MM
Régua de Bitola Digital Geismar 2012 França 2
Reguladora de lastro Plasser
Medidor de Perfil de Trilhos 05 SSP 103, Série 386, Plasser & Theurer 1979 Áustria 2
NextSense 2012 Austria 1
a Laser Bitola 1600MM
Gerador Hidráulico Portátil Socadora alinhadora Plasser
com policorte, esmiralhadora Estados 02 07-16 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 2
Manifold 2012 1
manual de trilhos e soldas e Unidos 2070, Bitola 1600MM
rebarbadora
Socadora alinhadora Plasser
Estados 07-16 S4 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1
Policorte de Trilhos Hidráulico Manifold 2012 1
Unidos 2065, Bitola 1000MM
Esmerilhadora de Trilhos Estados Socadora de chaves 07-275
Manifold 2012 1 Plasser & Theurer 1979 Áustria 2
Hidráulica Unidos DNB, Bitola 1600MM
Estados Socorro ferroviário, Série 101, Orton Crane e
Rebarbadora Hidráulica Manifold 2012 1 1976 - 1
Unidos Bitola 1000MM Shovel
2010/2013 Socorro ferroviário, Série 11, Orton Crane e
Policorte a Gasolina Geismar/Sthill Brasil 3 1972 - 1
2018 Bitola 1600MM Shovel
Esmerilhadora de Trilhos Elétrica Geismar 2011/2013 França 2 Socorro rodoferroviário, Série Orton Crane e Estados
Câmera Portátil - Boroscópio EXTECH 2013 Brasil 1 1979 1
51, Bitola 1600MM Shovel Unidos
Rebarbadora Hidráulica Geismar 2013 França 2 Trator de esteira D85 -12, Komatsu 1979 Japão 1
Gerador Portátil a Diesel Toyama 2013 Brasil 1 Série 20053
Gerador Portátil a Diesel Toyama 2017 Brasil 1 Vagão gôndola com bordas Cobrasma 1979 Brasil 22
Sapata para Tração de Trilhos Robel 2014 França 2 tombantes, Bitola 1600 MM
Aproximador de Trilhos Robel 2014 França 2 Vagão hopper não Cobrasma 1979 Brasil 15
remunerado, Bitola 1600 MM
Sistema de Iluminação com Gerador Robel 2014 França 7
Vagão plataforma
Esmerilhadora de Trilhos convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 8
Robel 2014 França 2
Angular metálico, Bitola 1600 MM
Nível Ótico Sokkia 2012/2014 Brasil 1 Vagão plataforma não
Estação Total Topografica Sokkia 2017 Brasil 1 remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1
Equipamento para Execução MM, Grua do TS-1
Ploetz 2014 Alemanha 1 Vagão plataforma não
de Solda Aluminotérmica
Equipamento para Execução remunerado, Bitola 1600 MM, Cobrasma 1979 Brasil 1
Railtech 2014 França 1 Retro escavadeira de pneu
de Solda Aluminotérmica
Furadeira de Trilhos com Vagão plataforma não
Merax 2015 Brasil 2 remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1
Base Magnética
MM, Trator Komatsu
Aparelho de Ultrassom SIUI 2015 China 1 Vação plataforma não
Portátil
remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1
Aparelho de Ultrassom para MM, REK-1
SIUI 2015 China 1
Trilhos Longos
Vagão de serviço plataforma
Equipamento para Lavagem convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 16
Wezzo 2015 Brasil 1
de Via Permanente metálico da oficina metalizada
Troley de Medição de Retro escavadeira ferroviária
Geismar 2017 França 1 Caterpillar 2014 Brasil 1
Geometria de Via Permanente CAT 416E, Série 12804 SB60
Pórtico para Movimentação de Trilhos Shimizu 2016 Japão 3 Retro escavadeira ferroviária Caterpillar 2014 Brasil 1
Pórtico para Movimentação de Trilhos Shimizu 2017 Japão 4 CAT 416E, Série 12805 SB60
Total 88 Total 95
Fonte: ViaQuatro Fonte: SuperVia

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 43


estudo de mercado
MetrôRio VLT Carioca
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Jipão Ferroviário MetrôRio - Brasil 2 Veículo de Limpeza MFH 5500  CMAR  2015 França 1
Estados Régua de bitola RCA 1435 MM  GEISMAR 2015 França 1
Locotrator Trackmobile 1976 2
Unidos  Veículo Rodoferroviário UG400  CMAR
Estados  2015 França 1
Locotrator Trackmobile 1978 3 (reboque e munk)
Unidos Total 3
Locotrator Tectran 1998 Brasil 3
Estados
Locotrator Trackmobile 2014 2 CBTU Belo Horizonte
Unidos
Auto de Linha Via Permanente 2011 Brasil 2 Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant.
Pick up rodoferroviária GM/Empretec - Brasil 1 fabricação Origem
Trem Esmerilhador Speno 1981 Brasil 1 Auto de Linha AL-1030-D Geovia Brasil 1988 Brasil 1
Auto de Linha Plasser 1989 Brasil 5 Caminhão de Linha com Plasser do Brasil 1995 Brasil 1
Estados guindaste OBW 8 Br nº 62
Maquina de Socaria Harsco 2011 1
Unidos Caminhão de Linha com
plataforma elevatória CS-6 Plasser do Brasil 1995 Brasil 1
Auto de Linha Via Permanente 2014 Brasil 2
Locotrator elétrico (baterias) Zagro 2014 Alemanha 2 Vagão Trem de Lastro - - Brasil 4
Auto de Linha Via Permanente 2015 Brasil 2 Locomotiva GE/ALCO 1953 Canadá 1
Total 28 Locomotiva* GE/ALCO 1952 Canadá 1
Fonte: MetrôRio Auto-Torre VMT 850 C/GR Geismar Itália 1998 Itália 1
Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1
CCR Metrô Bahia (Metrô de Salvador)
Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1
Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Socadora, Alinhadora e
fabricação Origem Plasser & Theurer 1998 Áustria 1
Niveladora 08-16
Aparelho de corte de trilhos
Robel 2014 Suíça 3 Reperfiladora de trilhos* - - - 1
por abrasão
Endireitador de agulhas AMVs Robel 2014 Suíça 1 Reguladora de lastro SSP-203 Plasser & Theurer 1998 Áustria 1
Extratos e insersor de grampo Reboque do VF010 A 10 Br nº 63 Geismar Itália 1995 Itália 1
Geismar 2014 França 1
Pandrol Reboque do VF002 A 10 Br nº 63 Plasser do Brasil 1995 Brasil 2
Macaco para via férrea com Robel 2014 Suíça 5 Reboque do VF001 Geovia Brasil 1995 Brasil 2
manivela de segurança
Máquina de parafusamento Caminhão Rodoferroviário Volkswagem 2005 Brasil 1
Robel 2014 Suíça 2 088 VW 13.180
por impacto
Máquina de perfuração de trilho Robel 2014 Suíça 2 Vagão Descarga de Brita - - Brasil 4
Máquina de perfurar dormente Robel 2014 Suíça 4 Vagão Prancha - - Brasil 5
Máquina esmerilhadora para Total 30
Robel 2014 Suíça 2
boleto do trilho
*Aguardando reforma. Fonte: CBTU
Máquina rebarbadora trilhos Robel 2014 Suíça 2
e esmerilhamento AMV
Socadora vertical motora
Trensurb
Robel 2014 Suíça 6 Ano de País de
gasolina Equipamento Fabricante Quant.
Troley de medição Geismar 2015 - 1 fabricação Origem
Tensionador de trilhos Robel 2014 Suíça 1 08.275 GS Plasser & Theurer 1984 Áustria 1
Rebarbadora de Solda Matweld 2014 EUA 1 Caminhão ferroviário Plasser & Theurer 1984 Áustria 1
Medidor de trilho - Auto de linha Plasser & Theurer 1984 Áustria 1
Riftek 2016 Russo 1
Perfilômetro Reguladora PBR 202 Plasser & Theurer 1984 Áustria 1
Esmerilhadora de trilhos Autech 2018 Suíça 1 Caminhão rodoferroviário Empretec 2004 Brasil 1
Total 33 Retro-Randon RK 406 Randon 2003 Brasil 1
Fonte: CCR Bahia Vagão hopper Cobrasma Anterior a 1984 Brasil 2
Locomotiva auxiliar GE 80T Anterior a 1984 Estados Unidos 2
CBTU João Pessoa Grupo de socaria manual Jackson 1984 - 2
Ano de País de Tirefonadoura Geismar - França 4
Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem Furadeira de dormentes Geismar - França 4
Locomotiva Diesel Elétrica Pórtico para trilhos Geismar 1984 França 4
ALCO Bombardier 1959* - 1
RS-8 Rebarbadora hidráulica Geismar 1984 França 2
Retroescavadeira 580N Case 2014 - 1 Plataforma rebocadora Empretec 2009 Brasil 1
Caminhão caçamba basculante Ford Caminhão rodoferroviário
2014 - 1
Rodoferroviário 1319 (montado sobre caminhão Empretec 2013/2014 Brasil 1
Total 3 Iveco 1329 Vertis 90V16)
*Reformada em 2015. Fonte: CBTU Auto de linha (montado Empretec 2004/2005 Brasil 1
sobre Ford Ranger)
Autotorre - 1987 - 1
CBTU Natal
Vagão prancha - 1981 - 1
Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Vagão de manutenção (bailão) - 1981 - 1
fabricação Origem
Caminhão rodoferroviário
Locomotiva RS8 ALCO 1958 - 1 (montado sobre caminhão 2014 - 1
Caminhão caçamba Volkswagen)
Ford 2014 - 1
rodoferroviário Esmerilhadora de trilhos Geismar 1984 França 3
Trolhe RFFSA 1980 - 1 Locotrator Trackmobile Anterior a 1984 EUA 1
Total 3 Total 37
Fonte: CBTU Fonte: Trensurb

44 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


VLT Baixada Santista CBTU Maceió
Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Locotrator Empretec 2017 Brasil 1 Locomotiva, 6002 e ALCO Bombardier 1957* Estados Unidos 2
Trole de transporte de trilhos Empretec 2017 Brasil 1 6019
Vagão plataforma Empretec 2017 Brasil 1 Caminhão rodoferroviário Empretec 2011 Brasil 1
Veículo auxiliar de manutenção Plataforma - - - 5
Empretec 2017 Brasil 1
de via permanente
Gôndola - - - 2
Veículo auxiliar de manutenção
pesado de via permanente Auto de linha - - - 1
Empretec 2017 Brasil 1
(caminhão rodoferroviários Total 11
com guindaste)
*Ano de chegada ao Brasil. Fonte: CBTU
Veículo auxiliar leve de via Empretec 2017 Brasil 1
Veículo auxiliar de Empretec 2017 Brasil 1 CBTU Recife
manutenção de rede aérea
Total 7 Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant.
Fonte: EMTU fabricação Origem
Auto de linha RFFSA SR-2 1984 Brasil 1
Metrofor Carro de controle Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Caminhão de linha Geovia 1984 Brasil 1
fabricação Origem
Caminhão basculante - - - 1 Caminhão de linha Plasser & Theurer 1989 Áustria 1
Caminhão Munck - - - 2 Estados
Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967 1
Caminhão rodoferroviário Ford - - 1 Unidos
Conjunto Jackson Geismar - - 3 Estados
Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967 1
Conjunto Oxicorte - - - 1 Unidos
Esmerilhadora - - - 1 Locotrator* Tectran 1985 Brasil 2
Furadeira de dormente Geismar - - 2 Niveladora alinhadora Plasser & Theurer 1998 Áustria 2
Furadeira de dormente Sthill - - 1 Reguladora de lastro Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Furadeira de trilho Geismar - - 2
Trem esmerilhador Speno 1986 Itália 1
Furadeira de trilho Brastan - - 2
Macaco de linha - - - 5 Carro torre Plasser & Theurer 1986 Áustria 1
Motosserra Sthill - - 1 Carroça Geovia 1986 Brasil 2
Policorte Sthill - - 3 Carroça Plasser & Theurer 1986 Áustria 2
Rebarbadora - - - 1 Vagão fechado - 1956 Brasil 2
Réguas de superelevação e bitola - - - 5
Vagão prancha Cobrasma 1956 Brasil 2
Retroescavadeira Case - - 1
Roçadeiras Sthill - - 8 Vagão de brita Cobrasma 1968 Brasil 4
Tirefonadeira Geismar - - 2 Caminhão de rede aérea Volkswagen 1985 Brasil 1
Tirefonadeira Brastan - - 1 Caminhão de linha, bitola Via Permanente 2010 Brasil 1
Transit ferroviário (VAN) Ford - - 1 métrica
Vagão pipa - - 1 Carro torre Via Permanente 2010 Brasil 1
Total 45 Total 28
Fonte: Metrofor *Inoperante. Fonte: CBTU

ViaMobilidade (Linha 5-Lilás Metrô de SP)


Ano de País de Ano de País de
Equipamento Fabricante Quant. Equipamento Fabricante Quant.
fabricação Origem fabricação Origem
Caminhão Rodoferroviário Mercedes/ Furadeira de Trilhos Merax 2018 Brasil  1
2003 Brasil  1
para solda Empretec 
Régua de Bitola Digital  Geismar  2018 França  1
Caminhão Rodoferroviário Volkswagen/O&M 2007 Brasil  1 Medidor de Perfil de Trilhos
com Baú  (Socorro) NextSense  2018 Austria  1
a Laser 
Veículo ferroviário com Plasser Theurer  2002 Austria  1 Rebarbadora hidráulica Brastan 2018 Brasil  2
carroceria e guindaste
Veículo rodoferroviário com Volkswagen / Ultrassom de trilhos Intermetro 2018 Brasil  2
2019 Brasil 1
cesto Empretec Esmerilhadora de Trilhos Geismar 2018 França  2
Estados elétrica
Trator de Manobras  TrackMobil ------ 2
Unidos Esmerilhadora de Trilhos Thermit 2018 Brasil  2
Trator de Manobras  EMPRETEC 2019/2020 Brasil 1 Policorte a Gasolina  Geismar 2018 França  2
Vagão Plataforma  Ferway ------ Brasil  2 Aparelho para virar trilhos Robel 2018 França  10
Troleys para Trilho Saned ------ Brasil  10 Gerador Portátil a Diesel Toyama 2018 Brasil  1
Troleys para Lançador de fio Sapata para Tração de Trilhos  Robel 2018 França  5
Empretec 2019/2020 Brasil 2
de contato
Aproximador de Trilhos  Robel 2018 França  2
Trem Esmerilhador  Speno 2001 Itália 1
Tenaz Robel 2018 França  10
Equipamento para Execução Railtech  2018 França  2 Medidor de flecha Robel 2018 França  2
de Solda Aluminotérmica 
Perfuratriz de Concreto DD 200 HILTI 2018 Brasil  1 Esmerilhadora de Trilhos Angular  Robel 2018 França  2
Régua de Bitola Manual  Geismar  2018 França  2 Total 72
Fonte: ViaMobilidade

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 45


suprimentos

Prontas para a demanda


Empresas de equipamentos de via e carros de controle inovam em produtos e serviços
Divulgação/Plasser

Socadora e reguladora de lastro da Plasser operando na Ferrovia do Aço

A
assinatura da renovação do contrato de con- “Trabalhamos em inovações para atender as tendên-
cessão da Rumo Malha Paulista movimentou o cias mundiais e as demandas do mercado nacional. Esses
setor de equipamentos de manutenção de via. equipamentos proporcionam à ferrovia um alto nível de
Pelo cronograma de ações, a concessionária segurança, qualidade de serviço e produtividade”, adianta
estimou para esse ano a aquisição de uma máquina des- o gerente comercial da Geismar, Maxence Marchalot.
guarnecedora de lastro de alta capacidade, uma máquina As socadoras usadas na correção geométrica de via são
desguarnecedora para ombro de lastro e um carro de con- o carro-chefe da Matisa, especializada em máquinas de
trole para registro de via permanente (370 kW). grande porte para manutenção, renovação e construção de
A Geismar do Brasil, que fabrica peças, máquinas e ferrovias. Os Trens de Renovação são capazes de remover
equipamentos de construção e manutenção de via e de a grade ferroviária e substituir dormentes, trilhos e fixa-
rede aérea, está focada em alguns lançamentos esse ano. ções, com produtividade de 200 metros por hora a 300
Para o portfólio da empresa estão previstos troles de me- metros por hora. Esses e outros equipamentos são usados
dição Emerald, para via rebocável (até 20km/h) e Topaz, em obras e atividades de empresas como a Somafel, SST
para medir a geometria da via e das flechas; a MAS150E, Engenharia e Comsa.
uma esmerilhadora automática de solda para estaleiro; o No início do ano, a socadora de alta produtividade B
PEM-LEM, um sistema modular de lançamento de AMVs 66 UC-D começou a ser usada na Itália. O equipamento
pré-montados com controle remoto; e o PWP+WPA, um dispõe de um sistema de medição ótico e é integrado ao
pórtico de lançamento de AMV com vagão basculante sistema Matisa Data Service, que transmite dados em tem-
para transportar em longas distâncias e alta velocidade, po real para os gestores da via.
entre outros. “A máquina opera em AMV e, ao mesmo tempo, em

46 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


linha corrida, com produtividade de 1.600 m/h e reali- Outras novidades são o serviço de telemetria MARS,
zando a socaria de dois dormentes simultâneos em avan- que otimiza o diagnóstico por meio de acesso remoto e
ço contínuo. Temos uma perspectiva muito boa para os oferece suporte técnico em tempo real, e o Processo de
próximos anos, pois sabemos que a Rumo investirá de Correção de Solda Intrinsecamente Controlado (RASTIC,
forma estratégica na modernização de toda a infra e su- na sigla em inglês) aplicado para desempenar trilhos. “Te-
perestrutura da Malha Paulista”, avalia Bruno Bonella, mos grandes expectativas, visto que a Malha Paulista é um
diretor no Brasil da Matisa. importante cliente de novas tecnologias”, avalia Vinicius
A Brastan espera ampliar a participação no merca- Silva, representante da Harsco.
do ferroviário nos próximos anos. Entre os clientes na Fabricante e locatária de equipamentos para operação
carteira da empresa estão MRS, Vale e VLI e Rumo. O e manutenção de via, a Super Metal lançou novas versões
grupo é formado pela Brastan Equipamentos, que for- de caminhões, escavadeiras e retroescavadeiras este ano.
nece máquinas de pequeno porte como tirefonadeira e A empresa também apresentou ao mercado equipamentos
furadeiras de trilhos e de
dormentes; pela Brastan

Divulgação/Loram
Implementos, criada re-
centemente para fornecer
produtos de implementa-
ção rodoferroviária, como
rebocadores de vagão,
escavadeiras e vagonetas
especiais; e pela Nomad-
log Brastan, de inovação
e tecnologia ferroviária.
“Estamos ampliando
nosso mix de produtos
para melhor atender as
diferentes demandas de
renovação de via e, por
meio da Brastan Imple-
mentos, oferecer equipa- Equipamento
mentos rodoferroviários. MHC (Material
Nossa expectativa é que Handling Car)
da Loram
novos projetos aconteçam
Fiol, Ferrogrão e Fico e
outras possíveis renovações antecipadas”, completa Die- de formatação de cargas em vagões para ampliar a efici-
go Darli, diretor geral no Grupo Brastan. ência energética, aumentar o peso médio transportado e
melhorar a produtividade no carregamento.
Tecnologias para via “Atuamos com nossos equipamentos no projeto S11D
A Harsco Rail, fornecedora tecnologias para manuten- da Vale e alcançamos produtividade na construção de fer-
ção de via, planeja inserir alguns equipamentos no mer- rovias até três vezes maior que a projetada inicialmente”,
cado brasileiro. É o caso das socadoras TX 16, que pos- afirma Bernardo Zeferino, diretor da Super Metal. A ex-
sui 16 ferramentas para alta produção em linha corrida pectativa da empresa é ampliar a participação do setor fer-
e AMVs, e 6700 com truque traseiro para realização de roviário no faturamento total, chegando a 90%.
trabalhos em bitola métrica, que permite o deslocamento A Loram do Brasil tem em seu protfólio máquinas para
e facilita o trabalho em curvas de raio curto. Atualmente gerenciamento do lastro e para esmerilhamento de trilhos,
a empresa atende Metrô de São Paulo, Vale e Construtora soluções para lubificação de trilho e equipamentos para
Monteiro de Castro. movimentação de materiais. Além disso, dispõe de servi-

REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 47


suprimentos
ços de geotécnica, para detecção e diagnóstico por meio das lhamento de AMVs. A Loram do Brasil espera fechar nos
soluções GPR (Radar de Penetração no solo) e o LiDAR próximos anos com concessionárias contratos de serviços
(Light Detection and Ranging), que fazem mapeamento de operação e manutenção de equipamentos de via.
tridimensional do solo. A empresa concluiu esse ano um “Acreditamos na importância da Malha Paulista para o
levantamento geotécnico deste tipo nas malhas Norte e Sul setor ferroviário, logístico e toda a cadeia de fornecedo-
da Rumo. E tem na carteira a entrega para a EFC de uma res”, descreve Murilo Martins, diretor comercial da Lo-
esmerilhadora RG420, um RIV e um RGS18, para esmeri- ram no Brasil. A unidade brasileira pretende ampliar a par-

EMPRESA TIPO DE SERVIÇO PRINCIPAIS SERVIÇOS E PRODUTOS CONTATO COMERCIAL

Veículos esmerilhadores de Trilhos Speno;


Mário Fontes
CM Lavadoras automáticas de componentes proceco;
Representação comercial de vendas@equipamentos
Equipamentos Pisos para passagens em nível Strail;
equipamentos ferroviários ferroviarios.com.br
Ferroviarios Veículos rodoferroviários Super Metal;
(19) 99989-9191
Rebocadores de veículos ferroviários Super Metal
Autonomous Track Geometry e Rail Wear System;
Robert Coakley
Tecnologia de inspeção de Autonomous Track Geometry Measurement
ENSCO coakley.robert@ensco.
via (ATGMS);
com
Sistemas de análise de dados
Fabricação e Máquinas de pequeno e médio porte;
comercialização de Instrumentos de medição; Maxence Marchalot
Geismar do máquinas e equipamentos Guindastes rodoferroviários multifunção; m.marchalot@geismar.
Brasil para construção e Veículos ferroviários; com
manutenção de via e de Equipamentos fixos para estaleiros de solda; (21) 99658-9183
rede aérea. Peças de reposição e serviços pós-venda
Carro controle - Inspeção de geometria de via;
Ultrassom rodoferroviário;
Máquinas e equipamentos Caminhões rodoferroviários Diego Darli
Grupo
Produtos rodoferroviários Rebocadores de vagões/locotratores; diego@brastan.com
Brastan
Softwares e inspeção de via Escavadeiras rodoferroviárias; (11) 96806-8584
Peças para via permanente;
Esmerilhadora de trilhos e AMV
Socadoras, esmerilhadoras, autos de linha; Vinicius Silva
Equipamentos para
Harsco Rail Sistema de medição de via; Sistemas para vrbsilva@harsco.com
manutenção de ferrovias
segurança dos trabalhadores na via (21) 99357-9595
Detecção e diagnóstico (GPR e LiDAR, Aurora);

Loram do Máquinas, equipamentos e Máquinas para gerenciamento do lastro; Murilo Ferreira Martins
Brasil sistemas Máquinas para esmerilhamento de Trilhos; (11) 98723-7240
Soluções para lubrificação do trilho;
Máquinas para movimentação de materiais
Socadora, reguladora, desguarnecedora; Bruno Bonella
Matisa do Venda e locação de Trem de renovação e construção, vagões de bruno.bonella@
Brasil máquinas ferroviárias transporte de AMVs, vagões especiais; matisadobrasil.com.br
Veículo de medição e ultrasom Central: (27) 3315-9103
Peças, recuperação e manutenção de
componentes, manutenção de máquinas; Plasser &
Plasser do Fornecimento de máquinas Theurer e assistência técnica; Göran Sjöström
Brasil de médio e grande porte Fornecimento de máquinas, ferramentas e diretoria@plasser.com.br
equipamentos da Robel;
Serviço de geo-radar para via férrea
Fabricação e locação Equipamentos rodoferroviários; Leandro Ribeiro
de equipamentos para Equipamentos e implementos para manutenção de leandro.ribeiro@
Super Metal
operação e manutenção superestrutura e infraestrutura ferroviária; supermetal.com.br
metroferroviária Comportas automáticas para descarga de lastro (33) 99108-0033
Gestão dos equipamentos e das manutenções Monique Coelho
Via Equipamentos de via realizadas em campo; vendas@viapermanente.
Permanente permanente Revisão de máquinas e equipamentos de via net
permanente (32) 99104-6267

48 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


ticipação nacional na receita total

Foto: Divulgação/Super Metal


da empresa, de 10% para 20%.
Braço nacional da Plasser &
Theurer, a Plasser do Brasil atua
como suporte às compradoras
de máquinas de grande e médio
porte usadas para manutenção de
via e rede aérea. A empresa com-
pleta seu portfólio com a venda
de máquinas, ferramentas e equi-
pamentos de pequeno porte da
Robel para o mercado interno.
Um exemplo é a importação do
sistema de acionamento elétrico
por meio de baterias de alta capa-
cidade, como socadoras manuais Máquina de trocar dormentes com controle remoto da Super Metal
com bateria, que ajudam na redu-
ção dos custos de manutenção. “Cada renovação de con- são para intervenções de manutenção.
cessão deverá trazer novas possibilidades”, disse Göran Para atender às novas demandas do mercado brasileiro,
Sjöström, diretor executivo da Plasser do Brasil. a CM Equipamentos Ferroviários incluiu novos produtos
Com o serviço refletido no próprio nome, a Via Perma- no seu portfólio: a tecnologia de escaneamento embarca-
nente é especializada em revisão de máquinas e equipa- do de trincas de boleto da Speno, o rebocador de 3.000
mentos de via como caminhão e ônibus de linha. A em- toneladas da Super Metal. A grande novidade é o veículo
presa também presta serviços de gestão de manutenção esmerilhador de Trilhos Autônomo da Speno, que prome-
preventiva, corretiva e projetos, e gestão de equipes de te manter a qualidade de esmerilhamento ainda que haja
campo, auxiliando na análise de falhas e tomada de deci- falhas humanas.

Carros de controle
Braço de inovação do Grupo Bras- Ensco, já conhecida por seus equipa- ajudam a reduzir riscos nos trilhos e des-
tan, recentemente, a Nomadlog lançou mentos autônomos, como o Autonomous carrilamento, entre outros problemas.
a nova geração de equipamentos de Track Geometry & Rail Wear Systems, Recentemente a companhia integrou
inspeção de geometria de via para car- busca ampliar presença no Brasil com o ATGMS com o software Vampire Pro
ros de controle. A empresa desenvolve o Autonomous Track Geometry Measu- para análise em um sistema de Digital
equipamentos de engenharia mecânica rement Systems - ATGMS, instalado di- Twin, que ajuda a identificar e prever
e eletromecânica, cria softwares para retamente no vagão e que envia dados riscos futuros. Os sistemas oferecidos
computadores e dispositivos embarca- em tempo real para um servidor virtual. aos clientes são customizados para
dos, serviços de inspeção de via férrea Robert Coakley, diretor de Desenvolvi- atender as necessidades específicas
e sensoriamento de material rodante. A mento de Negócios da Ensco, espera que de cada operadora. “A Rumo foi a pri-
empresa de tecnologia, hoje, trabalha no a oferta de novas tecnologias contribua meira empresa brasileira a usar o nossa
desenvolvimento de um produto de me- para o crescimento da empresa por aqui. tecnologia autônoma para inspecionar
dição da qualidade e degradação da via, O diretor conta que o veículo de inspe- ferrovias, melhorando aspectos de se-
previsto para ser lançado no fim do ano. ção autônoma tem chamado a atenção gurança e eficiência nas operações.
Especializada em desenvolvimento dos operadores. Esses equipamentos são Continuaremos a apoiar a empresa com
de tecnologias de inspeção de vias e instalados nas locomotivas para medir a expansão de seus programas de ins-
prevenção de riscos, a norte-americana impacto na roda, instabilidades na via e peção”, completou Coakley.
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 49
nota técnica

Uso de simulação
elétrica de tração
Metodologia traz benefícios para a operação e manutenção
Rogério Guariento Ribeiro Braga, agente especializado de Engenharia da ViaQuatro,
e Willian Miceli Forastieri, analista de Engenharia da ViaQuatro

1. INTRODUÇÃO putacional de um sistema real e conduzir experimen-


A produção de estudos relacionados à mobilidade ur- tos com este modelo com o propósito de entender seu
bana cresce em resposta à preocupação da sociedade e comportamento e/ou avaliar estratégias para sua ope-
das entidades governamentais com o tema. Fato é que, ração”.
com o crescimento populacional desordenado, vieram as Segundo Pires, Nabeta e Cardoso (2008), “uma
dificuldades no deslocamento da população. operação de linha com tração elétrica compreende,
Diante da morosidade, ou até mesmo da impossibili- basicamente, três si-mulações: de marcha, tráfego e
dade da expansão de infraestrutura para meios de trans- elétrica. A partir da geometria da via e das caracte-
porte terrestre em áreas já ocupadas, aponta-se como rísticas dos trens, é feita, primeiro, uma simulação de
uma das principais soluções para esse gargalo a amplia- marcha para determinar as características elé-tricas e
ção de vias de metrô. cinemáticas do movimento de um trem. Em seguida,
“O uso do modal ferroviário para transporte urbano de dadas as características operacionais da linha, é fei-
pessoas se justifica por diversos aspectos, tais como o melhor ta uma simulação de tráfego, que permite obter um
controle de fluxo e o volume de pessoas carregadas por bate- diagrama horário que corresponde à operação simultâ-
lada, que chega a ser dezenas de vezes superior aos ônibus” nea das composições necessárias ao sistema”. “Dessa
(dos Santos e Sobral, 2014) forma, a simulação elétrica distribui as composições
Além do alto custo de investimento para a instalação ao longo da linha, de acordo com o diagrama horário
ou ampliação de uma malha ferroviária urbana, coexiste em conjunto com outros elementos (como subestações
o desafio de manter eficientes as linhas em operação para retificadoras), e calcula as correntes e tensões nesse
milhões de passageiros diários. sistema de alimentação em cada fração de tempo”
"O uso do modal ferroviário para transporte urbano de (MARTINS, 1986; TOLEDO et al., 1988 apud Pires;
pessoas se justifica por diversos aspectos, tais como o me- Nabeta; Cardoso, 2008).
lhor controle de fluxo e o volume de pessoas carregadas A modelagem dos elementos necessários para os es-
por batelada, que chega a ser dezenas de vezes superior tudos consiste na coleta de uma série de dados que de-
aos ônibus" vem ser declarados de forma que a ferramenta os tra-
Uma prática que vem sendo adotada com maior fre- duza adequadamente para as equações matemáticas,
quência é a realização de estudos utilizando simulações representando suas contribuições dentro do sistema.
digitais do sistema de tração elétrica, que auxiliam as em- De modo geral, mas não se limitando a elas, devem
presas ganharem previsibilidade em um projeto de linha ser conhecidos: as características mecânicas e elétri-
férrea eletrificada, sendo ela nova ou existente. Nesse con- cas do material rodante (trem, considerando a compo-
texto, o presente trabalho relata os benefícios desse tipo sição completa), dados da via permanente, geometria
de estudo. da linha (esquema de vias, rampas, curvas, restrições
de velocidade), características da linha (comprimento,
2. METODOLOGIA locais das estações), tecnologia adotada para o siste-
Pedgen (1990) apud Freitas (2001), apresenta simu- ma de sinalização, características da operação (tempo
lação como: “processo de projetar um modelo com-

50 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


micos. Os primeiros cálculos são
baseados no avanço de cada um
dos trens, analisando as forças que
atuam sobre eles em cada ciclo de
simulação e o comportamento que
devem seguir, segundo as con-
dições operacionais e restrições
impostas pelo sistema. Essas res-
trições podem ser tanto as dadas
pelo sistema de sinalização quanto
as restrições chamadas “civis”, as
quais impõe limites de velocidade
Figura 1 – Metodologia de Simulação conforme o traçado da via, como
(Fonte: Yano; Sanuki - 10ª Aeamesp, 2004)
por exemplo os trechos em curva. A
figura abaixo apresenta o comporta-
de parada nas estações, itinerários das viagens, hea- mento de um trem, após adentrar um trecho com restrição
dway 1), características do sistema de alimentação elé- civil de velocidade (RCV).
trica, entre outros. De modo geral, as forças que atuam sobre os trens são
O diagrama a seguir representa, de forma esquemática as seguintes: a ação das curvas e rampas e da resistência
e simplificada, uma visão geral das informações conside- ao movimento, que representa as resistências de toda na-
radas e critérios de validação para uma simulação de mar- tureza que se opõem ao movimento do veículo em nível e
cha e de tráfego de trens. tangente (Toledo et al., 1987).
"O sistema de sinalização é concebido de forma
3. DESENVOLVIMENTO a buscar o desempenho necessário para operação e,
Por meio das informações coletadas para a modelagem como item prioritário, garantir a segurança. Por meio des-
do sistema, o simulador é capaz de efetuar cálculos dinâ- se sistema, estabelecem-se rotas permitidas e velocidades
máximas para os trens, podendo ser re-
duzidas ou aumentadas em função do
distanciamento entre trens consecuti-
vos."
Esses fenômenos englobam os efei-
tos aerodinâmicos quando um trem
passa por uma instalação fixa como
uma ponte, entra em um túnel ou cruza
com outro trem ao ar livre ou dentro
de um túnel (Bernard, 1971) e (Cham-
badal, 1983). “A resistência do ar tem
seu efeito sobre o trem multiplicado
quando este se encontra dentro de um
túnel. O movimento de um trem dentro
de um túnel pode ser comparado ao de
um pistão dentro de um cilindro” (Pi-
Figura 2 – Restrição civil de velocidade na via res, 2006).
(Fonte: Yano; Sanuki - 10ª Aeamesp, 2004) Os critérios operacionais observam

1 Headway é o intervalo entre trens. Este parâmetro é dado em segundos e está proporcionalmente ligado à performance
operacional de uma linha de metrô ou trem de subúrbio. (fonte: Wikipedia – visualizado em 03/2020).
REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020 51
nota técnica
regras que são requeridas para garantir a prestação do ser- inicia o processo de deslizamento e frenagem para parar
viço aos passageiros, levando em considera-ção as condi- no local correto, respeitando os parâmetros de segurança
ções de segurança do sistema. Para iniciar um estudo de e conforto.
tráfego, deve-se prever no mínimo os itinerários, tempos
de parada nas estações e tempos para reversão de cabi- 4. APLICAÇÃO
ne. Desta forma, engloba-se estes dados juntamente com Dentre as possibilidades operativas de um simulador
parâmetros referentes às restrições civis e do sistema de de tração elétrica, é possível:
sinalização, impondo limites de velocidades compatíveis • Validar os limites do sistema e mapear todas as
com a segurança da operação. ações necessárias de contingência caso ocorra
O sistema de sinalização é concebido de forma a bus- uma situação de degradação, ou seja, quando al-
car o desempenho necessário para operação e, como item gum equipamento ou infraestrutura necessários
prioritário, garantir a segurança. Por meio desse sistema, para a operação em condições normais, entra em
estabelecem-se rotas permitidas e velocidades máximas falha ou fica indisponível;
para os trens, podendo ser reduzidas ou aumentadas em • Avaliar desempenho e modos de condução visan-
função do distanciamento entre trens consecutivos. do economia de energia;
Um outro tipo de restrição é dado pelo próprio trem • Ensaiar operações com as vias disponíveis inte-
por meio da característica do esforço de tração e frena- gralmente ou com parte da linha em via singela;
gem em função da velocidade. Um exemplo básico para Por meio das diversas possibilidades de estudos,
este tipo de restrição é considerando a variável “espaço” vemos que é possível, inclusive, expandir uma visão
entre duas estações consecutivas. Essa variável pode in- voltada aos serviços de manutenção que requer o des-
dicar, por cálculos, em que ponto entre as duas estações ligamento temporário de um equipamento ou sistema.
o trem inicia o deslizamento ou “coasting”2 e a frenagem, Esses tipos de atividades são normalmente realizados
até sua parada (Pires, 2006). Observa-se na figura 3, que o de madrugada, quando a linha não está prestando servi-
trem não alcança a velocidade máxima permitida da linha, ço aos passageiros.
uma vez que “conhece” o local de sua próxima parada e Tomando como exemplo um estudo no qual simu-
la-se cenários com falhas de subestações retifi-
cadoras e a linha operando com capacidade de
carregamento de passageiros e desempenho em
suas condições máximas. Os resultados podem
apresentar problemas nesse tipo de situação, e
como solução, pode-se recorrer a mudanças na
infraestrutura atual, como instalação de cabos
de reforço ou aumento da potência instalada das
retificadoras, mas para resolver sem a implanta-
ção de novos sistemas, a saída está na adoção de
restrições operacionais.
Por outro lado, caso os resultados mostrem que
a infraestrutura instalada suporta tais condições,
mesmo com uma retificadora fora de operação,
pode ser levada em consideração a possibilidade
de realizar alguns serviços de manutenção, que
requerem a desenergização de uma subestação
Figura 3 – Estações próximas entre si retificadora, durante o horário comercial.
(Fonte: Yano; Sanuki - 10ª Aeamesp, 2004)
Em vista dos argumentos apresentados, en-

2 Deslizamento ou “coasting”: Fase em que os motores de tração são desligados e o movimento do trem é regido apenas pelo
esforço resistente total (fonte: Pires, 2006).
52 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020
tende-se que uma ferramenta de simulação permite 5. CONCLUSÃO
facilitar uma série de análises visando alternativas de O presente artigo aborda os critérios de desenvolvi-
estratégias voltadas para operação e manutenção, uma mento para estudos voltados à operação de uma linha
vez que cada estudo real desta finalidade demanda- férrea eletrificada por meio de simulações computacio-
ria preparação envolvendo uma grande quantidade de nais, bem como os benefícios relacionados a essa me-
recursos e elementos, o que resultaria num alto custo todologia.
comparado à efetuação de análises computacionais. Diante dos resultados obtidos nos estudos, podemos
Da mesma forma, é imprescindível recordar que a re- elencar as tomadas de ações necessárias, seja por meio
alização de simulações de modelos matemáticos apre- de implantação, operação e, consequentemente, a ma-
senta inevitavelmente pequenos desvios por conta dos nutenção.
níveis de precisão dos modelos de cada um dos subsis- De fato, os simuladores são instrumentos poderosos
temas ao digitalizar os dados. Quanto maior o detalha- na previsão de um comportamento real, permitindo a
mento, maior o tempo de cálculo. Desse modo, é impor- realização de um ensaio das alternativas operacionais
tante a utilização de métodos matemáticos apropriados a custo reduzido, podendo assim encaminhar de forma
para que a simulação ocorra num tempo adequado ao orientada e assertiva uma posterior comparação a ser
nível do estudo (Pires; Nabeta; Cardoso, 2008). realizada na prática.

REFERÊNCIAS
BERNARD, M. L’aérodynamique des trains. Revue PIRES, C. L.; NABETA, S. I.; CARDOSO, J. R. Simulação
Générale des Chemins de Fer, ano 90, p. 90-96, digital do sistema de tração elétrica metroferroviária:
Février 1971. modelagem e métodos. Exacta, São Paulo, v. 6, n. 2, p.
229-235, jul./dez. 2008.
CHAMBADAL, M. Les problemes d´aérodynamique ferro-
viaire. Revue Générale des Chemins de Fer, ano 102, p. PIRES, C. L. Simulação do sistema de tração elétrica me-
133-138, Mars 1983. tro-ferroviária / C. L. Pires. – Tese (Doutorado) - Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamen-
DOS SANTOS Jonas Clemente; SOBRAL Marcos Fe-
to de Engenharia de Energia e Automação Elétricas São
lipe Falcão, Diagnóstico, perspectivas de uso e ex-
Paulo, 2006.
pansão dos serviços de trens metropolitanos no Bra-
sil - Rev. Adm. Pública vol.48 no.2 Rio de Janeiro TOLEDO, E. D. et al. Tração elétrica. 1.ed. São Paulo: No-
mar./abr. 2014. bel, 1987. v.1. 371p.
FREITAS FILHO, Paulo J., Introdução à Modelagem e Si- YANO, M; SANUKI, W. K. Simulação de Marcha para Sis-
mulação de Sistemas – com aplicações em Arena. Flo- tema de Sinalização Ferroviária – 10ª Semana de Tec-
rianópolis: Visual Books, 2001. nologia Metroviária – AEAMESP 2004.
estatísticas

Meses de queda em passageiros


Quarentena provocada pelo novo coronavírus derrubou a movimentação nos sistemas

A
chegada do novo coronavírus ao Brasil e a da Baixada Santista, que justificou a falta de envio dos
consequente quarentena nos estados fez cair números à operação irregular nos meses de março e
abruptamente a movimentação nos sistemas abril. Ao contrário do que acontece tradicionalmente,
de passageiros. Os números mostram que o os dados do Metrô de Salvador foram obtidos junto à
setor apresentou uma redução média de 80% em abril. Companhia de Transportes do Estado da Bahia e não
Março apresentou desempenho pouco melhor, devido ao por meio da operadora do sistema, a CCR Metrô Bahia,
isolamento social ter começado apenas no início da segun- que afirmou não estar divulgando os números desde o
da quinzena daquele mês. Em abril, alguns sistemas foram começo da pandemia.
paralisados integralmente (como os do Ceará - Metrofor, O transporte de carga apresentou queda na movimen-
VLT Sobral e VLT Cariri; o Bonde de Santa Teresa, no tação em março, mas o volume aumentou em abril, quan-
Rio; e o Metrô de Teresina, no Piauí, cuja paralisação foi do a variação foi positiva tanto em toneladas úteis (TU)
decretada em março). quanto em TKU (tonelada por quilômetro útil) em relação
Algumas operadoras não enviaram os números de ao mesmo mês em 2019. A maior alta registrada entre as
movimentação a tempo do fechamento da edição. São operadoras foi da Estrada de Ferro Carajás, cujo aumento
elas: Metrô de São Paulo e CPTM, cujos dados passa- foi de 55,4% em TU e 60% em TKU em abril. O acumula-
ram a ficar concentrados na secretaria de Transportes do até o quarto mês do ano, no entanto, teve queda de 60%
Metropolitanos; ViaQuatro e ViaMobilidade, que não em TU e 138,5% em TKU comparados ao mesmo período
forneceram as informações relativas a março; e VLT do ano passado.
Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br
Nas tabelas de transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre as linhas
TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - MARÇO 2020
Δ% Acumulado no ano até Março
03/19 03/20
Operadoras Mar 20/Mar 19 2019 2020 Δ%
  TU (10³) TKU (10 )
6
TU (10³) TKU (10 )
6
TU TKU TU (10³) TKU (10 )
6
TU (10³) TKU (106) TU TKU
Rumo - Malha Sul 1.903,6 1.199,7 1.599,3 1.023,5 (16,0) (14,7) 5.058,6 3.189,6 4.211,5 2.618,4 (16,7) (17,9)
Transnordestina Log. 88,2 40,0 208,5 43,7 136,4 9,3 273,5 128,2 597,7 146,6 118,5 14,4
E.F. Carajás 10.710,5 9.612,3 10.724,1 9.716,7 0,1 1,1 40.655,8 36.581,6 39.976,5 36.209,6 (1,7) (1,0)
E.F.V.M. 7.440,4 4.063,4 5.313,1 2.848,6 (28,6) (29,9) 25.113,3 13.971,4 15.959,3 8.659,2 (36,5) (38,0)
Rumo - Malha Paulista 417,0 424,1 300,4 340,1 (28,0) (19,8) 1.166,9 1.243,8 1.356,6 1.476,8 16,3 18,7
Rumo - Malha Norte 2.265,2 3.376,5 1.581,1 2.297,3 (30,2) (32,0) 5.475,4 8.194,8 5.169,4 7.639,2 (5,6) (6,8)
Ferroeste 158,8 48,4 49,6 11,9 (68,8) (75,4) 308,2 111,3 170,4 87,7 (44,7) (21,2)
FCA 2.262,2 1.940,0 2.376,2 1.902,8 5,0 (1,9) 8.268,1 6.148,9 6.076,1 4.338,7 (26,5) (29,4)
FTC 243,3 18,9 270,0 21,1 11,0 11,6 721,2 56,0 753,4 58,6 4,5 4,6
MRS Logística 8.468,1 3.833,5 7.622,4 3.391,1 (10,0) (11,5) 28.897,0 13.149,0 20.749,9 9.134,1 (28,2) (30,5)
Rumo - Malha Oeste 229,8 59,4 167,3 17,2 (27,2) (71,0) 669,9 186,4 577,1 108,3 (13,9) (41,9)
Ferrovia Norte-Sul 1.051,4 1.008,0 947,8 910,8 (9,9) (9,6) 2.269,6 2.119,4 1.715,8 1.612,1 (24,4) (23,9)
Total 35.238,5 25.624,2 31.159,8 22.524,8 (66,0) (243,9) 118.877,5 85.080,4 97.313,7 72.089,3 (58,9) (173,0)
Fonte: ANTT.

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - ABRIL 2020


  04/19 04/20
Δ% Acumulado no ano até Abril
Operadoras Abr 20/Abr 19 2019 2020 Δ%
  TU (10³) TKU (10 )
6
TU (10³) TKU (10 )
6
TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU
Rumo - Malha Sul 1.666,6 1.027,6 1.881,8 1.187,7 12,9 15,6 6.725,2 4.217,2 6.093,3 3.806,1 (9,4) (9,7)
Transnordestina Log. 213,3 46,5 226,3 42,2 6,1 (9,2) 486,8 174,7 824,0 188,8 69,3 8,1
E.F. Carajás 8.632,7 7.614,9 13.417,2 12.184,1 55,4 60,0 49.288,5 44.196,5 53.393,7 48.393,7 8,3 9,5
E.F.V.M. 6.456,6 3.478,8 5.539,0 2.991,0 (14,2) (14,0) 31.569,9 17.450,2 21.498,3 11.650,2 (31,9) (33,2)
Rumo - Malha Paulista 563,7 512,5 445,4 546,8 (21,0) 6,7 1.730,6 1.756,3 1.802,0 2.023,6 4,1 15,2
Rumo - Malha Norte 1.973,6 2.947,9 2.539,0 3.785,0 28,6 28,4 7.449,0 11.142,7 7.708,4 11.424,2 3,5 2,5
Ferroeste 164,0 50,5 43,0 10,4 (73,8) (79,4) 472,2 161,8 213,4 98,1 (54,8) (39,4)
FCA 2.203,9 1.844,0 2.928,3 2.332,7 32,9 26,5 10.472,0 7.992,9 9.004,4 6.671,4 (14,0) (16,5)
FTC 259,9 20,1 286,0 22,0 10,0 9,5 981,1 76,1 1.039,4 80,6 5,9 5,9
MRS Logística 7.948,4 3.530,6 8.676,1 3.887,2 9,2 10,1 36.845,4 16.679,6 29.426,0 13.021,3 (20,1) (21,9)
Rumo - Malha Oeste 298,5 62,2 297,3 21,1 (0,4) (66,1) 968,4 248,6 874,4 129,4 (9,7) (47,9)
Ferrovia Norte-Sul 860,5 846,1 1.064,8 1.028,7 23,7 21,6 3.130,1 2.965,5 2.780,6 2.640,8 (11,2) (10,9)
Total 31.241,7 21.981,7 37.344,2 28.038,9 69,5 9,6 150.119,2 107.062,1 134.657,9 100.128,2 (60,0) (138,5)
Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consideram direito de passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.
Continua

54 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


estatísticas
Continuação
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - MARÇO 2020
03/19 03/20 Δ% Acumulado no ano até Março Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2018 Passag.(10³)2019 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.855.851 92.728 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 260.775 168.231 (35,5)
Via Quatro 788.958 19.278 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 53.535 36.044 (32,7)
Via Mobilidade 554.912 13.331 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 37.328 27.466 (26,4)
CPTM 2.944.810 72.324 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 207.715 133.370 (35,8)
Metrô Rio 883.016 21.081 533.047 13.259 (39,6) (37,1) 60.981 53.448 (12,4)
SuperVia 596.827 12.783 403.717 9.861 (32,4) (22,9) 38.868 33.969 (12,6)
CBTU Recife 333.077 8.209 263.811 4.889 (20,8) (40,4) 24.440 17.378 (28,9)
Trensurb 158.440 4.000 104.700 2.665 (33,9) (33,4) 11.506 9.365 (18,6)
CBTU BH 200.888 5.253 102.237 2.596 (49,1) (50,6) 14.153 9.870 (30,3)
Metrofor 36.964 839 42.245 618 14,3 (26,3) 2.683 2.543 (5,2)
CTB Salvador 13.152 273 7.519 195 (42,8) (28,6) 803 689 (14,2)
CBTU João Pessoa 7.441 149 6.083 109 (18,3) (26,8) 515 449 (12,8)
CBTU Natal 13.744 295 6.562 154 (52,3) (47,8) 958 573 (40,2)
CBTU Maceió 10.315 213 4.990 107 (51,6) (49,8) 697 430 (38,3)
Metrô DF 150.585 3.915 97.346 2.628 (35,4) (32,9) 10.375 9.192 (11,4)
VLT do Cariri 1.483 31 1.663 39 12,1 25,8 106 112 5,7
Metrô de Salvador* 477.161 11.636 373.646 6.566 (21,7) (43,6) 33.502 23.587 (29,6)
VLT da Baixada Santista 26.985 651 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 1.935 1.428 (26,2)
VLT de Sobral 5.021 114 5.448 79 8,5 (30,7) 339 320 (5,6)
VLT Carioca 78.000 1.617 64.000 1.347 (17,9) (16,7) 5.125 5.944 16,0
Bondes de Santa Teresa 1.269 27 926 18 (27,0) (33,3) 91 90 (1,1)
Metrô de Teresina 7.600 144 0 0 (100,0) (100,0) 499 261 (47,7)
Total 11.146.499 268.891 2.017.940 45.130 (81,9) (83,2) 766.929,0 534.759,0 (30,3)
Fonte: Operadoras. *Dados obtidos com a CTB
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - ABRIL 2020
04/19 04/20 Δ% Acumulado no ano até Abril Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2018 Passag.(10³)2019 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.883.830 95.637 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 356.412 168.231 (52,8)
Via Quatro 781.182 19.644 158.316 3.806 (79,7) (80,6) 73.179 39.850 (45,5)
Via Mobilidade 582.160 14.284 151.037 3.695 (74,1) (74,1) 51.612 31.161 (39,6)
CPTM 3.037.405 75.566 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 283.281 133.370 (52,9)
Metrô Rio 900.266 20.114 149.191 3.531 (83,4) (82,4) 81.095 56.979 (29,7)
SuperVia 597.220 13.089 199.784 4.683 (66,5) (64,2) 51.957 38.652 (25,6)
CBTU Recife 346.702 8.575 73.100 1.700 (78,9) (80,2) 33.015 19.078 (42,2)
Trensurb 172.171 4.210 42.470 1.005 (75,3) (76,1) 15.716 10.370 (34,0)
CBTU BH 198.772 4.881 27.771 655 (86,0) (86,6) 19.034 10.525 (44,7)
Metrofor 42.204 995 0 0 (100,0) (100,0) 3.678 2.543 (30,9)
CTB Salvador 12.400 289 4.448 116 (64,1) (59,9) 1.092 805 (26,3)
CBTU João Pessoa 7.577 133 1.115 24 (85,3) (82,0) 648 473 (27,0)
CBTU Natal 13.894 326 1.310 29 (91,3) (92,5) 1.284 602 (53,1)
CBTU Maceió 10.610 268 919 20 (76,3) (77,2) 965 450 (53,4)
Metrô DF 157.035 4.082 37.232 931 (76,3) (77,2) 14.457 10.123 (30,0)
VLT do Cariri 1.625 36 0 0 (100,0) (100,0) 142 112 (21,1)
Metrô de Salvador* 475.995 11.662 112.608 2.365 (76,3) (79,7) 45.164 25.952 (42,5)
VLT da Baixada Santista 27.535 690 Não informado Não informado (100,0) (100,0) 2.625 1.428 (45,6)
VLT de Sobral 5.587 135 0 0 (100,0) (100,0) 474 320 (32,5)
VLT Carioca 81.000 1.667 13.000 250 (84,0) (85,0) 6.792 6.194 (8,8)
Bondes de Santa Teresa 1.440 31 0 0 (100,0) (100,0) 122 90 (26,2)
Metrô de Teresina 7.800 156 0 0 (100,0) (100,0) 655 261 (60,2)
Total 11.344.410 276.470 972.301 22.810 (91,4) (91,7) 1.043.399,0 557.569,0 (46,6)
Fonte: Operadoras. *Dados obtidos com a CTB

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artigo

A década
da ferrovia
BENONY SCHMITZ
Presidente da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) e do Conselho Diretor da
Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF)

P
ara quem não conhece ou não acompanha o Integração Centro-Oeste (Fico) – conectando o nordeste
setor ferroviário de carga brasileiro, a notícia, do Mato Grosso à Ferrovia Norte-Sul.
dias atrás, de mais de R$ 6 bilhões de investi- Em relação ao processo da MRS Logística, que com-
mentos e a criação de 7 mil empregos por uma preendeu a realização de diversas e bem-sucedidas audiên-
única associada da ANTF pode ter causado alguma sur- cias públicas, seu plano de negócios já está nas mãos da
presa, especialmente quando anunciada em meio à maior Agência Nacional de Transportes Terrestres, para elabora-
crise econômica global das últimas décadas. Além de sua ção de relatório que será submetido, na sequência, à análise
grande eloquência, os números da renovação antecipada do Ministério da Infraestrutura. A ferrovia prevê investi-
do contrato de concessão da Malha Paulista, operada pela mentos de cerca de R$ 7,5 bilhões com grande foco na ex-
Rumo, pareciam estar algo dessin- pansão de capacidade da carga geral,
cronizados da realidade. "(...) Quem conhece e e não somente no minério de ferro, e,
Não estavam. Ao contrário, quem de outro lado, numa ampla redução
conhece e acompanha o setor sabe
acompanha o setor sabe de interferências a partir da segrega-
o quanto – e como – as concessio- o quanto – e como – as ção de trechos e da construção de inú-
nárias se preparam para participar, concessionárias se preparam meras passarelas, entre outras obras.
desde meados de 2015, de seus res- para participar, desde meados Por sua vez, já qualificada pelo
pectivos processos de renovação. PPI, a prorrogação do contrato da
Trata-se de processos de altíssima
de 2015, de seus respectivos Ferrovia Centro-Atlântica (vincula-
complexidade técnica, de um deta- processos de renovação. da à associada VLI Logística) cami-
lhismo (necessário) exaustivo, que Trata-se de processos de nha para a conclusão do plano de ne-
envolvem negociações entre a em- gócios definido e trará, igualmente,
altíssima complexidade
presa e diversos entes governamen- números bilionários de investimen-
tais visando ao interesse público e técnica, de um detalhismo tos para o setor.
que contemplam cifras na maioria (necessário) exaustivo (...)" A soma dos investimentos desses
das vezes bilionárias. cinco processos de renovação ante-
Além do processo da Rumo, outros três estão em curso. cipada, de acordo com o Governo Federal, deverá ultra-
Já sob o escrutínio do Tribunal de Contas da União, os adi- passar R$ 30 bilhões nos próximos anos. São recursos que
tivos de prorrogação das Estradas de Ferro Vitória-Minas permitirão um considerável aumento de capacidade de
e de Carajás, ambas ferrovias operadas pela Vale, deverão todo o sistema ferroviário do Brasil, além de sua melhoria
trazer investimentos superiores a R$ 16 bilhões e ainda operacional. Os planos de negócios das concessionárias
viabilizar a construção de uma nova malha – a Ferrovia de preveem aportes para ampliações de pátios e instalações,

56 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2020


"A soma dos investimentos desses
cinco processos de renovação
remodelação de vias permanen- meiro ano de operação, tais vo-
tes e aquisição de material rodan- antecipada, de acordo com lumes evidenciam a urgência de
te novo (vagões e locomotivas) e, o Governo Federal, deverá alocação de novo e robusto capi-
ainda, o desenvolvimento e im- ultrapassar R$ 30 bilhões nos tal privado para atender as atuais
plementação de novas tecnolo- e as futuras demandas do modal.
próximos anos. São recursos
gias ferroviárias. Sem mencionar Ora em curso, o programa de
um número expressivo de obras que permitirão um considerável investimentos em infraestrutura
para eliminação de conflitos ur- aumento de capacidade de todo o do atual governo, que pretende
banos – e, com isso, melhorar sistema ferroviário do Brasil, além expandir a participação do modal
significativamente a interação ferroviário na matriz de transpor-
de sua melhoria operacional."
das cidades e das comunidades te de carga do Brasil, dos atuais
limítrofes com as ferrovias. 15% para 31%, é sem dúvida
Só a Rumo pretende dobrar, em cinco anos, a capaci- ambicioso, mas não menos factível. Com planejamento
dade da Malha Paulista: de 35 milhões para 75 milhões técnico, definições claras de seus projetos-âncora de in-
de Toneladas Úteis. Grande parte das crescentes cargas fraestrutura, segurança jurídica e o apoio incondicional da
agrícolas geradas no Centro-Oeste terão como destino os iniciativa privada, o programa – o maior e mais consisten-
portos de Santos e de Itaqui, quando as obras da Ferrovia te do setor nos últimos 70 anos – tem tudo para dar tração,
Norte-Sul forem concluídas; associados às projeções ini- maior eficiência e ritmo tanto ao setor quanto à logística e
ciais de transporte da Fico, de 10 milhões de TU já no pri- à economia do país.

Classificados RF
A locomotiva Vectron Dual Mode, lançada pela Siemens na
InnoTrans 2018, conquistou seu primeiro cliente. Até o fim desse
ano, duas máquinas serão entregues para a Railsystems RP, empresa
alemã de leasing de locomotivas e equipamentos ferroviários. A
máquina, projetada para o transporte de cargas, pode operar em
linhas eletrificadas e em trechos sem cabos aéreos, já que
possui um tanque a diesel com capacidade para
2.600 litros. O Vectron Dual Mode pesa 90
toneladas e pode alcançar velocidade
máxima de 160 km/hora.
Foto: Divulgação/Siemens
foto do mês
RENDIMENTO I PRECISÃO I CONFIABILIDADE

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