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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

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CONTABILIDADE APLICADA
AO TERCEIRO SETOR

Transparência das informações


(com exemplos práticos)

Edenilson Luiz Pecori

2021

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo


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Sumário
Introdução 4

Capítulo I Como preparar a contabilidade de acordo com as


práticas contábeis e aumentar a transparência das informações 8

Capítulo II Marco Regulatório 19

Capítulo III Ativo Imobilizado 23

Capítulo IV Empréstimos e financiamentos 41

Capítulo V Parcelamentos Tributários 43

Capítulo VI Provisões para contingências 44

Capítulo VII Trabalho Voluntariado 47

Capítulo VIII CEBAS 48

Capítulo IX Renúncia Fiscal 50

Capítulo X Apresentação das Demonstrações Contábeis 51

Capítulo XI Controles Internos 70

Referências bibliográficas 76

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Introdução
O Terceiro Setor no Brasil é composto por um amplo conjunto
de pessoas jurídicas de diversificadas instituições, com objetivos
específicos não econômicos, empresariais ou patrimoniais, isto é, sem
finalidade lucrativa, e que exercem atividades de interesse público
de assistência social, tais como: Associações e Fundações de direito
privado, Cooperativas Sociais, Organizações Sociais - OS, Organizações
Não Governamentais – ONGs e Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público - OSCIP, Organizações Religiosas e Associações
de Classes, com autonomia e administração própria, que gozam de
imunidades e isenções tributárias.

Cada vez mais as entidades do terceiro setor tem papel de destaque


na sociedade, em razão da sua finalidade de caráter beneficente e
filantrópica, custeado por sua atividade própria, doações, e parcerias
com o setor privado e público, através de subvenções que podem ser
de caráter tanto de custeio, como de investimento, sendo restrita sua
aplicação às atividades constantes do estatuto.

Em relação a imunidade tributária, destacamos a Constituição Federal


em seu artigo 150, Item VI, Letra C:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:

VI – instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive


suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;” (grifo nosso)

O Código Tributário Nacional – Lei n.º 5.172, de 25/10/1966, também


destaca em seu artigo 9:
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Art. 9º - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

IV - cobrar imposto sobre:

c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos,


inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados
na Seção II deste Capítulo;

Importante destacar o que dispõe o artigo 14 do Código Tributário


Nacional, em referência aos requisitos a serem observados, para fins
de manutenção do benefício previsto no artigo 9º.

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é


subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas
entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de


suas rendas, a qualquer título;

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na


manutenção dos seus objetivos institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em


livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão.

§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no


§ 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a
aplicação do benefício.

§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo


9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os
objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo,
previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

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Destacamos ainda o artigo 12 da Lei nº 9.532 de 10 de dezembro de 1997,
em relação as obrigações a serem atendidas para o gozo da imunidade:

Lei Nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997 – Altera a Legislação


Tributária Federal

Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea “c”,
da Constituição, considera-se imune a instituição de educação
ou de assistência social que preste os serviços para os quais
houver sido instituída e os coloque à disposição da população
em geral, em caráter complementar às atividades do Estado,
sem fins lucrativos.

§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere


este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos


serviços prestados, exceto no caso de associações, fundações
ou organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos,
cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem
efetivamente na gestão executiva e desde que cumpridos os
requisitos previstos nos arts. 3o e 16 da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999, respeitados como limites máximos os valores
praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de
atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação
superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao
Ministério Público, no caso das fundações; (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)

b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e


desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas


em livros revestidos das formalidades que assegurem a
respectiva exatidão;

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d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado
da data da emissão, os documentos que comprovem a origem
de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a
realização de quaisquer outros atos ou operações que venham
a modificar sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em


conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita
Federal;

f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas


pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social
relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações
acessórias daí decorrentes;

g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição


que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso
de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas
atividades, ou a órgão público;

h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica,


relacionados com o funcionamento das entidades a que se
refere este artigo.

Não obstante em seu artigo 13, a Lei 9.532, destaca as situações em que
a Secretaria da Receita Federal poderá suspender o gozo da imunidade
das entidades.
Lei Nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997

Art. 13. Sem prejuízo das demais penalidades previstas na


lei, a Secretaria da Receita Federal suspenderá o gozo da
imunidade a que se refere o artigo anterior, relativamente aos
anos-calendários em que a pessoa jurídica houver praticado
ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de
ato que constitua infração a dispositivo da legislação tributária,

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especialmente no caso de informar ou declarar falsamente,
omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou
em dinheiro, ou de qualquer forma cooperar para que terceiro
sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais.

Parágrafo único. Considera-se, também, infração a dispositivo


da legislação tributária o pagamento, pela instituição imune,
em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em
favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a
ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas
indedutíveis na determinação da base de cálculo do imposto
sobre a renda ou da contribuição social sobre o lucro líquido.

No que se refere as isenções tributárias é necessário atender os


requisitos das leis que as regulamentem.

Capítulo I
Como preparar a contabilidade de
acordo com as práticas contábeis
e aumentar a transparência das
informações

O Terceiro Setor e a Contabilidade


Por se tratar de um setor com alta complexidade em suas operações,
em razão de atuar em diversos segmentos, de diferentes áreas, o
terceiro setor exige uma contabilidade direcionada para atender as
particularidades inerentes a este segmento.

Desta forma, as Normas Brasileiras de Contabilidade, representam


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Item 12 - As receitas decorrentes de doação, contribuição, convênio,
parceria, auxílio e subvenção por meio de convênio, editais, contratos,
termos de parceira e outros instrumentos, para aplicação específica,
mediante constituição, ou não, de fundos, e as respectivas despesas
devem ser registradas em contas próprias, inclusive as patrimoniais,
segregadas das demais contas da entidade.

Item 13 - Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade


de lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de forma
segregada, destacando-se aqueles que devem ser utilizados em
prestações de contas nos órgãos governamentais.

Item 14 - A entidade sem finalidade de lucros deve constituir provisão


em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas sobre créditos
a receber, com base em estimativa de seus prováveis valores de
realização e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados.

Item 16 - O benefício concedido como gratuidade por meio da prestação


de serviços deve ser reconhecido pelo valor efetivamente praticado.

Item 17 - Os registros contábeis devem ser segregados de forma


que permitam a apuração das informações para prestação de contas
exigidas por entidades governamentais, aportadores, reguladores e
usuários em geral.

Item 19 - O trabalho voluntário, inclusive de membros integrantes


dos órgãos da administração, no exercício de suas funções, deve ser
reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como se tivesse
ocorrido o desembolso financeiro. (Alterado pela ITG 2002 (R1)).

Item 21 - Na adoção inicial desta Interpretação e da NBC TG 1000 ou


das normas completas (IFRS completas), a entidade pode adotar os

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procedimentos do custo atribuído (deemed cost) de que trata a ITG 10.

Item 24 - Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser


destacadas as informações de gratuidade concedidas e serviços
voluntários obtidos, e divulgadas em notas explicativas por tipo de
atividade.

Item 27 - As demonstrações contábeis devem ser complementadas


por notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes
informações:

(a) contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social


e econômica e os objetivos sociais;

(b) os critérios de apuração da receita e da despesa,


especialmente com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e
aplicação de recursos;

(c) relação dos tributos objeto de renúncia fiscal; (alterada


pela ITG 2002 (R1));

(d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos


recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

(e) os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades


decorrentes de tais recursos;

(f) os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte


do doador;

(g) eventos subsequentes à data do encerramento do


exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a
situação financeira e os resultados futuros da entidade;

(h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias


das obrigações em longo prazo;

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orientações e práticas norteadoras para que haja escrituração e registro
contábil adequados, além da elaboração das demonstrações contábeis.

Nesse contexto necessitamos de uma contabilidade que seja


direcionada especificamente para as particularidades desse segmento.

A ITG 2002 (R1)- Entidades sem fins lucrativos, tem como objetivo
estabelecer critérios e procedimentos específicos de avaliação,
de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de
estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas
a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade
de lucros.

O item 4 destaca ainda, em relação ao seu alcance:

Aplicam-se à entidade sem finalidade de lucros os Princípios de


Contabilidade e esta Interpretação. Aplica-se também a NBC TG 1000
– Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ou as normas
completas (IFRS completas) naqueles aspectos não abordados por
esta Interpretação.

Alguns aspectos em relação a escrituração contábil devem ser


observados conforme preceitua a ITG 2002. Dentre elas, destacamos
alguns itens, que julgamos ser relevantes:

Item 10 - Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas


e despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma
segregada, identificáveis por tipo de atividade, tais como educação,
saúde, assistência social e demais atividades. (grifos nosso)

Item 11 - Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento no


resultado, a contrapartida da subvenção, de contribuição para custeio
e investimento, bem como de isenção e incentivo fiscal registrados no
ativo, deve ser em conta específica do passivo.

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(i) informações sobre os seguros contratado;

(j) a entidade educacional de ensino superior deve


evidenciar a adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo
parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação
e sua regulamentação;

(k) os critérios e procedimentos do registro contábil de


depreciação, amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo
ser observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base em
estimativa de sua vida útil;

(l) segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais


atendimentos realizados pela entidade;

(m) todas as gratuidades praticadas devem ser registradas


de forma segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas
na prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando
dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de
atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com valores
e percentuais representativos;

(n) a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o


valor reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços
prestados.

Regime de competência
O regime de competência tem por finalidade demonstrar de maneira
fiel a situação financeira e econômica da empresa, demonstrando suas
obrigações e recursos futuros.

De acordo com a ITG 2002 (R1) – Entidades sem fins lucrativos item 8,
as receitas e as despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o
princípio da Competência.

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Contas a receber
As contas a receber de clientes devem ser registradas em contrapartida
das receitas brutas de contratos com clientes, conforme determina
a NBC TG 47 (item 9), quando todas as condições a seguir forem
atendidas:

a) as partes envolvidas no contrato aprovarem e se comprometerem a


cumprir as obrigações do contrato;

b) a entidade puder identificar os direitos de cada parte referente aos


bens ou serviços a serem transferidos;

c) a entidade puder identificar os termos de pagamento para os bens


ou serviços a serem transferidos;

d) o contrato possuir capacidade de modificar os riscos ou o valor dos


fluxos de caixa futuro da entidade;

e) quando for provável que a entidade receberá a contraprestação à


qual terá direito em troca dos bens ou serviços que serão transferidos
ao cliente.

Para o reconhecimento das receitas de contrato com cliente,


consequentemente das contas a receber, a entidade deve identificar
claramente e avaliar quais são as obrigações de desempenho do
contrato referente às transferências de produtos e serviços aos clientes.

Após tal identificação, o registro da transação será efetuado quando


essas obrigações de desempenho forem satisfeitas, respeitando-se os
cinco critérios definidos no item 9 da NBC TG 47, acima citados.

Exemplos:

1- Contabilização de recursos de livre movimentação –


Recursos Livres

Entidade com atividade no segmento hospitalar que mantem contrato

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com o SUS e com operadoras de planos de saúde.

Reconhecimento da receita no fechamento do faturamento mensal,


respeitando os termos do contrato.

Considere que uma determinada entidade possui contrato/convênio


no montante de R$ 800.000,00, firmado com o gestor local, referente a
recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde – FNS/Ministério
da Saúde, referente com o SUS – Sistema Único de Saúde, em relação
às internações hospitalares, atendimentos ambulatoriais e demais
procedimentos de alta complexidade.

No fechamento da competência o faturamento apurou um montante de


atendimentos no valor de R$ 950.000,00.

a) Pela apresentação das contas (fechamento) do faturamento:

Débito: Sistema Único de Saúde - SIA/SIH - SUS - (Ativo Circulante –


Contas a Receber) ............................ R$ 950.000,00

Crédito: Serviços Prestados - SIA/SIH - SUS (Receita – Atividade de


Assistência de Saúde) .......................... R$ 950.000,00.

b) Apuração da diferença entre o valor faturado e o valor contratado


com o gestor:

Débito: (+/-) Diferença contrato SAI/SIH - SUS (conta redutora -


mesmo grupo receita) ........................... R$ 150.000,00

Crédito: Sistema Único de Saúde - SIA/SIH - SUS - (Ativo Circulante –


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Contas a Receber) ............................ R$ 150.000,00.

O lançamento deverá ser efetuado dentro do mês de reconhecimento


da receita. Dessa forma o valor a receber estará em conformidade com
o contrato.

A contabilidade é responsável por segregar os faturamentos a fim de


atender o regime de competência, realizando a identificação correta
dos recebimentos, bem como um controle eficiente das glosas,
que somente serão reconhecidas na contabilidade quando todos os
recursos possíveis junto à contratante forem esgotados. Até que haja
possibilidade do recebimento dos valores que foram faturados, estes
deverão permanecer no grupo contas a receber.

2- Contabilização de Convênios e Subvenções – Recursos com


Restrições

O tratamento contábil a ser aplicado no caso de contratos firmados


através de convênios, subvenções, termos de parceria e fomento,
deverá obedecer ao que preceitua a NBC TG 07 (R2): Subvenção e
assistência governamentais:

Item 7. Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a


valor justo, não deve ser reconhecida até que exista razoável segurança
de que:

(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e


relacionadas à subvenção; e

(b) a subvenção será recebida. (grifos nosso)

O simples recebimento da subvenção não é prova conclusiva de que


as condições estabelecidas à entidade tenham sido ou virão a serem
cumpridas, conforme verifica-se na NBC TG 07 (R2):

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Item 8. A subvenção governamental não deve ser reconhecida até que
exista uma razoável segurança de que a entidade cumprirá todas as
condições estabelecidas e relacionadas à subvenção e de que ela será
recebida. O simples recebimento da subvenção não é prova conclusiva
de que as condições a ela vinculadas tenham sido ou serão cumpridas.

Em relação ao processo de contabilização é importante atentar-se ao


item 16 da NBC TG 07 (R2), em relação a confrontação das receitas com
as despesas correspondentes:

Item 16. É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de


subvenção governamental seja reconhecida em bases sistemáticas
e racionais, ao longo do período necessário e confrontada com as
despesas correspondentes. Assim, o reconhecimento da receita de
subvenção governamental no momento de seu recebimento somente é
admitido nos casos em que não há base de alocação da subvenção ao
longo dos períodos beneficiados.

Quando a subvenção estiver relacionada a ativo depreciável deverá ser


reconhecida como receita ao longo do período de vida útil do bem e na
mesma proporção do reconhecimento da depreciação.

Alguns fatores deverão ser observados em relação a temporalidade


dos reconhecimentos contábeis:

Subvenção para custeio:


Até o momento do efetivo pagamento da despesa realizada, os valores
não reconhecidos como receitas, deverão constar no Ativo/Passivo,
em razão de igualdade.

Contabilização – Subvenção Custeio

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Na data da assinatura do contrato:
Débito- Subvenção a Receber (Ativo Circulante)
Crédito- Subvenção a Realizar (Passivo Circulante)

No recebimento da subvenção:
Débito- Banco conta Restrição (Ativo Circulante)
Crédito- Subvenção a Receber (Ativo Circulante)

Provisão¹:
Débito- Despesa conta restrição (Conta Resultado)
Crédito- Fornecedor a Pagar (Passivo Circulante)

¹ Caso a subvenção para compra de medicamentos for realizada para


consumos futuros a conta devedora deverá ser substituída pela conta
“estoques”, criando estoque individualizado para cada subvenção.

Reconhecimento da receita²:
Débito- Subvenção a Realizar (Passivo Circulante)
Crédito- Receita com Subvenção (Conta Resultado)

² Caso a subvenção para compra de medicamentos for realizada para


consumos futuros a receita deverá ser reconhecida pelo efetivo
consumo do estoque.

No Pagamento:
Débito- Fornecedor a Pagar (Passivo Circulante)
Crédito- Banco conta Restrição (Ativo Circulante)

Rendimento de Aplicação Financeira:


Débito- Banco conta Restrição (Ativo Circulante)
Crédito- Subvenção a Realizar (Passivo Circulante)

Subvenção para investimento:


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Na maioria dos casos deverá ser representado no Ativo (Imobilizado
Líquido) em razão de igualdade com a receita diferida, até que haja a
realização total da receita em função da depreciação, ou eventual baixa
por furto, roubo, troca ou obsolescência.

Contabilização – Subvenção Investimento


Considere um contrato assinado com ente público, em que o objeto
seja a compra de equipamentos, no valor de R$ 100.000,00.

Na assinatura do contrato:
Débito- Subvenção a Receber (Ativo Circulante) ....... R$ 100.000,00
Crédito- Subvenção a Realizar (Passivo Circulante) ... R$ 100.000,00

No recebimento da subvenção:
Débito- Banco conta Restrição (Ativo Circulante) .... R$ 100.000,00
Crédito- Subvenção a Receber (Ativo Circulante) ...... R$ 100.000,00

Na utilização do recurso:
Débito- Imobilizado (Ativo Não Circulante) .......... R$ 100.000,00
Crédito- Fornecedor a Pagar (Passivo) ............... R$ 100.000,00

No Pagamento ao fornecedor:
Débito- Fornecedor a Pagar (Passivo) ............... R$ 100.000,00
Crédito- Banco conta Restrição (Ativo Circulante) .. R$ 100.000,00

Débito- Subvenção a Realizar (Passivo Circulante) ... R$ 100.000,00


Crédito- Receitas Diferidas (Passivo Não Circulante) . R$ 100.000,00

Depreciação e reconhecimento da receita mensal (após o início da


utilização do bem):

Débito- Despesa com depreciação (Conta Resultado) ...... R$ 833,33


Crédito- (-) Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante) . R$ 833,33
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Débito- Receitas Diferidas (Passivo Não Circulante) .... R$ 833,33
Crédito- Receita com Subvenção (Conta Resultado) ....... R$ 833,33

Capítulo II
Marco Regulatório
Em 2 de julho de 2014, foi aprovado, no Congresso Nacional, o “Marco
Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”. O Projeto de Lei nº
7.168/2014, apenso ao PL 3.877/2004, passou pela sanção presidencial
em 31 de julho de 2014.
A nova Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, publicada no DOU de 1º
de agosto de 2014, estabelece novo regime jurídico para as parcerias
realizadas entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil
(OSCs).
O Plenário do Senado aprovou no dia 11 de novembro de 2015 o projeto
de lei de conversão (PLV) nº 21/2015, oriundo da Medida Provisória nº
684/15, que adia para fevereiro de 2016 a entrada em vigor das novas
regras sobre parcerias voluntárias entre OSCs e a administração pública
(Lei 13.019/14). Para os municípios, entrou em vigor a partir de janeiro
de 2017; por ato administrativo local, entretanto, pôde viger a partir de
janeiro de 2016.
Em 14 de dezembro de 2015, foi publicada a Lei nº 13.204 que altera
significativamente a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014.
Em 28 de abril de 2016, foi publicado decreto que regulamenta a Lei,
o DECRETO nº 8.726, DE 27 de abril de 2016.
A medida responde a solicitações de órgãos públicos, associações de
municípios e representantes da sociedade civil, que, ao mesmo tempo
em que reconhecem os avanços da lei aprovada pelo Congresso
Nacional em julho de 2014, manifestaram-se pela extensão do prazo

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para garantir amplo conhecimento das novas regras e preparação para
a gestão das parcerias. O novo regime demanda mudanças estruturais
da administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal, assim como das próprias OSCs.
O Poder Executivo (Presidência da República) assim se manifestou: “A
principal contribuição trazida pela nova lei é a criação de conjunto de
regras próprias para as parcerias realizadas entre o Poder Público e as
organizações da sociedade civil, o que reconhece a especificidade das
entidades privadas sem fins lucrativos e evita analogias indevidas com
as parcerias realizadas entre entes públicos.”
O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil – MROSC
cria instrumentos jurídicos próprios (Termo de Fomento e Termo
de Colaboração) e estabelece regras para a seleção das entidades
e para as etapas de execução, monitoramento e avaliação das
parcerias, tais como a exigência de chamamento público obrigatório
– que irá evitar o favorecimento de grupos específicos; três anos de
existência e experiência das entidades – o que evita a escolha de
entidades sem preparo técnico ou estrutura para o cumprimento dos
projetos; e ficha limpa, tanto para as organizações quanto para os seus
dirigentes, com o objetivo de coibir a corrupção e trazer segurança
à atuação das organizações de fato comprometidas com o interesse
público.
Além disso, a lei exige que os órgãos públicos planejem previamente
a realização e o acompanhamento das parcerias e prevê sistema de
prestação de contas diferenciado por volume de recursos, o que deverá
aperfeiçoar o monitoramento e a avaliação dos projetos, fazendo com
que o olhar dos gestores seja direcionado ao controle dos resultados
alcançados.
O tema MROSC tramitava no Congresso Nacional há mais de 10
anos. Sua elaboração incorporou contribuições de diversos atores e a
convergência de forças envolvidas para a sua aprovação demonstrou
que o regime de parcerias entre organizações da sociedade civil e a
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administração pública é matéria suprapartidária e de interesse nacional.
A aprovação da lei constitui avanço da democracia, pois valoriza a
atuação da sociedade civil autônoma e participativa; reconhece as suas
diferenças e especificidades para a construção de parcerias; estabelece
regras claras para o acesso legítimo, democrático e transparente das
OSCs aos recursos públicos; e implementa mecanismos potentes para
coibir fraudes e o mau uso dos recursos públicos.
Dentro desse contexto, e de acordo com a referida Lei nº 13.019,
destacamos o seu artigo 33, onde normatiza expressamente a condições
para que sejam realizadas as parcerias com o poder público:
Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as
organizações da sociedade civil deverão ser regidas por normas de
organização interna que prevejam, expressamente: (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015)
I - objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de
relevância pública e social;
III - que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio
líquido seja transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza
que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social seja,
preferencialmente, o mesmo da entidade extinta; (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
IV - escrituração de acordo com os princípios fundamentais
de contabilidade e com as Normas Brasileiras de
Contabilidade; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
V - possuir: (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo,
comprovados por meio de documentação emitida pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja celebrada
no âmbito dos Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da
União, admitida a redução desses prazos por ato específico de cada
ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los; (Incluído pela
Lei nº 13.204, de 2015)
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da
parceria ou de natureza semelhante; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015)
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica
e operacional para o desenvolvimento das atividades ou

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projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas
estabelecidas. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 1º Na celebração de acordos de cooperação, somente será exigido o
requisito previsto no inciso I. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 2º Serão dispensadas do atendimento ao disposto nos incisos I e III
as organizações religiosas. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 3º As sociedades cooperativas deverão atender às exigências
previstas na legislação específica e ao disposto no inciso IV, estando
dispensadas do atendimento aos requisitos previstos nos incisos I e
III. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 5º Para fins de atendimento do previsto na alínea c do inciso
V, não será necessária a demonstração de capacidade instalada
prévia. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015).
Destacamos ainda, o artigo 42 do decreto nº 8.726, de 27 de abril de
2016, que regulamentou a Lei 13.019 de 31 de julho de 2014, no que se
refere as despesas que podem ser pagas com recursos públicos:
Art. 42. Poderão ser pagas com recursos vinculados à parceria as
despesas com remuneração da equipe de trabalho, inclusive de
pessoal próprio da organização da sociedade civil, durante a vigência
da parceria, podendo contemplar as despesas com pagamentos de
impostos, contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS, férias, décimo-terceiro salário, salários proporcionais,
verbas rescisórias e demais encargos sociais e trabalhistas, desde que
tais valores:
I - estejam previstos no plano de trabalho e sejam proporcionais ao
tempo efetivamente dedicado à parceria; e
II - sejam compatíveis com o valor de mercado e observem os
acordos e as convenções coletivas de trabalho e, em seu valor bruto e
individual, o teto da remuneração do Poder Executivo federal.
§ 1º Nos casos em que a remuneração for paga proporcionalmente
com recursos da parceria, a organização da sociedade civil deverá
inserir na plataforma eletrônica a memória de cálculo do rateio da
despesa para fins de prestação de contas, nos termos do parágrafo
único do art. 56, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de
recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.
§ 2º Poderão ser pagas diárias referentes a deslocamento,
hospedagem e alimentação, nos casos em que a execução do objeto
da parceria assim o exigir, para a equipe de trabalho e para os
prestadores de serviço voluntário, nos termos da Lei nº 9.608, de 18 de
fevereiro de 1998.
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§ 3º O pagamento das verbas rescisórias de que trata o caput, ainda
que após o término da execução da parceria, será proporcional ao
período de atuação do profissional na execução das metas previstas
no plano de trabalho.
§ 4º A organização da sociedade civil deverá dar ampla transparência,
inclusive na plataforma eletrônica, aos valores pagos, de maneira
individualizada, a título de remuneração de sua equipe de trabalho
vinculada à execução do objeto e com recursos da parceria,
juntamente à divulgação dos cargos e valores, na forma do art. 80.
Já no que refere a prestação de contas, o artigo 54 do decreto nº 8.726,
traz as disposições gerais, dentre as quais destacamos:

 Relação das receitas e despesas realizadas;

 Comprovante da devolução do saldo remanescente da conta


bancária específica, quando houver;

 Extrato da conta bancária específica;

 Memória de cálculo do rateio das despesas, quando for o caso;

 Relação de bens adquiridos, produzidos ou transformados, quando


houver; e

 Comprovantes fiscais ou recibos, com data do documento, valor,


dados da OSC e do fornecedor e indicação do produto ou serviço.

Capítulo III
Ativo Imobilizado
Segundo a NBC TG 27 (R4), para melhor entendimento do assunto se
faz necessário o conhecimento de alguns termos técnicos:

Ativo imobilizado é o item tangível que:


(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de

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23
mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para
fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período.

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a


dedução da depreciação e da perda por redução ao valor recuperável
acumuladas.

Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor


justo de qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da
sua aquisição ou construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao
ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições
específicas de outras normas, como, por exemplo, a NBC TG 10 (R3) –
Pagamento Baseado em Ações.

Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo


ao longo da sua vida útil.

Valor específico para a entidade (valor em uso) é o valor presente dos


fluxos de caixa que a entidade espera (i) obter com o uso contínuo de
um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil ou (ii) incorrer para
a liquidação de um passivo.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou


que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação
não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
(Alterada pela NBC TG 27 (R1)).

Perda por redução ao valor recuperável é o valor pelo qual o valor


contábil de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa excede seu
valor recuperável.

Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos

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24
de venda de um ativo e seu valor em uso.

Vida útil é:
(a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar
o ativo; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades
semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do
ativo.

Controle patrimonial
Além dos critérios fiscais, a entidade, após a aquisição do bem, definirá
para fins de controle patrimonial de que forma irá realizar o tratamento
dos bens, com valores inferiores ao definido na Lei nº 12.973/2014, em
seu artigo 313, § 1º, item I.

Bens como ventiladores, aparelhos telefônicos, roteadores, câmeras


de monitoramento, entre outros, são exemplos de itens com valores
inferiores a R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), e com vida útil de
difícil mensuração, sendo opcional à entidade colocar plaquetas de
patrimônio.

A entidade deverá adotar formas de controle que sejam eficazes, a fim


de atender os critérios contábeis, patrimoniais e fiscais.

Os bens classificados como ativo, deverão ser imobilizados, controlados


como de patrimônio e a depreciação deverá ocorrer normalmente.

Os bens não classificados como de ativo serão contabilizados como


despesa, podendo ser controlados com anexação da plaqueta, se assim
a entidade entender que deva proceder.

A entidade deverá manter cadastro em sistema informatizado, sendo o

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25
mais completo possível, constando todas as informações disponíveis
na nota fiscal e no bem. Tal critério possibilitará:

 Compra de bens com as mesmas características;


 Controle das manutenções preventivas e corretivas;
 Controle da vida útil e depreciação do bem;
 Controle de baixa por perda, furto, venda ou obsolescência;
 Caso haja perda da plaqueta, identificação pelo modelo, número
de série, foto do bem;
 Outros dados que facilite o controle, como a localização, centro
de custo, responsável pelo bem, e o que mais a entidade entender
como necessário.

Depreciação
De acordo a NBC TG 27 (R4), item 55, destacamos:

A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para


uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento na
forma pretendida pela administração (grifo nosso).

Dessa forma, se o bem estiver instalado, e em condições de uso,


independentemente de sua utilização, deve ser iniciado o cálculo da
depreciação.

A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é


classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo
de ativos classificado como mantido para venda de acordo com
a NBC TG 31) ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que
ocorrer primeiro. Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo
se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo
esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos
de depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero

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26
enquanto não houver produção (grifos nosso).

Em relação a depreciação de imóvel com terreno agregado a


Receita Federal do Brasil emitiu Parecer Normativo, que trata
sobre o assunto, indicando que somente os edifícios e construções,
quando este for o objeto social, ou utilizados pela pessoa
jurídica na produção dos seus rendimentos podem ser objeto de
depreciação. Quando o valor do terreno não estiver separado do valor
da edificação que sobre ele existir deve ser providenciado o respectivo
destaque para que seja admitida dedução da depreciação do valor
da construção ou edifício. Para isso, o contribuinte poderá servir-se de
laudo pericial para determinar que parcela do valor contabilizado
que corresponde ao valor do edifício ou construção, aplicando, sobre
esta, o coeficiente de depreciação efetivamente suportado, limitado,
para efeito tributário, ao admitido para essa espécie de bem (Parecer
Normativo CST nº 14, de 12 de janeiro de 1972).

Depreciação Fiscal x Depreciação Societária


A entidade normalmente mantém o controle da depreciação fiscal e
societária.

Pode ocorrer algumas vezes, que, as taxas fiscais não diferem


significativamente da vida útil econômica, nesse caso, pode manter
apenas o controle fiscal.

Valor residual
Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria
com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda,
caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua
vida útil.

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27
Valor depreciável
Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o
custo, menos o seu valor residual.
Na prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é
significativo e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável.
O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação
será zero enquanto o valor residual subsequente for igual ou superior
ao seu valor contábil.

Valor útil x vida econômica


Vida econômica – Período de tempo não determinado que a entidade
pretende utilizar o bem.

Quando é utilizada a vida econômica pode existir ativo com valor contábil
substancialmente depreciado, ou mesmo igual a zero, e que continua
em operação e gerando benefícios econômicos para a entidade.

Vida útil – Período de tempo determinado que a entidade espera utilizar


o bem.

O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo


menos ao final de cada exercício e, se houver alteração significativa
no padrão de consumo previsto, o método de depreciação deve ser
alterado para refletir essa mudança.

Tal mudança deve ser registrada como mudança na estimativa contábil,


de acordo com a NBC TG 23 (R1).

O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos


ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das
estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como
mudança de estimativa contábil, segundo a NBC TG 23 (R1) – Políticas
Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.

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28
A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do
ativo para a entidade.

A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado


na experiência da entidade com ativos semelhantes.

De acordo com a NBC TG 27 (R4), os seguintes fatores são considerados


na determinação da vida útil de um ativo:

 uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade


ou produção física esperadas do ativo;

 desgaste físico normal esperado, que depende de fatores


operacionais tais como o número de turnos durante os quais
o ativo será usado, o programa de reparos e manutenção e o
cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso;

 obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças


ou melhorias na produção, ou de mudança na demanda do
mercado para o produto ou serviço derivado do ativo. Reduções
futuras esperadas no preço de venda de item que foi produzido
usando um ativo podem indicar expectativa de obsolescência
técnica ou comercial do bem, que, por sua vez, pode refletir uma
redução dos benefícios econômicos futuros incorporados no
ativo; (Alterada pela NBC TG 27 (R3))

 limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as


datas de término dos contratos de arrendamento relativos ao
ativo. (Alterado pela Revisão NBC 04).

Portanto, bens iguais, com usos diferentes, podem não ter a mesma
expectativa de vida útil, consequentemente, taxas de depreciação
diferentes.

Exemplo 1 – Depreciação pela taxa fiscal:

A Entidade ABC possui um prédio no valor de R$ 70.000.000,00

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concluído e que está disponível para uso. Deste modo será iniciado o
cálculo da depreciação neste exercício contábil.

O engenheiro contratado emitiu um laudo, e de acordo com as premissas


utilizadas estima-se que a vida útil do prédio será de 60 anos.

Caso o critério adotado para realização da depreciação esteja de acordo


com os critérios estabelecidos pela receita federal, deverá ser utilizado
o percentual de 4% ao ano, ou seja, uma vida útil de 25 anos.

Descrição do bem Valor Vida útil Depreciação mensal Depreciação anual

Prédio Entidade ABC R$ 70.000.000,00 25 anos R$ 233.333,33 R$ 2.800.000,00

Observa-se que caso a depreciação fosse realizada pela taxa


estabelecida pela receita federal, deveria de ser contabilizado uma
depreciação anual de R$ 2.800.000,00.

Caso o critério adotado para realização da depreciação seja o estimado


pela vida útil do bem, teremos:

Descrição do bem Valor Vida útil Depreciação mensal Depreciação anual

Prédio Entidade ABC R$ 70.000.000,00 60 anos R$ 97.222,22 R$ 1.166.666,67

Portanto, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, seria


contabilizado o valor de R$ 1.166.666,67, gerando uma redução desta
despesa no resultado equivalente a R$ 1.633.333.33, anual.

Depreciação mensal Depreciação anual

Redução de depreciação R$ 136.111,11 R$ 1.633.333,33

Exemplo 2 – Revisão de vida útil:

Considere que a Entidade ABC realize em 30/06/2021, revisão da vida


útil de seus bens móveis adquiridos em maio de 2018, e depois de
concluída a revisão, a vida útil de determinado bem foi estimada em
mais 10 anos.
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Vida útil Depreciação
Custo de Aquisição em Depreciação Valor contábil
estimada na acumulada até
31/05/2018 mensal líquido
aquisição 31/05/2021
R$ 4.500,00 10 anos R$ 37,50 R$ 1.350,00 R$ 3.150,00

Após a revisão:

A depreciação será aplicada sobre o valor contábil líquido – R$ 3.150,00


por mais 10 anos, a partir do mês 06/2021.

Valor contábil Vida útil Depreciação


Depreciação Valor contábil
líquido em estimada na acumulada até
mensal líquido
31/05/2021 revisão 30/06/2021
R$ 3.150,00 10 anos R$ 26,25 R$ 1.376,25 R$ 3.123,75

Mensuração subsequente
Para que o tema seja compreendido corretamente é importante destacar
a diferença entre: Instalação, Benfeitoria, Manutenção e Conserto.

 INSTALAÇÃO - Visa melhoria da produção, qualidade ou


quantidade.

 BENFEITORIA - Visa embelezamento, ou aproveitamento da


área.

 REFORMA - Conserto em grandes proporções OU troca de


peça importante.

 MANUTENÇÃO - Serviço corretivo ou preventivo.

 CONSERTO - Deixar em condição de uso com pequeno ajuste


ou troca de peça.

INSTALAÇÃO

Visa melhoria de produção, da qualidade ou quantidade. É algo


que se acopla a um bem imobilizado ou adquire outro bem
imobilizado com finalidade de melhoria da produção em termos

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31
de quantidade ou qualidade, tais como instalação de para-raios,
equipamento antipoluente, instalação de antena parabólica, de
escada contra incêndio, blindagem de veículo para segurança pessoal.

As instalações com vida útil inferior a um ano, deverão


ser lançadas diretamente em despesas operacionais.

BENFEITORIA

As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias que visa


melhoramento, embelezamento, aumentam ou facilitam o uso do bem e
por fim são necessárias para conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Deste modo podemos classificar as benfeitorias como necessárias,


úteis ou voluntárias:

 Necessárias

Reparos de um telhado, reparo na parede para evitar a infiltração de


água ou a substituição dos sistemas elétricos e hidráulico danificados,
portanto, são necessários com característica de uma manutenção ou
conserto, simplesmente. Portanto, essas despesas são destinadas
à conservação do imóvel ou que evitem que ele se deteriore, serão
lançadas diretamente em despesas de manutenção.

 Úteis

Construção de uma garagem, instalação de grades protetora nas


janelas ou fechamento de uma varanda, porque tornam o imóvel mais
confortável, seguro ou ampliam sua utilidade.

 Voluntárias

Obras de jardinagem, de decoração ou alteração meramente estética


como cerca viva, colocação de coluna romanas no hall de entrada,
construção de lago para embelezamento do local.

Depreciação de benfeitorias

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Quando as benfeitorias tiverem prazo de vida útil igual ou inferior a
um ano ou se tratar de despesas de conservação e reparos, tal como
pintura do imóvel, manutenção para deixá-lo em condição de uso, os
custos correspondentes deverão ser contabilizados diretamente como
despesas operacionais.

Benfeitorias em bens locados ou arrendados de terceiros deverá


ser registrado em conta do ativo imobilizado para ser depreciado ou
amortizado, observando-se prazo de vigência estipulado no contrato
de locação.

REFORMA
Significa “refazer ou voltar a forma” ou troca de peça importante.
Representam todos os gastos para dar melhor forma a: corrigir,
reconstruir e aumentar a área útil.

É a ação, ato ou efeito de reformar, mudar a forma de


uma construção, edificação ou outro bem imobilizado.

Exemplo:

Reforma de um apartamento, reforma de um telhado, reforma do


escritório, tudo isto sem alterar a estrutura de um prédio ou do bem em
reforma, reforma de uma máquina e veículo.

Normalmente, a reforma demanda algum tempo para terminar e os


gastos durante ela deverão ser contabilizados na conta de construções
ou reformas em andamento e ao término do projeto, deverá ser
transferido para conta de imobilizado correspondente, momento, em
que se inicia a depreciação econômica do bem como as amortizações,
quando se tratar de despesa que pertençam a vários exercícios ou
períodos.

Deste modo os gastos realizados com reparos, conservação ou


substituição de partes de que resultem aumento de vida útil superior a
um ano, em relação à prevista no ato de aquisição do respectivo bem.

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Nesse caso, os gastos correspondentes deverão ser capitalizados, a
fim de servirem de base a depreciações futuras.

MANUTENÇÃO

É a ação de manter, sustentar, arrumar ou conservar alguma coisa


ou algo, feito mediatamente, portanto será sempre uma despesa.

A manutenção é formada por um conjunto de ações


que ajudam no bom e correto funcionamento de algo,
como por exemplo a manutenção das máquinas.

O termo manutenção também pode estar relacionado com a conservação


periódica, ou seja, com os cuidados e consertos que são feitos entre
determinados períodos de tempo com o intuito de preservar, como por
exemplo a manutenção periódica de elevadores, máquinas, imóveis etc.

A manutenção tem o intuito de reparar ou repor algo que está


estragado ou que não funciona corretamente, consertando para
que volte a desenvolver a função requerida inicialmente.

Vejamos o exemplo de um carro adquirido novo (zero quilômetro), o


qual necessita periodicamente de trocas de óleo, pastilhas de freio, de
discos de embreagem, de rolamentos diversos, de amortecedores e de
molas, de pneus etc. Essas são manutenções que devem ser feitas para
o bom funcionamento do veículo, mas que não aumentam sua vida útil.
Sendo que o próprio Código Nacional de Trânsito prevê a necessidade
de o veículo estar em bom estado de conservação para poder circular.

CONSERTO

Significa arranjo, remendo, reparo, restauro, trocar peça com


defeito, de forma imediata, portanto será sempre uma despesa.
Admitamos agora que o carro mencionado no exemplo anterior
necessite de reparo por ter apresentado defeito em uma peça já fora da
garantia - por exemplo, uma bomba de combustível -, ou por ter sofrido

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34
uma pequena avaria, não coberta por seguro, como, por exemplo, troca
de um para-choque. A peça substituída coloca o bem nas condições
de uso que ele possuía antes da quebra ou da avaria, mas não traz
acréscimo de vida útil.

De acordo com o item 13 da NBC TG 27 (R4):

Partes de alguns itens do ativo imobilizado podem requerer substituição


em intervalos regulares. Por exemplo, um forno pode requerer novo
revestimento após um número específico de horas de uso; ou o
interior dos aviões, como bancos e equipamentos internos, pode
exigir substituição diversas vezes durante a vida da estrutura.
Itens do ativo imobilizado também podem ser adquiridos para efetuar
substituição recorrente menos frequente, tal como a substituição
das paredes interiores de edifício, ou para efetuar substituição
não recorrente. Portando a entidade deve reconhecer o valor contábil
de um item do ativo imobilizado, o custo da peça reposta desse item
quando o custo é incorrido se os critérios de reconhecimento forem
atendidos.

Doações
Doação de bens - Os bens recebidos como doação deverão ser
contabilizados no patrimônio social da entidade.

“Os bens e direitos recebidos por doação são registrados pelo valor
nominal ou de mercado, o que for mais claramente identificado”. (NBC
T 4 – Da Avaliação Patrimonial – Item 4.2.7.2).

Exemplos:

 Bens recebidos com referida nota fiscal – Valor nominal.

 Bens recebidos sem nota fiscal ou termo – Valor de mercado,


mínimo 3 cotações.

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Controle Patrimonial
De modo geral, é difícil implantar a cultura do controle dos ativos,
preencher um formulário e transmitir ao responsável a referida mudança
de local, centro de custo, conseguindo assim mapear o item de forma
rápida, não precisando fazer um inventário geral para identificar o bem
patrimonial.

O responsável de cada setor ou centro de custo, pode ser designado


para auxiliar no controle dessas transferências.

Importância do Controle Patrimonial

 Os bens do ativo imobilizado inventariado representam a relação


de todos os ativos fixos que a entidade possui, demonstrados de forma
analítica, em termos de quantidade e avaliados com base no custo
de aquisição ou custo atribuído (deemed cost) em um determinado
momento.

 O principal objetivo do inventário patrimonial é a transparência


da gestão patrimonial da entidade e não há prazo legal para sua
realização.

Baixa

Dessa forma os bens que estão em operação e ficam obsoletos ou


quebram, podem ser dedutíveis para fins de imposto de renda, porém é
necessário ter a documentação hábil.

O mesmo não ocorre quando é feito inventário físico dos ativos, os bens
que não foram encontrados e que serão baixados serão indedutíveis.

Na baixa do bem patrimonial, é recomendado obter um parecer ou


laudo atestando a quebra, incapacidade de produção, inviabilidade do
conserto etc.

Colher assinatura da administração confirmando a baixa.

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Efetuar a baixa em sistema informatizado, retirando a plaqueta de
identificação e anexando no documento fiscal (cópia) de aquisição do
bem.

Formalização/Fisco
Comprovação da baixa do bem

Embora a lei não imponha formalidade especial para eliminação


do ativo, em qualquer caso fica o contribuinte sujeito a comprovar
pela forma estabelecida nas leis comerciais e fiscais o ato ou
fato econômico que serviu de base aos lançamentos contábeis
efetuados.

Recurso com Restrição

Quando a entidade compra um bem, com recursos oriundos de


subvenção juntamente com recursos próprios, os valores deverão
ser registrados em contas próprias, a fim de que seja evidenciado os
referidos valores.

De acordo com os itens 8 e 15 da NBC TG 07 (R2): Subvenção e


assistência governamentais, temos:

Uma subvenção governamental não deve ser reconhecida até que haja
segurança de que a entidade beneficiada da subvenção cumpra todas
as condições estabelecidas e que o simples recebimento da subvenção
não é prova conclusiva de que as condições a ela vinculadas tenham
sido ou serão cumpridas.

Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento da receita


com subvenção na demonstração do resultado, a contrapartida da
subvenção governamental registrada no ativo deve ser feita em conta
específica do passivo.

Ainda, conforme os itens 16 e 17, verificamos:

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37
É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção
governamental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais,
ao longo do período necessário e confrontada com as despesas
correspondentes.

A subvenção relacionada a ativo depreciável deve ser reconhecida


como receita ao longo do período da vida útil do bem e na mesma
proporção de sua depreciação.

Detalhes importantes
Subvenção para Custeio:

Até o momento do pagamento da despesa realizada => Ativo =


Passivo
Subvenção para Investimento:

Em quase todos os casos, sempre será => Ativo (Imobilizado Líquido)


= Receitas Diferidas

Até que haja realização total do bem ou baixa por furto, roubo, troca
ou obsolescência.

Exemplo:

Considere a compra de uma máquina ou equipamento hospitalar, nos


seguintes termos:

Valor máquina ou equipamento: R$ 90.000,00

Verba de subvenção disponível: R$ 80.000,00

Valor de recursos próprios: R$ 10.000,00

Forma de evidenciação correta – valores segregados:

Valores disponíveis para compra:

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ATIVO PASSIVO
Bancos - recursos livres (AC) R$ 10.000,00 Subvenção a realizar (PC) R$ 80.000,00

Bancos - recursos com restrição (AC) R$ 80.000,00

Observe que dessa forma, somente os valores que são subvencionados


ficarão registrados como diferido no passivo,

ATIVO PASSIVO
Bancos - recursos livres (AC) R$ - Subvenção a realizar (PC) R$ -

Bancos - recursos com restrição (AC) R$ -

Imobilizados (ANC) R$ 10.000,00 Receitas Diferidas (PNC) R$ 80.000,00

Imobilizados (subvenção/restrição) (ANC) R$ 80.000,00

Quando da depreciação mensal, será realizado o reconhecimento da


receita, considerando a fração do valor subvencionado:

ATIVO PASSIVO
Imobilizados (ANC) R$ 10.000,00 Receitas Diferidas (PNC) R$ 80.000,00

Imobilizados (subvenção/restrição) (ANC) R$ 80.000,00

(-) Depreciação (ANC) R$ (750,00) Receitas Diferidas (PNC) R$ 82.000,00

DESPESA RECEITA
Depreciação R$ 750,00 Receita com subvenção R$ 666,66

Inventário físico dos bens


Fases do processo de inventário físico
 Conferência - Checagem das inconsistências da base:
coerência das informações (exemplo: marca x modelo), pulos
de sequência, verificar falta de informações, se a descrição do
bem é suficiente etc. É recomendável estabelecer auditorias de
amostragem do inventário, além de conferir os bens de maior
relevância.

 Finalização - Emissão dos termos de responsabilidade,


constituição da base física de bens, emissão de relatórios com

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diversas classificações possíveis, por local, por centro de custo,
por responsável, por classe de bem, por condição de uso etc.

Divulgação

De acordo com o item 73 da NBC TG 27 (R4), temos:

As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo


imobilizado:

 os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor


contábil bruto;

 os métodos de depreciação utilizados;

 as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;

 o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as


perdas por redução ao valor recuperável acumuladas) no início
e no final do período; e

 a conciliação do valor contábil no início e no final do período


demonstrando:

 adições;

 baixas;

 depreciações;

 outras alterações.

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40
Capítulo IV

Empréstimos e financiamentos
Eventualmente a entidade pode recorrer a empréstimos para atender
as obrigações financeiras cotidianas, ou buscar um capital de giro para
suprir uma necessidade momentânea, adquirir um bem etc.

De acordo com o item 5 da NBC TG 20 (R2) – Custos de Empréstimos,


os custos de empréstimos são juros e outros custos que a entidade
incorre em conexão com o empréstimo de recursos. (Redação dada
pela Resolução CFC nº. 1.359/11).

Para que ocorra a correta contabilização dos empréstimos e,


consequentemente, apropriação dos juros, a contabilidade deve
se atentar para o sistema de amortização utilizado no cálculo do
empréstimo contratado.

O sistema de amortização é divulgado no contrato de empréstimo,


bem como a taxa de juros, prazo, valor financiado, carências etc.

Os sistemas de amortização mais utilizados são:


 Tabela Price ou Sistema Francês
 SAC ou Sistema de Amortização Constante

Importante manter uma planilha auxiliar com a evolução do empréstimo/


financiamento, que servirá como base para identificação do valor a ser
apropriado como despesa financeira mensalmente.

Exemplo de contabilização de empréstimos e


financiamentos:

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41
Considere em janeiro de X1 uma entidade tomou um empréstimo/
financiamento no valor de R$ 3.000.000,00¹, com vencimento em 36
meses.

Momento do crédito do dinheiro no banco¹:


Débito- Banco conta movimento (Ativo Circulante) ... R$ 800.000,00
Crédito- Empréstimos/financiamentos a pagar (Passivo Circulante)
........ R$ 223.905,08
Crédito- Empréstimos/financiamentos a pagar (Passivo Não Circulante)
........ R$ 576.094,92

Débito- (-) Juros a apropriar sobre empréstimos/financiamentos


(Passivo Circulante) ... R$ 116.834,19
Crédito- Empréstimos/financiamentos a pagar (Passivo Circulante)
........ R$ 116.834,19
Débito- (-) Juros a apropriar sobre empréstimos/financiamentos
(Passivo Não Circulante) ... R$ 105.383,64
Crédito- Empréstimos/financiamentos a pagar (Passivo Não Circulante)
........ R$ 105.383,64

Pagamento das parcelas mensalmente:


Débito- Empréstimos/financiamentos a pagar (Passivo Circulante) ........
R$ 28.394,94
Crédito- Banco conta movimento (Ativo Circulante) ... R$ 28.394,94

Apropriação dos juros mensalmente:


Débito- Despesa financeira (Conta Resultado) ........ R$ 11.120,00
Crédito- (-) Juros a apropriar sobre empréstimos/financiamentos
(Passivo Circulante) ... R$ 11.120,00

¹ Valores hipotéticos

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42
Capítulo V

Parcelamentos Tributários
O endividamento tributário deve ser atualizado mensalmente,
independente de adesão de parcelamentos. A atualização monetária
dos impostos da Receita Federal do Brasil incide em multa e juros de
mora:

Multa: acréscimo de 0,33% por dia de atraso, com valor máximo limitado
a 20%

Juros de mora: Primeiro, é somada a taxa Selic do mês seguinte ao


do vencimento da DARF até o mês anterior ao pagamento; depois
acrescenta-se a essa somatória 1% relativo ao mês do pagamento.

Desta forma, quando da adesão de um parcelamento tributário, o valor


total ora consolidado já deveria estar com o saldo correspondente
constando na contabilidade na entidade.

Possíveis anistias, remissões ou descontos deverão ser tratados de


acordo com as normas do parcelamento que foi aderido. Normalmente,
esses descontos são vinculados ao cumprimento total das obrigações
assumidas no parcelamento, portanto, tendo a exigibilidade suspensa
totalmente somente ao findar o pagamento da dívida.

Exemplo de contabilização de parcelamentos:


Pagamento da parcela mínima (antes da consolidação):
Débito- Adiantamentos de parcelamentos tributários (Ativo Circulante)

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43
... R$ 165.319,22
Crédito- Banco conta movimento (Ativo Circulante) ... R$ 165.319,22

Na consolidação do parcelamento:
Débito- Impostos a recolher (Passivo Circulante) ... R$ 1.438.225,00
Débito- Despesas financeiras (Conta Resultado) ... R$ 214.967,30
Crédito- Adiantamentos de parcelamentos tributários (Ativo Circulante)
... R$ 165.319,22
Crédito- Parcelamento tributário Lei nº XYZ/2021 (Passivo Circulante)
... R$ 99.745,68
Crédito- Parcelamento tributário Lei nº XYZ/2021 (Passivo Não
Circulante) ... R$ 1.388.127,40

No pagamento das parcelas mensalmente:


Débito- Parcelamento tributário Lei nº XYZ/2021 (Passivo Circulante)
... R$ 8.312,14
Crédito- Banco conta movimento (Ativo Circulante) ... R$ 8.312,14

Atualização monetária mensalmente:


Débito- Despesas financeiras (Conta Resultado) ... R$ 34.680,66
Crédito- Parcelamento tributário Lei nº XYZ/2021 (Passivo Circulante)
... R$ 7.040,50
Crédito- Parcelamento tributário Lei nº XYZ/2021 (Passivo Não

Circulante) ... R$ 27.640,16

Capítulo VI
Provisões para contingências
De acordo com a NBC TG 25 (R2), temos:

Provisão: É um passivo de prazo ou de valor incertos.

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44
Contingências:

Situação ou um conjunto de circunstâncias, que seu resultado depende


de eventos futuros incertos (podendo ocorrer ou deixar de ocorrer/
gerar ganho ou perda), podendo ser favorável ou desfavorável.

Embora ambas precisem ser devidamente observadas, apenas as


contingências resultantes de prováveis perdas para a entidade, é que
devem ser registradas como um passivo.

Classificação

 Provável - probabilidade que haverá desembolso financeiro.

 Possível - quando for mais provável que não exista uma


obrigação presente na data do balanço.

 Remota – não há possibilidade de desembolso financeiro.

Divulgação nas Demonstrações Contábeis

De acordo com os itens 14 e 27 da NBC TG 25 (R2), temos:

 Provável - probabilidade que haverá desembolso financeiro.


Deverá ser contabilizado no passivo, em contrapartida da despesa, o
valor provável de desembolso para que cesse a obrigação. Exemplo:
Valor estimado de condenação, valor provável de acordo trabalhista.

Observar possíveis depósitos judiciais, penhoras online, bloqueios etc.

 Possível - quando for mais provável que não exista uma


obrigação presente na data do balanço.

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45
Divulgar somente em notas explicativas, não sendo necessária a
estimativa e contabilização dos valores.

 Remota - não há possibilidade de desembolso financeiro (não


precisa divulgar).

Independente se for uma entidade auditada ou não, é de suma


importância a obtenção da carta de circularização do departamento
jurídico, a fim de aumentar a confiabilidade dos saldos registrados.

Informações relevantes que devem constar na resposta do departamento

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46
jurídico:

 breve descrição de quaisquer reclamações ou processos


pendentes, atual ou liquidados após a data base de encerramento
juntamente com a sua estimativa de valor,

 bem como sua expectativa no desfecho de nossas eventuais


obrigações com relação aos mesmos.

Capítulo VII

Trabalho Voluntariado
Regulado pela Lei 9.608/98, o serviço voluntário é “a atividade não
remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer
natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de
assistência social, inclusive, mutualidade”.

Conforme destaca a NBC ITG 2002 – em seu item 19 - O trabalho


voluntário, inclusive de membros integrantes dos órgãos da
administração, no exercício de suas funções, deve ser reconhecido
pelo valor justo da prestação do serviço como se tivesse ocorrido o
desembolso financeiro. (Alterado pela ITG 2002 (R1)).

Por questões de avaliação de desempenho e correspondente divulgação,


é recomendável a contabilização observando critérios de mensuração
e divulgação dessa informação.

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47
Exemplo:
A entidade contratou serviços contábeis para manutenção de sua
escrituração contábil. O escritório contratado firmou um contrato de
prestação de serviços no qual os honorários propostos são de R$
1.000,00/mês para escrita contábil, contrato este que alude a um termo
de voluntariado firmado entre as partes em que a elaboração da folha
de pagamento é serviço voluntário de valor dos honorários estimados
em R$ 500,00.

Lançamento do Serviço Contratado:

Débito- Honorários contábeis (Conta Resultado) ...... R$ 1.500,00


Crédito- Contas a pagar (Passivo Circulante) ........ R$ 1.500,00

Pagamento dos Honorários:

Débito- Contas a pagar (Passivo Circulante) ......... R$ 1.000,00


Crédito- Banco conta movimento (Ativo Circulante) ... R$ 1.000,00

Lançamento do Voluntariado:

Débito- Contas a pagar (Passivo Circulante) ......... R$ 500,00


Crédito- Gratuidades recebidas – serviços voluntários (Conta Resultado
– Receita) ................................ R$ 500,00

Capítulo VIII

CEBAS
O Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS
é concedido pelo Governo Federal às organizações sem fins lucrativos,

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48
reconhecidas como entidades que prestam serviços nas áreas
de Assistência social, Educação ou Saúde.

PAR A QUE SER VE O CEBAS?


O certificado é um dos documentos exigidos para que a entidade
usufrua das seguintes isenções de contribuições sociais:

 20% (vinte por cento), destinadas à Previdência Social, incidentes


sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas
a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados,
trabalhadores avulsos e contribuintes individuais (autônomos)
que prestem serviços à entidade;

 1%, 2% ou 3% destinadas ao financiamento de aposentadorias


especiais e de benefícios decorrentes dos riscos ambientais
do trabalho, incidentes sobre o total das remunerações pagas,
devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que prestem
serviços à entidade;

 15% (quinze por cento), destinadas à Previdência Social,


incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviços
prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de
trabalho;

 Contribuição Social sobre o Lucro líquido (CSLL), destinada à


seguridade social;

 COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade


Social) incidente sobre o faturamento, destinada à seguridade
social;

 PIS/Pasep (Programa de Integração Social e Programa de

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49
Formação do Patrimônio do Servidor Público) incidente sobre a
receita bruta, destinada à seguridade social.

Além disso, a certificação possibilita o parcelamento de dívidas com


o Governo Federal, nos termos do artigo 4º, parágrafos 12 e 13, da Lei
nº 11.345/2006, bem como prioridade para a obtenção de subvenções
públicas.

Capítulo IX

Renúncia Fiscal
De acordo com o artigo 14, item II, § 1º, renúncia da receita compreende
anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de
cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições,
e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

Nas entidades do terceiro setor podemos citar algumas situações de


renúncia fiscal:

As entidades que possuem o CEBAS - Certificação de Entidades


Beneficentes de Assistência Social nas Áreas de Assistência Social,
Educação ou Saúde, podem usufruir desse benefício.

Exemplo:

Entidade apurou no mês de novembro R$ 500.000,00 de quota patronal


de INSS sobre a folha dos funcionários.

Contabilização como se devido fosse:

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50
Débito- Despesas com INSS–Patronal (Conta Resultado) ... R$
500.000,00
Crédito- Previdência social patronal – renúncia fiscal (Passivo
Circulante) ........R$ 500.000,00

Lançamento da Gratuidade Recebida:

Débito- Previdência social patronal – renúncia fiscal (Passivo


Circulante) ........R$ 500.000,00
Crédito- Receita com isenção usufruída (Conta Resultado) ......... R$
500.000,00

Capítulo X

Apresentação das Demonstrações


Contábeis
As entidades sem fins lucrativos e beneficentes devem apresentar
os seguintes demonstrativos contábeis:
 Balanço Patrimonial;
 Demonstração do Resultado do Exercício;
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa; e
 Notas Explicativas.

A NBC TG 26 (R5) – Apresentação das demonstrações contábeis,


definiu a base para a apresentação das demonstrações contábeis, para
assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de
períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações
contábeis de outras entidades. Estabeleceu os requisitos gerais para
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51
a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua
estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo.

Sabemos que o objetivo das demonstrações contábeis é o de


proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira,
do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a
grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões
econômicas.

Usuários da Informações no Terceiro Setor


 Associados;
 Diretoria;
 Doadores (PF ou PJ);
 Sociedade em geral;
 Financiadores de projetos.

Prestação de contas aos órgãos governamentais


 Prefeitura;

 MEC;

 MDS;

 MS; e

 Ministério Público.

Critérios a serem observados na elaboração das


Demonstrações Contábeis
Pressuposto da Continuidade

 As demonstrações contábeis devem ser elaboradas no

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52
pressuposto da continuidade.

 Ao avaliar se o pressuposto de continuidade é apropriado, a


administração deve levar em consideração toda a informação
disponível sobre o futuro, que é o período mínimo (mas não
limitado a esse período) de doze meses a partir da data do
balanço.

Critérios a serem observados na elaboração das Demonstrações


Contábeis

Ativo

 espera-se que seja realizado até doze meses após a data do


balanço; ou

 caixa ou equivalente de caixa;

 todos os demais ativos devem ser classificados como não


circulante.

Passivo

 Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial


quando for provável que uma saída de recursos seja exigida
em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa
liquidação ocorrerá, puder ser mensurado com confiabilidade.

 Critérios a serem observados na elaboração das demonstrações


contábeis.

 Passivo Circulante - que se liquidarão dentro dos próximos doze


meses a contar da data do Balanço Patrimonial.

 Passivo Não Circulante - que se liquidarão após doze meses a


contar da data do Balanço Patrimonial.

Observação: Ações cíveis, trabalhistas, fiscais e tributárias, consideradas

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53
como prováveis, devem ser reconhecidas e contabilizadas, mediante
amparo da assessoria jurídica.

Substituição de Nomenclatura
 No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve
ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo
Patrimônio Líquido.

Capital Social Patrimônio Social

Lucro Superávit

Prejuízo Déficit

 As palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por


superávit ou déficit do período.

 O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio


Social.

Composição do Patrimônio Líquido

Exemplo de Balanço Patrimonial:


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54
ENTIDADE ABC
Balanços patrimoniais
Em 31 de dezembro de 2020 e de 2019
Em reais
Nota 2020 2019 Nota 2020 2019
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa e equivalentes de caixa 4 7.975.187 10.336.927 Empréstimos e financiamentos 10 958.831 314.654
Aplicações financeiras - recursos com restrições 5 2.568.311 1.784.959 Fornecedores e prestadores de serviços 11 6.385.621 5.382.427
Contas a receber 6 4.770.791 4.612.664 Salários, encargos sociais e contribuições 12 2.764.519 2.429.269
Estoques 7 2.965.962 1.315.437 Provisão de férias e encargos 4.320.893 3.991.771
Impostos a recuperar 56.933 56.933 Outras obrigações 13 943.638 762.440
Outros créditos 72.251 85.581 Subvenções a realizar 14 25.452.160 9.303.343
Subvenções a receber 8 24.241.882 9.225.724 Total do passivo circulante 61.238.492 33.275.855
Despesas antecipadas 13.980 10.351
Total do ativo circulante 42.665.298 27.428.575 Não circulante
Empréstimos e financiamentos 10 1.276.462 1.621.377
Não circulante Salários, encargos sociais e contribuições 12 2.073.006 2.254.923
Realizável a longo prazo Outras obrigações 13 26.689 184.578
Contas a receber 6 95.066 96.315 Subvenções a realizar 14 5.711.499 5.228.396
Depósitos judiciais 42.333 73.781 Provisão para contingências 15 1.111.811 841.428
Imobilizado 9 45.825.465 44.818.196 Total do passivo não circulante 15.299.201 15.196.053
Intangível 7.053 5.955
Total do ativo não circulante 45.969.918 44.994.247 Patrimônio líquido
Patrimônio social 7.921.735 -480.221
Ajuste de avaliação patrimonial - AAP 31.151.387 32.186.481
Superávit (déficit) acumulado -1.463.035 8.401.955
Total do patrimônio líquido 16 37.610.087 40.108.216
Total do ativo 88.635.216 72.422.821 Total do passivo e patrimônio líquido 88.635.216 72.422.821

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstração do Resultado do Exercício


As receitas e as despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o
regime contábil de competência.

Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e


despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma
segregada, identificáveis por tipo de atividade, tais como educação,
saúde, assistência social e demais atividades.

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55
Exemplo de Demonstração do Resultado do
Exercício:
ENTIDADE ABC
Demonstrações do resultado
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2020 e de 2019
Em reais

Nota 2020 2019

Receita operacional
Serviços hospitalares 18 52.600.514 48.440.294
Subvenções e doações 19 28.854.808 34.537.417
81.455.322 82.977.711
Custo dos serviços prestados 20 -79.595.587 -70.623.423
Superávit bruto 1.859.735 12.354.289
(Despesas) receitas operacionais
Pessoal 21 -5.146.267 -5.016.273
Administrativas e gerais 22 -3.766.898 -4.448.802
Outras receitas 23 4.591.573 4.580.707
Superávit antes do resultado financeiro -2.461.857 7.469.921
Resultado financeiro líquido 24 -30.313 -138.357
Superávit (déficit) do exercício -2.492.169 7.331.565

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

Exemplo de Demonstração das Mutações do


Patrimônio Líquido:

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56
ENTIDADE ABC
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2020 e de 2019

Em reais
Ajuste de Superávit
Patrimônio
avaliação (déficit)
patrimonial
Descrição social acumulado Total
(AAP)
Saldos em 1º de janeiro de 2019 2.384.921 33.260.763 -2.865.141 32.780.542
Incorporação do déficit acumulado no patrimônio social -2.865.141 - 2.865.141 -
Baixa do custo atribuído dos ativos - -3.890 - -3.890
Realização do ajuste de avaliação patrimonial - -1.070.391 1.070.391 -
Déficit do exercício - - 7.331.564 7.331.564
Saldos em 31 de dezembro de 2019 -480.221 32.186.481 8.401.955 40.108.216
Incorporação do déficit acumulado no patrimônio social 8.401.955 - -8.401.955 -
Baixa do custo atribuído dos ativos - -5.959 - -5.959
Realização do ajuste de avaliação patrimonial - -1.029.135 1.029.135 -
Superávit do exercício - - -2.492.169 -2.492.169
Saldos em 31 de dezembro de 2020 7.921.735 31.151.387 -1.463.035 37.610.087

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

Exemplo de Demonstração dos Fluxos de Caixa


(método indireto):

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ENTIDADE ABC
Demonstração dos fluxos de caixa
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2020 e de 2019
Em reais
2020 2019
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Superávit (déficit) do exercício -2.492.169 7.331.565
Ajustes por:
Depreciações e amortizações 2.330.063 2.163.266
Baixas líquidas do imobilizado -4.053 2.037
Provisão para contingências 270.383 40.153
Provisão para perda sobre crédito -233.279 353.189
(Aumento) redução nos ativos:
Aplicações financeiras - recursos com restrições -783.352 209.661
Contas a receber 76.401 50.841
Estoques -1.650.525 -227.994
Outros créditos 13.329 -35.145
Subvenções a receber -15.016.158 6.665.359
Despesas antecipadas -3.629 -486
Depósitos judiciais 31.448 21.857
Aumento (redução) nos passivos:
Fornecedores e prestadores de serviços 1.003.193 1.541.999
Salários, encargos sociais e contribuições 153.335 -43.459
Provisão de férias e encargos 329.122 510.385
Outras obrigações 23.309 -176.795
Subvenções a realizar 16.631.920 -6.012.893
Caixa líquido gerado (aplicado) nas atividades operacionais 679.338 12.393.539
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Aquisições do imobilizado e intangível -3.340.339 -1.889.123
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos -3.340.339 -1.889.123
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Variação líquida das captações e pagamentos de empréstimos e financiamentos 299.261 -1.470.955
Caixa líquido (aplicado) gerado pelas atividades de financiamentos 299.261 -1.470.955
Aumento (redução) do caixa e equivalentes de caixa -2.361.739 9.033.461
Variação do caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período 7.975.187 10.336.927
Caixa e equivalentes de caixa no início do período 10.336.927 1.303.465
Aumento (redução) do caixa e equivalentes de caixa -2.361.739 9.033.461

As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

Notas Explicativas
As notas explicativas contêm informações adicionais àquelas
apresentadas no balanço patrimonial, na demonstração do resultado, na
demonstração das mutações do patrimônio líquido e na demonstração

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58
dos fluxos de caixa.

As notas explicativas fornecem descrições narrativas e detalhes de itens


apresentados nessas demonstrações e informações acerca de itens
que não se qualificam para reconhecimento nessas demonstrações.
Adicionalmente às exigências desta seção, todas as outras seções
desta norma exigem divulgações que são normalmente apresentadas
nas notas explicativas.

De modo geral, as entidades apresentam as notas explicativas na


seguinte ordem:

Exemplo de Notas Explicativas

 Contexto operacional
A Irmandade de Misericórdia do Jahu é uma Entidade civil, filantrópica
e beneficente, sem finalidade lucrativa, imune de impostos e isenta de
contribuições, regendo-se pelo Estatuto Social e demais disposições
legais. A Entidade tem sua sede na cidade de Jahu, estado de São Paulo,
localizada na rua Riachuelo nº 1.073 e tem como finalidade prestar
assistência médica hospitalar a quem deles necessitar gratuitos ou não,
prestar assistência social aos desvalidos, operar com planos privados
de assistência à saúde e firmar convênios com entidades para criação
e manutenção de unidade com os mesmos fins.

 Declaração de conformidade
As demonstrações financeiras da Entidade foram elaboradas e estão
apresentadas em conformidade com o Pronunciamento Técnico PME
– Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas e nas disposições
aplicáveis às entidades sem fins lucrativos, expedidas pelo Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), em especial a Resolução CFC nº
1409/2012 - ITG 2002 – Entidade sem finalidade de lucros.

As demonstrações financeiras incluindo as notas explicativas são


de responsabilidade da Administração da Entidade, cuja emissão foi
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59
autorizada pela Diretoria em 7 (dia) de fevereiro (mês) de 2020 ano.

Principais práticas e estimativas, além de fontes de incertezas de


estimativas;

a Uso de estimativas e julgamentos


A preparação das demonstrações financeiras individuais exige
que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas
que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores
reportados de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados
reais podem divergir dessas estimativas.

Estimativas e premissas são revistas de uma maneira contínua.


Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas
no exercício em que as estimativas são revisadas e em quaisquer
exercícios futuros afetados.

1 Base de preparação e apresentação das demonstrações


financeiras
b Declaração de conformidade
As demonstrações financeiras da Entidade foram elaboradas e
estão apresentadas em conformidade com o Pronunciamento
Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
e nas disposições aplicáveis às entidades sem fins lucrativos,
expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em
especial a Resolução CFC nº 1409/2012 - ITG 2002 – Entidade
sem finalidade de lucros.

As demonstrações financeiras incluindo as notas explicativas são


de responsabilidade da Administração da Entidade, cuja emissão
foi autorizada pela Diretoria em 7 de fevereiro de 2020.

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60
c Base de mensuração
As demonstrações financeiras foram preparadas com base no
custo histórico como base de valor, com exceção dos seguintes
itens materiais reconhecidos nos balanços patrimoniais:

 instrumentos financeiros não derivativos mensurados pelo


valor justo por meio de resultado; e
 propriedades para investimentos mensuradas pelo valor justo.
d Moeda de apresentação e funcional
Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real (R$),
que é a moeda funcional e de apresentação da Entidade.

e Uso de estimativas e julgamentos


A preparação das demonstrações financeiras individuais exige
que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas
que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores
reportados de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados
reais podem divergir dessas estimativas.

Estimativas e premissas são revistas de uma maneira contínua.


Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas
no exercício em que as estimativas são revisadas e em quaisquer
exercícios futuros afetados.

2 Principais políticas contábeis


As políticas contábeis descritas em detalhes abaixo têm sido
aplicadas de maneira consistente nos exercícios apresentados nessas
demonstrações financeiras:

a Instrumentos financeiros
A Entidade classifica seus ativos e passivos financeiros como
instrumentos financeiros básicos, em conformidade com a política
contábil da empresa e por atender as condições da seção 11 do
Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas
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61
e Médias Empresas - NBC TG 1000 (R1), portanto, são ativos
financeiros básicos: i) caixa e equivalentes de caixa; ii) contas a
receber; iii) outros créditos; e iv) subvenção a receber.

Os passivos financeiros básicos são: i) fornecedores e prestadores


de serviços; ii) empréstimos e financiamentos; e iii) outras
obrigações.

Os ativos financeiros básicos são mensurados pelo valor


justo por meio do resultado e custo amortizado. Os passivos
financeiros básicos são mensurados pelo custo amortizado.
Outros investimentos são mensurados ao valor justo por meio do
resultado.

A Entidade reconhece os ativos e passivos financeiros básicos


inicialmente na data em que foram originados, exceto os ativos
designados pelo valor justo por meio do resultado, que são
reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual a
Entidade se torna uma das partes das disposições contratuais do
instrumento.

Após o reconhecimento inicial, os ativos e passivos financeiros


básicos são medidos pelo custo amortizado através do método
dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao
valor recuperável. Ativos financeiros registrados pelo valor justo
por meio do resultado são medidos pelo valor justo, e mudanças
no valor justo desses ativos são reconhecidas no resultado do
exercício.

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62
A Entidade desreconhece um ativo financeiro quando os direitos
contratuais aos fluxos de caixa do ativo expiram ou quando a
entidade transfere os direitos ao recebimento dos fluxos de caixa
contratuais sobre um ativo financeiro em uma transação no qual
substancialmente todos os riscos e benefícios da titularidade
do ativo financeiro são transferidos, ou na qual a entidade nem
transfere nem mantém substancialmente todos os riscos e
benefícios da titularidade do ativo financeiro e também não retém
o controle sobre o ativo financeiro

A Entidade desreconhece um passivo financeiro quando os


termos são modificados e os fluxos de caixa do passivo modificado
são substancialmente diferentes, caso em que um novo passivo
financeiro baseado nos termos modificados é reconhecido a
valor justo. No desreconhecimento de um passivo financeiro a
diferença entre o valor contábil extinto e a contraprestação paga
(incluindo ativos transferidos que não transitam pelo caixa ou
passivos assumidos) é reconhecida no resultado.

Os ativos e passivos financeiros básicos são compensados e


o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando,
somente quando, a Entidade tenha o direito legal de compensar
os valores e tenha a intenção de liquidar em uma base líquida ou
de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente.

b Caixa e equivalentes de caixa


Representado por numerários em caixa, saldos em bancos conta
movimento e aplicações financeiras de liquidez imediata com
vencimento original de três meses ou menos a partir da data da
contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de
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63
alteração no valor, e são utilizados na gestão das obrigações de
curto prazo da Entidade.

c Aplicações financeiras – recurso com restrições


As aplicações financeiras estão demonstradas ao custo,
acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço,
tendo como contrapartida o resultado do exercício. Os ganhos ou
perdas são registrados no resultado do exercício respeitando a
competência. Em sua maneira são classificados na categoria de
ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. No caso da
Entidade, apesar da disponibilidade dos recursos, eles não serão
consumidos de forma significativa no curto prazo, pois possuem
restrição de uso, só podem ser resgatadas exclusivamente para
as finalidades definidas nas contratualizações e estão sujeitas a
prestação de contas.

d Contas a receber
As contas a receber, especificamente de convênios médicos,
são inicialmente reconhecidas pelo valor da transação e,
subsequentemente, mensuradas pelo custo amortizado com o uso
do método da taxa de juros efetiva menos a perdas estimadas em
créditos de liquidação duvidosa. A perda estimada em créditos de
liquidação duvidosa é constituída quando existe uma evidência
objetiva de que a Entidade não receberá todos os valores devidos
de acordo com as condições originais das contas a receber. A
Administração da Entidade não tem a expectativa de outras
perdas significativas.

e Estoques
Os estoques são demonstrados pelo menor valor entre o custo e o
valor líquido de realização. O custo é determinado pelo método de
avaliação de estoque “custo médio ponderado” e o valor líquido
de realização corresponde ao preço de venda estimado menos
custos para concluir e vender.

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64
f Subvenções governamentais
As Subvenções Governamentais são reconhecidas de acordo
com sua natureza, em conformidade com a NBC TG 07 (R1) -
Subvenção e Assistência Governamentais:

Subvenção para custeio: Reconhecida inicialmente como


adiantamento no passivo, na rubrica “Subvenção a realizar”, e
apropriada como receita quando é efetivado o consumo dos
materiais médicos e medicamentos.

Subvenção para investimento: refere-se à subvenção para a


aquisição de bens que serão de propriedade da Entidade. Essa
subvenção para investimento é reconhecida inicialmente como
adiantamento no passivo, na rubrica “Subvenção a realizar”, e
apropriada como receita ao longo do período de vida útil dos bens
adquiridos. Adicionalmente, o bem adquirido é contabilizado
como ativo imobilizado e depreciado pela sua vida útil normal
estimada.

g Imobilizado
g.1 Reconhecimento e mensuração
Os itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de
aquisição ou construção deduzido de depreciação acumulada
acrescidos do custo atribuído – deemed cost -para os bens das
contas de terrenos, edificações, equipamentos de informática,
máquinas e equipamentos, móveis e utensílios e veículos, com
base em laudo de peritos independentes, e, quando aplicável,
deduzido de perdas de redução ao valor recuperável. O custo
inclui os gastos que são diretamente atribuíveis à aquisição de
um ativo.

Quando partes de um item do imobilizado têm diferentes vidas


úteis, elas são registradas como itens individuais.

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65
Ganhos e perdas na alienação de um item do imobilizado,
apurados pela diferença entre os recursos advindos da alienação
e o valor líquido contábil do imobilizado, são reconhecidos em
receitas/despesas operacionais no resultado do exercício.

g.2 Custos subsequentes


Gastos subsequentes são capitalizados na medida em que
seja provável que benefícios futuros associados com os gastos
serão auferidos pela Entidade. Gastos de manutenção e reparos
recorrentes são reconhecidos no resultado quando incorridos.

g.3 Depreciação
Itens do ativo imobilizado são depreciados pelo método linear
com base na vida útil econômica estimada de cada item. Terrenos
não são depreciados. Itens do ativo imobilizado são depreciados
a partir da data em que são instalados e estão disponíveis para
uso.

A depreciação é reconhecida no resultado. A depreciação é


cessada quando o valor líquido contábil atinge o valor residual
final do bem.

Os métodos de depreciação, as vidas úteis e os valores residuais


são revistos a cada encerramento de exercício financeiro e
eventuais ajustes são reconhecidos como mudança de estimativas
contábeis.

h Avaliação do valor recuperável de ativos (teste de impairment)


A administração da Entidade revisa no mínimo anualmente o valor
contábil líquido dos ativos não financeiros (ou grupo de ativos
relacionados), com o objetivo de avaliar eventos ou mudanças
nas circunstâncias econômicas, operacionais ou tecnológicas que

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66
possam indicar deterioração ou perda de seu valor recuperável
efetivo. Quando tais evidências são identificadas, e o valor
contábil líquido excede o valor recuperável, é constituída provisão
para recuperação, ajustando o valor contábil líquido ao valor
recuperável (impairment), em contrapartida do resultado.

Se uma perda por redução ao valor recuperável dos ativos não


financeiros for subsequentemente revertida, o valor contábil
do ativo (ou grupo de ativos relacionados) é aumentado para a
estimativa revista de seu valor recuperável, mas sem exceder o
valor que teria sido determinado caso nenhuma perda por redução
ao valor recuperável tivesse sido reconhecida em exercícios
anteriores.

Com base nas informações atualmente disponíveis, a


Administração da Entidade desconhece a perda por deterioração
de ativos ou mudanças nas circunstâncias de negócio, que
justifiquem o reconhecimento de uma perda em função da não
recuperação dos referidos ativos.

i Empréstimos e financiamentos
Os empréstimos e financiamentos são inicialmente reconhecidos
pelo valor da transação, ou seja, pelo valor recebido do banco,
incluindo os custos da transação. Após o reconhecimento inicial,
estão sujeitos a juros e são mensurados subsequentemente pelo
custo amortizado, utilizando o método de taxa de juros efetivos.
Ganhos e perdas são reconhecidos na demonstração do resultado
no momento da baixa dos passivos, bem como durante o processo
de amortização pelo método da taxa de juros efetivos.

j Fornecedores e prestadores de serviço


As contas a pagar são inicialmente reconhecidas pelo valor justo
e, subsequentemente, mensurados pelo custo amortizado com o
uso do método de taxa de juros efetiva, conforme aplicável.

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67
k Provisões
As provisões são reconhecidas quando a Entidade tem uma
obrigação presente ou não formalizada como resultado de
eventos passados, quando é provável que uma saída de recursos
seja necessária para liquidar a obrigação e quando o valor possa
ser estimado com suficiente segurança.

As provisões são registradas tendo como base as melhores


estimativas do risco envolvido.

l Ativos e passivos contingentes e obrigações legais


As políticas contábeis para registro e divulgação de ativos e
passivos contingentes e obrigações legais são as seguintes:

Ativos contingentes: são reconhecidos somente quando há


garantias reais ou decisões judiciais favoráveis, transitadas em
julgado. Os ativos contingentes com êxitos prováveis são apenas
divulgados em nota explicativa.

Passivos contingentes: são provisionados quando as perdas


forem avaliadas como prováveis e os montantes envolvidos forem
mensuráveis com suficiente segurança. Os passivos contingentes
avaliados como de perdas possíveis são apenas divulgados em
nota explicativa e os passivos contingentes avaliados como de
perdas remotas não são provisionados nem divulgados.

m Demais ativos e passivos circulantes e não circulantes


O resultado das operações (superávit ou déficit) é apurado
em conformidade com o regime contábil de competência
dos exercícios, independentemente, portanto, do seu efetivo
recebimento ou pagamento.

Todas as receitas são destinadas aos fins institucionais da


Entidade e, portanto, são consideradas operacionais.

n Receitas e despesas financeiras

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68
As receitas financeiras abrangem receitas de juros sobre
aplicações financeiras, descontos obtidos e variações no valor
justo de ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio
do resultado. A receita de juros é reconhecida no resultado, por
meio do método dos juros efetivos.

As despesas financeiras abrangem, basicamente, despesas


bancárias e juros sobre empréstimos e financiamentos. Custos de
empréstimo são mensurados no resultado por meio do método de
juros efetivos.

o Ajuste de avaliação patrimonial - AAP


A realização do Ajuste de Avaliação Patrimonial (basicamente
depreciação e baixas), está sendo registrada diretamente no
déficit aumentado no patrimônio líquido.

 Explicação de transição, quando balanço de


abertura na Nova Norma;

 Detalhamento das contas (contas a receber,


estoques, impostos a recuperar, imobilizado,
entre outras);

 Eventos subsequentes e outras informações


relevantes.

Itens Adicionais a Entidades de Terceiro Setor


 Critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente
com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação

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69
de recursos;

 Relação dos tributos objeto de renúncia fiscal;

 Subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e


as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

 Recursos de aplicação restrita e as responsabilidades


decorrentes de tais recursos;

 Taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das


obrigações em longo prazo;

 Informações sobre os seguros contratados;

 Demonstração do percentual da receita efetivamente recebida


da prestação de serviços de saúde;

 Trabalho voluntário, inclusive de membros integrantes dos


órgãos da administração, no exercício de suas funções, deve ser
reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como se
tivesse ocorrido o desembolso financeiro;

 Conciliação lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades


operacionais, caso a entidade utiliza-se do das Demonstrações
de Fluxo de Caixa - Método Direto.

Capítulo XI
Controles Internos
Os controles internos consistem num conjunto de políticas e
procedimentos que são desenvolvidos e operacionalizados para
garantir razoável certeza acerca da confiança que pode ser depositada
nas demonstrações financeiras e nos seus processos correlatos,
bem como na correta apresentação daquelas demonstrações
financeiras, garantindo que foram preparadas de acordo com
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70
os princípios de contabilidade geralmente aceitos e que incluem
políticas e procedimentos de manutenção dos registros contábeis,
aprovações em níveis adequados e salvaguarda de ativos.
Segundo o COSO (Committee of Sponsoring Organizations of
the Treadway Commission) os controles internos, assim como
os sistemas contábeis, devem abranger todas as fases do
planejamento para que a controladoria possa obter o apoio
durante a identificação das áreas de riscos nas entidades.
Diante disso, elencamos os principais testes a serem
realizados nos trabalhos de análise dos controles internos:

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71
Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno – Financeiro
Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação

1- Verificar se as conciliações estão sendo


Conciliação Bancária Conciliações atrasadas
realizadas diariamente e se os saldos conferem.

1- Confrontar valores pagos com os valores que


deveriam ser pagos.
2- Verificar a ocorrência de pagamentos em
duplicidade.
Pagamentos a maior ou menor, fora de 3- Verificar se os impostos foram retidos e se
prazo, em duplicidade, sem foram recolhidos posteriormente nas datas e
autorização e falta das retenções. valores corretos.
Pagamentos 4- Verificar se os pagamentos realizados foram
autorizados.
5- Verificar se o beneficiário do pagamento é o
correto.
1- Verificar se foram pagas possíveis despesas
Pagamentos de despesas não não inerentes a atividade da empresa.
relacionadas a atividade da empresa 2- Verificar se os pagamentos realizados foram
autorizados.
1- Verificar a realização de serviços sem
Serviços sem contrato
contrato.
1- Verificar os serviços contratados, o valor
contratado, a forma de pagamento e o prazo do
Serviços Tomados
contrato.
Descumprimento do contrato.
2- Confrontar o valor do contrato com os valores
pagos no relatório de pagamentos.
3- Verificar validade do contrato.
1- Verificar a movimentação dos adiantamentos e
baixas, se necessário, solicitar cópia dos
Adiantamentos constantes a adiantamentos e Notas fiscais.
fornecedores e sem baixa. 2- Verificar o motivo dos adiantamentos, se é
previsto em contrato, se é exigência do
fornecedor ou problema no sistema de informação.
1- Verificar se os adiantamentos efetuados a
Adiantamento a funcionários
Adiantamentos funcionários.
1- Verificar se existe a utilização de
formulário próprio para os adiantamentos de
viagem com posterior prestação de contas das
Adiantamentos de viagem sem prestação
despesas, do depósito ou devolução do saldo, ou
de contas
reembolso quando for o caso.
2- Verificar os lançamentos antecipados como
despesa.
1- Verificar a idade de saldos (30-60-90-120
dias).
2- Verificar se existem pequenos valores em
Posição do contas a Falta de controle que pode gerar atraso e motivo.
pagar atrasos, juros, multas e protestos. 3- Verificar se as dívidas atrasadas são
atualizadas com os juros e multas.
4- Verificar se existem títulos em protesto e se
estão contabilizados separadamente.
1- Verificar a idade de saldos (30-60-90-120
dias).
2- Verificar se existem pequenos valores em
A falta de controle pode gerar
Posição do contas a atraso e motivo.
problemas com o fluxo de
receber 3- Verificar se os recebimentos estão
caixa
atualizadas com as possíveis deduções de glosas.
4- Verificar o procedimento de cobrança dos
títulos em atraso.

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72
Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno – Financeiro
Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação
1- Efetuar contagem física e confrontar com o
boletim de caixa/termo de encerramento.
2- Verificar a natureza das despesas pagas pelo
caixa.
Conferência do caixa Falta de controle
3- Verificar se existe movimentação de altos
valores.
4- Verificar se existe regra de depósito diário
para manter o menor valor possível no caixa.
1- Confrontar os valores recebidos com os
Recebimentos a maior ou a menor, fora valores que deveriam ser recebidos.
Recebimentos
do prazo, em duplicidade. 2- Verificar a ocorrência de recebimentos em
duplicidade.
Falta de contrato de prestação de 1- Verificar a existência de contrato de
serviço prestação de serviço.
1- Verificar os serviços prestados, forma de
Serviços Prestados
Não cumprimento do contrato de recebimento e o prazo de recebimento.
prestação de serviço 2- Confrontar os valores recebidos com os
contratos existentes.
1-Verificar a existência de qualquer operação
que envolva o pagamento ou recebimento de valor
Lei 12.683/2012 Descumprimento da Lei 12.683/2012
igual ou superior a R$ 50 mil, em espécie ou
cheque.

Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno – Estoque


Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação
1-Verificar a segregação de funções e de
responsabilidades.
2- Analisar se existe acúmulo de funções que
Incompatibilidade e acúmulo de podem levar ao erro, a morozidade, a falta de
Organograma
funções informações, entre outros.
3- Verificar a compatibilidade das funções, ou
seja, quem concilia as contas não deve ser o
mesmo que as gerou.
1- Verificar os sistemas de informações
existentes.
2- Identificar os módulos existentes em cada
Sistema de informação Falta de integração das informações
sistema.
3- Verificar se o modulo do setor está
integrado.
1- Verificar se houveram ajustes de estoques,
Ajustes realizados sem
suas justificativas e autorizações de ajustes.
Ajustes Realizados conhecimento/autorização ou
Confrontar com o registro contábil (razão).
recorrentes
2- Verificar ajustes periódicos.
1- Efetuar a contagem física, tendo como
amostra: Farmácia (10 maiores custos unitários,
10 maiores custos totais e 10 maiores consumos
Posição do Estoque Estoque físico diferente do software
médios. O total de amostra deverá ser 30
produtos). Almoxarifado pode ser a metade,
observando o mesmo critério
1- Efetuar contagem física e confrontar com o
boletim de caixa/termo de encerramento.
2- Verificar a natureza das despesas pagas pelo
Estoque superavaliado, perdas de caixa.
Baixas de Estoque
produtos 3- Verificar se existe movimentação de altos
valores.
4- Verificar se existe regra de depósito diário
para manter o menor valor possível no caixa.
1- Verificar a utilização de ferramentas para
Compras desnecessárias e falta de controle de estoques mínimo e máximo,
Estoque mínimo e máximo
medicamentos alimentando de forma automática as necessidades
de compras.
1- Verificar se os estoques estão sendo
valorados pelo método do custo médio. Solicitar
Valoração dos estoques Custos acima ou abaixo do real compras de alguns produtos e efetuar o recálculo
do custo médio, confrontando com o software
utilizado.

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73
Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno –
Recursos Humanos/Departamento Pessoal
Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação
1- Verificar se existe manual de rotinas.
Falta de clareza e eficiência na 2- Analisar se o conteúdo é consistente e
Manual de Rotinas
execução das atividades efetivo.
3- Verificar o período de revisão das rotinas.
1- Verificar a segregação de funções e de
responsabilidades.
2- Analisar se existe acúmulo de funções que
Incompatibilidade e acúmulo de podem levar ao erro, a morozidade, a falta de
Organograma
funções informações, entre outros.
3- Verificar a compatibilidade das funções, ou
seja, quem concilia as contas não deve ser o
mesmo que as gerou.
1- Verificar os sistemas de informações
existentes.
2- Identificar os módulos existentes em cada
Sistema de informação Falta de integração das informações
sistema.
3- Verificar se o modulo do setor está
integrado.
1- Cruzar relatório de funcionários x relatório
de marcação do relógio de ponto.
2- Confrontar relação de pagamentos (Crédito
Funcionário fantasma Bancário) com relação de funcionários, verificar
se existe duplicidade de conta bancária.
Funcionários 3- Verificar documentações no prontuário do
funcionário e se estão atualizadas.
1- Verificar se existe processo de solicitação
de funcionário (solicitar cópia).
Contratação desnecessária
2- Verificar se existe processo de contratação
formalizado (solicitar cópia).
1- Selecionar alguns funcionários e verificar se
Funcionário não exercendo a função de o mesmo está exercendo a função de registro.
Função registrada
registro 2- Verificar alguns registros nos conselhos
(enfermagem, farmácia etc. (solicitar cópia)
1- Verificar se consta cláusula de remuneração
de dirigentes no estatuto.
Remuneração de
Remuneração ilegal 2- Verificar o limite de salário para dirigente
dirigentes
conforme Lei nº 12.868/2013. Exemplo: (provedor,
mesários, conselho fiscal).

1- Confrontar os mesmos cargos com salários


diferentes.
Falta de equiparação salarial
2- Verificar se há planos de cargos e salários
(solicitar cópia).
Salários
1- Confrontar entre os meses se houve mudança
salarial ou se existe relatório próprio.
Alterações salariais sem autorização
2- Verificar se existe autorização do aumento
por escrito. (solicitar cópia).
1- Verificar se a rescisão foi calculada
corretamente, principalmente com relação aos
descontos (empréstimos, aviso prévio).
Demissões Erro nos cálculos e nos processos 2- Verificar se foi realizado "acordos"
tralhistas.
3- Verificar se as homologações estão assinadas
por um juiz do trabalho.
1- Verificar se foi transmitido corretamente as
quantidades de admissão e demissões no eSocial,
se conferem com as informações do relatório de
resumo da folha, caso não tenha, solicite outro
relatório que contenha.
2 - Verificar se a SEFIP foi transmitida e se o
Transmissão de Falta de envio ou divergência das valor a recolher do FGTS confere com a guia
informações informações recolhida.
3- Verificar se a DCTFWeb foi transmitida e se o
valor a recolher do INSS confere com a guia
recolhida.
4- Verificar se a DCTF (demais tributos) foi
transmitida e se o valor a recolher do IRRF
confere com a guia recolhida.
Certidões negativas de
débitos (FGTS - INSS - Falta de pagamento das obrigações 1- Verificar a validade e situação do documento.
IRRF)

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74
Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno –
Recursos Humanos/Departamento Pessoal
Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação
1- Recalcular o valor total do líquido da folha.

Divergência entre valor pago x valor 2- Confrontar o líquido da folha com o relatório
Pagamento da folha dos créditos salariais enviado ao banco.
a pagar
3- Se houver pagamento em cheque, verificar se a
soma dos cheques confere com a folha.
1- Verificar se existem descontos acima de 40%
Desconto acima do permitido e sem do salário base.
autorização 2- Verificar se existe autorização do
funcionário para o desconto.

Descontos da folha 1- Conferir se os descontos a serem repassados


ao credor, como no caso dos empréstimos
Falta de descontos próprios, consignados ou demais convênios, estão
sendo descontados do funcionário.
2- Conferir se os adiantamentos estão sendo
descontados.
1- Verificar se os calculos estão corretos.
2- Verificar se tem a provisão das retenções
Cálculo dos encargos e
Erro nos cálculos e nos processos (INSS, IRRF e FGTS). Em alguns casos, a base
retenções
para retenção do IRRF só é atingida no momento
do pagamento das férias e 13º salário.
1- Verificar se os cálculos estão corretos.
2- Verificar se tem a provisão dos encargos
(INSS Patronal - exceto as filantrópicas, FGTS e
Inexistência e erros nos cálculos
PIS).
Cálculo das provisões
3- Verificar se estão incluídos na base de
cálculo salarial os itens variáveis.
Funcionários com férias vencidas 1- Verificar se o período aquisitivo não está
acima do permitido acima do permitido.
1- Verificar a forma como vem sendo feito o
registro de ponto dos funcionários, bem como sua
eficiência e eficácia.
Controle de ponto Descontrole da jornada de trabalho
2- Verificar se houve ajustes manuais e suas
justificativas.
3- Observar a legislação vigente.
1- Verificar os índices de contratação conforme
Contratação de
Lei nº 8.213/91: funcionários de 100 a 200 (2%),
deficientes ou Não contratação ou abaixo do exigido
de 201 a 500(3%), de 501 a 1.000 (4%), acima de
reabilitados
1.000 (5%).
1- Verificar a existência de banco de horas ou
regime de compensação.
2- Verificar se o mesmo está autorizado no
acordo coletivo.
Descontrole do banco de horas ou
3- Verificar excessos de saldos de horas a
compensações
compensar.
4- Verificar no acordo coletivo a forma de
compensação.
Banco de horas e
5- Verificar o abssenteísmo como indicador.
compensações
1- Verificar o limite de 02 horas extras além do
horário.
Cálculos incorretos
2- Verificar os cálculos, principalmente, no
período noturno em que a hora é 1,1428.
1- Verificar as autorizações de banco de horas
de determinados funcionários (maiores saldos,
Favorecimentos
véspera de feriado, emendas). Justificativas
para autorizações.
1- Verificar se a necessidade de determinados
Necessidade de aumento do quadro de
cargos são recorrentes. Qual o custo disso e se
funcionários.
compensa ou não contratar um novo funcionário.
Horas extras 1- Verificar se determinados funcionários
realizam constantemente horas extras, se as
Favorecimentos
mesmas são autorizadas e a existência da
justificativa de realizá-las.

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75
Principais testes a serem realizados no trabalho de análise de controle interno – Imobilizado
Pontos chaves de
Riscos a identificar Respostas aos riscos identificados
verificação
1- Verificar se os bens são controlados
Inexistência, relatório não bate com
Controle individualmente e se o relatório bate com a
a contabilidade
contabilidade.
1- Verificar a classificação correta dos bens em
Classificação dos bens
Grupo e subgrupo errado seus grupos e subgrupos, e se estão de acordo
por grupo e subgrupo
com o plano de contas contábil.
1- Verificar se existe o registro das
Falta de registro das movimentações movimentações dos bens como transferências de
Movimentação dos bens
dos bens setor e, principalmente, os registros das saídas
para manutenção.
1- Verificar se as taxas adotadas para
depreciação estão com base nas taxas fiscais ou
Taxa de depreciação incorreta
pela vida útil estimada, conforme NBC TG 27.
Justificativas e laudos.
Cálculo da depreciação 1- Verificar o cálculo (valor da aquisição x
taxa depreciação mensal) e (depreciação mensal x
Erro no cálculo (data atual - data de inicio da utilização)=
vr.acumulado depreciação. Entender a metodologia
de cálculo do sistema(dia/mês/quinzena).
1- Selecionar alguns bens e verificar sua
existência no setor indicado no relatório.
Localização do bem Existência 2- Verificar nota fiscal do bem e identificar
marca e modelo comparando com o existente no
local.
1- Verificar se existe controle da manutenção
individualizada dos bens.
Falta de controle
2- Identificar e selecionar os bens com
manutenções recorrentes.
1- Verificar se o gasto com manutenção não
deveria ser incorporado ao bem.
Controle de manutenção Reconhecimento antecipado de despesa
2- Verificar se houve a necessidade de revisão
da vida útil do bem.
1- Verificar como é feito o controle dos bens
com garantia e seguro.
Não utilizar a garantia
2- Verificar a utilização de garantia e ou
seguro quando necessário.
1- Verificar se existe inventário periódico e
Inventário Ausência de controle
solicitar os registros de conferência.
1- Verificar se todos os gastos necessários para
Custo de instalação Subavaliação do custo o início da utilização foram incorporados ao
bem.
1- Verificar se os custos com empregados,
incluindo todas as formas de remuneração e
encargos originados diretamente da construção ou
Imobilização em da aquisição do item do imobilizado, foram
Subavaliação do custo
andamento contabilizados na conta de imobilização em
andamento.
2- Verificar se todos os gastos necessários para
o início da imobilização foram considerados.
Falta de cotações e autorizações de 1- Selecionar alguns itens e verificar cotações
Compra
compra de preços e autorizações de compras.
1- Solicitar a nota fiscal de alguns bens e
Valor do bem Superfaturamento conferir o valor de aquisição.
2- Verificar o valor de aquisição com o mercado.

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Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição
- RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre
a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao
acréscimo patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos
no exterior por controladas e coligadas; altera o Decreto-Lei nº 1.598,
de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro de
1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995,
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o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação,
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de
colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação;
define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e
de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as
Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de
1999. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015). Disponível em
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BRASIL. Lei Federal Nº 13.204, de 14 de dezembro de 2015. Altera


a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, “que estabelece o regime
jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de
recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução
de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de
fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui
o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis n º 8.429,
de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999”; altera as Leis
n º 8.429, de 2 de junho de 1992, 9.790, de 23 de março de 1999, 9.249,
de 26 de dezembro de 1995, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 12.101,
de 27 de novembro de 2009, e 8.666, de 21 de junho de 1993; e revoga
a Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935. Disponível em <http://www.
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