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ECF: IMUNES OU ISENTAS – PROCEDIMENTO
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À PROFISSÃO
ECF: IMUNES OU ISENTAS – PROCEDIMENTO
Resumo: Este procedimento trata sobre a entrega da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) para empresas imunes ou isentas.
Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL
2.1 Imunidade das instituições de educação e de assistência social
2.2 Obrigações tributárias das instituições de educação
3. ISENÇÃO
4. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
4.1 Isenção (imunidade) das entidades beneficentes de assistência social
4.2 Isenção em favor de outras entidades sem fins lucrativos
5. DESENQUADRAMENTO DA IMUNIDADE OU DA ISENÇÃO
5.1 Imunidade ou isenção do IRPJ
5.2 Imunidade da CSL
6. ECF
6.1 Obrigatoriedade
6.1.1 Dispensa
6.1.2 Critérios aplicáveis às imunes e às isentas
6.1.2.1 Exemplos
6.2 Retificação
7. PRAZO PARA APRESENTAÇÃO
7.1 Multa por apresentação fora de prazo ou apresentação com incorreções ou omissões
8. LEIAUTE
9. INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA ECF
9.1 Blocos e registros
10. BLOCO 0
11. BLOCO C
12. BLOCO E
13. BLOCO J
14. BLOCO U
14.1 Registro U001
14.2 Registro U030
14.3 Registro U100
14.4 Registro U150
14.5 Registro U180
14.6 Registro U182
14.7 Registro U990
15. BLOCO X
16. BLOCO Y
16.1 Registro Y570
16.2 Registro Y580
16.4 Registro Y612
16.5 Registro Y682
16.6 Registro Y690
16.7 Registro Y700
16.8 Registro Y710
16.9 Registro Y720
17. BLOCO 9
18. QUADRO RESUMO - CORRELAÇÃO DAS PRINCIPAIS FICHAS: DIPJ X ECF
19. EXEMPLO DO CÁLCULO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO PARA PREENCHIMENTO DA ECF
19.1 Fichas DIPJ x ECF (Período de 1º.01 a 30.11.2014)
19.1.1 Nova Declaração x Registros 0000, 0010 e 0020
19.1.2 Fichas 36A e 37A x Registro U100 (Balanço patrimonial)
19.1.3 Ficha 39 x Registro X390 (Origem e Aplicação de Recursos)
19.2 ECF (mês de dezembro/2014)
1. INTRODUÇÃO
A partir do ano-calendário de 2014 (exercício 2015), todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a
Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz.
Entretanto, a obrigatoriedade de entrega da ECF não se aplica às empresas optantes pelo Simples Nacional e às entidades
imunes ou isentas, estas últimas em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, desde que não tenham sido obrigadas à
apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS-Pasep, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita (EFD-Contribuições), nos termos da Instrução
Normativa RFB nº 1.252/2012 .
Para efeito do valor previsto para a dispensa da obrigatoriedade de apresentação da EFD-Contribuições, corresponde a soma dos
valores das contribuições: PIS-Pasep, Cofins e Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), objeto de escrituração,
que são as contribuições incidentes sobre as receitas mensais, desde que seja inferior a R$ 10.000,00 (nesse valor não se inclui o
do PIS-Pasep sobre a Folha de Salários).
Assim, conclui-se que as pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições a
partir do mês em que a somatória das referidas contribuições ultrapassar o limite de R$ 10.000,00, permanecendo estas sujeitas a
essa obrigação em relação aos demais meses do ano-calendário em curso e, consequentemente, estarão obrigadas à
apresentação da ECF.
2. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL
São imunes do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ):
a) os templos de qualquer culto;
b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos, desde que:
b.1) não distribuam nenhuma parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
b.2) apliquem seus recursos integralmente no Brasil, na manutenção de seus objetivos institucionais;
b.3) mantenham escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão;
c) as instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos.
Notas
(1) A imunidade concedida a essas entidades:
a) restringe-se aos resultados relacionados com as suas finalidades essenciais ( Constituição Federal , art. 150 , § 4º); e
b) não as exime da responsabilidade legal pelo imposto que lhes caiba reter na fonte sobre rendimentos que pagarem a terceiros e
não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros,
podendo a autoridade competente suspender a imunidade no caso de inobservância dessas normas ( CTN , art. 14 , e RIR/1999 ,
art. 167 e art. 169 , §§ 1º e 2º).
(2) O Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 1/2014 estabeleceu que a imunidade prevista nas alíneas "b" e "c" do inciso VI do art.
150 da Constituição Federal/1988 aplica-se exclusivamente a impostos incidentes sobre patrimônio, renda ou serviços relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas, não se estendendo a qualquer outro tributo.
A norma dispõe, ainda, que o art. 57 da Lei nº 8.981/1995 determina que se apliquem à Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) as
mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, mas não autoriza estender-se àquela a imunidade
aplicável a este.
(3) O parágrafo único do art. 62 da Lei nº 10.406/2002 , com a redação dada pela Lei nº 13.151/2015 , estabelece que a fundação
somente poderá constituir-se para fins de assistência social, de cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, de
educação, de saúde, de segurança alimentar e nutricional, de defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável, de pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos, de promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos, e de atividades religiosas (até 27.07.2015, a fundação somente podia ser constituída para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência).
( CF/1988 , art. 150 , VI, "b" e "c"; Lei nº 9.532/1997 , art. 12 , § 2º; Lei nº 9.718/1998 , art. 10 ; RIR/1999 , art. 169 )
Notas
(1) O Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.802-3, deferiu medida cautelar que suspende,
até a decisão final, a aplicação da alínea "f" do § 2º do art. 12 da Lei nº 9.532/1997 , na qual está contemplado o cumprimento do
requisito do subitem "c.6" deste subtópico como condição para o gozo da imunidade.
(2) A Lei nº 9.532/1997 , art. 12 , § 1º (incorporado no RIR/1999 , art. 171 , § 1º), dispõe, também, que não estão abrangidos pela
imunidade os rendimentos e os ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou variável pelas instituições de
educação ou de assistência social. Todavia, o STF, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.802-3, deferiu medida cautelar que
suspende, até a decisão final da ação, a aplicação desse dispositivo legal.
3. ISENÇÃO
Consideram-se isentas do Imposto de Renda as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações
civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e as coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se
destinam, sem fins lucrativos, observando-se o seguinte (Lei nº 9.532/1997 , art. 15 , incorporado ao RIR/1999 , art. 174 ):
a) para caracterizar a ausência de fins lucrativos, essas entidades precisam se enquadrar nas
b) a isenção aplica-se, exclusivamente, ao IRPJ e à CSL, não alcançando o imposto incidente na fonte sobre rendimentos e ganhos
de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável (o qual é considerado de tributação
exclusivamente na fonte);
Nota
De acordo com o Manual de Orientação do Leiaute da ECF, não estão abrangidos pela isenção do Imposto de Renda os juros de
capital distribuídos.
c) para o gozo da isenção, essas instituições estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:
c.1) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados (veja nota 1, letra "b", ao final deste tópico);
c.2) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
c.3) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades que assegurem a
respectiva exatidão;
c.4) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de
suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a
modificar sua situação patrimonial;
c.5) apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da RFB.
Notas
(1) As entidades de previdência privada fechadas e as sem fins lucrativos são isentas do IRPJ, observado o seguinte ( RIR/1999 ,
art. 175 ):
a) a isenção não se aplica ao Imposto de Renda incidente na fonte sobre dividendos (ressalvada a isenção geral sobre lucros ou
dividendos apurados, na empresa distribuidora, a contar de 1º.01.1996), juros e demais rendimentos de capital recebidos pela
entidade (esse imposto será considerado devido exclusivamente na fonte);
b) a isenção do IRPJ independe da condição de a entidade não remunerar seus diretores e membros de conselhos consultivos,
deliberativos, fiscais e assemelhados, desde que:
b.1) o resultado do exercício, satisfeitas todas as condições legais e regulamentares no que se refere aos benefícios, seja destinado
à constituição de uma reserva de contingência de benefícios e, se ainda houver sobra, a programas culturais e de assistência aos
participantes, aprovados pelo órgão normativo do Sistema Nacional de Seguros Privados;
b.2) no caso de acumulação de funções, a remuneração das pessoas referidas na letra "b" caberá a apenas uma delas, por opção.
(2) De acordo com o Manual de Orientação do Leiaute da ECF:
a) as entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 , que não se enquadrem na imunidade
ou isenção da Lei nº 9.532/1997 , devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal;
b) as associações de poupança e empréstimo estão isentas do IRPJ, mas são contribuintes da Contribuição Social sobre o Lucro
(CSL);
c) as entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSL de acordo com essa planificação;
d) no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de atividades, as instituições de caráter filantrópico, recreativo,
cultural e científico deverão assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da
isenção ou a órgão público.
Notas
(1) Consideram-se entidades de assistência social:
a) as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo
de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos
limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde;
b) as de que trata o inciso II do art. 430 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/1943 ,
desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, de jovens ou de pessoas com deficiência sejam prestados com a
finalidade de promover a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei nº 8.742/1993 , observadas as ações protetivas
previstas na Lei nº 8.069/1990 ; e
c) as que realizam serviço de acolhimento institucional provisório de pessoas e de seus acompanhantes, que estejam em trânsito e
sem condições de autossustento, durante o tratamento de doenças graves fora da localidade de residência, observada a Lei nº
8.742/1993 .
(2) Constituem, ainda, requisitos para a certificação de uma entidade de assistência social:
a) estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social ou Conselho de Assistência Social do Distrito Federal,
conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742/1993 ; e
b) integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social de que trata a Lei nº 8.742/1993 , art. 19, XI.
(3) A exigência a que se refere a letra "a" não impede:
a) a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício;
b) a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal, observando-se que deve obedecer, ainda, às seguintes
condições:
b.1) nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3º grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores,
conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição beneficente certificada à isenção do pagamento das contribuições; e
b.2) o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 vezes o
valor correspondente ao limite individual estabelecido na letra "b".
Ressalta-se que o disposto nas letras "a" e "b" não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou diretor que,
cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.
(4) A certificação ou sua renovação será concedida à entidade de assistência social que presta serviços ou realiza ações
socioassistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usuários e para quem deles necessitar, sem discriminação,
observada a Lei nº 8.742/1993 .
(5) As entidades certificadas como de assistência social terão prioridade na celebração de convênios, contratos ou instrumentos
congêneres com o Poder Público para a execução de programas, projetos e ações de assistência social.
(6) Quando atuar em mais de um município ou Estado ou em quaisquer destes e no Distrito Federal, a entidade de assistência
social deverá inscrever suas atividades no Conselho de Assistência Social do respectivo município de atuação ou do Distrito
Federal, mediante a apresentação de seu plano ou relatório de atividades e do comprovante de inscrição no Conselho de sua sede
ou de onde desenvolva suas principais atividades.
(7) Quando não houver Conselho de Assistência Social no município, as entidades de assistência social deverão se inscrever nos
respectivos Conselhos Estaduais.
(8) A comprovação do vínculo da entidade de assistência social à rede socioassistencial privada no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social (Suas) é condição suficiente para a concessão da certificação, no prazo e na forma a serem definidos em
regulamento.
( CF/1988 , art. 195 , § 7º; Lei nº 8.742/1993 , art. 3º; Lei nº 12.435/2011 ; Lei nº 12.101/2010, arts. 18, 19, 20, 29 e 30; Lei nº
12.868/2013 , art. 6º ; Manual de Orientação do Leiaute da ECF)
Notas
(1) De acordo com a Lei nº 8.212/1991 , art. 55 , § 6º, acrescido pela Medida Provisória nº 2.187-13/2001 , posteriormente revogado
pela Lei nº 12.101/2009 , até 29.11.2009, a inexistência de débitos em relação às contribuições sociais era condição necessária ao
deferimento e à manutenção da isenção das contribuições para a seguridade social.
(2) O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, quando trata das pessoas jurídicas isentas, esclarece que:
a) as entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 que não se enquadrem na imunidade
ou isenção da Lei nº 9.532/1997 devem apurar a base de cálculo e a CSL devida nos termos da legislação comercial e fiscal;
b) as associações de poupança e empréstimo e as bolsas de mercadorias e de valores devem apurar a CSL;
c) são isentas da CSL as entidades fechadas de previdência complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos em
1º.01.2002 (Lei nº 10.426/2002 , art. 5º );
d) as entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSL de acordo com essa planificação.
5. DESENQUADRAMENTO DA IMUNIDADE OU DA ISENÇÃO
Notas
(1) Constatada a inobservância dos requisitos ou condições previstos para o gozo da imunidade ou da isenção, a fiscalização
federal expedirá notificação fiscal na qual relatará os fatos que determinam a suspensão do benefício, indicando, inclusive, a data
da ocorrência da infração, e a entidade poderá, no prazo de 30 dias da ciência da notificação, apresentar as alegações e as provas
que entender necessárias (Lei nº 9.430/1996 , art. 32 , §§ 1º e 2º, e Lei nº 9.532/1997 , art. 14 ).
(2) A Lei nº 9.532/1997 , art. 13 , caput, que trata da suspensão da imunidade, pela RFB, em virtude da constatação das
ocorrências referidas no primeiro parágrafo deste tópico, e o art. 14 da mesma lei, que prescreve os procedimentos para a
efetivação da suspensão da imunidade (referidos na nota 1), também foram objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
1.802-3, tendo o STF deferido medida cautelar que suspende a aplicação desses dispositivos legais até a decisão final da ação.
Nota
O trâmite no âmbito processual administrativo fiscal rege-se pelas regras gerais firmadas no Decreto nº 70.235/1972 e no Decreto
nº 7.574/2011 .
De acordo com a Lei nº 11.196/2005 , os atos e termos processuais podem ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados
em meio magnético ou equivalente, bem como a possibilidade da intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento,
mediante o envio ao domicílio tributário do sujeito passivo ou através de registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo
sujeito passivo. Nesse sentido, foi aprovada a Portaria MF nº 527/2010 , que tem por base a normatização da prática de atos e
termos processuais em forma eletrônica, bem como a digitalização e armazenagem de documentos digitais no âmbito do Ministério
da Fazenda (MF).
6. ECF
6.1 Obrigatoriedade
Em regra geral, a partir do ano-calendário de 2014, são obrigadas ao preenchimento da ECF, de forma centralizada pela matriz,
todas as pessoas jurídicas e equiparadas, inclusive imunes e isentas, sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro arbitrado ou lucro
presumido.
Nota
Com a instituição da ECF, as pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º.01.2014, da
entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). No entanto, no caso de encerramento,
incorporação, fusão ou cisão de empresas durante o ano-calendário de 2014, a pessoa jurídica deve entregar a DIPJ referente a
esse evento (Instrução Normativa RFB nº 1.422/2014, art. 5º; Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014 ).
6.1.1 Dispensa
A obrigatoriedade do preenchimento e da apresentação da ECF não se aplica:
a) às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional;
b) aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;
c) às pessoas jurídicas inativas;
d) às pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, não tenham sido obrigadas à
apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e da EFD-Contribuições.
Nota
De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 175/2015, a EFD-Contribuições alcança as apurações do PIS-Pasep e da Cofins
incidentes sobre a receita e da CPRB relacionadas às operações e prestações praticadas pelo próprio contribuinte.
Ressalta-se que os valores apurados a título de PIS-Pasep sobre Folha de Salários e aqueles relativos às retenções efetuadas
sobre os serviços a ele prestados não constituem fato gerador da referida obrigação tributária acessória e também não são objeto
da Escrituração Fiscal Digital.
Assim, a pessoa jurídica imune ou isenta do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) deverá apresentar a EFD-Contribuições
se o montante total mensal apurado, a título de PIS-Pasep, da Cofins (ambos incidentes sobre a receita) ou de CPRB, for superior a
R$ 10.000,00.
Conforme esclarece o § 5º do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 , a pessoa jurídica imune ou isenta ao IRPJ que
estiver dispensada de apresentar a EFD-Contribuições, por não ultrapassar aquele limite, passará a ter a obrigação de apresentá-la
a partir do mês do ano em curso em que o valor das contribuições nele apuradas for superior a R$ 10.000,00, permanecendo assim
obrigada por todos os meses subsequentes, ainda que o montante apurado em qualquer deles seja igual ou inferior ao limite.
O valor de R$ 10.000,00, que delimita a obrigatoriedade ou não de apresentação da EFD-Contribuições, refere-se à apuração
mensal do PIS-Pasep e/ou da Cofins incidentes sobre a receita, ou da CPRB, e não ao valor acumulado dos meses já
transcorridos.
6.1.2.1 Exemplos
A seguir, ilustramos exemplos de situações em que a pessoa jurídica imune ou isenta estará ou não dispensada da obrigatoriedade
de entrega das escriturações digitais:
a) dispensa da apresentação das escriturações digitais:
Mês Soma dos valores mensais PIS-Folha EFD-Contribuições ECD ECF
(PIS-Pasep + Cofins + CPRB)
(*) De acordo com o exemplo, na forma demonstrada na letra "b", a partir do mês de julho, a somatória da contribuição para o PIS-
Pasep, da Cofins e da CPRB ultrapassou o limite de R$ 10.000,00, tornando obrigatória a apresentação das escriturações digitais
(EFD-Contribuições, ECD e ECF).
6.2 Retificação
A retificação da ECF poderá ser realizada em até 5 anos.
Caso seja retificada a ECF de determinado ano será necessário retificar as ECF dos anos posteriores, em virtude do controle de
saldos da ECF.
Exemplo:
Em 01.01.2018, a empresa retificou a ECF do ano-calendário 2014. Nesse caso, a empresa pode ter que retificar as ECF dos anos-
calendário 2015 e 2016.
Para efetuar a retificação da ECF, a pessoa jurídica deve indicar no Registro 0000: Abertura do arquivo digital e identificação da
pessoa jurídica que a escrituração é retificadora, assinalando o campo "S - ECF retificadora".
A pessoa jurídica poderá efetuar a remessa de arquivo em retificação ao arquivo anteriormente remetido, observando-se a
permissão, as regras e prazos estabelecidos pela RFB. Atente-se que a substituição das ECF já transmitidas deverá ser feita na sua
íntegra, pois a ECF não aceita arquivos complementares para o mesmo período informado. Como há controle de saldos, se houver
substituição de uma ECF, pode haver a necessidade de substituição de ECF já transmitidas de anos posteriores.
7.1 Multa por apresentação fora de prazo ou apresentação com incorreções ou omissões
Em caso de não apresentação da ECF ou de apresentação extemporânea, a multa será de R$ 500,00 por mês-calendário ou
fração, relativamente às pessoas jurídicas em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas.
Caso a pessoa jurídica, na última declaração, tenha utilizado mais de uma forma de apuração do lucro, ou tenham realizado algum
evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de R$ 1.500,00.
A apresentação da ECF com informações incorretas, incompletas ou omitidas sujeita o infrator:
a) à multa de 3%, não inferior a R$ 100,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da
pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário;
b) 1,5%, não inferior a R$ 50,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física
ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta.
(Medida Provisória nº 2.158-35/2001 , art. 57 ; Lei nº 12.873/2013 , art. 57 ; Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013 , art. 6º ,
parágrafo único; Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014 )
8. LEIAUTE
O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, contendo informações de leiaute do arquivo de importação, regras de validação
aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de códigos utilizadas e regras de retificação da ECF, foi aprovado pelo Ato
Declaratório Executivo Cofis nº 60/2015 e está disponível para download no site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br).
Informações recuperadas da ECD (bloco recuperado Recupera, das ECD do período da escrituração da ECF, as
C
pelo sistema) (*) informações do plano de contas e os saldos mensais
J Plano de contas (***) e mapeamento Apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano
de contas referencial
(*) O arquivo da ECD não é importado para a ECF e sim recuperado. Primeiramente, deve ser criada uma ECF no próprio
programa ou d eve ser importado um arquivo da ECF, para, aí sim, recuperar o arquivo da ECD (recuperação de contas, saldos e
mapeamento, caso tenha sido realizado na ECD). A ECD recuperada deve estar validada, assinada e transmitida, observando-se,
ainda, que para as pessoas jurídicas imunes ou isentas obrigadas a entregar a ECD, a recuperação da ECD na ECF é obrigatória.
Nesse caso, o 0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com "C". Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar a ECD, o
0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com "L". Nessa situação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos
(**) O Bloco E será preenchido somente a partir do ano-calendário 2015, exercício 2016.
O arquivo digital é composto por blocos de informação, e cada bloco terá um registro de abertura, registros de dados e um registro
de encerramento.
Após o bloco inicial (Bloco 0), a ordem de apresentação dos demais blocos é a sequência constante na tabela de blocos ilustrada
anteriormente.
Se houver especificação em contrário, todos os blocos serão obrigatórios e o respectivo registro de abertura indicará a presença
ou a ausência de dados informados.
(***) Para as pessoas jurídicas que possuem ECD a recuperar e geram o arquivo da ECF para importação, os Registros U100
(Balanço Patrimonial) e U150 (Demonstração do Resultado), no caso de imunes e isentas, não devem constar no aquivo da ECF
para importação, pois, caso sejam importados, os valores não serão calculados pelo programa ECF.
10. BLOCO 0
O preenchimento do Bloco 0 possibilita à pessoa jurídica selecionar os blocos e registros que serão informados na elaboração da
ECF.
Esse bloco é composto por 8 registros, conforme reproduzido a seguir:
Registro Descrição
Notas
(1) O Registro 0035 (Identificação das SCP) não se aplica às entidades imunes ou isentas.
(2) No Registro 0010 (Parâmetros de Tributação), se 0010.APUR_CSLL ou se 0010.FORMA_APUR_I for igual a "A" (Anual) ou "T"
(Trimestral), utilizar o plano de contas de imunes e isentas nos períodos correspondentes.
(3) Quanto à escrituração, deve ser observado o seguinte:
L - Livro Caixa ou Hipótese prevista no § 1º do art. 129, Instrução Normativa no 1.515/2014 (Lucro Presumido) ou Sem Escrituração
(Imunes ou Isentas) ou Não obrigadas a entregar a ECD, de acordo com a Instrução Normativa nº 1.420/2014; ou C - Contábil
(Lucro Presumido, Imunes ou Isentas).
Observa-se que a hipótese prevista no § 1º do art. 129, Instrução Normativa nº 1.515/2014, prevê que a pessoa jurídica que
mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta
específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento. Entretanto, a opção "C"
contábil corresponde às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou imunes ou isentas que estão obrigadas a entregar a
ECD, de acordo com a Instrução Normativa nº 1.420/2013.
(3) O campo Tipo de Pessoa Jurídica Imune ou Isenta é obrigatório e deverá identificar se a pessoa jurídica é:
01 - Assistência Social
02 - Educacional
03 - Sindicato de Trabalhadores
04 - Associação Civil
05 - Cultural
06 - Entidade Fechada de Previdência Complementar
07 - Filantrópica
08 - Sindicato
09 - Recreativa
10 - Científica
11 - Associação de Poupança e Empréstimo
12 - Entidade Aberta de Previdência Complementar (Sem Fins Lucrativos)
13 - Fifa e Entidades Relacionadas
14 - CIO e Entidades Relacionadas
15 - Partidos Políticos
99 - Outras.
(4) A apuração do IRPJ e da CSL para as imunes ou isentas deve indicar a existência ou não de atividade não abrangida pela
imunidade ou isenção e tributada pelo imposto ou pela contribuição (para imunes ou isentas). Se positivo, deve ser informada a
apuração:
A - Anual
T - Trimestral
D - Desobrigada
(4) No Registro 0930, são informados os dados dos signatários da escrituração, sendo obriga-tórias 2 assinaturas: uma do
contabilista e uma da pessoa jurídica, observando-se que:
a) para a assinatura do contabilista, só podem ser utilizados certificados digitais de pessoa física (e-PF ou e-CPF);
b) para a assinatura do representante legal da pessoa jurídica, poderá ser utilizado certificado digital válido (do tipo A1 ou A3):
b.1) o e-PJ ou e-CNPJ do estabelecimento que contenha a mesma base do CNPJ (8 primei-ros caracteres);
b.2) o e-PF ou e-CPF do representante legal da empresa ou procurador constituído nos ter-mos da Instrução Normativa RFB nº
944/2009 , com procuração eletrônica cadastrada no site da RFB.
O cadastramento de procuração eletrônica deve ser realizado no site da RFB, (www.receita.fazenda.gov.br), na aba Empresa, clicar
em "Todos os serviços", selecionar "Procuração Eletrônica e Senha para pesquisa via Internet", "procuração eletrônica" e "conti-
nuar", ou opcionalmente mediante o acesso do https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/login.asp e os seguintes
procedimentos:
a) login com certificado digital de pessoa jurídica ou representante legal/procurador;
b) selecionar "Procuração eletrônica";
c) selecionar "Cadastrar Procuração" ou outra opção, se for o caso;
d) selecionar "Solicitação de procuração para a Receita Federal do Brasil";
e) preencher os dados do formulário apresentado e selecionar a opção "Transmissão de De-clarações/Arquivos, inclusive todos do
CNPJ, com Assinatura Digital via Receitanet";
f) para finalizar, clicar em "Cadastrar procuração", ou "Limpar" ou "Voltar".
A assinatura digital será verificada quanto a sua existência, prazo e validade para a pessoa jurídica identificada na ECF, no início do
processo de transmissão do arquivo digital.
(5) O contador pode assinar a ECF como contador e procurador. Para assinar como procurador, é necessária a procuração
eletrônica cadastrada no e-CAC. É importante ressaltar que o serviço ECF deve estar explicitamente habilitado na procuração
eletrônica, pois não é automático, ou seja, se a empresa já possuía a procuração eletrônica, será necessária a solicitação da
habilitação do serviço ECF. Para o preenchimento do registro 0930, as duas linhas conterão os dados do contador (Nome e CPF,
conforme e-CPF do contador). Uma linha será com a qualificação "Contabilista" e outra linhas será com a qualificação "Procurador".
(6) Não é possível transmitir duas ou mais ECF no caso de mudança de contador no período. A ECF deve ser transmitida em
arquivo único, a menos que ocorra alguma das situações especiais previstas no Registro 0000. Caso a entidade tenha que
recuperar os dados da ECD, devem ser recuperados os dois arquivos da ECD transmitidos (um para cada contador). Contudo, para
que a ECF recupere os dados corretamente é necessário que os saldos finais das contas que aparecem no 1º arquivo (1º contador)
sejam iguais aos saldos inciais dessas mesmas contas que aparecem no 2º arquivo (2º contador). Se isso não ocorrer, a ECF
recuperará somente os dados do segundo arquivo e os ajustes necessário s deverão ser realizados na própria ECF ou na ECD, por
meio de substituição.
11. BLOCO C
O Bloco C não é preenchido pela empresa; o próprio programa da ECF importa esse bloco no momento da recuperação de dados
da ECD.
A partir de 1º.01.2014, as pessoas jurídicas imunes e isentas são obrigadas à apresentação da ECD, que, em relação aos fatos
ocorridos no ano-calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB
nº 1.252/2012 .
Somente poderão ser recuperadas as ECD do tipo G, R, B ou S.
G Livro Diário (completo sem escrituração auxiliar)
Registros do Bloco C
Registro Descrição
C350 Identificação da Data dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento
C355 Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento
12. BLOCO E
O Bloco E traz informações recuperadas da ECF anterior e o cálculo fiscal dos dados recuperados da ECD.
O Bloco E não é preenchido pela empresa, pois o próprio sistema preencherá esse bloco no momento da recuperação da ECF no
período imediatamente anterior e efetuará os cálculos fiscais relativos aos dados recuperados da ECD.
O Bloco E apresenta os seguintes registros:
Registros do Bloco E
Registro Descrição
E020 Saldos Finais das Contas na Parte B do e-Lalur da ECF Imediatamente Anterior
E030 Identificação do Período
E155 Detalhes dos Saldos Contábeis Calculados com Base nas ECD
13. BLOCO J
O Bloco J (Plano de Contas e Mapeamento) apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano de contas
referencial.
Os registros desse bloco podem ser digitados, importados, replicados a partir do Bloco E, ou recuperados da ECF do período
imediatamente anterior ao período da escrituração atual, transmitida via Sped.
Registros do Bloco J
Registro Descrição
O Bloco K apresenta os saldos das contas contábeis e referenciais cujos registros podem ser digitados, importados ou replicados a
partir do Bloco E.
Os saldos e movimentações de contas a serem informados neste bloco podem ser calculados pelo sistema através da
funcionalidade de recuperar ECD.
São registros do Bloco K:
Registros do Bloco K
Registro Descrição
K356 Mapeamento Referencial dos Saldos Finais das Contas Contábeis de Resultado Antes do Encerramento
Registro Descrição
U030 Identificação dos Períodos e Formas de Apuração do IRPJ e da CSLL das Empresas Imunes e Isentas
U182 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das Empresas Imunes e Isentas
Nota
Os planos referenciais correspondentes ao registro U100 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF.
Nota
Os planos referenciais correspondentes ao registro U150 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF.
14.5 Registro U180
Apresenta o cálculo do IRPJ das empresas imunes e isentas no caso de receitas auferidas oriundas de atividades não relacionadas
às atividades das empresas imunes e isentas.
Os códigos e descrições serão informados, conforme tabela dinâmica do Sped, reproduzida a seguir (Manual de Orientação do
Leiaute da ECF e no programa da ECF).
Tabela dinâmica
Código Descrição
3 À Alíquota de 15%
4 Adicional
5 DEDUÇÕES
8 (-) Imposto de Renda Retido na Fonte por Órgãos, Autarquias e Fundações Federais (Lei nº 9.430/1996 , art. 64 )
(-) Imposto de Renda Retido na Fonte pelas Demais Entidades da Administração Pública Federal (Lei n° 10.833/2003 , art.
9
34 )
Tabela dinâmica
1 Base de Cálculo da CSLL A pessoa jurídica imune ou isenta do IRPJ deve informar, nesta linha, a base de
cálculo para fins da determinação da CSLL. A base de cálculo é o resultado positivo
do período, apurado em conformidade com o disposto na Lei nº 6.404/1976 ,
ajustado pelas adições e exclusões, em conformidade com a legislação vigente,
deduzido da compensação do valor correspondente à base de cálculo negativa da
CSLL, de períodos de apuração anteriores, que estiver sendo compensada no
período de apuração, observado o limite de 30% do valor do resultado do período
ajustado, quando a pessoa jurídica apurar a CSLL trimestralmente ou em 31 de
dezembro do ano-calendário (ajuste anual).
3 DEDUÇÕES
Esta linha somente deve ser preenchida pelas pessoas jurídicas citadas no § 1º do
art. 22 da Lei nº 8.212/1991 , que tiveram base de cálculo de CSLL negativa e
valores adicionados temporariamente ao lucro líquido, correspondentes a períodos
de apuração encerrados até 31 de dezembro de 1998, e que optaram por escriturar,
(-) Recuperação de Crédito de CSLL
4 em seu ativo, como crédito compensável com débitos da CSLL, o valor equivalente
(MP nº 1.807/1999 , art. 8º )
a dezoito por cento da soma daquelas parcelas. A compensação a ser informada,
nesta linha, pelo valor original do crédito, somente pode ser efetuada com até 30%
(trinta por cento) do saldo da CSLL constante da linha U182/2 em cada período de
apuração (trimestral/anual).
Esta linha deve ser preenchida somente pelas pessoas jurídicas imunes ou isentas
do IRPJ que apuram a CSLL anualmente. Somente podem ser deduzidos na
apuração do ajuste anual os valores de estimativa efetivamente pagos relativos ao
ano-calendário objeto da declaração. Considera-se efetivamente pago por estimativa
o crédito da contribuição extinto por meio de: dedução da CSLL retida por órgão
público, compensação solicitada por meio da Declaração de Compensação
5 (-) CSLL Mensal Paga por Estimativa (PER/DComp), compensação autorizada por medida judicial e valores pagos
mediante Darf. Atenção: A pessoa jurídica que apurou CSLL anual com base em
balanço e/ou de suspensão ou redução não deve informar, nesta linha, o valor
correspondente ao crédito de CSLL de que trata o art. 8º da MP nº 1.807/1999 , e
reedições, compensado com a CSLL apurada nesses balanços ou balancetes, uma
vez que o cálculo para fins de observação do limite de 30% deve ser feito no
balanço de 31 de dezembro do ano-calendário (ajuste anual).
Esta linha deve ser preenchida somente pelas pessoas jurídicas que apuram a
CSLL anualmente. Informar, nesta linha, o valor original de CSLL, apurado no
transcorrer do ano-calendário, sobre a base de cálculo estimada, inclusive sobre o
resultado apurado em balanço ou balancete de redução, que seja objeto de
parcelamento deferido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil até 31 de março
do ano-calendário subsequente.
(-) Parcelamento Formalizado de Observa-se que:
6 CSLL sobre a Base de Cálculo a) o montante correspondente aos valores parcelados não pode gerar saldo
Estimada negativo de contribuição;
b) o pedido de restituição ou a utilização para compensação, mediante Declaração
de Compensação (PER/DComp) ou processo administrativo, do saldo de
parcelamento de CSLL devida por estimativa ou apurada em balanço ou balancete
de suspensão ou redução, fica condicionado ao pagamento do referido
parcelamento.
Exemplo:
Valor originário da CSLL = R$ 10.000,00;
Parte do valor original do débito constante do processo de parcelamento = R$
4.000,00; Valor total constante do processo de parcelamento (principal + multa +
juros) = R$ 7.000,00; Neste caso o valor a ser informado como parcelamento
formalizado é R$ 4.000,00.
Informar o valor correspondente à CSLL retida na fonte por outras pessoas jurídicas
de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação,
(-) CSLL Retida na Fonte por Pessoas
manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra,
9 Jurídicas de Direito Privado (Lei n°
pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
10.833/2003 , art. 30 )
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, e pela
remuneração de serviços profissionais(*).
10 (-) CSLL Retida na Fonte por Indicar o valor correspondente à CSLL retida na fonte pelos Estados, Distrito Federal
Órgãos, Autarquias e e Municípios sobre os pagamentos efetuados por seus órgãos, autarquias e
Fundações dos Estados, Distrito fundações, sobre as receitas que integram a base de cálculo da CSLL devida(*).
Federal e Municípios (Lei n°
10.833/2003, art. 33)
11 CSLL A PAGAR Soma aritmética dos valores informados nas linhas U182/2 a U182/10
(*) Observações:
a) os valores excedentes de CSLL retida na fonte não utilizados na apuração da CSLL mensal, no transcorrer do ano-
calendário, devem ser informados nesse campo, independentemente de limite;
b) não há limite para dedução do valor da CSLL retida na fonte para as pessoas jurídicas que apuram a CSLL trimestralmente.
Nota
As entidades sujeitas à planificação contábil própria apuram a CSL de acordo com essa planificação. Nesses casos, a CSL pode
ser apurada anualmente ou trimestralmente.
A pessoa jurídica imune ou isenta de IRPJ pode optar pela apuração anual da CSL, que está sujeita ao pagamento da CSLL
apurada sobre a base de cálculo estimada mensalmente ou sobre balanço ou balancete de suspensão ou redução.
15. BLOCO X
No Bloco X, a pessoa jurídica deve apresentar as informações econômicas ocorridas no ano-calendário; ele também indica se
possui ou não dados a serem informados.
Os registros do Bloco X que podem ser preenchidos pela pessoa jurídica imune ou isenta são:
Registros do Bloco X
Registro Descrição
Notas
(1) O Registro X001 é de abertura do Bloco X.
(2) O Registro X390 (Origem e Aplicação de Recursos - Imunes e Isentas) deve ser preenchido pelas pessoas jurídicas imunes ou
isentas do IRPJ. Nesse registro, a pessoa jurídica deve discriminar a origem (receitas e demais entradas) e a aplicação (despesas e
demais saídas) dos recursos auferidos e despendidos durante o ano-calendário, observando-se que:
a) devem discriminar os valores, em reais, conforme melhor se enquadrarem entre os títulos apresentados, utilizando os campos a
seguir, somente em caso de impossibilidade de melhor classificação:
a.1) X390/7 (Outros Recursos); e
a.2) X390/15 (Outras Despesas);
b) os empréstimos tomados devem ser incluídos no campo X390/6 (Doações e Subvenções);
c) as amortizações e o pagamento de juros devem ser informados no campo X390/15 (Outras Despesas).
(3) O Registro X990 encerra o Bloco X. Nesse registro são informados a identificação do tipo do registro, bem como a quantidade
total de registros do Bloco X.
16. BLOCO Y
No Bloco Y, a pessoa jurídica deve apresentar as informações gerais ocorridas no ano-calendário.
Os registros do Bloco Y que podem ser preenchidos pela pessoa jurídica imune ou isenta são:
Registros do Bloco Y
Registros Descrição
Nos subtópicos a seguir, demonstraremos os principais registros a serem demonstrados pelas pessoas jurídicas imunes ou isentas.
(Lei nº 4.506/1964 , art. 44 ; Decreto-lei nº 1.598/1977 , art. 12; Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 3/2003 , art. 8º )
Nota
A RFB informou em seu site na Internet (www.receita.fazenda.gov.br) que a declaração de atos ou negócios jurídicos que
acarretem supressão, redução ou diferimento de tributos, pre-vista no art. 7º da Medida Provisória nº 685/2015 (denominada
"Declaração de Informações de Operações Relevantes - Dior"), constante dos registros Y700 e Y710 da Escrituração Con-tábil
Fiscal (ECF), ainda não foi disciplinada e, portanto, não é obrigatória para o ano-calendário de 2014, cujo prazo de entrega se
encerra em 30.09.2015.
17. BLOCO 9
O Bloco 9 finaliza o Arquivo Digital e é composto dos seguintes Registros:
Registro Descrição
DIPJ ECF
Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 01 - Dados iniciais Registro 0000 - Identificação da entidade
Identificação e Referências
Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 01 - Dados iniciais Registro 0010 - Parâmetros de tributação
Identificação e Referências
Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 02 - Dados cadastrais Registro 0030 - Dados cadastrais
Identificação e Referências
Ficha 39 - Origem e Aplicação de Recursos - Bloco X - Informações Registro X390 - Origem e Aplicação de
Informações
Imunes ou Isentas Econômicas Recursos - Imunes e Isentas
(1) Apresenta a demonstração do resultado das empresas imunes e isentas. No caso de entidades fechadas de previdência
complementar, será apresentado o plano de gestão administrativa (PGA). Observa-se que os planos referenciais correspondentes
ao registro U150 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF, em A.1.3.2. Contas de Resultado.
(2) Apresenta o cálculo do IRPJ das empresas imunes e isentas, no caso de receitas auferidas oriundas de atividades não
relacionadas às atividades das empresas imunes e isentas.
Nova Declaração
Criar Nova Declaração
Registro 0000
Registro 0010
Registro 0020
19.1.2 Fichas 36A e 37A x Registro U100 (Balanço patrimonial)
FONTE: IOB
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