Você está na página 1de 55

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi | Gestão: 2014- 2015

Resenha de Matérias Técnicas


Nº. 844, de 17|09|2015

Matéria Especial:
ECF: IMUNES OU ISENTAS – PROCEDIMENTO

Elaborada pela Comissão do Ciclo de Palestras

A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de
processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610).

CONTATO: desenvolvimento@crcsp.org.br

AGREGANDO
VALOR
À PROFISSÃO
ECF: IMUNES OU ISENTAS – PROCEDIMENTO

Resumo: Este procedimento trata sobre a entrega da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) para empresas imunes ou isentas.

Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL
2.1 Imunidade das instituições de educação e de assistência social
2.2 Obrigações tributárias das instituições de educação
3. ISENÇÃO
4. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
4.1 Isenção (imunidade) das entidades beneficentes de assistência social
4.2 Isenção em favor de outras entidades sem fins lucrativos
5. DESENQUADRAMENTO DA IMUNIDADE OU DA ISENÇÃO
5.1 Imunidade ou isenção do IRPJ
5.2 Imunidade da CSL
6. ECF
6.1 Obrigatoriedade
6.1.1 Dispensa
6.1.2 Critérios aplicáveis às imunes e às isentas
6.1.2.1 Exemplos
6.2 Retificação
7. PRAZO PARA APRESENTAÇÃO
7.1 Multa por apresentação fora de prazo ou apresentação com incorreções ou omissões
8. LEIAUTE
9. INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA ECF
9.1 Blocos e registros
10. BLOCO 0
11. BLOCO C
12. BLOCO E
13. BLOCO J
14. BLOCO U
14.1 Registro U001
14.2 Registro U030
14.3 Registro U100
14.4 Registro U150
14.5 Registro U180
14.6 Registro U182
14.7 Registro U990
15. BLOCO X
16. BLOCO Y
16.1 Registro Y570
16.2 Registro Y580
16.4 Registro Y612
16.5 Registro Y682
16.6 Registro Y690
16.7 Registro Y700
16.8 Registro Y710
16.9 Registro Y720
17. BLOCO 9
18. QUADRO RESUMO - CORRELAÇÃO DAS PRINCIPAIS FICHAS: DIPJ X ECF
19. EXEMPLO DO CÁLCULO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO PARA PREENCHIMENTO DA ECF
19.1 Fichas DIPJ x ECF (Período de 1º.01 a 30.11.2014)
19.1.1 Nova Declaração x Registros 0000, 0010 e 0020
19.1.2 Fichas 36A e 37A x Registro U100 (Balanço patrimonial)
19.1.3 Ficha 39 x Registro X390 (Origem e Aplicação de Recursos)
19.2 ECF (mês de dezembro/2014)

1. INTRODUÇÃO
A partir do ano-calendário de 2014 (exercício 2015), todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a
Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz.
Entretanto, a obrigatoriedade de entrega da ECF não se aplica às empresas optantes pelo Simples Nacional e às entidades
imunes ou isentas, estas últimas em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, desde que não tenham sido obrigadas à
apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS-Pasep, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita (EFD-Contribuições), nos termos da Instrução
Normativa RFB nº 1.252/2012 .
Para efeito do valor previsto para a dispensa da obrigatoriedade de apresentação da EFD-Contribuições, corresponde a soma dos
valores das contribuições: PIS-Pasep, Cofins e Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), objeto de escrituração,
que são as contribuições incidentes sobre as receitas mensais, desde que seja inferior a R$ 10.000,00 (nesse valor não se inclui o
do PIS-Pasep sobre a Folha de Salários).
Assim, conclui-se que as pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições a
partir do mês em que a somatória das referidas contribuições ultrapassar o limite de R$ 10.000,00, permanecendo estas sujeitas a
essa obrigação em relação aos demais meses do ano-calendário em curso e, consequentemente, estarão obrigadas à
apresentação da ECF.

2. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL
São imunes do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ):
a) os templos de qualquer culto;
b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos, desde que:
b.1) não distribuam nenhuma parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
b.2) apliquem seus recursos integralmente no Brasil, na manutenção de seus objetivos institucionais;
b.3) mantenham escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão;
c) as instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos.

Notas
(1) A imunidade concedida a essas entidades:
a) restringe-se aos resultados relacionados com as suas finalidades essenciais ( Constituição Federal , art. 150 , § 4º); e
b) não as exime da responsabilidade legal pelo imposto que lhes caiba reter na fonte sobre rendimentos que pagarem a terceiros e
não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros,
podendo a autoridade competente suspender a imunidade no caso de inobservância dessas normas ( CTN , art. 14 , e RIR/1999 ,
art. 167 e art. 169 , §§ 1º e 2º).
(2) O Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 1/2014 estabeleceu que a imunidade prevista nas alíneas "b" e "c" do inciso VI do art.
150 da Constituição Federal/1988 aplica-se exclusivamente a impostos incidentes sobre patrimônio, renda ou serviços relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas, não se estendendo a qualquer outro tributo.
A norma dispõe, ainda, que o art. 57 da Lei nº 8.981/1995 determina que se apliquem à Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) as
mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, mas não autoriza estender-se àquela a imunidade
aplicável a este.
(3) O parágrafo único do art. 62 da Lei nº 10.406/2002 , com a redação dada pela Lei nº 13.151/2015 , estabelece que a fundação
somente poderá constituir-se para fins de assistência social, de cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, de
educação, de saúde, de segurança alimentar e nutricional, de defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável, de pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos, de promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos, e de atividades religiosas (até 27.07.2015, a fundação somente podia ser constituída para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência).

( CF/1988 , art. 150 , VI, "b" e "c"; Lei nº 9.532/1997 , art. 12 , § 2º; Lei nº 9.718/1998 , art. 10 ; RIR/1999 , art. 169 )

2.1 Imunidade das instituições de educação e de assistência social


De acordo com a Lei nº 9.532/1997 , art. 12 , com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/1998 , art. 10 (incorporados ao
RIR/1999 , art. 170 ) e pela Lei nº 13.151/2015 :
a) considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido
instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins
lucrativos;
b) considera-se entidade sem fins lucrativos a instituição de educação ou de assistência social que não apresente superávit em
suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine o referido resultado integralmente à manutenção e ao
desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
c) para o gozo da imunidade, essas instituições estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:
c.1) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto no caso de associações assistenciais
ou fundações, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão
executiva, respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de
atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao
Ministério Público, no caso das fundações (até 27.07.2015, a entidade imune não podia remunerar, por qualquer forma, seus
dirigentes pelos serviços prestados);
c.2) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
c.3) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a
respectiva exatidão;
c.4) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de
suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a
modificar sua situação patrimonial;
c.5) apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da RFB;
c.6) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social
relativa aos empregados, bem como cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes (veja nota 1 ao final deste subtópico);
c.7) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de
incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de atividades, ou a órgão público;
c.8) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o seu funcionamento.

Notas
(1) O Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.802-3, deferiu medida cautelar que suspende,
até a decisão final, a aplicação da alínea "f" do § 2º do art. 12 da Lei nº 9.532/1997 , na qual está contemplado o cumprimento do
requisito do subitem "c.6" deste subtópico como condição para o gozo da imunidade.
(2) A Lei nº 9.532/1997 , art. 12 , § 1º (incorporado no RIR/1999 , art. 171 , § 1º), dispõe, também, que não estão abrangidos pela
imunidade os rendimentos e os ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou variável pelas instituições de
educação ou de assistência social. Todavia, o STF, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.802-3, deferiu medida cautelar que
suspende, até a decisão final da ação, a aplicação desse dispositivo legal.

2.2 Obrigações tributárias das instituições de educação


As instituições de educação estão obrigadas à observância, entre outras, das seguintes normas:
a) para gozo da imunidade, não podem remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, observando-se
que:
a.1) se considera dirigente a pessoa física que exerça função ou cargo de direção na pessoa jurídica, com competência para
adquirir direitos e assumir obrigações em nome dessa, interna ou externamente, ainda que em conjunto com outra pessoa,
nos atos em que a instituição seja parte;
a.2) não se considera dirigente a pessoa física que exerça função ou cargo de gerência ou de chefia interna na pessoa
jurídica, podendo ser atribuída a essa pessoa remuneração, tanto em relação à função ou ao cargo de gerência quanto a
outros serviços prestados à instituição;
b) a instituição imune deve:
b.1) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades que assegurem a
respectiva exatidão, para comprovação perante a RFB, observando-se que:
b.1.1) a escrituração completa impõe a obrigatoriedade de manutenção dos livros Diário e Razão devidamente escriturados,
com base em documentação hábil e idônea, observada a cronologia dos registros;
b.1.2) essa escrituração poderá ser efetuada manualmente ou por meio mecânico ou eletrônico e, na hipótese de utilização
de meio eletrônico, deverá ser mantida a documentação técnica completa e atualizada do sistema;
b.2) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado do 1º dia do ano-calendário subsequente ao de sua emissão,
os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de
quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;
c) as instituições imunes, mantenedoras de instituições de ensino superior, sem finalidade lucrativa, devem observar, ainda, os
seguintes requisitos:
c.1) elaborar e publicar, em cada exercício social, demonstrações financeiras certificadas por auditores independentes, com
o parecer do conselho fiscal ou órgão similar;
c.2) submeter-se, a qualquer tempo, à auditoria pelo Poder Público;
c.3) comprovar, sempre que solicitado:
c.3.1) a aplicação de seus excedentes financeiros nos fins da instituição de ensino mantida;
c.3.2) a não remuneração ou não concessão de nenhuma vantagem ou benefício, por qualquer forma ou título, a seus
instituidores, dirigentes, sócios, conselheiros ou equivalentes;
c.3.3) a destinação, para as despesas com pessoal docente e técnico-administrativo, incluídos os encargos e benefícios
sociais, de, pelo menos, 60% da receita das mensalidades escolares proveniente da instituição mantida;
c.3.4) para efeito do limite mínimo de destinação da receita, referido em "c.3.3", a receita das mensalidades escolares deve
ser considerada pelo valor efetivamente auferido, não computados os valores correspondentes às reduções e aos descontos
ou às bolsas de estudo concedidas;
c.3.5) na determinação do montante destinado às despesas com pessoal docente, não serão computados os gastos com
pessoal, encargos e benefícios sociais dos hospitais universitários.

(Instrução Normativa SRF 113/1998 , arts. 4º , 6º e 12 )

3. ISENÇÃO
Consideram-se isentas do Imposto de Renda as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações
civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e as coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se
destinam, sem fins lucrativos, observando-se o seguinte (Lei nº 9.532/1997 , art. 15 , incorporado ao RIR/1999 , art. 174 ):
a) para caracterizar a ausência de fins lucrativos, essas entidades precisam se enquadrar nas
b) a isenção aplica-se, exclusivamente, ao IRPJ e à CSL, não alcançando o imposto incidente na fonte sobre rendimentos e ganhos
de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável (o qual é considerado de tributação
exclusivamente na fonte);
Nota
De acordo com o Manual de Orientação do Leiaute da ECF, não estão abrangidos pela isenção do Imposto de Renda os juros de
capital distribuídos.
c) para o gozo da isenção, essas instituições estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:
c.1) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados (veja nota 1, letra "b", ao final deste tópico);
c.2) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
c.3) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades que assegurem a
respectiva exatidão;
c.4) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de
suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a
modificar sua situação patrimonial;
c.5) apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da RFB.

Notas
(1) As entidades de previdência privada fechadas e as sem fins lucrativos são isentas do IRPJ, observado o seguinte ( RIR/1999 ,
art. 175 ):
a) a isenção não se aplica ao Imposto de Renda incidente na fonte sobre dividendos (ressalvada a isenção geral sobre lucros ou
dividendos apurados, na empresa distribuidora, a contar de 1º.01.1996), juros e demais rendimentos de capital recebidos pela
entidade (esse imposto será considerado devido exclusivamente na fonte);
b) a isenção do IRPJ independe da condição de a entidade não remunerar seus diretores e membros de conselhos consultivos,
deliberativos, fiscais e assemelhados, desde que:
b.1) o resultado do exercício, satisfeitas todas as condições legais e regulamentares no que se refere aos benefícios, seja destinado
à constituição de uma reserva de contingência de benefícios e, se ainda houver sobra, a programas culturais e de assistência aos
participantes, aprovados pelo órgão normativo do Sistema Nacional de Seguros Privados;
b.2) no caso de acumulação de funções, a remuneração das pessoas referidas na letra "b" caberá a apenas uma delas, por opção.
(2) De acordo com o Manual de Orientação do Leiaute da ECF:
a) as entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 , que não se enquadrem na imunidade
ou isenção da Lei nº 9.532/1997 , devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal;
b) as associações de poupança e empréstimo estão isentas do IRPJ, mas são contribuintes da Contribuição Social sobre o Lucro
(CSL);
c) as entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSL de acordo com essa planificação;
d) no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de atividades, as instituições de caráter filantrópico, recreativo,
cultural e científico deverão assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da
isenção ou a órgão público.

4. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO

4.1 Isenção (imunidade) das entidades beneficentes de assistência social


As entidades beneficentes de assistência social são aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam
atendimento e assessoramento aos beneficiários, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos.
As entidades beneficentes de assistência social deverão atender, além dos requisitos exigidos para gozo da imunidade do IRPJ, aos
seguintes requisitos, cumulativamente:
a) sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal;
b) sejam portadoras do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelos Ministérios do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde ou da Educação,
c) a entidade beneficente certificada à isenção do pagamento das contribuições sociais deverá atender, cumulativamente, aos
seguintes requisitos:
c.1) não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou
benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes
sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;
c.2) apliquem suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e no
desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
c.3) apresentem certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados
pela RFB e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
c.4) mantenham escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de
forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;
c.5) não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou
pretexto;
c.6) conservem em boa ordem, pelo prazo de 10 anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e
a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial;
c.7) cumpram as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
c.8) apresentem as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado
nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei
Complementar nº 123/2006 (Simples Nacional).

Notas
(1) Consideram-se entidades de assistência social:
a) as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo
de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos
limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde;
b) as de que trata o inciso II do art. 430 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/1943 ,
desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, de jovens ou de pessoas com deficiência sejam prestados com a
finalidade de promover a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei nº 8.742/1993 , observadas as ações protetivas
previstas na Lei nº 8.069/1990 ; e
c) as que realizam serviço de acolhimento institucional provisório de pessoas e de seus acompanhantes, que estejam em trânsito e
sem condições de autossustento, durante o tratamento de doenças graves fora da localidade de residência, observada a Lei nº
8.742/1993 .
(2) Constituem, ainda, requisitos para a certificação de uma entidade de assistência social:
a) estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social ou Conselho de Assistência Social do Distrito Federal,
conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742/1993 ; e
b) integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social de que trata a Lei nº 8.742/1993 , art. 19, XI.
(3) A exigência a que se refere a letra "a" não impede:
a) a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício;
b) a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal, observando-se que deve obedecer, ainda, às seguintes
condições:
b.1) nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3º grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores,
conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição beneficente certificada à isenção do pagamento das contribuições; e
b.2) o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 vezes o
valor correspondente ao limite individual estabelecido na letra "b".
Ressalta-se que o disposto nas letras "a" e "b" não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou diretor que,
cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.
(4) A certificação ou sua renovação será concedida à entidade de assistência social que presta serviços ou realiza ações
socioassistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usuários e para quem deles necessitar, sem discriminação,
observada a Lei nº 8.742/1993 .
(5) As entidades certificadas como de assistência social terão prioridade na celebração de convênios, contratos ou instrumentos
congêneres com o Poder Público para a execução de programas, projetos e ações de assistência social.
(6) Quando atuar em mais de um município ou Estado ou em quaisquer destes e no Distrito Federal, a entidade de assistência
social deverá inscrever suas atividades no Conselho de Assistência Social do respectivo município de atuação ou do Distrito
Federal, mediante a apresentação de seu plano ou relatório de atividades e do comprovante de inscrição no Conselho de sua sede
ou de onde desenvolva suas principais atividades.
(7) Quando não houver Conselho de Assistência Social no município, as entidades de assistência social deverão se inscrever nos
respectivos Conselhos Estaduais.
(8) A comprovação do vínculo da entidade de assistência social à rede socioassistencial privada no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social (Suas) é condição suficiente para a concessão da certificação, no prazo e na forma a serem definidos em
regulamento.
( CF/1988 , art. 195 , § 7º; Lei nº 8.742/1993 , art. 3º; Lei nº 12.435/2011 ; Lei nº 12.101/2010, arts. 18, 19, 20, 29 e 30; Lei nº
12.868/2013 , art. 6º ; Manual de Orientação do Leiaute da ECF)

4.2 Isenção em favor de outras entidades sem fins lucrativos


A Lei nº 9.532/1997 , art. 15 , estabelece que as entidades sem fins lucrativos isentas do IRPJ nas condições tratadas no tópico 3,
exceto as referidas na nota ao final deste subtópico, são isentas também da CSL. Entre essas entidades, incluem-se as de caráter
cultural, que podem abranger instituições de educação não beneficiárias de imunidade por se limitarem a atender a pequena parcela
da coletividade (Decisão nº 78/1998 da SRRF da 9ª RF).
De acordo com a Lei nº 9.732/1998 , arts. 4º e 7º:
a) as entidades sem fins lucrativos educacionais que não praticarem de forma exclusiva e gratuita o atendimento às pessoas
carentes gozarão da isenção das contribuições para a seguridade social de que trata a Lei nº 8.212/1991 , arts. 22 e 23 (entre as
quais se incluem a CSL), na proporção do valor das vagas cedidas, integral e gratuitamente, a carentes, desde que satisfaçam os
requisitos relacionados nas letras "a", "b", "d" e "e" do subtópico 4.1;
b) foi cancelada, em 1º.04.1999, toda e qualquer isenção concedida, em caráter geral ou especial, de contribuição para a
seguridade social em desconformidade com a Lei nº 8.212/1991 , art. 55 , na sua nova redação, ou com o art. 4º dessa Lei.

Notas
(1) De acordo com a Lei nº 8.212/1991 , art. 55 , § 6º, acrescido pela Medida Provisória nº 2.187-13/2001 , posteriormente revogado
pela Lei nº 12.101/2009 , até 29.11.2009, a inexistência de débitos em relação às contribuições sociais era condição necessária ao
deferimento e à manutenção da isenção das contribuições para a seguridade social.
(2) O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, quando trata das pessoas jurídicas isentas, esclarece que:
a) as entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 que não se enquadrem na imunidade
ou isenção da Lei nº 9.532/1997 devem apurar a base de cálculo e a CSL devida nos termos da legislação comercial e fiscal;
b) as associações de poupança e empréstimo e as bolsas de mercadorias e de valores devem apurar a CSL;
c) são isentas da CSL as entidades fechadas de previdência complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos em
1º.01.2002 (Lei nº 10.426/2002 , art. 5º );
d) as entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSL de acordo com essa planificação.
5. DESENQUADRAMENTO DA IMUNIDADE OU DA ISENÇÃO

5.1 Imunidade ou isenção do IRPJ


Sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei, a RFB suspenderá o gozo da imunidade ou da isenção relativamente aos
anos-calendário em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de ato que
constitua infração a dispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular
o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer forma cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique
ilícitos fiscais (Lei nº 9.532/1997 , arts. 13 e 15 , § 3º).
Considera-se, também, infração a dispositivo da legislação tributária o pagamento, pela instituição imune ou isenta, em favor de
seus associados ou dirigentes ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por
qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do IRPJ ou da CSL.

Notas
(1) Constatada a inobservância dos requisitos ou condições previstos para o gozo da imunidade ou da isenção, a fiscalização
federal expedirá notificação fiscal na qual relatará os fatos que determinam a suspensão do benefício, indicando, inclusive, a data
da ocorrência da infração, e a entidade poderá, no prazo de 30 dias da ciência da notificação, apresentar as alegações e as provas
que entender necessárias (Lei nº 9.430/1996 , art. 32 , §§ 1º e 2º, e Lei nº 9.532/1997 , art. 14 ).
(2) A Lei nº 9.532/1997 , art. 13 , caput, que trata da suspensão da imunidade, pela RFB, em virtude da constatação das
ocorrências referidas no primeiro parágrafo deste tópico, e o art. 14 da mesma lei, que prescreve os procedimentos para a
efetivação da suspensão da imunidade (referidos na nota 1), também foram objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
1.802-3, tendo o STF deferido medida cautelar que suspende a aplicação desses dispositivos legais até a decisão final da ação.

5.2 Imunidade da CSL


Sem prejuízo das demais penalidades, bem como o disposto no subtópico 5.1, constatado o descumprimento pela entidade dos
requisitos para gozo da imunidade da CSL, a fiscalização da RFB lavrará o auto de infração relativo ao período correspondente e
relatará os fatos que demonstram o não atendimento de tais requisitos para o gozo da imunidade.
Consideram-se automaticamente suspensos o direito à imunidade da CSL durante o período em que se constatar o
descumprimento de requisito para gozo da imunidade, devendo o lançamento correspondente ter como termo inicial a data da
ocorrência da infração que lhe deu causa.
O desenquadramento da imunidade da CSL obedecerá ao rito do processo administrativo fiscal vigente.

Nota
O trâmite no âmbito processual administrativo fiscal rege-se pelas regras gerais firmadas no Decreto nº 70.235/1972 e no Decreto
nº 7.574/2011 .
De acordo com a Lei nº 11.196/2005 , os atos e termos processuais podem ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados
em meio magnético ou equivalente, bem como a possibilidade da intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento,
mediante o envio ao domicílio tributário do sujeito passivo ou através de registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo
sujeito passivo. Nesse sentido, foi aprovada a Portaria MF nº 527/2010 , que tem por base a normatização da prática de atos e
termos processuais em forma eletrônica, bem como a digitalização e armazenagem de documentos digitais no âmbito do Ministério
da Fazenda (MF).

6. ECF

6.1 Obrigatoriedade
Em regra geral, a partir do ano-calendário de 2014, são obrigadas ao preenchimento da ECF, de forma centralizada pela matriz,
todas as pessoas jurídicas e equiparadas, inclusive imunes e isentas, sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro arbitrado ou lucro
presumido.

Nota
Com a instituição da ECF, as pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º.01.2014, da
entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). No entanto, no caso de encerramento,
incorporação, fusão ou cisão de empresas durante o ano-calendário de 2014, a pessoa jurídica deve entregar a DIPJ referente a
esse evento (Instrução Normativa RFB nº 1.422/2014, art. 5º; Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014 ).
6.1.1 Dispensa
A obrigatoriedade do preenchimento e da apresentação da ECF não se aplica:
a) às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional;
b) aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;
c) às pessoas jurídicas inativas;
d) às pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, não tenham sido obrigadas à
apresentação da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e da EFD-Contribuições.

6.1.2 Critérios aplicáveis às imunes e às isentas


Conforme disposto no inciso II do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 , estão dispensados de apresentação da EFD-
Contribuições as pessoas jurídicas imunes e isentas do IRPJ cuja soma dos valores mensais das contribuições apuradas, objeto da
escrituração, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00. Todavia, as pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à
apresentação da EFD-Contribuições a partir do mês em que esse limite for ultrapassado, permanecendo sujeitas a essa obrigação
em relação ao(s) mês(es) seguinte(s) do ano-calendário em curso.
O parâmetro de valor para a dispensa de obrigatoriedade corresponde ao valor das contribuições: PIS-Pasep, Cofins e Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), objeto de escrituração, que vem a ser as contribuições incidentes sobre as receitas
mensais, inferior a R$ 10.000,00. Vale ressaltar que, nesse valor que dispensa da escrituração digital, não se inclui o da contribuição
incidente sobre a Folha de Salários.
Caso a pessoa jurídica imune ou isenta não tenha apurado as três contribuições incidentes sobre receitas (PIS-Pasep, Cofins e
CPRB) em montante superior a R$ 10.000,00, está dispensada da apresentação, no correspondente mês, da EFD-Contribuições.
Atente-se também que, estando a pessoa jurídica imune ou isenta sujeita à obrigatoriedade da EFD-Contribuições em pelo menos 1
mês de determinado ano-calendário, sujeita-se (a partir do ano-calendário de 2014), por consequência, à obrigatoriedade da entrega
da Escrituração Contábil Digital (ECD) e da ECF (ambas de periodicidade anual) em relação ao ano-calendário em questão, ainda
que, nos demais meses do ano-calendário, o valor das referidas contribuições (sobre as receitas) a recolher seja inferior a R$
10.000,00.
Portanto, as pessoas jurídicas imunes ou isentas que estão obrigadas a entregar a EFD-Contribuições, conforme a Instrução
Normativa RFB nº 1.252/2012 , também estão obrigadas a entregar a ECD e a ECF.
De outro lado, lembra-se que as pessoas jurídicas podem entregar a ECD e a ECF de forma facultativa.

Nota
De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 175/2015, a EFD-Contribuições alcança as apurações do PIS-Pasep e da Cofins
incidentes sobre a receita e da CPRB relacionadas às operações e prestações praticadas pelo próprio contribuinte.
Ressalta-se que os valores apurados a título de PIS-Pasep sobre Folha de Salários e aqueles relativos às retenções efetuadas
sobre os serviços a ele prestados não constituem fato gerador da referida obrigação tributária acessória e também não são objeto
da Escrituração Fiscal Digital.
Assim, a pessoa jurídica imune ou isenta do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) deverá apresentar a EFD-Contribuições
se o montante total mensal apurado, a título de PIS-Pasep, da Cofins (ambos incidentes sobre a receita) ou de CPRB, for superior a
R$ 10.000,00.
Conforme esclarece o § 5º do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 , a pessoa jurídica imune ou isenta ao IRPJ que
estiver dispensada de apresentar a EFD-Contribuições, por não ultrapassar aquele limite, passará a ter a obrigação de apresentá-la
a partir do mês do ano em curso em que o valor das contribuições nele apuradas for superior a R$ 10.000,00, permanecendo assim
obrigada por todos os meses subsequentes, ainda que o montante apurado em qualquer deles seja igual ou inferior ao limite.
O valor de R$ 10.000,00, que delimita a obrigatoriedade ou não de apresentação da EFD-Contribuições, refere-se à apuração
mensal do PIS-Pasep e/ou da Cofins incidentes sobre a receita, ou da CPRB, e não ao valor acumulado dos meses já
transcorridos.

6.1.2.1 Exemplos
A seguir, ilustramos exemplos de situações em que a pessoa jurídica imune ou isenta estará ou não dispensada da obrigatoriedade
de entrega das escriturações digitais:
a) dispensa da apresentação das escriturações digitais:
Mês Soma dos valores mensais PIS-Folha EFD-Contribuições ECD ECF
(PIS-Pasep + Cofins + CPRB)

Janeiro R$ 0,00 R$ 0,00 Dispensa Dispensa Dispensa


Fevereiro R$ 0,00 R$ 20.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Março R$ 9.000,00 R$ 20.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Abril R$ 10.000,00 R$ 0,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Maio R$ 0,00 R$ 0,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Junho R$ 10.000,00 R$ 20.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Julho R$ 10.000,00 R$ 0,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Agosto R$ 6.000,00 R$ 10.500,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Setembro R$ 2.000,00 R$ 10.500,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Outubro R$ 2.000,00 R$ 12.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Novembro R$ 2.000,00 R$ 11.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

Dezembro R$ 2.000,00 R$ 11.000,00 Dispensa Dispensa Dispensa

b) obrigatoriedade de apresentação das escriturações digitais:


Mês Soma dos valores mensais PIS-Folha EFD-Contribuições ECD ECF
(PIS-Pasep + Cofins + CPRB)
Janeiro R$ 0,00 R$ 0,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Fevereiro R$ 0,00 R$ 20.000,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Março R$ 9.000,00 R$ 20.000,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Abril R$ 10.000,00 R$ 0,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Maio R$ 0,00 R$ 0,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Junho R$ 10.000,00 R$ 20.000,00 Dispensa Obrigada Obrigada

Julho R$ 10.100,00(*) R$ 0,00 Obrigada Obrigada Obrigada

Agosto R$ 6.000,00 R$ 10.500,00 Obrigada Obrigada Obrigada

Setembro R$ 2.000,00 R$ 10.500,00 Obrigada Obrigada Obrigada

Outubro R$ 2.000,00 R$ 12.000,00 Obrigada Obrigada Obrigada

Novembro R$ 2.000,00 R$ 11.000,00 Obrigada Obrigada Obrigada

Dezembro R$ 2.000,00 R$ 11.000,00 Obrigada Obrigada Obrigada

(*) De acordo com o exemplo, na forma demonstrada na letra "b", a partir do mês de julho, a somatória da contribuição para o PIS-
Pasep, da Cofins e da CPRB ultrapassou o limite de R$ 10.000,00, tornando obrigatória a apresentação das escriturações digitais
(EFD-Contribuições, ECD e ECF).

6.2 Retificação
A retificação da ECF poderá ser realizada em até 5 anos.
Caso seja retificada a ECF de determinado ano será necessário retificar as ECF dos anos posteriores, em virtude do controle de
saldos da ECF.
Exemplo:
Em 01.01.2018, a empresa retificou a ECF do ano-calendário 2014. Nesse caso, a empresa pode ter que retificar as ECF dos anos-
calendário 2015 e 2016.
Para efetuar a retificação da ECF, a pessoa jurídica deve indicar no Registro 0000: Abertura do arquivo digital e identificação da
pessoa jurídica que a escrituração é retificadora, assinalando o campo "S - ECF retificadora".
A pessoa jurídica poderá efetuar a remessa de arquivo em retificação ao arquivo anteriormente remetido, observando-se a
permissão, as regras e prazos estabelecidos pela RFB. Atente-se que a substituição das ECF já transmitidas deverá ser feita na sua
íntegra, pois a ECF não aceita arquivos complementares para o mesmo período informado. Como há controle de saldos, se houver
substituição de uma ECF, pode haver a necessidade de substituição de ECF já transmitidas de anos posteriores.

7. PRAZO PARA APRESENTAÇÃO


A ECF deverá ser transmitida anualmente ao Sped até as 23h59min59s, horário de Brasília, do último dia útil do mês de setembro
do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração, ou seja, a ECF relativa ao ano-calendário de 2014 deve ser
entregue até o dia 30.09.2015.
A ECF deverá ser assinada digitalmente mediante utilização de certificado digital válido do tipo A1 ou A3 ou mediante procuração
obtida no site da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECF deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas
extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento, observando-
se que:
a) a obrigatoriedade de entrega da ECF, não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas,
incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento; e
b) nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, ocorrido de janeiro a agosto do ano-calendário, o
prazo mencionado será até o último dia útil do mês de setembro do referido ano, mesmo prazo da ECF para situações
normais relativas ao ano-calendário anterior.

(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013 , art. 3º ; Instrução Normativa RFB nº 1.524/2014 )

7.1 Multa por apresentação fora de prazo ou apresentação com incorreções ou omissões
Em caso de não apresentação da ECF ou de apresentação extemporânea, a multa será de R$ 500,00 por mês-calendário ou
fração, relativamente às pessoas jurídicas em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas.
Caso a pessoa jurídica, na última declaração, tenha utilizado mais de uma forma de apuração do lucro, ou tenham realizado algum
evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de R$ 1.500,00.
A apresentação da ECF com informações incorretas, incompletas ou omitidas sujeita o infrator:
a) à multa de 3%, não inferior a R$ 100,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da
pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário;
b) 1,5%, não inferior a R$ 50,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física
ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta.

(Medida Provisória nº 2.158-35/2001 , art. 57 ; Lei nº 12.873/2013 , art. 57 ; Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013 , art. 6º ,
parágrafo único; Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014 )

8. LEIAUTE
O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, contendo informações de leiaute do arquivo de importação, regras de validação
aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de códigos utilizadas e regras de retificação da ECF, foi aprovado pelo Ato
Declaratório Executivo Cofis nº 60/2015 e está disponível para download no site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br).

(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013 , art. 4º )

9. INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA ECF


Na ECF, é permitida a importação de dados em arquivos de texto (txt), ou à opção da pessoa jurídica; as informações podem ser
inseridas manualmente (essa opção não é recomendável pela complexidade no preenchimento). A apuração manual, a reunião da
documentação, bem como os ajustes necessários demandam tempo e, além de exaustivos, são mais suscetíveis a erros.
Nesse sentido, é de fundamental importância a decisão pela contratação de empresas de tecnologia de informação especializadas
em sistematização de procedimentos por meio de uma ferramenta que atenda a essa obrigação acessória integralmente, uma vez
que a ECF exige apurações extensas e também realiza o cruzamento de informações dentro do próprio sistema.
As orientações a seguir foram elaboradas em conformidade com o Manual de Orientação do Leiaute da ECF.

9.1 Blocos e registros


As pessoas jurídicas imunes ou isentas devem preencher os blocos e registros próprios desse regime tributário, conforme o quadro
a seguir:

Blocos obrigatórios para imunes ou isentas

Bloco Nome do Bloco Descrição do Bloco

Abre o arquivo, identifica a pessoa jurídica e referencia o período da


0 Abertura e identificação
ECF

Informações recuperadas da ECD (bloco recuperado Recupera, das ECD do período da escrituração da ECF, as
C
pelo sistema) (*) informações do plano de contas e os saldos mensais

Recupera, da ECF imediatamente anterior, os saldos finais das


Informações recuperadas da ECF anterior e cálculo
contas referenciais e da parte B (do e-Lalur e e-LACS).
E fiscal dos dados recuperados da ECD (bloco
Calcula os saldos contábeis de acordo com o período de apuração
recuperado pelo sistema) (**)
do tributo(**)

J Plano de contas (***) e mapeamento Apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano
de contas referencial

Apresenta os saldos das contas contábeis patrimoniais e de


K Saldo das contas contábeis e referenciais resultado por período de apuração e o seu mapeamento para as
contas referenciais

Apresenta o balanço patrimonial e a demonstração do resultado das


U Imunes ou Isentas imunes ou isentas. Apura, quando for o caso, o IRPJ e a CSLL em
caso de obrigatoriedade

X Informações econômicas Apresenta informações econômicas da pessoa jurídica

Y Informações gerais Apresenta informações gerais da pessoa jurídica

9 Encerramento do arquivo digital Encerra o arquivo digital

(*) O arquivo da ECD não é importado para a ECF e sim recuperado. Primeiramente, deve ser criada uma ECF no próprio
programa ou d eve ser importado um arquivo da ECF, para, aí sim, recuperar o arquivo da ECD (recuperação de contas, saldos e
mapeamento, caso tenha sido realizado na ECD). A ECD recuperada deve estar validada, assinada e transmitida, observando-se,
ainda, que para as pessoas jurídicas imunes ou isentas obrigadas a entregar a ECD, a recuperação da ECD na ECF é obrigatória.
Nesse caso, o 0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com "C". Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar a ECD, o
0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com "L". Nessa situação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos
(**) O Bloco E será preenchido somente a partir do ano-calendário 2015, exercício 2016.
O arquivo digital é composto por blocos de informação, e cada bloco terá um registro de abertura, registros de dados e um registro
de encerramento.
Após o bloco inicial (Bloco 0), a ordem de apresentação dos demais blocos é a sequência constante na tabela de blocos ilustrada
anteriormente.
Se houver especificação em contrário, todos os blocos serão obrigatórios e o respectivo registro de abertura indicará a presença
ou a ausência de dados informados.
(***) Para as pessoas jurídicas que possuem ECD a recuperar e geram o arquivo da ECF para importação, os Registros U100
(Balanço Patrimonial) e U150 (Demonstração do Resultado), no caso de imunes e isentas, não devem constar no aquivo da ECF
para importação, pois, caso sejam importados, os valores não serão calculados pelo programa ECF.

10. BLOCO 0
O preenchimento do Bloco 0 possibilita à pessoa jurídica selecionar os blocos e registros que serão informados na elaboração da
ECF.
Esse bloco é composto por 8 registros, conforme reproduzido a seguir:

Registros do Bloco 0 - Abertura, Identificação e Referências

Registro Descrição

0000 Abertura do Arquivo Digital e Identificação da Pessoa Jurídica

0001 Abertura do Bloco 0

0010 Parâmetros de Tributação

0020 Parâmetros Complementares

0030 Dados Cadastrais

0930 Identificação dos Signatários da ECF


0990 Encerramento do Bloco 0

Notas
(1) O Registro 0035 (Identificação das SCP) não se aplica às entidades imunes ou isentas.
(2) No Registro 0010 (Parâmetros de Tributação), se 0010.APUR_CSLL ou se 0010.FORMA_APUR_I for igual a "A" (Anual) ou "T"
(Trimestral), utilizar o plano de contas de imunes e isentas nos períodos correspondentes.
(3) Quanto à escrituração, deve ser observado o seguinte:
L - Livro Caixa ou Hipótese prevista no § 1º do art. 129, Instrução Normativa no 1.515/2014 (Lucro Presumido) ou Sem Escrituração
(Imunes ou Isentas) ou Não obrigadas a entregar a ECD, de acordo com a Instrução Normativa nº 1.420/2014; ou C - Contábil
(Lucro Presumido, Imunes ou Isentas).
Observa-se que a hipótese prevista no § 1º do art. 129, Instrução Normativa nº 1.515/2014, prevê que a pessoa jurídica que
mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta
específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento. Entretanto, a opção "C"
contábil corresponde às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou imunes ou isentas que estão obrigadas a entregar a
ECD, de acordo com a Instrução Normativa nº 1.420/2013.
(3) O campo Tipo de Pessoa Jurídica Imune ou Isenta é obrigatório e deverá identificar se a pessoa jurídica é:
01 - Assistência Social
02 - Educacional
03 - Sindicato de Trabalhadores
04 - Associação Civil
05 - Cultural
06 - Entidade Fechada de Previdência Complementar
07 - Filantrópica
08 - Sindicato
09 - Recreativa
10 - Científica
11 - Associação de Poupança e Empréstimo
12 - Entidade Aberta de Previdência Complementar (Sem Fins Lucrativos)
13 - Fifa e Entidades Relacionadas
14 - CIO e Entidades Relacionadas
15 - Partidos Políticos
99 - Outras.
(4) A apuração do IRPJ e da CSL para as imunes ou isentas deve indicar a existência ou não de atividade não abrangida pela
imunidade ou isenção e tributada pelo imposto ou pela contribuição (para imunes ou isentas). Se positivo, deve ser informada a
apuração:
A - Anual
T - Trimestral
D - Desobrigada
(4) No Registro 0930, são informados os dados dos signatários da escrituração, sendo obriga-tórias 2 assinaturas: uma do
contabilista e uma da pessoa jurídica, observando-se que:
a) para a assinatura do contabilista, só podem ser utilizados certificados digitais de pessoa física (e-PF ou e-CPF);
b) para a assinatura do representante legal da pessoa jurídica, poderá ser utilizado certificado digital válido (do tipo A1 ou A3):
b.1) o e-PJ ou e-CNPJ do estabelecimento que contenha a mesma base do CNPJ (8 primei-ros caracteres);
b.2) o e-PF ou e-CPF do representante legal da empresa ou procurador constituído nos ter-mos da Instrução Normativa RFB nº
944/2009 , com procuração eletrônica cadastrada no site da RFB.
O cadastramento de procuração eletrônica deve ser realizado no site da RFB, (www.receita.fazenda.gov.br), na aba Empresa, clicar
em "Todos os serviços", selecionar "Procuração Eletrônica e Senha para pesquisa via Internet", "procuração eletrônica" e "conti-
nuar", ou opcionalmente mediante o acesso do https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/login/login.asp e os seguintes
procedimentos:
a) login com certificado digital de pessoa jurídica ou representante legal/procurador;
b) selecionar "Procuração eletrônica";
c) selecionar "Cadastrar Procuração" ou outra opção, se for o caso;
d) selecionar "Solicitação de procuração para a Receita Federal do Brasil";
e) preencher os dados do formulário apresentado e selecionar a opção "Transmissão de De-clarações/Arquivos, inclusive todos do
CNPJ, com Assinatura Digital via Receitanet";
f) para finalizar, clicar em "Cadastrar procuração", ou "Limpar" ou "Voltar".
A assinatura digital será verificada quanto a sua existência, prazo e validade para a pessoa jurídica identificada na ECF, no início do
processo de transmissão do arquivo digital.
(5) O contador pode assinar a ECF como contador e procurador. Para assinar como procurador, é necessária a procuração
eletrônica cadastrada no e-CAC. É importante ressaltar que o serviço ECF deve estar explicitamente habilitado na procuração
eletrônica, pois não é automático, ou seja, se a empresa já possuía a procuração eletrônica, será necessária a solicitação da
habilitação do serviço ECF. Para o preenchimento do registro 0930, as duas linhas conterão os dados do contador (Nome e CPF,
conforme e-CPF do contador). Uma linha será com a qualificação "Contabilista" e outra linhas será com a qualificação "Procurador".
(6) Não é possível transmitir duas ou mais ECF no caso de mudança de contador no período. A ECF deve ser transmitida em
arquivo único, a menos que ocorra alguma das situações especiais previstas no Registro 0000. Caso a entidade tenha que
recuperar os dados da ECD, devem ser recuperados os dois arquivos da ECD transmitidos (um para cada contador). Contudo, para
que a ECF recupere os dados corretamente é necessário que os saldos finais das contas que aparecem no 1º arquivo (1º contador)
sejam iguais aos saldos inciais dessas mesmas contas que aparecem no 2º arquivo (2º contador). Se isso não ocorrer, a ECF
recuperará somente os dados do segundo arquivo e os ajustes necessário s deverão ser realizados na própria ECF ou na ECD, por
meio de substituição.

11. BLOCO C
O Bloco C não é preenchido pela empresa; o próprio programa da ECF importa esse bloco no momento da recuperação de dados
da ECD.
A partir de 1º.01.2014, as pessoas jurídicas imunes e isentas são obrigadas à apresentação da ECD, que, em relação aos fatos
ocorridos no ano-calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB
nº 1.252/2012 .
Somente poderão ser recuperadas as ECD do tipo G, R, B ou S.
G Livro Diário (completo sem escrituração auxiliar)

R Livro Diário com Escrituração Resumida (com escrituração auxiliar)

B Livro Balancetes Diários e Balanços

S Escrituração da SCP Mantida pelo Sócio Ostensivo


Nesse bloco, serão informados os registros a seguir:

Registros do Bloco C

Registro Descrição

C001 Abertura do Bloco C

C040 Identificador da ECD

C050 Plano de Contas da ECD

C051 Plano de Contas Referencial

C053 Subcontas Correlatas

C100 Centro de Custos

C150 Identificação do Período dos Saldos Periódicos das Contas

C155 Detalhes dos Saldos Contábeis das Contas

C157 Transferência de Saldos do Plano de Contas Anterior

C350 Identificação da Data dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento
C355 Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento

C990 Encerramento do Bloco C

(Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013 , art. 3º , III)

12. BLOCO E
O Bloco E traz informações recuperadas da ECF anterior e o cálculo fiscal dos dados recuperados da ECD.
O Bloco E não é preenchido pela empresa, pois o próprio sistema preencherá esse bloco no momento da recuperação da ECF no
período imediatamente anterior e efetuará os cálculos fiscais relativos aos dados recuperados da ECD.
O Bloco E apresenta os seguintes registros:

Registros do Bloco E

Registro Descrição

E001 Abertura do Bloco E

E010 Saldos Finais Recuperados da ECF Anterior

E015 Contas Contábeis Mapeadas

E020 Saldos Finais das Contas na Parte B do e-Lalur da ECF Imediatamente Anterior
E030 Identificação do Período

E155 Detalhes dos Saldos Contábeis Calculados com Base nas ECD

E355 Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento

E990 Encerramento do Bloco E

13. BLOCO J
O Bloco J (Plano de Contas e Mapeamento) apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano de contas
referencial.
Os registros desse bloco podem ser digitados, importados, replicados a partir do Bloco E, ou recuperados da ECF do período
imediatamente anterior ao período da escrituração atual, transmitida via Sped.

Registros do Bloco J

Registro Descrição

J001 Abertura do Bloco J

J050 Plano de Contas do Contribuinte

J051 Plano de Contas Referencial

J053 Subcontas Correlatas


J100 Centro de Custos

J990 Encerramento do Bloco J

O Bloco K apresenta os saldos das contas contábeis e referenciais cujos registros podem ser digitados, importados ou replicados a
partir do Bloco E.
Os saldos e movimentações de contas a serem informados neste bloco podem ser calculados pelo sistema através da
funcionalidade de recuperar ECD.
São registros do Bloco K:

Registros do Bloco K

Registro Descrição

K001 Abertura do Bloco K

K030 Identificação dos Períodos e Formas de Apuração do IRPJ e da CSLL no Ano-Calendário

K155 Detalhes dos Saldos Contábeis (Depois do Encerramento do Resultado do Período)

K156 Mapeamento Referencial do Saldo Final

K355 Saldos Finais das Contas Contábeis de Resultado Antes do Encerramento

K356 Mapeamento Referencial dos Saldos Finais das Contas Contábeis de Resultado Antes do Encerramento

K990 Encerramento do Bloco K


14. BLOCO U
Na ECF, o Bloco U é exclusivo para preenchimento das pessoas jurídicas imunes ou isentas, destacando-se os seguintes registros:
São registros do Bloco U:

Registros exclusivos das imunes ou isentas

Registro Descrição

U001 Abertura do Bloco U

U030 Identificação dos Períodos e Formas de Apuração do IRPJ e da CSLL das Empresas Imunes e Isentas

U100 Balanço Patrimonial

U150 Demonstração do Resultado

U180 Cálculo do IRPJ das Empresas Imunes e Isentas

U182 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das Empresas Imunes e Isentas

U990 Encerramento do Bloco

14.1 Registro U001


Esse registro indica a abertura do Bloco U, identificando o tipo do registro, bem como se o bloco possui ou não dados a serem
informados na ECF.

14.2 Registro U030


O Registro U030 (Identificação dos Períodos e Formas de Apuração do IRPJ e da CSLL das Empresas Imunes e Isentas) identifica
os períodos da escrituração necessários conforme definições de parâmetros do Bloco 0 (Abertura, Identificação e Referências).
Nesse registro, serão indicados:
a) data de início e data do fim do período abrangido pela ECF; e
b) período de apuração (anual ou trimestral).

14.3 Registro U100


Apresenta o balanço patrimonial com base nas contas referenciais para o período de apuração, sendo que:
a) o saldo inicial pode ser replicado do registro E010 (Saldos Finais Recuperados da ECF Anterior) e E015 (Contas Contábeis
Mapeadas), ou preenchido;
b) o saldo final será recuperado do registro K155 (Detalhes dos Saldos Contábeis - Depois do Encerramento do Resultado do
Período) e K156 (Mapeamento Referencial do Saldo Final).

Nota
Os planos referenciais correspondentes ao registro U100 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF.

14.4 Registro U150


Apresenta a demonstração do resultado das empresas imunes e isentas.
No caso de entidades fechadas de previdência complementar, será apresentado o Plano de Gestão Administrativa (PGA).

Nota
Os planos referenciais correspondentes ao registro U150 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF.
14.5 Registro U180
Apresenta o cálculo do IRPJ das empresas imunes e isentas no caso de receitas auferidas oriundas de atividades não relacionadas
às atividades das empresas imunes e isentas.
Os códigos e descrições serão informados, conforme tabela dinâmica do Sped, reproduzida a seguir (Manual de Orientação do
Leiaute da ECF e no programa da ECF).

Tabela dinâmica

Código Descrição

1 Base de cálculo do IRPJ

2 IMPOSTO SOBRE O LUCRO

3 À Alíquota de 15%

4 Adicional

5 DEDUÇÕES

6 (-) Imposto de Renda Mensal Pago por Estimativa

7 (-) Parcelamento Formalizado de IR sobre a Base de Cálculo Estimada

8 (-) Imposto de Renda Retido na Fonte por Órgãos, Autarquias e Fundações Federais (Lei nº 9.430/1996 , art. 64 )
(-) Imposto de Renda Retido na Fonte pelas Demais Entidades da Administração Pública Federal (Lei n° 10.833/2003 , art.
9
34 )

10 (-) Imposto de Renda Retido na Fonte (demais)

11 (-) Demais Deduções

12 IMPOSTO DE RENDA A PAGAR

14.6 Registro U182


Esse registro apresenta o cálculo da CSL das empresas imunes ou isentas e deve ser preenchido pelas:
a) entidades sem fins lucrativos a seguir, de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 , que não se enquadrem na
imunidade ou isenção da Lei nº 9.532/1997 :
a.1) empresário (antiga firma individual);
a.2) sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não;
a.3) órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional;
b) as associações de poupança e empréstimo.
Os códigos e descrições serão informados, conforme tabela dinâmica do Sped, reproduzida a seguir (Manual de Orientação do
Leiaute da ECF e no programa da ECF):

Tabela dinâmica

Código Descrição Orientações de preenchimento

1 Base de Cálculo da CSLL A pessoa jurídica imune ou isenta do IRPJ deve informar, nesta linha, a base de
cálculo para fins da determinação da CSLL. A base de cálculo é o resultado positivo
do período, apurado em conformidade com o disposto na Lei nº 6.404/1976 ,
ajustado pelas adições e exclusões, em conformidade com a legislação vigente,
deduzido da compensação do valor correspondente à base de cálculo negativa da
CSLL, de períodos de apuração anteriores, que estiver sendo compensada no
período de apuração, observado o limite de 30% do valor do resultado do período
ajustado, quando a pessoa jurídica apurar a CSLL trimestralmente ou em 31 de
dezembro do ano-calendário (ajuste anual).

O valor a ser informado, nesta linha, é o resultante da aplicação da alíquota vigente


sobre o informado na linha U182/01. A alíquota da CSLL é de (Lei nº 11.727/2008 ,
art. 17 ):
2 CSLL Apurada a) 15%, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e
das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº
105/2001 ; e
b) 9%, no caso das demais pessoas jurídicas.

3 DEDUÇÕES

Esta linha somente deve ser preenchida pelas pessoas jurídicas citadas no § 1º do
art. 22 da Lei nº 8.212/1991 , que tiveram base de cálculo de CSLL negativa e
valores adicionados temporariamente ao lucro líquido, correspondentes a períodos
de apuração encerrados até 31 de dezembro de 1998, e que optaram por escriturar,
(-) Recuperação de Crédito de CSLL
4 em seu ativo, como crédito compensável com débitos da CSLL, o valor equivalente
(MP nº 1.807/1999 , art. 8º )
a dezoito por cento da soma daquelas parcelas. A compensação a ser informada,
nesta linha, pelo valor original do crédito, somente pode ser efetuada com até 30%
(trinta por cento) do saldo da CSLL constante da linha U182/2 em cada período de
apuração (trimestral/anual).
Esta linha deve ser preenchida somente pelas pessoas jurídicas imunes ou isentas
do IRPJ que apuram a CSLL anualmente. Somente podem ser deduzidos na
apuração do ajuste anual os valores de estimativa efetivamente pagos relativos ao
ano-calendário objeto da declaração. Considera-se efetivamente pago por estimativa
o crédito da contribuição extinto por meio de: dedução da CSLL retida por órgão
público, compensação solicitada por meio da Declaração de Compensação
5 (-) CSLL Mensal Paga por Estimativa (PER/DComp), compensação autorizada por medida judicial e valores pagos
mediante Darf. Atenção: A pessoa jurídica que apurou CSLL anual com base em
balanço e/ou de suspensão ou redução não deve informar, nesta linha, o valor
correspondente ao crédito de CSLL de que trata o art. 8º da MP nº 1.807/1999 , e
reedições, compensado com a CSLL apurada nesses balanços ou balancetes, uma
vez que o cálculo para fins de observação do limite de 30% deve ser feito no
balanço de 31 de dezembro do ano-calendário (ajuste anual).

Esta linha deve ser preenchida somente pelas pessoas jurídicas que apuram a
CSLL anualmente. Informar, nesta linha, o valor original de CSLL, apurado no
transcorrer do ano-calendário, sobre a base de cálculo estimada, inclusive sobre o
resultado apurado em balanço ou balancete de redução, que seja objeto de
parcelamento deferido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil até 31 de março
do ano-calendário subsequente.
(-) Parcelamento Formalizado de Observa-se que:
6 CSLL sobre a Base de Cálculo a) o montante correspondente aos valores parcelados não pode gerar saldo
Estimada negativo de contribuição;
b) o pedido de restituição ou a utilização para compensação, mediante Declaração
de Compensação (PER/DComp) ou processo administrativo, do saldo de
parcelamento de CSLL devida por estimativa ou apurada em balanço ou balancete
de suspensão ou redução, fica condicionado ao pagamento do referido
parcelamento.
Exemplo:
Valor originário da CSLL = R$ 10.000,00;
Parte do valor original do débito constante do processo de parcelamento = R$
4.000,00; Valor total constante do processo de parcelamento (principal + multa +
juros) = R$ 7.000,00; Neste caso o valor a ser informado como parcelamento
formalizado é R$ 4.000,00.

(-) CSLL Retida na Fonte por Órgãos,


Informar, nesta linha, o valor correspondente à CSLL retida na fonte por órgão
7 Autarquias e Fundações Federais (Lei
público federal sobre as receitas que integram a base de cálculo da CSLL devida(*)
nº 9.430/1996 , art. 64 )

Indicar o valor correspondente à CSLL retida na fonte, sobre as receitas que


integram a base de cálculo da CSLL devida, pelas seguintes entidades da
administração pública federal(*):
(-) CSLL Retida na Fonte pelas a) empresas públicas;
Demais Entidades da Administração b) sociedades de economia mista; e
8
Pública Federal (Lei n° 10.833/2003 , c) demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
art. 34 ) capital social com direito a voto, e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional
e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira na
modalidade total no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal - SIAFI.

Informar o valor correspondente à CSLL retida na fonte por outras pessoas jurídicas
de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação,
(-) CSLL Retida na Fonte por Pessoas
manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra,
9 Jurídicas de Direito Privado (Lei n°
pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
10.833/2003 , art. 30 )
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, e pela
remuneração de serviços profissionais(*).

10 (-) CSLL Retida na Fonte por Indicar o valor correspondente à CSLL retida na fonte pelos Estados, Distrito Federal
Órgãos, Autarquias e e Municípios sobre os pagamentos efetuados por seus órgãos, autarquias e
Fundações dos Estados, Distrito fundações, sobre as receitas que integram a base de cálculo da CSLL devida(*).
Federal e Municípios (Lei n°
10.833/2003, art. 33)

11 CSLL A PAGAR Soma aritmética dos valores informados nas linhas U182/2 a U182/10

(*) Observações:
a) os valores excedentes de CSLL retida na fonte não utilizados na apuração da CSLL mensal, no transcorrer do ano-
calendário, devem ser informados nesse campo, independentemente de limite;
b) não há limite para dedução do valor da CSLL retida na fonte para as pessoas jurídicas que apuram a CSLL trimestralmente.

Nota
As entidades sujeitas à planificação contábil própria apuram a CSL de acordo com essa planificação. Nesses casos, a CSL pode
ser apurada anualmente ou trimestralmente.
A pessoa jurídica imune ou isenta de IRPJ pode optar pela apuração anual da CSL, que está sujeita ao pagamento da CSLL
apurada sobre a base de cálculo estimada mensalmente ou sobre balanço ou balancete de suspensão ou redução.

14.7 Registro U990


O Registro U990 encerra o Bloco U. O preenchimento desse registro é obrigatório para as pessoas jurídicas imunes e isentas.
Devem ser informados nesse registro a identificação do tipo do registro e a quantidade total de registros existentes nesse bloco.

15. BLOCO X
No Bloco X, a pessoa jurídica deve apresentar as informações econômicas ocorridas no ano-calendário; ele também indica se
possui ou não dados a serem informados.
Os registros do Bloco X que podem ser preenchidos pela pessoa jurídica imune ou isenta são:

Registros do Bloco X
Registro Descrição

X001 Abertura do Bloco X

X390 Origem e Aplicação de Recursos - Imunes e Isentas

X400 Comércio Eletrônico e Tecnologia da Informação - Informações das Vendas

X410 Comércio Eletrônico - Informação de Homepage/Servidor

X420 Royalties Recebidos ou Pagos a Beneficiários do Brasil e do Exterior

X430 Rendimentos Relativos a Serviços, Juros e Dividendos Recebidos do Brasil e do Exterior

X450 Pagamentos/Remessas Relativos a Serviços, Juros e Dividendos Recebidos do Brasil e do Exterior

X460 Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Tecnológico

X470 Capacitação de Informática e Inclusão Digital

X990 Encerramento do Bloco X

Notas
(1) O Registro X001 é de abertura do Bloco X.
(2) O Registro X390 (Origem e Aplicação de Recursos - Imunes e Isentas) deve ser preenchido pelas pessoas jurídicas imunes ou
isentas do IRPJ. Nesse registro, a pessoa jurídica deve discriminar a origem (receitas e demais entradas) e a aplicação (despesas e
demais saídas) dos recursos auferidos e despendidos durante o ano-calendário, observando-se que:
a) devem discriminar os valores, em reais, conforme melhor se enquadrarem entre os títulos apresentados, utilizando os campos a
seguir, somente em caso de impossibilidade de melhor classificação:
a.1) X390/7 (Outros Recursos); e
a.2) X390/15 (Outras Despesas);
b) os empréstimos tomados devem ser incluídos no campo X390/6 (Doações e Subvenções);
c) as amortizações e o pagamento de juros devem ser informados no campo X390/15 (Outras Despesas).
(3) O Registro X990 encerra o Bloco X. Nesse registro são informados a identificação do tipo do registro, bem como a quantidade
total de registros do Bloco X.

16. BLOCO Y
No Bloco Y, a pessoa jurídica deve apresentar as informações gerais ocorridas no ano-calendário.
Os registros do Bloco Y que podem ser preenchidos pela pessoa jurídica imune ou isenta são:

Registros do Bloco Y

Registros Descrição

Y001 Abertura do Bloco Y

Y520 Pagamentos/Recebimentos do Exterior ou de Não Residentes

Y540 Discriminação da Receita de Vendas dos Estabelecimentos por Atividade Econômica

Y570 Demonstrativo do Imposto de Renda e CSLL Retidos na Fonte


Y580 Doações a Campanhas Eleitorais

Y590 Ativos no Exterior

Y612 Rendimentos de Dirigentes e Conselheiros - Imunes ou Isentas

Y620 Participações Avaliadas Pelo Método de Equivalência Patrimonial

Y640 Participações em Consórcios de Empresas

Y650 Participantes do Consórcio

Y660 Dados de Sucessoras

Y665 Demonstrativo das Diferenças na Adoção Inicial

Y682 Informações de Optantes pelo Refis - Imunes ou Isentas

Y690 Informações de Optantes pelo Paes

Y700 Declaração de Informações de Operações Relevantes (DIOR)

Y710 Tributos vinculados à DIOR

Y720 Informações de períodos anteriores


Y800 Outras Informações

Y990 Encerramento do Bloco Y

Nos subtópicos a seguir, demonstraremos os principais registros a serem demonstrados pelas pessoas jurídicas imunes ou isentas.

16.1 Registro Y570


Devem ser prestadas informações sobre todo o IRRF e a CSLL retidos na fonte durante o período abrangido pela ECF, incidentes
sobre as receitas que compõem a base de cálculo do tributo devido.

16.2 Registro Y580


Deve ser preenchido pela pessoa jurídica que, durante o ano-calendário, efetuou doações a candidatos, comitês financeiros e
partidos políticos, ainda que na forma de fornecimento de mercadorias ou prestação de serviços para campanhas eleitorais,
observando-se que:
a) os valores doados não são dedutíveis da base de cálculo do IRPJ e da CSL;
b) as instituições de educação e de assistência social imunes, nos termos do art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição
Federal/1988 , bem como as instituições isentas de que trata o art. 15 da Lei nº 9.532/1997 , devem observar os requisitos
para o gozo do benefício, em especial o estabelecido no art. 12 , § 2º, alínea "b", da Lei nº 9.532/1997 , que assim dispõe:
aplicar integralmente seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos sociais.
16.3 Registro Y590
O Registro Y590 (Ativos no Exterior) deve ser preenchido por todas as pessoas jurídicas que possuem ativos no exterior, salvo
quando o valor contábil total dos ativos no exterior a declarar, convertido para reais no final do período abrangido pela ECF, for
inferior a R$ 100.000,00. O valor do ativo no exterior é convertido em reais tomando-se por base a taxa de câmbio da moeda do
país de origem, fixada para venda, pelo Bacen, correspondente à data de seu efetivo pagamento. Caso a moeda do país de origem
não tenha cotação no Brasil, o seu valor é convertido em dólares dos Estados Unidos da América e, em seguida, em reais.

16.4 Registro Y612


Esse registro deve ser preenchido pela pessoa jurídica imune ou isenta de IRPJ com a informação dos rendimentos de dirigentes e
conselheiros devendo conter:
a) identificação do registro;
b) CPF do dirigente ou conselheiro beneficiário dos rendimentos;
c) nome do dirigente ou conselheiro beneficiário dos rendimentos;
d) qualificação do dirigente ou conselheiro beneficiário dos rendimentos:
d.1) 10 - Administrador sem Vínculo Empregatício
d.2) 11 - Diretor sem Vínculo Empregatício
d.3) 12 - Presidente sem Vínculo Empregatício
d.4) 13 - Administrador com Vínculo Empregatício
d.5) 14 - Conselheiro de Administração ou Fiscal
d.6) 15 - Diretor com Vínculo Empregatício
d.7) 16 - Fundador
d.8) 17 - Presidente com Vínculo Empregatício
e) valor dos rendimentos pagos e escriturados, nos livros da escrituração contábil ou no livro Caixa, a título de remuneração a
dirigentes ou conselheiros pela prestação de serviços, ou quaisquer outros pagamentos, tais como: pró-labore e aluguéis.
Esses valores sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na fonte e na declaração de rendimentos dos beneficiários;
f) valor de outros rendimentos não classificados como rendimento do trabalho, escriturados nos livros da escrituração contábil
ou no livro Caixa, pagos aos dirigentes ou conselheiros. Esses valores sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte e
na declaração de rendimentos dos beneficiários;
g) valor do IRRF por ocasião do pagamento dos rendimentos a dirigentes ou conselheiros da pessoa jurídica imune ou isenta
de IRPJ.

16.5 Registro Y682


Esse registro deve ser preenchido pela pessoa jurídica imune ou isenta que optou pelo Refis para os meses em que esteve
submetida ao programa.
No campo Y682.ACRES_PATR, deve ser informado o somatório das receitas auferidas em cada mês, independentemente de sua
natureza.

16.6 Registro Y690


O Registro Y690 (Informações de Optantes pelo Paes) deve ser preenchido pela pessoa jurídica que optou pelo Parcelamento
Especial (Paes) de que trata a Lei nº 10.684/2003 para os meses em que esteve submetida ao parcelamento.
No campo Y690.VL_REC_BRU, deve ser informada a receita bruta da pessoa jurídica em cada mês definido em Y690.MES.
Integram a receita bruta operacional (art. 44 da Lei nº 4.506/1964 ):
a) o produto da venda dos bens e serviços nas transações ou operações de conta própria;
b) o resultado auferido nas operações de conta alheia;
c) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nas letras "a" e "b" (Decreto-lei nº
1.598/1977 , art. 12, com a redação dada pela Lei nº 12.973/2014 );
d) as recuperações u devoluções de custos, deduções ou provisões;
e) as subvenções correntes, para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de
pessoas naturais.
Da receita bruta de vendas e serviços não devem ser diminuídos as vendas canceladas, os descontos concedidos
incondicionalmente e os impostos incidentes sobre vendas.

(Lei nº 4.506/1964 , art. 44 ; Decreto-lei nº 1.598/1977 , art. 12; Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 3/2003 , art. 8º )

16.7 Registro Y700


O Registro Y700 (Declaração de Informações de Operações Relevantes - DIOR) deve ser preenchido pela pessoa jurídica com as
informações de operações relevantes, conforme previsão do art. 7º da Medida Provisória nº 685/2015 .

Nota
A RFB informou em seu site na Internet (www.receita.fazenda.gov.br) que a declaração de atos ou negócios jurídicos que
acarretem supressão, redução ou diferimento de tributos, pre-vista no art. 7º da Medida Provisória nº 685/2015 (denominada
"Declaração de Informações de Operações Relevantes - Dior"), constante dos registros Y700 e Y710 da Escrituração Con-tábil
Fiscal (ECF), ainda não foi disciplinada e, portanto, não é obrigatória para o ano-calendário de 2014, cujo prazo de entrega se
encerra em 30.09.2015.

16.8 Registro Y710


O Registro Y710 (Tributos Vinculados a DIOR) deve ser preenchido pela pessoa jurídica com as informações de operações
relevantes.

16.9 Registro Y720


O Registro Y720 (Informações de Períodos Anteriores) será obrigatório por ocasião da entrega da escrituração em atraso. Caso
contrário o seu preenchimento é opcional. A obrigatoriedade será verificada na hora da transmissão.

17. BLOCO 9
O Bloco 9 finaliza o Arquivo Digital e é composto dos seguintes Registros:
Registro Descrição

9001 Abertura do Bloco 9

9100 Avisos da Escrituração

9900 Registros do Arquivo

9990 Encerramento do Bloco 9

9999 Encerramento do Arquivo Digital


18. QUADRO RESUMO - CORRELAÇÃO DAS PRINCIPAIS FICHAS: DIPJ X ECF

DIPJ ECF

Pasta Ficha Bloco Registro

Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 01 - Dados iniciais Registro 0000 - Identificação da entidade
Identificação e Referências

Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 01 - Dados iniciais Registro 0010 - Parâmetros de tributação
Identificação e Referências

Bloco 0 - Abertura, Registro 0020 - Parâmetros


Cadastro Ficha 01 - Dados iniciais
Identificação e Referências complementares

Bloco 0 - Abertura,
Cadastro Ficha 02 - Dados cadastrais Registro 0030 - Dados cadastrais
Identificação e Referências

Ficha 03 - Dados do representante e do Bloco 0 - Abertura, Registro 0930 - Identificação dos


Cadastro
responsável Identificação e Referências Signatários da ECF

Ficha 36A - Ativo - Balanço Patrimonial


Informações Bloco U - Imunes e Isentas Registro U100 - Balanço Patrimonial
Ficha 37A - Passivo - Balanço Patrimonial

Bloco U - Imunes e Isentas Registro U150 - Demonstração do


Resultado do Lucro Líquido Fiscal(1)

Bloco U - Imunes e Isentas Registro U180 - Cálculo do imposto(2)

Ficha 16 - Cálculo da CSL Mensal por


Estimativa -Imunes ou Isentas - Anual
CSL e Bloco U - Imunes e Isentas Registro U182 - Cálculo da CSL
Ficha 18B - Cálculo da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido - Imunes ou Isentas

Ficha 39 - Origem e Aplicação de Recursos - Bloco X - Informações Registro X390 - Origem e Aplicação de
Informações
Imunes ou Isentas Econômicas Recursos - Imunes e Isentas

(1) Apresenta a demonstração do resultado das empresas imunes e isentas. No caso de entidades fechadas de previdência
complementar, será apresentado o plano de gestão administrativa (PGA). Observa-se que os planos referenciais correspondentes
ao registro U150 estão no anexo ao Manual de Orientação do Leiaute da ECF, em A.1.3.2. Contas de Resultado.
(2) Apresenta o cálculo do IRPJ das empresas imunes e isentas, no caso de receitas auferidas oriundas de atividades não
relacionadas às atividades das empresas imunes e isentas.

19. EXEMPLO DO CÁLCULO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO PARA PREENCHIMENTO DA ECF


Determinada associação civil, sem fins lucrativos, isenta do IRPJ e contribuinte da CSL, apresenta os seguintes dados hipotéticos
para fins de demonstração na DIPJ e na ECF:
a) no Balanço Patrimonial (Referencial) - Registro U100:
a.1) possui na conta Caixa Matriz, saldo inicial de R$ 100.000,00 e saldo final de R$ 150.000,00;
a.2) possui na conta Superávits (Déficits) Acumulados, saldo inicial de R$ 250.000,00 e saldo final de R$ 265.000,00;
b) na Demonstração do Resultado do Lucro Líquido Fiscal - Registro U150, auferiu receitas decorrentes de:
b.1) subvenção governamental da União no período de apuração no valor de R$ 125.000,00;
b.2) doações não governamentais de pessoas jurídicas no valor de R$ 115.000,00;
c) auferiu receita de aplicação financeira no importe de R$ 25.000,00. Lembra-se que a isenção aplica-se, exclusivamente, ao
IRPJ e à CSL, não alcançando o imposto incidente na fonte sobre rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações
financeiras de renda fixa ou de renda variável, os quais são considerados de tributação exclusivamente na fonte;
d) auferiu receita no valor de R$ 20.000,00, decorrente da prestação de serviços distinta da finalidade para qual foi instituída.
Em função do descumprimento aos requisitos estabelecidos para a isenção na forma do fascículo de igual título do Manual de
Procedimento nº 35/2015 - tópico 3, a partir desse momento (dezembro do período de apuração) essa entidade perdeu o
benefício fiscal da isenção, passando a ter o dever de apurar o imposto mensal e o ajuste anual (demonstrados,
respectivamente, Registros U180 e U182). Nessa hipótese, deverão ser entregues 2 ECF, sendo a 1ª referente ao período de
1º.01.2014 a 30.11.2014 e, a segunda relativa ao mês de dezembro/2014 (período não abrangido pela isenção);
e) considerando-se que não teve nenhuma despesa no período de apuração.

19.1 Fichas DIPJ x ECF (Período de 1º.01 a 30.11.2014)

19.1.1 Nova Declaração x Registros 0000, 0010 e 0020

Nova Declaração
Criar Nova Declaração

Registro 0000
Registro 0010
Registro 0020
19.1.2 Fichas 36A e 37A x Registro U100 (Balanço patrimonial)

Ficha 36A - Ativo


Legislação Referenciada
Ato Declaratório Executivo Cofis nº 60/2015 Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 1/2014 Constituição Federal RIR/1999 Decreto nº
3.048/1999 Decreto nº 70.235/1972 Decreto nº 7.574/2011 Decisão nº 78/1998Decreto-lei nº 1.598/1977 Consolidação das Leis do
Trabalho Instrução Normativa nº 1.420/2013Instrução Normativa nº 1.420/2014Instrução Normativa no 1.515/2014Instrução
Normativa RFB nº 1.252/2012 Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013 Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013 Instrução Normativa
RFB nº 1.422/2014Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014 Instrução Normativa RFB nº 1.524/2014 Instrução Normativa RFB nº
944/2009 Instrução Normativa SRF 113/1998 Lei Complementar nº 105/2001 Lei Complementar nº 123/2006 Lei nº 10.406/2002 Lei
nº 10.426/2002 Lei nº 10.684/2003 Lei n° 10.833/2003 Lei nº 11.196/2005 Lei nº 11.727/2008 Lei nº 12.101/2009 Lei nº
12.101/2010Lei nº 12.435/2011 Lei nº 12.868/2013 Lei nº 12.873/2013 Lei nº 12.973/2014 Lei nº 13.151/2015 Lei nº 4.506/1964
CTN Lei nº 6.404/1976 Lei nº 8.069/1990 Lei nº 8.212/1991 Lei nº 8.742/1993 Lei nº 8.981/1995 Lei nº 9.430/1996 Lei nº 9.532/1997
Lei nº 9.718/1998 Lei nº 9.732/1998 MP nº 1.807/1999 Medida Provisória nº 2.158-35/2001 Medida Provisória nº 2.187-13/2001
Medida Provisória nº 685/2015 Portaria MF nº 527/2010 Portaria Conjunta PGFN/SRF nº 3/2003 Solução de Consulta Cosit nº
175/2015

FONTE: IOB

_________________________________________________Fim de Matéria_____________________________________________________ 

Você também pode gostar