INSTITUTO POLITÉCNICO DO CÁVADO E DO AVE

ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO

LICENCIATURA EM FISCALIDADE

6. TRANSPARÊNCIA FISCAL
TRIBUTAÇÃO DO RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS (IRC)

Luís Filipe Esteves

Barcelos, 2022/2023
1
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

❖ Isenção de IRC; Tributação nos sócios/membros…

❖ Objetivos que presidiram à criação do regime:

- Neutralidade

- Combate à evasão fiscal

- Eliminação da dupla tributação económica

✓ Art.º 6.º do Código do IRC...

2
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL
Art.º 6.º do Código do IRC
1 - É imputada aos sócios, integrando-se, nos termos da legislação que for
aplicável, no seu rendimento tributável para efeitos de IRS ou IRC, consoante
o caso, a matéria coletável, determinada nos termos deste Código, das
sociedades a seguir indicadas, com sede ou direção efetiva em território
português, ainda que não tenha havido distribuição de lucros:
a) Soc. civis não constituídas sob forma comercial;
b) Sociedades de profissionais;
c) Sociedades de simples administração de bens, cuja maioria do capital
social pertença, direta ou indiretamente, durante mais de 183 dias do
exercício social, a um grupo familiar (…)

3
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

2 - Os lucros ou prejuízos do exercício, apurados nos termos deste Código,

dos ACE e dos AEIE, com sede ou direção efetiva em território português,
que se constituam e funcionem nos termos legais, são também imputáveis
diretamente aos respetivos membros, integrando-se no seu rendimento
tributável.

3 - A imputação a que se referem os números anteriores é feita aos sócios ou

membros nos termos que resultarem do ato constitutivo das entidades aí
mencionadas ou, na falta de elementos, em partes iguais.

4
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

Imputação aos sócios (membros) dos lucros que lhes correspondam,

independentemente da sua distribuição.

N.º 1 – Imputação da MC
• Art.º 6.º
N.º 2 – Imputação do LT/PF

N.º 3 – Modo de imputação aos sócios/membros…

✓ Conceito de sociedade de profissionais…

5
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

Quadro 3 da DR22 (entidades transparentes):

✓ As do n.º 1 preenchem, os Quadros 07 e 09 (Quadro 10, apenas

tributações autónomas);
✓ As do n.º 2 preenchem, o Quadro 07 (Quadro 10, apenas tributações
autónomas);
6
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

Quadro 7 da DR22: A acrescer / a deduzir (sócios/membros)

7
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se:

a) Sociedade de profissionais:

1) A sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional

especificamente prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º
do Código do IRS, na qual todos os sócios pessoas singulares sejam
profissionais dessa atividade; ou,

8
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se:

a) Sociedade de profissionais: (…)
2) A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75 %, do exercício
conjunto ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas na
lista a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, desde que,
cumulativamente, durante mais de 183 dias do período de tributação, o
número de sócios não seja superior a cinco, nenhum deles seja pessoa
coletiva de direito público e, pelo menos, 75 % do capital social seja detido
por profissionais que exercem as referidas atividades, total ou parcialmente,
através da sociedade;

9
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

❖ Outras normas do CIRC aplicáveis, para além do art.º 6.º:

• Art.º 12.º (isenção!?)

• Art.º 51.º, n.º 1, alínea c) (e n.º 3) (eliminação da DTE)

• Art.º 52.º.º, n.º 7 (dedução de PF na sociedade)

• Art.º 81.º, n.º 5 (liquidação – resultado da partilha)

• Art.º 90.º, n.º 5 (deduções à coleta)

• Art.º 97.º, n.º 1, alínea g) (dispensa de RF não aplicável)

10
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL

❖ Outras normas do CIRC aplicáveis, para além do art.º 6.º:

• Art.º 100.º (liquidações corretivas)
• Art.º 117.º, n.º 9 (obrigação de entrega de declarações)
❖ Referências no CIRS:
▪ Art.os 20.º, 28.º, n.º 8, 31.º, n.º 1, alínea g) e 90.º [5.º/2/h)]

✓ Regime simplificado – Não!

PEC – Não! (sócios PC…)
✓ Pagamentos PC – Não! (sócios PC e PS)
RF – Sim! (imputação aos sócios PC e PS)
11
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL
Caso prático: Sociedade de profissionais com 2 sócios e ACE/AEIE com
dois membros (60% e 40% / cada um)

Sociedade Profissionais ACE / AEIE

ANO LT/PF
MC Sócio 1 (60%) Sócio 2 (40%) MC Memb. 1 (60%) Memb. 2 (40%)
2015 1 000,00 1 000,00 600,00 400,00 - 600,00 400,00
2016 -5 000,00 0,00 0,00 0,00 - -3 000,00 -2 000,00
2017 10 000,00 5 000,00 3 000,00 2 000,00 - 6 000,00 4 000,00
2018 -15 000,00 0,00 0,00 0,00 - -9 000,00 -6 000,00
2019 10 000,00 3 000,00 1 800,00 1 200,00 - 6 000,00 4 000,00
2020 4 000,00 1 200,00 720,00 480,00 - 2 400,00 1 600,00
2021 21 000,00 15 800,00 9 480,00 6 320,00 - 12 600,00 8 400,00

Nota: PF dedutíveis em 2021 = 5.200,00.

12
Luís Filipe Esteves
 TRANSPARÊNCIA FISCAL
Transparência Fiscal Internacional
Controlled Foreign Company (CFC) rules
❖ Norma anti-abuso…
✓ Art.º 66.º, CIRC - Imputação de rendimentos de entidades não residentes
sujeitas a um regime fiscal privilegiado (Alterado pela Lei n.º 32/2019, 03-05)
✓ Art.º 20.º, CIRS – Imputação especial (n.os 3 e 4)
✓ Rui Duarte Morais – Tese de doutoramento (“Imputação de lucros de
sociedades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado”,
Almedina)
13
Luís Filipe Esteves