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MATERIAL DE APOIO

EXAME DE ORDEM

Curso: Intensivo OAB| Disciplina: Direito Constitucional


Aulas: 04 a 06

ANOTAÇÃO DE AULA

EMENTA DA AULA

1. EMENDAS CONSTITUCIONAIS

2. TEORIAS OU FUNDAMENTOS QUE SURGEM COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

3. FENÔMENOS E UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

1. EMENDAS CONSTITUCIONAIS

Cláusulas pétreas implícitas: São aquelas que decorrem da interpretação da Constituição Federal.

Exemplos:

✓Artigo 127, CF: O Ministério Público é uma instituição permanente.

✓Artigo 60, CF: O procedimento de mudança da Constituição Federal não pode ser alterado.

Mutação Constitucional

É um processo informal de modificação da Constituição no qual o texto permanece intacto, mas há mudança da
interpretação de determinado dispositivo.

Exemplos:

✓Artigo 5º, inciso LXVII, CF/88 (prisão civil): Existem duas exceções.

Exemplos: Depositário infiel e devedor de alimentos.

✓Artigo 226, CF/88: Família-união estável entre homem e mulher. O STF fez mutação nesse artigo devido a união
homoafetiva.

2. TEORIAS OU FUNDAMENTOS QUE SURGEM COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

A nova Constituição revoga totalmente a Constituição anterior (direito intertemporal).

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A partir do momento que se cria outro texto, os anteriores deixam de existir totalmente. Se houver exceção, deve
ser de forma expressa.

3. FENÔMENOS E UMA NOVA CONSTITUIÇÃO

I) Desconstitucionalização: A nova Constituição recebe a Constituição anterior como legislação infraconstitucional


(como se fosse Lei).

Observação: Para que a desconstitucionalização ocorra, há necessidade de ser expressa. Em nossa Constituição
atual não foi prevista.

II) Prorrogação / Recepção material (Ideia de que está recebendo conteúdo da Constituição anterior): As
normas da Constituição anterior têm a sua vigência prorrogada, enquanto a nova Constituição não efetiva as suas
novas disposições.

Por uma questão de prática, a promulgação de nova Constituição demora um tempo, por esse motivo a anterior é
prorrogada.

Exemplos:

✓Artigo 34, ADCT: Sistema Constitucional Tributário ficou vigente por mais de cinco meses até que o novo
começasse a funcionar.

✓Artigo 27, parágrafo 1 º, ADCT: Enquanto o STJ estava sendo organizado, o STF que já existia, acabou fazendo
suas funções antigas que hoje correspondem ao STJ. Nesse período o STF teve as competências antigas
prorrogadas.

* O ADCT é responsável por essas transições do Ordenamento.

Para que ocorra esse fenômeno, há necessidade de ser expresso porque é uma exceção.

III) Recepção: A nova Constituição recepciona a legislação infraconstitucional (Lei) vigente no ordenamento
anterior, desde que materialmente compatível.

Pode aproveitar Leis que existiam antes, mas tem que ser materialmente compatível, ou seja, não violar um
direito da Constituição nova.

Exemplo: Lei de 1970 dispõe sobre imprensa e traz algum artigo que permite censura prévia. Não seria
recepcionada pela Constituição de 1988, pelo fato de não haver compatibilidade.

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✓Se violar um direito  Revogada

✓Se não violar um direito  Recepcionada

A Recepção trabalha com normas pré-constitucionais, considerando todo o bloco de constitucionalidade.

Observações:

✓Bloco de constitucionalidade: CF/88 + ADCT + Emendas Constitucionais + Decreto 6.949/2009 + Decreto


9.522/2018. As dois Decretos que são Normas Constitucionais são Tratados de Direitos Humanos (são como se
fossem Emendas).

Primeiro verifica-se a Norma, depois o parâmetro que será utilizado.

✓Para a declaração de não recepção, deve ser ajuizada uma ADPF no Supremo Tribunal Federal. A ADPF irá
trabalhar com as normas pré-constitucionais.

Exemplo: Lei de Imprensa, Lei de Anistia, não foram recepcionadas.

A recepção é implícita, se não falar nada, fica vigente.

✓Para fins de recepção, o aspecto forma é irrelevante.

Exemplo: Código Penal – Decreto-Lei 1940, a forma é irrelevante. Embora seja Decreto-Lei, hoje tem status de Lei
Ordinária (somente Lei do Congresso Nacional pode alterar).

IV) Repristinação: A nova Constituição revalida a Legislação infraconstitucional que foi revogada pela Constituição
anterior.

Exemplo: Lei X incompatível com a antiga, foi revogada.

Segundo a teoria da Repristinação, ao ser promulgada nova Constituição, revalida. Pega Lei X e traz de volta
(cancela o ato de revogação e traz de volta).

A Repristinação no Plano Constitucional deve ser expressa, no Ordenamento de 1988 não de admite. Todavia, no
plano legal, há possibilidade de repristinação (artigo 2º, parágrafo 3º, LINDB).

Exemplo:

Lei A vigente, depois de um tempo o Legislador cria Lei B, as disposições foram revogadas.

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Lei A – Revogada

Lei B – Revogadora

Depois de um tempo, o Congresso cria Lei C que expressamente revoga Lei B e restaura Lei A.

Lei revogada não se restaura se a Lei revogadora tiver perdido a vigência.

V) Efeito repristinatório da ADI genérica: É uma consequência do julgamento da ADI.

Exemplo:

Lei A vigente, Congresso cria Lei B.

Lei B revoga Lei A.

Lei B falava sobre aumento da remuneração dos Servidores Públicos, quem apresentou esse projeto foi um
Senador, deveria ter sido o Presidente da República. A Constituição não recepcionou por ter vício.

Pode haver discussão no STF por meio de ADI contra Lei B (inconstitucional). Se o STF reconhece a
inconstitucionalidade, aplica nulidade (nula desde a origem, nunca produziu efeitos).

Observação: Fazer questão 11 – Exame de Ordem XXV.

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